conhece-te a ti mesmo nº6
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Ulisses de Samotrácia O Cromeleque dos Almendres Necessidade de Homens Bons A Amizade Filosófica O Fenómeno Islandês Vide Interior Programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro Filosofia e Psicologia Prática BD Filosófica Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº6 | Distribuição Gratuita | Abr-Ago 2011 Sabedoria Viva das Antigas CivilizaçõesTRANSCRIPT
Conhece-teBoletim Filosófico da Nova Acrópole Nº6 | Distribuição Gratuita | Abr-Ago 2011
Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva das Antigas Civilizações
a ti mesmo
Necessidadede Homens Bons
O FenómenoIslandês
A AmizadeFilosófica
O Monogramade Cristo e o Fi
BD Filosófica
Ulissesde Samotrácia
O Cromelequedos Almendres
Vide Interior Programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro
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8 sessões de 1h30 | Uma vez por semana
INSCRIÇÕES ABERTAS
4 de Maio19h30
29 de Junho19h30
Índice
Necessidade de Homens Bons
O Fenómeno Islandês
A Amizade Filosófica
Em Direcção às Estrelas
O Monograma de Cristo e o Fi
BD Filosófica
Ulisses de Samotrácia
Rubrica Eu Fui, Eu sou... Ecos do Passado O Cromeleque dos Almendres
Ficha Técnica
PropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Augusto Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa
DirectorJosé Carlos Fernández
GrafismoDaniel Oliveira
ColaboraçãoJORGE ANGEL LIVRAGA Beatriz Diez Canseco
Cleto SaldanhaDelia Steinberg Guzmán
José Carlos FernándezMichel Echenique
Sri Ram
RevisãoCleto SaldanhaJosé RochaSeverina GonçalvesSónia Oliveira
TraduçãoCarla César Sónia Oliveira
Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Nova
Acrópole nem da direcção da revista. Comprometem exclusivamente a
responsabilidade do seu autor.
www.nova-acropole.pt
Abr-Ago
2011
Pág.
4Pág.
6Pág.
7Pág.
9Pág.
11Pág.
16Pág.
18Pág.
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Programas de Actividades
Pág.
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Beatriz Diez Canseco Directora Adjunta da Nova Acrópole Internacional
Extraído do anuário internacional de 2011 da Nova Acrópole:
http://issuu.com/oinaes/docs/new_acropolis_-_yearbook_2011
Todos concordamos que este mundo de-veria ser melhor, mas por onde devemos co-meçar para melhorá-lo? Na Nova Acrópole estamos convencidos de que os verdadeiros progressos se forjam melhorando primeiro o ser humano.
Em tempos de anti-valores, crise econó-mica, violência e catástrofes como os que estamos a viver, o homem comum tende a fechar-se em si mesmo para proteger-se; nele prevalece o seu instinto de sobrevivência; re-age com egoísmo, desconfiança e agressivi-dade. Um medo gelado arrefece o seu cora-ção e paralisa as suas mãos. Por isso estamos a trabalhar em todo o mundo para difundir uma obra filosófica, que volte a humanizar o ser humano, que lhe permita descobrir- -se, entender qual é o sentido profundo da sua existência e desenvolver valores como a união, a responsabilidade e a solidariedade.
Hoje, mais do que nunca, necessitamos unir-nos, porque a união torna-nos fortes. Se vencemos os medos, a desconfiança e o egoísmo, poderemos trabalhar juntos pelo bem comum da nossa sociedade e gerar mu-danças positivas à nossa volta. Se unirmos as nossas mãos, as nossas vontades e inte-ligência, veremos o quanto podemos fazer pela educação, pelos problemas humanos e sociais, pela promoção da cultura e pela ecologia.
Precisamos de assumir a responsabilidade, não só da nossa própria vida, mas também do nosso mundo e do nosso futuro como humanidade. Em vez de esperar que outros melhorem as circunstâncias, façamo-lo nós. Há quem pense que por não estar a fazer nada prejudicial, contribua para melhorar as coisas, mas essa atitude não é suficiente para gerar uma mudança. São necessários feitos positivos e realizados a tempo.
Editorial
Um espírito solidário é capaz de transfor-mar o ser humano enquanto se transforma o mundo. Desenvolvamos a generosidade, não só dando ajuda material, pois esta dura só um instante. Se queremos beneficiar o homem de forma permanente, é necessário dar-lhe uma educação integral, filosófica, que o faça crescer como ser humano.
Convidamo-lo a unir-se e a apoiar esta obra filosófica e educativa que enobrece a condição humana.
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Esta necessidade de uma condição moral que provenha de uma natureza ingenitamente pura, do próprio Ser, está assinalada por Platão na totalidade das suas obras e com mais de vinte séculos de distância, por Kant e os seus seguidores.
Não houve nenhum filósofo nem pensador que pusesse em dúvida tal necessidade, em-bora com a queda do Mundo Clássico, isto, evidente em si mesmo, ficasse condicionado a prévias razões teológicas, políticas e sociais, quando não simplesmente económicas.
Ao desenvolvimento da mecânica instru-mental no campo físico, juntou-se um processo similar no metafísico, ficando o indivíduo pau-latinamente enterrado num lamaçal do que poderíamos chamar «culto ao procedimento» e ainda das procedências.
Assim, a bondade ingénita do homem está condicionada à sua religião, à origem familiar, geográfica, racial, e outras coisas que enche-riam páginas inteiras de um detalhado mos-truário de preconceitos e superficialidades.
A Humanidade deixou-se ofuscar pelos pla-nos e sistemas, pelas formas dos receptáculos em vez dos conteúdos. Face à quebra da pla-taforma ética recorre-se às fórmulas mais ou menos utópicas dos receituários, pois ao se conceber o mal como algo real – que já não é
a simples carência do bem, mas uma presença consistente –, apela-se aos exorcismos desper-sonalizados de todas as cores. O Ser passa para segundo plano, condicionado aos aparelhos que, em teoria, criarão, mediante a oração ou a razão, o Homem perfeito a partir das suas pró-prias imperfeições.
Uma imagem prática seria pretender que, se empilhássemos ladrilhos de barro de uma deter-minada forma e maneira, poderíamos construir uma parede de pedra dura, sólida e forte, fazen-do que a «magia» do conjunto transmutasse a natureza do individual e singular.
A massificação espiritual precedeu em mui-tos séculos as modernas cadeias de montagem, e sem medir a realidade, pensou-se que empi-lhando o parcial com o parcial dar-se-ia à luz uma criatura repleta de virtudes e bondades, idêntica aos seus precedentes e aos que lhe su-cedessem. Quando muito, admitiu-se a evolu-ção das formas baseada nos fracassos e acertos da experiência.
Mas o importante deixou de ser o Homem para ser dar prioridade ao conjunto dos ho-mens, como se estes fossem uma mera invenção dos sistemas, homens aos quais os próprios sis-temas dariam o direito à sobrevivência por meio das suas adaptações e perda de toda a carac-terística própria… nos casos em que esta fosse aceite como tal.
Os produtos das cadeias de montagem seriam qualificados segundo a sua proveniência, quer dizer, segundo o sistema que os engendrasse.
Os cristãos eram bons, os «pagãos» maus.De Santiago fizeram um «mata-momos».Os nobres tinham «sangue azul» e os demais
eram «vilões».O povo é bom e os reis são maus… Viva a gui-
lhotina!O operário é bom e o industrial é mau.O militar é mais válido do que o lavrador, ou
vice-versa.O «povo eleito»… «O povo de Deus»… Em
resumo, os «bons» que, para existirem, necessi-tam dos «maus».
E esse denominador comum faz com que se
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O melhor dos sistemas, se os seus governan-tes forem pessoas carentes de moral, será um suplício para os governados. O mito da reden-ção colectiva através dos sistemas demonstrou a sua falibilidade. Inclusive com o tempo, o mais organizado e natural dos sistemas desmorona-se rapidamente se não for mantido por homens e mulheres honrados, morais, numa palavra: BONS.
O que necessitamos não é que triunfem de-terminadas facções ou seitas políticas, sociais ou religiosas. O que necessitamos é de homens bons e que a esses homens bons, reconhecen-
fale dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos ateus, dos brancos, dos negros, dos ricos, dos pobres, dos sábios e dos ignorantes. É o ra-cismo de todas as cores.
Esta aspiração massificante numa redenção colectiva, e numa destruição também colectiva dos que não participem na tal redenção, classe ou partido, põe toda a esperança nos sistemas, credos, raças e aceitações. O homem singular perde importância.
E até se torna inconcebível alguém que não esteja inserido e militando no partido ou na sei-ta em moda.
Contudo, o fracasso fáctico do comunismo, do fascismo, do nazismo e do capitalismo com as suas respectivas características políticas, so-ciais e económicas, semeou no povo a dúvida acerca da eficácia dos sistemas. Não obstante, talvez orquestrados por poderosas fontes de poder, quase todos os povos da Terra clamarem pela democracia e pelo direito ao voto, uns 50 % recusa fazê-lo, e onde é obrigatório, vota-se em branco ou boicotam-se deliberadamente as lis-tas pré-fabricadas pelo sistema.
