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CURSO ONLINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA PROCESSUAL PROFESSOR: FREDERICO DIAS www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula Demonstrativa: Princípios Fundamentais e Aplicabilidade das normas constitucionais. Bom dia! Alguns alunos gostaram da aula demonstrativa que lancei para o concurso de analista do MPU e me enviaram e-mails solicitando: “- Por que não fazer um curso também para analisa processual?” Pôxa, adorei esse convite! Então, elaborei esse curso específico para o cargo de Analista Processual. Basicamente, o que diferencia os editais é a inclusão do assunto controle de constitucionalidade (sigilo fiscal e bancário já é assunto normalmente tratado em direitos fundamentais, certo?). Então acrescentei uma aula, resultando nesse conteúdo programático, que apresento a seguir. Aula Demonstrativa (esta aula) - Princípios Fundamentais da Constituição Brasileira. Aplicabilidade das normas constitucionais: normas de eficácia plena, contida e limitada; normas programáticas. Aula 1 - Direitos e Garantias Fundamentais - Parte 1 Aula 2 - Direitos e Garantias Fundamentais - Parte 2 Aula 3 - Da organização político-administrativa: das competências da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Aula 4 - Processo Legislativo e Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Aula 5 - Poder Executivo: das atribuições e responsabilidades do presidente da república. Funções essenciais à Justiça: Ministério Público; Advocacia Pública; Advocacia e Defensoria Públicas. Aula 6 - Do Poder Judiciário: disposições gerais; do Supremo Tribunal Federal; do Conselho Nacional de Justiça; do Superior Tribunal de Justiça; dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais; dos Tribunais e Juízes do Trabalho; dos Tribunais e Juízes Eleitorais; dos Tribunais e Juízes Militares; dos Tribunais e Juízes dos Estados. Aula 7 - Controle de constitucionalidade: sistemas difuso e concentrado; ação direta de inconstitucionalidade; ação declaratória de constitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fundamental. Ou seja, nosso conteúdo será ministrado em 8 aulas (contando esta aula demonstrativa). De se destacar que o assunto Administração Pública não será tratado aqui, tendo em vista que esse tema é mais propriamente abordado no âmbito do Direito Administrativo (licitações, servidores públicos, princípios, organização administrativa etc.).

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Aula Demonstrativa: Princípios Fundamentais e Aplicabilidade das normas constitucionais. Bom dia! Alguns alunos gostaram da aula demonstrativa que lancei para o concurso de analista do MPU e me enviaram e-mails solicitando: “- Por que não fazer um curso também para analisa processual?” Pôxa, adorei esse convite! Então, elaborei esse curso específico para o cargo de Analista Processual. Basicamente, o que diferencia os editais é a inclusão do assunto controle de constitucionalidade (sigilo fiscal e bancário já é assunto normalmente tratado em direitos fundamentais, certo?). Então acrescentei uma aula, resultando nesse conteúdo programático, que apresento a seguir. Aula Demonstrativa (esta aula) - Princípios Fundamentais da Constituição Brasileira. Aplicabilidade das normas constitucionais: normas de eficácia plena, contida e limitada; normas programáticas. Aula 1 - Direitos e Garantias Fundamentais - Parte 1 Aula 2 - Direitos e Garantias Fundamentais - Parte 2 Aula 3 - Da organização político-administrativa: das competências da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Aula 4 - Processo Legislativo e Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Aula 5 - Poder Executivo: das atribuições e responsabilidades do presidente da república. Funções essenciais à Justiça: Ministério Público; Advocacia Pública; Advocacia e Defensoria Públicas. Aula 6 - Do Poder Judiciário: disposições gerais; do Supremo Tribunal Federal; do Conselho Nacional de Justiça; do Superior Tribunal de Justiça; dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais; dos Tribunais e Juízes do Trabalho; dos Tribunais e Juízes Eleitorais; dos Tribunais e Juízes Militares; dos Tribunais e Juízes dos Estados. Aula 7 - Controle de constitucionalidade: sistemas difuso e concentrado; ação direta de inconstitucionalidade; ação declaratória de constitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Ou seja, nosso conteúdo será ministrado em 8 aulas (contando esta aula demonstrativa). De se destacar que o assunto Administração Pública não será tratado aqui, tendo em vista que esse tema é mais propriamente abordado no âmbito do Direito Administrativo (licitações, servidores públicos, princípios, organização administrativa etc.).

