conhecendo o novo acordo ortográfico módulo ii

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Módulo II - Mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico Ao final deste módulo, você deverá conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen e a composição e eliminação do trema. Introdução Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar: “De que valeu o esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com hífen e anti-imperialista, sem ele?” Entretanto, esteja a favor do Acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de uma revisão ortográfica. O Acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado das palavras. As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal português; a segunda, num jornal brasileiro. Unidade 1 - Regras da acentuação gráfica Pela fala expressamos a melodia da língua. É um processo quase intuitivo, que praticamos quando expiramos com maior ou menor força. Na escrita, utilizamos recursos gráficos para “ensinar” ao leitor a cantar essa melodia, ora apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som vocálico é aberto ou fechado com o uso dos sinais diacríticos. Por isso é que se diz que a palavra “acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formação, na expressão latina ad cantum (=para o canto).

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Page 1: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Módulo II - Mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico

Ao final deste módulo, você deverá conhecer as regras de acentuação gráfica,

emprego do hífen e a composição e eliminação do trema.

Introdução

Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar:

“De que valeu o esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com

hífen e anti-imperialista, sem ele?”

Entretanto, esteja a favor do Acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de

uma revisão ortográfica.

O Acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado

das palavras.

As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal

português; a segunda, num jornal brasileiro.

Unidade 1 - Regras da acentuação gráfica

Pela fala expressamos a melodia da língua. É um processo quase intuitivo, que

praticamos quando expiramos com maior ou menor força.

Na escrita, utilizamos recursos gráficos para “ensinar” ao leitor a cantar essa

melodia, ora apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som vocálico é

aberto ou fechado com o uso dos sinais diacríticos. Por isso é que se diz que a

palavra “acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formação,

na expressão latina ad cantum (=para o canto).

Page 2: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Sinal diacrítico é um signo gráfico que se associa a uma letra para lhe dar uma

característica fonética diferente daquela que a letra possui isoladamente.

Exemplo clássico de sinal diacrítico é a cedilha, que diferencia a pronúncia do

< c > de 'caco' do < c > de 'caço' (do verbo 'caçar'). Além dela, existem o

acento agudo ('lá'), o til ('lã'), o acento circunflexo ('lâmpada') e o acento grave

('àquela').

Então, se aplicamos acentos gráficos para “ajudar a cantar” a melodia da

língua, quais as regras formuladas pelo Novo

Acordo Ortográfico no particular?

No que interessa aos brasileiros, a acentuação gráfica, que é tratada nas

Bases VIII, IX, X e XI do Acordo, é o tema em que se verifica o maior índice de

alterações, se considerada a quantidade de palavras que tiveram a grafia

modificada.

De modo geral, as modificações se concentram:

. nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’),

. naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e

. nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’, ‘pera’).

Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos gráficos até

então presentes nesses grupos de palavras, e não de acrescentá-los.

1ª Regra

Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica seja

formada pelos ditongos abertos < ei > e < oi >.

Page 3: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Como era antes Como deve ser agora

alcalóide alcaloide

alcatéia alcateia

apóio (verbo apoiar) apoio

asteróide asteroide

assembléia assembleia

bóia boia

clarabóia claraboia

colméia colmeia

Coréia Coreia

Galiléia Galileia

geléia geleia

hebréia hebreia

heróico heroico

idéia ideia

intróito introito

jibóia jiboia

jóia joia

odisséia odisseia

onomatopéia onomatopeia

paranóico paranoico

platéia plateia

protéico proteico

tramóia tramoia

Page 4: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

O acento PERMANECE:

1. Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em: 'hotéis', 'heróis', 'papéis';

2. Nas paroxítonas terminadas em < r >, como em: 'destróier'; 3. Nos monossílabos tônicos: 'dói', 'méis', 'réis', 'sóis'.

2ª Regra

Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i > e

< u > precedidas de ditongo.

Como era antes Como deve ser agora

baiuca baiuca

bocaiúva bocaiuva

boiúna boiuna

cauíla cauila

feiúra feiura

maoísmo maoismo

Sauípe Sauipe

taoísmo taoismo

O acento permanece nas palavras oxítonas onde o < i > ou o < u> estiverem em posição final, após ditongo, mesmo que seguidos de < s >, como em: 'tuiuiú', 'tuiuiús', 'Piauí'.

Page 5: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

3ª Regra

Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:

1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo

dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados.

Como era antes Como deve ser agora

crêem (verbo crer) creem

dêem (verbo dar) deem

descrêem (do

verbo descrer)

descreem

lêem (verbo ler) leem

relêem (do verbo reler) releem

vêem (verbo ver) veem

2. Na vogal tônica fechada do hiato < oo > em palavras paroxítonas, seguidas

ou não de < s >.

Como era antes Como deve ser agora

abençôo (verbo abençoar) abençoo

dôo (verbo doar) doo

enjôo (verbo ou subst.) enjoo

magôo (verbo magoar) magoo

perdôo (verbo perdoar) perdoo

povôo (verbo povoar) povoo

vôo (verbo ou subst.) voo

zôo zoo

Page 6: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

4ª Regra - Parte 1

Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham <

qu > e < gu > rizotônicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequências

for tônico e fizer parte da raiz do verbo.

Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados seguintes, vale

recordar:

As formas verbais regulares podem ser decompostas em três elementos: raiz,

vogal temática e desinências. Assim, em 'amaremos', por exemplo, tem-se o

radical < am >; a vogal temática < a >; e duas desinências: a desinência < mos

>, que indica a pessoa do verbo (no caso, a 1ª pessoa) e o número (no caso,

plural); e a desinência < re >, que anuncia o modo (indicativo) e o tempo (futuro

do presente).

Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a raiz ou radical,

dizemos que é rizotônica; quando não, dizemos que é arrizotônica. É o caso do

exemplo dado acima. A forma 'amaremos' tem a tonicidade marcada na sílaba

< re >, portanto, recai fora da raiz do verbo (< am >) e é, então, arrizotônica.

Para saber mais, clique aqui.

Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos como

‘arguir’ e ‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento agudo, ainda

que mantida a tonicidade no < u >.

ARGUIR arguo, arguis, argui, arguímos, arguís, arguem

REDARGUIR redarguo, redarguis, redargui, redarguímos,

redarguís, redarguem

Page 7: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Quando no hiato < ui > a tonicidade recair sobre o < i > este deve ser acentuado, como por exemplo: "Eu arguí todas as testemunhas do caso.". Ainda 'arguíste', 'arguímos', 'arguís'. Em alguns verbos, o emprego do acento é determinado pela pronúncia, como em 'aguar', 'desaguar', 'enxaguar', 'obliquar' e 'delinquir'. Nestes casos, admite-se que sejam grafados de duas formas, de acordo com a pronúncia.

4ª Regra - Parte 2

1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical

(aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos

regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical.

Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a

tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’:

AGUAR AVERIGUAR

(eu) águo (que eu) águe (eu) averíguo (que eu)

averígue

(tu) águas (que tu) águes (tu) averíguas (que tu) averígues

(ele) água (que ele) águe (ele) averígua (que ele)

averígue

(nós) aguamos (*)

(que nós) aguemos

(nós) averiguamos

(que nós) averiguemos

(vós) aguais (que vós)

agueis

(vós)

averiguais

(que vós)

averigueis

(eles) águam (que

eles) águem

(eles)

averíguam

(que eles)

averíguem

Page 8: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

(*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical <

ag > de ‘aguar’ e fora do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não são

acentuadas. Veja o caso seguinte.

4ª Regra - Parte 3

2. Já se a tonicidade da pronúncia recai fora do radical (arrizotônica), não se

utiliza o acento. Nos exemplos abaixo, a tonicidade não recai nem sobre o

radical < ag > de ‘aguar’, nem sobre o radical < averig > de ‘averiguar’.

Veja o quadro abaixo:

AGUAR AVERIGUAR

(eu) aguo (que eu) ague (eu) averiguo (que eu)

averigue

(tu) aguas (que tu) agues (tu) averiguas (que tu)

averigues

(ele) agua (que ele) ague (ele) averigua (que ele) averigue

(nós) aguamos (que nós)

aguemos

(nós)

averiguamos

(que nós)

averiguemos

(vós) aguais (que vós) agueis

(vós) averiguais (que vós) averigueis

(eles) aguam (que eles)

aguem

(eles) averiguam (que eles)

averiguem

Page 9: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico,

como nas formas ‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as

vogais < a > ou < i > da sílaba anterior, estas, obrigatoriamente, receberão

acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’).

"No Brasil, a pronúncia mais frequente é aquela em que "a" e o "i" são tônicos."

5ª Regra

Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o

fenômeno da homografia.

As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o

mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso

representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS –

agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de

contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo

semântico pertenciam.

Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido

de que não mais se distinguem palavras homógrafas.

Page 10: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Como era antes Como deve ser agora

pára (verbo parar) / para (preposição)

para (verbo e preposição)

péla (verbo pelar) / pela (preposição) / péla

(substantivo)

pela (preposição, verbo e substantivo)

pólo (substantivo) / pôlo (substantivo) / polo

(preposição antiga)

polo (substantivos e preposição)

pélo (verbo pelar) / pêlo (substantivo) / pelo

(preposição)

pelo (verbo, substantivo e preposição)

pêro (substantivo) / pero (conjunção antiga)

pero (substantivo e conjunção antiga)

pêra (substantivo) / pera

(preposição antiga)

pera (substantivo e

preposição antiga)

Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo

acento gráfico:

- ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição);

- ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para

diferenciar de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do presente do indicativo); e

- os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’, ‘reter’,

‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as formas da 3ª pessoa

no singular (presente do indicativo) das formas da 3ª pessoa no plural

(presente do indicativo).

Page 11: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

6ª Regra

CASOS FACULTATIVOS

O Acordo recebeu, ainda, a duplicidade articulatória de algumas palavras

geralmente provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias

cultas, ora é registrada como aberta, ora como fechada”, admitindo, pois, tanto

o acento agudo como o acento circunflexo:

1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o

acento agudo quanto o acento circunflexo.

