cultivar - maquinas 103

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  • Rodando por a

    Tecnologia de aplicao

    Manuteno de semeadoras

    Talhes

    Ficha Tcnica - Fankhauser

    Test Drive - John Deere 5078E e 5085E

    Avaliao de hastes sulcadoras

    Plantio de cana

    Ficha Tcnica - Metalfor

    Utilitrios agrcolas

    Ficha Tcnica - Ceres

    Coluna Estatstica Mquinas

    John Deere 5078E e 5085E 24Antecipamos os tratores JD 5078E e JD 5085E, que sero lanados pela John Deere em fevereiro de 2011, e mostramos o desempenho em campo dos novos modelos que foram projetados para atender pequenos e mdios produtores

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    Por falta de espao, no publicamos as referncias bibliogrficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edio. Os interessados po-dem solicit-las redao pelo e-mail: [email protected]

    Os artigos em Cultivar no representam nenhum consenso. No esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos iro, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores sero mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do pas em cada rea. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opinies, para que o leitor julgue. No aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opinies.

    NOSSOS TELEFONES: (53)

    GERAL3028.2000 ASSINATURAS3028.2070

    EditorGilvan Quevedo

    RedaoCharles EcherCarolina Simes Silveira

    RevisoAline Partzsch de Almeida

    Design Grfico e DiagramaoCristiano Ceia

    ComercialPedro BatistinSedeli Feij

    Grupo Cultivar de Publicaes Ltda.www.revistacultivar.com.br

    DireoNewton Peter

    [email protected]

    CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

    Talhes inteligentesSaiba como otimizar o trfego de m-

    quinas nos talhes e eliminar manobras desnecessrias nas operaes agrcolas

    Esforo maiorEstudo avalia potncia necessria para tracionar plantadoras com diferentes

    tipos de sulcadores

    30

    REDAO3028.2060 MARKETING3028.2065

    Assinatura anual (11 edies*): R$ 157,90(*10 edies mensais + 1 edio conjunta em Dez/Jan)

    Nmeros atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

    US$ 130,00EUROS 110,00

    Cultivar Mquinas Edio N 103 Ano IX - Dezembro 2010 / Janeiro 2011 ISSN - 1676-0158

    CirculaoSimone LopesAriani BaquiniLuciane Mendes

    ExpedioEdson Krause

    Impresso: Kunde Indstrias Grficas Ltda.

    Destaques

    Nossa capa

    ndice

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    Matria de capa

    Cap

    a: M

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    gem

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    CCCultivar

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br06

    roDANDo por A

    ExposioA SKF montou uma mini-exposio de produtos e servios durante o anncio oficial, em So Paulo, do lanamento do Client Needs Analysis - Lubricaton Management (CNA-LM), que oferece aos usurios melhorias nos processos de lubrificao de seus ativos. Hilrio Sinkoc, gerente de engenharia, explicou o fun-cionamento e esclareceu dvidas a respeito dos produtos e servios expostos.

    VisitaA Semeato recebeu aproximadamente 40 alunos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Serto, para uma visita tcnica fbrica de implemtnos. O treinamento foi ministrado pelo engenheiro agrnomo Edu-ardo Copetti, gerente de Desenvolvimento de Mercado/Produto. A parceria, destaca Copetti, permite que a escola utilize as mquinas da Semeato, de forma que os alunos conheam e trabalhem com tecnologia de ponta.

    Novo tratorO coordenador do Pro-grama Mais Alimentos, Francisco Hercilio Matos, visitou a fbrica da Tramon-tini, em Venncio Aires, no Rio Grande do Sul, onde homologou o novo trator da empresa disponvel para financiamento pelo progra-ma do MDA. O modelo ter 80cv, composto por 62% de componentes nacionais. O lanamento est previsto para dezembro de 2010.

    PrmioA srie de tratores MF 7100 foi agraciada com o Prmio Bornacini 2010, promovido pela Associao dos Profis-sionais em Design do Rio Grande do Sul (Apdesign). O prmio foi entregue no dia 5 de novembro. O de-sign do projeto foi desenvol-vido pela Dom Design.

    Francisco Hercilio Matos (dir.)

    Costal SPA JactoClean, empresa do Grupo Jacto, lanou o Pulverizador Costal SP para aplicaes que no requeiram algum tipo de automao, como motores e tra-tores. Ele pode ser usado em aplicao de herbicidas, inseticidas e fungicidas

    Mais AlimentosA John Deere entregou as primeiras colheitadeiras 1175 comercializadas atravs do programa Mais Alimentos. Os irmos Antonio, Roque Antonio e Maximino Cecconello, da localidade de So Pedro, no municpio de Serto, e a famlia Londero, de Esquina Tuna, em Horizontina, receberam seus equipamentos em novembro. Os irmos Cecconello receberam a colheitadeira da concessionria Verdes Pampas, de Passo Fundo, e os irmos Ivanildo, Olavo e Andressa Londero fecharam negcio atravs da concessionria SLC Comercial, em Horizontina.

    System 150A Valtra lanou parceria indita com a Usina Santa F, de Nova Europa, So Paulo, que levar para o campo uma nova verso do Piloto Automtico System 150. Essa nova verso do sistema tem capacidade para trabalhar nas condies do setor canavieiro, aumentando a capacidade operacional de plantio em at 20%, otimizando as linhas de cana e reduzindo o consumo de combustvel, afirma Jak Torretta, diretor de Produtos da AGCO Amrica do Sul. O projeto desenhado pela Valtra, ATS e Topcon teve incio em 2009 com a pesquisa em diversos clientes com o objetivo de conhecer e mapear as reais necessidades do setor canavieiro.

    Cinquenta tratoresDurante a Expovale, realizada na cidade de Lajeado (RS), a Case IH entregou o 50 trator Farmall 80 comercializado pela Tratorpeas Mrio atravs do programa Mais Alimentos. O produtor beneficiado foi Rodrigo Blume, do mu-

    na agricultura ou no controle de ervas daninhas em reas urbanizadas. O equipamento tem verses nos volumes 12, 16 e 20 litros e utiliza componentes de ao, plstico e borracha em sua composio. O ao utilizado nos componentes submetidos a grandes esforos; o plstico aplicado onde se requer resistncia qumica e ao mesmo tempo reduz o peso do equipamento; a borracha utilizada nas vedaes.

    nicpio de Teo-tnia, noroeste do Rio Grande do Sul. O mar-co no nmero de vendas pelo Programa foi alcanado em menos de seis meses pela con-cessionria ga-cha, que atua na regio do Vale Taquari.

  • pulvErIzADorES

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    Embora a pulverizao seja o principal mtodo utilizado para controlar pragas e doenas em cultivos, essa tem sido realizada de maneira emprica. Co-nhecimentos bsicos sobre pulverizao so desconhecidos pela maioria dos agricultores, tcnicos e responsveis pela aplicao, conse-quentemente, h um controle ineficiente de pragas e patgenos, resultando em desperdcios significativos de produtos e de mo de obra, alm de uma menor produtividade (Bettini et al, 2005).

    Dentre as causas mais comuns de perdas de produtos fitossanitrios via pulverizao podem ser citados: a vazo dos bicos da barra com dife-renas superiores a 30%; a rotao inadequada do equipamento causando uma deficincia na agitao e na segregao de ps-molhveis; os filtros de malha inadequada, causando

    entupimento excessivo dos bicos ou reteno do produto; e a inadequao do tamanho de gotas, potencializando as perdas por deriva e vazamentos (Ramos, 1997).

    de extrema importncia difundir as boas prticas de aplicao de produtos fitossanitrios, o entendimento por parte dos profissionais envolvidos na atividade, apoiados por novas pesquisas capazes de auxiliar o agricultor a bai-xar seu custo de produo, bem como preservar o agroecossistema.

    ALVO BIOLGICOO alvo escolhido para ser atingido chama-

    do de alvo biolgico, este pode ser um patgeno, um inseto ou uma planta invasora. impor-tante ressaltar que o produto que efetivamente controla a praga no o aplicado, mas aquele que atinge o alvo (Ramos e Pio, 2000).

    PONTAS DE PULVERIZAOAs pontas de pulverizao so as respon-

    sveis pela regulao da vazo, pelo tamanho da gota e pela forma do jato emitido. A escolha do tipo de ponta de pulverizao, da vazo e da presso de trabalho est diretamente ligada eficcia da pulverizao, sendo importante conhecer alguns conceitos bsicos, como tipo de ponta, tamanho de gota, condies climticas e localizao do alvo biolgico.

    As pontas de pulverizao produzem diferentes tamanhos de gotas e rgos norma-tizadores (Conselho Britnico de Proteo s Lavouras BCPC e Associao Americana de Engenheiros Agrcolas Asae) estabeleceram uma classificao em que essas so divididas em muito fina, fina, mdia, grossa e muito grossa.

    Para se obter sucesso na calibragem e, consequentemente, no controle do alvo importante conhecer o tamanho das gotas. Dessa forma se torna indispensvel o acesso s tabelas indicativas de pontas de pulverizao, semelhantes Tabela 1, que so fornecidas pelos fabricantes.

    A m seleo da ponta de pulverizao e da classe de tamanho de gotas pode levar a perdas para o solo (endoderiva), como a ocasionada pelo escorrimento de gotas grandes, ou para reas distantes pela ao do vento (exoderiva), como ocorre com gotas pequenas (Matthews, 1992). O tratamento fitossanitrio em culti-vos se torna mais eficaz e econmico quanto menor a diferena entre o volume que sai na ponta de pulverizao e o que atinge o alvo e pesquisas comprovam que gotas muito grandes

    Mira calibradaA adoo de critrios tcnicos bem definidos para a pulverizao de defensivos

    fundamental para evitar insucessos no controle fitossanitrio, proporcionando menor retrabalho, acertos em tomadas de deciso e maior agilidade no manejo de pragas

    Em uma pulverizao h uma estreita relao, principalmente entre tamanhode gotas, temperatura, umidade relativa do ar e rajadas de ventos

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    Fotos Paulo Cesar Bettini

    e/ou muito pequenas tm baixa eficincia na penetrao.

    As pulverizaes no algodoeiro tm sido fei-tas sem o conhecimento de tamanhos de gotas comprovadamente adequadas levando a falhas de controle e a dvidas quanto eficcia de al-guns produtos, o que evidencia a necessidade de trabalhos e, tambm, a capacitao de pessoas envolvidas no controle fitossanitrio (Miranda e Bettini, 2006). Em decorrncia dessa demanda, estudos esto sendo desenvolvidos, atualmente, por empresas como a Syngenta, juntamente com instituies de pesquisa.

    CONDIES CLIMTICASEm uma pulverizao h uma estreita re-

    lao, principalmente entre tamanho de gotas, temperatura, umidade relativa do ar e rajadas de ventos. Estudos comprovam a relao entre o tamanho de gotas e o seu tempo de vida, em funo das condies climticas no momento da aplicao. Para a agricultura os limites per-mitidos em pulverizaes so no mximo 30C de temperatura e no mnimo 55% de umidade

    relativa; mesmo assim, preciso observar os riscos de perdas quando adotadas gotas finas em diferentes condies climticas. Em con-dies de rajadas de vento crescentes, a partir de 10km/h, se faz necessrio realizar um maior controle do tamanho de gotas ou at mesmo paralisar a aplicao.

