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1 INTERNATIONALI NEGOTIA EDITORA SUBSECRETARIA HISTÓRICA DÉBORA JACINTHO DE FARIA ANDRÉ DUARTE CONFERÊNCIA DE PARIS CONSTRUÇÃO DO TRATADO DE VERSALHES MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL BRASÍLIA - DF 2018

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Page 1: CONFERÊNCIA DE PARIS€¦ · Palavras-chave: Conferência de Paris, Primeira Guerra Mundial, Grande Guerra, Pós-Guerra, Tratado de Versalhes. 6 ABSTRACT The main objective of this

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INTERNATIONALI NEGOTIA EDITORA

SUBSECRETARIA HISTÓRICA

DÉBORA JACINTHO DE FARIA ANDRÉ DUARTE

CONFERÊNCIA DE PARIS CONSTRUÇÃO DO TRATADO DE VERSALHES

MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL

BRASÍLIA - DF 2018

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DÉBORA JACINTHO DE FARIA ANDRÉ DUARTE

CONFERÊNCIA DE PARIS CONSTRUÇÃO DO TRATADO DE VERSALHES

BRASÍLIA - DF 2018

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CARTA DO SECRETARIADO

Caros delegados e delegadas,

Vocês estão próximos de adentrar o século XX para a Conferência de Paris,

construindo o Tratado de Versalhes. É dever de vocês resolver um dos assuntos mais

importantes da humanidade após a Primeira Guerra Mundial.

Sem a Primeira Guerra Mundial e sem os acordos de paz assinados ao seu fim, não

poderíamos contemplar o Fascismo, Nazismo e provavelmente não aconteceria a Segunda

Guerra Mundial. Logo, sem essa catástrofe não haveria nem a Guerra Fria ou as guerras locais

que aconteceram.

Essa Guerra marca o início de um centenário de massacres. Em apenas quatro anos de

conflito, os níveis de morte estavam em seu ápice, chegando a números recordes. 1.8 milhão

de Alemães, 1.6 milhão de Franceses, 800.000 Britânicos, 116.000 Americanos. O massacre

russo era tamanho que gerou a Revolução Russa. Porém nós podemos concluir que a Primeira

Guerra levou ao sistema comunista.

Estamos no final da Grande Guerra e a Conferência de Paris está prestes a começar. O

que deve ser feito para estabelecer a paz e evitar que aconteça uma nova guerra? Como os

conflitos entre os maiores polos de poder podem ser resolvidos? Preparem suas máquinas de

escrever. Senhoras e senhores, bem-vindos à conferência que definirá o futuro da

humanidade.

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“É bem mais fácil fazer a Guerra do que a Paz.”

(George Clemenceau)

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RESUMO

O objetivo desse artigo é debater e desenvolver a habilidade de averiguar todos os

passos tomados durante a Conferência de Paris com a construção de uma nova ordem

mundial, considerando tudo que houvera acontecido durante a guerra. Tendo em vistao

massacre ocorrido durante o século XX, o artigo tem como seu principal ponto ajudar

qualquer indivíduo que esteja interessado em como o Tratado de Versalhes foi construído e

seus pontos negativos e positivos, sempre melhorando a perspectiva mundial como a antiga

Liga das Nações, atual Organização das Nações Unidas (ONU), se comportou após A Grande

Guerra, que definiu os caminhos a serem tomados durante todo o percurso.

A necessidade desse estudo é a de aprofundar-se nas consequências causadas no pós-

guerra e as medidas tomadas no passado, comparando-as aos parâmetros mundiais atuais e o

efeito que as medidas tomadas durante a Conferencia ainda geram e possuem efeitos no

cotidiano.

Palavras-chave: Conferência de Paris, Primeira Guerra Mundial, Grande Guerra, Pós-Guerra,

Tratado de Versalhes.

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ABSTRACT

The main objective of this article is to debate and develop the ability to look into every

step taken during the Paris Peace Conference with the construction of a new global order and

its sanctions towards the past, considering everything that has happened during the war.

Keeping in mind that the massacre occurred during the 20th century, the article has as its main

point help anyone who might be interested in how the Treaty of Peace was built and its

upsides and downsides, always trying to enhance the worldwide perspective as the old League

of Nations, current United Nations, behaved after The Great War, that defined the paths to be

taken during the hole route.

The necessity of this study is to deepen on the consequences caused in the post war

and the measures taken in the past, comparing to the current worldwide parameters and the

effect of that these actions taken at the Conference still generates and has impacts in the

everyday life

Keywords: Paris Peace Conference, First World War, Great War, Post War, Treaty of

Versailles.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8

1 Abordagens Conceituais ........................................................................................................ 9

1.1 Nacionalismo .................................................................................................................... 9

1.2 Soberania ......................................................................................................................... 10

1.3 Imperialismo ................................................................................................................... 10

1.4 Equilíbrio de Poder ......................................................................................................... 11

2 Background .......................................................................................................................... 11

2.1 Reino Unido .................................................................................................................... 12

2.2 França .............................................................................................................................. 12

2.3 Alemanha ........................................................................................................................ 12

2.4 Rússia .............................................................................................................................. 12

3 Rivalidades ........................................................................................................................... 13

4 Estágios da Guerra .............................................................................................................. 14

5 Conferência de Paris ............................................................................................................ 16

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 19

APÊNDICE I – POSICONAMENTO DE PAÍSES ............................................................. 22

6.1 Membros Permanentes .................................................................................................... 22

6.2 Império Britânico ............................................................................................................ 23

6.3 América Latina e Caribe ................................................................................................. 24

6.4 Ásia-Pacífico e outros ..................................................................................................... 27

6.5 Europa ............................................................................................................................. 28

6.6 Poderes Centrais .............................................................................................................. 32

7 Grupos Políticos ................................................................................................................... 34

8 Grupos Regionais ................................................................................................................. 34

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INTRODUÇÃO

Eric Hobsbawm, um dos historiadores mais importantes da contemporaneidade,

descreve o século XX como o século de massacres e guerras. Claramente, é o século

com as maiores taxas de mortes e considerado o mais violento da história (Hobsbawm,

2006).

Considerado o ponto de partida do século XX, a Primeira Guerra Mundial,

marcada pelo colapso da civilização ocidental do século XIX. A economia capitalista

mundial expandiu no século XIX e o mundo não mais estava limitado a economias

nacionais. Houve um aumento na base de economias e no número de países industriais e

se industrializando. A produção global aumentou entre 1880 e 1914 e no mercado

internacional de produtos primários. O boom econômico das economias europeias entre

1890 e 1914 é chamado de a belle époque.

