curso-6591-aula-00-v2

68
Aula 00 Legislação p/ TRT-RS (Analista Judiciário - todas as áreas) Professor: Herbert Almeida 00000000000 - DEMO

Upload: jean-willermoz

Post on 11-Nov-2015

2 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

de

TRANSCRIPT

  • Aula 00

    Legislao p/ TRT-RS (Analista Judicirio - todas as reas)Professor: Herbert Almeida

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 67

    AULA 0: Processo administrativo

    Sumrio

    PROCESSO ADMINISTRATIVO .......................................................................................................................... 4

    NOES PRELIMINARES ............................................................................................................................................. 4 ABRANGNCIA E APLICAO ....................................................................................................................................... 4 PRINCPIOS ............................................................................................................................................................. 8 DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS .................................................................................................................. 14 INCIO DO PROCESSO E INTERESSADOS (INSTAURAO) .................................................................................................. 17 COMPETNCIA ...................................................................................................................................................... 19 IMPEDIMENTO E SUSPEIO ..................................................................................................................................... 22 FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO ....................................................................................................... 25 COMUNICAO DOS ATOS ....................................................................................................................................... 26 INSTRUO ........................................................................................................................................................... 28 DECISO .............................................................................................................................................................. 31 DA MOTIVAO ..................................................................................................................................................... 31 DESISTNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINO DO PROCESSO ............................................................................................ 33 RECURSO ADMINISTRATIVO E REVISO ....................................................................................................................... 34 PRAZOS ............................................................................................................................................................... 40 DAS SANES ....................................................................................................................................................... 41

    QUESTES FCC E MLTIPLA ESCOLHA ............................................................................................................. 42

    QUESTES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 57

    GABARITO ....................................................................................................................................................... 67

    REFERNCIAS .................................................................................................................................................. 67

    Ol concurseiros e concurseiras.

    com muita satisfao que estamos lanando o curso de Legislao p/ Analista Judicirio (Conhecimentos Bsicos p/ todas reas) do Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul TRT/RS. O nosso curso ter como foco as questes da Fundao Carlos Chagas - FCC.

    De imediato, vejamos as caractersticas deste material:

    9 todos os itens do ltimo edital sero abordados de forma completa, sem perda da objetividade;

    9 grande quantidade de questes comentadas; 9 referncias atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e

    jurisprudncia recente;

    9 contato direto com o professor atravs do frum de dvidas. Caso ainda no me conheam, meu nome Herbert Almeida, sou

    Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esprito Santo aprovado em 1 lugar no concurso para o cargo. Alm disso, obtive

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 67

    o 1 lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23 Regio/2011. Meu primeiro contato com a Administrao Pblica ocorreu atravs das Foras Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exrcito Brasileiro, exercendo atividades de administrao como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Responsvel pela Conformidade de Registros de Gesto e Chefe de Seo. Sou professor do Tecconcursos das disciplinas de Administrao Geral e Pblica, Administrao Financeira e Oramentria e, aqui no Estratgia Concursos, tambm de Direito Administrativo.

    Alm disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.

    Ademais, os concursos pblicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas questes, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Ento, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levar voc aprovao no concurso pblico para Analista Judicirio do TRT/RS.

    O nosso curso trar o seguinte contedo para a disciplina:

    LEGISLAO: Lei n 8.112, de 11/12/1990, e alteraes posteriores. Regime Jurdico dos Servidores Pblicos: Das Disposies Preliminares; Do Provimento; Da Vacncia; Do Vencimento e Da Remunerao. Das Frias. Do Direito de Petio. Da Remoo e da Redistribuio; Da Substituio; Dos Direitos e Vantagens. Dos Deveres e Proibies. Da Acumulao. Das Responsabilidades. Das penalidades. Do Processo Administrativo: Lei n 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

    Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estar estruturado em trs aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras duas, vejamos o cronograma:

    AULA CONTEDO DATA

    Aula 0 Do Processo Administrativo: Lei n 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Disponvel

    Aula 1

    Lei n 8.112, de 11/12/1990, e alteraes posteriores. Regime Jurdico dos Servidores Pblicos: Das Disposies Preliminares; Do Provimento; Da Vacncia; Da Remoo e da Redistribuio; Da Substituio;

    02/05

    Aula 2

    Lei n 8.112, de 11/12/1990, e alteraes posteriores. Do Vencimento e Da Remunerao. Das Frias. Do Direito de Petio. Dos Direitos e Vantagens. Dos Deveres e Proibies. Da Acumulao. Das Responsabilidades. Das penalidades.

    16/05

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 67

    Vamos fazer uma observao importante! Ao longo da aula, vamos colocar questes de verdadeiro ou falso do Cespe, tendo em vista que o tipo de assertiva desta banca, alm de elevado nvel, facilita a contextualizao com os assuntos intermedirios da aula (enquanto o assunto ainda est fresco na cabea. Ao final da aula, aps apresentar toda a teoria, vamos trabalhar com questes da FCC e, de forma complementar, com questes de mltipla escolha de outras bancas, quando necessrio.

    Ateno! Este curso composto somente por aulas em PDF. No teremos vdeoaulas para a disciplina de direito administrativo.

    Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

    Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 67

    PROCESSO ADMINISTRATIVO

    Noes preliminares

    O Estado realiza os seus fins por meio de processos. A elaborao de leis ocorre por meio do denominado processo legislativo. Da mesma forma, as decises judiciais so tomadas por meio do processo judicial. Finalmente, as decises ou atos administrativos so realizados por meio do processo administrativo.

    Nesse contexto, podemos definir processo administrativo como uma sucesso de atos coordenados entre si, tendo por fim uma deciso final a ser proferida pela Administrao.

    Por exemplo, o processo disciplinar formado por um conjunto de atos que tem por fim apurar os fatos e, se necessrio, aplicar uma penalidade ao agente infrator. Da mesma forma, o processo licitatrio tem como fim a seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao. Esses dois exemplos so formados por vrios atos coordenados, que culminam com um ato ou deciso final.

    Nesta aula, vamos estudar a Lei 9.874/19991, conhecida como Lei do Processo Administrativo Federal2.

    Abrangncia e aplicao

    A Lei 9.874/1999 uma lei administrativa federal e, portanto, sua aplicao restrita Unio. Nesse sentido, o art. 13 da Lei dispe que ela estabelece normas bsicas sobre o processo administrativo no mbito da Administrao federal direta e indireta.

    1 A Lei 9.784/1999, apesar de ser conhecida como Lei do Processo Administrativo Federal, estabelece normas que, na verdade, aplicam-se aos atos administrativos. Assim, alguns assuntos desta Lei, como, por exemplo, a competncia, sero abordados em suas caractersticas mais importantes, sem no entanto, serem explorados como em uma aula prpria de atos administrativos. Friso, no entanto, que esse assunto tratado no curso de Direito Administrativo para Analista Judicirio do TRT/RS, disponvel nesse endereo: https://www.estrategiaconcursos.com.br/curso/direito-administrativo-p-trt-rs-analista-area-jud-e-of-just-av-federal-6590/. 2 W ? ?Lei do Processo Administrativo ? ? mas entenda implcito o ?Federal ? ? 3 Art. 1o Esta Lei estabelece normas bsicas sobre o processo administrativo no mbito da Administrao Federal direta e indireta, visando, em especial, proteo dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administrao. 1o Os preceitos desta Lei tambm se aplicam aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho de funo administrativa.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 67

    Por conseguinte, a Lei no obriga os demais entes da Federao, que devero dispor de lei prpria para regular os processos administrativos em seu mbito.

    A Lei 9.784/1999 uma lei federal e, portanto, aplica-

    se somente Unio no exerccio de sua funo

    administrativa. Todavia, o STJ j entendeu que ela pode

    ser aplicada, de forma subsidiria, aos estados e municpios que no disponham de

    legislao prpria sobre processo administrativo4.

