curso para profess ores - modulo i ao iii

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Cia Rafha Biazzi R. Javari 153 – Uberlândia-MG Contatos: (034) 3214-2514 ou 9677-6843 | E-mail: [email protected] CURSO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO EM Dança de Salão Modulo I Ministrante: Rafhael Biazzi Quatro coisas devem o educador ter sempre em mente: os seus conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO

EM

Dança de Salão

Modulo I Ministrante: Rafhael Biazzi

Quatro coisas devem o educador ter sempre em mente: os seus

conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.

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INTRODUÇÃO

ATENDER E SUPERAR EXPECTATIVAS Em se tratando de relacionamento humano, tudo é ma questão de expectativa. Todo ser humano, propositalmente ou não, ao se relacionar com outro, tem certas expectativas com relação a tal pessoa. O amigo tem sempre a expectativa sobre o outro, de que sempre poderá contar com ele, por exemplo, e que pode tomar conselhos e estes serão sinceros e etc.. O marido espera que a esposa seja companheira,fiel, que cuide dele e etc.. O professor espera que o aluno preste sempre atenção nas explicações, treine os exercicios,pegunte, se interesse, participe da aula. E o aluno, será que tem expectativas com relação ao professor? Claro que sim. Estudando estas expectativas poderemos dar melhores resultados em nosso trabalho. Essa é uma questão um pouco delicada, pois, às vezes, cada aluno tem expectativa diferentes, e cabe a nós descobrire atender essas expectativas. As mais normais são: Aprender a dançar, se divertir, fazer amigos, fazer terapia, fazer exercicio, dançar e etc. A cada treinamento, tocaremos em uma dessas questões. Aprender a dançar Esse ponto envolve muitos aspectos. Quais ritmos os alunos querem trabalhar?

Que danças mais se dançam na região e por consequencia será mais interessante para ele aprender. Por outro lado, se aquela dança já é bastante dançada na região, será que o aluno já sabe e quer aprender outras coisas,ritmo diferentes? Será que algum aluno tem o sonho de aprender a dançar tal ritmo, ou adora outro? Tudo isso é tarefa do professor saber.

Com que velocidade ele espera aprender?

Temos que ter a velocidade maxima ideal à turma. Ir rápido com os passos, novas figuras e etc.. Porem no limite de uma aula gostosa e que todos consigam acompanhar. Não podemos nos acomodar e negligenciar esse aspecto, ficando um tempão no passo básico, ou demorando muito para dar outras figuras(passos,movimentos). Por outro lado, não devemos sair dando passos feitos loucos.

Que estilo ele gostaria de dominar, mais tecnico, ou mais sentido(musical)? Que nivel os alunos tem?

Será que os alunos já sabem dançar, se já souberem, como vamos trabalhar? O que oferecemos que os motive a ficar em nosso curso? O que poderemos acrecentar à dança deles? Isso deve ser estudado, pois se não esses alunos não ficarão mais de uma ou duas aulas e sairam.

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ALEGRIA E ENTUSIASMO Cada um tem um estilo proprio de se relacionar, conversar, ser. Porem uma coisa muito importante, qunado se trata de manter um grupo atraido e motivado, é a animação. Quanto mais animado o evento, mais as pessoas terão motivação em permanecer ali. Todo ser humano tem um certo grau de timidez, e isso sempre será empecilho para a motivação, animar e alegrar a turma. Quando entramos numa loja, dependendo da atitude do vendedor(e isso nem é um evento) o comprador saira da loja com a mercadoria ou não, logo, não importa ai o jeito do vendedor, suas caracteristicas, sua criação, importa vender ou não o produto. Ser alegre, simpatico, cominucativo, podem ser garantias de uma boa venda. Tambem no nosso caso funciona da mesma forma. Na frente de uma turma, assumimos a posição de animadores do evento(aula), encarregados de cativar as pessoas com nosso entusiasmo e capacidade de comunicação. Qualquer coisa pode ser motivo para uma brincadeira, para uma piada ou para dar uma sacudida na turma. Nossa expressão fala muito, a maneira com que nos movimentamos, andamos e etc.. Claro, cada um terá seu jeito, mas todos temos que ser entusiasmados, animados, alegres, falantes e divertidos, se realmente queremos cativar a turma. Outra possibilidade é dizer assim, “esse é o meu jeito, se as pessoas gostarem ficam, se não gostrem que podem ir embora”. Porem perceba, nossos alunos não tem que adaptar a nós, nós é que temos que nos adaptar a eles. Eles que nos sustenta, sem eles não ganhamos o pão de cada dia. E a probabilidade de segurarmos os alunos numa aula animada, é bem mais alta. Veja as novelas e programações da GLOBO,RECORD,SBT e tal, é só intretenimento, diversão, animação do começo ao fim, e o povão lá assistindo-os. Temos que ser pelomenos mais animados, divertidos que as emissoras de tv, pois se não preferirão assistir as programações da tv que a nós.

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO EM

DANÇA DE SALÃO

PRIMEIRA AULA As apostilas desse módulo serão dividias nas seguintes partes: Teoria de dança: Nesta parte, estudaremos as principais características que teremos que desenvolver para nos tornamos dançarinos completos. Com esse conhecimento, teremos embasamento intelectual para trabalhar os detalhes da dança de nossos alunos. Outra característica que tentamos desenvolver através desse estudo teórico, é a capacidade dos nossos professores,em, através da analise, poder tirar suas próprias conclusões, desenvolver suas próprias idéias , traçar sua própria linha na dança. Parte didática: Abordaremos assuntos controvertidos e polêmicos, e através da troca de opiniões, tentaremos chegar a conclusões que podem vir a contribuir com nossas idéias a respeito de como dar aula, transmitir idéias, enfim, poderemos através desse trabalho nos enriquecer como professores. Parte filosófica: Estudaremos também, os caminhos a seguir, com relação a nós mesmos, nossa dança, nossa relação com nossos alunos e com nossos parceiros(as). Toda a aula comentaremos apostila dada na aula anterior, para que todos possam discutir,expor suas idéias impressões e dar opiniões. PARTE DIDATICA ORATORIA Uma das principais características de um professor, é a capacidade de transmitir idéias, e essa por sua vez esta intimamente relacionada a nossa desenvoltura ao falar. Essa desenvoltura depende de: uma boa dicção, um volume adequado, interpretação, expressão corporal, velocidade adequada, tomar cuidado com os ruídos e os tiques. Uma

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fala pode ser apagada, monótona, cansativa, ou envolvente, empolgante. Inspiradora. Para desenvolver a capacidade de falar dessa maneira, temos que nos dedicar ao treino. Pegue os seus trava línguas e treine em casa, fale de diversas formas diferentes, tentando sempre falar de maneira a empolgar e envolver. Uma coisa que nos faz falar com empolgação e envolvimento, é falar sobre aquilo que acreditamos. Quando falamos algo que faz parte de nossa experiência pessoal, algo que já comprovamos, falamos com mais desenvoltura “convencemos mais”. Pense em assuntos que lhe interessem e que você acha importante, e analise, pense a respeito, depois fale aos seus conhecidos sobre eles, assim se desenvolve a maneira de falar bem. Para transferir isso para as nossas aulas. Devemos pensar e analisar os assuntos que tratamos em nossas aulas, para que tenhamos conhecimento da causa, devemos acreditar neles para que possamos falar com essa desenvoltura também. Cuidado, vemos muito por ai, professores que apredem, depois apenas repetem o que viram, trabalham com palavras alheias, analise, discuta, tire suas próprias conclusões, fale do que vem do seu coração. TEORIA DE DANÇA Gostaria de estudar um pouco sobre o ensino de seqüências de passos. Quando se ensina algo a alguém, deve-se diminuir ao máximo possível, o tamanho do que se esta ensinando. Quanto menor a seqüência, mais fácil de estudar e realizar com perfeição e que se propondo. Essa pequena parte, pode depois, de maneira didática, ser associada a diversos outros movimentos, incentivando assim, o aluno a buscar sozinho a construção de seqüências. Através de um vasto conhecimento de pequenos movimentos e de como eles podem ser ligados, os alunos desenvolvem com a pratica constante, um senso de improvisação, o que vai extremamente produtivo no sentido criativo do aluno. Evite de ensinar passos ligados um ao outro (por ex: ensinara fazer o facão a partir de uma sacada, ou a sair do leque com uma sacada ou um girinho), analise e pique tudo que você puder picar, ensine assim para os alunos, e ensine-o as inúmeras maneiras de liga-los. Se você analisar essa questão, percebera que é muito mais fácil ensinar a seqüência pronta, fácil para você e para o aluno, porém ele não estará aprendendo a dançar, estará aprendendo a repetir passos, a papagaiar. Explique a diferença para os alunos quando estiver ensinando dessa forma, ou mesmo antes de ensinar para que o aluno opte por ser ele o criador da dança, ou se ele prefere copiar os outros. PARTE FILOSOFICA Tenho feito uma pergunta para todas as pessoas com as quais me encontro: O que é arte em sua opinião? A resposta é sempre parecida: “Arte é expressão”. Poesias é o sentimento que expressa o poeta através das palavras. Pintura é o sentimento que expressa o pintor através das cores e formas. Não poderia ser diferente com a dança, porém pensamos um pouco sobre a forma que a dança de salão é trabalhada. Será que os professores estão ensinando os seus alunos a expressar seus sentimentos através de seus movimentos ou estão ensinando os alunos a repetir passos? Quando vejo uma aula de ballet clássico, percebo quanta preocupação existe com a estruturação dos dançarinos, o mesmo se dá nas aulas de moderno ou contemporâneo.

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Acredito que assim, o professor prepara o aluno para que ele tenha condições de se expressar através da dança. A parte coreográfica vem com o tempo, e com maturidade. Isso me parece bastante lógico e compreensível. Por que na dança de salão se faz o contrario? Se inicia com a perte coreográfica, sem a menor preocupação com a estrutura, nem imediata, nem na seqüência. Na minha opinião, assim não se constroem dançarinos e sim repetidores de movimentos, assim não se faz arte, se faz quebra cabeça. Acredito que uma boa solução para isso, seria que os professores, através do estudo de uma linguagem realmente expressiva, aprendendo a tirar de dentro de si mesmo a dança e não baseá-las em movimentos decorados. A partir daí, tentar transmitir ao aluno, o quanto pode ser interresante uma dança baseada numa expressão, bem estruturada fisicamente.

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO EM

DANÇA DE SALÃO

SEGUNDA AULA

Na primeira etapa do curso, falamos bastante sobre o construtivismo como meio de tornar nossas aulas mais interativas e de valorizar o aluno, aumentando assim sua auto-estima. Pude comprovar por experiência própria que a aplicação do construtivismo em aulas para professores e nas aulas para alunos, faz com que eles criem uma ótica critica e analítica dos assuntos tratados, aumentando significativamente a qualidade e a velocidade do aprendizado. Gostaria agora de ampliar o horizonte da forma com qual abordamos o construtivismo. Podemos, lançar uma questão profunda, que realmente mexa com a criatividade e o desejo dele. Por exemplo, podemos dizer que hoje a aula será de bolero, nesse momento, você pode mostrar varias maneiras de dançar, e pedir para que o aluno escolha uma delas. Dance meio solto, largado, depois dance com elegância e leveza, provavelmente eles escolherão a forma mais elegante de dançar, daí você explica que dessa forma é um pouco mais demorado, pois você terão que trabalhar o andar com elegância, com leveza, diga a eles, que com certeza essa forma é muito mais gratificante de dançar, porem o preço é mais alto, como tudo que é bom. Depois, com elegância, dance uma dança cheia de passos, depois uma dança mais curtida, e pergunte qual a dança que eles preferem, se eles preferirem a dança cheias de passos, você já pode definir que caminho seguir, você ira ensinar-lhes a coreografia, baseado em alguns exercícios de estruturação, pois eles mesmos optaram pela forma mais elegante de dançar. Se eles optarem pela dança mais curtida, explique que essa é mais difícil, porém mais gratificante, pois na opção dos passos, você ensina e eles repetem, já na opção da dança curtida, eles terão a liberdade de se expressarem da forma com que sentirem, você apenas os estruturará e ajudará a tirar dentro deles a dança. Perceba que fazendo isso, nós estamos dando opção para o aluno escolher o que ele realmente quer, passos ou dança. Se houver divisão de opiniões nesse ultimo aspecto, você pode dividir as turmas, ou fazer um curso misto, onde você ensina um pouco de cada uma das formas de dança. O importante aqui é a idéia. É interessante que você permita que o aluno opte pelo que ele vai aprender. Muitos professores tem uma postura autoritária com relação ao conhecimento que possuem, muitas vezes subestimando as pessoas dentro do que elas tem capacidade de discernir. Ninguém é melhor do que ninguém, todos temos capacidade de optar pelas coisas, analisar, definir parâmetros, enfim, não assuma a postura de ditador de regras, todos podem aprender com todos, se abra. Por exemplo, antes de ensinar o bolero pergunte: “Como vocês acham que deve ser o bolero?”. Provavelmente eles vão responder: “É uma dança romântica, elegante, fina, bonita...”.

