consequências do excesso de sódio na alimentação dos brasileiros
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O presente documento aborda a relação do consumo excessivo de sódio à hipertensão arterial nos cidadãos brasileiros. Primeiramente, são abordadas as características físicas do sódio e a sua importância para o funcionamento do organismo. Em um segundo momento, através da análise de artigos, tabelas e dados presentes na literatura, é explanada a relação do sal (NaCl) com o aumento da pressão sanguínea, além de tornar claro os tipos de problemas relacionados a esta. E, por último, é estabelecida uma relação da alimentação com os polímeros naturais, a fim de tornar mais claro o entendimento geral.TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR UFRJMAR
INSTITUTO POLITÉCNICO DA UFRJ – UNIDADE CABO FRIO
Curso Técnico de Química – 2º ano
Consequências do Excesso de Sódio na Alimentação dos Brasileiros
por
Filipe Soares Sampaio
Arraial do Cabo, 2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR UFRJMAR
INSTITUTO POLITÉCNICO DA UFRJ – UNIDADE CABO FRIO
Curso Técnico de Química – 2º ano
Consequências do Excesso de Sódio na dos Brasileiros
Monografia apresentada como
exigência para culminância e término
do 2º ano de Química pelo Instituto
Politécnico da UFRJ, sob orientação
do professor Alexander Ventura
Orientador: Prof. Alexander Ventura
Arraial do Cabo, 2010
3
Filipe Soares Sampaio
Conseqüências do Excesso de Sódio na Alimentação dos Brasileiros
Monografia apresentada como exigência para
culminância e término do 2º ano de Química
pelo Instituto Politécnico da UFRJ, sob
orientação dos professores Alexander Ventura e
Maria Gabriella.
Banca Examinadora
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Dedico esta obra aos meus familiares, colegas de classe e
professores que contribuíram com incentivos e mensagens
positivas durante a construção do presente documento.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me abençoado com saúde, disposição e sabedoria durante
o processo de criação deste documento e em todos os momentos da
minha vida.
Aos meus familiares, por terem me incentivado durante toda a vida a dar
sempre o melhor de mim em qualquer circunstância.
Aos meus professores e orientadores, que foram imprescindíveis na
construção do meu conhecimento durante todo o ano letivo.
Aos meus colegas de classe, por terem contribuído com ideias, apoio
moral e bons momentos durante o ano letivo.
6
"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas
hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio
de mudar"
Martha Medeiros
7
Resumo
O presente documento aborda a relação do consumo excessivo de sódio à hipertensão
arterial nos cidadãos brasileiros. Primeiramente, são abordadas as características físicas
do sódio e a sua importância para o funcionamento do organismo. Em um segundo
momento, através da análise de artigos, tabelas e dados presentes na literatura, é
explanada a relação do sal (NaCl) com o aumento da pressão sanguínea, além de tornar
claro os tipos de problemas relacionados a esta. E, por último, é estabelecida uma
relação da alimentação com os polímeros naturais, a fim de tornar mais claro o
entendimento geral.
Palavras-chave: sódio, hipertensão arterial, sal, Brasil, biomoléculas, alimentação,
polímeros
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Abstract
In this paper, it is shown the relation of the excessive intake of sodium and the cases of
arterial hypertension in brazilian citizens. First, it is shown the characteristics of sodium
and its significance to the body. In a second moment, by the analysis of articles, tables
and information available in literature, it is explained the relation between salt (NaCl)
and the increase of blood-pressure, besides clearing up the types of problems related to
it. And, at last, it is established a relation between eating habits and natural polymers, in
order to clarify the general understanding.
