curso de formação de gestores
TRANSCRIPT
Disciplina
Curso de Formação de GestoresCurso de Formação de GestoresCurso de Formação de GestoresCurso de Formação de Gestores
2013.1
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida,
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.
Créditos desta disciplina
Coordenação do Curso
CAED, SEDUC e UFC
Conteúdo
CAED
Setor Tecnologias Digitais - STD
Coordenador do Setor Prof. Henrique Sergio Lima Pequeno
Centro de Produção I - (Material Didático)
Gerente: Nídia Maria Barone
Subgerente: Paulo André Lima / José André Loureiro
Transição Didática Elen Cristina S. Bezerra
Elicélia Lima Gomes
Fátima Silva e Souza
José Adriano de Oliveira
Karla Colares
Kamille de Oliveira
Thiago Alencar
Formatação Camilo Cavalcante
Damis Iuri Garcia
Elilia Rocha
Emerson Mendes Oliveira
Francisco Ribeiro
Givanildo Pereira
Sued de Deus
Stephan Capistrano
Publicação João Ciro Saraiva
Design, Impressão e 3D Andrei Bosco
Eduardo Ferreira
Fred Lima
Iranilson Pereira
Luiz Fernando Soares
Marllon Lima
Onofre Paiva
Gerentes
Audiovisual: Andrea Pinheiro
Desenvolvimento: Wellington Wagner Sarmento
Suporte: Paulo de Tarso Cavalcante
SumárioSumárioSumárioSumário
Aula 01: Políticas e legislação educacional ............................................................................................. 01 Tópico Apresentação: Estrutura das aulas ............................................................................................. 01
Tópico 01: Direito e Educação: notas introdutórias à ciência do direito e uma análise da legislação
Federal ......................................................................................................................................................... 06
Aula 02: Avaliação da Educação ............................................................................................................. 13 Tópico 01: Avaliação interna da aprendizagem ..................................................................................... 13
Tópico 02: Avaliação Externa de Desempenho ..................................................................................... 17
Aula 03: Políticas e Legislação Educacional ........................................................................................... 22 Tópico 01: Da sala de aula à comunidade educativa: as novas funções do gestor ................................ 22
Aula 04: Gestão do Currículo .................................................................................................................. 30 Tópico 01: Currículo, políticas curriculares e didática na educação básica ........................................... 30
TÓPICO APRESENTAÇÃO: ESTRUTURA DAS AULAS
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Prezado(a) cursista,
O Curso de Formação de Gestores da Educação Pública tem como
objetivo oferecer formação aos candidatos ao cargo de diretor
aprovados na prova objetiva da primeira fase da seleção pública para
composição do banco de gestores escolares para o provimento do
cargo em comissão de diretor escolar das escolas da rede pública
estadual.
O curso terá a duração de 40 horas, com início em 26 de
março de 2013 e término em 18 de abril de 2013. Além dos
quatro módulos de estudo que abordam temas sobre educação, serão
oferecidos dois Estudos de Caso, contemplando situações práticas do
cotidiano do gestor escolar.
Este módulo de Apresentação – Guia de estudos contém
todas as informações e orientações necessárias para que você possa
realizar o curso aproveitando ao máximo os recursos que lhe serão
oferecidos.
Antes de iniciar qualquer tarefa, faça a leitura detalhada do Guia
de estudo – Orientações gerais. Observe o que e como será
trabalhado, o seu papel como cursista, os seus direitos e deveres. Cabe
a você a organização do seu tempo de estudo. Dedicando, em média, 2
horas por dia, ao final desses 20 dias você terá condições de ter
acessado todos os recursos e participado de todos os fóruns.
Após a compreensão da dinâmica do nosso curso, faça a leitura do
texto Como trabalhar com Estudo de Caso. Ele ajudará a
otimizar o seu tempo, oferecendo referências do que se espera no
trabalho com esse gênero.
Bons estudos!
PARADA OBRIGATÓRIA
Antes de iniciar qualquer tarefa, faça a leitura detalhada do Guia de
estudo – Orientações gerais (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).
Após a compreensão da dinâmica do nosso curso, faça a leitura do
texto Como trabalhar com Estudo de Caso (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.).
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 01: POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
1
O curso terá a duração de 40 horas, com início em 26 de março de
2013 e término em 18 de abril de 2013. Além dos quatro módulos de
estudo que abordam temas sobre educação, conforme abaixo:
MÓDULO 01 - POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
10 dias – de 26/03/2013 a 04/04/2013
Este módulo de estudo tem como objetivo dar subsídios para que você
possa compreender as políticas públicas e a legislação educacional como
ferramentas para a sua atividade enquanto gestor. É importante deixar de
lado a perspectiva de que a política entendida com as suas normas
configura-se como um limite. É preciso pensá-las como aliadas. Além
disso, você, gestor, deve se enxergar como implementador das
“interpretações” dessas normas nos âmbitos das escolas e dos órgãos da
educação, o que pode auxiliar no alcance de uma educação pública de
qualidade.
Primeiramente, assista à VIDEOAULA do professor Eduardo Salomão
Condé, UM POUCO SOBRE AGENDA, DESENHO E IMPLEMENTAÇÃO DAS
PP´S. Ela ajudará a compreender as políticas públicas consideradas no
ciclo da sua produção de que as várias instâncias de governo participam.
A LEITURA MULTIMÍDIA DIREITO E EDUCAÇÃO, do professor
Marcus Feres, trata da relação do direito com a educação, ampliando e, ao
mesmo tempo, especificando os temas das políticas na área da educação.
Apresentaremos, também, os principais elementos do marco constitucional
de 1988 e a sua influência sobre a produção de legislação e a
implementação de políticas públicas na área da educação. O ARTIGO AS
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL da professora Rosimar de Fátima
Oliveira aborda essa temática.
O enfoque da relação entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB nº 9394/96) e a democracia no Brasil é debatido no ÁUDIO
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL do professor
Carlos Roberto Jamil Cury.
Entretanto, conhecer o texto da norma também é de suma importância
para que você possa, então, compreendê-la e interpretá-la como propõem
os autores aqui trabalhados. Por isso, disponibilizamos o link para alguma
delas que, nesse momento, se fazem mais relevantes.
Recursos
3- Videoaula: Um pouco sobre agenda, desenho e implementação das PP´s (Prof. Eduardo Condé)
4 - Leitura Multimídia: Direito e Educação
5 - Artigo: As políticas educacionais no Brasil (Prof.ª Rosimar de Fátima Oliveira)
6 - Áudio: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Prof. Jamil Cury)
2
MÓDULO 02 - AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO 10 dias – de 26/03/2013 a 04/04/2013
O tema da avaliação vem ganhando cada vez mais espaço nas
discussões no campo da educação. Este segundo módulo será dedicado ao
estudo do referido tema. Inicaremos a nossa reflexão na história da
avaliação, em especial na experiência brasileira. O TEXTO AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL EM GRANDE ESCALA: A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA, do
professor Luís Fajardo, traz elementos para essa primeira abordagem.
A seguir, duas LEITURAS MULTIMÍDIAS auxiliam na identificação dos
diferentes tipos de avaliação: O QUE É AVALIAR? e AVALIAÇÃO
EXTERNA. Esta última traz, ainda, o ÁUDIO do professor Wagner Rezende,
que discute sobre a criação e a importância do IDEB. O tema dos
indicadores educacionais é abordado de forma prática nas reportagens do
JORNAL GESTOR NOTA 10!