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Daí você dança dessa forma. Se eles falarem uma coisa que não condiz com o que você acredita, ou absurda, então demonstre dançando a sua forma, depois pergunte a eles que eles acharam, se você fizer bem feito eles podem até optar pela sua, querendo aprender. Tente fazer coisas assim nas suas aulas, deixe que os alunos participem dela. PARTE DE DANÇA ENSINANDO CADA MOVIMENTO Na ultima aula, falamos sobre os inconvenientes de ensinar passos em seqüência, tais como, podar a criatividade do aluno, diminuição da qualidade do movimento, a “previsibilidade” da dança, entre outros problemas. A nossa sugestão é a seguinte: Ensine um movimento com começo,meio e fim, numa aula, revise-o na aula seguinte, corrija os detalhes, deixe que eles treinem sob sua orientação. Já na terceira aula, se a coisa não for muito complicada, conclua o ensino do mesmo, pedindo para que os alunos dancem os outros passos, e coloque outro de vez em quando (ainda com começo,meio e fim). Na próxima aula, ao invés de ensinar algo novo, demonstre a eles, como emendar o passo aprendido à outro que eles já faziam. Se eles assimilarem bem a emenda, pode ensinar outra emenda, e depois dessa bem treinada, pode-se pedir para que eles alterem a execução do passo com o começo,meio e fim, fazendo um tipo de emenda e depois outro tipo, para que eles possam gravar bem as possibilidades. Em uma próxima aula, relembre as emendas da aula anterior, e peça para que eles treinem alternadamente, fazendo também de vez em quando os passos mais velhos e, nessa mesma aula ensine mais uma ou duas possibilidades alternando com as que já sabiam. Você pode até pedir sugiram alguma possibilidade de emenda. Se os alunos forem acostumados á esse ritmo, aos poucos eles vão emendando por conta própria, podendo ser criativos e imprevisíveis. Dessa forma, os alunos saberão como utilizar uma figura de diversas formas diferentes, tendo assim uma dança muito mais criativa. Você pode agir assim com todos os passos que ensinar, em qualquer dança. Incentive sempre seus alunos a criarem por meios próprios, e se esforce em dar ferramentas para que eles façam isso. PARTE FILOSOFICA Falamos na ultima aula sobre como tornar nossa dança a dois, um elemento de expressão. (PARTE PRATICA).

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO EM

DANÇA DE SALÃO

TERCEIRA AULA

PARTE DIDÁTICA

SISTEMÁTICA COMPLETA PARA O ENSINO DE PASSO BÁSICO

Ao longo dos anos, desenvolvemos uma sistemática para o ensino dos passos básicos das danças de salão. Com ela visamos criar método, uma linha coerente, pratica e funcional, para que nossos professores possam ensinar de forma progressiva e transmitir todas as informações necessárias para que as pessoas possam de forma leve e prazerosa, compreender como realizar os movimentos, coloca-los na musica e realiza-los aos pares, com boa , postura e relação corporal entre os dois. Recebendo algumas adaptações, essa sistemática pode ser aplicada ao ensino das variações também. Ela inicia com um elemento de movimentação, uma demonstração a à dois e com musica, do que se vai trabalhar na aula, para que o aluno sinta o quanto que é gostoso realizar aquele movimento. Isso vai instigar o aluno, vai fazê-lo desejar aprender, e por isso, a expressão dos professores nesse momento deve ser de alegria e prazer. Ser bastante musical também ajuda, pois gera harmonia. Outra coisa que se pode fazer, é como já dissemos em aulas anteriores, demonstrar duas formas de se dançar, ou duas linhas diferentes que podem ser seguidas dentro da dança, aproveitando a demonstração pode se fazer uma terceira forma, bem feia para que as pessoas não a queiram. Em seguida já sem musica e com os alunos em volta ou de frente para o espelho, o professor pergunta aos alunos o que a dança ou as danças transmitem a eles. Assim o professor pode aproveitar os comentários das pessoas para frisar alguns detalhes importantes, que ele se esforçou para demonstrar enquanto dançava. Por exemplo, se foi um bolero, e o professor conseguiu deixar bem explicito que deve ser dançado pertinho, sem chacoalhar o corpo, com pernas alongadas, que devemos ter elegância para dançar e como se deve curtir um ao outro enquanto dançamos. Usando o método, de deixar as pessoas darem suas próprias opiniões, nós não temos que ficar colocando isso na cabeça deles, eles próprios, vendo o professor dançando, chegam a conclusão sobre as coisas que devem ser trabalhadas. A partir disso inicia-se a parte didática propriamente dita, demonstrando a parte do movimento que será ensinada primeiro, tendo em vista que o movimento tenha sido dividido em partes, para facilitar o aprendizado do aluno. Enquanto demonstra essa primeira parte, sozinho (pedir para que os alunos apenas observem), com os alunos em sua volta, ou atrás de si, o professor vai explicando de forma simples, como realizá-la. Depois disso, peça que os alunos façam o movimento junto com ele,enquanto explica, indicando por meio de fala, o que o aluno deve fazer. Breves pausas nesse momento são bem vindas, nelas se podem colocar questões para os alunos, sobre algum detalhe que o

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professor esteja querendo que eles captem normalmente coisas sutis que passam despercebidas pelos alunos, mais que no final farão diferença. Não se deve falar sobre a coisa, se deve sim perguntar a eles dando uma dica sutil, e questionando, fazendo com que eles observem através de sua própria observação, o detalhe que se deseja frisar. Por exemplo, no soltinho, depois de mostrar como se faz o básico, pode se perguntar a eles, se perceberam o que o pé da frente faz enquanto o outro pé esta atrás, depois que o professor mostrar, provavelmente eles dirão que ele marca um tempo, ou coisa do estilo, não fale,: “Percebam que o pé da frente marca um tempo”,mas pergunte: “O que o pé da frente faz?”. Depois disso pode se introduzir a contagem, para facilitar o entendimento do movimento. Pede se para que o aluno conte quantas vezes os seus pés tocam o chão para realizar o movimento, enquanto o professor o realiza. Dessa forma você esta fazendo novamente com que o aluno participe da sua aula, assim eles percebem a contagem, sem que você fique ensinando,ensinando e o aluno aprendendo,aprendendo, assim se usa o construtivismo na introdução da contagem. Tendo os alunos compreendido essa parte do movimento, o professor emenda-a à próxima parte do movimento, tentando dar a idéia de continuidade, porem primeiramente explicando a próxima etapa, e pedindo para que os alunos apenas olhem, frise isso se necessário. Nesse momento pode se usar o construtivismo. Vai depender de cada dança. Faça sempre que o aluno fale o que ele tem que fazer, estimule-o a participar da sua própria aprendizagem. Depois vem o momento de colocar o movimento na musica. Para isso, você tem que fazer primeiramente com que o aluno perceba onde esta o ritmo na musica. Muitas pessoas, quando escutam a musica, percebem os instrumentos, a voz do cantor, mas não conseguem identificar que eles estão entendendo do que você esta falando ao dizer: “Vamos fazer esse passo no ritmo”, coloque uma musica e indique o compasso ao aluno, faça com ele perceba a batida da musica, isso pode ser feito através de ,palmas, estalar de dedos,com o dedo marcando compasso (maneira que eu particularmente prefiro), ou com qualquer artifício que demonstre para o aluno, o ritmo da musica. Depois disso vem a etapa de mostrar ao aluno como associamos a contagem que ele aprendeu quando lhe ensinou o passo, à batida que nós o ajudamos a identificar, sem ainda fazer o passo. Em seguida, pedimos para que eles contem acompanhando a cadência da musica, enquanto nós fazemos o passo que eles acabaram de aprender seguindo a contagem deles, enquanto eles seguem o ritmo da musica. Assim se encaixam o movimento na música. Daí o professor deve pedir para que os alunos façam juntos com ele, na musica, ainda separados. É interessante que eles treinem isso até ficar bem claro. Compreendido e treinado isso, os alunos estarão aptos a ir para a etapa onde formarão os pares. Para fazer isso de forma didática e gradativa, devemos pedir que eles apenas dêem as mãos. Se pede isso para que ele penetre de maneira gradativa no universo da dança a dois, pois temos que perceber que para um aluno iniciante, fazer sozinho parece completamente diferente do que fazer com o par, por isso, não colocamos o aluno direto na “fogueira” do abraço para que ele sinta a diferença entre sozinho e com o par. Nesse momento é importante que você lembre qual o pé que vai, qual o pé que volta e para qie direção, qual a seqüencia do movimento e etc, pois a dois, a coisa complica um pouco para eles, como já foi dito. Depois de treinarem algum tempo dando as mãos, pode se passar para a etapa de fazer abraçados. Nesse momento se deve dar a noção da postura. Para incentivá-los a querer endireitar a postura, pode se mostrar a eles como ficaria uma dança com o corpo todo solto, e depois com o corpo na postura correta, daí o professor pode perguntar aos

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alunos, de qual forma eles preferem dançar, é claro que eles preferirão a forma mais bela, só então passe a falar da postura. Inicia-se pedindo para que os alunos empurrem para frente com a musculatura superior das costas, a parte da coluna que corresponde ao peitoral. Depois disso ele deve empurrar também a lombar, só que para traz, com a musculatura abdominal, sem, no entanto, colocar a pélvis para traz. É importante manter a pélvis na linha do tronco, por isso, mostre-se bem a eles pedindo para que eles observem bem o seu posicionamento, pois essa parte é difícil de ser compreendida pelos alunos, eles não devem permitir que a pélvis vá para frente ou pára trás demais. Outra coisa muito importante é colocar o peso do corpo na parte da frente dos pés. Mostre antes como o seu corpo e o corpo da dama ficam encostados a\penas na parte de cima, enquanto os pés dele ficam um pouco distante dos pés dela. O professor nesse momento pergunta aos alunos, se eles perceberam se o corpo do professor está bem alinhado. Peça para que eles se aproximem da dama nessa postura e tentem ficar assim também. Olhe um por um e corrija se tiver algum problema, passe então a falar sobre os braços, o braço esquerdo do cavalheiro tem a tendência a ficar horizontal, não permita, deixe o cotovelo apontado para baixo, enquanto a mão aponta para cima, o braço direito dele, envolve as costas da dama, de maneira segura-la com firmeza, porem sem apertar. Antes de pedir para que eles treinem, parando e falando sempre que for necessário. Outro ponto que deve ser muito bem analisado e compreendido pelo professor, é quando passar adiante. Penso que quando o aluno aprende algo, precisa de algum tempo para assimilar aquilo, por isso, depois de ensinar algo, permita que seus alunos treinem na musica. Depois dessa música, fale sobre algum detalhe que tenha dado confusão, ou que possa vir a dar. Faça isso mostrando o detalhe dançando para que o aluno perceba a gravidade do problema, e tenha vontade de corrigi-lo. Se a confusão não aconteceu, ou se resolveu, e caso não surja outra (se surgir outra fale sobre ela), deixe que os alunos treinem mais um pouco, daí, na próxima aula, revise detalhadamente o assunto e não dê mais nada novo naquela dança. Na próxima aula depois de uma breve revisão, deixe que eles dancem um pouco para certificar-se que está tudo OK. Daí você já pode continuar com uma novidade, que deveria ser a essa altura uma emenda duas ou quantas você puder imaginar. Para isso, peça ajuda dos alunos, incentive-os a dar sugestões. Se for impossível dar uma emenda, dê então um passo, ou um conceito novo. Isso serve para todos os ritmos. Ou seja, se você fez isso no bolero, pode na mesma aula fazer no forró e no Samba, por exemplo. Quer dizer que podemos ver coisas novas de mais de uma dança em uma mesma aula? Claro que sim, mais como as etapas de assimilação são diferentes entre os ritmos, talvez não coincida o aprendizado de muitas novidades em uma mesma aula, mais se coincidir, não tem problema, pode trabalhar. As vezes presencio os professores deixando os alunos praticando algo que eles já assimilaram, isso aborrece os alunos que se sentem perdendo tempo, As vezes isso se inverte, os alunos acham que já estão prontos pra passar adiante, quando na verdade ainda não estão, nesse caso, é melhor ir com eles, e revisar o assunto mais a frente. PARTE DA DANÇA

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Para que haja uma dança interessante, é necessário que cada um assuma suas responsabilidades durante a dança. E quais seriam as responsabilidades de cada um na dança? Funções da dama: Antes da dança deve: ter trabalhado seu corpo arduamente para que durante a dança ele esteja encaixado e dentro dos padrões de postura e tonicidade muscular que favoreçam o bom equilíbrio, o controle do corpo e do eixo, enfim, a dama deve treinar arduamente para que possua um corpo adequado para a dança. Deve se exercitar em escutar a música em toda sua amplitude. Deve colocar emoções a flor da pele. Dissemos que ela deve trabalhar isso antes da dança, pois durante a dança sua alma deve estar liberta para viver a emoção que a música lhe transmitira, ela deve estar pronta para se expressar dentro da dança do cavalheiro, buscando estar toda expressiva, vivendo a cada momento os movimentos que a música e o cavalheiro lhe possibilitam. Esse corpo preparado para dança deve se tornar natural, para a dama, para que ela não tenha, como já dissemos, que ficar preocupada durante a dança,abrindo assim mão de seu próprio prazer. Isso apenas já agrada ao cavalheiro, pois nada é mais instigante para ele, que uma dama tendo prazer em seus braços. Uma dama que com o seu corpo firme, crie belas formas saídas de sua imaginação, que se expressa através de seu rosto, dedos, mãos, braços, tronco pernas e pés. Uma dança que do começo ao fim demonstra a ele o quanto aquilo lhe está satisfazendo, o quanto ele está conseguindo lhe dar prazer, o quanto ele é feliz nos seus braços. Damas, seu trabalho não é fácil, o corpo muitas vezes se assemelha a um cavalo selvagem, mas vocês terão que dominá-lo. Nossas emoções, tantas vezes caladas em nossa garganta, devem agora ser colocados para fora, devem ser expressas, e isso requer coragem. Nossos ouvidos tão acostumados a fingir surdez por não querer escutar os gritos do mundo, agora terão que ser abertos para a poesia da música. Emfim damas, essa é uma tarefa árdua, porém totalmente possível e 1000% gratificante. FUNÇÕES DO CAVALHEIRO Quando falo sobre o que eu acredito que sejam as funções dos cavalheiros na dança, as pessoas normalmente me falam: “Mas onde você vai achar cavalheiros assim?”. E eu respondo que não pretendo achá-los, pretendo treiná-los. Em uma das aulas que fiz com o grande (não me refiro a estatura) mestre Jaime Aroxa, ele chamou na roda, a Isabela, grande dançarina de tango de SP, e depois que ele dançou com ela, para demonstrar o que ele gostaria que ela fizesse, ela virou para ele e disse: “Mas ninguém pega assim!”. Você imagina o que ela quis dizer com isso? Ela quis dizer isso mesmo, que ninguém pega, como o Jaime. Ela não disse nem eu nunca ouvi ninguém dizer que ele fazia tal ou qual passo melhor que os outros, ou que ele dançava mais bonito que os outros. Se você pensar bem, perceberá que fazer tal ou qual passo são tarefas simples, dançar bonito já não é tão fácil, mas, mesmo assim ainda é simples. Agora a relação entre os pares, ah, isso é assunto que dá pano pra manga. Conheço pouquíssimas pessoas que realmente se preocupam com isso, trabalham arduamente em função disso, logo a maioria das pessoas, mesmo as que fazem bem os passos, tem problemas com os respectivos parceiros. Sabe qual é a posição do Jaime com relação a isso? Ele diz: “As damas não erram, quem erra é o cavalheiro”. Infelizmente poucos homens entendem ou admitem isso, porém os poucos que o fazem, lutam com todas as forças para trabalhar sua pegada, sua condução, seu equilíbrio, sua

