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CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS COOPERATIVOS NA DIMINUIÇÃO DO PRECONCEITO ENTRE GÊNEROS NAS AULAS DE FUTSAL
Icaro Ricardo de Mello Bergamo João Manuel Mendes de Sousa
Orientadora: Dra Alessandra Dal Lin
_______________________________________________________________________ RESUMO: Este artigo teve como objetivo analisar se os jogos cooperativos contribuem
para a diminuição do preconceito entre gêneros nas aulas de futsal. Este estudo caracterizou-se por ser uma pesquisa qualitativa de cunho comparativo, num primeiro momento em forma de questionário com análise do percentual das respostas por gênero. No segundo momento foi aplicado o método de observação direta. A análise das observações foi desenvolvida a partir dos conceitos-chaves da Teoria dos Sistemas Ecológicos de Urie Bronfenbrenner (2002) – processo, pessoa, contexto e tempo alicerçada no sujeito em desenvolvimento e nas relações que este estabelece com o ambiente onde está inserido. O questionário foi composto por 12 questões, sendo elas sete fechadas, quatro semiabertas e uma aberta, foi aplicado em alunos de ambos os sexos, cursando o 7º ano de um Colégio Estadual de Curitiba. Os resultados foram analisados a partir de referenciais, livros e artigos sobre os temas. De uma maneira geral, analisando as respostas do questionário, observou-se a presença de preconceito na sociedade. Porém, tratando-se do ambiente escolar, pelo menos teoricamente, não há esse preconceito. O resultado das aulas aplicadas pelos pesquisadores demonstraram que a prática de jogos cooperativos podem influenciar positivamente para a diminuição do preconceito entre gêneros nas aulas de Educação Física.
Palavras-chave: jogos cooperativos, preconceito, diferença entre gêneros, futsal. _______________________________________________________________________ ABSTRACT: This article had as the main purpose to analyse if cooperative games help to
decrease prejudice between genres in futsal classes. This study was characterized as a qualitative comparative research. In the first moment, as a form with the review of the percentage of answers by each gender. In the second moment a direct observation analyses was applied. The analyses of the observations was developed from the main concepts of the Theory of Ecological Systems by Urie Bronfrenbrenner (2002) – process, person, context and time based on the subject in development and the relations established between it and the environment where it is in. The form consists of 12 questions, seven of them closed, four semi-open and one open, and it was applied to students from both genres in Seventh grade of a public school in Curitiba. The results were analysed from references, books and articles about the subject. Generally, reviewing the form’s answers, it was noticed the existence of prejudice in society, although when it comes to a school environment, at least theoretically, there’s no prejudice. The result of the classes applied by the researchers demonstrated that the practice of cooperative games can impact positively to decrease the prejudice in Physical Education classes. Keywords: cooperative games, preconception, gênder difference, futsal.
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I.INTRODUÇÃO
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a violência é mundialmente
caracterizada como um problema de saúde pública que tem como resultados uma série de
complicações individuais e sociais. Essa questão se acentua em populações mais jovens, que
estão entre os que mais morrem e mais matam, segundo o IHA (Índice de Homicídios na
Adolescência), no Brasil em 2012, 3,32 jovens foram assassinados para cada 1.000 que
chegaram à idade inicial do estudo, 12 anos. Este fenômeno é denominado de violência juvenil e
abrange jovens de 10 a 21 anos.
A violência é o reflexo social que se manifesta em diferentes regiões e localidades,
independente do nível socioeconômico ou cultural dos indivíduos. Dentre os locais onde se
manifesta a violência, a escola aparece com um ambiente de violência mascarada/oculta que
vem se tornando um problema social, pois após inúmeros episódios de bullying apresentados
pela mídia, pode-se considerá-la um dos principais espaços reprodutores da violência juvenil. Um
exemplo dessa violência praticada através do bullying, é o caso de um garoto de 10 anos que foi
agredido em uma escola no sul do Piauí apenas pelo fato de usar óculos, contudo, deve-se
salientar que a agressão física foi o ápice da violência cometida contra o garoto, sendo que este
já vinha sendo agredido verbal e psicologicamente por meio de apelidos e da humilhação por
parte de outros estudantes. Apesar de a escola ter um papel social educativo e uma atmosfera
segura, regada de comportamentos como a disciplina, a amizade e a cooperação, ela acaba por
possibilitar o contexto social externo gerando, através da violência, mais sentimentos como o
medo, a insegurança e o sofrimento entre os estudantes (LOPES, 2005).
Uma pesquisa realizada com mais de 5.000 alunos de todas as regiões do Brasil no ano
de 2009, revelou que cerca de 70% de toda a amostra presenciou cenas de agressão contra os
colegas na escola e 30% vivenciaram tais situações. E, se tratando diretamente sobre o bullying,
que na pesquisa foi citado como “ações de maus tratos entre colegas ocorridas com frequência
superior a três vezes”, o número chegou a 10% do total de alunos pesquisados (FISCHER et al).
Segundo Lopes (2005), existem duas formas de violência presentes nas escolas que são
o bullying e a vitimização. O primeiro, trata de “todas as atitudes agressivas, intencionais e
repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra
outro(s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder”
(LOPES, 2005, p. 165). O segundo termo, refere-se a quando um indivíduo é acometido pelo
comportamento agressivo de outro mais poderoso. Essas duas práticas levam a consequências
negativas todos os envolvidos: agressor, agredido e observador.
Dentro do contexto escolar, ainda há um agravante para a prática do bullying que é a
relação entre gêneros. Bandeira (2009) trata da questão da expressão da agressividade, que se
apresenta de diferentes maneiras nas meninas e nos meninos. Para a autora, os meninos
participam de ataques físicos e situações de ameaça verbal mais frequentemente do que as
meninas, enquanto que estas demonstram sua agressividade indiretamente, através de insultos
verbais, exclusão do grupo social e fofocas, por exemplo. Entretanto, a forma de expressar a
agressividade das meninas não descaracteriza a ação do bullying sendo que a diferença está na
forma de agressão e não na incidência desta.
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Em se tratando mais diretamente da relação entre gêneros, Woolfolk (2000) menciona que
a ideia central sobre essas relações sempre aparece ligada aos conceitos sobre masculinidade
e feminilidade, tendo em vista que estes conceitos são moldados pelo contexto sociocultural em
que as populações estão inseridas. A partir desta perspectiva, a autora relata que a identidade
de gênero é a assimilação que cada um faz de si mesmo nas características de masculino ou
feminino, sendo que estas não são as de cunho biológico, ou seja, pessoas com uma identidade
feminina tem a visão de si mesmas como mais “sensíveis, ternas e delicadas”, em oposição à
uma identidade mais masculinizada que possui traços mais “rudes, agressivos e potentes”.
Segundo a autora, o desenvolvimento dessa identidade nas crianças se dá através dos
chamados “esquemas de gênero”, que são informações baseadas em crenças da sociedade
sobre o que é ser homem ou mulher. Isto ajuda as crianças a compreenderem o mundo e orientar
seus comportamentos, o que influenciará o processo de informação social e também em
questões como a autoestima, tendo em vista que somente comportamentos/atitudes que vão de
encontro com o esquema de gêneros são socialmente aceitos.
A visão de gêneros como construção e prática de papéis antagônicos, sendo estes
representações do masculino e do feminino, são decorrentes da maneira como estes são
desempenhados socialmente. Entretanto, esse tipo de ótica exclui as relações de gênero e poder
existente na sociedade e culmina nos estereótipos dos papéis de homens e mulheres. Com isso
Luz (2009), afirma que a questão de gêneros pode se reportar à separação categórica que a
sociedade faz da diferença entre os sexos sendo que “a sociedade cria categorias de homens e
de mulheres para as diferenças de sexo. Essa categorização acontece tanto para diferenças tidas
como inatas como para aquelas tidas como construídas socialmente”. A autora (LUZ, 2009, p.
26) ainda cita que:
Homens e mulheres aprendem a assumir determinados comportamentos, atitudes, características e sentimentos, de acordo suas experiências de vida e com o contexto onde vivem. A dicotomia e a oposição entre as características de homens e de mulheres é, portanto inadequada, pois é perfeitamente possível que as mulheres assumam características de objetividade e racionalidade em certas situações da vida, que assim o exigem, e, em outras situações sejam amorosas e afetivas. Por outro lado, homens podem ser emotivos, sensíveis e afetivos sem que com isto, sejam considerados mulheres. Essa aprendizagem dá aos seres humanos a possibilidade de transitarem entre as características mais comuns de cada gênero, sem que se configure um problema ou uma inadequação, do ponto de vista social. (LUZ, 2009, p. 26)
Sabe-se que aspectos como o preconceito, sejam eles étnicos, sexuais ou em questões
ligadas aos gêneros, são ainda mais aumentados nos momentos de competição. Partindo deste
pressuposto podemos pensar que a Educação Física, quando reproduz o esporte de maneira
formal, acaba por agravar este quadro. Em contrapartida, é nítida que nas últimas décadas foram
desenvolvidas novas ideias para que se possam trabalhar os jogos que envolvam a cidadania, a
ética e outros valores. Entretanto, ainda assim a necessidade/crédito de se vencer o outro de
qualquer modo ainda impera nas aulas e acaba por descaracterizar os alunos com menor
desempenho físico. (FERRI, 2011)
Verbena e Romero (2003) apud Scott (1995) salientam que as relações de gênero são
permeadas pelas questões socioculturais e, também no esporte, vão além apenas dos aspectos
biológicos. Sendo assim, a análise sobre gêneros dentro da prática esportiva deve levar em
consideração também a atitude de homens e mulheres ponderando que estas podem ter
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diferentes características. Com isso pode-se refletir sobre como as pessoas definem suas
representações sociais tendo correlação com a visão de mundo delas, de modo que essas
percepções são construídas historicamente e pertencentes ao grupo ao qual estão inseridas.
