corpo e voz
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Patrícia Antoniazi e Flávia Campos Geronimo CORPO E VOZ: APRENDA COMO USÁ-LOS
Anatomia – Fisiologia – Dicas e Cuidados – Respiração – Alongamentos – Aquecimento – Exercícios
HARMONIZAÇÃO INTEGRAL CORPO E VOZ
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Apresentação:
Sabemos que as emoções colorem a voz com tonalidades de felicidade, alegria, paz, tristeza, raiva e muitos outros sentimentos. E que, a condição física do corpo é também refletida na vitalidade da expressão vocal. Sendo assim, os padrões musculares errôneos do corpo-fala-voz determinam um gasto energético desnecessário no dia-a-dia.
Nasce, então, o olhar Corpo-Voz com a fisioterapia e fonoaudiologia, onde nomeamos de Harmonização Integral Corpo e Voz. Não resistimos ao harmonização integral, mesmo sabendo que corríamos o risco de parecermos óbvias. Nos rendemos.Iniciamos um trabalho voltado aos movimentos dos músculos, ossos e tecidos corporais na busca da emissão sonora natural. Desta forma, o trabalho com o CORPO-VOZ objetiva ampliar o espaço interno, harmonizar a íntima relação entre o SER e o seu corpo, para um melhor aproveitamento da ressonância da voz no corpo.A voz, neste conceito assumido por nós, é considerada um corpo, na medida em que nasce, vibra, cresce e sai dele. Ampliamos nosso grupo interdisciplinar buscando a integralidade do indivíduo. Atualmente nossas oficinas contam com professor de canto, educadores físicos, dançarinos, psicólogos e coreógrafos. Além das oficinas, contamos com uma equipe formada por nutricionistas, jornalistas, consultores de moda e até chef de cozjnha que nos auxiliam para uma visão holística do indivíduo. O comportamento e expressividade depende da personalidade, gênero, identidade sexual, cultura, nível sócio-econômico e ambiente. Nosso corpo, nossos gestos, nossa alimentação, o que buscamos como conhecimento e até nossas roupas falam sobre nossa personalidade, cultura ou grupo social. Me pergunto: Estabelecemos uma boa comunicação com o nosso corpo, mente e espírito? Harmonize-se sempre!
Busque a voz que tem em você.Quando sai de perto do coração ela fala com verdade”. Patrícia Antoniazi
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Corpo e voz:
Há alguns anos venho observando, durante os meus atendimentos fonoaudiológicos, a grande necessidade de um trabalho
interdisciplinar com a fisioterapia, no trabalho voltado com modelos, atores, empresários, professores e até mesmo crianças e adolescentes.
Os gestos e expressões são universais, mas a expressividade é individual. Desta forma, diante de limitações posturais e de flexibilidade
corporal me deparei com as limitações de fala e voz. Em contrapartida, excessos de movimentos repetitivos e desorganizados me levavam às
modulações excessivas e aumento de intensidade vocal. A intensidade, frequência e magnitude da expressividade depende da personalidade,
gênero, identidade sexual, cultura, nível sócio-econômico e ambiente. Nosso corpo, nossos gestos e até nossas roupas falam sobre nossa
personalidade, cultura ou grupo social. Me pergunto: Estabelecemos uma boa comunicação com o nosso corpo?
O subtexto de toda comunicação é uma mistura de elementos diversos: linguagem corporal, posturas, movimentos das mãos, contato
visual, utilização do espaço, comportamento, assim como a imagem que projetamos. Para mim, é muito difícil separar a comunicação oral
(linguagem, fala e voz) da conduta não-verbal e contexto, do significado da relação e da cultura em que se expressa tal conduta.
É curioso perceber como há pessoas que parecem ter perdido o senso de auto-observação e buscam somente uma maquiagem para fala e
voz. Adoram exercícios realizados em grupos teatrais. E não percebem que o corpo está tão desorganizado tanto quanto a sua comunicação.
Com a fisioterapia, mais epecificamente, em parceria com fisioterapeuta Flávia Campos Geronimo, realizamos um bom “casamento”
entre a nossa percepção de CORPO E VOZ. Acreditamos na individualização do processo de aprendizagem, mesmo quando realizados em
grupo. Afinal, o funcionamento de um determinado conjunto de músculos faciais e corporais nos permite saber o que o outro está sentindo.
Para conseguir esse nível de observação, de ajuste e de auto-conhecimento, é preciso tempo e vontade.
Sumário
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Apresentação.................................................................................................................................................................. 1
Corpo e voz.................................................................................................................................................................... 2
Produção da voz e fala................................................................................................................................................... 5
Diferença da voz falada e cantada........................................................................................................................... 7
Integração corpo e voz................................................................................................................................................... 7
Imagem Corporal............................................................................................................................................................ 8
Construção da voz................................................................................................................................................... 9
Anatomia e Biomecânica da Coluna Vertebral............................................................................................................... 10
Ligamentos.............................................................................................................................................................. 11
Disco Intervertebral................................................................................................................................................. 11
Músculos................................................................................................................................................................ 11
Curvaturas da Coluna............................................................................................................................................. 12
Postura e Alterações Posturais............................................................................................................................................. 13
Cadeias Musculares e Correção Postural.............................................................................................................. 14
Normas de Cuidados com a Voz ................................................................................................................................... 17
Alimentação............................................................................................................................................................ 18
Desordens Alimentares e Disfunções Vocais.......................................................................................................... 19
Condições Físicas Particulares............................................................................................................................... 21
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Hábitos e Técnicas Saudáveis................................................................................................................................ 22
Articulação dos Sons da Fala........................................................................................................................................ 22
Respiração...................................................................................................................................................................... 28
Respiração Oral...................................................................................................................................................... 34
Alongamento.................................................................................................................................................................. 37
Aquecimento................................................................................................................................................................... 38
Exercícios........................................................................................................................................................................ 39
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1. Produção da Voz e Fala A voz é produto da utilização conjunta de vários órgãos, envolvendo quatro elementos fundamentais: respiração, fonação, articulação e
ressonância. Assim, é fácil imaginar que qualquer problema de saúde que afete um desses elementos vai interferir na voz. Daí que um corpo
saudável é a condição para uma boa produção vocal. Vamos compreender esse processo:
Figura 1: Produção vocal.
A voz é produzida pelo movimento das pregas vocais e modificada no trato vocal, região compreendida entre as pregas vocais e os
lábios; é composta por um conjunto de órgãos “emprestados” dos aparelhos respiratório e digestivo e adaptados para a função fonatória
(Figura 1).
O som básico é gerado na laringe, tubo situado no pescoço, e que contém as pregas vocais. As pregas vocais se afastam para entrada
do ar, que vai em direção aos pulmões, e se aproximam no momento da fonação. Sendo assim, o som básico da voz é resultado da
aproximação das pregas vocais, realizada pelo trabalho muscular, e da vibração da mucosa, provocada pela passagem do fluxo de ar que vem
dos pulmões. O ar é combustível da voz, por isso a respiração tem um papel importante na fonação (Figura 2).
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Figura 2: Estruturas utilizadas durante a produção vocal.
O som débil produzido no nível da laringe é amplificado nas cavidades oral (boca), nasal e na garganta, que funcionam como caixas de ressonância (Figura 3). Na boca, o som é articulado com a participação dos dentes, língua, lábios, bochechas e palato, e assim, finalmente
produzimos a fala.
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Figura 3: Ressonância Equilibrada.
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O som da voz é bastante influenciado pela ressonância vocal. A posição da língua, abertura da boca e o intervalo entre fechar a boca e
o respirar mudam continuamente enquanto falamos.
Cada um de nós possui uma voz natural. Esta é uma voz que usa nosso equipamento vocal de um modo fácil e eficiente e que
consegue adquirir um equilíbrio natural de respiração, fonação e ressonância.
Não é necessário qualquer mágica para melhorarmos a nossa voz. O desenvolvimento de uma voz que soe melhor envolve aprender a
usar os mecanismos respiratórios, pregas vocais e cavidades de ressonância de uma forma natural. Podemos classificar esta voz produzida
com muito pouco esforço de nossa voz natural. Para uma boa parte de nós, ela está lá, esperando para ser usada.
1.1 Diferença entre a voz falada e a Voz Cantada Há duas modalidades básicas de voz profissional, a voz falada e a voz cantada, sendo que em algumas situações, como no teatro
musical, exige-se o domínio de ambas emissões. A voz falada e a voz cantada são realidades distintas. Basicamente a emissão falada é em
geral natural e inconsciente, geralmente prima pela transmissão da mensagem, com a necessidade de articulação precisa. A voz cantada tem,
no controle de sua qualidade, sua principal caracterização, podendo ser observadas reduções articulatórias, prolongamentos de vogais e
introdução de recursos específicos como vibrato e o formante do cantor.