    Alm disso, no Distrito Federal, por fora da Lei Distrital 2.834/20015, aplicam-se, no

    que couber, as disposies da Lei Federal 9.784/1999.

    Vale dizer, que essas situaes so excepcionais. No primeiro caso, decorre de

    ausncia de legislao prpria, aplicando-se a legislao federal apenas de forma

    subsidiria. No segundo caso, foi o prprio Distrito Federal, por lei prpria, editada

    no exerccio de sua autonomia, que adotou as normas da Lei Federal.

    A Lei 9.784/1999 destinada ao exerccio da funo administrativa. Portanto, ela no se aplica ao exerccio das funes jurisdicional e legislativa. No entanto, as disposies da Lei do Processo Administrativo alcanam os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho da funo administrativa (art. 1, 1). Com efeito, mesmo que a Lei no seja expressa, ela tambm ser aplicada ao Tribunal de Contas da Unio e ao Ministrio Pblico da Unio quando estiverem no exerccio da funo administrativa.

    Ademais, a aplicao da Lei do Processo Administrativo de carter supletivo e subsidirio. Isso porque a norma no alterou nem revogou as leis especficas que disciplinavam processos administrativos determinados. Nesse contexto, o art. 69 da Lei 9.784/1999 estabelece que os processos administrativos especficos continuaro a reger-se por lei prpria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.

    Assim, se existirem leis prprias disciplinando processos administrativos determinados, a aplicao da Lei 9.784/1999 ser subsidiria. Por exemplo, a Lei 8.112/1992 disciplina o processo disciplinar federal PAD; a Lei 8.666/1993 estabelece normas gerais para o processo 4 REsp 1.148.460/PR P ?10. A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiria no mbito dos demais Estados-Membros, se ausente lei prpria regulando o processo administrativo no mbito local ? ? 5 Disponvel em Lei Distrital 2.834/2001.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 67

    licitatrio; a Lei 9.430/1996 dispe sobre o processo tributrio federal de consulta.

    Dessa forma, nos casos em que existe lei especfica, a Lei 9.784/1999 ser aplicvel apenas em caso de omisso de suas leis principais. Por isso que se diz que a aplicao da Lei do Processo Administrativo subsidiria.

    O Tribunal de Contas da Unio fixou entendimento de

    que a Administrao deve julgar e responder as

    impugnaes feitas por licitante contra edital de

    licitao (art. 41, 26, da Lei 8.666/1993) em at cinco dias, conforme prazo previsto

    no art. 24 da Lei 9.784/19997. Nesse caso, o TCU aplicou a Lei 9.784/1999 de forma

    subsidiria, uma vez que a Lei 8.666/1993 no fixou prazo para o julgamento e

    resposta dessas impugnaes.

    Por outro lado, para os casos no abrangidos por lei especfica, o processo administrativo dever ocorrer inteiramente nos termos da Lei 9.784/1999.

    1. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As normas bsicas do processo administrativo no se aplicam ao Poder Judicirio da Unio, pois, no desempenho da funo administrativa, devem ser observadas as regras dispostas nos regimentos internos de cada rgo integrante da sua estrutura.

    Comentrio: a Lei 9.784/1999 aplica-se administrao direta e indireta da Unio, sendo que as disposies da Lei do Processo Administrativo alcanam os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho da funo administrativa (art. 1, 1). Logo, o item est errado. Gabarito: errado.

    6 Art. 41. [...] 2o Decair do direito de impugnar os termos do edital de licitao perante a administrao o licitante que no o fizer at o segundo dia til que anteceder a abertura dos envelopes de habilitao em concorrncia, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preos ou concurso, ou a realizao de leilo, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hiptese em que tal comunicao no ter efeito de recurso. 7 Acrdo 1201/2006 ? TCU/Plenrio: ?9.3. firmar entendimento de que o prazo para que a Administrao julgue e responda impugnao a edital feita por licitante, nos termos do art. 41, 2, da Lei n. 8.666/1993, de 5 dias,

    segundo o art. 24 da Lei n 9.784/1999 ? ?

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 67

    2. (Cespe - AUFC/TCU/2013) As disposies da referida lei aplicam-se aos rgos e s entidades que integram o Poder Executivo federal, mas no aos rgos dos poderes Legislativo e Judicirio, que dispem de disciplina prpria relativamente aos processos de natureza administrativa.

    Comentrio: embora a Lei 9.784/1999 no se aplique ao exerccio das funes jurisdicional e legislativa, as disposies da Lei do Processo Administrativo alcanam os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho da funo administrativa (art. 1, 1). Com efeito, mesmo que a Lei no seja expressa, ela tambm ser aplicada ao Tribunal de Contas da Unio e ao Ministrio Pblico da Unio quando estiverem no exerccio da funo administrativa.

    Gabarito: errado.

    3. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n. 9.784/1999 no se aplica aos rgos dos Poderes Judicirio e Legislativo, ainda que no desempenho de funes de natureza administrativa.

    Comentrio: para reforar, vamos transcrever o art. 1, caput e 1, da Lei do Processo Administrativo Federal:

    Art. 1o Esta Lei estabelece normas bsicas sobre o processo administrativo no mbito da Administrao Federal direta e indireta, visando, em especial, proteo dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administrao.

    1o Os preceitos desta Lei tambm se aplicam aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, quando no desempenho de funo administrativa. (grifos nossos)

    Portanto, a Lei aplica-se aos Poderes Judicirio e legislativo da Unio, quando no exerccio da funo administrativa. Gabarito: errado.

    4. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os preceitos dessa lei aplicam-se administrao pblica direta e indireta no mbito do Poder Executivo federal, mas no alcanam os Poderes Legislativo e Judicirio da Unio, que dispem de autonomia para editar atos acerca de sua organizao e funcionamento quando no desempenho de funo administrativa.

    Comentrio: parou! Mais uma questo como essa, professor? Veja que a banca repetiu um item quase igual pelo menos trs vezes em um nico ano. Apesar de ser uma questo bem fcil, importante refor-la. A Lei do Processo Administrativo uma lei federal, aplicvel no mbito da administrao pblica direta e indireta, de todos os Poderes da Unio, no exerccio da funo administrativa.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 67

    Gabarito: errado.

    Princpios

    O art. 2 da Lei 9.784/1999 determina que a Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia. Alguns desses princpios constam expressamente na Constituio Federal, enquanto os demais so apenas implcitos.

    Segue um mnemnico para facilitar a memorizao dos princpios da Lei 9.784/1999:

    SER FCIL Pro MoMo

    SER

    Segurana jurdica

    Eficincia

    Razoabilidade

    FCIL

    Finalidade

    Ampla defesa

    Contraditrio

    Interesse pblico

    Legalidade

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 67

    Alm desses princpios que constam no art. 2 da Lei, a doutrina apresenta outros que decorrem implicitamente de suas normas ou que so aplicveis aos processos em geral. Vejamos alguns exemplos:

    a) princpio da oficialidade (ou da impulso de ofcio): o processo administrativo pode ser instaurado por iniciativa da prpria Administrao (de ofcio), independentemente de iniciativa dos particulares. Com efeito, uma vez iniciado, cumpre Administrao dar impulso ao processo, ou seja, moviment-lo at a deciso final. Alm disso, este princpio ainda permite que a Administrao faa a reviso de suas decises, exercendo a autotutela por iniciativa prpria. Vejamos alguns dispositivos da Lei que representam o princpio da oficialidade: o art. 2, pargrafo nico, inc. II, estabelece como um dos critrios do processo administrativo a: impulso, de ofcio, do processo administrativo, sem prejuzo da atuao dos

    interessados; o art. 5 determina que o processo administrativo pode se iniciar de ofcio ou a pedido de interessado; o art. 29 estabelece que as atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os dados necessrios tomada de deciso devem se realizar de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos interessados de propor atuaes probatrias; por fim, o art. 65 determina que os processos administrativos de que resultem sanes8 podero ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da sano aplicada.

    b) princpio da gratuidade: no processo administrativo, vedada a cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (art. 2, pargrafo nico, XI).

