curso de pós-graduação em · assassino ou monstro? pós-graduação em “polícia e segurança...
TRANSCRIPT
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Reflexão sobre o Título
O que é ética? o que moral?
-Erroneamente a ética e a moral são apontadas como
sinônimas e não são.
-Tanto ethos (ética) como mos (costume) indicam um tipo de
comportamento propriamente humano que não é natural(...)
que é “adquirido ou conquistado por hábito”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
A palavra “moral” deriva do latim “mores”, que significa
“costume”. Aquilo que se consolidou ou se cristalizou como
sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. A moral é fruto do
padrão cultural vigente e incorpora as regras eleitas.
Em outras palavras...
A moral é o conjunto de crenças e normas que guiam e
orientam o comportamento das pessoas, individualmente ou
em grupo, numa sociedade qualquer.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Ética: é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das
noções e princípios que fundamentam a vida moral.
-Vários filósofos desde a Grécia antiga discutem sobre o significado da
ética.
- Sócrates por exemplo racionaliza a Ética e preconiza uma concepção do
bem e do mal e da virtude (como saber se uma conduta é boa ou ruim?),
Já com Platão, a Ética ganha fôlego na política a partir de uma concepção
metafísica e da sua doutrina da alma (idealista), por sua vez Aristóteles fala
do homem político, social, condenado a viver na pólis (empirista, mundo
real).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Em outras palavras, numa concepção para a nossa
modernidade...
“É a reflexão sobre a conduta moral”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Voltando ao texto...
Assunto do Texto
- “o julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann”.
Arendt ao analisar os horrores do século passado, afirmava
que os “tempos sombrios” não são novos” e “não constituem
uma raridade na história”.
- Mesmo em tempos sombrios acreditava na “iluminação”, na
possibilidade de homens e mulheres serem melhores.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Eichmann em Jerusalém (livro) é resultado de um relato sobre o processo e
o julgamento de Adolf Eichmann, realizado em Jerusalém em 1961.
-O livro desagradou a todos
Hannah Arendt considerava que Eichmann era um novo tipo de criminoso,
um hosti humani generis (inimigo do gênero humano), participante de um
novo tipo de crime: assassinatos em massa num sistema totalitário.
A partir de um novo tipo de crime surge uma nova profissão: o burocrata.
“Para um burocrata, a função que lhe é própria não é a de
responsabilidade, mas sim a de execução. Daí a reiterada afirmação
burocrática: eu só cumpro ordens”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Advogado: “sua culpa [de Eichmann] provinha de sua obediência, e a
obediência é louvada como virtude [...] ele era uma vítima, e só os líderes
mereciam punição”.
Para Arendt a personalidade de Eichmann era condicionada e obediente as
regras.
Hannah Arendt a se convencer de uma das afirmações do acusado: ele não
era um monstro. Ao contrário, era um homem comum. E o mais assustador:
tão comum quanto muitos outros.
Tese central da autora com o conceito de banalidade do mal:
“o mal se passa por normal, ocupa o espaço do comum, mas não o é”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Arendt percebeu que Eichmann se expressava por clichês, e o próprio
admitiu sua dificuldade.
“Minha única língua é o oficialês”.
Afinal, quem era o homem naquela cabine de vidro? Bom cidadão, leal,
obediente, responsável, eficiente, regular, organizado, burocrata, comum,
normal, banal, superficial, incapaz para o pensamento, acrítico,
condicionado, desolado, desagregado, deslocado, fracassado, frio, não
emotivo, calculista, vaidoso, ambicioso, medíocre, mentiroso, cínico,
pervertido, sádico, inimigo do gênero humano, encarnação do nazismo,
assassino ou monstro?