Então, temos que:
A sociedade, por meio do fenômeno esporte, reproduz, constrói e modifica valores diversos, mesmo que de forma inconsciente, numa constante interação social entre os Homens. O entendimento do esporte, associado à questão do gênero, é significativo para melhor compreensão do fenômeno esportivo na construção social e cultural do Homem. (VERBENA e ROMERO, 2003, p. 114)
A partir disso, entende-se que as práticas realizadas na sociedade poderão inferir
diretamente no comportamento durante a prática de atividades físicas. Isso se deve ao fato de
que “a sociedade cobra determinados padrões de comportamento que são direcionados para o
homem e para mulher segundo características socialmente impostas que interferem na prática
esportiva” (VERBENA e ROMERO, 2003, p. 115). Para que se possa compreender como se
realizam tais comportamentos, é essencial que se compreenda que o esporte gera nas pessoas
sentimentos de excitação/euforia. E que na escola as aulas de Educação Física devem buscar
atingir o objetivo do esporte-educação, “o esporte-educação tem como meta trabalhar valores
como coopera-ção, solidariedade e respeito ao outro, visando a participação incondicional de
todos e criando nesses um hábito de vida saudável, o que contribui para melhorar a sua
qualidade” (VERBENA e ROMERO, 2003 p.115 apud TUBINO, 1992). Nesse sentido, Brotto
(1999) apresenta o jogo como uma possibilidade educativa e de integração entre os participantes.
Segundo Huizinga (1971, p. 03) “o jogo é fato mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo
em suas definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana”. O autor defende
a ideia de que a civilização humana não impôs qualquer forma de se jogar, que as características
dos jogos estão presentes desde antes de os homens começarem a jogar. Segundo ele, os
animais brincam como os homens, basta se observar o comportamento dos cães enquanto eles
estão brincando, que poderá perceber-se características que os humanos realizam enquanto
jogam. O jogo para Huizinga (1971) é algo que vai além da vida humana, o autor defende que o
jogo não está relacionado a civilização, e que é impossível negar a sua existência. Para ele a
principal característica do jogo é a sua intensidade e seu poder de fascinação, que segundo ele
nem mesmo análises biológicas são capazes de explicar tais sentimentos. O autor define jogo
como: O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. (HUIZINGA, 1971, p.33).
Segundo Brotto (1999, p.28) “eu Jogo do jeito que Vivo e Vivo do jeito que Jogo”, ou seja,
a vida e o jogo estão ligados, acabam tornando-se reflexos um do outro. Ele acredita que o jogo
tem grande potencial para melhorar a relação entre os indivíduos, possibilitando um
conhecimento melhor de si próprio, e assim melhorando as relações interpessoais. O autor
defende a ideia de que quando o indivíduo está jogando ele está praticando o que ele realiza em
sua vida cotidiana, ele menciona que “quando jogamos estamos praticando, direta e
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profundamente, um Exercício de Co-existência e de Re-conexão com a essência da Vida”.
(BROTTO, 1999, p.28).
O jogo é importante meio utilizado na educação. Segundo Brotto (1999) o jogo deve ser
utilizado como ação pedagógica, buscando uma reordenação da educação. Freire (2001, p.119)
menciona que: “o jogo proposto como forma de ensinar conteúdos às crianças aproxima-se muito
do trabalho. Não se trata de um jogo qualquer, mas sim de um jogo transformado em instrumento
pedagógico, em meio de ensino.” Seguindo esse pensamento, Chateau (1987) acredita que o
jogo é um preparatório para o trabalho, que nele a criança começa a se socializar, o autor relata
que a criança começa a perceber o ponto de vista do outro a partir de tal prática. Pois segundo
ele “o jogo representa então, para a criança o papel que o trabalho representa para o adulto.
Como o adulto se sente forte por suas obras, a criança sente-se crescer com suas proezas
lúdicas.” (CHATEAU, 1987, p. 29).
O jogo na educação, feito sem pressões permite ao aluno adquirir autonomia, melhor
reconhecimento de si próprio além de melhorar o relacionamento com os outros. Brotto (1999 p.
34) cita que “a oportunidade de jogar repercute na ativação de todos os níveis do
desenvolvimento humano: físico, emocional, mental e espiritual.” Segundo Soler (1996, p.43)
“Para a criança, brincar não é apenas um passatempo”, e por isso a escola é o local ideal para a
prática do jogo. Ele defende a ideia de que nos jogos a criança começa a conhecer o mundo
através das emoções por elas vividas nesse processo, que a partir de tal prática ela começa a
desenvolver uma série de hipóteses sobre a sua vida.
Os jogos na Educação Física comumente são passados aos alunos a partir de jogo
cooperativos e jogos competitivos. Brotto (1999, p. 46) define cooperação como “um processo
onde os objetivos são comuns e as ações são benéficas para todos.” Seguindo esse raciocínio,
Soler (2006) diz que os jogos Cooperativos possuem como característica principal a participação
de todos buscando-se atingir um objetivo comum. São jogos que estimulam a criatividade, o
senso crítico, joga-se para superar desafios, possibilitam a participação de todos, visam a
diversão daqueles que estão participando do jogo. Tais jogos são considerados desafios, pois
fazem a integração de todos, e fazem com que se recupere a autoestima. O autor defende a ideia
que ninguém nasceu para ser excluído, e que isso deve ser praticado tanto na escola como num
jogo maior: a vida. Seguindo esse pensamento, Brotto (1999, p. 83) menciona que “joga-se para
superar desafios e não para derrotar os outros; joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer de
jogar.” O autor defende que a ideia de cooperação deve ser inserida além do jogo, segundo ele
deve haver uma consciência de cooperação:
É preciso nutrir e sustentar permanentemente, o processo de integração da Cooperação no cotidiano pessoal, comunitário e planetário, reconhecendo-a como um ‚estilo de vida, uma conduta ética vital, que esteve, consciente ou inconscientemente, sempre presente ao longo da história de nossa civilização.(Brotto, 1999 p.61)
Os jogos competitivos são opostos aos jogos cooperativos, eles possuem como objetivo
principal a vitória, e as vezes a qualquer custo. Brotto (1999, p.46) define competição “um
processo onde os objetivos são mutuamente exclusivos e as ações são benéficas somente para
alguns.” Esses jogos – competitivos - podem influenciar de forma negativa não só durante o jogo,
mas sim na vida das pessoas de uma maneira geral. As pessoas competem em jogos, competem
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na vida, competem na política, e querem a vitória de qualquer forma, não importando o meio
utilizado para consegui-las. (ORLICK,1989 p. 13).
Brotto (1999, p. 43) menciona que “Cooperação e Competição, são aspectos de um
mesmo espectro, que não se opõe, mas se compõe”. Competição e cooperação estão presentes
além do jogo, são notadas no cotidiano de todas as pessoas. “Porém, não representam, nem
definem e muito menos substituem, a natureza do Jogo, do Esporte e da Vida.” Brotto (1999, p.
44). Para exemplificar situações cooperativas e competitivas, Brotto (1999), elaborou a seguinte
tabela:
Situação Cooperativa Situação Competitiva
Percebem que o atingimento de seus
objetivos, é em parte, consequência da ação
dos outros membros.
Percebem que o atingimento de seus
objetivos é incompatível com a obtenção dos
objetivos dos demais.
São mais sensíveis às solicitações dos outros. São menos sensíveis às solicitações dos
outros.
Ajudam-se mutuamente com frequência Ajudam-se mutuamente com menor
frequência.
Há maior homogeneidade na quantidade de
contribuições e participações.
Há menor homogeneidade na quantidade de
contribuições e participações.
A produtividade em termos qualitativos é
maior.
A produtividade em termos qualitativos é
menor.
A especialização de atividades é maior. A especialização de atividade é menor.
A tabela elaborada por Brotto pode ser compreendida a partir de Orlick (1989, p.76),
quando o autor cita que existem “situações mais desejáveis são aquelas em que tanto os fins
quanto os meios são humanizadores. As situações piores são aquelas cujos meios e fins são
desumanizadores.” Para o autor, situações mais desejáveis são aquelas que remetem a
bondade, consideração, cooperação, compreensão. E as situações piores são aquelas que se
caracterizam por brutalidade, desconsideração geral para os valores humanos. Seguindo esse
raciocínio, pode-se perceber que nas situações cooperativas (situações mais desejáveis) as
ações e compreensões estão voltadas para o coletivo, enquanto nas situações competitivas
(situações piores) tais atos estão voltados para o “eu”. Verifica-se também que nas situações
competitivas os indivíduos são menos solícitos aos desejos do outro, o que é exatamente o
oposto ao que ocorre nas situações cooperativas.
Existem hoje na Educação Física duas abordagens que são aplicadas nas aulas:
Abordagem tradicional e a abordagem atual. Na abordagem tradicional, as aulas são
direcionadas principalmente para jogos competitivos. Esses jogos remetem principalmente aos
esportes, e os comportamentos são voltados para o individual, muitas vezes buscando-se o
resultado a qualquer custo. Observando-se a tabela de Brotto percebe-se que os indivíduos são
menos solidários aos seus colegas e também não se importam com os desejos dos colegas.