É facultativo

bebê bebé

bidê bidé

canapê canapé

caratê caraté

crochê croché

guichê guiché

nenê nené

purê puré

rapê rapé

Page 12: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas

‘judô’ e ‘metrô’;

3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas

verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural,

quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente do

indicativo.

Presente do Indicativo

Pretérito perfeito do

Indicativo

Aceita-se a grafia para representar o pretérito

perfeito

amamos amamos amámos

cantamos cantamos cantámos

dançamos dançamos dançámos

louvamos louvamos louvámos

É facultado o uso do acento da palavra 'fôrma' (substantivo) para diferenciar da palavra 'forma' (substantivo e verbo 'formar').

Page 13: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação gráfica:

QUADRO RESUMIDO

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

REGRA NOVA

EXEMPLOS

ATENÇÃO!

Como era Como fica

Não se acentuam

mais os ditongos abertos < ei > e

< oi > das palavras

paroxítonas.

andróide,

estóico, geléia,

heróico, idéia, platéia

androide,

estoico, geleia,

heroico, ideia, plateia

O acento

permanece:

1) Nas palavras

oxítonas, mesmo que

ocorram os ditongos abertos

< ei > e < oi >, como em:

‘hotéis’, ‘heróis’, ‘papéis’, ‘troféu’,

‘troféus’;

2) Nas

paroxítonas terminadas em

< r >, como

‘blêizer’, ‘contêiner’,

‘destróier’, ‘gêiser’;

3) Nos monossílabos

tônicos: ‘dói’, ‘méis’, ‘réis’,

‘sóis’.

Não se acentuam mais o < i > e o

< u > tônicos

quando vierem depois de

ditongos em palavras

baiúca

bocaiúva, cauíla, feiúra

baiuca,

bocaiuva, cauila, feiura

O acento

permanece:

1) nas palavras

oxítonas em que o < i > e o < u

> aparecem em posição final,

seguidos ou não

Page 14: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

paroxítonas. de < s >, tal

como em ‘Piauí’ e ‘tuiuiús’;

2) nas

paroxítonas em que o < i > e o

< u > não vêm depois de

ditongo, como acontece em

‘juíza’, ‘uísque’, ‘ruína’ e ‘saúva’.

Não se acentuam

mais as palavras

terminadas em < eem > e < oo >.

abençôo,

crêem, enjôo,

lêem, perdôo, vêem

abençoo, creem, enjoo,

leem, perdoo, veem

Não se acentua mais o < u >

tônico precedido de < g > ou < q

> na conjugação de verbos como

arguir, redarguir, apaziguar,

obliquar e averiguar.

apazigúe,

argúi, averigúe,

obliqúe

apazigue,

argui, averigue,

oblique

Não se usa mais o

acento diferencial em: ‘pára/para’,

‘péla/pela’, ‘pêlo/pelo’,

‘pólo/polo/pôlo’, ‘péra/pêra’.

“Ela pára o

carro”;

“Foi ao

mercado comprar

pêra”;

“Viajaram ao

pólo Norte”;

“O cachorro

estava com o

pêlo macio”

“Ela para o

carro”:

“Foi ao

mercado comprar

pera”; “Viajaram ao

polo Norte”;

“O cachorro

estava com o

pelo macio”.

Permanecem os

seguintes acentos:

1) o que diferencia ‘pode’

(verbo ‘poder’,

3ª pessoa do Presente do

indicativo) de ‘pôde’ (verbo

‘poder’, 3ª pessoa do

Pretérito Perfeito do indicativo);

2) o que diferencia ‘por’

(preposição) de

Page 15: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

‘pôr’ (verbo);

3) o que diferencia o

singular do

plural na 3ª pessoa do

Presente do Indicativo dos

verbos ‘ter’ e ‘vir’ e seus

derivados, tais como ‘manter’,

‘reter’, ‘deter’, ‘conter’, ‘convir’,

‘intervir’, ‘advir’ etc.:

ele mantém/ eles mantêm;

ele detém/eles

detêm; ele intervém/eles

intervêm.

Devido à

duplicidade articulatória

observada em certas regiões,

admite-se tanto o acento agudo como

o acento circunflexo

em algumas palavras oxítonas

terminadas em < e > tônico.

‘bebê ou bebé’; ‘bidê ou

bidé’, ‘caratê ou caraté’; ‘guichê ou guiché’; ‘nenê

ou nené’

São facultativos:

1) o acento circunflexo nas

palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’; e

2) o acento circunflexo para

diferenciar as palavras ‘forma’ (substantivo e verbo ‘formar’)

e ‘fôrma’ (substantivo).

Page 16: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Para fins de diferenciação, é

facultativo o uso do

acento agudo nas formas verbais

paroxítonas do pretérito perfeito

do indicativo, na 1ª pessoa do plural,

quando coincidirem com a forma verbal

correspondente do presente do

indicativo.

‘amamos ou amámos’;

‘cantamos ou cantámos’;

‘louvamos ou louvámos’

Complementando os estudos

Módulo II - Unidade 1

Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.

Page 17: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Unidade 2 - O emprego do hífen

O termo deriva do grego hýphen (juntos, juntamente). O vocábulo chegou ao

português pelo latim tardio hyphen, que, frise-se, manteve o < h > na grafia,

muito embora essa letra já não fosse pronunciada.