    CALIBRAO DO PULVERIZADORAntes da verificao da deposio de gotas

    fundamental verificar a preciso do manmetro, certificando-se da presso de trabalho, adequar a rotao do equipamento para evitar a segrega-o de ps molhveis, bem como a limpeza dos filtros, para que no haja bicos entupidos e ou consequentemente desgastes dos mesmos.

    Para efetuar-se a verificao do processo de deposio de gotas nos pontos-alvo em cultivos podem ser utilizados cartes sensveis gua. As gotas quando atingem as superfcies tratadas, produzem manchas azuis contrastando com a colorao amarela original dos cartes e facilita a visualizao. Caso no se tenha disponibili-dade do carto sensvel gua possvel usar o papel comum, entretanto, preciso adicionar um corante calda. As avaliaes sero feitas

    nas prprias folhas e/ou em alvos previamente instalados. H, tambm, a possibilidade do uso de traantes fluorescentes, neste caso preciso ter acesso a uma luz negra, que permitir a ve-rificao do depsito das gotas. Tais gotas sero visualizadas como manchas brilhantes.

    Aps a definio do tipo de papel ou coletor a ser utilizado selecionam-se plantas, que melhor representam o talho, e como a pulverizao feita de cima para baixo, os alvos de coleta devem ser distribudos no mnimo em trs regies distintas representadas pelos teros superior, mediano e inferior.

    Pela proximidade do bico de pulverizao com a regio superior da planta, esta parte re-ceber maior quantidade de depsito. Quando se comparam as regies-alvo com as demais, torna-se possvel diagnosticar a real penetrao das gotas.

    Uma vez que o tamanho de gota influen-ciado pela vazo e pela presso de trabalho, estas devem ser testadas em conjunto com vrias velocidades de aplicao at atingir a cobertura de pulverizao esperada. Normalmente, os herbicidas requerem cobertura em torno de 20 a 30 gotas/cm, os inseticidas entre 50 e 70

    Falta ou manuteno inadequada de pulverizadores resultando em ms condies de uso do equipamento, como manmetro (esquerda), pontas e outros acessrios (direita)

    John Deere

  • tini, 2006). Assim, os casos de insucessos no controle podem estar associados calibragem deficiente de pulverizadores, dosagem incorreta, condies meteorolgicas desfavorveis e a apli-caes feitas quando a densidade populacional da praga est elevada.

    Tais fracassos induzem o agricultor a fazer novas pulverizaes, consequentemente o seu custo de produo aumentado e, a longo prazo, pode haver o surgimento de organismos-praga resistentes, como consequncia da apli-cao indiscriminada e incorreta de produtos fitossanitrios.

    Deve-se, tambm, considerar a enorme habilidade que os alvos biolgicos, como caros e insetos, se adaptam a diferentes agentes de controle. Tudo isso um alerta para usar-se todo o conhecimento disponvel de aplicao de produtos aliado ao momento da aplicao para atingir o alvo biolgico e reduzir sua den-sidade populacional a um nvel que no cause prejuzo ao produtor, seja de ordem econmica ou ambiental.

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    A eficcia do controle fitossanitrio est associada, principalmente, ao volume de calda aplicado, sendo importante quantificar o que chega s partes da planta onde est o alvo a ser atingido

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    Fotos Paulo Cesar Bettini

    Tabela 1 - Classificao dos tamanhos de gotas e respectivas vazes, expressas em L.min-1, em bicos tipo leque plano (Spray Systems, 2003)

    10,220,340,460,680,911,141,371,82

    1,50,270,420,560,841,121,401,672,23

    20,310,480,640,971,291,611,932,58

    30,380,590,791,181,581,972,373,16

    2,50,350,540,721,081,441,802,162,88

    3,50,420,640,851,281,712,132,563,41

    40,440,680,911,371,822,282,733,65

    XR Teejet

    XR11001 (100)XR110015 (100)XR11002 (50)XR11003 (50)XR11004 (50)XR11005 (50)XR11006 (50)XR11008 (50)

    Bar

    Muito fina Fina MdiaGrossa Muito Grossa Extremamente Grossa

    gotas/cm, j para os fungicidas este valor fica entre 70 e 100 gotas/cm.

    A eficcia do controle fitossanitrio est associada, principalmente, ao volume de calda aplicado. Desta forma, no basta apenas conhe-cer a dose do produto aplicado por hectare, importante quantificar o que chega s partes da planta onde est o alvo a ser atingido.

    indispensvel entender que as folhas agem como um filtro, protegendo o alvo biolgico e dificultando a penetrao das gotas na cultura. Este filtro varivel com a arquitetura da planta, com a rea foliar e estdio de desenvolvimento da cultura. Se imaginarmos o algodoeiro desde a emergncia, passando pelos primeiros botes florais, primeiro capulho at o incio da abertura de capulhos, temos grande variao do tamanho da planta, alm do aumento do tamanho e do nmero de folhas (Bettini et al, 2005). Neste sentido, necessrio fazer-se diferentes tipos de calibragens ao longo do desenvolvimento da cultura, buscando melhor atingir o alvo e, assim, obter um melhor controle.

    O curuquer do algodoeiro, por exemplo, facilmente encontrado na folha e por toda

    a planta, assim, importante uma boa distri-buio do produto por toda a planta, princi-palmente quando se utiliza produto de ao local (sem redistribuio na planta) (Miranda e Bettini, 2006). O mesmo conceito deve ser utilizado para as doenas, como a ramulria. Este patgeno surge inicialmente, no tero in-ferior da planta e o produto deve ser distribudo principalmente nessa poro da planta.

    VAZO DO EQUIPAMENTOExistem dois mtodos para avaliar a vazo

    de pulverizadores, o mtodo direto e o mto-do indireto; neste captulo ser apresentado o mtodo direto. vlido ressaltar que todo o sucesso da calibrao e da regulagem depende da manuteno peridica e do bom funciona-mento do pulverizador. Aps essa condio necessrio observar a distribuio dos bicos, a presso da bomba e a velocidade de aplicao. Em seguida, escolhe-se uma acelerao que atinja 540 rotaes por minuto (rpm) na to-mada de potncia (TDP) e afere-se a presso desejada, pulveriza-se e, durante um minuto, faz-se a coleta do lquido em uma proveta volumtrica. Posteriormente, compara-se se o volume obtido com aquele existente na tabela do bico escolhido, fornecida pelo fabricante.

    APLICAES INCORRETASNo estado de Gois, foi colocada em dvida

    a efetividade das doses de produtos fisiolgicos usados para controlar o curuquer (Alabama argillacea). Estava-se supondo que os insetos haviam adquirido resistncia aos referidos produtos. Para constatar se realmente a praga estava resistente foram feitos vrios ensaios em diversas instituies de pesquisa e concluiu-se que os produtos eram eficientes e que o fracasso no controle da praga pode estar relacionado com a tecnologia de aplicao (Miranda e Bet-

    Paulo Cesar Bettini,Syngenta

    Jact

    o

    Alvos de coleta de deposio de gotas distribudas ao longo da planta de algodo

  • SEMEADorAS

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br12

    Fotos Eduardo Copetti

    Manuteno que se paga

    Para que as semeadoras possam desempenhar seu papel de

    forma eficiente e com rapidez, necessrio que elas estejam

    em bom estado de conservao. Neste contexto, a realizao

    de manuteno preventiva a maneira mais eficaz de garantir melhor rendimento e o mnimo

    de paradas desnecessrias e gastos extras na hora do plantio

    A utilizao de mquinas na execuo das mais diversas operaes agrco-las, dentro de uma propriedade rural visa, principalmente, a realizao de tarefas de forma mais rpida e eficiente, permitindo aumento da capacidade individual de trabalho e produtividade. Com o mercado de mquinas agrcolas em fase de retomada, a tecnologia das mesmas, aliada a uma boa manuteno, ir ga-

    rantir que esse investimento possa representar o melhor aproveitamento das lavouras e, assim, uma lucratividade recompensadora.

    De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), nas ltimas dcadas, a produo de gros cresceu mais significativamente que a rea cultivada, o que evidencia os avanos tecnolgicos que determinaram os aumentos nos rendimentos

    mdios das culturas.O processo de mecanizao das lavouras

    um dos responsveis por esses ndices da agricultura brasileira. As semeadoras e outros equipamentos cada vez mais especficos fazem parte da necessidade do produtor em garantir melhores resultados durante a colheita.

    No entanto, o uso de mquinas, em especial as semeadoras, preconiza a tomada de certos

    Para que as semeadoras possam desempenhar seu papel de

    forma eficiente e com rapidez, necessrio que elas estejam

    em bom estado de conservao. Neste contexto, a realizao

    de manuteno preventiva a maneira mais eficaz de garantir melhor rendimento e o mnimo

    de paradas desnecessrias e gastos extras na hora do plantio

    Manuteno que se paga

    A manuteno preventiva uma forma de diminuir as chances dos problemas aparecerem, alm de diminuir o desgaste das peas, aumentando a vida til da mquina e reduzindo a probabilidade de que venham a ocorrer imprevistos no momento do plantio

  • cuidados, principalmente com relao a sua correta manuteno e conservao. Fatores estes determinantes no melhor rendimento da mquina e que podem levar ao sucesso ou ao fracasso da lavoura. O tempo de uso de uma mquina vai depender muito da maneira como ela utilizada e qual a aplicao no campo por ela desenvolvida. A questo da durabilidade das mquinas est relacionada ao programa de manuteno dispensada s mesmas durante a sua vida til.

    Pode-se definir manuteno como as aes necessrias para que um determinado item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condio especfica (ABNT, 1971). Esta pode, ainda, ser dividida em manuteno preventiva e manuteno corretiva. Uma recomendao importante, quando se fala de manuteno, evitar o acmulo de pequenos defeitos ou problemas, os quais podem levar a uma maior danificao da mquina, com a consequente perda de tempo e aumento no dispndio de recursos para efetuar os consertos.

    Quando se adquire uma mquina nova,

    esta vem com um manual de instrues, onde se encontram esclarecidos todos os procedi-mentos e aspectos relacionados a sua correta manuteno. O ideal l-lo e seguir estas ins-trues. Muitas vezes, entretanto, no dada a devida importncia s informaes ali contidas, sendo os manuais esquecidos ou simplesmente no lidos pelo operador ou responsvel pelo maquinrio. Caso no sejam observadas as recomendaes constantes nos mesmos, po-dero ocorrer problemas que podem levar necessidade de consertos mais frequentes, com custos elevados.

    MANUTENO PREVENTIVAA manuteno preventiva uma forma de

    se antecipar ao problema, ou seja, diminuir as chances dos problemas aparecerem. Dentre as vantagens de realizar esse tipo de manuteno, pode-se citar que diminui o desgaste das peas, aumentando a vida til da mquina, alm de reduzir a probabilidade de que venham a ocorrer imprevistos no momento do plantio, diminuindo a chance de ocorrer atrasos e, consequentemente, perdas de produtividade. A

    falta de manuteno preventiva levar maior necessidade de manuteno corretiva, e esta l-tima normalmente tem um custo mais elevado por ser feita quando j h maior comprometi-mento de todo o sistema do maquinrio.