O período entre 1875 e 1914 é classificado por Hobsbawn como a “Era dos

Impérios” (“Age of Empires”), quando as maiores potências europeias dividiram a

África e partes da Ásia em colônias formais, informais e zonas de influência. O

imperialismo criado pela rivalidade entre os Estados, que culminaram na Primeira

Guerra Mundial (Hobsbawm, 2008).

A partição do Terceiro Mundo é considerada por Hobsbawm uma extensão do

protecionismo. Em politicas protecionistas, países industrializados tentam fechar seus

mercados para garantir a competitividade do Mercado interno. Com o avanço do

protecionismo para as colônias, criou-se uma rivalidade entre os poderes para conquistar

novos mercados (Hobsbawn, 2008).

Kissinger (1997) analisa o cenário europeu ao final do século XIX pela teoria do

equilíbrio do poder. De acordo com ele, em caso de múltiplos poderes, ou um Estado se

torna tão forte que domina todos os outros e cria um império, ou nenhum Estado é

poderoso o suficiente para atingir esse objetivo.

O Sistema do equilíbrio do poder tinha o objetivo de limitar a habilidade dos

Estados de dominar outros e também a extensão de conflitos. O objetivo é a estabilidade

e a moderação, e funciona quando se mantem a insatisfação em um nível menor, na qual

a parte prejudicada tentará superar a ordem internacional. E claro, o sistema falhou de

forma generalizada pela primeira vez no século XX, durante a Primeira Guerra Mundial.

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1 Abordagens Conceituais

Antes ser debatida a discussão histórica do problema, alguns conceitos devem

ser considerados que definem o curso da Primeira Guerra e, logo, a Conferência de Paris

com o Tratado de Versalhes.

1.1 Nacionalismo

Nacionalismo, de acordo com Gellner (1993), é a fusão decorrente da

congruência entre as partes nacional e politica. Essa essência de nacionalismo é

considerada o fator central de legitimidade do Estado Moderno. Desse modo, é uma

poderosa identidade formal juntar características pré-existentes baseado no critério de

raça, linguagem, religião e território comuns, uma idade nacional e criada desses

critérios dentro de uma nação.

Pearson (1994) acreditava que a Guerra de unificação entre 1859 e 1871 foi

iniciada pelo espirito liberal e senso de orgulho nacionalista exacerbado pelo progresso

da nação. Com isso, o autor entende que existe uma transição entre a ideia liberdade e

imperialismo.

Hobsbawm (1990) entende o nacionalismo como o equilíbrio entre pessoas e

Estado (anterior a Revolução Francesa). Os movimentos nacionalistas tinham objetivo

de unificar, que de acordo com Hobsbawn (1990, p.45), seria incompatível com as

definições baseadas na etnia, linguagem, história em comum, tendo em vista que não era

o critério mais relevante na formação liberal das nações. Como exemplos, A fusão dos

Sérvios com os Croatas na Jugoslávia, dos Poloneses com os Lituânios e Russos, entre

outros. O autor ainda aponta que até as velhas Nações-Estado, como a Grã-Bretanha,

França e Espanha eram heterogêneas.

De acordo com Motta (2011), o nacionalismo europeu tomou forças com o

avanço da industrialização. O governo procurou criar uma série de tradições para

convencer a sua população da sua superioridade na história mundial. Concluindo que

aquelas responsáveis pelos seus próprios problemas internos, eram considerados

“inimigos externos”, i.e., outras nações. O nacionalismo criado pelos Estados tinham o

seguinte objetivo: reforçar a unidade nacional, assegurar a obediência dos cidadãos e

expandir o patriotismo, que possivelmente motiva milhares de jovens a defender os

interesses das nações na guerra.

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1.2 Soberania

O conceito de soberania tem suas origens do Latim, super omne, que significa

“sobre tudo”. É um importante elemento legitimador do estado contemporâneo. De

acordo com Jean Bodin, soberania se refere ao direito exclusivo de autoridade suprema

sobre um grupo de pessoas em determinado território. Na construção do Estado

Moderno, o poder era transferido do rei para o Estado, e esse era o portador da maior

autoridade na nação.

Em um nível nacional, leis promulgadas pelo Estado tomavam precedência sobre

qualquer regra ou decisão tomada por outros grupos. No contexto das relações

internacionais, existe a ideia de igualdade entre todos os Estados perante a comunidade

internacional: todos os países são soberanos, sem um subordinador ou dependência

entre eles.

1.3 Imperialismo

Cerca da última década do século XIX, os maiores poderes europeus - Reino

Unido, Franca, Alemanha, Bélgica e Itália – tinham aumentado, consideravelmente, os

seus domínios territoriais. Os Estados Unidos e o Japão também participaram da

expansão; porém, a corrida por novas colônias era essencialmente um fenômeno

europeu (Decca, 2011, p. 156-157). O capitalismo industrial pedido pelos mercados iam

além da economia nacional que levaram a frente uma mudança na organização politica

dos Estados-Nação. Como citado anteriormente, o movimento nacional deu espaço a

expansões territoriais e, então, acontece uma mudança no paradigma do conceito de

nação.

Imperialismo, então, é definido por Decca (2011, p. 160) como “uma política

deliberativa de estados europeus de anexo das pessoas e territórios destinados a

expansão de mercados capitalistas”. A colonização aconteceu por dominação militar e

era preponderada na África e na Ásia, de forma direta.

Na América Latina, não existia nenhuma intervenção dos poderes Europeus. A

Doutrina Monroe reinada e criada pelos Estados Unidos, pregava “América para os

Americanos” como uma forma de não aceitar interferência de nenhum continente afora.

Os Estados Unidos, previamente mencionado, não participou ativamente do processo de

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colonização. Porém, com a Doutrina Monroe, eles tiveram grande influência no

continente Americano.

1.4 Equilíbrio de Poder

Com o fim das Guerras Napoleônicas, em 1815, os Estados Europeus se

reuniram no Congresso de Viena e definiram uma nova ordem mundial. O conserto da

Europa foi estabelecido com regras escritas e instituições permanentes, mas em tempos

de crise, qualquer país membro poderia propor uma conferência.