2. Integração corpo-voz O sistema estomatognatico participa das principais funções vitais: respiração, mastigação, deglutição, além da sucçao, produção de
voz e fala. Estas funções dependem dos movimentos mandibulares e da relação que o crânio estabelece com a face e a coluna cervical.
A cabeça está em equilíbrio quando os olhos estão na posição horizontal, nesta posição, o plano mastigatório também é horizontal,
do mesmo modo que o plano auriculo-nasal, que passa pela margem superior do conduto auditivo externo e pela espinha nasal.
A cabeça realiza uma alianca de interapoio: o Ponto de apoio se situa atrás dos côndilos occipitais. A resitência é realizada pelo peso
da cabeça contra o centro da gravidade localizado pela sela tursica. A potência está constitida pela força dos músculos da nuca, que pode
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contrabalancear o peso da cabeça que tem a tendência de cair para frente. Os músculos posteriores lutam contra a ação da gravidade, ao
passo que os músculos flexores são reforçados pela ação da gravidade; isto explica a existência de um tônus permanente dos músculos da
nuca que não permitem a queda da cabeça para frente. Durante o sono e na manutenção da posição sentada o tônus diminui e o queixo cae
sobre o osso esterno.
A mobilização dos olhos, da língua e da mandíbula provocam mobilizações pequenas da articulação temporomandibular (ATM), no
nível occipital e craniano (lateral e posterior). Os microdeslizamentos occipitais são produzidos pela atividade do músculo digástrico (ventre
posterior) e do músculo estilohioideo. Estes músculos tem inserções cranianas e geram consequências diretas nos músculos vizinhos como o
pequeno e grande oblíquo da cabeça, O ECOM, o esplênio da cabeça, o masseter, o pterigóideo; a retração dos músculos cervicais interferem
na mobilidade da ATM e da língua, seus efeitos repercutem sobre a qualidade da deglutição, da fonação e da ventilação. A mobilização dos
olhos e da língua provocam uma descontração dos músculos suboccipitais e reduzem as tensões dos músculos da nuca.
Na alteração vocal, a cintura escapular e a região onde mais se acumula tensão, o pescoço e o ombro estão alterados, desequilibrando
a postura corporal. As principais alterações do disfonico são: aumento da cifose ou retificação torácica, elevação dos ombros por retração do
ECOM, aumento da massa do pescoço e nuca, hipertonicidade da cintura escapular, laringe alta, hipertonia supra hioidea, cabeça.
3. Imagem Corporal Quando mantemos uma postura corporal estamos fazendo rítmo, expressando o rítmo do nosso corpo através da imagem. A imagem
corporal não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais, interação com os outros através do
próprio corpo e uma somatória das sensações em relação ao corpo, como espera que os outros o vejam e como lida com a imagem que os
outros tem a respeito dele, ou seja, das percepções sociais, emocionais e físicas em relação ao próprio corpo.
A imagem corporal não se trata de uma imagem no sentido próprio da palavra, inclui imagens e representações mentais, mas não se
reduz a isso; nao é também o espelho fiel do nosso corpo ou uma simples familiarização com ele; cada pessoa elabora a seu modo a imagem
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do seu corpo, acentuando ou modificando as diferentes partes em função dos mecanismos de sua personalidade e de todas as suas vivencias
passadas e presentes.
A imagem corporal não é apenas consciente é, também, em grande parte contituida durante a vida, tomando como referencial o corpo
de outras pessoas. Constitui uma unidade adquirida gradualmente que pode ser alterada e destruida. Implica em um esforço contínuo para dar
estrutura a algo dinâmico. A percepção do corpo sofre influência de três fatores, que juntos compoem a imagem corporal: o fisiológico
(mecanismos neurológicos), o psicológico (estrutural libidinal) e o social (influncias do ambiente externo).
Qualquer pertubação ou mudança orgânica pode levar a uma alteração na imagem corporal, o indivíduo frente as mudanças pode
apresentar mecanismos de enfrentamento inadequados para lidar com os sentimentos gerados por estas transformações, podendo então
surgir um distúrbio de imagem corporal.
3.1 Construção da voz A voz é comportamento aprendido. O desenvolvimento de um modelo vocal deficiente pode ocorrer em qualquer momento da vida, da
infância à idade adulta. A criança pode receber um modelo vocal inadequado, nas suas primeiras etapas de desenvolvimento da comunicação,
que então incorpora como habitual. O modelo pode ser de uma babá, mãe, avó ou professora, que como vínculos emocionais importantes
representam modelos que podem ser seguidos inconcientemente.
Para o profissional que tem como modelo vocal um chefe ou representante bem sucedido da sua profissão pode, também, encontrar
limitações importantes quando resolve imitá-los.
As sensações se manifestam e se expressam necessariamente no orgânico sob a forma de alterações conjuntas do tônus visceral e
esquelético, é a mediadora entre o organismo e o meio; é ela que intermedeia as constantes mudanças das situações e eventos e as
respostas comportamentais do indivíduo, bem como os estímulos externos que constantemente atingem os órgãos dos sentidos e as
respostas do organismo a esses estímulos.
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Consideramos que a voz carrega a marca da vida social do indivíduo e, se observarmos a sua dimensão sensível, reconheceremos as
ações destas marcas, no presente, a voz revela as características que a determinam. Assim como o corpo e a postura através de sua imagem
revela o tempo e sua história.
4. 0 Anatomia e Biomecânica da Coluna Vertebral A coluna vertebral é o eixo corporal que dá ao corpo duas funções antagônicas como de rigidez e de flexibilidade. A rigidez é promovida
por tensores musculares e ligamentares (estabilizadores), os tensores musculares regulam a tensão de forma automática para restabelecer o
equilíbrio, graças ao sistema nervoso central. Trata-se de uma adaptação ativa ao ajuste de tônus dos diferentes músculos posturais. A
flexibilidade dá-se pela configuração de múltiplas peças superpostas, unidas entre si pelos elementos ligamentares e musculares. A coluna
também integra as cinturas escapular e pélvica, suporta o peso corporal e protege o eixo nervoso.
Figura 4: Vértebra - padrão
As vertebras são constituidas por um corpo vertebral e um arco posterior. O corpo vertebral é a parte mais espessa da vertebra, dirige-
se anteriormente e abriga o disco intervertebral; a única vertebra que não possui corpo vertebral é a primeira vertebra cervical (atlas), que é
formada por um arco anterior e um posterior. O arco posterior tem forma de ferradura, na linha media esta a apófise espinhosa e nos laterais
as apófises transversas, entre estas estruturas há um forame intervertebral por onde passa a medula, o conjunto destes forames constituem o
canal medular.
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4.1 Ligamentos Os ligamentos são grandes estabilizadores, trabalham em conjunto com os músculos impedindo que as vertebras se movimentem
excessivamente, protegem o disco intervertebral, reforçam a cápsula articular e unem todo o complexo vertebral.
4.2 Disco intervertebral O disco intervertebral une um corpo vertebral ao outro. A região central do disco e formada pelo núcleo pulposo, substância
gelationosa, composta de 88% de água e o restante de mulcopolissacarideos; não há vasos nem nervos no interior do núcleo, suportantm 75%
da carga imposta na coluna e funciona como um distribuidor de pressão. Na região periférica, o disco e formado por anéis fibrososos
constituidos por fibras colágenas e proteoglicanas, suportam apenas 25% da sobrecarga. Quando se aplica uma força de compressão, o disco se achata e se alarga, aumentando a pressão interna e a tensão das fibras do
anel. O movimento de flexão e rotação tem a tendência de rasgar o anel fibroso e expulsar o núcleo através da fissura, gerando uma hernia de
disco.
Figura 5: Vértebra 4.3 Músculos
Os músculos da coluna vertebral participam da estabilização da coluna regulando a tensão de forma automática para restabelecer o
equilíbrio, graças ao sistema nervoso central. Trata-se de uma adaptação ativa ao ajuste de tônus dos diferentes músculos posturais, que
estão em constante contração reflexa para se opor a ação da gravidade.
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s.
