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CURSO DE TRIBUNAL DO JÚRI
Prof. Rodrigo Capobianco
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Competência Constitucional: art. 5º, inc. XXXVIII
da CF
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ORIGEM
A instituição do Júri remonta os tempos
antigos (Grécia, Roma) com a
possibilidade de julgamento pelo povo.
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ORIGEM
A Magna Carta (1215) previu no seu artigo 39:
“Nenhum homem livre será capturado ou aprisionado, ou desapropriado dos seus bens, ou declarado fora da lei, ou exilado, ou de algum modo lesado, nem nós iremos contra ele, nem enviaremos ninguém contra ele, excepto pelo julgamento legítimo dos seus pares ou pela lei do país”
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ORIGEM
No Brasil, há a instituição do Júri desde
1822 (para julgar crimes de imprensa).
Posteriormente passou a julgar crimes
dolosos contra a vida e crimes contra a
economia popular.
Desde a Constituição de 1946 julga os
crimes dolosos contra a vida.
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JÚRI – DUAS FASES DISTINTAS
O procedimento do Júri é chamado de
bifásico ou escalonado, isso porque tem
duas fases distintas:
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JÚRI – DUAS FASES DISTINTAS
a primeira é o juízo de acusação (iuditio
accusationis)
a segunda é o juízo da causa (iuditio
causae)
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
a sequência de atos da primeira fase
(iuditio acusationis) é a seguinte:
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
oferecimento da denúncia ou queixa >
recebimento da denúncia ou queixa >
citação >
resposta >
manifestação do Ministério Público >
audiência de instrução, debates e
julgamento >
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
oferecimento da denúncia ou queixa >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
recebimento da denúncia ou queixa >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
citação >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
resposta >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
manifestação do Ministério Público >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
audiência de instrução, debates e
julgamento >
Características
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Sequência:
Oitiva do ofendido
Oitiva das testemunhas de acusação
Oitiva das testemunhas de defesa
Requerimentos
Interrogatório do réu
Debates orais
Decisão
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
São decisões que encerram a primeira
fase do Júri:
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Pronúncia
é a decisão que encerra a primeira fase
do júri e que faz com que o acusado seja
levado a julgamento pelo Plenário do Júri,
faz ter a segunda fase, e agora está
prevista no art. 413 do CPP.
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
O juiz pronunciará quando houve
materialidade e indícios suficientes de
autoria
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Se o réu está revel ele poderá ser
intimado da pronúncia por edital
(antigamente o processo ficaria parado)
Na dúvida entre pronunciar ou não,
deverá o Juiz pronunciar o réu (in dubio
pro societate)
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Impronúncia
se dará quando o magistrado não se
convencer da materialidade ou os autos
não tiverem indícios suficientes de autoria
ou ainda quando faltarem materialidade e
indícios de autoria, com previsão no art.
414 do CPP
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
A Impronúncia arquiva o processo que
poderá ser reaberto (antes da prescrição)
com novas provas
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Desclassificação
Operar-se-á a desclassificação do delito,
sempre que o Juiz se convencer que o
crime em testilha não é doloso contra a
vida e nem guarda conexão ou
continência a um
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Na desclassificação o Juiz encaminha os
autos ao Juízo singular, onde o réu terá
nova oportunidade de defesa
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Absolvição sumária
Por expressa disposição constitucional,
quem condena ou absolve os crimes
dolosos contra a vida, conexos ou
continentes a esses é o Tribunal do Júri. O
juiz, em regra, não tem competência para
fazê-lo
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Mas a lei, entendendo que o réu não pode
ser punido injustamente por esse
dispositivo, conferiu ao magistrado a
possibilidade de absolvê-lo antes da
sessão plenária.
É uma absolvição antecipada que acaba
por sumariar o processo.
É a chamada “absolvição sumária”
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Para que o Juiz absolva sumariamente o
réu, é necessário que:
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
esteja provada a inexistência do fato,
provado não ser o réu o autor ou partícipe
do fato,
o fato não constituir infração penal ou
ficar demonstrada causa de isenção de
pena ou exclusão do crime (excludente de
ilicitude ou excludente de culpabilidade)
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
A lei faz uma ressalva para expor que a
tese de excludente de culpabilidade
oriunda de doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não pode ser argüida para a
absolvição sumária, salvo se for tese
única
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PRIMEIRA FASE – JUÍZO DE ACUSAÇÃO
Recursos das decisões que encerram a
primeira fase:
Das decisões pronúncia e
desclassificação cabe RESE, recurso em
sentido estrito (art. 581 do CPP)
Da decisão de absolvição sumária e de
impronúncia, segundo a nova redação do
art. 416 do CPP caberá apelação.
fim
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Após a preclusão da pronúncia: Julgamento em
Plenário
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SEGUNDA FASE DO JÚRI
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
A segunda fase do júri (juízo da causa –
iudicio causae) se inicia quando a decisão
de pronúncia se tornar preclusa (transitar
em julgado).