Exceptuando algumas modalidades do Is-lão, nas religiões passa-se o mesmo, e embora nos mapas demográficos venha apontado, por exemplo, que a Itália é católica, a realidade é que as igrejas estão cheias de turistas curiosos, os mosteiros vazios, convertidos em centros de reuniões alheias à religião e o próprio Papa é alvo de anedotas acerca da sua nacionalidade ou dos seus costumes. É evidente que, o que tradicio-nalmente se entendia por sagrado está muito longe de tudo isto.
É correcto pensar que a solução deste pro-blema passa pela compreensão pura e simples de que o que realmente importa não são os sis-temas, mas os homens que os integram. E que o fundamental é a qualidade moral destes ho-mens. Já pouco importa que um país esteja go-vernado pelas «direitas» ou «esquerdas», que o seu regime seja presidencial ou monárquico.
O que é válido é se o homem ou os homens responsáveis pela administração de um país, são gente boa, honrada, justa, valorosa e cabal.
O pior dos sistemas, se for integrado e con-duzido por homens bons, traz felicidade para o povo, riqueza, bonança e paz.
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do-os como tais, se os deixe ter as máximas res-ponsabilidades em todos os campos. Se assim se fizesse, eles a aceitariam, não por ambição, mas por espírito de generosidade e de solidariedade.
Se, voltando a Platão, o bom sapateiro tem o dever de fazer sapatos para todos; o bom alfaia-te, roupas para todos, etc, aquele que se governa a si mesmo, que domina as suas paixões e verti-caliza as suas ideias com a força da sua vontade, há-de ser o mais apto para aplicar aquilo que nele é vantajoso a todos os membros da sua co-munidade.
Se conseguirmos apoiar os homens bons e lhes dermos os instrumentos culturais necessá-rios, estes poderão integrar qualquer forma de governo, pois qualquer forma de governo em suas mãos será eficaz.
Se um homem bom estiver à frente de uma religião, qualquer que esta seja, despertará nos seus crentes a Presença de Deus, pois vê-la-á re-flectida em si.
Se um homem bom se dedicar à Arte, à Ciên-cia ou a qualquer outra actividade, esta ver-se-á iluminada pela sua própria bondade, não importando o caminho que tome, pois na sua bondade escolherá sempre o melhor.
É necessário consciencializar que não bastou passar do século XX para o século XXI para que cessem os racismos, as perseguições, os enrique-cimentos ilícitos, os genocídios; o que faz falta é mudar «por dentro», esotericamente, para que as máquinas contaminantes do sistema dêem lugar aos homens bons.
É preciso encontrá-los, assinalá-los e apoiá- -los.
Para um homem, não há maior inimigo do que um outro homem, se este for mau, nem me-lhor amigo e ajuda do que um outro homem, se este for bom.
Sejamos valentes e comecemos desde já a deitar na caixa dos desperdícios da História os sistemas nefastos que nos regem para que, so-bre os seus escombros, possa caminhar esse Ho-mem Novo, cuja característica principal é a de ser bom.
Jorge Angel Livraga(1930-1991)
Fundador da Nova Acrópole
AAmizadeFilosófica
O fenómeno Islandês
Há vários meses atrás, a Islândia, um país com cerca de 320 mil habitantes, foi notícia devido à sua bancarrota. Porém, passado um tempo, um silêncio instalou-se e nada mais se soube acerca da situação. Porquê?
A resposta está na forma como os islandeses resolveram enfrentar a crise: A falência deste país ocorreu devido ao endividamento excessivo e à grande quantidade de crédito mal parado que «afogou» os três bancos islandeses. Mesmo após a nacionalização destas instituições a crise económica persis-tiu, levando o governo a pedir ajuda ao FMI (Fundo Monetário Internacional), sendo que o empréstimo concedido por este iria implicar que cada família ficasse a pagar 350 Euros/mês durante 30 anos para colmatar a dívida. O povo revoltou-se, pois não quis assumir os prejuízos da péssima gestão da Banca, e concentrou-se, diariamente, à frente do Parlamento, exigindo a demissão do Governo, o que acabou por acontecer.
Em Abril de 2009, nas urnas, o povo recusou-se a votar nos políticos corruptos e incompetentes que tinham levado o país àquela situação. Como resultado, uma nova força partidária emergiu propondo medidas como a formação de uma nova Constituição ou o fim da economia especulativa, dando primazia a uma que fosse produtora e exportadora.
Mas as coisas não ficaram por aqui: com o FMI conseguiram baixar os juros de 5,5% para 3,3%, não entrando no esquema rapinador do Fundo; iniciaram um processo de caça aos responsáveis pelo colapso financeiro efectuando pedidos de busca e captura à Interpol; finalmente, numa verdadeira lição de Democracia, a coligação no Governo acedeu criar uma assembleia de 25 islandeses, escolhidos entre 500 cidadãos de várias classes, sem qualquer filiação partidária. E o que ocorreu após estas medidas radicais? A economia foi crescendo.
Aqui ficam os factos, as conclusões cada um tirará.
Cleto Saldanha Investigador e Formador da Nova Acrópole
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Durante séculos, expressaram-se, de uma ou de outra forma, os mais altos elogios à amizade. Fizeram-no filóso-fos e literatos, poetas e homens de todo o tipo, até chegar aos nossos dias em que continuamos a ouvir ou a ler sobre a amizade como vínculo sagrado.
Mas vejamos o que é que na realidade vivemos sob o nome da tão venerada amizade.
Hoje prolifera em geral e salvo excepções, um “amiguis-mo” fácil e inconstante, próprio das circunstâncias, como se não passasse de mais um artigo dos tantos que consu-mimos; ou pior ainda, como se fosse o balde do lixo desses artigos comestíveis.
Uma pessoa aproxima-se de outra pelos benefícios que daí possa obter, ampliando o mais possível o limite des-
AAmizadeFilosófica
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº68
Também existem as amizades românticas que escondem, na verdade, outro tipo de sen-timentos, já que acabam em enamoramentos que, infelizmente, não são mais duradouros que as amizades de ocasião.
O que nos falta e queremos recuperar — porque sabemos que nunca deixou de existir — é a amizade filosófica que passa além do tempo e das dificuldades e gera laços de au-têntica fraternidade mesmo que, pelo meio, não haja vínculos de sangue.
Por isso definimo-la como filosófica mes-mo que na vida quotidiana não a chamemos assim. É filosófica porque há amor e necessi-dade de conhecimentos. É a que faz com que duas ou mais pessoas procurem conhecer-se, compreender-se, passando pela compreensão de si próprios. É a que faz nascer o respeito, a paciência e a constância, é a que perdoa sem deixar de corrigir e impulsiona cada um a ser cada vez melhor para merecer o amigo. É a que desperta o sentido da solidariedade, do apoio mútuo em todos os momentos, a que sabe suportar distâncias e dores, doenças e penúrias.
Definimo-la como filosófica porque acredi-tamos que só compartilhando ideias comuns, metas similares de vida, idêntico espírito de serviço e superação, pode nascer essa amiza-de que não surge de um dia para o outro.
Por isso, os que aspiram à Sabedoria e a pro-curam tenazmente, podem e devem cultivar este nobre sentimento dirigindo-o para aque-les que, do mesmo modo, se esforçam por en-caminhar as suas vidas.
A amizade é um sorriso constante, uma mão sempre aberta, um olhar de compreen-são, um apoio seguro, uma fidelidade que não falha. É dar mais que receber; é generosidade e autenticidade. É um tesouro que vale a pena procurar e, uma vez encontrado, manter para toda a vida como antecipação do reencontro das almas gémeas e como sombra predilecta do Eterno.
ses benefícios, que vão desde a companhia para matar a solidão ou para compartilhar uns momentos de distracção, até à possibili-dade de contar com alguém num momento de apuro. Mas passado o apuro, a necessidade ou a solidão forçada, desaparece o amigo e a amizade.
Hoje fala-se de “amigalhaços”, companhei-ros para fumar juntos um cigarro proibido, para beber uns copos, para ver um filme “por-no” ou para fazer alguma brincadeira de mau gosto, remediando tristemente o que antes se chamava valentia.
Existem, isso sim, companheiros de estudo que passam juntos meses e anos em idênticas angústias e alegrias. Existem companheiros de trabalho que se acostumam à rotina diária de encontrar-se e separar-se à mesma hora. Exis-tem companheiros circunstanciais para con-tar histórias e anedotas, penas e problemas, os quais são tanto mais apreciados quanto menos falam e mais ouvem. Mas esses são la-ços que se rompem com facilidade e logo se esquecem quando a vida dá uma volta ines-perada.
Delia Steinberg Guzmán Directora da Nova Acrópole Internacional
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Há uma Estrela da Eternidade, para a qual somos guiados pelas revoluções do Tempo. Há uma estrela que preside ao nosso
nascimento e ocaso, uma estrela que gira eternamente connosco; ela é a estrela do nosso destino. A Estrela Mística é aquela fonte de luz
e vida, o Sol Espiritual central, cujos raios constituem tudo o que está no universo. A direcção do nosso progresso está
em vermos os valores essenciais – o ver-dadeiro, o bom e o belo – sempre mais e mais claramente, e incorporá-los na nossa vida e acções. A forma ou cálice perfeito, que é a
nossa individualidade, está oculta da nos-sa visão imperfeita por um véu de tempo tecido no dourado tear de Deus. Cada um de nos é, na verdade, um
orbe espiritual de luz e de beleza à espera de ser compreendido. Há sempre a brilhante e matutina es-
trela que resplandece acima do horizonte da nossa ignorância. Aquelas ideias brilhantes que perten-
cem ao reino arquetípico, as mais puras, as mais divinas intuições do homem, as notáveis criações do seu ser subjectivo, se-rão todas como estrelas num novo céu da humanidade, a serem reflectidas na nova terra que aquele céu trará à existência. Somos como águias engaioladas; mas
mesmo detrás das barras podemos dar uma olhadela nos vastos céus e extrair inspiração de uma estrela.