    Ao final do plantio, a mquina deve ser lavada, verificando, consertando e substituin-do, imediatamente, as peas que estiverem danificadas ou desgastadas. No caso das partes mveis, estas devem ser desmontadas, limpas e lubrificadas. Tambm necessrio verificar o estado dos rolamentos, eliminando-se folgas e substituindo as vedaes que se encontrem desgastadas. Posteriormente, essas peas de-vem ser engraxadas e remontadas. Realizada a manuteno preventiva, o equipamento deve ser guardado em lugar seco, protegido do sol e da chuva, longe de fertilizantes e animais domsticos.

    Tomando-se os cuidados recomendados no Box, certamente os equipamentos apresentaro um adequado rendimento, executando as tare-fas a que so destinados de forma eficiente. mais racional e eficiente fazer uma manuteno preventiva, pois, assim, evita-se o acmulo de

    A lavagem da semeadora aps o plantio extremamente importante, pois ajuda a eliminar os resduos de fertilizantes que iro provocar ferrugem durante o perodo em que a mquina estiver inativa. um processo simples mas extremamente importante para aumentar a vida til do equipamento

  • suas funes, visto que seus mecanismos so bastante solicitados e encontram-se expostos a situaes muito adversas. Portanto, prefervel sacrificar algumas horas do dia para fazer a manuteno a se arriscar ocorrncia de da-nos maiores, os quais vo proporcionar maior necessidade de tempo para san-los, atrasando os trabalhos a serem executados, alm de serem de custo mais elevado.

    Atravs da manuteno preventiva fazem-se inspees, ajustes e eliminao de defeitos. So, portanto operaes que devem ser realizadas periodicamente, algumas diariamente, outras em perodos de tempo mais espaados.

    Dessa forma, para que as mquinas possam desempenhar seu papel de forma eficiente e com rapidez, devem estar em bom estado de conservao e, neste contexto, de suma im-portncia o papel da manuteno. As mquinas agrcolas apresentam alto custo para as proprie-

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br14

    pequenos defeitos e tambm a necessidade de executar consertos demorados e de maior custo, justamente na poca em que mais se precisa do equipamento.

    Uma adequada manuteno preventiva, ajustes corretos e um armazenamento apropria-do aps sua utilizao, so fatores importantes que vo permitir s semeadoras trabalhar de maneira correta por um grande perodo de tem-po, com um mnimo de gastos, evitando-se a ocorrncia de contratempos durante seu uso.

    MANUTENO CORRETIVAA manuteno preventiva visa manter a

    mquina, sempre em condies ideais de uti-lizao e conservao, a fim de que a mesma execute adequadamente suas tarefas. Porm, podem ocorrer imprevistos ocasionados por uso inadequado, danificao acidental, des-gaste da mquina ou componente e/ou defeito de fabricao. A ocorrncia destes fatos leva execuo da manuteno corretiva. Por isso deve-se estar preparado para quando estas falhas ocorrerem.

    costume em muitas propriedades tentar improvisos quando aparece algum problema, deixando para depois o conserto ou ento fazendo gambiarras com o intuito de tentar ganhar tempo ou economizar com peas e acessrios. Pode-se at ganhar tempo com isso, mais h maior comprometimento da qualidade do servio e maiores chances de insucesso na safra, resultando em prejuzo. Portanto, falhas devem ser corrigidas imediatamente aps terem ocorrido.

    Outro ponto importante o treinamento de tratoristas e operadores, pois o bom funcio-

    As gambiarras s servem para solucionar momen-taneamente um problema que se agravar com o tempo

    Um bom programa de manuteno preventiva realizado com o objetivo de evitar que a semeadora seja lembrada somente alguns dias antes do perodo de semeadura

    namento das mquinas depende de quem as est operando. Com relao a este tema, uma pesquisa realizada pela Unesp Jaboticabal em 2005 mostra um perfil de operadores de m-quinas que deve ser considerado:

    - todos os operadores entrevistados comea-ram a trabalhar com mquinas sem nenhuma formao prvia;

    - 90% dos entrevistados tm vontade de fazer curso especfico e mais aprofundado em operao e manuteno de mquinas agrcolas e 10% demonstraram no se interessar em fazer cursos, alegando estarem prximos do tempo de aposentadoria.

    - 60% dos entrevistados apresentam Ensino Fundamental completo, 30% possuam as qua-tro primeiras sries do Ensino Fundamental e 10% haviam completado o Ensino Mdio.

    As semeadoras necessitam de cuidados especiais para cumprirem adequadamente as

    Aps o final do perodo de plantio, as mquinas devem ser armazenadas em locais secos e protegidos

    Fotos Eduardo Copetti

  • CoMo rEAlIzAr A MANutENo prEvENtIvA

    Em linhas gerais, para realizar uma boa manuteno das semeadoras pode-se seguir o estabelecido abaixo:

    - fazer a lubrificao geral da m-quina;

    - observar o estado, o alinhamento e a regulagem dos sulcadores, trocando-os quando necessrio;

    - verificar os tubos condutores, principalmente quanto ocorrncia de entupimentos, substitu-los no caso de

    se encontrarem danificados;- observar o funcionamento geral dos

    mecanismos dosadores de sementes e fertilizantes;

    - verificar o funcionamento e a regu-lagem dos limitadores de profundidade e compactadores;

    - inspecionar o estado geral das trans-misses e pneus;

    - evitar deixar os depsitos com se-mentes ou adubos.

    dades e determinam o sucesso da safra, por isso deve-se zelar por elas de forma contnua e pla-nejada. Uma boa manuteno e a conservao aumentam a vida til da mquina, diluindo seu custo ao longo dos anos, deixando-a sempre em boas condies de operao.

    Um bom programa de manuteno reali-zado com o objetivo de evitar que a semeadora seja lembrada somente alguns dias antes do perodo de semeadura recomendado para as diferentes culturas, evitando a corrida contra o tempo, que obriga a fazer uma reviso s pressas, geralmente, com custos maiores e qualidade menor. Isto, muitas vezes, origina uma torcida

    para que a chuva no venha, pois a mquina ainda no est pronta para trabalhar.

    importante ressaltar que, com as corretas manuteno e armazenagem, a semeadora ter maior vida til e alto valor de revenda. Explorar ao mximo a vida til da semeadora corresponde a um ganho significativo sobre o valor investido em sua aquisio. Para que isto, de fato, ocorra, preciso atender todas as recomendaes de utilizao e manuteno indicadas pelos fabricantes.

    Eduardo Copetti,Semeato S.A.

    Semeato

    .M

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br16

    MECANIzAo

    A mecanizao atualmente parte essencial da atividade agrcola e representa um dos fatores mais dispendiosos ao produtor em funo do alto custo de combustveis, manuteno, depreciao etc. Esses custos podem chegar de 20% a 40% dos custos totais da produo, sendo necessrio buscar o uso mais racio-nal possvel do maquinrio tendo em vista sempre obter a maior eficincia possvel nas operaes realizadas no campo.

    Nessas condies a logstica das ope-raes envolvendo o maquinrio se torna um fator fundamental para o aumento da

    eficincia operacional no campo, podendo tornar-se pea-chave para criao de van-tagens competitivas que podem beneficiar desde pequenos produtores at grandes empresas.

    TEMPO PERDIDODurante a realizao das operaes

    agrcolas, o maquinrio no est constan-temente realizando a atividade que lhe foi atribuda. Um dos motivos disto a necessidade de se realizar desvios durante a operao, sendo estes provenientes de obstculos no talho ou de manobras de

    cabeceira ou de final de talho. O tempo gasto nesses desvios e manobras pode gerar uma considervel perda de tempo, atrasando o trabalho, elevando o consumo energtico e em alguns casos aumentando o nmero de mquinas necessrias para o trmino da operao agrcola no tempo planejado.

    TALHESO nmero de manobras de final de ta-

    lho est diretamente associado geometria, ao tamanho, orientao de trabalho no talho e tambm ao maquinrio agrcola utilizado. Quanto aos talhes, estes podem

    Talho inteligenteO planejamento logstico das operaes com mquinas agrcolas, aliado

    sistematizao da rea, promove um ambiente ideal para a maximizao do desempenho operacional, possibilitando eliminar manobras desnecessrias durante a operao

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br 17

    Claas

    Figura 1 - Geometria bsica dos talhes

    Manter o paralelismo da sulcao nos diversos talhes facilita as operaesem toda a rea. Em reas planas mais fcil manter as linhas retas

    ser observados em diferentes formatos e tamanhos. Talhes que possuem formatos irregulares e pequenos exigem uma maior quantidade de manobras, enquanto talhes que apresentam formatos retangulares (ou prximos a este formato) e dimenses maio-res apresentam maior rendimento.

    A orientao de trabalho ou do ciclo operativo escolhido para iniciar o trabalho no talho tambm influi na quantidade de manobras e no desempenho operacional da

    atividade agrcola. Outro fator importante a ser considerado no talho a compactao no solo que o intenso trfego de mquinas agrcolas pode causar em funo do exces-sivo nmero de manobras e de passadas durante a operao agrcola. Altos ndices de compactao do solo podem, por sua vez, comprometer o crescimento e a produtivi-dade da cultura.

    Geralmente a falta de tempo, conheci-mento e experincia no planejamento das atividades envolvendo mquinas agrcolas na cultura torna difcil a seleo de pa-dres de trabalho que previnam os fatores descritos.

    PLANEJAMENTO LOGSTICONa implantao ou reforma de culturas

    importante analisar e planejar a logstica que envolver tanto as operaes agrcolas quanto a logstica da movimentao de mquinas no talho, e realizar aes di-recionadas promoo e facilitao das operaes com maquinrio. Atravs dessas aes, as operaes agrcolas encontraro

    Adaptado de Mialhe, 1974

    um ambiente onde podero ser desenvolvi-das com rendimento maximizado em termos de produtividade. Mas para isso deve ser realizada a sistematizao da rea, levando

    Mas

    sey

    Ferg

    uson

  • Figura 3 - Ciclo de operacional aberto para preparo de solo

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br18

    em considerao os seguintes fatores: ge-ometria e tamanho dos talhes, largura e traado de carreadores e estradas, pontos de manobra e de transferncia de cargas, alm de espaamento do plantio, sulcagem e os ciclos operativos.

    SISTEMATIZAO DA REANa sistematizao da rea, sero rea-

    lizadas as atividades de retiradas de paus, tocos, pedras, buracos ou qualquer material estranho que possa ocasionar qualquer parada ou manobra durante as operaes; nivelamento de terrenos, onde o trnsito de mquinas possa estar inviabilizado; di-minuir o desnvel entre os carreadores e os talhes; conduzir um sistema de terracea-mento adequado, sendo o objetivo principal desta tarefa diminuir o terraceamento e racionalizar a sulcagem da rea, diminuin-do ao mximo o nmero de manobras dos equipamentos, sem perder a segurana no controle de eroso.

    GEOMETRIA DOS TALHESIndependentemente da regio e da cul-

    tura so encontradas diversas disposies de talhes que segundo Mialhe, 1974 podem ser enquadrados em cinco modelos geom-tricos bsicos: retangular (considerado o melhor para aumentar a eficincia de campo das mquinas agrcolas), triangular (consi-derado o pior, somente utilizado quando outro formato no permitido), quadrado, trapezoidal e faixa sinuosa (para reas que apresentam curvas de nvel ou terraos). A Figura 1 apresenta a ilustrao dos formatos de talhes.