    8 Apesar de a Lei limitar a reviso aos processos administrativos que resultem sanes, a Prof. Maria Di Pietro entende que ela se aplica a qualquer ato da Administrao, sempre que for reconhecido que ele foi praticado com inobservncia da lei (Di Pietro, 2014, p. 702).

    Pro MoMo

    Proporcionalidade

    Moralidade

    Motivao

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 67

    c) princpio do informalismo: em regra, o processo administrativo no est sujeito a formas rgidas, limitando a exigncia de formas determinadas para quando houver expressa previso em lei. No entanto, isso no significa ausncia absoluta de forma, uma vez que, em geral, os processos administrativos devem ser escritos e documentados. Na Lei 9.784/1999, dois dispositivos representam este princpio: art. 2, pargrafo ~QLFR VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos

    dos administrados d) princpio da razovel durao do processo: decorre do art. 5, LX;9,,, GD &RQVWLWXLomR GD 5HS~EOLFD TXH GHWHUPLQD TXH a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do

    processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. Por conseguinte, o art. 49 da Lei 9.784/1999 determina que aps ser concluda a instruo do processo administrativo, a Administrao tem o prazo de at trinta dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo expressamente motivada.

    e) princpio da publicidade: o princpio da publicidade consta expressamente na Constituio Federal (art. 37, caput) e, portanto, deve ser aplicado Administrao em geral. Ressalvamos, no entanto, que ele no consta expressamente no art. 2, caput, da Lei 9.784/1999, mas igualmente aplicvel por fora constitucional ou de outros dispositivos da prpria Lei do Processo Administrativo, como o art. 2, pargrafo nico, inc. 9TXHH[LJHDdivulgao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipteses de sigilo previstas na Constituio

    Alm disso, o princpio da impessoalidade tambm no consta expressamente na Lei 9.784/1999, mas se apresenta em uma de suas facetas, que o princpio da finalidade. Nesse contexto, o art. 2, pargrafo nico, inclui como critrios a serem observados nos processos administrativos o atendimento a fins de interesse geral LQF ,, H Dobjetividade no atendimento do interesse pblico, vedada a promoo pessoal de agentes ou autoridadesLQF,,,

    Adicionalmente, podemos falar ainda no princpio da verdade material, o que permite que se busque apurar os fatos que efetivamente ocorreram. Esse princpio permite, em regra, que se traga aos autos provas relevantes produzidas at mesmo depois da fase destinada apresentao

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 67

    de provas9, desde que ajude a apurar a verdade material sobre os fatos. Com efeito, a Administrao Pblica tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, no devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento.

    Alm dos princpios previstos no caput do art. 2, o pargrafo nico do mesmo artigo apresenta os critrios a serem observados nos processos administrativos. Cada um desses critrios fundamento ou se relaciona com algum dos princpios do processo administrativo. Assim, emprestando-nos dos ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, vamos transcrever a lista de critrios, juntamente com os princpios relacionados10.

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:

    I - atuao conforme a lei e o Direito [legalidade];

    II - atendimento a fins de interesse geral [impessoalidade/finalidade], vedada a renncia total ou parcial de poderes ou competncias, salvo autorizao em lei [indisponibilidade do interesse pblico];

    III - objetividade no atendimento do interesse pblico [impessoalidade/finalidade], vedada a promoo pessoal de agentes ou autoridades [impessoalidade];

    IV - atuao segundo padres ticos de probidade, decoro e boa-f [moralidade];

    V - divulgao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipteses de sigilo previstas na Constituio [publicidade];

    VI - adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico [razoabilidade e proporcionalidade];

    VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciso [motivao];

    VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados [segurana jurdica/informalismo];

    IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados [segurana jurdica/informalismo];

    X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que possam resultar sanes e nas situaes de litgio [ampla defesa e contraditrio];

    XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei [gratuidade dos processos administrativos];

    XII - impulso, de ofcio, do processo administrativo, sem prejuzo da atuao dos interessados [oficialidade];

    XIII - interpretao da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige [impessoalidade e finalidade], vedada aplicao retroativa de nova interpretao [segurana jurdica].

    9 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 909. 10 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 909-910 ? com algumas adaptaes de contedo e forma.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 67

    Vejamos como isso pode ser cobrado em prova.

    5. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Em razo da simetria com o processo judicial, vigora, no processo administrativo, o princpio do formalismo procedimental, em que se afasta a flexibilizao na tramitao do processo para evitar os arbtrios das autoridades e garantir a legitimidade das decises administrativas.

    Comentrio: o princpio do informalismo que vigora nos processos administrativos. Para tanto, os atos do processo administrativo no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir. Contudo, esse informalismo no absoluto, sendo que os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernculo, com a data e o local de sua realizao e a assinatura da autoridade responsvel, alm da paginao sequencial e rubricada.

    Gabarito: errado.

    6. (Cespe - AJ/TRE MS/2013) No processo administrativo, a administrao pblica tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, no devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se ao princpio da

    a) da gratuidade. b) oficialidade. c) lealdade e boa-f. d) do informalismo. e) da verdade material. Comentrio: pelo princpio da gratuidade, vedada a cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (art. 2, pargrafo nico, XI). O princpio da oficialidade, por outro lado, permite que a Administrao inicie o processo de ofcio, alm de dar o devido impulso ao processo at a deciso final. Alm disso, o princpio da oficialidade permite ainda que a Administrao faa a reviso de ofcio de seus atos administrativos. Segundo o princpio da lealdade e boa-f, a Administrao, em todo o transcurso do processo, dever agir de maneira sincera, sendo vedado

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 67

    qualquer comportamento astucioso, ardiloso, ou que, por vias transversas, concorram para entravar a exibio das razes ou direitos do administrado11. O princpio do informalismo significa que a Administrao no poder ater-se a rigorismos formais ao considerar a manifestao do administrado. Assim, em regra, o processo administrativo no est sujeito a formas rgidos, limitando a exigncia de formas determinadas para quando houver expressa previso em lei.

    )LQDOPHQWHRSULQFtSLRGDYHUGDGHPDWHULDOFRQVLVWHem que a Administrao, ao invs de ficar restrita ao que as partes demonstram no procedimento, deve buscar aquilo que realmente a verdade, com prescindncia do que os interessados hajam alegado e provado12. Em termos mais simples, a Administrao Pblica tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, no devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. Dessa forma, o nosso gabarito a opo E. Gabarito: alternativa E.

    7. (Cespe - ATA/MIN/2013) Um dos princpios do processo administrativo, a oficialidade refere-se s formalidades legais adotadas pela administrao pblica, a fim de garantir segurana jurdica ao administrado. Comentrio: o princpio da oficialidade permite a Administrao iniciar o processo administrativo independente da iniciativa de particulares, dando a esse processo impulso at a deciso final. Alm disso, este princpio ainda permite que a Administrao faa a reviso de suas decises, exercendo a autotutela por iniciativa prpria. O caso mencionado na questo se relaciona com os princpios do informalismo e da segurana jurdica, reforados pelos incisos VIII e IX, pargrafo nico, art. 2, da Lei 9.784/1999:

    VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados [segurana jurdica/informalismo];

    IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados [segurana jurdica/informalismo]; (as observaes em azul no constam na Lei)

    Gabarito: errado.

    8. (Cespe - TJ/STJ/2012) No processo administrativo, a norma administrativa deve ser interpretada de forma a garantir o atendimento do fim pblico a que se destine, vedada a aplicao retroativa de nova interpretao.