Consequência da derrota napoleônica, formava-se por Prússia, Áustria e Rússia,

a Santa Aliança com o objetivo de conter manifestações revolucionárias, como a

Francesa. Os países, dessa forma, atuariam em conjunto. Kissinger (1997, p. 90-92)

julga que a existência de instituições domésticas compatíveis entre os Estados garantia

um balanço de poder sobre elas mesmas. Dessa forma, as monarquias da Europa

enxergavam outras formas de organização do poder como ameaças a paz, voltadas para

ir contra movimentos revolucionários. A Europa se manteve em paz por quase cem anos

e, durante a maior parte deles, as potências Europeias não se envolveram diretamente

em nenhuma guerra grande. Esse cenário é graças aos três pilares do Congresso de

Viena: Paz conciliatória com a Franca, Balança do Poder e Senso comum de

legitimidade. O propósito da balança de poder era limitar a capacidade de dominância

dos outros assim como a extensão dos conflitos, com o objetivo de estabilidade e

moderação entre as potências europeias. O conceito pode ser derivado do sistema de

poderes ou de controles e equilíbrio de Montesquieu, aplicada em um contexto

internacional.

No entanto, as nações europeias transformaram a balança de poder em corrida

armamentista (Kissinger, 1997, p. 194), colocando o continente em uma “paz armada”.

As tensões entre as potências logo abalaram todo o movimento, levando a Grande

Guerra.

2 Background

A Primeira Guerra vem da rivalidade imperialista entre os estados Europeus. No

início da guerra, as demandas dos quatro maiores poderes – Grã-Bretanha, França,

Alemanha e Rússia – eram:

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2.1 Reino Unido

O Reino Unido foi o primeiro país industrial e foi um grande poder por muito

tempo na Europa. Porém, com o formato do novo capitalismo no mundo, os britânicos

foram os que mais sofreram já que os novos países industrializados botaram um limite a

expansão da indústria britânica. Ademais, as crises econômicas dos anos 1870 levaram a

um menor número de indústrias grandes e aos déficits nos lucros.

2.2 França

Ao início do século XIX, a economia francesa ainda era muito rural, com uma

economia doméstica mal desenvolvida. O fornecimento de bens britânicos desencorajou

qualquer produção doméstica. Dessa forma, o desenvolvimento industrial da França

foca em produtos de qualidade, diferente das indústrias têxteis inglesas, tomando

vantagem da cultura francesa, que na época era sinônimo de beleza e bom gosto (Motta,

2011, p. 237). Com o cuidado com o estado e a capital inglesa, o país expandiu a sua

linha de trem, com o objetivo de estimular o mercado doméstico, mas ainda assim

retrógrado comparado ao Reino Unido e Alemanha.

2.3 Alemanha

A experiência industrial alemã foi resultado de um planejamento como uma

resposta a competição com a Inglaterra. O país investiu na indústria pesada, bases

tecnológicas avançadas e forte associações entre bancos e indústrias. Houve um grande

encorajamento para que se construísse linhas de trem para integração do mercado

interno. Além disso, investimentos pesados em educação foram realizados de forma a

criar indivíduos altamente habilidosos. O governo também encorajou a formação de

carteis, pra promover a criação de conglomerados que seriam capazes de competir com

mercados internacionais.

2.4 Rússia

O Império Russo foi uma potência por conta da sua grande população. Sendo um

país de contrastes, houve um avanço eficiente e tecnológico que contrasta com a gigante

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e miserável população rural, com cerca de 79% morando no campo. Ademais, a

indústria Russa era extremamente dependente de uma capital exterior. De acordo com

Motta (2011, p. 237-238), “A Guerra mundial seria apenas para aumentar a pobreza e a

crise econômica, trazendo a conhecimento público a fragilidade da industrialização do

país”.

3 Rivalidades

A França desenvolveu uma grande rivalidade com a Alemanha por conta da

Guerra Franco-Prussiana, que tomou lugar durante a guerra da unificação alemã. A

derrota da França e consequentemente a perda da região da Alsácia-Lorena (rica em

ferro e carvão), estimulou o revanchismo da França (Motta, 2011, p. 239).

O antagonismo entre o Reino Unido e a Alemanha não era esperado visto que os

países não tinham histórico de conflito. Porém, o Reino Unido sentiu os seus interesses

econômicos ameaçados pela grande e rápida evolução da indústria alemã. Hobsbawm

(2008) analisa a mudança do paradigma britânico de política estrangeira: primeiro, uma

aliança com qualquer nação continental parecia incompatível com a manutenção do

equilíbrio do poder, ainda que com grandes rivalidades entre poderes, as regras do jogo

diplomático teriam mudado, e o Reino Unido, forçado a se adaptar.

O Reino Unido e a França tiveram uma disputa sobre a região do Marrocos, mas

para superar a rivalidade, assina-se acordos para definir as áreas coloniais na África.

Esses acordos foram conhecidos como Entente Cordiale, e consistia na estratégia contra

o avanço do império alemão. A Rússia também assinou o tratado com a Franca e a Grã-

Bretanha em troca de capital de ambos. Além disso, ambos impérios gostariam de

aumentar sua influência na região balcânica.

Assim, formou-se dois blocos opostos, a Tríplice Aliança, composto por

Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália. O Outro bloco era a Tríplice Entente,

composto por da Grã-Bretanha, França e Rússia.

O mapa da Europa no início da Guerra tinha a seguinte configuração (Imagem

1):

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Imagem 1: Mapa da Europa em 1914 (Arquivos Nacionais, 2015)

AMARELO: TRIPLICE ENTENTE; ROSA: POTENCIAS CENTRAIS; AZUL: NEUTRO

Norway: Noruega; Sweden: Suécia; Denmark: Dinamarca; Netherlands: Holanda; Switzerland: Suíça;

Spain: Espanha; United Kingdom: Reino Unido; Belgium: Bélgica; Luxemburg: Luxemburgo; Italy:

Italia; Germany: Alemanha; Austria-Hungary: Austria-Hungria, Serbia: Sérvia, Greese: Grécia; Turkey:

Turquia; Romênia, Portugal, Argélia, Tunísia, Rússia, Bulgária e Montenegro.

