cooperativa transporte público
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Mobilidade Urbana Transporte Público de Passageiros Cooperativa de Transportes Direito Regulatório Regulação Econômica Transporte de Baixa CapacidadeTRANSCRIPT
Dr. João Alencar Oliveira Júnior
Advogado e Engenheiro de Transportes [email protected] ou [email protected]
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Anais Eletrônicos do 16º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da Associação
Nacional de Transportes Públicos – ANTP
Local: Maceió – AL Período: 01 a 05 de outubro de 2007
Resumo O Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado do Ceará é
servido por linhas regulares operadas por ônibus que devem ser delegadas sob o regime de
concessão e as exploradas por veículos utilitários através do regime de permissão. O Decreto
Nº 26.803/2002 definiu o Serviço Regular Complementar, todavia, um decreto não pode
inovar no ordenamento jurídico, e deve regular dispositivos da Lei Nº 13.094/2001, quanto
às definições dos serviços, no entanto, tal Decreto inovou, criando: a) Cooperativa:
"sociedade de pessoas constituída por profissionais autônomos da categoria motorista, cujo
objeto é o transporte de passageiros"; b) Serviço Regular Complementar de Transporte:
"serviço de transporte rodoviário intermunicipal prestado, mediante permissão, por
profissionais autônomos, da categoria motorista, associados à cooperativa de transporte de
passageiros, para exploração do transporte rodoviário intermunicipal de passageiros". A
pessoa jurídica da cooperativa como elemento da relação jurídica entre o poder permitente e
o permissionário, que não venceu o certame licitatório seja filiado. Realçando o confronto do
art. 5º (incisos XVII, XVIII, XIX, XX e XXI) da lei máxima, que tratam da liberdade de
associação sem a interferência do Estado e, contraria, também, a pedra angular da
constituição das cooperativas, que é prestar serviços aos seus membros. Pretende-se analisar
a atuação das cooperativas de acordo com a legislação, doutrina e jurisprudência.
1 – Introdução
Em 2001, o Estado do Ceará promulgou a Lei Nº 13.094, que instituía o Sistema de
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros no âmbito do estado, sendo
regulamentada pelos Decretos Nº 26.103/2001 e Nº 26.803/2002. A referida lei define que
"compete ao Estado do Ceará explorar, organizar, dirigir, coordenar, executar, delegar e
controlar a prestação de serviços públicos relativos ao Sistema de Transporte Rodoviário
Intermunicipal de Passageiros e aos Terminais Rodoviários de passageiros" (art. 2º),
subdividindo tal serviço em dois tipos: a) "Serviços Regulares de Transporte Rodoviário
Intermunicipal de Passageiros" e b) "Serviços de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
Passageiros por Fretamento" (art. 3º). Deixa à regulamentação, o detalhamento das
"características e subclassificações de cada modalidade do serviço prevista no caput deste
artigo" (art. 3º, parágrafo único). Quanto ao regime de delegação, a permissão e a concessão
foram definidas como instrumentos legais à outorga da delegação dos Serviços Regulares de
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (art. 4º), estabelecendo que a
respectiva outorga somente se dê após licitação pública. O regime de concessão será na
modalidade de concorrência e formalizada mediante contrato administrativo (art. 4º, § 2º).
A lei trata a permissão como um ato administrativo precedido de licitação, delegado através
de termo de permissão (sic) e por prazo indeterminado (art. 4º, § 3º). Sobre a impropriedade
quanto ao uso dado a esse instrumento da permissão vide doutrina de Oliveira Júnior (2002,
2003, 2005 e 2006).
De acordo com a Lei Nº 13.094/2001, as linhas regulares operadas por ônibus devem ser
delegadas sob o regime de concessão e as exploradas por veículos utilitários através do
regime de permissão (art. 4º, § 6º e § 7º). As delegações em regime de concessão ou
permissão deverão observar três princípios: a) as linhas não são exclusivas dos operadores;
b) os usuários devem ter liberdade de escolha; e c) serem competitivos os serviços ofertados
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(art. 5º). Esta lei especifica que as viagens devem seguir padrões técnico-operacionais
definidos pelo poder público no que diz respeito aos tipos de serviços, horários,
seccionamentos, pontos de parada intermediários, de início e fim das viagens (art.24).
Estabelece, ainda, que a forma de remuneração do mercado de transporte intermunicipal de
passageiros será mediante a tarifa paga pelos usuários (art. 43), cabendo ao poder público a
definição do valor tarifário a ser cobrado, bem como, sua revisão e reajuste, que pode ser
motivado pela solicitação dos operadores ou de ofício, obedecendo-se às regras pactuadas na
legislação, no edital de licitação e no contrato. O poder público deve prever no edital de
licitação a possibilidade de receitas extratarifárias (receitas alternativas, complementares,
acessórias ou de projetos associados, inclusive proveniente do transporte de encomenda)
com o objetivo de atender à modicidade das tarifas (art. 43, § 1º a § 3º). A Lei Nº 13.094/2001 foi posteriormente regulamentada pelos Decretos Nº 26.103/2001 e Nº
26.803/2002. Entretanto, por se tratar do papel das cooperativas será analisado apenas o segundo Decreto, que regulamenta os serviços regulares de linhas radiais (liga determinada localidade à Fortaleza) e diametrais (liga localidades passando por Fortaleza) explorados por veículos utilitários de passageiros (VUP), bem como as linhas regionais (liga localidades não passando por Fortaleza), que além do uso dos VUPs, podem utilizar veículos utilitários mistos (VUM), de acordo com a Lei Nº 13.094/2001, no art. 4º, PP 5º, 6º e 7º, passando a se denominar Serviço Regular Complementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado do Ceará (SRC/STRIP-CE).