    11 Bandeira de Mello, 2014, p. 512. 12 Bandeira de Mello, 2014, p. 512.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 67

    Comentrio: conforme consta no art. 2, pargrafo nico, XIII, da Lei 9.784/1999, um dos critrios que devem ser observados no processo administrativo a interpretao da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova interpretao. Esse dispositivo refora os princpios da impessoalidade/finalidade e da segurana jurdica. Dessa forma, o item est correto.

    Gabarito: correto.

    9. (Cespe - AJ/STJ/2012) Considerando-se que o processo administrativo gera nus para a administrao pblica, a regra a cobrana de despesas processuais, as quais somente podero ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei.

    Comentrio: o art. 2, pargrafo nico, II, estabelece como critrio dos SURFHVVRVDGPLQLVWUDWLYRVDproibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei 7UDWD-se de manifestao do princpio da gratuidade. Dessa forma, podemos perceber que o item inverteu o caso, sendo a regra a ausncia de cobrana e a exceo a cobrana, s admitida nos casos expressamente previstos em lei. Gabarito: errado.

    10. (Cespe - AA/IBAMA/2013) O administrado pode acompanhar os trmites de processo administrativo que o envolva, com exceo de processos que tramitem em segredo de justia. Comentrio: o princpio da publicidade confere a todo particular que estiver envolvido com o processo o acesso a tramitao dos processos administrativos. Alm disso, poder ele ter vista aos autos, obter cpias de documentos neles contidos e conhecer as decises proferidas. Logo, o item est errado. Gabarito: errado.

    Direitos e deveres dos administrados

    Direitos dos administrados

    O art. 3 enumera, a ttulo exemplificativo, sem prejuzo de outros que lhe sejam assegurados, os direitos dos administrados perante a Administrao Pblica.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 67

    Nesse sentido, direito do administrado ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devero facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes.

    Em reforo ao princpio da publicidade, o inc. II, art. 3, concede o direito do particular de ter cincia da tramitao dos processos administrativos em que figure na condio de interessado, de ter vista dos autos, de obter cpias de documentos neles contidos e de conhecer as decises proferidas.

    Alm disso, o particular tem o direito de formular alegaes e apresentar documentos antes da deciso, os quais sero objeto de considerao pelo rgo competente (art. 3, III).

    )LQDOPHQWH D /HL FRORFD FRPR GLUHLWR GR DGPLQLVWUDGR fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatria a

    representao, por fora de leiDUW,9 Essa norma decorrncia do princpio do informalismo, permitindo que

    atue ou no com a presena de advogado. Vale dizer, o particular pode atuar diretamente no processo ou, por escolha prpria, fazer-se representar por advogado, ou seja, a presena de advogado no obrigatria. Todavia, nos casos em que alguma lei determinar a presena de advogado, sua ausncia representar a nulidade do processo.

    Nesse contexto, importante transcrevermos a Smula Vinculante n 5, que dispensa a defesa tcnica por advogado em processo administrativo disciplinar:

    Smula Vinculante n 5

    A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo disciplinar no ofende a constituio.

    Neste momento, podemos aproveitar para abordar o direito a regime de tramitao prioritria, que consta no art. 69-A, includo na Lei de Processo Administrativo pela Lei 12.008/2009.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 67

    Segundo a Lei, tero prioridade na tramitao, em qualquer rgo ou instncia, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:

    a) pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;

    b) pessoa portadora de deficincia, fsica ou mental;

    c) pessoa portadora de doena grave13.

    Nesse ltimo caso, a Lei lista, no inc. IV, art. 69-A, como pessoas que possuem prioridade na tramitao as portadoras de tuberculose ativa, esclerose mltipla, neoplasia maligna, hansenase, paralisia irreversvel e incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avanados da doena de Paget (ostete deformante), contaminao por radiao, sndrome de imunodeficincia adquirida. Ao final, o dispositivo outorga o GLUHLWRGHWUDPLWDomRSULRULWiULDDRSRUWDGRUGHoutra doena grave, com base em concluso da medicina especializadaCom efeito, a prioridade se aplica mesmo que a doena tenha sido contrada aps o incio do processo.

    Para usufruir da prioridade, a pessoa interessada na obteno do benefcio, juntando prova de sua condio, dever requer-lo autoridade administrativa competente, que determinar as providncias a serem cumpridas (art. 69-A, 1). Aps o deferimento da prioridade, os autos recebero identificao prpria que evidencie o regime de tramitao prioritria (art. 69-A, 2).

    Deveres dos administrados

    Por outro lado, o art. 4 apresenta alguns dos deveres do administrado perante a Administrao:

    I - expor os fatos conforme a verdade;

    II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-f;

    III - no agir de modo temerrio;

    IV - prestar as informaes que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

    13 Mais especificamente (art. 69-A):

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 67

    Incio do processo e interessados (instaurao)

    Inicialmente, vale informar que o processo administrativo possui as seguintes fases:

    a) instaurao;

    b) instruo;

    c) relatrio;

    d) defesa; e

    e) deciso.

    Alguns doutrinadores consideram que a fase de defesa ocorre somente nos processos de carter punitivo. Entretanto, o art. 44 estabelece que, encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 'HVVD IRUPD DLQGD TXH QmR VHMD FKDPDGR GH GHIHVD HP FDVRV QmRpunitivos, a regra geral que o interessado dever receber o direito de se manifestar. Portanto, ao trmino do relatrio, o processo no ser encaminhado diretamente autoridade responsvel por decidir, devendo primeiro ser oportunizado o direito de manifestao do interessado.

    O processo administrativo poder ser iniciado de ofcio (pela prpria Administrao) ou a pedido do interessado (por provocao) (art. 5).

    Com efeito, o requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitao oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados (art. 6):

    a) rgo ou autoridade administrativa a que se dirige;

    b) identificao do interessado ou de quem o represente;

    c) domiclio do requerente ou local para recebimento de comunicaes;

    d) formulao do pedido, com exposio dos fatos e de seus fundamentos;

    e) data e assinatura do requerente ou de seu representante.

    vedada a simples recusa imotivada do recebimento dos documentos, sendo que o servidor responsvel dever orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas (art. 6, pargrafo nico). Ademais, para facilitar os pedidos dos interessados, os rgos e entidades administrativas devero elaborar modelos ou formulrios

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 67

    padronizados para assuntos que importem pretenses equivalentes (art. 7).

    Alm disso, a Lei permite que uma pluralidade de interessados formule um nico requerimento quando o pedido tiver contedo e fundamentos idnticos, salvo preceito legal em contrrio (art. 8).

    De acordo com o art. 9 da Lei, so legitimados como interessados no processo administrativo:

    a) pessoas fsicas ou jurdicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exerccio do direito de representao;

    b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, tm direitos ou interesses que possam ser afetados pela deciso a ser adotada;

    c) as organizaes e associaes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

    d) as pessoas ou as associaes legalmente constitudas quanto a direitos ou interesses difusos.

    Para fins de processo administrativo, so considerados capazes os maiores de dezoito anos, ressalvada previso especial em ato normativo prprio (art. 10).

    11. (Cespe - AA/ICMBio/2014) Considere que, ao conferir o contedo de requerimento apresentado por um cidado ao ICMBio, o analista responsvel tenha recusado o recebimento do documento por ausncia de alguns dados. Nessa situao, vedada administrao a recusa imotivada do documento, cabendo ao servidor orientar o cidado a suprir as falhas.