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Neste curso, teremos a oportunidade de ver, de forma objetiva, todos os principais aspectos importantes dessa disciplina para o seu concurso. E, como se sabe, de todas as bancas, o Cespe é a que mais cobra a jurisprudência em suas provas. Daí a importância de um curso atualizado. Bem, antes de me apresentar, quero dizer que é muito bom ter a oportunidade de elaborar mais um curso aqui no Ponto. Principalmente pelo fato de ser online. Sei que, neste momento, pessoas de todo país estão “me lendo”. E é muito legal saber que esse curso alcança tantas pessoas que se situam longe dos grandes centros e objetivam passar num concurso público. Eu também tive esse objetivo há bem pouco tempo. Aliás, objetivo não! Eu tinha um grande sonho de passar em um bom concurso. E também tive de ralar muito para alcançá-lo. Portanto, fique firme e se mantenha motivado! Não tenha dúvidas de que cada momento de estudo é recompensado com a aprovação no concurso dos seus sonhos, ok? A propósito, preciso me apresentar. Meu nome é Frederico Dias. Sou natural de Belo Horizonte e ocupo atualmente o cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, tendo obtido o 9° lugar no concurso de 2008. Meu primeiro cargo público foi o de Analista de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União - AFC-CGU (tendo alcançado o 1° lugar nacional em 2008). Este curso tem por finalidade apresentar o Direito Constitucional em teoria para auxiliá-lo em sua aprovação. Mas, minha proposta aqui é apresentar a teoria da forma mais didática possível, mas de um modo direto e objetivo. Afinal, seu concurso está próximo e isso exige uma grande capacidade de foco do candidato. Explicando melhor: a teoria não vai ser deixada de lado, portanto não se preocupe. Mas na minha concepção um curso online não pode ter o tamanho de um livro. Nesse sentido, minha função aqui é também selecionar o mais relevante de cada assunto. Ademais, as centenas de questões apresentadas ao longo de todo o curso possibilitarão ao aluno verificar que não está sendo deixado nada relevante para trás... Um aspecto relevante é que o formato proposto pelo Ponto para esse nosso curso é de teoria, e não de exercícios comentados. Assim, comentarei diversos exercícios do Cespe ao longo da aula, mas não todos. Assim, para realmente fixar o assunto, outras questões recentes serão apresentadas (mas não serão comentadas). De qualquer forma, o fórum de dúvidas servirá exatamente para tirar todas as dúvidas relacionadas aos exercícios (comentados e não comentados). A aula de hoje te dará uma boa ideia de como será o curso.

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Falando em questões, qualquer aprovado em concursos sabe o quanto é importante a resolução de exercícios. Só assim você pode ter uma ideia de como aquele assunto é abordado pelas bancas em geral. Por isso dê atenção aos exercícios propostos, ok? Que Deus dê a você motivação e concentração para os estudos e me ilumine na pertinência dos comentários. Vamos iniciar nosso curso já hoje com assuntos bem interessantes: Princípios Fundamentais e Aplicabilidade das normas constitucionais. Observe o conteúdo da Aula de hoje 1 – Constituição de 1988 e Princípios Fundamentais

1.1 – Estrutura da Constituição – Preâmbulo e ADCT

1.2 – Princípios Fundamentais na Constituição de 1988

2 – Aplicabilidade e eficácia: Classificação das normas constitucionais

2.1 – Normas de eficácia plena

2.2 – Normas de eficácia contida

2.3 – Normas de eficácia limitada

3 – Exercícios de Fixação

Vamos em frente... Mas, antes de começar, pegue a sua cópia da Constituição. Aliás, faça o curso com ela na mão. E não deixe de reservar a última semana antes da prova para passar o olho nos aspectos mais importantes.

1 – Constituição de 1988 e Princípios Fundamentais 1.1 – Estrutura da Constituição – Preâmbulo e ADCT Se você abrir a sua Constituição, você vai encontrar primeiro o preâmbulo, nos seguintes termos:

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”

Observe que é como se o preâmbulo estivesse contextualizando a Constituição que o segue, funcionando, na verdade, como uma declaração de intenções, uma proclamação de princípios. É evidente que você não precisa saber esse texto! O preâmbulo não cai em concurso... O que cai é o seguinte.

