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QUINTAS DE DEBATE
1 D E A B R D E 2 0 1 0
CONSELHO NACIONAL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (CNCS) CONDENA POSIÇÃO DE GOVERNADOR DA HUILA
Atendendo à importância do assunto, decidimos transcrever o texto recebido de:
__________________________
CONSELHO NACIONAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (CNCS-ANGOLA)
quinta-feira, 1 de Abril de 2010
DELIBERAÇÃO GENÉRICA/MARÇO 2010
D E L I B E R A Ç Ã O
O Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) reunido em sessão plenária no
dia 26 de Março de 2010 e como resultado da apreciação feita ao desempenho dos
diferentes órgãos de informação, no âmbito das suas competências, achou por bem
aprovar e tornar pública a seguinte deliberação:
1- Condenar a posição obstrucionista assumida na cidade do Lubango pelo
Governador da Huíla, o Sr. Isaac Maria dos Anjos, por ter proibido que fosse feita a
cobertura televisiva das demolições levadas a cabo pela sua administração, um
acontecimento de relevante interesse público.
2- O CNCS considera que o Sr. Governador da Huíla impediu, com este
comportamento, o exercício do direito à informação que a todos constitucionalmente
assiste e a este Conselho cumpre legalmente assegurar, sem prejuízo do disposto no
artigo 76 da Lei de Imprensa.
3-Na sequência do contraditório tratamento mediático dispensado à visita privada
efectuada pelo Vice-Presidente da República, Sua Excelência Fernando da Piedade
Dias dos Santos, a Londres, o Conselho sustenta que a melhor forma de se evitar a
especulação na imprensa é o fornecimento por parte das fontes oficiais, e em tempo
oportuno, de toda a informação relevante.
4- À semelhança do que se passa noutras latitudes, o estado de saúde dos altos
dirigentes de um país já é claramente uma matéria de interesse público, sendo por
isso legítima a atenção que a imprensa dedica a este tipo de informação.
5-O CNCS lamenta que uma vez mais uma sua deliberação tenha sido censurada,
como aconteceu com o conteúdo da notícia que a ANGOP produziu relativa à
deliberação do mês de Fevereiro, ao ignorar-se completamente o seu primeiro ponto
relacionado com o conflito entre a polícia e os ardinas em Luanda.Esta deliberação foi
aprovada em sessão plenária ordinária do Conselho Nacional de Comunicação Social,
que contou com a presença dos Conselheiros:
António Correia de Azevedo – Presidente
Lucas Manuel João Quilundo
Dario Mendes de Melo
David João Manuel Nkosi
Mbuta Manuel Eduardo
Joaquim Paulo da Conceição
Francisco Alexandre Cristóvão da Silva
Armando Garcia Benguela
Narciso de Almeida Pompílio
Oliveira Epalanga Ngolo
Armando Chicuta Calumbi
Sebastião Roberto de Almeida da Conceição
Reginaldo Telmo Augusto da Silva
Rosalina da Rocha António Mateta
Lucília de Oliveira Palma Gouveia
CONSELHO NACIONAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, em Luanda, aos 26 de Março
de 2010.
-O PRESIDENTE,
António Correia de Azevedo.
PUBL ICADA POR JOSÉ PATROCÍNIO EM 17:41
QUINTAS DE DEBATE
1 D E A B R D E 2 0 1 0
OMUNGA SOLICITA DIREITO DE RESPOSTA À RÁDIO BENGUELA
REFª: OM/ 077 / 10
Lobito, 01 de Abril de 2010
COMUNICADO
OMUNGA SOLICITA DIREITO DE RESPOSTA À RÁDIO BENGUELA
A OMUNGA, em carta endereçada à direcção da Emissora Regional de Benguela,
solicitou, na base do direito de resposta, uma entrevista em directo para o programa
ROTEIRO DA MANHÃ daquela estação emissora, a partir das 08.00 horas de 02 de
Abril de 2010 (sexta-feira).
A solicitação prende-se com uma entrevista feita, naquele espaço, a Branco Lima,
assessor da direcção provincial do ministério do Interior, em Benguela, a 26 de Março
de 2010.
Nessa entrevista, Branco Lima tentou argumentar, de forma incorrecta, sobre os
motivos do Governo Provincial de Benguela ter proibido a realização da marcha
“NÃO PARTAM A MINHA CASA” marcada para 25 de Março de 2010 e promovida
pela OMUNGA.