4 Estágios da Guerra

Os Balcãs, no inicio da Guerra, se tornaram um barril de pólvora, envolvendo

interesses na Áustria, Rússia e o Império Otomano (Motta, 2011, p. 239). A faísca que

iniciou a guerra aconteceu exatamente nessa região, com o ataque ao Arquiduque Franz

Ferdinand, herdeiro ao trono Austríaco, por terroristas sérvios em Saravejo, em 1914. A

Áustria, apoiada pela Alemanha, declarou guerra com a Sérvia; A Sérvia, por sua vez,

recorreu à Rússia e ao sistema de alianças que o conflito regional escalou para Guerra

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Mundial (Motta, 2011, p. 240). Os alemães declararam guerra contra a Rússia e a

França.

A primeira ofensa alemã acontece com a Bélgica, que a atravessa para chegar a

França. Como um resultado disso, Grã-Bretanha declaram Guerra contra a Alemanha.

Previsões acreditavam que seria uma guerra de curta duração já que os Alemães

possuíam superioridade bélica. Na verdade, ainda houve uma supremacia inicial dos

exércitos alemães e a França teve que retroceder. A Itália continuou neutra, com uma

politica definida de que iria pra guerra somente por defesa de si.

A Alemanha lutou em duas frentes, a oeste, contra os exércitos francês e

britânico, e a leste, com a Áustria, contra a Rússia. Na frente leste, os alemães tiveram

superioridade militar, mas os russos possuíam número superior de integrantes. Porém,

em outubro de 1914, o Império Otomano entrou na guerra no lado alemão e em

resposta, a Entente declarou guerra contra os otomanos.

A Grande Guerra se inicia com o movimento entre os beligerantes avançando

em território inimigo. Começando em 1915, a frente oeste veio para atrasar e as tropas

pararam de ter progresso. Esse foi o começo da Guerra das Trincheiras, que aconteceu

por conta da revolução em poder de fogo que não condizia com os avanços similares em

mobilidade, resultando em uma exaustiva guerra bélica na qual a defesa possuía a maior

vantagem.

Em 1915, a Itália se alinha com a Entente, declarando Guerra contra a Áustria. A

Bulgária entra na guerra do lado da Tríplice Aliança. Os Estados Unidos tinham a

politica de não intervenção em questões europeias e permaneceram neutros até 1917.

Porém, por mais que não diretamente envolvidos na guerra, os EUA mantinham estritas

relações de mercado com os países da Tríplice Entente, vendendo comida e armas.

Em 1917, os alemães instituíram um bloqueio naval. Potências neutras foram

avisadas para retirarem o navios e embarcações dos mares, com ameaça de naufrágio.

Isso forçou com que os norte americanos entrassem na guerra.

No mesmo ano, a Revolução Russa começara. Em outubro daquele ano, com a

revolução bolchevique, uma das reinvindicações era a saída do país da guerra. O acordo

de paz fora feito com a Alemanha em março e 1918, com o Tratado de Brest-Litovsk.

Com o acordo, a Rússia perdeu os seguintes territórios: Finlândia, Polônia Russa,

Ucrânia, países Bálticos Letônia, Estônia e Lituânia.

Com a saída da Rússia, houvera um grande crescimento nas forças da frente

ocidental da Alemanha. Contudo, o exército alemão mostrou sinais de fadiga. Com a

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entrada do reforço americano, houve um poder desbalanceado e a Alemanha fora

derrotada. Em novembro de 1918, o armistício alemão foi assinado, chamado de

Armistício de Compiègne.

Motta (2011, p. 243) analisa a Guerra da seguinte forma: “A primeira Guerra

expressou a forma cruel de competição entre as potências e a crença de superioridade de

uma comparada a outra.” O resultado foi esse massacre, com um enorme numero de

mortos em ambos os lados.

5 Conferência de Paris

Em janeiro de 1918, antes do fim da Guerra, o presidente dos Estados Unidos,

Woodrow Wilson, apresentou um plano de paz com um principio de justiça para todas

as pessoas. O documento seria uma “paz sem guerra”. Porém, esse não agradava ao

Reino Unido e nem a França. (Motta, 2011, p. 249-250).

Os países se reuniam para definir os caminhos do mundo em um pós-guerra. De

acordo com Hobsbawm (2006, p. 39) “as potências procuram pelo tipo de acordo de paz

que previna outra Guerra como aquela que devastou o mundo”.

A Conferência de Paris começa suas atividades em 19 de janeiro de 1919 no

Palácio de Versailles. Agora, senhoras e senhores delegados, o futuro está nas suas

mãos, e é o seu dever como representante de Estado, decidir os caminhos da paz.

Abaixo, como ponto inicial, a configuração territorial na Europa no final da

Grande Guerra (Imagem 2):

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Imagem 2: Mapa da Europa em 1918 (ARQUIVO NACIONAL, 2015)

Norway: Noruega; Sweden: Suécia; Denmark: Dinamarca; Netherlands: Holanda; Switzerland: Suíça;

Spain: Espanha; United Kingdom: Reino Unido; Belgium: Bélgica; Luxemburg: Luxemburgo; Italy:

Italia; Germany: Alemanha; Austria-Hungary: Austria-Hungria, Serbia: Sérvia, Greese/Greece: Grécia;

Turkey: Turquia; Romênia, Portugal, Algeria, Tunísia, Rússia, Bulgária e Montenegro.

As questões que devem ser tratadas e respondidas pelo comitê são:

1. Questões territoriais:

- Disputa pela região da Alsácia-Lorena;

- Conflitos na região dos Balcãs;

- Conflitos na região da Polônia e Prússia Oriental;

- Questões sobre as colônias do Império Alemão.

2. Quem é o responsável pela Guerra?

3. Definir se sanções serão aplicadas aos países culpados e quais são eles.

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4. Como definir os conceitos de soberania e Nação-Estado a nova forma do

mapa europeu?

5. Criação da Liga das Nações.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE I – POSICONAMENTO DE PAÍSES

6.1 Membros Permanentes

Estados Unidos da América

Os Estados Unidos, representado pelo Presidente Woodrow Wilson, tiveram um

diferente conceito de política internacional quando comparado aos países europeus. De

acordo com Kissinger (1997, p. 258), o critério para a ordem seria a democracia, a

segurança coletiva e a autodeterminação. O presidente americano postulou que nações

democráticas eram, por definição, pacíficas e a autodeterminação das pessoas,

aplicadas, sem necessidade de guerra. Wilson condenou o equilíbrio de poder como um

sistema instável e propôs que se estabelecesse os direitos iguais entre os Estados.