O Decreto Nº 26.803/2002, por restrição de ordem legal, não pode inovar no ordenamento jurídico,
portanto, deve obedecer aos dispositivos já criados na Lei Nº 13.094/2001 quanto às definições adotadas para o serviço, embora traga novas definições, tais como:
a) Cooperativa: "sociedade de pessoas, com personalidade jurídica e natureza civil, sem objetivo
de lucro, não sujeitas a falência, instituída e registrada na forma da Lei e das demais normas que regem as cooperativas de trabalho, constituída por profissionais autônomos da categoria motorista, cujo objeto é o transporte de passageiros" (art. 2º, Parágrafo único, II);
b) Permissão de Serviço: "a delegação feita pelo Poder Concedente, a título precário e intuito
personae, mediante licitação, da prestação de serviço público de transporte rodoviário regular complementar de passageiros, à pessoa física, profissional autônomo da categoria motorista, associado a cooperativa de transporte de passageiros, que demonstre capacidade para desempenho do serviço, por sua conta e risco, com apoio logístico e operacional da cooperativa" (art. 2º, Parágrafo único, XVIII);
c) Permissionário: "profissional autônomo da categoria motorista, associado a cooperativa de
transporte de passageiros, detentor da permissão para operar no Serviço Regular Complementar Rodoviário de Transporte Intermunicipal de Passageiro" (art. 2º, Parágrafo único, XIX);
d) Serviço Regular Complementar de Transporte: "serviço de transporte rodoviário intermunicipal
prestado, mediante permissão, por profissionais autônomos, da categoria motorista, associados a cooperativa de transporte de passageiros, para exploração do transporte rodoviário intermunicipal de passageiros, utilizando veículos utilitários de passageiros (VUP) ou veículos utilitários misto (VUM)" (art. 2º, Parágrafo único, XXIV); e,
e) Tarifa: "preço público correspondente à contraprestação a ser paga pelo usuário pela utilização
de serviço regular complementar de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros, conforme valor e/ ou critérios fixados pelo Poder Concedente" (art. 2º, Parágrafo único, XXVI).
A introdução da pessoa jurídica da cooperativa como elemento interveniente da relação
jurídica entre o poder permitente e o permissionário, não somente vincula, como se exige
que a mesma esteja legalmente constituída e em dia com suas obrigações legais, sob pena
de inviabilizar a outorga da permissão (Decreto Nº 26.803/2002, art. 16, I e II) ao
permissionário vencedor do certame licitatório, inclusive exige a comprovação da regularidade
de filiação. As exigências contratuais feitas aos permissionários estão dentro daquelas
definidas em lei, mas introduz a obrigatoriedade da cooperativa em dar o suporte necessário
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aos permissionários associados à mesma, sendo definidas tais obrigações na Resolução Nº
49/2005 da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (ARCE).
Cumpre destacar que o termo de permissão, embora não reconhecido pelo Governo do Estado
como um contrato administrativo do tipo adesão, o que contraria a Lei Nº 8.666/1993 (vide
art. 2º, Parágrafo único), cria obrigações entre as partes, o poder permitente e o
permissionário (pessoa física), mas vincula a cooperativa (pessoa jurídica) que não deveria
ser parte do negócio jurídico, uma vez que não é a detentora da outorga da permissão dos
serviços públicos de transportes, e sim, o permissionário, inclusive cabendo a mesma, apenas,
onerosidade contratual.
O desempenho operacional será mensurado por meio do Índice de Desempenho Operacional
– IDO, sendo aplicável aos permissionários e às cooperativas aos quais os mesmos se
encontram vinculados. A não obtenção dos índices mínimos do IDO implica na caducidade da
permissão e se a cooperativa não atingir os critérios mínimos do IDO, todas as permissões
vinculadas à mesma serão revogadas por caducidade (Decreto Nº 26.803/2002, art. 67, § 1º
e § 2º), embora não detenha uma única permissão em sua titularidade, bem como, é possível
que determinado permissionário perca a sua permissão sem que tenha desobedecido,
individualmente, uma única regra estabelecida no contrato assinado com o poder
permissionário (termo de permissão). Por via transversa, em termos de sanções, é como se
a cooperativa fosse a detentora de todas as permissões pertencentes aos seus cooperados
em caráter personalíssimos.
2 – Aspectos Constitucionais das Obrigações Impostas
pelo Decreto Estadual Nº 26.803/2002 e Edital Nº 06/2003
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu direitos e garantias fundamentais que abrangem
a todos os indivíduos. Canotilho apud Moraes (1997) afirma que "as clássicas garantias, são
também direitos, embora muitas vezes se salientassem nelas o 'caráter instrumental' de
proteção dos direitos. As garantias traduzem-se quer no direito dos cidadãos a exigir dos
poderes públicos a proteção dos seus direitos, quer no reconhecimento de meios processuais
adequados a essa finalidade [...]".