Nosso objetivo nesta aula é propiciar a você elementos para
desenvolver a sua capacidade crítica na interpretação e no uso dos
resultados das avaliações em larga escala. Saber interpretar e correlacionar
os dados produzidos pelo sistema de avaliação com outros indicadores
educacionais é condição para que você, gestor, possa interpretar e se valer
dos dados no seu dia a dia de trabalho.
Recursos
7 - Artigo: Avaliação educacional em grande escala: a experiência brasileira (Prof Luis Antonio Fajardo)
8 - Leitura multimídia: O que é avaliar?
9 - Leitura multimídia: Avaliação externa
10 - Jornal Gestor Nota 10!: Avaliação e Indicadores Educacionais e Sociais
MÓDULO 03 - LIDERANÇA EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR
10 dias – de 05 a 14/04/2013
Neste módulo, trataremos de uma linha de pesquisa denominada
“Escola Eficaz” e a sua relação direta com a gestão da escola, procurando
responder aos seguintes questionamentos:
• Quais características da escola podem interferir no desempenho dos
alunos?
• Quais decisões da equipe pedagógica envolvem o aprimoramento da
gestão da escola e o aumento dos níveis de qualidade e equidade escolar?
• Qual deve ser o foco de uma gestão democrática que vise a uma
aprendizagem de qualidade?
O artigo CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO ESCOLAR PROMOTORAS DE
SUCESSO, da professora Alícia Bonamino, e a videoaula GESTÃO EFICAZ
3
DA ESCOLA, da professora Thelma Polon, trazem elementos sobre as
pesquisas relacionadas à gestão eficaz da escola.
Quando tratamos desse tema, não podemos deixar de pensar nos
princípios da gestão democrática. Sob essa perspectiva, a relação
comunidade/família/escola não pode ficar de fora dos nossos estudos. Nos
recursos PERGUNTE AO AUTOR: A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NA
CONTEMPORANEIDADE e na LEITURA MULTIMÍDIA: DA SALA DE AULA
À COMUNIDADE EDUCATIVA abordaremos a gestão relacional como forma
de compreender melhor as interações entre as duas principais instituições
de socialização infanto-juvenil: escola e família e as novas funções que se
impõem ao gestor escolar.
Recursos
11 - Artigo: Características da gestão escolar promotoras de sucesso (Profª Alícia Bonamino)
12 - Videoaula: Gestão eficaz da escola (Profª Thelma Polon)
13 - Pergunte ao autor: A Relação Família-Escola na Contemporaneidade (Maria Alice Nogueira)
14 - Leitura Multimídia: Da Sala de Aula à Comunidade Educativa: as novas funções do gestor escolar
MÓDULO 04 - GESTÃO DO CURRÍCULO
10 dias – de 05 a 14/04/2013
Neste módulo vamos estudar alguns aspectos essenciais para o
trabalho com o currículo. O objetivo é oferecer a você elementos para
acompanhar e aprimorar os processos internos de desenvolvimento
pedagógico e organizacional da sua unidade escolar, com vistas a uma
gestão democrática. O TEXTO CURRÍCULO, POLÍTICAS CURRICULARES E
DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: QUESTÕES QUE CABE À ESCOLA
ENFRENTAR analisa os conceitos de currículo e políticas curriculares na
contemporaneidade.
No ÁUDIO NOVAS DCN´S PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ouviremos o
professor Carlos Artexes Simões, que foi diretor de Concepções e
Orientações Curriculares da Secretaria de Educação Básica SEB/MEC
quando essas atualizações foram redigidas, expressando a visão de quem
participou diretamente desse processo. Em seguida, disponibilizamos os
links para as resoluções e pareceres das novas diretrizes.
O ÁUDIO da professora Beatriz Teixeira, CURRÍCULO:
CONSIDERAÇÕES GERAIS, faz um apanhado geral sobre o tema do
currículo, ampliando a discussão e trazendo novos elementos a esse tema.
No ARTIGO CURRÍCULO E CONHECIMENTO ESCOLAR: A ESCOLA E
A RELAÇÃO COM O SABER, a autora Sonia Miranda procura conduzir uma
reflexão sobre os desafios que se encontram por trás da transmissão dos
saberes escolarizados, enfocando o seu papel enquanto gestor nessa tarefa.
4
Recursos
15 - ARTIGO: Currículo, políticas curriculares e didática na educação básica: questões que cabe à escola enfrentar.(Profª Thelma Polon)
16 - Pod cast: Novas DCN´s para Educação Básica (Prof. Carlos Artexes)
17 - HTML: Para saber mais: as novas diretrizes curriculares
• Parecer CNE/CEB nº 7/10 de 9 de julho de 2010 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica• Resolução CNE/CEB nº 4/10 de 13 de julho de 2010 Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica• Parecer CNE/CEB nº 11/10 de 7 de julho de 2010 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos • Resolução CNE/CEB nº 07/10 de 14 de dezembro de 2010 Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos• Parecer CNE/CEB nº 05 de 04 de maio de 2011 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
18 - Artigo: Currículo e conhecimento escolar: a escola e a relação com o saber (Prof Sonia Miranda)
19 - Pod cast: Currículo – considerações gerais (Prof. Beatriz Teixeira)
Serão oferecidos dois Estudos de Caso, contemplando situações práticas
do cotidiano do gestor escolar.
Vamos aos conteúdos?
Bom estudo a todos!
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Curso de Formação de Gestores
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
5
TÓPICO 01: DIREITO E EDUCAÇÃO: NOTAS INTRODUTÓRIAS À CIÊNCIA DO DIREITO E UMA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃOFEDERAL
Este módulo de estudo tem como objetivo dar subsídios para que você
possa compreender as políticas públicas e a legislação educacional como
ferramentas para a sua atividade enquanto gestor.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
É importante deixar de lado a perspectiva de que a política
entendida com as suas normas configura-se como um limite. É preciso
pensá-las como aliadas. Além disso, você, gestor, deve se enxergar
como implementador das “interpretações” dessas normas nos âmbitos
das escolas e dos órgãos da educação, o que pode auxiliar no alcance
de uma educação pública de qualidade.
MULTIMÍDIA
Assista à videoaula do professor Eduardo Salomão Condé, Um
pouco sobre agenda, desenho e implementação das PP´s. Ela
ajudará a compreender as políticas públicas consideradas no ciclo da sua
produção de que as várias instâncias de governo participam.
INTRODUÇÃO
A ação pedagógica que se exerce no quadro de uma instituição escolar,
assim como as políticas públicas ligadas à educação, são resultado de uma
luta de forças ou, melhor dizendo, de diferentes lutas por reconhecimento,
que podem possuir mais ou menos força dependendo do momento histórico
e político do país.
Em um Estado Democrático de Direito, a consagração política por
excelência do resultado dessas lutas é a sua explicitação em um texto
constitucional. Nesse sentido, o Direito de um pais é muito mais do que o
exercício da força legítima ou a manutenção da ordem. É a
institucionalização de sua história, é a forma legítima de expressão dos
interesses e valores de uma comunidade que pode se organizar politicamente
e mobilizar recursos materiais e simbólicos capazes de transformar seus
anseios em normas que devem ser intersubjetivamente compartilhadas
((Nesse sentido, ver Habermas (1996) e Dworkin (1991).) .