A manutenção da postura em pé depende da ativação do refelexo de estiramento, o equilíbrio e alcançado
através da contração e relaxamento alternado destes músculos. Por exemplo, quando o corpo e inclinado para
frente, o centro da gravidade também se desvia para frente, os músculos posteriores (extensores) são ativados
pelo reflexo de estiramento, gerando uma contração reflexa, restabelecendo equilibrio corporal e a manutenção
da postura em pe. Funcionam também na absorção de choques e na ação protetora de trauma
4.4 Curvaturas da Coluna A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo que 7 vértebras constituem a região cervical, 12
vértebras constituem a região torácica, 5 vértebras constituem a região lombar, 3 vértebras constituem a região
sacral e 3 a 4 vértebras constituem o osso cóccix. Estas vértebras unidas entre si formam uma estrutura móvel
capaz de sustentar o peso do corpo e promover movimentos associados de cintura escapular e pélvica. Figura 6: Coluna
A coluna vertebral altera sua forma à medida que o indivíduo cresce. As maiores modificações ocorrem no primeiro ano de vida. A coluna
vertebral do recém nascido é côncava em forma de C (cifótica – convexidade posterior) em toda sua longitude. A curvatura cervical surge
durante as primeiras semanas de vida, a lordose (convexidade anterior) se consolida à medida que a criança adquiriu a capacidade de
sustentar a cabeça . A curvatura lombar é desenvolvida como resultado da adaptação da posição sentada. Finalizado este processo, as
curvaturas podem então ser divididas em primária, cifose torácica e sacral, e secundária lordose cervical e lombar. Região Cervical
• Permite a horizontalidade do olhar.
• Participa ativamente da mastigação, deglutição, fonação e respiração.
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Região Torácica
• Proteção visceral (coração, pulmão e grandes vasos)
• Importante participação na respiração e fonação
• Possui articulações semi-móveis que participam principalmente dos movimentos de rotação e inclinação lateral de tronco Região Lombar
• Sustenta o peso corporal
• Centraliza forças
• Tem importante papel nas atividades de vida diária
4.5 Postura e Alterações Posturais A postura pode ser definida como a posição do corpo no espaço, bem como a relação direta de suas partes corporais com a linha do
centro da gravidade. Para que tenhamos uma postura correta é necessária integridade do sistema musculoesquelético. Caso uma curvatura se
altere, aumente ou diminua, a postura é modificada e os músculos e articulações respondem a este processo gerando dor, deformidades,
incapacidade, cansaço físico, restrição da função respiratória e aumento do consumo de energia para manutenção da postura em pé. Em uma postura ideal, há equilíbrio entre as estruturas de suporte, mínimo esforço e sobrecarga para mantê-la e máxima eficiência
corporal.
As curvaturas da coluna vertebral e a postura são alteradas devido às atividades habituais que realizamos de maneira incorreta,
atividades físicas insuficientes e ou inadequadas, presença de dor, alterações respiratórias e musculares, anomalias ósseas e congênitas,
alterações neurológicas, excesso de peso corporal, desnutrição, crescimento, envelhecimento, estresse, depressão e ansiedade. As alterações posturais podem ser classificadas em escoliose (desvio lateral e rotacional da coluna vertebral), aumento ou diminuição
da curvatura lordose cervical, aumento ou diminuição da curvatura cifose torácica e aumento ou diminuição da curvatura lordose lombar.
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A posição sentada e a postura cifótica, torácica e lombar, provocam diminuição do espaço abdominal e projeção anterior da cabeça. Os
órgãos e vísceras ficam comprimidos, assim como o diafragma não faz expansão máxima, por falta de espaço, a respiração torna-se apical.
4.6 Cadeias musculares e correção postural As macrodeformações ou os problemas macroscópicos estão relacionadas ao sistema muscular, geram problemas estruturais; as
microdeformações ou problemas microscópicos são identificados pela lesão de ossos e articulações. A alteração estrutural vai provocar alteração morfológica, estas alterações começam a comprometer a função, podendo colocar em
risco à existência de todo o sistema; irá gerar desarranjo total ou aumento de tônus, ou má formação discal, ou problemas ligamentares e
capsulares, o pior inimigo será o tempo. Todo ser é único e indivisível. Cada um vai manifestar sua patologia de forma pessoal. Toda situação conflitual acarreta em busca
automática de sinergias em fixação, gera uma patologia resultante. Os músculos tônicos são freqüentemente pluriarticulares e organizados em cadeias musculares, necessários tanto para a coordenação
estática quanto dinâmica. “Para que nosso corpo fique em condições de equilíbrio, qualquer desequilíbrio deverá ser compensado por um
desequilíbrio inverso de mesmo valor e no mesmo plano. Em posição ortostática, não há desequilíbrio segmentar sem compensações” Ph.
Sourchard.
O equilíbrio é mantido pelo sistema extrapiramidal, com base nas informações recebidas pela visão, sistema vestibular e proprioceptivo.
O controle visual é importante na aprendizagem, seu papel diminui com o desenvolvimento da automaticidade. O sistema vestibular transforma
as mensagens vindas da gravidade e dos movimentos da cabeça, que são interpretadas, e provoca os reflexos posturais para restabelecer o
equilíbrio. O sistema proprioceptivo é organizado pelos receptores musculares e articulares. Os receptores musculares são o fuso muscular e o
órgão tendinoso de golgi (OTG).
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O fuso muscular é o órgão sensitivo do músculo, sensível ao alongamento é sempre mantido em atividade contrátil pelas fibras gama.
Detecta alongamentos bruscos (fibras em saco) e acarreta em contração muscular (reflexo de estiramento) ou por alongamentos prolongados
(fibras em cadeia). O OTG situa-se na junção músculo-tendínea é sensível a qualquer tipo de tensão. Ele tem efeito inibidor sobre os
motoneurônios do músculo alongado e facilitador sobre seus antagonistas complementares (reflexo miotático inverso). Os receptores
articulares detectam velocidade e deslocamentos. Músculos Estáticos e Músculos Dinâmicos
Os músculos estáticos (anti-gravitacionais) são vermelhos, pois possuem muita hemoglobina e uma quantidade enorme de tecido
conjuntivo, o que lhe confere a resistência fibro-elástica. A todo e qualquer momento estão em funcionamento, esforços contínuos, são
predominantemente encurtados, muito tônicos e resistentes ao movimento. Toda mensagem vinda do SNC e qualquer modificação da morfologia irá gerar encurtamento dos músculos tônicos. Os músculos da
estática, devido atividades repetitivas cotidianas, perdem em comprimento e aumentam sua resistência ao alongamento. Os músculos dinâmicos são brancos, pois possuem pouca hemoglobina, são mais longos, tem pouca quantidade de tecido conjuntivo e
são responsáveis pelos movimentos amplos e rápidos dos membros. Têm uma tendência a enfraquecer rapidamente, como é o caso dos
abdominais e glúteos. Cadeia Mestra Anterior e Cadeia Mestra Posterior
Os músculos da cadeia mestra posterior têm importante papel na ereção antigravitacional em relação à passagem da linha da
gravidade. Os músculos da cadeia mestra anterior têm a função de suspensão, especialmente da cintura escapular, do tórax e das vísceras. As
cadeias secundárias são anexadas aos membros.
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CMP: cibernéticos da nuca, paravertebrais (massa comum), glúteos e pelvi-trocantéricos, isquiotibiais, poplíteo (único músculo próprio
do joelho), tríceps e músculos plantares (músculos mais estáticos do corpo).
CMA (suspensão da cintura escapular e dos órgãos): ECOM, Omo-hioideo, digástrico, tiro-hioideo, milo-hioídeo, esterno-hioideo, pré-
vertebrais (longo do pescoço e reto anterior), diafragma e seu sistema suspensor, iliopsoas e adutores pubianos, tibial anterior,
extensor longo dos dedos, extensor próprio (curto e longo) do hálux.
Para que a musculatura esteja bem equilibrada ela precisa de força e flexibilidade. Estas características quando bem equilibradas,
permitem que o indivíduo mantenha uma postura adequada e consuma menos energia para a realização de tarefas cotidianas. Além de
alongamento, os músculos eretores do tronco e músculos anteriores do tronco precisam de força. Os músculos abdominais são essenciais
para a harmonia e bom funcionamento do corpo. Não existe bom funcionamento dos posteriores sem uma boa atividade dos músculos
anteriores. O fortalecimento deve ser feito não só nos músculos superficiais como também nos músculos profundos. Os músculos profundos do
corpo são destinados a fornecer apoio para a coluna, e a camada mais superficial mantém a integridade postural. Quanto mais forte for esta
camada interna profunda, mais eficientemente os músculos superficiais poderão trabalhar sem colocar o corpo em risco. Se um estabilizador não estiver tonificado e funcionando adequadamente, um mobilizador pode assumir a função do estabilizador. Dor
e problemas ocorrem quando os estabilizadores não estão funcionando adequadamente para cumprir suas tarefas corretas. Para garantir a
“estabilidade móvel”, todos os sistemas do corpo (principalmente ossos, músculos e respiração) precisam trabalhar juntos para construir um
organismo forte e funcional. A cooperação (participação ativa) deve se desenvolver conforme a consciência corporal aumenta.