França

Liderada pelo primeiro ministro Geoge Clemenceau, a delegação chega à

conferência com sentimento revanchista pela Alemanha, construído desde a perda de

Alsácia-Lorena, e pretendem pegar o território de volta. Além do declínio econômico

desde o meio do século XIX, que fez com que a França não conseguisse acompanhar o

avanço industrial da Alemanha. Tem como desejo dividir a Alemanha novamente para

manter o balanço e segurança. Kissinger (1997, p. 266) analisa que o país, ao final da

segunda Guerra “mascara a vulnerabilidade com a irritabilidade e um pânico incipiente

na intransigência.”. O país tem como maior objetivo requerer segurança, com pedidos

que envolvem enfraquecer os alemães.

Reino Unido

A maior preocupação da delegação do Reino Unido, liderada pelo Primeiro

Ministro David Lloyd, é a manutenção da unidade do Império Britânico. Além disso,

tem o objetivo de garantir a segurança da França e aplicar sanções à Alemanha,

incluindo acabar com o poder naval alemão. Considera que a Alemanha deve pagar todo

o custo da Guerra.

Itália

Os Aliados induziram a Itália a ir pra Guerra prometendo a concessão da costa e

dos territórios do Sul de Tirol e Dalmata. O acordo foi fechado em 1915 com o Tratado

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de Londres. A delegação da Itália, cabeceada por Vittorino Orlando, vem com o

objetivo de garantir o tratado e anexar as regiões.

Japão

O Japão reivindica colônias antigas da Alemanha, chamada Shantung (incluindo

Kiaochow) e as ilhas do pacífico ao norte do Equador (As ilhas Marshall, Micronésia,

ilhas Mariana e as Carolinas). Em 1917, o país fez acordos secretos com o Reino Unido,

França e Itália, que garantiam a anexação desses territórios.

6.2 Império Britânico

Austrália

O principal objetivo da delegação da Austrália são os reparos da Guerra e

assegurar o controle australiano (Império Britânico) sobre as velhas colônias alemãs na

Nova Guiné e as suas ilhas. As forças armadas australianas apreenderam esses

territórios em 1914 e a delegação quer anexá-las por meio direto da legislação

australiana. A delegação ainda se preocupa com a ascensão do Japão.

Canadá

A declaração de Guerra britânica automaticamente levou o Canadá a entrar na

Guerra, por conta da situação legal de dominação britânica do país, que levou à política

externa na mão do parlamento do Reino Unido. Canadenses tiveram uma participação

militar importante na guerra, e então o primeiro ministro requereu um assento separado

na conferência. Mesmo tendo sacrificado aproximadamente 60,000 homens na Guerra,

o Canadá não pede nenhum beneficio direto para reparações.

Índia

A Índia tem uma representação independente na conferência. Essa decisão cai no

envolvimento dela na guerra. Tropas indianas estiveram na frente oeste no inverno de

1914 e lutaram na primeira batalha de Ypres. Ao final de 1915, eles enfrentaram muitas

perdas. Junto às perdas por doenças, o governo do país decidiu retirar as tropas indianas

da linha de frente ao final de 1915. Por conta disso, a Índia espera ser recompensada

com um grande passo à independência ou pelo menos ao governo próprio.

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Nova Zelândia

A Nova Zelândia entrou na Guerra não só para ajudar o Reino Unido como parte

do Império Britânico, mas também com interesse próprio: o país era dependente do

mercado britânico pra venda de lã, carne congelada e commodities. Tudo que

atrapalhava esse mercado, atrapalhava a vida na Nova Zelândia. O país confia no poder

naval britânico para proteger a sua integridade física e as trocas no mercado. A Nova

Zelândia veio para conferência com o objetivo físico e de segurança econômica.

África do Sul

A União da África do Sul estava ligada intimamente ao Império Britânico, e

automaticamente se aliou à Grã-Bretanha e seus aliados contra o Império Alemão. A

África do Sul é uma parte significante das operações militares contra a Alemanha. A

África do Sul deseja recompensas sobre o seu sacrifício, e seu maior objetivo é o

território sudoeste da África.

6.3 América Latina e Caribe

Bolívia

A Bolívia, junto ao Peru, rompeu as relações de favores com os Estados Unidos

com o objetivo de que aquilo auxiliasse suas reinvindicações para os pedaços de terra

tomados pelo Chile em 1879 na Guerra do Pacífico. O país espera ser beneficiado

economicamente em troca de apoio. Com interesses alinhados aos dos Estados Unidos,

a Bolívia, que não foi para Guerra, deseja ser representada na conferência.

Brasil

O Brasil foi o único país na América Latina que realmente participou da Guerra.

Por conta da crise do café (com a progressividade da guerra, ocorreu um bloqueio pela

maior necessidade de bens, tornando o café a última opção), o Brasil importava

petróleo, enfrentando um período frágil na economia. Após o bloqueio e,

posteriormente, ao ataque às exportações de café, em outubro de 1917, o Brasil entra na

guerra. A maior preocupação do Brasil na conferência é garantir a estabilidade

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econômica e a manutenção do mercado de café (garantindo o comercio). O Brasil possui

um vínculo próximo aos EUA.

Cuba

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados. O

local geográfico de Cuba não permitiria uma neutralidade enquanto os EUA estivessem

na guerra. O açúcar cubano se tornou uma commoditie muito famosa durante a guerra, e

os Estados Unidos tornaram possível que o açúcar fosse usado da melhor forma pelos

Aliados. Uma proposta de lei foi feita e 25.000 soldados Cubanos estavam preparados

para ir à França quando o armistício interviu. Uma unidade de 100 doutores e

enfermeiras foram equipados e enviados para a frente oeste. O país tem os seus

interesses alinhados aos do Estados Unidos durante a conferência.

Equador

O Equador também seguiu os passos de outros países latino-americanos. O

Estado não foi à guerra, mas cortou relações com o governo alemão por conta das ações

absurdas tomadas na guerra e não por conta de nenhuma indignação por submarinos

alemães (por ser uma nação sem comerciantes marinhos). O país tem interesses

alinhados aos dos EUA.

Guatemala

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pro-Aliados,

porém tiveram suas próprias razões para declarar Guerra contra a Alemanha. Nos

últimos vinte anos, a Alemanha ganhou controle sobre as ricas terras de café e

introduziu métodos científicos para que eles controlassem 50% da economia da

Guatemala. Com o objetivo de se libertar dessa gaiola, o país se juntou aos Estados

Unidos na guerra contra a Alemanha. A Guatemala quer o controle sobre o mercado de

café e a delegação possui interesses congruentes aos estadunidenses.