DIREITO COMO CIÊNCIA INTERPRETATIVA
Mais que isso, se questiona o que seria o Direito, responder-se-ia a tal
questionamento afirmando-se que ele é uma prática interpretativa. O Direito
não é a lei, a decisão judicial e o processo regulatório em si, decerto, é a
prática de interpretar os comandos legais e traduzi-los, de forma a dar um
propósito à norma e ao processo regulatório. Em verdade, o Direito não é
uma ciência exata por meio da qual se responde a critérios objetivos e
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 01: POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
6
imparciais, em uma relação de causa e efeito. O Direito é uma ciência
interpretativa.
Diante de conflitos sociais ou de demandas regulatórias, tal área vem
atuar de forma a construir e a reconstruir conceitos normativos, os quais
derivam dos valores compartilhados por uma determinada comunidade. A
personificação desses valores nessa comunidade revela a natureza moral e
político-institucional que dá alicerce ao Direito. Em razão disso, verifica-se
uma profunda interação entre o nível de moralidade de uma sociedade, o
amadurecimento político de um Estado e o processo de criação e aplicação
do Direito.
AMPLIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
O caminho dessa área segue, portanto, o processo de amadurecimento
de um país. Em se tratando do Estado Democrático de Direito, ele deve
seguir a direção da inclusão social e da ampliação da participação política.
Ampliação não só do número de participantes efetivos, mas também das
formas de participação.
A educação é um requisito essencial para a participação política bem
sucedida, mas também é, ela mesma, o objeto de lutas sociais cujos
resultados são institucionalizados em textos normativos.
A NORMATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
A história da normatização da educação em nosso país começa com a
independência política. Aqui começa a construção do nosso Estado de
Direito, assim como as primeiras definições - ainda muito prematuras e
discutíveis, dada à posição de periferia comandada politicamente por uma
elite agrária - sobre os rumos da nação. Antes da quebra do estatuto colonial,
apenas uma minoria de donos de terra tinha acesso à educação. Esta era
quase completamente escolástica, ministrada por jesuíta e alheia à realidade
social. Tratava-se de uma educação literária que não objetivava um preparo
técnico ou político. Era um importante signo de distinção social, mas não
tinha nenhuma outra função além dessa.
A independência e as mudanças econômicas e políticas delas advindas,
como a formação de uma camada social intermediária formada por
comerciantes e funcionários da burocracia estatal, elevou o Brasil a um novo
patamar de importância social. A independência política possibilitou a
organização de um Estado Nacional, com braços burocráticos e políticas
econômicas essenciais à sustentação do capitalismo. O mundo do Estado e
mercado modernos é aquele dominado por relações de impessoalidade.
Nesse sentido, a posição social deixava de estar necessariamente ligada a
questões tradicionais, tais como títulos nobiliárquicos ou nome familiar, e
passava a ser determinada por critérios modernos, ligados a princípios de
meritocracia. A educação, nesse contexto, passa a ser um grande
instrumento de mobilidade social.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
7
Saiba mais...
Como nos lembra Carlos Roberto Jamil Cury (2002), a inserção
de um direito no código legal de um país não acontece da noite para o
dia. O direito à educação escolar nas sociedades modernas inscreve-se
em um contexto amplo de afirmação de direitos de cidadania, que
adquire novos contornos a partir do processo de democratização das
sociedades.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
Apesar da mudança quanto ao significado social da educação, ela
continuava a ser, de fato, um privilégio para poucos. O Ato Adicional de 1834
tornou responsabilidade das províncias a regulamentação e a promoção da
educação primária e secundária. No entanto, a sua falta de recursos
impossibilitou a criação de uma rede organizada de escolas. A consequência
foi que o ensino, sobretudo o secundário, acabou ficando nas mãos da
iniciativa privada, enquanto o primário foi entregue praticamente ao
abandono.
A Constituição da República de 1891, ao determinar que aos
estados coubesse a educação primária e profissional, e à União, a
educação secundária e superior, consolidou e consagrou a desigualdade
entre esses dois níveis educacionais, pois a arrecadação dos estados era
parca e eles não priorizaram a educacão (FREITAS, 2008).
CURIOSIDADE
Saiba mais...
Uma referência importante na história da educação brasileira é a
criação do Colégio Pedro II, em 1837. Constituiu-se em um marco para o
projeto civilizatório do Império, servindo como modelo para a instrução
secundária da época. Ainda hoje ocupa importante lugar na estrutura
educacional brasileira. Clique aqui [3] e assista ao vídeo sobre a história
do Colégio.
Clique aqui (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.) e veja o quadro comparativo das constituições
8
brasileiras que antecederam a Constituição da República vigente,
promulgada em outubro de 1988.
O CAPITALISMO INDUSTRIAL
A revolução modernizadora da década de 1930 intensificou o processo
que teve início com a independência política do país. A implantação do
capitalismo industrial e a consequente e necessária urbanização muda a
demanda por educação. O modelo econômico em consolidação forçou a
mudança de um perfil social ainda fortemente influenciado pelo mundo
rural. A sociedade burguesa, fundada em um ordem social competitiva e em
um fator de diferenciação social, dissemina-se com força a partir da década
de 1930, tendo como foco principal o mercado e a sua lógica.
Nesse contexto, a crescente necessidade por recursos humanos para
ocupar funções nos setores secundários e terciários da economia força uma
mudança significativa no que se refere à alfabetização e à qualificação da
população, as quais passaram a ser uma reivindicação da própria economia
de mercado.
A partir de então, o Estado teve que, inevitavelmente, ampliar a oferta
de educação. Desse modo, a demanda social por educação foi o fator
responsável pela expansão quantitativa do ensino. Ela se deu em limites
muito estreitos, ainda que seja significativamente grande se comparado ao
período anterior. Enquanto em 1920 a taxa de escolarização da faixa etária
de 5 a 19 anos era de 9%, em 1940, ela já era de 21,43%, subindo para 53,72%
em 1970 (ROMANELLI, 2005).
CURIOSIDADE
Saiba mais...
No contexto das mudanças ocorridas na primeira metade do século
passado é importante destacar a Reforma Francisco Campos, de 1931, e as
Leis Orgânicas do Ensino, de 1940. Tais reformas criaram as bases para a
elaboração da primeira lei de diretrizes e bases da educação nacional, de
1961, organizando a educação nacional nos termos que levaram à
constituição do sistema vigente. As mudanças ocorridas nesse período,
além disso, tiveram forte influência do Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova, de 1932, que é também um documento fundamental
para compreender a legislação educacional do período. Clique aqui [4]
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) e confira os
principais textos da legislação educacional mencionados.
EXPANSÃO ECONÔMICA
Na década de 1960, (No filme “Central do Brasil”, a personagem Dora
(Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos. Nos relatos que ela
ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e fascinante, um verdadeira
panorama da população migrante.) a demanda por educação teve uma
repentina explosão. Havia a necessidade não só do aumento de vagas, mas da
mudança no perfil do ensino, para que este atendesse mais adequadamente
às exigências da expansão econômica. Além disso, há nessa época um grande
9
aumento de oportunidades para as classes médias no setor privado da
economia e também no setor público, os quais exigem uma qualificação
formal, escolar.
