conhecendo a igreja primitiva através de atos dos apóstolos
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Estudo sobre Atos dos ApóstolosTRANSCRIPT
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ESTUDO BIBLÍCO
ATOS DOS APÓSTOLOS
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
Pastor, escritor, poeta e teólogo.
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MENSAGEM
“E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que
o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude
do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra. E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às
alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E,
cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados. E foram vistas línguas repartidas, como que de fogo, as
quais sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem”. E perseveravam na doutrina dos apóstolos,
e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma
havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E
vendiam suas propriedades e fazendas, e repartiam com todos,
segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos
os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça
de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja
aqueles que se haviam de salvar”.
Atos dos Apóstolos 1.7-9; 2.01-04,42-47
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ÍNDICE
COMENTÁRIO.......................................................................... Pág. 05
INTRODUÇÃO.......................................................................... Pág. 06
O Livro dos Atos dos Apóstolos.............................................. Pág. 08
Resumo de Atos dos Apóstolos ............................................. Pág. 10
Suprimento Histórico.............................................................. Pág. 13
A proposta do evangelho........................................................ Pág. 14
A igreja, ordenanças e ministros............................................ Pág. 15
A igreja.................................................................................... Pág. 15
Ordenanças............................................................................. Pág. 15
Os ministros............................................................................ Pág. 17
CONCLUSAO............................................................................ Pág. 19
BIBLIOGRAFIA......................................................................... Pág. 20
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Comentário
Apresentar um trabalho acerca do livro de Atos dos Apóstolos é buscar nas raízes
do Cristianismo não somente a história da igreja, mas o modelo de uma igreja que se
desenvolveu em meio a dificuldades e perseguições e que também possuiu uma sede
missionária que deve inflamar o coração da igreja atual.
O livro de Atos marca o principio da igreja e a ação do Espírito Santo que atuando
formou o cânon dando os parâmetros para a continuidade desta obra divina. Após dois mil
anos de história eclesial nós temos muito que aprender, a igreja atual tem a vantagem de
empunhar nas mãos todos conhecimentos acumulados durantes estes milênios acerca das
Escrituras, mas a igreja primitiva ainda continua sendo um espelho que certamente
direcionará o despertar da igreja contemporânea e “futura” para impactar o mundo no
desfecho final da grande comissão.
Paulo Francisco dos Santos
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Introdução
Atos dos Apóstolos descreve a história da disseminação da mensagem de Cristo
desde Jerusalém até os rincões do Império Romano, deixando todavia entreaberta a história
da Igreja, pois a o desfecho desta se dará no final dos tempos como vaticinou nosso amado
Senhor Jesus Cristo, daí o motivo de em Atos não ser mostrada uma conclusão, mas com a
prisão domiciliar de Paulo em foco no último capítulo e os acontecimentos posteriores não
mencionados vemos uma tomada de perspectiva e continuidade da história da igreja.
Hoje a mensagem ainda continua viva, mesmo depois da história testemunhar
inúmeros acontecimentos que quiseram lança-la no baú do esquecimento, porém, como ela
não trata de uma ação meramente humano, estes fatos falharam e como a forças das trevas
não dormem, ainda continuaram em pró deste objetivo que com certeza sempre cairão no
fracasso.
Assim analisar Atos dos Apóstolos é repensar o presente olhando para o passado e
isto é, muito importante.
Jesus é elevado aos céus, mas antes outorga a igreja que engatinha a tarefa da
grande comissão. Os apóstolos esperam a promessa do derramamento do Espírito Santo
para conseguirem realizar as ordens do Senhor. Recebendo a promessa os discípulos são
impulsionados a anunciar a mensagem de salvação e Jerusalém é sacudida pela pregação e
operação de milagres. Ao passar do tempo a mensagem salta os muros nacionalistas e os
desprezados gentios são tocados pela graça divina. A escolha de Paulo para o apostolado é
a uma providência do alto para que o evangelho se espalhe pelo império Romano. Pedro
atua na circuncisão e Paulo na incircuncisão e Cristo é pregado. Até o capítulo doze
Jerusalém e Pedro que representa os doze apóstolos está em evidência nos relatos históricos
de Atos dos Apóstolos, mas a partir do capítulo treze Paulo assume como protagonista da
realidade universal da Salvação.