Em se tratando da afronta a tais prerrogativas pelo ordenamento jurídico dos transportes
intermunicipais do estado do Ceará, destacamos os seguintes incisos do art. 5º da
Constituição Federal (CF/88), quais sejam: "XVII – é plena a liberdade de associação para
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII – a criação de associações e, na forma da
lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento; XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou
ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado; XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente".
A impossibilidade do decreto não poder inovar o ordenamento jurídico possui fundamentação
constitucional na definição da atribuição privativa da Presidência da República, ou seja, do
Poder Executivo, de "sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos
e regulamentos para sua fiel execução" (CF/88, art. 84, Inciso IV). Portanto, o Decreto
Estadual Nº 26.803/2002 ao regulamentar a Lei Nº 13.094/2001 introduzindo elementos
novos, acima descritos, estabelece vícios de ilegalidade ao próprio Decreto.
Além dessa questão em si, a obrigatoriedade de filiação de pessoa física à cooperativa, como
condição para que o mesmo possa habilitar-se ao processo de licitação para prestação dos
serviços públicos de transportes, violaria diretamente os Incisos XVII e XX da CF, conforme
define o Edital Nº 06/2003 quanto à comprovação de habilitação dos cooperativados (efetivos
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e reservas), para cada lote de interesse da cooperativa licitante (que por sua vez não possuirá
nenhuma permissão de sua titularidade, enquanto pessoa jurídica), de acordo com a Cláusula
6, Item 6.1.1, alínea "d) comprovação de pertencer ao quadro de associados da cooperativa
licitante, através: I. do estatuto em vigor ou aditivo, devidamente registrado nas entidades
competentes, nos termos da lei e demais normas que regem as cooperativas de trabalho,
para o cooperativado fundador ou dirigente, ou II. da respectiva folha do livro de matrícula,
para os demais cooperativados" (Edital Nº 06/2003, Cláusula 6, Item 6.1.1, d).
Somada a essa regra editalícia, o Decreto Estadual Nº 26.803/2002 condiciona que somente
será adjudicado como permissionário, o profissional autônomo vencedor da licitação que
comprovar sua filiação à cooperativa de transporte de passageiros devidamente constituída
(art. 16, II, a). Tais dispositivos, na prática, obrigam que o candidato a permissionário filie-
se previamente à cooperativa, o que constitui violação dos direitos e garantias fundamentais
do art. 5º. da Constituição Federal, tido por cláusula pétrea. Assim como, contraria
indiretamente os demais incisos supracitados que serão tratados quando da análise da Lei Nº
5.764/1971 que estabelece a Política Nacional de Cooperativismo e o regime jurídico das
sociedades cooperativas.
3 – Aspectos Infraconstitucionais das Obrigações Impostas pelo Decreto Estadual Nº 26.803/2002 e Edital Nº 06/2003
É mister destacar o fenômeno social que antecedeu ao ordenamento jurídico referente ao
transporte regular complementar. Em 1997, quando foi realizada a pesquisa de origem e
destino de viagens intermunicipais no estado do Ceará, o fenômeno do transporte clandestino
não existia nestas ligações intermunicipais, embora existisse em Fortaleza, culminando na
promulgação da Lei Nº 8.060/1997 e Decreto Municipal Nº 10.222/1997, e a subseqüente
licitação pública, empurrando aqueles operadores clandestinos que não lograram êxito no
certame municipal a operarem nas ligações metropolitanas e intermunicipais do estado,
repetindo o fenômeno já existente nos estados da Paraíba e de Pernambuco. Embora, no
Ceará o fenômeno existisse insipiente e restrito ao sul do estado, no transporte por pick-up
rural nos dias de feiras no Cariri. O transporte clandestino que operava ilegalmente o
transporte público de passageiros passou a estruturar-se na forma de associações e
cooperativas de transportes de passageiros, bem como, organizaram-se a ponto de obrigar
ao Governo do Estado a promulgar o ordenamento jurídico anteriormente citado. Todavia, em
janeiro de 2003, ocorreu um trágico acidente em rodovia estadual próxima à cidade de
Quixadá, o que culminou na morte de 22 pessoas em razão do choque frontal entre duas vans
de transporte clandestino, o que precipitou o lançamento do Edital de Licitação em Março de
2003.
O Governo do Estado do Ceará no sentido de melhor controlar a operação e facilitar a
fiscalização dos serviços permissionados mediante o Decreto Estadual Nº 26.803/2002 e
Edital Nº 06/2003 introduziu novidades no ordenamento jurídico estadual requerendo sua
análise, a partir da legislação infraconstitucional que trata da organização das cooperativas,
o que nos leva à discussão doutrinária da possibilidade da participação destas em certames
licitatórios e se poderiam ser titulares das outorgas de concessões permissões, enquanto
pessoas jurídicas, bem como, da sua própria constituição para operar serviços públicos de
transportes.