O hífen, como garante a sua origem, existe para unir e não para “separar”.

Ainda quando “separa”, para evitar a criação de uma sílaba indesejada e,

assim, indicar uma melhor pronúncia, como em ‘mal-humorado’, ‘pan-

hospitalar’, ‘sub-reino’, a sua simples presença preserva a “unidade semântica

e sintagmática” do vocábulo, expressão usada no Novo Acordo Ortográfico.

Eis os casos em que, segundo o Novo Acordo Ortográfico da língua

portuguesa, emprega-se o hífen:

1) Nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais,

estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento.

abóbora-menina fava-de-santo-inácio

cobra-d’água

bênção-de-deus andorinha-

grande

lesma-de-

conchinha

bem-me-quer cobra-capelo bem-te-vi

couve-flor formiga-branca tartaruga-

marinha

erva-do-chá andorinha-do-mar

ervilha-de-

cheiro

Page 18: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Tendo em vista que, nestes casos, ora se utilizava o hífen, ora não, o Acordo uniformizou a grafia.

anti-higiênico pré-história

arqui-hipérbole extra-humano

contra-harmônico semi-hospitalar

circum-hospitalar geo-história

pan-helenismo sub-hepático

eletro-higrômetro neo-helênico

mini-hospital super-homem

2) O Acordo define que o hífen só será usado em palavras formadas por

prefixos ou falsos prefixos, nos seguintes casos:

2.1 Quando o segundo elemento começa por < h >.

Não se usa o hífen em informações que contenham os prefixos < des > e < h > e nas quais o segundo elemento perdeu o < h > inicial: 'desumano', 'desumidificar', 'inábil', 'inumano', etc.

Page 19: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Pág. 2

Exceção: ‘subumano’, em que ‘humano' perde o < h >. O Vocabulário

Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras,

também registra forma 'sub-humano'.

2.2 Quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo coincidir com a vogal inicial

do segundo elemento da composição.

anti-ibérico

micro-ondas

auto-observação

micro-organismo

contra-almirante

semi-intensivo

infra-axilar

supra-auricular

Page 20: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

2.3 Nos compostos formados pelos prefixos ‘ex’, ‘sota’, ‘soto’, ‘vice’ e ‘vizo’.

ex-almirante sota-piloto

soto-mestre

vice-reitor vizo-rei

ex-hospedeira vice-

presidente

ex-diretor

ex-primeiro-

ministro-ministro

2.4 Em palavras formadas pelos prefixos ‘circum’ ou ‘pan’ seguidos de palavras

iniciadas em vogal, < m > ou < n >.

circum-escolar pan-mágico

circum-navegação pan-africano

pan-americano

pan-negritude

Page 21: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

2.5 Quando os prefixos ‘hiper’, ‘inter’ e ‘super’ formar compostos com palavras

iniciadas por < r >.

hiper-realista inter-racial super-resistente

hiper-requintado inter-regional super-revista

hiper-resistente inter-relação

3) Para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares

do tipo:

divisas: ‘Liberdade-Igualdade-Fraternidade’

trajetos e percursos: ‘ponte Rio-Niterói’, ‘trecho São Paulo-Santos’;

em que se opões relações e noções: ‘professor-aluno’,

‘ensino-aprendizagem’.

4) Nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que

representam formas adjetivas, como < açu >, < guaçu > e < mirim >, e quando

a vogal final do primeiro elemento é acentuada graficamente ou quando a

pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos:

Page 22: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

amoré-guaçu

anajá-mirim

andá-açu

capim-açu

Ceará-mirim

tamanduá-mirim

5) Nos compostos formados com os advérbios ‘bem’ e ‘mal’ quando estes

formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmática e

semântica.

bem-aventurado mal-acabado

bem-estar mal-adaptado

bem-humorado mal-afortunado

bem-criado mal-amado

bem-ditoso mal-educado

bem-educado mal-estar

bem-falante mal-curada

bem-mandado mal-entendido

bem-nascido mal-humorado

bem-vindo mal-intencionado

Page 23: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Pág. 3

1) Prefixo < mal->:

Usa – se o hífen com o prefixo < mal->, quando a palavra seguinte começar por

vogal ou então pelas consoantes < h > ou < l >.

Exemplos: mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-

limpo.

Nos outros casos, escreve-se sem hífen:

Exemplos: malcriado, malcomportado, malcheirosos, malfeito, malsucedido,

malvisto.

Quando “mal” significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento

de ligação.

Exemplo: mal-francês.

Se houver elemento de ligação, escreve-se sem hífen.

Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.

Page 24: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

2) Prefixo < bem- >:

De modo geral, usa-se o hífen nos compostos com o prefixo < bem- >.

Exemplos: bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido,

bem-nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto.

Há, contudo, vários casos em que < bem > se liga sem hífen à palavra

seguinte, quer ele tenha ou não vida á parte.

Exemplo: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto, benquerença, etc.

Regra de ouro:

Para não correr o risco de errar, é aconselhável consultar o dicionário, que

determina qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos são as palavras

“malmequer” (consagra sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen).