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5. Normas de Cuidados com a Voz 5.1 Alimentação: Uma dieta, equilibrada, composta por carboidratos (grãos, legumes e massas), verduras e frutas, com baixos níveis de
gordura, é altamente recomendável. Mesmo se alimentando quase sempre fora de casa, é possível buscar o equilíbrio.Saiba que o efeito dos
alimentos pode ser notado na voz por cerca de três horas após a ingestão. Quando atuar pela manhã: procure ingerir no desejum sucos cítricos ou chás de frutas/ ervas e muitos grãos (tipo granola), cuja
mastigação desperta e prepara a musculatura perioral para a fonação. Intervalos: pode ser barra de cereais, que suprem a necessidade de
energia e exigem a mastigação.
Energia: a energia é definida com a capacidade de realizar trabalho e sua unidade de medida é denominada caloria. A ingestão de
quantidade adequada de calorias é fundamental para um corpo saudável e para manutenção de massa muscular íntegra. A ingestão de dieta
deficiente em energia leva ao baixo peso e consequentemente à perda de massa muscular e baixo desempenho em todas as funções que
necessitem da utilização de grupos musculares. Dessa forma, a capacidade respiratória pode estar comprometida em casos graves de baixo
peso. Por outro lado, o excesso de peso pode levar a dificuldades respiratórias comprometendo, também, o desempenho vocal.
Evite: Dê preferência: Leite e derivados – aumentam a quantidade e a viscosidade do muco no aparelho respiratório;
Sucos cítricos – aumentam a salivação e, ao promover maior número de deglutições, relaxam a musculatura da garganta. Fique atento, caso você tenha refluxo gastroesofágico.
Alimentos gordurosos ou muito condimentados - dificultam a digestão e interferem na movimentação do diafragma (esvaziamento gátrico lento), músculo que deve apoiar a emissão da voz;
Frutas e legumes; Ingerir frutas ou suco de frutas ricas em vitamina C: laranja, acerola, goiaba, morango e limão. O agrião apresenta isoticianato capaz de diluir o muco que se acumula nas vias aéreas durante infecções respiratórias. O salsão e a maçã apresentam propriedades adstringentes.
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Café, chocolate, chá preto – desidratam o organismo e, consequentemente, a mucosa das pregas vocais. Além disso, aumentam a acidez, podendo provocar o refluxo gastroesofágico;
Líquidos quentes, como chá de ervas e frutas – melhoram a circulação e dão a sensação de conforto; Ajudam a expectoração de muco, acrescente limão ao chá.
Refrigerantes – o gás interfere na digestão e prejudica o apoio diafragmático
Mel- sobretudo com limão, promove boa condição de utilização da voz. Mel apresenta propriedades antibacterianas (sua atividade de água é muito baixa provocando desidratação bacteriana, apresenta flavonóides e terpenos)
Canja de galinha (diante infecções respiratórias) é um alimento quente que auxilia a expectoração do muco. Além disso, a carne do frango quando cozida libera um aminoácido (cisteína) que evita a formação de muco.
Observação: seja prudente com a utulização de própolis, que pode agir como irritante da mucosa da faringe, e de gengibre, irritante da mucosa gástrica. Vitaminas e Minerais Vitaminas Função Fontes
A Integridade da pele, da visão e formação dos dentes. Fígado, rins, gordura do leite, gema de ovo, vegetais de cores fortes (verde, amarelo, laranja), cenoura, couve, espinafre, mamão, pêssego, abóbora.
D Formação de ossos e dentes saudáveis. Óleo de fígado debacalhau, gema de ovo, manteiga, exposição ao sol.
E Protege as células sanguíneas da desnutrição Germe de trigo, óleos, vegetais de folhas verdes, gordura do leite, gema de ovo, nozes..
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K Essencial para o processo de coagulação sanguínea. Hortaliças folhosas verdes, fígado, óleos de soja, tomates, couve flor .
C Melhora o sistema imune e a absorção do ferro. Laranja, goiaba, acerola, limão, maracujá, morango.
Cálcio Integridade dos ossos e dentes. Leite e derivados. Ferro Trnasporte de oxigênio no organismo. Lentilha, ervilha,feijão, carnes vermelhas,
fígado. A ingestão de alimentos ricos em vitamina C em conjunto com os alimentos ricos em ferro auxilia na absorção deste último.
5.2 Desordens alimentares e disfunções vocais A anorexia e bulimia são transtornos que merecem atenção.A anorexia está relacionada à fadiga vocal e à conseqüente diminuição da
modulação vocal. No caso da bulimia, os vômitos provocam inflamação faríngea e laríngea crônicas e edema por refluxo gastroesofágico.
Abuso e mau uso vocal As principais situações de abuso e mau uso vocal são: técnica inadequada, falta de treino formal, uso vocal excessivo, uso de voz em ambientes ruidosos, pigarro, tosse crônica e hidratação insuficiente.
Sono e Repouso Falar envolve grande gasto de energia. Quando abusamos, a fadiga vocal pode instalar-se, mas geralmente se reduz com uma boa noite de sono. Quando estamos muito cansados, economizamos a articulação: passamos a falar movimentando pouco a boca. Nesses casos, fique atento e capriche na amplitude dos movimentos da boca!
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Cigarro
Além de ser um dos principais fatores desencadeantes do câncer de laringe e de pulmão, e de outras doenças graves, o cigarro é um perigoso inimigo da mucosa que reveste as pregas vocais, cuja saúde é fundamental para alcançar um bom resultado vocal. Atingindo o aparelho respiratório como um todo, o fumo é extremamente nocivo às pregas vocais, provocando edema no local, inchaço e diminuição dos movimentos dos cílios das células, com aumento da viscosidade do muco e da necessidade de pigarrear.
Bebidas alcoólicas A ingestão de bebidas alcoólicas triplica a probabilidade de um fumante contrair câncer. As bebidas fermentadas (vinho, cerveja, champagne etc.) não têm efeito importante na voz, mas o uso continuado do álcool destilado (uísque e vodca, entre outros) aumenta a rigidez da mucosa das pregas vocais.
Pigarrear Produz um choque mecânico, entre as pregas vocais, quando não há secreção. Em vez de pigarrear, será bem mais eficaz engolir a saliva de maneira intensa ou, preferencialmente, tomar um gole de água.
Tosse improdutiva
Deve ser evitada, fuja de ambientes empoeirados e competitivos. Não use spray e pastilhas.
Esforço vocal excessivo
O mais comum consiste na utilização vocal com esforço, com excesso de tensão muscular e/ou concentração de toda energia na garganta. Como o microfone tente a elevar o pitch (agudização) da voz, é comum ver profissionais da TV fazerem tentativas de agravar a voz, à custa de tensão no pescoço e fadiga, o que é realmente contra-indicado.Para evitá-los, alongue os músculos da nuca, região cervical, braços, pescoço e boca. O bocejo é bastante indicado. Desenvolva, também, o hábito de gargarejar com água morna durante o banho. Isso promoverá o relaxamento da musculatura da garganta e melhores condições de circulação.
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5.3 Condições físicas particulares Vamos verificar como certas doenças e alterações do corpo interferem na produção da voz e da fala: Alteração Como afeta a voz Obstrução nasal Provoca a respiração oral, com o ressecamento de toda a mucosa do trato vocal e hipotonia da
musculatura da boca, dificultando a articulação precisa dos sons. Além disso, reduz a ressonância da voz na cavidade nasal, produzindo “voz de resfriado”.
Insuficiência Pulmonar Pode prejudicar o controle do ar para a fala e dificultar a mudança de padrão respiratório no momento da fonação.
Alergia Sobretudo as respiratórias, têm grande incidência na população. É fundamental seguir as orientações médicas quanto as fatores que as provocam. O efeito mais evidente é a alteração na ressonãncia dos sons.
Tensão crônica da musculatura laríngea e cervical
Costuma causar dor, desconforto e fadiga, podendo levar à instalação de lesôes nas pregas vocais ao esforço fonatório. A voz reflte o esforço ao falar.
Problemas auditivos Interferem no controle da voz, alterando a intensidade dos sons e a precisão articulatória.
Distúrbios neurológicos Podem dificultar o controle da movimentação muscular, prejudicando a voz e a fala. A articulação e a ressonãncia são os que mais se alteram.
Desodens endócrinas, principalmente da tireóide
Alteram a dinãmica dos fluidos nas pregas vocais, resultando em problemas de tônus muscular. Há edema (inchaço) das pregas vocais e lentificação da fala.
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5.4 Hábitos e Técnicas saudáveis Vejamos, agora, outros fatores que interferem positivamente e negativamente na fala e voz:
Hidratação Todo o trato vocal necessita estar bem hidratado para funcionar bem. A hidratação é uma das importantes medidas de higiene vocal, indicada para prevenção e tratamento dos distúrbios da voz, por permitir que a vibração das pregas vocais ocorra de modo livre e com atrito reduzido. Quando estamos gripados e dormimos de boca aberta, sentimos a necessidade de hidratação de maneira bem evidente, já que ocorre um ressecamento acentuado e alteração da voz. Além disso, a maior hidratação também é necessária para combater vários fatores que “roubam” umidade do aparelho fonador, como as condições ambientais, ar condicionado, fumo, álcool, cafeína, e alguns medicamentos.
