contestacao_cont aposentadoria idade urbana carencia creta ii
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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃOPROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA-INSS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 15ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA
O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -
INSS, Autarquia Federal, criada nos termos do artigo 14 da
Lei nº 8.029/90 e regulamentada pelo Decreto nº 99.350/90,
neste ato representado por seu procurador federal ex lege
signatário, nos autos do processo em epígrafe, vem,
respeitosamente, com fulcro nos artigos 278 e 297 e
seguintes do Código de Processo Civil e na Lei nº
10.259/2001, apresentar sua CONTESTAÇÃO, fundada nas razões
de fato e de direito a seguir expostas.
I – DO PEDIDO e DA CAUSA DE PEDIR
A parte Autora objetiva a compelir esta
Autarquia a conceder aposentadoria por idade urbana.
A demanda, entretanto, não merece
prosperar, vez que Parte Autora não comprovou, na data do
requerimento, um total de 180 contribuições exigidos pelo
artigo 142 da Lei 8.213/91.
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II –MÉRITO
Almeja a parte autora a concessão de
aposentadoria por idade.
Não pode prosperar a pretensão da Parte
Autora, eis que o benefício previdenciário de Aposentadoria
por idade encontra-se disciplinado nos arts. 48 e seguintes
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que preceitua que
a concessão de tal benefício necessita do preenchimento de
alguns requisitos, ressaltando como primordial: a qualidade
de segurado, o cumprimento do período de carência, a
comprovação da idade necessária.
O art. 48 daquela Lei tem a seguinte
redação, in verbis:
“A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (...)”. (grifou-se)
Além disso, o inciso II do art. 25 da Lei
n° 8.213/91 determina o período de carência de 180
contribuições mensais para o deferimento da aposentadoria
por idade e, caso a inscrição da parte autora tenha sido
anterior à 24/07/91, deve-se observar o período de carência
constante na tabela do art. 142 da legislação:
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“Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, levando-se em conta o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício:
Ano de implementação das condições
Meses de contribuição exigidos
(...) (...)2006 150 meses2007 156 meses2008 162 meses20092010201120122013...
168 meses174 meses180 meses180 meses180 meses180 meses
Posteriormente, com a introdução no
ordenamento jurídico pátrio da Lei nº.10.666/2003, aos
requerimentos de aposentadoria por idade após a sua edição,
desconsidera-se a perda da qualidade de segurado se forem
comprovadas a realização do número de contribuições
legalmente exigíveis.
Os requerimentos de aposentadoria por idade
feitos a partir da Lei 10.666/2003 deverão ter apreciados,
quando da sua concessão: a) o preenchimento da carência
aplicável ao caso, e; b) a idade exigida.
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Reza a Lei 10.666/03, no artigo 3º, e § 1º,
o seguinte:
“Art. 3°. A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.
§ 1°. Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de CARÊNCIA NA DATA DO REQUERIMENTO DO BENEFÍCIO.” (Grifo nosso).
Portanto, exigem-se apenas a idade e a
carência, mas, na situação em que a Parte Autora tenha
completado a idade e não a carência, deve prevalecer o
número de contribuições da Tabela do art. 142 em relação à
data do requerimento administrativo, e não o da data do
implemento do requisito etário.
Nesse sentido, é a sentença proferida pelo
Juizado Especial Federal de Chapecó, no Processo
2008.72.52.002176-3, da lavra do Juiz Federal Dr. Oscar
Valente Cardoso:
“Novo regramento foi determinado pela Medida Provisória nº 83/2002, a qual, em 12 de dezembro de 2002, passou a disciplinar que a perda da qualidade de segurado não seria mais considerada se o contribuinte atingisse 240 (duzentos e quarenta)
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contribuições, assim dispondo o parágrafo único do art. 3º:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.Parágrafo único. Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, duzentas e quarenta contribuições mensais.
