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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PATO BRANCO
COLÉGIO ESTADUAL CASTRO ALVES – ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO
1 - APRESENTAÇÃO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O presente documento apresenta o Projeto Político Pedagógico
discutido e elaborado pela comunidade escolar do Colégio Estadual
Castro Alves – Ensinos Fundamental e Médio, localizado à Rua Itacolomi,
1550, na cidade de Pato Branco, para ser implantado e implementado a
partir do ano letivo de 2001.
O referido projeto atende às orientações contidas na Lei 9394/96 e
às demais resoluções e orientações pertinentes e manadas da Secretaria
de Estado da Educação.
Além de atender às solicitações legais, justifica-se a elaboração do
novo Projeto Político Pedagógico, o fato de a Lei 9394/96 apontar novos
rumos à Educação Básica.
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Por isso, leva-se em conta, no presente Projeto, as múltiplas
realidades com as quais os alunos interagem no cotidiano.
Este Projeto nasceu com a proposta de integrar e instrumentalizar o
educando para a compreensão das relações sociais , reivindicações e
direitos, bem como o cumprimento de obrigações compactuadas no meio
social através da democratização do saber.
Enfatiza-se principalmente, o resgate de fundamentos éticos,
estéticos e políticos para o exercício da cidadania a serviço da promoção
humana e na busca de sua identidade.
O PPP deve ser um retrovisor para lembrar da busca das lutas do
passado de sua história e conquistas, que não se limita a preparar o
aluno para a, universidade mas à sociedade contemporânea, que
necessita de pessoas capazes de aprender a aprender, aprender a fazer,
aprender a ser e aprender a conviver. Neste, sentido o P.P.P. acontece na
sala de aula, no pátio da escola, no grêmio estudantil, no caminho de casa
para a escola. Enfim este é o embasador do protagonismo, não sendo
apenas um documento só do diretor, de gaveta ou de oficio, mas um
projeto idealizador e balizador da prática pedagógica real e referente. A
elaboração deste Projeto contou com a participação afetiva de
professores, representantes de pais e de alunos, equipe pedagógica e
administrativa, e ainda da integração dos setores que compõem a escola,
tais como: Secretaria, Biblioteca, Sala de Recursos, Setor Culinário,
Serviço de Apoio ao Aluno, Setor de Limpeza, Setor de Orientação,
Supervisão e Direção.
Enfim, a preocupação da escola contemporânea é recuperar o
grande potencial de inteligência do homem, e este resgate somente será
possível se estiver atrelado a uma proposta pedagógica que esteja
compromissada com a responsabilidade, o respeito, a cooperação e a
amizade.
2- INTRODUÇÃO
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2.1 – IDENTIFICAÇÃO
O Colégio Estadual Castro Alves – Ensinos Fundamental e Médio,
está situado à Rua Itacolomi, 1550, no Centro de Pato Branco – Pr. Foi
reconhecido pelo decreto n.º 3537/77 de 23/06/77, foi criado o Ensino
Fundamental de 5º a 8º série pelo decreto nº 2928/92 de 16/09/92,
Ensino Médio. Este Estabelecimento é mantido pelo Governo do Estado
do Paraná.
2.2 - ASPECTOS HISTÓRICO DA ESCOLA
Iniciou suas atividades pedagógicas em 1975, como extensão do
Colégio Estadual Professor Agostinho Pereira, permanecendo
incorporado a este Estabelecimento de Ensino por dois anos.
Para ampliar horizontes com um projeto desafiador, foi criada a
Escola Estadual Castro Alves – Ensino de 1º Grau, que atendia alunos de
5ª a 8ª séries nos turnos manhã e tarde, sendo sua primeira diretora a
Professora Frida Terezinha Merlin.
Em 1985, foi autorizado o funcionamento do 1º Grau Noturno, para
atender o aluno trabalhador que necessitava de qualificação pata atuar
no mercado de trabalho.
Atendendo às necessidades básicas da clientela estudantil a partir
de 1987 passou – se a ofertar ensino de 1ª a 4ª séries, através do decreto
355/86 de 13 de fevereiro de 1986.
Nesse contexto social e em busca de formação humanista, em 1998
implantou o Ensino de 2º Grau, com o curso de Educação Geral –
Preparação Universal, hoje denominado Ensino Médio. Sendo assim, a
escola teve a sua nomenclatura mudada para Colégio Estadual Castro
Alves – EFM.
Desde a sua fundação até o presente momento, a escola teve em
sua trajetória as seguintes gestoras:
1º - Frida Terezinha Merlin – 1977 - 1978
2º - Erotildes Vezaro - 1979 - 1982
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3º - Cenira de Freitas Oliveira – 1983 – 1985 – Designada pela resolução
2801/83
4º - Eny Umpierredos Santos – 1986 – 1989 – Designada pelas resoluções
5601/85 e 4488/87
5º - Luci Mercedes Dallagnoe Berlatto – 1990 – 1995 – Designada pela
resolução 3423/89 e portaria 00565/916º -
6º - Marilene Ramzam Domingos – 1996 – Designada pela portaria
4693/95 e resolução 4292/97
7º - Jalires Rosa Pasin Garcia – 2002 – Designada pela portaria e
resolução 3069/2001 do DOE 21/12/2001.
8ª - Elena Maria Resende - 2006 - designada pela portaria e resolução
0058/06 do DOE do 12/01/2006.
2.3 – ESPAÇO FÍSICO
O espaço físico da escola é amplo, compõe-se de prédio em
alvenaria, construído no ano de 1974, em terreno com 13.000m², doado
pelo cidadão patobranquense, o senhor Feliz Balbinot. Conta com treze
salas de aula, duas salas para educação especial, sala de Laboratório de
análises Físicas e Químicas, um laboratório de Informática, uma sala de
Direção, uma sala de Coordenação, Secretaria, seis banheiros com doze
vasos e dois vestuários, uma cozinha, um biblioteca, dois almoxerifados,
um salão nobre com dois banheiros, uma área coberta, uma cantina, uma
casa do zelador , uma quadra de piso de esporte, uma quadra de areia.
2.3.1 – CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS
O prédio onde funciona o Colégio Estadual Castro Alves se encontra
em condições regulares de uso, há necessidade de reformas como
manutenção e conservação do prédio, pinturas, o numero de salas de aula
é suficiente para a clientela escolar que freqüenta.
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O Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e o Ensino Médio. Embora o
número de salas de aula seja suficiente, sentimos necessidade de
ampliação de salas para:
• sala de recursos
• sala de apoio a necessidades especiais
• sala de vídeo
• biblioteca com maior, espaço físico, que possibilite
pesquisas no turno contrario e no horário regular dentro do
planejamento do professor.
• Ginásio coberto para realizar atividades esportivas e os
professores desempenharem suas funções normais, não
precisando adaptar aulas provenientes das mudanças
climáticas.
• A iluminação do prédio se encontra em condições precárias
necessitando de revisão e reforma geral em suas instalações
elétricas.
• As carteiras dos alunos, também se encontram em
condições péssimas necessitando de reformas e
substituição.
• As salas de aula e o prédio em geral, em função do seu
terreno ser em solo irregular (morro), no inverno são
extremamente frias e nas estações chuvosas, vertem água
em todo seu espaço físico provocando alagamento,
necessidade de drenagem.
• As condições de higiene são adequadas uma vez que existe
funcionários responsáveis por este setor e que procuram
exercer seu trabalho com eficiência .
• Mais uma linha - ampliação das linhas telefônicas.
• Ventiladores de teto nas salas de aula.
• Há necessidade de reforma geral na sua cobertura, visto
que em dias de chuva, há goteiras em varias dependências
do Colégio.
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• Substituir do quadro de giz por quadro branco
• OBS. A Direção vem resolvendo os problemas imediatos,
mas devido ao prédio ser antigo, há necessidade de uma
reforma completa em todas as partes físicas da escola.
2.4 - OFERTAS DE CURSOS E TURMAS.
Atualmente o Colégio Estadual Castro Alves oferece à sua
comunidade escolar os cursos de Educação Fundamental de 5ª a 8ª
série e Ensino Médio.
Num total de 183 alunos do Ensino Fundamental
Num total de 310 alunos do Ensino Médio.
Sendo distribuídos da seguinte forma:
2.4.1 – TURNO DA MANHÃ: ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
1 turma de 5ª série
1 turma de 6ª série
2 turma de 7ª série
2 turma de 8ª série
Ensino Médio:
2 turma de 1ª série
2 turma de 2ª série
1 turma de 3ª série
2.4.2 – TURNO DA TARDE: ENSINO FUNDAMENTAL.
1 turma de 5ª série
1 turma de 6ª série
1 turma de 7ª série
1 turma de 8ª série
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2.4.3 – SALA DE RECURSOS
Este Estabelecimento, conta com 40 horas de profissionais
habilitados em Educação Especial para trabalhar com alunos de 5ª a 8ª
série que possuem distúrbios de aprendizagem e deficiência mental.
Estes alunos são atendidos através de cronograma em período contrário
ao ensino regular.
2.4.4 – C A E - CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
ÁREA DA SURDES.
O Colégio conta ainda com 40 horas aula para o atendimento de
alunos com perda auditiva moderada, severa e profunda, num total de 16
alunos que freqüentam o Ensino Fundamental e Médio, pós Médio e
Superior em escolas de regime regular no município de Pato Branco.
Recebem atendimento especializado e diferenciado de apoio pedagógico,
através de cronograma pré- estabelecido.
2.4.5 – LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
É o Laboratório de informática mais uma ferramenta auxiliar, em
período de contraturno, sendo utilizado para pesquisas e suporte didático
para o professor, bem como para o aluno.
2.5 – CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
2.5.1 – PAIS E ALUNOS
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O Colégio Estadual Castro Alves – Ensinos Fundamental e Médio,
localiza-se no centro de Pato Branco, na Rua Itacolomi, 1550, esquina
com a Rua Clarice Cerqueira, próxima a divisa com o Bairro Amadori e
Jardim das Américas, mais para o Oeste da cidade.
O município de Pato Branco está localizado no Planalto de
Guarapuava, o terceiro do Paraná, sua altitude é de 760m acima do nível
do mar, latitude 26º36º, ficando 465 Km distante da capital do Estado.
Analisando o contexto social, político, econômico e religioso no
qual esta escola está inserida, verificou-se que a clientela escolar tem um
perfil sócio-econômico de classes populares e a maioria dos alunos
moram nos bairros acima citados e, por serem estes próximos à escola,
os alunos não necessitam de transporte, com algumas exceções, como
exemplo filhos de agricultores, que utilizam o serviço de transporte
escolar da Prefeitura Municipal de Pato Branco.
Uma pequena parcela dos alunos possui uma estrutura a partir do
conceito social do que é família. Em sua grande maioria, porém, as
famílias são formadas por pais separados, mães solteiras e outros.
Possuem renda média de dois a cinco salários mínimos; contam com casa
própria e sistema de esgoto na maioria das famílias.
Têm ainda acesso a bens como: telefone, geladeira, fogão a gás,
máquina de lavar, aparelho de som e TV. Computador e uma parcela
significativa faz uso da Internet.
As famílias não contam com o auxílio de empregada doméstica.
Sendo assim, os filhos que ajudam os pais nos afazeres domésticos,
principalmente à noite.
As maiores dificuldades encontradas pelas famílias estão
relacionadas a problemas de saúde e desemprego e desestrutura
familiar, refletidos na escola através da indisciplina e até desestímulo aos
estudos.
Segundo levantamento, verificou-se que a escolaridade dos pais
dos alunos desta escola esta dividida entre pais com 1º grau completo e
2º grau, e uma parcela possui curso superior.
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As grandes dificuldades enfrentadas pelos pais para educar os
filhos estão relacionada a questão financeira (material escolar, uniforme
e transporte); falta de estrutura familiar citada anteriormente; tomando
como exemplo a dificuldade de impor limites necessários a uma boa
educação e ainda o apelo provocado principalmente pela mídia no que diz
respeito a uso de drogas, consumismos exagerado etc...
A uma grande diversidade de crenças sendo que algumas famílias
envolvem seus filhos nessa crença.
Uma pequena parte dos alunos estão envolvidos em atividades
extraclasse como: projetos da escola, curso de línguas e informática,
natação, escolinha de futsal , voleibol e outros, sendo que uma pequena
parcela dedica parte de seu dia para fixação dos conteúdos ministrados
em sala de aula.
Em relação ao lazer, nos finais de semana os pais visitam parentes
e amigos, assistem à televisão, lêem livros, jornais e revistas, reunem-se
para conversar com os filhos, vão ao clube.
Os pais esperam que a escola prepare seus filhos para a vida,
oportunizando assim uma formação moral e ética , formando assim
cidadãos conscientes de seu papel social.
A maioria dos pais não conhece os professores de seus filhos,
conversando pouco com estes e justificam-se dizendo que não têm tempo
para ir à escola. Dizem conhecer a escola “por fora” e a visitam apenas
quando são chamados para reuniões. Percebe-se também, que alguns pais
ignoram a escola completamente.
A maioria das famílias diz incentivar os filhos a vir para a escola e
ajuda nos temas de casa. Os pais esperam que os filhos tenham bom
rendimento escolar, mas em contrapartida a escola vê nas famílias uma
grande dificuldade de incentivar, dar suporte, limites e cobrar de seus
filhos o compromisso com estudo e com as atividades propostas pela
escola.
2.5.2 – PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
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De acordo com o levantamento feito foi possível identificar o perfil
do professor desejado pelos pais. Querem um professor que desenvolva
laços de amizade com os alunos; seja enérgico com atitudes
indisciplinares dos alunos; que seja competente; educado e dinâmico.
O Colégio Estadual Castro Alves conta hoje com, uma equipe de
professores com habilitação e especialização em cada disciplina,
conforme exige a Lei de Diretrizes e Bases n.º 9394/96.
Possui 37 professores, 04 assistentes administrativos, 7
funcionários de serviços gerais.
2.5.3 – DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA
O Colégio Estadual Castro Alves, possui duas pedagogas: uma
habilitada em Pedagogia com especialização em Administração,
Supervisão e Orientação Escolar, com 20 horas semanais no período da
manhã e outra habilitada nos cursos de Pedagogia e Matemática e
Especialização em Gestão da Educação com 20 horas semanais no
período da tarde e uma Diretora habilitada em Geografia e
Especialização em Supervisão Escolar em regime estatutário com 40
horas.
3 – OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICO
3.1 – OBJETIVO GERAL;
• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sócio
cultural brasileiro, bem como o conhecimento ajustado de si
mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades
afetivas, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação
pessoal e de inserção social fundamentado nos valores de
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respeito compromisso de lealdade, para agir na busca de
conhecimento, no exercício da cidadania e atuar como
agente transformados no local onde esta inserido.
3.2 – OBJETIVO ESPECÍFICOS:
• Conhecer e analisar os interesses da comunidade escolar,
como referência, para desenvolver a educação de nossos
alunos para atuar com segurança nas diferenças e suas
especificidades.
• Observar e analisar fatos e situações do ponto de vista
ambiental, de modo crítico, reconhecendo a necessidade e as
oportunidades de atuar de modo propositivo, para garantir
um meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida.
• Compreender que a saúde é produzida nas relações como
meio físico, econômico e sócio cultural, identificando fatores
de risco à saúde pessoal e coletiva presentes no meio em
que vive.
• Considerar as dimensões biológicas, psíquica e sociocultural
da sexualidade, buscando contemplar uma visão ampla e não
reducionista das questões que envolvem a sexualidade e o
seu desenvolvimento no âmbito pessoal.
• Geografia - Resgatar a importância impar da Geografia na
formação intelectual e ética dos jovens na construção de sua
cidadania e na consciência da dignidade humana para poder
entender e explicar as transformações que assolam o mundo
neste momento histórico.
• Inglês - Oportunizar ao aluno a compreensão e produção de
textos na língua estrangeira moderna LEM – Inglês, bem
como propiciar por meio do estudo, fazer reflexões sobre a
língua materna, diferenças culturais, valores de cidadania e
entidade.
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• Artes - Estimular o aluno, usando a dança, o teatro a musica
e as artes visuais, transformando-o num ser critico e
reflexivo com competência para construir uma nova leitura
de mundo.
• Ensino Religioso - Estimular o aluno através de uma
educação religiosa ecumênica, a fé em Deus o compromisso
com a realidade social política e econômica, ou seja, a vida
como a gente da história e construção de uma sociedade
mais justa, fraterna e solidária, resgatando os valores ético e
morais que promovem a cidadania.
• História - Possibilitar a compreensão de todas as etapas da
história no contexto da evolução política e teológica,
utilizando diferentes técnicas e conceitos distintos da
disciplina; possibilitando a percepção das implicações das
diferentes etapas do processo evolutivo da humanidade.
• Matemática - Desenvolver Oportunizar ao educando de
usar sua capacidade critica para melhor compreender
conceitos matemáticos e suas aplicações no dia a dia,
possibilitando ao mesmo construir estratégias coerentes
para construção do raciocínio lógico.
• Português - Estimular o aluno a observar descobrir e
refletir sobre o mundo, interagindo com seu semelhante
através do uso funcional da linguagem: não verbal, oral e
escrita.
• Educação Física - Garantir a todos a possibilidade de
usufruir o conhecimento que integra os alunos na cultura
corporal do movimento, valorizando as atividades de
expressões, sentimentos e valores.
• Desenho Geométrico - Aperfeiçoar a educação visual e
cognitiva do aluno, para que possa utilizar a linguagem
gráfica para comunicar e transmitir uma mensagem.
Desenvolver a criatividade, o raciocínio lógico, o senso
estético, a organização e noção de espaço e forma.
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4 - MARCO SITUACIONAL
4.1 - DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA DO ESTADO DO
MUNICÍPIO E DA ESCOLA.
Devemos buscar a unidade e o fortalecimento da classe
trabalhadora, em especial dos trabalhadores (as) em educação, para
organizarmos a luta que a OMC (Organização Mundial do Comércio) e
seus acordos mundiais de livre comércio querem transparentes, abram
espaço de participação, onde os movimentos sociais e sindicais garantam
cláusulas que eliminem as diferenças de tratamento nas questões de
gênero e raça/etnia; que resguardem os direitos trabalhistas; que
protejam os pequenos (as) agricultores (as) e a agricultura familiar; que
valorizem e qualifiquem os (as) trabalhadores (as) imigrantes; que
contemplem as convenções da OIT (Organização Internacional de
Trabalho) e que resgatem a mercantilização dos serviços públicos.
O Brasil e o Paraná são hoje palco de grandes transformações na
educação. Embora as principais diretrizes já estejam contidas na nova
LDB, outras medidas, especialmente em decorrência da própria lei, estão
para ser implantadas, como a reforma universitária, a reforma curricular
do Ensino Médio, e os Parâmetros Curriculares Nacionais as diretrizes da
carreira e salários e o Plano Nacional de Educação com a fixação de
metas para os próximos dez anos.
Essas poucas políticas emanam das diretrizes do Banco Mundial. É
a consagração do Estado em todas as suas ações de bem estar, o que
implica em redefinir direitos já consagrados universalmente, como a
educação, a saúde e a previdência. Esses direitos passam a ser
considerados serviços e, como tais, disponíveis no mercado das trocas e
sob a égide do lucro.
Dentro desta visão reducionista dos direitos, a educação se
transforma num produto contábil, em que os custos devem ser
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discriminados e todas as ações se adequar-se ao parâmetro da relação
custo / beneficio. Por essas mesmas políticas, a função do professor é
secundarista e a relação professor / aluno é subestimada.
A meta maior do Banco Mundial, é diminuir os custos com a
educação, reduzindo custos sociais e aumentando o comprometimento
da qualidade da educação com esta redução, vimos como conseqüência a
superlotação de alunos em sala de aula a extinção do ensino técnico-
profissional no ensino de 2º Grau e do projeto Correção de Fluxo.
O diagnóstico da realidade brasileira revela um quadro aterrador;
temos 15 milhões de analfabetos e uma média de escolaridade da classe
trabalhadora que não atinge 4 anos; alunos que passam 11anos para
concluir o Ensino Fundamental de 8 anos.
Mediante a este quadro nacional o Estado do Paraná vem
implantando programas voltados para os trabalhadores em educação, que
contemplam a formação continuada, a atualização e o apoio e estimulo a
tradução didático- pedagógico, a oportunidade de participação do
profissional da educação na produção do livro público, e a participação de
auto-projetos divulgados no Portal Dia a Dia Educação. O Paraná vem
articulando parcerias com prefeituras municipais, ONGS, centrais
sindicais e outros órgãos.
Da mesma forma o Paraná vem realizando a regularização do
Profissional da Educação através de concurso público, garantindo a
segurança de trabalho, como também aos funcionários administrativos.
4.2 - ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES
NA PRÁTICA DOCENTE: Reflexão Teórico – Prática.
“Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o
que somos...”
Eduardo Galeano
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Baseado nesta citação, observamos que realmente as contradições e
os conflitos presentes no dia-a-dia da prática docente, acontecem e se
concretizam na escola pela diversidade de sua clientela e pelas suas
especificidades, principalmente pelo confronto entre o rápido avanço
tecnológico e a lentidão com que essas transformações chegam até as
escolas.
Sendo assim, embasados nessas políticas públicas educacionais com
resquícios de uma mentalidade neoliberalista, onde o produto _ educação/
aluno, são considerados em segundo plano e a prioridade passa a ser o
interesse do aumento capital.
No entanto, nós, profissionais da educação _ que temos essa
consciência, temos o compromisso e o dever de, na construção do PPP,
envolver toda a comunidade escolar para garantir ações que venham
atender as necessidades básicas refletidas na realidade da escola,
marcada por estas contradições de individualismo. É dentro deste cenário
que a escola deve atuar e propor suas ações para enfrentar esses
desafios.
Essa construção já está acontecendo com garra, com afeto, com
organização, com combatividade e com estudo, através de nossa prática
educacional, desenvolvendo um trabalho que visa a formação de cidadãos
críticos, participativos e transformadores que opinem e busquem
caminhos para reflexões, que sejam conscientes, comprometidos com os
segmentos sociais, responsáveis o suficiente para resgatar os valores
sociais , familiares, culturais, religiosos e éticos.
Esse processo educativo deve estar focado e centrado na busca da
qualidade e do sucesso de nossos educandos, pois devemos conhecer
construir um PPP, adequando-o à realidade do grupo e tendo em cada
educador alguém capaz de analisar seus objetivos para colocá-los em
prática, garantindo seus conceitos de concepção e execução, pensar e
fazer, teoria e prática, ciência e cultura.
5 – MARCO CONCEITUAL
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A concepção de mundo determina o grupo a que se pertence. O
grupo é a reunião de “... todos os elementos sociais que partilham de um
mesmo modo de pensar e agir, segundo Gramsci (1984, p 12)”.
A concepção de mundo quando não crítica e coerente é ocasional e
desagregada.
O ponto de partida, para a concepção de mundo pela escola " é o
desenvolvimento da consciência de que somos produtos do processo
histórico até hoje desenvolvido, fazendo o inventário da infinidade de
traços recebidos ". Gramsci (1984, p 12).
A escola precisa buscar consciência de nossa historicidade, da fase
em que se encontra desenvolvimento e a consciência de que está em
contradição com outras concepções de mundo.
A necessidade humana de vivênciar, valores que assegurem o
crescimento pessoal e a integração com o social vão delinear a concepção
de mundo proposta por esta instituição
De acordo com Paulo Freire ( 1987, p. 87 ) “Nosso papel não é falar
ao povo sobre a nossa visão de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas
dialogar com ele sobre a sua e a nossa”. É primordial que a escola analise
e reflita sobre as diversidades e a integração das mesmas.
Entendemos, nessa perspectiva, que a escola precisa ser espaço
estratégico, onde se possa desenvolver o compromisso com a construção
da cidadania.
Apontando em direção às bases antropológicas do que propõe como
concepção dialética da filosofia da educação, Demerval Saviani ressalva
que "lhe interessa um homem concreto, isto é, o homem como síntese de
múltiplas determinações, vale dizer, o homem como conjunto das relações
sociais".
Assim, o importante, acerca do homem, é sua localização, o seu
enraizamento sócio – histórico – político no presente, fonte de valores,
que apareça como lugar em que os homens, através de todas as
dificuldades, estão a caminho de realizar progressos decisivos.
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O educando, segundo esta concepção, pode ser encarado como um
ser ativo, dinâmico, co-participante do processo educativo, já que é o
forjador da história que trabalha no presente a partir de conteúdos
significativos e atuais permanentemente avaliados face às realidades
sociais.
A tendência educativa centrada nos conteúdos, no valor vinculado
às realidades sociais, terá que trabalhar necessariamente a partir de
modelos que tenham uma relação direta com o presente da comunidade
e, portanto, do indivíduo.
Ao aluno competirá, assim a partir dessa experiência sócio/cultural
participar ativamente do processo de aprendizagem, confrontando suas
apreensões com os modelos e conteúdos expressos pelo professor.
5.1 - CONCEPÇÕES
5.1 .1 - CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Na sociedade na qual vivemos, buscamos elo com seus vínculos
históricos e quais os maiores desafios para o futuro, sabendo que o
capitalismo predomina e conseqüentemente há uma desigualdade de
distribuição de renda. Isso restringe as oportunidades de apropriação do
conhecimento e ascensão social.
No contexto atual observamos que a maioria dos nossos alunos
estão desinteressados, não possuem perspectiva sócio – cultural -
econômica e, conseqüentemente, isso possibilita a manutenção do
sistema vigente, norteado por princípios de exploração e injustiça.
Em nossa Sociedade atual os princípios éticos devem ser
resgatados. Também devemos repensar a estrutura Sociocultural atual,
sem paternalismo e o cumprimento das leis, no pais, referentes à saúde e
educação de qualidade, possibilitando assim a melhor distribuição de
rendas e um maior comprometimento da família com a educação de seus
filhos que são nossos alunos.
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5.1.2 - CONCEPÇÃO DE HOMEM
Vivemos uma era marcada pela competição e pela procura de
excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos
definem exigências novas, estabelecendo novos paradigmas para os
indivíduos que procuram ingressar ou pretendem se manter no mundo do
trabalho. As mudanças exigem novos conceitos de valores, baseados
numa concepção progressista e transformadora.
A crescente interdependência entre os povos, cria a necessidade de
que aprendamos a viver em comunidade no planeta. Mas como fazê-lo,
se não somos capazes de viver juntos em nossas próprias comunidades,
onde é assustadora a crescente desigualdade socioeconômica entre os
cidadãos? Nesse contexto é alarmante o crescimento da marginalidade,
da violência, da falta de cooperativismo, onde a deterioração dos valores
é cada vez mais acentuada. A luta pelo resgate da Ética e, sobretudo, do
verdadeiro cidadão consciente de seus direitos e deveres forma condição
“sine qua non,” para amenizar essas desigualdades.
Percebemos, que o centro de tudo isso é o homem. É preciso lhe
dar condições para que encontre por conta própria a sua felicidade e
realização pessoal. Para isso existe um caminho a percorrer, às vezes
árduo, na busca do resgate de seus valores éticos e morais, do
conhecimento e do processo de crescimento intelectual, valorizando e
fortalecendo suas raízes em seu ecossistema de herança. Isso formara
pessoas autônomas, com capacidade de análise sabendo de sua razão
crítica nas relações interpessoais e no respeito aos DIREITOS DO
HOMEM E DO CIDADÃO.
5.1.3 - CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
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“O homem se faz pela sua prática real
pratica que se desdobra no tempo e que é
efetivado no contexto do ser humano. O homem é,
portanto, aquilo que ele se faz. Mas ele fazendo as
coisas ou seja, vai se construindo, o resultado se
sua prática concreta real e cultural.”
Antonio Joaquim Severino
Encara-se o próximo século como um tempo que, por toda a parte,
indivíduos e poderes públicos concederam a busca do “conhecimento”,
não apenas como um meio para alcançar um fim, mas como um fim em si
mesmo.
Precisamos entender que as transformações vêm ocorrendo de
forma radical na área do conhecimento, passando a ocupar um lugar
relevante no processo de desenvolvimento dos povos que habitam nosso
planeta.
É impossível pensar em transformação sem que ocorra a ruptura
dos processos educacionais existentes na escola atual, ocasionando
distanciamento enorme entre o que ela ensina e o que a comunidade
necessita apreender para o seu dia-a-dia. A contextualização do
conhecimento é hoje fundamental no processo de construção e na
formação do ser humano para prepara-lo para as diferentes áreas de
atuação no mercado de trabalho em constante evolução.
Mediante a essas transformações devemos também considerar que
o ser humano aprende muito no seu cotidiano e que essas aprendizagens
ocorrem em vários níveis, sendo amplamente determinadas pela cultura
em forma de produção, estimuladas e contextualizadas às novas
tecnologias.
A escola dentro desse cenário, tem trabalhado constantemente na
busca de novas propostas, de reformas curriculares, visando melhorar
instrumentos e métodos de mudança na estrutura do conhecimento e
seus desdobramentos, dando especial atenção ao desenvolvimento e
crescimento das relações sociais de forma ampla e geral.
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E, estudar como o conhecimento é tecido exige que se admitam as
diferenças culturais sem hierarquias, o que abre múltiplas possibilidades
ao ato humano de conhecer e quebrar o paradigma da “visão
compartimentalizada” do conhecimento, fenômeno que constitui de um
todo maior o “saber elaborado”.
Segundo Morim, “o conhecimento é, portanto, um fenômeno
multidimensional, no sentido que é de maneira inseparável ao mesmo
tempo físico, biológico, cerebral, mental, psicológico, cultural e social”.
Devemos ter em mente que é nessa relação do homem com a
sociedade, a vida e o mundo, que se concernida a reproblematizada
questão do “conhecimento”.
As exigências que hoje se fazem presentes no seio da sociedade
decorrem dos padrões de qualidade e mudanças pautadas num mundo
globalizado e em constante evolução, o que levou ao que chamamos de
“revolução do conhecimento” que passa a exigir indivíduos capazes de se
auto-atualizarem.
Aí o papel da educação passa a ser de vital importância no sentido
de criar condições essenciais para que esses desenvolvam suas
competências e que percebam a importância da escolaridade em função
das novas exigências do mercado de trabalho e a tendência da sociedade
em nível mundial.
No entanto, faz-se necessário levar em conta que o conhecimento é
construído e transformado coletivamente, ancorado na realização do
saber, deixando assim de ser visto numa perspectiva estática, passando a
ser encarado como um processo dinâmico onde sua construção é
condição “sine qua non” para a formação completa do educando.
Mediante a esta proposição feita, entende-se então que o
conhecimento na concepção desta instituição escolar, é visto como
compromisso político de todos: poder público, família, professores,
sociedade civil organizada, visando a dignidade e a qualidade de vida,
enveredando pelos caminhos da construção deste, deixando de privilegiar
a transmissão pura e simples de conteúdos ditos científicos, primando por
20
uma pedagogia fundada em princípios de respeito, responsabilidade e
cooperação.
5.1-4 - CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Educação é tudo que a humanidade aprendeu acerca de si mesma, é
uma prática social, uma atividade dos homens situando-os dentro de sua
história e da História Universal. É uma prática transformadora, que pela
sua ação interage na sociedade e nas relações de trabalho.
Sendo assim, propõe-se uma educação pautada no desenvolvimento
de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisa-las e seleciona-
las; com capacidade de aprender, criar e formular ao invés do simples
exercício de memorização. Essa educação está organizada em áreas de
conhecimento, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento dos
conteúdos numa perspectiva de interdisciplinaridade e contextualização.
A educação escolar deve constituir-se em uma ajuda sistemática,
planada e continuada, diferindo de processos educativos que ocorrem em
outras instâncias, como na família, no trabalho, no lazer, na mídia e nos
demais espaços da construção do conhecimento e de valores para o
convívio social. Ela deve ser, portanto, o local em que os alunos se
apropriem de conhecimentos sociais culturais e tecnológicos de maneira
crítica e construtiva.
5.1.5 - CONCEPÇÃO DE ESCOLA
“Dar carinho é só o começo. Você mostra que se
importa com os alunos quando ouve o que eles
sentem e valoriza as capacidades e os gostos de
21
cada um. Assim, ajuda a formar pessoas mais
felizes e cidadãos responsáveis.”
Meire Cavalcante
A Instituição escolar no compromisso que é garantir o acesso aos
saberes elaborados socialmente e que constituem instrumento para o
desenvolvimento, a socialização o exercício da cidadania democrática e a
petrificação de valores.
A escola seja um espaço de formação e informação, na qual a
aprendizagem de conteúdos deve necessariamente favorecer a inserção
do aluno no dia-a-dia das questões sociais marcantes em um universo de
capacidades, de modo a favorecer a compreensão e a intervenção nos
fenômenos sociais e culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir
as manifestações cultuais nacionais e universais.
Dentro dessa visão temos consciência de que a Escola surgiu da
necessidade de sistematizar e transmitir esses conhecimentos, tendo
como base o uso da democracia justa e igualitária, a qual contribui para a
formação de um cidadão participativo e responsável. A Escola tem a
função transformadora, autônoma e emancipadora para a formação de
um mundo que permita igualdade de condições a todos. Porém, ao longo
do tempo foi se modificando, conforme a necessidade dos grupos sociais.
Sendo assim, a escola tem socializado com seus educandos
conhecimentos científicos, filosóficos, culturais, éticos e morais entre
outros.
Entendemos que a escola é para todos, mas as condições são
precárias e inadequadas para atender às diversidades. Necessitamos com
urgência de escolas com centros de atendimento especializados nas
diversas áreas de deficiências, maior número de escolas rurais e que as
escolas indígenas também sejam orientadas de forma a educar e auxiliar
os nossos aborígines.
Nesse sentido, para responder as questões emergentes de nossa
sociedade, precisamos buscar parcerias com segmentos sociais e
comunidade em geral, políticos e representantes regionais. A função da
22
escola continua sendo formar cidadãos para que o mesmo tenha
condições de exercer com competência suas funções na sociedade e o
exercício de cidadania, com respeito, honestidade, moral e ética, fazendo
a diferença no meio ao qual está inserido.
5.1.6 – CONCEPÇÃO DE ENSINO – APRENDIZAGEM
“A tarefa do professor não é ensinar os
alunos a pensarem, eles já podem pensar,
mas trocar mutuamente seus modos de
pensar e buscar melhores maneiras de
abordagem e modificação de um objeto”.
Paulo Freire
Ao longo dos anos observa-se que o ensino centra-se na figura do
professor ao mesmo tempo em que _ a grande maioria deles, limita-se à
reprodução e à transmissão de conhecimentos. Essa situação revela para
ambos _ alunos e professores, uma prática nada prazerosa e tampouco
transformadora. Para que todos tenham a mesma oportunidade de se
desenvolver na escola, é essencial refletir sobre a postura do professor. O
professor, através de reflexões sobre o processo de aprendizagem e a sua
prática pedagógica, pode intervir e inserir no desenvolvimento da
aprendizagem do aluno. Vale lembrar também que a aprendizagem está
sofrendo uma ruptura, provocando uma mudança de paradigma na
produção e na divulgação do conhecimento e no ensino aprendizagem. O
papel do professor e da escola já não é única fonte de informação dos
jovens. A sociedade contemporânea está tornando a informação acessível
a um número cada vez maior de pessoas, e a expressão mais avançada
desse processo é a internet.
Desta forma, a condução do processo de ensino - aprendizagem tem
como objetivo tornar vívido o estudo e o desenvolvimento da criança,
23
mostrando-na como interpretar com profundidade a ação dos alunos,
possibilitando um perfil de um professor que reflete enquanto age, toma
decisões para mudar o rumo de sua ação, interpreta, orienta e avalia de
forma justa, porque o importante não é seguir uma teoria
preestabelecida, mas o quanto sua prática pedagógica é convincente.
5.1.7-CONCEPÇÃO TECNOLÓGICA
Sobre tecnologia , Noble assinala que criou -se uma redoma falciosa
em torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o
autor "esta vista na sociedade como um processo autônomo ; algo
constituido e visto à margem de tudo como se tivesse vida própria;
independente das intenções sociais, poder e privilégio. Examinamos a
tecnologia como se fosse algo que mudasse constantemente, e que
constantemente, provocasse alterações profundas na vida das escolas.
Decerto que isso parcialmente é verdade. No entanto , se nos
debruçarmos sobre o que tem vindo mudar podemos incorrer no erro de
não questionar quais as relações que permanecem inalteradas. De entre
estas, as mais importantes são as desigualdades econômicas e culturais
que dominam a nossa sociedade" (Noble, 1984).
Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de se
revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel
criador do homem. É preciso implementar no Sistema Educacional, uma
pedagogia mediante a qual não apenas se reforme o ensinamento, mas
que também se facilite a aprendizagem. A tecnologia tem um impacto
significativo não só na produção de bens e serviços , mas também no
conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes.
A LDB - Lei de Diretrizes da Educação 9394/96 ao propor a
formação tecnológica como eixo do currículo assume , segundo
KUERGER (2000), a concepção que aponta como síntese , entre o
conhecimento geral e o específico, determinando novas formas de
selecionar, organizar e tratar metodologicamente os conteúdos.
24
A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e
alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o
aumento das desigualdades, ou para a inserção social se vista como uma
forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento de todas
as áreas.
"Urge pois continuar a lutar pela escolarização como um bem
público contra a domesticação política que tem inflamado o debate
educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em
particular, se constitua numa
5.1.8 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases atribui à escola decidir sobre sua
proposta pedagógica. Vale lembrar que a escola não pode controlar todos
os fatores que interagem na formação do aluno e que não se trata de
impor determinados conteúdos e valores, mas de ser coerente com a sua
prática pedagógica assumida, o possibilitar aos alunos uma discussão
sobre eles e a construção de critérios para a avaliação do rendimento no
processo educacional.
Para que a avaliação escolar tenha função relevante e significativa
na prática escolar é imprescindível entendê-la como instrumento de
análise permanente do processo pedagógico que revela ao professor em
que medida os alunos estão ou não se apropriando dos conteúdos
trabalhados.
Desse modo a avaliação terá a tração diagnóstica, possibilitando ao
professor novas ações e ajustes no planejamento, respeitando os limites e
as especificidades dos alunos. Para tanto, é necessário ter pressente que
a finalidade da avaliação é ajudar os educadores a planejar a
continuidade de seu trabalho, ajustando-o ao processo educacional de
seus alunos, buscando oferecer-lhes condições de superar obstáculos e
desenvolver o auto-conhecimento, a autonomia e jamais qualificá-los.
25
Nesse sentido, faz-se necessário que a escola tenha como
prioridade os valores humanos, éticos e os princípios escolhidos pela
escola _ respeito, responsabilidade e cooperação, para nortear a sua
caminhada na educação, sempre voltados para a sua emancipação,
construção do sucesso escolar e inclusão como princípio e compromisso
social.
A avaliação deve ser concebida como um instrumento para ajudar o
aluno a aprender e faz parte integrante do trabalho realizado em sala de
aula para, a partir dela, o professor rever os procedimentos que vem
utilizando e replanejar o seu trabalho. Para o aluno ela permite ver os
avanços e as dificuldades, tem a tração permanente de diagnostico e
acompanhamento do processo ensino aprendizagem.
O professor assume um papel de pesquisador que investiga quais os
problemas enfrentados pelos alunos por quê, estudando com cuidado as
produções realizadas, conversando com os alunos sobre estas,
considerando as razões que levaram a produzi-las de uma determinada
maneira e não de outra, ouvindo suas justificativas, detectando o nó que
emperra o processo.