Como hidratar
Ingestão de dois litros de água por dia, especialmente antes e durante a atuação profissional. Antes da atuação profissional é indicado de 3 a 6 copos de água, duas a três horas antes do período de maior uso da voz, que, assim, permite a diurese e coloca a mucosa numa condição vibratória excelente para a prática de exercícios de aquecimento vocal, favorecendo um aumento da resistência vocal. Chás de frutas, sucos e bebidas isotônicas também podem ser utilizados. Essa quantidade sugerida garante a reposição das perdas pela urina e transpiração. Hidratação direta: é obtida pela umidificação do ambiente (vaporizadores, sauna úmida), inalação de vapor e inalação de substancia salina. Dica: quando estamos diante de uma situação estressante ficamos com a boca seca, a voz e a fala ficam prejudicadas denunciando o nosso nervosismo. Experimente dar pequenas mordidinhas na ponta da língua. Isso aumenta a salivação e contribui para a hidratação do trato vocal.
6. Articulação dos Sons da Fala
A articulação da fala é a produção dos sons da fala. Para que ele ocorra de forma clara e natural, é importante que a musculatura dos
lábios, da língua, do véu palatino (parte macia e posterior do céu da boca) esteja funcionando bem. A eficiência da musculatura articulatória é
fundamental para a precisão na emissão dos sons e para a inteligibilidade da fala.
É importante que tenhamos uma articulação precisa de todos os fonemas do português para que a fala ocorra com clareza:
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Não omita os “esses” e “erres” finais das palavras;
Articule claramente as sílabas finais das palavras. Cuidado com as terminações de palavras com “ndo” (comendo, saindo, levando);
Não comece a falar quando estiver respirando. Nesses casos as primeiras sílabas das palavras que começam por vogal acabam
ficando inaudíveis dificultando a compreensão;
Coordenação entre fala e respiração, utilizando o recurso da pausa, deve ser valorizada;
Quando falamos uma palavra, por exemplo “natureza”, acentuamos a sílaba tônica, nesse caso o “re”, devendo no entanto, ter o
cuidado em manter a mesma linha melódica, enfatizando a sílaba tônica sem omitir nenhuma parte da palavra, deixando-a pouco
clara ou inaudível;
Movimentações adequadas de língua e lábios são de extrema importância;
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado,
existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido. Não devemos contraí-los e nem protruí-los excessivamente ou
deixar de movimentá-los.
O tempo envolvido na articulação é um recurso que contribui para valorizar o que se está falando. Modificando a duração da pronuncia
de uma determinada palavra, interferimos na fluência do que está sendo falado.
Cuidado com o “r” entre as sílabas e finais, como carta e andar, assim como o “s” entre sílabas e finais, mesmo e costas, não os
omitindo e nem mesmo pronunciando-os com regionalismo (sotaque); 6.1 Vamos treinar os sons do português:
Não produza as vogais /a e i o u/ deixando-as presas na garganta. O som sai flutuando tomando corpo quando chega na altura dos
lábios, que juntamente com a língua, se posicionam diferentemente de acordo com a vogal emitida; durante a emissão de vogais depois
dos sons sonoros teremos estas mais longas em 40%.
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Figura 7: Produção da fala durante a emissão das vogais.
As consoantes não saem livres da boca como saem as vogais. O som é retido em vários pontos da boca produzindo as peculiaridades
de cada consoante:
M : Os lábios tocam-se. A língua fica estendida no assoalho da boca ( ponta da lígua tocando os dentes inferiores), o palato mole (com
nasalidade) fica abaixado, som nasal, existe vibração laríngea. Os sons nasais tem intensidade reduzidas. O som /nh/ é o mais forte, seguido
pelo /n/ e, por último, o /m/.
B: Os lábios tocam-se levemente; a língua fica estendida no assoalho da boca, (ponta da lígua tocando os dentes inferiores) o palato mole
fica elevado(sem nasalidade), existe vibração laríngea.
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P: Os lábios unem-se fortemente e separam-se logo, dando lugar a uma explosão: não há vibração laríngea, (sem nasalidade). Língua como
para o /B/ e /M/. No /P/ teremos maior força entre os lábios do que no /B/.
NH: Na emissão do /NH/, a língua encosta toda a parte anterior do seu dorso no palato (céu da boca); e a sua ponta nos dentes de baixo . O
palato mole desce e o som vocal ressoa no nariz (com nasalidade) .
N: A língua apoia-se atrás dos dentes superiores, tendo a ponta livre para entrar em contato com a parte de trás dos dentes superiores. O
palato mole desce, dando passagem ao som pelo nariz (com nasalidade) .
.
T e D: A emissão dessas consoantes resultam do contato da ponta da língua com os dentes superiores (lingua atrás dos dentes de cima). Os
lábios afastam-se ligeiramente no sentido vertical, a mandíbula abaixa-se logo após a explosão e a língua desce, apoiando-se nos incisivos
inferiores (dentes de baixo) (sem nasalidade). Para o /D/ há a diferença da vibração laríngea, o ponto é identico. /T/ surda - /D/ Sonora.
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C, Q, G: Para a emissão dessas consoantes, a língua recua, arqueando a sua base, que se aproxima da parte posterior do céu da boca (na
parte de trás), sua ponta fica rebaixada (sem nasalidade)./C, Q/ surda - /G/ sonora. Ex: guiqui. F , V: São produzidas pela pressão do lábio inferior contra os dentes superiores. A língua conserva-se estendida na boca com a ponta
encostada nos dentes de baixo (sem nasalidade).A diferença entre /F/ (surda) e /V/ ( sonora) está na vibração laríngea, que se verifica no
seguinte exemplo: fava.
S, Z: Para a emissão destes sons, a língua apoia firmemente a sua ponta nos dentes de baixo (no chão, atrás dos dentes de baixo).A
diferença entre /S/ (surda) e /Z/ (sonora) está na vibração laríngea, que se verifica no seguinte exemplo: zassa (sem nasalidade). /s/ /z/ denota
um certo cuidado, para a sua produção correta, devemos relaxar a mandíbula e colocar a língua no assoalho da boca, não podemos deixar
que a língua extrapole a linha dos dentes inferiores; Osns /s/ e /z/ são mais agudos que os outros fricativos ( x, j, f e v)
J,X: Para a emissão de /J/, /X/ e /Ch/, a posição da língua (seu tamanho e largura) é como para o /S/, porém recuando ligeiramente a sua
ponta no céu da boca, os lábios aproximam-se como para falar a vogal /Ô/ (sem nasalidade) . A diferença entre /X,CH/ (surda) e /J/ ( sonora)
está na vibração laríngea, que se verifica no seguinte exemplo: joxo. /ch/ /j/ devemos protruir os lábios e a língua tocará na parte do meio do
palato (céu da boca); são os mais graves (quando comparados com os outros fricativos)
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L: No /L/ a ponta da língua apoia-se atrás dos incisivos superiores (sem nasalidade). O palato mole eleva-se e há vibração laringea.
LH: Para a articulação do dígrafo /LH/, a língua recua a sua extremidade ligeiramente e arqueia o seu dorso à frente e no centro, em direção
ao palato. O palato mole está elevado (com nasalidade).
R :Consideraremos três formas de emissão do /R/ : R . Ex.: carro; R – vibrante, quando há vibração na ponta da língua entre os incisivos
superiores e a parte de trás dos dentes de cima. Ex.: Caro; R – intervocálico, quando a vibração da ponta da língua (suave). Ex: carta /r/ na
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palavra falar, devemos realizar uma movimentação rápida da ponta da língua, deixando as bordas da língua no mesmo ponto em que a
colocamos quando emitimos o /t/. Para a produção sem regionalismo (sotaque).
7. Respiração
Durante a inspiração ocorre aumento do diâmetro lateral (movimento de cabo de balde), aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax
(movimento de cabo de bomba) e aumento do diâmetro vertical. O tendão central do diafragma desce a medida que o músculo se contrae
(ação de pistão); a medida que o tórax se alarga a pressão dentro dos pulmões (pressão alveolar) torna-se mais baixa que a pressão
atmosférica e o ar e sulgado para dentro. No final da inspiração, os músculos relaxam-se e o recuo elástico empurra o ar para fora resultando
na expiração e o diafragma move-se superiormente.
Os pricipais músculos da inspiração são o diafragma e os intercostais externos. Os grupos acessorios são: Esternocleidomastoideo
(ECOM), peitoral menor, serratil anterior e menor, grande dorsal, escalenos, trapézio superior e elevador da escápula.
