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Construindo caminhospara a Segurança Alimentar
na comunidade
Uma estratégia de Planejamento Participativo1ª edição
Curitiba2000
A apresentação deste material aos delegados da XI Conferência Nacional de Saúde,foi aprovada pela Comissão lnterinstitucional de Alimentação e Nutrição - CIAN, do Conselho Nacional de Saúde, em reunião ordinária realizada nos dias 25 e 26 de outubro deste ano.
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Todos os direitos reservados à Pastoral da Criança
Realização:Pastoral da Criança -organismo de ação social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
Coordenação Geral:Dra. Zilda Arns Neumann,Nelson Arns Neumann
Elaboração:Maria Teresa Gomes de Oliveira Ribas,Eveline Cunha Moura
Revisão:Elson Faxina,Thays Renata Poletto
Projeto gráfico, diagramação e arte-final:Graphia - Stúdio Gráfico
Ilustrações:Tiago Recchia
Fotos:Arquivo da Pastoral da Criança
Apoio
Edição para discussão:
500 exemplares
É permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte.
Ficha Catalográfica
Material em discussão
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• Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... 05
• O monitor de Segurança Alimentar e Nutricional daPastoral da Criança .......................................................................................................................... 07
• Nossa realidade nacional: um panorama para refletir ............................................................. 15
• Os problemas nutricionais no Brasil .............................................................................................
• A Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável:um conceito a ser posto em prática,um direito a ser conquistado .......................................................................................................... 21
• Nossa realidade local: um plano para construir ........................................................................ 27
• A insegurança alimentar na comunidade
Passo 1 - Levantamento de informações ouorganização da informação existente ............................................................................ 33
Passo 2 - Uma organização da cadeia deacontecimentos que gera os problemas ........................................................................ 37
Passo 3 - Calendário de risco nutricional da comunidade ......................................................... 42
Passo 4 - A quem atender primeiro? ............................................................................................... 47
Passo 5 - O que temos na comunidade paracomeçar a agir? .................................................................................................................. 50
Passo 6 - Se precisarmos de apoio, comquem podemos contar? ..................................................................................................... 51
Passo 7 - É hora de planejar o que fazer! ......................................................................................• Roteiros de Discussão 53
1- Sensibilização para a avaliação do trabalho em andamento ............................................................. 142- Sensibilização sobre os problemas
nutricionais do país e da comunidade .......................................................................................
3- Sensibil ização para a visão individual e avisão coletiva no enfrentamento da insegurançaalimentar e nutricional da comunidade .....................................................................................
• Anexos ................................................................................................................................................. 61
1- Dinâmicas de sensibilização ........................................................................................................ 61
Quebra -quadrados .......................................................................................................................... 61
Quem conta um conto ..................................................................................................................... 63
Vamos dar as mãos ......................................................................................................................... 64
A minhoca ......................................................................................................................................... 64
Como estamos nos percebendo? ................................................................................................. 65Dinâmica da corda .......................................................................................................................... 67
Não queremos ser jardim zoológico ........................................................................................... 67
2- Sugestão de registro das atividades ........................................................................................... 68
3- Sugestão de organização dasinformações do Passo 1 ................................................................................................................. 69
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4- Relatório do Plano Participativo de SegurançaAlimentar da Comunidade .......................................................................................................... 70
5- Relatório Semestral de Acompanhamento eAvaliação do Plano Participativo de SegurançaAlimentar da Comunidade .......................................................................................................... 71
• Leitura recomendada .................................................................................................................. 73
• Mística ......................................................................................................................................... 74
• Referências bibliográficas ........................................................................................................... 79
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Apresentação
A Pastoral da Criança preparou este Caderno para o monitor de SegurançaAlimentar e Nutricional. O objetivo é gerar a discussão e a ação participativa da comunidade nas questões que podem estar causando problemas na nutrição das famílias atendidas pela Pastoral da Criança. Esta discussão auxilia a comunidade a tomar consciência e a construir conhecimento vindo da própria realidade. A partir desse conhecimento, é possível iniciar amobilização da comunidade para enfrentar os problemas encontrados, tornando viável ocaminho para a Segurança Alimentar e Nutricional no nível local.