A semente da nossa perfeição é a Mónada, o princípio gerador da nossa natureza, a Estrela solitária cujos raios flamejantes iluminam a câmara da nossa consciência, que seria escura se não fosse aquela. Cada indivíduo é uma estrela numa
hoste de estrelas, com as quais a esfera celeste brilha, todas girando em torno daquela estrela directriz que é a Estrela de toda a existência. Além da estrela brilhante, longínqua,
solitária, expande-se um universo infini-to. Quanto mais superior a fonte da sua
iluminação, menor a sombra que lança. Habite na luz sem sombras. Sejamos sempre fiéis à Estrela dentro
de nós que é, ao mesmo tempo, misterio-samente, o Mestre, bem como o nosso Eu supremo, o mais puro, o mais incondicio-nado, onde a unidade e a paz habitam.
Nilakantha Sri Ram(1889-1973)
Filósofo indianoExtraído da obra «Pensamentos para Aspirantes»
DirecçãoEstrelas
Em
às
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº610
VisitasCulturais
TeatroPoesiaMúsica
FilosofiaPrática
Floraisde Bach
Como falar em público
LínguaHieroglífica
Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas
Caminhadas:A Filosofiada Natureza
Ao serviço da
cultura
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LínguaHieroglífica
Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas
CristoFi
Há cerca de um ano, estava a preparar material para o livro A Viagem Iniciática de Hipátia, quando me deparei com um fac-to surpreendente: a relação arit-mética entre o Número de Ouro (Fi) e o Monograma de Cristo - também designado como Cris-mão -, símbolo que o representa, desde os primeiros séculos do Cristianismo até aos dias de hoje.
Fiquei impressionado com as implicações históricas e teológi-cas desta descoberta. Fui imedia-tamente verificar na Internet se alguém já tinha encontrado esta relação. Procurei em português, espanhol e inglês e comprovei, es-tupefacto, que ninguém, jamais, tinha feito referência a este vín-culo de tão grande importância, que pode, segundo penso since-ramente, fazer reescrever os livros de História.
Deve parecer muito pretensio-so ao leitor, a mim também me parecia, mas peço-lhe que tenha paciência e que, juntos, desvele-mos o enigma.
Comecemos por recordar que o Número de Ouro, Divina Pro-porção ou Secção Dourada é um dos segredos da arte e matemá-tica antiga, que tanto Euclides como Platão fizeram referência. Mas eles nunca especificaram como encontrar este Número que rege a Natureza, e desde onde podemos saber, a Arte An-tiga (Egipto, Grécia, Roma, China, Índia, etc, etc.), para além de ser a chave que permite a construção do pentágono estrelado, um dos grandes segredos das confrarias pitagóricas. Este Número indi-ca a proporção que existe entre
e o
O Monogramade
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº612
duas magnitudes para que a menor seja a maior como esta é para a soma das duas. Comprova-se facilmente – agora, mas nem por isso na Grécia antiga, em que fora dos templos, não se dispu-nha das “ferramentas” matemáticas adequadas – que este número corresponde à solução da seguinte equação algébrica:
𝑥2 - 𝑥 - 1 = 0
que cumpre a impressionante propriedade de x= 1 + 1/x, com o valor de
1,618033988749...., um número que já Eucli-des, sem o mencionar, demonstrou que era irra-cional, ou seja, com infinitos números decimais (dizima infinita não periódica), que não pode ser expresso através de uma fracção de números inteiros. Como fracção contínua é expressa do seguinte modo:
A famosa série de Fibonacci 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34.... em que cada número é a soma dos dois anteriores, converge ao infinito no Número de Ouro e rege toda a Natureza, irmanando de cer-to modo, as progressões aritméticas e geométri-cas.
O leitor pode ler na Internet as maravilhas des-ta proporção que é, juntamente como o Pi, o nú-mero mais sagrado da Antiguidade. Este último, o Pi (Π) é a relação entre a circunferência e o seu diâmetro, simboliza o processo de nascimento, de gestação, o poder criador que dá origem ao Cosmos. Enquanto que o Fi, ou seja, Φ, é o Poder que o estrutura, relacionando harmonicamente as partes com o todo. Tudo quanto existe está
dividido em harmónicas e é parte, ao mesmo tempo, de um todo harmónico. Este número relaciona, assim, o infinitamente grande com o infinitamente pequeno numa série harmóni-ca também infinita, mas regida por esta Divina Proporção: Razão que nas nossas aulas na Nova Acrópole, explicamos que é a ideal e governa ge-ometricamente toda a Natureza.
Φ é, portanto, o LOGOS, a Palavra ou Inteli-gência, o Arquitecto Divino que dá forma a tudo quanto existe, ajustando sempre o múltiplo à unidade.
A verdade é que já conhecíamos a importân-cia deste Número na civilização greco-romana, mas não que, nesta, tivesse chegado a ser con-siderado o Verbo, o Logos platónico, a Deidade que é Pura Vontade, Amor-Sabedoria e Inteli-gência que se converte em Lei, Energia e Vida, e nas Formas que regem a Natureza na sua pleni-tude. Mas o surpreendente é que Φ é o Ver-bo, o Verbo (Logos) do Evangelho gnóstico de S. João, que começa, precisamente com estas palavras:
No princípio era o Verbo (Logos), e o Ver-bo (Logos) estava com Deus e era Deus.
Pois quando os filósofos cristãos cultos ren-diam culto a Cristo, faziam-no a este Logos en-carnado em carne e sangue (ou seja, na natureza e no coração humanos, da Humanidade inteira e desde que esta nasceu como tal, há dezoito milhões de anos, segundo as doutrinas her-méticas). E ainda que já o soubéssemos por alguns Padres da Igreja como S. Je-rónimo, a prova definitiva é esta:
O Monograma de Cristo decompõe-se lógica e naturalmente nas seguin-tes letras do alfabeto grego:
(ALFA) A (XI) Χ (RO) Ρ (OMEGA) ω
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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita13
Que são os quatro primeiros números da DIVINA PROPORÇÃO!!!
E o símbolo do Crismão é mais antigo que o uso que dele começaram a fazer os cristãos convertendo-o em Monograma de Cristo (KR, de Cristo, que é o Alfa e Ómega; o S e o T que aparece em alguns Monogramas medievais foram incorporados vários séculos depois), era um símbolo da Religião romana dos Césares, um símbolo extremamente sagrado, usado, por exemplo, em algumas moedas, tal como nos diz na sua Simbologia Românica: El cristianismo y otras religiones en el Arte Románico o sacerdote e doutor em Filologia Clássica e Teologia Patrística Manuel Guerra, que dedica ao Monograma de Cristo um capítulo inteiro nesta obra.
Claro! Φ, e já sabemos agora que também o Monograma de Cristo, era o símbolo do Deus Criador, do Logos que dá forma e vivifica a matéria: o Espírito Universal, filho do Mistério Inominado, Espírito Universal cuja presença é fácil perceber na ordem e harmonia da natureza, desde o imenso ao mínimo, da sua geometria fractal até aos seus programas evolutivos1. Quando Cristo, de homem se converteu em Logos encarnado, foi necessário representá-lo com este símbolo geométrico e numérico do Logos, o Crismão, o Número de Ouro, o 1618, a Anima Mundi que está junto de Deus, e que é Deus, Alfa e Ómega, Princípio e Fim deste Universo, portanto, de tudo quanto n’Ele nasce, vive e morre.
1 Recordando sempre, como dizem os cientistas e filó-sofos, que a ontogénese reproduz a filogénese.
Como na matemática grega antiga não existiam ainda os nossos números ou algarismos, as letras eram também números com a seguinte correlação:
Recordamos o alfabeto grego, com as maiúsculas e minúsculas:
Dando o valor numérico, portanto, às letras, temos:
A = 1X = 600P = 100W = 800
Números que lidos, como estão no Monograma de Cristo e sem considerar os zeros, que não se lêem, são:
AXRO = 1618
José Carlos FernándezDirector da Nova Acrópole Portugal
Αα Ββ Γγ Δδ Εε Ζζ Ηη Θθ Ιι Κκ Λλ Μμ
Alpha BetaGammaDeltaEpsilonZetaEtaThetaIotaKappaLambdaMu
Νν Ξξ Οο ΠπΡρ Σσς Ττ Υυ Φφ Χχ Ψψ Ωω
NuXi OmicronPiRhoSigmaTauUpsilonPhiChiPsiOmega
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº614
LISB
OAEstaremos na Feira do Livro de Lisboa, Porto e Coimbra
18 de Maio | Quarta-feira | 19h00Início de Curso Prático
OrAtórIAA ARTE DE FALAR EM PÚBLICO [Curso em 9 sessões – quartas das 19h00 às 21h00]
28 de Maio | Sábado | 10h-13h 15h-18hSeminário
MAtEMátICA E GEOMEtrIA SAGrADA Natureza, matemática sagrada e práticas de geometria simbólica [Actividade do Círculo de Estudos de Matemática e Geometria Sagradas «Lima de Freitas»; cada módulo é independente, não sendo necessária a assistência aos módulos anteriores]
19 de Junho | Domingo | 8h00Visita cultural
MOStEIrOS DA BAtALHA E DE ALCOBAÇA Da simbologia de Cister ao Gótico Flamejante de Santa Maria da Vitória
(Módulo II)
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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita15
LISB
OAO ser humano caminha pela Vida e ao mesmo tempo questiona-se porque caminha.A viagem iniciou-se há muito tempo, mas surge sempre a pergunta: Para onde vamos? A Filosofia (philo: amor, procura + sophia: sabedoria, conhecimento vivencial) mostra-nos a possibilidade de encontrar resposta para esta e muitas outras questões.O ser humano necessita de caminhar com convicção, e para fazê-lo precisa de conhecer os motivos e os fundamentos.Se tu és um buscador e queres descobrir as respostas que estão por detrás de alguns dos puzzles da Vida, este curso é para ti, pois a Filosofia guarda um tesouro para aqueles que se atrevem a abrir os seus horizontes.