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O STF já firmou entendimento no sentido de que o preâmbulo não é norma constitucional. Como vimos, trata-se apenas de mera manifestação de cunho político/filosófico/ideológico. Portanto, não se insere no âmbito do Direito Constitucional. Daí, ser importante frisar para você que o preâmbulo não possui a mesma força normativa das demais normas constitucionais: (i) não serve de parâmetro para controle de constitucionalidade; (ii) não impõe limite ao poder constituinte ao reformar a Constituição; e (iii) não é de observância obrigatória pelos estados-membros na elaboração de suas Constituições (os estados não precisam nem mesmo criar preâmbulo na Constituição Estadual!). Logo após o preâmbulo vem a chamada parte dogmática (ou permanente) da Constituição. É o corpo principal da Constituição, que vai do art. 1° ao art. 250 (calma, nem tudo cai no seu concurso). Ali se localiza o essencial para o estudo do Direito Constitucional. Por fim, aparece o que chamamos de Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, que apresenta regras transitórias, visando regular harmoniosamente a transição entre a Constituição antiga e o novo regime constitucional. Mas, objetivamente, o que você precisa saber sobre o ADCT? Ao contrário do preâmbulo, o ADCT é uma norma constitucional como qualquer outra, ressalvada a sua natureza transitória. Assim: (i) as normas do ADCT são formalmente constitucionais; (ii) têm a mesma rigidez e situam-se no mesmo nível hierárquico das demais normas constitucionais (não há subordinação entre norma integrante do ADCT e norma do corpo principal da Constituição); (iii) e podem ser modificadas (ou revogadas, ou acrescentadas) por emenda à Constituição. Nesse sentido, a única diferença entre as normas do ADCT e as demais (parte dogmática, corpo principal da Constituição) é que a primeira tem natureza transitória: ocorrida a situação transitória prevista na norma do ADCT, esgota-se a sua eficácia. Vamos ver se assunto tem alguma importância... 1) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) O preâmbulo

constitucional, segundo entendimento do STF, tem eficácia jurídica plena, consistindo em norma de reprodução obrigatória nas constituições estaduais.

Como vimos, não podemos dizer que o preâmbulo tem eficácia normativa plena. Ademais, não vincula os estados-membros. Item errado. 2) (CESPE/ANALISTA/ADVOCACIA/SERPRO/2008) As normas da

parte dita permanente da CF são hierarquicamente superiores às do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

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O ADCT é hierarquicamente equivalente às normas da parte permanente da Constituição. Item errado. Guarde esses detalhes e vamos em frente!

1.2 – Princípios Fundamentais na Constituição de 1988 Seguindo sua Constituição, logo após o preâmbulo, você encontrará os princípios fundamentais. Esses princípios relacionam-se às decisões políticas fundamentais da nossa ordem constitucional. Assim, os princípios fundamentais constituem nos valores máximos, as diretrizes, os fins mais gerais orientadores de toda a nossa ordem constitucional. Eles é que definirão e caracterizarão o Estado, por isso, serão a matriz da qual decorrem todas as demais normas constitucionais. Os princípios fundamentais estão apresentados logo no início da Constituição Federal de 1988 (arts. 1° ao 4°). Digamos que esse Título I da CF/88 apresenta as características mais essenciais do nosso Estado. Logo de início, já no caput do art. 1°, a Constituição já estabelece a forma de Estado (Federação) e a forma de Governo (República), além de enunciar nosso regime político como sendo um Estado democrático de Direito.

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...)

Observe que nosso regime político é democrático, em que prevalece a soberania popular, como se observa no parágrafo único:

Par. Único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Um detalhe importante: observe que, na nossa democracia, o poder é exercido não só por meio de representantes (eleitos pelo povo), como também diretamente (como disposto no art. 14 da CF/88, são exemplos o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular). Por fim, você deve ter em mente outro importante princípio enunciado no art. 2° da Constituição Federal.