Esse fato, segundo Otaíza Romanelli (2005), fez com que a educação se
tornasse a grande reivindicação das classes médias desse período. Prova
disso é o fato de a expansão do ensino entre 1964 e 1968 ter se concentrado
no Ensino Médio: enquanto o Ensino Fundamental contabilizou um
crescimento na matrícula de 16%, o médio chegou a 69% no mesmo período.
Sabe-se que a expansão quantitativa não veio na mesma proporção da
qualitativa e a necessidade de educação pública em massa foi satisfeita em
termos mais formais do que substantivos, já que, até hoje, apesar de os níveis
de alfabetização terem aumentado significativamente nas últimas décadas,
15,2 milhões de pessoas com idade superior a nove anos ainda foram
consideradas analfabetas em 2004. O analfabetismo ainda é alto entre a
população adulta (13,6 milhões), particularmente nas áreas rurais, no
Nordeste (8,3 milhões) e entre afrodescendentes (18,2% da população
afrodescendente, em 2001, segundo o Ministério da Educação) (UNESCO,
2010).
CURIOSIDADE
Saiba mais...
Na segunda metade do século passado temos importantes marcos
legislativos na educação brasileira. Clique nos links abaixo e confira as
principais leis da educação do período, com as respectivas modificações.
• a Lei 4.026, de 1961 [5], primeira lei de diretrizes e bases da
educação nacional.
• a Lei 5.540, de 1968 [6], que normatiza o ensino superior.
• a Lei 5.692, de 1971 [7], estabelece as diretrizes e bases para o
ensino de 1o e 2o graus.
DICA
O artigo As políticas educacionais no Brasil (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.) da professora
Rosimar de Fátima Oliveira aborda essa temática.
CONTRIBUIÇÃO
O enfoque da relação entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB nº 9394/96) e a democracia no Brasil é debatido no áudio
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional do professor Carlos
Roberto Jamil Cury.
RETOMANDO O ASSUNTO
10
A evolução da legislação em educação é estritamente vinculada aos
movimentos da sociedade ligados à demanda por educação, seja no que se
refere àquelas do sistema econômico seja no que atine àquelas por direitos
sociais. A consagração mais acabada da luta histórica pela educação explicita
-se na Constituição Federal de 1988. Nela estão os direcionamentos técnico-
jurídicos basilares e os princípios morais que fundam o direito à educação no
Estado Democrático de Direito. Essa Constituição marca uma transição
fundamental em várias áreas da sociedade. Trata-se de uma carta
constitucional bastante ampla (e, muitas vezes, por isso criticada) que
abarcou diferentes orientações ideológicas. Por isso, princípios liberais
convivem com um forte conteúdo social.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
A tarefa de concretização da Constituição, portanto, implica um
trabalho cotidiano de interpretação das suas normas. Trabalho que
está a cargo não só do Judiciário, mas também do Executivo, do
Legislativo e da sociedade civil.
LEITURA COMPLEMENTAR
Entretanto, conhecer o texto da norma também é de suma
importância para que você possa, então, compreendê-la e interpretá-la
como propõem os autores aqui trabalhados. Por isso, disponibilizamos o
link para alguma delas que, nesse momento, se fazem mais relevantes.
Fazer link com esses endereços
• CF 88, ARTIGOS 205 a 214 [10]
• Lei de diretrizes e bases da educação Nacional 9394/96 [11]
• FUNDEB [12]
FÓRUM
Disponibilizamos o fórum “Tira dúvidas”, para esclarecimentos. Este
ficará disponibilizado durante todo o curso.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer3. http://www.youtube.com/watch?v=uvrstgYhELs4. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf5. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4024.htm6. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540.htm7. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm8. http://www.adobe.com/go/getflashplayer9. http://www.adobe.com/go/getflashplayer10. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm12. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11494.htm
11
TÓPICO 01: AVALIAÇÃO INTERNA DA APRENDIZAGEM
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
O tema da avaliação vem ganhando cada vez mais espaço nas
discussões no campo da educação. Este segundo módulo será dedicado
ao estudo do referido tema. Iniciaremos a nossa reflexão na história da
avaliação, em especial na experiência brasileira.
PARADA OBRIGATÓRIA
O texto Avaliação educacional em grande escala: a
experiência brasileira (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.), do professor Luís Fajardo, traz elementos
para essa primeira abordagem.
AVALIAÇÃO INTERNA DE APRENDIZAGEM
Para começo de conversa
Para você, o que é avaliar? Qual é o papel da avaliação na sua prática
cotidiana? Como você avalia a aprendizagem de seus alunos?
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
O que é avaliar?
Se pensarmos no significado do dicionário, encontraremos
verificar, conferir, diagnosticar, entre outros. Em nossa prática
docente, precisamos ampliar esse conceito e refletir sobre a
importância da avaliação como um processo que se constrói no dia a
dia.
Qual é o papel da avaliação na sua prática cotidiana?
Alguns estudiosos compreendem a avaliação da seguinte forma:
“uma análise crítica permanente da prática pedagógica, possibilitando a
leitura e a compreensão de seu desenvolvimento. Constitui o ponto de
partida para a tomada de decisões de aperfeiçoamento dessa prática. A
avaliação antecede, acompanha e encerra provisoriamente o ciclo de um
trabalho pedagógico” (AZZI, 2008, p.127).
"é julgar ou fazer apreciação sobre algo ou alguém, emitindo juízos de
valor, tendo-se como referência uma determinada escala de valores. Para
avaliar a aprendizagem dos alunos, os professores devem, portanto, coletar
dados quantitativos e qualitativos e interpretá-los com base em critérios
previamente definidos" (SOUSA, 2008, p.130).
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 02: AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
13
REFLEXÃO
Diante disso, qual é o seu olhar sobre a avaliação na sua prática
cotidiana?
AVALIAÇÃO INTERNA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Aquela voltada para a verificação da aprendizagem dos alunos e que se
realiza através de provas e exercícios, ao longo das etapas ou ciclos da
educação escolar.
AVALIAÇÃO EXTERNA DE DESEMPENHO
Aquela voltada para a verificação da qualidade do sistema educacional,
aplicada em larga escala, realizada por agente externo à escola por meio de
provas e questionários socioeconômicos.
AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA
“Constitui-se em um levantamento das capacidades dos estudantes em
relação aos conteúdos a serem abordados. Com essa avaliação, busca-se
identificar as aptidões iniciais, necessidades e interesses dos estudantes
com vistas a determinar os conteúdos e as estratégias de ensino mais
adequadas” (GIL, 2006, p. 247).
COMO VOCÊ AVALIA A APRENDIZAGEM DE SEUS ALUNOS?
Pensar e repensar a nossa prática é muito importante. Afinal, estamos
em um constante processo de aprendizagem. Podemos refletir sobre a
avaliação a partir das suas duas dimensões:
Entenda melhor sobre essas dimensões no próximo tópico.
O quadro abaixo ilustra como você avalia a aprendizagem de seus
alunos.
Inúmeras foram as proposições apresentadas, nos últimos anos, para a
realização da avaliação. Dentre elas, destacamos avaliação diagnostica, a
formativa e a somativa.
