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ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
PATRÍCIA DE SOUZA ASSIS
CONTROLE DO TABAGISMO ATRAVÉS DO MÉTODO DE
TRÊS AGULHAS
SÃO PAULO
2016
PATRÍCIA DE SOUZA ASSIS
CONTROLE DO TABAGISMO ATRAVÉS DO MÉTODO DE
TRÊS AGULHAS
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Gradua
ção em Acupuntura apresentado à EBRAMEC
Escola Brasileira de Medicina Chinesa, sob
Orientação do Profº João Carlos Felix e co-
Orientação Drº Reginaldo de Carvalho Silva
Filho
SÃO PAULO
2016
PATRÍCIA DE SOUZA ASSIS
CONTROLE DO TABAGISMO ATRAVÉS DO MÉTODO DE
TRÊS AGULHAS
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
___________________________________
João Carlos Félix
Reginaldo de Carvalho Silva Filho
___________________________________
Patrícia de Souza Assis
São Paulo,___de______________de_____
Aos pacientes que padecem e não podem esperar...
SUMÁRIO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1
2. OBJETIVOS..........................................................................................................................2
3. REVISÃO LITERÁRIA......................................................................................................3
3.1 Tabagismo no Mundo...............................................................................3
3.2 Tabagismo no Brasil.................................................................................5
3.3 Vício: uma visão da Medicina Chinesa....................................................7
3.4 Breve história da Medicina Chinesa.......................................................10
3.5 Método de Três Agulhas.........................................................................11
4. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................13
4.1 Materiais..................................................................................................13
4.2 Metodologia............................................................................................13
4.3 Desenvolvimento....................................................................................13
4.4 Apresentação dos estudos de caso..........................................................14
5. RESULTADOS...................................................................................................................17
6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................19
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................20
RESUMO
ASSIS, Patrícia de Souza. Controle do Tabagismo através do Método de Três
Agulhas. São Paulo, 2016. TCC (Pós-Graduação). Curso de Acupuntura, EBRAMEC Escola
Brasileira de Medicina Chinesa.
Palavras-chave: tabagismo, acupuntura, método de três agulhas.
Este trabalho teve por objetivo verificar a interrupção total no consumo de
cigarros, em pessoas de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias, através da aplicação da
acupuntura baseado no Método de Três Agulhas. De acordo com os resultados obtidos nesta
pesquisa foi observado que 3 pessoas conseguiram parar de fumar e 5 não conseguiram, sendo
que dentre estas, 3 diminuíram o consumo de cigarros a partir da 5ª sessão de tratamento.
ABSTRACT
ASSIS, Patrícia de Souza. Smoking control through the Method of Three
Needles. São Paulo, 2016. Final course Assignment (Graduate Course). Course of
Acupuncture. EBRAMEC- Brazilian School of Chinese Medicine ( the initials are in
Portuguese).
Key-words: smoking, tobacco use, acupuncture, method of three needles.
This final course assignment has the objective to verify the total interruption of
smoking, both man and woman of different ages, through the Acupuncture’s application
based on The Method of the Three Needles. According to the results of this research it was
observed that three people stopped smoking, five didn’t and three reduced the smoking after
the fifth appointment.
1
1 INTRODUÇÃO
Existem cerca de 1,1 bilhões de fumantes no mundo e, de acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), 5 milhões de pessoas morrem, anualmente, por problemas
decorrentes do tabagismo, direta ou indiretamente, ou seja, pessoas que aspiram a fumaça
expelidas por fumantes. Embora o número de indivíduos fumantes venha caindo, o número de
jovens que iniciam no vício do cigarro tem aumentado. (ARAÚJO 2012).
Indivíduos que iniciam o hábito de fumar na adolescência tem maior
possibilidade de se tornarem adultos fumantes porque existe nessa fase da vida, uma
vulnerabilidade neuronal, fazendo com que os adolescentes passem de meros
experimentadores para fumantes diários. Por outro lado, o jovem acaba sofrendo, também,
uma influência muito grande da mídia, que se utiliza de estratégias para atraí-los, como por
exemplo, propagandas com mensagens positivas que englobam cores atraentes, sabores
diferenciados, etc.
No Brasil, as meninas fumantes, adquirem o vício por apresentar um mau
relacionamento com os pais ou por terem amigos, ídolos ou os próprios pais que fumam. Já,
entre os adultos, os homens fumantes são em maior número, sendo 60%, apresentando uma
diminuição na fertilidade e potência sexual, perdendo para 40% do sexo feminino, que
apresentam, geralmente, doenças cardiovasculares aumentadas, infertilidade, parto prematuro,
câncer cervical, menopausa precoce e fraturas ósseas. (GIGLIOTTI&PRESMAN 2006).
Temos ainda o agravante do enorme custo social e econômico que o país
encara, ocasionados pelo vício do tabagismo, fazendo-se assim, necessário o seu combate e
controle constantes.
A Acupuntura tem se tornado uma grande aliada e uma ferramenta importante
no que tange ao tratamento de vícios, entre eles, o tabagismo, inibindo os receptores para a
nicotina e ajudando nos sintomas de abstinência como: ansiedade, irritabilidade, depressão,
aumento do apetite e por conseqüência aumento de peso, insônia ou sonolência excessivas.
2
2 OBJETIVO
Utilizar a Acupuntura, aplicando o Método de Três Agulhas, em pessoas
tabagistas, de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias.