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Ou seja, esse artigo assegura o princípio da separação dos poderes (ou divisão funcional do Poder), que consiste na repartição das funções estatais (executiva, legislativa e judiciária) entre três órgãos distintos. Com isso, evita-se a concentração de todo o poder nas mãos

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de uma única pessoa. Assim, encontra respaldo naquela ideia antiga de que o poder corrompe-se quando não encontra limites. Podemos dizer que essa teoria representa uma forma de controle recíproco, em que um poder controlaria as atividades do outro, a fim de se evitar desvios e excessos. Esse sistema de controles recíprocos é denominado pela doutrina como sistema de freios e contrapesos. Prosseguindo, vamos relembrar quais são as funções típicas de cada um dos poderes estatais: a) Poder executivo → Administração b) Poder Legislativo → Elaboração de leis e fiscalização c) Poder Judiciário → Jurisdição Não obstante, podemos dizer que o princípio da separação de poderes não é rígido, de forma que todos os Poderes da República exercem predominantemente funções típicas, mas, também, funções atípicas. Nesse sentido, o Poder Legislativo desempenha função jurisdicional quando o Senado Federal julga certas autoridades da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II e parágrafo único). Outros exemplos seriam o fato de tanto o Poder legislativo quanto o Poder Judiciário exercerem a função executiva atipicamente, ao realizar concurso público para suprir seu quadro de pessoal, ou realizar uma licitação para compra de canetas, por exemplo. Pois bem, vistos esses detalhes, você precisa saber que, dentro dos princípios fundamentais, a Constituição diferencia:

I – os fundamentos; II – os objetivos fundamentais; e III – os princípios que regem as relações internacionais. Objetivamente, você precisa memorizar os princípios e saber classificá-los em cada uma dessas três principais categorias. Mas, fique tranquilo, pois não é difícil distingui-los. Os fundamentos estão expressos no art. 1° e podem ser considerados os alicerces, as vigas mestras da nossa república. Dada a sua importância, elaboramos um esquema que sintetiza as principais informações do art. 1°, incluindo os 5 fundamentos:

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Pois bem, são 5 os fundamentos. E eles podem ser memorizados por meio do mnemônico: so-ci-di-va-plu. Sei que é ridículo... mas o importante é marcar a letra correta na hora da prova, não é?...rs Já os objetivos fundamentais estão expressos no art. 3° da CF/88 e visam a assegurar a igualdade material aos brasileiros, possibilitando iguais oportunidades a fim de concretizar a democracia econômica, social e cultural e tornar efetivo o fundamento da dignidade da pessoa humana. Observe que são quatro os objetivos e todos eles começam com um verbo.

Observe como se trata de programas para o futuro, diretrizes a serem alcançadas de forma a tornar mais justa a sociedade brasileira. Restam ainda os 10 princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (CF, art. 4°), que podem ser subdivididos em 3 grupos: 1 – Princípios ligados à independência nacional:

- Independência nacional (inc. I) - Autodeterminação dos povos (inc. III) - Não-Intervenção (inc. IV) - Igualdade entre os Estados (inc. V)

Objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

I – soberania

II – cidadania

IV – valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Estado Democrático de Direito

Forma de governo e forma de Estado Regime político

formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal

tem como fundamentos

República Federativa do Brasil

III – dignidade da pessoa humana

III – pluralismo político

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- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade (inc. IX) 2 – Princípios ligados à pessoa humana:

- Prevalência dos direitos humanos (inc. II) - Concessão de asilo político (inc.

X) 3 – Princípios ligados à paz: - Defesa da paz (inc. VI) - Solução pacífica dos conflitos (inc. VII) - Repúdio ao terrorismo e ao racismo (inc. VIII)

Por fim, tenha em mente o teor do parágrafo único do art. 4° da CF/88, segundo o qual, a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 3) (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) A

dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, bem como a construção de sociedade livre, justa e solidária, figuram entre os fundamentos da República Federativa do Brasil.

Fundamentos? SO–CI–DI–VA–PLU!!! A construção de sociedade livre, justa e solidária é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (não é um fundamento). Item errado. 4) (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) Em suas

relações internacionais, a República Federativa do Brasil rege-se, entre outros princípios, pelo da igualdade entre os estados, da não intervenção e da vedação à concessão de asilo político.

Como vimos acima, a concessão de asilo político é um dos princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais. Os demais princípios estão corretos (art. 4º da CF/88). É interessante observar que a concessão de asilo político não impede a extradição de estrangeiros no Brasil (extradição é o ato de um Estado que entrega a outro Estado um indivíduo acusado de cometimento de crime). Falaremos mais sobre esse assunto da aula que vem. Item errado. 5) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE/TCE RN/2009)

Entre os objetivos da República Federativa do Brasil, destaca-se a valorização social do trabalho e da livre iniciativa, pois, por meio do trabalho, o homem garante sua subsistência e o consequente crescimento do país.

