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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03
Aula Ministrada pelo Prof. Rubens Kindlmann 23/11/2017
E-mail: [email protected]
AULA 23 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO E SUAS FORMAS DE LANÇAMENTO
Continuação da aula 21...
LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO
É constatado a existência de tributo devido, sem que haja a condição material de apuração do
valor deste.
(Casos em que as declarações prestadas contenham omissão ou não mereçam fé)
Assim a fazenda arbitra um valor do tributo, em razão da omissão do contribuinte.
O fisco deve fundamentar o arbitramento do valor que vai lançar.
É uma forma de apurar o valor do tributo, que em situações excepcionais, o fisco pode valer-se
da técnica de arbitramento.
Observação: O arbitramento deve se aproximar da realidade, devendo o valor ser justificável
pela entidade fazendária.
Não é possivel a utilização do instituto da denúncia espontanea, pois, já se iniciou a fiscalização,
logo, quando o procedimento fiscalizatório já se iniciou, não se pode valer da denúncia
espontanea.
Caberia lançamento por arbitramento, caso não haja como obter as informações a fim de apurar
o valor a ser pago.
A alíquota deve ser a vigente na época do fato gerador, logo, deve ser aplicada no caso a alíquota
de 4% quando houve a sucessão.
A inadimplência não gera sonegação.
A fazenda pode fazer valer o seu crédito, porém, não pode se valer da inadimplência de tributo
da empresa para atingir o patrimônio dos sócios.
Para ocorrer o redirecionamento ao sócio deve ter se caracterizado as hipóteses do art. 135 do
CTN e não o mero inadimplemento.
Implicações:
Ocorrendo o lançamento, não se pode valer da denúncia espontânea. Podendo ser cobrado a
multa moratória e juros
1 – Garantias
Para garantir o resultado (recebimento).
2 – Privilégios
A preferência que este crédito possui em relação a outros.
Colocam o crédito tributário em um lugar de destaque para facilitar o seu recebimento.
GARANTIAS DO CRÉDITO
Arrolamento
Uma forma da Fazendo inventariar o patrimônio do contribuinte, tal medida é realizada
administrativamente, não se fazendo necessário o ingresso com medida judicial.
- Será gravado na matrícula do imóvel a ressalva da existência do débito do contribuinte perante
a fazenda.
Medida Cautelar Fiscal
Medida judicial que tem a finalidade de evitar que o contribuinte dilapide o patrimônio, a fim
degarantir que a execução seja satisfeita.
O requisito de valor para autorizar a utilização da cautelar, segue os termos do estipilado para
o arrolamento.
Não está tratando do sonegador, mas sim o inadimplente tributário.
Está tratando da totalidade de bens, apenas ressalvado os absolutamente impenhoráveis.
Porém o CPC/2015 retirou do seu texto os absolutamente impenhoráveis, conforme art. 833.
A aplicação dos critérios de impenhorabilidades terão que ser observados o caso a caso.
No direito tributário não se aplica o art. 833, I do CPC, pois não se pode declarar (ato voluntário)
que determinado bem é impenhorável.
A inscrição regular em dívida ativa é marco para a aplicação do art. 185 do CTN.
Somente com a inscrição em dívida ativa é que se da o termo inicial para a verificação de uma
alienação fraudulenta.
Essa hipótese, não se aplica quanto a fraude. Se o devedor tiver bens reservados suficientes para
o pagamento total da dívida inscrita.
A dilapidação do patrimônio com a finalidade de não satisfazer o crédito tributário, torna o ato
da venda ou doação nulo, quando se inicia o procedimento executório da fazenda, se
entendendo este, desde a inscrição em dívida ativa (conforme art. 185, CTN).
Entendimento do STJ: A ausência de garantia é quando o devedor desfaz o seu patrimônio,
tornando-o insuficiente para arcar com o crédito tributário, esta insolvência gera presunção
absoluta da fraude.
Neste entendimento, atribui o ônus da prova para o fisco, sendo assim uma presunção relativa
de fraude.
- Sistema eletrônico: Info-Jud, Rena-Jud, Bacen-Jud.
Convênio do poder judiciário para obtenção de dados de outros órgãos da administração.
Se após a citação, não houver a apresentação dos bens à penhora e nem o pagamento, e com
nas pesquisas se não houver sido encontrado bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de bens por meio eletrônico utilizando os convênios.
Observação: A oferta de bens pode ser utilizada como artifício para se eximir do disposto no art.
185-A do CTN.
- O juiz irá declarar a indisponibilidade dos bens
Bancos e Cartórios de imóveis.
Os bloqueios eletrônicos deveriam ser utilizados apenas após o exaurimento das diligências.
- Pelo teor da súmula, o bloqueio de conta deveria ser o último dos atos da fazenda para
bloquear bens do devedor.
Observação: Inclusive com penhora parcial, pode ingressar com embargos à execução.
Não há bloqueio ex officio (sem requerimento da parte).
PREFERÊNCIAS
O Crédito tributário fica atrás apenas dos trabalhistas e acidente do trabalho.
Ressalvado o tratamento diferenciado na hipótese de falência.
LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
Os créditos acima tem preferência em relação aos créditos tributários na falência.
Somente após a quitação de todos esses débitos, que o tributo será pago.
A classificação será da seguinte forma.
A lei 11.101/05 estabelece limites na preferência, conforme art. 186, II do CTN autorizou
ORDEM DE RECEBIMENTO POR CRÉDITOS: Art. 83 da lei 11.105/05
Estabelece uma ordem de satisfação em relação aos tipos de créditos.
A multa tributária só está acima na ordem de recebimento dos créditos subordinados, sendo
estes estabelecidos no art. 83 da lei 11.101/05.
ORDEM DE RECEBIMENTO EM CONCURSO DE PREFERÊNCIA: Art. 187 do CTN.
Estabelece que na hipótese de ocorrer concurso de entes no recebimento, será obedecido a
ordem definida no art. 187.
- Se não houver concurso de entes na falência, o ente se habilita e recebe o pagamento
obedecendo a ordem entre os créditos.
- Se houver concurso, obedecerá a ordem dos incisos do art. 187, bem como a ordem dos
créditos.
BONS ESTUDOS!!!!
Prof. Ramiru Louzada