3
3 REVISÃO LITERÁRIA
3.1 TABAGISMO NO MUNDO
O tabagismo tem se mostrado um problema mundial e considerado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde), como doença epidêmica que causa dependência,
principalmente física, mas também, comportamental e psicológica, tendo seu início,
geralmente, na adolescência e podendo-se notar que cerca de 100 mil crianças tornam-se
fumantes regulares em todo mundo. Ainda segundo a OMS, 30% da população adulta são
fumantes e 5 milhões de pessoas morrem, anualmente, por problemas decorrentes ao hábito de
fumar, apresentando-se como uma das maiores causas de mortalidade, morbidade e doenças,
dentre elas: cardiovasculares, pulmonares, úlceras, etc.
A nicotina, substância psicoativa causadora de dependência química, chega
rapidamente aos pulmões e posteriormente ao cérebro, fazendo com que o indivíduo consiga
alcançar níveis prazerosos em poucos segundos. Esse prazer se dá porque, quando a nicotina
alcança o cérebro, faz com que o fenômeno de sensibilidade e liberação da dopamina
(neurotransmissor), substância ativada, provoque a sensação de gratificação e de prazer.
(GUYTON, 1998).
A busca por efeitos prazerosos desencadeados pela nicotina, tais como,
melhora no humor e no desempenho cognitivo, diminuição da ansiedade e controle de peso,
tornam-se os primeiros objetivos para o uso do cigarro. Com o passar do tempo esses efeitos
são diminuídos e o indivíduo se vê forçado a aumentar a dose de cigarro. Isso ocorre porque o
cérebro aumenta a tolerância ao fumo. Por possuir propriedades psicoativas, altera o sistema
nervoso central, levando ao abuso e dependência. (ARAÚJO, 2012).
Para tornar o cigarro mais atraente e viciante, a indústria recorre aos design e
ao conteúdo dos derivados do tabaco, diversificados ao longo do tempo, fazendo com que
haja uma verdadeira manipulação psicológica que está embutida na publicidade, se utilizando
de ídolos e modelos para fazer propaganda.
A cada ano, um terço dos fumantes tentam parar de fumar, mas 10% fracassam
nessa tentativa por conta de fatores ambientais, comportamentais e orgânicos.
4
O número de indivíduos fumantes tem diminuído nas últimas décadas, mas o
número de adolescentes que iniciam o hábito de fumar tem aumentado, ou seja, 100 mil novos
adolescentes começam a fumar todos os anos, com o agravante de que, indivíduos que iniciam
o hábito de fumar na dolescência tem maior possibilidade de desenvolver psicopatologias
futuras, já que, é nesta fase da vida onde prevalece uma vulnerabilidade neuronal no que diz
respeito aos efeitos da nicotina sobre a função sináptica e o desenvolvimento cerebral. Essa
vulnerabilidade neuronal faz com que adolescentes passem rapidamente de, simplesmente
experimentadores ocasionais, para fumantes diários. Estudos comprovam que 75% dos
adolescentes que fumam tornam-se adultos fumantes. Podemos considerar alguns fatores
responsáveis para que o jovem inicie o vício de fumar: biológicos, sociais e psicológicos.
Alguns adolescentes tentam acelerar a fase de mudanças do corpo iniciando o hábito de fumar
para passar uma falsa idéia de que já são adultos. (ROSEMBERG, 1987).
Outra questão muito importante é o “ataque” que a propaganda faz junto ao
jovem, passando a falsa impressão de que o indivíduo fumante é mais aceito pela sociedade.
A indústria do tabaco usa, ainda, de estratégias para atrair os jovens, como, por
exemplo, propagandas com mensagens positivas direcionadas aos jovens, embalagens com
cores atrativas, sabores diferenciados, etc.
O hábito de fumar faz com que 5 milhões de pessoas morram por ano, sendo
que, metade delas em idade produtiva, ou seja, entre 35 e 69 anos, ou 10 mil por dia, ou ainda,
uma a cada 6 segundos; mas, estima-se que o número de fumantes passará de 1,2 milhões para
1,6 bilhões entre os anos de 2000 a 2030 e o número de mortes passará dos 10 milhões em
todo mundo, caso a atual progressão epidemiológica se mantenha. Podemos considerar que
todos esses fumantes consomem anualmente, cerca de 6 trilhões de cigarros, sendo, 930
milhões localizadas em países em desenvolvimento, com maior consumo em classes
socioeconômicas mais baixas e de menor escolaridade. Ainda que consideremos que o tabaco
é mais consumido em forma de cigarro, outras formas de consumo também são levadas em
conta, tais como: charutos, cachimbo, narguilé e o bidis, um tipo de produto de tabaco para
fumar, usado na Índia. Também temos os chamados, fumantes passivos, apresentados pela
OMS como sendo cerca de 30% de adultos, 40% de crianças (700 milhões) e 43% de
adolescentes entre 13 e 15 anos. ( ARAÚJO, 2012).
Os custos em saúde atribuíveis às doenças relacionadas ao tabagismo (DRT),
segundo estimativas do Banco Mundial, indicam que podem chegar a US$ 200 bilhões por
5
ano, sendo que, metade desse valor, atribuído a países em desenvolvimento. Somente as
prestações de serviço de saúde geram custos que podem variar de ),1% a 1,5% do Produto
interno Bruto (PIB), isso considerando os países de alta renda, e as despesas nacionais pode
girar em torno de 6% a 15%.
“Fumar está associado à ocorrência de mais de 50 doenças em diferentes
órgãos e sistemas do corpo. A força de evidência é de grau A (muito forte). O tabaco tanto
pode ser um fator de risco para a ocorrência de uma doença, quanto ser um fator dificultador
ou agravante para o controle de uma doença que o indivíduo fumante já seja portador”
.(ARAÚJO, 2012).