    TAMANHO DOS TALHESNo existe um tamanho ideal de talho,

    contudo, este deve possuir o maior compri-mento possvel levando em considerao a declividade do terreno, pois cada terrao dever ter um carreador a seu nvel. Quanto maior o tamanho do talho maior ser a efi-cincia operacional das mquinas agrcolas, isto se deve estabilizao da velocidade

    mdia de operao e reduo das manobras de cabeceira ou de final de talho.

    CORREDORES E ESTRADASPara o dimensionamento eficiente da

    largura dos carreadores e estradas, neces-srio possuir ou estimar o comprimento do maquinrio agrcola que ser utilizado. O planejamento das estradas o primeiro a ser realizado, pois atravs dele que sero definidos os formatos dos talhes e a posio da sulcagem.

    PONTOS DE MANOBRA E TRANSFERNCIA DE CARGADevem ser definidos pontos de mano-

    bras e tambm reas para a transferncia de cargas no talho. O planejamento dessas duas reas protege as margens da cultura evitando perdas por rea danificada, alm de facilitar a locomoo e as manobras necess-rias das mquinas no interior do talho.

    ESPAAMENTO DE PLANTIONo planejamento do espaamento de

    plantio, deve-se levar em considerao o maquinrio agrcola que ser utilizado nas

    Figura 2 - Ciclo de operao de campo unidirecional para preparo de solo

    Adaptado de Mialhe, 1974

    diferentes fases da cultura, e ento selecio-nar um espaamento que evite o pisoteio das linhas de plantio e consequentemente a compactao do solo nas linhas.

    SULCAOA planificao da sulcao dependente

    em sua maior parte da declividade da rea, do sistema conservacionista, do tipo de solo e do tipo de preparo do solo. Contudo, manter o paralelismo da sulcao nos di-versos talhes facilita as operaes em toda a rea. Para facilitar a sulcao e aumentar o desempenho pode-se tirar proveito das seguintes situaes: carreadores em nvel este sistema facilita o planejamento da sulcao, mas, em contrapartida, a rea utilizada com carreadores maior; estradas principais com a construo de estradas retas, possvel planejar melhor a sulcao, utilizando-as como base para o incio da sul-cao; sulcao reta em locais mais planos possvel planejar a sulcao reta e com isso ganhar na capacidade operacional.

    CICLOS OPERATIVOSO nome atribudo ao percurso sucessivo

    Geralmente a falta de tempo, de conhecimento e de experincia no planejamento das atividadesenvolvendo mquinas agrcolas na cultura, torna difcil a seleo de padres de trabalho

    Adaptado de Mialhe, 1974

    Sem

    eato

  • nmero de passadas e manobras, reduzir a compactao do solo causada pelo trfego de mquinas no talho.

    que as mquinas agrcolas executam no cam-po segundo uma orientao, denominado ciclo operativo de campo (Mialhe, 1974). A Figura 2 mostra o exemplo do ciclo de-nominado ciclo unidirecional fechado. Este ciclo caracterizado por iniciar as passadas nas regies mais externas do talho e a cada volta completa, a passada se aproxima do centro.

    O ciclo operacional aberto (Figura 3) no possui um sentido determinado e sua eficincia de percurso pode ser calculada atravs de uma equao (Mialhe, 1974) que considera as variveis: tamanho do talho, largura do talho e largura de trabalho do implemento agrcola e nmero de passadas no talho.

    CONCLUSOA geometria dos talhes, assim como

    todas as variveis envolvidas e expostas nesse texto, possui influncia significativa no tem-po de durao, na eficincia operacional e na movimentao do maquinrio nas operaes agrcolas. Contudo, atravs de um correto planejamento logstico das operaes com mquinas agrcolas, aliado sistematizao da rea, que promove o ambiente ideal para a maximizao do desempenho operacional,

    Fernando Henrique CamposPaulo Roberto Arbex SilvaKlber Pereira Lanas eSaulo Philipe Sebastio Guerra,FCA/Unesp/Botucatu

    .M

    possvel eliminar manobras desnecessrias durante a operao, assim como reduzir o tempo das manobras de final de talho necessrias. Como consequncia disso, possvel diminuir o consumo energtico e o tempo de durao das operaes agrcolas, aumentar a rea produtiva em funo da diminuio do comprimento total de car-readores e estradas e atravs da reduo do

    Cultivar

  • fIChA tCNICA

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br20

    Fankhauser 5046Com possibilidade de configurao de nove a 17 linhas de plantio, a

    plantadora-adubadora 5046 da Fankhauser tambm pode ser configurada com diferentes tipos de distribuio de semente e kit de agricultura de preciso

    Diversos modelos compem a linha 5000 de plantadoras-adu-badoras Fankhauser. O modelo 5046 que abordaremos nesta ficha, segue a mesma linha das mquinas do modelo 5045, j conhecidas no mercado, projetadas para trabalharem em condies variadas de plantio. Este modelo tem uma variada gama

    de largura e de linhas de trabalho, alm de diversas opes de configuraes de acess-rios para adequarem-se s diferentes neces-sidades dos agricultores. possvel tambm unir duas mquinas em cabealho tandem com rodados articuladas ou cabealho cam-bo sem rodas articuladas (opcionalmente), aumentando ainda mais a autonomia de trabalho, sendo indicadas para mdias e at grandes propriedades rurais.

    A 5046 tem chassi reforado e tubo de engate da linha de adubo com dimenso maior, o que proporciona maior vida til ao equipamento. Executa plantio direto e convencional de gros grados como soja, milho, girassol, sorgo, algodo, amendoim, mamona entre outros. As regu-lagens podem ser realizadas sem a utilizao de chaves

    na maioria das operaes.Ela apresenta sistemas dosadores de

    sementes tipo discos horizontais, que o sis-tema padro, e sistema pneumtico a vcuo como opcional. Este modelo tem tambm como opcional o sistema de Agricultura de Preciso Fankhauser (APF) com aplicao de fertilizantes em taxa varivel. No caso de o produtor optar por um sistema pneum-tico, necessrio que o trator possua fluxo contnuo de vazo de leo (vazo superior a 40 litros por minuto). Mas, no caso de o trator no possuir fluxo contnuo ou o comando ser usado para outra operao,

    Detalhe do sistema de distribuio de sementestipo discos horizontais, padro neste modelo

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br 21

    Fotos Fankhauser

    pode-se opcionalmente colocar um motor hidrulico na tomada de fora do trator, do qual acompanhar reservatrio individual de leo na prpria mquina.

    Para adubo e semente h a possibilidade de optar entre transmisso, conjunto troca rpida de engrenagens e taxa varivel (sis-tema APF). Os reservatrios de sementes e adubo so confeccionados em polietileno

    de alta resistncia, para evitar a corroso ocasionada por adubo e intempries, e o sistema distribuidor de fertilizante do tipo rosca sem-fim fertisystem.

    A 5046 possui um amplo acesso para o compartimento de carga de fertilizante atravs de escada e estribo. As linhas pan-togrficas largas copiam as ondulaes do solo e tm grande movimentao vertical,

    o espaamento entre as linhas regulvel ao longo do chassi.

    Na distribuio da semente este modelo possui eixos sextavados retrteis (card) para garantir que a transmisso se mantenha em movimento constante na distribuio da semente. O distribuidor de semente

    Turbina pneumtica e viso geral da mquina com sistema de distribuio de sementes pneumtico, que permite tambm a instalao de kit de agricultura de preciso

    Distribuidor de fertilizantesdo tipo rosca sem-fim

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br22

    Fotos Fankhauser

    mancalizado, o que proporciona maior vida til ao sistema e consequentemente menor manuteno.

    Cada linha possui molas triplas para regulagens da profundidade e da presso no brao do sulcador e tem boa altura para dar fluxo palhada e melhor visualizao entre linhas. O conjunto de ataque ao solo

    composto por disco de corte 20, sulca-dor para o adubo com ponta cambivel e diversas opes de regulagens de profun-didade e disco duplo 14x15 defasado ou 13x15 desencontrado para a incorporao de sementes. Para a incorporao de adubo podem ser utilizados discos duplos defasa-dos 18x20 como opcionais.

    Os discos de corte possuem regulagens especiais e podem ser colocados calos para aumentar a profundidade quando necess-rio. Os discos so de 20 que aperfeioam o trabalho na palhada, melhorando a ao do sulcador e, consequentemente, facilita o fluxo da palhada por todo este conjunto, evitando embuchamento.

    A profundidade de trabalho mantida constante pela ao das rodas limitadoras ar-ticuladas. Duas rodas limitadoras trabalham de forma independente umas das outras, para proporcionar melhor uniformidade na distribuio e para manter a semente na mesma profundidade durante todo o plantio. As rodas compactadoras tambm so duas e independentes umas das outras, confeccionadas em ferro fundido, estes con-juntos no necessitam de qualquer tipo de chave para a realizao das regulagens.

    Rodados internos ajustveis facilitam a

    Linha de ataque ao solo composta por discos de corte de 20, que facilitam o trabalho do sulcador e aumentam o fluxo da palhada, evitandoo embuchamento das linhas. Este modelo tambm possui opo de acoplamento de duas mquinas em cabealho tandem ou cambo

    O distribuidor de sementes mancalizado para diminuir a manuteno e aumentar a sua vida til

    ESPECIFICAES TCNICASESPECIFICAES

    Capacidade Semente de Soja*Capacidade de Adubo*Espaamento PadroPotncia do Trator

    PneusLargura de Trabalho

    AlturaLargura total

    Peso vazia Aprox.

    5046 9L660L.(+-500Kg)

    1.670L.(+-1.920Kg)450mm105cv

    8.00 18 (2)3.600mm2.180mm4.700mm3906Kg

    5046 11L810L.(+-615Kg)

    1.947L.(+-2.240Kg)450mm130cv

    8.00 18 (4)4.500mm2.180mm5.763mm4608Kg

    5046 13L890L.(+-676Kg)

    2.320L.(+-2.668Kg)450mm150cv

    8.00 18 (4)5.400mm2.180mm6.500mm5210Kg

    5046 15L1.110L.(+-843Kg)2.590L.(+-2978Kg)

    450mm180cv

    8.00 18 (4)6.300mm2.180mm7.715mm6621Kg

    5046 17L1.185L.(+-900Kg)

    2.970L.(+-3.415Kg)450mm200cv

    8.00 18 (6)7.200mm2.180mm8.400mm8480Kg

    * pode variar.

    troca de espaamentos quando necessrio, tambm em cada rodado h um cilindro in-dependente que nivela a mquina de forma proporcional ao erguer e baix-la nas posi-es de trabalho e transporte. Este modelo tem marcador de linha com acionamento hidrulico.

