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ZOOLOGIA DE VERTEBRADOSCURSO: Ciências Biológicas
3º Ano –2º semestre
13ª Aula
Professores Responsáveis:Virgínia Sanches Uieda (Integral) e Wilson Uieda (Noturno)
Departamento de Zoologia - IB/UNESP/Botucatu
13ª AulaBiologia de Répteis
(Ministrante: Profa. Dra. Virginia S. Uieda)
A CB
Quem são os Répteis atuais?
A - Chelonia ou Testudines
B – LepidosauriaB – Lepidosauria•Sphenodontidae (tuatara)•Lacertilia (lagartos e Amphisbaenia)•Serpentes
C – Archosauria•Crocodylia
Classificação das espécies brasileiras baseada em : Bérnils, R. S. & H. C. Costa (org.). 2011. Brazilian reptiles – List of species.Accessible at http://www.sbherpetologia.org.br/. Sociedade Brasileira de Herpetologia. [06/09/2012]
Testudines (Chelonia)
1. Caracteres Gerais� Sem dentes, bico córneo� Carnívoros ou herbívoros� Costelas externas às cinturas� Costelas externas às cinturas
2. Casco
Carapaça(dorsal)
Plastrão(ventral)
Escudos córneos(externos, epidérmicos)
Testudines
Placas ósseas(internas, dérmicas)
TERRESTRE
A morfologia do casco e dos apêndicesreflete as especializações associadas ao
habitat
Jabuti
TERRESTRE
Casco alto, achatado lateralmentePatas troncudas e fortes
Dedos com garras
A morfologia do casco e dos apêndicesreflete as especializações associadas ao
habitat
AQUÁTICO
Casco baixo, achatado dorso-ventralmente
MARINHOÁGUA DOCE
Cágado Tartaruga marinha
Pés com membranas para nadar ededos com garras para sair do rio
e cavar para enterrar os ovos
Membros transformados em remos para facilitar a natação
Testudines3. Estratégia reprodutiva� Ovíparos� Sem cuidado parental� Vida longa (14 anos ou mais)� Maturidade após 7-8 anos� Maturidade após 7-8 anos
Grande risco de extinção pela caça e destruição do habitat
Testudines4. Comportamento social e corteSinais táteis, visuais e olfativos
Listras coloridasVocalizaçãoFeromôniosMordidas
Movimentos da cabeça
Tartaruga-pintadaMacho vibra as garras alongadas
Jabuti-de-GalápagosPostura de dominância
Testudines5. Comportamento de nidificação� Ninho escavado na areia ou solo� Postura: 4-5 ovos, ou mais de 100� Ovos de casca mole – aquáticas� Ovos de casca dura - terrestres� Ovos de casca dura - terrestres
A temperatura do ninho afeta o desenvolvimento embrionário
Cágado europeuMacho = 26-28ºC
Fêmea = 30ºC
Cágado norte-americanoMacho = 20-30ºCFêmea = 23-33ºC
O efeito da temperatura na determinação do sexo está relacionado com o dimorfismo
sexual no tamanho do adulto
Testudines inverso de Crocodylia e
Lacertilia
Testudines>Temp = fêmeas
Fêmea maior
Crocodylia e Lacertilia<Temp = fêmeas
Macho maior
A umidade também afeta o desenvolvimento embrionário
Maior umidadeFilhotes maiores
Metabolizam todo o viteloMaior sucesso na fuga de predadores
Menor umidadeFilhotes menores
Sobra viteloEclodem mais rápido
Menor sucesso na fuga de predadores
Navegação e MigraçãoTartarugas-marinhas usam rastros odoríferos, luz,
direção da onda e magnetismo.