Key-words: sodium, arterial hypertension, salt, Brazil, biomolecules, eating habits,
polymers
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003 ............... 14
Tabela 2 – Níveis de hipertensão arterial ................................................................................ 15
Tabela 2 – Padrões de pressão sanguínea para crianças e adolescentes .................................. 19
10
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10
1. O SÓDIO E O ORGANISMO ............................................................................................. 11
1.1 – O que é o sódio? ..................................................................................................... 12
2. A PRESSÃO ARTERIAL E OS SEUS PERIGOS .............................................................. 13
2.1 – O que é a pressão arterial? ..................................................................................... 13
2.2 – A hipotensão arterial .............................................................................................. 14
2.3 – A hipertensão arterial ............................................................................................. 15
2.4 – A hipertensão infantil ............................................................................................. 17
3. AS BIOMOLÉCULAS ......................................................................................................... 18
3.1. Os carboidratos......................................................................................................... 19
3.2 – As proteínas ............................................................................................................ 19
3.3 – O que é o sódio? ..................................................................................................... 19
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 31
11
Introdução
Do período que segue da Revolução Industrial até a atualidade, o comportamento
alimentar segue numa constante mudança. O que antigamente se dava por plantio e
acompanhamento de todas as fases do crescimento do alimento até a sua chegada à
mesa, hoje se dá por produtos embalados e produzidos industrialmente, vendidos em
prateleiras de supermercados. Além disso, refeições já preparadas para serem
consumidas podem ser facilmente encontradas em lanchonetes, restaurantes e outros
estabelecimentos alimentícios (GARCIA, 2003 p. 484). Tal fato possui diversas
justificações, mas a principal é a falta de tempo dos indivíduos do mundo moderno para
o cultivo e preparo dos alimentos em casa, uma vez que os mesmos se encontram
ocupados com tarefas do trabalho e do dia-a-dia.
Segundo matéria publicada na Revista Treino Total, “o maior risco alimentar, na maior
parte do mundo, não são os micróbios, mas os excessos alimentares sob forma de
calorias, açúcares, sal e gorduras”. Os produtos industrializados possuem uma grande
quantidade de substâncias essenciais ao organismo, mas que são encontradas em
quantidades além do necessário, sendo prejudiciais. Além disso, também são
encontradas diversas substâncias artificiais utilizadas para melhorar a conservação e
aparência do produto, que são outro risco à saúde, como relata a Drª Ana Caram em sua
tese de doutorado1. “O alimento industrializado em algumas situações pode apresentar
perdas do potencial nutricional, além do acréscimo de aditivos, estabilizantes e
edulcorantes”. (CARAM, 2010, p. 4)
As crianças e adolescentes são vítimas diretas de tais produtos, devido à alta exposição
à mídia, onde são influenciados por diferentes meios de propaganda. A autora menciona
que, com isso, a ingestão de alimentos naturais tende a diminuir cada vez mais.
“Paradoxalmente, os relatos da literatura dão conta de afirmar que os adolescentes quase
não estão consumindo mais frutas e verduras, enquanto as guloseimas prosseguem em
alta”. Tal faixa etária se torna então sujeita a diversas complicações de saúde, como a
hipertensão arterial, cuja principal causa é o excesso de sal obtido pela alimentação.
1 CARAM, Ana. “Hábito alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade física, imagem corporal e
subsídios para a educação nutricional”- Faculdade de Ciências Médicas (FCM), UNICAMP, 2010.
12
O sódio encontrado no sal de cozinha é essencial para o organismo, uma vez que está
envolvido com diversos processos. Porém, segundo o Dr. Pedro Pinheiro, o seu
consumo excessivo pode ser prejudicial à saúde, resultando em várias complicações no
organismo, como o agravamento da hipertensão arterial.
Mesmo sem saber, a grande maioria dos adolescentes consome sódio além das suas
necessidades diárias, uma vez que tal mineral é encontrado no sal de cozinha. Muitos
alimentos industrializados, comida de restaurantes e temperos possuem sal em excesso,
o que não é percebido devido ao costume de ingerir comida altamente salgada.