Este Caderno reúne informações que servem de base para que o monitordescubra, junto com os participantes deste processo, os meios mais concretos para agir frente aos problemas de alimentação e nutrição. São conteúdos gerais que podem ser totalmenteadequados ou possíveis de serem discutidos e aplicados, dependendo de cada realidade. Ou seja, este instrumento de trabalho ajuda a olhar com os próprios olhos e entender com aspróprias idéias os problemas que estão acontecendo ao redor e que têm a ver com a qualidade da alimentação e da nutrição das pessoas. Além disso, busca resgatar os hábitos alimentares tradicionais das comunidades e pensar sobre os recursos disponíveis no local.
Assim, nesse processo é preciso:
• buscar o apoio de todos os envolvidos;
• reunir-se para discutir e organizar as idéias;
• saber traçar um plano;
• usar as ferramentas que se têm, com interesse e criatividade, para agir sobre a
questão;
• querer fazer, sabendo que todos têm um papel importante;
• desenvolver o trabalho utilizando a metodologia: "ver, julgar, agir, avaliar e celebrar";
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• começar o trabalho e seguir adiante fortalecidos pela consciência e pela noção dos direitos e deveres de cada um como cidadão!
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O monitor de SegurançaAlimentar e Nutricional da
Pastoral da Criança
A Identidade do Monitor
Os monitores de Segurança Alimentar e Nutricional são pessoas ligadas àsequipes das coordenações da Pastoral da Criança - estaduais, diocesanas, de áreas, paroquiaise comunitárias. Esses monitores fazem parte da Rede de Apoio à Segurança Alimentar eNutricional da Pastoral da Criança e têm o papel de:
• sensibilizar, discutir e difundir o conceito de SEGURANÇA ALIMENTAR ENUTRICIONAL, para que essa idéia esteja presente em cada família acompanhada pela Pastoral da Criança;
• assessorar as comunidades no processo de Planejamento Participativo, naelaboração de planos de ação comunitários para a construção da SegurançaAlimentar em nível local. Para tanto, deve ser estimulada a parceria com outras organizações (governamentais, não-governamentais, movimentos populares eoutros) e pessoas voluntárias;
• acompanhar e avaliar, juntamente com as comunidades, os planos participativos de segurança alimentar;
• produzir relatórios sobre as atividades desenvolvidas nas comunidades.
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Em cada comunidade onde esse trabalho vai ser desenvolvido, será formado um grupo de trabalho. Esse grupo será orientado por um monitor.
No desenvolvimento das atividades com o grupo de trabalho, o monitor deve:
• estimular a participação de todos;
• conduzir os trabalhos de forma simples e clara;
• estar atento para a correta aplicação da metodologia do Planejamento Participativo, proposta neste Caderno;
• sistematizar e ajudar os participantes a organizar seus conhecimentos para umamelhor e mais eficiente aprendizagem;
• amarrar as discussões com seus devidos encaminhamentos;
• orientar as discussões para que cada decisão tomada seja fruto do consenso do grupo;
• conduzir os debates por meio de técnicas de visualização (escrever as opiniões dos participantes num quadro negro, em cartões a serem pregados na parede ou qualquer outraforma que atinja esse objetivo);
• registrar - com data - todas as atividades, decisões, avanços e dificuldades discutidos em cada reunião (Sugestão de registro das atividades - ver em Anexos).
O monitor deve buscar atuar com:
• liderança, articulação, capacidade de mediar os conflitos do grupo e conduzir as discussões
ao seu objetivo e bom êxito;
• sensibilidade e capacidade de solidarizar-se;
• capacidade de aprender com aquela realidade;
• sensibilidade para detalhes significativos que envolvem sutilezas e emoção dos participantes;
• capacidade de trabalhar em equipe, disponibilidade e compromisso;
• espírito de animação do grupo, não de direção ou autoridade.
Estas são qualidades humanas ideais, mas difíceis de serem encontradas numa mesma pessoa. Entretanto, é o que se busca. Para o trabalho comunitário, estas qualidades têm maior valor do que a simples capacidade técnica.