A OMUNGA considera que os argumentos apresentados por Branco Lima, para além
de não coincidirem, grandemente, com a verdade, mancham ainda o bom nome e a
reputação desta associação.
José António Martins Patrocínio
Coordenador
PUBL ICADA POR JOSÉ PATROCÍNIO EM 13:40
PAREM A VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA
Bairro da Luz, Rua da Bolama, n.º 2 – Lobito – Angola Tel/Fax: (+244) 272 221 535, 917 212 135, 929 70 63 06 E.mail: [email protected] ou [email protected]
http://quintasdedebate.blogspot.com
Observador da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Prémio Nacional de Direitos Humanos “Organização da Sociedade Civil” - 2009
REFª: OM/ 083 / 10 Lobito, 05 de Abril de 2010
C/c: Exmo. Sr. Presidente da República – LUANDA
Ao
Exmo. Sr. Ministro da Administração do Território Do Governo de Angola Att: Exmo. Sr. Bornito de Sousa
L U A N D A
ASSUNTO: CARTA ABERTA SOBRE DEMOLIÇÕES E DESALOJAMENTOS FORÇADOS EM ANGOLA
Exmo. Sr. Ministro
A OMUNGA vem por este meio e publicamente demonstrar a sua congratulação com o facto do Exmo. Sr. Ministro, em representação de Sua Ex.ª Sr. Presidente da República, ter pedido desculpas às mais de 2000 famílias que foram vitimas das últimas demolições na cidade do Lubango. Este posicionamento demonstrado no acto central do 04 de Abril, em Menongue, é o reconhecimento por parte do executivo angolano, em especial realce do Exmo. Sr. Presidente da República, da flagrante violação de direitos humanos ocorrida com as referidas demolições.
A OMUNGA, através da campanha “NÃO PARTAM A MINHA CASA” tem vindo a chamar à atenção das diferentes autoridades e da comunidade nacional e internacional para as condições sub humanas para as quais foram atirados estes milhares de cidadãos. Alertou para o facto destas demolições (e tantas outras ocorridas em Angola) violarem a Constituição, a legislação nacional e todos os tratados de direitos humanos.
Gostaríamos mais uma vez lembrar que, no ponto 1 da Observação Geral N.º 7, o Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais:
“Chegou à conclusão de que os desalojamentos forçados são prima facie incompatíveis com os requisitos do Pacto” (entenda-se Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e culturais)
Congratula-se ainda com o compromisso de que nunca mais ocorrerão desalojamentos forçados nas condições verificadas no Lubango.
No entanto, a OMUNGA apela para o facto de que, para além deste pedido de desculpas público, sinal importante e encorajador, e do compromisso de se passar a cumprir a lei em acções futuras, o executivo angolano deve, atendendo à sua responsabilidade:
1 – Apoiar o processo de investigação e de responsabilização criminal e disciplinar de quem dirigiu tal acção;
2 – Implementar as medidas compensatórias justas para apoio às vítimas das demolições do Lubango;
3 – Criar condições dignas e urgentes de reassentamento, incluindo o acesso aos títulos de propriedade, condições de habitabilidade, acesso a serviços e fontes de rendimentos e sobrevivência. Dar especial atenção a grupos mais vulneráveis como crianças, idosos, pessoas com deficiência, mulheres grávidas, etc.;
PAREM A VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA
Bairro da Luz, Rua da Bolama, n.º 2 – Lobito – Angola Tel/Fax: (+244) 272 221 535, 917 212 135, 929 70 63 06 E.mail: [email protected] ou [email protected]
http://quintasdedebate.blogspot.com
Observador da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Prémio Nacional de Direitos Humanos “Organização da Sociedade Civil” - 2009
4 – Criar as condições para que todos os processos jurídicos pendentes de queixas de vítimas de demolições noutras localidades, essencialmente Luanda, venham a concluir na compensação dessas vítimas;
5 – Parar com todas as demolições em Angola até que seja aprovada a legislação apropriada que garanta que a acção de despejo seja a última saída e que defina, especificamente, as circunstâncias relevantes e as salvaguardas para o momento em que a acção de despejo for levada a cabo;
6 – Convidar a Relatora Especial da ONU para o Direito à Habitação Adequada, Sra. Raquel ROLNIK, para que visite o nosso país e possa dar a sua assistência, como parte do esforço para garantir um padrão de vida digno, ao processo de criação ou reforma de legislação e políticas para as adequar aos padrões internacionais;
Por último, lembramos que é do vosso conhecimento que o direito à manifestação de protesto contra as demolições foi duas vezes violado através de impedimento abusivo do Governo provincial de Benguela. A marcha NÃO PARTAM A MINHA CASA foi proibida a 25 de Março de 2010 e voltou a não ser autorizada para 10 de Abril de 2010.