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
A segunda fase do júri, embora seja
reduzida, é totalmente diferenciada de
todos os demais procedimentos. Vejamos:
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Manifestação da acusação (5 dias) – sem
entrar no mérito e podem arrolar até 5
testemunhas para serem ouvidas em
plenário;
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Manifestação da defesa (da mesma forma);
OBS: atenção para testemunhas imprescidíveis
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Saneamento do processo feito pelo Juiz e
marcação da sessão plenária;
Plenário
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Para a sessão plenária são convocados
25 jurados.
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Se comparecerem menos que 15 jurados
não há julgamento
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
São sorteados 7 jurados que farão parte
do conselho de sentença
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
A cada jurado sorteado é perguntado
primeiro à defesa e depois à acusação se
aceita o jurado.
Cada parte pode recusar imotivadamente
3 jurados
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POSIÇÃO NAS CADEIRAS
_________ _________ _________
________
1 2 3 4
_________ _________ _________
5 6 7
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
A sequência dos atos da Sessão plenária,
seguirá, a partir de então, a mesma
sequência da audiência de instrução,
debates e julgamento que encerrou a
primeira fase, a saber:
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
- Oitiva da vítima (tentativa)
- Oitiva das testemunhas de acusação
- Oitiva das testemunhas de defesa
- Requerimentos
- Interrogatório do réu
- Debates
- Julgamento
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Entretanto, o prazo para as manifestações
orais serão de:
1h30min para a acusação;
1h30min para a defesa;
1h de réplica (para a acusação);
1h de tréplica (para a defesa).
Se houver mais de 1 réu, para cada prazo
acrescente-se 1 hora.
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Encerrados os debates o Juiz consulta os
Jurados se têm condições de proceder o
veredicto ou se resta alguma dúvida (caso
em que deverá o Juiz esclarecer o jurado)
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Estando em condições de julgar, todos
(menos o réu e platéia) se dirigem à sala
secreta, onde será feita a votação por
meio de quesitos
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Sequência dos quesitos:
Materialidade
Autoria
Absolve o réu ?
Teses de defesa
Teses de acusação
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Atenção:
Desaforamento: é tirar o julgamento de
um foro (comarca) e encaminhar para
outro
Ocorre por 3 motivos: dúvida sobre a
imparcialidade dos jurados, risco pessoal
ao réu ou demora excessiva para
julgamento
Quem decide sobre o desaforamento é o
Tribunal de Justiça e em todos os casos
deverá a defesa ser ouvida
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Recurso da decisão em plenário:
Apelação: art. 593, III do CPP
Atenção: o efeito devolutivo estará
limitado ao motivo (alínea) do recurso.
Vejamos:
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SEGUNDA FASE – JUÍZO DA CAUSA
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
fim
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Defesas
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Homicídio Privilegiado
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Eutanásia
“Exemplo clássico de homicídio privilegiado cometido por
relevante valor moral, nunca olvidado pelos doutrinadores,
concerne à prática da eutanásia, que é o homicídio
compassivo, misericordioso ou piedoso. Na eutanásia,
elimina o agente a vida da sua vítima com o intuito e
escopo de poupá-la de intenso sofrimento e acentuada
agonia, abreviando-lhe assim a existência. Anima-o, por
via de conseqüência, o sentimento de comiseração e
piedade. Nosso código não aceita nem discrimina a
eutanásia, mas não vai ao rigor – ressalta Magalhães
Noronha – de não lhe conceder o privilégio do relevante
valor moral, logo a associa a doença e a enfermidade de
desfecho fatal. (segue)
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No entanto, para os efeitos penais concernentes à concessão
do privilégio, cumpre realçar-se que nem sempre há de estar
a eutanásia indissoluvelmente vinculada a doença de desate
letal. Sobrepuja ao fato objetivamente considerado a
compulsão psíquica que leva o agente a agir, a sua
motivação, punctum pruriens e cerne do privilégio. Nem é por
outra razão que não se contenta a lei penal, nesse passo,
com a simples ocorrência do relevante valor moral presente
no episódio, requestando e exigindo, para a concessão da
mercê lenitiva da sactio júris, que o crime seja cometido por
motivo de relevante valor social ou moral. Importa e denota
vulto, sobretudo, o motivo ou erupção interior psíquica do
agente, e não o mero episódio em seu envolver objetivo, no
seu quadro externo.” (Fernando de Almeida Pedroso,
Homicídio privilegiado, RT 695/279-287)
fim
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Afastamento de Qualificadoras
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“Habeas corpus – Homicídio – Exacerbação da denúncia –
Lei dos crimes hediondos. I – A verificação da exacerbação
na prefacial acusatória, com reflexos no ius libertatis, só pode
ser feita se prescindir do cotejo analítico do material cognitivo.