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postura, enfim, todas essas coisas fundamentais para que um cavalheiro possa realmente exercer suas funções de BOM condutor. Eu já dancei com o Jaime de cavalheiro e como dama dezenas de vezes e sei que o que a Isabela disse ainda nem esta completo, diria mais, pouquíssimas pessoas conduzem como ele, deixa a dama tão a vontade (no melhor sentido da palavra) quanto ele, se preocupa tanto com a dama como ele, e eu acredito e tenho certeza que ele também acredita que essas são algumas de suas principais virtudes, se não as principais. Hora, se as principais virtudes de um cavalheiros do porte do Jaime são relacionadas a relação dele com a dama, por que haveria de ser diferente para nós. A esse ponto, alguém pode dizer: “Bem, mais isso não é tão simples assim”, e não é mesmo, isso envolve uma série de qualidades que o cavalheiro tem que desenvolver, como já citamos acima, para que essa boa condução, boa pegada, enfim, boa relação, possam correr. Esse cuidado e respeito para com a dama, somado a uma boa musicalidade é que fazem toda a diferença numa grande e inesquecível dança. Encontre sua satisfação cavalheiro, no ato de dar felicidade à sua dama, de transportá-la a uma outra dimensão, de fazê-la sentir-se única. Esse infelizmente é o trabalho mais difícil, e iremos encará-lo de frente nesse curso, porém é o único caminho, se o cavalheiro quer realmente ser: um GRANDE DANÇARINO. PARTE FILOSÓFICA AUTO CONCEITO Umas das maiores dificuldades de um profissional é tratar com um aluno que acredita que tem bastante conhecimento. É difícil, pois mesmo que ele saiba o que o aluno precisa, este não dá abertura e muitas vezes fala: “ A minha postura foi desenvolvida a custa de muito trabalho...”, ou “Eu danço a muitos anos e adquiri bastante conhecimento e experiência, por isso, minha dança é assim e assado...”. Você deve ter opinião própria sobre os conceitos da dança, mas não sobre a qualidade da sua dança. Muitas vezes as pessoas falam de qualidades que estão na cabeça delas. Para ter uma real idéia de seu estagio, e por que caminho deve levar o seu trabalho, escolha um profissional de confiança e peça para ele ser totalmente sincero com você, com relação à sua dança e aceite suas opiniões. Talvez você não goste delas, e se as opiniões forem muito absurdas, procure outro bom profissional, mas bom mesmo, e peça a mesma opinião, pegue as duas, faça uma média delas e viva de acordo com elas. Muitas vezes o professor se omite em determinados detalhes para não aborrecê-lo, porém como profissionais, ou amadores conscientes, você não devem fazer corpo mole ou acreditar que já dançam assim ou assado, têm que verdadeiramente se entregar ao estudo, trabalhar para valer. LIÇÃO DE CASA: Estudar e trazer algum comentário sobre alguma parte da apostila.

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QUARTA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO

EM DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

Temos trabalhado na última aula de como ensinar. Falamos sobre como iniciar o aprendizado e sobre como despertar e a criatividade do aluno, não dando seqüências prontas e sim ajudando-o a enxergar como os movimentos podem ser ligados aleatoriamente. Trataremos agora de um assunto que já abordamos parcialmente no módulo anterior de curso: A simplificação de nossas explicações e vocabulário. Quando pretendemos transmitir uma idéia, devemos torná-la mais simples possível de ser com pretendida. Quando observamos as aulas da maioria dos professores de dança, que tem uma boa formação, percebemos que eles complicam um pouco mais as coisas, eles carregam muito os aluno com informação, enquanto vão transmitindo as idéias, vão aumentando muito a complexidade do entendimento da coisa. Por exemplo: Ao invés de falar “Libere o pé esquerdo, transferindo o peso dele para o pé direito, para que você possa tirar o esquerdo do chão, e daí erga-o, colocando o pé à frente, só que primeiro colocando a ponta do pé, e depois o calcanhar, transfira o peso do corpo para o pé da frente e depois retorne o peso para o pé de trás, para que você possa tirar o pé direito do chão e levá-lo para trás.”. Para um profissional isso tudo parece fácil, mas para uma pessoa que está dançando pela primeira vez ou segunda vez na vida, pode parecer um bicho de sete cabeças. Será que não seria melhor se falássemos assim: “ Coloque o pé esquerdo à frente, depois retorne-o para trás”. Depois que ele conseguir fazer isso, daí podemos transmitir a ele alguns detalhes essenciais, tais como pedir para que marque um tempo aqui e ali, mostrar como se comporta o seu corpo nesse ou naquele instante e pedir para que eles façam o mesmo, etc... Utilizando esse esquema, nós vamos transmitindo ao aluno a informação, porém sem carregá-los de idéias que funcionam melhor se forem transmitidas gradativamente. Inicie seus alunos utilizando um vocabulário simples e de acordo com o progresso deles, conforme eles forem digerindo a informação que você passa para detalhes como: Que parte do pé pisa no chão primeiro ou o quanto do peso ele deve levar pra frente ou para trás. Lembrando que um aliado muito eficiente é o construtivimos, questione o aluno, faça-o perceber através da sua própria visão, o que é importante para a realização do movimento.

PARTE DA DANÇA

Estamos acostumados a realizar movimentos em seqüência, é nossa realidade, nos ensinaram assim. Porém vamos analisar isso. Quem criou os movimentos que hoje chamamos de passos? Provavelmente algum bom dançarino, ai pelos bailes da vida.

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Quando ele fez isso, estava contando se os movimentos dentro de uma seqüência combinada, ou estava brincando com a dança? A resposta é óbvia, não é? Mas como é que isso vira um padrão ou um passo? Bom, daí é fácil, pois o movimento se tornou tão interessante que ele, ou algum observador atento, resolveu ganhar dinheiro com aquela descoberta. Eu chamo isso de dar o peixe e esconder a vara. O pronto (ou o peixe) é de certa forma interessante, pois com ele, nós podemos matar nossa fome, sem termos que nos esforçarmos muito. Porém o problema é que sempre precisaremos de alguém para nos dar o peixe, pois nunca saberemos, ou teremos criatividade para nos movimentarmos sozinhos, par sermos criadores de movimentos, dos nosso movimentos. Acredito que essa forma tradicional de ensinar dança de salão seja comercial demais, com ela se fabrica robôs e não dançarinos. Dançarino é só aquele que criou, pois foi o único que realmente realizou um ato espontâneo,expressivo. Eu acho que ensinar um passo acaba sendo uma forma de enganar o aluno, forma muitas vezes aprovada por ele, pois é muito mais fácil copiar do que criar, porém eu acredito que nossa função como professores, seja a de desenvolver pessoas para que elas sejam as criadoras dos movimentos e não repetidoras de coisas criadas por terceiros. Todos nós temos capacidade de criar, basta que nós a desenvolvamos. Comece a pegar os passos que você fez e desmembrá-los, descubra como eles começam e terminam, o que tem no meio deles, se você não terminá-lo assim o que acontece, como ficaria o passo se nós o realizássemos de maneira diferente de forma harmoniosa? Além disso se solte, viva os seus movimentos, não precisa nem decorar as coisas que ficaram legais, se você desencadear esse processo, movimentos muito mais interessantes surgirão.

PARTE FILOSÓFICA

A dança pode vir a ser uma atividade de prazer supremo, porém ela só será, se houver de nossa parte algo que ela exige absolutamente: DEDICAÇÃO. Tenho encontrado em meu caminho profissionais de todo os tipos, os que se dedicam bastante a própria dança e os que não se dedicam, deixando-a disforme, sem estrutura plástica ou expressiva. Os que se dedicam a se tornarem professores cada vez melhores, estuda do como vocês, e questionando todo o dia a forma como ensinam, tentando se aperfeiçoar a cada segundo de suas vidas tendem a se tornar verdadeiros mestres, educadores e acabando por transformar a vida das pessoas em algo melhor. Encontro também os que não se dedicam, que muitas vezes têm um auto conceito muito elevado e acham que suas aulas são excelentes. Para que não caiamos nesse erro, reitero o que foi dito semana passada, procure um profissional, demonstre como você dá aulas, e peça para que ele analise. Isso na verdade é muito difícil, pois o profissional teria que ir até a sua aula e isso talvez se tornasse inviável. Mas se vocês quiserem podemos fazer laboratórios aqui no curso, para analisar a forma como vocês ensinam e daí passar a dar sugestões. Esses laboratórios não são perfeitos, pois na verdade os colegas é que serão os alunos, e sendo assim, dá uma insegurança, mas mesmo assim é uma ótima forma de se progredir como professor.

LIÇÃO DE CASA

Preparar-se psicologicamente e didaticamente para os laboratórios.

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QUINTA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO

EM DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

Na última aula tratamos sobre a simplificação na transmissão de idéias. Estudamos que se simplificamos nosso vocabulário e transmitimos uma carga menor de informações para os alunos no início, eles trabalharão melhor com elas. Pense bem pouca informação é mais fácil de ser manuseada pela mente do que muita. Depois que aluno conseguiu compreender bem aquela informação, daí entregue outra e assim por diante, trabalhe com níveis crescentes de informação, aos poucos, começando com uma linguagem simples e dando os detalhes na medida que ele vai entendendo a mensagem (Poe exemplo, o aluno já entendeu o que a perna tem que fazer, já treinou bastante, daí fale sobre o detalhe especial do pé). O bom professor é aquele que consegue pegar algo complexo e torná-lo algo simples, de fácil compreensão.

APLICAÇÃO AVANÇADA DO CONSTRUTIVISMO

Você já percebeu que cada vez que explicamos algo, aquilo fica mais claro para nós. È como se ao ensinarmos, compreendêssemos melhor o assunto. Se nossa tarefa como professores é fazer com que os alunos entendam bem a “lição”, porque não fazer com que eles nos expliquem, ao invés de nós explicarmos a eles? Isso mesmo, encontrar uma forma do aluno explicar o que deve ser feito, e não de nós explicarmos a ele. Ai vem a dúvida, como eles vão ensinar se ainda não sabem bem a lição? O elemento que utilizaremos para resolver o problema é justamente é o que irá melhorar ainda mais a fixação do aprendizado. Para que ele saiba a lição e possa nos explicar, é só nós fazermos duas ou três vezes, o movimento que ele deverá explicar, daí pedir que ele explique o que você fez. Você pode auxiliar o aluno durante a explicação que ele estiver dando, colocando algumas questões estratégicas, coisas que eles precisam prestar atenção no detalhe em questão. Depois disso você pode colocá-los atrás de você ou em roda, e pedir para que eles expliquem enquanto você for realizando o movimento. Só então peça para que eles treinem juntos com você, ou sozinhos assim eles podem exercitar um pouco o que já entenderam, pois entre entender e estar apto a fazer, vem bastante treino. É importante que essa ordem seja respeitada entender /treinar /fazer. Muitos professores pedem para que os alunos façam enquanto não entenderam ou enquanto ainda não treinaram o suficiente. A diferença desse sistema é que o aluno pode participar do processo de aprendizado, e isso além de ser divertido e gratificante para ele, é muito mais eficiente, pois ele entende

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bem melhor, presta mais atenção na aula, fixa por muito mais tempo o movimento, enfim aprende muito melhor. Uma das coisa mais chatas no processo do aprendizado é aquela coisa do professor ensinando, ensinando e o aluno aprendendo , aprendendo, isso já faz parte do passado e quem não percebeu isso, merecerá logo espaço no Museu de Educação de Brasília (se é que ele existe). Como já dissemos no curso anterior, temos que fazer nossas aulas o mais interativas possíveis e a técnica ensinada hoje pode vir a nos auxiliar muito nesse trabalho.

PARTE DE DANÇA Nas últimas aulas, fomos da seqüência ao passo ensinado isoladamente, e disso ao sistema de direita /esquerda, sem o passo sendo completado obrigatoriamente. Hoje vamos estudar um pouco sobre a relação entre isso e a musicalidade. Quando dançamos temos a tendência a escutar o ritmo, ligar o automático nos passos que sabemos e mandar bronca. Ao fazermos isso acabamos abrindo mão de aproveitar as nuances da música, sendo realmente criativos. A música, Para que se permite não ser mecânico, é um banquete de oportunidades. Brincadeiras pausas, alterações de movimentos e poses, tudo isso pode e deve ser baseado na música. Para isso esqueçamos um pouco dos passos como coisas completas e inalteráveis e aprendemos a escutar as músicas de forma mais ampla, cada detalhe dela pode e deve ser aproveitado, representando , interpretando, pela nossa dança. O ritmo é importante par a nossa dança, assim como uma boa alimentação é importante para nossa saúde, mas na é tudo. A cada pausa da música, uma parada, a cada ênfase, uma brincadeira, a cada nuance, um sentimento. Sem ter a obrigação de terminar o passo sempre no tempo que foi ensinado pelo professor. Precisamos nos tornar conscientes das possibilidades da utilização da música como instrumento de realização, modificação, improvisação, inspiração, só assim nossa dança terá um diferencial. Terá qualidade acima da média, criatividade acima da mecânica, será divertida acima da monotonia de sempre repetir as coisas, sempre na mesma cadência, sempre da mesma forma. Fuja disso, não é difícil dançar além do ritmo, mas é maravilhoso quando conseguimos .