A Lei Nº 5.764/1971 trata do regime jurídico das sociedades cooperativas. Implica dizer que
na constituição de uma cooperativa se deve observar estritamente esta lei. Um dos pontos a
se destacar é que se trata de uma sociedade de pessoas "que reciprocamente se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito
comum, sem objetivo de lucro" (art. 3º) e organizam-se para prestar serviços a elas próprias
(art. 4º, caput), a partir da decisão individual pela adesão voluntária (art. 4º, I). Sendo que
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as "cooperativas singulares se caracterizam pela prestação direta de serviços aos associados"
(art. 7º).
A legislação entende por livre que as sociedades cooperativas adotem "por objeto qualquer
gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-se-lhes o direito exclusivo e exigindo-
se-lhes a obrigação do uso da expressão 'cooperativa' em sua denominação" (art. 5º).
Embora, o ingresso nas cooperativas seja "livre a todos que desejarem utilizar os serviços
prestados pela sociedade" (art. 29, caput), tal filiação pode sofrer restrições em função da
atividade exercida pelo pretenso associado (art. 29, § 1°), por exemplo, apenas médicos podem constituir e associar-se a uma cooperativa de médicos.
No que tange a uma cooperativa de transportes, esse gênero de atividade comporta duas
espécies, uma ligada ao serviço privado de transportes de passageiros, também, denominado
fretamento, e para a sua prestação requer apenas a autorização administrativa (vide Oliveira
Júnior, 2006), o que impediria a constituição de cooperativas de transporte por fretamento
sem que os associados fossem detentores de tais autorizações. A outra espécie relacionada à
prestação de serviço público de transportes de passageiros, para ser ofertado por pessoa
física necessita de uma permissão outorgada após processo de licitação pública. Portanto,
como constituir uma cooperativa congregando pessoas que, ainda, não se submeteram a um
certame licitatório e tenham sido outorgados como permissionários do serviço público de
transporte intermunicipal de passageiros? Como poderia o poder público exigir a existência,
regularidade e habilitar tais cooperativas na licitação pública, nas quais seus associados não
preenchem os requisitos de permissionários? Principalmente, devido à necessidade de
pertinência entre a atividade desempenhada pela licitante e o objeto contratual da licitação,
conforme nos lembra Duarte (2004). Conclui-se que o ordenamento jurídico cearense estaria
na prática obrigando a criação de cooperativas e, mais, forçando a filiação e, também,
interferindo no funcionamento, pois o não atendimento de índices de desempenho faria com
que todas as permissões sejam cassadas, inexistindo o objeto e razão de ser da cooperativa,
o que redundaria na sua dissolução sem ter havido decisão judicial, o que afronta aos incisos XVII, XVIII, XIX, XX, XXI do art. 5º da Constituição Federal (CF/88).
Embora o ordenamento jurídico estadual tivesse criado o serviço regular complementar de
transporte rodoviário intermunicipal de passageiros do estado do Ceará, a sua existência legal
não dava direitos ao particular assumir o papel do Estado frente à sua omissão. Nesse sentido
encontramos o posicionamento do Ministro Octavio Gallotti, do Supremo Tribunal Federal –
STF, que reformou decisão de instância inferior que dava condição à empresa de explorar
linha de ônibus interestadual sem licitação, onde pondera ser impossível tal solução legal, pois assim compreende-se da sua decisão:
"Por ofensa à competência da União para explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual (CF, art. 21, XII, e), a Turma reformou acórdão do TRF da 5ª Região que reconhecera a operadora de fato de serviço de ônibus interestadual o direito de continuar a atividade de transporte de passageiros até que o percurso por ela operado seja submetido à licitação. Considerou-se que não pode o
particular, ante a omissão da União em operar o serviço, investir-se na condição de concessionário. RE 214.382-CE, rel. Min. Octavio Gallotti, 21.9.99".
Associado a este posicionamento do STF, encontra-se, também, positivado na Lei Nº
9.503/1997 em seus arts. 107 e 135, que para exercer a atividade de transporte de
passageiros, o "veículo de aluguel [...] para registro, licenciamento e respectivo
emplacamento de característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder
público concedente". A compreensão dessa autorização pública deve ser entendida de acordo
com a doutrina administrativista ao recomendar a autorização para os serviços privados
(fretamento) e a permissão para os serviços públicos prestados por autônomos ou pessoas
físicas. As associações e cooperativas de transportes que tenham sido constituídas para
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transportar pessoas, sendo esse tipo de atividade caracterizada como transporte público
(permissionado) ou privado (autorizado) e, se nenhum dos transportadores possui o diploma
legal apropriado, estão de fato realizando atividades ilegais, porém, passam a falsa idéia à
sociedade de que o serviço é "legal", pois utilizam veículos caracterizados e com dísticos e
símbolos de determinada associação e/ou cooperativa que se encontram filiados. Por se tratar
de uma atividade ilegal, pergunta-se: como é que foi constituída a cooperativa, na forma da lei, para habilitar-se numa licitação pública?
O art.86 da Lei Nº 5.764/1971 faculta que as cooperativas possam fornecer bens e serviços
aos não-cooperados, desde que atenda aos objetivos sociais e em conformidade com essa lei,
constituindo-se em renda tributável os resultados financeiros destas operações (art. 111).