Soler (2006, p.19) menciona que nessa abordagem os alunos são estimulados a repetirem gestos
técnicos de esportes, não desenvolvem criatividade e autonomia.
Na abordagem atual, as aulas de Educação Física possuem um direcionamento maior para
jogos cooperativos. Tal abordagem surge, principalmente a partir dos referenciais de Brotto
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(1999, p.91) “é vital que superemos o paradigma do individualismo e da competição exacerbada.”
Ainda, enfatiza que “confio que ao modificar o comportamento no jogo, estaremos criando
possibilidades para transformar atitudes em nossa vida além do jogo” (BROTTO, 1999, p. 41).
Na prática do jogo cooperativo, o indivíduo consegue desenvolver autonomia, proporciona maior
companheirismo, leva a pessoa a comportamentos mais direcionados ao próximo, e não
pensando apenas em si.
Diante disso a problemática da pesquisa foi: A metodologia dos jogos cooperativos de
futsal favorece na diminuição do preconceito entre gêneros nas aulas de educação física? Para
desenvolver essa problemática delimitou-se o seguinte objetivo geral analisar se os jogos
cooperativos contribuem na diminuição do preconceito entre gêneros nas aulas de educação
física. Este estudo se justifica do ponto de vista acadêmico por se tratar de uma pesquisa que
tem como objetivos analisar uma metodologia de ensino direcionada a diminuição de um
problema social. Do ponto de vista da Educação Física trata-se de uma prática pedagógica (jogos
cooperativos) que tem como intuito a participação de todos nas atividades, ajudando assim a
quebrar paradigmas, preconceitos e violências existentes. Do ponto de vista da sociedade se
tratar de um problema social (preconceito entre gêneros) evidente, e que se deve buscar
alternativas a fim de minimizá-lo.
2. METODOLOGIA
2.1 TIPO DE PESQUISA
Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa de cunho comparativo, num
primeiro momento em forma de questionário com análise do percentual das respostas por gênero.
O segundo momento foi feito pelo método de observação direta. A análise das observações foi
desenvolvida a partir dos conceitos-chaves da Teoria dos Sistemas Ecológicos de Urie
Bronfenbrenner (2002) – processo, pessoa, contexto e tempo alicerçada no sujeito em
desenvolvimento e nas relações que este estabelece com o ambiente onde está inserido.
2.2 DESCRIÇÃO DO UNIVERSO
2.2.1 POPULAÇÃO
Alunos de ambos os sexos, cursando o 7º ano de um Colégio Estadual de Curitiba.
2.2.2 AMOSTRA
A amostra foi constituída de 28 alunos sendo 16 do sexo masculino e 12 do sexo feminino.
2.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
2.3.1 Instrumento
Instrumento de pesquisa de pesquisa teórico- questionário contextualizado com tirinhas
sobre discriminação entre gêneros contendo doze questões, sendo elas fechadas, semiabertas
e abertas, sobre a violência e o preconceito entre homens e mulheres na sociedade, validado por
3 professores da Universidade Tuiuti do Paraná.
2.3.2 Instrumento de pesquisa de campo (observação): uma filmadora de celular.
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2.3.3 Coleta de dados
Num primeiro momento foi apresentado a coordenação e aos professores de Educação
Física a intenção da pesquisa. Após a aprovação dos mesmos, foram distribuídos aos alunos o
questionário referente a violência entre homens e mulheres na sociedade. Para uma melhor
compreensão por parte dos alunos, os acadêmicos responsáveis pelo estudo fizeram uma
apresentação em PowerPoint explicando a eles as questões. Após essa miniaula os alunos
responderam o questionário e logo em seguida o devolveram aos pesquisadores.
A partir da coleta destes dados foi dado início às aulas práticas abordando o futsal, que
variaram entre uma aula de fundamentos básicos, mas, tendo principalmente, o enfoque nos
jogos cooperativos e semi-cooperativos de futsal nas aulas subsequentes. Foram um total de seis
aulas ministradas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO DA APLICABILIDADE DO QUESTIONÁRIO
01.Você acha que existe violência entre o homem e a mulher na sociedade?
02.Já presenciou ou viu alguma cena de violência entre homens e mulheres?
As respostas obtidas nessas questões (1 e 2) vão diretamente ao encontro com o que diz
Luz (2009), pois segundo a autora esse tipo de violência começou a ter maior visibilidade após
haver uma politização e questionamentos sobre a naturalidade com que tal assunto era tratado.
A autora defende a ideia de que a violência contra homens e contra mulheres ocorrem de
maneiras diferentes, segundo ela “Enquanto a violência contra os homens pode ser associada
majoritariamente ao espaço público, grande parte da violência contra a mulher tem ocorrido no
próprio lar” (LUZ, 2009, p.47). Para ilustrar em números o que significa essa violência, diversos
100%
0%
MENINOS
SIM
NÃO
100%
0%
MENINAS
SIM
NÃO
43,75%
6,25%
50%
0%
MENINOS SIM
NÃO
JÁ VI NATELEVISÃO
OUTROS
50%
16,66%
33,33%0%
MENINASSIM
NÃO
JÁ VI NATELEVISÃO
OUTROS
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estudos foram realizados, segundo Lima et al (2008) na América Latina o índice de mulheres que
já foram violentadas está entre 20% e 50%. Segundo Lima et al (2008) apud Heise (1994) no
Brasil mais da metade das mulheres assassinadas foram vítimas de seus parceiros íntimos.
03. O preconceito é uma forma de alguém achar que o que você faz ou a forma que você age,
pensa é errado mesmo que não seja. Isso já aconteceu com você?
Os resultados demonstram que a maioria dos alunos já sofreram ao menos uma vez o
preconceito. Fischer et. al. (2009), em sua pesquisa, classificou como maus-tratos quando a
pessoa sofre agressão apenas uma vez e como bullying quando a agressão se repete por no
mínimo três vezes no mesmo período. Com isso, pode-se dizer que o número de alunos que
sofrem maus-tratos, dentro desta população, é alto. Entretanto, Sales e Silva (2006) afirmam que
os jovens são reduzidos a estereótipos (discriminação) na escola e que isto pode evoluir para um
conflito entre eles e toda a comunidade escolar – diretor, professores e outros alunos. Sendo
assim, a estereotipia se fixa a uma imagem social do jovem e, por vezes, acaba por justificar
agressões e desrespeito ao outro.
04.Você já provocou alguma cena de agressividade ou falou alguma coisa para alguém que o
tenha deixado triste ou chorando?
Dos 16 meninos que responderam a questão apenas sete justificaram as suas respostas.
As justificativas dadas pelos meninos que responderam sim foram:
“Porque eu xinguei uma pessoa” // “Quando xinguei a minha irmã”// “Aconteceu por bobeira
minha” //“Por bullyng”.
Já os alunos que responderam as vezes deram as seguintes justificativas:
“A minha irmã as vezes me irrita”// “Porque foi uma coisa nada a ver”//“Por eu ser muito
orgulhoso”.
Em relação às meninas, das 12 que responderam a questão apenas sete justificaram suas
respostas. As justificativas dadas pelas meninas que responderam sim foram:
62,50%18,75%
18,75%
MENINOS SIM, UMA VEZ
SIM, SEMPREACONTECE
NÃO
16,66%
41,66%
41,66%
MENINAS
SIM, UMAVEZ
SIM,SEMPREACONTECENÃO
50%50%
0%
MENINAS
SIM
NÃO
AS VEZES
43,75%
25%
31,25%
MENINOS
SIM
NÃO
AS VEZES
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“Menti para os meus pais”//“Por que o pensamento dessa pessoa não era igual ao meu”// Pois
me xingaram e me agrediram e reagi batendo” //“Eu briguei com a prof. de ciê”.
Já as alunas que responderam não, justificaram da seguinte forma:
“Penso algumas vezes antes de disser algo”//“Porque eu não acho isso certo”//
“Sou uma pessoa tranquila”,
Pode-se perceber que os meninos apresentam maior índice de comportamentos hostis em
relação as meninas. Esses resultados vão de encontro a pesquisa realizada por Saud e Tonelotto
(2005), na qual as pesquisadoras observaram que os meninos apresentavam maior grau de
problemas relacionados a comportamentos e conduta em relação as meninas. As respostas
obtidas corroboram também com o estudo realizado por Joly, Dias e Marini (2009), no qual as
autoras verificaram que o grau de agressividade familiar apresentava-se mais elevado em
meninos do que em meninas.
05.Você já mudou seu jeito de ser para que as pessoas não te ofendessem ou falassem alguma
coisa?
Os resultados observados no presente gráfico demonstram que as meninas possuem
maior preocupação em relação a imagem que elas passam aos outros, em relação aos meninos.
Esses resultados podem ser analisados a partir da perspectiva da violência contra a mulher, que
é algo que está presente em nossa sociedade. Segundo Silva (2010, p. 557) a violência contra a
mulher é algo muito antigo, e segundo a autora “Às mulheres, sempre foi reservado um lugar de
menor destaque, seus direitos e seus deveres estavam sempre voltados para a criação dos filhos
e os cuidados do lar”. Diversos estudos quantificam essa afirmação, Lima et al (2008) na América
Latina o índice de mulheres que já foram violentadas está entre 20% e 50%. Segundo Lima et al
(2008) apud Heise (1994) no Brasil mais da metade das mulheres assassinadas foram vítimas
de seus parceiros íntimos.