Deslocamentode Chelonia mydasde áreas de de áreas de nidificação para áreas de alimentação
N
AN
AA
Testudines6. Sistemática – 2 linhagens atuais
Subordem Pleurodira (ca. 66 spp.)pleuro = lado, dire = pescoço•Retraem curvando o pescoço horizontalmente•Só no Hemisfério Sul•Aquáticas•Aquáticas
Subordem Cryptodira (ca. 203 spp.)crypto = escondido, dire = pescoço•Retraem curvando o pescoço em S vertical•Únicas no Hemisfério Norte, ausentes na Austrália•Aquáticas e terrestres na A. Sul e terrestres na África
Testudines – América do SulSUBORDEM PLEURODIRA
Família Chelidae (Brasil: 20 spp.)•A. Sul, Austrália, Nova Guiné•Ex.: Phrynops (pescoço-de-cobra), Chelus fimbriatus (matamatá)
Família Podocnemididae (Brasil: 5 spp.)•A. Sul, Madagascar•Podocnemis expansa na Amazônia é o maior Pleurodira existente
SUBORDEM CRYPTODIRA1º) Formas marinhas, com membros em remo
Família Cheloniidae (Brasil: 4 spp.)•Carapaça com escudos epidérmicos•Seis espécies, em mares tropicais e temperados
Testudines – América do Sul
temperados•Ex.: Chelonia mydas
Família Dermochelyidae•Pequenos ossos embutidos em um tegumento coriáceo•Uma espécie no mundo todo, em mares frios•Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro)
SUBORDEM CRYPTODIRA2º) Formas semi-aquáticas e terrestres,
membros nunca em remo
Família Kinosternidae (Brasil: 1 spp .)
Testudines – América do Sul
Família Kinosternidae (Brasil: 1 spp .)•Extremidade anterior do plastrão móvel•Kinosternum scorpioides
Família Geoemydidae (Brasil: 1 spp.)•Rhinoclemmys punctularia
SUBORDEM CRYPTODIRA2º) Formas semi-aquáticas e terrestres
Família Emydidae (Brasil: 2 spp.)•Maior família•Cágados comuns
Testudines – América do Sul
•Cágados comuns•Trachemys adiutrix, T. dorbigni
Família Testudinidae (Brasil: 2 spp.)•Jabutis terrestres•Chelonoidis carbonaria – pintas laranjas•Chelonoidis denticulata – pintas amarelas
LepidosauriaSphenodontidae�2 spp. Tuatara (Nova Zelândia)
Squamata�4.800 spp. Lagartos�4.800 spp. Lagartos�2.900 spp. Serpentes
tuatara Distribuição Squamata
Lepidosauria – SquamataLacertilia - lagartos
1. Caracteres Gerais� Com patas (maioria)� Com membrana timpânica e pálpebras� Grande variação de tamanho� Grande variação de habitat� Grande variação de habitat� 80% são insetívoros
Lagartixa (3 cm) Dragão-de-Komodo (3 m)
Lepidosauria - Lacertilia
Lacertilia - lagartos2. Sistemática – Brasil: 14 famílias, 248spp.Exemplo de alguns grupos de ocorrência no Brasil
Família Iguanidae(1 sp)•Terrestres e arborícolas, diurnos•Grupo do Novo Mundo•Escamas irregulares na cabeça•Escamas irregulares na cabeça
Iguana iguanaHerbívoro, com crista dorsal
Família Tropiduridae(36 spp)•Terrestres, diurnos•Comuns em área de rochas•Escamas irregulares na cabeça
Família Polychrotidae(17 spp) •Terrestres e arborícolas, diurnos•Pálpebras parcialmente fundidas•Escamas irregulares na cabeça
Tropidurus torquatusLagartixa preta
Polychrus acutirostrisPapa-vento
Família Gekkonidae(6 spp)•Terrestres e arborícolas, maioria noturno•Lagartixas, cosmopolitas•Pálpebras fundidas, escamas granulosas , lamelas nos dedos
Hemidactylus mabouiaIntroduzida da África
Família Scincidae(14 spp)•Maior grupo de lagartos terrestres•Cosmopolitas•Cabeça com escamas regulares•Escamas dorsais e ventrais iguais
Família Teiidae(36 spp)•Lagartos terrestres alongados•Grupo do Novo Mundo•Cabeça com escamas regulares•Escamas ventrais variáveis
Mabuya sp.Aspecto lustroso
Ameiva ameivaCalango verde
Família Anguidae(3 spp)•Lagartos alongados, muitos ápodas•Ampla distribuição
Ophiodes striatusCobra-de-vidro
Diploglossus fasciatusBriba = membros reduzidos