Haiti

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pro-Aliados.

Como uma potencial base naval para os Estados Unidos, a instabilidade do Haiti criava

uma preocupação nos diplomatas e a defesa oficial, que poderia resultar em uma regra

estrangeira do Haiti. Marinhas americanas ocuparam o Haiti em 1915. O Haiti protestou

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no dia 11 de maio de 1917, contra o bloqueio submarino, tomando a Alemanha como a

responsável por vidas e interesses por indivíduos Haitianos nos oceanos adentro.

Quando diversos nativos do Haiti perderam suas vidas no Karnak e Montreal, o governo

declarou guerra contra a Alemanha. O Haiti é congruente aos pensamentos norte

americanos.

Honduras

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados.

Honduras não foi à guerra, mas rompeu relações com o governo alemão e o declarou

guerra. Honduras tem seus interesses alinhados aos dos Estados Unidos.

Nicarágua

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados.

Navais norte-americanos ocuparam a Nicarágua desde 1912 e assim, o governo foi

obrigado a cortar relações com a Alemanha quando os Estados Unidos declararam

guerra. Além disso, o país tem os interesses alinhados aos do Estados Unidos e está

acometido com os propósitos americanos na conferência.

Panamá

As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados. A

maior razão de eficiência do Panamá foi o Canal e a sua existência se deve aos Estados

Unidos. Quando os EUA declararam guerra à Alemanha, o Panamá cortou relações

diplomáticas com os alemães, expulsando os cônsules do país. Também fora anunciado

que qualquer plano vindo dos agentes alemães contra o Canal resultaria em prisão com

duração indeterminada. O país se alinha aos ideais americanos.

Peru

Quando a Primeira Guerra começou, as repúblicas da América Latina, incluindo

o Peru, torceram para sair dela. O navio peruano afundou em fevereiro de 1917 no

caminho para a costa espanhola e a Alemanha se recusou a dar satisfação. Depois disso,

o país não foi à Guerra, mas rompeu suas relações com o governo alemão e entregou os

navios alemães nos portos para o governo dos EUA. O país tem interesses congruentes

aos norte-americanos.

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Uruguai

O Uruguai não teve nenhuma relação direta com a Guerra, mas acabou com

relações diplomáticas e comercias com a Alemanha, bem como com pequenas rotas

alemãs nos portos uruguaios. Além de se alinhar ao posicionamento estadunidense, ele

vem à conferência com o objetivo de garantir representação e se compromete a intervir

apenas em aspectos políticos e financeiros que afetam a América.

6.4 Ásia-Pacífico e outros

China

Os chineses exigiram que as concessões da Alemanha em Shandong fossem

devolvidas à China. A nação também pediu o fim das instituições imperialistas, tais

como extraterritorialidade e arrendamentos estrangeiros. A China também mostra

interesse em unir as províncias do norte e do sul. A delegação declarou que a briga entre

as duas facções na China seria curada e que os delegados chineses representariam os

princípios enunciados pelo Presidente Wilson dos Estados Unidos.

O Hejaz

O Hejaz enviou um representante à Conferência com o objetivo de entrar nas

discussões com os representantes Aliados preocupando-se com o acordo definitivo entre

os países Árabes. Durante a guerra, os aliados recrutaram uma legião arábica para lutar

contra os Otomanos, em troca de assegurar que o Estado Árabe seria estabelecido nas

remanências do Império Otomano. O principal objetivo é garantir que as potências do

grupo dos Aliados não o ignorem.

Libéria

A delegação da Libéria foi à conferência em completa harmonia com os Estados

Unidos. A Libéria participa da conferência pois acredita que o futuro do continente

africano nela será decidido e que terá uma grande função para o futuro da região.

Rússia

Em 1917, com a Revolução Bolchevique na Rússia, o país emergiu da Primeira

Guerra Mundial e assinou o armistício com a Alemanha. O papel da Rússia na luta

mundial fez dela uma forte parceira dos grandes arranjos internacionais de finanças e

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economia de guerra, cuja regularização e ajuste são iminentes. É no Oriente que as

maiores mudanças no ajuste territorial e nacional estão para ocorrer, a maioria das quais

afeta a Rússia diretamente ou influenciam materialmente seu desenvolvimento futuro.

Durante o período bolchevique, várias obrigações haviam sido impostas à Rússia pela

Alemanha com o propósito de conquista pacífica. As Potências Centrais estão

prendendo quase dois milhões de prisioneiros de guerra russos. As exigências russas na

Conferência são de que nenhuma questão, afetando diretamente a Rússia, seja resolvida

sem seu conhecimento e consentimento; participar em termos iguais e semelhantes em

relação à reparação e restituição devido a espoliação e represálias e que os prisioneiros

de guerra russos para recebem tratamento igual.

Sião (Tailândia)

Embora o Sião tivesse permanecido neutro desde o início da Primeira Guerra

Mundial em agosto de 1914, seu país desfrutou de relações amistosas com a Alemanha

e o governo reconheceu o valor político de jogar sua sorte com as Potências Aliadas. A

Tailândia sofria com os desígnios imperiais tanto dos britânicos quanto dos franceses,

perdendo o controle do Laos e do Camboja, cedendo quatro províncias do sul entre

1889 e 1909. Portanto, a entrada na guerra do lado dos Aliados foi uma oportunidade de

ganhar igualdade com outras nações, e este é o principal objetivo do país na

Conferência.

6.5 Europa

Bélgica

A Bélgica esperava não apenas retificar a restrição de neutralidade imposta a ela

em 1839, mantendo as garantias da Grande Potência, mas também ganhar importantes

concessões territoriais e econômicas. Suas demandas incluíam a Zelândia flamenca

(incluindo o controle da boca do Escalda); Holandês Limburg; Cantões da fronteira

alemã, Moresnet, Eupen (predominantemente alemão) e Malmedy (todos os quais

obteve); Luxemburgo; e na África, uma significativa ampliação da estreita costa

marítima do Congo Belga e grandes porções da África Oriental Alemã.