Só assim a avaliação é um instrumento de aprendizagem quando o
professor utiliza as informações conseguidas para planejar suas
intervenções, propondo procedimentos que levem os alunos a atingir
novos patamares e conhecimento.
Ao avaliar cada produção do aluno, o professor faz uma
comparação: compara o que o aluno fez ou faz com o que ele esperava
que ele fizesse, soubesse, ousasse... ou seja, em qualquer situação de
avaliação, todos temos em mente um ou mais parâmetros que servem de
medida para apreciar o que está sendo avaliado.
A avaliação acontece vinculada às atividades do dia-a-dia da sala de
aula, possibilitando a reflexão contínua sobre o processo de
aprendizagem. Porém, são necessários também momentos específicos,
previstos em calendário, para fazer um balanço geral do trabalho, uma
síntese do desempenho dos alunos e do professor. Após esse balanço,
percebe- se que enfrentou dificuldades, mas também fez muitas
26
conquistas e isso deve ser registrado como um fator relevante pois leva o
aluno e o professor a perceberem a evolução e a melhorar sua auto-
estima.
Devemos salientar que a avaliação deve ser realizada com
sensibilidade e inteligência. O educador deve ter a consciência da própria
visão do mundo, da sua ideologia, dos sentimentos e hábitos _ não para
eliminá-los ou impedir que interfiram no seu julgamento mas, para,
conhecendo-os melhor, controlar a sua influência.
Não podemos esquecer também a função social da escola que é a de
resignificar conceitos e ajudar o aluno a adquirir informações e não a ser
um mero acumulador de dados, ajudando-o a desenvolver sua
autonomia, enfim, a formar cidadãos que exerçam seus direitos e
deveres.
5.2 – CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA.
A escola como instituição pública necessita de organização que
garanta seus procedimentos legais de gestão pública e das relações
sociais. Para isso é necessário que tenha critérios de organização que lhe
dêem suporte e respaldo para agir, e tomar decisões, transformando-as
em ações concretas, mas que estas não sejam isoladas ou individuais.
Visando isso a escola tem como organização interna algumas
associações, conselhos e grêmios que lhe dão suporte e respaldo nas
tomadas de decisões como: APMF, REGIMENTO ESCOLAR; CONSELHO
ESCOLAR, GRÊMIO ESTUDANTIL, CONSELHO DE CLASSE E PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO.
5.2.1 – APMF
Associação de Pais e Mestres e Funcionários esta associação visa
envolver os Pais, Mestres e Funcionários, num trabalho de colaboração
27
no aprimoramento do processo educacional, na assistência ao escolar e
na integração da família – escola – comunidade sem caráter político,
partidário, religioso, radical e nem fins lucrativos e seus participantes
sem remuneração.
5.2.2- REGIMENTO ESCOLAR
Amparo legal interno, que norteia o comportamento e atitudes na
rotina diária da comunidade escolar.
5.2.3 - CONSELHO ESCOLAR
É um órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal,
com o objetivo de estabelecer o Plano de Ação da Escola.
5.2.4 - GRÊMIO ESTUDANTIL
O Grêmio é a organização dos Estudantes na Escola. Ele é formado
apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades
culturais , sociais e esportivas. É um órgão reconhecido e de apoio à
Escola.
5.2.5 - CONSELHO DE CLASSE
O conselho de classe é formados por professores alunos, equipe
pedagógica com objetivo de analisar, refletir e transformar as ações da
escola em função do melhor desempenho do aluno.
28
5.2.6 - P.P. P. – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
É uma ação intencional, com um sentido explicito, com um
compromisso definido coletivamente.
5.3 – PRINCÍPIOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática na escola é um processo político através do
qual as pessoas discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e
os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações
voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Esse processo, sustentado
no diálogo e na alteridade, tem como base a participação efetiva de todos
os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente
construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de
amplo acesso às informações e aos sujeitos da escola.
Dessa forma, a Gestão Democrática pressupõe compreender que a
educação é um direito de todos e a escola_como serviço público, deve
exigir a transparência nas decisões e a real possibilidade de interferência
e conduções básicas para a democracia e a participação.
5.3.1 – ACESSO
Os princípios e orientações que norteiam e garantem o acesso e a
permanência no processo educativo e aprendizagem de qualidade para
todos os alunos estão contemplados no Regimento Interno – estatuto legal
que baseia todas as ações da escola.
Em conformidade com parte legal, os profissionais da educação
embasam sua prática pedagógica priorizando a solidariedade, o trabalho
individualizado, o atendimento às suas especificidades e, respeitando
29
seus limites, sua história e sua cultura, procurando sempre a sua
ascensão na busca do conhecimento e no seu processo de integração
social.
5.3.2 - PERMANÊNCIA
Considerando e contextualizando todos os conceitos aqui colocados
pela comunidade escolar, percebemos o quanto é importante o que
garantimos no PPP.
Nesse sentido, a equipe escolar, responsável pela ação pedagógica
na escola, deve conhecer profundamente seus alunos. Como vivem, o que
pensam, o que sentem e o que fazem, para que criem a confiança nos
outros, aprendendo a viver e agir coletivamente, o que, com certeza, irá
gerar um melhor desempenho no procedimento e aproveitamento escolar.
Assim, com certeza, estará se trabalhando o pensamento de colaboração
e ação coletiva, necessários à criação das forças que irão impulsionar o
desenvolvimento do aluno, bem como fazer com que se sinta valorizado e
feliz, garantindo a sua permanência e continuidade na escola.
5.3.3- CAPACITAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES E
QUALIDADE DO ENSINO – APRENDIZAGEM;
“O conhecimento é socialmente construído ou seja
a única possibilidade de construção do
conhecimento é aquela que segue o caminho do
interpessoal para o intrapessoal”.
Nallon
e Vygoski
As sociedades contemporâneas estão exigindo profissionais
competentes que desempenhem suas funções cada vez com mais
30
eficiência e rapidez. A evolução tecnológica, através da TV ou da internet,
vem com grande velocidade e atratividade provocando uma revolução no
conhecimento. Sendo assim, o papel do professor nesse contexto assume
a função de conectar os conteúdos curriculares com conhecimentos que
vêm de fora da escola e de ajudar os alunos a relacionar o aprendizado
com o mundo.
Acessar e adquirir conhecimento podem ser atos solitários. Porém,
a construção de significados implica necessariamente em negociá-los com
os outros. No diálogo os alunos interagem diretamente com o professor
ou colegas expressões como: “você concorda”, “o que você acha”, com as
quais buscam captar o que os outros pensam, sentem ou experimentam e
até mesmo a troca de informação.
Pensando dessa forma, por mais interativos que sejam,
dificilmente substituirão o processo da aprendizagem escolar face a face,
que é de suma importância na construção coletiva de significados como
valores e de conduta. Por isso é sempre necessário a intervenção do
professor, pois este deve, ser capaz de universalizar os significados
socialmente construídos e é de sua presença marcante que depende do
compromisso com a aprendizagem de nossos alunos.
Mediante ao quadro exposto acima, a SEED, os NÚCLEOS DE
EDUCAÇÃO e as Equipes Pedagógicas, devem proporcionar ao nosso
profissional da educação condições para que ele não se sinta
marginalizado e priorize não só o trabalho burocrático, mas
principalmente o pedagógico. Faz-se necessário um plano político dê
governo que de sustentação para uma formação continuada onde o fazer,
refazer, refletir e realimentar pressupõe o compromisso com a formação
do nosso docente, com a valorização dos trabalhadores em educação,
dando-lhes condições dignas de trabalho, fortalecendo o grupo para
enfrentar conflitos e contradições.
5.4 – CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA;
31
O Currículo Escolar proposto pelo artigo 26 da lei 9394/96 está
estruturado em disciplinas ou componentes curriculares, segundo uma
lógica conservadora que induz à transmissão de um conteúdo
fragmentado ao aluno.
Entendemos que devemos romper com essa lógica conservadora,
trabalhando o currículo de forma integrada e interdisciplinar, a fim de
reduzir o isolamento e a fragmentação. Nesse sentido compete aos
professores discutirem os fatores que condicionam a seleção e a
organização dos conteúdos curriculares.
5.4.1- DINÂMICA DO CURRÍCULO;
A nova LDB, Lei 9394/96, no seu artigo 12, inciso I estabelece, que
“os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua
proposta pedagógica, baseada em sua grade curricular.
Para isso, faz-se necessário que a escola, ao tomar para si o objetivo
de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na
sociedade, realize junto com sua equipe pedagógica e equipe docente
atividades sistemáticas, cuidadosamente planejadas, em torno das quais o
conteúdo e a forma articulem-se inevitavelmente, onde o professor e o
aluno compartilhem parcelas cada vez maiores de significados com
relação aos conteúdos do currículo escolar, ou seja, o professor guia suas
ações para que o aluno participe de tarefas e atividades que o façam se
aproximar cada vez dos conteúdos que a escola tem para ensinar.
A metodologia de ensino é compreendida como um instrumento
eficiente e eficaz para organizar as atividades de sala de aula com
experiências significativas.
Dentro dessa visão, o professor, nessa perspectiva, deve
estabelecer uma nova relação com quem está aprendendo, passar do
papel de “salista” ao de “acompanhante”, formando não mais alguém que
32
transmite conhecimento, mas aquele que ajuda seus alunos a encontrar,
organizar e gerir o saber, guiando, porém não modelando os espíritos e
demonstrando grande
firmeza quanto aos valores fundamentais que devem orientar toda a vida.
O trabalho pedagógico do professor consiste em averiguar o que o
aluno já sabe e como raciocina, com a finalidade de formular a pergunta
precisa, no momento exato, de modo que possa construir seu próprio
conhecimento. Visando essa reflexão, o papel do professor é promover a
interação aluno/objeto de conhecimento, assim como o seu compromisso
com a formação do cidadão.
O aluno esta construindo o conhecimento, mas o professor
trabalha como mediador dessa construção. Essa mediação não funciona
com autoritarismo, com imposição de conhecimento, porém como um
catalisador químico que, presente numa relação, facilita ou acelera e até
mesmo possibilita essa reação. Como mediador o professor não se perde
no processo, mas acelera e até possibilita a aprendizagem, respeitando a
natureza do sujeito e do objeto e, principalmente, do processo de
construção do conhecimento. Partindo principio que o aluno é quem
constrói o conhecimento em interação com o meio, o professor intervém,
dispondo o ambiente com seus materiais e instaurando um clima
democrático de autonomia e reciprocidade.
5.4.2- CONFIGURAR A MATRIZ CURRICULAR
Estado do Paraná
Secretaria DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: PATO BRANCO MUNICÍPIO: PATO BRANCO
ESTABELECIMENTO: COLÉGIO ESTADUAL CASTRO ALVES – EFM
ENTIDADE MATENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
33
CURSO: EDUCAÇÃO GERAL TURNO: DIURNO
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 MÓDULO: 40 SEMANAS
BASE
NACIONAL
COMUM
Disciplinas 1ª série 2ª série 3ª série
Arte 2 2
Biologia 2 2 3
Educação Física 2 2 2
Física 3 2 2
Geografia 2 2 2
História 2 2 2
Língua
Portuguesa/Literatura
4 4 4
Matemática 4 3 4
Química 2 2 2
SUB-TOTAL 23 21 21
PARTE
DIVERSIFICA
DA
FILOSOFIA 2
L.E.M 2 2 2
SOCIOLOGIA 2
SUB - TOTAL 25 25 25
TOTAL GERAL 25 25 25
NOTA: Matriz Curricular de acordo com a LDBEN nº 9394/96
• o idioma será defino pelo Estabelecimento de Ensino.
• Data da emissão: 07 de dezembro de 2005
34
5.4.3. - CALENDÁRIO ESCOLAR
5.5 – TRABALHO COLETIVO
35
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 3 48 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 15 5 6 7 8 9 10 11 22
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 19 20 21 22 23 24 2529 30 31 26 27 28 26 27 28 29 30 31
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 1 2 3 4 5 6 1 2 3
2 3 4 5 6 7 8 18 7 8 9 10 11 12 13 22 4 5 6 7 8 9 10 209 10 11 12 13 14 15 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias
16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 2423 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 25 26 27 28 29 3030 1 Dia do Trabalho
14 Paixão
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 5 1 2 3 4 5 1 2
2 3 4 5 6 7 8 dias 6 7 8 9 10 11 12 23 3 4 5 6 7 8 9 199 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias
16 17 18 19 20 21 22 6 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 2323 24 25 26 27 28 29 dias 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 3030 31
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 2 3 4 1 2
1 2 3 4 5 6 7 20 5 6 7 8 9 10 11 20 3 4 5 6 7 8 9 108 9 10 11 12 13 14 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias
15 16 17 18 19 20 21 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 2322 23 24 25 26 27 28 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 3029 30 31 31
25 Natal
1º semestrejulho / recesso 14 dias
Feriado Mun. dezembro / recesso 14 diasdezembro 14 dias outros recessos 03 dias
70 dias Total 61 diasInício/TérminoPlanejamentoFériasRecesso
Capacitação Conselho de ClasseConcomitanteFesta J uninaSemana Recreativa e CulturalFeriadoReunião Pedagógica
totalRecessos
200 dias
01 dia03 dias
janeiro / férias 30 dias
total
31 dias
julho
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOCOLÉGIO ESTADUAL CASTRO ALVES EFM
CALENDÁRIO 2006
J ANEIRO FEVEREIRO MARÇO
capacitação e planejamento/julho = 06 dias letivos
28 Carnaval
ABRIL MAIO
1 Dia Mundial da Paz
J UNHO
21 Tiradentes
J ULHO AGOSTO SETEMBRO
15 Corpus Christi
7 Independência
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
2 Finados
12 N. S.Aparecida 15 Proclamação da República 19 Emancipação Política do PR
15 Dia do Professor
Dias Letivos Férias Discentes Férias/recesso Docentesjaneiro
17 dias08 dias2º semestre 98 fevereiro
102
Para a construção do projeto pedagógico, devemos ter o que se
quer fazer e por que vamos fazê-lo. Assim, o projeto não se constitui na
simples produção de um documento, mas na consolidação de um processo
de ação reflexão que exige o esforço conjunto e a vontade política do
coletivo escolar.
Sendo assim, o PPP. deve ser construído levando-se em conta:
• Ação consciente o organizada da escola. Isto é, deve ser
construído dentro de uma visão de unicidade da teoria e da
prática, presente na ação participativa dos educadores no
interior da escola.
• Participação efetiva da comunidade escolar. Sempre ao
pensar em PPP. de uma escola, deve-se sempre lembrar de sua
função social, isto é, essa reflexão é voltada para a escola, onde
esta inserida, de acordo com sua realidade e suas perspectivas.
• União da teoria e da prática. A relação teórico-prática
constitui um todo único. Não há primazia de uma sobre a outra e
sim interdependência, reciprocidade e dinamicidade.
Nessa perspectiva, precisa revelar-se e fazer-se presente na ação
participativa e desenvolver-se pelos educadores no interior da escola.
Isso exige estabelecer como meta a ser atingida o desenvolvimento da
capacidade de reflexão crítica na / e sobre a prática.
O projeto de uma escola é o reflexo da ação coletiva arquitetada por
todos os envolvidos no processo educativo que procuram na sua prática
pedagógica a essência de sua teoria, seu desenvolvimento e sua
construção. E na sua fundamentação teórica que essa prática cristaliza-
se.
5.5.1 – PRÁTICA TRANSFORMADORA
36
A escola deve cumprir seu papel de transmitir conteúdos
programáticos das aulas, mas seu objetivo maior é ensinar os alunos a
serem pensadores e fazer a diferença no mundo.
Quando o aluno chega à escola traz consigo uma bagagem cultural,
que deve ser aproveitada. O professor deve ser o mediador de acréscimo
a novos conhecimentos para ser então educador.
As informações que são recebidas a todo momento são
transformadas em conhecimentos que, por sua vez, são transformados
em experiências.
“A memória humana é um canteiro de informações e experiências,
para que cada um de nós produza um fantástico mundo de idéias”.
(Augusto Cury – livro: Pais Brilhantes Professores Fascinantes).
Em anos anteriores o conhecimento duplicava em dois ou três
séculos. Atualmente o conhecimento dobra a cada cinco anos ou menos,
dependendo do assunto em questão. Ex.: a tecnologia . Uma criança de 7
anos hoje tem mais informações do que uma de 70 à 100 anos atrás.
Em contra partida, onde estão os pensadores? Multiplicamos o
conhecimento, mas não os homens que pensam.
Cada dia mais a família (pais) quer dar para as crianças e
adolescentes brinquedos, roupas, passeios, escolas, não querem que eles
se machuquem ou sofram como eles (pais). Não compreendem que com
isso estão criando um mundo artificial para seus filhos e obstruindo a
infância, seu crescimento e a prática transformadora.
Temos que nutrir a personalidade de nossos alunos para que
desenvolvam práticas de otimismo, segurança, liderança, coragem,
otimismo, superação de medos, prevenção de conflitos e tornem-se
adultos solidários, e empreendedores com capacidade de perdoar,
escolher e estabelecer metas para a felicidade. Devemos levar nossos
alunos a explorar o conhecimento.
“Educar não é repetir palavras. É criar idéias, é encantar”.
37
5.5.2 – O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA
POLÍTICO PEDAGÓGICO.
Entendida numa concepção político pedagógico e de instituição
capaz de colaborar na formação humana e cidadã do educando,
colocando a classe trabalhadora no processo de transformação das
relações sociais, visando a diminuição da exclusão a que é submetida a
grande maioria da população em relação aos benefícios e serviços
produzidos pela sociedade, entre eles, especialmente, o escolar,
possibilitando a construção da cidadania.
A instituição escolar tem como compromisso garantir o acesso aos
saberes elaborados socialmente, pois esses constituem-se como
instrumento para o desenvolvimento, a socialização, o exercício da
cidadania democrática e a atuação no sentido de refutar ou reformular as
deformações dos conhecimentos, as imposições de crenças dogmáticas e
a petrificação de valores.
A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de
atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como
objetos de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as
questões sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem
e assimilação são as consideradas essenciais para que os alunos possam
exercer seus direitos e deveres. Portanto, ainda é necessário que a
instituição escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o
propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de maneira
crítica e construtiva dos saberes. A escola, por ser uma instituição social
com propósito explicitamente educativo, tem o compromisso de intervir
efetivamente para promover o desenvolvimento e a socialização de seus
alunos
O desenvolvimento de capacidades, como as de relação
interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as motoras, as éticas, as estéticas
de inserção social, torna-se possível mediante o processo de construção e
reconstrução de conhecimentos, mas para que isso se efetive é necessário
uma política pedagógica voltada para uma aprendizagem significativa
38
que também esteja intimamente relacionada com suas referências
pessoais, sociais e afetivas. Nesse sentido, afeto e cognição, razão e
emoção se compõem em uma perfeita interação para atuar e reforçar,
romper e ajustar, desejar ou refletir novas relações, novos significados,
novos conceitos de quem aprende. Por esse motivo, a aprendizagem não
ocorre da mesma forma e no mesmo momento para todos. As diferenças
individuais o perfil de cada um e as diversas maneiras que as pessoas tem
para aprender, ocorrem durante todo o processo de seu desenvolvimento.
Um ensino de qualidade que busque formar cidadãos capazes de
interferir criticamente na realidade para transformá-la, deve também
contemplar o desenvolvimento de capacidades que possibilitem
adaptações as complexas condições e alternativas de trabalho que temos
hoje, e a lidar com a rapidez na produção e na circulação de novos
conhecimentos e informações, que têm sido avassaladores e crescentes. A
formação escolar deve possibilitar aos alunos condições para desenvolver
algumas competências e consciência profissional, mas não se sentir
atrelado ao ensino de habilidades imediatamente demandadas pelo
mercado de trabalho.
Diante de tudo o que foi exposto, as escolas precisam então
possibilitar o cultivo dos bens culturais e sociais, considerando as
expectativas e necessidades dos alunos, dos pais, dos membros da
comunidade e dos professores. Enfim, dos envolvidos diretamente nesse
processo político educativo. É nesse universo que o aluno vivência
situações diversificadas que favorecem o aprendizado, para dialogar de
maneira competente com a comunidade, aprendendo a respeitar e a ser
respeitado, a ouvir e a ser ouvido, a reivindicar direitos e a cumprir
obrigações, a participar ativamente da vida científica, cultural, social e
política do país e do mundo.
6 – MARCO OPERACIONAL
39
A partir de todas as concepções aqui registradas; após as
reflexões realizadas com o profissionais da educação e o
comprometimento de todos os envolvidos no processo educacional,
percebemos e salientamos algumas questões que merecem atenção
especial:
• O que significa, na prática pedagógica da escola, trabalhar com
os educandos no sentido de superarem o saber de pura
experiência, articulando-o com o saber cientifico?
• Os conteúdos e encaminhamentos metodológicos desenvolvidos
pela escola tem considerado o perfil de seus educandos jovens,
adultos e idosos e os eixos tempo, trabalho e cultura? Como?
• É possível utilizar o diálogo na prática pedagógica da escola?
Como?
• A inclusão educacional está garantida com responsabilidade nas
ações da escola?
• Neste contexto, como a escola deve se organizar para a
escolarização do aluno com deficiência?
• Em que sociedade vivemos? Quais seus vínculos históricos?
Quais os maiores desafios para o futuro?
• Nossa sociedade é organizada de uma forma justa?
• Qual o papel do nosso aluno na sociedade?
• O que pode ser mantido e o que pode ser alterado?
• De que maneira a sociedade vê a escola como veículo de
informação e de preparação para o mercado de trabalho vigente?
• Que papel a escola assumiu ao longo do tempo?
• Que saberes têm sido repassados pela escola? Estão condizentes
com o que a sociedade espera?
• Como a escola vem respondendo às questões emergentes de
nossa sociedade?
• E o professor? Conhecemos seus posicionamentos?
40
• Acreditamos e defendemos a formação continuada dos
profissionais da educação?
• Conhecemos seus projetos? Que assuntos mais dominam? Qual a
formação inicial deles?
• E o nosso funcionário? Conhecemos seu trabalho? Conhecemos
seus projetos? Eles participam e atuam nas decisões tomadas
pela escola? Qual a sua participação na aprendizagem dos
discentes?
• Quais valores priorizamos.
Mediante a todas essas reflexões aqui expostas, nesse ambiente
social e organizado é que o sujeito se insere e se constitui e partindo do
principio que o aluno é o núcleo fundamental que sustenta o processo de
educação, nada mais justo do que coloca-lo num determinado momento
dentro de uma certa realidade. Esse aluno é um ser que descobre na
auto-reflexão a necessidade de transformar-se sempre.
6.1 – REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO.
Para que se possa construir a escola que se sonha e que se
persegue, através dos objetivos, é necessário que esta tenha identidade
como instituição de educação de crianças, adolescentes e jovens, e que
essa identidade seja diversificada em função das características do meio
social e da clientela a que faz cobertura.
A diversidade da instituição é necessária para contemplar as
desigualdades nos pontos de partida de seus alunos que esperam
diferenças de tratamento, respeitando suas individualidades como forma
mais eficaz de garantir a todos um patamar comum nos pontos de
chegada.
A análise dos resultados das avaliações e dos indicadores de
desempenho permitirá à escola avaliar seus processos, verificar suas
41
habilidades e qualidades e com base nestes, planejar a melhoria do
processo educativo, bem como desenvolver mecanismos de compensação
que superem gradativamente as desigualdades educacionais.
Para atingir objetivos compartilhados, a escola deve usar da
autonomia que lhe é conferida onde o exercício pleno dessa se manifesta
na formulação da proposta pedagógica.
Na sala de aula a autonomia tem como pressuposto, além da
capacidade do professor seu compromisso, a cumplicidade com os alunos,
que fazem do trabalho cotidiano de ensinar um permanente voto de
confiança na capacidade de todos para aprende, onde o professor,
impulsionado pela paixão em ensinar com sua identidade construída com
ética e autonomia, inspirado na estética da sensibilidade e a política da
igualdade, procurará continuamente garantir a todos oportunidades
iguais de aprendizagem e formação dos valores considerados essenciais
na formação de verdadeiros cidadãos.
O fazer didático de nossa comunidade escolar pretende ser
verdadeiro e de qualidade, pois, reserva-se através da autonomia que nos
é concebida, espaço, tempo, situações de interação e condições
garantidas no calendário escolar para que o professor aprenda a
aprender e continue aprendendo, ampliando assim seus conhecimentos e
sua capacitação no fazer didático.
A proposta pedagógica visa eleger elementos e atitudes que
garantam a melhoria e a retirada dos nossos alunos da condição passiva
para a condição de agente modificador da realidade em que vivem, além
de adquirir competências para aprender a aprender, aprender a ser,
aprender a conviver com os outros, aprender a ver, aprender a ser com
posturas éticas e valores considerados essenciais para uma vida digna e
com qualidade.
Para que se alcancem esses objetivos é necessário que todos que
fazem parte do processo, estejam conscientes da importância que cada
um possui para que a mudança aconteça.
42
Com base nos dados levantados no diagnóstico da realidade e
reflexão conceitual, constamos que para concretizar a escola que
sonhamos é necessário que se efetivem os seguintes propósitos:
• Que os alunos, ao concluírem o Ensino Fundamental, tenham
condições de dar continuidade a seus estudos e continuar
aprendendo, bem como os que concluem o Ensino Médio
tenham os pré-requisitos para a inserção profissional.
• Significar os conteúdos curriculares como meios para
constituição de competência e valores necessários à formação de
cidadãos conscientes e críticos, capazes de articular a
transformação da realidade em que vivem num ambiente digno e
de qualidade tanto social quanto econômica.
• Que a linguagem tenha sua característica fundamental: a
constituição de significados, conhecimentos e valores;
• Que as mais diversas formas metodológicas e estratégias que
permeiem o raciocínio, as capacidades cognitivas superiores,
levem à construção do conhecimento e elementos essenciais, e
sejam contempladas e garantidas pelos profissionais da
educação em todas as suas ações que dizem respeito ao processo
educacional.
• Organização dos conteúdos de ensino em estudos de forma
interdisciplinar e contextualizada. Assim sendo, teremos
cumprido o objetivo proposto pela LDB de socialização e
democratização do conhecimento.
• Os conteúdos devem estar dispostos de forma prazerosa,
buscando lidar com os sentimentos associados às situações de
aprendizagem para facilitar o desenvolvimento do conhecimento.
O projeto permeia a interdisciplinaridade com a possibilidade de
relacionar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, pesquisa e
ação, sendo esta uma prática pedagógica e didática adequada para se
alcançar as ações propostas. Entende-se neste contexto, que todo o
conhecimento mantém um diálogo permanente com outros
43
conhecimentos que pode ser de questionamento, de confirmação, de
complementação, de negação, de ampliação e iluminação de aspectos não
distinguidos
É a interdisciplinaridade um eixo integrador do conhecimento, um
projeto de investigação um plano de intervenção, que parte da
necessidade de explicar, compreender, intervir, mudar e prever qualquer
processo isolado de um olhar para que a realidade do mesmo seja
compreendida e modificada.
Além de entender que o conhecimento não se processa de forma
isolada em uma disciplina ou uma única área, é necessário ampliar as
possibilidades de interação que, além da interdisciplinaridade, o outro
recurso seja a contextualização dos conteúdos e, para isso é necessário,
em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação
entre sujeito e objeto.
A contextualização do conhecimento é, portanto, um recurso que a
escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo e
transformá-lo em agente ativo, transformador do conhecimento,
promovendo uma interação recíproca entre ele e o conteúdo vivenciado.
Esta faz com que se despertem dimensões presentes na vida pessoal,
social, cultural e mobiliza competências cognitivas já adquiridas, o que
facilita a fonte entre a teoria e a prática
É através da Pedagogia proposta, da busca prática da
interdisciplinaridade e contextualização que iremos retratar a realidade
da realidade da escola, dando a ela uma identidade própria, marcada por
seus projetos, sua competência de formar cidadãos capazes de continuar
aprendendo a ingressar no mercado de trabalho, bem como indivíduos
que compreendam de forma crítica a sua realidade e busquem
transformá-la num mundo sem tantas injustiças sociais e / ou
econômicas.
6.2 – TIPO DE GESTÃO
44
A gestão educacional é realizada levando-se em conta uma
concepção abrangente do trabalho a ser realizado e de seus objetivos.
Alguns aspectos merecem ser destacados, pois funcionam como eixos
centrais desse trabalho.
Entre outros, podemos salientar a necessidade de organizar o
trabalho a partir de uma concepção que abranja todas as carências da
escola e de seus diversos públicos envolvidos – alunos, professores ,
funcionários, pais e responsáveis e comunidade em geral. Antes de tudo,
é importante basear o trabalho a ser realizado em princípios de inclusão,
solidariedade, respeito à diversidade e valorização do potencial humano.
Os objetivos devem ser sempre os de formação e aprendizagem dos
alunos e as estratégias para esse desenvolvimento são as de
estabelecimento de redes, parcerias e enfoque interativo entre todas as
dimensões, aspectos e elementos envolvidos.
No trabalho de gestão educacional é importante adotar cuidados
especiais e de forma operativa ao planejamento, organização, avaliação e
monitoramento contínuo dos processos educativos, como condição para
sua efetividade, tendo sempre como foco os objetivos estabelecidos.
Feita a avaliação, os participantes discutem e decidem as
prioridades de ação que levem à melhoria da qualidade da escola, de
acordo com suas próprias necessidades e desejos.
Não existem regras para o uso dos indicadores. Cada escola deve
apropriar-se do instrumental de acordo com sua criatividade e
experiência, mas algumas dicas importantes pedem ser seguidas e
adaptadas às necessidades de cada escola:
• É preciso que a escola constitua uma equipe para organizar
todas as ações.
• A escola deve usar a criatividade para mobilizar pais, alunos
professores e funcionários para o debate sobre sua qualidade,
seja através de cartas para os pais, faixa na frente da escola,
divulgação no jornal ou na rádio local e discussão da proposta
em sala de aula.
45
• É necessário divulgar as atividades propostas, providenciar com
antecedência os materiais e disponibilizar espaço para receber a
comunidade.
• Para que o trabalho possa transcorrer bem e com a participação
de todos, vale a pena consultar na publicação sobre a inclusão
de crianças pequenas e de pessoas portadoras de necessidades
especiais.
Gestores bem sucedidos são aqueles que, em equipe, e com
competência, enfrentam os desafios diários de promover na escola um
ensino de qualidade, mobilizador da participação dos alunos, pelo
comprometimento de seus professores. Escolas bem sucedidas são
aquelas nas quais seus alunos aprendem o tempo todo, desenvolvendo
seu potencial.
Nessas escolas? A cada dia, o diretor, como líder e mentor desse
processo, acompanha o rendimento de aprendizagem que ocorre na sala
de aula, monitora o desempenho pedagógico e, à luz dos resultados de
aprendizagem dos alunos, analisa com os professores quais são os
melhores no processo de construção pedagógicas, para garantir que
todos os alunos, e cada um deles, possam aprender sempre mais.
Dessa forma, as escolas devem descrever suas ações e os cuidados
que devem tomar para promover e aumentar a aprendizagem dos alunos,
apoiar de forma diferenciada aqueles que apresentam dificuldades
especiais, tornando o processo ensino – aprendizagem mais dinâmico e
interessante e, é claro, melhorar os resultados que vêm obtendo nesse
processo.
6.2.1 PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDADE
ESCOLAR;
Quanto aos papéis específicos dos segmentos que compõem o
complexo escolar devem estar cada um especificamente explícitos neste
46
PPP. Conforme organização desta instituição, elencamos as seguintes
funções:
6.2.1.1- EQUIPE DE DIREÇÃO
Segundo a definição no projeto de implantação, a equipe de Direção
é o órgão que preside o funcionamento dos serviços Escolares no sentido
de garantir o alcance dos objetivos educacionais do Estabelecimento de
Ensino.
• Sua composição é de Diretor, Diretor Auxiliar, (quando há
demanda) designados em ato próprio pelo Secretário de
Educação.
6.2.1.2 - AO DIRETOR COMPETE:
• a direção escolar tem como principal atribuição coordenar a
elaboração e a execução da proposta pedagógica, eixo de toda e
qualquer ação a ser desenvolvida pelo estabelecimento;
• convocar elementos da Comunidade Escolar para elaboração do
Plano Anual e do regime interno do Estabelecimento de Ensino,
submetendo-os à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;
• convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, tendo
direito a voto, somente nos casos de empate nas decisões
ocorridas em assembléia;
• elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva
prestação de conta e submeter à apreciação e aprovação do
Conselho Escolar;
• elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar às
diretrizes específicas de administração do estabelecimento em
consonância com as normas e orientações gerais emanadas da
Secretaria de Estado da Educação;
47
• elaborar e encaminhar à Secretaria de Estado da Educação,
ouvindo o Conselho Escolar, propostas de modificações no
presente Regimento Escolar;
• instituir grupos de trabalho ou comissões encarregadas de
estudar e propor alternativas de solução, para atender aos
problemas de natureza pedagógica, administrativa e situações
emergenciais;
• propor à Secretaria de Estado da Educação, ouvindo o Conselho
Escolar na oferta de serviços de ensino prestados pela escola,
extinguindo ou abrindo cursos, ampliando ou reduzindo o
número de turnos e turmas e a composição das classes;
• propor à Secretaria do Estado da Educação, ouvindo o Conselho
Escolar, implantação de experiências pedagógicas ou de
inovações de gestão administrativa;
• coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas
emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
• aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas
baixadas pela Secretaria de Estado da Educação;
• analisar e aprovar o Regulamento da Biblioteca Escolar;
• manter o fluxo de informações entre o estabelecimento e os
órgãos da administração estadual de Ensino.
• supervisionar a exploração da Cantina Comercial, com
autorização de funcionamento, respeitada lei vigente;
• cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao
Conselho Escolar e aos órgãos da administração estadual de
ensino as irregularidades verificadas no âmbito da escola e
aplicar medidas saneadoras;
• administrar o patrimônio escolar em conformidade com a lei
vigente.
6.2.1.3 - EQUIPE PEDAGÓGICA
48
- A Equipe Pedagógica é o órgão responsável pela coordenação,
implantação e implementação, no Estabelecimento de Ensino, da
Proposta Pedagógica com diretrizes emanadas da Secretaria de Estado
da Educação.
- A Equipe Pedagógica é composta por Supervisor de Ensino,
Orientador Educacional, Corpo Docente e responsáveis pela Biblioteca
Escolar.
6.2.1.4 - COMPETÊNCIA DO COORDENADOR PEDAGOGICO
- Compete ao Supervisor de Ensino e ao Orientador Educacional do
Ensino Fundamental (5ª/8ª séries) e Ensino Médio:
• subsidiar o Diretor com critérios para a definição do Calendário
Escolar, organização das classes, do horário semanal e
distribuição de aulas;
• elaborar com o corpo docente, o currículo pleno do
Estabelecimento de Ensino, em consonância com as Diretrizes
Pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação;
• assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e
dos projetos pedagógicos desenvolvidos no Estabelecimento de
Ensino;
• acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos alunos e
pais, no sentido de analisar os resultados de aprendizagem com
vistas a sua melhoria;
• orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar, juntamente com
seus responsáveis;
• elaborar o regulamento da Biblioteca Escolar, juntamente com
seus responsáveis;
• subsidiar o Diretor e o Conselho Escolar com dados e
informações relativas ao serviço de ensino prestado pelo
estabelecimento e ao rendimento do trabalho escolar;
49
• promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e
trabalho para o aperfeiçoamento constante de todo o pessoal
envolvido nos serviços de ensino;
• elaborar com o Corpo Docente os Planos de recuperação a serem
proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de
aprendizagem abaixo dos desejados;
• analisar e emitir parecer sobre adaptação de estudos, em caso
de recebimento de enriquecimento curricular a serem
desenvolvidos pelo estabelecimento e coordená-los, se
transferências, de acordo com a legislação vigente;
• propor à Direção a implantação da Proposta Pedagógica e de
projetos de enriquecimento curricular a serem desenvolvidos
pelo estabelecimento e coordená-los, se aprovados;
• coordenar o processo de seleção dos livros didáticos, se adotados
pelo estabelecimento, obedecendo às diretrizes e aos critérios
estabelecidos pela Secretaria de Estado da Educação;
• instituir uma sistemática permanente de avaliação do Plano
Anual do Estabelecimento Escolar, do acompanhamento de
egressos, de consulta e levantamentos junto à comunidade;
• participar sempre que convocado, de cursos, seminários,
reuniões, encontros, grupos de estudos e outros eventos;
• exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no
que concerne á especificidade de cada função.
6.2.1.5 - COMPETÊNCIA DO CORPO DOCENTE
• participar da elaboração da proposta pedagógica deste
Estabelecimento de Ensino;
• elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta deste
Estabelecimento de Ensino;
• zelar pela aprendizagem dos alunos;
50
• estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento;
• ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos além de
participar integralmente dos períodos dedicados ao
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
• escolher juntamente com a Coordenação Pedagógica livros e
materiais didáticos comprometidos com a política educacional
que visem a melhoria do ensino - aprendizagem de nossos
alunos;
• desenvolver as atividades de sala de aula tendo em vista a
apreensão do conhecimento pelo aluno;
• proceder à avaliação, tendo em vista a apropriação ativa e
crítica do conhecimento filosófico - científico pelo aluno;
• promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos,
seminários e outros eventos, tendo em vista o seu constante
aperfeiçoamento profissional;
• assegurar, que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento
discriminativo de cor, raça, sexo, religião e classe social;
• estabelecer processos de ensino-aprendizagem resguardando
sempre o respeito humano;
• proceder à avaliação coletiva do próprio trabalho e da escola
com vistas ao melhor rendimento do processo ensino-
aprendizagem.
6.2.1.6 - COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE CLASSE
- O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva
e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos com atuação restrita a
cada classe do Estabelecimento de Ensino, tendo por objetivo avaliar o
processo de ensino-aprendizagem na relação professor-aluno e os
procedimentos adequados a cada caso.
- O Conselho de Classe tem por finalidade:
51
• estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação
com o trabalho do professor na direção do processo ensino-
aprendizagem, proposto pelo plano curricular;
• acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos
alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes
valor;
• analisar os resultados da aprendizagem na relação com o
desempenho da turma, com a organização dos conteúdos e o
encaminhamento metodológico;
• utilizar procedimentos que assegurem a comparação com
parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino,
evitando a comparação dos alunos entre si.
- O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pelo Supervisor
de ensino, pelo Orientador Educacional e por todos os professores que
atuam numa mesma classe.
- A presidência do Conselho de Classe está a cargo do Diretor que,
em sua falta ou impedimento será substituído pelo Supervisor de Ensino
ou Orientador Educacional.
– O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em cada
bimestre, em datas previstas no Calendário Escolar, e
extraordinariamente, sempre que um fato relevante assim o exigir.
- A convocação para as reuniões será feita através de edital, com
antecedência de 48 horas, sendo obrigatório o comparecimento de todos
os membros convocados.
- São atribuições do Conselho de Classe:
• emitir parecer sobre assuntos referentes ao processo ensino-
aprendizagem, respondendo a consultas feitas pelo Diretor e
pela Equipe Pedagógica;
• analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,
encaminhamento metodológico e processo de avaliação que
interferem no rendimento escolar do aluno;
• propor medidas para melhoria do aproveitamento escolar,
integração e relacionamento dos alunos na classe;
52
• estabelecer planos viáveis de recuperação dos alunos, em
consonância com o plano curricular do estabelecimento de
ensino;
• colaborar com a equipe Pedagógica na elaboração e execução
dos planos de adaptação de alunos transferidos, quando se fizer
necessário.