    ESPAAMENTO EM MILMETROS

    450mm500mm700mm750mm800mm900mm

    5046 9L9L9L6L6L6L5L

    504611L11L11L8L6L6L6L

    504613L13L12L9L-

    7L7L

    504615L15L14L10L

    -9L8L

    5046 17L17L15L11L

    -10L9L

    .M

    Monitor de plantio e motor hidrulico utilizadona verso com kit agricultura de preciso

  • CApA

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br24

    JD 5078E e JD 5085ETestamos os tratores JD 5078E e JD 5085E da John Deere, dois modelos que sero

    lanados em fevereiro de 2011, e avaliamos o desempenho dos motores quatro cilindros e as configuraes que se encaixam na linha de financiamento para pequenos produtores

    O trator 5078E que testamos estava equipado com sistema de AFS, com a funo de barra de luz, utilizado para operaes de plantio e de pulverizao e aplicao de corretivos a lano

    Depois do teste do novo John Deere 5075E, que substitui o tradicional modelo 5603, na penltima edio, agora a John Deere apresenta, e nos proporciona avaliar, os novos modelos 5078E e 5085E, com 78cv e 85cv de potncia, respectivamente. O modelo 5078E ser oferecido dentro do programa Mais Alimentos. O lanamento oficial da linha 5E ser no prximo Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), na

    primeira quinzena de fevereiro, quando ento estaro disponveis, para venda, nos concessionrios da marca.

    As inovaes desses modelos iniciam com as tendncias de design, versatili-dade e conforto, caractersticas da nova srie. De imediato, se pode perceber que as linhas agressivas se aproximam da imagem dos tratores da srie 6000, dando ideia de robustez e aparentando maior tamanho. O novo cap diantei-

    ro, basculante, recebeu duas sadas de ar, uma em cada lado, para melhorar a dissipao do calor gerado pelo motor. Destacam-se tambm os novos desenhos de para-lamas, mais largos e ajustveis, de acordo com o tipo de pneu utilizado (R1 ou R2) e a presena dos estabiliza-dores laterais telescpicos nos braos do sistema hidrulico de trs pontos, que substituem o tradicional sistema de correntes. Toda a srie equipada com tanques de combustvel de 105 litros, que conferem uma boa autonomia de trabalho aos tratores desta srie. O fabricante aposta na versatilidade des-tes produtos para alcanar um amplo

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br 25

    Fotos Charles Echer

    Bombas hidrulicas diferentes: uma para a direoe outra para o levante hidrulico e controle remoto

    O posto conta com os comandos localizados nas laterais do assento, que possui apoio para os braos

    O trator 5085E vem equipado com motor da prpria John Deere 4045T de quatro cilindros,com 4,5 litros de volume, turbo alimentado, capaz de desenvolver 85cv de potncia

    mercado de pequenos, mdios e grandes produtores, que os utilizaro desde o preparo do solo, semeadura e aplicao de defensivos at as tarefas de transporte, na propriedade rural. Estes dois modelos, de quatro cilindros, completam uma srie que inicia com o 5075E, que equipado com um motor de trs cilindros.

    Como queramos conhecer estes novos modelos em um teste prtico, as equipes do Ncleo de Ensaios de Mqui-nas Agrcolas da UFSM e da Cultivar M-quinas se deslocaram para o 4 Distrito de So Loureno do Sul (RS), localidade de Colnia Santana, na rea do produtor Lauro Berwald e da sua famlia, a senhora Mrcia Berwald e o pequeno Marcelo Berwald, de cinco anos, que alm de acompanhar o teste, mostrava intimidade com as mquinas. Este produtor rural

    arrenda uma rea de aproximadamente 70 hectares dentro de uma rea maior, em torno de 300 hectares, com as culturas de milho, soja e arroz. A regio atendida pelo concessionrio Lidermaq , carac-teristicamente, de pequenos e mdios produtores agrcolas, na sua maioria descendentes de alemes, que produzem arroz irrigado, nas reas mais prximas ao

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br26

    Fotos Charles Echer

    As duas verses possuem estabilizadores laterais dos braos do levante hidrulico do tipo telescpico

    O torque mximo no motor que equipa o 5078E de 267Nm a 1.600rpm, com reservaao redor dos 17%. As velocidades mnimas e mximas frente so 2,3km/h e 20,4km/h

    Ambos os modelos vm de fbrica, em sua configurao padro, com trao dianteira auxiliar (TDA)da tradicional marca ZF. No detalhe direita, protetor que envolve o card da transmisso dianteira

    municpio, e pecuria de corte e de leite. Nas reas de menor porte predominam o milho, a batata e o fumo, alm do cultivo de olercolas e frutferas, destinadas ao mercado regional. Berwald, natural da re-gio, cliente da marca, pois possui dois modelos, recentemente adquiridos com o auxlio do programa Mais Alimentos, um modelo 5303 e o outro 5603.

    Alm do produtor, a nossa equipe recebeu o apoio do pessoal do departa-mento de Marketing da John Deere e da equipe do concessionrio regional, Lidermaq Sistemas Mecanizados. Esta empresa, fundada em 1987, h 13 anos atua como concessionria autorizada John Deere e atualmente atende a 12 municpios na regio. Sediada em Ca-maqu, possui filiais em So Loureno do Sul e Serto Santana. Est entre as principais revendas da marca e tem auxiliado a melhorar a interao com os

    clientes, oferecendo oportunidades para a apresentao dos produtos.

    MOTOROs tratores 5078E e 5085E so equi-

    pados com o motor John Deere 4045 de quatro cilindros, com 4,5 litros de volu-me, na verso aspirada Powertech 4045D, com 78cv de potncia, e turbo, 4045T, com 85cv de potncia mxima, respecti-vamente. A rotao mxima do motor em ambos os modelos chega aos 2.400rpm. O torque mximo no motor que equipa o 5078E de 267Nm a 1.600rpm, com reserva de torque ao redor dos 17%, en-quanto que o 5085E pode alcanar at 314Nm de torque mximo a 1.500rpm, com uma reserva de torque um pouco maior, ao redor dos 26%. O sistema de injeo de combustvel comum para toda a srie 5E, com bombas injetoras rotativas Delphi DP100.

    TRANSMISSO E RODADOSAmbos os modelos so equipados com

    transmisses Partyal Syncro, com um

    arranjo entre marchas e grupos muito bem escalonados, capaz de gerar nove velocidades frente e trs r. Destaca-se a sincronizao da marcha r nesses modelos, que possibilita uma melhoria substancial na eficincia em manobras e torna os tratores desta famlia ainda mais versteis, para aplicaes atpicas, como manuseio de material com p frontal. As velocidades mnimas e mximas frente so, respectivamente, 2,3km/h e 20,4km/h, tanto para o 5078E quanto para o 5085E, a uma rotao do motor de 2.400 rotaes por minuto, com os pneus utilizados no teste. Como opcional h uma transmisso com super-reduo de velocidade (Creeper). Neste caso as velocidades mnimas ficam em 0,92km/h. Ambos os modelos vm de fbrica, em sua configurao padro, com trao diantei-ra auxiliar (TDA) da tradicional marca ZF. A verso 4x2, com trao simples, embora disponvel, tem pouca procura. Do total de vendas da faixa apenas 3% do mercado desta verso e nem sequer requisito bsico, exigido pelo programa

    A plataforma de operao totalmente plana, coberta por um espesso tapete de borracha antiderrapante

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br 27

    A alavanca possui posio parking, que dispensaa presena da tradicional alavanca de freio

    O comprimento total, nos dois modelos, com os pesos de lastragem frontal de 4.000mm, com distncia entre eixos que chega a 2.177mm. Os dois modelos so equipados com transmisses Partyal Syncro, com nove velocidades frente e trs r

    O novo cap recebeu duas sadas de ar paramelhorar a dissipao do calor gerado pelo motor

    Contrapesos da roda traseira tm pequenos encaixesque possibilitam melhor contato e aprisionamento

    Mais Alimentos.Os tratores testados so equipados

    com embreagem mecnica dupla, com acionamento independente da tomada de potncia (TDP), o que facilita a ati-vidade em tarefas onde necessria a troca de marchas, sem que a TDP deixe de operar (encanteiramento com o uso de enxadas rotativas, por exemplo). Para os dois modelos, a tomada de potncia atinge sua rotao padro (540rpm) a 2.400rpm do motor, sendo que o 5078E conta ainda com a TDP econmica, bas-tante requisitada em trabalhos que no exijam a potncia mxima do trator, onde a rotao padro (540rpm) atingida a 1.700rpm do motor. A TDP econmica no equipa os tratores modelo 5085E.

    Esta transmisso tem outra carac-terstica, que os assemelha aos tratores de maior porte da marca: a presena da posio parking na prpria alavanca de marchas do trator, o que dispensa a presena da tradicional alavanca de freio de estacionamento, visto que este sistema promove o bloqueio direto da transmisso. Quanto aos rodados, os tratores testados estavam equipados com a opo padro, bastante requisitada pelo mercado, com pneus traseiros 18.4-30 R1 e dianteiros 12.4-24 R1, com dez e seis

    lonas, respectivamente. Todavia, a fbrica salienta que podem ser disponibilizadas mais seis opes de rodados traseiros e cinco opes para a dianteira.

    SISTEMA HIDRULICOOs tratores 5078E e 5085E apresen-

    tam um sistema hidrulico composto por duas bombas hidrulicas, onde uma delas se destina exclusivamente ao sistema de direo, com uma vazo de 26 litros por minuto, enquanto a outra responsvel pelo sistema de levante hidrulico e con-trole remoto. Esse sistema confere a ca-pacidade mxima de levante de 2.670kgf, e que graas ao aumento da presso da bomba hidrulica, proporciona uma va-zo de 43 litros por minuto, tornando o sistema capaz de reagir ao acionamento com muita agilidade e rapidez. Outro des-taque fica por conta da presena de duas sadas VCRs de srie, na verso standard, o que facilita o acoplamento de imple-mentos com mais de uma funo, como semeadoras equipadas com marcadores de linha de acionamento hidrulico. Da mesma forma, o sistema de duplo VCR e a aptido desses tratores instalao de ps carregadeiras frontais auxiliam nas operaes comumente realizadas em pequenas e mdias propriedades rurais.

    Considerado como uma vantagem, o leo lubrificante da transmisso o mesmo utilizado no sistema hidrulico.

    Como j mencionamos, os estabili-zadores laterais dos braos do levante hidrulico do tipo telescpico dispem de um pino de ajuste da posio, que permite o fcil acoplamento de mquinas e implementos aos braos do sistema de levante hidrulico com um mnimo esforo. Ainda em comparao com os sistemas que utilizam correntes e rosca sem-fim, o sistema telescpico elimina contratempos, como nos casos em que possa ocorrer o travamento do sistema.

    DIMENSES GERAISO comprimento total, nos dois mo-

    delos, com os pesos de lastragem frontal de 4.000mm, com distncia entre eixos que chega a 2.177mm. A altura total ligeiramente maior nas verses 4x4, chegando a 2.560mm, com pneus standard. Os ajustes de bitola propor-cionam uma variao, entre mnima e mxima, de 1.545mm a 1.678mm, respectivamente, nos tratores 4x2, e de 1.345mm a 1.958mm nas verses 4x4 equipadas com pneus standard. Para a lastragem metlica frontal dos tratores pode-se usar at seis pesos de 50kg cada,

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br28

    Fotos Charles Echer

    A linha 5E ganhou design diferenciado, seguindo uma tendncia mundial da marca

    Cap dianteiro ganhou novas linhas que facilitam a visualizao de diversos componentes do motor

    fixados em um suporte que pesa 46kg. J nas rodas traseiras, tem-se a disponibi-lidade de at quatro discos metlicos de 55kg e dois pesos de 38,5kg. Os pesos utilizados nas rodas traseiras possuem pequenos encaixes que possibilitam melhor contato e aprisionamento destes pesos durante o manuseio, diminuindo os riscos e os esforos inerentes tarefa de fixao e montagem dos pesos nas rodas do trator.