As ameaças públicas proferidas pelo Governo provincial de Benguela através da presença nas ruas de centenas de polícias de intervenção rápida e da leitura de um comunicado nas rádios locais, merece também, por parte do Exmo. Sr. Ministro e de Sua Ex.ª Sr. Presidente, um pronunciamento público condenatório e um pedido de desculpas. Assim, solicitamos:
1 – Que intercedam no sentido de permitir a realização da marcha NÃO PARTAM A MINHA CASA para 10 de Abril de 2010 (sábado) com a concentração marcada para as 13.00 horas e o início às 15.00 horas;
2 – Que publicamente se comprometam com o facto de nunca mais se impedir ou tentar impedir o exercício do direito à reunião e à manifestação, conforme interpretação da Constituição, legislação nacional e tratados internacionais de Direitos Humanos.
Quaisquer informações adicionais, podem-nos ser solicitadas.
José António Martins Patrocínio
Coordenador
QUINTAS DE DEBATE
8 D E A B R D E 2 0 1 0
OMUNGA VAI LEVAR A NAIROBI, DENÚNCIA CONTRA AS DEMOLIÇÕES E VIOLAÇÃO DO DIREITO À MANIFESTAÇÃO
De 15 a 17 de Abril de 2010, realiza-se em Nairobi, capital do Kenya, a II.ª
ConferÊncia Africana "A Responsabilidade dos Actores de Direitos Humanos em
África".
O evento é organizado pelo Institut Arabe des Droits de l'Homme (uma ONG regional
baseada em Tunis), com o apoio da Fundação Ford e em parceria com a Urgent
Action Fund, do Kenya.
A II.ª Conferência visa apresentar as actividades no seio do projecto Human Rights
Spaces (EADH).
O projecto EADH busca através da II.ª Conferência Africana, alcançar os seguintes
objectivos:
- Explorar os deficits, as dificuldades e as perspectivas às quais os actores da
sociedade civil africana têm feito face e a ultrapassar no continente africano;
- Fornecer um espaço para a partilha de informação entre as ONGs africanas de
direitos humanos, propondo iniciativas com vista a reforçar a protecção e a promoção
dos direitos humanos;
- Uma grande representação de ONGs africanas ao nível africano;
- Desenvolvimento de estratégias para a promoção da responsabilidade e da
transparência.
Serão feitas recomendações através do seguintes grupos de trabalho:
- A Justiça de Transição nas Sociedades Pós-Conflictos em África e a Corte Africana
dos Direitos do Homem e dos Povos;
- Os Defensores dos Direitos Humanos em África e o estado de garantia da Liberdade
de Expressão e de Opinião e o Direito à Informação em África;
- Os Direitos da Mulher em África;
- Os Direitos dos Povos Indígenas e os Direitos ao Abrigo e à Terra em África.
A OMUNGA vai estar presente e vai levar as denúncias sobre as demolições,
desalojamentos forçados e expropriações de terras em Angola. Abordará numa
vertente de situação actual, perspectivas e desafios.
Por outro lado, chamará à atenção para a situação de violação dos direitos à
informação e de manifestação, como da violação da liberdade de expressão e opinião.
A apresentação da OMUNGA basear-se-á em casos concretos acompanhados
recentemente especialmente nas províncias de Benguela e Huila.
PUBL ICADA POR JOSÉ P ATROCÍNIO EM 14:12
0 C O M E N T Á R I O S :
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M E M B R O D A
A 5 de Setembro de 2008, realizaram-se as segundas eleições legislativas em Angola.
As urnas deram a maioria ao MPLA, com mais de 80% dos votos.
O desequilíbrio político-partidário resultante e o novo figurino da Assembleia
Nacional, traz grandes desafios à Sociedade Civil (SC) angolana.
Entender o que aconteceu nas últimas eleições e o que deverá ser feito a partir de
agora para a consolidação de um verdadeiro processo democrático, obriga-nos a
alargar o espaço de debate e de participação popular.