- Das reuniões do Conselho de Classe será lavrada ata por
secretário ad hoc, em livro próprio, para registro, divulgação ou
comunicação aos interessados.
6.2.1.7 - FUNÇÃO 0 DA BIBLIOTECA
- A biblioteca constitui-se um espaço pedagógico, cujo acervo estará
à disposição de toda comunidade escolar, durante o horário de
funcionamento da escola.
- O acervo bibliográfico será fornecido pela Secretaria Estadual da
Educação e/ou por doação de terceiros.
- A biblioteca estará a cargo de um funcionário designado para o
cargo de acordo com a legislação em vigor.
- A biblioteca deverá ter regulamento próprio, onde estarão
explicitados sua organização, funcionamento e atribuições do
responsável.
- O regulamento da biblioteca será elaborado pelo seu responsável
sob a orientação da Equipe Pedagógica, com aprovação da Direção.
6.2.1.8 - DA EQUIPE ADMINISTRATIVA
- A equipe administrativa é o setor que serve de suporte ao
funcionamento de todos os setores do Estabelecimento de Ensino,
proporcionando condições para que os mesmos cumpram suas reais
funções.
53
-A Equipe Administrativa, mencionada no caput deste artigo, é
composta por Secretaria e Serviços Gerais.
6.2.1.9 COMPETÊNCIA DA SECRETARIA
- A secretaria é o setor que tem a seu encargo todo serviço de
escrituração escolar e correspondência do estabelecimento.
- Os serviços da secretaria são coordenados e supervisionados pela
Direção, ficando a ela subordinados.
- O cargo de secretário é exercido por um funcionário designado
para o exercício dessa função, indicado pelo Diretor do Estabelecimento,
de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educação.
– O secretário terá tantos auxiliares, quanto permitidos pela
Secretaria de Estado da Educação, em ato específico.
6.2.1.10 - COMPETE AO SECRETÁRIO:
• cumprir e fazer cumprir as determinações dos seus superiores
hierárquicos;
• distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos
seus auxiliares;
• redigir correspondência que lhe for confiada;
• organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos,
diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções e demais
documentos;
• rever todo expediente a ser submetido a despacho do Diretor;
• elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a
autoridades superiores;
• apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que
devam ser assinados;
54
• organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar e o
registro de assentamentos dos alunos, de forma a permitir em
qualquer época, a verificação:
• da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno;
• da autenticidade dos documentos escolares;
• coordenar e supervisionar as atividades administrativas
referentes à matrícula, transferência, adaptação, classificação e
reclassificação e conclusão de cursos;
• zelar pelo uso adequado e conservação dos bens materiais
distribuídos à secretaria;
• comunicar a direção toda irregularidade que venha a ocorrer na
secretaria.
- A escala de trabalho dos funcionários será estabelecida de forma
que o expediente da Secretaria conte sempre com a presença de um
responsável, independentemente da duração do ano letivo, em todos os
turnos de funcionamento do estabelecimento.
6.2.1.11 - COMPETÊNCIA DOS SERVIÇOS GERAIS
- Os Serviços Gerais têm a seu encargo o serviço de manutenção,
preservação, segurança e merenda escolar do Estabelecimento de Ensino,
sendo coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela
subordinado.
- Compõem os Serviços Gerais, mencionado no caput deste artigo,
servente, merendeira, vigia, inspetor de alunos e outros previstos em um
ato específico da Secretaria de Estado da Educação.
6.2.1.12 - COMPETE AO SERVENTE:
55
• efetuar a limpeza e manter em ordem as instalações escolares,
solicitando ao diretor a aquisição do material e produtos
necessários ao desempenho da função;
• efetuar tarefas correlatas a sua função.
6.2.1.13 - COMPETE À MERENDEIRA
• preparar e servir a merenda escolar, controlando-a
quantitativamente e qualitativamente;
• informar ao Diretor do Estabelecimento de Ensino da
necessidade de reposição de estoque;
• conservar o local de preparação da merenda em boas condições
de trabalho e higiene, procedendo a limpeza e arrumação;
• efetuar tarefas correlatas à sua função.
6.2.2.14 - COMPETE AO VIGIA:
I – efetuar rondas periódicas de inspeção, com vistas a zelar pela
segurança do Estabelecimento de Ensino;
II – impedir a entrada, no prédio ou áreas adjacentes, de pessoas
estranhas e sem autorização, fora do horário de trabalho, como medida
de segurança;
III – comunicar à chefia imediata qualquer irregularidade ocorrida
durante o seu plantão, para que sejam tomadas as devidas providências;
IV – zelar pelo prédio e suas instalações, procedendo aos reparos
que se fizerem necessários levando ao conhecimento do seu superior,
qualquer fato que depende de serviços especializados, para reparo e
manutenção;
V – efetuar tarefas correlatas à sua função.
56
6.2.2. - RELAÇÃO ENTRE ASPECTOS PEDAGÓGICOS E
ADMINISTRATIVO.
As práticas administrativa e pedagógica da comunidade escolar
devem funcionar em sintonia mútua para que as formas de convivência
no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e implementação de
políticas, a organização funcional burocrática e a organização da
documentação escolar e os procedimentos de avaliação sejam coerente e
sistematizados por todos os envolvidos.
Baseado nesta concepção de integração salientamos alguns itens
que devem estar entre os aspectos pedagógicos e administrativos:
• A supervisão, compreende articular e acompanhar os processos de
funcionamento tanto pedagógico como administrativo.
• é de responsabilidade da supervisão acessorar a secretaria quando a
necessidade de elaborar processos de regularização de vida escolar,
adaptação, classificação, reclassificação e aceleração de estudos.
• Colaborar a efetivação de matrículas e acompanhar a solicitação junto
aos alunos da documentação escolar exigida
• Dar suporte no atendimento e qualidade dos serviços prestados.
• A regularização dos registros de atas de conselho de classe e
documentação de arquivo.
• Colaborar na elaboração e execução do cronograma de matrículas no
início e término do ano.
• Acompanhar a execução dos programas suplementares do governo
estadual e federal como, transporte escolar, bolsa família e
alimentação escolar.
• Articular junto ao corpo docente fazendo cumpri a data e o
cronograma de entregas de canhotos de notas na secretaria para fins
de registros, boletins, ficha individual e relatórios.
6.2.3 – PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS.
57
Para que a escola exerça sua função que é ensinar, deve haver
integração com os segmentos sociais, responsáveis e suficiente para
resgatarem os valores sociais, familiares, culturais e religiosos.
Priorizamos uma educação voltada às necessidades do meio em que
vivemos, e também acreditamos que somos capazes de construir uma
educação ágil, funcional e bem administrada. Essa conscientização deve
partir da própria escola x família, que amparada pelas instituições oficiais
deve ter todo o apoio logístico no que se refere a participação da gestão
democrática da escola. Mas para que isto aconteça exige-se uma
coordenação cooperativa por parte de cada estância que faz parte do
colegiado escolar.
Consideramos como estâncias colegiadas que contribui para o bem
comum:
• APMF – Associação de Pais Mestres e Funcionários de
natureza jurídica e direito privado, é um órgão de
representação de pais, mestres e funcionários do
Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter político
partidário, religioso, racial e nem fins burocrátivos, não
sendo remunerados os seus Dirigentes e Conselheiros,
sendo constituído por prazo determinado.
A APMF da escola tem como objetivo, discutir as ações de
assistência ao educando, de aprimoramento do ensino e integração
família-escola comunidade, de acordo com a proposta pedagógica para
apreciação do conselho escolar e equipe – pedagógica administrativa.
Ela também busca a integração dos segmentos da sociedade
organizada, no contexto escolar, discutindo a política educacional,
visando sempre a realidade dessa comunidade. Ela proporciona condições
ao educando, para participar de todo o processo escolar, estimulando sua
organização em Grêmio Estudantil com o apoio da APMF e conselho
Escolar.
Também como órgão jurídico e privado procura representar os reais
interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa forma, para a
58
melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola gratuita e universal,
da mesma forma como promover o entrosamento entre pais, alunos,
professores e funcionários e toda a comunidade através de atividades
sócio-educativa cultural – desportivas, ouvindo o Conselho Escolar.
Procura gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes
forem repassados através de convênios, de acordo com o Conselho
Escolar com registro em livro, ata, bem como a manutenção e
conservação do prédio escolar:
6.2.4. - AS ATRIBUIÇÕES DA APMF
I. Acompanhar o desenvolvimento da proposta pedagógica,
sugerindo as alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do
estabelecimento de ensino, para deferimento ou não;
II.Observar as disposições legais e regulamentares vigentes,
inclusive Resoluções emanadas da Secretaria de Estado de Educação, no
que concerne à utilização das dependências da Unidade Escolar para a
realização de eventos próprios do estabelecimento de ensino.
III.Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para
pais, alunos, professores, funcionários, assim como para a comunidade,
após análise do Conselho Escolar;
IV.Promover palestras, conferências e grupos de estudos,
envolvendo pais, professores, alunos, funcionários e comunidade, a partir
de necessidades apontadas por esses segmentos, podendo ou não ser
emitido certificado, de acordo com os critérios da SEED;
V.Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da
entidade, com as necessidades dos alunos comprovadamente carentes;
VI.Convocar, através de edital e envio de comunicado, a todos os
integrantes da comunidade escolar, com no mínimo 2 (dois) dias úteis
59
de antecedência, para a Assembléia Geral Ordinária, e com no
mínimo 1 (um) dia útil para a Assembléia Geral Extraordinária, e
horário compatível com o da maioria a da comunidade escolar, com
pauta claramente definida na convocatória;
VII.Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos
recursos advindos de convênios públicos mediante a elaboração de
planos de aplicação, bem como, reunir-se para prestação de contas
desses recursos, com registro em ata;
VIII.Apresentar balancete semestral aos integrantes da
comunidade escolar, através de editais e em Assembléia Geral;
IX.Registrar em livro ata da APMF, com as assinaturas dos
presentes, as reuniões de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal,
preferencialmente com a participação do Conselho Escolar;
X.Registrar as Assembléias Gerais Ordinárias e
Extraordinárias, em livro ata próprio e as assinaturas dos
presentes, no livro de presença (ambos livros da APMF);
XI.Registrar em livro próprio a prestação de contas de valores e
inventários de bens (patrimônio) da associação, sempre que uma nova
Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal tomarem posse, dando-se
conhecimento à direção do estabelecimento de ensino;
XII.Aplicar as receitas oriundas de qualquer contribuição
voluntária ou doação, comunicando irregularidade, quando constatadas,
à Diretoria da Associação e à Direção do Estabelecimento de Ensino;
XIII.Receber doações e contribuições voluntárias, fornecendo o
respectivo recibo, preenchido em 02 vias;
XIV.Promover alocação de serviços de terceiros para prestação
de serviços temporários na forma prescrita no Código Civil ou
Consolidação das Leis do Trabalho mediante prévia informação à
Secretaria de Estado da Educação;
60
XV.Mobilizar a comunidade escolar, na respectiva de sua
organização enquanto órgão representativo para que esta comunidade
expresse suas expectativas e necessidades;
XVI.Enviar cópia da prestação de contas da Associação à Direção
do Estabelecimento de Ensino, depois de aprovada pelo Conselho
Deliberativo e Fiscal e, em seguida, torná-la pública;
XVII.Apresentar , para aprovação, em Assembléia Geral
Extraordinária, atividades com ônus para os pais, alunos, professores,
funcionários e demais membros da APMF, ouvido o Conselho Escolar do
Estabelecimento de Ensino;
XVIII.Indicar entre os seus membros, em reunião de Diretoria,
Conselho Deliberativo e Fiscal, o(s) representante(s) para compor o
Conselho Escolar;
XIX.Celebrar convênios com o Poder Público para o
desenvolvimento de atividades curriculares, implantação e
implementação de projetos e programas nos Estabelecimentos de Ensino
da rede Pública Estadual, apresentando plano de aplicação dos recursos
públicos eventualmente repassados e prestação de contas ao Tribunal
de Contas do Estado do Paraná dos recursos utilizados;
XX.Celebrar contratos administrativos com o Poder Público, nos
termos da Lei Federal n.º 8.666/93, prestando-se contas ao Tribunal de
Contas do Estado do Paraná, dos recursos utilizados como
acompanhamento do Conselho Escolar;
XXI.Celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado
ou com pessoas físicas para a consecução dos seus fins, nos termos da
legislação civil pertinente, mediante prévia informação à Secretaria de
Estado da Educação;
XXII.Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda
documentação referente a APMF, obedecendo a dispositivos legais e
normas do Tribunal de Contas;
61
XXIII.Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento
do presidente por 30 dias consecutivos anualmente, dando-se ciência ao
Diretor do Estabelecimento de Ensino.
XXIV.
Manter atualizado o Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica(CNPJ) junto à Receita Federal, a RAIS junto ao
Ministério do Trabalho, a Certidão Negativa de Débitos do
INSS, o cadastro da Associação junto ao Tribunal de Contas do
Estado do Paraná, para a solicitação da Certidão Negativa, e
outros documentos da legislação vigente, para os fins necessários.
OBS: Também está Garantido no Estatuto da APMF. A
Constituição de bens móveis e imóveis, que são incorporados
a qualquer título:
- Fixada em reunião de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal, e
Conselho Escolar, com a maioria de seus membros, no final do ano letivo.
Tal contribuição não poderá ultrapassar anualmente a 10% do salário
mínimo vigente;
- Recolhida mediante recibos numerados, emitidos em duas vias,
sendo uma via para o integrante contribuinte e a outra para tesouraria
da Associação de Pais, Mestres e Funcionários;
- Fixada por família, independente do número de filhos
matriculados na Unidade Escolar, por professores e funcionários;
- Aos pais, responsáveis legais ou responsáveis pelo
acompanhamento da vida escolar do(a) aluno(a), professores e
funcionários que contribuírem com valores maiores que o limite fixado,
será fornecido, além do recibo de contribuição social, outro recibo a
título de doação, com a diferença de valor;
- O total arrecadado com as contribuições voluntárias, será
depositado em estabelecimento bancário, em conta vinculada da APMF,
62
ou similares, a ser movimentada conjuntamente pelo Presidente e
Tesoureiro da Associação, devendo ser endossada por um dos pois do
Conselho Deliberativo e Fiscal escolhido pelos demais;
- Os recursos arrecadados serão utilizados para melhoria da
qualidade do ensino e atendimento do aluno carente, ouvido o Conselho
Escolar, em consonância com a proposta pedagógica do Estabelecimento
de Ensino;
- A contribuição voluntária não poderá ser vinculada ao ato de
matrícula, podendo acontecer em qualquer época do ano letivo.
- A contribuição social voluntária, poderá ser moeda corrente ou
outras formas de arrecadação, tais como: materiais de consumo, de
expediente e serviços.
- O descumprimento dos dispositivos elencados neste capítulo
ensejará responsabilidade civil dos membros da Diretoria e Conselho
Deliberativo e Fiscal da APMF ou similares, cabendo a defesa com
recursos;
6.2.5. - DO PATRIMÔNIO
O patrimônio da APMF é constituído pelos bens móveis e
imóveis, incorporando qualquer título:
I.Os bens móveis e imóveis, assim como os valores da APMF,
devem ser obrigatoriamente contabilizados e inventariados em livro
próprio, integrando seu patrimônio e ficando sob responsabilidade da
Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal, permanecendo uma cópia
atualizada do registro com a Direção do Estabelecimento de Ensino;
II.A APMF deve manter em dia o cadastro de seu patrimônio;
III.A compra, venda ou doação do todo ou de parte do patrimônio
da APMF, deverá ser decidida em Assembléia Geral pela maioria dos
votos;
63
IV.Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em
livros próprios, assegurando a respectiva exatidão dos registros
contábeis.
O patrimônio público não integrará o patrimônio da APMF, ou
similares, em nenhuma hipótese.
6.2.6. - OS RECURSOS DA APMF SERÃO PROVENIENTES DE:
I.Contribuição social voluntária dos integrantes;
II.Auxílio, subvenções e doações eventualmente concedidos pelos
poderes públicos e pessoas físicas ou jurídicas;
III.Campanhas e promoções diversas em conformidade coma
legislação vigente;
IV.Juros bancários e correções monetárias provenientes de
aplicações em Caderneta de Poupança e/ou Conta Corrente;
V.Investimentos e operações monetárias previamente autorizadas
pelo Conselho Deliberativo e Fiscal e o Conselho Escolar;
VI.Recursos auferidos a partir da celebração de convênios e
contratos, administrativos e civis, com pessoas de direito público e
privado, observando-se a legislação em vigor;
VII.Exploração da Cantina Comercial, respeitando-se a legislação
específica;
A Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF no início do
ano letivo deverão elaborar, com base em seus objetivos, um plano de
ação, aplicação de recursos, atendendo ao desenvolvimento de ações que
representem os reais interesses da comunidade escolar, ouvida a
Assessoria Técnica conforme Proposta Pedagógica;
- As despesas mensais da APMF, acima de 3 (três) salários
mínimos, deverão ser autorizadas em primeira instância pela Diretoria e
Conselho Deliberativo e Fiscal, Conselho Escolar e em . Segunda
64
instância pela Assembléia Geral ouvido o Conselho Escolar do
estabelecimento de ensino;
- As despesas mensais da APMF, compreendidas entre 2(dois) e 3
(três) salários mínimos serão autorizadas em primeira instância, pelo
Conselho Deliberativo e Fiscal e, em segunda instância pela assembléia
Geral ouvido o Conselho Escolar, atendendo-se preferencialmente o
disposto no inciso V, do Art. 3.º, deste estatuto;
- As despesas mensais da APMF até o limite de 2 (dois) salários
mínimos serão autorizadas pelo Presidente e Tesoureiro, conforme
prioridades estabelecidas no inciso V do artigo 3.º.
- As despesas efetuadas com recursos provenientes de convênios e
contratos celebrados com entidades públicas, deverão ser submetidas,
também, à aprovação do Conselho Escolar, conforme determinado no
instrumento específico;
6.2.7. - INTEGRANTES DA APMF
- Serão integrantes efetivos todos os Pais, ou responsáveis legais,
Mestres e Funcionários da Unidade Escolar.
- Serão integrantes colaboradores, ex-alunos, pais de ex-alunos, ex-
professores, ex-funcionários e membros da comunidade que
manifestarem o desejo de participar.
- Serão integrantes honorários, por indicação dos integrantes
efetivos, com a aprovação da Assembléia Geral, todos aqueles que
tenham prestado relevantes serviços à educação e à APMF.
- São considerados Mestres para efeito deste estatuto todos os
professores e especialistas em exercício na unidade escolar.
Constituem direitos dos integrantes efetivos:
65
I.Votar e ser votado;
II.Apresentar novos integrantes para ampliação no quadro social;
III.Apresentar sugestões e oferecer colaboração à APMF;
IV.Convocar Assembléia Geral Extraordinária, observando o
disposto no parágrafo único do artigo 18;
V.Solicitar em Assembléia Geral, esclarecimentos acerca do
controle dos recursos e encaminhamentos da APMF;
VI.Verificar a qualquer momento que se fizer necessário, livros e
documentos da APMF;
VII.Participar das atividades promovidas pela APMF, bem como,
solicitar utilização das dependências do estabelecimento nos termos do
artigo 4.º do inciso II deste Estatuto.
6.2.7.1 - DEVERES DOS INTEGRANTES EFETIVOS:
I.Participar e estimular o envolvimento dos demais componentes
nas atividades propostas pela APMF;
II.Conhecer, respeitar e fazer cumprir este Estatuto assim como as
deliberações da APMF;
III.Comparecer às assembléias Gerais e às reuniões da APMF;
IV.Desempenhar cargos e as atribuições que lhe forem confiadas;
V.Colaborar na solução dos problemas do aluno, professor,
funcionário e do estabelecimento;
VI.Tratar com respeito os alunos e demais integrantes.
Os integrantes que não compõem o quadro da Diretoria e Conselho
Deliberativo e Fiscal não respondem subsidiariamente pelas obrigações
da Associação.
Apresentar sugestões à Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal,
em Assembléia Geral, oferecendo colaboração á APMF
66
;Participar das atividades promovidas pela APMF, conhecendo,
respeitando e fazendo cumprir este Estatuto.
6.2.8 - CONSELHO ESCOLAR
- Esse Conselho é um órgão colegiado de natureza consultiva,
deliberativa e fiscal, com o objetivo de estabelecer, para o âmbito escolar,
critérios relativos a sua ação, organizando, funcionando, e relacionando-
se com a comunidade, limitado a legislação em vigor e compatível com as
diretrizes e política educacional, traçadas pela Secretaria de Estado da
Educação.
Sua finalidade é promover a articulação entre os setores da escola
e os segmentos da sociedade, a fim de garantir a eficiência e a qualidade
de seu funcionamento.
6..2.8.1. - O CONSELHO ESCOLAR SERÁ CONSTITUÍDO PELAS
SEGUINTES CATEGORIAS:
a) diretor;
b) Representante da Supervisão de Ensino ou da Orientação
Educacional;
c) Representante da Equipe Administrativa;
d) Representante de Professores atuantes em sala de aula por
grau e modalidade de ensino.
e) representante de aluno por grau e modalidade de Ensino;
f ) representante de pais ou responsáveis por aluno regularmente
matriculado, por grau e modalidade de ensino;
g) representantes indicados pelos segmentos organizados da
sociedade, no mínimo um no máximo cinco, designados pelo
Secretário de Estado da Educação em ato próprio.
67
- O número de representantes da escola (alíneas b,c,d e e) deverá
ser igual ao número dos demais representantes (pais e segmentos
organizados da sociedade), obedecendo ao critério de paridade.
- Caso haja um maior número de membros entre as categorias de pais e
representantes dos segmentos organizados da sociedade, a paridade se
confirmará com igual número de professores.
- Caso haja maior número de membros entre as categorias contidas
nas alíneas b, c, d, e, a paridade se confirmará com igual número de pais.
- No caso do estabelecimento de ensino não poder contar com
representação de um ou mais categorias, o Conselho Escolar não levará
em conta, devendo, entretanto, manter a paridade.
- com antecedência mínima de cinco dias úteis;
- através de convite e edital de convocação, contendo local, datas,
horário e pauta da reunião;
- Em primeira convocação, com a presença de um terço de seus
pares ou, segunda convocação, após 30 minutos, com qualquer quorum.
- A presidência do Conselho Escolar será exercida pelo diretor do
Estabelecimento de Ensino, na qualidade de membro nato.
- O mandato dos integrantes do Conselho Escolar será por dois
anos, não deverá coincidir com o mandato do Diretor, na forma de lei
vigente.
- Os representantes das categorias que foram eleitos por seus
pares, terão seus nomes relacionados e encaminhados pelo diretor do
Estabelecimento de Ensino, ao Secretário de Estado da Educação, para
designação como membros do Conselho Escolar, em ato próprio.
- Os membros do Conselho Escolar não receberão qualquer tipo de
remuneração e nem terão qualquer vínculo empregatício com o Estado.
- Caso a atuação do Conselho Escolar não seja condizente com as
normas estabelecidas neste regimento ou incompatíveis com a dignidade
de suas funções, o Secretário de Estado da Educação, no uso de suas
atribuições, poderá destituí-lo como um todo mediante instauração do
processo administrativo ou disciplinar, devendo ser constituído um novo
Conselho Escolar.
68
6.2.8.2. - SÃO ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR:
I – analisar e aprovar o Plano Anual do Estabelecimento de Ensino;
II – acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às
diretrizes, prioridades e metas estabelecidas no plano anual;
III – analisar projetos propostos por todas as categorias que
compõem a comunidade escolar, no sentido de avaliar sua
necessidade de implantação, e aprovar se for o caso;
IV – apreciar e julgar o caso dos alunos que não cumprirem seus
deveres e infringirem as normas expressas no regulamento interno
do estabelecimento de ensino;
V – apreciar e emitir parecer quanto a reivindicações e consultas da
Comunidade Escolar sobre questões de seu interesse ou que digam
respeito ao cumprimento do regime escolar;
VI – apreciar e aprovar o Plano de Aplicação e Prestação de Contas
de Recursos Financeiros;
VII – apreciar e emitir parecer sobre desligamento de um ou mais
membros do Conselho Escolar, quando do não cumprimento
incompatível com a dignidade da função, encaminhado tal
documento para a Secretaria de Estado da Educação;
VIII – supervisionar, juntamente com o Diretor, a exploração da
Cantina Comercial, conforme a Lei vigente;
IX – deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela direção,
pertinentes ao âmbito de ação da escola;
X – contribuir com propostas na execução do Projeto Político
Pedagógico da escola
6.2.8.3. - O FUNCIONAMENTO DO CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar dar-se-á através de:
69
I – reuniões ordinárias bimestrais convocadas pelo presidente, com
72 (setenta e duas) horas no mínimo de antecedência, com pauta
claramente definida no ato de convocação;
II – reuniões extraordinárias sempre que necessário:
a) por convocação do Presidente do Conselho Escolar;
b) a pedido de um terço de seus membros em requerimento
dirigido ao presidente, especificando o motivo da convocação.
- As reuniões extraordinárias também terão sua convocação com 72
(setenta e duas) horas de antecedência, com pauta claramente definida
no ato da convocação.
- As reuniões ordinárias e extraordinárias realizar-se-ão, em
primeira convocação, com um terço dos membros do Conselho Escolar
ou, em segunda convocação, 30 minutos após, com qualquer quorum.
- As reuniões serão lavradas em livro próprio aberto para esta
finalidade por secretário ad hoc, para registro, comunicação ou
divulgação.
- Na ausência injustificada de 3 (três) reuniões consecutivas ou 5
(cinco) intercaladas, no período de l (um) ano, o membro do conselho será
destituído e o procedimento do cargo de representação das categorias
mencionadas no Art. 13, dar-se-á mediante nova eleição.
6.2.9. - DA ORGANIZAÇÃO E REGIME DIDÁTICO
O Colégio Estadual Castro Alves – EFM, de acordo com sua
especificidade, mantém o Ensino Fundamental 5ª/8ª série e Ensino Médio
Regular, de freqüência mista em turnos, matutino, vespertino e noturno.
6.2.9.1. - DOS CURRÍCULOS E PROGRAMAS
70
O Colégio Estadual Castro Alves teve o seu Plano Curricular e
Programas de Disciplinas devidamente aprovados pelo Núcleo Regional
de Pato Branco.
- Os programas complementam as orientações emanadas da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
- Os programas das disciplinas contemplam, também, a proposta
de Transversalidade nos termos propostos pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais.
- O Plano Curricular, incluso no Projeto de implantação, contempla
a filosofia e as diretrizes pedagógicas definidas pela Secretaria de Estado
da Educação.
6.2.9.2. - DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação deve ser entendida como um aspecto de ensino pelo
qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu
próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o
processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus
resultados e atribuir-lhes valor.
A avaliação deve dar condições para que seja possível o professor
tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de
aprendizagem.
A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao
estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo com
adequação dos conteúdos e métodos de ensino.
A avaliação deve possibilitar novas alternativas para o
planejamento do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como
um todo.
A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o
desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem.
A avaliação utilizará técnicas e instrumentos diversificados.
71
O disposto neste artigo aplica-se a todos os componentes
curriculares, independente do respectivo tratamento metodológico.
É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só
oportunidade de aferição.
A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem a
comparação entre os parâmetros indicados pelos conteúdos de ensino,
evitando-se a comparação dos alunos entre si.
Na avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os
aspectos qualitativos da aprendizagem, considerada a
interdisciplinaridade e a multidisciplinariedade dos conteúdos.
Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à
elaboração pessoal, sobre a memorização.
Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser
contínua, permanente e cumulativa.
A avaliação deverá obedecer à ordem e à seqüência do ensino e da
aprendizagem, bem como à orientação do currículo.
Na avaliação deverão ser considerados os resultados obtidos
durante o período letivo, num processo contínuo cujo resultado final
venha a incorpora-los, expressando a totalidade do aproveitamento
escolar, tomado na sua melhor forma.
Caberá ao órgão indicado pelo Regimento Escolar (Conselho de
Classe) o acompanhamento do processo de avaliação da série, devendo
debater e analisar todos os dados intervenientes na aprendizagem.
A individualidade do aluno e o seu domínio dos conteúdos
necessários deverão ser assegurados nas decisões sobre o processo de
avaliação.
A avaliação do ensino no geral, deverá adotar procedimentos
próprios, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do aluno.
A aprendizagem de que trata este artigo deverá levar em
consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua
participação nas atividades realizadas, atribuindo notas de 0 a 10,0.
72
A avaliação deverá ser registrada em documentos próprios, a fim de
serem asseguradas à regularidade e a autenticidade da vida escolar do
aluno.
6.2.9.3. - DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
O aluno cujo aproveitamento escolar foi insuficiente poderá obter a
aprovação mediante recuperação de estudos, proporcionados
obrigatoriamente pelo estabelecimento.
A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de
estudos e os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento do aluno
foi considerado insuficiente.
A recuperação é um aspecto da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pela qual o aluno, com aproveitamento
insuficiente, dispõe de condições que lhe possibilitem a apreensão de
conteúdos básicos.
Este Estabelecimento de Ensino proporcionará recuperação de
estudos, concomitante ao período letivo.
Entende-se por período letivo a carga mínima anual de 800 horas
distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar.
A recuperação de estudos deverá constituir um conjunto integrado
ao processo de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos.
A recuperação de estudos realizada durante o ano letivo será
considerada para efeito de documentação escolar.
Os resultados da recuperação deverão incorporar-se aos das
avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais
um componente do aproveitamento escolar.
Neste estabelecimento obedecendo a LDB, a recuperação será feita
preferencialmente de forma paralela ao conteúdo e avaliação (prova).
6.2.3.16 - GRÊMIO ESTUDANTIL
73
O Grêmio é a organização dos estudantes na escola. Ele é formado
por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades culturais e
esportivas, produzindo jornais, organizando debates sobre assuntos de
interesses dos estudantes, que não fazem parte do Currículo Escolar, e
também organizando reivindicações, tais como compras de livros para
biblioteca, transporte gratuito para estudantes, e muitas outras coisas.
O Grêmio Estudantil não terá caráter político- partidário, religioso,
racial e também não deverá ter fins lucrativos. É muito importante o
Grêmio na escola pois ele é um órgão reconhecido de apoio a direção
escolar.
A organização, o funcionamento e as atividades do Grêmio serão
estabelecidas em seu Estatuto, aprovado em Assembléia Geral do corpo
dicente do Estabelecimento de Ensino, convocada para este fim
obedecendo a Legislação pertinente.
6.3 – RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEUS
PROJETOS
Toda e qualquer proposta inovadora em educação exige dos
participantes a integral adesão à mesma e firmeza de propósito para que
possa realizar seu projeto.
A escola ao se propor a realizar o seu Projeto Político Pedagógico
deve contar com seus administradores, especialista em educação
professores, funcionários, alunos e comunidade em geral para que juntos
unam as forças para implementar e implantar ações voltadas para uma
tendência PROGRESSISTA TRANSFORMADORA.
Dentro dessa visão Progressista Transformadora a escola dispõe,
dos seguintes recursos:
• aspectos históricos da escola
• diagnóstico da realidade
• aspectos conceituais
74
• aspectos situacionais
• aspectos operacionais
• conteúdos
• grade curricular
• plano de ação
• APMF
• Regimento Interno
• Conselho Escolar
• Grêmio Estudantil
6.4 – CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR,
HORÁRIOS DIAS LETIVOS E NÃO - LETIVOS
Este estabelecimento de Ensino elaborará anualmente o calendário
escolar próprio de acordo com instrução especifica da SEED.
Após a elaboração, o Calendário Escolar será encaminhado para
apreciação e aprovação do Conselho Escolar e posteriormente será
enviado ao Núcleo Regional de Educação para a homologação.
6.5 –CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS
ESPAÇOS EDUCATIVOS.
O Colégio Estadual Castro Alves, prioriza o bem estar dos alunos,
atendendo de acordo com a sua demanda escolar, distribuindo as turmas
em sala de aula arejadas, protegidas do sol, com cortinas adaptáveis as
intempéries do clima com boa luminosidade e o quadro de giz instalado
com boa visibilidade para o aluno
Este estabelecimento conta com 12 salas de aula, l sala de vídeo, l
sal para laboratório de informática, l sala para o laboratório de ciências,
75
física e biologia, l sal para deficiente auditivo, l sala de recursos, l sala
para a secretaria de lª a 4ª série e l sala para a secretaria de 5ª a 8ª série
e Ensino Médio. Conta também com uma sala para biblioteca l sala para
coordenação pedagógica de lª a 4ª série e uma para 5ª a 8ª série e
Ensino Médio, l sala para professores e uma sala de direção. Possui
cantina que funciona de acordo com as normas da SEED. E para eventos
sociais, pedagógicos, esportivo, com um salão nobre. l sala para projetos
do pré a 4ª série.
6.6 - CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E
DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR EM RAZÃO DE
ESPECIFICIDADES;
O Colégio Estadual Castro Alves Ensino Fundamental de 5ª e 8ª e
Ensino Médio, organiza suas turmas no final do ano, após encerrar suas
atividades letivas, montando as turmas conforme já estão organizadas na
série anterior. A confirmação da matricula já é feita no momento da
entrega do resultado ao aluno, e confirmado pelos pais e ou responsáveis
no final do ano em primeira chamada aos alunos que já estão
freqüentando este estabelecimento. Para as matriculas novas, os alunos
vão recebendo a vaga conforme montada as turmas até 35 alunos quando
houver mais de uma turma da mesma série e no mesmo turno. No caso de
formar uma turma só por série no mesmo turno, a turma poderá ter no
mínimo 18 alunos.
De acordo com o regimento interno do estabelecimento a matrícula
é o ato formal que vincula o educando a este Estabelecimento de Ensino,
conferindo-lhe a condição de aluno.
A matrícula será requerida pelo interessado ou por seus
responsáveis, quando menor de 18 anos, e deferida pelo Diretor do
Estabelecimento, em conformidade com os dispositivos regimentais, no
prazo Máximo de 60 dias.
76
Matricula por Transferência é aquela pela qual o aluno, ao se
desvincular de um Estabelecimento de Ensino, vincula-se ato continuo, a
outro congênere, para prosseguimento dos estudos em curso.
A transferência feita para estabelecimento não autorizado estará
automaticamente invalidada, permanecendo o vínculo do aluno com o
estabelecimento de origem.
Os registros referentes ao aproveitamento e a assiduidade do aluno,
até a época da transferência, são atribuições exclusivas do
estabelecimento de origem, devendo ser transpostos para a
documentação escolar do aluno no estabelecimento de destino sem
modificações.
Em caso de duvida quanto à interpretação dos documentos, este
estabelecimento de ensino solicitara ao de origem, antes de efetivar a
matricula, os elementos indispensáveis ao seu julgamento. Em
conformidade com os dispositivos regimentais, no prazo de 60 (sessenta)
dias.
As aulas estarão disponível aos professores com padrão no final do
ano letivo de acordo com classificação da SEED, por disciplina especifica
do professor. As aulas que sobrarem serão distribuídas em leilão publico
conforme normas da SEED e pelo vinculo de regime de trabalho do
professor.
6.7 - DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO
PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE, DO CURRÍCULO, DAS
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO -
PEDAGÓGICO;
O Colégio Estadual Castro Alves além do conhecimento
propriamente dito dos valores éticos e políticos e das concepções de
aprendizagem, junto aos seus aluno procura manter um ambiente
sociável com seus docentes com sua equipe administrativa e com equipe
77
de serviços gerais. O trabalho em grupo, em cooperação e ajuda mutua é
entendido como diretriz em todos os setores. A partir do momento em
que atitudes de cooperação entre todos forem observados e realizadas
estará promovendo e contribuindo para que nós, enquanto promotores e
mediadores de nossos alunos objetivamos a formação de cidadãos
capazes de conviver harmonicamente na sociedade da qual fazemos
parte.
Este projeto político pedagógico é um compromisso assumido por
todos os que fazem parte deste estabelecimento. Ao elaborarmos,
buscamos traçar uma ação intencional com um sentido explícito e
transparente, onde coletivamente todos puderam expressar e participar
de suas ações.
Nesse sentido é importante que as opiniões de todos sejam
realmente levadas em contas e utilizadas em conclusões ou decisões
tomadas na escola e amplamente divulgadas. Nessa forma de ação,
revelam-se diferentes valores, explecitam-se conflitos e busca-se melhor
convivência.
A discussão ampla na qual a opinião do outro é respeitada, em que
há liberdade de colocar opiniões, em que é enfatizado o compromisso
com o coletivo da escola e com o bem estar de todos possibilitará um
novo olhar para o cotidiano, um olhar que tem como objetivo a
participação na construção da cidadania.
6.8 - INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTOS AOS EGRESSOS
Ao emitir a transferência do aluno é obrigação da escola
acompanhar o trâmite legal da efetivação da matricula no
estabelecimento indicado pelos seus responsáveis. Caso o aluno não
procure a escola mencionada e não faça sua matricula, a escola de
origem deve comunicar o Conselho Tutelar para tomar as devidas
providencias. Esse trabalho é filtrado via sistema Escola e a comunicação
acontece entre o representante deste sistema é a escola. Todo o aluno
78
matriculado recebe um código do SERE, o qual é utilizado para fazer
auditorias onde é detectado o problema.
6.9 - PRÁTICA AVALIATIVAS E APROVEITAMENTO,
CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E DEPENDÊNCIA
Sabedores que somos de que a Escola é um espaço institucional,
que se destina a transmitir às novas gerações o saber desenvolvido pela
humanidade e suscitar a auto-compreensão histórica do inventario "sócio
cultural", o educando poderá criar em outras formas de vivência social,
cada vez mais próximas à humanidade.
Cabe aos educadores comprometidos com o desenvolvimento da
sociedade criar mecanismos sistemáticos de formação de princípios
acompanhamento e avaliação como forma de construção e formação do
conhecimento do aluno para uma nova cultura do século XXI.
Desta forma, vemos a avaliação como forma integrante do processo
de ensino e de aprendizagens, pois possibilita o diagnostico do ponto de
partida no trabalho com os alunos. Consideramos também um importante
instrumento para que o professor possa obter dados sobre o crescimento
deste processo. A avaliação é compreendida com o um conjunto de
atuações que tem a função de alimentar, sustentar e orientar a
intervenção pedagógica. Ela acontece num processo continuo e
sistemático, através da interpretação qualitativa do conhecimento
construído pelo aluno. Além disso, permite ao professor, conhecer o
quanto ele (o aluno) se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem
nos momentos de escolaridade, enquanto sujeito da prática pedagógica.
Portanto, a avaliação só acontece se esta estiver em estreita relação com
as propostas dos conhecimentos previstos e aos desafios que estes alunos
estão em condições de enfrentar. A avaliação da aprendizagem escolar
adquire seu sentido na medida em que se articula com o projeto
pedagógico e com seu consequentemente projeto de ensino.
79
Assim sendo, a avaliação escolar auxilia o educador e o educando
na sua viagem comum de crescimento e a escola na sua responsabilidade
social. Educador e educando, aliados constróem a aprendizagem,
testemunhando à escola e esta à sociedade. A avaliação neste contexto é
um ato amoroso, ora medida em que inclui o educando no seu curso de
aprendizagem, com qualidade transformando-o em um ser integro de
valores morais, éticos que lhe permita ser feliz.