    POSTO DE OPERAO E SEGURANAA ergonomia e a segurana sempre

    mereceram ateno nos projetos de tra-tores desta marca. Desta vez, o destaque dos tratores 5078E e 5085E ficou com a plataforma de operao, totalmente plana, coberta por um espesso tapete de borracha antiderrapante, conferindo maior segurana e conforto ao operador. Somam-se a isto a excelente visibilidade e a facilidade de acesso da maior parte dos comandos de operao presentes em ambos os tratores. O assento bastante confortvel, com apoios para os braos em ambos os lados, apresentando tam-bm grande facilidade de ajuste de altura e distncia em relao ao volante, se adaptando facilmente aos mais variados perfis de operadores. Quanto s luzes de trabalho, so duas dianteiras e duas traseiras.

    As alavancas para a seleo de mar-chas e grupos, alm de outras alavancas de acionamento das principais funes destas mquinas, esto distribudas nos lados direito e esquerdo do assento, ou-tra grande vantagem em relao maior parte dos tratores, com posto de operao acavalado. No entanto, a posio do ace-lerador de p poderia ser melhorada.

    Em relao ao acesso, esses tratores so equipados com escadas de dois de-graus, largos e bem distribudos, que, so-mados presena de amplos pega-mos, proporcionam segurana com mnimo esforo para qualquer perfil de operador que deseje acessar o posto de operao. Com respeito aos fatores relacionados

    segurana, os tratores da srie 5E apre-sentam, na sua verso standard, estrutura de proteo contra capotamento (EPCC) apoiada em dois pontos do chassi, certi-ficada pelo fabricante. Na mesma linha, todos os tratores desta marca atendem a todas as determinaes da Normativa Regulamentadora 31 (NR 31) no Minis-trio do Trabalho e Emprego, seguindo a tendncia da ampla maioria dos tratores atualmente fabricados no Pas.

    TESTES REALIZADOSAntes mesmo de iniciarmos os testes

    de desempenho em trao dos novos tra-tores da srie 5E tivemos uma pequena demonstrao da praticidade e eficincia da marcha r sincronizada, que como anteriormente mencionado, proporciona uma boa economia de tempo em mano-bras, aumentando a eficincia de trabalho. Para os procedimentos de teste em campo dispnhamos de dois implementos: um escarificador marca Busse de sete hastes e uma grade niveladora marca Baldan, mo-delo SPR de 42 discos, acopladas aos tra-tores 5085E e 5078E, respectivamente.

    Iniciamos os testes com o 5085E e o escarificador de sete hastes. Aparente-mente este implemento ligeiramente superdimensionado em relao potncia do trator, porm no pudemos verificar esta condio, pois o solo estava demasia-damente seco e compactado pelo pastejo de gado na rea. Mesmo assim, fizemos um trabalho mais superficial com o tra-

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    O teste foi realizado na localidade de Colnia Santana, municpio de So Loureno do Sul (RS),e teve o apoio da Concessionria Lidermaq, alm de profissionais da fbrica da John Deere

    As duas verses sero lanadas oficialmente no Show Rural de Cascavel (PR) em fevereirode 2011. O modelo 5078E poder ser adquirido pela linha de crdito do programa Mais Alimentos

    tor trabalhando em segunda marcha no grupo B, a um regime que variava entre 2.000rpm e 2.400rpm do motor.

    A outra avaliao foi realizada com o trator 5078E e a grade niveladora, com abertura entre as sees prxima da m-xima, trabalhando em terceira marcha do

    grupo B sobre a parcela de solo recm-escarificada. Em regimes que variaram entre 2.000rpm e 2.400rpm do motor o desempenho do conjunto foi bastante satisfatrio, no apresentando qualquer dificuldade de trao, e retomadas ex-tremamente rpidas aps redues da rotao do motor. Neste trator tambm tivemos uma oportunidade de avaliar o funcionamento de um componente do Sistema AFS, talvez o mais bsico, que a Barra de Luzes John Deere. O im-plemento que utilizamos no favorecia a correta configurao do sistema, pois era uma grade excntrica, no entanto, foi bastante satisfatrio o uso e muito simples de entender o seu funcionamento e configur-lo. O sistema formado por um receptor de sinais de satlite (GPS), alguns cabos e uma interface (display) para visualizao. H duas verses de receptores que so o SF ITC, com erro mdio de 10cm, e o SF 300, com erro mdio em torno de 25cm.

    Para utiliz-los necessrio apenas marcar dois pontos (A e B) nas extre-midades do talho e um terceiro ponto (C), aps a manobra de cabeceira, que se

    refere largura entre a passada atual e a prxima. A partir da, a orientao se d por um sistema de Leds, vermelhos e ver-des, onde cada luz vermelha corresponde a 10cm fora da linha traada, com um erro mdio de posicionamento em torno de 25cm no sistema SF300.

    Os principais usos da barra de luzes so nas operaes de preparo de solo, aplicao de corretivos a lano e princi-palmente pulverizao, evitando sobrepo-sies e falhas entre as passadas.

    Na parte final dos testes, determi-namos o raio de giro dos tratores, com a TDA acionada, apresentando valores de 10,80 metros, sem o auxlio do freio em manobra, e de 8,50 metros, utilizando o recurso de frenagem da roda interna. Da mesma forma, fizemos uma rpida deter-minao do avano cinemtico das rodas dianteiras em relao s traseiras devido ao acionamento da TDA, constatando que os valores no superaram o que se preconiza pela fbrica (mximo de 5%).

    Em suma, foi possvel constatar o excelente desempenho dos novos tra-tores 5078E e 5085E, destacando-se, sobretudo, o conforto e a segurana, a capacidade de resposta s sobrecargas e a servicibilidade, tanto no acesso aos principais pontos de manuteno quanto no acoplamento de implementos ao siste-ma de levante hidrulico. A versatilidade destes modelos de menor porte da famlia 5E, com certeza um diferencial para consumidores que preferem mquinas que aliem o bom desempenho operacional a um menor consumo de combustvel, sem deixar de lado o bem-estar no desem-penho de suas atividades dirias.

    Jos Fernando Schlosser,Gustavo Heller Nietiedt ePablo Silva Ferrer,Nema - UFSM

    .M

  • SEMEADorAS

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    Esforo maiorEm reas de integrao lavoura/pecuria ou onde o trfego de mquinas muito intenso, os cuidados na hora de realizar o plantio direto devem ser maiores, pois haver a necessidade de aumentar a profundidade das hastes sulcadoras, o que

    implicar consequentemente no aumento da capacidade de trao do trator

    A consolidao do sistema de semeadura direta traz grandes benefcios ao meio ambiente e, tambm, notvel a reduo dos custos de produo por no serem necessrias opera-es como arao, subsolagem, escarificao e gradagem. Porm, nesse sistema se tm muitos problemas relacionados compac-tao das camadas superficiais em funo do trfego de mquinas e da consorciao lavoura-pecuria.

    Em reas onde se realiza a integrao lavoura-pecuria, a tenso da pisada dos bovinos sobre o solo gera alteraes na compactao do solo at cerca de 180mm de profundidade, dependendo do tipo de solo e da umidade. Por isso, deve-se ter cuidado para que, nesse tipo de explorao agrcola, no se cometa o erro do pastejo com o solo apresentando umidade alta.

    Da mesma forma, ao trafegar com trator sobre o solo que apresenta umidade elevada, pode ocasionar um aumento na compacta-o do mesmo. Esta compactao ser maior

    medida que se aumenta o peso do trator e se diminui a rea de contato dos pneus com o solo. Esta rea de contato pode ser maximizada se evitada a utilizao de pres-ses de insuflao demasiadas nos pneus. J a carga sobre os rodados pode ser ajustada com a utilizao de menor quantidade de lastros, sejam eles metlicos nas rodas, ou gua dentro dos pneus de acordo com a atividade a ser realizada.

    A utilizao de escarificadores e subsola-

    dores para a descompactao do solo uma prtica utilizada h muito tempo. Com o avano da utilizao do sistema de plantio direto se buscam alternativas para a menor mobilizao do solo e simultaneamente o rompimento das camadas superficiais com-pactadas, tpicas do sistema de Semeadura Direta, utilizando hastes sulcadoras.

    A abertura de sulcos para deposio de fertilizante atravs de hastes sulcadoras, atu-ando em maiores profundidades, aumenta as exigncias de fora de trao, o consumo de combustvel e o ndice de patinagem, em relao ao sistema de abertura de sulcos do tipo disco duplo. Porm, se tem um ganho considervel no rompimento das camadas de solo com maior resistncia penetrao, proporcionando um ambiente mais favorvel ao desenvolvimento do sistema radicular em profundidade das plantas. Isso resulta em maior volume de solo explorado pelo sistema radicular, garantindo maior quantidade de gua e de nutrientes, principalmente em perodos de estiagens.

    A semeadora utilizada no experimento foi uma John Deere RT907 com mecanismo dosador pneumtico a vcuo

    Esforo maior

    Case IH

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br32

    O presente trabalho teve por objetivo avaliar o consumo de combustvel, a fora de trao, o ndice de patinagem, a potncia na barra de trao, o consumo especfico de combustvel e a capacidade de campo terica de um trator agrcola, desenvolvendo a tra-o de uma semeadora-adubadora equipada com hastes sulcadoras destinadas semea-dura direta de milho em solos compactados pela integrao lavoura-pecuria.

    A pesquisa foi desenvolvida na Univer-sidade Federal de Lavras (Ufla), situada no municpio de Lavras (MG). A localizao geogrfica da rea experimental foi definida entre as coordenadas 2101350 latitude Sul e 4405752 longitude Oeste a uma altitude de 943 metros. Nessa regio, o clima se caracteriza por temperatura mdia anual de 19,40C e precipitao total anual mdia de 1.530mm concentrada, principalmente, no perodo de outubro a maro (clima clas-sificado como Cwa, que o clima temperado mido com inverno seco e vero quente).

    De acordo com o Departamento de Solos da Universidade Federal Lavras, o solo da rea experimental foi classificado como Latossolo Vermelho Distrofrrico tpico argiloso (LVdf), em que os resultados da anlise granulomtrica na camada de 0-300mm apresentaram os valores mdios de 0,16, 0,18 e 0,66kg kg-1 para areia, silte e argila, respectivamente, sendo classificado como de textura muito argilosa. Na caracte-rizao da compactao do solo, utilizou-se um penetrmetro eletrnico em que as medidas foram observadas at 550mm de profundidade. O teor de gua do solo foi obtido atravs de amostras na camada de 0 a 150mm e de 150 a 300mm, as quais permaneceram em estufa com circulao forada de ar a uma temperatura de 1050C por um perodo de 24 horas.