Conforme visto, o objetivo social da cooperativa é prestar serviços aos seus associados. Desta
forma, partindo-se da hipótese da existência de uma cooperativa de transportes formada por
associados previamente outorgados na titularidade da permissão para prestar serviço público
de transporte de passageiros, quais seriam os tipos de serviços prestados pela cooperativa
aos seus filiados? Podem-se listar: a) aquisição e estoque de peças para os veículos; b)
compra e estocagem de combustível e lubrificante a preços de atacadista; c) contratação de
pessoal para planejamento e gestão dos serviços prestados; d) sede administrativa,
garagens, reboque, socorro e manutenção dos veículos; e) programação das linhas e viagens; dentre outras atividades que possam ser compartilhadas entre os cooperados.
Contudo, não se vislumbra a possibilidade dos cooperados terem para si a prestação de
serviços públicos de transportes por parte da sua própria entidade, o que implica na
impossibilidade da cooperativa prestar serviço público de transporte a terceiros (à população)
enquanto pessoa jurídica, com fundamento no referido art. 86, na medida em que esse serviço
não é prestado pela mesma aos associados, bem como, em atendimento aos objetivos sociais
estabelecidos pela Lei Nº 5.764/1971. Na verdade, quem prestaria seria o cooperado que
detêm a permissão de tal serviço e, somente após a realização da licitação poderia por um
ato de vontade associar-se nessa forma de sociedade civil para melhor organização e
obtenção de resultado financeiro próprio (redução de custos), embora o resultado da
cooperativa não vise o lucro.
4 – O Papel das Cooperativas de Transportes na Exploração dos Transportes Públicos de Passageiros
A diretriz constitucional de fomento ao cooperativismo (CF, art. 174, § 2º) e a recepção da
Lei Nº 5.764/1971 têm sido os principais argumentos à participação das cooperativas em
licitações públicas. Em contraponto, argumenta-se que devido ao tratamento diferenciado de
que gozam tais sociedades em matérias trabalhistas e tributárias, provocaria uma situação
de desequilíbrio entre os licitantes, impedindo que a Administração Pública pudesse
efetivamente avaliar a melhor proposta, provocando uma vantagem para as cooperativas
(Duarte, 2004 e Teixeira Júnior e Ciotti, 2002).
A discussão doutrinária da possibilidade de participação de cooperativas em licitações públicas
assenta-se em duas correntes. Aquela que defende a sua participação, como Mendes (2002)
ao afirmar que "as cooperativas, como sociedades civis, podem participar de licitações,
devendo atender às exigências habilitatórias compatíveis com a disciplina legal que lhe é
própria".
Duarte (2004) sobre a habilitação de cooperativa nas licitações pondera que tal "aspecto foi,
e ainda continua sendo, muito discutido, existindo aqueles que entendem que à Cooperativa
é vedada a participação em licitação; outros admitem apenas quando o edital, à semelhança
dos consórcios, expressamente contemplar a possibilidade, enquanto a maioria é favorável
ao seu ingresso no certame licitatório, podendo celebrar contrato com a Administração".
Duarte (2004) defende tal participação, porém pondera que no processo licitatório a
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cooperativa deva atender às "exigências editalícias e da equalização da proposta apresentada,
a demonstração da efetiva compatibilidade entre os objetivos/finalidades que constam dos
seus atos constitutivos e o objeto a ser licitado". Na mesma linha doutrinária encontramos
em Motta (2001) a citação do doutrinador Marçal Justen Filho que admite a participação das
cooperativas, todavia, apenas "quando o objeto licitado se enquadra na atividade direta e
específica para a qual foi constituída a cooperativa". Motta (2001), por sua vez, argumenta
que "instalada divergência quanto à interpretação do próprio sentido de isonomia, e sutilezas
legais quanto às condições peculiares às cooperativas" filia-se à "admissibilidade da
participação, desde que com suporte editalício específico", mas prefere aguardar a
consolidação das decisões jurisprudenciais e da lei para que possa se confirmar tal corrente
doutrinária.
A utilização de cooperativas de trabalho em substituição à contratação de pessoal no regime
estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei Nº 5.452/1943) tem
suscitado questões judiciais, seja para impedir tal prática ou para permitir tal expediente por
parte das próprias cooperativas, que movem ações juntos aos Tribunais para participar de
licitações públicas na contratação de empresas prestadoras de serviço e de alocação de mão-
de-obra.