“Se você vive no mundo ocidental e consome queijos,
molho de tomate, comida congelada, come em
restaurantes, consome fast food, biscoitos, comida enlatada
e muitos outros alimentos facilmente encontrados nos
supermercados, você tem uma dieta hipersódica (excesso
de sal). Você apenas não sabe disso porque seu paladar
está adaptado a altas concentrações de sódio.”
(PINHEIRO, Pedro, 2008)
Assim, pretende-se avaliar neste ensaio os efeitos do consumo excessivo de sódio em
cidadãos brasileiros nos últimos anos, além da estrutura química de tal elemento e a sua
importância para o organismo.
1.O sódio e o organismo
Existem minerais e outros nutrientes que devem ser consumidos diariamente pelos seres
humanos, devido às suas funções no organismo. Algumas dessas são a geração de
energia, aceleração de reações químicas, regulação dos elementos que transitam pela
corrente sanguínea e contribuição para a formação estrutural de órgãos. O sódio é um
exemplo de mineral essencial para o organismo, sendo necessário em diversas funções
orgânicas (VANNUCCHI E MARCHINI, 2007).
13
1.1 O que é o sódio?
O sódio é um metal que nunca é encontrado puro na natureza, devido ao fato de ser
altamente reativo. O modo mais comum de encontra-lo é como cloreto de sódio (NaCl),
também conhecido como sal de cozinha. Devido à sua característica de absorver bem a
água, também é encontrado facilmente em conservantes, como o benzoato de sódio
(E211) e o nitrito de sódio (E250). O modo comercial mais utilizado para obtê-lo em sua
forma pura é pela eletrólise do cloreto de sódio2.
Este mineral se encontra envolvido com a água no organismo, como por exemplo, na
sua distribuição e no equilíbrio osmótico. Além disso, também é importante para as
contrações musculares, equilíbrio ácido-básico e nos transportes intracelulares
(MAHAN E STUMP, 2002). No organismo, cerca de 43% do sódio é encontrado nos
ossos, 2,5% estão no líquido intersticial e 2,5% estão no compartimento intracelular.
Todo o restante (52%) situa-se no plasma (VANNUCCHI E MARCHINI, 2007). Deste
modo, tal mineral se torna essencial para o funcionamento geral do corpo humano.
A obtenção do sódio se dá principalmente pelos alimentos. O sal de cozinha, como já
foi citado anteriormente, é a principal fonte de sódio da alimentação, pois está presente
em praticamente todos os alimentos a fim de realçar o sabor e conservá-los. Porém,
segundo especialistas, a quantidade recomendada de sódio por dia é de 2g (equivalente a
cerca de 6g de sal) em ambos os sexos e qualquer faixa-etária, uma vez que, em
excesso, o mineral pode acarretar sérios danos à saúde. Alguns exemplos de tais são
hipertensão arterial, complicações renais e cardíacas, pedras nos rins, derrames
cerebrais, asma, osteoporose e diabetes.
Na tabela abaixo, está diposta a disponibilidade domiciliar de energia e de sódio
decorrente da aquisição de alimentos segundo macrorregião e situação urbana ou rural
do domicílio no Brasil entre o período de 2002 e 2003.
2 MOTTA, Eduardo. “Elemento Químico – Sódio”. Revista Química Nova na Escola, nº10, novembro de
1999.
14
Tabela 1 – Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003
Fonte: SARNO, Flavio et al. Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003.
Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, n.2, pp. 219-225. Epub Feb 13, 2009.
2. A pressão arterial e os seus perigos
O órgão responsável por bombear o sangue por todas as partes do corpo através das
veias e artérias é o coração, que se contrai e relaxa a fim de realizar tal função. Isso é
importante para que o oxigênio, os nutrientes e outras substâncias essenciais para a vida
estejam presentes em todos os órgãos, permitindo-os realizar as suas funções.