3.2 TABAGISMO NO BRASIL
“O tabagismo é considerado um comportamento aprendido, reforçado pela
nicotina, o principal componente adictivo entres os mais de 3 mil encontrados no cigarro. A
nicotina, considerada uma mistura de gases e partículas, totalizando mais de 4.700 substâncias
tóxicas, após aspirada, atinge o cérebro em aproximadamente 9 segundos, onde se liga a
receptores colinérgicos nicotínicos, em sua maioria de localização pré-sináptica, envolvidos
com funções cognitivas complexas (como atenção, aprendizado, memória, despertar,
percepção sensorial) e no controle da atividade motora, da percepção da dor e da temperatura
corporal. Os efeitos farmacológicos da nicotina são diversos e dependem da quantidade e da
freqüência de uso e do desenvolvimento de tolerância. Entre eles se destaca o envolvimento
do sistema nervoso central (atuando em dopamina, noradrenalina, acetilcolina, serotonina e
hormônios hipofisários), do sistema endócrino (aumento circulante de vasopressina,
endorfina, cortisol, prolactina, hormônio corticotrófico e hormônio de crescimento) e do
sistema cardiovascular (vasocronstrição periférica e aumento da freqüência cardíaca, do
volume sistólico e do fluxo sanguíneo das coronárias)”. (GIGLIOTTI&PRESMAN 2006).
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), só no Brasil,
maior exportador mundial de tabaco, morrem, por ano, 200 mil pessoas vítimas do tabagismo,
sendo o câncer de pulmão o maior responsável por esses óbitos, porém, nem todos os
fumantes desenvolvem essa doença. Se compararmos indivíduos não fumantes a fumantes
nota-se que o risco dos fumantes adoecerem de câncer de pulmão é 10 vezes maior; infartos,
bronquite crônica ou enfisema pulmonar é 5 maior; acidente vascular cerebral, 2 vezes maior.
6
Já, segundo o Instituto Nacional de Câncer, José Alencar Gomes da Silva (INCA), nos mostra
que o Brasil registrará em 2016, 596.070 novos casos de câncer, sendo que, dentre estes,
295.200 serão indivíduos do sexo masculino e 300.870 do sexo feminino. O câncer de mama
tem perdido terreno para o câncer de pulmão como principal causa de mortalidade feminina,
não só no Brasil, mas também em vários países desenvolvidos. (ARAÚJO, 2012).
“Embora o tabaco cause problemas de saúde similares em ambos os sexos,
existem riscos adicionais específicos para homens e mulheres. No entanto, há declínio na
fertilidade e na potência sexual. No caso da mulher, fumar não significa apenas sofrer as
mesmas conseqüências do tabaco, mas ter riscos específicos adicionais, como alterações
próprias em sua função reprodutiva. Assim, o risco para doenças cardiovasculares aumenta,
especialmente as que usam contraceptivos orais, e eleva-se a taxa de infertilidade, trabalho de
parto prematuro, recém-natos com baixo peso, câncer cervical, menopausa precoce e fraturas
ósseas” (GIGLIOTTI&PRESMAN 2006).
A expectativa de vida de indivíduos fumantes pode ser reduzida em até 10 anos
se comparada a indivíduos que não fumam.
Os homens são em maior número, sendo 60% do sexo masculino e 40% do
sexo feminino, onde, 1/3 da população adulta é fumante, ou seja, 27,9 milhões de pessoas,
com faixa etária entre 20 a 49 anos. Ainda mais grave se apresenta a situação de pacientes
psiquiátricos e usuários de outras drogas, onde a prevalência do tabagismo é maior que na
população em geral.
Estima-se que o tabagismo passivo no Brasil, esteja por volta de 24,4% da
população, e, mesmo sabendo que o cigarro faz mal à saúde, o fumante não consegue tornar
isso uma motivação necessária para parar de fumar.
Uma pesquisa feita no Brasil, em 2003, realizada pelo Instituto Nacional do
Câncer (INCA), através do banco de dados de óbitos, mostra que o número de fumantes e ex-
fumantes foi de 24.222, atribuídos ao tabagismo em indivíduos maiores de 35 anos, em 26
capitais estudadas. Só entre os homens, o número de óbitos foi de 16.896, enquanto que nas
mulheres foi de 7.326. As mulheres morrem mais de doenças obstrutivas crônicas, as
chamadas DPOC e os homens morrem mais de angina e infarto do miocárdio (região do
coração que fica sem aporte sanguíneo, devido a uma obstrução coronariana).
Além das mortes, ainda temos enormes custos sociais e econômicos alarmantes
causados pelo tabagismo; custos estes, estimados em 339 milhões de reais, apresentados em
7
forma de recursos de saúde, ou seja, medicamentos, consultas, exames, internações,
atendimentos em emergência, atendimentos domiciliares e ambulâncias; também, ausência de
trabalho, diminuição na produtividade, etc, representando 6% a 15% a mais dos custos anuais
de um país de alta renda, causando um conflito de interesses, onde, de um lado, existe o dever
dos Estados em preservar a vida e de outro, os setores lucrativos, interessados em manter seu
mercado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Apesar da prevalência de fumantes ser maior em homens, o número de
mulheres que fumam tem aumentado muito rapidamente, associado à pobreza e às iniqüidades
sociais de nossos dias. Nas últimas décadas vem se notando uma diminuição de indivíduos do
sexo masculino fumantes, porém, isso não vem acontecendo com as mulheres. Pode-se notar,
também, o aumento do número de meninas adolescentes fumantes. As jovens fumantes
podem apresentar um mau relacionamento com os pais; podem ter amigos, pais ou ídolos que
também são fumantes; costumam associar o uso de cigarro ao controle de peso e com a maior
aceitação na sociedade ou no seu grupo social.