Família Amphisbaenidae (67 spp)•Cobra-de-duas-cabeças•Ampla distribuição
Formas especializadasCabeça quilhada
Formas não-especialiadasCabeça arredondada
Amphisbaenidae – cobra-de-duas-cabeças•hábitos fossórios•amphi = duplo, baen = caminhar•Maioria ápode = corpo serpentiforme, olhos rudimentares, sem patas e sem membrana timpânica•Carnívoros = um dente mediano na maxila superior e dois na inferior
3. Comportamento social• Território• Parceiro• Sinais visuais, auditivos,
químicos e táteis
Lacertilia - lagartos
Exibições de Anolis
Espécies separadas pelo tamanho e padrão de
colorido do apêndice gular
Exibições de Anolis•Apêndice gular•Balanço da cabeça•Crista dorsal•Crista nucal•Mancha pós-ocular
a) Afirmação-desafio
b) Postura agressiva
c) Corte
Lepidosauria – SquamataSerpentes
1. Caracteres Gerais� Sem patas, membrana timpânica e pálpebras� Grande variação de tamanho� Grande variação de hábitos
Escavadoras pequenas
ConstritorasSucuri – maior serpente brasileira
Escavadoras•Cabeça pequena, arredondada•Cauda curta•Olhos pequenos
2. Hábitos
Escamas ventrais diferenciadas (serpentes não fossórias)
Serpentes
•Olhos pequenos•Escamas ventrais não diferenciadas
Marinhas•Cauda achatada lateralmente•Válvulas nas narinas
Constritoras•Vagarosas•Robustas•Olfato importante
Arborícolas•Alongadas•Ágeis•Visão importante
A. CinetismoAmplos movimentos das maxilas
3. Especializações alimentares Serpentes
C. Táticas de imobilização
B. Crânio flexível
•Constrição•Peçonha
Áglifaa = sem, glypho = sulco
D. Dentição•Áglifa•Opistóglifa•Proteróglifa•Solenóglifa
Opistóglifaopisto = atrása = sem, glypho = sulco
Sem presas inoculadorasEx. jibóia, sucuri, píton
opisto = atrásPresas inoculadoras posteriores
Ex. cobra-verde, falsa coral
Solenóglifasolen = tubo
Presas anteriores, móveis, ocas
Proteróglifaproto = primeiro
Presas anteriores, fixas, sulcadasPresas anteriores, móveis, ocasEx. jararaca, cascavel, surucucu
Presas anteriores, fixas, sulcadasEx. coral, naja, serpente marinha
4. Comportamento de forrageio
A. Serpentes constritoras (Boidae)•Músculos do tronco curtos•Lentas (alças curtas)
Serpentes
B. Serpentes velozes (Colubroidea)•Viperidae, Elapidae, Colubridae•Músculos do tronco longos•Velozes (2 ou 3 alças largas)•Músculos longos impedem a constrição•Desenvolvem veneno para imobilizar a presa
Especializações locomotoras refletem diferenças nos modos de predação e no substrato
a) serpentina – serpentes longas e finasb) retilínea – serpentes pesadas, aproximação à presac) concertina – passagens estreitas (tocas de roedores)d) alças laterais – em deserto
Família Typhlopidae (6spp)Família Leptotyphlopidae (15spp)Família Anomalepididae (7spp)
Serpentes fossóriasSem escamas ventrais
diferenciadas
Serpentes5. Sistemática – Brasil: 9 famílias, 375 spp.Exemplo de alguns grupos de ocorrência no Brasil
Família Anomalepididae (7spp) diferenciadas
Família Boidae(12spp)•Constritoras, áglifas•Escamas da cabeça pequenas e irregulares•Vestígios de membros posteriores
BoinaeA. do Norte e A. do Sul grande porte
PythoninaeÁsia, África, Austrália
grande porte
ErycinaeÁsia, África
pequenas, fossórias
Serpentes – Boidae - BoinaeEunectes
Semiáquática - sucuri
BoaTerrestre - jibóia
EpicratesArborícola - salamanta
Família Colubridae (278 spp.)•2/3 de todas as espécies•Áglifas, opistóglifas•Áglifas, opistóglifas•Escamas da cabeça grandes e regulares•Olhos grandes
terrestres
arborícolas subterrâneas
aquáticas
Serpentes - Colubridae
Oxyrhopus petolariusFalsa-coral
Oxyrhopus guibeiFalsa-coral
Helicops modestusCobra d´águaFalsa-coral Falsa-coral
Sibynomorphus neuwiediiDormideira
Clelia sp.Cobra-preta