A porção ventral do diafragma esta inserido em L1 a L4, a porção costal na 10 a 12 costelas e a porção esternal no processo xifóide.
Os intercostais externos mantem os espaços entre as costelas, aumentam a pressão intratorácica, levantam as costelas e aumentam a
cavidade ântero-posterior e transversa.
O ECOM eleva o esterno e aumenta o diâmetro antero posteror do torax, o trapézio superior eleva os ombros., os escalenos elevam as
duas costelas.
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O Trapézio superior tem inserção distal na 4 e 5 costelas e ainserção proximal na clavícula, seu encurtamento ira elevar a glenóide, as
3 porções trabalharao juntas. E considerado um músculo histérico, tônico e emotivo. Por sua inserção na clavicula, eleva a clavícula na
extremidade externa. A elevação da extremidade interna da clavícula e feita com o Esternocleidomastoideo.
O peitoral menor e um musculo fundamental na suspensão da cintura escapular participando do enrolamento do ombro. Quanto maior
a quantidade de peso que carregamos, maior a propensào dos ombros enrolar-se, pois o bíceps e o coracobraquial que tem inserção no
processo coracoide, irao puxar a escápula enrolando os ombros.
Elevador de escápula: E um músculo profundo, fibroso e estático. Tem inserção em C1 a C4 e no angulo superior da escápula. Em
contração ira levantar a borda interna da escápula, trabalhando junto com os romboides apara abaixar a glenóide.
Escalenos: tem inserção na 1 e 2 costelas. Tem a função estática de suspensão da 1 e 2 costela. Tem ponto fixo superior para agir na
inspiração e possue 3 feixes. Garantem a existência de um ar residual que mantem a pressão intratorácica positiva; não há como expirar
completamente porque não temos antagonistas ao escaleno. Mantem o equilíbrio lateral da cabeca; protege o plexo braquial entre o ecaleno
anterior e medio. A artrose cervical é culpa dos escalenos.
O ECOM e os escalenos participam do achatamento da coluna cervical da tração anterior da nuca e cabeça.
O bloqueio diafragmático em inspiração corresponde a hiperlordose de T11 a L2. A inspiração forçada exerce contração dos músculos
espinhais em um mecanismo de pré-tensão; os espinhais participam da inspiração abrindo o gradil costal, esta contração se propaga até a
nuca (semiespinhal) e os acessórios entram em ação.
A expiração, no processo respiratório normal e um fenômeno passivo do tórax devido a elasticidade osteocartilaginosa e do
parenquima pulmonar; até a gravidade faz com que o tórax abaixe pelo próprio peso. Os músculos acessórios da expiração participam apenas
da expiração forçada e o esforço abdominal, são eles: reto adominal, obliquo interno e externo.
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O abdominal e o diafragma são sinergistas e não são antogonistas, durante a contração do diafragma ha aumento do diâmetro vertical
do tórax, faz o centro frênico baixar, porém, em seguida a resistência ao alongamento intervem a resistencia das massas das visceras
abdominais. Esta massa e mantida pela cinta abdominal; sem eles o conteúdo abdominal se estenderia para baixo e para frente; por isso a
ação antagonista sinergistas dos músculos abdominais e indispensável para eficácia do diafragma.
A mecânica ventilatória muda com a idade e o sexo; por exemplo, na mulher a respiração predominante e do tipo costal superior, a
amplitude de movimento se localiza na parte superior do tórax por aumento do diâmetro ântero-posterior; na criança e do tipo abdominal e no
homem do tipo mista, costal superior e inferior.
Respiração costal superior: Ação do serratil anterior, peitoral menor, trapézio, grande dorsal, romboides, intercostais. Este tipo
respiratório gera a distenção do abdomen, tórax fino, ombros protusos, musculatura acessória da inspiração hipertônica e a cabeça
anteriorizada.
A respiração costal superior pode também retrair os espinhais da nuca (extensores), eles estão em constante contração a fim de
manter o peso da cabeça e contrapor a ação da gravidade.; seu encutamento pode acarretar em hiperlordose cervical.
Se os músculos flexores da nuca se encurtam durante a inpiração costal superior retificam a lordose cervical e provocam a flexão do
pescoço. Os músculos infrahioideos ativam a retifição cervical, situam-se no osso hioide, na escapula, no esterno, cartilagem tiróide e
clavicula. Os supra hioideos situam-se no crânio, mandíbula e osso hioideo.
A inspiração (entrada do ar), que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos
músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução
da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões (Figura 8) .
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Mecanismos respiratórios, inspiração (entrada do ar):
1:O ar entra pelo nariz ou pela boca, passa pela laringe:2:
através da traquéia; 3: vai para os pulmões; 4: o ar é
distribuído via brônquios; 5: o amplo diafrágma, que separa o
tórax do abdomen
A expiração (saída do ar), que promove a saída de ar dos
pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se
(a barriga contrai) e as costelas abaixam (fecham), o que
diminui o volume da caixa torácica, com conseqüente
aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.
Figura 8: Mecanismos Respiratórios – inspiração e expiração.
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Em pé ou deitado: Primeiro passo: realizar a expiração (saída do ar) forçando a contração da musculatura abdominal, empurrando a barriga para
dentro;
Com as mão na cintura, incluindo as costelas, auxiliar a saída do ar até o final;
Manter as mãos na mesma posição, inalar o ar pelo nariz, sem elevar os ombros, forçar a abertura lateral das costelas e a
expansão abdominal (barriga para fora) (Figura 6);
Este exercício deve ser realizado várias vezes ao dia;
Figura 9: Expansão abdominal (a barriga “para fora”).
Sentado: Com os cotovelos apoiados sobre as coxas e o queixo sobre as mãos, inspirar várias vezes sentindo a abertura lateral das costelas
e a expansão abdominal (Figura 7);
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Figura 10: Abertura lateral das costelas.
Fortalecimento e alongamento muscular: Inspirar e manter os tempos de pausa retendo o ar de 5 a 10 segundos, desde que não haja adução glótica concomitante
(respiração do cachorrinho);
Descontração muscular progressiva com os sons /f/,/s/,/ch/, produzidas isoladamente, sem força laríngea. Manter as costelas
abertas o maior tempo possível, promovendo uma soltura progressiva das costelas, por fim contração progressiva da cinta
abdominal (barriga);
Descontração muscular progressiva com os sons /v/,/z/,/j/, produzidas isoladamente, sem força laríngea. Manter as costelas abertas
o maior tempo possível, promovendo uma soltura progressiva das costelas, por fim contração progressiva da cinta abdominal
(barriga);
Descontração muscular progressiva com os sons /o/,/i/,/u/, produzidas isoladamente, sem força laríngea. Manter as costelas
abertas o maior tempo possível, promovendo uma soltura progressiva das costelas, por fim contração progressiva da cinta
abdominal (barriga);
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Descontração muscular progressiva com seqüências como contagens, dias da semana e meses do ano. Manter as costelas abertas
o maior tempo possível, promovendo uma soltura progressiva das costelas, por fim contração progressiva da cinta abdominal
(barriga);
Fonação em Fortes Intensidades: Contração vigorosa da musculatura abdominal e conseqüente aumento da pressão aérea . Com o som /ch/ emitir de maneira
prolongada e em forte intensidade;
7.1 Respiração Oral: Respirador oral ou bucal: é altamente agressiva aos tecidos, pois o ar coletado chega a boca não filtrado, não aquecido e nem
umedecido, chegando a laringe frio, sujo e seco. Quando um individuo tem respiração oral ha mudança da postura da cabeça, devendo estar
fletida para que o ar seja coletado pela boca, sem aumentar exageradamente a posicao do pescoco.
Se o respirador oral respirar com a boca aberta e a cabeca ereta, o ar terá que fazer um percusso quase impossivel, e comum ver a
coluna cervical retificada, as escapulas salientes, a ponta dos ombros voltadas para dentro, o torax depimido, o musculo diafragma sobe e os
musculos abdominais ficam mais fracos e relaxados. A mandibula desce pela acao da gravidade, a lingua fica no assoalho da boca, toda a
musculatura de lingua, musculatora mastigadora e bucinadora fica estendida comprimindo o maxilar.
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Figura 10: Radiografia da região de pescoço e cervical.
Em primeiro lugar ocorre modificação da posição de lingua e da mandíbula, assim refletindo na posição da cabeça e do pescoço,
alterando a postura corporal. A cabeça assume a posição anteriorizada e a retificação cervical. Quando a cabeça e anteriorizada os ombros
rodam internamente, deprimindo o torax levando a alteração do rítmo e capacidade respiratoria gerando respiração mais curta e mais rápida.
Tambem pode ocorrer a hiperextensão do joelhos, joelhos valgos, arco plantar desabado, hálux valgo, aumento da cifose torácica e da lordose
lombar.