Destaquei que em Atos a Igreja Primitiva é uma criança que engatinha, ou seja, está
aprendendo, não que a atual não aprenda, mas o cânon ainda não está completo em suas
mãos e por isso observamos a grande dificuldade de lidar com questões que até então eram
um mistério oculto a ser manifesto neste inicio da dispensação da graça. A igreja tem que
assumir o papel que lhe foi preparado: “Ser a receptora-mãe dos escolhidos que o Senhor
redimiu para si”. Assim podemos ler o surgimento da igreja missionária em Antioquia, uma
das filhas da mãe Jerusalém. O primeiro concílio no capítulo quinze e sua repercussão entre
as igrejas gentílicas. Paulo e seus companheiros estão viajando e anunciando a mensagem
do evangelho até que em Jerusalém Paulo finalmente é preso e falsamente acusado e assim
forçado a pedir para ser julgado por César. Dentro do propósito divino Paulo anuncia o
evangelho tanto para cidadãos simples como para altos governantes como Cláudio Lísias,
governador Félix e Festo, o Rei Agripa e a sua ida a presença de César que não foi
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registrada em Atos, mas que nos remete a continuidade da história da igreja que milita e
anuncia o evangelho.
Em Atos dos Apóstolos ainda vemos a Igreja se distinguindo do Judaísmo e
tomando a sua própria forma, perfazendo-se o Cristianismo.
A proposta do evangelho revolucionou a época dos adoradores de muitos deuses os
direcionando ao Deus verdadeiro.
Em Atos dos Apóstolos vemos superficialmente os cargos eclesiásticos, porém, com
o auxilio de um estudo a parte vemos a sua evolução e sua prática na atualidade.
No final conclui a suma deste trabalho fazendo um comentário que lança minha
profunda admiração pela história interrupta da gloriosa igreja em poucas linhas.
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O Livro de Atos dos Apóstolos
O livro de Atos dos Apóstolos registra a expansão do cristianismo através do
império romano. Após a morte, ressurreição e ascensão do Senhor aos céus à igreja é
incumbida de anunciar o evangelho para todo o mundo e desde do dia de pentecostes até a
chegada de Paulo a Roma encontramos o registro.
A autoria do Livro de Atos dos apóstolos é atribuída a um dos companheiros de
Paulo que através dos pronomes “nós” e “nos” (16.10-16; 20.5-21.18;27.1-28.16) é
conhecido como uma testemunha ocular de pelos menos algumas viagens de Paulo.
Considerando a dedicatória do livro a Teófilo 1.1 comparada com o evangelho de Lucas
1.3, juntamente com o fato dos escritores antigos confirmarem, o livro de Atos aponta
Lucas como seu escritor.
Conteúdo do livro:
I. Jerusalém e a igreja: surgimento, crescimento e estabelecimento.
Atos 1.1-8.4.
II. A projeção além das fronteiras. Jerusalém, palestina e Síria.
Atos 8.5-12.23.
III. Os gentios são alcançados. (Paulo e suas viagens)
Atos 12.24-21.17.
IV. O final da vida de Paulo
Atos 21.18-28.31.
Em atos vemos acontecimentos da vida de Pedro e Paulo, porém os protagonistas de
todos os eventos de Atos são o Espírito Santo e a igreja que Ele guia para encontrar-se com
o Senhor Jesus na eternidade. Vemos que o Espírito Santo veio para ser o outro consolador
prometido pelo Senhor Jesus (Jo 14.16) e com sua chegada em meio aos homens que
receberam a fé forma-se a Igreja que é carregada em seu colo e seguida como foi dito antes
começa a engatinhar em meio à história da humanidade.