    Comentrio: isso que estipula o art. 6, pargrafo nico. No pode haver recusa de documentos imotivada, sendo que o servidor possui a responsabilidade de orientar o interessado na supresso das falhas contidas no requerimento. Para fixar, vejamos o contedo do mencionado dispositivo:

    Art. 6 [...] Pargrafo nico. vedada Administrao a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

    Gabarito: correto.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 67

    12. (Cespe - AJ/CNJ/2013) defeso administrao recusar imotivadamente o recebimento de documentos. Nesse caso, o servidor dever orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

    Comentrio: vedada (defesa) a simples recusa imotivada do recebimento de documentos. No caso de falhas por parte do interessado, caber ao servidor fornecer as devidas orientaes. Ademais, para facilitar os pedidos dos interessados, os rgos e entidades administrativas devero elaborar modelos ou formulrios padronizados para assuntos que importem pretenses equivalentes. Gabarito: correto.

    13. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O processo administrativo pode ser iniciado a pedido do interessado, mediante formulao escrita, no sendo admitida solicitao oral.

    Comentrio: vejamos o que dispe o art. 6 da Lei 9.784/1999: Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitao oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

    I - rgo ou autoridade administrativa a que se dirige;

    II - identificao do interessado ou de quem o represente;

    III - domiclio do requerente ou local para recebimento de comunicaes;

    IV - formulao do pedido, com exposio dos fatos e de seus fundamentos;

    V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

    Percebe-se, portanto, que a Lei admite, excepcionalmente, que o requerimento seja solicitado oralmente. Logo, o item est errado. Gabarito: errado.

    Competncia

    Avocao e delegao

    A Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo) um importante parmetro quando se fala em delegao e avocao de competncias. Apesar de ser uma lei destinada apenas ao Governo Federal, a norma incorporou o pensamento doutrinrio e, por conseguinte, fonte de estudo para qualquer situao.

    A delegao de competncia envolve a transferncia da execuo ou da incumbncia da prestao do servio, sendo que a titularidade

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 67

    permanece com o delegante, que poder, a qualquer momento, revogar a delegao (Lei 9.784, art. 14, 214). Nesse contexto, o art. 11 da Lei do Processo Administrativo estabelece que a competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.

    A delegao, desde que no exista impedimento legal, pode ocorrer para rgos ou agentes, subordinados ou no, ou seja, possvel delegar uma atribuio, ainda que no haja hierarquia entre o delegante (aquele que delega a atribuio) e o delegado (aquele que recebe a atribuio). Quando existir hierarquia, a delegao se efetivar por meio de ato unilateral, efetivando-se independentemente do consentimento ou concordncia do rgo ou autoridade delegada. Por outro lado, se no houver hierarquia, a delegao depender de concordncia do rgo ou agente que recebe a delegao, ou seja, ocorrer por ato bilateral. Por exemplo, os DETRANs estaduais que so autarquias podem delegar competncias s polcias militares rgos da administrao direta dos estados por meio de convnio para o exerccio das funes da polcia de trnsito, inclusive para a aplicao de multas15.

    Dessa forma, conforme dispe a Lei 9.784/1999 (art. 12), um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal,

    delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que

    estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for

    conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social,

    econmica, jurdica ou territorial. possvel, inclusive, que os rgos colegiados (tribunais, conselhos,

    etc.) efetuem delegao de competncias aos seus respectivos presidentes (art. 12, pargrafo nico). Por exemplo, um tribunal poderia delegar uma competncia administrativa, como a homologao de promoo de um servidor, ao seu respectivo presidente.

    Dessa forma, podemos concluir que a regra a possibilidade de delegao, isto , s no poder ser delegada uma competncia se houver algum impedimento em lei. Nessa linha, o art. 13 da Lei estabelece os casos que no podem ser objeto de delegao:

    a) a edio de atos de carter normativo;

    14 Art. 14. [...] 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante. 15 Furtado, 2012, p. 209.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 67

    b) a deciso de recursos administrativos uma vez que os recursos administrativos decorrem da hierarquia e, portanto, devem ser decididos por instncias diferentes, sob pena de perder o sentido16;

    c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade como a competncia exclusiva, se ocorrer delegao, ocorrer tambm uma ilegalidade.

    No podem ser objeto de delegao (a) a edio de atos de carter normativo; (b) a

    deciso de recursos administrativos; e (c) as matrias de competncia exclusiva do rgo

    ou autoridade.

    Ademais, algumas formalidades devem ser observadas para que a delegao seja efetiva (art. 14): (a) o ato de delegao e sua revogao devero ser publicados em meio oficial; (b) o ato de delegao deve especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada.

    A Lei dispe, ainda, que as decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade. Por exemplo, se o Presidente da Repblica delegar uma atribuio a um ministro de Estado, quando o ministro editar o ato, dever informar, de forma expressa, que o est fazendo por meio de delegao.

    Alm disso, quando ocorre delegao, considera-se que o ato praticado pelo delegado. No nosso exemplo, a realizao dos atos ser imputada ao ministro de Estado e, portanto, a responsabilidade recair sobre ele (art. 14, 3).

    Quanto avocao, cujo contedo no foi to detalhado pela Lei como foi a delegaomRpGHILQLGDSRU+HO\/RSHV0HLUHOOHVFRPRchamar para si funes originalmente atribudas a um subordinado17. Dessa forma, a avocao o contrrio da delegao, porm com algumas particularidades. Enquanto a delegao pode ser feita com ou sem hierarquia, a avocao s possvel se existir hierarquia entre os rgos ou agentes envolvidos.

    16 Di Pietro, 2014, p. 214. 17 Meirelles, 2013, p. 131.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 67

    De acordo com a Lei 9.784/1999 (art. 15), ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocao

    temporria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior. Do dispositivo acima, possvel perceber que a avocao uma

    medida de exceo, que s poder ocorrer por motivos relevantes, devidamente justificados e somente de forma temporria. Conforme salienta Meirelles, a avocao s deve ser adotada quando houver motivos relevantes, eis que a avocao sempre desprestigia o inferior e, muitas vezes, desorganiza o normal funcionamento do servio.

    Apesar de ser uma medida de exceo, a Lei 9.784/1999 no dispe expressamente quando poder ou no ocorrer a avocao. A doutrina enfatiza apenas que no poder ocorrer avocao quando a competncia exclusiva do subordinado, uma vez que um ato administrativo no pode se sobrepor Lei.

    Impedimento e suspeio

    Tanto o impedimento quanto a suspeio reforam os princpios da impessoalidade e da moralidade, impedindo que pessoas sem a devida imparcialidade atuem no processo administrativo.

    O impedimento trata de hipteses objetivas, em que a lei j determina que a autoridade no possuir imparcialidade para decidir ou atuar e, por conseguinte, no dever atuar no processo administrativo. Conforme consta no art. 18 da Lei 9.784/1999, impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

    I - tenha interesse direto ou indireto na matria;

    II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;

    III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.

    Nessa linha, a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento dever comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se de atuar no processo administrativo (art. 19). Eventual omisso do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 19, pargrafo nico).

    A suspeio, por sua vez, possui natureza subjetiva, relacionada com amizade ntima ou inimizade notria. Nesse caso, difcil de diagnosticar

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 67

    de pronto quais pessoas so amigas ntimas ou inimigas notrias, por isso o seu carter subjetivo. Por consequncia disso, a autoridade no obrigada a declarar sua suspeio. Vale destacar, no impedimento a autoridade possui o dever de se declarar impedida, coisa que no ocorre na suspeio.

    Nesse contexto, pode ser arguida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau (art. 20). O indeferimento de alegao de suspeio poder ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo (art. 21).

    Outra diferena do impedimento e da suspeio que o primeiro gera presuno absoluta de incapacidade, enquanto a suspeio produz presuno relativa da incapacidade do agente, uma vez que poder ser sanada, se no for alegada oportunamente18.

    14. (Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver litigando judicialmente contra a companheira de um interessado em determinado processo administrativo estar impedido de atuar nesse processo.

    Comentrio: nos termos do art. 18, III, da Lei 9.784/1999, o servidor ou autoridade que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro ser considerado impedido de atuar no processo. Portanto, o item est correto. Gabarito: correto.