Sabe-se que a indústria do cigarro associada à publicidade utilizam de meios,
como imagens de ídolos fumando, por exemplo, para criar uma boa impressão em certos
grupos sociais como, adolescentes, jovens, mulheres e indivíduos economicamente mais
desfavorecidos. Essa publicidade direta, feita por veículos de comunicação de massa,
utilizando anúncios atraentes, já está proibida no Brasil, com criação da Lei nº 9.294, de 15 de
julho de 1996, que em seu artigo 3º dita “(...) é vedada, em todo território nacional, a
propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto
fumígeno, derivado ou não do tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos
produtos nos locais de vendas, desde que acompanhada das cláusulas de advertência (Redação
dada pela Lei nº 12.546, de 2011).
Em 1985 o Ministério da Saúde assume oficialmente a luta contra o tabagismo
no Brasil tornando o combate muito mais efetivo. Já temos também ações educativas,
legislativas e econômicas associadas a programas de controle do tabagismo, que ajudam a
gerar uma diminuição da aceitação social ao vício.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de fumantes no Brasil teve
uma queda de 30,7% nos últimos nove anos e celebra dez anos de iniciativa para combater o
fumo pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde,
criada pela OMS. Podemos observar que o número de homens maiores de 18 anos fumantes
8
caiu de 22,8% em 2008 para 18,7% em 2013. Já entre as mulheres a queda foi de 13,8% para
10,8%, respectivamente. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
3.3 VÍCIO: UMA VISÃO DA MEDICINA CHINESA
A Acupuntura, cada vez mais utilizada no ocidente, mas ainda pouco
difundida, tem se mostrado uma excelente ferramenta no tratamento de vícios, dentre eles o
tabagismo.
A Acupuntura tem sua ação contra o tabagismo aumentando o nível e liberação
de endorfina e encefalinas no sistema nervoso central fazendo com que, a via neural da
recompensa, seja excitada. Dessa forma e excitação de receptores para a nicotina, presentes
em maior quantidade em indivíduos tabagistas, é inibida. (DUMITRESCU, 1996).
Outro ponto importante da ação da Acupuntura contra o tabagismo é a ajuda
que pode trazer no que diz respeito ao alívio dos sintomas de abstinência (ansiedade,
irritabilidade, depressão, aumento do apetite, insônia ou sonolência excessiva), diminuindo
esses efeitos ruins que a falta do vício traz ao indivíduo.
Toda droga que produz afeitos psicotrópicos, se consumida abusivamente ou
não, acarreta em uma mudança inevitável do Shen e da consciência, causando, de início,
euforia e excitação anormal, e com seu uso continuado pode-se notar distúrbios do Shen,
perturbações do sono e insônia.
Segundo Drº Luna, especialista, presidente da Regional do Rio de Janeiro da Associação
Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro e Professor do IBMTC- Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional
Chinesa, “a dependência química, em especial o tabagismo, não é uma doença fácil de tratar e de se promover a
abstinência, seja com acupuntura ou com qualquer outro tratamento. Porém, a abordagem terapêutica que inclui
a acupuntura tem se mostrado bastante promissora nesse distúrbio, justamente por apresentar muito menos
efeitos colaterais oriundos do tratamento e menos recaída. (MÁRCIO DE LUNA, 2010).
Segundo Drº Gaspar, especialista em terapias orientais e doutor em Acupuntura pela Federação
Mundial de Acupuntura e Moxabustão, “o cigarro desgasta o pulmão que é a fonte do nosso vigor. É ele quem
faz a união da energia captada pelo ar que respiramos, com a energia extraída da nossa alimentação
transformando-as em energia aproveitável pelo corpo todo. Apesar de tratar o paciente de forma global e de ser
uma terapia personalizada, a acupuntura costuma utilizar pontos em comum no tratamento antifumo. Na
Medicina Chinesa para nenhum tratamento existem pontos padronizados que seriam usados em todas as sessões.
Mas alguns pontos são usados largamente nesse tipo de atendimento como Shenmen (Coração 7) e Sanyinjiao
(Baço-Pâncreas 6) para acalmar a mente, Tayiuan (Pulmão 9) e Chize (Pulmão 5) para recuperar o pulmão e
9 combater os efeitos do cigarro e Qiuxu (Vesícula Biliar 40) para o paciente superar os períodos de abstinência”.
(EDGAR CANTELLI GASPAR, 2016).
De acordo com achados clínicos, ainda podemos notar, ponta da Língua
vermelha, indicando para um excesso do Coração (Xin), podendo evoluir para fogo no
Coração (Xin). Quando interrompido o uso da droga, causadora de estados de bem-estar, o
indivíduo pode viver uma crise de abstinência que causam sintomas de ansiedade, depressão,
Dificuldade para dormir e Pulso em corda. Nesse estágio agudo de retirada da droga o
indivíduo apresentará sintomas de estagnação de Qi do Fígado (Gan), podendo levar a uma
automedicação na tentativa de minimizar os efeitos da abstinência.( NUNES&CASTRO,
2011).
Para a Medicina Chinesa, esse ciclo de abstinência e automedicação
movimenta o excesso de Coração (Xin) ao excesso de Fígado (Gan) e agitação do Shen. O
usuário de droga levará, cada vez mais, a uma anulação do Qi do Fígado (Gan) e o ataque ao
Coração (Xin) também lesará seu Qi fazendo com que o indivíduo apresente Rosto e Língua
pálidos, falta de ar, sudorese espontânea, Pulso fraco e palpitações. O Suor excessivo ferindo
o Yin, levará a uma deficiência de Yin e todos os viciados em drogas apresentarão sintomas
relacionados ao Fígado (Gan), Baço (Pi) e Estômago (Wei) variando o grau de acordo com a
droga.