Como avaliar se define a partir da concepção de ensino -
aprendizagem, da função da avaliação no processo educativo e das
orientações didáticas postas em prática. Assim, é fundamental a
utilização de diferentes códigos, como o verbal, o oral, o escrito, o
gráfico, o numérico, o pictórico, de forma a se considerar as diferentes
aptidões dos alunos. Considerando estas preocupações, o professor pode
realizar a avaliação pôr meio de observações sistemáticas e análise das
produções dos alunos.
Os critérios de avaliação tem um papel importante, pois explicitam
as expectativas de aprendizagem, considerando as competências e
habilidades propostas para o ciclo. Esses critérios apontam as
experiências educativas a que os alunos devem Ter acesso e são
considerados essenciais para o seu desenvolvimento e socialização.
Os critérios não expressam todos os conteúdos que foram
trabalhados no ciclo, mas apenas aqueles que são fundamentais para que
se possa considerar que um aluno adquiriu as capacidades previstas de
modo a poder continuar apreendendo no ciclo seguinte, sem que seu
aproveitamento seja comprometido. Devem permitir concretizações
diversas pôr meio de diferentes indicadores, em função das
características do aluno e dos objetivos e conteúdos definido.
Mediante esta concepção a avaliação deve ser entendida como um
dos aspectos pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da
aprendizagem e do seu próprio trabalho, com finalidades de acompanhar
e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como
diagnosticar seus resultados e atribuir-lhe valor.
80
Sendo assim, a avaliação deve ser processual, diagnostica e
contínua, visando determinar até que nível os objetivos e a programação
curricular estabelecida foram ou deixaram de ser alcançadas pelos
alunos.
6.10 - PROCESSO DE PROMOÇÃO - PROGRESSÃO, ACELERAÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE
ESTUDOS.
Os resultados de avaliação serão traduzidos em notas de zero a dez
vírgula zero (0 a 10), que serão registradas em documentos próprios com
o fim de assegurar a regularidade e autenticidade da vida escolar do
aluno,
Na avaliação do aproveitamento escolar deverão preponderar os
aspectos qualitativos da aprendizagem e o professor deverá dar mais
valor as questões em que se exige atividades critica, raciocínio lógico,
elaboração pessoal em lugar da memorização.
Caberá ao Conselho de Classe o acompanhamento do processo de
avaliação.
Quando o aluno não conseguir o rendimento esperado em
determinado objetivo de ensino, o professor deverá diagnosticar as
causas dos desvios e proporcionar condições imediatas para melhorar o
índice de aprendizagem.
O cálculo da média para efeito de aprovação, seguira a formula
abaixo:
MA = ( M lº B + M 2º B + M 3º B + M 4ºB) / 4 = 6,0
Serão considerados aprovados os alunos que apresentarem, ao final
do ano letivo, freqüência superior ou igual a 75% do total de horas letivas
e rendimento igual ou superior a 6,0 (seis virgula zero).
Serão considerados reprovados os aluno que ao final do ano letivo
apresentarem:
81
- Freqüência inferior a 75% do total de horas letivas e qualquer
rendimento;
- Qualquer freqüência e rendimento inferior a 6,0 (seis virgula
zero).
Os alunos com necessidades educacionais especiais serão
preferencialmente matriculados na rede regular de ensino, respeitado o
seu direito a atendimento adequado, também em estabelecimento de
ensino especializados.
Fica assegurado ao aluno, não vinculado a Estabelecimento de
Ensino, a possibilidade de ingressar na escola a qualquer tempo, desde
que se submeta a processo de classificação, aproveitamento e adaptação
previstos no regimento escolar, sendo que o controle de freqüência se
fará a partir da data efetiva da matricula.
O contido no artigo é extensivo a todo estrangeiro independente de
sua condição legal.
Respeitada as disposições legais a matéria e os limites
estabelecidos pelo regimento, nenhum estabelecimento poderá recusar-se
a conceder transferencia, a qualquer tempo para outro estabelecimento
de ensino.
O estabelecimento de origem tem o prazo de trinta (30) dias, a
partir da data de recebimento do requerimento, para fornecer a
transferencia e respectivos documentos.
Em caso de impossibilidade de cumprimento do prazo acima, o
estabelecimento deverá fornecer declaração, na qual consta a série para
qual o aluno está apto a se matricular, anexando cópia de matriz
curricular de compromisso de expedição de documento definitivo com
prazo prorrogado por mais trinta (30) dias.
Adaptação de estudos é o conjunto de atividades didático
-pedagógicas desenvolvidas, sem prejuízo das atividades previstas na
Proposta Pedagógicas da escola em que o aluno se matricular, para que
este possa seguir o novo currículo.
Havendo aproveitamento de estudos, o estabelecimento de ensino
transcreverá no histórico escolar a carga efetivamente cumprida pelo
82
aluno, nos estudos concluídos com aproveitamento na escola de origem,
para fins de calculo da carga horária total do curso.
Reclassificação é o processo pelo qual escola avalia o grau de
experiência do aluno matriculado, levando em conta as normas
curriculares gerais, a fim de encaminha-lo à etapa de estudos compatível
com sua experiência e desempenho, independentemente do que registre
o seu histórico escolar.
O resultado do processo de reclassificação realizado pela escola,
devidamente documentado, será encaminhado à SEED para registro.
Caberá ao NRE, acompanhar durante dois anos, o aproveitamento
escolar do aluno beneficiado por processo de reclassificação, nos casos
que julgar necessário.
Para revalidação de certificados e diplomas ou reconhecimento de
estudos completos realizados em estabelecimentos situados no exterior,
devem ser credenciados pelo CEE, estabelecimento de ensino
reconhecidos da rede publica.
No caso de denuncia ou suspeita de irregularidade na vida escolar
do aluno, a Secretaria da Educação procederá à verificação mediante
processo adequado.
6.10.1. - RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
O aluno cujo aproveitamento escolar for insuficiente poderá obter a
aprovação mediante a recuperação de estudos paralelos, proporcionados
pelo estabelecimento.
A proposta de recuperação de estudos indicara a área de estudos e
os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento do aluno foi
considerado insuficiente.
83
A recuperação será concebida como parte do aprendizado de forma
continua, onde os alunos com aproveitamento insuficiente terão
condições de apreender os conteúdos básicos.
A recuperação de estudos realizados durante o ano letivo será
considerada para efeito de documentação escolar.
Os resultados da recuperação serão incorporados aos das
avaliações realizadas durante o período letivo, constituindo-se em mais
um componente do aproveitamento escolar.
6.10.2. - FREQÜÊNCIA
Será obrigatória a freqüência mínima exigida por lei, às aulas e a
todas as atividades escolares sendo apuradas as faltas do primeiro ao
último dia letivo.
O aluno deverá apresentar ao final do ano letivo a freqüência
mínima, igual ou superior a 75% do total de honras letivas para a
aprovação.
- O total de horas letivas será de 800 (oitocentas) horas anuais;
- A freqüência de 75% corresponde a 600 (seiscentas) horas
letivas;
- Não há recuperação final por infrequência.
6.10.3. - CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Classificação é o procedimento que este Estabelecimento adota,
para posicionar o aluno em série, fase período, ciclo ou etapa compatível
com a idade, experiência e desempenho, adquiridos por meios formais ou
informais.
A classificação pode ser realizada:
84
- Por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento, a
série anterior na própria escola;
- Por transferencia, para candidatos procedentes de outras escolas
do país ou do exterior, considerando a classificação na escola de
origem;
- Independentemente de escolarização anterior, mediante
avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento
o experiência do candidato e permita sua inscrição na série,
ciclo, período, fase ou etapa adequada.
A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem,
e, exige as seguintes medidas administrativas para resguardar os direitos
dos alunos, das escolas e dos profissionais:
- proceder avaliação diagnostica documentada pelo professor ou
equipe pedagógica;
- comunicar ao aluno ou responsável a respeito do processo a ser
iniciado para obter deste o respectivo consentimento;
- organizar comissão formada por docentes, técnicos e direção da
escola para efetivar o processo;
6.11. - INCLUSÃO
6.11.1 - EDUCAÇÃO ESPECIAL AMPARO LEGAL ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Princípios Constitucionais
Artigo primeiro da Constituição Federal:
A soberania, a cidadania, a dignidade de pessoa humana.
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
85
O pluralismo político.
6.11.1. - DIREITOS SOCIAIS
A educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência
aos desamparados, (art. 6º, Constituição Federal).
Direitos Sociais na Constituição Federal:
Educação – art. 208
Saúde - art. 23
Assistência Social – art. 203
Acessibilidade – art 227 e 244
Lazer – art. 217
Esporte – art. 217
Cultura – art. 215
Trabalho – art. 7, 37 e 227
6.11.3. - Objetivos:
Constituir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a
pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação. ( art. 3º, I, III, IV – Constituição Federal).
6.11.3. - EDUCAÇÃO ESPECIAL FUNDAMENTOS LEGAIS
A Educação Especial, como modalidade da educação escolar,
organiza-se de modo a considerar uma aproximação sucessiva dos
pressupostos e da prática social da educação inclusiva a fim de cumprir
os seguintes dispositivos legais:
Constituição Federal de 1988.
86
• Artigo 203, Seção IV, Capítulo II, do Título VIII, da ORDEM
SOCIAL: - a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiências e a promoção de sua integração à
vida comunitária.
• Artigo 208, seção I, Capitulo III, Título VIII, da ORDEM
SOCIAL:
III – Atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiências, preferencialmente, na rede regular de ensino;
V – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um.
1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito publico e
subjetivo.
• Artigo 227
1º, II – Criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para portadores de deficiência física, sensorial ou
mental, bem, como de integração social do adolescente portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
2º, - Alei disporá normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso publico e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fins de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
de deficiência.
6.11.4. - LEI Nº 9.394/96 – LDB
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: dedica o capitulo V
à Educação Especial e estabelece:
87
Artigo 58 – Entende-se por educação especial, para efeitos desta lei,
a modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
1º - Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.
2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de
ensino regular.
3º - A oferta de educação especial, dever constitucional do estado,
tem inicio na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I – Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II – Terminalidade especifica para aqueles que não puderem atingir
o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental , em virtude
de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados;
III – Professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
IV – Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas
para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentarem uma habilidade superior nas
áreas artísticas, intelectual ou psicomotora:
88
V – Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino
regular.
– Órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação escolar, para
fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
O Poder Público, adotará, como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na
própria rede publica regular de ensino, independentemente do apoio às
instituições previstas neste artigo.
6.11.5. - PARECER CNE / CEB nº 17/2001, RESOLUÇÃO CNE /
CEB nº 02/01
Instituem as Diretrizes Nacionais para a Educação Especiais na
Educação Básica, documento fundamentado nos seguintes princípios:
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS, ÉTICOS, ESTÉTICOS E
POLÍTICOS.
- A preservação da dignidade humana;
- A busca da identidade;
- O exercício da cidadania.
6.11.6. - A PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA:
• Prática de exclusão devem ser banidas da sociedade
humana.
• Adoção dos princípios da dignidade e dos direitos humanos.
89
• Atitudes de comiseração e piedade levam a discriminação e
ao preconceito.
• O respeito à dignidade da qual está revestido todo ser
humano impõe-se como base e valor fundamental de todo
estudo e ações práticas e direcionados ao todo estudo e
ações praticas e direcionadas ao atendimento dos alunos
que apresentam necessidades especiais.
• A vida humana ganha riqueza quando construída e
experimentada tomando como referencia o principio da
dignidade.
• Toda e qualquer pessoa é digna e merecedora do respeito
de seus semelhantes e tem direito a boas condições devida e
oportunidade de realizar seus projetos.
• Como afirmação dos direitos de todo e qualquer indivíduo,
independente de sexo, raça, credo e com alguma
necessidade especial, cabe ao Estado garantir o acesso à
apropriação do saber sistematizado, à compreensão do
conhecimento e ao exercício do saber pensar.
6.11.7. - A BUSCA DA IDENTIDADE
• com o valor fundamental de DIGNIDADE, impõem-se o da
busca da IDENTIDADE.
• Trata-se de um caminho nunca acabado.
• Todo cidadão deve primeiro, tentar encontrar uma
identidade inconfundivelmente sua.
• A sociedade humana: simbologia do prisma.
• Abertura do indivíduo para o outro.
• Aproximação de duas realidades a sua e a do outro –
interação e extensão de si mesmo.
90
• A educação busca estabelecer relações pessoais e sociais de
solidariedade.
• A abertura solidária e sem preconceitos, poderá fazer com
que todos sejam dignos e iguais na vida social.
• A democracia definida pelo artigo I da Constituição Federal
estabelece:
- igualdade de oportunidades;
- sociabilidade – expressão das diferenças;
- pluralidade.
• Conjunto de valores: liberdade, tolerância, sabedoria para
conviver com o diferente.
• A atitude de preconceito está na direção oposta de uma
sociedade democrática e plural.
6.11.8 - O EXERCÍCIO DA CIDADANIA
• A construção de uma identidade própria e do
reconhecimento da identidade do outro traduz-se no direito
a igualdade e no respeito as diferenças.
• Os princípios da equidade reconhece a diferença e a
necessidade de haver condições diferenciadas para o
processo educacional.
• Se cada criança ou jovem brasileiro com necessidades
educacionais especiais estiver acesso ao conjunto de
conhecimento socialmente elaborados e reconhecidos como
necessários para o EXERCÍCIO da CIDADANIA, estaremos
dando um passo decisivo para a constituição de uma
sociedade mais justa e solidária.
6.11.9 - EDUCAÇÃO ESPECIAL
91
Sabe-se que os princípios gerais da Educação das pessoas com
necessidades educativas especiais, foram previamente delineadas pela
Constituição Federal Nacional – LDB ; Diretrizes Nacionais para
Educação Especial na Educação Básica; e pela Deliberação Estadual nº
02/03.
Eixo norteador para elaboração do Projeto Político Pedagógico da
escola que incorpora esta modalidade de educação escolar, a partir de
uma articulação com a família e a sociedade civil organizada.
Os sujeitos desse processo são educandos que apresentam
predominantemente, necessidades educacionais especiais, especiais,
temporariamente ou não. São cidadãos com possibilidades de
aprendizagem, que podem requer um “ato pedagógico” diferenciado dos
demais, exigindo uma postura institucional que prescreve o principio
elementar do ato educativo, voltado para os fins da educação nacional,
que são gerais e comuns a todos os indivíduos. Sendo assim, esta de
insere na transversalidade dos diferentes níveis de formação escolar e na
interatividade das demais modalidades da educação escolar.
Deve ocorrer na Instituição Escolar destinada a rede regular de
ensino, dentro dos principio da “escola inclusiva”, entendida como aquela
que além de acolher todos as crianças garanta uma dinamicidade
curricular que contemple mudar o caráter discriminatório da prática
pedagógica.
6.11.10 - ATENDIMENTO DO CAE - DA (CENTRO DE
ATENDIMENTO ESPECIALIZADO - DEFICIENCIA AUDITIVA).
O atendimento apresenta respaldo legal na deliberação nº 02/03
que fixa normas para a Educação Especial, modalidade de Educação
Especial., modalidade de Educação Básica para alunos com necessidades
educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná .
O Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná, usando das
atribuições que lhe são conferidas por lei, tendo em vista as disposições
92
constantes na Indicação nº 01/03, de Comissão Temporária de Educação
Especial e ouvida a câmara de Legislação e Normas delibera:
Artigo 1º, parágrafo único esta modalidade assegura educação de
qualidade a todos os alunos com necessidades educacionais especiais, em
todas as etapas da educação básica, e complementação ou substituição
dos serviços educacionais regulares, bem como a educação profissional
para engesso e progressão no trabalho, formação indispensável para o
exercício da cidadania.
Artigo 2º, a Educação Especial, dever constitucional do Estado e da
família, será oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino.
Artigo 3º, o atendimento educacional especializado será feito em
classes e escolas especiais ou por serviço especializados, sempre que, em
função das condições específicos dos alunos, não for possível sua
educação no ensino regular.
Artigo 5º, as necessidades educacionais especiais são definidas
pelos problemas de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter
temporário ou permanente, bem como pelos recursos e apoio que a
escola deverá proporcionar, objetivando a remoção das barreiras para a
aprendizagem.
Artigo, 6º será ofertado atendimento educacional especializado aos
alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes de:
II - Dificuldade de comunicação e sinalização demandando a
utilização de outras línguas, linguagens e códigos aplicáveis.
Artigo, 12 são considerados serviços de apoio pedagógico
especializados os de caráter educacionais diversificados ofertados pela
escola regular, para atender às necessidades educacionais especiais do
aluno.
Artigo, 13 para a escolarização de alunos com necessidades
educacionais especiais deverão ser previstas e providos pela
mantenedora, quando necessário, os serviços de apoio por:
I - Professor com habilitação ou especialização em Educação
Especial.
II - Professor interprete
93
III - Professor intinerante
IV - Professor de apoio permanente em sala de aula.
V - Instrutor de Língua Brasileira de Sinais - Libras.
VI - Recursos técnicos, tecnológicos, físicos e materiais específicos.
VII - Sala de Recursos
VIII - Centros de Atendimento Especializados.
O atendimento no CAE - DA (Centro De Atendimento Especializado
- Deficiência Auditiva), de apoio Pedagógico é para os alunos surdos que
freqüentam o ensino fundamental, médio e outras instancias da formação
acadêmica, município de Pato Branco, nas escolas estaduais ou privadas.
O atendimento é ofertado para os alunos surdos com dificuldades
de comunicação e sinalização que demandam a utilização de outra língua,
linguagens é códigos aplicáveis, além de técnicas e tecnologias que
auxiliam o aluno no entendimento do contexto escolar, dos conteúdos
ministrados nas mais diversas disciplinas.
O atendimento é ofertado no turno contrário, do ensino regular,
organizado por esonograma, agrupando alunos da mesma série ou nível
de ensino, com atendimentos de duas a três horas/aulas, duas vezes por
semana ou mais, dependendo da demanda de atendimento.
O apoio pedagógico contemplará a necessidade do aluno, nos
conteúdos que estão sendo ministrados no ensino regular, auxiliando no
entendimento dos conteúdos desenvolvidos e na realização de atividades
solicitadas, no ensino regular. Além de melhorar as competências de
leitura e escrita de Língua Portuguesa, que para o aluno surdo é
considerada sua Segunda língua, e dominar os conceitos básicos
matemática.
6.11.11 - SALA DE RECURSOS
A sala de Recursos é uma modalidade da Educação Especial que
tem por objetivo atender educandos da escola em que ela estiver
94
implantada como de outras escolas das mediações, cujo desenvolvimento
educacional requer atendimento complementar diferenciado.
É um serviço de apoio especializado de 1º a 8º séries ofertado no
período contrario daquele em que o aluno freqüenta na classe comum,
com professor especializado em Educação Especial, em espaço físico
adequado.
Na sala de recursos, para 20 horas semanais, o aluno máximo é de
30 alunos, onde o atendimento pedagógico se dá individualmente ou em
grupos de até 10 alunos com atendimento por meio de cronograma
preestabelecido.
Os grupos de alunos em atendimento serão organizados
preferencialmente por faixa etária e conforme as necessidades
pedagógicas semelhantes dos mesmos.
O aluno devera receber atendimentos de acordo com as suas
necessidades, podendo ser de 2 a 4 vezes por semana, não ultrapassando
2 horas diárias.
O trabalho a ser desenvolvido na sala se Recursos deverá partir dos
interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem especificas de
cada aluno, oferecendo subsídios pedagógicos e contribuindo para a
aprendizagem dos conteúdos na classe comum.
A programação a ser elaborada deverá observar as áreas do
desenvolvimento (cognitivo, motora, sócio afetiva – emocional) de forma a
subsidiar os conteúdos defasados das series iniciais, para atingir o
currículo da classe comum.
Os conteúdos pedagógicos defasados deverão ser trabalhados com
métodos, estratégias, atividades diversificadas e extracurriculares.
Observando que o trabalho na sala de Recursos não deve ser confundido
com reforço escolar (repetição de conteúdo da pratica educativa da sala
de aula).
A programação a ser desenvolvida atenderá as necessidades
individuais do aluno sendo observados os processos básicos envolvidos na
localização, compreensão ou uso da linguagem oral e escrita e cálculos
95
matemáticos, tais como a atenção, percepção, memória, raciocínio,
formação de conceitos, entre outros em consonância com os PCNS.
De acordo com o art. 30 da Deliberação 020/86 o aluno deverá
freqüentar a sala de Recursos durante o tempo necessário e através de
relatório pedagógico elaborado pelo professor haverá o desligamento do
aluno quando possível. Deverá ser arquivado copia do relatório
juntamente coma parte individual do aluno, sendo que não devera constar
no histórico escolar que o aluno freqüentou sala de Recursos.
A sala de Recursos é parte integrante da escola e deve seguir as
mesmas normas e diretrizes administrativas do estabelecimento onde
está inserida.
O Departamento de Educação Especial, no uso de suas atribuições,
e considerando os preceitos legais que regem a Educação Especial:
- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96.
- As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica – Parecer nº 17/01 – CNE;
- A Resolução 02/01 – CNE;
- A Deliberação 02/03 – CEE – PR, expede a instrução nº 05/04
A instrução nº 05/04, estabelece critérios para o funcionamento da Sala
de Recursos para o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries, na área de
Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem.
96
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
001
1.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO----------------------------------------------------------------------------------
001
2. INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------
002
2.1 IDENTIFICAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
002
2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA----------------------------------------------------------------------------------
002
2.3 ESPAÇO FÍSICO----------------------------------------------------------------------------------
003
2.3.1 CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS
97
----------------------------------------------------------------------------------
003
2.4 OFERTAS DE CURSOS E TURMAS----------------------------------------------------------------------------------
005
2.4.1 TURNO DA MANHÃ - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO----------------------------------------------------------------------------------
005
2.4.2 TURNO DA TARDE - ENSINO FUNDAMENTAL----------------------------------------------------------------------------------
005
2.4.3 SALA DE RECURSO----------------------------------------------------------------------------------
005
2.4.4 CAE - CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO - ÁREA
SURDEZ----------------------------------------------------------------------------------
006
2.4.5 LABORATÓRIO INFORMÁTICA----------------------------------------------------------------------------------
006
2.5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
006
2.5.1 PAIS E ALUNOS----------------------------------------------------------------------------------
006
2.5.2 PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS----------------------------------------------------------------------------------
008
2.5.3 DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA----------------------------------------------------------------------------------
008
3. OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICO----------------------------------------------------------------------------------
009
3.1 OBJETIVO GERAL
98
----------------------------------------------------------------------------------
009
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO----------------------------------------------------------------------------------
009
4. MARCO SITUACIONAL----------------------------------------------------------------------------------
010
4.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA DO ESTADO DO
MUNICÍPIO E DA ESCOLA----------------------------------------------------------------------------------
011
4.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES
NA PRÁTICA DOCENTE----------------------------------------------------------------------------------
012
5. MARCO CONCEITUAL----------------------------------------------------------------------------------
013
5.1 CONCEPÇÕES----------------------------------------------------------------------------------
014
5.1.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE----------------------------------------------------------------------------------
014
5.1.2 CONCEPÇÃO DE HOMEM----------------------------------------------------------------------------------
015
5.1.3 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO----------------------------------------------------------------------------------
015
5.1.4 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
017
5.1.5 CONCEPÇÃO DE ESCOLA----------------------------------------------------------------------------------
018
99
5.1.6 CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM----------------------------------------------------------------------------------
019
5.1.7 C ONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA----------------------------------------------------------------------------------
019
5.1.8 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------
020
5.2 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA----------------------------------------------------------------------------------
022
5.2.1 APMF----------------------------------------------------------------------------------
022
5.2.2 REGIMENTO ESCOLAR----------------------------------------------------------------------------------
023
5.2.3 CONSELHO ESCOLAR----------------------------------------------------------------------------------
023
5.2.4 GREMIO ESTUDANTIL----------------------------------------------------------------------------------
023
5.2.5 CONSELHO DE CLASSE----------------------------------------------------------------------------------
023
5.2.6 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO----------------------------------------------------------------------------------
024
5.3 PRINCÍPIOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA----------------------------------------------------------------------------------
024
5.3.1 ACESSO----------------------------------------------------------------------------------
024
5.3.2
100
----------------------------------------------------------------------------------
PERMANENCIA----------------------------------------------------------------------------------
024
5.3.3 CAPACITAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES E
QUALIDADE DO ENSINO APRENDIZAGEM----------------------------------------------------------------------------------
025
5.4 CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA------------------------------------------------------------------------------------------
026
5.4.1 DINAMICA DE CURRÍCUL------------------------------------------------------------------------------------------
026
5.4.2 COFIGURAR A MATRIZ CURRICULAR------------------------------------------------------------------------------------------
027
5.4.3 CALENDÁRIO ESCOLAR------------------------------------------------------------------------------------------
029
5.5 TRABALHO COLETIVO------------------------------------------------------------------------------------------
030
5.5.1 PRÁTICA TRANSFORMADORA------------------------------------------------------------------------------------------
030
5.5.2 O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA
POLÍTICO
PEDAGÓGICO ------------------------------------------------------------------------------------------
031
6. MARCO OPERACIONAL ------------------------------------------------------------------------------------------
33
6. 1 REDIMENCIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO
101
ESCOLAR------------------------------------------------------------------------------------------
34
6.2 TIPO DE GESTÃO------------------------------------------------------------------------------------------
37
6.2.1 PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA
COMUNIDADE
ESCOLAR----------------------------------------------------------------------------------
38
6.2.1.1. EQUIPE E DIREÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------
38
6.2.1.2. AO DIRETOR COMPETE------------------------------------------------------------------------------------------
39
6.2.1.3. EQUIPE PEDAGÓGICA------------------------------------------------------------------------------------------
40
6.2.1.4 COMPETENCIA DO COODENADOR PEDAGÓGICO------------------------------------------------------------------------------------------
41
6.2.1.5. COMPETENCIA DO CORPO DOCENTWE------------------------------------------------------------------------------------------
41
6.2.1.6.COMPETENCIA DO CONSELHO DE CLASSE---------------------------------------------------------------------------------
42
6.2.1.7.FUNÇÃO DA BIBLIOTECA---------------------------------------------------------------------------------
44
6.2.1.8.FUNÇÃO DA EQUIPE ADMINISTRATIVA---------------------------------------------------------------------------------
44
6.2.1.9.COMPETENCIA DA SECRETARIA
102
---------------------------------------------------------------------------------
44
6.2.1.10.COMPETE AO SECRETARIO---------------------------------------------------------------------------------
45
6.2.1.11.COMPETENCIA DOS SERVIÇOS GERAIS---------------------------------------------------------------------------------
45
6.2.1.12.COMPETE AO SERVENTE---------------------------------------------------------------------------------
46
6.2.1.13.COMPETE A MERENDEIRA---------------------------------------------------------------------------------
46
6.2.1.14.COMPETE AO VIGIA---------------------------------------------------------------------------------
46
6.2.2 RELAÇÃO ENTRE ASPECTOS PEDAG. E
ADMNISTRATIVOS------------------------------------------------------------------------------------------
47
6.2.3 PAPEL DAS ESTANCIAS COLEGIADAS.------------------------------------------------------------------------------------------
48
6.2.4 AS ATRIBUIÇÕES DA APMF------------------------------------------------------------------------------------------
49
6.2.5 DO PATRIMONIO------------------------------------------------------------------------------------------
52
6.2.6 OS RERCURSOS DA APMF SÃO PROVENIENTES------------------------------------------------------------------------------------------
53
6.2.7 INTEGRANTES DA APMF------------------------------------------------------------------------------------------
54
6.2.7.1 DEVERES DOS INTEGRANTES DA APMF EFETIVOS
103
------------------------------------------------------------------------------------------
55
6.2.8 DO CONSELHO ESCOLAR------------------------------------------------------------------------------------------
55
6.2.8.1 CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO ESCPLAR------------------------------------------------------------------------------------------
56
6.2.8.2 ATRIBUIÇÕES DOCONSELHO ESCOLAR------------------------------------------------------------------------------------------
57
6.2.8.3 FUNCIONAMENTO DO CONSELHO ESCOLAR---------------------------------------------------------------------------------
58
6.2.9 DA ORGANIZAÇÃO E REGIME DIDÁTICO------------------------------------------------------------------------------------------
59
6.2.9.1 DOS CURRÍCULOS E PROGRAMAS------------------------------------------------------------------------------------------
59
6.2.9.2 DA AVALIÇÃO DAAPRENDIZAGEM------------------------------------------------------------------------------------------
59
6.2.9.3 DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS------------------------------------------------------------------------------------------
61
6.2.9.4 DO GREMIO ESTUDANTIL------------------------------------------------------------------------------------------
61
6.3 RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZARAR
SEUS PROJET------------------------------------------------------------------------------------------
62
6.4 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO
ESCOLAR, HORÁRIOS, DIAS LETIVOS E NÃO LETIVOS
104
---------------------------------------------------------------------------------
63
6.5 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃOE UTILIZAÇÃO DOS
ESPAÇOS EDUCATIVOS------------------------------------------------------------------------------------------
63
6.6 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E
E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR EM RAZÃO DE SUAS
ESPECIFICIDADES------------------------------------------------------------------------------------------
63
6.7 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO
DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE, DO
CURRÍCULO,
DAS ATIVIDADES EXTRACURRICULARES E DO P.P.P.------------------------------------------------------------------------------------------
64
6.8 INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO DOS EGRESSOS------------------------------------------------------------------------------------------
65
6.9 PRÁTICAS AVALIATIVAS E APROVEITAMENTO,
CLASSIFICAÇÃO E DEPENDENCIAS.------------------------------------------------------------------------------------------
66
6.10 PROCESSO DE PROMOÇÃO,PROGRESSÃO E
ACELERAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO,RECLASSIFICAÇÃO E RECUPERAÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------
67
6.10.1 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS------------------------------------------------------------------------------------------
69
6.10.2 FREQUENCIA------------------------------------------------------------------------------------------
69
6.10.3 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
105
------------------------------------------------------------------------------------------
70
6.11 INCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------------
71
6.11.1 ED.ESPECIAL, AMPARO LEGAL, ESTADO DEMOCRÁTICO
DE
DIREITO------------------------------------------------------------------------------------------
71
6.11.2 OBJETIVOS------------------------------------------------------------------------------------------
71
6.11.3 ED.ESPECIAL, FUNDAMENTOS LEGAIS------------------------------------------------------------------------------------------
72
6.11.4 LEI NÚMERO 9394/96 - LDB------------------------------------------------------------------------------------------
73
6.11.5 PARECER CNE /CEB de 17/2001. RES. CNB 02/01------------------------------------------------------------------------------------------
74
6.11.6 APRESENTAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA------------------------------------------------------------------------------------------
74
6.11.7 A BUSCA DA IDENTIDADE------------------------------------------------------------------------------------------
75
6.11.8 O EXERCÍCIO DA CIDADANIA------------------------------------------------------------------------------------------
75
6.11.9 EDUCAÇÃO ESPECIASL------------------------------------------------------------------------------------------
76
6.11.10 ATENDIMENTO AO CAE-CENTRO DE ATENDIMENTO
ESPECIALIZADO - DEFICIENCIA AUDITIVA
106
------------------------------------------------------------------------------------------
76
6.11.11 SALA DE RECURSO------------------------------------------------------------------------------------------
78
7 -DIRETRIZES CURRICULARES
7.1 ENSINO FUNDAMENTAL - 5º a 8ª séries
7.1.1 - DIRETRIZ CURRICULAR DE GEOGRAFIA
7. 1.1.1 - REFERENCIAL TEÓRICO
A realidade nesse inicio de século tem se transformado numa
velocidade nunca antes experimentada. Pode se afirmar que vivemos um
período de tempo acelerado, ou seja, a rapidez das mudanças imprimem
uma dinâmica igualmente célere, ao ponto de alguns autores utilizarem a
expressão de hiper-real, para designar o mundo hoje (SANTOS, 2000,
p.18), na medida em que “a rapidez, a profundidade e a realidade parece
ter tomado definitivamente a dianteira sobre a teoria”.
Passados cerca de vinte e cinco anos de um intenso e profundo
momento de renovação da Geografia brasileira, marcado sobretudo pela
introdução do materialismo histórico e da dialética como pilares teórico-
107
metodológico, chegamos ao inicio do século XXI com uma certa sensação
de equilíbrio, entre as posturas radicais do final da década de 1970 e
inicio de 1980, e com uma gama de possibilidades interpretativas para a
Geografia, o que, apesar de positivo, não deixa de ser temerário.
CARLOS (2002, p.177), expressa essa preocupação quando conclui
que invadida hoje, pelo discurso da pós-modernidade, a Geografia,
às vezes, sucumbe diante da necessidade da não-teorização dos
temas de sua alçada, o que revela, a meu ver, um recuo e coloca
uma necessidade. Superemos os debates dos anos 70, que
propunham a necessidade de repensar a Geografia e sua
contribuição para o desvendamento do mundo, apoiada no legado
marxista, como embasamento da construção de um pensamento
radical, onde se centraria, a potencialidade da critica radical hoje,
da Geografia, quando muitos falam do abandono desse legado?
Distintas visões e teorias, aparentemente inconciliáveis, caminham
lado-a-lado. Assim como a relação sociedade-natureza ganha novo
impulso, a despeito de nunca ter estado ausente na Geografia, sendo
mesmo uma característica inerente a essa disciplina. A discussão
ambiental ganha destaque e com ela a preposição de uma Geografia
Sócio ambiental.
O aprofundamento da globalização e a intensificação do
deslocamentos pelo mundo, significam as preocupações culturais e ocorre
um movimento de revitalização de uma Geografia Cultural, com raízes
antigas, porem pouco expressiva até então.
Para além das discussões relativas aos caminhos teórico-
metodológicos da Geografia, da dualidade ensino-produção cientifica, do
elenco de conteúdos mais significativos ou de abordagens mais coerentes,
não se pode esquecer o papel da política educacional assumida pelo
Estado.
Para PEREIRA (2003), o ensino da Geografia deve contribuir para o
desvendamento da realidade pelo aluno, negando a naturalidade dos
fenômenos que imprimiam uma certa passividade aos indivíduos.
108
Desse modo em face das transformações em curso, os temas
prioritários da Geografia escolar também se alterariam para
PONTUSCHKA (1988), dentre os temas mais significativos estariam: a
globalização e as transformações por ela acarretadas nas escalas
espaciais, nas relações de trabalho e de poder; o movimento hegemônico
e mundial denominado neoliberalismo e as suas implicações; os fluxos
migratórios e as suas relações com o contemporâneo processo de
urbanização; a retomada da cartografia e a utilizações de recursos.
Portanto, a Geografia pode ser compreendida como a disciplina que
“busca captar o movimento de uma dimensão de uma totalidade”, aquela
que diz respeito a investigação sobre a temática do espaço, aliás para
MORAES (1988,p. 168), essa é uma das poucas concordâncias que se
pode apontar entre os geógrafos. Concordância que se dissipa, quando da
tarefa de explicitar o que vem a ser o espaço, em razão da estreita
vinculação entre tal concepção e uma determinada corrente teórico-
metodológica.
Formar o individuo critico implica estimular o aluno questionador ,
dando-lhe não uma explicação pronta do mundo mas elementos para o
próprio questionamento das várias explicações. Formar um cidadão
democrático implica investir na sedimentação do aluno do respeito à
diferença , considerando a pluralidade de visões como um valor em si.
Nesse contexto a Geografia continua tendo uma relevante contribuição.
7.1.1.2 - METODOLOGIA
A metodologia constituí em um conjunto de ações coordenadas e
orientadas para a realização de uma meta. Nesse sentido a aplicação de
diferentes linguagens presentes nas atividades tem a intenção de
promover a construção das noções fundamentais que encaminham à
compreensão do conhecimento geográfico .
Para que os objetivos sejam atingidos optamos pelo uso de imagens,
textos literários, músicas, mapas, gráficos, tabelas, vídeos e pela sugestão
109
de atividades em que os alunos desenhem e elaborem maquetes porque a
construção do conhecimento também se dá a partir de experiências que
envolvem emoções e sensibilidade.
Criar situações para debates sobre notícias de jornais
principalmente nas questões climáticas ocorridas nos dias atuais por
causa da ação antrópica na natureza sem planejamento adequado,
sempre trazendo para a realidade local.
Possibilitar ao aluno refletir sobre seus valores e suas práticas
cotidianas e relacionar com a problemática histórica e geográfica
inerentes ao seu grupo de convívio.
Criar desafios para o aluno ultrapassar seu nível de conhecimento e
fazer as representações já existentes emergirem para que ele seja
mobilizado a partir de situações problemas relacionadas com a sua
realidade, criando no aluno atitudes de procurar respostas para as suas
próprias perguntas.
Aulas expositivas, dando oportunidade para que o aluno também se
expresse e traga para a sala de aula o seu próprio conhecimento
adequando ao conteúdo trabalhado. O professor deve promover
momentos para que os alunos façam pesquisas na Internet, revistas,
jornais ou pesquisas de campo para contextualizar seu conhecimento.
Proporcionar em sala de aula um clima de aceitação, respeito
mútuo, tranqüilidade e calma para que todos tenham direito ao processo
de aprendizagem dentro da capacidade de cada um.
7.1.1.3 - CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
Aprendendo Cartografia
- A localização e a orientação
- As diferentes concepções sobre a Terra
- Mapeando a Terra
Paisagens
110
- A origem da Terra e das paisagens
-A vida modificando as paisagens
- As transformações na biosfera
- As dinâmicas da natureza e a ação humana
- A dinâmica da atmosfera
- A dinâmica da água no planeta Terra
- A dinâmica do relevo
Geografia do Paraná
- Ocupação
- Características naturais e humanas e suas inter-relações
- Dinâmica sócio ambiental
- Atividades econômicas
- Potencialidades
6ª SÉRIE
Para entender o Brasil
- A identidade brasileira
- A construção e a formação do território brasileiro
- As origens culturais do povo brasileiro
O estudo do Brasil e de sua população pelas linguagens gráficas e
cartográficas
- A localização do Brasil e a cartografia
- A dinâmica populacional brasileira
- Migrações
As regiões brasileiras
- A identidade das regiões
- Amazônia legal
- Nordeste
- Centro Sul
7ª SÉRIE
O território brasileiro
- A cartografia e o continente americano
111
- A organização do espaço americano
- As diversas paisagens da América
Os recursos minerais, a agricultura, a indústria e o trabalho.
- A estrutura geológica da América
- Os minerais e a produção industrial
- O processo de industrialização e o trabalho
- As mudanças territoriais provocadas pela indústria
- As políticas agrícolas e a agroindústria
Regionalização do continente americano
- Os critérios para classificar os países
- Paises da América
8ª SÉRIE
Um mundo sem fronteiras
- O mundo globalizado
- A circulação de mercadorias, de informação, de capital financeiro nos
diversos territórios
- A utilização dos recursos naturais
- População Mundial
As fronteiras e os países do mundo
- Fronteiras, Estados e Nações do mundo
- A Europa no contexto mundial
- Uma expedição pela África
- Ásia: Oriente Médio, Índia, ex URSS
- Ásia – China, Tigres Asiáticos e Japão – Oceania
7.1.1.4 - AVALIAÇÃO
Entendemos a avaliação como uma observação contínua do
processo de ensino e aprendizagem, e não somente como um instrumento
para quantificar o conhecimento do aluno. Ao avaliar, o professor tem
condições de diagnosticar os problemas relacionados à aprendizagem – se
é uma questão cognitiva ou afetiva, se estão relacionados a uma
dificuldade ou a um bloqueio.