As instituições da SC devem assim, assumir-se perante o quadro político,
incentivando a criatividade crítica, o diálogo, a abordagem honesta e actualizada.
Com a ideia de estimular o espaço de debate, o OMUNGA em colaboração com outras
instituições da SC, decidiram levar a cabo um programa de debates consecutivos que
terá o seu início a 13 de Novembro.
QUINTAS DE DEBATES pretende juntar diferentes visões sobre temas da
actualidade como política, economia e sociedade.
V E J A F O T O S D O S D E B A T E S
QUINTAS DE DEBATE
8 D E A B R D E 2 0 1 0
CABINDA SEMRPE SOLIDÁRIA
Dignissimo Amigo,
Desejo mais uma vez manifestar a minha solidariedade para com a marcha “Não
Partam a Minha Casa” para 10 de abril de 2010, em Benguela. O horror das
demolições, a delicada condição dos desalojados, pede uma resposta de protesto da
Sociedade Civil.
Visto que o assunto tem alguma urgência, espero que o Governo de Benguela não vai
persistir na decisão de impedir uma marcha pela Justiça aos desalojados. A Justiça é
a força que vai trazer os angolanos de volta juntos, por forma a condensar a
experiência dispersada durante 35 anos de uma Guerra deshumana que acabou por
desarticular as mentes.
Com os melhores cumprimentos deste teu e sempre
José Marcos Mavungo
PUBL ICADA POR JOSÉ PATROCÍNIO EM 13:38
QUINTAS DE DEBATE
7 D E A B R D E 2 0 1 0
NÃO PARTAM A MINHA CASA MARCADA PARA 10 DE ABRIL DE 2010
REFª: OM/ 085 / 10
Lobito, 07 de Abril de 2010
COMUNICADO
MARCHA CONTRA DEMOLIÇÕES E DESALOJAMENTOS FORÇADOS É
JÁ A 10 DE ABRIL
A OMUNGA vem através da presente divulgar a realização da marcha NÃO
PARTAM A MINHA CASA para 10 de Abril de 2010, em Benguela.
A concentração tem início às 13.00 horas, no parque frente às escolas, junto ao rio
Curinge, partindo às 15.00 horas da designada “rotunda do liceu” (na
avenida Agostinho Neto). Percorrerá a Avenida Agostinho Neto até ao
cruzamento com a Avenida Comandante Kassanje. Irá pela Avenida
Comandante Kassanje até ao cruzamento com a Avenida 10 de Fevereiro.
Em seguida percorrerá a Avenida 10 de Fevereiro até ao Largo de África
(junto ao Cine Monumental) onde terá o seu término.
Quaisquer informações adicionais, podem-nos ser solicitadas.
CEL: 917212135
e-mail: [email protected], [email protected] e
José António Martins Patrocínio
QUINTAS DE DEBATE 8 de Abr de 2010
COHRE, CHRISTIAN AID E OMCT ESCREVEM AO GOVERNADOR DA HUILA
26 Março 2010
Sr. Isaac Maria Francisco dos Anjos
Governador Provincial da Huíla
Fax 00 244 261.22.01.76
Assunto: Despejo forçado de mais de três mil famíliaa cidade do Lubango
- sete ou mais mortes a serem confirmadas - e outros despejos violentos e
ilegais e demolições em Angola
Excelência,
O Centro pelos Direitos à Moradia e contra os Despejos (Centre on Housing Rights
and Evictions, COHRE) é uma organização não-governamental internacional de
direitos humanos com sede em Genebra, na Suíça. COHRE tem status consultivo
junto às Nações Unidas e ao Conselho da Europa e trabalha na promoção e proteção
do direito à moradia adequada para todas as pessoas, em todos os lugares, incluindo
a prevenção ou reparação de despejos forçados. Em parceria com as organizações
internacionais da sociedade civil Ajuda Cristã (Christian Aid) e Organização Mundial
contra a Tortura (World Organisation Against Torture, OMCT), gostaria de chamar a
vossa atenção para os seguintes fatos:
COHRE, Christian Aid e OMCT e nossos parceiros angolanos estão seriamente
preocupados com os casos de despejo forçados envolvendo mais de três mil famílias e
a demolição de casas na cidade de Lubango, província da Huíla, desde o início de
Março de 2010. Sete mortes foram noticiadas durante as demolições. Muitas famílias
despejadas e os seus pertences foram deixados ao relento, onde o mau tempo está a
danificar as suas propriedades e/ou várias famílias estão a compartilhar a mesma
tenda ou barraca.