A dependência crônica poderá ocasionar a deficiência do Yin do Rim (Shen),
podendo-se notar alguns fatores lesionando o Yin como: Suor secundário à falta da droga,
deficiência de Qi do Coração (Xin), Diarréia. Se tivermos perda de Líquidos (Jingye) e
Sangue (Xué), podemos observar uma desnutrição.
Lesionando ainda mais o Yin do Rim (Shen) a atividade sexual excessiva,
muito presente em viciados em drogas, causará Rubor malar, Suor, Febre intermitente, Sede,
Língua vermelha com saburra amarela, Pulso rápido e fino e Dor lombar.
O Yin deficiente do Rim (Shen) poderá afetar o Yin do Fígado (Gan), fazerndo
com que o Yang do Fígado (Gan) aumente causando sintomas como: Ansiedade, Olhos
vermelhos, Irritabilidade, Dor de Cabeça, Pulso em corda, fino e rápido.
O tabagista apresenta uma deficiência de Qi do Pulmão (Fei) e de Yin do
Fígado (Gan) que ocasionará em sintomas como: Tosse improdutiva ou Tosse produzida com
catarro amarelo e escasso, Suores noturnos, Garganta seca, Voz rouca. Outros sintomas, em
caso de abuso crônico de drogas serão notados, tais como: Falta de ar e perda da libido.
10
3.4 BREVE HISTÓRIA DA MEDICINA CHINESA
A Acupuntura é uma prática milenar, onde se soma uma observação clínica
minuciosa do paciente a uma elaboração e atenção infinitas no tratamento das doenças,
abrangendo, também, fisiologia, patologia, diagnóstico e profilaxia.
Na época chamada de “Chunqiu” (Primavera-Outono), (770 a 476 A.C.) que
podemos encontrar os sinais mais antigos de referência à Acupuntura e os primeiros
documentos médicos da Medicina Tradicional Chinesa. As primeiras agulhas encontradas
eram de sílex (rocha sedimentar silicatada, muito dura e de densidade elevada, de cor
cinzenta, negra e outras, que continha em sua composição quartzo criptocristalino), utilizadas
em intervenções cirúrgicas e datadas da idade da pedra. (FAN, 2000).
Um dos mais antigos livros de Acupuntura datado na dinastia dos Han (206
A.C.-220 D.C.) é o Shuo Wen Jie Zi (Dicionário Analítico dos Caracteres) e o tratado médico
Huangdi Nei Jing (Cânon de Medicina) datado no primeiro milênio A.C. (770-221 A.C.),
onde no primeiro usavam-se agulhas de pedra e no segundo foram encontradas descrições
sobre Acupuntura, suas indicações e contra-indicações. É nessa época que se origina a teoria
dos 5 elementos; a idéia do vento como causa principal das doenças; os órgãos divididos em
Zang Fu.
O fim da época de Han (220 D.C.) é marcado por um considerável
desenvolvimento sobre a Acupuntura, onde pode-se notar um estudo mais aprofundado desta
prática, aparecendo notáveis progressos com o médico Zhang Zhong Jing (150-219 D.C.).
Já no período à dinastia Tsin, a Acupuntura e a Moxibustão tiveram um rápido
desenvolvimento, mas foi na dinastia Tang (618-907), que a Acupuntura se aproxima muito
da contemporânea, onde foi criado o Colégio Imperial de Medicina e surgiram estátuas
esculpidas em bronze para o estudo da localização de pontos.
Marcada por um desenvolvimento considerável, durante a dinastia Tang e no
período Song, Kin e Yuan (960-1368), a Acupuntura é agraciada por uma série de livros e
documentos que se tornaram clássicos importantes.
A Medicina Tradicional Chinesa, ainda que tenha sido elaborada a partir de
práticas mais antigas, tem , na realidade, pouco menos de 3000 anos, mas, a Acupuntura já é
muito popular há milhares de anos, na China e em outros lugares. No início do século 20 que
começaram a nascer os primeiros hospitais e universidades voltados para Medicina Chinesa,
mas somente em meados dos anos 50 que foram desenvolvidos os hospitais e academias
11
direcionados ao que chamaríamos de Medicina Tradicional chinesa. A partir daí os médicos
abandonariam seus consultórios para trabalhar em instituições do governo, onde a demanda
por atendimentos era grande e os acupunturistas e outros praticantes deveriam se colocar a
serviço da coletividade. Em 1822, a Academia Imperial proibiu a prática da Acupuntura por
conta dos pacientes ter aversão às agulhas, dando lugar a práticas mais suaves como, por
exemplo, a massagem. Mas, alguns acupunturistas participaram de uma renovação por volta
dos anos 30; Chéng Dan An influenciou as gerações seguintes, abrindo o primeiro colégio de
Acupuntura e criando uma forma de padronização e organização o que, até então, era uma arte
médica familiar, desordenada e horizontal. ( BENEVIDES)
Desde 1949, a Acupuntura reencontrou um desenvolvimento sem precedente
na China e 1979, foi uma época de experimentação científica e moderna dessa prática, ano
esse onde ocorre o primeiro Simpósio Nacional de Acupuntura e Moxibustão, em Beijing.
“Com a fundação da República Popular da China, os médicos e os
pesquisadores ocidentais e chineses trabalharam suas pesquisas em cima de vários
documentos médicos históricos, utilizando métodos científicos contemporâneos. Assim,
puderam fundamentar os conhecimentos tradicionais sobre os meridianos e colaterais, os
órgãos e vísceras, que são a base teórica da MTC”. (KAUFMAN 2012).
3.5 MÉTODO DE TRÊS AGULHAS
Segundo Silva, “o Método de Três Agulhas é uma forma de acupuntura que utiliza seleções e
combinações de pontos de acupuntura unicamente criadas para o tratamento de Síndromes, doenças e sintomas
associados. Cada uma das específicas combinações é composta de apenas três pontos de acupuntura, sejam,
bilaterais, unilaterais ou uma mescla”. (REGINALDO DE CARVALHO SILVA FILHO 2013).