112
A cada proposta desenvolvida na sala de aula é possível verificar se
o caminho escolhido deve ser mantido ou alterado, sendo que a avaliação
é um instrumento do processo educacional e não pode se deter em um
único instrumento ou momento.
A cada bimestre deverá ter vários momentos de avaliação, tais
como:
- Prova individual ou em dupla sem pesquisa;
- Prova com pesquisa;
- Trabalho individual ou em grupo de pesquisa ;
- Atividades realizadas em sala de aula e em casa;
- Participação.
7.1.1.5 - OBJETIVO GERAL
Estudar Geografia para descrever a paisagem e identificar suas
razões históricas, econômicas, territoriais e de denominação política
pelas quais passaram e estão passando muitas nações. É estudar o espaço
geográfico, o espaço organizado pela sociedade, resultado da ação
humana sobre a natureza, tendo consciência de que somos parte
integrante dele e, ao mesmo tempo, temos a possibilidade de transformá-
lo.
7.1.1.7 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Contribuir para que o aluno se oriente e se localize no espaço;
- Proporcionar ao aluno a compreensão do mundo em que vive; das
relações entre natureza/
7.1.2 - DIRETRIZES CURRICULARES DA LINGUA PORTUGUESA
7.1.2.1 - FUNDAMNETAÇÃO TEORICA
Ao longo de milhares de anos, o homem diante das dificuldades de
sobrevivência e tendo de alguma forma acumulado experiências que iam
transformando o conhecimento, passa a utilizar a linguagem como
113
ferramenta para se inteirar socialmente e poder dominar a natureza a
seu favor.
A partir desses pressupostos decorrem três idéias básicas:
. que o universo das relações sociais determina o que vamos dizer e
como vamos dizer,
. dizemos coisas para alguém que está socialmente situado,
. falamos coisas do ponto de vista social e da época que pertencemos
Assim na sala de aula o professor ao deparar com uma variedade
linguística de vários níveis sociais, seja prestigiada ou não pela
gramática padrão, mas que permite o entendimento entre as pessoas em
momentos de interlocução. É necessário que o professor saiba quais as
variantes linguísticas surgem uma perspectiva histórica e social e é
preciso respeitá-la pois é o reflexo da experiência histórico-social de
determinados grupos de falantes. Nesta ótica, as variedades linguísticas
são a representação da diversidade humana, reflexo da heterogeneidade
e da experiência de grupos sociais. Assim, através da análise desta linha
de raciocínio não devemos fazer uso de conceito do tipo certo e errado.
Constatamos através desta análise a seguinte discussão:
- a cada variedade linguística corresponde uma gramática,
- todos as gramáticas da lingua são igualmente corretas do ponto
de vista linguístico
- todo o falante de lingua materna constrói uma gramática
normativa.
È preciso então, compreender que nenhuma lingua é homogenea,
que ele se constitui de um conjunto de variedades determinadas pela
situação geográfica e social. Embora diferentes todas essas formas ,
prestigiadas socialmente ou não, tem organização estrutural e
respondem às necessidades de seus falantes. O trabalho com a norma
padrão da scola é necessário a fim de propíciar ao aluno acesso ao
conhecimento sistematizado, veiculado através de meios de comunicação.
Por isso precisamos proporcionar a leitura de bons textos nessa
variedade, porém respeitando a variedade do aluno como parte de sua
história. Resgatar a cultura negra brasileira e o negro na formação da
114
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo nas áreas social,
econômica e política pertinente a História do Brasil.
É trabalhando a linguagem como um todo, na prática com a leitura
e a produção de textos, que poderemos chegar ao ponto desejado: o
domínio desejado com a lingua escrita, para que os alunos possam
compreender todo o material escrito disponível e também produzir
textos significativos.
Assim a escola almejada possui objetivos voltados a desenvolver as
funções
psicológicas e cognitivas de seus alunos .
7.1.2.2. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
As aulas serão trabalhadas de forma variada, procurando despertar o
interesse dos alunos pelos assuntos abordados, garantindo a
participação dos mesmos no processo de construção do conhecimento.
O ensino da lingua portuguesa hoje deve abordar a leitura a leitura, a
produção de texto e a produção gramatical sobre uma mesma
perspectiva da lingua como instrumento de comunicação e interação
social . Para isso propôem-se:
- Retomar os temas anteriormente , sob outros enfoques e
linguagens;
- Propiciar momentos de vivência, bem como desenvolver outras
formas de expressão e ampliar de forma sistematizado e
gradual suas habilidades de leitura e escrita;
- Trabalho em grupo aprendendo a ouvir o voz dos colegas,
ouvir críticas e delas tirar o melhor proveito, a reconsiderar
seus pontos de vista, a pensar da melhor maneira e obter
sucesso n o conjunto;
- Trabalhar diferentes tipos de textos;
- Ampliar seus referenciais e suas leituras de mundo;
- Realizar com alunos estudos e pesquisas de países que falam a
lingua portuguesa. Qual a composição etnica? Apurar as
115
diferenças entre o português falado e o escrito entre eles :
alimentação, música, religião...
- Oferecer um conjunto deatividades aos alunos oportunisando-os
a operar conteúdos de forma efetiva e criativa;
- Realizar e exercitar determinadas operações como :
antecipações a partir do contexto e do conhecimento prévio
que possui;
- Trabalhar levantamentos de hipóteses, captando o que não está
explícito e o que está por vir, relações de causa e consequência,
síntese, tradução de símbolos, relações entre forma e conteúdo;
- Promover estudo da linguagem: pontuação , ambiguidade,
figuras de linguagem, uso de palavras e expressões, norma
popular e culta, linguagem teatral e poética;
- Após estudo, produzir textos sobre: racismo, o negro, política,
mercado de trabalho, literatura música teatro, pesquisas ...
7.1.2.3. CONTEÚDOS
5ª Série
- Leitura de textos curtos e longos;
- Interpretar frases e pensamentos;
- Histórias em quadrinhos - tipo de balões;
- Diferentes tipos de textos
- Diferenciar linguagem culta e coloquial;
- Refazer seus próprios textos, fazendo análise linguística dentro da
lingua padrão;
- Substantivos (simples, composto , comum , próprio, primitivo, derivado,
concreto ,
abstrato)
- Gênero do substantivo;
- Substantivo comum de dois gêneros, sobrecomum e epiceno;
- Grau comparativo e superlativo absoluto do adjetivo;
- Adjetivos pátrios;
- Locuções adjetivas
116
- Elementos coesivos ;
- Tipos de frase;
- Plural dos substantivos compostos( dias da semana e substantivo +
substantivo )
- Artigo definido e indefinido;
- Uso de aspas;
- Sons do X ;
- Verbo ;
- Tempos verbais;
- Modo indicativo e substantivo;
- Formas nominais;
- Palavras homônimas ;
- Concordância de palavras meio ( advérbio );
- Uso dos prefixos auto e des
- Numerais;
- Abreviaturas;
- Sujeito, sujeito simples, composto e oculto;
- Uso dos porquês;
- Vocativo;
- Acento diferencial;
- Homônimos ouve e ouve;
- Concordância nominal;
- Pronomes pessoais e possessivos;
- Uso de em cima , embaixo, mal e mau;
6ª SÉRIE
- Leitura de textos curtos e longos;
- Interpretar frases e pensamentos;
- Histórias em quadrinhos tipos balões;
- Diferentes tipos de textos;
- Reconhecer a idéia central do textos;
- Diferenciar lnguagem culta e coloquial;
117
- Refazer seus próprios textos, fazendo análise linguística dentro da
lingua padrão;
- Palavras homônimas e parônimas;
- Locuções adjetivas;
- Palavras e expressões usadas no plural;
- Construção de frases;
- Advérbio;
- Locuções adverbiais;
- Verbos;
- Abreviatura de hora e munito;
-Frase nominal e verbal;
- Período simples e composto;
- Locução verbal;
- Numeral multiplicativo;
- Verbo irregular - dar, saber e por;
- Modo substantivo e período composto;
- Classes gramaticais e acentuação (dê, de, da, dá, pôr, por );
- Acentuação das formas verbais: dêem, vêem, crêem, lêem,
- Elementos coesivos (porque, isso significa que, por esta razão );
- Aposto explicativo;
- Preposição a, artigo a;
- Crase;
- Preposição para e verbo pára;
- Preposição trás e verbo traz;
- Contrações e combinações (preposição + artigo);
- Plural de algumas palavras (s, es, ões, ns, eis, r z );
- Acentuação gráfica das proparoxítonas, oxítonas e monossílabas;
- Pronomes interrogativos;
- Concordância;
- Pleonasmo;
- Adjetivos compostos;
- Ortografia;
- Que nem, mas, mais;
118
- Locuções conjuntivas comparativas;
- Adjetivos pátrios;
- Siglas;
- Abreviaturas;
- Pronome demonstrativos;
- Palavras que mudam de sentido na mudança de gênero;
- Sílaba tônica e átona;
- Separação de sílaba;
- Produção de orações com idéias consecutivas<<<,
- Conjunções adversativas
7ª SÉRIE
- Predicado verbal e nominal;
- Verbos (intransitivo, transitivo direto e transitivo indireto);
- Objetivo direto e indireto;
- Predicado nominal:
- Verbo de ligação;
- Predicativo do sujeito;
- Predicado verbo nominal;
- Predicativo do objeto;
- Adjunto adnominal;
- Ortografia - uso dos porquês - acentuação;
- Complemento nominal;
- Aposto;
- Vocativo;
- Voz passiva analítica;
- Voz passiva e sintética;
- Classificação do sujeito;
- Ortografia , trás, traz, onde, aonde, trema, mal, letra maiúscula;
- Período composto ;
- Regência verbal;
- Pontuação;
- Ortografia: crase, homônimos e parônimos, formas variantes;
119
- Tempos e modos verbais;
- Verbos regulares e irregulares;
- Tempos primitivos e derivados;
- Verbos anômalos e defectivos;
- Verbos abundantes;
- Verbos auxiliares;
- Modo imperativo;
- Ortografia: acentuação, artigo, homônimos e parônimos, abreviaturas e
siglas;
8ª SÉRIE
- Período simples e período composto;
- Oração coordenada assindética e sindética (aditiva, adversativa,
explicativa, conclusiva e alternativa);
- Período composto por subordinação;
- Oração subordinada substantiva (subjetiva objetiva direta e objetiva
indireta, predicativa, - completiva nominal, apositiva );- Ortografia
(acentuação , trema, hífen, izar, isar );
- Oração subordinada adjetiva (restrita e explicativa);
- Pronome relativo;
-Oração subordinada adverbial (causal , temporal, consecutiva,
condicional, final comparativa, proporcional);
- Oração reduzida;
- Ortografia: crase, acentuação, homônimos e parônimos;
- Concordância nominal;
- Concordância verbal;
- Colocação de pronomes átonos;
- Figuras de estilo ( comparação , prosopopéia, metomínia, catacrese,
pleonasmo, eufemismo, onomatopéia, elipse, silepse);
- Ortografia: acentuação, letra maiúscula, preposição, formas variantes,
siglas abreviaturas e estrangeirismos.
- Radical, prefixo e sufixo.
- Palavras cognatas.
120
- Radicais gregos e latinos.
- Composição por justaposição e aglutinação.
- Derivação prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.
- Hibrismo.
- Ortografia : grafia de verbos, crase, plural de substantivo compostos,
palavras ou expressões denotativas.
7.1..2.4 . AVALIAÇÃO
A avaliação é um meio pelo qual torna-se possível verificar se o
processo ensino/aprendizagem está sendo satisfatório ou necessita sofrer
alterações, a fim de alcançar objetivos pré - estabelecidos.
A avaliação deve ser dinâmica. Ela deve ocorrer durante todo o
processo de ensino-aprendizagem. Devemos Ter em mente que mais
importante do que a nota para nós e nossos alunos, é a aprendizagem de
cada um. Por isso a avaliação será paralela e contínua e através da
análise de produções realizadas pelos alunos. Também através da
observação do espírito de liderança, capacidade de organização ,
empenho em formular hipóteses e resolver problemas, respeito à opinião
alheia, aptidão em expor as idéias com clareza e capacidade de
relacionar conteúdos.
O aluno participará do processo de avaliação fazendo sua auto-
avaliação.
A avaliação será contínua em sala de aula, sendo que no mínimo
três avaliações escritas acontecerão durante o bimestre.
7.1.3 - DIRETRIZES CURRICULARES DE ARTES
7.1.3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A arte compreendida como produção, expressa as
relações desta com a cultura por meio das manifestações materiais e
imateriais, Esta manifestação cultural, produto de diferentes grupos
sociais, detentora de códigos e sentidos específicos e múltiplos
compartilhada por indivíduos de determinado grupos. Neste enfoque, o
121
papel da Arte na educação é propiciar uma aproximação e reflexão sobre
a diversidade de manifestações culturais, ou seja, desvelar o que foi
produzido pelo homem para dar significado as suas fundamentação
teórica .
Historicamente, a Arte tem sido utilizada para ampliar a
desigualdade social, demarcando, por meio do acesso e do domínio dos
saberes que envolvem este conhecimento, a distância entre as classes
mais e menos favorecidas. e tem como objetivo, “a formação básica do
cidadão, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,
da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a
sociedade”.
Partindo dos objetivos expressos no texto legal e dos
pressupostos definidos para a disciplina de Educação Artística – Arte
como produção cultural e a Arte como linguagem – o tratamento dos
conteúdos deverá considerar:
- as várias manifestações artísticas presentes na comunidade e na
região, além da produção historicamente construída, relacionando-as
aos conteúdos formais presentes nas linguagens artística.
- que o conceito de produção cultural não será restrito ao um produto
final, mas há que propiciar aos alunos situações de aprendizagem que
o permitam analisar e compreender os processos de criação e
execução dos mesmos.
- que o conjunto de elementos que compõem as diferentes linguagens
serão abordados, a partir de diferentes produções artísticas, de acordo
com o nível de compreensão dos educandos, sendo gradativamente
ampliados.
- A Arte como forma de comunicação, como veículo transmissor de
cultura e formadora de bagagem cultural do indivíduo.
- A Arte como componente de uma estrutura cultural, que se apresenta
como produção coletiva, com conhecimento cultural e historicamente
construídos por uma sociedade e para ela.
- A Arte como um conjunto de linguagens artísticas, possuidoras de um
sistema de signos que são compreendidos pelos sentidos. A
122
apropriação do conjunto de elementos que compõem o conhecimento
estético, propicia ao indivíduo a construção e compreensão de
significados que podem ser reorganizados para se elaborar novos
conceitos sobre a realidade, favorecendo o exercício da cidadania, na
medida em que o sujeito se torna capaz de compreender, analisar e
colaborar para a preservação ou transformação da sociedade.
No primeiro segmento do Ensino Fundamental é que se
inicia o processo de alfabetização em Arte, que vem a ser a aproximação
do aluno com o universo artístico. A experimentação e a exploração de
materiais e técnicas vinculadas a uma produção cultural, possibilitarão ao
aluno a familiarização com as variadas linguagens artísticas
Esta proposta estendida a música, dança, teatro, artes
visuais, possibilitará aos alunos o acesso a saberes que os auxiliem a
pensar a produção artística como um conjunto de elementos que criados,
articulados e materializados, resultam num filme, numa música, numa
peça teatral, num livro, etc. Os conceitos de cor, forma, som gesto e
movimento, oportunizam a reflexão e a identificação destes elementos no
cotidiano do aluno e para além deste.
Em relação ao segundo segmento, o ensino da Arte toma
a dimensão de aprofundamento na exploração das linguagens artísticas,
no reconhecimento dos conceitos e elementos comuns presentes nas
diversas manifestações culturais, que deve ser considerado para cada
linguagem artística um conjunto de elementos que, ao serem apropriados
pelos alunos, possibilitam a compreensão e o estabelecimento de inter-
relações com os signos presentes nas diferentes produções artística.
Cumpre lembrar ainda que as aulas de educação
Artística não tem o propósito de formar músicos, artistas plásticos, atores
ou bailarinos, muito menos destacar os alunos talentosos em detrimento
dos demais. O seu objetivo é favorecer a apropriação do conhecimento
estéticos pelos alunos, a partir dos quais tenham autonomia para ampliá-
los .
7.1.3.2 ENCAMINHAMEMNTO METODOLÓGICO
123
O encaminhamento metodológico para a disciplina de
Artes do Ensino Fundamental do estado do Paraná, esta fundamentado
nas Diretrizes Curriculares Estaduais e estão identificados em três eixos
articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que
norteiam o Cúrriculo elegemos Arte e Estética, Arte e Identidade e Arte
e Sociedade como eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais
derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos
em células de aula.
7.13.2.1 ARTE E ESTÉTICA
A experiência estética se revela com a sensibilização,
com a descoberta do olhar, um encontro com as emoções, libertando o
ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, permitindo um pnsar
filosófico, crítico e reflexivo. Por ser uma reflexão sobre a experiência,
inclui-se aqui o fazer artístico que é a manipulação dos elementos
da linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro
e na Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador
para a disciplina de Educação Artística e de Arte baseado no
entendimento acima exposto, devemos possibilitar as experiências
estéticas para as produções artísticas e para o cotidiano.
7.1.3.2.2...ARTE E IDENTIDADE
A identidade caracteriza o indivíduo ou grupo, ou seja,
torno-o idêntico, faz-se reconhecer , distinguem-se traços característicos
como gosto, música, festas folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais,
etnias e outros tantos que usam da linguagem artísticas sociais,
antropológicas e psicológicas. A nossa identidade pessoal é
importante mediador das relações com os demais. A proposta deste eixo
temático para o Ensino Fundamental e Médio de Estado do Paraná ,
preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que
estão próximos da vida concreta do educando, produzindo aprendizagem.
É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto
os sentimentos e as experiências a que se propõe.
7. 1.3.2.3. ARTE E SOCIEDADE
124
A profunda relação entre Arte e Sociedade é possível na
medida em que pensarmos a arte como construção social e não como um
Dom natural, talento ou mera produção. As pessoas são construções
sociais que necessariamente influem e são influenciados pelo fazer e
pensar Arte.
A abordagem crítica e intertextualizada é necessária
para que no cotidiano se problematizem as relações entre a sociedade e
se permita, assim , a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em
fim aborda conceitos de arte e sociedade, temas da vida social como: a
relação do homem com o trabalho, as relações de gênero, a ocupação do
espaço urbano e outros, a influência da indústria cultural e em
contrapartida o conhecimento da arte em seu aspecto social, deve
desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer, dialogar e
transformar a realidade que o circunda.
Os temas de estudo são temas que direcionam ,
motivam e articulam a construção do conhecimento em arte,
proporcionando diferentes leituras de mundo, de cidadania
participativa, reflexiva e crítica
Com base nos eixos acima exposto, podemos ainda
estabelecer como eixo o trabalho artístico, que é o fazer, o sentir e o
perceber que são as formas de leitura e apropriação do conhecimento
baseados em:
*Leitura de textos e imagens de diferentes obras de arte e de movimentos
artísticos de diversas culturas e em diferentes tempos da história.
*Analise do modo de relação entre os modos de compor e as relações
sociais de produção.
*Apreciação estética da composição de realidade expressa na obra
através de audiovisuais, fotos, transparências, textos, etc.
*Pesquisas sobre produções artísticas.
7.1.3..3 OBJETIVO GERAL
Possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas para que os
mesmos reconheçam, valorizem, entendam, apreciem e compreendam a
125
arte e suas linguagens nos diversos modos de produção e de acordo com
sua interpretação, de modo próprio em acordo com a realidade,
relacionando o ontem, o hoje e o amanhã , época e realidade, criando
ações do mundo que os rodeia e envolve
7.1.3.4 CONTEÚDOS
5ª série - 1º bimestre
- Elementos da linguagem visual: ponto, cores.
- História da Arte : Arte Pré Histórica e Indígena.
- Dança : rituais pré - histórico e indígenas.
2º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: linha , forma, textura .
- História em quadrinhos.
- Música : elemnto sonoros.
- Projeto FERA.
3º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: textura e forma
- História da Arte Grega
- Elementos da linguagem teatral: personagem, cenário e história.
- Folclore.
4º Bimestre
- Elementos da composição visual : volume..
- História da Arte Romana.
- Teatro: Montagem de peças teatrais.
6ª Série 1º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: cores terciárias e ritmos.
- História da Arte Bizantina.
- Música e dança; ritmo samba.
- Carnaval.
2º Bimestre
- Tipos de desenho figurativo, geométrico e abstrato.
- História da Arte Gótica.
126
- Danças folclóricas; Festas Juninas.
- Projeto FERA.
3º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: espaço e proporção.
- História da Arte Barroca e Rococó.
- Teatro de Fantoches.
- Folclore.
4º Bimestre
- Leitura e reeleitura de imagens.
- Teatro: cenário
- Música : sonoplastia
7ª Série
1º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: luz e sombra.
- História da Arte Renascentista.
- Instrumentos musicais.
2º Bimestre
- Desenho de observação, memória e criação.
- História da arte Neoclássica e Romântica.
- Danças ritmos brasileiros.
- Projeto FERA.
3º Bimestre
- Elementos da linguagem visual: cores complementares e análogas ,m
simetria e assimetria..
- História da Arte Realista.
- Música Folclórica
- Fotografia.
4º Bimestre
- Gravura.
- História da Arte Impressionista.
- Teatro de sombras.
127
8ª Série
1º Bimestre
- Máscaras.
- História da Arte de Máscaras.
- Dança cênica.
2º Bimestre
- Leitura e releitura de imagens
- Semana da Arte Moderna do Brasil.
- Música - MPB
- Projeto - FERA
3º Bimestre
- Propaganda visual - logotipo, logomarca, outdoor
- História da Pop Arte.
- Teatro - roteiros
- Televisão.
4º Bimestre
- Grafite
- História da Arte Contemporânea.
- Música - Hip Hop.
7.1.3.5. - AVALIAÇÃO
Será considerado o histórico de cada aluno e sua relação com as
atividades desenvolvidas na escola, observando a qualidade de seus
trabalhos individuais ou em grupo em seus diversos registros, com base
nos conteúdos e objetivos, bem como pela participação, interesse,
organização e comportamento apresentado durante as aulas.
Os alunos também participam da avaliação manifestando seus
pontos de vista, o que contribui para ampliar o processo de
aprendizagem de cada um.
128
7.1.4. DIRETRIZ CURRICULAR DO ENSINO RELIGIOSO
7.1.4.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em 20 de dezembro de 1973, através de uma assembléia
constituída por representantes de diferentes confissões religiosas, tais
como católicos, luterana, metodista, presbiteriana e evangélica
reformada, construíram a Assintec – Associação Internacional de
Educação de Curitiba com a finalidade de implantar e implementar a
Educação Religiosa nas escolas Públicas do Estado do Paraná.
Com o tempo e diante das perspectivas da Nova Constituição
Federal, a Assintec juntamente com a Irpamat (MS) e Cier (SC),
destacam-se nacionalmente por terem encaminhado a primeira proposta
popular de emenda no Congresso Nacional.
Como conseqüência das lutas empreendidas em favor do Ensino
Religioso, resulta o texto aprovado pela Constituição Federal, capitulo III,
seção I artigo 210, parágrafo 1°: O Ensino Religioso de matricula
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais, das escolas
públicas do Ensino Fundamental.
Hoje, no mundo secularizado em que vivemos, muitas vezes o ser
humano não está engajado numa religião, mas ninguém consegue apagar
dele, nem ele próprio, a chama da transcendência. É inerente ao ser
humano o desejo se manifeste diferencialmente em cada pessoa.
Neste mundo, pela valorização do capital que é o que conta
fundamentalmente, ocorre, que as pessoas que vivem e convivem nele
precisam sentir-se parte do mesmo. Para tanto, precisam entendê-lo e a
seus mecanismos de funcionamento. Dentro desta nova mecânica de vida,
outros valores, passaram a ser considerados importantes. Já não se quer
trabalhadores com idéias cartesianas, preocupados em apenas exercer
sua pequena função. A sociedade capitalista mudou seu sistema de
produção para o Just in time. Neste modo, precisa de trabalhadores cuja
interação da educação com a sua prática, forja um verdadeiro saber, com
vistas a focalizar e salvar a dimensão humana, contra todos os
instrumentos opressores, em busca de uma sociedade livre ( Market,
1994). Para tanto, precisa-se acabar com a dicotomia trabalho e capital.
129
Adorno chega falar em “educação emancipatória”, prevendo a
intermediação entre sujeito e objeto.
É importante citar aqui como base destas idéias, a concepção
hegeliana do espírito objetivo, como momento da realização da liberdade,
que pouco a pouco se amplia em momentos dialéticos sucessivos.
Se a escola tem o dever de promover uma educação total, isto é, da
pessoa em todas as dimensões, o aspecto da religiosidade não pode ser
esquecido. Ele ajudará o educando a encontrar o sentido da vida e a
compromissar-se com a sociedade, visando melhorá-la, sem alienar-se.
É a religiosidade que faz parte das estruturas básicas da nossa
realidade, da estrutura antropológica, psíquica e espiritual do homem e
que por isso não pode ser ignorada ou excluída da Educação Formal.
Nela, “se articulam os grandes temas que movem as consciências e as
buscas humanas radicais: O sentido da vida, da dor, da sobrevivência ... o
incondicional e absolutamente importante na vida”. A religiosidade tem a
função de escorar, suscitar, animar e expressar esta experiência
irredutível. Ela transcende o espaço religioso e não pode ser usada
domesticar oprimidos ou legitimar a dominação dos poderosos, mas pode
e deve ser um fator de libertação e realização integral da pessoa humana.
É necessário trabalhar na busca do resgate de valores, pois quando
valores tradicionais entram em colapso, a escola e a educação não podem
ignorar o peso dessa dimensão, desse universo simbólico “que proclama
que toda a realidade é portadora de um sentido humano e invoca o
cosmos inteiro, para significar a validade da existência humana” Berger e
Luckmann).
È também essencial que seja considerado a visão de pessoa
humana, capaz de ser relacionar com o mundo, com a natureza e com
Deus, através de uma visão sistêmica, global ou holística.
Neste sentido, propõe-se uma Educação Religiosa de forma crítica,
que se alia às políticas de socialização do saber, do resgate de conteúdos,
do papel essencial da escola e da competência profissional do educador, e
antes de tudo, uma visão contextualizada e com uma postura
interdisciplinar.
130
A escola possui um objeto de trabalho constituído historicamente: o
conhecimento. O desafio da escola persiste em como relacionar tal
conhecimento com o conhecimento empírico do educando, mediando
saberes também historicamente construídos e os desafios
sociais/culturais exigidos na contemporaneidade. Ingênuo seria se
afirmássemos haver receitas, fórmulas ou métodos prontos e definitivos -
estaríamos desconsiderando diversas variáveis que, num movimento
cíclico entre sociedade-escola-sociedade, se constituem em
complexidade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96, artigo 2º;
artigo 22º e artigo 32º.
O Ensino Religioso constitui-se como disciplina, com um novo olhar,
uma nova perspectiva configurada na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional n.º 9394/96, artigo 33 e nova redação na Lei n.º
9475/97, superando o proselitismo no espaço escolar. O entendimento
sobre essa importante e fundamental área do conhecimento humano
implica uma concepção, que tem por base a diversidade presente nas
diferentes expressões religiosas. Nesse enfoque, o sagrado e suas
diferentes manifestações religiosas possibilitam a reflexão sobre a
realidade, numa perspectiva de compreensão sobre si e para o outro, na
diversidade universal do conhecimento religioso.
Com isso, a disciplina pretende contribuir para o (re)conhecimento
e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração
cultural, que compõem a sociedade brasileira, bem como possibilitar o
acesso às diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno religioso, tendo
como foco o sagrado.
O Ensino Religioso começa com o descobrimento quando o Brasil
torna-se colônia de Portugal. Os índios, que viviam aqui antes da vinda
dos primeiros portugueses, foram os primeiros habitantes do país e o
ensino tem tudo a ver com eles. Em 1549 os padres Jesuítas da
131
Companhia de Jesus vieram para cá com a ordem para construir colégios
e ensinar os índios e filhos de colonos portugueses a ler e a escrever.
A alfabetização era uma oportunidade de convencer a população a
viver de acordo com os costumes europeus. Por isso os alunos aprendiam
os ofícios de carpinteiro, ferreiro, sapateiro e outros. Os principais
colégios ficavam na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Os
principais jesuítas eram os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta.
Como os primeiros professores eram padres católicos, as aulas eram
aproveitadas para divulgar a fé católica entre os alunos. Isso só mudou
quando, em 15 de novembro de 1890, um ano após a proclamação da
república, intelectuais republicanos conseguiram a separação da Igreja e
o Estado. No debate entre católicos e republicanos, o governo da época
manteve o Ensino Religioso, mas as aulas não seriam ministradas mais
por padres. Nessa época 80% da população era católica.
Atualmente as aulas de Ensino Religioso têm o objetivo de favorecer
um processo de reflexão e meditação que favorece a relação com o
Sagrado (é a explicação dos acontecimentos religiosos); contribuir para a
formação pessoal e social; desenvolver um processo educativo que
valoriza e compreende a pluralidade cultural e religiosa do povo; cultivar
a esperança de um mundo melhor que se inicia aqui e agora através de
nossas ações; ajudar as pessoas a encontrar-se consigo mesma,
comprometer-se com a sociedade e conscientizar-se de seu papel.
Não é direcionado a nenhuma religião, mas sim, em procurar
compreender o ser humano, sua experiência e historias, de modo que,
compreendendo a si mesmo venha compreender o próximo e a sociedade.
Nesse sentido para viver democraticamente em uma sociedade
multicultural é preciso conhecer e respeitar as diferentes culturas e
grupos que as constituem. Não se pode negar que as relações de
convivência entre grupos diferenciados é marcada pelo preconceito,
sendo que um dos grandes desafios da escola é conhecer e valorizar a
trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade.
Portanto, caberá ao professor, nas aulas de Ensino Religioso,
propiciar aos educandos a oportunidade de identificação, de
132
entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às
diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal forma
que tenham a amplitude da própria cultura na qual estão inseridos. Essa
compreensão deve favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa
em relações éticas diante da sociedade, fomentando medidas de repúdio
a toda e qualquer forma de preconceitos e discriminações e o
reconhecimento que todos são portadores de singularidade irredutível.
Sendo assim, o Ensino Religioso permitirá que os educandos possam
refletir e entender como os grupos se constituem culturalmente e como
se relacionam com o Sagrado, permitindo que se compreenda a trajetória
de tais grupos, suas manifestações no espaço escolar, bem público, de
direito a todos, possibilitando a reflexão e a analise sistematizada sob a
ótica do conhecimento e não doutrinal, na medida em que estabelece
relações entre culturas, espaços , tempos e diferenças, para que no
entendimento destes elementos se possa elaborar o saber, com vista à
humanização dos sujeitos.
Nessa perspectiva, o conhecimento religioso como patrimônio da
humanidade, legalmente institui-se na escola, possibilitando aos
educandos oportunidade de se tornarem capazes de entender os
movimentos específicos das diversas culturas, cujo substantivo religioso
colabora com a constituição do cidadão multiculturalista. Requer ainda o
entendimento e a reflexão no espaço escolar diante do reconhecimento da
justiça e dos direitos de igualdades civil, social, cultural e econômico,
bem como a valorização da diversidade daquilo que distingue os
diferentes componentes culturais de elaboração histórico-cultural
brasileira.
Para tanto, é fundamental a adoção de políticas educacionais e
sociais, de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim
de superar a desigualdade étnico-religiosa e garantir o direito
Constitucional de liberdade de crença e expressão da mesma (Art. 5º,
inciso VI, da Constituição Brasileira).
133
Essas questões podem ser melhor efetivadas na medida em que a
disciplina de Ensino Religioso e a escola também contribuem para
significar no dia-a-dia o respeito à diversidade.
Nesse sentido, para viver democraticamente em uma sociedade
multicultural é preciso conhecer e respeitar as diferentes culturas e
grupos que as constituem. Não se pode negar que as relações de
convivência entre grupos diferenciados é marcada pelo preconceito,
sendo um dos grandes desafios da escola conhecer e valorizar a trajetória
particular dos grupos que compõem a sociedade. Segundo Pérez Gómes
(2001, p.17):
Considero cultura como o conjunto de significados, expectativas e
comportamentos compartilhados por um determinado grupo social, o qual
facilita e ordena, limita e potencia os intercâmbios sociais, as produções
simbólicas e materiais e as realizações individuais e coletivas dentro de
um marco espacial e temporal determinado. A cultura, portanto é o
resultado da construção social, contingente às condições materiais,
sociais e espirituais que dominam um espaço e um tempo. Expressa-se
em significados, valores, sentimentos, costumes, rituais, instituições e
objetos, sentimentos (materiais e simbólicos) que circundam a vida
individual e coletiva da comunidade.
7.1.4.2. METODOLOGIA:
A metodologia para o ensino de Ensino Religioso, seguirá
parâmetros segundo o contexto e realidade de cada escola, objetivando a
integração e participação de todos, buscara trabalhar de forma dinâmica
e agradável, não deixando de lado os objetivos e conteúdos explicitados
no planejamento.
Para tanto, utilizar diferentes métodos ajudará a diversificar as
aulas, tornando-as menos cansativas e mais proveitosas. Dessa forma,
utilizaremos:
- Leitura e reflexão de textos, fábulas, frases, histórias, músicas, filmes,
desenhos, etc.
- Círculos de debate;
134
- Confecção de livrinhos (etapas do ser humano, valores);
- Debates;
- Produções textuais (poemas, cartazes, redações, frases, etc) visando
uma visão sistemática dos temas:
- Dramatizações; Dinâmicas Analises textuais; Palestras; Entrevistas;
Relato de experiências; Observações; Exposições; Projetos: - Atitudes
comportamentais; Valores
- Buscar a participação coletiva, definindo com a turma, quais serão as
regras fixas e as possíveis de negociação em uma situação ímpar;
-Trabalhar sempre procurando desenvolver o individual, como parte do
coletivo, apropriando-se das dinâmicas de grupo;
- Desenvolver atitudes de respeito. Trabalhar com atos e atitudes reais.
Cada vez que forem feitos acertos, elogiar.
- Desenvolver a auto estima.
7.1.4.3. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS:
No texto das Diretrizes do Ensino Religioso não consta a definição
de conteúdos, sendo que a mesma não tem a intenção de estabelecer
conteúdos fixos a serem seguidos no que se refere à disciplina nas etapas
do Ensino Fundamental.
Para tanto, nos anos iniciais do EF, conclui-se que “ o Ensino
Religioso como as demais áreas do conhecimento, no âmbito das séries
iniciais se integre num paradigma curricular articulado e articulador da
formação básica do aluno-cidadão, superando a fragmentação que
caracteriza um tratamento tradicional das áreas de conhecimento como
“disciplinas isoladas”, sem que os alunos possam perceber, na teoria e
vida, a relação entre elas”.
Respeitando as peculiaridades desta disciplina, a necessidade de se
considerar as particularidades de cada região/escola em relação as
diferentes manifestações do sagrado, cabe as Diretrizes delinear, indicar
caminhos possíveis e elementos que norteiam a ação do professor. Deste
modo, confere à escola completa autonomia para seleção de temas
135
significativos, tendo em vista as especificidades expressas no Projeto
Político Pedagógico.
Neste sentido, a autonomia destinada à escola busca, além das
especificidades dessa disciplina, atender as necessidades de sua
comunidade, seus anseios, perfil e significância e, no que tange ao ER,
contemplar a relação do conhecimento sobre as diferentes manifestações
do sagrado, evidenciadas na diversidade presente nas escolas.
Além dos conteúdos abaixo selecionados, assuntos inerentes que forem
do interesse dos educandos serão trabalhados.
Eu e o outro – visão do transcendente.
- Como sou.
- Meus sonhos.
- Qual a finalidade de minha existência?
- Minhas dificuldades.
- Meu papel na família, na escola, na comunidade.
- Papel de meus pais, amigos, professores, etc, em minha vida.
- Valorização pessoal (sexual, moral, social).
- Ver – Julgar - Agir.
- Respeito mútuo: obrigado(a), com licença, por favor.
Eu e mundo:
- Diversidades culturais, étnicas, religiosas.
- Vantagens que se podem ter na convivência com as diversidades.
- Convívio social (regras, limites, obrigações e direitos).
- Atitudes comportamentais.
- Respeito mútuo (não preciso gostar, mas não preciso ofender ou
hostilizar as pessoas).
- Jovens e adolescentes X vícios.
- Valores humanos.
- As diversidades religiosas e o respeito a essas manifestações e
festividades.
7.1.5.DIRETRIZES CURRICULARES DE MATEMÁTICA
7.1.5.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
136
O ensino da matemática é tido muitas vezes, como uma difícil
tarefa. Um dos aspectos responsáveis por tal visão, é a falta de clareza do
papel da mesma no amplo corpo de conhecimentos sistematizados.
Quando analisamos historicamente o desenvolvimento científico,
podemos perceber que a ciência constitui uma das principais atividades
de intervenção da realidade, proporciona a elaboração de construções
mentais que podem antecipar novas atividades, numa relação dialética
entre o concreto e o abstrato.
O concreto e abstrato, acompanha o desenvolvimento da
matemática ao longo de toda sua história, na medida em que aparecem
sucessivamente períodos em que o trabalho matemático inspira-se
diretamente na experiência sensível e períodos onde as noções, os
resultados mal estruturados da fase anterior são sistematizados e
generalizados, de forma aparentemente abstrata.
Até o final da década de 50 predominava a chamada Matemática
Clássica, caracterizada por uma ênfase ao modelo euclidiano, com o
ensino expositivo centrado no professor. Ao aluno cabia apenas copiar,
repetir, memorizar e devolver, nos momentos de avaliação, aquilo que
tenha recebido anteriormente do professor. Ainda nesse período, a
Matemática Clássica sofre oposição da chamada Pedagogia Ativa, onde o
aluno passa a ser o centro da aprendizagem. Essa tendência continua a
considerar que as idéias matemáticas são obtidas, através da descoberta.
Entretanto, enquanto para a primeira, a descoberta se dava num mundo
ideal, platônico, para essa, é no mundo em que vivemos que as
descobertas acontecem.
Com uma grande mobilização após 1950, promovida por vários
congressos de ensino da matemática, o Brasil adere ao movimento
internacional de reforma do currículo escolar que ficou conhecido como
Movimento da Matemática Moderna. O movimento promove o retorno ao
formalismo matemático, enfatizando o uso preciso da linguagem
matemática, o rigor e os aspectos estruturais e lógicos da mesma. A
diferença entre o formalismo promovido pela Matemática Clássica, e o
promovido pela Matemática Moderna, está no fato de que enquanto
137
aquele enfatiza o encadeamento lógico do raciocínio matemático, este
procura os desdobramentos lógico-estruturais das idéias matemáticas.
A tendência tecnicista, implantada com a reforma pela lei 5692/71,
surge então com ênfase nas tecnologias do ensino, fundamentadas
psicologicamente no Behaviorismo.
A tendência tecnicista tem como finalidade do ensino da
matemática, o desenvolvimento de habilidades computacionais, bem
como de resoluções de exercícios ou de problemas-padrão.
Em oposição à tendência tecnicista, surge o construtivismo, a partir
de epistemologia genética de Piaget e que passa a influenciar fortemente
o ensino de matemática.
O fracasso da Matemática Moderna, aliado às dificuldades de
aprendizagem da matemática por alunos das classes economicamente
menos favorecidas, impulsiona o aparecimento da tendência
socioetnocultural, apoiada em Paulo Freire. Para essa tendência, o
conhecimento matemático é considerado um saber prático, produzido
histórico-culturalmente nas práticas sociais, tendo como ponto de partida
os problemas da realidade.