14
AVALIAÇÃO FORMATIVA
“É toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, ou
melhor, que participa de regulações das aprendizagens e do
desenvolvimento no sentido de um projeto educativo. Assim, a avaliação
formativa implica em um novo contrato didático, pois envolve,
principalmente, as ações pedagógicas desenvolvidas pelos
professores” (PERRENOUD, 1999, p. 103).
AVALIAÇÃO SOMATIVA
“Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de
uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o
alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço
somatório de uma ou várias sequencias de um trabalho de formação e pode
ser realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em
consideração vários balanços parciais” (GIL, 2006, p. 248).
Nesta nossa primeira aula, vamos trabalhar com a avaliação
formativa.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA
Possibilita tecer indicações sobre os avanços e as dificuldades que acontecem ao longo do processo da aprendizagem.
Permite ao professor compreender os caminhos percorridos pelo aluno para que sejam adotadas novas propostas de ação.
Contrapõe-se aos métodos tradicionais de avaliação - aqueles que, através de provas e exercícios, consideram apenas o mérito do aluno.
Busca procedimentos presentes em uma ação avaliativa seguindo alguns critérios como:
* Discussão e definição coletiva sobre o que é e para quê serve a avaliação;
* Definição dos instrumentos a serem utilizados: provas objetivas, provas operatórias, observação e registro, autoavaliação, dentre outros;
* Definição das formas mais adequadas de registro dos resultados.
FINALIZANDO ESSA PRIMEIRA CONVERSA...
É importante destacar que o desempenho do aluno não é consequência
apenas da sua condição social. Ele pode ser influenciado, mas não
determinado por ela.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Aprender é constituir uma compreensão do mundo, da realidade
social e humana, de nós mesmos e de nossa relação com tudo isso
(GOUVEIA et al, 2012, p. 11).
REFERÊNCIAS
15
AZZI, Sandra. Planejamento, avaliação e reforço de aprendizagem no
1o ciclo. In: AZZI, Sandra et al. Módulo de formação básica - Unidade
4 - Infância, p. 123-140, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas,
2006.
GOUVEIA et al. Guia de estudos - Formação de profissionais da
educação pública. CAEd/UFJF, 2012.
PERRENOUD, PHILLIPE. Avaliação da excelência à regulação das
aprendizagens - Entre suas lógicas. Tradução: Patrícia Chittoni
Ramos. Porto Alegre: Ártmed, 1999.
SOUSA, José Vieira de. Planejamento, avaliação e reforço de
aprendizagem no 2o ciclo do Ensino Fundamental. In: TEIXEIRA,
Beatriz de Basto et al. Módulo de formação básica - Unidade 5 -
Adolescência, p. 115-138, 2008.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Curso de Formação de Gestores
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
16
TÓPICO 02: AVALIAÇÃO EXTERNA DE DESEMPENHO
INTRODUÇÃO
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Nesta semana, vamos nos dedicar a compreender melhor, a partir
dos materiais disponibilizados, um pouco mais sobre avaliação externa
de desempenho ou em larga escala. Precisamos entender que a
avaliação externa visa assegurar uma escola de qualidade que
corresponda aos anseios da sociedade.
OBJETIVOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS
Melhorar a qualidade da educação, a partir das informações geradas por seus resultados, o que auxilia nas ações pedagógicas e no estabelecimento de metas a serem alcançadas.
Auxiliar os gestores na alocação e administração de recursos técnicos e financeiros.
A partir das avaliações externas, os gestores educacionais podem
mobilizar:
o planejamento, o acompanhamento e a regulação do sistema educacional;
a prestação de contas à sociedade;
a implementação e o monitoramento das políticas educacionais.
CURIOSIDADE
Para saber mais... 8 mitos sobre as avaliações externas
A pesquisa “A avaliação externa como instrumento de gestão
educacional nos estados”, realizada pela Fundação Victor Civita e
coordenada por Nigel Brooke, professor convidado da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca, entre outros pontos, algumas
distorções em torno dos resultados alcançados pelas avaliações. Acesse
aqui [2] a análise dos oito mitos sobre avaliações externas realizada a
partir dos dados coletados na pesquisa.
AVALIAÇÕES EXTERNAS: FORMAS E OBJETIVOS
As avaliações externas em larga escala podem assumir diferentes formas
em função dos seus objetivos variados. Dentre eles, destacam-se:
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 02: AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
17
AUTOAVALIAÇÃO
Permite uma comparação entre os pares, por meio do qual o individuo
pode conhecer a sua posição relativa entre os participantes do exame. O
ENEM constitui um exemplo de avaliação com esses objetivos.
CERTIFICAÇÃO
Permite aos sistemas de ensino, pelos exames supletivos, certificar a
conclusão do Ensino Fundamental e Médio. Com esse objetivo, o Inep
mantém o ENNCEJA.
CREDENCIAMENTO OU SELEÇÃO
Visa selecionar candidatos para a ocupação de vagas no mercado de
trabalho ou no Ensino Superior, tais como exames praticados nos
concursos públicos e nos vestibulares. O ENEM tem cumprido essa função
de selecionar candidatos para o preenchimento de vagas em instituições de
Ensino Superior.
DIAGNÓSTICO
Realiza o diagnóstico dos sistemas de ensino, de programas ou do
próprio aluno, fornecendo informações aos gestores, diretores e
professores sobre o desempenho dos alunos das escolas e sistemas de
ensino. Além disso, avalia políticas e práticas educacionais.
RENDIÇÃO DE CONTAS
Permite a ampla divulgação dos resultados das avaliações para que a
sociedade tome conhecimento e possa participar ativamente na melhoria
dos processos em avaliação.
O que cai nas provas?
- Prova Brasil e Saeb são avaliações elaboradas a partir de matrizes de
referência.
- Matrizes de Referência baseiam-se em:
- PCNs;
- propostas curriculares dos estados e de alguns municípios;
- consulta aos professores das redes municipal, estadual e privada;
- exame de livros didáticos mais utilizados nas mesmas redes e séries.
MATRIZ DE REFERÊNCIA
As matrizes da Prova Brasil e Saeb não englobam todo o currículo
escolar e não podem ser confundidas com procedimentos, estratégias de
ensino ou orientações metodológicas, pois um recorte é feito com base
naquilo que pode ser aferido.
LEITURA COMPLEMENTAR
Clique aqui para ver um exemplo de uma Matriz de Referência.
DESCRITORES E HABILIDADES
18
Para se medir os itens das provas, parte-se dos conteúdos associados às competências e habilidades desejáveis para cada série e para cada disciplina.
Esses conteúdos foram subdivididos em partes menores denominadas descritores, os quais traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelos alunos.
Os descritores especificam o que cada habilidade implica e são utilizados como base para a construção dos itens dos testes das diferentes disciplinas.
LEITURA COMPLEMENTAR
Clique aqui [3] para ter acesso às Matrizes de Referência do
SPAECE.
COMO INTERPRETAR OS RESULTADOS DO SAEB/PROVA BRASIL?
Para interpretar os resultados do SAEB/Prova Brasil, é preciso observar
o desempenho de sua escola, município ou estado na Escala de Proficiência
do SAEB. Com base nas escalas de proficiência, é possível observar as
habilidades que são agregadas pelo conjunto de estudantes da escola ou rede
no decorrer da trajetória escolar.