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Atenção! As questões mais comuns sobre esse assunto tentam confundir fundamentos, objetivos e princípios que regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil. Nesta questão, valorização social do trabalho e da livre iniciativa é um fundamento (não é um objetivo fundamental). Item errado. 6) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª

REGIÃO/2009) Segundo a CF, a República Federativa do Brasil deve buscar a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, com vistas à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

O item reproduz corretamente o teor do parágrafo único do art. 4° da CF/88. Item certo. 7) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª

REGIÃO/2009) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), todo o poder emana do povo, que o exerce exclusivamente por meio de representantes eleitos diretamente.

A soberania popular consiste num dos principais valores da nossa República. Você poderia resolver a questão se tivesse memorizado o art. 1°, parágrafo único da CF/88. Ou então, você poderia observar também que o povo exerce seu poder não apenas por meio dos seus representantes, mas também diretamente. Item errado. 8) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE/TCE RN/2009)

Constituem princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais, entre outros, a prevalência dos direitos humanos, da garantia do desenvolvimento nacional e da autodeterminação dos povos.

Garantir o desenvolvimento nacional é objetivo fundamental (e não princípio que rege o Brasil em suas relações internacionais). Os objetivos fundamentais iniciam com verbos no infinitivo. Mas observe que o examinador tentou confundir o candidato trocando o verbo (“garantir”) por um substantivo equivalente (“garantia”). Assim, é bom ficar atento a isso. Item errado. 9) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES

INTERNACIONAIS /MS/2008) É proibida a ingerência em assun-tos

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internos de outros países, salvo em relação a questões que se desenrolem no âmbito do MERCOSUL.

Com base nos princípios da independência nacional, da não-intervenção e da auto-determinação dos povos, o Brasil deverá respeitar a soberania dos demais Estados nacionais. Assim, não se admite a ingerência em assuntos internos de outros países, sejam eles do Mercosul ou não. Item errado.

Bom, diante dessas questões, deu pra perceber que vale a pena memorizar esses quatro primeiros artigos da nossa CF, não é? Vamos falar um pouco sobre eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais agora... Quero antes te dizer que o assunto “Princípios Fundamentais” é importante. Agora, “Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais” é um dos assuntos mais cobrados pelo Cespe em suas provas recentes. Mas, com os comentários abaixo e a resolução de todos os exercícios que vou propor, tenho certeza de que você não terá dificuldades.

2 – Aplicabilidade e eficácia: Classificação das normas constitucionais Antes de começar, guarde isso: todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica. Podemos até considerar a existência de uma variação no grau de eficácia e aplicabilidade dessas normas. Mas, não existem normas desprovidas de eficácia jurídica no texto da Constituição. Ocorre que algumas normas já produzem seus efeitos essenciais com a simples promulgação da Constituição. Outras têm um grau de eficácia reduzido, já que só produzem os seus plenos efeitos quando forem regulamentados por lei. De qualquer forma, quando se fala em “aplicabilidade das normas constitucionais”, o mais comum é serem cobradas questões sobre a classificação do prof. Afonso da Silva: normas constitucionais de eficácia plena, limitada e contida. Esse assunto não cai.... despenca em concursos! E o melhor é que é bem simples de você dividi-las... Assim, as normas constitucionais dividem-se em três diferentes graus de eficácia:

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→ eficácia plena → eficácia contida → eficácia limitada 2.1 – Normas de eficácia plena As normas de eficácia plena são aquelas que já estão aptas para produzirem os seus plenos efeitos com a simples entrada em vigor da Constituição, independentemente de regulamentação por lei. Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); direta (porque não dependem de nenhuma norma regulamentadora intermediária para a produção de efeitos); e integral (porque já produzem seus essenciais efeitos).

2.2 – Normas de eficácia contida As normas de eficácia contida, restringida ou restringível também estão aptas para a produção de seus plenos efeitos com a simples promulgação da Constituição, mas podem ser restringidas. Promulgada a Constituição, aquele direito (nelas previsto) é imediatamente exercitável, mas esse exercício poderá ser restringido no futuro. Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); direta (porque não dependem de nenhuma norma regulamentadora intermediária para a produção de efeitos); mas não-integral (porque sujeitas à imposição de restrições). Ademais, vale a pena comentar que as restrições às normas de eficácia contida podem ser impostas: a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as restrições ao exercício de trabalho, ofício ou profissão, que poderão ser impostas pela lei que estabelecer as qualificações profissionais); b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da CF/88, que impõe restrições ao exercício de certos direitos fundamentais, durante o período de estado de sítio); c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: art. 5º, XXV, da CF/88, em que o conceito de “iminente perigo público” autoriza a autoridade competente a impor uma restrição ao direito de propriedade, requisitando administrativamente a propriedade particular).