06.Você considera que existam papéis masculinos e femininos na escola, ou seja, maneiras de
como devem se comportar meninos e meninas?
25%
62,50%
6,25%
6,25%
MENINOS SIM
NÃO
SÓ PENSEIEM MUDAR
OUTROS
33,33%
33,33%
33,33%0%
MENINAS
SIM
NÃO
SÓ PENSEIEM MUDAR
OUTROS
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07.Como você percebe essa separação, em praticamente todos os aspectos – nas aulas, estilos
de roupas, estilos de acessórios, entre meninos e meninas na escola?
8,33%8,33%
16,66%
66,66%
MENINASSim, é normal que meninas sejam mais delicadas e meninosmais agressivos
Não, pois não existe modo padrão de meninos e meninas secomportarem
Sim, porque existem formas adequadas de comportamentopara meninos e meninas.
Não, porque nada impede que as meninas tenham umcomportamento mais agitado.
12,50%
37,50%
18,75%
31,25%
MENINOS Sim, é normal que meninas sejam mais delicadas e meninos maisagressivos
Não, pois não existe modo padrão de meninos e meninas secomportarem
Sim, porque existem formas adequadas de comportamento parameninos e meninas.
Não, porque nada impede que as meninas tenham umcomportamento mais agitado.
25%
0%
66,66%
8,33%
MENINASNormal já que meninas e meninos são totalmenteopostos.
Normal, pois no mundo em geral os homens sãosuperiores às mulheres.
Anormal porque homens e mulheres deveriam recebero mesmo tratamento sendo que são diferentes apenasbiologicamenteAnormal, pois acho que as meninas e meninos tem odireito de se relacionar com quer que seja.
12,50%
0%
43,75%
43,75%
MENINOSNormal já que meninas e meninos são totalmenteopostos.
Normal, pois no mundo em geral os homens sãosuperiores às mulheres.
Anormal porque homens e mulheres deveriam recebero mesmo tratamento sendo que são diferentes apenasbiologicamenteAnormal, pois acho que as meninas e meninos tem odireito de se relacionar com quer que seja.
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As respostas obtidas nesses gráficos (6 e 7), demonstram que a maioria dos meninos e
meninas não acreditam haver papéis masculinos e femininos na escola, e também explicitam que
os discentes consideram anormal a separação de meninos e meninas nesse ambiente. Tais
resultados corroboram com o que diz Luz (2009, p.37), “a escola, dessa forma, pode reproduzir
papéis de gênero e modelos de sexualidade que oprimem, mas que também podem construir
relações que libertem e nas quais a dignidade humana e a igualdade de direitos poderão ser
princípios norteadores”. Entende-se que na turma estudada os (as) alunos (as) acreditam não
haver papéis masculinos e femininos na escola, e que todos devem ser tratados com igualdade,
responderam também que não acreditam que existam papéis específicos de comportamentos
padronizados em relação ao gênero.
Os resultados dos gráficos divergem com que diz Louro (1997, p.57), a autora defende a ideia
de que a escola evidência os problemas sociais relacionados a gênero. Segundo a autora
“Diferenças, distinções, desigualdades... A escola entende disso. Na verdade, a escola produz
isso.”
08.Como você percebe o comportamento dos meninos/meninas nas aulas de Educação Física?
As respostas obtidas nesse gráfico demonstram que os meninos em sua maioria veem as
meninas como tranquilas, enquanto a maioria das meninas classifica os meninos como
agressivos e exageradamente competitivos nas aulas de educação física. Os resultados
demonstrados vão ao encontro com o que diz Henrique (2004 apud Gonçalves,1998) segundo
os autores as meninas se interessavam por atividades menos intensas enquanto os meninos por
atividades de cunho competitivo. Se tratando do comportamento dos meninos, os resultados
também vão de encontro ao que dizem Sousa e Altmann (1999) apud Badinter (1993), afirmam
que esportes que envolvem competição, agressão e violência são considerados incitadores para
a virilidade masculina, nesses esportes os meninos ganham “status de macho”.
09.Como você percebe os meninos que não jogam futsal nas aulas de Educação Física?
33,33%
16,66%
50%
0%
MENINASAGRESSIVOS
TRANQUILOS
EXAGERADAMENTECOMPETITIVOS
OUTROS
0%
68,75%
12,75%
18,75%
MENINOSAGRESSIVAS
TRANQUILAS
EXAGERADAMENTECOMPETITIVAS
OUTROS
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Em sua maioria os discentes veem como normal os meninos que não praticam futsal nas
aulas de educação física, segundo eles os meninos podem não gostar de tal modalidade ou não
apresentar muita habilidade. Os resultados da questão não corroboram com a teoria de Louro
(1997), pois a autoria cita que “aqueles homens que se afastam da forma de masculinidade
hegemônica são considerados diferentes (...) e usualmente, experimentam práticas de
discriminação ou subordinação” (LOURO, 1997, p.48). Nesse sentido, é importante salientar que
vários autores, incluindo Altmann (1998), citam que no Brasil o futebol é um esporte considerado
mais masculinizado e com isso os meninos que não o praticam são marginalizados. Isso torna a
enfatizar que, ao menos esta população, segundo os dados analisados, não comprova a tese dos
autores.
10.No que diz respeito a pratica de futsal nas aulas de Educação Física assinale a alternativa
que mais se aproxima da sua opinião.
50%
18,75%
31,25%
0%
MENINOSNormal, ele simplesmente devem não gostar detal esporte
Normal, os meninos que não jogam não temmuita habilidade.
Anormal, pois os meninos podem até gostar doesporte, mas por não serem tão habilidosos sãodiscriminados pelos outrosAnormal, meninos que não jogam futsal são maisfeminilizados.
66,66%8,33%
25% 0%
MENINASNormal, ele simplesmente devem não gostar detal esporte
Normal, os meninos que não jogam não temmuita habilidade.
Anormal, pois os meninos podem até gostar doesporte, mas por não serem tão habilidosos sãodiscriminados pelos outrosAnormal, meninos que não jogam futsal sãomais feminilizados.
0%
31,25%
68,75%
MENINOSÉ um esporte mais agressivo e de muito contato, portanto é para meninos
É um esporte coletivo como qualquer outro, porém, meninos e meninasdevem ser separados devido ao contato.
Não vejo problemas em meninos e meninas jogarem juntos.
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Os resultados verificados nessa questão demonstram que os (as) alunos (as) não veem o
futsal como um esporte agressivo e que deva ser praticado apenas por meninos, o que diverge
com o que diz Silva e Santos (2010, p. 47) em seu estudo. Segundo o autor, o futsal é um esporte
predominantemente masculino “quando do conteúdo o futebol/futsal, prevalece à maior
participação dos meninos em detrimento das meninas, onde o professor fica “retido” a uma
constituição histórica, em que as meninas já se conformam com este “domínio” masculino na
prática deste esporte”. (SILVA e SANTOS, 2010, p. 47)
11.Você já jogou (ou tentou jogar) futsal junto com os meninos? Se sim, qual foi o comportamento deles na pratica?
Os resultados obtidos vão ao encontro com o que diz Campos et al (2008) apud Altmann
(1998) e Gonçalves (2004), pois segundo as autoras os meninos se impõem no espaço (quadra)
através de uma suposta maior qualidade técnica no esporte. Além disso, devido ao fato que no
Brasil o futsal é considerado um esporte masculino, isso acaba por excluir as meninas de tal
prática, e quando elas conseguem jogar junto aos meninos eles acabam por trata-las com certo
desdém.
12. Questão aberta- entrevista- você acredita que existe separação dos meninos e meninas
nas aulas de Educação Física? Em quais aulas ou situações?
0%
41,66%58,33%
MENINASÉ um esporte mais agressivo e de muito contato, portanto é parameninos
É um esporte coletivo como qualquer outro, porém, meninos emeninas devem ser separados devido ao contato.
Não vejo problemas em meninos e meninas jogarem juntos.
25%
41,66%
25%
8,33%
MENINASBom (os meninos jogaram JUNTO com as meninas e todosparticiparam).
Médio (as meninas jogaram, porém as meninas participavampouco do jogo).
Ruim (os meninos não deixaram as meninas jogarem).
Péssimo (além de não deixarem jogar, trataram as meninascom preconceito).
18,75%
62,50%
6,25%
12,50%
MENINOSBom (os meninos jogaram JUNTO com as meninas e todosparticiparam).
Médio (as meninas jogaram, porém as meninas participavampouco do jogo).
Ruim (os meninos não deixaram as meninas jogarem).
Péssimo (além de não deixarem jogar, trataram as meninas compreconceito).
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Meninos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Não há separação x x x x X X
Futsal/Futebol x x x x
Voleibol x x x x
Basquetebol x
Handebol x
Caçador x x
Aulas com contato x
Atividades mais agressivas
X
Em todas as aulas x x
Os resultados obtidos nessa questão, onde apenas 37,5% dos meninos e 41,66% das
meninas acreditam não haver separação de gêneros nas aulas de Educação Física vão ao
encontro do estudo realizado por Sousa (1994). Nessa pesquisa, ao analisar documentos do ano
de 1906 a autora notou que já havia a separação de gêneros nas aulas de Educação Física.