CURIOSIDADE
Para saber mais [4]... Como interpretar os resultados da Prova
Brasil
SOBRE A ESCALA DE PROFICIÊNCIA
É um instrumento utilizado para a classificação dos alunos em função do desempenho alcançado nas provas.
Os pontos dessa escala são arbitrários e descrevem os conteúdos e habilidades que os alunos dominam quando posicionados em determinado ponto da escala.
Aplicando itens comuns entre as séries, e pela equalização das escalas de cada disciplina entre as séries, obtém-se uma escala comum para cada disciplina (POLON, 2010).
Para acessar as escalas de proficiência da Prova Brasil e SAEb, clique aqui [5]
19
IDEB - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PARADA OBRIGATÓRIA
Áudio do professor Wagner Rezende, que discute sobre a criação e a
importância do IDEB.
O QUE É O IDEB?
É um indicador de qualidade educacional que combina informações de
desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou SAEB) - obtido pelos
estudantes ao final das etapas de ensino - com informações sobre
rendimento escolar (aprovação).
OBSERVAÇÃO
COMO ESSE INDICE É CONSTRUÍDO?
É calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos pelo
Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep - o Saeb
para as unidades da federação e para o país e a Prova Brasil para os
municípios.
FATORES ASSOCIADOS AOS RESULTADOS
Condições socioculturais verificadas por questionários contextuais.
Modo de organização administrativa e pedagógica.
Cotidiano dos jovens e localização geográfica.
Infraestrutura e os equipamentos.
Professores e equipe de direção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
20
EFICÁCIA
Redução das desigualdades entre as escolas;
EQUIDADE
Redução das desigualdades intraescolares.
Avaliação não apenas como um modo de medir conhecimentos, mas
como um instrumento de melhoria da educação. A qualidade da educação,
um dos desafios da avaliação em larga escala no Brasil, depende da:
LEITURA COMPLEMENTAR
O tema dos indicadores educacionais é abordado de forma prática nas
reportagens do Jornal Gestor Nota 10!
FÓRUM
Estudo de Caso 1 – Legislação, Políticas e Avaliação
Educacional
Clique aqui (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.) para ler o Estudo de caso 1 e discuta com seus colegas e
tutor, sobre a situação abordada.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer2. http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/8-mitos-testes-aprendizagem-larga-escala-643599.shtml3. http://www.spaece.caedufjf.net/spaece-inst/inicio.faces4. http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/como-interpretar-resultados-prova-brasil-467339.shtml5. http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/escalas-da-prova-brasil-e-saeb16. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Curso de Formação de Gestores
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
21
TÓPICO 01: DA SALA DE AULA À COMUNIDADE EDUCATIVA: AS NOVAS FUNÇÕES DO GESTOR
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Neste módulo, trataremos de uma linha de pesquisa denominada
“Escola Eficaz” e a sua relação direta com a gestão da escola,
procurando responder aos seguintes questionamentos:
• Quais características da escola podem interferir no desempenho
dos alunos?
• Quais decisões da equipe pedagógica envolvem o
aprimoramento da gestão da escola e o aumento dos níveis de
qualidade e equidade escolar?
• Qual deve ser o foco de uma gestão democrática que vise a uma
aprendizagem de qualidade?
PARADA OBRIGATÓRIA
O artigo Características da gestão escolar promotoras de
sucesso (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.), da professora Alícia Bonamino, e a videoaula Gestão eficaz
da escola, da professora Thelma Polon, trazem elementos sobre as
pesquisas relacionadas à gestão eficaz da escola.
Quando tratamos desse tema, não podemos deixar de pensar nos
princípios da gestão democrática. Sob essa perspectiva, a relação
comunidade/família/escola não pode ficar de fora dos nossos estudos.
PARADA OBRIGATÓRIA
No texto Pergunte ao autor: A Relação Família-Escola na
contemporaneidade (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.) e na aula Da sala de aula à comunidade
educativa abordaremos a gestão relacional como forma de compreender
melhor as interações entre as duas principais instituições de socialização
infanto-juvenil: escola e família e as novas funções que se impõem ao
gestor escolar.
INTRODUÇÃO
Por volta de 1960 (portanto, há quase 50 anos!), Anísio Teixeira
publicou um artigo no qual se referia a um profissional a quem poderíamos
chamar de Professor com “P” maiúsculo. Segundo ele, tal professor realizava
três funções primordiais para a educação:
Ensinava
Orientava os Alunos
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 03: POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
22
Organizava os espaços e os tempos de aprendizagem.
Não teríamos tempo, aqui e agora, de entrar nos detalhes sobre o porquê
dessa transformação, mas Anísio apontava para o fato de que, a partir da
implantação de uma escola pública acessível à maioria da população, a
qualidade do magistério tenderia a “piorar”, uma vez que se teria que buscar
docentes nos setores mais humildes da população (para dar conta do imenso
contingente a ser escolarizado), que, como sabemos, sequer tinham acesso à
educação naquela época, o que dirá uma educação de qualidade.
DICA
Para quem se interessar, os textos de Anísio Teixeira estão disponíveis
na Biblioteca Virtual Anísio Teixeira, especialmente Que é Administração
Escolar? e Por que especialistas de educação?
"ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO"
Para atender à previsão quanto à queda da qualidade do ensino, Anísio
enfatizava a importância dos “Especialistas em Educação”, funções nascentes
como decorrência da criação dos cursos de Pedagogia e suas habilitações
profissionais, que ajudariam aos Professores na retomada daquelas tarefas.
Assim,
O ato de ensinar passaria a ser competência a ser desenvolvida nos professores pelos profissionais da supervisão pedagógica;
A orientação dos alunos ficaria a cargo do serviço de orientação educacional;
A organização dos espaços e dos tempos de aprendizagem seria tarefa do administrador escolar.
Essa proposta chegou a vigorar por alguns anos, criando a divisão do
trabalho no interior das escolas, o que se tornou alvo de crítica dentre os
teóricos da educação ao longo dos anos 1970 e 1980.
GENERALISTAS
A partir da década de 1990, tomam força em diversas áreas profissionais
os chamados generalistas, isto é, profissionais que estavam para além dos
especialistas dos anos 1960 e 1970.
Na educação, estas ideias tomam força e surgem os cursos de Pedagogia
com uma formação mais ampla, com menos ênfase nas especialidades
(supervisão, orientação e administração) e maior atenção a uma formação
geral.
Essa formação permite, então, que, ao final do curso de Pedagogia, o
aluno assuma funções como Professor das séries iniciais do Ensino
Fundamental ou da Educação Infantil, assim como na Pedagogia em
instituições não escolares e na gestão de processos educativos em geral.
23
PERSPECTIVA DO CONFLITO FUNCIONAL
Entende que a relação entre os meios e os fins, em uma organização, é
uma relação em conflito funcional. Como consequência, entende que o
administrativo e o pedagógico estarão em permanente conflito nas
organizações escolares. Esse modo de pensar retira do Professor toda e
qualquer iniciativa que tenha a ver com a gestão, por entender que isso não
é tarefa sua (já que deve se preocupar com os fins da educação), devendo
haver profissionais que se preocupem com essas atividades (que são meio
para que o seu trabalho aconteça).