PARTE DA FILOSOFIA

O QUE DESEJAMOS MOSTRAR AS PESSOAS Acredito que um dos pontos mais polêmicos da dança de salão seja o show. A uns oito anos atrás, conheci numa ENAF que participei, um professor de dança de salão que antes dava aula de aeróbica, ele me disse uma coisa que me deixou com um elefante atrás da orelha, ele falou que no começo todos se apaixonaram pela aeróbica, as academias encheram, todos adoravam. Até que começaram a proliferar aquelas apresentações profissionais de aeróbica, onde duplas ou grupos, faziam coisas mirabolantes, quase impossíveis de serem feitas por mortais comuns.

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As pessoas gostavam dessas apresentações, falava: “Nossa que bonito”, mas já não queriam fazer aula, era difícil demais para elas, afinal não era aquilo tudo que elas queriam, elas apenas queriam se exercitar e divertir. Ele me disse isso gerou o declínio da aeróbica. Esse professor me confessou o receio que ele tinha que isso também acontecesse com a dança de salão. Infelizmente eu tenho que discordar dele, isso não vai acontecer por um único motivo: já aconteceu a muito tempo. Acredito que desde que a dança de salão vem sendo praticada da maneira que é na maioria das academias (talvez uns 99%), nós temos espantado gradativamente as pessoas da dança de salão. Conheço muita gente quer não faz dança de salão, pois acham o jeito que as pessoas das academias dançam muito artificial, robótico,mecânico,afetado, etc. Passos, passos e mais passos, feitos com pouquíssima musicalidade, quase nenhuma expressão autentica (quando muito uma car de sofredor no tango, ou um trejeito de malandro no samba) e um corpo mau colocado, sem estrutura, feio. Ora, é justamente musicalidade, expressividade beleza que encanta, envolve, conquista o público e até as empresas de publicidade sabem disso quando querem vender sabão em pó, não ficam falando qual lava mais branco, as que fazem isso estão quebrando, elas agora mostram a dona de casa feliz, dançando, tendo tempo para curtir a vida. É o que todos querem, curtir, serem felizes. Vamos mostrar como se faz isso através da dança, sem tentar mostrar que nós podemos mais que os outros, mas expressando como estamos brincando espontaneamente, vivendo a música e sendo felizes. A maioria das pessoas que gostam de passos é porque ainda não viram coisa melhor. È claro que existem pessoas e pessoas, existem muitos tímidos, esse quanto menos se expressam melhor, mas normalmente eles não gostam de ser assim, só não conseguem lutar contra isso. Talvez essas pessoas prefiram os passos, pois assim não precisam mostrar o seu interior. Mas a essas pessoas é que nós temos que ajudar. Pense nisso ao montar sus apresentações ou coreografias e mesmo quando dançar num baile, você quer atrair as pessoas para a dança ou espantá-las?

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SEXTA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO em

DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

PROGAMANDO AS AULAS Quando encontramos um programa educacional sério, coerente e estruturado, de qualquer área que seja, sempre veremos na retaguarda um elaborado cronograma de estudo, uma programação de aulas seguidas a risca. Porém quando se trata de dança de salão, pouquíssimos professores fazem isso. A grande verdade é que não existe um sistema organizacional no ensino da dança de salão no Brasil. E a função desse corso, é justamente gerar a reflexão para que esse sistema passe a existir. Um grande passa para isso, seria criar um programa padronizado para o ensino da dança de salão, que tivesse como alicerce, a qualidade no treinamento dos professores. Isso seria uma grande força,e é isso que tentamos com esse curso, discutir as opiniões dos professores participantes, colocar na pauta linhas educacionais consistentes, tais como o construtivismo, que pretende motivar, e tornar as aulas muito mais interessantes devido a interatividade. E se nós padronizássemos um método. Nos juntássemos e construíssemos um programa de ensino de dança de salão, discutindo e somando as experiências de todos nós para elaborar um cronograma, um programa de aulas que passasse por cima de interesses particulares a nível de concorrência, colocando acima de tudo a melhora do nível das aulas de dança de salão que cada um dá. Vamos nos unir e trocar um pouco as aulas das danças que fazemos, por cursos de orientação pedagógica ou trabalhos ao estilo, para acrescentar estrutura a nossa capacidade de dar aulas. Nos unamos para que juntos tenhamos força o melhor programa de aulas de dança do Brasil, digo o melhor, pois os poucos professores que possuem um o fizeram sozinhos ou quase, com uma, no máximo duas cabeças pensantes. Vocês são dezenas, juntos podem muito mais. Aproveitem a união gerada por esse curso para fazer algo novo, melhor e que realmente faça a diferença nas aulas. Todas as grandes mudanças do mundo partiram da união dos indivíduos que possuíam um ideal em comum. Sem ninguém se achar melhor do que ninguém, se unam e façam a diferença... Só depende de vocês!!! PARTE DA DANÇA A FLUIDEZ

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Quando vejo as pessoas dançando consigo definir dois tipos de dança peculiares, uma a fluida, outra a quebrada. Acho que as duas tem as suas qualidades, só penso que tenhamos que defini-las para que possamos lidar melhor com a questão. A dança fluida é normalmente aquela que possui movimentos que deslancharam, onde os movimentos se interligam, quase se fundem uma dança continuada. Nessa dança o salão tende a girar mais. A dança quebrada, na minha opinião, é aquela onde os movimentos não tem uma ligação continuada de fluidez entre eles, por exemplo, aquela dança onde se faz o básico e um passo qualquer, depois outro passo e retorna novamente ao básico. Um exemplo muito bom dessa dança, é a maneira como se dança tango no Brasil, o tango aqui, é uma dança totalmente quebrada, quando não se faz só passos, aí fica realmente sem fluidez, pois daí parece como um cão correndo atrás do próprio rabo. A verdade defendida principalmente pelos argentinos, é que os brasileiros não entendem o tango, não o vivem, e eu infelizmente sou obrigado a concordar com eles (claro que existem as raras exceções, conheço duas ou três delas). Não que a dança quebrada seja inferior, só estou querendo esclarecer as coisas, para que vocês possam trabalhar firmemente sobre uma delas, ou separadamente sobre as duas, ou ainda uni-las, porém com consciência. Uma forma boa de gerar uma dança fluida em nossos alunos, é a cada movimento ensinado, das idéias e ou incentivar os alunos a buscar formas de liga-los aos passos já aprendidos. Isso leva tempo, dependendo do avanço do aluno, pois as opções de emendas são muitas, mas não tem problemas, incentive, trabalhe, sobre a fluidez da dança dos seus alunos. No caso da dança quebrada, uma forma de contruí-la com qualidade é incentivar ao aluno a que ele brinque muito com o seu corpo e com o corpo da dama, com as paradas da música e com o pouco espaço, fica lindo. Talvez melhor ainda fique uma mescla das duas formas, incentivando aos poucos, as duas coisas. PARTE FILOSÓFICA PROFESSOR EDUCADOR TIRANO EDUACADOR, maravilhosa tarefa, caminho espinhoso, trilha difícil de manter aparada, devido aos poucos pés que nela pisam. Vemos muitos professores, porém poucos educadores. Professor, aquele que professa, ensina; educador, aqueles que forma seres humanos melhores, que constroem uma sociedade melhor para todos; tirano, aquele que impõem suas normas em detrimento dos que o cercam. Alguém pode dizer: ”Sim, mas eu pretendo apenas ensinar dança de salão...!”, pois bem, estará aí a sua senda, como trilha-la depende dele. Somos educadores, quando tratamos os alunos como iguais, respeitando-os em seus desejos e aspirações, carências e necessidades. Somos professores quando chegamos e ensinamos aquilo que pretendemos que as pessoas saibam. Somo tiranos quando apenas nossa vontade é soberana, quando nossos interesses sobrepujam os dos alunos, quando enxergamos apenas nossos desejos, anseios e aspirações. Existe uma parábola, sobre o encontro de grandes personalidades, na antiguidade, eram grandes e ostentosos magos, monges e vizires, e dentre eles, se encontrava uma pessoa de aparência simples, que vagava pelo mundo sem nada carregar. Estavam envolvidos numa discussão onde tentavam perceber qual era o mais poderoso deles. Um dizia: “Eu

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consigo levitar!!!”, já outro rebatia: “Eu atravesso rochas”, e outro: “Eu consigo jejuar por 39 dias”, a uma certa altura da conversa um deles perguntou, com desdém, ao homem de aparência simples: “E tu, andarilho, que neim se quer devia estar entre nós, que proezas faz em sua jornada infindável pelo mundo?” Ao que o andarilho respondeu humildemente e em tom brando: “Eu transformo animais em homens...” A tarefa primordial do educador, é desenvolver nos alunos o senso crítico, o raciocínio analítico, para que ele possa depois por si mesmo, conhecer do mundo o que lhes serve ou não. Fazer seres humanos melhores, é outra atribuição do educador, que através do altruísmo e da cordialidade, faz aflorar o tímido, falar o mudo e escutar o surdo. O EDUCADOR tem o papel de descobrir potenciais e incentivá-los ao crescimento. Estude e descubra formas de despertar a consciência das pessoas para as realidades do mundo e delas próprias. Tente tocar dentro delas, e despertá-las para uma forma de pensar, sentir e agir. E como alunos, tentemos por nossa vez absorver o máximo de conhecimentos que possamos. Arquemos com essa responsabilidade e para fazermos não só bons dançarinos, mas também melhores cidadãos. Nas próximas aulas, trataremos sobre algumas das características que devemos possuir para que possamos ser educadores cada vez melhores.

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SÉTIMA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO em

DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

INTERATIVIDADE Essas são as duas colunas que sustentam uma aula eficiente e agradável. Como já dissemos várias vezes nesse curso, a coisa mais chata e ultrapassada que existe é aquele professor que ensina, enquanto pretende que o aluno decore a lição. Devemos pensar em como fazer o aluno participar da aula, para que ele se sinta motivado por estar ajudando a construir a aula, compreender a função de cada movimento no ato, pois ele está olhando de dentro e não de fora. Essa é a tarefa do educador moderno. Não dar a idéia pronta, fazer o aluno raciocinar, buscar dentro dele mesmo as respostas, o por que, como fazer. Podemos dar dicas, insinuar o caminho, dar sugestões baseadas nas idéias dos próprios alunos, porém sem entregar as verdade, sem dizer como se faz, deixando essa função para os alunos. Acrescente a isso a usa programação de aulas, escreva que abordagem você usará para despertar o aluno, o que você falará para conseguir isso, quais questões colocará. LIÇÃO DE CASA Trazer para próxima aula, uma estratégia para uma aula alternativa. MOTIVAÇÃO Muito melhor do que falar, pedir ou explicar, é mostrar. Quando mostramos algo verdadeiramente belo e expressivo, as pessoas se encantam. Não deve ser algo complicado, pois um fato importante da motivação é a mensagem implícita, de que aquilo é algo possível, que não é coisa de outro mundo. Mostrar um ideal para os alunos é uma constante em nossas aulas, principalmente no trabalho no desenvolvimento físico, musical e estrutural. Nesse caso a motivação se torna mais importante ainda, pois os resultados são a longo prazo e para motivá-los a se dedicar pelo tempo necessário, mostrar onde o aluno pode chegar é imprescindível. Se o trabalho se torna mais complicado, árido, e desgastante, é o momento de mostrar e dizer que trilhando este caminho se chega a essa dança. Isso também deve ser colocado no seu plano de aulas, em que momento da aula você irá dançar para motivar, como irá dançar para alcançar os seus propósitos, enfim, como vai conquistar o aluno mostrando como ele irá dançar um dia.

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LIÇÃO DE CASA Trazer uma dança que vise a motivar o aluno a algo, primeiro pense a que você quer motivar o aluno, para que você possa explicar a turma. PARTE DE DANÇA Semana passada, tratamos sobre as danças fluídas e quebradas, sobre como fazê-las com mais qualidade. Acredito que o que faz a dança valer a pena mesmo, seja a alma que colocamos nela, a maneira com o que vivemos a música, a forma com que nós relacionamos com o par e com o nosso próprio corpo, a criatividade de nossos movimentos, enfim, a vida que expressamos através de nossa dança. Levando isso em consideração, descartaremos as formas massificadas de dança, onde a dança fluída roda o salão, porém utilizando sequências pré estabelecidas, aqueles onde escadas de pernas são feitas sempre depois de um passo do malandro e emendadas à caminhadas. Para quem está vendo a primeira vez é até legal, mais depois que o dançarino repete a mesma ordem de movimentos uma ou duas vezes, igualzinhas, os espectadores já começam a perceber de que se trata de algo decorado e repetido, isso tira o brilho da dança, torna-a artificial. Sem contar a dama, que começa a prever o que o cavalheiro vai fazer e ir a frente, passando até a se entediar, pois sabe a dança toda, nunca é surpeendida. Essa dança nasce de um tipo específico de aula, aquela que nós estudamos algumas aulas atrás, onde a dança já é ensinada em sequência, pronto, os dançarinos estão fadados eternamente a dançarem sequência, afinal não conhecem as formas sem separados, apenas ligadas umas às outras, não têm o instrumentos necessários a formar sua própria dança, construir suas próprias emendas. A ordem dos passos, devem surgir da vivência da música, da emoção do momento e não de uma sequência pré estabelecida. Porém ates de mais nada, é necessário saber cada movimento separadamente, ou esquecer o contexto de passo, pensando nos movimentos que surgem daquele sistema de “direita / esquerda” que estudamos na prática do curso, fluir, porém fluir com alma, com a sua dança pessoal. Podemos dizer o mesmo da dança quebrada, abdiquemos daquela forma de dançar onde se faz um passo e retorna ao básico, se faz outro e retorna ao básico, quer quebrar a dança? Então quebre, mas faça isso com criatividade,com musicalidade, brincando com o par, vivendo a dança. Essa dança quebrada rui, nasce também daquela aula onde não se ensina as inúmeras possibilidades de emendas entre um movimento e outro, não ligações prontas, fechadas, porém as inúmeras formas em que os movimentos se ligam, só se ensina a terminar um movimento e retornar ao básico. Vá além, brinque, se expresse de uma forma livre e solta, coloque um belo movimento dentro de uma brincadeira interessante, e dessa brincadeira já faça outro movimento belo e harmonioso, apesar de quebrada a dança, terá uma certa fluidez, característica do improviso, com as mil possibilidades de ter duas pernas nos possibilitam.