Descobre o nosso legado ancestral
- A filosofia como meio para aprender e entender a história.- Ideais que inspiraram os homens e transformaram a história.- A Mitologia: uma forma de entender os ensinamentos mais além do tempo.- O Homem e o seu destino.- Como ser protagonista da nossa própria existência.
Descobre-te a ti próprio
- As sete dimensões no Homem e no Universo.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a beleza e a filosofia.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.
Descobre o mundo que te rodeia
- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº616
ARTE E SIMBOLISMO | CIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E NOVOS PARADIGMAS | CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
ECOLOGIA E NATUREZA | EGIPTOLOGIA | FILOSOFIA | FLORAIS DE BACH
HISTÓRIA E CULTURA PORTUGUESA | LUGARES SAGRADOS | MATEMÁTICA E GEOMETRIA SAGRADAS
PERSONAGENS HISTÓRICAS | PSICOLOGIA | REFLEXÕES FILOSÓFICAS | RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
SABEDORIA DO ORIENTE | SAÚDE | SOCIEDADE E VALORES | TRADIÇÃO E PENSAMENTO SIMBÓLICO
Leia os nossos artigos em: http://www.nova-acropole.pt/artigos.html
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ARTE E SIMBOLISMO | CIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E NOVOS PARADIGMAS | CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
ECOLOGIA E NATUREZA | EGIPTOLOGIA | FILOSOFIA | FLORAIS DE BACH
HISTÓRIA E CULTURA PORTUGUESA | LUGARES SAGRADOS | MATEMÁTICA E GEOMETRIA SAGRADAS
PERSONAGENS HISTÓRICAS | PSICOLOGIA | REFLEXÕES FILOSÓFICAS | RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
SABEDORIA DO ORIENTE | SAÚDE | SOCIEDADE E VALORES | TRADIÇÃO E PENSAMENTO SIMBÓLICO
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº618
Mergulhando a fundo na figura de Ulisses, vejo além do mito, uma personagem muito incomum e além do seu tempo, tanto é assim, que os homens mais poderosos que existiam naquele momento his-tórico, os grandes reis Aqueus, com os quais conviveu, o respeitaram pelo poder das suas desenvol-
vidas faculdades, capazes de encontrar soluções aos mais desafiantes problemas e ao mesmo tempo pelas suas atrevidas e ousadas
sugestões.Porém e apesar desse temor sagrado que lhe pro-fessavam, era-lhes impossível, ficar afastados dos
seus sábios conselhos, que a meu ver, considero que se lhe tivessem sido mais fiéis, a guerra de
Tróia teria acabado antes e o seu custo teria sido bem menor.
Culpavam-no de não respeitar os códigos de guerra da época e de não reconhecer
a moral aceite por todos, reflectindo mais seriamente nesse assunto, po-demos chegar a entender que Ulisses
considerava todas essas coisas como ilusões nascidas da ignorância humana, das limitações próprias dos que se envolvem
com preconceitos ou interesses mes-quinhos, ou também por apegos e temores fundamentados no medo à perda em qualquer aspecto.Imagino Ulisses conversando na in-
timidade, numa daquelas noites que precederam a partida da armada Aquéia
em direcção a Tróia, com o seu amigo e discípulo Diomedes, mostrando-lhe, que todos esses códigos e regras não passavam de uma espécie de apelação dos mais es-
pertos e ardilosos, para compensar a sua fraqueza em relação aos verdadeiros
amotráciaUlissessde
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representantes dos valores da civilização. Quiçá algo muito parecido com o que hoje chamamos direitos humanos atrás dos quais se ocultam as máfias modernas.
Para Ulisses os valores morais e os códigos em geral não valiam mais que os princípios e os fins das civilizações, motivo pelo qual, podemos dizer que Ulisses se regia por um código muito mais profundo e transcendente, constituído por valores civilizatórios.
A queda da civilização cretense e a sua paula-tina assimilação por parte da micénica geraram grandes conflitos que se arrastaram durante muitos séculos movidos pelo choque cultural de ambas as civilizações, que na época de Ulis-ses, se tinham convertido em causas profundas da decadência paulatina de Micenas.
O resultado dessa decadência foi uma época de uma espécie de feudalismo e ostracismo que criou pequenas cidades fechadas sem projecção civilizatória alguma.
É muito provável que tudo isto, com outras circunstâncias desconhecidas, tenha contribuí-do para Ulisses ter uma visão crítica da sua épo-ca e ao mesmo tempo consciência de que era preciso fazer alguma coisa para não só remediar esses males todos mas também ‘’impulsionar’’ a cultura para mais longe.
Mas também ter visão e compreensão de tais necessidades, (como muitos séculos depois, Al-cibíades, lhes chamava de verdadeiros motores da expansão do povo Grego), não bastavam para gerar um processo histórico de grandes mudanças, grandes e duradouras, [como mui-tos séculos depois, ficou demonstrado pelo fra-casso da guerra de Atenas contra a liga do Pelo-poneso]. Para além dessa visão e compreensão, deve ter existido um plano muito bem elabora-do e estruturado, de muita envergadura, do qual Ulisses não só deve ter feito parte, mas também pode ter comandado.
Um plano civilizatório capaz de gerar uma profunda revolução que além de solucionar os problemas dessa sociedade decadente e projec-tá-la para o que muito tempo depois veio a ser a
cultura Helénica, fosse ao mesmo tempo capaz de deslocar o eixo do mundo do mar Egeu, para a bacia do Mediterrâneo.
De acordo com alguns historiadores e tam-bém com Homero, Ulisses era um dos grandes Wanax, do centro mistérico-civilizatório de Sa-motrácia, como todos os Reis Aqueus. E pelo modo como ele se relacionava com todos eles, é possível que tenha sido.
‘’O chefe por trás do chefe.”O relacionamento de Ulisses com Agamem-
non lembra muito um outro que no mito Celta, junta Merlin com Uther-Pendragon.
Só dessa forma, onde a visão unida à moti-vação de uma ideologia como a de Samotrá-cia, mais um plano de longo alento, apoiado e realimentado durante vários séculos, por um processo profundamente filosófico que veio dar nascimento posteriormente às escolas de filoso-fia da Grécia, podem ter dado a Ulisses o poder de iniciar o ciclo das culturas mediterrâneas, berços da cultura ocidental.
Outro facto importantíssimo é o choque entre as velhas religiões já em franca decadên-cia na época de Ulisses, com a sua sabida carga de magia negra e feitiçaria e as novas religiões que não conseguiam desabrochar totalmente, pressionadas e muitas vezes atacadas de forma directa por usos, costumes e tradições híbridas que permaneciam fortemente arraigadas tanto no povo quanto na própria nobreza.
Nesse ambiente sumamente complexo, de elementos mágicos, religiosos e deturpações misturados, Ulisses com uma espécie de livre- -trânsito é solicitado por todos e ao mesmo tempo aceite como um mediador entre sacer-dotes, sacerdotisas e os próprios Deuses.
Noutros momentos vemos Ulisses, destruin-do e fechando centros de magia, subtraindo ve-lhos símbolos de uns templos para transferi-los para outros, etc.
O mais misterioso e enigmático da saga de Ulisses, observa-se na sua pretensa volta a Ítaca, que mais parece um êxodo planeado, como o de Moisés e o povo Hebreu. Onde de forma se-
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melhante a Alexandre, vai espalhando homens e coisas por longínquas e desconhecidas terras.
É provável que a volta de Ulisses a Ítaca, nar-rada por Homero na Odisseia, tenha tido entre outras funções, a de transferir o poder mágico- -religioso das antigas e decadentes religiões do ciclo Crónida, para outras mais renovadas, cor-respondentes com o ciclo dos Olímpicos, e ao mesmo tempo desarticulando e paralisando de-zenas de seitas que interferiam e manipulavam os governos e instituições da época. Já que nisso radicam frequentemente as causas profundas que obstruem e barram o avanço da civilização.
Não existem informações claras que nos pos-sam dar o itinerário que Ulisses percorre nesses míticos 10 anos que figuram na Odisseia, mas é muito possível que ele com os seus ‘’homens’’, que se parecem muito às Gens, que depois de muitos séculos, Roma veio reivindicar, tenham viajado pelas costas do mediterrâneo, semean-do elementos de alto teor civilizatório e esta-belecendo contactos, pactos, etc., que muito tempo depois a Grécia usaria para expandir-se através das suas colónias.