Em junho de 2003, o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT/TRT 10ª) e a
Advocacia Geral da União (AGU) firmaram Termo de Conciliação Judicial (TCJ) no sentido de
disciplinar a participação das cooperativas nas licitações públicas federais que tratem de
prestação de mão-de-obra. Justificam a medida mediante as seguintes considerações:
"[...] toda relação jurídica de trabalho cuja prestação laboral não eventual seja ofertada
pessoalmente pelo obreiro, em estado de subordinação e mediante contraprestação pecuniária, será regida obrigatoriamente pela Consolidação das Leis do Trabalho ou por estatuto próprio, quando se tratar de relação de trabalho de natureza estatutária, com a Administração Pública;
[...] a legislação [...]comina de nulidade absoluta todos os atos praticados com o intuito de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação da lei trabalhista;
[...] as sociedades cooperativas [...] são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados;
[...] as cooperativas podem prestar serviços a não associados somente em caráter excepcional e desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais previstos na sua norma estatutária [...], aspecto legal que revela a patente impossibilidade jurídica das cooperativas funcionarem como agências de locação de mão-de-obra terceirizada;
[...]o teor da Recomendação Para a Promoção das Cooperativas aprovada na 90ª sessão, da OIT – Organização Internacional do Trabalho, em junho de 2002, dispondo que os Estados devem implementar políticas nos sentido de:
“8.1.b Garantir que as cooperativas não sejam criadas para, ou direcionadas a, o não cumprimento das leis do trabalho ou usadas para estabelecer relações de emprego disfarçados,
e combater pseudocooperativas que violam os direitos dos trabalhadores velando para que a lei trabalhista seja aplicada em todas as empresas” (ACP 1082/2002-20ª VTB/TRT 10ª)
A Cláusula 1ª do TCJ obriga à União, "abster-se-á de contratar trabalhadores, por meio de
cooperativas de mão-de-obra, para a prestação de serviços ligados às suas atividades-fim ou
meio, quando o labor, por sua própria natureza, demandar execução em estado de
subordinação, quer em relação ao tomador, ou em relação ao fornecedor dos serviços,
constituindo elemento essencial ao desenvolvimento e à prestação dos serviços
terceirizados". Nessa mesma orientação, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) expediu a
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Súmula Nº 331, a qual estabelece que "a contratação de trabalhadores por empresa
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no
caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019/1974)" excetuando-se, tal vinculo se o contratante
for a Administração Pública ou se "a contratação de serviços de vigilância (Lei Nº 7.102/1983)
e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio
do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta". Tal tipo de
impedimento tem se constituído em cláusula editalícia que veda a participação de
cooperativas de trabalho nas licitações abertas pela Administrativa Pública Federal direta e
indireta.
A relação de emprego de natureza contratual na prestação de serviços possui por
característica a pessoalidade, a subordinação, a não eventualidade e a onerosidade.
Considerando tais atributos e comparando-os com as atividades de prestação de serviço
público de transportes de passageiros pelos operadores reunidos em cooperativas de acordo
com o Decreto Estadual Nº 26.803/2002, encontrar-se-ão todas estas:
a) Pessoalidade: a permissão é outorgada "a título precário e intuito personae [...] à pessoa
física, profissional autônomo da categoria motorista, associado a cooperativa de transporte
de passageiros [...] com apoio logístico e operacional da cooperativa" (art. 2º, Parágrafo
único, XVIII). O que significa que a titularidade é personalizada e a prestação deve ser feita
pelo seu detentor, uma vez que "a função de motorista do veículo alocado [...] será exercida
pessoalmente pelo permissionário, sendo-lhe facultada a contratação de um único motorista
para auxiliar na operação do serviço" (art.10), em regime definido pela CLT.
b) Subordinação: embora por definição legal inexista vínculo empregatício entre cooperado
e a pessoa jurídica da cooperativa, na prática, mediante contrato com o poder público, obriga-
se a "prestar serviço adequado, na forma prevista em normas legais, regulamentares e
pactuadas [...]" (art. 17, I), existindo desta maneira uma subordinação às atividades
desenvolvidas e estabelecidas pelo poder público, bem como de forma subsidiária ao papel
exercido pela "cooperativa a qual o permissionário é associado [...]" que "[...] será obrigada
a fornecer a este o apoio logístico e operacional para a execução do serviço [...]" (art. 17,
parágrafo único).
A Resolução ARCE Nº 49/2005, art. 2º, Incisos de I a VIII, regulamenta que o "apoio logístico
e operacional o efetivo suporte que a cooperativa deverá disponibilizar ao permissionário
associado na execução das seguintes atividades: I – emissão, venda e informações sobre
bilhetes de passagem; II – manutenção dos veículos; III – gerenciamento da frota reserva;
IV – auxilio ao permissionário para garantir o prosseguimento da viagem, no caso de sua
interrupção; V – coleta de dados operacionais e preenchimento de guias e formulários
solicitados pelo Poder Concedente; VI – prestação de serviços de atendimento, recebimento
de reclamações e informações aos usuários;VII – contratação de seguro para a bagagem;
VIII – remessa e consolidação das informações contábeis dos permissionários associados".
Embora não esteja claro na resolução da ARCE a necessidade da programação das viagens,
com os horários e freqüências definidas em cada linha permissionada, na qual presta serviço
mais de um permissionário, inexiste possibilidade de disponibilizar os serviços elencandos nos
incisos sem um prévio planejamento operacional dos serviços prestados pelos cooperados,
implicando no cumprimento de horário e regularidade na prestação dos serviços, onde se
conclui o dever do cooperado no atendimento da programação de viagens previamente
estabelecida pela cooperativa para adequado funcionamento dos serviços de transportes,
sendo impossível que o cooperado apenas oferte seu trabalho quando bem lhe aprouver. Tal
tipo de coordenação e planejamento operacional exige um mínimo de subordinação das suas
atividades ao planejamento operacional desenhado pela cooperativa.