Segundo o que ela relatou as atividades para as meninas eram de ginástica com objetivo de
garantir que as mesmas pudessem tornar-se mães no futuro. Para os homens as atividades eram
de cunho militar, com atividades de marchas, posições, evoluções, passes e movimentos
militares. Tais resultados também vão de encontro a da visão de Brotto (1999, p.92), o autor diz
que os jogos com teor competitivos acabam tendo situações de caráter excludentes (medo,
tensão, stress e desconfiança), dividindo os indivíduos por suas habilidades motoras.
3.1 RESULTADOS E ANÁLISES DA PESQUISA DE CAMPO- OBSERVAÇÃO DIRETA
3.1.1 PROCESSO
O processo representa um exemplo de relação contínua e mútua entre o ambiente e as
pessoas. Para que a pesquisa aconteça de modo eficiente é necessário que o trabalho ocorra
em uma base regular, através de um intervalo de tempo. Neste caso, o processo é tido como
proximal. Esta pesquisa é fundamentada e tem como sua abordagem pedagógica os conceitos
dos jogos cooperativos, propostos por Brotto 1999, Orlick 1989 e Soler 2006.
Critérios para a avaliação do processo
a) Uma pessoa deve estar sempre cooperando com a outra
Esta condição foi desenvolvida através das atividades cooperativas de futsal. Em cada
momento das aulas os alunos eram incentivados a sempre tentar auxiliar o colega que estivesse
com alguma dificuldade, sendo este menino ou menina. As atividades foram propostas de
diversas maneiras, sendo individuais, em duplas, em pequenos grupos e em grandes grupos.
Todos os integrantes da turma escolhida participaram de todo o processo do trabalho. Em
alguns momentos os meninos se mostraram mais solícitos para com as meninas e em outros
Meninas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Não há separação x x x x X
Futsal / Futebol x x x X x
Voleibol x x X
Basquetebol x
Em quase todas as aulas x
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momentos essa situação se inverteu. Contudo, com relação à aceitação do grupo perante as
atividades temos que esta foi bastante convincente.
b) Esta atividade deve ocorrer em uma base regular e com um intervalo de tempo.
Esta condição foi desenvolvida ao longo de três semanas, tendo seu início no dia
19/10/2015 e seu término em 13/11/2015. As atividades ocorreram em dias preestabelecidos,
sendo num tempo de 50 minutos por aula. Outro fator importante foi a progressão pedagógica
existente no decorrer das aulas.
c) As atividades devem ser progressivamente mais complexas
Destaca-se o processo o qual foram submetidas às atividades, iniciando com a aplicação
do questionário e reflexão sobre o tema, aplicação de aulas enfatizando os fundamentos do futsal
de modo semi-cooperativo, passando para as aulas contendo os jogos cooperativos e semi-
cooperativos com enfoque no relacionamento interpessoal.
Primeira semana 19/10/2015: O tema foi escolhido previamente pelos pesquisadores e a
primeira abordagem com a turma foi feita por meio de aplicação de um questionário contendo
tirinhas explicativas envolvendo perguntas fechadas, semiabertas e abertas, e também pelo
acompanhamento das questões pelos pesquisadores junto aos alunos. Teve-se o cuidado nesse
momento de não utilizar termos que pudessem influenciar nas respostas dos discentes. Esta aula
foi feita na própria sala.
Primeira semana 23/10/2015: Seguindo o planejamento prévio, passou-se à aplicação das
aulas com os fundamentos básicos do futsal. Desenvolveu-se uma aula com domínio, condução,
passe e finalização, procurando sempre orientar os discentes sobre a importância de tentar
cooperar com aqueles que demonstravam alguma dificuldade, atentando para que esse auxílio
fosse feito de maneira sútil no intuito de não menosprezar o colega.
Segunda semana 26/10/2015: Seguindo com os jogos cooperativos e semi-cooperativos
de futsal, abordou-se neste dia atividades envolvendo maiores relações interpessoais entre os
alunos, de modo que propôs-se jogos formados por duplas. No primeiro, um dos integrantes
ficava vendado e o seu colega faria com que a dupla participasse da atividade, e assim se dava
normalmente o jogo. A outra atividade, também formada por duplas, consistia numa atividade de
inversão, sendo que o jogador que fizesse um gol imediatamente mudava de lado e todas as
duplas também deveriam ser trocadas. Ambas atividades foram propostas, inicialmente, com
duplas formadas por uma menina e um menino.
Terceira semana 09/11/2015: Seguindo com as aulas co-educativas, neste dia sugeriu-se
que novamente os alunos formassem duplas contendo uma menina e um menino, mais uma vez,
com um dos integrantes vendados, o jogo agora se daria com o aluno sem venda conduzindo o
seu colega, de modo que quem estivesse sem venda só poderia orientar seu colega através da
condução pelo espaço e pela comunicação. A outra atividade, consistia em a turma ser dividida
em pequenos grupos contendo sempre integrantes de ambos os sexos. Sendo assim, a equipe
deveria vendar um de seus integrantes e, apenas o orientando por voz, conduzir o colega
vendado até a marca no pênalti, onde este teria de executar uma finalização.
Terceira semana 13/11/2015: Sendo estas as últimas aulas, e podendo aproveitar um
momento onde teve-se a possibilidade de aplicar duas aulas consecutivas, utilizou-se dois jogos
semi-cooperativos proporcionando aos alunos a oportunidade de desenvolverem as atividades
com maior liberdade. No primeiro momento a proposta foi de um jogo onde os discentes tinham
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uma posição fixa na quadra sendo necessário que mantivessem contato com uma corda e,
juntamente com os outros integrantes da equipe, conseguissem criar alternativas para se fazer o
gol. O jogo se baseia na ideia do jogo de mesa pebolim, onde os jogadores ficam presos à uma
posição sendo necessário o envolvimento de todos para se chegar ao objetivo. O segundo jogo,
este com total liberdade de ações entre os alunos, consistiu em uma real situação de jogo onde
a única condição seria que para que um aluno fizesse o gol seria indispensável que um outro
colega do sexo oposto efetuasse o passe.
A profundidade do estudo se deu não apenas sobre o conteúdo trabalhado, mas, também,
acerca das relações interpessoais entre os alunos. As atividades foram estruturadas a partir de
um plano de aula diário. Tendo a complexidade das aulas fundamentada sobre a observação da
experiência anterior dos discentes com o conteúdo do futsal. Importante salientar que os jogos
cooperativos e semi-cooperativos tem por característica a realização da tarefa e a participação
de todos, independentemente do resultado final. Neste estudo, o foco foi dado à cooperação entre
todos os discentes a fim de executar todas as atividades propostas, tendo também o
compromisso deles no auxílio aos colegas que, por ventura, tivessem alguma dificuldade.
d) Deve haver reciprocidade nas relações interpessoais
Este quesito ocorreu entre todos os alunos bem como nas relações com o professor
regente, com a comunidade escolar – diretor, pedagoga e demais professores da disciplina.
O parecer deste processo ocorreu a partir da reunião com o diretor e a pedagoga para a
aplicação do tema abordado, e principalmente pelo professor regente da turma, que além de
ceder o espaço, também se envolveu nas aulas ministradas pelos pesquisadores.
De modo geral, todos os alunos da turma se comprometeram com as atividades propostas,
naturalmente que em algumas aulas alguns alunos se empenhavam mais e em outras menos,
porém, foi percebido que eles foram, aos poucos, tendo uma melhor compreensão do tema
abordado.
e) Os objetos e símbolos presentes no ambiente imediato devem estimular a atenção,
exploração, manipulação e imaginação da pessoa em desenvolvimento.
Este critério foi estruturado tendo por base a elaboração do tema e, por conseguinte, a
influência deste sobre o ambiente escolar. Os objetos utilizados foram os materiais de futsal:
bolas, cones e coletes. Esses materiais são importantes pois caracterizam a esfera imaginária do
esporte futsal em sua manifestação cultural plena.
Em todas as aulas ministradas foi possível identificar diversas situações na questão do
relacionamento entre os alunos, de modo que ao passar das semanas, na medida em que o
contato entre estes e os pesquisadores era maior, ficava bastante clara a forma como
determinados discentes se comportavam de maneira muito satisfatória no que tange a lucidez
deles para com o conteúdo abordado, em contrapartida, a mesma situação também ocorria de
maneira oposta, sendo que alguns alunos em determinadas ocasiões acabavam por não
conseguir compreender os principais objetivos que permeavam as aulas.
A parte referente à análise do contexto, da maneira proposta pelo modelo ecológico,
compreende a troca de informações, explicita percepções e sentimentos dentro do grupo, na qual
tanto as experiências individuais quanto as coletivas, juntamente com os aspectos observados
no ambiente são expressos. De modo que o processo em grupo também coopera para que se
estimulem os processos proximais em prol do desenvolvimento do próprio grupo.
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Observações sobre percepções e sentimentos dos discentes:
Considerando que o grupo da amostra havia 28 participantes e que a dinâmica das
atividades mudava a cada aula, era nítido que os alunos que melhor assimilavam o propósito das
atividades conseguiam desenvolvê-la de maneira mais plausível para com o objetivo. E, ao
mesmo tempo acabavam por aproveitar mais o momento, demonstrando sentimentos como
emoção, desejos, ansiedade e alegria por conseguirem concluir as tarefas de maneira
satisfatória. Do mesmo modo, em algumas atividades, percebíamos a total falta de assimilação
para com o real objetivo da aula, tendo como consequência o excesso de competitividade de
alguns alunos e que acabava por refletir em outros sentimentos como a raiva, o medo e a
discriminação.