Já, Padilha, nos mostra que “o uso de moxabustão, ventosa ou sangria podem
ser utilizados de forma associada. (ISAAC PADILHA 2014).
O Método de Três Agulhas, conhecido anteriormente por “San Zhen Liao Fa”,
foi criado, pesquisado, desenvolvido e promovido por Jin Rui, professor titular da
universidade de Medicina Chinesa de Guang Zhou, pertencente a uma família
tradicionalmente ligada à Medicina Chinesa e apelidado, posteriormente, por Doutor das 3
agulhas. (FILHO, 2013).
A eficácia desse método só foi comprovada após longo estudo pelo Drº Jin,
onde ele ia percebendo, empiricamente, e anotando os principais pontos de Acupuntura
12
agrupados em 3. Pontos estes, criteriosamente analisados posteriormente, possibilitando,
assim, sua eficácia.
O conceito de selecionar três agulhas foi aplicado pela 1ª vez pelo Drº Jin, no
início da década de 70, mas a evolução e amadurecimento desse método através de estudos e
pesquisas clínicas práticas, continuam.
O profissional praticante da técnica de três agulhas deve levar em conta que o
seu uso isolado, nem sempre irá solucionar a queixa do paciente. Assim, poderão ser
utilizados outros pontos de Acupuntura, associados às três agulhas para que o problema do
paciente seja sanado.
No presente trabalho, foram utilizadas, em todos os pacientes, três agulhas dos
vícios, ou seja, Tianweixue, ou “ponto do sabor doce”, (ponto extra), localizado na mão, entre
os pontos IG5 (Yangxi) e P7 (Lieque), tendo como principais funções a desintoxicação e
alívio dos efeitos da droga; E40 (Fenglong), localizado na região ântero lateral da perna,
lateral à borda do músculo tibial anterior, 8 cun superiores à proeminência do maléolo lateral,
tendo como função a remoção de mucosidade (Tan Yin); BA6 (Sanyinjiao), localizado na
região tibial da perna, posterior à borda medial da tíbia, 3 cun superiores à proeminência do
maléolo medial, tendo como função, atuar sobre o Yin do corpo, tonificando o Baço (PI),
nutrindo o Yin e acalmando a Mente (Shen), normalmente perturbada em pacientes com
vícios.
13
4 MATERIAIS E MÉTODO
4.1 Materiais
Foram utilizados nessa pesquisa os seguintes materiais:
Agulha descartável de 0,2mm x 0,30 mm;
Algodão;
Álcool 70º;
Tubo de ensaio para descarte temporário das agulhas;
Descarpack, para descarte definitivo das agulhas.
4.2 Método
A inserção da agulha é feita no paciente que permanece na posição deitada em
decúbito dorsal. A agulha utilizada no ponto Tianweixue foi feita de forma oblíqua para
baixo, em direção à mão, com mais ou menos 0,3-0,5 cun de profundidade e mantida por 30
minutos.
Já nos pontos E40 (Fenglong) e BA6 (Sanynjiao) a inserção da agulha foi feita
perpendicularmente, com mais ou menos 0,8-1,2 cun de profundidade.
Todas as agulhas foram aplicadas bilateralmente e com estímulo de
pistonagem.
4.3 Desenvolvimento
Foram incluídas nessa pesquisa 8 sujeitos, de diferentes faixas etárias,
tabagistas, de ambos os sexos, sem que, alguns foram atendidos na própria residência e outros
na Escola EBRAMEC (Escola Brasileira de Medicina Chinesa), com sede à Rua Visconde de
Parnaíba, 2727, Belém, São Paulo/SP (TABELA 1).
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Tabela 1
Sujeitos Idade Sexo Tempo de
Tabagismo
M.S.P.M. 69 anos Feminino 58 anos
R.C.F.U. 53 anos Feminino 34 anos
I.A.O 54 anos Feminino 40 anos
M. P. N. M. L. L 54 anos Feminino 33 anos
M.M. 58 anos Masculino 40 anos
E.F. 51 anos Feminino 31 anos
L.S.A. 21 anos Feminino 1 ano
M.F.S. 31 anos Feminino 11 anos
Inicialmente, foi realizada, com todos os participantes dessa pesquisa, uma
conversa informal, onde foi explicado todo procedimento que seria utilizado ao longo do
desenvolvimento da pesquisa, ou seja, o tempo estimado que seria desperdiçado para que a
pesquisa fosse concluída, o número de sessões, o número de dias, a duração de cada sessão, o
objetivo e o método que seria utilizado. Foi esclarecido, ainda, que a pesquisa seria livre de
qualquer tipo de ônus por parte dos participantes.
No momento da aplicação das agulhas, em cada sessão, os sujeitos que foram
atendidos na Escola EBRAMEC, foram acomodados confortavelmente em uma maca,
disponível na escola, deitados, onde permaneceriam ali por 30 minutos. Já, os sujeitos
participantes, que foram atendidos em suas residências, foram acomodados de forma mais
confortável possível, de acordo com a possibilidade de cada um, em camas e ou sofás onde
também permaneceriam agulhados pelo tempo de 30 minutos. Todos os participantes que
conseguiram chegar até o final da pesquisa, passaram por 10 sessões de aplicação.
4.4 Apresentação dos estudos de casos
M.S.P.M., 69 anos, tabagista há aproximadamente 58 anos, fumava um maço de cigarros por
dia e nunca tentou parar de fumar.