PERSPECTIVA DE INTERCONEXÃO
Discute a relação entre o administrativo e o pedagógico na vertente de
interconexão, ou seja, o pedagógico na escola como razão de ser da
administração escolar. Traduz-se em uma mistura em que todos fazem
tudo... Não é difícil imaginar onde as coisas podem chegar com a gestão
trabalhada desse modo...
PERSPECTIVAMULTIRREFERENCIAL
Discute a relação entre o administrativo e o pedagógico em uma
vertente multirreferencial. Ao considerar a lógica do administrativo
diferente da lógica do pedagógico, concebe uma relação de coexistência.
O ponto de partida para a abordagem multirreferencial é assumir
plenamente a hipótese de complexidade da realidade analisada, propondo
uma leitura plural da ação educativa, sob diferentes pontos de vista, que
implicam visões especificas, em função de sistemas de referências
distintos, reconhecidos explicitamente como não-redutíveis uns aos outros,
ou seja, heterogêneos.
Na verdade, parte-se do pressuposto de que a educação ocorre nas
relações que se estabelecem no interior da instituição. Por esse motivo,
considera-se que o sucesso do espetáculo da educação, sob o aspecto
das relações institucionais, depende de um novo olhar em que o
administrativo e o pedagógico mantêm as suas especificidades as suas
diferenças, se veem como diferentes e se enriquecem nessas
diferenças!
Nesse contexto, que é novo tanto para os profissionais quanto para a
escola, para os alunos e as suas famílias, vai se apresentar o fenômeno da
gestão. Esta deixa de ser tarefa específica de um determinado profissional do
processo educativo e passa a ser tarefa de todos, desde o portão da escola,
passando pela sala de aula e chegando até a comunidade que circunda a
escola, na qual se encontram as famílias dos seus alunos.
AS RELAÇÕES ENTRE AS TEORIAS DE GESTÃO E SUA APLICAÇÃO NA ESCOLA
Abaixo, três perspectivas:
SÍNTESE DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DAS TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DAGESTÃO
De um modo geral, há uma espécie de unanimidade entre as abordagens
clássicas da administração no que se refere às funções do gestor:
24
Planejar/prever.
Organizar/desenvolver.
Coordenar/controlar.
Avaliar.
É importante destacar, ainda, que no caso específico da gestão escolar,
uma quinta função se apresenta cada vez mais fortemente ao gestor, que é a
formação continuada da equipe com a qual trabalha, além da sua própria
formação permanente. Esse fato é de simples constatação, bastando, para
isso, verificar, por exemplo, os currículos e programas dos cursos de
formação em Administração Escolar, em seus diversos níveis, assim como os
índices remissivos de livros sobre o tema. Por se tratar de uma função nova,
optamos por discuti-la junto aos novos olhares e às novas contribuições.
É importante recordar que a história do pensamento administrativo
passou por várias etapas, algumas mais atentas à dinâmica interna das
instituições, outras abrindo-se ao que se passa ao seu redor.
Como não poderia deixar de ser, no instante em que se abrem para o
ambiente em que atuam, as organizações não apenas têm oportunidade de
melhor responder às necessidades para as quais foram criadas, como se
deixam penetrar por contribuições desse mesmo ambiente. Foi o que ocorreu
com algumas organizações que assumiram, junto às contribuições da Teoria
Geral da Administração, aquelas trazidas por outras disciplinas e campos do
conhecimento, dentre as quais destacamos a Sociologia do Trabalho.
As teorias do engenheiro norte-americano Frederik W. Taylor, como
exemplo de pensamento administrativo, sugeriam uma maior divisão do
trabalho de modo que o trabalhador realizasse tarefas cada vez mais
especializadas e repetitivas.
CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE
Além das contribuições das teorias administrativas e da Sociologia do
Trabalho, algumas organizações decidiram se valer das contribuições da
Psicanálise. Como profissionais dessa área, Cardoso e Cunha (1993, p. 17)
introduzem, na análise das organizações, a discussão dos processos
inconscientes e da vida pulsional:
Toda organização tem um conteúdo manifesto que se expressa em todos
os fenômenos apontados pelas diversas teorias: divisão de trabalho,
hierarquia, autoridade, racionalidades de produção, interações interpessoais,
conflitos, etc. Este conteúdo manifesto é suportado e determinado por um
conteúdo latente - tanto desconhecido quanto censurado - que se constitui
pela interação das forças de criação e destruição, próprias da natureza
humana: os movimentos pulsionais de vida e morte. (op. cit: p. 17)
Assim, buscando integrar as contribuições da Sociologia e da Psicologia
Social, a Psicossociologia nos permite a construção de um referencial
analítico que possibilita decodificar e descrever a complexidade das
organizações a partir de relações dialéticas entre os diversos elementos e
fenômenos que as constituem, o que torna inevitável que os movimentos
“desejantes”, embora tenham espaço de realização na organização, sejam
25
também, e ao mesmo tempo, confrontados com limites, frustrações e
impedimentos. A expressão desses movimentos, os choques conflitivos e o
esforço por mascarar as contradições fazem o dia a dia das organizações (op.
cit: p.48).
A GESTÃO NESSA NOVA PERSPECTIVA
0 que se evidencia nas práticas contemporâneas de gestão, em especial
no espaço da escola, é uma preocupação muito maior com as relações e
contatos que mantêm o funcionamento da organização que com as funções
tradicionalmente a ela atribuídas de planejar, desenvolver, controlar e
avaliar.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Segundo Cardoso e Cunha (1993, p. 17), o gestor atual, mais do
que o domínio técnico da sua área, apresenta capacidades e
conhecimentos que permitem caracterizá-lo como um
especialista em resultados, em mudanças e em gente.
Ser especialista em resultados é mais do que garantir o cumprimento de
metas quantificáveis, na medida em que visa aproximar as ações
institucionais daquilo que são as suas finalidades expressas, na perspectiva
da coerência entre meios e fins.
ESPECIALIZAÇÃO EM GENTE
A atenção às mudanças se expressa na capacidade de ler e interpretar os
sinais do seu tempo, com vistas a possibilidades futuras, preparando-se
proativamente e preparando a instituição para responder rapidamente às
necessidades que as transformações do meio provocam nas pessoas.
Por fim, a especialização em gente consiste em compreender os vínculos
que constituem as redes de relacionamento, pois são esses vínculos que
constituem os pontos de apoio para a ação dos indivíduos, dos grupos e da
própria instituição.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Assim, sem desconsiderar as atividades específicas das teorias
clássicas da administração (planejar, desenvolver, controlar e avaliar),
podemos perceber, na ação gestora contemporânea, novos papéis,
quais sejam os de articular, mediar, coordenar e capacitar.
CLIMA INSTITUCIONAL
A articulação refere-se aos contatos que o gestor promove dentro e fora
da organização, mantendo-se a par de todas as informações necessárias à
coerente articulação entre os meios e os fins institucionais. No caso
específico da gestão escolar, a participação em grupos de estudo e discussão,
associações de classe e outras iniciativas do gênero (tanto no interior da
organização quanto no ambiente externo) tem se mostrado um modo
habitual e eficaz para isso.
26
REPRESENTAÇÃO
O gestor negocia, simultaneamente, a partir de dois lugares diferentes:
como representante da mantenedora junto ao restante da instituição e
como representante da instituição junto à mantenedora.