Pág. 4

Page 25: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

1) Nos compostos formados por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal em

combinação com palavra iniciada por < r > ou < s >, que, nesses casos, são

dobrados.

Como era

Como deve ser

ante-sala

antessala

auto-retrato

autorretrato

anti-social

antissocial

contra-senso

contrassenso

ultra-sonografia

ultrassonografia

Page 26: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

supra-renal

suprarrenal

Observação: A medida uniformiza várias exceções antes existentes.

2) Nos compostos, quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo é diferente

da vogal inicial da palavra com a qual se combinam.

Como era Como deve ser

anti-aéreo antiaéreo

anti-americanismo antiamericanismo

auto-afirmação autoafirmação

auto-ajuda autoajuda

infra-estrutura infraestrutura

neo-impressionista neoimpressionista

3) Nos compostos que, devido ao uso, perderam a noção de composição.

Como era Como deve ser

manda-chuva mandachuva

pára-quedas paraquedas

- -

Page 27: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Observação:

O Novo Acordo incluiu “paraquedas” e derivados ("paraquedista" e

"paraquedismo") entre os casos de "compostos que, devido ao uso, perderam a

noção de composição" (veja o art. 1º da Base XV do Acordo) e deixou de fora

os demais compostos com a forma verbal "para": para-choque, para-lama,

para-raio, para-vento, para-brisa, para-sol. Tanto que o Vocabulário Ortográfico

da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, assim

registra essas palavras. Antes do Novo Acordo, tanto “pára-quedas” como

“pára-choque”, "pára-lama" e demais compostos dessa natureza tinham hífen e

o acento diferencial em "pára", para diferenciar a forma conjugada do verbo

"parar" da preposição "para". Tendo em vista que o Novo Acordo eliminou esse

acento diferencial da forma verbal "para", os substantivos compostos com tal

elemento também perderam o acento.

4) Nos compostos que apresentam elementos de ligação.

pé de moleque

pé de vento

pai de todos

dia a dia

fim de semana

cor de vinho

ponto e vírgula

camisa de força

Page 28: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

cara de pau

olho de sogra

Observação: Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração,

como: ‘maria vai com as outras’, ‘leva e traz’, ‘diz que diz que’, ‘deus me livre’,

‘deus nos acuda’, ‘cor de burro quando foge’, ‘bicho de sete cabeças’, ‘faz de

conta’.

Exceções (7): ‘água-de-colônia’, ‘arco-da-velha’, ‘cor-de-rosa’, ‘mais-que-

perfeito’, ‘pé-de-meia’, ‘ao deus-dará’, ‘à queima-roupa’.

Pág. 5

5) Nas formações com o prefixo < co >, este se une diretamente ao segundo

elemento, mesmo quando este se inicia por < o > ou < h >.

coobrigação

coedição

coeducar

cofundador

coabitação

coerdeiro

corréu

corresponsável

coocorrência

Page 29: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Observação: Dobra-se o < r > inicial do segundo elemento.

6) Nos vocábulos formados pelos < pre > e < re >, mesmo diante de palavras

começadas por < e >.

preexistente

preelaborar

reescrever

reedição.

Observação: Como o acento do prefixo < pré > é praticamente imperceptível

em algumas palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é

sempre bom consultar o dicionário.

7) Não se usa o hífen na formação de locuções com o advérbio ‘não’.

(acordo de) não agressão

(reservado para) não fumantes

Observação: O Acordo Ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra

‘não’ tem valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não

violência’, ‘não participação’, ‘não governamental’ etc.

Divisão silábica e translineação

Page 30: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Na divisão silábica, quando da translineação de uma palavra composta ou de

uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a partição

coincidir com o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza

gráfica, repetir o hífen no início da linha imediata:

Exemplos:

“O comandante da polícia é um ex-

-capitão do Exército”

“Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-

-los-emos na próxima semana.”

Ou

“Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-los-

-emos na próxima semana.”

O carro do presidente era seguido de perto pelo do vice-

-presidente.”

Page 31: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Pág. 6

NÃO SE USA O HÍFEN:

Regra

Exemplos

Observações

Em palavras compostas que apresentam elementos de ligação.

pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de

vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra, mão de

obra.

Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração. Ex.: Maria vai

com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor

de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.

* Exceções (7): água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,

pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra

palavra.

autoajuda, autoestrada, autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico,

superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo.

Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por < r > ou < s >,

dobram-se essas letras.

contrarrelógio, minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.

Page 32: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Quando o prefixo < co- > juntar-se com o segundo elemento, mesmo quando

este se inicia por < o > ou < h >.

coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu,

corresponsável, coocorrência.

Com os prefixos < pre- > e < re- >, mesmo diante de palavras começadas por <

e >.

preexistente, preelaborar, reescrever, reedição.

Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras,

como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o

dicionário.

Na formação de compostos começados por ‘não’.

(acordo de) não agressão

(reservado para) não fumantes.

O acordo ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra "não" tem

valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não violência’,

‘não participação’, ‘não governamental’ etc.