O Espírito Santo guiou a Igreja em todo o tempo desde o dia de pentecostes. A
pregação cheia de autoridade dos apóstolos e demais discípulos. Os sinais miraculosos em
todo o livro e o fato do evangelho vencer o orgulho e preconceito enraizados nos corações
dos discípulos que apesar de receberem a graça continuavam sendo judeus que
necessitavam de ter suas visões abertas. O evangelho entre os gentios é uma ação
maravilhosa do Espírito em favor da missão, pois, sem sua intervenção a palavra de
salvação iria ficar confinada apenas aos judeus e os mestiços samaritanos. A igreja formada
de judeus e gentios é a demonstração divina que a salvação é uma dádiva universal. Acima
de tudo nas páginas de Atos nos observamos o testemunho de Deus a seu favor, pois a
história está debaixo de sua soberana vontade.
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Igrejas gentílicas e suas províncias e cidades.
Síria e Cilícia.
Listra.
Frigia, Galácia e Mísia.
Trôade.
Filipos.
Anfípolis, Apolônia.
Tessalônica.
Beréia.
Atenas.
Corinto.
Cencréia
Éfeso.
Cesaréia.
Antioquia .
Macedônia.
Assôs.
Mitilene, Quios, Samos.
Mileto.
Cós, Rodes.
Pátara.
Tiro.
Ptolemaida.
Damasco.
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Resumo de Atos dos Apóstolos
Os discípulos vêem Jesus pela última vez, antes de sua ascensão no monte das
oliveiras.
Cerca de dez dias mais tarde na festividade de Pentecostes, todos os cristãos
reunidos no cenáculo são cheios do Espírito Santo e Pedro ao pregar convence três mil
pessoas para se agregarem ao Caminho.
Os cristãos de Jerusalém compartilham seus bens entre si.
Milagres e prodígios são operados por eles.
Pedro e João são detidos e advertidos pelo concílio de judeus após pregarem e
curarem em nome de Jesus um aleijado.
Depois deste fato, todos apóstolos são presos, mas miraculosamente são libertos e
no raiar do dia pregam no templo, onde são novamente detidos e levados a presença do
concilio judaico que manda os açoitar e os proíbe de pregar em nome de Jesus.
Os apóstolos escolhem sete homens para receber a designação de diáconos e
servirem na administração.
Estevão um dos sete diáconos é apedrejado e os discípulos são dispersos ficando em
Jerusalém os apóstolos.
Filipe um dos sete vai a Samaria e anuncia a fé, muitos são curados e aceitam a
Jesus, inclusive Simão um mágico famoso nesta cidade.
Pedro e João vão a Samaria e oram para os discípulos receberem o batismo no
Espírito Santo.
Felipe na estrada de Jerusalém-Gaza prega as boas novas para o tesoureiro da rainha
da Etiópia e o batiza.
Felipe chega a Cesaréia, onde se estabelece com sua esposa e família (Atos 21.8,9).
Pedro vai a Lida e depois a Jope onde ressuscita em nome de Jesus a discípula
Dorcas.
Um centurião romano chamado Cornélio tem uma revelação divina sobre a salvação
e chama Pedro que está em Jope para lhe explicar sobre o evangelho, o qual se converte
com família e amigos e ainda recebe o batismo com Espírito Santo e também desce as
águas, pois Pedro compreende que Deus não faz acepção de pessoas.
Com a conversão de Cornélio e a entrada dos gentios na igreja forma-se um concílio
por causa da oposição ao feito de Pedro (Atos 15.1-21).
Tiago irmão do Senhor Jesus aparece como líder da igreja em Jerusalém.
Em Antioquia que era terceira maior cidade Romana alguns irmãos chegam e
anunciam o evangelho somente aos judeus, porém com a chegada de cristãos de Chipre e
do Norte da África o evangelho também chega aos gentios.