15
Iniciou o tratamento no dia 10/09/2015 na escola EBRAMEC, duas vezes por
semana. A paciente relatava que depois que iniciou o tratamento não sentia mais tanta vontade
de fumar. Interrompeu o tratamento na 5ª sessão, sem prévio aviso, porém na última sessão
em que compareceu, já relatava que estava conseguindo deixar 5 cigarros sobrando no maço,
ao final do dia.
R.C.F.U., 53 anos, tabagista há aproximadamente 34 anos, fumava um maço e
meio de cigarros por dia e tentou parar de fumar algumas vezes, por conta própria mas não
conseguiu êxito. Iniciou o tratamento no dia 17/09/2015 na escola EBRAMEC, porém não
deu continuidade.
I.A.O., 54 anos, tabagista há aproximadamente 40 anos, fumava um maço e
meio de cigarros por dia e tentou parar de fumar algumas vezes, por conta própria mas não
conseguiu êxito. Iniciou o tratamento no dia 15/09/2015, participou de mais uma sessão no
dia 22/09/2015, porém não deu continuidade e não relatou se houve mudança no hábito de
fumar nessas duas sessões.
M.P.N.M.L.L., 54 anos, tabagista há aproximadamente 33 anos, fumava dois
maços de cigarro por dia, tentando parar por várias vezes, por conta própria dentro do período
de dois anos, mas não conseguiu êxito. Iniciou o tratamento no dia 15/10/2015, em sua
residência, e na 5ª sessão já tinha parado de fumar consideravelmente, consumindo só um
cigarro por dia. A cada sessão realizada a paciente relatava que, naquele dia, sentia menos
vontade de fumar. Continuou consumindo 1 cigarro ao dia mesmo com as dez sessões
realizadas.
M.M., 58 anos, tabagista há aproximadamente 40 anos, fumava um maço de
cigarros por dia e nunca tentou parar. Iniciou o tratamento no dia 20/10/2015, em sua
residência. No final de cada sessão o paciente relatava que sentia um gosto estranho na boca
mas não conseguia definir qual era o gosto exatamente. Participou de 5 sessões, conseguindo
diminuir o consumo diário de cigarros pela metade, ou seja, meio maço por dia, porém não
deu continuidade ao tratamento.
16
E.F., 51 anos, tabagista há aproximadamente 35 anos, fumava meio maço de
cigarros por dia. Chegou a parar de fumar, por conta própria por duas vezes, mas voltou a
fumar depois um tempo. Iniciou o tratamento no dia 18/10/2015, em sua residência. Na 5ª
sessão a paciente já tinha conseguido diminuir a quantidade de cigarros consumidos por dia
pela metade, ou seja, mais ou menos ¼ de maço. Durante o tratamento a paciente relatava que
começou a sentir um pouco de enjôo com o cheiro do cigarro. Na 10ª sessão aplicada já não
estava mais fumando nenhum cigarro.
L.S.A., 20 anos, tabagista há aproximadamente 1 ano, fumava 5 cigarros por
dia. Nunca tentou parar de fumar. Iniciou o tratamento no dia 08/09/2015 em sua residência.
Na 5ª sessão a paciente já tinha conseguido parar de fumar, pois relatava que ao final de cada
sessão se sentia enjoada com o cheiro da fumaça do cigarro que chegava perto dela fumando.
Continuou o tratamento até a 10ª sessão.
M.F.S., 31 1nos, tabagista há aproximadamente 11 anos, fumava mais ou
menos 1 maço de cigarros por dia. Tentou para de fumar por várias vezes mas nunca teve
êxito. Iniciou o tratamento no dia 09/09/2015 em sua residência. Na 5ª sessão a paciente já
conseguiu diminuir alguns cigarros por dia, mais ou menos, 9 cigarros. No decorrer de cada
sessão a paciente relatava que sentia um gosto estranho na boca mas não conseguia definir
que gosto era esse. No final das 10 sessões a paciente já tinha parado de fumar.
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5 RESULTADOS
Dos 8 participantes dessa pesquisa, 4 permaneceram na pesquisa até a décima
sessão, dentre estes, 3 pararam de fumar e 1 continuou fumando, porém diminuiu
consideravelmente; 4 abandonaram o tratamento, dentre estas, 2 diminuíram o consumo de
cigarro na 5ª sessão e outras duas não foi possível observar nenhum resultado.
Durante o tratamento, exatamente na 5ª sessão, 6, das 8 pessoas pesquisadas,
começaram a apresentar alguma resposta ao tratamento proposto, sendo diminuindo o
consumo de cigarros ou relatando gosto estranho na boca.
Tabela 2
Sujeitos Sexo Quantidade de
cigarros
consumidos
Tempo de
tratamento
Resultado
durante o
tratamento
Parou de
fumar
M.S.P.M. Feminino 1 maço de
cigarros/ dia
5 sessões 5ª sessão só
fumava cinco
cigarros
Sem
definição
R.C.F.U. Feminino 1 maço e meio
de cigarros/dia
1 sessão Abandonou o
tratamento
Sem
definição
I.A.O Feminino 1 maço e meio
de cigarros/dia
2 sessões Abandonou o
tratamento
Sem
definição
M. P. N.
M. L. L.,
Feminino 2 maços/dia 10 sessões 5ª sessão só
fumava 1
cigarro/dia
Não
M.M. Masculino 1 maço/dia 5 sessões 5ª sessão só
fumava meio
maço/dia
Não
E.F. Feminino ½ maço /dia 10 sessões 5ª sessão
fumava ¼ de
maço
Sim
L.S.A. Feminino 5 cigarros/dia 10 sessões 5ª sessão
parou de
Sim
18
fumar
M.F.S. Feminino 1 maço/dia 10 sessões 5ª sessão
fumava 9
cigarros a
menos
Sim
Gráfico 1
19
Gráfico 2
Gráfico 3
20
6 CONCLUSÃO
Concluiu-se com essa pesquisa que, o tratamento com a Acupuntura, utilizando
o Método de Três Agulhas para combater o tabagismo, foi, em parte eficaz, porém, faz-se
necessário estudos futuros, a fim de verificar a verdadeira eficácia do Método de Três
Agulhas no combate ao tabagismo.