Durante a fonação o fornecimento de ar expiratório que modula a laringe e regido pelo controle da subida do diafrágma. Durante a
expiração os músculos abdominais são perfeitos antagonistas do diafragma e diminuem simultaneamente os três diâmetros do tórax.
O aumento da cifose torácica gera aumento de curvatura da coluna torácica superior, leva a convergências das costelas superiores e a
redução da amplitude de movimento. Deste modo, o lobo superior carece de ventilação e a respiração adota do tipo costal inferior e abdominal
ECOM (esternocleidomastóideo)
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Figura 11: Escalenos
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8. Alongamento
1) Concentre-se: O alongamento exige atenção mental e visual no exercício feito.
2) Controle-se: Aprimorar a coordenação motora é essencial para garantir que os movimentos sejam feitos de maneira adequada e não
compensatória, evite as inclinações de tronco, mantenha a coluna sempre reta.
3) Respire: A respiração deve ser natural, não deve ser forçada, procure respirar pelo nariz insuflando a região torácica inferior, a caixa
torácica deverá se expandir lateralmente, e expire lenta e relaxadamente.
4) Sinta: A movimentação deve ser lenta e consciente.
5) Mantenha: Os exercícios de alongamento devem ser mantidos de 15 segundos a 30 segundos.
Figura 12: Alongamento.
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9. Aquecimento vocal Falar profissionalmente, com todo o estresse que a situação provoca, equivale, em termos de desgaste físico-muscular, a uma corrida.
E ninguém começa a correr de repente, sem aquecimento prévio para a musculatura, nem pára de uma hora para outra, sem dar condições ao
corpo de compensar o esforço muscular despendido e voltar ao normal. De manhã, as pregas vocais estão edemaciadas (inchadas) e a voz é
bastante grave.
O programa mínimo para condicionamento vocal fisiológico inclui exercícios de aquecimento e desaquecimento vocais fisiológicos
específicos para profissionais da voz. Sugerimos o seguinte esquema:
Aquecimento Como fazer 1ª. Exercício: “ soltar” a dicção .
Rodar a língua no vestíbulo oral, no sentido horário e anti-horário (língua de macaco) e varrer o céu da boca, repetir 10 vezes cada.
2ª. Exercício: voz grave. Som basal em “aaa...” prolongado, emitido na freqüência grave e sem esforço, repetido por cinco vezes.
3ª. Exercício: voz aguda. Sopro e som agudo, com uma emissão iniciada através de sopro com os lábios protruídos e inserção de som continuado hiperagudo e soproso, repetido por cinco vezes.
4ª. Exercício: mucosa da prega vocal.
Vibração de língua em um tom médio e, depois, em escalas musicais, repetido por cinco vezes.
5ª. Exercício: projeção de voz no espaço.
Seqüências “ vvvzzzjjj.... vvvzzzjjj... vvvzzzjjj”, de modo prolongado, para favorecer a direção do fluxo de ar sonorizado para o meio ambiente, repetido por cinco vezes.
6ª. Exercício: ressonância. Sons m,n, contínuos ou modulados para aumentar a ressonância e dissipar a energia sonora do trato vocal, melhorando a projeção vocal.
** Evitar realizar aquecimento vocal quando estiver com dor de garganta acompanhada de laringite aguda.
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10.Exercícios: Treino da agilidade e precisão articulatória, aumento da capacidade respiratória, consciência de rítmo e acentuação da palavra, utilizando diadococinenesias:
Mananha Mananha Mananha vázájá vázájá vázájá
Ménénhé Ménénhé Ménénhé vézéjé vézéjé vézéjé
Mênênhê Mênênhê Mênênhê vêzêjê vêzêjê vêzêjê
Mininhi Mininhi Mininhi viziji viziji viziji
Mónónhó Mónónhó Mónónhó vózójó vózójó vózójó
Mônônhô Mônônhô Mônônhô vôzôjô vôzôjô vôzôjô
Mununhu Mununhu Mununhu vuzuju vuzuju vuzuju
Nananha Nananha Nananha fássáxá fássáxá fássáxá
Nénénhé Nénénhé Nénénhé fésséxé fésséxé fésséxé
Nênênhê Nênênhê Nênênhê fêssêxê fêssêxê fêssêxê
Nininhi Mininhi Mininhi fissixi fissixi fissixi
Nónónhó Nónónhó Nónónhó fóssóxó fóssóxó fóssóxó
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Nônônhô Nônônhô Nônônhô fôssôxô fôssôxô fôssôxô
nununhu nununhu nununhu fussuxu fussuxu fussuxu
Patacá Patacá Patacá Patáca Patáca Patáca
Petequé Petequé Petequé Petéque Petéque Petéque
Pitiqui Pitiqui Pitiqui Pitíqui Pitíqui Pitíqui
Potocó Potocó Potocó Potóco Potóco Potóco
Potocô Potocô Potocô Potôco Potôco Potôco
Putucú Putucú Putucú Putúcu Putúcu Putúcu
Badagá Badagá Badagá Badága Badága Badága
Bedegué Bedegué Bedegué Bedégue Bedégue Bedégue
Bedeguê Bedeguê Bedeguê Bedêgue Bedêgue Bedêgue
Bidiguí Bidiguí Bidiguí Bidígui Bidígui Bidígui
Bodogó Bodogó Bodogó Bodógo Bodógo Bodógo
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Bodogô Bodogô Bodogô Bodôgo Bodôgo Bodôgo
Budugú Budugú Budugú Budúgu Budúgu Budúgu
Lararrá Lararrá Lararrá Larárra Larárra Larárra Lererré Lererré Lererré Lerérre Lerérre Lerérre
Lererrê Lererrê Lererrê Lerêrre Lerêrre Lerêrre
Lirirrí Lirirrí Lirirrí Lirírri Lirírri Lirírri
Lororró Lororró Lororró Lorórro Lorórro Lorórro
Lororrô Lororrô Lororrô Lorôrro Lorôrro Lorôrro
Lururrú Lururrú Lururrú Lurúrru Lurúrru Lurúrru
Mananhá Vazajá Nananhá Fassaxá Patacá Badagá Menenhé Vezejé Nenenhé Fesséxe fesséxe fesséxe
Mininhí Vizijí Nininhí Fissíxi fessíxi fissíxi
Mononhó Vozojó Nononhó Fossóxi fossóxo fossóxo
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Mononhô Vozojô Nononhô Fossôxi fossôxo fossôxo
Mununhu Vuzuju Nununhu Fussuxu fussuxu fussuxu
Treino Articulatorio e de leitura:
AJUAJUA AQUIUQIU BUABUABUI BUABUUCHUA
BUABUUJUE BUACHUINCHUE BUOCHUINCHUE BUAJUOUJUO
BUARUIRUI BUIATUATUA BUOITUATUA BUOCUECHUA
BUECHUECHUO CUAI-CUAI CUAI-CUAIU CUAI-CUAU
CUAICUO CUAITUATUU CUAITUITUU CUAITUITUE
CUAFUIFUA CUAFUIFUICUE CUAFUOFUA CUAFUOFUO
CUARUAXUIXUU CUIU-CUIU FUIFUO ITUITUI
IUIU MUEUE-MUEUE MUOFUOFUO MUOLHUEMUOLHUE
PUIXUORUORUE PUIRIRUI PUIRIRUIJU PUIRUUPUIRUI
PUIXUIXUICUA PUIXUOXUO PUIXUOXUO PURUPUAJUE
PURUPURU PUTUMUJU CUEJUANDUO CUEJUEMUE
CUERUERUE CUACUAJUA CUIACUIA CUIBUEBUE
CUIMBUEMBUE CUIMBUOMBUO CUICUI CUICUICUI
CUICUIRUICUI CUIRUERUA CUIRUIRUI CUIRUIPUITUA
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RUFUERRUEFUE SUEDUESUEDU TUAIATUAIA TUARUIRUICUI
TUEUTUEU TUIATUIA TUICUETUECUE TUOCUOTUOCUE
TUINTUIM TUJUJU TUJURUI UADUADUA