O que sim fica claro é que o mundo antes da campanha da Ásia menor que os povos Aqueus realizaram e a ‘’volta a casa’’ de muitos deles, incluindo o êxodo de Ulisses, após essa grande revolução, mudou muito e já nunca foi o mes-mo. O surgimento da cultura Helénica e o seu esplendor dos séculos VI ao IV antes de Cristo, o desenvolvimento de Cartago e das suas coló-nias e finalmente a criação de Roma com a sua conhecida expansão mundial, foram um claro fruto de todos esses esforços e trabalhos.
O símbolo representado pela relação mágico--iniciática entre Palas Atena, conduzindo, prote-gendo e inspirando Ulisses, quiçá seja uma das chaves mais importantes de todo o mistério en-cerrado na figura deste grande Herói. Portanto não podemos deixar de falar e de colocar em destaque a figura da Deusa, que em primeiro lugar representa o arquétipo da Sabedoria. Mas não só da Sabedoria filosófica como também da política. Uma das cidades mais importantes
da Grécia assume o seu nome e acolhe-a como a sua protectora. Atenas, a pólis por excelência, dera nascimento através de Pitágoras, Platão e outros, às escolas de filosofia e política, que difundiram os conhecimentos inseridos nesse modelo representado pela Deusa, a qual auspi-cia, patrocina e protege o desenvolvimento da civilização.
As escolas de filosofia-política da Grécia ma-nifestam um esforço ‘’ulissíaco’’, de união e coe-rência metodológica, de relação de todos os axiomas do conhecimento dos pré-socráticos numa forma compreensível e principalmente de acesso ao pensamento ocidental.
O facto de Palas Atena escolher Ulisses como o seu ‘’Sacerdote’’ representativo, não parece aleatório, mas muito pelo contrário, altamente específico, já que esse herói, possui um com-portamento que parece um modelo humano à altura do modelo divino, representado pela Deusa da sabedoria.
O pseudo-modelo maquiavélico do fim justi-fica os meios, encontra aqui a sua contestação fatal, devido a que a civilização como ideia e ao mesmo tempo, plasmação, se adequa a uma formidável coerência de fins e princípios, e aqui o modelo de Ulisses demonstra uma realização sublime. Além do mais, Ulisses manifesta um tipo de sabedoria, capaz de superar os enganos, armadilhas e manipulações geradas por qual-quer tipo de sofismas e demagogias.
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adopta para se libertar do gigante, simboliza um elevado grau de despersonalização do Herói, em prol do próprio destino e do da humanidade. É a vitória sobre o passado egoísta da humanidade e do acúmulo de causas pessoais, por uma causa comum que possa representá-los a todos.
Outra das grandes virtudes de Ulisses é a da paciência para atingir os objectivos relativos ao plano de civilizar, árdua e lenta tarefa que depende de muitas provações para conseguir definir a direcção dada aos processos com-plexos e difíceis que a civilização leva inserida no seu seio.
Com tudo isto, Ulisses demonstra ser o Mes-tre da estratégia de aproximação indirecta, que, após muitos séculos de indeterminação, de-monstra ser hoje a mais inteligente e eficaz de todas.
Em síntese, Ulisses aparece dentro do ciclo dos ‘’Argonautas’’ como a Égide daqueles heróis que impulsionam e ao mesmo tempo condu-zem o destino das civilizações humanas para a sua mais alta realização, que não é outra senão a de dar suporte e fluidez à evolução da raça humana. Eis a principal razão pela qual Atena o distingue e reconhece como seu Discípulo, e ao mesmo tempo a razão pela qual Ulisses professa à Deusa uma profunda e sólida devoção que o convertem no fiel e incondicional seguidor dos seus desígnios.
Também o herói representa um potencial de inteligência que existe no ser humano cuja ca-nalização o pode converter num bom idealista, num bom dirigente. Isto leva-nos a uma outra questão, a de que Ulisses numa das chaves de in-terpretação do mito, não seja uma pessoa, mas muitas com as mesmas características, que tra-balharam na mesma direcção durante muitos séculos, e que a figura histórica de Ulisses, venha a ser a ‘’ponta de um iceberg’’, ou seja, muitos di-rigentes com esse perfil, trabalhando pela causa da civilização.
Os princípios e fins inseridos na ideia da civili-zação humana foram promovidos pelas escolas de filosofia da Grécia clássica, entre os séculos VI e IV a.C., através de uma espécie de ‘’laboratório’’ civilizatório, do qual o ocidente tem beneficiado de forma directa, embora falte ainda desenvol-ver alguns elementos que foram semeados nes-se período, como por exemplo, a concepção da política como uma ciência, é justamente nessa questão, que os valores de uma civilização são compreendidos e podem ser desenvolvidos.
A escolha de Ulisses, como protótipo do homem patrocinado pela sabedoria, encerra-do no simbolismo de Palas Atena sugere uma mentalidade de domínio das emoções, dos apegos da personalidade humana, dos interes-ses pessoais, das necessidades biológicas, em síntese, do egoísmo humano, em áreas de um ideal civilizatório que possa beneficiar a huma-nidade na sua caminhada evolutiva. Quiçá Ulis-ses como modelo humano, seja a promoção de um aspecto da humanidade, onde muitas coi-sas atávicas do passado ficam superadas, que são em geral causas profundas que incidem de forma directa sobre os problemas do homem e do mundo.
A maior virtude de Ulisses manifesta-se sim-bolicamente, na passagem onde o herói se de-fronta com o gigante Polifemo, que ameaça ma-tar todos os seus companheiros e a ele próprio, quando declara a Polifemo que o seu nome é ‘’ninguém’’ e que no final, dito nome será a cau-sa da salvação de todos eles. O nome que Ulisses
Michel Echenique Isasa (1949-2010)
Filósofo e Fundador do Instituto de Artes Marciais Filosóficas Bodhidharma
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº622
rubrica
Eu fui,
Eu sou…
Ecos do p
assado
Cromelequedos Almendres
Na montado alentejano, como gigantes de outrora em que um encantamento os convertera em pedra, erguemo-nos imponentes e imóveis. Olhamos fixa-mente para um horizonte em que o Sol ao amanhecer desperta a cidade de Évora. Grave e severo é o nosso olhar, olhar de pedra, como quem chama sonho ao tempo que corre e vida à recordação. As nossas al-mas sonham que dançam obedientes a certos olhos luminosos na noite a que vós chamais estrelas, mas que são muito mais, são os nossos Deuses e Mestres, e perante elas respondemos. Sonham que dançam, sim, mas os nossos corpos petrificados já não acompa-nham esta dança que nos dispôs em círculo, num anel e daí o nome gaélico de cromlech. Somos os menires, as pedras erguidas que mencionais nos vossos livros e mapas como o “Cromeleque dos Almendres”.
Dizem os vossos especialistas que fomos esculpidos e que nos colocaram nesta planície sagrada há 7000 anos e que, no princípio, na época que chamais de antigo Neolítico médio os nossos artífices dispuse-ram-nos em dois pequenos círculos concêntricos aos quais, mil anos depois, somaram uma elipse mais am-pla, ou talvez, um ovóide que alinha os seus eixos com os pontos cardinais. Arais o solo com os vossos dedos de ferro, que já não são enxadas, para encontrar teste-munhos da nossa antiguidade, mas depois os vossos próprios preconceitos cegam-vos. Quem sabe? Talvez
sejamos desta idade que dizeis ou, talvez, muito, mui-to mais antigos… mas isto não vos revelará o nosso sonho de pedra, o único que guarda a chave verda-deira daquilo que fomos. E do que ainda sonhamos ser e levanta-nos até ao céu infinito desde os nossos cadáveres de pedra, e devolve-nos à nossa verdadeira morada, junto aos nossos amados Mestres. Durante as noites calmas deste areal do Alentejo que imorta-lizou com os seus versos a vossa mais amada poetisa, Florbela Espanca, e durante os seus dias de um azul que cega, o céu é a nossa promessa de alguma vez re-gressar, a nossa eterna promessa.
Somos 94 guerreiros semelhantes a estátuas duran-te o dia e a sombras na noite… mas fomos mais, mui-tos mais de uma centena. Alguns caíram e novamente nos ergueram, mas longe do lugar onde devíamos es-tar, num lugar demasiado preciso para afastar-se dele um palmo sequer. Outros foram arrancados pela ig-norância inclemente de mãos bárbaras, arrancando- -os assim do sagrado para serem convertidos num pilar de uma casa ou em cercas para guardar vacas e porcos. Ninguém ouviu os seus lamentos e agonias, afastados deste exército de pedra ao serviço do Gran-de Poder que reina nos céus… E se nos ouviu confun-diu esta queixa com os murmúrios que o vento faz ao beijar a pedra que é a nossa carne.