Não há água, saneamento, comida, serviços médicos e escolas, dando origem a uma
emergência humanitária. À noite, as pessoas desalojadas são assaltadas por bandidos
devido à falta de proteção policial. De acordo com os cidadãos e cidadãs afectados,
estes não receberão qualquer compensação por parte do governo pelos danos
causados e não serão assistidos com materiais de construção para a reconstrução de
suas casas.
Durante o processo de despejo, Vossa Excelência, o governador provincial da Huíla,
interferiu com os media, proibindo-os de cobrir e noticiar os eventos envolvendo as
demolições e despejos.
Há também registo ou ameaças de despejos ilegais e violentos de outros cidadãos e
cidadãs em Benguela, em Luanda, assim como em outros bairros urbanos e em
muitas comunidades rurais pobres em Angola. De fato, COHRE, Christian Aid e
OMCT e nossas organizações parceiras em Angola estão preocupadas com a situação
da moradia, terra e direitos humanos no país. Em fevereiro de 2010, durante a
Revisão Periódica Universal, uma das recomendações ao Estado Angolano foi o de
aumentar a moradia para famílias de baixa renda e criar leis para definir despejo e a
prevenção de despejos ilegais.
A comunidade internacional tem apontado os despejos forçados como uma grave
violação dos direitos humanos, afetando em particular o direito à moradadia
adequada..1 Em seu Comentário Geral número 4, o Comitê das Nações Unidas sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais assegura que “os casos de despejo forçado
são prima facie incompatíveis com as exigências do Pacto Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (ICESCR).2 COHRE, Christian Aid e OMCT
lembram ao Governo Provincial da Huíla, à Administração do Lubango e a todas as
autoridades competentes de Angola que, como Estado signatário do Pacto
Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, é obrigado a respeitar
as obrigações contidas neste tratado internacional, incluindo as obrigações para
respeitar, proteger e realizar o direito à moradia adequada consagrado no Artigo 11.
COHRE, Christian Aid e OMCT gostariam de lembrar às autoridades angolanas que
em termos da lei internacional dos direitos humanos, para que os desalojamentos
sejam considerados legais, estes devem satisfazer requisitos legais como estão
articulados nos Comentários Gerais números 4 e 7 do Comitê dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais.
Despejos não devem resultar em tornar as pessoas desabrigadas ou vulneráveis à
violação de outros direitos humanos. Nas situações nas quais as pessoas afectadas
forem incapazes de prover às suas próprias necessidades, o Governo de Angola deve
tomar todas as medidas necessárias, ao máximo de seus recursos disponíveis, para
assegurar uma habitação alternativa adequada, reinstalação ou acesso à terra
alternativa capaz de sustentar a subsistência da comunidade, conforme o caso. 3
Neste caso, não só o processo de despejo não foi seguido, mas uma emergência criada
por seres humanos foi instalada. O Estado de Angola deve cessar imediatamente as
demolições ilegais na cidade do Lubango e as ameaças de despejo em outras cidades
ou áreas rurais de Angola.
As autoridades do Estado precisam proporcionar alojamento, alimentação, água e
instalações sanitárias para as famílias despejadas, assim como viabilizar plataformas
de diálogos com organizações da sociedade civil angolana e com grupos comunitários,
como indemnização e outras formas que permitam que as famílias possam reiniciar
suas vidas num ambiente em que se sintam confortáveis.
O Estado Angolano deve garantir que os despejos forçados cessem até que as
garantias básicas, legislação e regulamentação sejam colocados em prática em todo o
território e que proteção seja assegurada a todos os Cidadãos e Cidadãs Angolanos.
Pedidos de informação ou respostas eletrônicas devem ser enviadas para
Atenciosamente,
Salih Booker
Directora-Executiva
Centre on Housing Rights and Evictions
Paul Valentin
Director, Departamento Internacional
Christian Aid
Eric Sottas
Secretário Geral
World Organisation Against Torture
C/c:
Presidência da República Angola
Presidência da Assembléia Nacional Angola
Relatoria Especial para o Direito à Moradia Adequada da Organização das Nações
Unidas (ONU)
Presidência da Comissão Africana para os Direitos Humanos e da Pessoa
1 Commission on Human Rights, resolutions 1993/77 and 2004/24.
2 Committee on Economic, Social and Cultural Rights, General Comment 4, The right to adequate
housing, para. 18, (Sixth session, 1991), U.N. Doc. E/1992/23, annex III at 114 (1991), reprinted in
Compilation of General Comments and General Recommendations Adopted by Human Rights Treaty
Bodies, U.N. Doc. HRI/GEN/1/Rev.6 at 18 (2003).