2.1 O que é a pressão arterial?
Existe uma força gerada pelo bombeamento cardíaco que é gasta no impulso do sangue
através das artérias. Essa força é denominada pressão arterial, e pode ser medida em
dois momentos do batimento cardíaco: o maior, quando o coração se contrai bombeando
o sangue (pressão sistólica), e o inferior, quando o coração relaxa entre duas batidas
15
cardíacas (pressão diastólica) 3. Essa pressão pode ser aferida através de aparelhos
especiais, que através de marcadores de batimentos mostram o resultado. Este pode ser
considerado abaixo do normal, normal e acima do normal, afetando todo o corpo. Para
facilitar o seu diagnóstico, foi criada a tabela a seguir:
Tabela 2 – Níveis de hipertensão arterial
Fonte: FERREIRA, Celso. “Níveis de hipertensão arterial”. Matéria publicada no Portal Emedix.
Disponível em: < http://emedix.uol.com.br/doe/car001_1g_hipertensao.php#2>
2.2 A hipotensão arterial
A pressão arterial baixa, ou hipotensão arterial, geralmente não é uma doença, mas uma
manifestação de algum problema no organismo em determinadas situações. Quando
uma pessoa é encontrada em tal estado, geralmente está com tonteira, náusea e sensação
de que pode vir a desmaiar. As causas mais comuns desses sintomas são: o nervosismo
em situações de grande emoção; a desidratação, isto é, quando o organismo perde muito
líquido e este não é reposto; a ação de medicamentos analgésicos, que muitas vezes
3 FERREIRA, Celso. “Hipertensão Arterial”. Matéria publicada no Portal Emedix.
16
abaixam a pressão arterial a fim de diminuir a dor; e a inversão súbita da posição do
corpo, como por exemplo, quando se está deitado e rapidamente se coloca em pé4.
Todas estas situações alteram o fluxo sanguíneo de diferentes modos, podendo vir a
causar a diminuição da pressão arterial.
2.3 A hipertensão arterial
Por outro lado, a pressão arterial alta, ou hipertensão arterial (HAS), pode vir a ser um
problema grave que, sem o tratamento devido, pode gerar até a morte. Ela se caracteriza
pelo grande aumento da pressão sanguínea através dos vasos, devido a diversos fatores.
A pressão arterial (PA) é igual ao volume de sangue (VS)
que sai do coração vezes a resistência periférica que ele
encontra ao circular pelo nosso organismo (PA= VS x
RP). O volume de sangue que sai do coração não sofre
grandes influências, a não ser em casos especiais de
falência do órgão ou excesso de volume sangüíneo
circulante. Assim, a maioria dos casos de hipertensão
ocorre por alteração da resistência periférica. O aumento
repentino da resistência periférica ocorre pela falta de
regulação neurodinâmica dos mecanismos que regulam a
pressão arterial. (BUSATO, 2008)
Existem diversas causas para o surgimento da HAS, como o consumo excessivo de
bebidas alcóolicas e fumo e o excesso de peso5. Porém, especialistas relatam uma
relação entre o aumento do consumo de alimentos industrializados em zonas urbanas e o
crescimento dos casos de hipertensão arterial nos últimos anos. O elemento relacionado
ao aumento da pressão arterial é o sódio, principal componente do sal de cozinha
(NaCl), que é largamente utilizado na indústria alimentícia.
4 EYE, Guenther von. “Pressão Baixa”. Matéria publicada no Portal ABC da Saúde em 16 de Agosto de
2004.
5 BARÃO, Rita e MOREIRA, Natália. “Hipertensão arterial – consumo excessivo de sal nos alimentos
industrializados”. Assessoria de imprensa do Hospital do Coração.
17
Os riscos da HAS são diversos, como derrames cerebrais, problemas cardíacos e ataques
cardíacos. Ela é mais comum a indivíduos que são de raça negra, que possuem mais de
35 anos e histórico familiar da doença, sedentários e com alto estresse emocional6.