Cobra d´água
Família Elapidae(27 spp)•Proteróglifa , peçonhenta•Anéis coloridos completos diversamente arranjados (não em todas – corais amazônicas sem)•No Brasil só dois gêneros de corais-verdadeiras: Micrurus (24 spp) e Leptomicrurus (3 spp)
Naja naja
Micrurus brasiliensisLeptomicrurus collaris
Família Viperidae(28 spp, 7 gen.)•Solenóglifa , peçonhenta•A. do Sul só Crotalinae
Víboras do Novo Mundo e da ÁsiaCom fosseta loreal
Serpentes – Viperidae - Crotalinae
Crotalus durissuscascavel
Lachesis muta
Bothropoides jararacajararaca
Bothrops jararacussujararacuçu
cascavel surucucu
Acidentes Ofídicos•Trabalhadores rurais•Sexo masculino
As serpentes se defendemAs pessoas que não percebem as serpentes
•15 a 49 anos•Membros inferiores
Bernarde, P.S., 2009. Acidentes ofídicos. Acessado emhttp://www.herpetofauna.com.br/AcidentesOfidicos.htm
SERPENTES PEÇONHENTAS•Glândulas de veneno•Aparelho inoculador (dentes)•Função: subjugar e digerir a presa
VENENO•toxinas•enzimas•peptídeos
Acidentes OfídicosQuatro grupos de serpentes que podem
causar acidentes ofídicos no Brasil
GRUPO I•Jararacas•Caissaca
GRUPO II•Cascavel
GRUPO IV•Caissaca•Urutu-cruzeiro•Jararacussu
GRUPO III•Surucucu
•Corais-verdadeiras
ElapidaeDentição proteróglifa
ViperidaeDentição solenóglifa
Acidentes OfídicosGrupo I – acidente botrópico
�90,5% causados por Bothrops (jararaca)
Grupo II – acidente crotálico
�7,7% causados por Crotalus (cascavel) – maior letalidade�7,7% causados por Crotalus (cascavel) – maior letalidade
Grupo III – acidente laquético
�1,4% causados por Lachesis (surucucu) – muitos não notificados
Grupo IV – acidente elapídico
�<1% causados por corais-verdadeiras
Identificação das serpentes peçonhentas
•Pupila do olho•Escamas dorsais•Forma da cabeça•Tamanho da cauda
Não são aplicáveis para a ofiofauna brasileira(muitas exceções)
VIPERIDAEVIPERIDAE•Fosseta loreal
Jararaca cascavel surucucu
Escamas carenadas nas jararacas – mas também em alguns colubrídeosPupila vertical nas jararacas – também em outras não-peçonhentas (ex. Jibóia)
Identificação das serpentes peçonhentas
•Pupila do olho•Escamas dorsais•Forma da cabeça•Tamanho da cauda
Não são aplicáveis para a ofiofauna brasileira(muitas exceções)
ELAPIDAE•Sem Fosseta loreal•Pupila redonda•Escamas lisas
Com padrão típico “coralino”anéis pretos, amarelos (ou brancos) e vermelhos
Algumas corais amazônicasnão apresentam anéiscoloridos no corpo!!!
Micrurus albicinctus
Venenos dos Squamata
Fonte: Pough et al., 2008
Crocodylia1. Caracteres Gerais� Semi-áquáticos� Cauda achatada lateralmente� Olhos, narinas e membrana timpânica
em elevações no topo da cabeça� Cuidado parental extenso� Cuidado parental extenso
Carnívoro oportunista, predador de tocaia(hábito semi-aquático)
Crocodylia2. Hábitos
Cauda achatada lateralmente para natação
Olhos, narinas e membrana timpânica em elevações na
cabeça
Relacionada ao formato da cabeça
•Aligatores e jacarés – focinho largo, dieta variada•Crocodilos – focinho variado
3. Diversidade
Crocodylia
•Gavial – focinho estreito, dieta especializada
•Aligátores (China e A. Norte)•Jacaré (México à América do Sul)
•Crocodilos (ampla distribuição)•Gavial (Norte da Índia)
Apenas 23 espécies atuais, maioria em regiões tropicais e subtropicais
Família Alligatoridae• aligator (1sp chinesa e 1sp americana)• jacaré (do México à América do Sul)
Inclui as 6 espécies (3 gen.) de Crocodilia de ocorrência no
Brasil
Família Crocodylidae•Ampla distribuição•Estuários, manguezais, pântanos
Crocodilo americanoMaior espécie atual
Família Gavialidae•Grandes rios do norte da Índia•Só uma espécie – gavial•Hábito piscívoro