II – A vingança, por si, isoladamente, não é motivo torpe. III –
A troca de tiros, em princípio, sem outros dados, afasta a
qualificadora do inciso IV do art. 121, § 2.º, do CP. IV – Se,
inequivocamente, sem qualquer discussão, a imputatio facti
não apresenta situação típica própria de homicídio
qualificado, os efeitos processuais da Lei 8.072/1990 devem
ser, ainda que provisoriamente, afastados. V –
Conseqüentemente, inexistindo motivos para a segregação
ad cautelam, deve o acusado aguardar o julgamento em
liberdade. Habeas corpus deferido.” (STJ – HC 5356/PR –
Órgão Julgador: Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca)
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“
Homicídio – Simples – Insurgência – Motivo torpe e
surpresa – Reconhecimento das qualificadoras –
Impossibilidade – Conduta dos réus contemporânea à do
ofendido – Ademais, vítima que se encontrava molestando
mulher cujo namorado se encontrava nas proximidades –
Represália previsível – Recurso não provido.” (TJSP –
RESE 225.203-3 – Órgão Julgador: 5.ª Câmara Criminal
de Férias de Julho/98 – Rel. Des. Gomes de Amorim)
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“Sem que exista nos autos um indício sequer de ter havido
o acusado impelido ao crime por motivo abjeto, repugnante
ao senso ético, não há como taxar de torpe só porque a
vítima é seu pai.” (TJSP – Rev. – Rel. Des. Fernando
Prado – RT 544/333)
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“Não merece ser reconhecida a qualificadora por motivo
torpe, quando a personalidade do réu vem retratada nos
autos como elemento rude, habituado ao trabalho braçal e
semi-analfabeto, sendo, portanto, desprovido das reservas
capazes de conter o seu inconformismo ao se ver
abandonado pela companheira e preterido por outro
homem.” (TJMT – Ap. – Rel. Des. Ribeiro Travassos – RT
521/442).
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“O despeito e o ciúme não representam torpeza, sob o
ângulo legal. Torpe é o motivo repugnante, indicativo de
alta imoralidade.” (RT 393/132)
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Quando o agente atua impulsionado, premido, pressionado
pelo sentimento do ciúme, fundado ou não, não se pode
dizer que se cuida de motivo irrelevante, insignificante,
fútil.” (TJSP – Rec. – Rel. Des. Diwaldo Sampaio – RT
595/349)
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“Ciúme não se coaduna com motivo fútil, devendo, pois, a
qualificadora ser extirpada da pronúncia.” (TJSP – Rec. –
Rel. Des. Onei Raphael – RT 566/309)
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“A embriaguez incompleta produz um estado até certo
ponto anormal, que impede o delinqüente de controlar e
regular os seus impulsos, sendo ela, às vezes, o principal
elemento psíquico do fato delituoso. Logicamente não há,
então, como falar em motivo fútil.” (TJSP – Rec. – Rel.
Des. Felizardo Calil – RJTJSP 62/350)
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“Homicídio – Qualificadora – Meio cruel – Não
caracterização – Réu que não submeteu a vítima a
desnecessário sofrimento – Número de golpes que não se
fez com dolo de judiar o ofendido – Exclusão – Recurso
parcialmente provido para esse fim.” (TJSP – Ap. 259.648-
3 – Atibaia – 2.ª Câmara Criminal – Rel. Des. Prado de
Toledo)
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“
A circunstância de a vítima haver sido abatida com
inúmeros golpes de socos e pontapés traduz, unicamente,
a grande intensidade do dolo, o que, por si só, não
caracteriza a qualificadora relativa ao uso de meio cruel.”