A década de 90 é marcada pelo aparecimento da tendência
histórico-crítica que considera a matemática como “um saber vivo;
dinâmico e que historicamente, vem sendo construído, atendendo a
estímulos externos e internos. Esse processo de construção foi longo e
tortuoso. É obra de várias culturas e de milhares de homens que, movidos
pela necessidade concreta, construíram coletivamente a matemática que
conhecemos hoje”.
A tendência histórico-critica considera que o aluno aprendeu
significativamente matemática, quando atribui sentido e significado à
mesma. No mesmo período surge também a tendência
sociointeracionista, que se fundamenta na maneira como o conhecimento
matemático é produzido e aceito por uma comunidade científica ou
grupos culturais.
Considerando as diferentes concepções levantadas anteriormente,
decorrem algumas questões cuja elucidação é um ponto de passagem
138
inevitável para qualquer fundamentação teórico-metodológica que se
deseje sobre o ensino da matemática.
- Para que ensinar matemática?
- Quais os objetivos dessa disciplina?
- Que matemática ensinar?
O ensino da matemática vive hoje um paradoxo ao mesmo tempo
em que a sociedade pleiteia e justifica a sua presença de uma forma
marcante nos currículos escolares, percebe-se que a maioria dos
conteúdos ensinados na escola é considerado desinteressante e inútil, por
não estar vinculado diretamente à realidade social.
Dentro dessa perspectiva, o ensino da matemática, encarado como
sendo a transmissão de um conjunto estático de conhecimentos e
técnicas, como um produto acabado, contribui através de práticas que se
utiliza de conteúdos fragmentados, sem significado, impostos de cima
para baixo sem a participação dos alunos, de processos de avaliação
classificatórios e de instrumentos disciplinadores que cerceiam o direito
de manifestações dos alunos. É a matemática pela matemática, ciência
fechada em si mesma, concretizando uma visão parcial de ciência.
Subjacente a essa perspectiva existe uma concepção do homem que
molda as atitudes de alunos e professores, fundada numa ideologia que é
utilizada pelas classes dominantes para reproduzir e sustentar a
sociedade como está.
Uma tentativa de rompimento com esse modo de conceber a prática
pedagógica em matemática, implica na proposição de metodologias que
possibilitem ao aluno a compreensão de conceitos e significados e o
estabelecimento de relações com experiências anteriores vivenciadas.
Implica, portanto, a construção de seus conhecimentos como solução de
problemas significativos, inserido e não apenas às expectativas do
professor.
Falar de uma Educação Matemática crítica e libertadora envolve
falar na busca da transformação do que aí está, visto que esta educação
se dá em uma escala que, por sua vez, está inserida numa sociedade, cujo
modelo de organização precisa ser questionado, ou seja, pensar nessa
139
Educação Matemática nos leva a pensar nos aspectos pedagógicos e
cognitivos da produção de conhecimento matemático, mas também nos
aspectos sociais envolvidos.
Historicamente, a maioria dos professores, por entenderem que as
reformulações curriculares são decisões extra-escolares, abdica do papel
que lhes cabe de agentes na construção dos programas de ensino.
É dessa forma que o ensino da matemática, tal como o pretende,
exige pensar na formação de um professor investigador da prática
docente. Estabelece ainda uma postura teórico-metodológica que requer
do professor uma atitude de questionamento frente a certas concepções
pedagógicas historicamente difundidas, bem como à própria concepção
que se tem do ato de conhecer. Incrementar o processo pedagógico passa
pela formação contínua de professores que implique na inovação e no
ensaio de novas formas de trabalho pedagógico.
7.1.5.2.CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A seleção de conteúdos é um ponto polêmico na organização
curricular. No caso
específico do currículo de matemática, a polêmica ganha intensidade, na
medida em que as diferentes concepções de matemática buscam se impor
na construção curricular.Um dos aspectos mais complexos do currículo
escolar é a definição das intenções educativas para nortear a prática dos
professores, prática que permita um ajuste à diversidade de situações e
de contextos nas quais se forma o processo de ensino e de aprendizagem.
Neste sentido podemos considerar três alternativas:
1 - Formular as intenções educativas precisando os resultados esperados
da aprendizagem, ou seja, aquilo que o aluno deve ter aprendido até o
final do processo educativo.
2 - Definir as intenções educativas por meio dos conteúdos que os alunos
devem aprender na escola.
140
3 Concretizar as intenções educativas estabelecendo as atividades de
ensino e de aprendizagem das quais os alunos vão participar. O
currículo deve, acima de tudo, identificar e precisar quais são essas
atividades e os critérios que devem ser levados em conta para seu
planejamento e desenvolvimento nas salas de aula.
Uma alternativa seria optar por definir intenções educativas,
respeitando as características de um currículo aberto e realizando uma
entrada simultânea pelos resultados esperados de aprendizagem e pelos
conteúdos.
Uma reflexão sobre o ensino matemático exige que se explicitem as
relações existentes entre o conhecimento historicamente construído e a
matemática como saber difundido pela escola. Não se pode perder de
vista que a construção de um conceito matemático deve ser iniciada
através de situações significativas que possibilitem os alunos perceberem
que já tem algum conhecimento sobre o assunto. Desconsiderar esse
ponto é continuar numa situação insustentável, como graves
conseqüências e prejuízos para os mesmos.
Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o
termo conteúdo não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações
destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem,
compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se
certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se
restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento
válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de
uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em
cena
Dentro deste contexto apresentamos os conteúdos estruturantes,
estes entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem
ser desdobrados nos conteúdos que fazem parte de um corpo estruturado
de conhecimento construídos e acumulados historicamente.
7.1.5.2.1. CONTEÚDOS
- Geometria
141
- Estatística
- Álgebra
- Funções
- Números
- História da Matemática
- Tecnologia e Informação
- Matemática Financeira
7.1.5.3. INPORTÂNCIA DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Números e Álgebra
Conhecer os problemas que impulsionaram a necessidade de
ampliação dos conjuntos numéricos e dominar os conceitos básicos que
surgem a partir de sua ampliação, proporciona, ao indivíduo, uma
inserção mais completa na cultura universal ao longo da história.
Na resolução de alguns problemas exige-se a manipulação de constantes
e incógnitas. Neste caso, as propriedades das operações com números
reais e com os polinômios são fundamentais nesta manipulação.
Sistemas lineares e matrizes são instrumentos da linguagem
matemática na modelação de situações-problema.
Funções
O estudo de funções permite a resolução de uma quantidade
significativa de situações a partir da construção de modelos matemáticos,
estabelecendo uma correspondência entre os domínios de duas variáveis.
A linguagem gráfica das funções, apresentadas sob várias formas,
por sua comunicação direta e global, ganha cada vez mais destaque na
sociedade atual.
O estudo das funções ganha relevância especial não apenas pela
capacidade de leitura e interpretação de gráficos funcionais, mas também
pela possibilidade de análise para estimular resultados e fazer previsões.
Geometria
A utilização de conhecimentos geométricos para leitura,
compreensão e ação sobre a realidade têm longa tradição na história da
142
humanidade. É inegável a importância de saber caracterizar as diferentes
formas geométricas e espaciais presentes na natureza, através de seus
elementos e propriedades, bem como de poder representá-las por meio
de desenho geométrico.
Na resolução de diferentes situações-problema, seguramente se faz
necessária uma boa capacidade de visão geométrico-espacial, o domínio
das idéias de proporcionalidade e semelhança, a compreensão dos
conceitos de comprimento, área e volume, bem como saber calculá-los.
Saber utilizar as coordenadas cartesianas de pontos no espaço
possibilita a descrição de objetos geométricos numa linguagem algébrica,
ampliando os horizontes da modelagem e da resolução de problemas
geométricos, por meio da interação entre essas duas áreas da matemática
Propõe-se o conteúdo estruturante Tratamento da Informação pelas
possibilidades de entender e participar das dinâmicas da sociedade,
englobando neste contexto a estatística e a matemática financeira.
O desenvolvimento do espírito crítico, da capacidade de analisar e
de tomar decisões, diante das diversas situações da vida em sociedade,
exige informação. O estudo da estatística e probabilidades está cada vez
mais presente nos meios de comunicação como forma de apresentação de
dados.
Para interpretar com autonomia e crítica deve-se compreender bem
a linguagem presente nos gráficos e tabelas. Em diferentes campos, áreas
e atividades profissionais são de grande utilidade as capacidades de
reconhecer o caráter aleatório de fenômenos, utilizar processos de
contagem em situações-problema, calcular probabilidades, representar
freqüências relativas e construir espaços amostrais.
Na resolução de problemas de contagem, o importante é a
habilidade de raciocínio combinatório.
A importância da Matemática Financeira com suas aplicações
práticas é importante nas atividades cotidianas de quem precisa lidar
com dívidas e crediários, interpretar descontos, entender reajustes
salariais, escolher aplicações financeiras, entre outras atividades de
caráter financeiro.
143
7. 1.5.4. - CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS ESPECÍFICOS-Números e
Álgebra
-Funções -Geometrias -Tratamento da Informação
- Conjunto dos números reais e noções de números complexos;
- Matrizes;
- Determinantes;
- Sistemas Lineares;
- Polinômios.
- Função afim;
- Função quadrática;
- Função exponencial;
- Função Logarítmica;
- Função trigonométrica;
- Função modular;
- Progressão Aritmética e Progressão Geométrica.
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Noções básicas de Geometria não-euclidiana.
- Análise combinatória;
- Binômio de Newton;
- Probabilidades;
- Estatística;
- Matemática financeira.
7.1.5.5. - AVALIAÇÃO
Ao se falar em avaliação , não devemos considerar o resultado
como o único interesse a ser contemplado na avaliação. É necessário
observar o processo de construção do conhecimento e para isso o
processo de avaliação deverá ser necessariamente diagnóstico e
contínuo.
Os erros não devem ser apenas constatados, havendo uma
diagnose, é necessário um tratamento adequado; deve-se trabalhar os
caminhos trilhados pelos alunos e explorar as possibilidades advindas
destes erros, que resultam em uma visão parcial que o aluno possui do
conteúdo trabalhado. Desta forma suas dificuldades devem servir de
avanço no processo de crescimento de aquisição de conhecimento e de
seu crescimento pessoal .
A avaliação deve ocorrer ao longo do processo de aprendizagem, de
várias formas diferente, proporcionando ao aluno múltiplas
possibilidades de expressar e a sua visão de conteúdo trabalhado.
144
A avaliação visa a construção do conhecimento do aluno
proporcionando-lhes condições para agir com autonomia e plena
consciência de seu próprio caminhar, como também cria parâmetros
para o professor repensar sua prática pedagógica.
7. 1.5. DIRETRIZES DURRICULARES DE HISTÓRIA
7.1.5.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os professores registraram as sínteses que norteia as Diretrizes
Curriculares Nacionais
Para o Ensino Fundamental , o qual recomenda cautela em não adotar
apenas uma visão teórica - metodológica como uma única resposta para
as questões pedagógicas. A orientação deve ser ampla para admitir
vertentes diversas do pensamento historiográfico educacional e
suficientemente clara para excluir perspectivas consideradas superadas
ou inadequadas as necessidades atuais.
Sendo assim, define-se o paradigma geral que orienta o
pensamento historográgico e pedagógico dos docentes, tendo a clareza
de que a escolha de um autor ou grupo de autores tem um prazo de
validade , relativamente curto , o que não ocorre quando trabalhamos
com os fundamentos mais gerais de suas idéias, que são partilhados por
uma ou mais gerações.
Recusa-se uma concepçaõ pronta e definida. Compreendemos que
não temos como chegar as verdades absolutas , mas a busca das
mesmas não podem ser descartadas, e os consensos mínimos construídos
no debate entre as vertentes teóricas não são meras opiniões mas
fundamentos do conhecimento histórico.
A partir dessa definição , salientamos alguns princípios significativos
que norteiam este documento:
7.1.5.2. PRINCIPIOS NORTEADORES
7.1.5.2.1HISTORIA CONHECIMENTO CONSTRUIDO
145
Historia é um conhecimento construido em constante construção.
Não resulta do desenvolvimento de um método que esgote o que há para
saber sobre os objetos no passado, mas sim sucessivas perguntas que as
diferentes gerações fazem ao mesmo.
Com novos métodos de pesquisa e novas concepções teóricas,
tornando o saber passível de novas interpretações. Assim a História tem
sua própria história. A exposição dessa lógica é fundamental para o aluno
compreender esse princípio e perceber que o conhecimento está em
constante construção. Logo pode ser objeto de questionamentos, dúvidas,
contestações e reconstruções.
7.1.5.2.2HISTORIA E SEUS RECORTES
O estudo da História, no âmbito da ciência como no da educação,
sempre um recorte de dados e idéias disponíveis. O recorte traduz as
concepções e finalidades do sujeito que o fez. Os recortes atendem
finalidade educativas/ideológicas, e refletem os objetivos e projetos de
representações do passado, construção de identidades, estabelecidos por
diferentes sujeitos coletivos ao longo do tempo.
7.1.5.2.3.HISTÓRIA E TOTALIDADE
O ensino da História deve ser estimulado a compreender os
fenômenos de amplo efeito sobre recortes sincrônicos e diacrônicos,
permanências e continuidades .Tais conceitos são fundamentais para a
construção da compêtencia de interpretação, atribuindo sentido a
totalidade temporal, ou seja noção geral de tempo.
7.1.5.2.4. HISTÓRIA E LIGITIMAÇÃO
Em sala de aula a História trabalha: novas gerações, concepções,
idéias e informações Nessa visão constrói - se democracia consistente ,
assumida por todos, refletindo as condições de sociedade. Ela é
legitimadora de ações e instituições. O ensino da História na escola
pública deve ser orientado pelo consenso social e político expresso pela
soberania popular, cujas linhas gerais são expressas na Constituição
Federal.
7.1.5.2.5. HISTORIA E COTIDIANO
146
A História é expessão de um conhecimento vital, cotidiano e
inerente a todos, pelo qual as pessoas se orientam no tempo , desde as
mais simples atitudes às mais complexas. A história como ciência é uma
das formas de expressão dessa atividade, com métodos, fontes e
finalidades próprias . O conhecimento histórico escolar é feito da síntese
dos saberes científicos com os do cotidiano.
7.1.5.2.6. HISTÓRIA E IDENTIDADE
O estudo da História permite ao aluno perceber que o sujeito não
se vincula a uma única pertença, mas articula diversas identidades.
7.1.5.2.7 HISTÓRIA E POLITIZAÇÃO DO SUJEITO
Este princípio decorre o que a coletividades espera do indivíduo.
Isto é a formação de atitudes e concepções úteis para a vida pessoal e
cidadã.
7.1.5.2.8CONCEPÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO
E a concepção de sujeito histórico que relação com o indivíduo,
capaz de avaliar e compreender as determinações e possibilidades que
incidem sobre sua ação na história.
7.1.5.2.9.HISTÓRIA E SABERES ESCOLARES
O ensino da História valoriza o que o aluno trás, seu conhecimento
popular, tendo sempre como referência o conhecimento científico.
7.1.5.3. OBJETIVO GERAL
Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos (sociedades) em tempos e espaços diversos, suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, identificando suas permanências e mudanças.
7.1.5.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Analisar a importância e as características das grandes navegações européias dos séculos XV e XVI;- Conhecer as características das grandes civilizações pré-colombianas;- Conhecer o sistema de colonização brasileira e suas conseqüências.-Compreender as causas estruturais e as influências externas que desencadearam a Independência das colônias americanas.-Identificar as consequências para que os povos subjugados sofreram pelas nações imperialistas.- Associar os acontecimentos históricos do Paraná com os do restante do Brasil e do mundo.
147
- Analisar o poder de domínio e influência das grandes potências na Idade Contemporânea;- Analisar os fatores que levaram à descentralização do poder no pós-guerra, culminando com a globalização.- Entender os fatores que tornaram possível a formação das primeiras
civilizações em torno do Crescente Fértil.- Analisar o período denominado feudalismo.- Entender o novo regime econômico chamado capitalismo.- Conhecer o processo histórico do renascimento urbano e comercial.- Entender o surgimento dos Estados Absolutistas suas causas e consequências.- Conhecer as causas sociais, econômicas e políticas da Revolução Francesa.- Conhecer e analisar o contexto histórico, político, social e econômico da 1ª Guerra Mundial (1914 a 1918).- Conhecer e analisar as tensões européias – consequências políticas e econômicas do mundo pós-guerra.- Compreender e analisar as razões da 2ª Guerra Mundial.- Analisar as causas e consequências da Guerra Fria.- Debater e analisar o encontro das culturas: Européia e indígena.- Analisar e debater as riquezas no Brasil Colonial.- Identificar as rebeliões coloniais identificando suas causas e consequências.- Debater sobre a queda da Monarquia e o surgimento da República.- Pesquisar e debater sobre o Governo Vargas.- Identificar as causas e consequências do golpe militar de 64.- Compreender e estudar sobre a Nova República e a política da Redemocratização.
.
7.1.5.5. CONTEÚDOS
SERIE TEMA GERAL COMENTARIOS CONCEITOS 5ª
SERIE
- Das origens
do homem -
Sec. XV
- Diferentes
trajetórias ,
diferentes
cultuas
- Parte-se do princípio de
que a abordagem não é
detalhista ou
enciclopédica, mas
pautada na compreensão
de conjunto e construção
de uma grande linha do
tempo, fornecendo bases
para o estudo histórico
da dinâmica que envolve
Documento
histórico;
Sequência,
ordenação temporal;
Semelhanças/difere
nças
Ruptura/permanênc
ia;
Individual/coletivo;
Simultaneidade;
148
as diversas sociedades
humanas, em suas
particularidades e
grandes sínteses
narrativa no tempo e no
espaço.
Duração;
Patrimônio
histórico;
Historicidade;
Identidade;
Relatividade
cultural;
Poder;
Narrativa histórica;
Subjetividade;
memória;
Anacrônico,
diacrônicpo,
Trabalho.6ª SÉRIE Encontro
entre
culturas:
século XV ao
XIX.
Estudo do processo de
colonização da criação
da América e do Brasil,
numa abordagem não
nacional e portanto, não
anacrônica da América
Potuguesa, num constate
exercício de relação
simultânea envolvendo
América Hispânica e
Africa.
Documento
Histórico;
Sequência
ordenação temporal;
Semelhanças/difere
nças;
Ruptura/permanênc
ia;
Transformação/per
manêci
Individual/coletivo;
Simultâneidade;
Duração;
Patrimônio
histórico;
Ontem/hoje;
Historicidade;
Cultura;
Identidade;
149
Relatividade
cultural;
Poder;
Narrativa histórica;
Subjetividade;
Memória;
Anacônico,
diacrônico,
sincrônico;
Trabalho; Nação;
Estado
Cidadania.
7ª SERIE A Constituição
do ideário da
Nação na
América e as
novas relações
de dominação
colonial entre
Europa, Africa
e América no
Século
XIV.
Estudo do processo de
Cosntituição ideário de
Nação na América num
constante exercício de
relação simultânea
Envolvendo Europa,
Africa e América no
século XIV.
Documento
Histórico;
Sequência,
ordenação
temporal;
Semelhanças/difere
nças
Ruptura/permanênc
ia;
Transformação/per
mane
ncia;
Individualidade;
Simultâneidade;
Duração;
Patrimônio
Histórico;
Ontem/hoje;
Historicidade;
Cultura;
150
Identidade;
Relatividade
cultural;
Poder; Memória;
Narrativa
Histórica;
Subjetividade;
Memória;
Anacrônico,
diacrônico,
Sincrônico.
Trabalho; Nação;
Estado
Cidadânia;
8ª SERIE Do final do
século
XIX ao século
XXI
Análise, compreensão e
articulação dos
diferentes elementos
constitutivos da
contemporaneidade.
Documento
Histórico;
Sequência,
ordenação temporal;
Semelhanças/difere
nças;
Ruptura/permanenci
a;
Individual/coletivo;
Simultaneidade;
Duração;
Patrimônio
histórico;
Ontem/hoje;
Historicidade;
Cultura;
Identidade;
151
Relatividade
cultural;
Poder; Memória;
Narrativa histórica;
Subjetividade;
Trabalho;
Anacrônico,
diacrônico,
sincrônico;
Trabalho; Nação;
Cidadania;
Globalização;
Estado;
Globalização;
Neoliberalismo.
7.1.5.6. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A concepção de História, o valor educativo atribuído à disciplina e o
conjunto de princípios precisam ser observados pelo professor no
tratamento dos conteúdos. Esse conjunto de elementos é essencial para
que essa nova abordagem represente a melhoria qualitativa no ensino e
na aprendizagem em História tão almejada pelos professores.
É necessário, ainda, enfatizar algumas premissas que pautaram a seleção
e organização dos temas gerais ou unidades temáticas aqui propostas,
dentre os quais destaca-se a:
- discussão da historicidade dos conteúdos, do contexto da sua criação,
fontes e métodos utilizados.
- relatividade cultural e respeito a ela, o que se diferencia do relativismo,
para o qual não existe consenso possível sobre o conhecimento e a ética;
- postura investigativa do professor e do aluno, preferindo a busca de
informações, discussão e sínteses a simples exposição dos conteúdos;
152
- explicação simples (mas não simplista) dos conceitos fundamentais, que
devem explicar o objeto sem pretensão de esgotar toda a discussão teórica
sobre o conceito, de modo que esses possam ser complementados nos
ciclos e/ou séries e estudos subseqüentes;
- explicação do passado em função dos problemas postos pelo presente.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o educando terá suas primeiras
experiências com a História sistematizada enquanto conhecimento
escolar, a partir do tema: Identidade e tempo: eu/outro e a
sociedade. Nesse sentido, é importante que ele entre em contato com
elementos que o auxiliem a compreender o processo histórico, tendo
como base sua história familiar, escolar e comunitária. Para tal objetivo, o
entendimento da humanidade como produtora de cultura é essencial no
aprendizado mpreensão da construção de uma “ grande linha do tempo”.
Essa abordagem deve proporcionar bases para o estudo histórico da
dinâmica que envolve as diversas sociedades humanas, compondo
grandes sínteses narrativas no tempo e no espaço.
Deve-se retomar os temas e os conceitos já trabalhados pelos
professores nos anos iniciais, estando atentos para acrescentar novos
conceitos como: anacrônico, diacrônico e sincrônico, Estado, poder,
trabalho, escravização, cidadania, entre outros.
A partir da 6ª série, com o tema (Des)Encontros entre culturas:
século XV ao XIX, sugere-se estudar o processo de colonização e
criação do Brasil e da América, numa abordagem não-nacional e,
portanto, não anacrônica da América, num constante exercício de
relação simultânea, envolvendo a África, a Ásia e a Europa. Tal estudo
possibilitará entre outros, a inserção de conceitos como etnocentrismo,
patriarcalismo e liberalismo.
Para a 7ª série, propõe-se o estudo do processo de constituição do
ideário de nação no Brasil e na América (assim como a construção dos
regionalismos, em especial o paranaense) num constante exercício de
relação simultânea, envolvendo a África, a Ásia e a Europa, partindo do
tema geral: A constituição da Nação no Brasil e na América e as
153
novas relações de dominação colonial entre América, África, Ásia
e Europa nos séculos XIX e início do XX.
O final do segundo segmento do Ensino Fundamental, 8ª série, articula-
se a partir do tema: Do início do século XX ao século XXI:
elementos constitutivos da contemporaneidade.
Nessa última série do Ensino
Fundamental, pretende-se historicizar conceitos como totalitarismo, anti-
semitismo, fundamentalismo, xenofobia, globalização, multiculturalismo,
mundialização, neoliberalismo, ambientalismo entre outros, além de
aprofundar questões do contexto mundial, relacionando-as com a
realidade local do aluno, dando continuidade ao relacional, e não isolado
em uma ou outra esfera. O professor deve cuidar apenas para garantir
que o tema seja trabalhado historicamente, oferecendo a contribuição
específica da disciplina para o conhecimento do educando.
Eventualmente, os “temas
significativos” podem não encontrar articulação com as temáticas do ciclo
e/ou série, embora seja desejável que isso aconteça. É importante, nesse
caso, que o planejamento do professor tenha como referência os
princípios norteadores, conceitos e o significado desta proposta para a
aprendizagem dos alunos naquele ciclo e/ou série.
A elaboração das Diretrizes Curriculares para o Ensino
Fundamental coloca-se na contingência de gerar orientações que, sendo
legítimas, serão postas em prática, resguardando o espaço de autonomia
e criação do professor. Acredita-se, com isso, abrir possibilidades de
novas orientações para o ensino de História dentro de uma determinada
margem, sem se distanciar dos compromissos fundamentais em termos
de resultados de ações pedagógicas. Embora não seja desejável
estabelecer um quadro de conteúdos obrigatórios, o coletivo dos
professores não se furtou a responder o que entende como essencial a
ser estudo da História do Paraná, assim como aos conceitos
anteriormente trabalhados.
7.1.5.7. AVALIAÇÃO
154
A avaliação da aprendizagem está associada ao Projeto Político
Pedagógico de cada escola. No entanto, entende-se como coerente,
dentro desta concepção de Diretriz Curricular, que a avaliação seja
colocada a serviço da aprendizagem, isto é, que venha a subsidiá-la e não
constituí-la como um elemento externo. Em outras palavras, refuta-se
aqui avaliações de caráter classificatório, autoritário e desvinculadas dos
conteúdos e concepções pedagógicas, em que a mesma venha retratar e
consolidar um modelo excludente de escola e de sociedade, que se quer
superar.
É importante lembrar que o aprendizado e a avaliação são
entendidos aqui como um fenômeno compartilhado entre professores e
alunos, de modo contínuo, processual e diversificado, em que o trabalho
de ambos (professor e aluno) possam ser constantemente ressignificados.
Tal forma de avaliar permite o trabalho em grupo, enfatiza a
responsabilidade social e a solidariedade, a experiência de aprendizado
entre os educandos e a dinâmica da democracia participativa.
Não se trata de trabalhar os princípios ou os conceitos por si só,
mas como elementos referenciais para o professor auto-avaliar o
tratamento que está dedicando aos conteúdos. Assim, caberá a ele
proceder reflexões contínuas de sua prática, ou seja, avaliar até que
ponto os princípios (História – conhecimento construído, História e
cotidiano, História e sabres escolares, História e identidades, concepção
de sujeito histórico, História e politização do sujeito, História e seus
recortes, História e legitimação e História e totalidade) para o ensino de
História têm norteado a sua prática.
Nesse sentido, por meio do processo avaliativo, o professor poderá
diagnosticar e planejar as intervenções quanto ao ensino e à
aprendizagem no que se refere:
• à História como prática social, na qual o educando participa como
sujeito histórico de seu tempo;
• às práticas sociais enquanto ações, a partir das quais a História é
entendida como uma luta constante entre diferentes poderes que
tentam impor o seu próprio desejo de verdade;
155
• à ação dos seres humanos expressas em diferentes relações sociais
e temporalidades, através de suas manifestações culturais,
econômicas, políticas, etc;
• à existência das singularidades, das diferenças e semelhanças, do
outro e de si mesmo;
• a relações entre a história local e a global, identificando as práticas
e representações do espaço vivido e percebido;
• à noção de que a História ensinada na escola é um recorte dos
infinitos acontecimentos e que sua seleção não é neutra;
• ao ensino da História escolar como um dos processos de legitimação
de determinados interesses, produto de complexas relações de
poder, passível de discussão e mudança;
• ao uso individual e coletivo dos espaços de interlocução com o
Estado e a sociedade civil organizada, superando uma postura
passiva diante das problemáticas do seu tempo;
• ao uso dos conceitos históricos para analisar diferentes
contextos/acontecimentos;
• à leitura de diferentes fontes documentais para a construção do
saber histórico;
• à não-vinculação do sujeito a uma única pertença, mas articulada a
diversas identidades;
• a posicionamentos que explicitam respeito à diversidade étnico-
racial, religiosa, social e econômica, a partir do conhecimento dos
processos históricos que os constituíram.
7.1.5.8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política.
São Paulo5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1987. v.I.
156
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de história: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro. (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003.
BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In:KARNAL, Leandro. (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003.
BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa: Publicações Europa-América, 1997.
BRASIL. Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.
CERRI, Luis Fernando. A história e a elaboração de diretrizes curriculares para o ensino fundamental no Paraná – reflexões iniciais. Palestra proferida no I Seminário para o processo de elaboração das Diretrizes Curriculares de História. Faxinal do Céu - PR, 11 de maio de 2004.
COUTINHO, José Maria. Por uma educação multicultural: uma alternativa de cidadania para o século XXI. In: Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 4, n. 13, p. 381-392, out./dez. 1996.
FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína (orgs.). Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1996.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino em história. São Paulo: Papirus, 2003.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino de 1º Grau. Currículo básico para a escola pública do estado do Paraná. Curitiba: 1990.
7.2. DIRETRIZES CURRICULARES DO
ENSINO MÉDIO
7.2.1 - DIRETRIZES CURRICULAR DE
QUÍIMICA
7.2.1.1.- REFERENCIAL TEÓRICO157
Existem formas distintas de conceber o ensino de Química. Cabe ao
professor , utilizando estratégia de ensino , levar os alunos a
aproximarem-se cada vez mais qualitativamente, do conceito desejado,
numa exposição dialógica e de negociação, num contexto organizado,
também pelo professor.
Diz respeito ao entendimento das interações sociais do sujeito ao
desenvolvimento da sua capacidade de participação através de uma
atitude crítica e atuação transformadora na direção de uma sociedade
justa.
A alfabetização científica deve estar centrada na inter-relação de
dois comportamentos básicos: conhecimento químico e contexto social.
Segundo NANNI, a experimentação prática caracteriza papel
investigativo cuja função pedagógica é auxiliar o aluno na explicitação ,
problematização, discussão e elaboração dos conceitos. O experimento
faz parte do contexto normal de sala de aula.
Uma outra proposta para o ensino de Química com uma finalidade
concreta, num Ensino Médio com as características que buscamos, se
refere à imigração do conhecimento químico do esoterismo ao exoterismo
, palavras que por si só provocam reflexão..
Esoterismo , neste contexto, é uma atitude pedagógica em que os
conhecimentosd não são disseminados amplamente, mas comunicados a
um pequeno número de iniciados, pois somente eles seriam capazes de
compreendê-los.
Exoterismo, neste contexto, é a idéia de que o conhecimento
químico deve atingir um grupo seleto de pessoas, mas um grande
público.
Para que aconteça este movimento en direção ao exoterismo, é
necessário o rompimento com posturas baseadas nas causas apontadas
anteriormente (linguagem usada). A partir disso, pode-se dizer que o
discurso e a linguagem tem um papel importante na aula de Química, . É
a partir de ambos e sobre a forma como os significados e os
entendimentos são o aluno a pensar mais criticamente sobre o seu
mundo, refletir sobre as razões do problema, neste caso os ambientais.
158
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, a maioria
das pessoas já estão familiari8zadas com o eleito estufa e com os
problemas causados pelos buracos da camada de ozônio da estratosfera,
por onde passam os nocivos raios ultravioleta do sol.
Isto é decorrência a ação humana. A queima de combustíveis
fósseis, a liberação de aerosóis e as instalações indústriais resultam
num grande risco de poluição e de agressão ambiental.
Esses atos podem desencadear críticas precipitadas que condenem
a Química e não o seu mau uso.
Na verdade , muitas vezes, aqueles problemas tem solução na
própria Química.
A Química tem forte presença na procura de produtos novos, essa
presença esta cada vez mais solicitada, nas novas áreas específicas
surgidas nos últimos anos: biotecnologia, química fina, pesquisas
direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos.
Essas questões apontadas podem e devem ser abordadas n as
aulas de Química (abordagem temática que discuta aspectos sócio-
científico).
7.2.1.2 OBJETIVO GERAL
-Proporcionar conhecimentos relevantes que possam servir de base
cultural para o aluno participar da sociedade moderna, no que se refere
aos aspectos científicos.
7.2.1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Desenvolver no aluno atitudes e valores diante das questões sociais
relativos à ciência e a tecnologia;
-Auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de aspectos relativos
à natureza da criança;
-Capacitar os alunos a relacionar suas experiências escolares em
ciências com problemas reais;
-Desenvolver no aluno habilidades que conduzam às seguintes
competências:
159
a)lidar com novas tecnologias e linguagem
b)compreender fenômenos;
c)construir argumentos
c)ouvir e argumentar.
7.2 1.4. CONTEÚDOS
1º ANO:
- Alquimia e Química
- Química e o cotidiano.
- A Química dos alimentos e aditivos químico.
- Universo, matéria e suas propriedades.
- Fenômenos físicos e químicos.
- Misturas e reparação das misturas.
- Estrutura atômica.
- Partículas fundamentais do átomo.
- Tabela periódica.
- Aproveitamento dos recursos naturais.
- Ligações química.
- Funções inorgânicas: ácidos , bases, sais e óxidos.
- Alimentos e consumo exagerado.
- Reações químicas.
- Relações de massa : massa atômica, mol, número de avogadro e massa
molar.
2º ANO
- Gases e suas transformações
- Estequiometria.
- Soluções.
- Termoquímica.
- Poder calórico dos alimentos.
- Cinética Química.
- Óxido-redução.
- Radicais livres.
- Eletroquímica.
160
- Metais fundamentais a manutenção equilibrada das funções do corpo
humano.
- Equilíbrios químicos.
- Radioatividade.
3º ANO
- Introdução à Química Orgânica.
- Ciclo do carbono.
- Compostos orgânicos.
- Hidrocarbonetos: características e nomenglatura.
- Solo, fertilizantes e agrotóxicos.
- Funções orgânicas.
- Bebidas alcoolicas.
- Medicamentos.
- Isomeria.
- Açúcares e adoçantes.
- Reações orgânicas.
- Detergentes biodegradáveis.
- Polímeros.
- Proteina e sua utilização.
.7.2.1.5. - METODOLOGIA
Vários são as metodologias que podem ser adotadas, visando
propostas de formação e construção do conhecimento, como projeto
interdisciplinares, trabalho em grupo onde a diversidade sócio-econômica
e cultural podem acrescentar positivamente, o uso de reportagem
recentes e atuais, deixar fluir no aluno a liberdade de expressão e
através do conhecimento empírico do mesmo se pensa esclarecer o
científico.
Porém, apesar de várias serem as ferramentas metodológiacas que
o professor possui, nenhuma delas surtirá efeito se não for estabelecido
com o aluno um vínculo de afeto e respeito mútuo, que acima de
qualquer conteúdo didático, venha resgatar os valores e princípios
161
morais que se perderam ao longo das últimas décadas decorrente aos
fatores políticos e econômicos, que a nossa sociedade sofreu, fazendo
com que a escola, principalmente as municipais e estaduais, perderam a
sua verdadeira identidade.
7.2.1.6. - AVALIAÇÃO
Uma proposta pedagógica voltada para o ser humano no
desenvolvimento de atitudes e valores. Este processo será desenvolvido
de acordo com o contexto escolar, com sistema adotado pela instituição,
com os recursos que o professor tenha a sua disposição e com a própria
dinâmica da escola, dos alunos, do currículo etc.
Os critérios avaliativos devem envolver o aluno nas diversas
atividades de construção do conhecimento.
O processo avaliativo requer um caráter inclusivo, no sentido de
estimular a autoconfiança e a participação do aluno.
O ideal é que ele seja avaliado não apenas pela entrega de
relatórios dos experimentos, das respostas dos exercícios ou da
realização de trabalhos escolares sobre os temas abordados, mas também
pelo seu engajamento nos debates em sala de aula, pela sua participação
nas atividades. A adoção de instrumentos de auto-avaliação de forma
participativas da turma com uma discussão e flexiva e orientada poderá
auxiliar no processo.
No que diz respeito a instrumentos avaliativos, tais como provas e
testes é aconselhável selecionar questões que avaliem as competências
dos alunos aspetos de análise, interpretação, ponderação e avaliação para
a formação de um cidadão crítico.
7.2.2. DIRETRIZ CURRICULAR DE ARTES
7. 2.2.1. - PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE ARTE
A Arte está presente desde os primórdios da humanidade, sendo
uma atividade fundamental do ser humano. Ela é uma forma de trabalho
162
criador. O trabalho transforma a natureza e o próprio homem, isto é,
trabalhando com objetos naturais, o homem pôde transformá-los em
ferramentas, “um sistema de relações inteiramente novas entre uma
determinada espécie e o resto do mundo, vem a ser estabelecido pelo uso
das ferramentas” (FISCHER, 1979, p. 23).
Assim, o homem, depois de imitar os objetos que via na natureza,
passou a criá-los e humanizá-los. O desenvolvimento do trabalho exigia
um sistema de novos meios de expressão e comunicação ultrapassando os
poucos sinais conhecidos pelo mundo animal. A linguagem surgiu
juntamente com o trabalho, “somente o trabalho e através do trabalho é
que seres vivos passam a ter muito que dizer uns aos outros” (FISCHER,
1979, p.30).
O ser humano transformando o mundo pelo trabalho é ele próprio
transformado. Ele passa de animal em homem, tornando-se um ser capaz
de simbolizar. O ser humano que pela primeira vez se disfarçou com pele
de animal a fim de lograr sua presa, ou aquele que criou uma marca, um
signo para identificar uma pedra ou alterou a sua forma, foi o responsável
pela criação da arte.
Essas atividades com os signos sempre apareceram no homem
como uma forma de necessidade de expressão e de poder e domínio sobre
natureza. Por meio das pinturas (representações gráficas) que ainda
existem nas cavernas, de flautas de ossos ou de outros instrumentos
criados por esses homens, conseguimos identificar relatos de suas
crenças, seus sonhos, seus sentimentos espirituais e suas necessidades.
Na história humana e em todas as culturas, podemos constatar a
presença da arte, seja em objetos ritualísticos, utilitários, artísticos,
estéticos, mesmo que, às vezes, intuitivamente, precedendo contextos
históricos (sons, imagens, gestos, dramatização, representações, símbolos
etc...).
A arte é um processo de humanização e o ser humano como criador,
se transforma e transforma a natureza através do trabalho, produzindo
novas maneiras de ver e sentir e que são diferentes em cada momento
histórico e em cada cultura.
163
É fundamental considerar as determinações econômicas e sociais
que interferem nas relações entre os homens, os objetos e os outros
homens, para compreender a relatividade do valor estético e as diversas
funções que a Arte tem cumprido historicamente e que se relacionam
com o modo de organização da sociedade (PARANÁ, 1992, p.149).
A história social da arte aborda que as formas artísticas não são
exclusivamente formas da consciência individual, mas também exprimem
uma visão do mundo. Essas formas são dependentes do modo de
produção social, isto é, em cada cultura, em cada momento histórico, as
transformações da sociedade determinam condições para uma nova
atitude estética.
Novas maneiras de ver e de ouvir não são apenas o resultado de
aperfeiçoamentos ou refinamentos na percepção sensorial, mas também
uma decorrência de novas realidades sociais (...) o ritmo, o barulho e o
tempo das grandes cidades estimulam novos modos de ver e ouvir; um
camponês enxerga uma paisagem de maneira diversa da de um homem
da cidade, e assim por diante (FISCHER, 1979, p.170).
Ao se tornar consciente da sua existência individual e social, o
homem se percebe e se interroga, sendo levado a interpretar. Surgindo
na história como um ser cultural, o homem age culturalmente, apoiado na
cultura e dentro de uma cultura, isto é, os valores culturais vigentes
constituem o clima mental para o seu agir, mesmo que ele seja
estritamente pessoal, nele se elaboram possibilidades culturais.