    A rea, em que foram realizados os ensaios, inicialmente foi explorada por seis anos com o cultivo convencional de milho, sendo utilizados em alguns anos grade aradora e, em outros, arados de dis-cos para o preparo primrio do solo. Aps, foi implantada a pastagem de braquiria que permaneceu por mais oito anos com lotao mdia de dois animais por hectare. Ao passar 14 anos de explorao do solo foi implantado o experimento, onde se reali-zou uma dessecao, utilizando a dose de 1,920kg de glifosato por hectare, conforme a indicao do fabricante para a dessecao da braquiria. A rea experimental apresen-tou 6.358kg de matria seca por hectare, resultante da pesagem de amostras da parte area da pastagem presente aps a retirada dos animais da rea.

    No ensaio se utilizou uma rea de 5.000m2, onde foram demarcadas 12 par-celas subdivididas em trs blocos, caracte-rizando um delineamento experimental de blocos casualisados. As parcelas tiveram um comprimento de dez metros por sete metros de largura, sendo que a semeadura foi realizada em dois sentidos, visto que foram semeadas oito linhas espaadas em 700mm. Esta forma proporcionou maior nmero de dados, onde foi observada sua uniformidade em ambos os sentidos de semeadura, garantindo maior confiabilidade nos resultados obtidos.

    Como fonte de trao foi utilizado um trator com trao dianteira auxiliar (TDA) equipado com um motor turboalimentado com quatro cilindros, resultando numa ci-lindrada de 4.400cm3. Tal motor apresenta uma potncia mxima de 65,62kW (88cv) a 2.300 rotaes por minuto (ISO/NBR 1585). No desenvolvimento dos ensaios utilizaram-se 2.000 rotaes por minuto em segunda marcha reduzida.

    No trator, foram utilizados pneus tra-seiros 18.4-30R1 e dianteiros 12.4-24R1, com presso de inflao de 138kPa (20 psi) e 125kPa (18 psi), respectivamente. Para las-tragem foram utilizados trs pesos de 65kgf cada roda traseira e seis pesos de 35kgf na parte dianteira do trator. Nas rodas traseiras foi utilizada gua, ocupando 75% do volume interno, sendo o restante completado com ar. Para a melhor caracterizao do trator realizou-se uma pesagem, que resultou em 43,64kN (4.450kgf) distribudos 62% no eixo traseiro e 38% no eixo dianteiro.

    Na semeadura do milho foi utilizada uma semeadora-adubadora de preciso John Deere RT907 com mecanismo dosador

    Figura 1 - Representao das profundidadesde trabalho da haste sulcadora

    Figura 2 - Acoplamento da haste sulcadora(esquerda); regulagem de presso da mola (direita)

    Fotos Marcos Palma

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br34

    Figura 3 Representao grfica da resistncia mdia penetrao do solo

    Tabela 1 Consumo de combustvel (L h-1), fora de trao (kN) e ndice de patinagem (%) em relao s diferentes profundidades

    Tratamentos100mm150mm200mm250mm

    Mdia GeralCV (%)

    Consumo10,75 c11,55 b11,47 b12,20 a11,490,86

    Fora de Trao19,19 d31,08 b29,57 c33,60 a28,360,780

    ndice de Patinagem10,41 d25,29 b19,81 c38,21 a23,4310,23

    As mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente entre si. Foi plicado o Teste de Tukey ao nvel de 5% de probabilidade

    Tabela 2 Potncia na barra de trao (kW), consumo especfico de combustvel (g kW h-1) e capacidade de campo terica (ha h-1)

    Tratamentos

    100mm150mm200mm250mm

    Mdia GeralCV (%)

    Potncia na barra de trao

    20,57 b29,35 a29,21 a28,78 a26,981,86

    Consumo especficode combustvel

    449 a338 c337 c364 b3722,02

    Capacidade decampo terica

    1,07 a0,94 c0,99 b0,86 d0,971,11

    As mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente entre si. Foi plicado o Teste de Tukey ao nvel de 5% de probabilidade

    pneumtico a vcuo de distribuio de se-mentes. Para a distribuio do fertilizante a semeadora possui mecanismo de rosca sem-fim. Buscando maior representatividade no processo de semeadura foram realizados os testes com os reservatrios, tanto de se-mentes como de fertilizantes, com 50% de sua capacidade mxima. Destaca-se que os quatro mdulos de semeadura, espaados a 700mm, estavam equipados com sulcador tipo disco corta-palha, trabalhando a uma profundidade de 50mm no solo.

    De acordo com os tratamentos, as has-tes sulcadoras trabalharam nas seguintes

    profundidades: Tratamento 1 100mm; Tratamento 2 - 150mm; Tratamento 3 - 200mm; Tratamento 4 - 250mm (Figura 1). A alterao desse parmetro de trabalho foi possvel devido regulagem de furos existen-te no acoplamento da haste na semeadora e a alteraes na presso da mola. Para a incor-porao da semente a semeadora-adubadora estava dotada de disco duplo defasado com rodas reguladoras de profundidade nas suas laterais.

    As alteraes nas profundidades de trabalho da haste sulcadora foram possveis devido regulagem de furos existente no acoplamento da haste na semeadora (Fi-gura 2A) e a alteraes na presso da mola (Figura 2B).

    A quantificao da fora na barra de trao foi obtida com o auxlio de uma c-lula de carga, marca que ficou posicionada entre a barra de trao do trator e o engate do cabealho da semeadora-adubadora. Os dados relativos fora de trao foram en-viados a um sistema de aquisio de dados composto por um condicionador de sinais e um notebook.

    Para a anlise do consumo de combus-tvel do trator foi instalado um fluxmetro eletromecnico conectado a um processador de fluxo digital que expressa o consumo em tempo real num display digital.

    RESULTADOS DO ENSAIOObserva-se na Figura 3 que os dados

    relativos resistncia mecnica do solo penetrao, caracterizaram um solo sob pastejo animal, sendo que os maiores picos (2.480Mpa) da resistncia penetrao ocorreram nas camadas at 150mm de profundidade. Assim, destaca-se que nos tratamentos 3 e 4 (200mm e 250mm) as hastes sulcadoras romperam a camada que oferece maior limitao no desenvolvimento

    do sistema radicular da cultura do milho. O solo da rea experimental apresentou

    umidade gravimtrica mdia, no momento da semeadura, de 0,3684kg/kg com desvio padro de 2,50% entre as amostras coletadas em duas profundidades (0-150mm e 150-300mm) em cada unidade experimental, no diferenciando-se, estatisticamente, os valores de uma camada em relao a outra.

    Analisando os dados da Tabela 1, obser-va-se que o consumo horrio de combustvel foi menor quando a haste sulcadora traba-lhou na profundidade de 100mm. medida que se teve o aumento na profundidade da haste verifica-se que as profundidades 150mm e 200mm no apresentaram dife-renas estatsticas, aumentando o consumo em 7,45% e 6,68%, respectivamente, em relao a profundidade de 100mm. J na maior profundidade houve maior consumo com acrscimo de 13,52% quando compara-da com a profundidade anterior de 200mm. Destaca-se que o consumo do trator sem a aplicao de nenhum tipo de carga a 2.000 rotaes por minuto foi de 9,32L/h.

    A fora de trao, conforme apresen-tado na Tabela 1, teve variao estatstica em todas as profundidades, sendo que a menor demanda de fora foi observada na menor profundidade. J a profundidade de 150mm mostra um acrscimo na fora de trao de 61,90% em relao ao Tratamento 1. No entanto, quando a haste sulcadora trabalhou na profundidade de 200mm se teve um decrscimo na demanda de fora de 4,84% em relao ao Tratamento 2. Isso pode ser explicado na Figura 1, em que se observa maior resistncia mecnica do solo penetrao at os 150mm de profundidade, onde a ponteira da haste sulcadora encon-tra maior resistncia de ruptura do solo. medida que a haste trabalhou abaixo dessa

    Figura 4 Linha de tendncia logartma entre o ndice de patinagem e a fora de trao

  • camada mais compactada, embora com maior rea de contato ferramenta-solo, a geometria da haste (ngulo de ataque) pode ter colaborado para essa menor demanda na fora de trao.

    Na maior profundidade de trabalho da haste sulcadora (Tratamento 4) obteve-se um aumento de 13,62% na demanda de fora de trao em relao profundidade de 200mm.

    A patinagem das rodas motrizes do tra-tor variou com as diferentes profundidades de atuao dos sulcadores da semeadora, conforme pode ser verificado na Tabela 1. Na condio profundidade de 200mm pode-se observar uma diminuio do ndice de patinagem e fora na barra de trao com relao profundidade de 150mm, o que explicado pela diminuio da resistncia mecnica do solo penetrao nesta ca-mada. Porm, na condio em que a haste sulcadora atuou a 250mm de profundidade houve um novo acrscimo na patinagem, o que resultou num aumento da fora na barra de trao e no consumo de combustvel.

    Na Tabela 2, observa-se que a demanda de potncia na barra de trao foi menor para a profundidade de 100mm em relao s demais profundidades que, por sua vez, no diferiram entre si. O consumo espec-fico de combustvel apresentou-se igual nas profundidades de 150mm e 200mm, tendo o maior consumo especfico na menor pro-

    fundidade, seguido pela maior profundidade da haste sulcadora.

    A maior capacidade de campo terica ocorreu para a profundidade de 100mm, en-quanto que a menor foi para a profundidade de 250mm. Comparando-se as profundida-des de 150mm e 200mm houve uma redu-o na capacidade de campo terica para a profundidade de 150mm, provavelmente devido maior reistncia mecnica do solo penetrao dessa camada.

    Na Figura 4, observa-se que a potncia na barra de trao tende a aumentar confor-me a patinagem at atingir um nvel mximo de potncia na barra, a qual posteriormente diminui com o aumento da patinagem.

    CONCLUSESEm solos compactados pelo pisoteio

    dos bovinos, o aumento da profundidade de trabalho das hastes sulcadoras resul-ta em acrscimo na fora de trao da semeadora-adubadora e, no trator agrcola, ocorre aumento do ndice de patinagem e do consumo de combustvel. A fora de trao

    e o ndice de patinagem diminuem quando as ponteiras das hastes sulcadoras atuam ligeiramente abaixo (50mm) das camadas superficiais de solo com maior resistncia mecnica penetrao.

    Portanto, na integrao lavoura-pecuria importante o conhecimento da resistncia mecnica do solo penetrao, para a correta regulagem da profundidade de trabalho das hastes sulcadoras logo abaixo das camadas mais resistentes do solo, a fim de otimizar a operao do conjunto trator-semeadora e proporcionar um ambiente mais favorvel ao desenvolvimento do sistema radicular da cultura do milho.

    Marcos A. Z. Palma,Carlos E. S.Volpato,Jackson A. Barbosa,Roger T. Spagnolo eFelipe G. L. Martins,UflaRodrigo A. Nunes,UFPel

    Marcos Palma foi um dos pesquisadores envolvidos no experimento com hastes sulcadoras

    A abertura de sulcos atravs de hastes sulcadorasexige mais fora de trao do que discos duplos

    Divulgao Baldan

    .M

  • plANtADorAS

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br36

    Figura 1 - Determinao da profundidade do sulco e deposio dos rebolos

    A opo de mecanizao total do plantio de cana-de-acar tornou-se disponvel recentemente, pois anteriormente era executada de forma semi-mecanizada, sendo ento equivocadamente denominada de plantio manual.