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Princípios de açãono trabalho do monitor
O monitor vai atuar procurando guiar-se por algumas idéias que representam os
princípios de trabalho da Pastoral da Criança nesta área.
Um pouco sobre o processo de planejar de modo PARTICIPATIVO
Dentro da proposta da "Segurança Alimentar e Nutricional" nas comunidades onde
a Pastoral da Criança atua, o Planejamento Participativo vai auxiliar as pessoas a:
• aprender novos conceitos ou resgatar os conceitos já aprendidos;
• tornar-se capaz de realizar determinadas tarefas ou ações;
• discutir dificuldades na realização do seu trabalho;
• tornar-se capaz de enfrentar e/ou resolver estas dificuldades.
Aprender coisas novas ou refletir sobre as próprias práticas são experiências que
todos nós tivemos no decorrer da vida. Cada pessoa tem o seu próprio saber, traçou seu
próprio caminho. Estas contribuições individuais podem dar um ótimo fortalecimento ao grupo
envolvido porque todos os saberes se complementam e precisam ser trocados, compartilhados.
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É importante dar a todos a chance de falar e ser ouvido. Esta prática
aproxima as pessoas dos seus problemas e dificuldades. Faz com que elas se
sintam envolvidas e ativas para enfrenta-los, criando condições para pensar e decidir
sobre o melhor caminho a ser tomado.
Partilhar os sentimentos, as opiniões, as dúvidas ou as dificuldades é uma
boa forma de conduzir um Planejamento Participativo para que haja sucesso e se
estabeleça confiança nas relações do grupo de trabalho.
Monitor: para o desenvolvimento desta prática, também é importante:
• orientar as atividades utilizando as dinâmicas e as discussões em grupo,
buscando ao máximo a participação dos envolvidos (veja o Anexo 1);
• sempre que possível, fazer relação entre a realidade vivida pelo grupo e os
conteúdos apresentados e discutidos. Assim, os participantes refletem sobre a
sua realidade e aos poucos se tornam capazes de planejar as ações possíveis
para enfrentar os problemas identificados na comunidade;
Olho vivo!
A garantia do respeito a estes princípios é muito Importante, pois eles
definem a identidade e a qualidade do trabalho de orientação e divulgação dos
conceitos sobre Segurança Alimentar e Nutricional em todas as comunidades
acompanhadas pela Pastoral da Criança.
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• deixar claro que, através deste processo, as pessoas podem refletir a respeito da insegurança alimentar na comunidade (que problemas enfrentam, quem é mais atingido, que ações podem ser organizadas para enfrentá-los, quais são as prioridades...). A partir disso, de acordo com a sua realidade, vão conseguir se mobilizar para combater os problemas, resgatar e incluir hábitos e práticas saudáveis de alimentação no seu dia-a-dia;
• reforçar que o objetivo deste processo é promover a conscientização sobre a relação entre alimentação e saúde. A partir deste enfoque, se pode trabalhar a preocupação com aSegurança Alimentar e Nutricional de acordo com a realidade das comunidades e famílias acompanhadas;
• persista na idéia de que o trabalho tem que ser desenvolvido levando em conta a realidade local, no que se refere especialmente:
aos hábitos alimentares e aos fatores culturais que têm influência sobre eles;
à disponibilidade de recursos e dos produtos alimentares no local ou região;
às condições de acesso aos alimentos tanto em termos físicos (proximidade da produção e do comércio de alimentos) quanto econômicos (capacidade decompra de alimentos). Estas questões são importantes para determinar a forma de trabalho mais adequada para ser desenvolvida em cada comunidade;
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• dar ênfase especial a que todos os trabalhos desenvolvidos na comunidade sejam
construídos a partir da criatividade, da capacidade de mobilização e das experiências
acumuladas em cada região;
• divulgar estas propostas de trabalho, gerando uma troca valiosa de experiências. As
experiências dos outros podem servir de modelo para enfrentar ou solucionar muitos
problemas (por exemplo: uma comunidade que reduziu o custo dos seus alimentos básicos
porque formou uma cooperativa de produção ou de compra de determinados produtos
alimentares).
Tudo isso leva as comunidades a caminhar no sentido de atingir a Segurança
Alimentar e Nutricional.