O exercício desta função exige uma legitimidade que é construída na
tensão entre o poder e a autoridade que lhe são conferidos (pelo menos,
formalmente) pela mantenedora e a liderança que lhe é conferida pelo
restante da instituição.
AUTORIDADE
O gestor usa de sua autoridade no sentido de fazer crescer, não se
confundindo, em qualquer momento, com autoritarismo ou exercício
ilimitado de poder. Refere-se, na perspectiva aqui adotada, às práticas
gestoras que fazem crescer as pessoas, os grupos e a própria instituição, a
partir do lugar de autoridade de quem as executa, ainda que, muitas vezes,
tais práticas não sejam compreendidas nem dentro nem fora da escola.
Esse caráter articulador permite que o trabalho da gestão se volte para a
promoção de ações capazes de conciliar as necessidades dos sujeitos, dos
grupos e das organizações, o que propiciaria um clima institucional
favorecedor de satisfação pessoal aliada a bons resultados.
MEDIAÇÃO DE INTERESSES
O clima institucional, porém, encontra-se permanentemente
influenciado pelos conflitos cotidianos, cuja mediação também é trabalho do
gestor. No caso da escola, é grande a quantidade e a diversidade dos conflitos
provocados pelas diferenças que nela convivem diariamente, muitas vezes
divergentes nos pequenos detalhes, ainda que comungando dos mesmos
princípios e fins. É assim que a gestão busca mediar os interesses da
comunidade em que a escola se insere dos pais e alunos, dos professores e
funcionários, dos mantenedores (públicos ou privados) etc.
Segundo Cardoso e Cunha (op. cit., p.26-27), a mediação deve atuar na
permanente tensão entre duas funções:
REFLEXÃO PERMAMENTE
A coordenação refere-se à criação de um clima de cooperação,
solidariedade e corresponsabilidade. No caso da gestão escolar, fica evidente
a importância desse papel, que se articula aos anteriores, de modo complexo
e interrelacional, incapaz de ser decomposto na prática. Sua apresentação de
modo separado, como aqui o fazemos, tem apenas a função didática de
permitir-nos maior aproximação do fato, ainda que sob o risco de um
simplismo que toda didatização comporta.
Nesse sentido, a capacitação nos remete aos movimentos através dos
quais o gestor transforma cada atividade cotidiana em espaço de formação
permanente. Mais do que uma atividade de formação continuada de
natureza formal e separada do cotidiano, tais como cursos, seminários e
congressos, referimo-nos, aqui, à permanente reflexão sobre as práticas,
27
SABER O PORQUÊ
Saber o porquê daquilo que fazemos: o que nos motiva, o que nos
mobiliza, o que faz com que sejamos de um determinado modo e não de
outro.
SABER O PARA QUÊ
Saber o para quê das nossas ações: não repetimos burocraticamente as
nossas ações pedagógicas, mas conhecemos cada nova turma, cada novo
aluno e dirigimos as nossas ações para algo que pretendemos que ele ou ela
se torne, ajudando a construir uma sociedade que atenda a certas
exigências.
SABER O COMO
Saber que o como também é fundamental para a coerência e o sucesso
daquilo que fazemos: buscar a participação de todos, a comunicação clara
do que se busca, dos critérios de avaliação e julgamento etc.
preferencialmente em conjunto com os demais professores, capaz de uma
formação na prática e a partir dela.
RETOMANDO O ASSUNTO
É importante lembrar que tudo isso a que nos referimos ocorre, no
cotidiano da escola, em três níveis ou espaços:
na sala de aula,
no coletivo dos profissionais e
na equipe de gestão propriamente dita.
O entendimento e a aplicação dessas novas contribuições, que são as
mesmas, nos seus diferentes níveis/espaços, favorece, em muito, uma gestão
mais contemporânea e de resultados mais eficazes. Afinal, estaremos todos
vivenciando, cada um no seu nível, as mesmas dificuldades e os mesmos
acertos, o que ajuda a eliminar a fatídica frase: “Vocês dizem isso porque não
estão no meu lugar...”.
O fundamento que oferece as bases para tudo o que aqui dissemos são o
que chamaríamos de Habilidades Conceituais: Saber o porquê, saber o para
quê e o saber como:
Com certeza, não se trata de tarefa fácil... É tarefa para quem busca o
desafio, para quem é capaz do atrevimento de fazer as coisas de um outro
modo, que transforma e faz a diferença.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
A sociedade nos oferece cavernas quentes, razoavelmente
confortáveis, onde podemos nos aconchegar a outros homens, batendo
os tambores que encobrem os uivos das hienas na escuridão.
Êxtase é o ato de sair da caverna, sozinho, e contemplar a noite...
28
Peter Burke
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer4. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Curso de Formação de Gestores
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
29
TÓPICO 01: CURRÍCULO, POLÍTICAS CURRICULARES E DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Neste módulo vamos estudar alguns aspectos essenciais para o
trabalho com o currículo. O objetivo é oferecer a você elementos para
acompanhar e aprimorar os processos internos de desenvolvimento
pedagógico e organizacional da sua unidade escolar, com vistas a uma
gestão democrática.
PARADA OBRIGATÓRIA
O texto Currículo, políticas curriculares e didática na
educação básica: questões que cabe à escola enfrentar (Visite a
aula online para realizar download deste arquivo.) analisa os
conceitos de currículo e políticas curriculares na contemporaneidade.
No áudio Novas DCN´s para a educação básica ouviremos o
professor Carlos Artexes Simões, que foi diretor de Concepções e
Orientações Curriculares da Secretaria de Educação Básica SEB/MEC
quando essas atualizações foram redigidas, expressando a visão de quem
participou diretamente desse processo.
Abaixo, disponibilizamos os links para as resoluções e pareceres das
novas diretrizes.
OLHANDO DE PERTO
Para saber mais: as novas diretrizes curriculares
• Parecer CNE/CEB nº 7/10 de 9 de julho de 2010 (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica
• Resolução CNE/CEB nº 4/10 de 13 de julho de 2010 (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)
Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica
• Parecer CNE/CEB nº 11/10 de 7 de julho de 2010 (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9
anos
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES
AULA 04: GESTÃO DO CURRÍCULO
30
• Resolução CNE/CEB nº 07/10 de 14 de dezembro de 2010 (Visite a
aula online para realizar download deste arquivo.)
Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 anos
• Parecer CNE/CEB nº 05 de 04 de maio de 2011 (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
PARADA OBRIGATÓRIA
No artigo Currículo e conhecimento escolar: a escola e a
relação com o saber (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.), a autora Sonia Miranda procura conduzir
uma reflexão sobre os desafios que se encontram por trás da transmissão
dos saberes escolarizados, enfocando o seu papel enquanto gestor nessa
tarefa.
PARADA OBRIGATÓRIA
O áudio da professora Beatriz Teixeira, Currículo: considerações
gerais, faz um apanhado geral sobre o tema do currículo, ampliando a
discussão e trazendo novos elementos a esse tema.
FÓRUM
Estudo de Caso 2 - Gestão do Currículo e Gestão e Liderança
Clique aqui (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.) para ler o Estudo de caso 2 e discuta com seus colegas e
tutor, sobre a situação abordada.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Curso de Formação de Gestores
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
31