    15. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O indeferimento da alegao de suspeio pode ser objeto de recurso, cujos efeitos sero devolutivo e suspensivo. Comentrio: o indeferimento de alegao de suspeio poder ser objeto de recurso, mas no ter efeito suspensivo (art. 21). O efeito suspensivo, como o prprio nome diz, aquele tipo de recurso que suspende os efeitos da deciso recorrida at o julgamento do recurso. No caso do indeferimento de alegao de suspeio, o recurso s possui efeito devolutivo (devoluo de toda a matria para que a autoridade superior aprecie-a novamente). Logo, o item est errado.

    18 Scatolino e Trindade, 2014, p. 790.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 67

    Gabarito: errado.

    A respeito do processo administrativo no mbito da administrao pblica federal, conforme disposies da Lei n. 9.784/1999, julgue os itens abaixo. 16. (Cespe - TA/ANCINE/2012) O recurso contra o indeferimento da alegao de suspeio ter efeito suspensivo e devolutivo.

    Comentrio: essa para reforar, pois acabamos de ver que o recurso contra indeferimento da alegao de suspeio no possui efeito suspensivo, mas apenas devolutivo. Gabarito: errado.

    17. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Em processo administrativo para a investigao da participao de servidor pblico civil em fato determinado, poder atuar como membro do rgo responsvel pela investigao servidor que tenha interesse direto na matria ou que venha a participar como testemunha no processo.

    Comentrio: de acordo com o art. 18 da Lei 9.784/1999, impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro. Assim, o servidor que tenha interesse direto na matria ou que venha a participar como testemunha no processo no poder atuar como membro do rgo responsvel pela investigao. Com isso, o item est errado. Gabarito: errado.

    18. (Cespe - AJ/STJ/2012) Estar impedido de atuar no processo administrativo o servidor que estiver litigando administrativamente com o interessado, hiptese em que a comunicao do fato dever ser dirigida autoridade competente, sob pena de configurar-se a prtica de falta grave, para fins disciplinares.

    Comentrio: nos termos do art. 18, III, da Lei 9.784/1999, estar impedido de DWXDUHPSURFHVVRDGPLQLVWUDWLYRRVHUYLGRURXDXWRULGDGHTXHesteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro &RP HIHLWR a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento dever comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 67

    de atuar no processo administrativo, sendo que eventual omisso do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 19, caput e pargrafo nico). Assim, a questo est perfeita. Gabarito: correto.

    Forma, tempo e lugar dos atos do processo

    Conforme observamos acima, vige no processo administrativo o princpio do informalismo. Nessa esteira, o art. 22 da Lei 9.784/1999 GHWHUPLQDTXHos atos do processo administrativo no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir

    Todavia, esse informalismo no absoluto, sendo que os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernculo, com a data e o local de sua realizao e a assinatura da autoridade responsvel (art. 22, 1). Alm disso, o processo dever ter suas pginas numeradas sequencialmente e rubricadas (art. 22, 4).

    A Lei dispe que o reconhecimento de firma, salvo imposio legal, s poder ser exigido quando houver dvida de autenticidade (art. 22, 2). Ademais, a autenticao de documentos exigidos em cpia poder ser feita pelo rgo administrativo, dispensando a necessidade de reconhecimento em cartrio (art. 22, 3).

    Ainda de acordo com a Lei do Processo Administrativo, os atos do processo devem ser realizados em dias teis, no horrio normal de funcionamento da repartio na qual tramitar o processo. Contudo, sero concludos depois do horrio normal os atos j iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou Administrao (art. 23, caput e pargrafo nico). Alm disso, os atos do processo devem ser realizados preferencialmente na sede do rgo, mas podem ser feitos em outro local, desde que o interessado seja cientificado (art. 25).

    No processo administrativo, inexistindo disposio especfica, os atos do rgo ou autoridade responsvel pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de fora maior (art. 24). Esse prazo poder ser dilatado at o dobro, mediante comprovada justificao (art. 24, pargrafo nico).

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 67

    Comunicao dos atos

    Para tomar cincia dos atos praticados no processo ou de alguma providncia que dever ser adotada, o interessado dever ser comunicado. Essa comunicao chamada de intimao. Nesse contexto, devem ser objeto de intimao os atos do processo que resultem para o interessado em imposio de deveres, nus, sanes ou restrio ao exerccio de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse (art. 28).

    O art. 26 da Lei 9.784/1999 dispe que o rgo competente perante o qual tramita o processo administrativo determinar a intimao do interessado para cincia de deciso ou a efetivao de diligncias. A intimao dever conter (art. 26, 1): (a) identificao do intimado e nome do rgo ou entidade administrativa; (b) finalidade da intimao; (c) data, hora e local em que deve comparecer; (d) se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; (e) informao da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; e (f) indicao dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

    Quando for exigido o comparecimento do interessado, a intimao observar a antecedncia mnima de trs dias teis (art. 26, 2).

    O 3 do art. 26 apresenta as formas que podem ser utilizadas para a intimao:

    a) por cincia no processo;

    b) por via postal com aviso de recebimento;

    c) por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da cincia do interessado.

    Cumpre notar que a Lei no apresentou uma hierarquia de preferncia para os meios de notificao, podendo ser adotadas qualquer uma dessas.

    Especificamente no caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domiclio indefinido, a intimao deve ser efetuada por meio de publicao oficial (art. 26, 4).

    Em regra, as intimaes sero nulas quando feitas sem observncia das prescries legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade (art. 26, 5). Conforme ensinam os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, essa disposio tem fundamento imediato no princpio da instrumentalidade das formas, segundo o qual a forma de um ato processual destina-se a assegurar que ele cumpra os

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 67

    seus fins. Logo, se trata de mero instrumento, que tem por objetivo assegurar sua finalidade. Dessa forma, se a finalidade for alcanada mesmo sem observncia da norma prescrita, considera-se sanada a irregularidade19.

    De qualquer forma, devemos reforar que a regra a nulidade em decorrncia da ausncia de intimao. Sendo que ela s ser suprida de forma excepcional, com o comparecimento do administrado.

    Alm disso, o art. 27 da Lei 9.784/1999 afasta a possibilidade de a Administrao considerar como verdadeiros os fatos pelo simples motivo de o interessado desatender a intimao. Em outras palavras, se o interessado no apresentar nenhuma contestao, no significa que ele est concordando com o que foi alegado. Alm disso, ainda que no atenda intimao, ele no estar renunciando ao seu direito, podendo faz-lo em momento futuro, no prosseguimento do processo. Para contextualizar, vamos transcrever o texto da Lei:

    Art. 27. O desatendimento da intimao no importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renncia a direito pelo administrado.

    Pargrafo nico. No prosseguimento do processo, ser garantido direito de ampla defesa ao interessado.

    Dessa forma, no h precluso do direito de defesa, uma vez que mesmo que no atenda intimao, o administrado poder exercer o seu direito ao longo do trmite do processo, devendo a Administrao analisar a defesa, caso ocorra, antes da deciso final.

    19. (Cespe - ATA/MJ/2013) Em processos administrativos, obrigatria a intimao do envolvido, sob pena de nulidade do ato.

    Comentrio: questo boa para fixar o entendimento. Ainda que o comparecimento do administrado supra a falta ou irregularidade na intimao, a regra a nulidade do ato. Portanto, o item est correto, uma vez que a intimao obrigatria. Nesse sentido, vejamos o 5, art. 26, da Lei 9.784/1999:

    5o As intimaes sero nulas quando feitas sem observncia das prescries legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

    Gabarito: correto.