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As pessoas que se engajam numa determinada causa, normalmente esperam por
resultados rápidos e visíveis, que justifiquem o seu investimento de tempo e energia. Quando o
processo é muito lento provoca o desânimo e pode gerar crises. Além disso, toda vez que
diferentes pessoas se reúnem em torno de uma questão são previsíveis alguns problemas
como:
• intrigas entre os componentes do grupo;
• conduta autoritária e disputas pelo poder, indo contra os interesses do grupo;
• visão individualista sobrepondo-se à coletiva;
• falta de transparência nas intenções;
• inflexibilidade frente a novas opiniões;
• sobrecarga de trabalho de alguns por conta da omissão de outros...
Sempre haverá uma diferença entre o que se busca e o que se consegue realizar.
Isto pode gerar descontentamento, decepções e, às vezes, rupturas. Nesse momento, é
importante resgatar com o grupo o seu sentido de existir, reforçar a fé e a confiança na busca
de soluções positivas para conquistas reais.
Em momentos de maior tensão ou cansaço, o monitor pode utilizar dinâmicas de
grupo, brincadeiras para aliviar o ambiente e estimular a participação de todos. Uma sugestão é
realizar a "dinâmica da corda", que está descrita no final deste Caderno (veja no Anexo 1). Mas,
o monitor deve se sentir livre para utilizar as dinâmicas e brincadeiras que achar mais
convenientes.
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Roteiro de discussão 1:
Sensibilização paraavaliação do trabalho
em andamento
Para trabalhar com este roteiro, utilize a dinâmica "Não queremos ser jardimzoológico", que está no Anexo 1, no final deste Caderno. Essa dinâmica serve para avaliar o andamento das relações do grupo durante o processo de trabalho.
Roteiro para avaliação:
1. Qual o papel de cada um no grupo?
2. Que atitudes estão "escondidas" entre os membros do grupo?
3. É comum no grupo a formação de pares ou sub-grupos?
4. O que isso pode gerar dentro das expectativas e objetivos do trabalho?
5. Como se pode trabalhar estas questões?
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Nossa realidadenacional:
um panorama para refletir
Ter uma família bem alimentada e bem nutrida é a preocupação de qualquer grupo social. Este é, sem dúvida, um bom ponto de partida para a discussão sobre alimentação e nutrição numa comunidade. Sabemos que esta questão sofre a influência de uma grande variedade de fatores e queprovoca uma série de efeitos sobre o corpo humano, muitas vezesresultando em doenças. É uma questão social que se torna concreta e visível no corpo. Para começar a refletir sobre tudo isso, vamos construir umpanorama da nossa realidade nacional.
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Roteiro de discussão 2:
Sensibilização sobre os problemasnutricionais do país e da comunidade
1. Em nossa comunidade, que notícias (rádio, TV, jornais, etc.) mostram a situação geral do Brasil nos dias de hoje? Vamos fazer uma lista das notícias que sabemos.
2. Dessas notícias, quais as que podem provocar algum problema na alimentação e na saúde das pessoas? De que jeito isso acontece?
3. Estes problemas de alimentação e saúde do país em geral também existem na nossa comunidade?
4. As pessoas que vivem no local percebem a existência destes problemas ou sabem identificá-los de alguma forma? Como eles são sentidos e reconhecidos?
5. Quem sofre mais com estes problemas?
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Os problemasnutricionais no Brasil
Nos últimos quarenta anos, o Brasil vem se desenvolvendo rapidamente em várias áreas. Isto traz conseqüências para a saúde e qualidade de vida da população, inclusive nomodo como as pessoas adoecem e morrem. Como se pode explicar isso? Vamos ver dois tipos de situação que estão presentes na nossa sociedade
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O aumento do tempo de vida, a mudança de hábitos e o stress fez aparecer um grupo de doenças que vai afetando lentamente o corpo, durante um período longo eprovocando alterações que podem não ter recuperação. Por causa destas características, são chamadas de doenças crônicas não-transmissíveis. Elas aparecem especialmente entre os adultos e mais idosos. As principais são: câncer, diabetes, doenças do coração e dacirculação (pressão alta, derrame, infarto) e obesidade.