    As constantes buscas de reduo dos custos de produo e o aumento significativo das reas cultivadas, que diminui a mo de obra dispon-vel, justificam amplamente a mecanizao total dos processos de plantio da cana-de-acar, no que diz respeito unidade de rea plantada, que apresenta menor valor no sistema meca-

    nizado, alm de reduzir a estrutura envolvida (mquinas e mo de obra) e, por ltimo, maior capacidade de campo operacional.

    O plantio mecanizado, porm, ainda deve passar por algumas melhorias, tais como o aumento da massa de mudas para compensar falhas de deposio no sulco; a necessidade de um mecanismo dosador de rebolos; instabilida-de em certas regies declivosas; falta de sincro-nismo entre velocidade do trator e velocidade na distribuio da muda e minimizao de danos causados s gemas dentro da plantadora.

    Para avaliar possveis diferenas na quali-

    dade do plantio mecanizado de cana-de-acar entre os perodos de realizao do plantio (diur-no e noturno) e a idade das mudas (11 e 12 meses), a equipe do Laboratrio de Mquinas e Mecanizao Agrcola - Unesp/Jaboticabal (Lamma), realizou um experimento analisan-do a profundidade de deposio de rebolos, a profundidade do sulco, a quantidade de gemas totais por metro e a porcentagem de gemas invi-veis no plantio de mudas de cana-de-acar.

    O plantio dos rebolos de cana-de-acar (RB867515) foi realizado com uma plantadora de cana picada Sermag, modelo SMI-10.000 de duas linhas, com capacidade de carga 6.000kg, quatro pneus BPAF 600/50 x 22,5 com rodas, montados com eixos com sistema tanden. A plantadora de cana picada foi tracionada por um trator Valtra BH 185i Hi Flow, cuja potncia nominal de 190cv com seis cilindros turbo intercooler e bitola ajustada para 2,80m.

    AVALIAES REALIZADASA profundidade dos sulcos e a deposio dos

    rebolos foram medidas por meio de uma trena (Figura 1), posicionada no centro do sulco, at o nvel do perfil natural do solo.

    A quantidade de gemas foi avaliada pela contagem do nmero de gemas em cada rebolo nos dois sulcos. Gemas apresentando algum dano mecnico, ataque de pragas ou ainda constatao visual de que pudesse comprometer o brotamento da cultura, foram considerados

    Sulcos avaliadosControle da qualidade do plantio mecanizado da cana-de-

    acar mostra quais os principais problemas enfrentados na difcil operao de distribuir corretamente os rebolos

    Sulcos avaliadosControle da qualidade do plantio mecanizado da cana-de-

    acar mostra quais os principais problemas enfrentados na difcil operao de distribuir corretamente os rebolos

    Valtra

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br38

    Rafael Henrique de F. Noronha,Rouverson Pereira da Silva,Anderson de Toledo,Bernardo Titoto eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp/Jaboticabal

    inviveis. A porcentagem de gemas inviveis foi obtida calculando-se a razo entre a quan-tidade de gemas inviveis e a quantidade total de gemas.

    A qualidade do plantio foi avaliada por meio do controle estatstico de processo, com a utilizao de cartas de controle, que permitem uma avaliao da variabilidade da operao para dados coletados em ordem cronolgica. As car-tas de controle apresentam trs linhas horizon-tais paralelas, sendo a linha central calculada a partir das mdias das variveis, e as outras duas linhas representam os limites inferior e superior de controle (LIC e LSC, respectivamente), os quais delimitam e descrevem se o processo est ou no sob controle.

    RESULTADOSAvaliando qualidade na operao de sul-

    cao (Figura 2), constata-se que o processo esteve sob controle apenas para os rebolos de 12 meses plantados no perodo diurno (12D). A falta de controle no processo demonstrada pela presena de pontos vermelhos em uma das duas cartas, o que fica explcito na carta de amplitude para os rebolos de 11 meses e plan-tio em perodo noturno (11N) que a partir da observao 26, houve uma sequncia de valores

    abaixo da mdia (destaque em vermelho), o mesmo ocorrendo em 11D e 12N na carta de profundidade.

    Para profundidade de deposio dos rebolos (Figura 3), o plantio diurno com mudas de 11 meses (11D) apresentou nos pontos 13 e 15 uma profundidade fora dos limites de con-trole, o mesmo ocorrendo para amplitude no ponto 12, evidenciando que este tratamento considerado fora de controle estatstico, en-quanto que os plantios noturnos (11N e 12N) e diurno (12D) esteve em processo controlado, no apresentando nenhuma observao falha, mantendo-se dentro dos limites de controle.

    Com relao distribuio de gemas no sulco, apenas o plantio diurno realizado com mudas de 11 meses (11D) esteve fora de con-trole (Figura 4), com apenas um ponto fora dos

    limites, o que permite aferir que, de modo geral, a distribuio de gemas foi bem realizada.

    Sob o ponto de vista da porcentagem de gemas inviveis (Figura 5) a operao de plan-tio mecanizado apresentou-se, para o plantio diurno com mudas de 11 e 12 meses (11D e 12D) e para o plantio noturno com mudas de 12 meses (12N), fora de controle, com pontos acima do limite superior.

    Tendo por base as cartas de controle pode-se concluir que a profundidade de deposio dos rebolos e a distribuio de gemas no sulco de plantio apresentaram-se sob controle estatstico, com exceo do plantio realizado com mudas de 11 meses no perodo diurno. A profundidade do sulco no est sob processo controlado, exceto o tratamento da muda de 12 meses de idade no perodo diurno.

    Com exceo da muda de 11 meses no perodo noturno, as cartas de controle para porcentagem de gemas inviveis encontram-se em processo fora de controle.

    Figura 2 - Carta de controle para profundidade do sulco (cm) Figura 3 - Carta de controle para profundidade de deposio dos rebolos (cm)

    Figura 4 - Carta de controle de distribuio de gemas no sulco Figura 5 - Carta de controle para porcentagem de gemas inviveis

    O experimento avaliou a profundidade de deposio de rebolos, profundidade do sulco e quantidade de gemas

    .M

    Rafael Noronha

  • fIChA tCNICA

    Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br40

    Futura 2200 ABCom lanamento programado para fevereiro de 2011, durante o Show Rural, o Futura 2200, novo pulverizador autopropelido da Metalfor, chega prometendo

    diversas inovaes, com foco nos pequenos e mdios produtores

    O lanamento oficial do Futura 2200, novo modelo de pulve-rizador autopropelido da Me-talfor do Brasil, est previsto para ocorrer durante o prximo Show Rural no ms de fevereiro de 2011 em Cascavel, no Paran. Antecipamos uma ficha completa do produ-to, detalhando as caractersticas principais e

    as inovaes tecnolgicas que embarcaram neste modelo. Entre os principais atributos destacados pela empresa, esto a leveza e a agilidade do equipamento, alm de fcil operao e manuteno.

    MOTOR E TRANSMISSOO Futura 2200 vem equipado com um

    motor Cummins seis cilindros de 120HP refrigerado a gua. A transmisso 4x2 por meio de correntes nas rodas traseiras. O conjunto de transmisso se compe por uma caixa Eaton de cinco velocidades na frente e uma na r e um diferencial da mesma marca com reduzida pneumtica. A combinao de ambos d um escalonamento de at dez marchas na frente, melhorando o desempenho do equipamento em condies de trabalho. O conjunto de transmisso se completa com as correntes asa de 1, que trabalham lubrificadas em leo, aumentan-do sua durabilidade. O aceso fcil ao motor, caixa e correntes faz simples sua inspeo e manuteno.

    CHASSIO chassi, o eixo e o suporte de pulve-

    rizao so integralmente construdos em tubos de ao. Os desenhos dos mesmos do

    ao equipamento uma estrutura robusta, preparada para as condies mais exigentes de trabalho. Todas as estruturas so fechadas evitando o ingresso de produtos corrosivos no interior das mesmas, alm de receber pin-tura epxi com tratamento anticorrosivo.

    As barras esto localizadas na parte posterior do equipamento, distanciando o contato do agroqumico com o equipamento e eventualmente o operador. A estrutura das barras com desenho em torre deixa protegida a linha de bicos do mesmo perante acidentes e/ou batimentos. O pliegue das barras vertical, melhorando a estabilidade do bar-ramento durante a aplicao. O suporte de pulverizao segue o conceito dos modelos da empresa j consagrados no mercado, com um quadro fixo e um mvel que trabalham pendularmente absorvendo os impactos

    O sistema de iluminao se compe de seis faris frontais, quatro refletores traseiros e dois na barra

  • Dezembro 2010 / Janeiro 2011 www.revistacultivar.com.br 41

    Fotos Metalfor

    do terreno. O sistema basculante livre de molas que precisem manuteno. O suporte de pulverizao se une ao chassi por meio de um brao de levante. Cada uma das barras, assim como o brao de levante, acionada por meio de pistes hidrulicos, os quais trabalham amortecidos em nitrognio, con-tando com um reservatrio para cada barra e para o brao de levante. O comprimento total do barramento 20 metros.

    Os acionamentos de barra, tanto aber-tura/fechamento, controle de altura e nvel, so feitos por sistema eletro-hidrulico

    desde a cabine de operao por meio do simples toque de teclas. O Futura 2200 tem uma bitola fixa de 2,10m. O desenho do trem dianteiro no sistema twin beam outorgando uma suspenso independente a cada uma das rodas.

    CIRCUITO DE PULVERIZAO E CARGAA bomba de pulverizao centrfuga

    acionada por eletrom, a vazo da mesma de 250 litros/minuto. A mesma e todo o circuito esto preparados para fazer adubao lquida. O controle da pulverizao feito por um controlador

    da marca Arag, o Bravo 180 que permite programar a quantidade de litros a aplicar por hectare. O mesmo manter constante a

    aplicao medida que o pulverizador vai variando a velocidade por meio do sensor colocado nas rodas do mesmo.

    O barramento est dividido em trs sees de pulverizao, as canrias so de ao inox. O distanciamento entre bicos de 0,35m. O mesmo permite que o leque entre bico e bico feche mais alto e possa se aplicar at uma distncia de 40 centmetros do alvo, evitando a deriva de produto. O equipamento sai da linha de montagem com bicos simples e opcionalmente pode vir com porta-bicos triplos ou quntuplos, com os jogos de bicos requeridos pelo usurio.

    O sistema cumpre com os requerimen-tos internacionais de tripla filtrao, sendo o primeiro no filtro principal, segundo no

    O Futura 2200 vem equipado com motor Cummins seis cilindros de 120HP refrigeradoa gua, dotado de transmisso 4x2 por meio de correntes nas rodas traseiras

    A bomba de pulverizao centrfuga, acionadapor eletrom, com vazo de 250 litros/minuto

  • filtro de linha e terceiro nos bicos.O equipamento vem com o misturador

    e incorporador de produtos localizado na lateral do mesmo. Opcionalmente pode vir equipado com uma motobomba de carga para o rpido abastecimento do tanque de produto.

    AGRICULTURA DE PRECISO Outro opcional para esta mquina um

    kit para agricultura de preciso, com GPS, desligamento de sees automtico, taxa varivel e piloto automtico.

    RODADO E SUSPENSO A medida do ro