UAIURUU UAJUARUA UALUABUA UAMUA
UAMUAMUI UAMUARUA UADUA UAPUE
UARUIRUAMUA UATUITUA UABUAIBUA UISTUITUI
UITUOTUO ULUAULUA URUARUI URUCUARUI
URUCURUTU VUAIVUAI VUATUAPUA VUATUAPUI
PUARUEDUE MUEZUA CUOPUO VUAVUAVU
VUEMVUEM VUENDUE VUIM-VUIM VUIRUAVUIRUA
VUIVUIU XUIXUI XUIXUIXUI XUINXUIM
Treino Articulatorio e de velocidade de fala. Repetir três vezes cada série:
PRA PRÉ PRÊ PRI PRÓ PRÔ PRU PRA PRÉ PRÊ PRI PRÓ PRÔ PRU
BRA BRÊ BRÉ BRI BRÔ BRÓ BRU BRA BRÊ BRÉ BRI BRÔ BRÓ BRU
TRA TRÊ TRÉ TRI TRÔ TRÓ TRU TRA TRÊ TRÉ TRI TRÔ TRÓ TRU
DRA DRÊ DRÉ DRI DRÔ DRÓ DRU DRA DRÊ DRÉ DRI DRÔ DRÓ DRU
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MRA MRÊ MRÉ MRI MRÔ MRÓ MRU MRA MRÊ MRÉ MRI MRÔ MRÓ MRU
NRA NRÊ NRÉ NRI NRÔ NRÓ NRU NRA NRÊ NRÉ NRI NRÔ NRÓ NRU
FRA FRÊ FRÉ FRI FRÔ FRÓ FRU FRA FRÊ FRÉ FRI FRÔ FRÓ FRU
VRA VRÊ VRÉ VRI VRÔ VRÓ VRU VRA VRÊ VRÉ VRI VRÔ VRÓ VRU
NHRA NHRÊ NHRÉ NHRI NHRÔ NHRÓ NHRU
SRA SRÊ SRÉ SRI SRÔ SRÓ SRU SRA SRÊ SRÉ SRI SRÔ SRÓ SRU
ZRA ZRÊ ZRÉ ZRI ZRÔ ZRÓ ZRU ZRA ZRÊ ZRÉ ZRI ZRÔ ZRÓ ZRU
VRA VRÊ VRÉ VRI VRÔ VRÓ VRU VRA VRÊ VRÉ VRI VRÔ VRÓ VRU
XRA XRÊ XRÉ XRI XRÔ XRÓ XRU XRA XRÊ XRÉ XRI XRÔ XRÓ XRU
JRA JRÊ JRÉ JRI JRÔ JRÓ JRU JRA JRÊ JRÉ JRI JRÔ JRÓ JRU
PLA PLÊ PLÉ PLI PLÔ PLÓ PLU PLA PLÊ PLÉ PLI PLÔ PLÓ PLU
BLA BLÊ BLÉ BLI BLÔ BLÓ BLU BLA BLÊ BLÉ BLI BLÔ BLÓ BLU
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TLA TLÊ TLÉ TLI TLÔ TLÓ TLU TLA TLÊ TLÉ TLI TLÔ TLÓ TLU
DLA DLÊ DLÉ DLI DLÔ DLÓ DLU DLA DLÊ DLÉ DLI DLÔ DLÓ DLU
MLA MLÊ MLÉ MLI MLÔ MLÓ MLU MLA MLÊ MLÉ MLI MLÔ MLÓ MLU
NLA NLÊ NLÉ NLI NLÔ NLÓ NLU NLA NLÊ NLÉ NLI NLÔ NLÓ NLU
FLA FLÊ FLÉ FLI FLÔ FLÓ FLU FLA FLÊ FLÉ FLI FLÔ FLÓ FLU
VLA VLÊ VLÉ VLI VLÔ VLÓ VLU VLA VLÊ VLÉ VLI VLÔ VLÓ VLU
NHLA NHLÊ NHLÉ NHLI NHLÔ NHLÓ NHLU
SLA SLÊ SLÉ SLI SLÔ SLÓ SLU SLA SLÊ SLÉ SLI SLÔ SLÓ SLU
ZLA ZLÊ ZLÉ ZLI ZLÔ ZLÓ ZLU ZLA ZLÊ ZLÉ ZLI ZLÔ ZLÓ ZLU
VLA VLÊ VLÉ VLI VLÔ VLÓ VLU VLA VLÊ VLÉ VLI VLÔ VLÓ VLU
XLA XLÊ XLÉ XLI XLÔ XLÓ XLU XLA XLÊ XLÉ XLI XLÔ XLÓ XLU
JLA JLÊ JLÉ JLI JLÔ JLÓ JLU JLA JLÊ JLÉ JLI JLÔ JLÓ JLU
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Treino da coordenação da fala / respiração e de entonação: Homem não chora
Flávio de Souza
Meu pai chegou bravo do serviço.
Eu sai de perto.
Ele subiu para o quarto, minha mãe foi atrás.
Era um daqueles dias.
Eu sabia que ia ouvir gritos.
Socos na porta do guarda-roupa.
Senti vontade de chorar.
Mas não chorei. Porque...
HOMEM NÃO CHORA!
Meu pai tinha sido despedido do emprego.
O jantar foi silencioso.
Todo mundo comeu pouco e fomos dormir.
Mas o sono não vinha.
Me revirei setecentos e trinta e oito vezes na cama.
Então, eu chorei. Bem baixinho.
Eu tentei segurar; mas não deu.
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HOMEM NÃO CHORA...
Aí ouvi um barulho lá embaixo.
Tomei coragem e desci.
Alguém estava chorando.
Era meu pai.
Sentado, sem jeito, na cozinha.
Parecia uma criança. Sem pensar, eu sentei no colo dele
Ficamos assim um tempão.
E eu só consegui sussurrar:
HOMEM, NÃO CHORA...
De manhã, ele parecia outro.
Rude, nem disse tchau quando saiu.
Eu olhei bem para ele.
Não era mais uma criança.
Era um homem bravo.
Bravo como o mundo.
E foi aí que eu achei que tinha sido tudo um sonho.
Eu pensei:
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Eu não sentei no colo dele...
Ele não chorou...
HOMEM, NÃO CHORA!
Na escola, eu parecia que nem estava lá.
Não prestei atenção em nada.
Não conseguia esquecer:
Os soluços...as lágrimas que molhavam os bigodes...
a mão dele segurando a minha com força.
Fiquei de novo com os olhos molhados, querendo pingar:
Mas eu segurava e me dizia:
Seja HOMEM. NÃO CHORA!
De noitinha, eu fiquei pensando.
Ele ia voltar e ia acontecer de novo a brigalhada.
Aí eu ouvi o barulho do carro. Parou.
Desligou o farol. Abriu a porta...
E meu pai entrou em casa com um sorriso
deste tamanhão
E com lágrimas escorrendo pela cara.
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Mas não é possível, eu pensei,
HOMEM... NÃO? CHORA?
Ele tinha achado emprego, até melhor!
E estava feliz. E chorando.
E eu não entendia mais nada.
Ele me abraçou. Beijou minha mãe.
E foi o jantar mais feliz daquela copa-cozinha.
Eu ria. Mas a minha cabeça estava em confusão:
HOMEM NÃO CHORA?
E aí eu resolvi perguntar pra eles.
E os dois, abraçados, me contaram que chorar
não é defeito.
Serve pra acalmar.
Pra pôr a tristeza pra fora.
E a alegria pra dentro.
Que bom!
E que os lobos, quando estão tristes, uivam para a lua.
Os pássaros voam sem parar
Os peixes nadam no escuro. Mas...
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HOMEM, NÃO. CHORA.
Coordenação entre respiração e fala. Manter a leitura em uma voz mais grave: (Manchetes de “O Jornal da Globo”)
• Escalada do medo. Tropas americanas abrem fogo contra civis no Iraque.
• E na nossa guerra diária... A quem recorrer quando a droga torna-se a principal parceira dos filhos.
• Popó atinge o peso ideal para tentar unificar os títulos em Chicago.
• O assassinato que chocou os americanos começa a ser esclarecido com a prisão do marido da vítima.
• Carga pesada. Trabalhadores sofrem do estresse pós feriado. Será que é possível entrar na rotina sem sofrimento?
• Ele, de novo. O tomate é mais uma vez responsável pela alta da inflação - e a queda dos juros é improvável.
• Safra de ouro. A riqueza da soja transforma produtores nos novos milionários do campo. Veja agora no Jornal da Globo.
• Fiscais do Rio de Janeiro acusados de corrupção vão passar a noite na cadeia.
• Momentos dramáticos numa penitenciária de Minas. Presos rebelados ameaçam matar reféns.
• O preço do peso: quarenta por cento dos brasileiros estão acima do peso e já custam mais de um bilhão de reais aos cofres públicos
• Tubarões atacam no Recife e atleta tem parte da perna dilacerada.
• Procura-se um patrão. Cidade de desempregados se oferece como mão-de-obra em classificados e na Internet.
• UM ROSTO NOVO EM FOLHA. COMO SERIA A FACE DE SADDAM HUSSEIN, CASO ELE SE SUBMETESSE A UMA CIRURGIA PLÁSTICA? DAQUI A
POUCO, NO JORNAL DA GLOBO.
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• Dor no bolso. Plano de saúde sobe quase 9,5% a partir de maio.
• Triste história. Corpos de mulher e bebê encontrados numa praia podem desvendar o mistério que comoveu os Estados Unidos