Pág. 7

USA-SE O HÍFEN:

Regra

Page 33: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Exemplos

Observações

Com os prefixos < circum- > e < pan- >, quando o segundo elemento começa

por vogal, < h >, < m > ou < n >.

circum-navegação, pan-africano;

Com os prefixos < hiper- >, < inter- > e < super- >, quando o segundo elemento

começa por < r >.

hiper-realista e super-resistente

Quando o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra

palavra.

micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional, infra-axilar

Nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.

guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-

ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.

Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição,

como ‘girassol’, ‘madressilva’, ‘mandachuva’, ‘pontapé’, ‘paraquedas’,

‘paraquedista’, ‘paraquedismo’.

Em palavras onomatopeicas (isto é, que representam ruídos ou sons naturais)

que são compostas, mas não apresentam elementos de ligação.

reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom,

pingue-pongue, zigue-zague, bi-bi, fom-fom, tim-tim (tim-tim por tim-tim).

Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras,

como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o

dicionário.

Nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.

queda-d'água, gota-d'água, copo-d'água.

Page 34: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes de lugares) que

apresentam ou não elementos de ligação.

belo-horizontino (Belo Horizonte);

porto-alegrense (Porto Alegre);

mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul); rio-grandense-do-norte (Rio

Grande do Norte)

Nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de

plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.

bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-

serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino,

peroba-do-campo, cravo-da-índia.

Não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e

zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença

de sentido entre os pares: 1) arroz-do-campo (certo tipo de erva) e arroz de

festa (alguém que está sempre presente em festas). 2) bico-de-papagaio

(espécie de planta ornamental) e bico de papagaio (deformação nas vértebras).

3) olho-de-boi (espécie de peixe) e olho de boi (selo postal).

Diante de palavra começada por < h >.

anti-higiênico, sub-hepático, super-homem, sobre-humano.

Exceção: ‘subumano’

Com o prefixo < sub- >, usa-se o hífen também diante de palavra começada

por < b > e < r >.

sub-base, sub-bibliotecário, sub-região, sub-reitor, sub-regional.

Com os prefixos < ex- >, < sem- >, < além- >, < aquém- >, < recém- >, < pós-

>, < pré- >, < pró- >, < vice- >.

ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação,

pré-vestibular, pró-europeu, vice-rei.

A dúvida, nesse caso, é sempre comum. Como o acento nos prefixos < pré- >,

< pós- > e < pró- > é praticamente imperceptível na fala, em algumas palavras,

Page 35: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, muitos não sabem se o hífen deve ou

não ser usado. Assim, também aqui é sempre bom consultar o dicionário.

Com o prefixo < mal- >, quando a palavra seguinte começar por vogal, < h > ou

< l >.

mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.

* Nos outros casos, escreve-se sem hífen: malcriado, malcomportado,

malcheiroso, malfeito, malsucedido, malvisto.

* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento

de ligação. Ex.: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem

hífen. Ex.: mal de lázaro, mal de sete dias.

Com < bem- >, de modo geral, nos compostos.

bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem-

nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto.

* Mas há vários casos em que bem se liga sem hífen à palavra seguinte. Ex.:

benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto.

Regra de ouro:

Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a

noção de composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina

qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras

malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen).

Complementando os estudos

Módulo II - Unidade 2

Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em

Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.

Page 36: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Jogo do hífen

Para jogar, acesse o link:

http://educarparacrescer.abril.com.br/regras-hifen/index.shtml

Consulte também:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23

Unidade 3 - Composição do alfabeto

Uma inovação que o texto de unificação ortográfica de 1990 apresenta, logo na

Base I, é a apresentação do alfabeto, acompanhado das designações que

usualmente são dadas às diferentes letras.

No alfabeto português passam a figurar também as letras < k >, < w > e < y >,

pelas seguintes razões:

a) Os dicionários da língua já registram estas letras, apresentando um

razoável número de palavras do léxico português iniciado por elas;

b) Na aprendizagem do alfabeto é necessário fixar qual a ordem que elas

ocupam; e

c) Nos países africanos de língua oficial portuguesa existem muitas palavras

que são grafadas com elas.

Page 37: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Apesar da inclusão no alfabeto das letras < k >, < w > e < y >, mantiveram-se

as regras já fixadas anteriormente quanto ao seu uso restritivo, uma vez que

existem outros grafemas com o mesmo valor fonético daquelas.

Ocorre que se, de fato, fossem abolidas as restrições quanto ao uso das letras

< k >, < w > e < y >, provavelmente seria introduzido no sistema ortográfico

português mais um fator de perturbação, ou seja, a possibilidade de

representar indiscriminadamente por aquelas letras, fonemas que são

transcritos por outras.

O alfabeto passa a ter 26 letras com a reintrodução das letras < k >, < w > e < y

>, largamente utilizadas na escrita de símbolos de unidades de medida, como

km (quilômetro) e W (watt), e em palavras de origem estrangeira, como show,

windsurf e playboy.

Pág. 2

A Base I do Acordo Ortográfico trata do alfabeto e dos nomes próprios

estrangeiros e seus derivados:

1) O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas

com uma forma minúscula e outra maiúscula:

Observação:

a) Além dessas letras, usam-se o < ç > (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos:

< rr > (erre duplo), < ss > (esse duplo), < ch > (cê-agá), < lh > (ele-agá), < nh >

(ene-agá), < gu > (guê-u) e < qu > (quê-u).