PARTE FILOSÓFICA

O SENSO CRÍTICO, PENSAR POR SI MESMO

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Dizia um velho ditado: “O sendo comum é o mais comum dos sensos”. E essa infelizmente é uma realidade. As pessoas tendem a quererem parecer as outras, fazer o q a maioria faz, pertencer a tribo, estar na moda, neim que essa moda seja diferente do gosto pessoal da pessoa, se todos estão usando passa a ser legal, “vira bonito ser feio”. Na dança não podia ser diferente, as pessoas tentam dançar como os dançarinos de renome dança, sem se preocupar se estes quiseram ser iguais a alguém ou não, sem se preocupar se o fato que os tornam grandes seja justamente sua capacidade de serem eles mesmos, suas características pessoais. Aja como os grandes dançarinos, não dançando como eles, mas tendo sua própria identidade, como eles têm, não importa como dançam a maioria das pessoas, dance da forma que você gosta, que você acredita e aceita, se você ainda não consegue dançar dessa forma, estude, desenvolva, mas não queira só porque todos querem. No geral, o que geral o que todos querem não é o melhor. Analise os seus conceitos, pense a respeito, não aceite uma idéia só por que todos acham essa idéia certa, ou por que alguém a está impondo a você, analise se você não concorda, questione, se acha que poderia ser diferente, sugira. Mesmo se você estiver fazendo aula, se você tiver alguma sugestão para dar ao professor, chame-o no canto, fale, se abra, um verdadeiro educador ficará satisfeito em ouvi-lo, o verdadeiro educador, na realidade desenvolve as aulas baseado nas discussões e questões que surgem dos anseios dos alunos, tenha certeza que você será respeitado em suas opiniões por um educador competente, por isso, em qualquer situação, não se baseie nas massas, discuta suas opiniões, seja você mesmo, aja com sua própria consciência.

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OITAVA AULA

CURSO TECNICO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO em DANÇA

DE SALÃO PARTE DIDÁTICA

SEJA VOCÊ MESMO!

Quando vemos pessoas ministrando aulas, podemos facilmente perceber quem foram seus professores, pois a maioria cegamente o jeito de trabalhar dos mestres. Também já fui assim. Creio que isso se dá devido à incapacidade dos professores em desenvolver a identidade dos alunos. Isso se torna mais crítico quando se trabalha com futuros professores, afinal de contas, capacitação dos professores é um assunto muito sério. Deve-se engrandecer o senso crítico do futuro educador, para que ele possa encontrar sua verdadeira identidade, deve-se valorizar as características pessoais de cada um, para que elas, guiadas pelas linhas de ensino, criem educadores com características únicas. Se você se perceber agindo igual ao seu professor, ensinando igual a ele, pare e seja você mesmo. Uma maneira de ensinar brilhante para alguns, pode não funcionar para outros, isso é muito particular, é como uma assinatura, como já disse, peguemos as linhas de ensino, a metodologia e sejamos nós mesmos. Disse acima o que aconteceu comigo também. O caso é que quando conheci meu mestre Jaime Aroxa, me encantei com seu estilo , com a sua eloqüência , com sua maneira de falar, envolvendo os ouvintes nas histórias, enfim, virei “Xerox” dele. Mas os anos se passaram e eu consegui chegar às minas próprias conclusões, ao meu jeito de ensinar, porém percebo que com muita gente isso não acontece, passam-se anos e a “imitação” continua. O que vale são as regras básicas: A eloqüência ou oratória (capacidade de envolver os alunos por meio da fala, e fazer com que eles nos entendam com facilidade), o construtivismo (incentivar os alunos para que aprendam através da participação), as características primordiais do educador (respeito pelo aluno, etc.), isso tudo sim é importante, mas deve ser executado com a sua marca, com as suas características pessoais.

PARTE DE DANÇA

A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO Nosso corpo é essencialmente o instrumento de nossa dança. Porém na maioria das vezes, principalmente em dança de salão, seu desenvolvimento é negligenciado. Devemos, pois, através da motivação, ou ainda mostrando as vantagens, incentivar as pessoas a trabalhar a parte física, pois ela faz toda a diferença durante a dança. Quando me refiro à parte física, quero dizer, o alongamento, a flexibilidade (tem muito profissional de dança de salão que não consegue encostar a mão no pé), o equilíbrio, a postura, a tonicidade muscular, enfim as qualidades que nosso corpo precisa possuir para que dancemos bem. Não é s ballet que isso tudo é importante, afinal o ballet não é a única dança em que se precisa do corpo em ordem, todas precisam. Uma perna bem alongada dará-se associada a um bom equilíbrio, um lindo caminhar, uma boa consciência de eixo associada com um corpo com a tonicidade muscular ideal, possibilita giros

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maravilhosos, enfim, desenvolver o corpo como um todo, fará de nossa dança algo realmente especial. Nem toda a expressividade do mundo fica bela num corpo solto, desequilibrado, sem postura, e etc..Trabalhe, incentive, proponha exercícios aos seus alunos, porém cuidado com a real eficiência de exercícios, já vi professores castigando seus alunos em exercícios que não serviam para nada. Quando você construir um exercício, analise a fundo qual será a função e se essa a e melhor maneira de trabalhar aquilo. Porem faça isso sempre motivando o aluno a querer o exercício. Lembre-se sempre do que aprendemos no primeiro curso, que não podemos dar nada a alguém sem que este não queira receber. Por isso primeiro utilize artifícios para fazer com que o alunos queiram, depois que ele quiser, faça. Se no caso você for o aluno, peça ao seu professor que ele lhe dê exercícios para melhorar suas habilidades físicas.

PARTE FILOSÓFICA

ESTAR REALMENTE INTERESSADO A principal preocupação do educador é como o desenvolvimento dos seus alunos, e quanto mais estes sentirem isso tanto maior será sua dedicação em aprender. Vejo muitos professores que ficam sentados assistindo a aula, enquanto os alunos dançam e trabalham. Percebo como profissional que eles estão interessados nos alunos, pois estão prestando atenção dali da cadeira, porém percebo também que os alunos, muitas vezes não enxergam dessa maneira; acham que o professor esta com pouco caso, que não liga para eles. Muito melhor é observar a aula mais de perto, andando entre os alunos, ajudando, fazendo comentários, e elogiando um e outro pelo caminho. Outra coisa que deve ser evitada ao Maximo, é sair da classe. Só saia quando for imprescindível, pois os alunos sentem-se abandonados quando o professor está ausente. Nada de ficar atendendo telefone, fumando lá fora, etc.. Outro cuidado é com odores. Se você fuma, saiba que o odor de cigarro é algo profundamente desagradável aos não fumantes, e como a dança de salão se faz de pertinho, o fumante pode causar mal estar nas pessoas com que Daca. O mal hálito também é bastante comum, e deve ser tratado efetivamente ou com paliativos (bala), o pior do mal hálito é que muitas vezes a pessoa não percebe que tem, chegue para algum amigo e pergunte (de pertinho) se você está com mal hálito. Insista que seja sincero, pois pode ter verginha de falar. O odor do suor também deve ser outra preocupação. Troque de camisa sempre que possível pra evitar constrangimentos, e cuidado com aquelas mal lavadas que ficam cheirando quando estão aparentemente limpas. Outra coisa muito desagradável é o cheiro de bebida, quando coordeno equipes de animação de bailes, proíbo o consumo de bebidas alcoólicas. Alguns dançarinos dizem: “Mas estamos num baile e não podemos beber!!!?”, beber em bailes é natural, porém quando alguém percebe que a outra pessoa bebeu, esta perde o respeito e passa a ser vista com desdém, perde-se o respeito. Se isso não pode acontecer num baile, quanto mais em uma sala de aula. Outra coisa que os dançarinos da animação falam nessas ocasiões, é que eles comem uma balinha depois, também não resolve, pois o cheiro da bebida exala do corpo, através do suor. Lembre-se que o educador preocupa-se com o educando acima de tudo, e que esses sacrifícios fazem parte da preocupação. Já o tirano não se preocupa, afinal de contas ele sente-se o mais importante, para ele todas as pessoas estão abaixo dele e são menos importantes que ele, por isso tanto faz o que acham a seu respeito ou como se sentem em suas aulas, os incomodados que se retirem. Se atender telefones, fumar, beber antes ou durante as aulas, chegar atrasado constantemente, querer fazer com que as suas opiniões sempre prevaleçam, ficar sentado durante as aulas, forem constantes em suas aulas, talvez você não tenha as virtudes necessárias ao educador, mesmo que “sua lista” não bata com essa no total, apenas parcialmente, você deve avaliar sua vida. O educador é por natureza um ser altruísta, e se não for deve buscar se tornar um, e por favor se

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você pretende se tornar um, o faça com sinceridade, pois a falsidade é percebida de longe, mesmo pelas pessoas mais simples.

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NONA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO em

DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

EXPLICANDO Quando ensinarmos algo, temos que tomar cuidado em dar tempo para que o aluno entenda, assimile,item por item da idéia que pretendemos transmitir. As vezes vejo professores tentando passar varias idéias ao mesmo tempo, ou uma após a outra, de maneira muito seguida, não dando tempo para que os alunos entendam o conteúdo da mensagem anterior, já passando para a próxima idéia. Isso acaba sendo pouco eficiente, pois muitas informações são perdidas, ou que não são aproveitadas por inteiro. Vá devagar,transmita uma informação, questione, sinta se o aluno já compreendeu o assunto anterior antes de passar para o próximo. Se for um movimento, deixe que os alunos treinem, cada pedaço, cada etapa do movimento ou da informação antes de ir a diante. A mais ou menos dois anos, eu era um aluno em uma turma avançada de tango em São Paulo, um profundo conhecedor do assunto, tinha muita coisa a transmitir, só que ele cometia o erro de passar muito rápido pelas informações, não dando tempo para que os alunos conseguissem administrar as informações recebidas. De repente eu comecei a perceber que o professor mandava a turma treinar algo e ninguém treinava aquilo. Eu achava curioso, porém não me deixava envolver pelo povo, e seguia estritamente as indicações do meu mestre. Comecei então a analisar aquela situação, e percebi que o problema era que as pessoas já tinham boiado lá atrás, a muito tempo tinham perdido o fio da meada e não conseguiam entender o assunto presente. Como quando alguém assiste a um filme e não entende algumas partes, daí a estória passa a ficar meio confusa, incompreensível. Foi isso que aconteceu com aquela turma, que depois de pouco tempo foi encerrada, o professor perdeu o controle da turma, ninguém mais o atendia, culpa dele que não teve mais paciência ao passar informações no tempo certo. Perceba se a sua turma está entendendo o que você quer explicar, pedacinho por pedacinho, antes de passar adiante.

REVISANDO Quando você ensinar alguma coisa, sempre nas próximas aulas, revise o que você ensinou, revise cada etapa do movimento em questão, deixe os treinar, só então trabalhe outra coisa mais recente. Perceba o grau de entendimento da turma sobre aquele assunto e daí determine se uma nova explicação é necessária ou se eles já estão podendo fazer o movimento por conta própria. Caso o movimento precise ser explicado de novo, faça o em separado, nada de explicar de uma vez dois ou três passos. Como já dissemos, depois de um movimento revisado, você pode, antes de ir para o próximo movimento, para as possibilidades de emendas dele com os outros movimentos,

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lembrem-se, não os faça decorar seqüências prontas, mas sim demonstre as várias possibilidades de emendas dos passos. O aprendizado pode ficar mais demorado, porém será mais simples para os alunos e a dança deles terá mais qualidade.

PARTE DA DANÇA

COLOCAR A MUSICALIDADE NO COMANDO

É a mente do dançarino que costuma comandar os passos, ou movimentos. Ele pensa: “Bom agora eu vou fazer a caminhada e depois o cruzado.” Vocês acham que isto está certo. Pense em como será mecânica a dança dessa pessoa, e como ela terá pouca relação com a música. As partes importantes da música vem e vão e ele passa batido por elas. Talvez seus passos se comuniquem bem entre si, porém essa dança onde a mente é que decide o que vai rolar, se torna extremamente fria e artificial. O que acontece é que quando alguém se propõe a dançar sem ficar pensando, apenas brincando e pegando as nuances da música, ele passa a Ter uma dança bela, porém simples, sem muitas complicações ou elaborações. Daí o dançarino lembra que têm gente olhando e apesar de estar gostoso assim, ele passa a fazer um monte de coisas elaboradas para mostrar “que ele sabe dançar”. O que é saber dançar? Para quem devemos satisfação? Na minha opinião saber dançar é conseguir transmitir emoção através de uma dança bela. E devemos satisfação apenas a nossa dama. Portanto para dançar, limpe sua mente, sinta a música e viva a emoção que ela lhe transmite, viva-a e transforme-a em movimentos belos e harmoniosos, emoção transformada em movimento emociona, pensamento transformado em movimento, impressiona. Faça a sua escolha você quer emocionar ou impressionar, e tem mais, a beleza da sua emoção também impressiona, só que numa oitava superior. Não encaixe seus movimentos usando mente e sim coração, e sinta a delícia de “ser a música”.

PARTE FILOSÓFICA

A CULPA É DE QUEM?