2.3 – Normas de eficácia limitada As normas de eficácia limitada são aquelas que só produzem seus plenos efeitos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram determinado direito, mas esse direito não poderá ser exercido enquanto

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não for regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto não expedida a regulamentação, o exercício do direito permanece impedido. São, por isso, dotadas de aplicabilidade mediata (só produzirão seus efeitos essenciais posteriormente, depois da regulamentação por lei); indireta (não asseguram, diretamente, o exercício do direito, dependendo de norma regulamentadora intermediária para tal); e reduzida. Podemos dizer que, com a simples promulgação da Constituição, sua eficácia é meramente “negativa”. É importante explicar melhor essa eficácia negativa. É que elas não produzem seus plenos efeitos ainda (já que dependem da regulamentação), mas já servem de parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade das leis: (i) revogando a legislação pretérita em sentido contrário; e (ii) permitindo a declaração da inconstitucionalidade da legislação posterior em sentido contrário. Ademais, essas normas também servem de parâmetro para o exercício da interpretação constitucional. Atenção! Diante do que eu disse aqui, é errada a questão que afirme que até a regulamentação, as normas de eficácia limitada são desprovidas de eficácia. Continuando nossa análise sobre as normas de eficácia limitada, elas podem ser divididas em dois grupos: a) de princípio institutivo ou organizativo; b) de princípio programático. As normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo são aquelas em que a Constituição estabelece regras para a futura criação, estruturação e organização de órgãos, entidades ou institutos, mediante lei (por exemplo, “a lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios” (CF, art. 33)). Vale comentar que essas normas constitucionais definidoras de princípio institutivo podem ser impositivas (quando determinam peremptoriamente a edição de norma) ou facultativas (quando apenas facultam ao legislador, não impõem). Ou seja: I) Impositivas → aquelas vinculadas, em que se determina ao legislador a obrigação de emissão da legislação integrativa (por exemplo, art. 20, §2°; art. 32, §4°; art. 33; art. 88; art. 91, § 2°); e II) Facultativas → aquelas que dão ao legislador ordinário a possibilidade (e não a obrigação) de instituir ou regular a situação nelas delineada (por exemplo, art. 22, § único; art. 125, § 3°; art. 195, § 4°; art. 25, § 3°; art. 154, I).

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Já as normas constitucionais definidoras de princípios programáticos são aquelas em que a Constituição estabelece os princípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos órgãos estatais (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), visando à realização dos fins sociais do Estado. Constituem programas a serem realizados pelo Poder Público, disciplinando interesses econômico-sociais, tais como: realização da justiça social; valorização do trabalho; amparo à família; combate ao analfabetismo etc. (por exemplo, “a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações” (CF, art. 4°, parágrafo único)). Esse grupo é composto pelas chamadas normas programáticas. Observe então que se a norma de aplicabilidade limitada não estiver relacionada à criação e à organização de órgãos ou entidades, ela será uma norma programática. Bem, esquematizei essas informações para que você possa memorizá-las de forma mais simples. Sintetizando:

Eficácia Plena

Eficácia Contida

- Só produzem seus plenos efeitos depois da exigida regulamentação

- Aplicabilidade

- Princípio Institutivo → regras para a futura criação, estruturação e organização de órgãos, entidades ou institutos, mediante lei.

- Princípio Programático → princípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos órgãos estatais visando à realização dos fins sociais do Estado.

Eficácia das normas constitucionais

Mediata (efeitos essenciais apenas após regulamentação)

Indireta (dependem de nenhuma norma regulamentadora)

Reduzida (com a promulgação da Constituição, sua eficácia é meramente “negativa”, isto é, revogam a legislação pretérita e proíbem a legislação futura em sentido contrário)

- Produzem seus efeitos essenciais com a simples entrada em vigor Imediata (aptas para produzir efeitos imediatamente)

Direta (não dependem de nenhuma norma regulamentadora)

Integral (já produzem seus integrais efeitos) - Aplicabilidade

- Produzem seus efeitos essenciais, mas eles podem ser restringidos Imediata (aptas para produzir efeitos imediatamente)

Direta (não dependem de nenhuma norma regulamentadora)

Não integral (sujeitas à imposição de restrições) - Aplicabilidade

Eficácia Limitada

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10) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, restringindo sua eficácia e aplicabilidade.