Barnabé é enviado a igreja em Antioquia e busca em seguida Saulo para lhe ajudar
no ensino da palavra e nesta cidade o nome cristão é dado pela primeira vez aos seguidores
de Cristo.
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Paulo, Barnabé e Marcos são enviados aos países estrangeiros, sendo os primeiros
nesta empreitada missionária. Eles vão a cidade Atália e o falso profeta Bar-Jesus amigo do
governador tenta impedir sua conversão e é ferido de cegueira. (Atos 13.4-12).
Em Perge João Marcos decide voltar para Jerusalém.
Na província da Cilícia e Traquéia Paulo e Barnabé pregam na outra cidade de
Antioquia que é menor do que a da província da Síria. Dali vão para Iconio onde são
perseguidos e se direcionam para Listra onde curam um homem aleijado e são recebidos
como deuses, porém os opositores de Icônio chegam ali e persuadem o povo a os
apedrejarem. (Atos 14.8-20).
Os apóstolos chegam em Derbe e muitos se convertem. Em seguida eles voltam em
todas as igrejas que formaram na viajem missionária animando os para continuarem no
caminho (Atos 14.21-26) e depois voltam com as noticias de sucesso para Igreja de
Antioquia na província da Síria (Atos 14.27-28).
Em Jerusalém acontece o concílio que aprova que aos gentios deve ser colocado que
devem apenas se afastar da prostituição, da idolatria e da carne sufocada.
Por causa de João Marcos, Paulo e Barnabé discordam em viajarem juntos e cada
um segue para um lado diferente.
Barnabé vai para Chipre com João Marcos.
Paulo juntamente com Silas vão para Derbe e Listra onde Paulo recruta Timóteo
para fazer parte do grupo missionário (Atos 16.1-3).
Eles visitam as igrejas anunciando aos gentios o que fora decidido pelo concílio de
Jerusalém (Atos 16.4,5).
Paulo tenta ir a Bitínia e é impedido pelo Espírito Santo e vai para Macedônia e
depois de passar por Trôade e Neápolis segue em direção a Felipos onde ao expulsar o
demônio de uma jovem adivinha é preso juntamente com Silas. Estes são libertos por um
terremoto e batizam o carcereiro que se converte (Atos 16.11-40).
Em Tessalônica muitos judeus e gregos se convertem.
Em Beréia a recepção é melhor ainda que em Tessalônica, mas os opositores de
Tessalônica chegam para querer impedir a obra de Deus, porém Silas e Timóteo ficam
ensinando o evangelho, enquanto Paulo parte para outra cidade.
Na cidade de Atenas Paulo prega a ressurreição no Areópago (Atos 17.16-34).
Em Corinto Paulo passa dois anos ensinando o evangelho (Atos 18.1-17) e depois
parte para cidade de Éfeso (Atos 18.18-21).
Paulo e seu grupo voltam para Antioquia passando através de Cesaréia e Jerusalém
(Atos 18.22).
Na terceira viagem missionária Paulo faz de Éfeso a base de seu trabalho
missionário durante os próximos três anos e o evangelho se espalha pela Ásia (19.1-20) e
escreve as cartas direcionadas a igreja de Corinto. Devido ao crescimento do cristianismo
os artesãos de imagens de escultura fazem um levante para querer impedir o
prosseguimento do evangelho (Atos 19.23-41). Paulo parte para Trôade, Neápolis e Felipos
onde encoraja a igreja (Atos 20.1,2) recolhe dinheiro para igreja das Judéia (2 Co 8.15).
Provavelmente ele vai a Corinto e volta para Felipos de onde planeja ir a Jerusalém por via
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marítima, mas ao saber de um complô de seus inimigos para tirar sua vida decide ir pó terra
(Atos 20.2-6).