Checoslováquia

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A área da Checoslováquia foi uma parte do Império Austro-Húngaro até o

Império entrar em colapso no final da Primeira Guerra Mundial. Durante a guerra, um

pequeno número de tchecos, chamados de legiões checoslovacas, lutaram com os

Aliados na França e na Itália, enquanto grandes números desertaram para a Rússia em

troca de seu apoio à independência da Checoslováquia do Império Austríaco. Após o

Acordo de Pittsburgh em maio de 1918, a declaração de independência checoslovaca foi

publicada pelo Conselho Nacional da Checoslováquia. O principal objetivo da

Delegação da Checoslováquia é ganhar território, especialmente na Áustria. Além disso,

é um país com fraca base militar que demanda receber proteção.

Grécia

A delegação grega foi uma forte defensora dos Quatorze Pontos e da Liga das

Nações. Eles exigiram a expansão na Trácia e na Ásia Menor (terras do derrotado Reino

da Bulgária e do Império Otomano), Épiro Setentrional, Imvros e Tenedos, visando a

realização da Ideia Megali. Sofrendo por suas fortes recessões, com falta de alimento e

matéria-prima, a delegação vem à Conferência com o principal objetivo de melhorar a

sua situação.

Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos

O Estado foi criado quando o Império Habsburgo se dissolveu, em outubro de

1918. O Reino fora proclamado em meio ao caos, à insegurança e à euforia. O país está

localizado na área central de conflitos, e eles estão tentando ganhar território. A

delegação reivindica territórios povoados por eslavos do sul e defende o princípio da

autodeterminação nacional. Outro objetivo principal é fortalecer seus laços com os

aliados que possam ajudá-los na Conferência.

Lituânia

Durante a Primeira Guerra Mundial, o território lituano foi ocupado pela

Alemanha de 1915 até o final da guerra, em novembro de 1918. O primeiro governo

nacional da Lituânia foi formado após o armistício. O Estado reivindica a região de

Vilnius. Demograficamente, Vilnius foi dividido quase uniformemente entre poloneses

e judeus, com lituanos étnicos constituindo uma fração menor da população total. Os

lituanos, no entanto, acreditavam que sua reivindicação histórica à cidade tinha

precedência e se recusa a reconhecer quaisquer reivindicações polonesas à cidade e à

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área circundante. O principal objetivo da delegação na conferência de paz é o

reconhecimento territorial.

Montenegro

Montenegro fazia parte do Império Otomano na virada do século XX. O país

sofreu baixas substanciais na Guerra dos Bálcãs e esta guerra garantiu formalmente a

independência de Montenegro do Império Otomano. Quando a Áustria declarou guerra

à Sérvia, Montenegro se juntou a seu vizinho pouco depois e declarou guerra à Áustria e

à Alemanha. Montenegro tinha soldados na frente oriental e na frente franco-belga. O

Estado tem um papel importante na região central do Adriático e na sua relação com as

outras regiões do interior. Montenegro tem laços estreitos com os sérvios e é leal aos

interesses das potências aliadas.

Polônia

A delegação polonesa demandou os seguintes territórios no Ocidente: a Polônia

prussiana (Ducado de Posen / Poznan); Pomorze, isto é, a Pomerânia polonesa (os

alemães a chamavam de "Corredor Polonês" porque separava a Prússia Oriental da

Alemanha propriamente dita); o sul da Prússia Oriental, onde a maioria das pessoas

falava um dialeto eslavo chamado mazuriano; Silésia Superior a leste do rio Oder.

Todas essas exigências eram justificadas por motivos étnicos, pois, segundo o censo

prussiano de 1910, esses territórios eram preponderantemente poloneses. No entanto, a

delegação polonesa também exigiu que o território de Danzig fosse o único porto que

poderia atender às necessidades polonesas.

Portugal

Portugal foi inicialmente neutro na guerra. No entanto, devido às tensões com a

Alemanha envolvendo especialmente a campanha alemã em Angola, Portugal entrou na

guerra. A principal demanda de Portugal é a segurança das possessões coloniais de

Angola e Moçambique na África. Além disso, o Estado também tinha interesse no

sudoeste da África e na África Oriental alemã. A delegação portuguesa pretende aderir o

mais próximo possível à posição da Grã-Bretanha.

Romênia

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A Romênia entrou na Primeira Guerra Mundial com a motivação de aproveitar a

Transilvânia. No entanto, após um sucesso inicial, as Potências Centrais empurraram a

Romênia de volta até sua rendição com a Paz de Bucareste em maio de 1918. As

exigências da Romênia na Conferência de Paz de Paris são recuperar o controle do

território perdido e a reparação dos danos sofridos na guerra.

San Marino

Enquanto a Itália declarou guerra à Áustria-Hungria em 23 de maio de 1915, San

Marino permaneceu neutra. O país não esteve diretamente envolvido na guerra, já que

só enviou voluntários. No entanto, sofreu as consequências. No final da guerra, não

apenas o nível de desemprego, que já era alto, aumentou enormemente, é acompanhado

por uma taxa de inflação igualmente alta. Assim, a delegação vai à Conferência de Paz

de Paris com a intenção de obter ajuda para a sua recuperação.

Dinamarca

Por ter uma boa estratégia, o país se mantém neutro durante a primeira guerra.

Porém, não deixa de manter sua relação internacional em exportações, e mantinha uma

relação de exportação tanto com a Alemanha quanto com a Grã-Bretanha. Dessa forma,

com um certo receio por parte britânica, eles impõem uma restrição de exportações (a

Dinamarca necessitava das exportações), e o país entra em extrema recessão. A

Dinamarca ainda se mantém neutra, porém procura finalizar a recessão e ser

recompensada pelas exportações feitas com o governo alemão e ainda tenta se alinhar

com a delegação do Reino Unido.

Suécia

Por ter sofrido uma represália em suas tripulações navais vindas da Grã-

Bretanha e com o objetivo de não ter o mesmo fim que a Dinamarca, a Suécia garante

que não exportará para o governo Alemão. Essa atitude reforça a opinião e a

congruência da delegação sueca com os Aliados. Uma recessão de alimentos assombra a

Suécia nesse momento. O objetivo da delegação sueca na Conferência é criar laços com

os países para resolver a sua atual situação de fome. O país, assombrado por revoluções,

se alinha ao ideal britânico.

Suíça

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Por ter tido caráter neutro durante a Grande Guerra, o país conseguiu se

esquivar de grandes recessões econômicas e se manter no controle de seu comércio.

