cuidados paliativos 2012
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Cuidados Paliativos – Morrer com Dignidade
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda – Univ. Aveiro
Manuel Luís Capelas Mestre em Cuidados PaliativosDoutorando em Ciências da SaúdeProfessor no Inst. Ciências da Saúde - Universidade Católica PortuguesaGrupo de Investigação em Cuidados PaliativosPresidente da Direcção da APCPEAPC Task Force for Palliative Care in Long-Term Care Settings for Older People
2Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012)
A pessoa em fim de vida
Responde-se às suas necessidades?
3Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012)
A pessoa em fim de vida
Responde-se às suas necessidades?
Não
“Family Perspectives on enf-of-life care at the last place of care” (JAMA, 7 Jan 2004)
“No time for dying: a study of the care of dying patients in 2 acute care australian hospitals” (JPC, 2003)
“The SUPPORT study” (JAMA, 1995)
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 4
A pessoa em fim de vida: respostas
Comum
Preservar a vida a qualquer custo
Alternativa
Equilíbrio certo entre lutar pela vida e aceitar a inevitabilidade da morte
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 5
Cuidados Paliativos: Definição
“Cuidados activos e totais dos doentes
e suas famílias, prestados por uma
equipa multidisciplinar, quando a
doença já não responde ao
tratamento curativo e a sua
expectativa de vida é relativamente
curta”R. Twycross
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 6
Cuidados Paliativos: Definição
“Cuidados que melhoram a qualidade de
vida dos doentes afectados por problemas
de saúde que ameaçam a vida, e sua
família, através da prevenção e alívio do
sofrimento pela compreensão e
identificação precoce, avaliação e controlo
da dor e outros problemas físicos,
psicológicos, sociais e espirituais”O. M. S. 2002
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Critérios de doença terminal
Presença de doença avançada, progressiva, incurável
Ausência de possibilidades minimamente realistas de resposta ao tratamento específico
Presença de inúmeros problemas ou sintomatologia intensa, múltipla, multifactorial e em evolução
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Critérios de doença terminal
Grande impacto emocional no doente, família e equipa terapêutica, muito relacionado com a presença explícita, ou não, da morte
Prognóstico de vida inferior a 6 meses
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População-Alvo Pessoas com malformações congénitas ou outras situações que dependam
de terapêutica de suporte de vida e/ou apoio de longa duração para as AVD
Pessoas com qualquer doença aguda, grave e ameaçadora da vida (traumatismos graves, leucemias, AVC agudo) onde a cura ou reversibilidade é um objetivo realista mas a situação/terapêutica gera sofrimento/baixa qualidade de vida
Pessoas com doença crónica progressiva (doença vascular periférica, neoplasias, insuficiência renal ou hepática, SIDA, AVC com incapacidade funcional, doença cardíaca ou pulmonar avançada, fragilidade, doenças neurovegetativas e demências)
Pessoas com lesões crónicas e limitativas resultantes de acidentes ou outras formas de trauma
Pessoas seriamente doentes ou em fase terminal (demência em estadio final, cancro terminal, SIDA, AVC gravemente incapacitante) que não têm possibilidade de recuperação ou estabilização e para os quais os CP intensivos são o focus
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 10
Princípios
Proporcionam o alívio da dor e outros sintomas geradores de sofrimento
Afirmam a vida e consideram a morte como processo natural
Não atrasam nem antecipam a morte Integram as componentes psicológicas,
sociais e espirituais nos cuidados ao doente e família
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Princípios
Proporcionam um sistema de suporte para ajudar os doentes a viver o mais activamente possível até à morte
Proporcionam um sistema de suporte, de ajuda à família para que esta consiga lidar com a doença do seu ente e com o seu próprio luto
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Princípios
Utilizam o trabalho de equipa para abordar as necessidades do doente e família, incluindo o apoio no luto
Proporcionam a melhoria da qualidade de vida, podendo influenciar positivamente o curso da doença
Devem alocar racionalmente os recursos
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Princípios
Devem ser implementados precocemente no curso da doença, em conjugação com outras terapias vocacionadas para o aumento do tempo de vida
A investigação é a base da compreensão e controlo de sintomas/complicações geradoras de sofrimento
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Componentes fundamentais
Controlo dos sintomas Comunicação afectiva Reabilitação Continuidade dos cuidados Cuidados na agonia Apoio no luto Formação Investigação
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Filosofia
Dirigem-se mais ao doente do que à doença