3.1.2 PESSOA
O processo do desenvolvimento humano se dá pelo envolvimento entre o indivíduo e os
diferentes elementos que fazem parte do contexto, sendo este desenvolvimento dinâmico,
alterando-se qualitativamente no decorrer do processo.
A interação não é apenas um vínculo comum e de encontros, pois ocorrem alterações em
todos os envolvidos. Sendo assim, acontecem trocas de modo constante entre indivíduo, o(s)
outro(s) e o ambiente. Neste meio de interação o sujeito formula sentidos que decidem seu modo
particular de ação nos diversos contextos de desenvolvimento.
A análise da pessoa mostra que os alunos são influenciados ao mesmo tempo em que
influenciam os outros, construindo uma rede de relações. Partindo desta concepção, notou-se
que alguns alunos apresentaram maior iniciativa logo na primeira aula, ou seja, participaram
efetivamente da aula e também se esforçaram para cooperar com os colegas que demonstravam
algum tipo de dificuldade de execução ou de entendimento. Desta maneira, ficava bastante claro
que o maior envolvimento por parte de alguns alunos estimulava os demais e essa situação se
repetiu, ora mais intensamente ora menos, nas aulas subsequentes. Entretanto, nos momentos
em que outros discentes expressavam de maneira mais acentuada a gana pelo desempenho,
estes acabavam também por influenciar a aula, porém, de maneira negativa.
Sendo assim, de modo geral, notou-se um bom nível de comprometimento entre a maioria
dos alunos, até mesmo em momentos que estavam aguardando para participar da atividade era
possível perceber alguns grupos conversando entre si buscando por estratégias para desenvolver
bem a tarefa, teve-se também alunos que estavam fora incentivando os que estavam
participando, bem como, alguns simplesmente observando a execução dos colegas.
3.1.3 CONTEXTO
O contexto é dividido em quatro níveis de interação: o microssistema, o mesossistema, o
exossistema e o macrossistema – as interações ocorrem nos microssistemas.
É de fundamental importância que a colocação Ecológica seja feita nos microssistemas,
onde ocorrem os processos proximais e que o seu entendimento possa ser conectado com os
outros sistemas, aumentando o campo da investigação.
Partindo para a análise do contexto em que os alunos estudam, primeiramente buscamos
o entendimento do microssistema, que se caracteriza pela sala de aula e pela quadra
poliesportiva.
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A análise do mesossistema, que abrange as inter-relações entre dois ou mais ambientes
onde estão inclusos os estudantes, apresentou informações sobre como sucedem as interações
destes com as outras pessoas do social – vizinhos, professores, familiares.
Se tratando do exossistema, sendo este onde não está incluído diretamente o ser em
desenvolvimento, houve a reunião com a equipe pedagógica e o professor de Educação Física.
A análise do macrossistema traz consigo a compreensão a qual estão inclusas não só
nesta, mas em diversas outras escolas, sendo que o tema representa um problema social vigente
em toda a sociedade.
Deve ficar claro que um aspecto pode estar mais em destaque, porém, não se pode deixar
de ter em vista os outros.
3.1.4 TEMPO
Consideramos todos os níveis de interação, entretanto, visamos com maior ênfase o micro,
o meso e o macrossistema.
Na primeira aula (19/10/2015), tendo a aplicação do questionário seguido de uma breve
explicação do tema, percebemos certa desconfiança dos alunos para com o conteúdo das aulas,
tanto o preconceito como os jogos cooperativos pareciam situações novas para eles. De modo
que esta temática causou, além da desconfiança, em alguns alunos sentimos receio da ideia de
atividades mistas, e principalmente, a negação da proposta do futsal.
Na segunda aula (23/10/2015), a proposta foi de promover os fundamentos básicos futsal,
até mesmo para sentirmos o grau de envolvimento da turma com o esporte em questão. Nesta
aula, foi possível perceber alguns pontos importantes, como a prática mais avançada por parte
de algumas meninas. Alguns meninos, possuindo uma boa técnica, se propuseram a auxiliar os
colegas que demonstraram dificuldades. Em linhas gerais, a turma mostrou-se interessada e
comprometida com as atividades desenvolvidas.
A terceira aula (26/10/2015) foi marcada pela real iniciação dos jogos cooperativos e semi-
cooperativos. As atividades propostas foram o futsal em duplas, sendo um da dupla vendado e a
outra foi a “inversão do goleador”. Nesta aula ficou nítida a dificuldade de se trabalhar a questão
do preconceito entre gêneros a partir de atividades mistas com enfoque nos jogos cooperativos
e semi-cooperativos. Na primeira atividade houve um maior sentido de competição, de modo que
por diversos momentos se percebia o integrante da dupla que não estava vendado procurando
se sobressair sobre os demais, agindo por vezes com demasiada truculência. Outras duplas não
entenderam muito bem o intuito da atividade, participando pouco da mesma. Já na segunda
atividade, a turma compreendeu melhor a ideia e participaram mais do jogo, salvo alguns casos
de excesso do nível competitivo, a tarefa correu bem e a cooperação se deu de maneira mais
explícita entre os discentes.
Na quarta aula (09/11/2015) ficou clara a maior compreensão dos alunos sobre o tema e
consequentemente houve mais participação e de modo mais sadio. Na primeira atividade, foi
retomada a atividade de futsal em duplas sendo um integrante vendado, porém, foram também
reduzidos os números dos participantes ativos e colocado uma nova regra onde cada aluno que
estivesse sem venda só poderia auxiliar seu colega por comunicação e pela condução sutil pelo
espaço. A atividade transcorreu muito bem e a participação de todos foi efetiva. Por vários
momentos era possível notar que os alunos que estavam aguardando a sua vez para participar
conversavam entre si, buscando estratégias para a melhor execução da atividade. O segundo
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momento se deu pela formação de pequenos grupos e a orientação deste para um integrante
que estivesse vendado conseguir chegar à bola e conseguir executar uma finalização.
Novamente a atividade correu de maneira bastante satisfatória, sendo percebida muita
cooperação entre os grupos.
A quinta e sexta aula se deram no mesmo dia (13/11/2015). As atividades propostas
continham ainda mais o teor cooperativo, entretanto permitiam também maior liberdade de ação
dos alunos, tendo em vista que foi muito evidente a evolução deles para com o tema abordado e
a temática das aulas. No primeiro momento foi proposta uma atividade com grandes grupos (doze
alunos), que ficaram dispostos na quadra como um jogo de pebolim, sendo que a cooperação
era fundamental para que as equipes conseguissem chegar até o gol. A atividade agradou
bastante os discentes, que a executaram com certa facilidade e contou com o envolvimento de
todos. O ambiente estava harmonioso e os alunos compreenderam muito bem o intuito da tarefa.
A segunda atividade, essa com total liberdade para os alunos se movimentarem pelo espaço, o
jogo se deu de forma tradicional onde a única regra foi que para que uma pessoa fizesse o gol
outra pessoa do sexo oposto deveria fazer o passe. Novamente a intenção da atividade foi bem
compreendida e percebia-se uma vontade muito grande em as equipes se ajudarem. Com a
exceção de um aluno, que se mostrava extremamente competitivo, a turma executou muito bem
a atividade e a evolução no sentido de cooperação entre eles foi incontestável.
Neste sentido, cabe nesta análise, explanar três situações pontuais ocorridas durante o
processo didático: 1 – Um menino da turma se mostrou extremamente cooperativo no decorrer
de todas as aulas, tanto no que diz respeito a sua participação na aula em si, como no sentido
de incentivo aos colegas nas atividades coletivas. 2 – Outro aluno, porém, se mostrou
extremamente competitivo nas aulas e por diversos momentos este promovia situações de
discriminação e preconceito. 3 – Uma menina da sala, logo na primeira aula, já avisou de antemão
“que não gostava de futsal e não sabia o que eram jogos cooperativos”. No entanto, no decorrer
das diversas aulas esta aluna se mostrava participativa e procurava se esforçar para realizar as
atividades. Ao final, na última aula, após o feedback realizado com os alunos em círculo, esta
aluna procurou os pesquisadores para expressar que “acabou gostando de jogar futsal e que
mudou um pouco sua visão para com os meninos”. De modo geral os alunos executaram bem
todas as atividades propostas, e após o feedback final foi possível perceber que eles
compreenderam o tema e conseguiram fazer a ligação deste com as aulas desenvolvidas.