(TJMT – Rec. – Rel. Des. Ribeiro Travassos – RT 512/431)
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“
A crueldade, como requinte de execução de um crime,
somente se entende partida de um ânimo calmo que
permite a escolha dos meios capazes de infligir o maior
padecimento desejado à vítima.” (TJSP – Rec. – Rel. Des.
Maércio Sampaio – RT 397/108)
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“Homicídio – Qualificadora – Meio cruel – Afastamento –
Admissibilidade – Vítima executada com cinco tiros na
nuca – Meio empregado que não levou a padecimento a
vítima – Ofendido que teve morte instantânea, sem martírio
– Recurso parcialmente provido.” (TJSP – RESE 234.456-
3 – Órgão Julgador: 4.ª Câmara Criminal – Rel. Des. Hélio
de Freitas)
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“Homicídio – Qualificado – Recurso que impossibilitou a
defesa do ofendido – Afastamento – Admissibilidade – Réu
que encontrava-se de bicicleta e a vítima sobre um cavalo
– Possibilidade de fuga da vítima maior – Recurso
parcialmente provido para esse fim. (TJSP – RESE
130.569-3 – Ribeirão Preto – Rel. Des. Celso Limongi)
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O entendimento de que a vítima foi morta à traição, tão-só
porque ao ser abatida corria, fugindo do réu, não se afina à
conceituação jurídica da qualificadora (tocaia, perfídia,
deslealdade, surpreendendo a vítima desprevenida etc.).”
(TJSP – Rec. – Rel. Des. Azevedo Franceschini – RT
537/301)
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“
Se a agressão ocorre quando a vítima, ao percebê-la, põe-
se em fuga, correndo, e é atingida pelos disparos
desfechados pelo acusado, não há que falar na
qualificadora da traição. Não se verifica, em tal conjuntura,
um ataque súbito ou sorrateiro, nem o ofendido estava
descuidado ou confiante.” (RT 492/312)
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“
A existência de arma em poder do réu e nenhuma com a
vítima quando se enfrentaram não basta, por si só, para
qualificar o homicídio como tendo sido praticado mediante
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa
daquela.” (TJSP – Rec. – Rel. Onei Raphael – RT 578/331)
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“Homicídio – Qualificado – Motivo fútil – Dissimulação –
Não caracterização – Agressão física anterior da vítima
para com o réu – Hipótese em que a vítima não estava
desprevenida – Pronúncia do réu como incurso no art. 121,
caput, do Código Penal – Recurso parcialmente provido.”
(TJSP – RESE 128.479-3 – Botucatu – Rel. Des.
Bittencourt Rodrigues)
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“Se existiam desavenças anteriores entre acusado e
vítima, que discutiram antes do homicídio, não se pode
falar em surpresa ou recurso que tornou impossível a
defesa do ofendido.” (TJSP – Rec. – Rel. Des. Diwaldo
Sampaio – RT 587/296)
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“Vivendo acusado e vítima às turras, com freqüentes
discussões e agressões, não se configura, em caso de
homicídio, a qualificadora da surpresa, por se tratar, nas
circunstâncias, de evento previsível.” (TJSP – Ap. – Rel.
Des. Silva Leme – RT 576/343)
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“Quando dois homens discutem, com certo calor e com
ofensas recíprocas, é de se esperar qualquer agressão, de
um ou de outro, não se podendo falar em surpresa se esta
vem a ocorrer.” (TJSP – Rec. – Rel. Des. Camargo
Sampaio – RJTJSP 51/314)
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“Se outro delito cuja execução o acusado pretendia
assegurar com a prática do homicídio foi considerado
inexistente por decisão transitada em julgado, não há
cogitar da qualificadora prevista no inciso V do § 2.º do art.
121 do CP.” (TJSP – Rec. – Rel. Des. Onei Raphael – RT
591/321)
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Questões Processuais
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“
• Principais perícias dos assuntos do Júri
- Exame Necroscópico
- Exame Perinecroscópico
- Exame de Peças (armas, munições)
- Exame Residuográfico
- Exame de Reconstituição
- Exame de Corpo de Delito (Lesões Corporais)
(na vítima e no réu)
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“
• Principais vícios (que podem gerar nulidade)
no Júri:
- Denúncia
- Citação
- Pronúncia
- Cerceamento de Defesa
- Ocorrências em Plenário
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“
• Análise da prova:
- Art. 155 do CPP X Ausência de
fundamentação
por parte dos jurados
- Prova dividida
- Dúvida
- Convencimento por fatores extra processo
( sociologia, psicologia, filosofia)
fim