Page 38: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

b) Os nomes das letras acima sugeridos podem ser designados de outras

formas.

2) As letras < k >, < w > e < y > usam-se nos seguintes casos especiais:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin,

frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron,

byroniano; Taylor, taylorista;

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,

kuwaitiano; Malawi, malawiano;

c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de

medida de curso internacional: TWA, KLM; K (de kalium – potássio), W (West –

oeste); kg (quilograma); km (quilômetro); kW (kilowatt); yd (yard – jarda); Watt.

3) Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos

derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros, quaisquer

combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que

figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersônia,

de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare.

Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em

casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de

fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/ bunganvílea/bougainvíllea).

4) Os dígrafos finais de origem hebraica (< ch >, < ph > e < th >) podem

conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, como ‘Baruch’, ‘Loth’,

‘Moloch’, ‘Ziph’, ou então simplificar-se: ‘Baruc’, ‘Lot’, ‘Moloc’, ‘Zif’.

Page 39: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, for invariavelmente

mudo, elimina-se, como em ‘José’ e ‘Nazaré’, em vez de ‘Joseph’ e ‘Nazareth’;

e se algum deles, por força do uso, permitir adaptação, substitui-se, recebendo

uma adição vocálica: ‘Judite’, em vez de ‘Judith’.

5) As consoantes finais grafadas (< b >, < c >, < d >, < g > e < h >) mantêm-se,

quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as

consagrou, nomeadamente antropônimos e topônimos da tradição bíblica:

‘Jacob’, ‘Job’, ‘Moab’, ‘Isaac’; ‘David’, ‘Gad’; ‘Gog’, ‘Magog’, ‘Bensabat’,

‘Josafat’.

Integram-se também nessa forma: ‘Cid’, em que o < d > é sempre pronunciado;

‘Madrid’ e ‘Valhadolid’, em que o < d > ora é pronunciado, ora não; e ‘Calcem’

ou ‘Calicut’, em que o < t > se encontra nas mesmas condições. Nada impede,

entretanto, que os antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante

final ‘Jó’, ‘Davi’ e ‘Jacó’.

6) Recomenda-se que os topônimos de línguas estrangeiras se substituam,

tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e

ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso

corrente.

Exemplos: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo;

Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano,

por Milão; München, por Muniche; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc.

Pág. 3

Emprego de maiúsculas e minúsculas

Se compararmos as disposições do Novo Acordo com o que está definido no

Formulário Ortográfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou

uma simplificação quanto ao emprego das letras maiúsculas.

Page 40: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Uso restrito:

· Aos antropônimos reais ou fictícios: Maria, José, Dom Quixote, Sancho

Pança;

· Aos topônimos reais ou fictícios: Belo Horizonte, Pará, Rio de Janeiro,

Lumpalândia, Herzoslováquia;

· Aos nomes de instituições (pessoas jurídicas): Universidade de Brasília,

Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação;

· Aos nomes de seres mitológicos ou antropomorfizados: Júpiter, Netuno,

Minerva; Saci Pererê;

· Aos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano-novo;

· Às designações dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a

grandes regiões do Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente;

· Às siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU;

· Às iniciais de abreviaturas: ‘Sr.’, ‘Gen.’, ‘V. Exª’; e

· Aos títulos de periódicos: Diário do Povo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo.

Uso facultativo:

Page 41: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

· Nas citações bibliográficas, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles

obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas: O Primo Basílio ou O primo

Basílio; Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala, Memórias

Póstumas de Braz Cubas ou Memórias póstumas de Braz Cubas.

· Nos pontos cardeais e colaterais ordinários, mas não nas suas abreviaturas:

norte, sul, leste, mas SW, SE, N etc.

· Nos axiônimos (formas de tratamento e reverência) e hagiônimos (nomes

sagrados e que designam crenças religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro;

Doutora Marta ou doutora Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo;

Magnífico Senhor Reitor ou magnífico senhor reitor; Santa Cecília ou santa

Cecília; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI.

· Nos nomes que designam domínios do saber ou disciplinas: Medicina ou

medicina, Matemática ou matemática, Arte Renascentista ou arte

renascentista.

· Nas categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios: Rua/rua

Teodoro Sampaio, Igreja/igreja de Santa Efigênia, Edifício/edifício Copasa etc.

No particular, nem o Acordo Ortográfico em vigor, nem o Formulário Ortográfico

Brasileiro foram suficientemente explícitos ao tentarem estabelecer normas e

critérios para o emprego das iniciais maiúsculas.

Tanto é assim que o Acordo lança, ao final do trema, a seguinte observação:

“Obs: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam

a que obras observem regras próprias, provinda de código ou normalizações

específicas (terminologias antropológica, geológica, biológica, botânica,

zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras

reconhecidas internacionalmente.”

Page 42: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Ainda assim, vale observar certas tendências.

- O emprego de maiúsculas em excesso, assim como dos negritos, dos

sublinhados ou dos destaques, deve ser evitado, pois “polui" o texto.