3 Id. at para. 17.
PUBL ICADA POR JOSÉ PATROCÍNIO EM 13:14
AMNESTY INTERNATIONAL PUBLIC STATEMENT
8 April 2010 AI Index: AFR12/006/2010
ANGOLA: Benguela Provincial Authorities must not unreasonably prevent peaceful demonstration.
Amnesty International is calling on the Angolan authorities in the Province of Benguela to allow a peaceful march to take place, planned for this Saturday 10 April, in protest against forced evictions. Amnesty International is concerned about the possibility of the excessive use of force by law enforcement officials during this march following recent statements by the Benguela provincial authorities. The peaceful march entitled, “Don’t push down my house” is being organized by the Angolan human rights organization, Omunga, based in Benguela province. Omunga has been mobilising civil society and individuals to take part in this march since the beginning of March 2010 in protest against forced evictions that have occurred in Huila Province and in solidarity for the victims of these forced evictions. Over 3,000 families were affected by these forced evictions. On 9 March 2010 Omunga informed the Benguela Provincial government of their intention to hold the peaceful march. This notification was given in writing more than three days prior to the march planned for 25 March in accordance with Angolan law. However, the authorities did not permit the march to take place on the basis that the time and route planned for the march were not in accordance with national law. Angolan national law states that demonstrations cannot take place before 19.00 hours during the week or before 13.00 hours on Saturdays. In addition, authorities may prohibit demonstrations that pass within 100 metres of government buildings, prisons, diplomatic and consular buildings or military installations.
On 1 April 2010 Omunga notified the Benguela provincial government of their intention to carry out
the march this Saturday, 10 April at 15.00 hours. This march is to be carried out within the legally
permitted hours and will not pass through the prohibited areas for demonstrations. Despite these
steps the Benguela provincial government has once again refused to allow the march to take place
stating that it is unfounded as there have been no forced evictions in Benguela province.
Amnesty International considers this refusal a violation of the right of individuals to freely express
their opinions and to assemble peacefully. These rights are guaranteed by international human rights
treaties which Angola has ratified, as well as Angola’s new Constitution which was approved earlier
this year. This new Constitution also guarantees the right of all to meet and demonstrate peacefully.
Under international human rights and national laws these rights may only be restricted in accordance
with the law and only in the interest of national security, public order and for the protection of public
health, morals, as well as the rights and freedoms of others. The absence of forced evictions in
Benguela Province does not foreclose the right of civil society in that province to march in protest
against forced evictions in another province and in solidarity for those who have been affected by
these forced evictions. Amnesty International therefore calls upon the Angolan authorities to respect
and protect the right to freedom of expression and peaceful assembly by allowing this peaceful
march to go ahead.
Amnesty International is further concerned about statements made by the Benguela provincial
authorities following the first notification of a planned march. In this statement on 24 March, the
Benguela provincial authority stated that they would not be responsible for any physical or material
injuries that would result from the exercise of their authority if the march planned for 25 March went
ahead. Amnesty International reminds the Angolan authorities of the duty of the state to protect
lives and to ensure that members of the police and other law enforcement officials do not use
unnecessary and/or excessive force. International human rights standards require law enforcement
officials to apply non-violent means as far as possible before resorting to the use of force. Where
lawful use of force is unavoidable, restraint is to be used at all times to minimise damage and injury
and to respect and preserve human life. The requirement to use restraint applies even where
authorities consider a demonstration to be unlawful.
Background Forced evictions – the removal of people against their will from their homes or land which they occupy without providing them access to appropriate forms of legal or other protection - have been carried out in the Angolan capital of Luanda since 2001. At the beginning of March over 3 000 families were forcibly evicted from their homes in Lubango to make way for a railway upgrade. The railway used to link the port of Lobito in Angola to the port of Beira in Mozambique, but fell out of use during the civil war. Those who settled along the railway during the 27-year-long civil war are now being forcibly moved to an area outside the city far from schools and places of work and without amenities. ENDS/
Public Document International Secretariat, Amnesty International, 1 Easton St., London WC1X 0DW, UK www.amnesty.org ****************************************