4.CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo analisar se os jogos cooperativos ajudam a diminuir
o preconceito entre gêneros nas aulas de futsal. Após a aplicação da metodologia da Teoria dos
Sistemas Ecológicos de Urie Bronfenbrenner (2002). Percebeu-se que há coerência entre o que
se observou nas questões em relação ao que foi notado nas aulas práticas. Ficou evidente a
partir dos primeiros gráficos que os alunos concordam que a questão do preconceito entre
gêneros é algo presente na sociedade, inclusive uma quantidade significante deles (gráfico
questão: 2) afirmou já ter presenciado algum tipo de violência entre homem e mulher, seja
pessoalmente ou por televisão. A partir do gráfico da questão 4, percebe-se que a maioria dos
meninos afirmaram já terem tido comportamentos onde provocaram situações que deixaram
outra pessoa “triste ou chorando”, em relação as meninas a metade demonstrou esse
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comportamento. Tal gráfico possui ligação direta com o que se observou no gráfico da questão
8, onde as meninas afirmaram que nas aulas de educação física a maior partes dos meninos
demonstram comportamentos exageradamente competitivos e agressivos, enquanto os meninos
afirmaram que as meninas possuem comportamentos, em sua maioria, tranquilos. Torna-se
perceptível a partir dos gráficos das questões 6 e 7 que os alunos não concordam com a ideia de
papéis masculinos e femininos na escola e nem da separação de estilos de comportamento em
relação aos gêneros. Em se tratando das aulas aplicadas pelos pesquisadores isso se mostrou
verdadeiro, mesmo as meninas que a princípio mostraram-se receosas em relação ao futsal, por
tal esporte ser visto como masculino, no decorrer das aulas demonstraram uma mudança no
comportamento, mostrando-se participativas e interessadas nas atividades.
No gráfico da questão 9, observa-se que a primeira imagem da turma sobre os meninos
não praticarem o futsal remetem à simples preferência ou não destes para com o esporte ou a
discriminação pelo fato deles não terem habilidade, outra situação que caiu por terra nas aulas
práticas, sendo que todos os meninos conseguiram desenvolver as tarefas de maneira
satisfatória, e por diversas vezes explanando o contentamento deles para com a participação na
atividade. A análise do gráfico da questão 10 a princípio mostrava que uma parcela significativa
dos discentes concordavam que meninos e meninas deveriam ser separados na prática do futsal,
dado o contato entre os participantes que ocorre durante o jogo. Entretanto, após a observação
direta feita nas aulas práticas, pode-se constatar que tais afirmações não se sustentaram, sendo
que foram propostas atividades mistas e a turma, de modo geral, correspondeu de maneira
bastante satisfatória. Na observação direta também foi perceptível uma demonstração prática
diferente da analisada no gráfico da questão 11, onde primeiramente a turma considerava que as
meninas participavam pouco das atividades envolvendo o futsal e nas aulas práticas a
participação delas foi bastante intensa. Outro fator relevante para este contexto foi a evolução
dos alunos nos relacionamentos interpessoais e na cooperação exercida por eles durante a
realização das atividades.
Portanto, pode-se considerar que o objetivo da pesquisa foi concluído, na população
estudada os jogos cooperativos de futsal ajudaram a diminuir o preconceito entre gêneros nas
aulas de Educação Física, e os alunos obtiveram uma reflexão positiva em relação a esse
problema social. Sugere-se que sejam realizadas outras pesquisas com os jogos cooperativos
em diferentes esportes e faixas etárias.
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5. REFERÊNCIAS
ALTMANN, Helena. Marias (E) homens nas quadras: sobre a ocupação do espaço físico escolar.
Net, 1999. Educação e Realidade. Disponível em:
http://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/55438. Acesso em 17/11/2015
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CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987. 139 p.
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HENRIQUE, José; JANUÁRIO, Carlos. Educação Física escolar: a perspectiva de alunos com
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SOLER, Reinaldo. Jogos cooperativos para educação infantil. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
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SOUSA, Eustáquia Salvador de. Meninos, a marcha! Meninas, a sombra: a história do ensino da
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WOOLFOLK, Anita E. Psicologia da educação. 7 ed. Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2000. 570 p.
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ANEXOS:
QUESTIONÁRIO
01. Você acha que existe violência entre o homem e a mulher na sociedade?
( ) sim ( ) não
02. Já presenciou ou viu alguma cena de violência entre homens e mulheres?
( ) sim ( ) não ( ) já vi na televisão ( ) outro ____________________________
03. O preconceito é uma forma de alguém achar que o que você faz a forma que você age,
ou pensa é errado mesmo que não seja. Isso já aconteceu com você?
( ) sim, uma vez ( ) sim, sempre acontece ( ) não
04. Você já provocou alguma cena de agressividade ou falou alguma coisa para alguém que
o tenha deixado triste ou chorando?
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( )sim ( ) não ( ) as vezes por que? ______________________________________
05. Você já mudou seu jeito de ser para que as pessoas não te ofendessem ou falassem
alguma coisa?
( ) sim, já mudei ( ) não ( ) só pensei em mudar ( ) outro ____________________ 6. Você considera que existam papéis masculinos e femininos na escola, ou seja, maneiras
de como devem se comportar meninos e meninas?
( ) Sim, é normal que meninas sejam mais delicadas e meninos mais agressivos. ( ) Não, pois não existe modo padrão de meninos e meninas se comportarem. ( ) Sim, porque existem formas adequadas de comportamento para meninos e meninas. ( ) Não, porque nada impede que as meninas tenham um comportamento mais agitado. 7. Como você percebe essa separação, em praticamente todos os aspectos – nas aulas,
estilos de roupas, estilos de acessórios, entre meninos e meninas na escola?
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( ) Normal já que meninas e meninos são totalmente opostos. ( ) Normal, pois no mundo em geral os homens são superiores às mulheres. ( ) Anormal porque homens e mulheres deveriam receber o mesmo tratamento sendo que são diferentes apenas biologicamente. ( ) Anormal, pois acho que as meninas e meninos tem o direito de se relacionar com quer que seja. 8. Como você percebe o comportamento dos meninos/ meninas nas aulas de Educação
Física?
( ) Agressivos(as). ( ) Tranquilos (as). ( ) Exageradamente competitivos (as). ( )Outros:
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_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9. Como você percebe os meninos/ as meninas que não jogam futsal nas aulas de Educação
Física?
( ) Normal, ele simplesmente devem não gostar de tal esporte. ( ) Normal, os meninos que não jogam não tem muita habilidade. ( ) Anormal, pois os meninos podem até gostar do esporte, mas por não serem tão habilidosos são discriminados pelos outros. ( ) Anormal, meninos que não jogam futsal são mais feminilizados. 10. No que diz respeito a pratica de futsal nas aulas de Educação Física assinale a alternativa
que mais se aproxima da sua opinião.
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( ) É um esporte mais agressivo e de muito contato, portanto é para meninos. ( ) É um esporte coletivo como qualquer outro, porém, meninos e meninas devem ser separados devido ao contato. ( ) Não vejo problemas em meninos e meninas jogarem juntos.
11. Você já jogou (ou tentou jogar) futsal junto com os meninos? Se sim, qual foi o
comportamento deles na pratica?
( ) Bom (os meninos jogaram JUNTO com as meninas e todos participaram). ( ) Médio (as meninas jogaram, porém as meninas participavam pouco do jogo). ( ) Ruim (os meninos não deixaram as meninas jogarem). ( ) Péssimo (além de não deixarem jogar, trataram as meninas com preconceito).
12. Questão aberta- entrevista- você acredita que existe separação dos meninos e meninas
nas aulas de educação física? Em quais aulas ou situações?
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PLANOS DE AULA:
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAUDE PLANO DE AULA – TCC
Alunos: Icaro Ricardo de Mello Bergamo e João Manuel Mendes de Sousa
Data: 23/10/2015 Prof.ª Dra. Alessandra Dal’Lin
Objetivo Geral: Desenvolver nos alunos os fundamentos de domínio, passe, condução e finalização do futsal, visando a manutenção da saúde integral.
Objetivo Específico: Apresentar aos alunos através de exercícios e jogos o fundamento passe no futebol.
Conteúdo: Futsal
Duração: 50 minutos.
Material: bolas, cones.
Abordagem pedagógica: Psicomotricidade, Abordagem construtivista-interacionista.
Metodologia: estilo tarefa, comando, colunas, circulo, trios.
Local: Quadra esportiva.
Faixa etária: 10-12 anos.
Característica da turma/ equipe: Gênero masculino e feminino, iniciantes na modalidade futebol.