Levamos os símbolos do reconhecimento, o Círcu-lo da Presença Eterna de Deus, cuja imagem viva é o Sol; a Barca Lunar que leva as sementes de vida e as faz crescer com o seu magnético influxo, o mesmo que provoca as marés; o Cajado, símbolo dos Deuses que guiam na escuridão, os Pastores de Homens e cuja imagem na terra são os Reis verdadeiros, os consagra-dos a Deus e ao seu povo. Mas o que significam para vós estas ideias, estes símbolos? O que é para vós hoje um círculo se não sois capazes de encontrar nenhum centro que vos dê estabilidade e as vossas vidas não giram em volta de nada e se desfazem, pulverizadas em volta da fantasia? Que é a Barca Lunar se careceis de imaginação, e o cancro de uma fantasia louca se apoderou das vossas mentes, arruinando as suas me-lhores criações, fazendo terra erma do vosso futuro? Que é o cajado de Pastor, se não sois capazes de re-
José Carlos Fernández | Director da Nova Acrópole Portugal
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conhecer os designados por Deus para serem os vos-sos guias na escuridão, e seguis qualquer fogo-fátuo e hipnótico que adule a vossa vaidade e credes que vos protege dos vossos medos quando, na realidade, vos lança às fauces do terror? Ou por acaso pensais que é uma casualidade a nossa forma inicial de círculo duplo, e que logo nos convertemos em numa oval? Nunca pensasteis que o ovo é o símbolo mais perfeito da vida, e que a Senhora da Vida, a Mãe Natureza é re-presentada como um ovo? É que o Ovo foi acrescenta-do como símbolo sagrado da Cosmogonia de todos os povos da terra, e foi reverenciado tanto pela sua forma como pelo seu mistério interno1. Nunca pensastes que mesmo a forma dos nossos corpos é ovoidal, como se uma serpente de sabedoria e poder estivesse a ser ge-rada no nosso interior, ou que nele já se encontrasse oculta como mensageira de certas vozes das estrelas? Não nasce o óvalo de dois círculos, como se fossem duas existências interrompidas, a que pertence ao Céu ou ao espírito e a que pertence à Terra ou à maté-ria, as que lhe deram nascimento numa associação ou vínculo temporal?
Mais misteriosas ainda parecem esses pequenos recipientes talhados num dos nossos corpos, e dizeis que os sábios que nos usavam em cerimónias enigmá-ticas dispunham certas pedras preciosas, como se es-tas concavidades fossem um encaixe de um anel para que a luz de certas estrelas se espelhasse nelas. Quem sabe? Experimentai ver reflectidas nelas, acrescentan-do água para que faça de espelho, as Plêiades, as visí-veis e as invisíveis pois sabei que desde elas nos chega o Divino Alento Espiritual ao qual sois insensíveis, ain-da que alguns possuídos de louca fantasia digam tais estupidezes sobre elas que as profanam ainda mais do que a ignorância, pois são, na realidade uma forma destrutiva dessa mesma ignorância.
Não haveis pensado que da mesma forma que a Terra vibra imperceptivelmente, numa frequência tão baixa que só sentidos subtis podem ouvir, também vibram os nossos corpos, e que a forma em que os nossos sacerdotes construtores egípcios nos dispu-nham permite que entre em ressonância este coro
de pedra com o majestoso coro de estrelas em cer-tos momentos do ano, e que o mesmo poder vivo dos Arquétipos se revela, assim, com todo o seu di-namismo, como a presença de um Deus, uma Verda-de Eterna convertida e viva no seu símbolo, um som ou poder estelar? Pensai nas vossas rádios e imagi-nai que podeis ouvir a voz, a chamada permanente das estrelas, não para que vos digam o que tens de fazer a cada momento, mas sim para que saibam a todo o momento se os vossos actos se afastam ou não desta Perfeição a que aspirais, para que esta Voz do Silêncio sirva de medida das vossas vidas e de prova permanente de Deus, Rei sempre desco-nhecido e presente.
E como? Não haveis estudado já as propriedades de certas pedras, por exemplo o quartzo entre-laçado nos nossos corpos de granito? Quando é submetida a um impulso mecânico (uma vibração sonora, por exemplo), por mínima e grave que esta seja, converte-a num lampejo de luz, ainda invisível aos olhos. Pelo contrário, quando vibram em unís-sono à luz de certas frequências convertem-nas em impulsos de movimento, como os vossos relógios de quartzo. Isto devem fazer, assim, certas pedras encontradas em certos lugares, com a luz de certas estrelas cujas frequências sejam harmónicas. A isto chamais piezoelectricidade, e quem sabe se os an-tigos eram especialistas nesta “piezoelectricidade tonal”. Acrescentai a isto a Lei da Ressonância ou de Simpatia, que é o grande princípio da Ciência Secreta, e aí tereis o fundamento teórico para cap-tar a vibração e a luz das estrelas e convertê-las em luz e som que evoquem – ou invoquem? – os Ar-quétipos, de que estes agrupamentos estelares são símbolos, um Altar ao Deus desconhecido presen-te sempre no murmúrio de prata das estrelas, estas Flores de um Jardim de Eternidade. Mas não façais disparates pois não sabeis nem sequer o alfabeto desta ciência perdida, não vos deixeis enganar pe-los prestidigitadores do espírito que condenaram e assassinaram as suas próprias almas, encarcerando-as com armadilhas e arruinando as dos demais.
Mais de uma vez a vossa poetisa do amor, Flor-bela Espanca, sentiu-se irmanada com o que fomos e somos e muito perto de onde estamos, sem ela o saber cantou-nos nos seus versos, dizendo:
Minha alma é como a pedra funeráriaErguida na montanha solitáriaInterrogando a vibração dos céus!
1 Blavatsky, Helena Petrovna, Doutrina Secreta, Vol 2.
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº624
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oaDia 28 | Quinta-feira
Início da Feira do Livro de LisboaParticipação das edições Nova Acrópole
(pavilhão B50)Aberta até o dia 15 de Maio
Dia 29 | Sexta-feira | 22h00
Noite de música e poesia
Concerto «Figos de Amor» e poesia oriental
Pelo músico Américo Cardoso (percussionista)e o Grupo de Poesia Florbela Espanca da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 30 | Sábado | 10h00 às 13h00Workshop
Introdução aos ritmos árabesPor Américo Cardoso Inscrições Abertas
Dia 3 | Terça-feira | 19h30Conferência
A vida e morte do universo segundo a «Doutrina Secreta»
Ciclo «A Doutrina Secreta de H. P. Blavatsky – “Simbologia Arcaica”»
Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e Director Nacional da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 4 | Quarta-feira | 19h30
Início de curso
Florais de BachCarmen Morales | Terapeuta
[curso em 8 sessões – Quartas das 19h30 às 21h00] Inscrições Abertas
Abril
Actividades
Lisboa2011
programa
Dia 7 | Sábado | 19h30Conferência-recital
Florbela Espanca A grande poetisa do amor e da saudade
Por Grupo de Poesia Florbela Espancae José Carlos Fernández
Autor da obra «Florbela Espanca – A vida e a alma de uma poetisa»
[actividade realizada na praça amarela da Feira do Livro de Lisboa]
Dia 10 | Terça-feira | 19h30Conferência
Aristóteles e a procura da felicidade
Por José Carlos Fernández Entrada Livre
Dia 15 | Domingo | 18h00
Conferência
Filosofia prática para o século XXIComentários ao livro
«O Despertar do homem interior em pleno século XXI» de Jorge Angel Livraga
Por Cleto Saldanha e Daniel OliveiraFormadores da Nova Acrópole
[actividade realizada na praça amarela da Feira do Livro de Lisboa]
Dia 17 | Terça-feira | 19h30
Conferência
Pitágoras e a matemática sagrada nas culturas antigas
Por Paulo Alexandre LouçãoEscritor, investigador e coord. da Nova Acrópole Lisboa
Entrada Livre
Dia 17 | Terça-feira | 21h00
Inauguração de exposição de pintura
Geometria sagradaDe Luís Vieira-Baptista
Dia 18 | Quarta-feira | 19h00
Início de curso prático
Oratória: A arte de falar em público
[curso em 9 sessões – Quartas das 19h00 às 21h00] Inscrições Abertas
Maio
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Dia 19 | Quinta-feira | 19h00
Início de aulas de dança
Dança OrientalPor Adira Gram
[aulas às Quintas, das 19h00 às 20h00] Inscrições Abertas
Dia 22 | Domingo | 10h00
Visita guiada
Jardins iniciáticos da Quinta da Regaleira
Por José Manuel AnesDoutor em antropologia da religião, autor da obra «Jardins iniciáticos da Quinta da Regaleira» e presidente do OSCOT
Inscrições Abertas
Dia 24 | Terça-feira | 19h30Início de curso
Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente
[curso em 16 sessões – Terças das 19h30 às 21h30] Inscrições Abertas
Dia 27 | Sexta-feira | 22h00Noite de poesia e piano
A viagem interior da AlmaPelo Grupo de Poesia Florbela Espanca e o pianista Jorge Fontes
Entrada Livre
Dia 28 | Sábado | 10h-13h e 15h-18hSeminário
Matemática e geometria sagradas (módulo II)
Natureza, matemática sagrada e práticas de geometria simbólica
Por José Carlos Fernández e Paulo Alexandre LouçãoActividade do Círculo de Estudos de matemática
e geometria sagradas «Lima de Freitas»Cada módulo é independente, não sendo necessária a assistência
aos módulos anteriores
Inscrições Abertas
Dia 30 | Segunda-feira | 19h30Conferência
A «Voz do Silêncio» e a sabedoria tibetana
Por Paulo Alexandre Loução
Entrada Livre
Dia 5 | Domingo | 15h00
Visita guiada
Jardim oriental «Buda Éden»Por José Carlos Fernández
[encontro às 15h junto ao portão do Buda Éden] Inscrições Abertas
Dia 6 | Segunda-feira | 19h30
Conferência
Somos livres ou o futuro já está escrito?