Segundo Ostrower (1987, p.13) a cultura é definida como: “formas
materiais e espirituais com que os indivíduos de um grupo convivem, nas
quais atuam e se comunicam e cuja experiência coletiva pode ser
transmitida através de vias simbólicas para a geração seguinte”. Além da
cultura erudita, que por tradição e pela nossa própria cultura ocidental já
é contemplada nas escolas, a cultura de diversas etnias e de classes
sociais menos favorecidas devem ser trabalhadas na escola, contribuindo
para uma visão integradora entre o erudito e o popular. Esta relação leva
a uma valorização da nossa própria cultura e valoriza o aluno como
sujeito do processo pedagógico.
164
Ao tratar sobre as implicações educativas do pluralismo cultural,
Forquin (1993, p. 137) alerta para que:
Um ensino pode, com efeito, dirigir-se a um público diverso sem ser
ele mesmo um ensino multicultural: ele não se torna tal senão a partir do
momento no qual ele põe em ação certas escolhas pedagógicas, que são
ao mesmo tempo escolhas éticas ou deontológicas, isto é, se ele leva em
conta deliberadamente e num espírito de tolerância, nos seus conteúdos e
nos seus métodos, a diversidade de pertencimentos e referências
culturais dos públicos de alunos aos quais ele se dirige.
Neste sentido, a escola constitui-se num espaço privilegiado para
uma educação que dialogue entre o particular e o universal . A disciplina
de arte deve manter este diálogo, estabelecendo relações de nossas
experiências, nossa cultura e vivência com a imagem, com os sons, com
os gestos, com os movimentos e, nessa perspectiva, educar os nossos
alunos esteticamente, ensinando-os a ver, a ouvir criticamente, a
interpretar a realidade, a fim de ampliar as suas possibilidades de fruição
e expressão artística.
Assim uma proposta de ensino de arte tem como função levar o
aluno à apropriação do conhecimento estético, contextualizando-o, dando
um significado à arte dentro de um processo criador que transforma o
real, produzindo novas maneiras de ver e sentir o mundo.
Segundo Acássia Kuenzer (2000, p.125), “Não há um dizer único e
universal sobre as Artes e, portanto, estamos sempre na situação de ter
de fazer várias opções teóricas para sustentar nossas propostas
curriculares e metodológicas”.
Neste sentido, tendo em vista a consolidação das contribuições
elaboradas nos diversos encontros para as orientações curriculares do
Ensino Médio da disciplina de Arte e visando atender ao aluno como um
sujeito histórico e social, foi sistematizado três formas de interpretação
da Arte na sociedade, que são arte como ideologia, arte como
conhecimento e arte como trabalho criador.
165
7.2.2.2. - OBJETIVOS DO ENSINO DA ARTE
- Levar o aluno a compreender que os trabalhos de arte não existem
isoladamente , mas relacionam-se com as idéias e tendências de uma
determinada época e localidade.
- Alcançar progressivo desenvolvimento musical , rítmico , melódico ,
harmônico, tímbrico , nos processos de improvisar , compor , interpretar
e apreciar.
- Construir uma relação de cooperação , respeito , diálogo e valorização
das diversas escolhas e de criação em dança que ocorrem na sala de aula
e na sociedade.
- Experimentar e conhecer materiais , instrumentos e procedimentos
artísticos diversos .
- Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística.
7.2.2.3.- ARTE COMO IDEOLOGIA
As relações entre Arte e Ideologia são contraditórias e complexas e
que, portanto, há de se cuidar para não cair em um dos dois extremos: o
da identificação de ambas ou o de sua oposição radical (PEIXOTO, 2003
p. 36).
Ideologia é o conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de
uma sociedade, de uma época ou de uma classe, e que são produto de
uma situação histórica e das aspirações dos grupos que as apresentam
como imperativos da razão.
A obra de Arte é parte integrante da realidade social, é elemento da
estrutura da sociedade e expressão da produtividade social e espiritual
do homem, ela constitui-se numa totalidade estruturada e que abrange
uma grande diversidade de elementos da realidade (KOSIK, 2002 p.139).
A ideologia tem dupla função, ela pode ser um elemento de coesão
social, de relação de pertencimento a um grupo, classe social, a uma
sociedade ou um elemento de imposição de um grupo, classe social sobre
outra, de forma a mascarar a realidade, para manter e legitimar sua
dominação.
No século XX a juventude foi objeto de intensa ideologização
através da arte. Na primeira metade deste século, a juventude nazista e
166
fascista foi constituída, principalmente, pela mídia institucional do rádio e
cinema. Após os anos cinqüenta, a industria cultural com suas várias
formas artísticas, disseminaram o consumismo, o individualismo
exacerbado e o liberalismo entre os jovens.
Neste mesmo século XX a arte foi uma das principais formas de
organização social e expressão dos jovens em oposição às forças
dominantes neste período, entre eles, os protestos mundiais dos anos 60
à sociedade de consumo e/ou às políticas governamentais, a oposição à
ditadura militar no Brasil, o movimento da anistia e o de
redemocratização do país.
Neste sentido é fundamental trabalhar com os alunos questões
como:
Arte erudita ou elitista e Arte popular.
7.2.2.4 - ARTE COMO FORMA DE CONHECIMENTO
Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel
unidade: é expressão da realidade, mas ao mesmo tempo cria a realidade
que não existe fora da obra ou antes da obra, mas precisamente apenas
na obra (KOSIK, 2002, p. 128).
A Arte não só reflete a realidade em sua aparência, mas
também a traduz para além desta, abrangendo aspectos da totalidade
desta mesma realidade.
O conhecimento estético construído historicamente pela
humanidade, se expressa na Arte através da sua própria organização,
como:
Os elementos formais que constituem a música, as artes plásticas /
visuais, a dança e o teatro.
Os conteúdos estruturantes da disciplina e suas articulações com as
quatro áreas que a constituem.
O trabalho com os alunos deve também tratar da diversidade
cultural e das desigualdades sociais, em vários aspectos tais como:
As expressas nas obras de arte produzidas pela humanidade em
tempos e espaços diferentes.
167
A dos alunos que estão na escola, considerando sua origem
cultural, grupo social e as manifestações artísticas que produzem
significado de vida para eles tanto na produção como na fruição.
7.2.2.5. - ARTE COMO TRABALHO CRIADOR
A Arte como criação ou trabalho criador é uma característica
essencial pois sem ela a arte não é arte e o aluno precisa passar pelo
fazer artístico, pois, “ao transformarmos as matérias, agimos, fazemos.
São experiências existenciais – processos de criação – que nos envolve na
globalidade, em nosso ser sensível, no ser pensante, no ser atuante.”
(FAYGA, 1987, p.69). Quando o homem cria, isto é, quando transforma
uma matéria lhe dando nova forma, lhe atribui significados, emoções e o
impregna com a presença do seu próprio existir, captando e
configurando-o. De acordo com Fayga (1987, p. 51) :estruturando a
matéria, também dentro de si o ser humano se estrutura. Criando, ele se
recria.
Criar, então, é fazer algo inédito, um objeto novo e singular que
expressa esse sujeito criador e, simultaneamente, o transcende, enquanto
objeto portador de conteúdo de cunho social e histórico e enquanto objeto
concreto, como uma nova realidade social.
A concepção de arte como criação, como trabalho criador não exclui
a arte como forma ideológica ou a arte como forma de conhecimento,
porém não a reduz a nenhuma delas. Neste sentido a arte constitui-se em
um processo de humanização do ser humano. Com os alunos é importante
desenvolver os seguintes trabalhos:
Proporcionar que os alunos possam manifestar as formas de
trabalho artístico que já executam, possibilitando que sistematizem com
mais conhecimentos suas próprias produções.
Possibilitar que os alunos produzam trabalhos artísticos na escola,
nas áreas em que forem possíveis pelas condições de formação do
professor e/ou materiais da escola.
7.2.2.6.- METODOLOGIA DE ARTE
Tendo os pressupostos teóricos como referência, devemos pensar
na metodologia, que pode ser concebida como “A arte de dirigir o espírito
168
na investigação da verdade” (FERREIRA, 1986), este é o elemento da
pedagogia que está mais intimamente ligado à prática em sala de aula.
Quando se trata de metodologia, precisamos direcionar o
pensamento para o método a ser aplicado: para quem, como, por que e o
quê. Podemos definir método como um modo ou uma maneira planejada e
determinada para conhecer alguma coisa; um procedimento racional para
o conhecimento seguindo um percurso fixado.
O trabalho em sala de aula deve-se pautar pela relação que o ser
humano tem com a arte: sua relação é de produzir arte, desenvolver um
trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras artísticas. No espaço
escolar o objeto de trabalho é o conhecimento, desta forma devemos
contemplar na metodologia do ensino de arte, estas três dimensões, ou
seja, devemos estabelecer como eixo o trabalho artístico, que é o fazer, o
sentir e perceber, que são as formas de leitura e o conhecimento, que
fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho mais
sistematizado, superando o senso comum do conhecimento empírico.
A seguir explicitaremos cada um desses três eixos, mas tendo em
vista que os eixos constituem-se numa totalidade. O trabalho em sala
poderá iniciar por qualquer um destes eixos, ou os três simultaneamente.
O importante é que no final das atividades (em uma ou várias aulas) com
o conteúdo desenvolvido, todos os três eixos tenham sido tratados com os
alunos.
7.2.2.7. - SENTIR E PERCEBER
Possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas para que possam
familiarizar-se com as diversas formas de produção da arte. Envolve
também a leitura dos objetos da natureza e da cultura em uma dimensão
estética.
A leitura das obras artísticas se dá inicialmente pelos sentidos, a
percepção e fruição serão superficiais ou mais aprofundadas, de acordo
com as experiências e conhecimentos estéticos que o aluno tiver em sua
vida.
Nosso trabalho é o de possibilitar o acesso e mediar esta leitura
com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as
169
obras de arte e a realidade transcendendo as aparências, apreendendo
através da arte parte da totalidade da realidade humano social.
A humanização dos objetos e dos sentidos, realiza-se tanto na
apreciação livre dos objetos, quanto na percepção mediada pelo
conhecimento estético sistematizado.
7.2.2.8. - CONHECIMENTO ESTÉTICO
Este é o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade
opera para apreender o conhecimento historicamente produzido sobre
arte.
A Arte é um campo do conhecimento humano, que é estruturado
por um saber, que tem uma origem, cada conteúdo tem sua história, que
deve ser conhecida para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se através do tempo em função dos
modos de produção social, o que implica para o aluno conhecer como se
organiza as várias formas de produzir arte, como também, a maneira pela
qual a sociedade estrutura-se historicamente.
7.2.2.9. - TRABALHO ARTÍSTICO:
A prática artística (trabalho criador) é a expressão do aluno sendo
privilegiada, é o momento do exercício da imaginação e criação. Apesar
das dificuldades na escola de se desenvolver estas práticas, elas são
fundamentais, pois a arte não pode ser apreendida só de forma abstrata,
o processo de produção do aluno é quando ele interioriza e se familiariza
com os processos artísticos e humaniza os sentidos.
Essa abordagem metodológica é essencial no processo ensino-
aprendizagem em arte. Estes três eixos metodológicos são importantes
para o trabalho em sala de aula, pois apesar de serem interdependentes,
precisamos planejar as aulas com recursos e metodologia específica para
cada um desses momentos.
O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer um dos três eixos,
mas o fundamental é que no processo o aluno tenha realizado trabalhos
referentes aos três eixos metodológicos.
Um trabalho (já desenvolvido na escola) com teatro poderá iniciar
com exercícios de personagem (expressão vocal, gestual, corporal e
170
facial), jogos teatrais, aquecimento e relaxamento, transposição de texto
literário para texto dramático, pequenas encenações construídas pelos
alunos e outros exercícios cênicos.
O início deste encaminhamento é pelo trabalho artístico, mas em
todos os momentos é necessário tratar do conhecimento estético, quer
dizer o aluno faz, mas sabe o que e o porquê está fazendo, construindo
junto com o professor o conhecimento, são necessários, inclusive, alguns
momentos de aulas teóricas sobre o conteúdo e dos movimentos artísticos
importantes na história do Teatro.
Durante as aulas é possível solicitar aos alunos uma análise das
diferentes formas de representação na televisão e no cinema (plano de
imagens, formas de expressão dos personagens, cenografia e
sonoplastia). Para complementar o eixo sentir e perceber é fundamental
que ao menos uma vez no ano, os alunos possam assistir uma peça
teatral. Antes de assistir a peça poderá ser solicitado um trabalho de
análise da peça (escrito na aula ou em casa posteriormente a
apresentação) com três questões:
a) descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local,
atores, período histórico da representação;
b) análise da estrutura e organização da peça, tipo de cenário
e sonografia, expressões utilizadas com mais ênfase pelos personagens e
outros conteúdos trabalhados em aula;
c) análise da peça sobre o ponto de vista do aluno, texto a
critério dele.
Neste trabalho podemos perceber que os três eixos metodológicos
foram tratados na seguinte ordem metodológica (trabalho artístico,
conhecimento estético e sentir/perceber), mas em vários momentos
acontecem simultaneamente. Ao mesmo tempo percebemos que todos os
conteúdos estruturantes (vide no item conteúdos) foram tratados de
forma orgânica, em vários momentos, ou seja, elementos formais
(personagem, ação, texto), a composição (representação, cenografia) os
movimentos e períodos (história do teatro) e o tempo e o espaço (em
vários momentos da representação).
171
Iniciando-se um trabalho de artes plásticas, o professor poderá
pedir que cada aluno desenhe um tipo de linha em um papel sulfite e
juntos observarem a expressividade, o peso, o movimento que cada linha
ocupa nesse espaço (conhecimento). Ver exemplo página 12 (conteúdo
estruturante: tempo e espaço). Após desenvolver trabalhos de
composição (trabalho) com os alunos, criando efeitos de movimento na
folha e de organização do espaço, o professor poderá mostrar (sentir e
perceber) obras de artistas que deram ênfase na utilização das linhas de
diferentes formas como, também, expor o trabalho dos alunos para
leitura (apreciação) do grupo.
7.2.2.10 - CONTEÚDO NA DISCIPLINA DE ARTE
As reflexões, debates e definições sobre o conteúdo a ser tratado
nas salas de aula do Ensino Médio, necessitam iniciar por um pensar
sobre os sujeitos e as condições materiais que constituem a prática
pedagógica.
Existem situações que por sua constância e complexidade de
resolução, são importantes para refletirmos e tomarmos uma posição com
relação a nossa disciplina:
I - Os alunos que ingressam no Ensino Médio e mesmo os que já estão na
2º ou 3º série, não têm uma aproximação, nível ou média entre si em
termos de experiência cultural (capital cultural) e pedagógica (percurso
escolar) em Arte. Muitos nem tiveram acesso a uma educação estética
nas séries anteriores. Assim, há uma impossibilidade de se fixar o
detalhamento generalizado de conteúdo por série.
II - A disciplina de Arte é constituída por 04 áreas, que são teatro, dança,
música e artes visuais. Considerando que a Arte é uma das disciplinas
mais estratificada da matriz curricular nas escolas, o aluno dificilmente
terá contato com a totalidade que constitui a disciplina de Arte.
III - Nas escolas onde existem professores e carga horária para as 04
áreas de Arte, seria necessário constituir um mínimo de unidade entre
estas aulas, pois se constituem em uma mesma disciplina e prática social.
IV - Polivalência: com base na LDB n. 9394/96 as diretrizes do ensino
superior separam a Arte em áreas e formações específicas. As
172
Instituições de Ensino Superior deixam de oferecer o curso de Educação
Artística com formação polivalente. Segundo a LDB (1996, p.45) e as
Diretrizes para educação básica, a Arte passa a ser componente
curricular obrigatório nos diversos níveis de ensino, de forma a promover
o desenvolvimento cultural dos alunos. Neste caso, há uma aglutinação
das áreas e os alunos teriam direito de conhecê-las e de trabalhar com o
conhecimento das quatro áreas.
Diante desta realidade foi definido pelos professores de Arte, nos
encontros e na semana pedagógica de fevereiro, que o currículo deve ser
organizado de forma a preservar o direito do aluno de ter acesso ao
conhecimento sistematizado de arte (aprofundando em uma ou mais
áreas, mas tendo uma compreensão da totalidade) e o direito do
professor de trabalhar com o conhecimento de sua formação.
Para que isto se realize há necessidade de se ter domínio da área de
formação, mas também de se ter conhecimentos básicos das outras áreas
de arte, a fim de possibilitar ao aluno uma relação com as áreas que não
são da formação do professor. É bom lembrarmos que é inviável, pois não
comporta, colocar na matriz curricular uma aula específica de cada área
e da dificuldade que temos de encontrar profissionais habilitados para
atuar em cada uma delas.
Neste sentido foi elaborada uma forma de organização para que o
professor trabalhe com os conteúdos de sua formação e que são comuns
às outras áreas de arte, ao mesmo tempo possibilita ao professor abordar
outra área de arte, se tiver condições. Para o aluno será a forma de
relacionar os conteúdos da área trabalhada com as outras da disciplina
de arte e com a totalidade do conhecimento humano. Esta forma foi
denominada de conteúdo estruturante, que será explicitada a seguir.
7.2.2.11. - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes podem constituir-se em uma identidade
para a disciplina de Arte e de uma prática pedagógica que contemple as
quatro áreas de Arte.
Conteúdos estruturantes são conhecimentos de maior amplitude,
conceitos que se constituem em partes importantes, basilares e
173
fundamentais para a compreensão de cada uma das áreas de arte e ao
mesmo tempo são comuns entre si, constituindo-se em elemento
fundamental de uma área, mas tendo correspondência de importância nas
outras áreas de Arte.
Neste sentido foram definidos como conteúdos estruturantes, os
elementos formais, a composição, o tempo e espaço e ainda os
movimentos e períodos, que faremos uma breve explicitação a seguir:
Elementos formais: são os elementos que existem na natureza e na
cultura e é a matéria prima para a construção do conhecimento estético.
Estes elementos, como por exemplo, o timbre em música, a cor em artes
visuais, o enredo em artes cênicas ou a direção em dança, são diferentes
em cada área, mas todas as áreas são organizadas mediante elementos
formais. O professor deverá aprofundar o conhecimento dos elementos
formais da sua área de formação. A articulação com as outras áreas será
por intermédio dos conteúdos estruturantes. Os elementos formais são
articuladores porque o aluno percebe como a área que está estudando se
organiza e poderá compreender que as outras áreas têm suas próprias
formas de organização.
Composição: é um elemento que constitui cada área da disciplina de
arte. Composição é a produção artística, ela se dá através da organização
e dos desdobramentos dos elementos formais, por exemplo, os elementos
visuais - linha, superfície, volume, luz e cor - de acordo com Ostrower
(1983, p. 65) “não tem significados pré-estabelecidos, nada representam,
nada descrevem, nada assinalam, não são símbolos de nada, não definem
nada – nada, antes de entrarem num contexto formal”. Ao participar de
uma composição, cada elemento visual configura o espaço de um modo
diferente e ao caracterizá-lo, os elementos também se caracterizam.
Todo som tem sua duração, dependendo do tempo de repercussão
da fonte sonora que o originou. E através da manipulação das durações,
mediada pelo conhecimento estético, que este som passa a constituir-se
em ritmo, uma composição.
174
Com a organização dos elementos formais de cada área de arte,
formulam-se todas as obras (sejam elas, plásticas, teatrais, musicais ou
da dança), na imensa variedade de técnicas e estilos.
Movimentos ou períodos: é um elemento presente em cada área da
disciplina de arte, e se constitui na divisão da História da arte e nos
movimentos que a identificam. Esses conteúdos têm por objetivo revelar
os fatos históricos e sociais, cada um com suas características próprias,
gêneros, estilos e correntes artísticas específicas. Segundo Paraná (1992,
p. 152) “a criação de um mundo humano e de objetos humanos é
resultado de um longo processo histórico que resultou em um conjunto de
conhecimentos elaborados e sistematizados pelo homem”. Para facilitar a
aprendizagem do aluno com relação a estes conhecimentos e para ele ter
uma melhor compreensão da totalidade, este conteúdo estruturante deve
permear o ensino da arte e quando possível, o professor deve mostrar as
relações de cada movimento ou período dentro das áreas de arte e de
como apresentam pontos em comum em determinados momentos.
Por exemplo, optando por esse conteúdo estruturante em música,
escolhendo o período contemporâneo e o movimento HIP-HOP, pode-se
tratar da sua origem, que teve raízes no rap, no grafitismo e na dança,
articulando, assim, as artes plásticas, a música e a dança.
É importante também termos em vista que os movimentos
correspondem ao imaginário social, às formas de representar comuns a
uma determinada consciência ou representação social. Nas quatro áreas
de arte, às vezes um determinado movimento artístico não corresponde
ao mesmo período histórico na música, teatro, dança ou artes visuais.
Tempo e espaço: são elementos articuladores que permeiam e são
constituídos pelos elementos formais, a composição, e os movimentos ou
períodos. Nas áreas de música, dança e teatro, o tempo e o espaço
constituem-se em elemento central e imprescindível para se pensar,
sentir ou realizar um trabalho artístico nestas áreas.
Nas artes plásticas/visuais, segundo Ostrower (1983, p. 65): “No
espaço natural, percebemos sempre três dimensões - altura, largura e
profundidade - mais o tempo. Na arte porém essa combinação será
175
variável”. Por exemplo: na arte bizantina e na medieval, o espaço é
bidimensional, plano, sem profundidade, ao contrário do período
renascentista.
De acordo com Ostrower (1983, p. 66): “podemos desenhar uma
linha e ela vai configurar um espaço linear, de uma dimensão. Através
dela apreendemos um espaço direcional”. Numa composição com linhas,
as mesmas funcionam como setas, dirigindo o olhar para seguir nesta ou
naquela direção.
Observe:
- Linha contínua: nossa vista a percorre de ponta a ponta, sem parar.
- Linha descontínua: o intervalo entre os espaços interrompem o
contínuo fluir.
- Linha descontínua com intervalos maiores: os intervalos funcionam
como pausa.
- Linha estática (vertical): a velocidade do movimento é reduzida.
- Linha dinâmica (diagonal): a linha se tornou ainda mais lenta.
Qualquer elaboração formal com a linha terá necessariamente um
caráter rítmico. Quanto maiores os intervalos em relação aos segmentos
lineares, tanto mais lento se torna o percurso do olhar. Portanto, “o
movimento visual se dá no espaço e no tempo” (OSTROWER, 1983, p. 66).
Para um detalhamento de como os conteúdos estruturantes se
subdividem e em cada uma das áreas de arte e articulam-se entre si,
elaboramos um esquema gráfico e um quadro para explicitá-los:
Tempo e espaço
Tempo e espaço Tempo e espaço
Os conteúdos estruturantes apesar de terem a sua especificidade,
são interdependentes, nas aulas estaremos trabalhando com esses
conteúdos de forma simultânea. Os elementos formais sendo organizados
através do conhecimento estético e da técnica constituirão a composição,
que materializa-se como obra de arte nos movimentos e períodos
artísticos.
176
Simultaneamente o conteúdo estruturante “Tempo e espaço”, não só está
presente no interior dos outros conteúdos, como também é um elemento
articulador entre os mesmos.
No quadro a seguir está explicitado um recorte dos conteúdos
específicos em cada conteúdo estruturante , bem como em cada área de
arte.
OBS: O Conteúdo Estruturante “Tempo e espaço” não está no quadro
porque ele está presente no interior dos outros três conteúdos
estruturantes, como por exemplo, o ritmo visual, linha, dinâmica,
representação, intervalo harmônico e outros, materializando-se nos
elementos formais, na composição e nos movimento e períodos.
7.2.2.12. - AVALIAÇÃO
Avaliar é uma ação pedagógica guiada pela atribuição de valor
apurada e responsável que o professor realiza das atividades dos alunos .
Avaliar é também considerar o modo de ensinar os conteúdos que estão
em jogo nas situações de aprendizagem.
Ao avaliar o professor precisa considerar a história do processo
pessoal de cada aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na
escola observando seus trabalhos e registros.
Os alunos devem participar da avaliação , inclusive manifestando
pontos de vista , o que contribuíra para ampliar a percepção do processo
de cada um em suas correlações artísticas e estéticas. O aluno precisa
aprender ao ser avaliado.
7.2.3 - DIRETRIZ CURRÍCULAR DE MATEMÁTICA
7.2.3.1 - PRESSUPOSTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS
O ensino da matemática é tido muitas vezes, como uma difícil
tarefa. Um dos aspectos responsáveis por tal visão, é a falta de clareza do
papel da mesma no amplo corpo de conhecimentos sistematizados.
Quando analisamos historicamente o desenvolvimento científico,
podemos perceber que a ciência constitui uma das principais atividades
de intervenção da realidade, proporciona a elaboração de construções
177
mentais que podem antecipar novas atividades, numa relação dialética
entre o concreto e o abstrato.
O concreto e abstrato, acompanha o desenvolvimento da
matemática ao longo de toda sua história, na medida em que aparecem
sucessivamente períodos em que o trabalho matemático inspira-se
diretamente na experiência sensível e períodos onde as noções, os
resultados mal estruturados da fase anterior são sistematizados e
generalizados, de forma aparentemente abstrata.
Até o final da década de 50 predominava a chamada Matemática
Clássica, caracterizada por uma ênfase ao modelo euclidiano, com o
ensino expositivo centrado no professor. Ao aluno cabia apenas copiar,
repetir, memorizar e devolver, nos momentos de avaliação, aquilo que
tenha recebido anteriormente do professor. Ainda nesse período, a
Matemática Clássica sofre oposição da chamada Pedagogia Ativa, onde o
aluno passa a ser o centro da aprendizagem. Essa tendência continua a
considerar que as idéias matemáticas são obtidas, através da descoberta.
Entretanto, enquanto para a primeira, a descoberta se dava num mundo
ideal, platônico, para essa, é no mundo em que vivemos que as
descobertas acontecem.
Com uma grande mobilização após 1950, promovida por vários
congressos de ensino da matemática, o Brasil adere ao movimento
internacional de reforma do currículo escolar que ficou conhecido como
Movimento da Matemática Moderna. O movimento promove o retorno ao
formalismo matemático, enfatizando o uso preciso da linguagem
matemática, o rigor e os aspectos estruturais e lógicos da mesma. A
diferença entre o formalismo promovido pela Matemática Clássica, e o
promovido pela Matemática Moderna, está no fato de que enquanto
aquele enfatiza o encadeamento lógico do raciocínio matemático, este
procura os desdobramentos lógico-estruturais das idéias matemáticas.
A tendência tecnicista, implantada com a reforma pela lei 5692/71,
surge então com ênfase nas tecnologias do ensino, fundamentadas
psicologicamente no Behaviorismo.
178
A tendência tecnicista tem como finalidade do ensino da
matemática, o desenvolvimento de habilidades computacionais, bem
como de resoluções de exercícios ou de problemas-padrão.
Em oposição à tendência tecnicista, surge o construtivismo, a partir
de epistemologia genética de Piaget e que passa a influenciar fortemente
o ensino de matemática.
O fracasso da Matemática Moderna, aliado às dificuldades de
aprendizagem da matemática por alunos das classes economicamente
menos favorecidas, impulsiona o aparecimento da tendência
socioetnocultural, apoiada em Paulo Freire. Para essa tendência, o
conhecimento matemático é considerado um saber prático, produzido
histórico-culturalmente nas práticas sociais, tendo como ponto de partida
os problemas da realidade.
A década de 90 é marcada pelo aparecimento da tendência
histórico-crítica que considera a matemática como “um saber vivo;
dinâmico e que historicamente, vem sendo construído, atendendo a
estímulos externos e internos. Esse processo de construção foi longo e
tortuoso. É obra de várias culturas e de milhares de homens que, movidos
pela necessidade concreta, construíram coletivamente a matemática que
conhecemos hoje”.
A tendência histórico-critica considera que o aluno aprendeu
significativamente matemática, quando atribui sentido e significado à
mesma. No mesmo período surge também a tendência
sociointeracionista, que se fundamenta na maneira como o conhecimento
matemático é produzido e aceito por uma comunidade científica ou
grupos culturais.
Considerando as diferentes concepções levantadas anteriormente,
decorrem algumas questões cuja elucidação é um ponto de passagem
inevitável para qualquer fundamentação teórico-metodológica que se
deseje sobre o ensino da matemática.
• Para que ensinar matemática?
• Quais os objetivos dessa disciplina?
• Que matemática ensinar?
179
O ensino da matemática vive hoje um paradoxo ao mesmo tempo
em que a sociedade pleiteia e justifica a sua presença de uma forma
marcante nos currículos escolares, percebe-se que a maioria dos
conteúdos ensinados na escola é considerado desinteressante e inútil, por
não estar vinculado diretamente à realidade social.
Dentro dessa perspectiva, o ensino da matemática, encarado como
sendo a transmissão de um conjunto estático de conhecimentos e
técnicas, como um produto acabado, contribui através de práticas que se
utiliza de conteúdos fragmentados, sem significado, impostos de cima
para baixo sem a participação dos alunos, de processos de avaliação
classificatórios e de instrumentos disciplinadores que cerceiam o direito
de manifestações dos alunos. É a matemática pela matemática, ciência
fechada em si mesma, concretizando uma visão parcial de ciência.
Subjacente a essa perspectiva existe uma concepção do homem que
molda as atitudes de alunos e professores, fundada numa ideologia que é
utilizada pelas classes dominantes para reproduzir e sustentar a
sociedade como está.
Uma tentativa de rompimento com esse modo de conceber a prática
pedagógica em matemática, implica na proposição de metodologias que
possibilitem ao aluno a compreensão de conceitos e significados e o
estabelecimento de relações com experiências anteriores vivenciadas.
Implica, portanto, a construção de seus conhecimentos como solução de
problemas significativos, inserido e não apenas às expectativas do
professor.
Falar de uma Educação Matemática crítica e libertadora envolve
falar na busca da transformação do que aí está, visto que esta educação
se dá em uma escala que, por sua vez, está inserida numa sociedade, cujo
modelo de organização precisa ser questionado, ou seja, pensar nessa
Educação Matemática nos leva a pensar nos aspectos pedagógicos e
cognitivos da produção de conhecimento matemático, mas também nos
aspectos sociais envolvidos.
180
Historicamente, a maioria dos professores, por entenderem que as
reformulações curriculares são decisões extra-escolares, abdica do papel
que lhes cabe de agentes na construção dos programas de ensino.
É dessa forma que o ensino da matemática, tal como o pretende,
exige pensar na formação de um professor investigador da prática
docente. Estabelece ainda uma postura teórico-metodológica que requer
do professor uma atitude de questionamento frente a certas concepções
pedagógicas historicamente difundidas, bem como à própria concepção
que se tem do ato de conhecer. Incrementar o processo pedagógico passa
pela formação contínua de professores que implique na inovação e no
ensaio de novas formas de trabalho pedagógico.
7.2.3.2.CONTEÚDOS ESTRUTURANTES.
A seleção de conteúdos é um ponto polêmico na organização
curricular. No caso específico do currículo de matemática, a polêmica
ganha intensidade, na medida em que as diferentes concepções de
matemática buscam se impor na construção curricular.
Um dos aspectos mais complexos do currículo escolar é a definição das
intenções educativas para nortear a prática dos professores, prática que
permita um ajuste à diversidade de situações e de contextos nas quais se
forma o processo de ensino e de aprendizagem. Neste sentido podemos
considerar três alternativas:
- Formular as intenções educativas precisando os resultados esperados da
aprendizagem, ou seja, aquilo que o aluno deve ter aprendido até o final
do processo educativo.
- Definir as intenções educativas por meio dos conteúdos que os alunos
devem aprender na escola.
- Concretizar as intenções educativas estabelecendo as atividades de
ensino e de aprendizagem das quais os alunos vão participar.
- O currículo deve, acima de tudo identificar e precisar quais são essas
atividades e os critérios que devem ser levados em conta para seu
planejamento e desenvolvimento nas salas de aula.
Uma alternativa seria optar por definir intenções educativas,
respeitando as características de um currículo aberto e realizando uma
181
entrada simultânea pelos resultados esperados de aprendizagem e pelos
conteúdos.
Uma reflexão sobre o ensino matemático exige que se explicitem as
relações existentes entre o conhecimento historicamente construído e a
matemática como saber difundido pela escola. Não se pode perder de
vista que a construção de um conceito matemático deve ser iniciada
através de situações significativas que possibilitem os alunos perceberem
que já tem algum conhecimento sobre o assunto. Desconsiderar esse
ponto é continuar numa situação insustentável, como graves
conseqüências e prejuízos para os mesmos.
Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo
conteúdo não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações
destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem,
compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se
certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se
restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento
válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de
uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em
cena.
Dentro deste contexto apresentamos os conteúdos estruturantes, estes
entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser
desdobrados nos conteúdos que fazem parte de um corpo estruturado de
conhecimento construídos e acumulados historicamente.
7.2.3.3. IMPORTÂNCIA DOS CONTEÚDOS
Números e Álgebra
Conhecer os problemas que impulsionaram a necessidade de
ampliação dos conjuntos numéricos e dominar os conceitos básicos que
surgem a partir de sua ampliação, proporciona, ao indivíduo, uma
inserção mais completa na cultura universal ao longo da história.
182
Na resolução de alguns problemas exige-se a manipulação de
constantes e incógnitas. Neste caso, as propriedades das operações com
números reais e com os polinômios são fundamentais nesta manipulação.
Sistemas lineares e matrizes são instrumentos da linguagem
matemática na modelação de situações-problema.
Funções
O estudo de funções permite a resolução de uma quantidade
significativa de situações a partir da construção de modelos matemáticos,
estabelecendo uma correspondência entre os domínios de duas variáveis.
A linguagem gráfica das funções, apresentadas sob várias formas,
por sua comunicação direta e global, ganha cada vez mais destaque na
sociedade atual.
O estudo das funções ganha relevância especial não apenas pela
capacidade de leitura e interpretação de gráficos funcionais, mas também
pela possibilidade de análise para estimular resultados e fazer previsões.
Geometria
A utilização de conhecimentos geométricos para leitura,
compreensão e ação sobre a realidade têm longa tradição na história da
humanidade. É inegável a importância de saber caracterizar as diferentes
formas geométricas e espaciais presentes na natureza, através de seus
elementos e propriedades, bem como de poder representá-las por meio
de desenho geométrico.
Na resolução de diferentes situações-problema, seguramente se faz
necessária uma boa capacidade de visão geométrico-espacial, o domínio
das idéias de proporcionalidade e semelhança, a compreensão dos
conceitos de comprimento, área e volume, bem como saber calculá-los.
Saber utilizar as coordenadas cartesianas de pontos no espaço
possibilita a descrição de objetos geométricos numa linguagem algébrica,
ampliando os horizontes da modelagem e da resolução de problemas
geométricos, por meio da interação entre essas duas áreas da
matemática.
Tratamento da Informação
183
Propõe-se o conteúdo estruturante Tratamento da Informação pelas
possibilidades de entender e participar das dinâmicas da sociedade,
englobando neste contexto a estatística e a matemática financeira.
O desenvolvimento do espírito crítico, da capacidade de analisar e
de tomar decisões, diante das diversas situações da vida em sociedade,
exige informação. O estudo da estatística e probabilidades está cada vez
mais presente nos meios de comunicação como forma de apresentação de
dados.
Para interpretar com autonomia e crítica deve-se compreender bem
a linguagem presente nos gráficos e tabelas. Em diferentes campos, áreas
e atividades profissionais são de grande utilidade as capacidades de
reconhecer o caráter aleatório de fenômenos, utilizar processos de
contagem em situações-problema, calcular probabilidades, representar
freqüências relativas e construir espaços amostrais.
Na resolução de problemas de contagem, o importante é a
habilidade de raciocínio combinatório.
A importância da Matemática Financeira com suas aplicações práticas é
importante nas atividades cotidianas de quem precisa lidar com dívidas e
crediários, interpretar descontos, entender reajustes salariais, escolher
aplicações financeiras, entre outras atividades de caráter financeiro
7.2.3.4. CONTEÚDOS
- Geometrias
- Estatística
- Álgebra
- Funções
- Números
- História da Matemática
- Tecnologia e Informação
- Matemática Financeira
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
184
-Números e
Álgebra
-Funções -Geometrias -Tratamento da Informação
- Conjunto dos números reais e noções de números complexos;
- Matrizes;
- Determinantes;
- Sistemas Lineares;
- Polinômios.
- Função afim;
- Função quadrática;
- Função exponencial;
- Função Logarítmica;
- Função trigonométrica;
- Função modular;
- Progressão Aritmética e Progressão Geométrica.
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Noções básicas de Geometria não-euclidiana.
- Análise combinatória;
- Binômio de Newton;
- Probabilidades;
- Estatística;
- Matemática financeira.
7.2.3.5. - AVALIAÇÃO
7.2.4 DIRETRIZES CURRICULARES DE HISTÓRIA
ENSINO MÉDIO
7.2.4.1. INTRODUÇÃO
Este documento inicial, depois de um breve histórico da disciplina de História no Brasil e no Paraná, discutirá os fundamentos teórico-metodológicos sugeridos pelos professores para o ensino de História no Ensino Médio.
7.2.4.2. FUNDAMENTOS TEÓRICOUm pouco de história...
A partir da primeira metade do século XIX houve a preocupação de criar uma genealogia ou história da nação, porém, com base numa matriz curricular nitidamente eurocêntrica, partindo da antigüidade clássica como berço do cristianismo, da formação das nações européias: desde as primeiras monarquias à história política e biográfica moderna e contemporânea. O ensino enfatizava a história política de Portugal e sua relação com o Brasil. Fatos, datas e nomes foram
185
construídos pela história oficial ao longo do século XIX – por meio das obras de Francisco Adolfo Varnhagen membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) - que tinham como finalidade legitimar o Estado Nacional em formação, pois este não fora construído através de ampla participação social.
Esta historiografia fundamentava-se na criação de referenciais históricos concretos: heróis e batalhas, para serem fortemente difundidos via produção literária, didática e através toda uma simbologia visual e ritual com imagens que representavam pinturas, esculturas, hinos, bandeiras, brasões e festas cívico-religiosas ligados a este projeto de formação do Estado Nacional brasileiro. Esta forma de difusão simbólica massiva foi ainda mais utilizada na construção e legitimação da República, através da reabilitação consensual e quase sacralização de um republicano moderado como Tiradentes, em detrimento de outro republicano mais radical e popular como Frei Caneca (REBELDES BRASILEIROS, 2004 e CARVALHO, 2000).
Em linhas gerais, o ensino de história ao longo da República Velha tendeu a se voltar mais para o estudo da história política européia e brasileira, desconsiderando os movimentos de resistência popular. Refletindo assim a política da República das Oligarquias, na qual a questão social foi tratada como caso de polícia.
Já nas décadas de 1930 e 1940, em pleno momento de forte intervenção do Estado varguista em todos os setores da sociedade brasileira, difundiu-se a tese da “democracia racial” expressa principalmente em programas e livros didáticos de ensino de História. Esta tese, proposta por alguns intérpretes da obra histórica de Gilberto Freire, defendia que na constituição sócio-genética do povo brasileiro predominava a miscigenação e a ausência de preconceitos raciais e étnicos.