Pelo menos 90% dos casos de hipertensão arterial
(denominadas idiopáticas, essenciais ou primárias) são
decorrentes de fatores não identificáveis mesmo quando
pesquisados de modo exaustivo, sendo considerados de
múltiplas causas. Quando a causa é identificável, a
hipertensão é denominada secundária. Nesse caso,
algumas situações são passíveis de cura pela remoção do
fator que a motivou. De 5 a 10% das pessoas possuem
pressão alta provocada por problemas nos rins. Entre 1 a
2% das pessoas apresentam pressão alta devido a
problemas hormonais ou ao uso de alguns medicamentos
como, por exemplo, pílulas anti-concepcionais. Uma causa
rara é a feocromocitoma, um tumor na glândula supra-
renal que produz os hormônios adrenalina e noradrenalina.
Obesidade, vida sedentária, estresse e ingestão excessiva
de álcool ou sal na alimentação podem ter um papel
importante em pessoas predispostas a ter hipertensão
arterial. O estresse tende a fazer com que a pressão
aumente temporariamente, mas ela costuma retornar ao
valor normal assim que cessam os fatores de tensão. Isso
explica a hipertensão do avental branco: a tensão
emocional da consulta médica faz a pressão do paciente
aumentar suficientemente para ser diagnosticado como
hipertensão. (FERREIRA, Celso, 1998)
6 Portal Qualivida. “Hipertensão Arterial”. Grupo Notre Dame Intermédica.
18
O tratamento da HAS pode ser efetuado a partir da adesão de hábitos saudáveis3. Para
aqueles que estão com sobrepeso, se faz necessário seguir uma dieta de emagrecimento
e que diminua o consumo de sal, gorduras e calorias em excesso; também se faz
necessário parar de ingerir bebidas alcóolicas e fumar para quem é usuário de tais
drogas, devido à sua interferência na pressão sanguínea; além disso, exercícios físicos e
relaxantes devem ser praticados sob orientação de um profissional que controle a sua
pressão.
O uso de medicamentos no tratamento da HAS é indicado apenas para pacientes de
nível mais alto, quando a pressão arterial ultrapassa a medida de 180mmHg/110mmHg,
e para diabéticos3. Tais medicamentos são geralmente: diuréticos, que vão auxiliar na
excreção de sódio e água do organismo; bloqueadores adrenérgicos, que bloqueiam o
sistema nervoso simpático a fim de controlar a pressão arterial em situações de estresse
emocional; e vasodilatadores, que reduzem a pressão através da dilatação dos canais
arteriais.
2.4 A hipertensão infantil
Em estudos recentes foi constatado que, assim como a obesidade, a hipertensão arterial
é tratada como um problema cada vez maior entre crianças e adolescentes. Isso é dado
pelo fato de que a ingestão de alimentos in natura é cada vez mais substituída por
alimentos industrializados, que são muito ricos em gorduras, carboidratos, lipídios e sal.
Além disso, segundo a nefrologista Rejane de Paula Meneses, as causas de hipertensão
arterial em crianças podem ser de origem secundária, como as doenças renais ou
inflamatórias e a estenose da artéria renal, entre outras.
“Os jovens que consomem muitos produtos processados
(com alto teor de sal) e alguns tipos de fast food,
apresentam maior risco de desenvolver hipertensão
arterial, pois trocam os alimentos naturais pelos
industrializados. E quando se alimentam adequadamente
abusam dos saleiros disponíveis nas mesas, o que favorece
o aumento da pressão arterial” (AMODEO, Celso)
19
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, o valor estimado da
população brasileira com até 18 anos que possuem hipertensão é de 5%, o que
corresponde a 3,5 milhões de crianças e adolescentes. Existe ainda uma tabela
específica para a aferição da pressão sanguínea de tal grupo, que apresenta valores
diferentes da utilizada para adultos devido às diferenças aparentes dos grupos: as
crianças e adolescentes ainda se encontram em fase de crescimento e formação do
corpo, o que leva todo processo de pesquisa realizado a ser cuidadosamente pesquisado
e executado. Tal tabela pode ser observada a seguir:
Tabela 2 – Padrões de pressão sanguínea para crianças e adolescentes
Fonte: “Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI” Revista Hipertensão - Órgão de divulgação científica
da Sociedade Brasileira de Hipertensão – 2010.