O crescimento humano só se dá quando se admite algo. Normalmente nossa atitude perante os erros ou os problemas, é sempre de colocar a culpa em alguém. Você que melhorar como ser humano? Quer ser um dançarino melhor, um professor melhor, um parceiro melhor, enfim uma pessoa melhor? Então comece por admitir erros. Todos erramos nessa vida, sábio é aquele que aprende com os erros, a partir dele percebe suas falhas e tenta corrigi-las. Existe um ditado que diz: “O verdadeiro fracassado é aquele que nunca errou”. O problema parte do nosso sistema de ensino, que premia com boas notas aquele que acerta, e castiga aquele que erra. Desde pequenos fomos acostumados a esta cultura do acerto. Só é bom quem acerta sempre. Não entre nessa. Pense, num motorista que entrou numa curva meio rápido, derrapou o carro, rodou e tomou um susto enorme, pois bem ele errou, quando passar de novo ali, se for inteligente tomará mais cuidado. Na minha opinião, ele só será inteligente, se seu pensamento for o de admitir o erro e da outra vez ir mais devagar. Se ele culpar a sorte, o vento ou algo parecido, provavelmente repetirá a dose e terá um fim trágico. Agora pense em outro que não derrapou ao fazer a culpa em alta velocidade, vamos supor que a pista estava em melhores condições naquele dia. Na próxima vez, como é que esse motorista vai fazer a curva, provavelmente na

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mesma velocidade, ou um pouco mais rápido. Estão abertas as apostas!!! Quantas vezes esse motorista sobreviverá aquela curva? Quem têm maiores chances de se sair bem como motorista, quem errou e admitiu ou sequer chegou a errar? Quem errou ou quem acertou? Esse é um exemplo, poderia citar outro duzentos, só admitindo as falhas é que crescemos. Não entre na da sua mente, que acostumada a achar que errar é ruim, não percebe ou não admiti que você pode estar errado. Quando algo não sair exatamente do jeito que você acha, quando algo não der muito certo, assuma a culpa você, pois se realmente for culpa sua você terá grandes chances de descobrir falhas e corrigi-las. Certa vez, fazendo aula com Jaime em São Paulo, ele falou: “Têm algumas pessoas que estão com o tórax para dentro e não estão dando o corpo para que a dama possa encostar, se aproximar”, o que você acha que eu fazia nessas ocasiões? Isso mesmo socava o peito na minha parceira, ai ela parava e dizia: “Não estou vendo a melhora”. E eu socava mais o peito, minha dama já estava quase dormindo, deitada “na cama”, quando Jaime chegou até em mim e disse aquilo não se aplicava a mim, para eu parar que estava ficando muito. Daí ele parava e repetia que não estava melhorando. Provavelmente as pessoas a quem ele queria atingir, não estivessem admitindo o erro e por isso não o corrigiam. Ora, o que nós ganhamos com aquela lição? Eles nada, eu em um peito eficiente, que utilizo até hoje. Tire a venda dos seus olhos, e aprenda a admitir erros, mesmos se eles não parecerem seus, seja como aluno, numa aula, como parceiro numa dança ou como professor em sua didática. Numa aula, se algo não tiver saindo, acredite ser problema seu, assim você melhorará de que se atribuir o erro alguma outra pessoa ou o que é pior ao seu parceiro. Se mesmo tentando corrigir o erro, você não conseguir, e você tiver vontade de culpar o outro, corrija-se de novo se não der resultado chame o professor e peça que ele o auxilie, não fique questionando quem está errando. Faça o mesmo numa dança qualquer, se algo der errado, assuma sinceramente e tente corrigir, não culpe o outro, assim você não melhorará nunca. Como professor faça o mesmo. Se seus alunos têm algum problema, saiba que a culpa é única e exclusivamente sua, pois não transmitiu adequadamente a idéia a eles. Se você culpá-los não melhorará nunca, será um tirano e não um educador. Se as coisas na aula, em algum momento não estiverem como você acha que deveriam estar, tente descobrir outra maneira, coloque o problema para discussão, tente achar um caminho, descubra o momento em que você errou e tente corrigi-lo. Estou cansado de ver professores reclamando da incompetência de algum aluno, ou culpando alguém por algum fracasso. A incompetência de seus alunos é reflexo da dele, se tiver fracassado, a culpa é dele. Se o professor agir sempre assim, estará, estará melhorando constantemente, buscando sempre os melhores caminhos e caminhando para se tornar um autentico educador.

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DÉCIMA AULA

CURS O DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO E DIDÁTICO em DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

ENSINANDO COM CALMA/TREINANDO COM CALMA Para que as coisas fiquem bem feitas, devemos dar a devida atenção para cada detalhe do que esta sendo trabalhado. Só conseguiremos isso se trabalharmos os movimentos a uma velocidade que nos permita observar os detalhes. Vejo muitos professores que logo que ensinam pedem aos alunos para que façam na música. Fatalmente esses alunos terão uma dança suja, pois não tiveram tanto tempo de observar com a devida atenção cada etapa do que está aprendendo. Fazer na musica deve ser pedido ao aluno somente quando ele tenha prestado atenção e treinado casa colocação de pé, cada virada de corpo, cada transferência de peso, isso deve ser feito muito devagar, para que saia limpo. A partir daí, com o movimento limpo, pode-se ir aumentando a velocidade do treino e sem entretanto, deixar com que a qualidade caia. Muitas pessoas são impacientes por natureza, e quer logo fazer rápido, outros são mais perfeccionistas e vão devagar, é a tarefa do professor dosar a velocidade necessária para que os detalhes sejam realizados com precisão. Demore em cada etapa, o suficiente para que você possa observar cada detalhe do movimento, só então passe para a etapa seguinte, e ao treinar o movimento inteiro, faça isso com o mesmo cuidado para que tudo fique bem certinho. Lembre-se: muitas pessoas não conduzem, pisam longe do par, enfim fazem a coisa mal feita. Justamente porque não tiveram paciência de treinar os movimentos bem devagar. PARTE DE DANÇA Você já se perguntou se está tirando proveito que poderia da dança. Será que o prazer que você sente é o máximo que poderia sentir dançando? Quando comecei a dançar, não sabia ao certo o que me encantava, só sei que queria dançar todos os dias, e dançava. Trabalhava em casas noturnas como animador (dançando com as pessoas). Foi no inicio da era da lambada, em 1988. Eu adorava dançar, era auto didata, pois nessa época não havia aulas de dança (pelo menos não em Santos), e a gente tinha que se virar. Depois de alguns anos comecei a fazer aulas de dança (Carlinhos de Jesus, Raquel Mesquita, Jimmy, Jaime Aroxa). Hoje vejo que nessa época que comecei a fazer aulas fiquei um pouco bloqueado, dançar era mais gostoso antes, pois não tinha nada “enlatado”, podia ser eu mesmo. Com o passar dos anos e com a pesquisa e o desenvolvimento das minhas teorias de dança, comecei a experimentar novamente o que a dança podia me proporcionar, só que a coisa começou a tomar dimensões que eu jamais imaginava possíveis. O começo desse processo foi muito engraçado, e não sei se a esta altura vocês também estariam vivendo esse inicio, essa descoberta; o que eu sei é que tem sido algo incrível, essa exploração do prazer que tenho vivido nos últimos anos. Primeiro: a alguns anos atrás quando eu comecei a idéia, comecei a sentir uma forte excitação, a adrenalina correndo solta depois de dançar. No começo não era sempre, mas foi ficando mais freqüente conforme o tempo passava. Depois a excitação foi substituída por uma sensação de leve entorpecimento, eu achava o máximo, e foi isso que me incentivou a continuar as pesquisas. Meus alunos não sentiam isso, e eu ia explorando, percorrendo caminhos para fazer com que eles pudessem descobrir aquele prazer, muitos não entendiam e diziam: “Mas eu sinto prazer quando danço”, e eu dizia que era melhor se eles se entregassem à idéia. Os que tiveram paciência de trabalhar, de mergulhar de cabeça conseguiram, os que não tiveram não puderam experimentar o “prazer supremo de dançar a dois”.

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Como o tempo, essa sensação de leve entorpecimento, se transformou em uma verdadeira embriagues, quando no final da dança eu era envolto por uma atmosfera completamente diferente da desse mundo. Era como se eu estivesse em outra dimensão durante daquela dança, e no final fosse tele-transportado de volta, é como nos filmes de ficção em que a pessoa chega de uma viagem mágica, fica envolta em uma espécie de névoa. Atualmente, dependendo da dama, da música e do momento, chego a ter que me apoiar na parede, para não cair depois da dança, tal é o entorpecimento, a embriagues, o prazer. Por isso volto a pergunta inicial: será que o prazer experimentado é o máximo que poderia sentir-se dançando? Nesse trajeto que percorri nos últimos anos, descobri o processo de despertar do prazer, e tenho refletido muito sobre ele, pois percebo que quando danço com pessoas que não realizaram o trabalho, que não desenvolveram capacidades certas, que elas não sentem o mesmo nível de prazer que eu, nem daquelas pessoas que trabalharam a idéia comigo. Acredite, quem não gosta de dançar se experimentassem um pouco desse prazer, passaria a gostar instantaneamente. Quem gosta passaria a adorar, quem adora a amar, quem ama teria que tomar cuidado pra não enlouquecer... E então o que é responsável por esse prazer intenso da dança? O mesmo que em qualquer outra atividade, a capacidade de envolver-se interna mais que externamente no que está fazendo; de realmente sentir dentro de si o que está fazendo, sentir mesmo. Assim é no amor, na degustação, quando se torce pra algum time, ou seja, em tudo que pode vir a dar prazer. Esse prazer não varia tanto de acordo com os aspectos exteriores, mas sim com os interiores. O que faz realmente sentirmos prazer em um ato de amor, não é a quantidade de posições, mas sim a forma como nos entregamos ao amor, como sentimos e nosso corpo, em nossa alma e em nosso coração, como aquele ato nos domina por dentro. Isso é o determinante do prazer que teremos. O torcedor apaixonado não quer saber se o time está bom ou ruim, ele simplesmente sente a paixão dentro dele, e sente o prazer da vitoria ou a dor da derrota. O mesmo acontece com a dança. Esse é o problema com o atual sistema de dança de salão. Ele supervaloriza os aspectos exteriores da dança, sem dar quase importância aos aspectos interiores. As pessoas não sabem se interiorizar enquanto dançam, principalmente as pessoas que fazem aulas de dança, pois estas estão mais preocupadas com a dança que acontece da pele pra fora. O prazer está na dança da pele para dentro. Está na maneira como você deixa a musica entrar, deixa que ela assuma o controle, deixa que o corpo expresse-se, sente o que está acontecendo dentro de si, e não fora. Daí naturalmente você irá expressar a sua própria dança, você será você mesmo. A dança será menos elaborada em nível de passos, pois você estará tão ocupado tendo prazer que não terá tempo para eles. O problema é que se você estiver vivendo a dança de uma maneira ainda superficial, sem os passos ficará monótono. Se você fizer amor sem viver a sensação dentro de você, precisará de mil posições para se satisfazer. Se comer o melhor doce do mundo sem voltar-se pra dentro de si, terá que colocar um monte de açúcar em cima dele para que fique gostoso. O segredo está em viver a emoção de dentro pra fora, e não de fora pra dentro como estamos habituados. O passeio pela natureza mais linda do mundo fica monótono, se não sentirmos dentro de nós a emoção que aquela paisagem causa. Se vivermos a dança exteriormente, jamais sentiremos o prazer que poderíamos sentir. Existem exercícios para isso, mas você precisa entregar-se de mente, coração e alma abertos, pois como são trabalhos interiores, o professor não pode saber se você está fazendo certo e corrigi-lo caso não esteja, fica por sua conta a dedicação à idéia, ao trabalho, ao prazer, à felicidade que poucas coisas da vida podem dar. Muitos dançarinos profissionais buscam prazer fazendo apresentações, e por quê? Pois estão vivendo apenas o processo exterior da dança, acredito que a maioria (99,99999... %) não conhecem o prazer supremo de dançar a dois. Aproveite, ele este muito perto de você, basta dedicar-se aos exercícios certos, aprender a viver o universo interior para daí permitir que o exterior exista, só tome cuidado, pois como já disse, se você ama a dança pode até enlouquecer-se.

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PARTE FILOSÓFICA

NÃO FAÇA POR DINHEIRO

Dar aulas de dança não é como um emprego qualquer. Às vezes vemos balconistas que atendem mal, estão insatisfeitos por estarem ali, só não saem do emprego porque precisam do dinheiro. Dar aulas de dança é diferente. Exige amor, dedicação, paixão. Lembre-se que nós temos uma missão: a de fazer as pessoas felizes, criar seres humanos melhores, mais sensíveis através da dança. Se você não esta interessado nessa missão, se está fazendo pra ganhar dinheiro, pule fora, não vale a pena, existem maneiras melhores de ganhar dinheiro que dar aulas de dança. Só faça se for com amor... Tenho visto muitas pessoas que fazem muitas coisas apenas por dinheiro, no fim elas não são e nem fazem ninguém feliz. Às vezes não percebemos se estamos fazendo por dinheiro ou não. Veja alguns sintomas: - Não se interessar pelos alunos, por auxiliá-los. Não se empenhar ao máximo para auxiliá-los a resolverem suas duvidas. Não buscar formas de fazer os alunos produzirem. Ser displicente durante as aulas ( ir fumar fora da sala de aulas, atender o telefone, sentar-se, etc.). - Assumir uma postura de superioridade em relação aos seus alunos, achando-se melhor que eles, apenas por entender mais de dança não se mistura a eles. Cuidado pois esse “se achar melhor” as vezes é subconsciente, mas pode ser percebido nas atitudes sutis da pessoa. - Desfaz dos alunos com mais dificuldade, preferindo que eles nem voltem, não tem estimulo por trabalhá-los. - Falta às aulas. Na minha opinião não existe motivo (com exceção de doença grave) plausível para que um professor falte às suas aulas, “nem que chova canivetes”. - Não se interessa sinceramente por progredir, por que se interessaria, afinal ele nem gosta daquilo mesmo... Essas generalidades servem para que você analise sua próprias atitudes, perceba suas falhas e tente corrigi-las. Se não for almejando ser um verdadeiro educador, não seja um.