Dr. João Alencar Oliveira Júnior
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c) Não Eventualidade: os serviços públicos de transporte de passageiros são
conceitualmente tidos por essenciais, sendo por sua vez regulares e contínuos para atender
as condições de adequabilidade exigidas para o serviço público. De acordo com Oliveira Júnior
(2002a), a "regularidade em transportes pode ser entendida como a freqüência da oferta de
um serviço", enquanto a "continuidade expressa a idéia de coisa perene ou contínua que deve
ser mantida e, que nenhum problema de interesse individual ou conjuntural interrompa a sua
prestação, pois a população desta depende [...], significa dizer que, o sistema de transporte
deve garantir o seu funcionamento ao longo do dia e de toda a semana, dias úteis e feriados.
Não pode ficar somente a critério do concessionário ou permissionário definir os horários e os
dias em que deseja trabalhar [...]".
d) Onerosidade: embora por definição legal a cooperativa não possa ter fins lucrativos (art.
3º, Lei Nº 5.764/1971). Todavia, os cooperados por essência do sistema capitalista visam ao
lucro. O serviço público adequado deve atender à condição de generalidade, implica dizer a
sua prestação a todos que dele necessitem de forma indistinta. Entretanto, sua oferta não se
constitui em favor, mas sim em dever legal, o que implica que tanto podem ser exigidos de
quem possua a competência legal para instituí-los, quanto de quem os explora. O conceito
de todos assume aspecto relativo, pois todos se refere àqueles que podem pagar a tarifa pela
prestação do serviço (Oliveira Júnior, 2002a). O que implica em onerosidade para quem o
utiliza, mediante o pagamento da tarifa, remunera (onerosidade) o prestador do serviço, o
permissionário. Se a venda das passagens é uma atribuição da cooperativa segundo a citada
resolução, haveria sim uma onerosidade da cooperativa frente ao associado, que será
remunerado de acordo com a quantidade de passageiros por ele transportado.
O formato legal criado pelo ordenamento jurídico estadual assemelha em muito o
funcionamento das "cooperativas de transportes" das atividades que poderiam ser
desempenhadas por um ente privado constituído na pessoa jurídica de uma empresa de
transporte de passageiros.
5 – A Guisa de Conclusões e Sugestões sobre o Papel das Cooperativas de Transportes na Exploração dos Transportes Públicos de Passageiros
É mister a qualificação da discussão da prestação dos serviços públicos de transportes pelas
cooperativas de transportes sejam estes permissionados (serviço público) ou autorizados
(serviço privado). Não basta a simples menção de que o Estado deva através da lei estimular
e apoiar o cooperativismo e outras formas de associativismo (CF, art. 174, § 2º) para
preencher a lacuna na Lei Nº 5.764/1971, que não contempla a possibilidade das cooperativas
prestarem serviços de transportes públicos, mesmo com a tentativa do preenchimento pelas
leis que regulam as licitações públicas (Lei Nº 8.666/1993) e a concessão e permissão de
serviços públicos (Lei Nº 8.987/1995, Lei Nº 9.074/1995 e legislação complementar).
Nesse sentido transcreve-se pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
na Consulta Nº 439.155 que afirmou "haver impedimento legal para uma cooperativa
executar ou mesmo prestar um serviço à Administração Pública, seja por meio de seus
associados ou de seus empregados, porquanto ela não se constitui para outro fim que não o
de promover o interesse de seus próprios associados, ao passo que a contratação com o Poder
Público visa, em primeiro lugar, interesse público. Além disso, o direito positivo pátrio não
disciplinou, ainda, a respeito das cooperativas prestadoras de serviços públicos[...]" (apud
Teixeira Júnior e Ciotti, 2002).
Quanto ao ordenamento do estado do Ceará acredita-se que a lei, o decreto e o edital
analisados se encontram eivados de vícios de legalidade, inclusive de ordem constitucional,
que através de uma Ação de Declaração de Inconstitucionalidade poderiam ser removidos da
legislação cearense ou, então, outra lei revogando-os.
Dr. João Alencar Oliveira Júnior
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Em se tratando da organização dos permissionários em cooperativas vislumbra-se que apenas
após o certame licitatório, os mesmos, voluntariamente, poderiam criar uma "cooperativa de
transportes" para única e exclusivamente atendê-los, nunca e jamais, sob nenhuma hipótese,
para prestar serviços à população pela cooperativa com o fundamento no art. 86 da Lei Nº
5.764/1971. O mesmo raciocínio se aplica àqueles serviços que requerem a autorização
administrativa do poder público, tais cooperativas também seriam apenas legalmente
constituídas por aqueles detentores de tais autorizações.
A falta de previsão legal do ordenamento que regula o regime jurídico das sociedades
cooperativas não faculta as mesmas participarem de certames licitatórios, mesmo com uma
interpretação extensiva e favorável de levar-se em conta apenas sua personalidade de pessoa
jurídica, obviamente, existe a necessidade de observar os objetivos sociais que
fundamentaram sua constituição e, nesse aspecto, não há como os cooperados serem
atendidos pela própria cooperativa. Obviamente, requer-se uma mudança substancial na
legislação de forma a comportar a possibilidade das cooperativas prestarem serviços públicos
à população, inclusive com a perda das vantagens tributos-trabalhistas de que gozam, para
equalizar as condições da disputa entre os licitantes – as empresas privadas. Inclusive, tal
necessidade é defendida por correntes doutrinárias quanto a essa equiparação, de forma a
preservar o princípio da isonomia entre aqueles que concorrem para prestar serviços públicos,
até mesmo, transportes públicos de passageiros.