Em Felipos Paulo prega durante toda a noite e ressuscita o jovem Êutico que ao
dormir durante a pregação cai do terceiro andar do prédio, dali ele parte para Éfeso, onde
apresenta seu discurso de despedida e provoca a comoção de todos. Em Patara trocam de
barco e em Cesaréia se hospedam na casa de Felipe que agora é um evangelista. O profeta
Ágabo diz que Paulo seria amarrado pelos judeus e entregue aos gentios (romanos). Paulo,
porém, está decidido em ir e apesar dos apelos de seus amigos prossegue a viagem. Em
Jerusalém ele é recebido pela igreja.
No templo Paulo é acusado de levar gentios para profanar o templo e por isso é
espancado violentamente pelos judeus. As tropas romanas o retiram das mãos furiosas da
multidão. Ele recebe a oportunidade de falar ao seu favor e ouvido pelos judeus até o
momento de mencionar que foi escolhido para anunciar as boas novas aos gentios.
Paulo é levado a fortaleza romana. No dia seguinte ele se defende perante o concílio
de judeus, mas não é aceito seus argumentos e é levado novamente a fortaleza.
Quarenta homens juram matar Paulo e se amaldiçoam se caso não conseguirem. O
comandante romano ao saber do plano destes homens envia Paulo para Cesaréia aos
cuidados do governador Félix.
Paulo permanece preso durante dois anos pois Félix adia dar uma decisão e é
substituído por Festo.
Paulo é ouvido por Festo e Agripa II.
Como Festo se mostrava favorável aos judeus Paulo decide pedir ser julgado por
César, pois sua cidadania romana lhe dava este direito.
Paulo é enviado para Roma, porém o seu navio sofre um naufrágio e toda
tripulação, soldados e presos não sofrem dano algum e se refugiam na ilha de Malta. Nesta
ilha Paulo é picado por uma cobra venenosa, mas miraculosamente não morre e ainda ora
por varias pessoas da ilha curando de várias enfermidades e inclusive pelo pai do
governador desta o curando. Dali partem para Roma, onde lhe é permitido morar durante
dois anos em uma casa alugada esperando seu julgamento e lhe é conferida considerável
liberdade para falar e receber visitas.
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Suprimento Histórico
Palestina
A palestina no tempo de Jesus era divida em seis distritos: Judéia, Samaria,
Iduméia, Galiléia, Peréia, Ituréia.
Herodes o Grande governou a Palestina do ano 37-4 a.C. Foi reconhecido como um
grande administrador e também um grande sanguinário, pois, até mesmo sua esposa
predileta mandou matar em 20 a.C. (Mariana) e seus dois filhos Alexandre II e Aristóbulo
IV e seu irmão Féroras. Construiu o templo da época de Jesus começando sua obra em 19
a.C. e finalizando-a em 64 d.C. Após a morte de Herodes em 4 a.C. seu reino foi dividido
entre seus três filhos:
Herodes Arquelau governou a Judéia, a Samaria e a Iduméia. (Mt 2.22). Ele foi
deposto em 6 d.C. e seu reino passou a ser administrado por oficiais romanos
Herodes Antipas governou a Peréia e a Galiléia. Em Lucas 3.1 ele mandou decapitar
João Batista, em Lucas 23.6-12 escarneceu de Jesus e em Mateus 14.3 afirma que tomou a
mulher de seu irmão Felipe. Governou até 39 d.C. sendo substituído depois de sua morte
por Herodes Agripa I (atos 12)
Herodes Felipe II governou a Ituréia, que incluía os territórios de Traconites,
Gaulanites e Auranites. Governou até 34 d.C. passando seu território após sua morte para
Herodes Agripa I.