Procedimentos de Ensino: Primeiro Momento: Aquecimento: brincadeira siga o mestre: alunos divididos em colunas com números iguais de alunos. O primeiro da coluna será o mestre e deverá fazer movimentos com o corpo e os demais colegas deverão imitá-lo, ao sinal do professor o segundo da coluna vai para o começo da coluna e vira o mestre e assim sucessivamente. Atividade/exercício 1: Domínio em colunas, Atividade/exercício 2: passes em colunas, Atividade/exercício 3: Condução, Atividade/exercício 4: Finalização parado, Atividade/exercício 5: Finalização em movimento. Volta à calma: conversa com os alunos, explicando os objetivos das atividades e dando a eles o feedback sobre o que foi feito. Atividade/exercício 1: Domínio em colunas. Posição Inicial: Alunos em pé, em colunas Execução- alunos separados em colunas, sendo que um aluno estará em virado de frente para os seus colegas, fora da coluna a uma distância de cinco metros. Os professores irão demonstrar como o exercício deverá ser realizado, a partir disso o primeiro aluno da coluna deverá correr em direção ao colega que está fora da coluna, esse por sua vez deverá rolar a bola e o aluno que correu deverá dominá-la e fazer a devolução para o colega. E assim sucessivamente até se atingir o tempo da atividade. (5 minutos). Posição Final: Alunos em pé. Atividade/exercício 2: Passes em colunas. Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: Alunos divididos em quatro colunas, sendo que a coluna 1 e a 2 estarão frente a frente e a 3 e a 4 do mesmo modo. Haverá uma bola com o primeiro aluno(a) da coluna 1 e uma bola com o aluno(a) da coluna 3, esses alunos deverão fazer o
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passe para o colega da coluna a frente e ir para o final da sua própria coluna, o aluno que recebeu a bola deverá dominá-la e fazer o passe para a outra coluna. Após o entendimento da atividade por parte dos alunos os professores irão solicitar que eles façam a atividade alternando as pernas, ora com a perna esquerda, ora com a direita. Atividade/exercício 3: Condução Posição Inicial: alunos em posição ortostática Execução: Alunos divididos em quatro colunas, sendo que a coluna 1 e a 2 estarão frente a frente e a 3 e a 4 do mesmo modo. Haverá uma bola com o primeiro aluno(a) da coluna 1 e uma bola com o aluno(a) da coluna 3, esses alunos deverão conduzir a bola com a sola do pé até a coluna à sua frente e ir para o final desta coluna, o(a) aluno(a) que receber a bola deverá fazer o mesmo. Após o entendimento da atividade por parte dos alunos os professores irão solicitar que eles façam a atividade alternando as pernas, ora com a perna esquerda, ora com a direita. Posição Final: Alunos em pé Atividade/exercício 4: Finalização parado Posição Inicial: alunos em posição ortostática Execução: Alunos divididos em duas colunas (uma em cada trave) tendo o professor ou um colega disposto de frente para a coluna. O(a) primeiro(a) aluno(a) da coluna deverá fazer o passe para quem está à frente e este deverá apenas parar a bola para que o(a) aluno(a) da coluna possa se deslocar executar o chute. Após o entendimento da atividade por parte dos alunos os professores irão solicitar que eles façam a atividade alternando as pernas, ora com a perna esquerda, ora com a direita. Posição Final: Alunos em pé Atividade/exercício 5: Finalização em movimento Posição Inicial: alunos em posição ortostática Execução: Alunos divididos em duas colunas (uma em cada trave) tendo um(a) colega disposto de frente para a coluna. O(a) primeiro(a) aluno(a) da coluna deverá fazer o passe para quem está à frente e este deverá dominar a bola e faze o passe para que o(a) aluno(a) da coluna possa se deslocar executar o chute. Após o entendimento da atividade por parte dos alunos os professores irão solicitar que eles façam a atividade alternando as pernas, ora com a perna esquerda, ora com a direita. Posição Final: Alunos em pé
Referências bibliográficas: MELO, Rogério Silva de. Futebol: 1000 exercícios. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
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Alunos: Icaro Ricardo de Mello Bergamo e João Manuel Mendes de Sousa
Data: 26/10/2015 Prof.ª Dra. Alessandra Dal Lin
Objetivo Geral: Desenvolver nos alunos os fundamentos de domínio, passe, condução e finalização do futsal, visando a manutenção da saúde integral.
Objetivo Específico: Apresentar aos alunos através de exercícios e jogos formas para a melhor relação interpessoal, desenvolvendo os sentidos de cooperação.
Conteúdo: Futsal
Duração: 50 minutos.
Material: bolas, cones.
Abordagem pedagógica: Psicomotricidade, Abordagem construtivista-interacionista, jogos semi-cooperativos e cooperativos.
Metodologia: estilo tarefa, comando, grandes grupos.
Local: Quadra esportiva.
Faixa etária: 10-12 anos.
Característica da turma/ equipe: Gênero masculino e feminino, iniciantes na modalidade futebol.
Procedimentos de Ensino: Primeiro Momento: Aquecimento: atividade mãe-cola, elege-se um (a) pegador (a), e os demais alunos (as) deverão fugir dele (a), o aluno (a) que for colado (a) deverá abaixar-se e para que ele (a) seja descolado (a) algum colega deve encostar-se a ele. Atividade/exercício 1: Futsal vendado, Atividade/exercício 2: Inversão do goleador. Volta à calma: conversa com os alunos, explicando os objetivos das atividades e dando a eles o feedback sobre o que foi feito. Atividade/exercício 1: Futsal vendado. Posição Inicial: Alunos em pé Execução: os (as) alunos (as) estarão divididos (as) em equipes, e dentro dessas equipes eles (as) estarão em duplas, sendo que um (a) aluno (a) da dupla estará com os olhos vendados. O objetivo é o (a) aluno (a) que não está vendado guiar o (a) seu/ sua colega, ajudando-o (a) a jogar mesmo com os olhos fechados. Ocorrerá o jogo de futsal normal, apenas incluindo essas características. Posição Final: Alunos em pé. Atividade/exercício 2: Inversão do goleador Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: os (as) alunos (as) serão divididos em equipes, e dentro das equipes eles (as) estarão em duplas. Ocorrerá o jogo de futsal, e a cada gol marcado todos (as) os (as) alunos (as) deverão trocar de dupla, sendo que o (a) aluno (a) que marcou o gol deverá obrigatoriamente trocar de time.
Referências bibliográficas: http://www.jogoscooperativos.com.br/jogos.php MELO, Rogério Silva de. Futebol: 1000 exercícios. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
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Alunos: Icaro Ricardo de Mello Bergamo e João Manuel Mendes de Sousa
Data: 09/11/2015 Prof.ª Dra. Alessandra Dal Lin
Objetivo Geral: Desenvolver nos alunos o sentido de cooperativismo através de atividades fundamentadas nas bases do futsal, visando a manutenção da saúde integral.
Objetivo Específico: Apresentar aos alunos através de exercícios e jogos formas para a melhor relação interpessoal, desenvolvendo os sentidos de cooperação.
Conteúdo: Futsal
Duração: 50 minutos.
Material: bolas, cones.
Abordagem pedagógica: Psicomotricidade, Abordagem construtivista-interacionista, jogos semi-cooperativos e cooperativos.
Metodologia: estilo tarefa, comando, duplas, pequenos grupos e grandes grupos.
Local: Quadra esportiva.
Faixa etária: 10-12 anos.
Característica da turma/ equipe: Gênero masculino e feminino, iniciantes na modalidade futebol.
Procedimentos de Ensino: Primeiro Momento: Aquecimento: atividade mãe-cola, elege-se um (a) pegador (a), e os demais alunos (as) deverão fugir dele (a), o aluno (a) que for colado (a) deverá abaixar-se e para que ele (a) seja descolado (a) algum colega deve encostar-se a ele (a). Atividade/exercício 1: Guia; Atividade/exercício 2: Pênalti cego Volta à calma: conversa com os alunos, explicando os objetivos das atividades e dando a eles o feedback sobre o que foi feito. Atividade/exercício 1: Guia Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: Os alunos serão distribuídos em duplas, onde um dos integrantes estará vendado e o colega será o seu guia, ocorrerá um jogo de futsal adaptado, havendo apenas duas duplas jogando de cada vez. Posição Final: Alunos em pé Atividade/exercício 2: Pênalti cego Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: Um jogador da equipe será vendado e partirá de um ponto determinado pelo professor em busca de uma bola que estará em outro local. A equipe, por sua vez, deve auxiliar o colega para que ele consiga chegar à bola e finalizar para o gol. Posição Final: Alunos em pé
Referências bibliográficas: http://www.jogoscooperativos.com.br/jogos.php MELO, Rogério Silva de. Futebol: 1000 exercícios. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
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Alunos: Icaro Ricardo de Mello Bergamo e João Manuel Mendes de Sousa
Data: 13/11/2015 Prof.ª Dra. Alessandra Dal Lin
Objetivo Geral: Desenvolver nos alunos o sentido de cooperativismo através de atividades fundamentadas nas bases do futsal, visando a manutenção da saúde integral.
Objetivo Específico: Apresentar aos alunos através de exercícios e jogos o sentido de cooperação.
Conteúdo: Futsal
Duração: 100 minutos.
Material: bolas, cones, cordas.
Abordagem pedagógica: Psicomotricidade, Abordagem construtivista-interacionista, jogos semi-cooperativos e cooperativos.
Metodologia: estilo tarefa, comando, grandes grupos
Local: Quadra esportiva.
Faixa etária: 10-12 anos.
Característica da turma/ equipe: Gênero masculino e feminino, iniciantes na modalidade futebol.
Procedimentos de Ensino: Primeiro Momento: Aquecimento: atividade mãe-cola, elege-se um (a) pegador (a), e os demais alunos (as) deverão fugir dele (a), o aluno (a) que for colado (a) deverá abaixar-se e para que ele (a) seja descolado (a) algum colega deve encostar-se a ele (a). Atividade/exercício 1: Pebolim humano; Atividade/exercício 2: Futsal misto Volta à calma: conversa com os alunos, explicando os objetivos das atividades e dando a eles o feedback sobre o que foi feito. Atividade/exercício 1: Pebolim humano Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: O grupo dividido em duas equipes, cada equipe segurando ao longo da corda, menos os dois goleiros. O objetivo de cada equipe será fazer gols na equipe contrária que tentará evitar, só que ninguém poderá soltar das cordas se isto ocorrer será falta para a outra equipe. Posição Final: Alunos em pé Atividade/exercício 2: Futsal Misto Posição Inicial: Alunos em posição ortostática. Execução: O jogo de futsal deve ocorrer de maneira normal, com suas regras e particularidades. Sendo as equipes mistas, dispostas de maneira equivalente, a única peculiaridade deste jogo é que para que um participante possa fazer o gol deve, obrigatoriamente, a jogada anterior ter partido de um aluno do sexo oposto. Posição Final: Alunos em pé
Referências bibliográficas: http://www.jogoscooperativos.com.br/jogos.php