    19 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 946.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 67

    Instruo

    A instruo a fase do processo administrativo destinada a investigar e comprovar os dados necessrios para a tomada de deciso. As atividades de instruo realizam-se de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos interessados de propor atuaes probatrias (art. 29). Com efeito, o rgo competente para a instruo far constar dos autos os dados necessrios deciso do processo (art. 29, 1). Alm disso, os atos de instruo que exijam a atuao dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes (art. 29, 2).

    Durante a instruo, a Administrao deve realizar todos os esforos para apurar os fatos, todavia so inadmissveis as provas obtidas por meios ilcitos (art. 30).

    Quando a matria do processo envolver assunto de interesse geral, a Lei permite que o rgo competente, mediante despacho motivado, abra um perodo de consulta pblica para manifestao de terceiros, antes da deciso do pedido, se no houver prejuzo para a parte interessada (art. 31). A abertura da consulta pblica dever ser divulgada pelos meios oficiais, a fim de que pessoas fsicas ou jurdicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegaes escritas (art. 31, 1). O comparecimento consulta pblica no confere, por si, a condio de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administrao resposta fundamentada, que poder ser comum a todas as alegaes substancialmente iguais.

    Alm disso, tambm possvel a realizao de audincia pblica para debates sobre a matria do processo, antes da tomada de deciso, a juzo da autoridade, diante da relevncia da questo (art. 32). Tratando-se de matria relevante, os rgos e entidades administrativas podero estabelecer outros meios de participao de administrados, diretamente ou por meio de organizaes e associaes legalmente reconhecidas (art. 33).

    Os resultados da consulta, da audincia pblica e de outros meios de participao dos administrados devero ser apresentados com a indicao do procedimento adotado.

    O art. 35 da Lei 9.784/1999 permite tambm que seja realizada a audincia de outros rgos ou entidades administrativas em reunio

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 67

    conjunta, com a participao de titulares ou representantes dos rgos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

    Quanto ao nus da prova, a Lei do Processo Administrativo determina que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente para a instruo (art. 36). Todavia, quando o interessado declarar que fatos e dados esto registrados em documentos existentes na prpria Administrao responsvel pelo processo ou em outro rgo administrativo, o rgo competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos documentos ou das respectivas cpias (art. 37).

    Durante a fase instrutria e antes da tomada de deciso, o interessado poder juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e percias, bem como aduzir alegaes referentes matria objeto do processo (art. 38). Com efeito, somente podero ser recusadas, mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilcitas, impertinentes, desnecessrias ou protelatrias (art. 38, 2).

    Alm disso, os elementos probatrios devero ser considerados na motivao do relatrio e da deciso.

    Se for necessria a prestao de informaes ou a apresentao de provas pelos interessados ou terceiros, sero expedidas intimaes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condies de atendimento. Caso a intimao no seja atendida, o rgo competente poder, se entender relevante a matria, suprir de ofcio a omisso, no se eximindo de proferir a deciso (art. 39, caput e pargrafo nico).

    No entanto, quando dados, atuaes ou documentos solicitados ao interessado forem necessrios apreciao de pedido formulado, o no atendimento no prazo fixado pela Administrao para a respectiva apresentao implicar arquivamento do processo (art. 40). Nesse caso, o arquivamento s ocorre no caso de pedido formulado pelo interessado, mas que depende de informaes que no era possvel, ou no havia relevncia que justificasse, suprir de ofcio a omisso. Assim, a deciso tomada ser pelo arquivamento, que dever ser devidamente motivado e informado ao interessado.

    Os interessados devem ser intimados de prova ou diligncia ordenada, com antecedncia mnima de trs dias teis, mencionando-se data, hora e local de realizao.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 67

    O art. 42 trata das situaes em que devem ser ouvidos rgos consultivos por meio de pareceres. Segundo o dispositivo, o parecer dever ser emitido no prazo mximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

    Os 2 e 3 do art. 42 tratam das consequncias da no emisso de um parecer dentro do prazo fixado:

    a) se o parecer for obrigatrio e vinculante: o processo no ter seguimento at a respectiva apresentao, responsabilizando-se quem der causa ao atraso;

    b) se o parecer for obrigatrio e no vinculante: o processo poder ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuzo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

    Quando por disposio de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos tcnicos de rgos administrativos e estes no cumprirem o encargo no prazo assinalado, o rgo responsvel pela instruo dever solicitar laudo tcnico de outro rgo dotado de qualificao e capacidade tcnica equivalentes (art. 43).

    Uma vez encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado (art. 44). No entanto, em caso de risco iminente, a Administrao Pblica poder motivadamente adotar providncias acauteladoras sem a prvia manifestao do interessado (art. 45).

    A Lei determina ainda que os interessados tm direito vista do processo e a obter certides ou cpias reprogrficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito privacidade, honra e imagem (art. 46).

    Por fim, se o rgo de instruo no for competente para emitir a deciso final, ele dever elaborar relatrio indicando o pedido inicial, o contedo das fases do procedimento e formular proposta de deciso, objetivamente justificada, encaminhando o processo autoridade competente (art. 47).

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 67

    20. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutria do processo administrativo destinam-se a averiguar e a comprovar os dados necessrios tomada de deciso e so realizadas pela administrao em observncia ao princpio da oficialidade, no competindo ao administrado a proposio de atos probatrios.

    Comentrio: quase isso. As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os dados necessrios tomada de deciso devem se realizar de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos interessados de propor atuaes probatrias (art. 29). Gabarito: errado.

    21. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Encerrada a instruo, o processo dever ser imediatamente remetido autoridade competente para julg-lo, para deciso. Comentrio: uma vez encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado e no caso previsto no art. 45 da Lei. Somente aps esse procedimento que o processo ser remetido autoridade para deciso. Gabarito: errado.

    Deciso

    A Administrao tem o dever de decidir nos processos administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia (art. 48). O prazo para decidir at trinta dias aps a concluso da instruo do processo administrativo, salvo prorrogao por igual perodo expressamente motivada (art. 49).

    Da motivao

    De acordo com o art. 50 da Lei 9.784/1999 os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:

    I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

    II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes;

    III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica;

    IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 67

    V - decidam recursos administrativos;

    VI - decorram de reexame de ofcio;

    VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais;

    VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

    A motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia com fundamentos de anteriores pareceres, informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato (art. 50, 1) o que a doutrina chama de motivao aliunde.

    A Lei dispe ainda que, Na soluo de vrios assuntos da mesma natureza, poder ser utilizado meio mecnico que reproduza os fundamentos das decises, desde que isso no prejudique direito ou garantia dos interessados (art. 50, 2).

    Por fim, a motivao das decises de rgos colegiados e comisses ou de decises orais dever constar da respectiva ata ou de termo escrito (art. 50, 3).

    22. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha solicitado SUFRAMA a concesso de benefcios fiscais previstos em lei para as empresas da ZFM que observassem o processo produtivo bsico previsto em regulamento, julgue o item abaixo. O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais atos que neguem direitos empresa, dever ser necessariamente motivado. Comentrio: isso mesmo. O art. 50 da Lei 9.784/1999 determina que sejam motivados os atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Alm disso, por imposio da Lei 9.784/1999 devem ser motivados os atos que: II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 67

    Gabarito: correto.

    23. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n. 9.784/1999, sero sempre motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de seleo pblica e recursos administrativos e revoguem ato administrativo anteriormente praticado.

    Comentrio: vamos relembrar em quais situaes os atos administrativos devero ser motivados?

    Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:

    I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo. (grifos nossos)

    Dessa forma, correta a questo. Gabarito: correto.

    24. (Cespe - AA/PRF/2012) Quando importar em anulao, revogao, suspenso ou convalidao, o ato administrativo dever ser motivado, com a indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos que justifiquem sua edio. Comentrio: devero ser motivados explcita, clara e congruentemente todos os atos que importem em anulao, revogao, suspenso ou convalidao do ato administrativo, alm das demais situaes previstas no art. 50 da Lei.