186
Legitimando o discurso da “democracia racial”, o ensino de História representava o africano como pacífico diante do trabalho escravo, e os povos indígenas eram estudados sob a ótica do “bom selvagem”, desconsiderando ainda sua diversidade cultural. Neste momento, o ensino de História passa a ser mais valorizado por ser considerado estratégico política e socialmente, na construção e legitimação do novo Estado brasileiro de viés nacional-populista e trabalhista. Esta legitimação está presente na produção de Cassiano Ricardo, o qual idealizou os bandeirantes como os grandes construtores de uma anacrônica identidade nacional brasileira durante a colonização da América portuguesa.
Paralelamente, grandes produções historiográficas sobre a formação do Brasil são lançadas neste período, como as obras de referência de Gilberto Freire, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda. Não diretamente, mas estas produções e outras, bem como o populismo trabalhista, abriam possibilidade de incorporar ao ensino de História os movimentos populares de resistência coloniais e imperiais, e um pouco mais a cara do povo brasileiro.
Na ditadura Vargas, a disciplina de história passou a ser novamente objeto de debates quanto as suas finalidades e relevância na formação política dos alunos. Vale lembrar que foi também um período muito rico na produção historiográfica, na esteira da década 30 e 40, de se pensar o Brasil, presente nos estudos de Celso Furtado, que levantou a questão dos ciclos econômicos.
No pós-guerra e no contexto da democratização do país (1945-1960), com o fim da Como vivíamos sob a política nacional-desenvolvimentista de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, o ensino tende também aos estudos históricos da economia brasileira, no entanto, transmitindo de forma reducionista e
187
mecânica a análise dos ciclos econômicos do açúcar, mineração e do café.
No entanto, a história factual, linear e política herdada do século XIX ainda se mantinha presente nas escolas, pois estas ficaram gradualmente mais acessíveis aos filhos dos trabalhadores a partir da década de 1960.
Neste momento discutido acima, podemos considerar, contudo, um avanço, mesmo tímido, a entrada em cena do povo brasileiro no ensino da história. Pois o contexto era de grande mobilização e de organização social através do sindicalismo, das ligas camponesas, do movimento estudantil e das camadas médias urbanas, em torno das reformas sociais propostas. Mesmo assim, em linhas gerais o ensino ainda continuava tradicional, factual e linear.
Com a deflagração e institucionalização da ditadura militar a partir de 1964, houve uma grande retração da organização social fruto da repressão e da censura. Neste momento, o povo foi retirado da cena política brasileira, e o ensino de história, que tímida e pontualmente, procurava contrapor-se ao tradicionalismo foi contido pela ideologia militar da ordem, do civismo, e da segurança nacional no contexto maniqueísta da guerra fria. Em decorrência disto várias reformas educacionais foram implementadas com um caráter tecnicista, em conformidade com a inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho da década de 60 e 70 enquanto economia primário-exportadora.
Nesse sentido, a partir da década de 1970, o ensino de história e de geografia foi preterido em nome da implementação da generalidade dos Estudos Sociais, bem como de uma formação profissional superficial, que acabou causando fortes prejuízos na formação dos alunos. O ensino de Estudos Sociais e de Educação Moral e Cívica (EMC) enfatizava o estudo via
188
círculos concêntricos (do local para o universal), a história patriótica, tradicional, excluindo o aprofundamento dos conflitos de classes sociais, ao longo da História Geral e do Brasil, principalmente mais recente.
A partir da década 80, com a derrubada política da ditadura militar e o início do processo de redemocratização da sociedade brasileira, o ensino de Estudos Sociais, que já era radicalmente contestado na década anterior, tanto pela academia, quanto pela sociedade organizada, passa lentamente a ser substituído pela instituição da disciplina de História, agora procurando aproximar o ensino da investigação histórica com o universo da sala de aula.
Posteriormente à segunda metade da década de 1980 e anos 1990 crescem os debatessem torno das reformas democráticas na área educacional, que acabam estimulando propostas de revisões no ensino de História, contrárias às tendências eurocêntricas, factuais, cívicas e positivistas do tradicionalismo na área. Essa discussão entre a academia de História e o ensino foi resultado da restauração das liberdades individuais e coletivas no país, levando à produção diferenciada tanto de materiais didáticos, paradidáticos e principalmente de novas propostas curriculares na área. Propostas estas, como o Currículo Básico do Ensino Fundamental e particularmente de História para o Ensino Médio do Paraná, embasadas claramente na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos desenvolvida por Demerval Saviani entre outros, a partir da sua interpretação do materialismo histórico e dialético.
Nesse contexto, a proposta curricular de História para o Ensino Médio apontava para a organização dos conteúdos, a partir do estudo da formação do capitalismo no mundo ocidental e a inserção do Brasil neste quadro, de forma integrada. A disposição mantinha, contudo, a linearidade e a cronologia através de um recorte histórico voltado ao aluno (a) que na sua grande maioria, entendia-se, já estava incorporado ao mundo do trabalho. Objetivando o aluno (a) compreender a formação social do capitalismo ocidental e intervir na sua realidade, enfim tornando-se um sujeito histórico.
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Em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), especificamente o de História, apesar de serem impostos ao sistema escolar nacional e paranaense, por uma política educativa baseada no ideário neoliberal, tiveram o mérito de incorporar na sua proposta curricular a abordagem referente à Nova História e, mais especificamente à Nova História Cultural, valorizando, assim, problemáticas referentes ao cotidiano, à memória, à cultura voltada para as práticas culturais e identidades coletivas e individuais. Contudo, ao tentar articular estes elementos históricos com as competências e habilidades da Área de Ciências Humanas, os PCNEM entram em contradição, pois apontam para que a disciplina seja somente um instrumento de uma interdisciplinaridade sem uma história nem referenciais teóricos definidos, causando o esvaziamento de seus conceitos e conteúdos. Além disso, os conceitos históricos estão desarticulados entre si fazendo com que o ensino de História, nestes moldes, perca, em boa medida, o seu caráter de produção do conhecimento histórico realizada por sujeitos sociais (alunos [as] e professores [as]).
7.2.4.3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS - METODOLÓGICOS
No que se refere aos fundamentos teórico-metodológicos da disciplina de História foi levantada a relação do ensino de História com a formação de uma democracia radical por meio da construção do conhecimento histórico caracterizado a partir do domínio da especificidade da disciplina por parte do professor (a) (...) aplicando-a de forma adequada ao Ensino Médio, viabilizando a prática em sala de aula da produção do conhecimento através da pesquisa4 continuada, tendo como construtores do saber histórico, os alunos (as) e os professores (as), identificando-os assim como sujeitos históricos.
Portanto percebe-se, aqui, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Talvez este desejo dos professores (as) seja um caminho para a formação de uma
190
consciência histórica no aluno (a) e no professor (a) ao pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e cidadãos construtores de um espaço público realmente democráticoproduzido pela ação social.
Para isso acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos sócio-históricos, as práticas dos alunos (as) e dos professores (as) inseridos no cotidiano do universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das informações advindas do mundo extra-escolar através de uma conceitualização teórica rigorosa, considerando, assim, “a forma com que” estes sujeitos sócio-históricos “abordam e constróem a narrativa histórica (interpretações e explicações) nesta disciplina”6. Este rigor se refere a um critério de verdade estruturado na historicidade do conhecimento científico, que para Christopher Lloyd possui um duplo argumento:
Primeiro, a sociedade não é o único sistema histórico. O universo inteiro, incluindo os planetas, a geologia da terra, a biosfera e a evolução das formas de vida são históricos no sentido de apresentar processos específicos de mudança. Em segundo lugar, a ciência não se caracteriza necessariamente pelo objetivo de descobrir leis. A forma da racionalidade, a estrutura do raciocínio, a reflexibilidade e a autocrítica, bem como a objetividade empírica, são características (...) essenciais. (LLOYD, 1995, p.43)
As estruturas sócio-históricas podem ser descobertas, interpretadas e analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados em empíricos tais como as fontes históricas. Este confronto, dentro dos critérios realistas apontados por Lloyd, pode
191
modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em relação aos fatos históricos expressos na fontes (também instituídas historicamente) utilizadas ao abordar o objeto de estudo. Ou seja, nesta concepção as teorias e as metodologias não são somente formas discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio-histórica do objeto de estudo (no caso, a ação humana na formação das estruturas sócio-históricas que a limitam e a modelam) enquanto elemento relativamente autônomo em relação à realidade complexa e total. É neste espaço, portanto, que ocorre a tematização dos conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto empírico e o aspecto teórico-conceitual do conhecimento histórico.
7.2.4.4. SISTETIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE HISTÓRIA
Deve-se, contudo, apontar que a escolha de uma abordagem ou organização temática desta proposta curricular, neste momento da construção das Orientações Curriculares de História no Ensino Médio, além de se apresentar como uma decisão coletiva dos professores participantes dos eventos referidos, é também entendida como uma proposta para estimular os debates. Entretanto, esta última abordagem não pode prescindir das relações de temporalidade e de espacialidade nem de um certo rigor na crítica documental conforme será observado na proposta baseada nos conteúdos estruturantes da disciplina.professores participantes dos encontros apontaram os seguintes caminhos:
• Definição dos temas e seleção dos conteúdos socialmente significativos a partir da problematização, ou seja, levantamento de
192
situações-problema relacionadas ao contexto político, social e cultural que o aluno (a) e o professor (a) se inserem.
• Planejamento das ações e etapas de desenvolvimento dos trabalhos a partir do estudo, da efetivação da pesquisa coletiva, concluindo o processo através da reelaboração e socialização do conhecimento socialmente produzido.(...).
• Enfatizar a História do Brasil e História do Paraná, inserindo conteúdos da História afrobrasileira e africana contextualizadas.
Antes de tudo devemos ter clara a idéia de que a tematização do conteúdo da disciplina é uma forma de operação mental ligada à organização didática, ou seja, ele não é um método específico do conhecimento histórico, mas sim um conjunto de operações didáticas relativas aos atos de selecionar, classificar, hierarquizar, problematizar e explicar os conteúdos que devem ser ou não investigados na sala de aula, pois são atos de mediação que podem facilitar aos alunos (as) a compreensão do tema que eles (elas) devem estudar e do significado a ser produzido (MATTOZZI, 2004, p. 41). Isto não quer dizer que a tematização do conhecimento históriográfico não tenha suas características próprias, mesmo porque ela tem como finalidade construir conjuntos de fatos coerentes e de articulá-los entre si a fim de que se configure um conhecimento histórico global (MATTOZZl, 2004, p. 44).
Segundo o didata da História Ivo Mattozzi, para tematizar, o professor (a) historiador (a) deve estabelecer um recorte ou seleção a partir de um aspecto, um fenômeno, um processo, um acontecimento ou um sujeito, por exemplo, e estruturá-lo como um fato histórico a ser focalizado, pois não é possível representar o passado em toda a sua complexidade tematizado através de meios discursivos articulados no texto que permitam ao aluno (a) a
193
compreensão das escolhas feitas pelo professor (a) para a construção de uma narrativa histórica:
A proposta da escolha de temas através do levantamento de problemas ou situações-problema retirados da vivência dos alunos (as), orienta os professores (as) para uma prática interdisciplinar na construção do conhecimento histórico. Assim, estes sujeitos sociais produzem esta interdisciplinaridade, por meio da investigação pautada pela problematização do objeto de estudo (no caso o conteúdo da disciplina de história).
Outro elemento pedagógico fundamental para a
compreensão da tematização do conhecimento
histórico por parte do aluno são os exercícios ou
atividades investigativas. Estas atividades devem fazer
com que o aluno (a) consiga desmontar um texto
histórico (documento, obras de referência...) para
“codificá-lo” e reestruturá-lo através de imagens ou
esquemas, por exemplo. Para escrever sobre a história,
os alunos (as) podem aprender a tematizar e a
classificar em períodos os fatos presentes no texto,
representando-os a partir de esquemas e gráficos
temporais para que ele (a) possa compreender a
singularidade dos eventos em relação as estruturas
sócio-históricas. A partir desta esquematização é
possível “selecionar e ordenar as informações para
elaborar o texto e o gráfico dos períodos pode ser um
suporte da escrita” do mesmo.
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As atividades podem ser baseadas nas abordagens
de documentos históricos nas mais diversas formas, tal
como nas possibilidades aqui apresentadas:
Natureza do documento: TEXTO E IMAGEMAtividadesIdentificação: Leitura:Explicação
Nesse sentido, seria importante para se entender a construção da consciência histórica dos alunos (as), apontar alguns elementos históricos e seus respectivos indicadores de sua compreensão que propõe possíveis caminhos para que estes mesmos (as) possam produzir narrativas históricas (explicações e interpretações) coerentes.Cronologia: tem experiências no estabelecimento de limites históricos, como antes de Cristo e depois de Cristo, geração, década e século? É capaz de: estabelecer a seqüências de datas e períodos; determinar seqüência de objetos e imagens; relacionar acontecimentos com uma cronologia?Testemunhos: É capaz de compreender tipos de testemunho que o historiador utiliza? Distingue fontes primárias de fontes secundárias?12 É consciente da necessidade de ser crítico na análise de documento? Tem consciência de como os historiadores empregam os testemunhos para chegar a uma explicação do passado?Linguagem: compreende o significado de determinadas palavras num contexto histórico?Semelhança e diferença: estabelece comparações simples entre passado e presente com referência a uma diversidade de períodos, culturas e contextos sociais?Continuidade e mudança: entende que a História é tanto um estudo da continuidade como da mudança? Compreende que um acontecimento histórico pode responder a uma multiplicidade de causas?
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Identificação: é capaz de se identificar com pessoas que viveram no passado e cujas opiniões, atitudes, cultura e perspectiva temporal são diferentes das suas? (Sugestões adaptadas de PLUCKROSE, 1996. Apud: SCHMIDT, M. A . e CAINELLI, M., 2004, pp. 149- 150).
Ou seja, a tematização proporciona ao aluno (a) a construção de uma narrativa histórica coerente e, portanto, o leva a participar da produção do conhecimento histórico na sala de aula.
Contudo, devemos nos perguntar: como selecionar os conteúdos da disciplina de história a partir desta proposta curricular entendida como construção social?
Para isso devemos, e não temos como fugir a esta questão, definir e fundamentar em quais historiografias de referência, em quais conceitos e em quais problematizações se ancora o conhecimento histórico proposto neste documento.
7.2.4.5. CONTEÚDOS ESTRUTURANTE DE HISTÓRIA
A História, como todas as disciplinas do campo das Humanidades, não possui o benefício do consenso político na sociedade acerca do seu avanço e de facilidades para investigação. Ao contrário de algumas concepções sobre as ciências naturais e exatas, a História sempre haverá de encontrar resistência de grupos e indivíduos que não têm interesse em seu avanço. Por outro lado, mesmo entre os historiadores, estamos longe de um acordo sobre o que seria relevante estudar, nem tão pouco sobre como estudar na História.
Isto de certa forma justifica a dificuldade de definir bem os conceitos trabalhados e a abordagem historiográfica a ser escolhida sem o perigo de cair numa fragmentação do conhecimento histórico. E muitas vezes não fica claro para os aluno (as) e os
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professores (as) o processo de construção dos conceitos historiográficos.
Os conteúdos estruturantes aqui propostos, em seu rigor conceitual, ligam-se em relações causais de dois pólos, ou seja, tanto os acontecimentos históricos (ou ações humanas) em determinado local e em determinado tempo constróem as estruturas sóciohistóricas quanto estas permitem um espaço de atividade às primeiras e as delimitam (LLOYD, 1995, p. 68-69).
Com isso, os conteúdos estruturantes propostos neste documento podem ser entendidos como categorias intercambiantes numa relação dialética entre si que configuram o campo ou o domínio de investigação das ciências históricas. Eles estruturam os conteúdos específicos de caráter temático junto com as categorias de tempo e de espaço, os quais são elementos imprescindíveis para a articulação entre os mesmos. Isto significa, também, que eles não podem ser abordados separadamente e muito menos divididos pela seriação do Ensino Médio.
A primeira articulação teórico-metodológica foi a convergência, nestes eventos, da utilização do conceito de experiência histórica (atividade humana) presente na prática investigativa do historiador inglês Edward P. Thompson, que pode ser traduzida ou expressa na formas de uma consciência histórica. Esta é um dos elementos fundantes da categoria cultura, que não deve ser entendida como superestrutura, mas sim como a relação dialética e seletiva entre as bases econômicas e sociais e as superestruturas institucionais, ideais e ideológicas da sociedade. A cultura pode ser tanto as formas de estruturação desta relação como os conteúdos da mesma. Sob este aspecto a cultura seria “todo e qualquer modo de luta e de organização social, expresso nas experiências cotidianas que se
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evidenciam na forma de viver, pensar e agir”. (THOMPSON, 2002a, 2002b e 2004).
A segunda foi a necessidade de reiterar que os problemas relativos a categoria tempo surgiram a partir da compreensão de que as experiências dos sujeitos sóciohistóricos que vivem no presente são os elementos de referência para a investigação das experiências e estruturas específicas do passado demarcando qual seria o estatuto específico das permanências e das mudanças na construção do conhecimento histórico. Nos eventos em que participaram, os professores indicaram que este procedimento é possível através da clara demarcação do tempo e do espaço em que são analisados os acontecimentos e as estruturas.
7.2.4.5. CONTEÚDOS TEMÁTICOS PROPOSTOS7.2.4.5.1.TRABALHO – (categoria estruturante):- Mundo do trabalho;- Experiências culturais;- Relações de Trabalhos e Produção em diferentes sociedades e épocas;- Formação das Castas e das Classes Sociais” - Formações sociais e culturais- Migrações, organizações e Lutas trabalhistas;- Economia, Ciência e Tecnologia;- Ideologia do Trabalho;- Trabalho e gênero;- Trabalho e natureza;- Globalização ou internacionalismo.”.
O trabalho é aqui entendido como um modo de sustentação e auto-preservação do gênero humano, expressando seu sentido nas transformações que o ser humano causa ànatureza e às formações sociais e culturais historicamente construídas. Seria, portanto, um conceito afundamental para a compreensão da
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formação e do fazer histórico da humanidade em toda a sua e cultural, pois o trabalho não se refere somente as formas de produzir formal e diversidade (MÉSZÁROS, 2004). A partir disto o trabalho pode ser considerado como uma categoria estruturante fundamental para a articulação dos conceitos apresentados neste documento.
Este conceito deve ser entendido na sua diversidade social, econômica, polític historicamenteaceitas nas diversas sociedades históricas, tais como a escravidão, servidão e o trabalho assalariado, mas também ao trabalho relacionado à esfera doméstica, à prática comunitária, às manifestações artísticas e intelectuais, à participação nas instâncias de representação políticas, trabalhistas, comunitárias e religiosas.
Estas diferentes formas de produzir e de organizar a vida individual e coletiva intercambiam-se com diversas perspectivas ou abordagens. Dentre elas pode-se destacar as de gênero (a participação das mulheres e homens nas relações entre trabalho formal, informal e doméstico); de parentesco ou de comunidade (posição dos membros na hierarquia da família e da comunidade relacionados a sua ocupação profissional); de geração (as transformações históricas na relação entre o trabalho formalmente aceito em uma sociedade e o trabalho infantil, além do trabalho como formação educativa nas dimensões professor(a)/aluno(a), mestre/aprendiz, entre outras); e de poder (tensões e conflitos entre os diferentes agentes sociais, profissionais e políticos) (MÉSZÁROS, 2004).
Entretanto, algumas considerações teórico-metodológicas tornam-se necessárias. O marxismo ortodoxo enquanto teoria do conhecimento fechou a análise histórica em dois campos de poder: pensamento burguês versus pensamento proletário. O fazer histórico dos sujeitos estaria determinado, simplificando o
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processo. Qual o problema da teoria marxista ortodoxa? Toda produção histórica estaria determinada por uma dialética formal constituindo-se em uma “camisa de força”. A crítica à ortodoxia marxista se deu a partir da década de 1950 com a melhoria da condição social do proletariado europeu (com o surgimento do Estado do bem Estar Social) e a ocorrência de revoluções em lugares sem tradição proletária (tais como Cuba, Vietnã e Angola, por exemplo).
Por isso alguns teóricos do marxismo, tais como Eric J. Hobsbawn e Edward P. Thompson, passaram a repensar algumas categorias de análise e se abrir para novos conceitos de interpretação histórico e social. Portanto, a noção de mundos do trabalho proposta por Eric J. Hobsbawn a partir do conceito de experiência histórica de E. P. Thompson, pode ser também entendida como a ação humana que têm sua expressão na consciência histórica de classe. Para estes historiadores a consciência de classe não se constrói apenas na luta entre duas classes sociais (burguesia versus proletariado), mas também intra-classes (gênero, etnia, religiosidade, etc.) por meio da experiência vivida dos sujeitos (HOBSBAWN, 2000b; MÉSZÁROS, 2004; THOMPSON, 2002a, 2002b e 2004). A proposta destes historiadores nos leva as seguintes problematizações ligadas a procedimentos metodológicos:
• Necessidade de um recorte histórico na temporalidade e espacialidade socialmente construída.
• Experiência dos sujeitos históricos como objeto de estudo das relações sociais e culturais no mundo do trabalho (na classe e intra-classe). Qual seria o estatuto da luta de classes quando os conflitos se dão nas dimensões relativas a gêneros, etnias, religiões?
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• Reconhecimento da existência da totalidade, mas com a consciência de que não é possível abarcá-la completamente. Como se dão, portanto as relações entre as lutas sócio-culturais com finalidades específicas com o processo de estruturação das formações sociais?
• Problematização do recorte histórico através do procedimento baseado no bloco histórico.
7.2.4.5.2. CULTURA – (categoria estruturante)
Experiência cultural; Formação da Identidade e da Alteridade; Gênero; Etnia; Religiosidade; Indústria Cultural Arte, Ciência, Tecnologia e idéias. Ideologia. Mentalidade e cotidiano; Movimentos contestatórios”; Invenção das tradições; Memória coletiva.
É na articulação das abordagens antropológica e filosófica, que se pode delimitar o sentido do conceito de cultura, ao fornecer uma
fundamental visão etnográfica que propõe o respeito à diversidade das sociedades no tempo e no espaço e também a uma idéia cultural tal como a formação advinda da "paidéia" (ligada à educação) e da cultura humanista renascentista e iluminista, a qual possibilita um caminho para a investigação dacompreensão dos modos expressão da consciência histórica do aluno. Assim, compreendese que a cultura se apresenta como uma relação dialética estrutural entre as bases econômicas formadas pelo mundo do trabalho e o arcabouço político, institucional e ideológico da sociedade humana. “A cultura possibilita o entendimento dos processos históricos, através da análise do cotidiano de cada um, como um exemplo vivo daquilo que se investiga”.
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E. P. Thompson, como referido acima, compreende que a “cultura é todo e qualquer modo de luta e de organização social, expresso nas experiências cotidianas que se evidenciam na forma de viver, pensar e agir” (THOMPSON, 2004). Este historiador entende que o conceito de experiência histórica é o elemento articulador entre as relações humanas, pois ele se expressa na constituição de uma cultura comum. Esta pode ser entendida também, segundo Raymond Williams (WILLIAMS, 1992), como “o sistema de significações mediante o qual necessariamente (...) uma dada ordem social é comunicada, reproduzida, vivenciada e estudada”, portanto, como uma estrutura de sentimentos que tem um caráter relacional. Esta categoria combate com rigor a interpretação de que existe uma dualidade entre uma cultura de elite ou burguesa versus a cultura operária, popular ou de massa; esta interpretação dual, sim, pode ser considerada elitista e sem fundamento na investigação da realidade sócio-histórica.
Esta cultura relacional, para o sociólogo inglês Raymond Williams (Raymond Williams apud FORQUIN, 1993), possui três dimensões articuladas dialeticamente:
1. Um nível particular e local marcado pelas interpretações, representações, apropriações (tais como a de Giovanni Levi, Carlo Ginzburg, Natalie Z. Davis e Roger Chartier, por exemplo) e distinções identitárias, pois entende-se que a formação da identidade histórica de uma sociedade, grupo ou indivíduo deve ser entendida numa relação dialética com as experiências da alteridade e não como a exclusão de uma em relação a outra (BURKE, 1992 e CHARTIER, 2004; ABREU e SOIHET, 2003; HALL, 2001). Aqui podem ser inter-relacionadas às ideologias presentes na construção
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de identidades de gênero, étnicas, religiosas, artísticas, enfim, culturais, apropriadas no processo de formação da indústria cultural, das mentalidades e na vivência do cotidiano. Além disso, este processo pode ser transformado ou rearticulado por meio dos movimentos de contestação da ordem social vigente em seus respectivos contextos sócio-históricos.
2. O nível da cultura universal ou grande tradição, que foi abordado com rigor por Norbert Elias e Raymond Williams entende como um patrimônio histórico da humanidade e, portanto, não é exclusiva às elites aristocráticas ou burguesas, mas circula relacionalmente entre todas as classes, etnias, gêneros, religiões etc. Esta cultura universal pode ser identificada como o espaço histórico onde acontece a seleção do conhecimento humano. Este aspecto leva-nos ao terceiro nível cultural.
3. O nível da tradição seletiva ou o espaço da memória coletiva, que age de três formas: uma ligada a “linha geral do desenvolvimento humano”, ou seja, a cultura universal historicamente produzida de diversas configurações pelas experiências da humanidade conforme também apontam Antônio Gramsci (GRAMSCI, 2004), que entende esta tradição como resultado de uma luta pela hegemonia cultural entre as classes sociais, e Mikhail Bakhtin (BAKHTIN, 1987), que compreende a cultura como uma relação de circularidade entre elementos eruditos e populares socialmente construídos; outra é conservada em arquivos como “um material interessante no plano documentário” (aqui a análise produzida por Michel Foucault e Jacques Le Goff sobre os documentos compreendido como monumentos torna-se uma abordagem válida, pois estes entendiam que as fontes documentais eram artefatos sociais
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fabricados segundo de relações de poder historicamente constituídas [FOUCAULT, 2004a e LE GOFF, 1992]); e, por fim, “uma boa parte é rejeitada nas trevas do esquecimento” 33(FORQUIN, 1993).
7.2.4.5.3. PODER – (categoria estruturante): Cultura política” – invenção das tradições; Espaço público; Relações de poder” – redes de poder; “Cidadania ao longo da História; Regimes políticos; Estado, Governo, Nação e Nacionalismo. Movimentos políticos e sociais - movimentos contestatórios; Guerras e revoluções; Formas de dominação - colonialismo e neocolonialismo; Partidos e organizações sociais - representação política; Imaginário político; Poder e ideologia; Religião e poder; “Propriedade: pública, estatal ou privada; Conflitos urbanos e rurais; Violência e poder; Inclusão/exclusão social”.
Este conceito pode ser entendido como o complexo de relações de poder entre os sujeitos históricos nas diversas formações sociais e nas relações entre as sociedades. Esta categoria estruturante articula-se com todos os conceitos presentes neste documento, pois as relações de poder permeiam todo o processo de construção do conhecimento histórico e são um dos fatores de significação que delimitam o que seria a consciência histórica, que marca os diversos modos da apreensão e da construção do mundo historicamente constituído e suas respectivas interpretações (DOSSE, 2001; GRAMSCI, 2004; RÜSEN, 2001; VIDAL-NAQUET, 2002). É nesta categoria que a abordagem institucionalista tem muito a oferecer. Com isso, poder seria “a capacidade ou possibilidade de agir ou de produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos” (BOBBIO in BOBBIO, MATTEUCCI e PASQUINO, 2000).
Por ser uma categoria cultural, o poder também possui um caráter relacional, ou seja, um indivíduo, grupo e instituição podem determinar o comportamento de outros indivíduos, grupos e instituições ao se manifestar socialmente. Mais ainda, o ser humano não é só sujeito, é também objeto desse poder (FERRO, 1989, MÉSZÁROS, 2004). Partimos do princípio de que o poder não assume a forma de coisa ou objeto, mas sim que se manifesta como uma relação ideológica estabelecida entre aquele que o exerce e aquele que se submete ao mesmo. O poder social é, portanto, uma relação ideológica entre pessoas e que ocorre em diferentes esferas de atividade humana.
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As relações de poder são exercidas nas diversas instâncias sócio-históricas como as do mundo do trabalho (HOBSBAWN, 2000b) e as das instituições como, por exemplo, as escolas, as prisões, as fábricas, os hospitais ou mesmo as famílias, as comunidades (FOUCAULT, 1996; PERROT, 2001), os estados nacionais, igrejas e organismos internacionais políticos, econômicos e culturais (ELIAS, 1993b; ANDERSON, 2004), os quais transformam-se na sua relação com as formações sociais historicamente constituídas. É na inter-relação entre estas instituições (sociais, políticas, étnicas e religiosas) e nas relações de dominação, hegemonia, dependência, convencimento, persuasão, submissão, resistência, convivência, autonomia e independência entre as mesmas que se torna possível a compreensão de suas construções políticas como algo próprio da formação histórica do ser humano. Não se deve esquecer também o processo de invenção das tradições que expressa as articulações entre mudanças e permanências no campo das relações políticas (HOBSBAWN, 2002).
Para entender a amplitude desses problemas temos que considerar a relação entre a disciplina da História e as diferentes instâncias de poder. Toda interpretação do passado tem implicações políticas, afetando em diferentes sentidos os poderes estabelecidos. Já os historiadores encontram-se, via de regra, ligados ou submetidos a diferentes arranjos ou sistemas de poder (FERRO, 1989). Atualmente, os estudos desenvolvidos no interior da disciplina de História acerca do poder abrangem aspectos tão diversos como, o exame dos diferentes contextos institucionais, o imaginário político, as ideologias, a cultura política, tradições e revoluções na forma de se pensar e agir politicamente.
7.2.4.5.4. TEMPO (“Temporalidade”) – (categoria articuladora):
Simultaneidade; Cronologia; Contexto temporal; Relação permanência/mudança; Relação passado/presente; Relação ruptura/continuidade Memória.
O tempo pode ser entendido como um conceito articulador entre os conteúdos estruturantes, pois juntamente com a noção de espaço, ele delimita os temas a serem problematizados. O tempo é caracterizado não
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só por seu caráter de construção cronológica, mas também pela relação entre dimensões ou durações temporais (longa [estruturas], média [conjunturas] e curta [acontecimentos]) (MATTOZZI, 2004, p.44).
A articulação entre estas dimensões temporais (LE GOFF, 1992; LLOYD, 1995), ou seja, das estruturas aos acontecimentos, se dá nas relações entre simultaneidade e processo, permanências e mudanças, passado e presente, transformações lentas e rupturas. Deve-se atentar para o fato de que a construção da memória histórica também é formada pela relação entre estas dimensões, não se referindo somente a idéia de preservação de lembranças, mas como lugares de memória (que podem também ser entendidos como documentos-monumentos, tais como patrimônios culturais, arquivos, bibliotecas, museus, praças, ruas etc. [Pierre Nora apud DOSSE, 2001; FOUCAULT, 2004; LE GOFF, 1992]), como descontinuidades e rupturas entre o fato ocorrido e sua memória.
O conceito de tempo, tal como os outros aqui apontados, é construído historicamente e também modificou-se de acordo com o surgimento das diversas formações sociais, pois, por exemplo, nas sociedades agrárias ele possuía um caráter cíclico e mítico e nas sociedades industriais uma marca cronológica e disciplinadora.A partir desta diversidade de concepções temporais devemos nos atentar para as seguintes perguntas: como e quando diferenciar o momento em que uma experiência sóciohistórica é determinada por uma permanência ou por uma transformação estruturais? Ocorrem mudanças nas permanências de longa duração ou continuidades nas grandes transformações? Como definir os sentidos relativos à duração e à sucessão de fatos históricos, à simultaneidade entre eles e à classificação dos mesmos em ciclos, períodos ou conjunturas? Quando e onde isto ocorreu?
Tanto Karl Marx, Jean Chesneaux, quanto para Marc Bloch (e outros materialistas históricos) tentaram respondê-las, pois para eles o estudo do passado a partir das problematizações do presente é um método que viabiliza a possibilidade de compreensões alternativas em relação a determinados conteúdos solidificados, pois podem detectar as descontinuidades, transformações e permanências presentes na articulação entre o processo estrutural sócio-histórico e os acontecimentos em sua especificidades espaçotemporal (BLOCH, 2002; CHESNEAUX, 1995; HARTOG, 2003; HOBSBAWN, 2000a;). Já Eric J.Hobsbawn (HOBSBANWN, 2000a) acredita que a noção de bloco histórico, pode facilitar a compreensão destes problemas, pois ela é entendida como uma macro-estrutura espaço-temporal que prioriza a análise das relações entre os acontecimentos e as estruturas sócio-históricas em um período definido por marcos precisos (um exemplo disso são as obras deste autor dividido em eras: era das revoluções [1789-1848], era dos extremos [1914-1991] etc.).
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7.2.4.5.5. ESPAÇO (“Espacialidade”) – (categoria articuladora): Territorialidade”;
Contexto espacial; Escalas; Paisagem.
Tal como o conceito anterior, o espaço pode ser compreendido
como um conceito articulador dos conteúdos temáticos aqui
propostos. Para tanto, deve-se levar em consideração que o local
onde os sujeitos históricos atuam delimita as possibilidades de ação
e de compreensão no e do processo histórico. As práticas culturais
que delimitam as relações entre as várias formações sociais,
demarcam os modos como foram construídos historicamente os
territórios permitindo a configuração cultural das diversas
paisagens.
Conforme já expresso do documento Identidade do Ensino Médio, a contextualização é uma relação entre os acontecimentos particulares e as estruturas sócio-históricas. Isto quer dizer que o problema entre o local e o universal é também um problema de escalas, ou seja, o primeiro diferencia-se do segundo através dos graus das perspectivas de análise, tal como está expresso na categoria tempo (REVEL, 1998; LEVI in BURKE, 1992).
Nesse sentido, os problemas referentes à organização espacial da ação humana podem ser apontados da seguinte forma: Como os fatos históricos (ações humanas) são produzidos a partir da localização destes eventos? Como definir uma escala de obervação relativas a esses fatos? Qual os significados destes fatos históricos em relação à distância, à extensão territorial, à distribuição e a sua constituição na relação entre a atividade humana e a paisagem a seu redor? Eles também se estruturam relacionalmente na relação dialética entre permanências e mudanças?
Historiadores ligados à micro-história, tais como Carlo Ginzburg, Giovanni Levi e Natalie Z. Davis, entendem a idéia de que um olhar local é um procedimento fundamental para perceber as fissuras nas estruturas sócio-históricas, ou seja, nos aponta caminhos que mapeiam as transformações estruturais que ocorrem na longa duração. Uma história das experiências históricas de uma localidade, de uma família, de um indivíduo, ao garantir as suas especificidades, mostra pontos de vistas, ou mesmo filtros culturais, que permitem a reavaliação dialética dos limites
207
presentes em alguns sistemas teóricos globalizantes (como o estruturalismo e o funcionalismo
7.2.4.6. CONCLUSÃO
Portanto, quais são as condições necessárias para que os professores (as) e os alunos(as) desenvolvam a escrita sobre a história? Procuraremos responder esta questão com a ajuda de Ivo Mattozzi (MATTOZZI, 2004, p. 46):
1) A narrativa histórica deve ser vista como “objeto e campo da mediação didática”.
2) Induzir o aluno (a) a considerar a história como uma “disciplina textual” cujas práticas deverão estar registradas sob a forma de exercícios ou atividades de história: “descodificar, voltar a codificar, analisar” e escrever textos históricos.
3) Trabalhar com vários textos para que o aluno (a) produza modelos mais eficazes em relação ao conhecimento histórico.
4) O planejamento dos professores (as) devem valorizar a narrativa histórica de tal modo que os alunos (as) possam construir textos cuja composição (“informação de fatos, elaborados e inferidos”) e que sua estrutura temporal se qualifique como historiográfica.
5) Os docentes devem começar a escrever sobre a história para que os alunos (as) tenham a possibilidade de estudar em textos históricos didáticos (que se utilizam de fontes documentais, imagens, esquemas de periodização, metodologias de caráter científico que se sustentem em historiografias de referência) produzidos por seus professores.
Por meio da construção destas Orientações Curriculares do Ensino
Médio, da produção do Projeto Folhas e do Livro Público, além dos
resultados dos encontros relativos aos Grupos de Estudos de
História, possivelmente estes objetivos possam ser atingidos no que
se refere à disciplina de História. É possível que isto ocorra através
da participação democrática dos professores (as), sustentada em
princípios éticos, próprios de uma concepção humanista de
educação, que tenha como finalidade produzir de fato o
conhecimento histórico, por meio de conceitos rigorosos e de
procedimentos metodológicos, instituídos a partir de um critério de
verdade, que configurem a relação entre as experiências dos alunos
(as) (contextualizadas em teorias e metodologias científicas) e as
estruturas sócio-históricas, as quais, apesar de constranger, em
alguns momentos, seus desejos e atos historicamente constituídos,
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fornecem a estes sujeitos seus espaços de ação social relativamente
autônoma e seus horizontes de expectativa.
7.2.4.7. OBJETIVO GERAL
-Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais em
tempos e espaços diversos, suas manifestações culturais, econômicas,
políticas e sociais, identificando suas permanências e mudanças.
7.2.4.8. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conscientizar-se de que a história é produzida e vivida pelos homens de maneiras e em locais diferentes, percebendo seu dinamismo.
• Compreender que o fenômeno de sedentarização do homem foi o fator responsável pela maior complexidade nas relações sociais.
• Entender os fatores que tornaram possível a formação das primeiras civilizações em torno do Crescente Fértil.
• Compreender a importância da cultura grega e sua influência na formação da cultura ocidental.
• Compreender a divisão do Império Romano, analisando suas consequências.
• Analisar o período denominado feudalismo.
• Entender o novo regime econômico chamado capitalismo.
• Conhecer o processo histórico do renascimento urbano e comercial.
• Compreender os fatores que levaram ao surgimento de novas religiões.
• Entender o surgimento dos Estados Absolutistas suas causas e consequências.
• Conhecer as causas sociais, econômicas e políticas da Revolução Francesa.
• Conhecer e analisar o contexto histórico, político, social e econômico da 1ª Guerra Mundial (1914 a 1918).
• Compreender e analisar as razões da 2ª Guerra Mundial.
• Analisar as causas e consequências da Guerra Fria.
• Debater e analisar o encontro das culturas: Européia e indígena.
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• Analisar e debater as riquezas no Brasil Colonial.
• Identificar as rebeliões coloniais identificando suas causas e consequências.
• Pesquisar sobre a liberdade dos negros e a vinda dos imigrantes.
• Debater sobre a queda da Monarquia e o surgimento da República.
• Pesquisar e debater sobre o Governo Vargas.
• Identificar as causas e consequências do golpe militar de 64.
• Compreender e estudar sobre a Nova República e a política da Redemocratização.
7.2.4.9. .AVALAÇÃO
7.2.4.10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Marta; SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 1996.
CERRI, Luis Fernando (org.). O ensino de história e a ditadura militar. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003.
CHARTIER, Roger. Leituras e leitores na frança do Antigo Regime. São Paulo: UNESP, 2004.
FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e ensino de história. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2004.
MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo, 2004.
NIKITIUK, Sonia (org.). Repensando o ensino de história. São Paulo: Cortez, 2001.
PARANÁ. Reestruturação do ensino de Segundo Grau no Paraná: História e Geografia. Curitiba: SEED, Departamento de Ensino de Segundo Grau, dezembro de 1993.
SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática: problemas da unidade conteúdo/método no processo pedagógico. Campinas: Autores Associados, 2000.
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VIDAL-NAQUET, Pierre. Os gregos, os historiadores, a democracia: o grande desvio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
211