Foi possível observar no decorrer da pesquisa que, dentre as pessoas
pesquisadas, aquelas que apresentavam maior força de vontade em parar de fumar, foram
exatamente as mesmas que conseguiram, de fato, parar.
21
ANEXO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Eu,
___________________________________________________________________________,
portador(a) do CPF __________________-___, aluno (a) e devidamente instruído(a) à
pesquisa científica sobre o tema:
______________________________________________________________,torno-me
responsável por todos os objetivos legais à conclusão da pesquisa quanto à PROIBIÇÃO de
cobrança sobre a pesquisa, a utilização de materiais devidamente autorizados, a preservação
legal voluntário em pesquisa humana e todas as diretrizes que levam à conclusão do trabalho
de campo, devidamente ciente e com a contribuição da instituição de ensino EBRAMEC –
Escola de Medicina Chinesa, a qual me respalda como aluno(a).
De acordo com as práticas envolvidas e devidamente explicadas ao voluntário sobre os
termos descritos pela resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, este aceita por
livre vontade e descrita a próprio punho a CONSENTIMENTO para a pesquisa, sendo ciente
de tudo e tendo o livre arbítrio de desistir da pesquisa quando lhe for cabível por razões
pessoais ou por negligência e/ou imprudência e/ou imperícia do aluno(a) pesquisador.
Nome do
Voluntário:__________________________________________________________________
_
Data de Nascimento: ____/____/________. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____
*Se menor de idade:
Nome do Responsável:
_________________________________________________________________
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____
Sendo de livre acordo na pesquisa, firma-se o contrato em Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), garantindo a integridade física, psicológica e emocional do
voluntário, seguindo todos os padrões morais e legais que refere-se à Pesquisa em Seres
Humanos.
________________________________
22
Aluno Responsável
________________________________
Voluntário (ou Responsável)
Dr. Reginaldo de C. S. Filho –
Diretor Geral
João Carlos Felix – Coordenador de TCC
EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa
Rua Visconde Parnaíba, 2727 - Bresser Mooca - São Paulo - SP - Fone: 0xx11 2605-4188/
2155-1712/2155-1713 - [email protected]
23
7 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
1 Acupuntura no combate ao tabagismo. Disponível em <www.maisequilibrio.com.br/
tabaco-tg-html>. Acesso em 11/11/2015.
2 Acupuntura: uma forte aliada contra o fumo – saúde Nippo Brasil. Disponível em
<www.nippobrasil.com.br/2.semanal.saude/537.shtml>. Acesso em 12/11/2015.
3 Acupuntura: uma nova técnica que usa apenas três agulhas. Disponível em
<https://www.epochtimes.com.br/acupuntura-nova-tecnica-usa-apenas-tres-agulhas. Acesso
em 08/01/2016.
4 Araújo, A. J. Manual de Condutos e Práticas em Tabagismo. Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia. Grupo Editorial Nacional, 2012.
5 Benevides, P. Breve Histórico das Dinastias Chinesas. 5 Elementos
6 Dumitrescu F, I.. Acupuntura Científica Moderna. Organização Andrei Editora Ltda: São
Paulo, p.19-23, 1996.
7 Fan, Z. X. O Melhor da Medicina Tradicional Chinesa. Roca, 2000.
8 Gigliotti A P, Presman S. Atualização no Tratamento do Tabagismo. ABP Saúde: Rio de
Janeiro, 2006.
9 Given, S. Understanding Addiction According to Tradicional Chinese Medicine. Journal of
Chinese Medicine, 1997.
10 Guyton & Hall. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. Guanabara Koogan S.A.,
1998.
11 He, H. Y. & Ne, B. Z. Teoria Básica da Medicina Tradicional Chinesa. Atheneu: São
Paulo, 2001.
12 Kaufman, D. Teoria Básica da Medicina Tradicional Chinesa. Atheneu: São Paulo, 2012.
13 Lian Y. L. & Chen C. Y. & Hammes M. & Kolster B. C. Atlas Gráfico de Acupuntura.
H.F. Ullmann, 2012.
14 Luna, M. Acupuntura é eficiente no combate ao vício em cigarro. Disponível em <www.
minhavida.com.br/saúde/materiais/11909-acupuntura-e-eficiente-no-combate-ao-vicio-em-
ciagrro>. 2010. Acesso em 12/11/2015.
15 Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer Coordenação de Prevenção e Vigilância.
Consenso sobre Abordagem e Tratamento do Fumante, Rio de Janeiro, 2001.
24
16 Nunes, Sob., Castro, MRP., and Castro, MAS. Tabagismo, comorbidades e danos à saúde.
In Nunes, Sob., and Castreo, MRP., orgs. Tabagismo: Abordagem, prevenção e tratamento
[on line]. Londrina: Eduel 2011. pp. 17-38. ISBN 978-85-72161 675-1. Available from
ScieELO Books.
17 Programa de Controle do Tabagismo promove troca de Experiências. Disponível em
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/component/search/?searchword=Tabagismo&sear
chphrase=all&Itemid=242> Acesso em 12/11/2015.
18 Sionneau, F. A Essência da Medicina Chinesa. Editora Brasileira de Medicina Chinesa:
São Paulo, 2014.
20 Tabagismo e Acupuntura. Disponível em nunolemos.com.pt/tabagismo-e-acupuntura>
Acesso em 10/01/2016.