Porém, com a crise mundial, o único objetivo da delegação é tentar trazer um controle

econômico e ser capaz de trazer a paz. Comparece à Conferência para manter sua

autossuficiência econômica e evitar quaisquer conflitos, responsabilizando os maiores

culpados da atrocidade.

Albânia

O país corre o risco de ser dividido entre a Inglaterra e a França. Sofrendo por

suas fortes recessões, com falta de alimento e matéria-prima, a delegação vem à

Conferência com o principal objetivo de melhorar a sua situação e defender-se de

qualquer problema territorial.

Países Baixos

O país ainda sofria muitos problemas com os bombardeios alemães aos navios

com as exportações. Pela capacidade de negócio do país, a Grã-Bretanha ajudou muito

na situação. Dessa forma, os Países Baixos seguem os passos do Império Britânico, e

procura, na Confêrencia, coligações necessárias para o financeiro.

6.6 Poderes Centrais

Alemanha

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Alemão foi uma das Potências

Centrais. Começou a participação com o conflito depois da declaração de guerra contra

a Sérvia por seu aliado, a Áustria-Hungria. As forças alemãs combateram os Aliados

nas frentes oriental e ocidental, embora o território alemão permanecesse relativamente

seguro de uma invasão generalizada durante a maior parte da guerra, exceto por um

breve período em 1914, quando a Prússia Oriental foi invadida. Em junho de 1918, os

primeiros soldados americanos lutaram contra os alemães. A França, alguns dias depois,

iniciou uma contraofensiva e pegou os alemães de surpresa. Então, os Aliados

começaram a empurrar os alemães lentamente de Marne. A Bulgária entrou em colapso

no final de setembro, e a Áustria-Hungria logo entraria em colapso. Sem outra

alternativa, os alemães propuseram o armistício em 3 de outubro. Os Aliados

declararam que só o concederiam se a Alemanha não fizesse nenhum movimento para

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melhorar sua força militar. A Alemanha, como os outros Estados das Potências

Centrais, é um membro observador da Conferência. Seus principais objetivos são tentar

garantir concessões favoráveis a interesses alemães de longo prazo e convencer os

participantes da conferência a votar contra termos de paz excessivamente duros.

Áustria-Hungria

A Áustria-Hungria era o poder cujas ambições territoriais desempenharam um

papel importante no advento da guerra em 1914. A associação do Estado com a

Alemanha a veria em guerra com a França, a Inglaterra e o Japão, enquanto seu ataque à

Sérvia também se aproximava de Montenegro. Após os revezes iniciais na Galiza

(contra os russos) e na Sérvia, o exército austríaco teve mais sucesso em 1915 e em

meados de 1916 conquistou a Sérvia e Montenegro, empurrou os russos de volta da

Polônia e no final do ano a Romênia caiu a um ataque combinado germano-austro-

búlgaro. Finalmente, com reforços britânicos e franceses alcançando os Balcãs e a Itália,

o imperador austríaco decidiu, em outubro de 1918, pedir a paz. O país vai para a

Conferência como um membro observador preocupado com o seu território.

Bulgária

O Reino da Bulgária participou na Primeira Guerra Mundial do lado das

Potências Centrais de 14 de outubro de 1915, quando o país declarou guerra à Sérvia,

até 30 de setembro de 1918, quando o Armistício de Tessalônica foi assinado e entrou

em vigor. Em setembro de 1918, os sérvios, britânicos, franceses e gregos invadiram a

frente macedônia e o czar Fernando foi forçado a pedir a paz. Sob os termos do

armistício, as tropas búlgaras tinham que evacuar todo o território grego e sérvio

ocupado; concordar em renunciar a todas as armas e armas de guerra; a evacuação de

todas as tropas alemãs e austríacas e ocupação aliada de pontos estratégicos dentro da

Bulgária. A delegação búlgara tem um estatuto de observador na Conferência de Paz.

Império Otomano

O Império Otomano entrou na guerra depois que a Rússia declarou guerra. Os

exércitos otomanos amarraram um grande número de tropas aliadas em várias frentes,

mantendo-as longe dos teatros da Europa, onde teriam sido usadas contra forças alemãs

e austríacas. Em setembro de 1918, as forças aliadas montaram uma súbita ofensiva na

Frente da Macedônia, que teve sucesso. Em 30 de outubro de 1918, o Armistício de

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Mudros foi assinado, encerrando o envolvimento otomano na Primeira Guerra Mundial.

Depois que as forças da Entente ocuparam Constantinopla, o Império Otomano entrou

em colapso. O Império Otomano vai para a Conferência como um membro observador e

seu principal objetivo é limitar a quantidade de território que é particionado e a maneira

como o território é particionado.

7 Grupos Políticos

Membros Permanentes

Império Britânico

América Latina e Caribe

Ásia-Pacífico e outros

Europa

Poderes Centrais

Estados

Unidos da América

Austrália Bolívia China

Bélgica Alemanha

França Canadá Brasil O Hejaz Checoslováquia Áustria-Hungria

Reino Unido Índia Cuba Libéria Grécia Bulgária

Itália Nova Zelândia

Equador

Rússia

Reino dos Sérvios,

Croatas e Eslovenos

Império Otomano

Japão África do Sul Guatemala

Sião (Tailândia) Lituânia

Haiti

Montenegro

Honduras Polônia Nicarágua Portugal Panamá Romênia

Peru San Marino

Uruguai

Dinamarca Suécia

Albânia Países Baixos

8 Grupos Regionais

África América Latina e Caribe

Ásia-Pacifico

Europa Ocidental e Outros

Europa Oriental

Libéria Bolívia China Bélgica Império

Otomano (Turquia)

Rússia

África do Sul Brasil O Hejaz

(Arábia Grécia Estados Unidos da Checoslováquia

Page 35: CONFERÊNCIA DE PARIS€¦ · Palavras-chave: Conferência de Paris, Primeira Guerra Mundial, Grande Guerra, Pós-Guerra, Tratado de Versalhes. 6 ABSTRACT The main objective of this

35

Saudita) América

Cuba Sião (Tailândia) Portugal France

Reino dos Sérvios,

Croatas e Eslovenos

Equador Japão San Marino

Reino Unido Lituânia

Guatemala Alemanha Itália Montenegro

Haiti Áustria-Hungria

Dinamarca Polônia

Honduras Suécia Países Baixos Romênia

Nicarágua Bulgária

Panamá

Albânia Peru Uruguai