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DÉCIMA PRIMEIRA AULA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO

TÉCNICO E DIDÁTICO EM

DANÇA DE SALÃO

PARTE DIDÁTICA

AS PAUSAS

Esse é um detalhe muito importante, se é que queremos que nossos alunos dancem no ritmo. As pausas se relacionam intimamente com as etapas de um movimento. O importante é saber se a pausa está antes, durante ou depois de determinado movimento. Escute a música, perceba, questione onde a pausa deve ser colocada. Por exemplo, o bolero, no caso do passo básico, corte liso, e cruzado, onde está a pausa, no três, antes ou depois dele. Ela está depois do três, pois a música marca o “tum e tum”, ou seja, uns, dois, três, para depois dar a pausa, só então vêm o outro “tum e tum” ou um, dois, três, ou seja, primeiro nós devemos pisar os três tempos de maneira continuada, fluída, na mesma velocidade, para daí fazer a pausa. Nesse caso costumo ensinar que a pausa deve ser feita com o pé passando pelo outro de maneira mais contida, mais lenta, quando volta do três, ou seja, quando está indo fazer o outro um ou “tum”. O mesmo se dá com o samba, onde a pausa se dá depois do “tic, tic, tum”, ou mais especificamente depois do “tum”. Como o “tum” é o passo atrás ou à frente é depois desse que fazemos a pausa. Neste caso costumo ensinar a pausa pedindo para que o aluno segure o pé no ar (próximo ao chão) um pouquinho, antes de pisá-lo no próximo “tic” ou um. Cada movimento ou passo pede um tipo de colocação de pausa, estude isso e frise durante as explicações para seus alunos, só assim eles conseguirão dançar no ritmo.

PARTE DA DANÇA Nas últimas aulas, estudamos sobre a capacidade de viver a dança de dentro para fora. Conseguimos isso vivendo a música dentro de nós, sentindo-a em nosso interior e transformando-a em dança. Uma coisa que pode atrapalhar esse trabalho é a dificuldade que encontramos de entender, perceber, captar a música de maneira integral. Para que possamos realizar esse trabalho, devemos nos aprofundar nas características da música, em suas partes, em seus detalhes. Vamos estudar um pouco quais são essas partes, para que possamos escutar a totalidade da música. Podemos identificar pelo menos cinco partes em uma música, são elas:

O RÍTMO

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A MELODIA AS ÊNFASES AS FRASES A POESIA

A grande maioria dos dançarinos vive apenas o ritmo. Porém não devemos restringir a nossa sensibilidade a apenas uma parte da música, devemos escutar a música como um todo, para que nossa dança possa ser bela e rica como a música que estamos ouvindo. Uma parte bastante fácil de ser vivida durante a dança, é a ênfase, ela é a parte mais forte da melodia, onde o tom da música aumenta. Nesse momento podemos dar um passo, transferir o peso, brincar com a dama, enfim, aprendendo a identificar a ênfase da música, avançamos um pouco mais em direção da boa dança. Outra parte importante que devemos estudar na música é a frase. Devemos nos inspirar nos inícios e nos finais das frases, para realizar, alterar ou emendar nossos movimentos. O último, e na minha opinião, o mais importante aspecto desse trabalho, vem justamente a ser o mais negligenciado de todos, é aquele que realmente faz com que nos envolvamos com a emoção da música, que faz com que sintamos realmente a música dentro de nós. A poesia. Ela tem a incumbência de tocar o coração do dançarino, faze-lo sonhar com os versos, se envolver com o enredo da música, através da poesia, nós realmente nos deixamos levar para a dimensão do sonho e da fantasia onde ambos devem buscar encontrar sua própria dança. Desenvolver o ouvido para viver a música em todas as suas nuances, notas, emoções deve ser um exercício diário.

PARTE FILOSÓFICA

A AUTO CONFIANÇA e os REFERENCIAIS Tenho conhecido pessoas com dois pontos de vista bastante definidos com relação à dança. Existem aquelas que gostam do jeito que dançam, e apesar de, muitas vezes, dançar de forma um tanto pobre (com o corpo solto demais, ou com movimentos pouco criativos), não se interessam em fazer aulas, valorizam suas características particulares, sua capacidade de improvisar e de se expressar. Talvez isso se deva ao fato de que as aulas de dança atualmente são baseadas na imposição de uma forma de dançar, importam-se demais com referenciais de todos os tipos (passos pré concebidos, formas, estilos e até trejeitos, como o malandro para o samba), que acabam por massacrar as características individuais das pessoas, e assim muitas pessoas “esclarecidas” acabam fugindo das aulas de dança de salão, e com certa razão, pois não querem ter referenciais para tudo, querem ser elas mesmas. Essas pessoas possuem auto confiança, acreditam na sua suficiência, que não precisam copiar ninguém para dançar, gostam de ser elas mesmas. Eu acredito que essa auto confiança seja o pote de ouro no final do arco íris, pois ela dá ao indivíduo a força necessária a que ele tenha coragem de ser ele mesmo, sem precisar copiar ninguém, sem ter que buscar referenciais, porém, as pessoas que possuem essa auto confiança acabam normalmente desrespeitando um contexto técnico muito importante, existente em todas

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as danças; as características físicas (postura, equilíbrio, flexibilidade, alongamento, etc.). Talvez do equilíbrio entre a auto confiança, sem a necessidade de buscar referenciais, e a consciência de que temos que possuir as características físicas, seja o alicerce através do qual nossa dança poderá ser realmente construída. Por que temos que dançar igual às outras pessoas? Por que não podemos sentir a música e simplesmente nos expressarmos como fazem aquelas pessoas no baile? Só que com uma grande diferença, fazer isso com características físicas interessantes, que darão uma beleza inigualável a nossa dança. Poderíamos talvez estudar a fluidez com que os grandes dançarinos se expressam, e captar esse sentido de harmonia, característicos de tal ou qual dança, ou seja, a “persona” de tal ou qual dança, para a partir daí construirmos a nossa dança. Acredito que não devemos tentar dançar igual a ninguém, por mais que seja bonito cada um de nós pode fazer algo bom, se deixar fluir a dança de dentro de si. Padrões, passos ou movimentos relacionados à dança apenas se aplicam àqueles que os criaram, são como uma assinatura. Eu não posso nem devo ensinar as pessoas a fazerem a minha assinatura, igual a mim. O que devemos fazer é ajudar as pessoas a descobrirem a suas próprias identidades, suas próprias assinaturas, suas próprias danças. Não acho que o passo ou o movimento deve ser divulgado, difundido, ensinado e aprendido, acho que se deve ensinar e desenvolver a capacidade de se movimentar de forma interessante, bela, musical e expressiva. Assim sendo devemos repensa a nossa ânsia de buscar referenciais, ou seja, de tentar dançar samba igual os grandes dançam, dançar tango igual os argentinos dançam, forró igual os universitários ou a moçada dançam, salsa igual os colombianos os costarriquenhos ou os cubanos dançam. “Há! Mas todos fazem isso, dançam assim, tentam aprender os passos com os bons...”, e daí? Por que você precisa ser igual a todos? Busque a maravilha de ser você mesmo, de dançar sua própria dança, de se expressar através seus próprios movimentos, de ser diferente, de ser autêntico!

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE DANÇA DE SALÃO

Modulo II Ministrante: Rafhael Biazzi

Quatro coisas devem o educador ter sempre em mente: os seus

conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE DANÇA DE SALÃO

PRIMEIRA AULA (EXP)

Para iniciarmos nosso curso, gostaria de falar sobre duas palavras que estarão sempre presentes em nosso vocabulário. Usando suas próprias palavras, qual é a diferença entre eficaz e eficiente?

Eficaz, é fazer a coisa certa. “por exemplo um cidadão que ajuda a um pobre esta sendo socialmente eficaz, pois isso é uma coisa correta a se fazer”. Mas ele pode não estar fazendo isto de maneira eficiente, por exemplo pode estar dando dinheiro para um bêbado na rua; o que ele fará com o dinheiro? Pois bem, ser eficiente seria comprar uma cesta básica e levar à casa do bêbado.

Ser eficaz é fazer a coisa certa, ser eficiente é fazer a coisa da maneira certa. “Ser eficiente sem se preocupar em ser eficaz é fazer a coisa pela metade”. Seria como levar um cesta básica e deixá-la na casa de uma pessoa pobre, porém abandonada, foi eficiente, pois, fez a coisa da maneira certa, mas não eficaz, pois não se certificou de que morava alguém na casa. Em nosso curso sempre estaremos tentando associar as duas coisas em tudo que nos propomos, por isso também, ele é tão abrangente e completo (eficaz), e transmite tanto em tão pouco tempo (eficiente).

Nesse curso, pretendemos trabalhar ferramentas, que quando aplicadas, tornarão o aprendizado do aluno mais eficiente, fácil e prazeroso. Alem de conceitos avançados sobre dança de salão, aprenderemos a falar de maneira mais clara e definida, de forma a prender a atenção, envolver e se fazer compreender pelo aluno.

Aplicamos também ao ensino da dança de salão, uma metodologia de ensino, chamada construtivismo, que pretende revolucionar o ensino da dança de salão. Falaremos desse método à seguir.

CONSTRUTIVISMO APLICADO À DANÇA DE SALÃO

Realizamos extensa pesquisa visando descobrir um meio de ensinar onde o aluno aprendesse melhor, mais rápido, usando seu próprio raciocínio, participando da aula e tendo mais prazer. Nessa pesquisa encontramos uma linha de ensino que possui qualidades únicas e que se aplicada à dança de salão pode realmente revolucionar o ensino. O ensino de dança de salão na maioria das escolas, se dá através do método tradicional que chega a ser obsoleto se comparado ao construtivismo. Uma das principais características do aprendizado tradicional é a postura do professor que transmite uma idéia para o aluno, que tenta entender e realizar aquela idéia. O professor da a trabalhar com uma idéia alheia, ele têm que colocá-la em sua cabeça, daí começa um penoso processo de assimilação, que toma muito tempo, se tornando assim pouco eficiente. No construtivismo o aprendizado se dá de maneira bem diferente, pois nele o professor desenvolve o raciocínio com a sua formulação, ou até mesmo antes dela estar

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completamente formulada. No construtivismo, o aluno é levado a pensar, a desenvolver suas próprias opiniões sobre o assunto que está sendo tratado, ou seja, o professo envolve o aluno, sem que ele perceba, na elaboração do estudo, e o aluno passa a trabalhar com idéias próprias. Essa vem a ser a grande vantagem do Construtivismo em relação ao método tradicional de ensino, onde o aluno é obrigado a trabalhar com idéias alheias, e como já dissemos, isso torna o aprendizado muito mais lento e penoso, eficiente e até podemos dizer obsoleto. Veja o empenho de uma pessoa que defende a própria idéia, do de uma pessoa que defende a idéia alheia, sinta a diferença de entusiasmo e de compreensão sobre o total da idéia.Nesse momento gostaríamos de lembrar-lhes, que em nossa opinião, um passo, ou um ritmo, nada mais é do que ser executada. Ele também pode decorar para executar, mas daí o resultado será bem inferior.

No construtivismo, não damos nada pronto para o aluno, ao invés disso, incentivamos o aluno a descobrir coisas, encontrar resposta, parece mais difícil, pois não é, é muito mais rápido, fácil e o resultado é muito melhor, pois o aluno, como já dissemos, passa a trabalhar com idéias próprias, o que lhe trás mais prazer, entusiasmo e acima de tudo, desenvolve sua criatividade e aumenta sua compreensão sobre o assunto estudado.

Para que o aluno desenvolva a idéia junto com o professor, como você acha que fazemos!

Pois é essa uma das maneiras, no meio da idéia, levantamos uma reflexão sobre como continuar a idéia, aproveitamos as opiniões dos alunos, e acrescentamos a nossa, perguntando por exemplo o que eles acham dela, ou como essa nossa idéia poderia ser aplicada no assunto que estamos estudando. Viu, assim o aluno sem perceber auxiliou no desenvolvimento da idéia, ela se tornou compreensível para ele, pois ele pode olhar para dentro dela e mexer, fuçar, ajudar a fazer. Veja como eles se tornou íntimo da idéia, aprendeu antes mesmo dela estar concluída, a utilizá-la, e ainda corremos o risco, do aluo vir com uma idéia nova e ótima, que poderemos acrescentar aos nossos estudos. O bom professor e tão capaz de aprender com o aluno, quanto de ensiná-lo. Perceba também, como você aguçou a criatividade do seu aluno. Lembrete: ensine o passo básico do Jive, usando o construtivismo. Exercício

Peça para que os alunos escolham um ritmo para que eu possa analisar a dança deles e dar sugestões. Lembrete: Vocês conhecem a visão empresarial ultra-moderna? Falaremos agora sobre o conceito das empresas “legais” do mercado. E é bem diferente do que pensam aquelas empresas ultrapassadas onde o atendimento é ruim, demorado e ineficaz As empresas modernas pensam em investir, desenvolvendo sistemas, fazendo tudo para satisfazer o cliente. Fazem tudo pois sabem da importância de cativar o cliente, de torná-lo fiel, sabem que esse tipo de atitude faz uma enorme diferença na manutenção da clientela, coisa indispensável em qualquer empresa. Como professores de dança de salão não poderíamos agir diferente, temos que estudar através de que