Aceitam a morte, mas também melhoram a vida
Constituem uma aliança entre o doente e os prestadores de cuidados
Preocupam-se mais com a reconciliação do que com a cura
Robert Twycross
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Objectivos
Prevenir e tratar sintomas indesejáveis
Reduzir o sofrimento Promover a dignidade e qualidade
de vida Respeitar de forma inquestionável o
valor da Vida Humana Permitir morrer mas não matar
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Níveis de diferenciação
Centros de Excelência
Cuidados Paliativos Especializados
Cuidados Paliativos Gerais
Abordagem Paliativa
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Tipologia de Recursos
UCPH. Agudos
24-30/106 hab
UCPH. Não Agudos56-70/106 hab
EIHSCP1/Hospital
1/Hospital 250 c
ECPD1/105 hab
C.Dia1/60 000 hab
Volunt1/40-80 000 hab
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Realidade Portuguesa- ECPD
DistritoEstimação
O que temos
O que falta
Min Max Média Min Max Média
Aveiro 7 11 9 0 7 11 9Beja 2 2 2 2 0 0 0Braga 8 13 11 0 8 13 11Bragança 1 2 2 1 0 1 1Castelo Branco 2 3 3 0 2 3 3Coimbra 4 6 5 0 4 6 5Évora 2 3 3 0 2 3 3Faro 5 7 6 1 4 6 5Guarda 2 2 2 0 2 2 2Leiria 5 7 6 0 5 7 6Lisboa 22 34 28 2 20 32 26Portalegre 1 2 2 0 1 2 2Porto 18 27 23 3 15 24 20Santarém 5 7 6 0 5 7 6Setúbal 8 13 11 1 7 12 10Viana do Castelo 2 4 3 0 2 4 3Vila Real 2 3 3 0 2 3 3Viseu 4 6 5 0 4 6 5Açores 2 4 3 0 2 4 3Madeira 3 4 4 0 3 4 4TOTAL 106 158 132 10 96 148 122
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Realidade Portuguesa – EIHSCP
Distrito Estimação O que temos O que faltaAveiro 9 0 9Beja 2 1 1Braga 5 0 5Bragança 3 0 3Castelo Branco 3 0 3Coimbra 7 0 7Évora 1 0 1Faro 4 2 2Guarda 2 0 2Leiria 5 0 5Lisboa 16 8 8Portalegre 2 1 1Porto 14 4 10Santarém 4 0 4Setúbal 5 3 2Viana do Castelo 2 0 2Vila Real 3 0 3Viseu 3 0 3Açores 3 0 3Madeira 3 0 3TOTAL 96 19 77
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Realidade Portuguesa – Camas (total)
DistritoEstimação
O que temos
O que falta
Min Max Média Min Max Média
Aveiro 57 71 64 0 57 71 64Beja 12 15 14 6 6 9 8Braga 68 85 76 0 68 85 76Bragança 11 14 12 8 3 6 4Castelo Branco 16 20 18 10 6 10 8Coimbra 34 43 39 34 0 9 5Évora 13 17 15 6 7 11 9Faro 36 45 41 10 26 35 31Guarda 13 16 14 11 2 5 3Leiria 38 47 42 0 38 47 42Lisboa 180 224 202 55 125 169 147Portalegre 10 12 11 5 5 7 6Porto 145 182 163 43 102 139 120Santarém 36 45 41 10 26 35 31Setúbal 68 85 76 16 52 69 60Viana do Castelo 20 24 22 0 20 24 22Vila Real 17 21 19 7 10 14 12Viseu 30 38 34 20 10 18 14Açores 20 25 22 0 20 25 22Madeira 21 27 24 0 21 27 24TOTAL 844 1056 950 241 603 815 709
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Realidade Portuguesa- Camas (agudos)
DistritoEstimação
O que temos
O que falta
Min Max Média Min Max Média
Aveiro 17 21 19 0 17 21 19Beja 4 5 4 0 4 5 4Braga 20 25 23 0 20 25 23Bragança 3 4 4 0 3 4 4Castelo Branco 5 6 5 10 -5 -4 -5Coimbra 10 13 12 20 -10 -7 -8Évora 4 5 5 0 4 5 5Faro 11 14 12 0 11 14 12Guarda 4 5 4 0 4 5 4Leiria 11 14 13 0 11 14 13Lisboa 54 67 61 0 54 67 61Portalegre 3 4 3 0 3 4 3Porto 44 54 49 20 24 34 29Santarém 11 14 12 0 11 14 12Setúbal 20 25 23 6 14 19 17Viana do Castelo 6 7 7 0 6 7 7Vila Real 5 6 6 0 5 6 6Viseu 9 11 10 0 9 11 10Açores 6 7 7 0 6 7 7Madeira 6 8 7 0 6 8 7TOTAL 253 317 285 56 197 261 229
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 23
Realidade Portuguesa – Camas (não-agudos)
DistritoEstimação
O que temos
O que falta
Min Max Média Min Max Média
Aveiro 40 50 45 0 40 50 45Beja 9 11 10 6 3 5 4Braga 48 59 53 0 48 59 53Bragança 8 10 9 8 0 2 1Castelo Branco 11 14 12 0 11 14 12Coimbra 24 30 27 14 10 16 13Évora 9 12 11 6 3 6 5Faro 25 32 28 10 15 22 18Guarda 9 11 10 11 -2 0 -1Leiria 26 33 30 0 26 33 30Lisboa 126 157 141 55 71 102 86Portalegre 7 8 7 5 2 3 2Porto 102 127 114 23 79 104 91Santarém 25 32 29 10 15 22 19Setúbal 48 59 54 10 38 49 44Viana do Castelo 14 17 15 0 14 17 15Vila Real 12 15 13 7 5 8 6Viseu 21 26 24 20 1 6 4Açores 14 17 16 0 14 17 16Madeira 15 19 17 0 15 19 17TOTAL 591 739 665 185 406 554 480
Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012) 24
Papel da APCP
ser um pólo dinamizador dos cuidados paliativos no nosso país e um parceiro privilegiado no trabalho com as autoridades responsáveis pelo desenvolvimento destes serviços
trabalhar em sinergia com organizações que visem o desenvolvimento dos CP e áreas afins em Portugal e no estrangeiro
contribuir para a credibilização e garantia da qualidade das estruturas que prestam e/ou venham a prestar cuidados nesta área
apoiar os profissionais de saúde que se queiram dedicar a esta área da saúde e fortalecer a investigação específica a desenvolver
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Em suma
Os cuidados paliativos são sinónimo de vida e qualidade
EsperançaHonestidade
Abertura Trabalho em equipa
Apoio psicossocialAlívio dos sintomas
26Enfº Manuel Luís / ICS-UCP (2012)
“Qualquer perda, quando
chega, vem sempre
cedo de mais…“
Morrie Schwartzin “As terças com Morrie” e “Amar e Viver ”