- A tendência é, pois, a seguinte:

a) mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúsculas;

b) mais modernidade, menos “poluição" gráfica, mais simplicidade: minúsculas.

A mídia é uma fonte inesgotável de criação de tendências, formulando, para

cada caso, normas próprias.

Nunca se pode, no entanto, esquecer a regra taxativa que preceitua o emprego

obrigatório de inicial maiúscula nos substantivos próprios de qualquer natureza.

Complementando os estudos

Módulo II - Unidade 3

Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em

Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.

Page 43: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Unidade 4 - Eliminação do trema

Objeto da Base XIV, o TREMA, ou sinal de diérese (divisão de duas vogais

adjacentes em duas sílabas), é inteiramente suprimido em palavras

portuguesas ou aportuguesadas, permanecendo, contudo, em nomes próprios

estrangeiros e derivações: ‘Hübner’, ‘hüberiano’, ‘Müller’, ‘mülleriano’.

Empregado em diversas línguas, o trema ocorre para:

a) indicar alteração do som regular ou ordinário de uma vogal;

b) indicar, em encontros vocálicos, que a vogal átona não formava ditongo com

a anterior;

c) dar identidade própria a determinada letra;

d) assinalar a independência de uma vogal em relação a uma vogal anterior.

Page 44: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

No português, o trema era o diacrítico que se empregava sobre a letra < u >,

quando átona, para indicar que ela deveria ser pronunciada nos grupos < gue

>, < gui >, < que >, < qui >.

Histórico do trema

O trema foi extinto da língua portuguesa pela segunda vez!

Sim; até 1971, ainda que pouco difundido, era facultado o uso do trema para

indicar hiatos átonos. Dessa forma, podíamos encontrar o trema sobre o < u >

e até sobre o < i > em palavras como ‘païsinho’ e ‘paraïbano’, para indicar a

pronúncia do hiato pa-i-si-nho (diminutivo de país) e pa-ra-i-ba-no.

Como recurso poético, para estender a métrica da palavra ‘saudade’, era

possível encontrar a grafia ‘saüdade’ (sa-u-da-de).

Entretanto, justamente por ser de emprego facultativo e ainda porque em todas

as línguas impera o princípio do menor esforço (gráfico e oral), o uso do trema

na representação de hiatos átonos, de tão raro, acabou caindo no

esquecimento. Com a reforma ortográfica de 1971, acabou-se por extinguir o

uso do trema nesses casos.

Entretanto, a partir da década de 70, maus articulistas e outros não muito

dedicados autores generalizaram o equívoco de que, com a reforma recém-

implantada, o trema havia sido abolido definitivamente da língua pátria, como

de resto já ocorrera em Portugal desde 1945.

Page 45: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Pág. 2

Pronúncia das palavras afetadas

Mesmo com o fim do trema, não haverá modificação na pronúncia das

palavras.

O Novo Acordo garante o direito de se manter a grafia original com o trema nos

casos de nomes próprios, de empresas e de marcas com registro público.

Observações:

a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que

recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a

letra < u >.

b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra < u > estava seguida

de “o” ou “a”, como em ambíguo, longínquo, averiguar, adequado etc.

c) Se a letra < u >, antes de < e > ou < i >, fosse pronunciada e tônica,

devíamos usar acento agudo em vez do trema, tal como em “que ele averigúe”,

Page 46: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

“que eles apazigúem”, “ele argúi”, “eles argúem” etc. Este acento também foi

abolido, como vimos anteriormente.

Complementando os estudos

Módulo II - Unidade 4

Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em

Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.

Exercícios de Fixação - Módulo II

Parabéns! Você chegou ao final do ultimo módulo do curso Conhecendo o

Novo Acordo Ortografico.

Sugerimos que você faça uma releitura do Módulo IV e resolva os Exercícios

de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como

oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a

plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!

Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no

Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber

a sua certificação de conclusão do curso.

Page 47: Conhecendo o novo acordo ortográfico   módulo ii

Conclusão do Curso

O curso Conhecendo o Novo Acordo Ortográfico foi concebido para lhe

fornecer um conjunto de informações e conhecimentos que auxiliem sua

atuação profissional.

É importante que você, comprometido como esteve com o curso que lhe foi

proposto, tenha atingido os objetivos de aprendizagem, os quais repetimos

abaixo com a intenção de enfatizar sua importância:

Dominar o contexto do novo acordo ortográfico, a presença da língua

portuguesa no mundo, as alterações no nosso dicionário e também um breve

histórico do acordo ortográfico.

Conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen, e a composição

e eliminação do trema.

Esperamos que você esteja satisfeito com o curso e que o conteúdo

apresentado seja efetivamente útil ao seu desempenho profissional e o ajude a

aumentar a credibilidade de sua organização, de seu setor de trabalho, de sua

equipe.

Igualmente, esperamos que as informações disponibilizadas no curso sirvam

de instrumentos de crescimento pessoal, o que é diretamente proporcional ao

crescimento da organização em que você trabalha.

Ah! Lembre-se que para realizar a Avaliação Final, você deverá realizar todos

os Exercícios de Fixação, ao final de cada módulo.

Para realizar a Avaliação Final, basta passar para a página seguinte.

Boa sorte!