A equiparação das condições da disputa nas licitações entre cooperativas e empresas
privadas, praticamente as transformam nessas últimas. Pergunta-se, quais seriam as
vantagens dessa forma de constituição societária? Acredita-se que a equiparação e a
possibilidade legal de prestar serviços públicos por aqueles que não detém a titularidade do
serviço, advindas da mudança na legislação poderiam democratizar o acesso de pessoas
físicas reunidas em cooperativas ao mercado de transportes, aumentar a competitividade e a
contestabilidade na disputa pelo mercado, a incorporação de ganhos de produtividade com
reflexos na tarifa cobrada aos usuários, um maior nível de capacitação e profissionalismo dos
profissionais de transportes, deixando de prestar artesanalmente tais serviços para
assumirem uma postura de gestão empresarial da atividade.
Na presente legislação não basta à vontade do indivíduo de associar-se em cooperativa, pois
em se tratando de cooperativa de transportes exige-se que previamente esteja revestido da
titularidade da permissão (serviço público) ou autorização (serviço privado) para que possa
legalmente transportar pessoas e, quando atendidas tais condições, poder ser membro de
cooperativas que prestem serviços apenas aos seus associados.
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Dr. João Alencar Oliveira Júnior
Advogado e Engenheiro de Transportes [email protected] ou [email protected]
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Dr. João Alencar Oliveira Júnior
Advogado e Engenheiro de Transportes [email protected] ou [email protected]
12
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das Cooperativas, ACP 1082/2002-20ª VTB/TRT 10ª, Brasília/DF.
__________________________
João Alencar Oliveira Júnior, Engenheiro Civil (1988), Universidade de Fortaleza (UNIFOR); Bacharel em Direito (2010), Centro Universitário de Brasília (UNICEUB); Mestre (1992) e Doutor (2005) em Engenharia de Transportes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Professor do Departamento de Engenharia Civil (DEC), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB, de 1996 a 2001); Professor do Departamento de Engenharia de Transportes (DET), da Universidade Federal do Ceará (UFC, de 2001 a 2010), Analista de Infraestrutura, Secretaria de Planejamento e
Investimentos Estratégicos – SPI, do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MP, a partir de 2010), Gerente de Projeto da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob), Ministério das Cidades (MCidades, de 2007 a 2013); Superintendente (08/04/2013 a 28/05/2014) e Supervisor (29/05/2014 a 31/12/2014), Diretoria de Mobilidade – DIMOB, da Autoridade Pública Olímpica.
Advogado e Engenheiro Civil Sênior com atividades desenvolvidas nos setores públicos e de
consultoria nas áreas de gestão, planejamento e projetos em Engenharia de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, nas seguintes áreas:
Direito de Transportes e da Mobilidade Urbana, com aspectos relacionados à regulação dos transportes públicos de passageiros – modos ônibus, táxi, mototáxi, transporte de baixa capacidade e outros no âmbito urbano e intermunicipal.
Planejamento urbano de uso e ocupação do solo e relatórios de impactos no sistema de trânsito da implantação de polos geradores de viagens – PGV's, equipamentos urbanos e de serviços.
Planejamento, controle e monitoramento de pesagem de cargas no transporte rodoviário.
Políticas públicas de desenvolvimento urbano e regional e da mobilidade urbana.
Projetos cicloviários e de mobilidade urbana não motorizada – pedestres, ciclistas e portadores de necessidades especiais (pessoas com deficiência).
Projetos de pesquisa, trabalhos científicos e palestras em aspectos energéticos e ambientais de poluição atmosférica de gases de efeito estufa (GEEs) e locais (GELs) nos setores de transporte municipal e intermunicipal de passageiros e o transporte rodoviário e ferroviário de cargas.
E-mail: [email protected]
Skype: joaoalencarjr Twitter: @jalencarjr Facebook: Transporte e Mobilidade Urbana (Transport and Urban Mobility Facebook): http://www.facebook.com/joaoalencarjr Artigos Publicados/Download: https://www.researchgate.net/profile/Joao_Oliveira_Junior
Citações Bibliográficas dos Artigos por Ordem da Autoria e Co-autoria:
Trabalhos Completos Publicados em Anais de Congressos e Periódicos
1) OLIVEIRA JÚNIOR, J. A. Argumentos para Defesa da Proposta de Emenda Constitucional do Direito Social à Mobilidade Urbana. Revista dos Transportes
Públicos da Associação Nacional de Transporte Público – ANTP, Nº 136, 77-91 pp, Ano
36, 1º Quadrimestre, ISSN 0102-7212, 2014, São Paulo/SP. Disponível em: http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2014/06/13/8A532476-E13E-4742-A009-4630129E331C.pdf
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Advogado e Engenheiro de Transportes [email protected] ou [email protected]
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Advogado e Engenheiro de Transportes [email protected] ou [email protected]
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