O conceito apresentado refere-se a normas de eficácia contida. Objetivamente, as normas de eficácia contida (ou restringível) têm aplicabilidade imediata, mas podem ser restringidas; enquanto as normas de eficácia limitada: (i) dependem de regulamentação, mas já dispõem de uma eficácia negativa; (ii) dividem-se em definidoras de princípio institutivo (organizativo) e princípio programático. Item errado. 11) (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) O

dispositivo constitucional que estabelece ser livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais instituídas em lei, constitui exemplo de norma de eficácia limitada.

O dispositivo constitucional que se refere à liberdade profissional é norma de eficácia contida. Enquanto a lei não regulamentar determinado trabalho, ofício ou profissão, o seu exercício é livre a qualquer pessoa. Esse direito poderá ser restringido após a regulamentação, situação em que a liberdade do exercício profissional estará subordinada ao cumprimento das condições estabelecidas em lei. Atenção para esse “exemplo clássico” de norma de eficácia contida! Sempre cai o tal direito à liberdade de exercício profissional. Lembro que chamei a atenção para isso no curso para o concurso do MPOG e deu no que deu: ele caiu de novo e quem ficou atento acertou. Item errado. 12) (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Normas constitucionais de eficácia

limitada são aquelas por meio das quais o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei estabelecer ou nos termos dos conceitos gerais por ele enunciados.

Acredito que você não teve dificuldades em acertar essa questão. Ela apresenta o conceito de norma de eficácia contida (e não eficácia limitada). Memorize esses conceitos:

Se o direito pode ser restringido → eficácia restringível ou contida

Item errado.

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13) (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) As normas constitucionais de eficácia plena são completas, não necessitando de qualquer outra disciplina legislativa para terem total aplicabilidade. Entre elas, encontram-se, por exemplo, as declaratórias de princípios organizativos (ou orgânicos), que contêm esquemas gerais e iniciais de estruturação de instituições, órgãos ou entidades.

A primeira parte está correta. De fato, as normas constitucionais de eficácia plena não necessitam de regulação. Toa, as normas declaratórias de princípios organizativos são um tipo de normas de eficácia limitada. Ou seja, trata-se de espécies do gênero normas de eficácia limitada. Item errado. 14) (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Muitas vezes, uma regra prevista na

Constituição utiliza expressões como nos termos da lei e na forma da lei, evidenciando não ter aplicabilidade imediata. São as chamadas normas constitucionais de eficácia contida.

As questões do Cespe versam mais ou menos sobre esse conceito... Esta está errada, uma vez que são as normas de eficácia limitada que não têm aplicabilidade imediata. Item errado. 15) (CESPE/NOTARIOS/TJ/AC/2006) As normas constitucionais de

eficácia limitada contam pelo menos com a imediata eficácia de revogação das regras preexistentes que lhes sejam contrárias.

Podemos dizer que, com a simples promulgação da Constituição, a eficácia das normas de eficácia limitada é meramente “negativa”. Nesse sentido, elas não produzem seus plenos efeitos ainda, mas já servem de parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade das leis: (i) revogando a legislação pretérita em sentido contrário; e (ii) permitindo a declaração da inconstitucionalidade da legislação posterior em sentido contrário. Ademais, essas normas também servem de parâmetro para o exercício da interpretação constitucional. Item certo.

Por hoje é só. Esta aula é demonstrativa, portanto, teve um número menor de páginas do que você vai encontrar no curso. Fique com mais umas questões de fixação. Espero que você tenha gostado da aula. Um abraço e bons estudos! Frederico Dias

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3 – Exercícios de Fixação 16) (CESPE/NOTARIOS/TJ/AC/2006) O preâmbulo da Constituição pode ser

classificado como uma norma de reprodução obrigatória. 17) (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/ARACAJU/2007) O Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias é hierarquicamente inferior à parte permanente da Constituição por se limitar a cuidar da passagem de um regime constitucional para um outro novo.