3. As biomoléculas
A relação do tema principal do presente artigo com o tema “Polímeros” é clara e
objetiva. É a partir da alimentação que obtemos polímeros naturais essenciais para a
vida Alguns exemplos desses são as biomoléculas, como os carboidratos, proteínas e
DNA. Todas elas (com a exceção dos lipídios e da água) possuem cadeiras de repetidos
monômeros, formando macromoléculas.
20
3.1 Os Carboidratos
Os carboidratos correspondem à categoria de biomoléculas que engloba todos os
açúcares. Como o próprio nome sugere, são formados por átomos de carbono e
hidrogênio. São responsáveis por gerar energia para o organismo, necessária para, por
exemplo, nos movimentarmos, realizar atividades extras e intercelulares, comermos e
vivermos. Eles são encontrados em alimentos ricos em açúcar, como massas e doces.
No organismo, o principal carboidrato em ação é a glicose, responsável por inúmeros
processos energéticos.
3.2 As proteínas
As proteínas são cadeias de aminoácidos feitas por ligações peptídicas que formam uma
macromolécula. Elas possuem diversas funções no organismo, mas as principais são a
estrutural e a enzimática. A primeira responsável por revestir e formar partes de órgãos
do corpo, e a segunda por acelerar reações de todos os tipos.
3.3 O DNA
Já o DNA é responsável por carregar todo o material genético de um ser vivo, isto é, as
características físicas que ele obteve a partir da junção de gametas dos pais. Nos seres
humanos, por exemplo, herdamos a cor da pele, dos olhos e dos cabelos, formato do
rosto e do corpo. Ele é composto de bases nitrogenadas, pentose e fosfato. Além disso, é
muito importante na criação do RNA, responsável por dar início ao processo de síntese
proteica nas células.
Todas as biomoléculas são indispensáveis para a vida, pois exercem funções
insubstituíveis. Para se ter uma vida saudável, é necessário ter um equilíbrio na
alimentação, nos exercícios físicos e nas emoções em geral.
21
Conclusão
A alimentação é um processo no qual diversas substâncias presentes em diferentes
alimentos adentram o corpo e são absorvidas pels órgãos. Tais substâncias podem ser
muito boas para a saúde e irão ajudar os processos do organismo ou podem trazer sérios
problemas à saúde.
No caso do sódio e de outros minerais essenciais para a vida, a sua ingestão é benéfica
até certo ponto. Quando a recomendação diária é não é alcançada ou é extrapolada, o
corpo fica exposto à algumas complicações, como no caso do sódio, que pode levar até
a hipertensão arterial.
As biomoléculas, assim como os minerais, são benéficas até o momento em que são
ingeridas dentro da recomendação diária. Os carboidratos, por exemplo, quando
ingeridos em excesso, aumentam as taxas de triglicerídeos, podendo estar envolvido
com a obesidade mais tarde.
Com a pesquisa, foi possível concluir que os produtos industrializados estão
erroneamente virando a primeira opção de alimentação da maioria da população. Esse
tipo de alimento é “pobre” em vitaminas, minerais e nutrientes essenciais para a vida,
além de terem corantes, aromatizantes, emulsificantes e conservantes que são
prejudiciais à saúde.
Os índices de hipertensão e obesidade no Brasil crescem a cada ano, o que já é
considerado um alerta nutricional nacional. Essas doenças podem acarretar sérias
complicações para o organismo, então a solução seria campanhas que promovessem os
hábitos saudáveis, como a ingestão de legumes e verduras e a prática de atividade física.
22
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