De 41-44 d.C. toda palestina foi governada por Herodes Agripa I que morreu de
uma maneira horrível (atos 12), passando a palestina a ser governada por procuradores
Romanos até a revolta dos judeus em 66-70 d.C. e a destruição de Jerusalém onde mais de
1.000.000 de judeus morreram
Roma
A cidade Reino de Roma foi fundada + ou – em 750 a.C., na região do Lácio,
Itália, donde vem o vocábulo latim, sua fundação está envolta a lenda que Enéias, guerreiro
troiano a fundou depois da queda de Tróia no século doze antes de Cristo, onde Rômulo e
Remo descendentes de Enéias sustentados por uma loba crescem e organizam Roma. Em
509 a.C. passou de reino a república, tendo assim nova forma de governo, e,
necessariamente, novos cargos e funções. Em 270 a.C. os romanos controlavam toda a
Itália.Cerca de dois séculos antes do nascimento do Senhor Jesus Roma iniciou sua fase de
ascensão que na Palestina durou desde 166 a.C. até a 66 a.C. ano da revolta dos judeus e a
destruição de Jerusalém em 70 a.C.
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A proposta do Evangelho
Até a época de Cristo as religiões se baseavam em ações humanas para agradar os
deuses que viviam alheios a vida de seus devotos e quando se propunham em fazer alguma
ação era somente para satisfazer deleites próprios.
Entre o panteão de deuses que existiam até então, a proposta do evangelho veio
mudar a realidade dos homens e mulheres que viviam nesta época e nas vindouras.
Para se entender o evangelho não existia a necessidade de ser um filósofo (até então
apenas uma parcela minúscula da população poderia ter acesso ao conhecimento simples,
quanto mais o filosófico) para compreender a proposta do evangelho – aproximação do
homem que estava distante de Deus e com este restabelecimento a comunhão e uma nova
visão do pôs morte – perspectiva de uma vida eterna junto do Deus que veio realizar a obra
de salvação.
O fato de o evangelho expressar que Deus não estava alheio a sua criação, mas antes
se importava com cada homem era algo que impactou a todos e a operação de milagres
juntamente com o exorcismo que libertava os escravos do pecado e sujeitos as forças
malignas do diabo demonstravam que o evangelho não somente mais uma religião, mas a
ação divina para mudança na vida dos seus seguidores.
Não demorou muito tempo para o evangelho se espalhar por todo império Romano e
alarmar até mesmo as autoridades que passaram a vê-lo como uma ameaça, apesar dele
arregimentar pessoas não para um reino político terreno, mas para o celestial com uma
visão totalmente pacifica.
As perseguições geraram grande transtorno e dificuldade para os convertidos a fé
cristã, porém, as investidas humano-satânicas para impedir o crescimento do evangelho
foram vãs, ele prosseguiu adiante até os dias atuais.
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A Igreja, ordenanças e Ministros
“Igreja: Ekklesia”
Os dicionários comuns dão dois significados ao termo ekklesia: 1. “Ajuntamento
popular”. 2. “Igreja”.
Em atos dos apóstolos a palavra igreja é tanto usada para designar a comunidade
judaico cristã como a gentio cristã, e com isso podemos concluir que o termo igreja pode se
referir a igreja local ou a reunião de todos os chamados por Deus.
Ordenanças
Batismo: O batismo é um acontecimento comum entre os cristãos, porém os judeus
batizavam os convertidos do paganismo ao judaísmo pelo batismo, símbolo de purificação.
O batismo cristão é administrado para os que recebem a palavra. A ordem de Mateus 28.19
é seguida pela igreja desde dos primórdios do evangelho, dando a entender que o batismo é
a porta de entrada para junção do novo membro ao corpo de Cristo local, ou seja, a
profissão de fé feita com o ato do batismo pelo catecúmeno esboça publicamente que este
realmente segue a fé cristã.
Ceia: Os primitivos cristãos tomavam uma refeição a principio completa, onde cada
um trazia um prato para mesa comum e realizam na casas dos discípulos. A refeição
começava com uma oração e com o comer de pedacinhos de pão que representava o corpo
partido de Cristo. Encerrava-se a refeição com outra oração e a seguir participavam de uma
taça de vinho, que representava o sangue vertido de Cristo. Vemos na ceia a demonstração
de cinco verdades cristãs:
1) o memorial permanente do Senhor Jesus.