Por fim, em 08 de maio de 2003, a referida Medida Provisória foi convertida na Lei n. 10.666, a qual inseriu dois parágrafos ao referido art. 3º, modificando, sensivelmente, os requisitos para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, mais especificamente no §1º, restando com a seguinte redação:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.§1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento administrativo (grifou-se).§2º A concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos do § 1º, observará, para os fins de cálculo do valor do benefício, o disposto no art. 3º, caput, da Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários de contribuição recolhidos no período a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35, da Lei nº 8.213, de, 24 de julho de 1991.
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Portanto, a partir da Medida Provisória n. 83/2002, os requisitos até então considerados para a concessão de aposentadorias por idade, ou seja, a concomitância da relação jurídica entre o pretenso beneficiário e a Previdência Social, o cumprimento nde um período mínimo de carência com contribuições e idade mínima, inevitavelmente foram mitigados pelas legislações recentes. Tanto a Medida Provisória quanto a Lei 10.666/03, vieram a desconsiderar a perda da qualidade de segurado, bastando, tão-somente, o cumprimento do período de carência e a idade mínima.
Especificamente, quanto à carência referida na Lei n. 10.666/03, muito embora possivelmente a interpretação seja a de que deveriam ser observadas as 180 (cento e oitenta) contribuições exigidas pelo art. 25, inciso II, da Lei n. 8.213/91, não há como se olvidar da já mencionada regra de transição disposta no art. 142, que é, como visto, aplicável ao caso sub judice.
Saliente-se ainda que, em que pese o referido art.142 mencionar que para a verificação do período de carência levar-se-á em consideração o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício, tal regramento deverá ser assim interpretado tão-somente quando o segurado tiver, efetivamente, preenchido os requisitos, sem valer-se do novo dispositivo da Lei n. 10.666/03.
Ou seja, verificando-se que o segurado não tenha cumprido a concomitância dos requisitos anteriormente exigidos pela legislação pretérita, garantindo-lhe, assim, a preservação do direito adquirido, o tempo de contribuição exigido para efeito de carência, nos termos da Medida Provisória n. 83/02 será de 240 (duzentos e
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quarenta contribuições), e pela Lei n. 10.666/03, será a correspondente à exigida na data do requerimento do benefício, ou seja, não mais no ano em que implementadas as condições. Isto é, no caso de ser utilizada a regra de transição o art. 142, a carência exigida será aquela correspondente ao ano em que o segurado requereu administrativamente o seu pedido. Há que se observar, no entanto, que tendo ocorrido pedidos administrativos anteriormente ao advento das novas legislações, a data inicial dos benefícios, caso eles sejam concedidos através das novas regras, deverão obedecer à data de entrada em vigor da legislação aplicável à espécie.
No caso em exame, o implemento dos requisitos à concessão do benefício não foi simultâneo, isso porque a requerente completou 60 anos em 2005 e a carência em 2006. Logo, com fundamento nos citados dispositivos legais, aplica-se a carência do requerimento administrativo, e não do ano em que completou o requisito etário. Assim, verifica-se que a autora possui 148 contribuições e formulou o requerimento administrativo em 2007, quando deveria comprovar 156 meses de contribuição (art. 142 da Lei n. 8.213/91). Portanto, não tem direito ao benefício pleiteado, diante do descumprimento do requisito carência.
III- DO CASO CONCRETO
Através dos documentos trazidos aos autos,
percebe-se que a parte autora não possui a carência
necessária para obtenção do benefício postulado.
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Não há nos sistemas da Previdência Social
qualquer informação de contribuição/tempo de serviço tal
qual relatado na inicial.
Assim, não pode prosperar a pretensão da
Parte Autora, eis que não comprovou, na data do
requerimento, 180 contribuições.
IV - P E D I D O
Diante do exposto requer o INSS se digne
Vossa Excelência julgar improcedente a presente demanda,
vez que a Parte Autora não comprovou, na data do
requerimento, 180 contribuições, exigidas pelo artigo 142
da Lei 8.213/91, para efeito de concessão de aposentadoria
por idade.
Nesses termos, espera deferimento.
Sousa, data do evento.
TÚLIO CATÃO MONTE RASO Procurador Federal
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