    Gabarito: correto.

    Desistncia e outros casos de extino do processo

    O interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis (art. 51). Todavia, havendo vrios interessados, a desistncia ou renncia atinge somente quem a tenha formulado (art. 51, 1). Alm

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 67

    disso, a desistncia ou renncia do interessado, conforme o caso, no prejudica o prosseguimento do processo, se a Administrao considerar que o interesse pblico assim o exige (art. 51, 2).

    O rgo competente poder declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da deciso se tornar impossvel, intil ou prejudicado por fato superveniente (art. 52).

    25. (Cespe - Analista/BACEN/2013) O interessado que der incio a um processo administrativo no poder desistir do pedido formulado, devendo o processo tramitar at seu julgamento final. Comentrio: e interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis (art. 51). Assim, o item est errado. Todavia, caso haja vrios interessados, essa desistncia vinculada apenas quele que a solicitou. Ademais, mesmo com o pedido de desistncia ou renncia do interessado, a Administrao pode prosseguir com o processo se julgar que ele de interesse pblico. Gabarito: errado.

    26. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O interessado pode renunciar ao processo administrativo ou dele desistir. Nesses casos, a administrao poder dar prosseguimento ao feito caso considere que o interesse pblico assim o exige.

    Comentrio: o interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis (art. 51). Porm, se a Administrao considerar que o interesse pblico assim o exige, a desistncia ou renncia no prejudicar o prosseguimento do processo (art. 51, 2). Gabarito: correto.

    Recurso administrativo e reviso

    O recurso administrativo ocorre quando a parte interessada, discordando com a deciso administrativa, pede a sua reforma ou reexame, dentro do prazo legal. A reviso, por outro lado, ocorre quando, a qualquer tempo, a pedido do interessado ou de ofcio pela Administrao, procede-

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 67

    se a adequao de sano imposta, em decorrncia do surgimento de fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justific-la.

    De acordo com a Lei 9.784/1999, das decises administrativas cabe recurso, em face de razes de legalidade e de mrito (art. 57).

    A Lei determina que o recurso ser dirigido autoridade que proferiu a deciso, a qual, se no a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhar autoridade superior (art. 56, 1). Percebe-se, portanto, que se trata de recurso hierrquico, uma vez que ser apreciado por autoridade hierarquicamente superior que proferiu a deciso objeto do recurso.

    O 2 do art. 56 determina que, salvo exigncia legal, a interposio de recurso administrativo independe de cauo (garantia de instncia). Ou seja, de acordo com a Lei de Processo Administrativo, no necessrio depositar valores ou oferecer bens como garantia para fins de interposio de recurso, a no ser que outra lei disponha de maneira diversa. Entretanto, RWUHFKRValvo exigncia legalQmRSRVVXLPDLVDSOLFDomRSUiWLFDWHQGRHPvista que o Supremo Tribunal Federal, por meio da Smula Vinculante n 21, entendeu que inconstitucional a exigncia de garantia de instncia para interposio de recurso administrativo. Nesse sentido, vejamos o texto da mencionada Smula:

    Smula Vinculante n 21

    inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

    Assim, qualquer norma que exigir o prvio depsito de garantia como condio para o andamento de recurso administrativo ser considerada inconstitucional, nos termos do entendimento do STF. Dessa forma, o entendimento que devemos ter da Lei 9.784/1999 que no existe mais a H[FHomR ORJR a interposio de recurso administrativo independe de cauo

    O recurso tramitar no mximo por trs instncias administrativas, salvo disposio legal diversa.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 67

    Alm disso, se o recorrente alegar que a deciso administrativa contraria enunciado da smula vinculante, caber autoridade prolatora da deciso impugnada, se no a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso autoridade superior, as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da smula, conforme o caso (art. 56, 3). Ainda nesse caso, o art. 64-A, includo pela Lei n 11.417/2006, determina que, o rgo competente para decidir o recurso explicitar as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da smula, conforme o caso.

    Aps o esgotamento das vias administrativas, caso o interessado entenda que houve violao a enunciado de smula vinculante, caber reclamao ao Supremo Tribunal Federal (Lei 11.417/2006, art 7, caput e 120). Acolhida pelo STF a reclamao fundada em violao de enunciado da smula vinculante, dar-se- cincia autoridade prolatora e ao rgo competente para o julgamento do recurso, que devero adequar as futuras decises administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilizao pessoal nas esferas cvel, administrativa e penal (Lei 9.784/1999, art. 64-B).

    O art. 58 trata de quem possui legitimidade para interpor recurso administrativo, so eles:

    I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

    II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela deciso recorrida;

    III - as organizaes e associaes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

    IV - os cidados ou associaes, quanto a direitos ou interesses difusos.

    Salvo disposio legal especfica, de dez dias o prazo para interposio de recurso administrativo, contado a partir da cincia ou divulgao oficial da deciso recorrida (art. 59). Quando a lei no fixar prazo diferente, o recurso administrativo dever ser decidido no prazo mximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo rgo competente (art. 59, 1). Esse prazo poder ser prorrogado por igual perodo, ante justificativa explcita (art. 59, 2). Ressalva-se que o prazo para tomada

    20 Art. 7o Da deciso judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de smula vinculante, negar-lhe vigncia ou aplic-lo indevidamente caber reclamao ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuzo dos recursos ou outros meios admissveis de impugnao. 1o Contra omisso ou ato da administrao pblica, o uso da reclamao s ser admitido aps esgotamento das vias administrativas.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 67

    de deciso (30 dias, prorrogveis por igual perodo) um prazo imprprio (no preclusivo), ou seja, se a deciso for tomada fora desse prazo, no ocorrer a nulidade da deciso. Nesse caso, a nica consequncia poder ser a responsabilizao funcional do agente que deu causa ao atraso.

    Por outro lado, o prazo de dez dias para interposio de recurso administrativo preclusivo, ou seja, trata-se de prazo prprio, uma vez que o recurso interposto fora do prazo no ser reconhecido. Aproveitando, o art. 63 dispe que no ser reconhecido recurso quando interposto:

    I - fora do prazo;

    II - perante rgo incompetente;

    III - por quem no seja legitimado;

    IV - aps exaurida a esfera administrativa.

    No caso de recurso interposto perante rgo incompetente, ser indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso (art. 63, 1).

    Alm disso, o no conhecimento do recurso no impede a Administrao de rever de ofcio o ato ilegal, desde que no ocorrida precluso administrativa impossibilidade de apreciar a matria novamente na via administrativa.

    O recurso interpe-se por meio de requerimento no qual o recorrente dever expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes (art. 60).

    Salvo disposio legal em contrrio, o recurso no tem efeito suspensivo (art. 61) por consequncia, s possuir o denominado efeito devolutivo.

    Pelo efeito devolutivo, o recurso faz FRPTXHWRGDDPDWpULDVHMDGHYROYLGDpara que a instncia superior anule,

    reformule ou mantenha a deciso. Entretanto, enquanto o recurso no for concludo, os efeitos da deciso continuam em vigor.

    Por outro lado, o efeito suspensivo faz com que a deciso deixe de ser executada at a anlise do recurso, ou seja, ele suspende os efeitos da deciso.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Legislao p/ Analista Judicirio TRT/RS Conhecimentos bsicos p/ todas reas

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 0

    Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 67

    Dessa forma, a regra que os recursos administrativos no possuam efeito suspensivo. Contudo, a Lei permite que, havendo justo receio de prejuzo de difcil ou incerta reparao decorrente da execuo, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poder, de ofcio ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, 1).

    Interposto o recurso, o rgo competente para dele conhecer dever intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias teis, apresentem alegaes (art. 62).

    O art. 64 confere os poderes para o rgo competente decidir o recurso, que poder confirmar, modificar,