2) A manifestação objetiva da dependência do sacrifício de Cristo pelo pecado a
favor de toda a igreja.
3) A lembrança constante da necessidade da comunhão e sustento espiritual dada
pelo Senhor.
4) O vínculo de uma nova fraternidade.
5) O anúncio contínuo da volta de Jesus para buscar a sua igreja.
O batismo era administrado uma única vez aos membros da igreja e a ceia
freqüentemente. Como somente vemos no N.T. a presença destas duas ordenanças e a
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Bíblia é nossa regra de fé, nenhuma autoridade humana pode aumentar ou diminuir, mudar
a forma ou significação delas.
O batismo é o símbolo de que nós estamos em Cristo.
A ceia do Senhor é o símbolo de que Cristo está em nós.
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Os ministros da igreja
Apóstolo
A principio o termo apóstolo aparece numa estreita ligação no original grego nos
termos de navegação (apostolois: navegar em navios) e o uso no sentido de enviar uma
frota de navios é freqüentemente observado em textos da época. No N.T. o termo apóstolo
aparece 59 vezes com toda certeza e nunca aparece no objetivo de envio, mas sempre a
designação de um homem que é enviado, de um mensageiro.
No V.T. a palavra que é equivalente a apostolos é Shaliah que também significa
enviado e no N.T. vemos em Jo 13.16 a identificação entre Apóstolos e Shaliah: “não é o
servo maior que o seu senhor nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. Aqui
apostolos nada mais é que a tradução do termo judeu, tomado no sentido jurídico mais puro
de “encarregado de representar a pessoa a as coisas de outrem de modo juridicamente
válido”.
O apóstolo teria que ter sido testemunha ocular da obra de Jesus e ser vocacionado
por Ele, nesta visão, hoje em dia é impossível haver uma ascensão de novos apóstolos,
todavia, alguns se auto intitulam como tais. Resta, porém, atentarmos que os receptores
diretos dos apóstolos, os pais da igreja não usaram este titulo, dando a entender que não
lhes foi passado este dom, ou chamado especial, mas suas vocações se restringiram ao
episcopado, algo que não deve ser menosprezado, pois segundo o N.T. é uma excelente
coisa.
Bispo
A palavra grega episkopos é traduzida pelo vocábulo “supervisor” ou “vigia”.
Existe também no grego a referência de episkopos como a presença de alguma força
superior ao homem, afirmando a existência da divindade, também significava os portadores
de funções públicas. Estas referências são anteriores ao seu emprego no Novo Testamento.
O termo episkopos no NT tem uma estreita ligação com o termo poimên. Pastorear
(poimên) e vigiar (episkopos) designam a atividade de um pastor. E dentro das referências
no NT vemos que episkopos quando aparece se refere aos “lideres da comunidade”
colocando assim a palavra episcopo como um cargo dentro da igreja.
Presbítero
A palavra presbyteros, forma comparativa de presbys, velho, ancião, é usada para
descrever a idade mais elevada de uma pessoa em relação ao outra, abraçando o sentido de
“mais velho”.
Na constituição da cidade grega de Esparta o têrmo designava o presidente de um
colégio.
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A palavra presbyteros tem um sentido duplo falando acerca da idade e também de
um cargo público.
Dentro do contexto judaico os anciões ocupavam as atribuições de presidência e
judiciárias sobre o povo de Israel, e por isso, vemos surgir entre o povo de Deus a formação
de um “conselho de anciões”, como autoridade suprema entre eles com sede em Jerusalém.
Em Atos dos Apóstolos aparecem os anciões, ou presbíteros que fazem parte do
concílio que juntamente com os apóstolos tratam das exigências para entrada dos gentios a
comunidade cristã. Em Atos 15 e 16.4 os apóstolos e presbíteros funcionam com suprema
instância judiciária e instância doutrinal normativa para toda a igreja, e como tais toma uma
decisão a respeito das exigências mínimas da Lei que devem ser impostas aos gentios.