18) (CESPE/IRBR/DIPLOMACIA/2009) O instituto jurídico do asilo político figura entre os princípios constitucionais que regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil.

19) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE/TCE RN/2009) De acordo com a CF, são fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a dignidade da pessoa humana e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

20) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES INTERNACIONAIS /MS/2008) É princípio da política externa brasileira, no plano internacional, o reconhecimento da igualdade das nações e o direito à autodeterminação dos povos.

21) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES INTERNACIONAIS /MS/2008) A sujeição ao direito internacional e às obrigações legalmente assumidas só será considerada mediante reciprocidade.

22) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/RELAÇÕES INTERNACIONAIS /MS/2008) O repúdio ao racismo, embora tutelado penalmente, não configura princípio da atuação do Brasil em suas relações internacionais.

23) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) O princípio democrático é compreendido como um princípio normativo multiforme. De um lado, surge como um processo de democratização, entendido como processo de aprofundamento democrático da ordem política, econômica, social e cultural. De outro, revela a sua total contradição, pois associa conceitos da teoria representativa (com órgãos representativos) e a democracia participativa, a qual se esgota com as eleições diretas.

24) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2008) O Brasil é regido, nas suas relações internacionais, pelo princípio da autodeterminação dos povos, mas repudia o terrorismo e o racismo.

25) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) Constitui princípio que rege a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais a concessão de asilo político, vedada a extradição.

26) (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Normas constitucionais de eficácia contida têm aplicação direta e imediata, mas possivelmente não integral,

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pois, embora tenham condições de produzir todos os seus efeitos, podem ter sua abrangência reduzida por norma infraconstitucional. Como regra geral, elas criam órgãos ou atribuem competências aos entes federativos.

27) (CESPE/AGENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGU/2010) Entre os princípios fundamentais do Estado brasileiro,incluem-se a dignidade da pessoa humana, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a concessão de asilopolítico. Além disso, a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidadelatino-americana de nações.

28) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ME/2008) Normas programáticas são disposições que indicam os fins sociais a serem atingidos pelo Estado com a melhoria das condições econômicas, sociais e políticas da população, e, por serem normas meramente enunciativas de programas e metas constitucionais, não possuem efeitos concretos e imediatos.

29) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) Normas de eficácia limitada são aquelas que dependem da edição de outra norma da mesma estatura jurídica para que possam produzir efeito.

30) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que não podem ser aplicadas de imediato, sem a necessidade de um ato legislativo regulamentar.

31) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada.

32) (CESPE/ESPECIALISTA/ÁREA JURÍDICA/ANATEL/2004) Nem todas as normas constitucionais são de eficácia plena, pois algumas demandam regulamentação. Nesse caso, são normas programáticas, e a oportunidade e a avaliação da extensão do programa de regulamentação ficam a cargo, exclusivamente, do Poder Executivo.

33) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ME/2008) As normas constitucionais que prevêem ser dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, e a que estabelece que o poder público deve incentivar o lazer como forma de promoção social, são exemplos de normas programáticas da atual CF.

34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT – 9ª REGIÃO/2007) A regra que assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, é considerada norma constitucional de eficácia limitada.

35) (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) As normas constitucionais em que há regulação suficientemente realizada pelo constituinte, mas que abrem oportunidade a que o legislador ordinário restrinja os seus efeitos, são denominadas de normas de eficácia contida.

36) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A norma constitucional que estabelece a liberdade quanto

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ao exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão constitui norma de eficácia plena.

37) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) As normas que estabelecem diretrizes e objetivos a serem atingidos pelo Estado, visando o fim social, ou por outra, o rumo a ser seguido pelo legislador ordinário na implementação das políticas de governo, são conhecidas como normas programáticas.

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GABARITOS OFICIAIS

1) E 2) E 3) E 4) E 5) E 6) C 7) E 8) E 9) E

10) E

11) E 12) E 13) E 14) E 15) C 16) E 17) E 18) C 19) E 20) C

21) E 22) E 23) E 24) C 25) E 26) E 27) C 28) E 29) E 30) E

31) C 32) E 33) C 34) E 35) C 36) E 37) C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Marcel; PAULO, Vicente. Direito Constitucional, 2009. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. MORAES, . Direit o Constitucional, 2010. Afonso da. Curso de Di reito Constitucional Positivo, 2010.