Por Selma do Nascimento | Formadora da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 10 | Sexta-feira | 10h às 13h
Visita guiada
Do Camões aos RestauradoresCiclo «Segredos de Lisboa»
Por Ana Cristina Simões e Paulo Alexandre LouçãoActividade comemorativa do Dia de Portugal
Inscrições Abertas
Dia 19 | Domingo | 8h00
Visita cultural
Mosteiros da Batalha e de Alcobaça
Da simbologia de Cister ao gótico flamejante de Santa Maria da Vitória
Por Paulo Alexandre LouçãoAutor da obra «Portugal – Terra de Mistérios»
Inscrições Abertas
Dia 20 | Segunda-feira | 19h30 Início de curso
Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente[curso em 16 sessões – Segundas das 19h30 às 21h30]
Inscrições Abertas
Dia 29 | Quarta-feira | 19h30Início de curso
Florais de BachCarmen Morales | Terapeuta
[curso em 8 sessões – Quartas das 19h30 às 21h00] Inscrições Abertas
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº626
Lisb
oa
Contactos para informações e inscriçõesAv. Antº Augusto de Aguiar, 17 – 4º Esq. | 1050-012 Lisboa
Tel.: 213 523 056 / 939 800 855 [email protected]
Dia 30 | Quinta-feira | 19h30
Início de curso intensivo
Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente
[curso em 16 sessões (Julho e Setembro) Terças e Quintas das 19h30 às 21h30]
Inscrições Abertas
Dia 5 | Terça-feira | 19h30Conferência
Fenómeno Islândia: Rumo a uma nova política
Por Cláudio CraveiroInvestigador na área das ciências políticas
e relações internacionaisEntrada Livre
Dia 10 | Domingo | 10h00
Visita guiada
O simbolismo das árvores no Jardim da Estrela
Por Carmen Morales | Formadora da Nova Acrópole Inscrições Abertas
Dia 12 | Terça-feira | 19h30Conferência
O caminho da realização pessoal segundo Confúcio
Por Cleto Saldanha | Formador da Nova Acrópole Entrada Livre
Dia 19 | Terça-feira | 19h30Conferência
Sócrates e a via do despertar interior
Por Daniel Oliveira | Formador da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 2 | Terça-feira | 19h00
Início de curso intensivo de Agosto
Filosofia e psicologia práticaSabedoria viva do oriente e do ocidente[curso em 10 sessões (de 2/8 a 1/9) – Terças e Quintas)
das 19h00 às 22h00
Dia 3 | Quarta-feira | 19h30Conferência
Tem a vida uma origem extraterrestre?
Por José Carlos Fernández
Entrada Livre
Dia 10 | Quarta-feira | 19h30Conferência e vídeo-projecção
Os princípios do governante budista
C/ comentários ao filme «Ana e o Rei»Por Cleto Saldanha
Entrada Livre
Dia 17 | Quarta-feira | 19h30Laboratório de experiências
Ilusões de óptica e de cor: Uma linguagem velada
Por Daniel Oliveira
Entrada Livre
Dia 24 | Quarta-feira | 19h30Conferência e vídeo-projecção
Milarepa: O poeta místico do Tibete
C/ projecção do filme «Milarepa»Por José Carlos Fernández
Entrada Livre
Dia 31 | Quarta-feira | 19h30Audição comentada
«Evgeni Oneguin» de TchaikovskyPor José Carlos Fernández
Entrada Livre
Julho
Agosto26
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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita27
Avei
roContactos para informações e inscriçõesRua Tenente Resende, Nº 15 - 1ºB | 3800-268 Aveiro
Tel.: 937 026 070 [email protected]
Actividades
Aveiro2011
programa
AbrilDia 18 | Segunda-feira | 20h30
curso
Iniciação à sabedoria do oriente e do ocidente
1ª sessão – assistência gratuitaHorário: Segundas das 20h30 às 22h30
Duração: 16 semanasParticipação geral: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€
Participação para estudantes e desempregados: Oferta inscrição e 4 mensalidades de 15€
Inscrições Abertas
Dia 27 | Quarta-feira | 21h00Lançamento de livro
Florbela Espanca- A vida e a alma de uma poetisaPor José Carlos Fernández | Autor da obra e Investigador
Local a DesignarEntrada Livre
Dia 4 | Quarta-feira | 21h00Aula aberta
A ascensão e queda das civilizações
Por João Ferro | Formador da Nova AcrópoleEntrada Livre
Dia 19 | Quinta-feira | 21h00Conferência
Infante D. Pedro Um filósofo e empreendedor da Era dos Descobrimentos
Por ocasião do 562º aniversário da sua morte
Por Paulo Alexandre Loução | Escritor e Investigador
Local a designarEntrada Livre
Dia 28 | Sábado | 10h00Seminário
Morfopsicologia Por José Ramos | Filósofo e investigador
Horário: das 10h às 13h e das 15h às 18h Total 6 horas | Custo: € 50
Inscrições Abertas
Dia 1 | Quarta-feira | 21h00Conferência
Fadas, mouras e lendas de PortugalPor João Ferro | Formador da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 4 | Sábado | 16h00
Teatro de fantochesHistórias para todos
Por Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras
Local a designarEntrada Livre
Dia 18 | Sábado | 8h00Caminhada
No trilho da amizade:Caminhada com leituras filosóficas
Local: Serra de Talhadas – Trilho megalíticoPonto de encontro: Jardim do Rossio - Aveiro.
Participação Livre
Dia 25 | Sábado | 9h00Práticas de psicologia
Uma viagem ao mundo interiorLocal: Praia
Ponto de encontro: Jardim do Rossio - Aveiro.Participação Livre
Maio
Junho
27
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº628
20 de Abril | Quarta-feira | 20h00Consultório aberto
Como lidar com a depressãoPrograma Hygea para a promoção da saúde
Pelo Dr. José Ramos Médico de Medicina Tradicional Chinesa
e responsável do Programa HygeaEntrada livre
Dia 28 | Quinta-feira | 21h00Conferência – Lançamento de Livro
Florbela Espanca - A vida e a alma de uma poetisaPor José Carlos Fernández | Autor da obra e Investigador
No Auditório da Casa Municipal da Cultura
Entrada livre
Dia 10 | Terça-feira | 20h00Aula Aberta
Mistérios da arqueologia: No rasto dos gigantes
Por José Ramos | Director da Nova Acrópole CoimbraEntrada livre com inscrição prévia
13 a 22 de Maio Estaremos presentes naFeira do Livro de Coimbra
Livros, conferências, teatro, actividades infantis, etc.
Dia 17 | Quinta-feira | 18h00Laboratório Jovem
Diverte-te com FilosofiaSketches, jogos, interactividade…
Programa para a Promoção da JuventudeParticipação livre (para jovens até aos 21 anos)
Dia 18 | Quarta-feira | 19h00 às 21h00Início de Curso Intensivo
Filosofia e psicologia práticaA sabedoria viva das antigas civilizações
Inscrições abertas (assistência livre à 1ª aula)Horário: Quartas das 19h às 21h
Duração: 8 semanasValor: 60€ (ou 2 mensalidade de 35€) e 40€
(ou 2 mensalidades de 25€) para jovens até aos 28 anosCoi
mbr
a
Abril
Maio
Actividades
Coimbra2011
programa
Concurso de vídeo
"Como sonho o mundo"Curtas-metragens (realizadas por jovens até aos 28 anos)
Entrega de vídeos a concurso até 25 de Junho Informa-te sobre o regulamento
Programa para a Promoção da Juventude
Caminhada a Santiago de Compostela
Uma vivência alquímica
1 a 5 de Setembro de Valença a Santiago de Compostela
Inscrições abertas até 30 de Maio
Dia 10 | Domingo | 16h00Conta contos
Teatro de fantoches: «Conto da Primavera»
No parque verdePor Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras
Participação livre
Dia 16 | Sábado | 16h00Conferência e concerto de piano
Paletes de cor: Monet e Debussy
Por Françoise Terseur | | Pintora e Filósofa e Jorge Fontes | Pianista
Entrada livre
28
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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita29
Dia 20 | Sexta-feira | 20h00Consultório Aberto
Como detectar e actuar em situações de maus tratos
a crianças e jovensPela Dra. Ana Albuquerque | Assistente Social na Comissão
de Protecção a Crianças e Jovens de CoimbraPrograma Hygea para a promoção da saúde
Entrada livre
Dia 26 | Quinta-feira | 21h00Conferência
O Caminho de Santiago: Segredos de uma peregrinaçãoPor José Ramos | Director da Nova Acrópole Coimbra
Actividade de promoção da “Caminhada a Santiago de Compostela - Uma vivência alquímica”
Entrada Livre
Dia 31 | Terça-feira | 21h00Conferência
A Condição humana vista através da obra de Henry David Thoreau
Por Françoise Terseur | Filósofa e escritora
Ciclo “Olhares sobre a condição humana”Entrada Livre
Dia 5 | Domingo | 16h00Conta contos com teatro
de fantoches
No parque verdePor Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras
Participação Livre
Dia 7 | Terça-feira | 20h00Consultório aberto
A violência como um problema de saúde
Pela Dra. Inês Pimentel | Psicóloga e técnica do Serviço de Violência Familiar do CHPC
Programa Hygea para a Promoção da SaúdeEntrada livre
Contactos para informações e inscriçõesRua do Brasil, 194 R/C Dto. | 3030-775 Coimbra
Tel.: 239 108 209 / 933 931 [email protected]
Junho
Dias 10 e 11 | Sexta e SábadoAcampamento jovem
Reflexão e descoberta da natureza, actividades
desportivas, caminhada nocturna e muitos mais
(informa-te sobre o programa)Programa para a Promoção da Juventude
Inscrições abertas até 27 de Maio (Destinado a jovens até aos 28 anos)
Dia 16 | Quinta-feira | 21h00Tertúlia Poética
Aberta à participação de todos os poetas e declamadores
(devendo-se inscrever previamente)Entrada Livre
Dia 28 | Terça-feira | 19h - 21hWorkshop
Musicoterapia: A harmonia pela música
Por Françoise Terseur | Formadora e voluntária de HygeaPrograma Hygea para a Promoção da Saúde
Participação livre com inscrição obrigatória até 22 de Junho
Dia 5 | Terça-feira | 20h30Projecção comentada
Râmâyana: A grande epopeia indiana
Entrada livre
Dia 9 | Sábado | 16h00Projecção dos vídeos e entrega dos Prémios
Concurso de vídeo
"Como sonho o mundo"Programa para a Promoção da Juventude
Entrada livre
Julho
29
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº630
Por
toActividades
Porto2011
programa
Dia 29 | Sexta-feira | 21h30
Tertúlia
Como conseguir ser autêntico? Por José Antunes | Director da Nova Acrópole Porto
Entrada Livre
Dia 2 | Segunda-feira | 19h30 - 21h30
Curso
Filosofia comparada do oriente e do ocidente: Uma filosofia para viver!
Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)
Inscrições abertas
Dia 13 | Quinta-feira | 17h00 -19h00Curso intensivo teórico-prático
OratóriaDuração: 6horas (3 aulas de 2h)
Participação: 25€ (jovens até 30 anos - 15€) Inscrições abertas
Dia 14 | Sábado | 21h30
Lançamento de livro
Florbela Espanca - A vida e a alma de uma poetisa
Pelo autor José Carlos Fernández
Director da Nova Acrópole Portugal
Apresentação da Drª Fina D’Armada
Historiadora
Local: Clube Literário do Porto
Rua Nova da Alfândega, 22
Dia 21 | Sábado | 10h00 – 13h00
Seminário de matemática e geometria sagradas
Arquitectura sagrada e Kabbalah
Programa deste módulo
- Princípios de arquitectura sagrada.
- Geografia sagrada e geometria.
- Simbolismo dos Sephirot e a cosmovisão da Kabbalah
- Gematria, notarikon e temura.
- Kabbalah e as proporções matemáticas.
- Comentário à obra de James Ralston Skinner.
Inscrições até 19 de Maio
Participação: 15 € (jovens até 30 anos – 50%)
Dia 25 | Quarta-feira | 19h30 – 20h30 Hora do mito
Os doze trabalhos de HérculesPor Graça Lameira | | Formadora da Nova Acrópole
Entrada Livre
De 26 de Maio a 12 de Junho
Participação na 81ª Feira do Livro do Porto
Local: Avenida dos Aliados
Abril
Maio
30
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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita31
Junho
Contactos para informações e inscriçõesAv. da Boavista 1057 | 4100-129 PORTO
Tel.: 226 009 277 / 918 058 [email protected]
15 Junho | Quarta-feira | 19h30 – 21h30 Aula Livre
Voluntariado: A base da cidadaniaEntrada Livre com Inscrição prévia até 13 Junho
17 de Junho | Sexta-feira | 21h30 Conferência
O Mediterrâneo no séc. XVI e a encruzilhada de culturas
Por Alberto S. Santos Escritor e autor de "A Profecia de Istambul"
Entrada Livre
Dia 22 | Quarta-feira | 19h30 Curso
Filosofia: Uma aventura para viver
Horários: Quartas das 19h30 às 21h30
Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)
Inscrições abertas
Dia 23 | Quinta-feira | 17h00 - 19h00 Curso
Os Mitos Universais Horários: Quintas das 17h00 às 19h00
Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)
Inscrições abertas
Dia 29 | Quarta-feira | 19h30 – 20h30 Hora do mito
O mito do Rei ArturPor Mª Emília Ribeiro | Formadora da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 8 | Sexta-feira | 21h30 Conferência
A filosofia de Antero Quental Por José Carlos Fernández
Director da Nova Acrópole de Portugal
Entrada Livre
Julho
PROGRAMA
PENSAMENTO MÍTICO- O que é um Mito- O papel dos mitos na
evolução da consciên-cia humana
- Sentido da Evolução e os meios para o crescimento interior
- Valores no caminho evolutivo
MITO DE ÉDIPO- Édipo e a Esfinge- Chaves psicológicas- Constituição septená-
ria do ser humano
MAHABHARATA E A MITOLOGIA HINDU- Enquadramento
histórico-filosófico- Deuses védicos
e hinduístas- Trimurti: Brama, Vish-
nu e Shiva- Arjuna e a conquista
do Eu superior
MITO DE ER- A vida para além
da morte- A reencarnação e a
evolução da alma- Eneias, Túndalo, Dante
MITO DA CAVERNA- O mundo sensível
como um jogo de sombras
- A elevação da consciência para aceder ao mundo das ideias
- O regresso à caverna e as quatro naturezas humanas: ouro, prata, bronze e ferro
TIBETE: AS MONTANHAS INACESSÍVEIS- Padmasambhava:
o nascido do Lótus- Os Nagas e os Mestres
da Humanidade- A “Voz do Silêncio” e a
literatura iniciática
AVATARES: MITOS DO NASCIMENTO- Zoroastro, Lao-Tsé,
Cristo, Buda- Religião, religiões
e mística- Budismo: religião
ou filosofia?
MITO DE OSÍRIS- O Nilo Terrestre versus
Nilo Celeste- Harmonia entre
Macrocosmos e microcosmos
TESEU E O MINOTAURO- Os medos e as lutas
interiores- O Rei Justo- O indivíduo e a polis
ASTREIA E A JUSTIÇA- O Bom, o Belo e o Justo- Justiça e justiças- Lohengrin: o cavaleiro
do Cisne
MITOS DE FUNDAÇÃO- Roma, Tebas, Cuzco,
Tenochtitlan- Omphalos: o Umbigo
do Mundo
ORFEU E EURÍDICE- O Amor como poder
de união- Vénus Urânia
e Vénus Pandemos
MITO E HISTÓRIA- Relações entre história
e mito- Parcas, Nornas
ou Moiras e o Destino
MITOS DO DILÚVIO- Ciclos na História- Civilização
e Idade-Média
O TEMPO CÍCLICO- Yugas,
Eras Astrológicas
MITO DE PROMETEU- O Fogo, a Cultura,
a Civilização e a Evolução Humana
Curso
Os Mitos UniversaisRespostas poéticas às eternas
questões humanas: Quem sou? De onde venho? Para onde vou?
31
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº632
Uma ONG para promover o enriquecimento do Homeminterior e a fraternidade filosófica entre os humanos
A Nova Acrópole é uma Organização Não Governamental Interna-cional de carácter filosófico, cultural, social e ecológico. Foi fun-dada em 1957, em Buenos Aires, pelo Prof. Jorge Angel Livraga (1930-1991), historiador e filósofo.
A Nova Acrópole promove o enriquecimento do Homem Interior e a fraternidade entre os seres humanos através de actividades de carácter filosófico, cultural e de voluntariado social e ecológico. Num espírito ecléctico fomenta a prática dos ensinamentos dos grandes sábios de todos os tempos, sabendo que a aplicação do conhecimento gera um indivíduo melhor que, por sua vez, pode dar o seu contributo na construção de um mundo novo e melhor. Como afirmava Gandhi, devemos ser a mudança que desejamos para o mundo.
A experiência viva da Filosofia sustenta um modelo de cultura activa e participativa que desperta as melhores qualidades de cada um e amplia o horizonte mental, que se abre a todas as manifestações do espírito. Este estilo de cultura torna-nos livres e melhores.
A vocação de serviço à humanidade concretiza-se num decidido compromisso com a sociedade de hoje e com o futuro, através de uma vontade de encontrar respostas e soluções para as grandes interrogações que provoca em nós um mundo cheio de contradi-ções e desafios.
A acção da Nova Acrópole tem como eixo fundamental a FORMAÇÃO filosófica que se reflecte em duas vertentes funda-mentais de actividades: VOLUNTARIADO social e ecológico e CULTURA. A sua carta de fundação assenta nos seguintes três princípios:
I. Reunir os Homens e Mulheres de to-das as crenças, raças e condições sociais em torno de um ideal de fraternidade universal;
II. Despertar uma visão global através do estudo comparado da Filosofia, das Ciências, Religiões e Artes;
III. Desenvolver as capacidades do indivíduo para que possa integrar-se na Natureza e viver segundo as característi-cas da sua própria personalidade.
Todos aqueles que partilhem estes prin-cípios podem associar-se à Nova Acró-pole como Membros depois de fazer o 1º nível do programa de formação.
www.nova-acropole.pt
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