Também encontramos em Atos 14.23; 20.17-38 as passagens mais antigas que
falama de presbíteros como lideres de comunidades gentio-cristãs.
Diácono
Na língua grega existiam vários termos que dão significação a servir, por exemplo,
douleuo significa servir como escravo; latreuo significa servir por salário; leitourgeo
significa serviço oficial e público; hyperetes significa ajudante. Diakoneo, no entanto, tem
o significado especial de serviço inteiramente pessoal, transmitindo o conceito de “serviço
prestado por amor”.
No grego profano o sentido comum de diakoneo é servir a mesa, ou no sentido mais
amplo cuidar da subsistência.
No NT a palavra diakoneo está estritamente ligada com o mandamento de amar o
próximo. O diácono é o oficial que serve a mesa (cuida da ceia) e também dá de comer e
beber, oferece hospitalidade, veste, visita enfermos e encarcerados transmitindo toda a
caritativa cristã para com o próximo.
Algumas funções
As designações de evangelista, doutor, profeta, pastor nos mostra algumas funções
desenvolvidas pelos ministros acima citados.
Podemos ver que estas funções não designam cargos eclesiásticos, apesar de
algumas igrejas contemporâneas as colocarem no mesmo patamar destes, mas biblicamente
pode-se notar que um diácono, por exemplo, pode ser um evangelista (Felipe é nosso
expoente maior em Atos), como também doutor, profeta e também pode pela autorização
da igreja exercer o pastorado.
Aqui as funções representam algumas atividades exercidas pelos ministros que
receberem suas designações clericais.
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Conclusão
A igreja de Cristo em atos estava engatinhando e aprendendo a se tornar uma
instituição que iria contribuir para o bem da humanidade, o que ainda hoje
indiscutivelmente o faz.
O inicio da evangelização dos povos separados da aliança Mosaica e sua integração
a aliança Messiânica faz Atos dos Apóstolos ser a narração histórica que lança a base para
entendermos a evolução de um novo conceito de Deus e seu amor por uma humanidade que
até então estava realmente distante de sua vontade.
O concilio que estabeleceu as diretrizes acerca da abstinência da prostituição,
idolatria e alimento sufocado dá os alicerces para o começo da vida cristã que cada cidadão
que está sendo chamado para pertencer à família de Deus deve ter.
A aproximação de Deus aos homens é a mensagem do evangelho, até então, era
desconhecido aos homens distantes do concerto do antigo testamento essa realidade e de
uma forma simples e concisa, isto, foi exposto para todo o império Romano pela pregação
dos discípulos de Jesus.
A explosão do evangelho nos meados do primeiro século e sua duradoura vida
provam que a obra que a seita do caminho se propunha realmente não surgiu do homem,
mas como é na verdade, veio das regiões celestiais, das mãos do próprio Deus.
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Bibliografia
1. A Igreja no Novo Testamento.
KITTEL, Gerhard – Tradução: SIMON, Helmuth Alfredo
ASTE
2. As Igrejas do Novo Testamento.
MACDANIEL, Geo. W. – Tradução: EDWARDS, F. M.
JUERP
3. O Mundo do Novo Testamento.
PACHER, J. I. – TENNEY, Merril C. – JR, William White
Editora Vida
4. Através da Bíblia livro por livro
PEARLMAN, Myer – Tradução: OLSON, N. Lawrence
Editora Vida
5. A Bíblia Anotada
Introdução, esboço, referencias laterais e notas por RYRIE, Charles Caldwell –
Tradução: RAMOS, Osvaldo
Editora Mundo Cristão
6. Atlas da Bíblia
JENKINS, Simon – Tradução: BENTES, Pr. João
Abba Press
7. A Bíblia através dos séculos
GILBERTO, Pr. Antonio
CPAD