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artifícios manteremos nossos alunos, isso fará a grande diferença no que diz respeito ao nosso futuro como professores, as características capazes de realizar essa tarefa. CONCEITOS A dança de salão possui uma estrutura que se baseia em movimentos. Pouca ênfase é dada a musicalidade na prática. Se fala muito nisso, mas se trabalha pouco a respeito. Veja, o grande barato é quando dançando, conseguimos expressar a música, dentro de uma relação interessante com o(a) parceiro(a), quem não trabalha nesse sentido, não sabe o que está perdendo. O grande dilema é que a dança é muito mais rica que o passo, pois enquanto o passo têm começo, meio e fim, a música é cheia de nuances, que para expressarmos devemos estar livres do compromisso de concluir tal ou qual passo. Quando dançamos a música, fazemo-los com o coração, com o sentimento, quando fazemos os passos, dançamos com a mente. O que é a dança de salão, como temos que encará-la? Em nossa opinião, a dança de salão, é a relação entre um homem e uma mulher, dentro de uma música, motivada pelo romantismo, pela alegria, pela paixão, em busca da descoberta de um prazer supremo. Não podemos considerar que a dança de salão seja um casal fazendo passos de baile. Eles às vezes se divertem, quando o passo da certo, mas mesmo assim, abrem mão de grande parcela do prazer, pois mantém a concentração no passo e não da obtenção do prazer, o qual, quando supremo é algo integrado, ele exige dedicação exclusiva. Tente ir para a cama com alguém e ficar pensando na compra que fará amanhã no supermercado ou na conta que vendeu ontem e não deu para pagar. Pode ter certeza que seu prazer na melhor das hipóteses diminuirá. Para alcançar o prazer supremo na dança de salão, temos que estar unicamente ligados á dama e à música, não aos passos. Estamos fazendo afirmações que vão contra toda a estrutura da dança de salão trabalhada tanto no Brasil quanto na Argentina, mas á uma proposta que resgata a verdadeira essência da dança, uma atividade expressiva e não mecânica, sentir e viver e não pensar e executar. Lembrete: “Nesse momento dance um foz, um tango e um samba.” Dentro desse conceito, a aula de dança não é um lugar onde especificamente se aprendam passos, e sim um lugar onde aprendamos a nos expressar, com beleza e harmonia. Dentro desse conceito existe uma grande diferença na maneira de agir, tanto do cavalheiro quanto da dama. Por um lado, as damas não terão que decorar movimentos, não têm que aprender passos, pois ela receberá toda a informação do cavalheiro, logo seu papel será ter prazer e se expressar dentro da música. Terá sim desenvolver a estrutura do seu corpo, para que se expresse de maneira bela e harmoniosa. Por outro lado, o cavalheiro, para trabalhar dentro desse sistema, precisará ser mais eficiente, pois terá que dizer tudo à dama, e ainda fazê-la entrar dentro de um mundo de sonho, fantasia e prazer. Isso é o maior desafio que um dançarino poderia enfrentar, capacidade de fazer a dama viajar para outra dimensão durante a dança, a capacidade de gerar nela um deleite quase embriagador, de onde ela não quererá sair jamais. Não é uma tarefa fácil, nem ara ela, pois se trata de penetrar num mundo novo, onde a dança se baseia em emoções, não em passos.

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Mas quem é o professor senão aquele capaz de dar o que o aluno quer aprender. Diga para mim assim, André, eu não quero saber desse tal de música, prazer supremo, levar a dama para outra dimensão, e quero é aprender um monte de passos, não têm problema, eu fecho o livro do que eu acredito e ensino, não passos, pois isso é demasiado limitado, eu desenvolvo a capacidade de criar dentro da própria criatividade de vocês. Outra grande discussão para a qual temos a solução, é aquela sobre a espera da dama. A dama saber aguardar a condução. Trabalhemos isso com detalhes no detalhes no decorrer do curso. Exercício

Todos escutam a música. Depois deixam que a música entre dentro deles, permitindo ao seu corpo se movimentar na música da maneira com que ele sinta. Agora todos se movimentam, pegando as nuances que sentirem na música. As damas fazem 90% o exercício anterior, sentindo muito e se movimentando quase nada, enquanto os cavalheiros se movimentam mais, porém sem abrir mão da viajem. Agora ele sente a viajem dela e tenta movimentá-la dentro da viajem dela, pegar e soltar, sem acordar a dama.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES

DE DANÇA DE SALÃO SEGUNDA AULA Para oferecermos algo a alguém, primeiramente temos que saber se a pessoa quer receber aquilo. Muitas vezes não nos preocupamos com isso, e acabamos por oferecer às pessoas, coisas que diferem do que elas querem receber. E qual resultado: Perdemos o aluno. Vamos pensar o seguinte... Quando um aluno procura uma aula de dança, o que ele quer na verdade?

1- Aprender a dançar. 2- Se desinibir. 3- Conhecer pessoas. 4- Se divertir. 5- Se exercitar. 6- Fazer terapia. E quais na minha opinião devem ser as principais coisas que

devemos oferecer a ele? Divertimento em primeiro lugar, pois se aquilo não agradá-lo se ele não passar

horas alegres e felizes ali, ele não volta. Então temos que pensar em gerar um ambiente agradável para que ele se divirta enquanto aprende, isso também já será uma terapia para ele.

Ensinando na medida que ele busca. Muitas vezes perdi alunos e muitos professores perdendo também, por cobrar muito do aluno, ou por cobrar pouco. Veja, aí deve haver um equilíbrio. Temos que perceber o que o aluno almeja, e entregar-lhe aquilo; em segundo plano, vamos lançando no ar uma idéia do que gostaríamos que ele almejasse, assim, iniciamos entregando o que o aluno veio buscar, depois despertamos nele o desejo de adquirir o que há de melhor a oferecer.

Dentro do raciocínio de fazer uma aula agradável, além de levar a aula num clima leve, descontraído e agradável, podemos optar por dar uma aula apenas com as informações necessárias para que o aluno realize aquilo que gostaríamos, de maneira aceitável, depois, conforme ele for se apegando á idéia de fazer aulas de dança, conforme nós geramos nele o desejo de aprender algo melhor, daí em diante passamos a cobrar dele. Ou seja, ensinar algo de fácil assimilação, para que o aluno se sinta motivado através de pequenas conquistas, para daí, dar-lhes horizontes maiores. Vamos moldando suas idéias e seus movimentos de forma lenta e sutil, para que aos poucos ele queira se aperfeiçoar. Assim você trabalha dentro da expectativa do aluno, sem sobrecarregá-lo de informações técnicas, as quais ele não foi procurar. Dê a ele o que ele quer, depois vá convencendo-o a quer mais , a querer o que você quer.

Uma maneira boa de conseguir que alguém queira fazer alguma coisa em dança, é mostrar como aquilo pode ser gostoso, ou bonito. Não complexo, mas gostoso principalmente, pois muitas vezes o ser humano prefere o gostoso em vez do bonito, e o complexo ninguém quer. Muitos professores de dança quando querem mostrar sua

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dança, fazem uma dança bem complicada, achando que vai agradar, mas as pessoas não vão querer fazer, vão falar: legal, mas não vão querer fazer. Mostre o gostoso e simples, o bonito é fácil e elas vão querer.

O CONSTRUTIVISMO

Para utilizarmos esse método, iremos lançar mão de questões colocadas de

maneira a despertar a consciência do aluno para aquilo que você está ensinando. Temos que fazer o ouvinte se envolver na explicação, no desenrolar da idéia, conduzindo-o até chegar ao ponto da colocação da questão, onde ele passará a fazer parte do desenvolvimento da idéia.

Lembrete: dar dois ou três exemplos. Exercício: Formar grupos, onde cada pessoa ensina algum movimento ou passo, ou até

mesmo uma idéia, ao grupo. A intenção é justamente envolver os ouvintes no raciocínio e num determinado momento colocar uma questão no ar, visando fazer com que os ouvintes o auxiliem a continuidade do raciocínio.

SISTEMA DE DIVISÃO DA EXPLICAÇÃO

Acreditamos no sistema de divisão, como meio de se conseguir fácil entendimento do assunto. O sistema se baseia em dividirmos o assunto em pequenas partes, explicar cada parte detalhadamente, dando ênfase a cada detalhe, até que essa parte esteja plenamente compreendida, para daí passarmos para uma próxima parte. Nesse momento temos que ligar a parte anterior á próxima, para dar idéia de continuidade ao assunto, para que o assunto tenha ritmo. A próxima etapa do sistema é, depois de ligar a idéia passada á atual, explicar bem a presente, com todos os detalhes e pormenores, daí incorporá-la ao assunto anterior, tornando as duas partes uma coisa só, procedemos daí de maneira semelhante para introduzir uma próxima parte, ou seja, depois da parte atual já estar bem compreendida e incorporada á anterior, formando uma só idéia, ligamo-la a parte seguinte, para darmos a noção de continuidade, explicamos a idéia seguinte e depois dela estar bem entendida, incorporamos a parte nova á anterior, ou seja, a cada parte que desejamos juntar, devemos fazer da mesma forma, até o assunto estar completo.

Agimos assim na explicação de todos os passos principalmente os mais complexos da dança, assim alcançamos um entendimento fácil e integral.

Lição de Casa

Construir uma aula totalmente baseada nestes sistemas estudados hoje e colocá-

la no papel, programá-la. Pode ser uma dança só, um passo só, porém deve ser estruturada nos estudos de hoje. Distribuir as três regras de ouro da dança de salão. Trazer comentários sobre elas, e se algo possível para acrescentar a elas.

AS 03 REGRAS DE OURO DO ENSINO

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DA DANÇA DE SALÃO

PRIMEIRA REGRA DE OURO:

Frise todos os detalhes sutis da idéia, os detalhes que não podem, ou que

costumam ser esquecidos, ou ainda as partes onde as pessoas costumam tropeçar. Frise durante a explicação. Use palavras diferentes, frise durante ou depois da explicação.

SEGUNDA REGRA DE OURO:

Não aponte erros. Se alguém estiver errando em algum ponto, talvez seja porque ela não entendeu

aquela parte, não adianta falar: “você esqueceu o 5” se ela não entendeu onde o que é o 5. Então se ele errar não fale sobre o erro. Diga: “está bom, e para melhorar vou mostra-lhe um detalhe do passo”.

Pronto, daí é só explicar novamente até que a pessoa entenda.

TERCEIRA REGRA DE OURO:

Outro atributo do bom professor é descobrir de onde vem um problema qualquer que o aluno esteja tendo com o passo, cuidado, efeitos dominós são muito comuns na dança!

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DE DANÇA DE SALÃO

TERCEIRA AULA

Você acha que um professor deva ter características de vendedor? Por quê? Bem, nos acreditamos que vendedor é aquele que consegue primordialmente se

fazer compreender, fazer com que seu discurso encontre ressonância no interior do ouvinte. Pois é justamente isso que um professor mais precisa. Se o professor não se fizer compreender, acreditar e aceitar, ele pode se aposentar. Saiba vender a sua idéia e colha os frutos de aluno fazendo exatamente o que devem fazer. Eles dançarão bem, com leveza, elegância, graça, charme, etc.

Como vocês acham que deve ser o discurso do vendedor para que ele possa vender o seu produto?

Deve ser assim: Comprem meu produto agora!!! Como vocês acham que é um aula de uma pessoa assim? Por favor...será que vocês podem...Éééé... E a aula desse, como seria? Vou vender algo pra vocês, mas não sei bem se sei o que é... Será que nós nunca tivemos uma postura igual a essa perante uma turma? E o que vocês me dizem desse vendedor? Vou demonstrar a vocês as vantagens que vocês terão adquirindo o meu

produto... E desse, como seria a aula? Eu acho que primeiramente esse professor demonstraria o belo movimento a ser

ensinado, e prosseguiria ensinando-o com maestria. Vocês concordam comigo? Mas vamos pensar, a venda terminou aqui? Sim ou não? Acredito que não, apenas ela começou bem. A partir daí, o vendedor ou

professor teria que fazer com que o ouvinte compreendesse bem o funcionamento do produto. Ninguém compra o que não sabe usar ou o que não compreendeu bem a função.

Para compreender a função de um determinado produto, o vendedor deve utilizar um vocabulário que se aproxime ao do comprador? Sim ou não? Eu acredito que sim. Vejam, um vendedor vai vender um investimento a uma viúva, que passou os últimos vinte anos cuidando de seu lar, e que hoje administra os bens do marido, ele venderá com mais facilidade se usar termos como: Mercado Primário e Secundário, Patrimônio Líquido, Custódia fungível, Passivo exigível, Ativo Permanente, etc, ou se ele demonstrar na prática usando cálculos de fácil entendimento, o quanto o patrimônio dela ira crescer se comprar o seu investimento?

Alguém pode me dar exemplos de linguagem de dança gerar sinônimos em linguagem popular?

Um bom meio, é explicar o termo, traduzi-lo em outras palavras. Cuidado também com a imprecisão do termo. Já vi um professor em uma vídeo

aula falar para o aluno abrir a direita, enquanto na verdade ele estava querendo dizer

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para o aluno colocar o pé atrás. Quando se coloca o pé atrás, e perna de certo modo fica aberta, mas colocar atrás é colocar atrás.

Temos que ter essa preocupação também quando vamos ensinar.conforme vimos na semana passada, temos que voltar nosso vocabulário ao aluno, facilitar para que ele entenda a nossa mensagem, de maneira simples e de modo a envolve-lo e fazer com que ele tenha vontade de comprar nossa idéia.

Um professo é eficiente quando atende aos desejos do aluno, direcionando com o tempo, esses desejos pelo caminho que ele acredita ser o correto. Isso de forma alguma pode ser imposto ou ditado, têm que ser conquistado, alcançado. Alguém pode traduzir em outras palavras o que eu quis dizer, estudamos sobre isso semana passada.

Texto parcialmente extraído de um livro do mestre em relacionamento humano:

Dale Carnegie.

O grande segredo de tratar com as pessoas “Sob o firmamento existe apenas um meio de conseguir que alguém faça alguma

coisa”. Você já meditou alguma vez nisto? Sim apenas um único meio. E este meio é conseguir que a outra pessoa queira fazer. Lembre-se: não existe outro caminho.

Naturalmente você pode fazer com que o homem lhe de seu relógio achegando-lhe um revolver sobre as costelas. Pode obter de um empregado a sua colaboração ate você virar as costas ameaçando-o com a despedida. Pode levar uma criança a fazer o que você deseja por meio de pancadas ou ameaças. Mas todos estes métodos cruéis têm repercussões profundamente indesejáveis.

O único processo pelo qual posso conseguir que você faça alguma coisa é dando-lhe o que você quer.

Que quer você? Sigmund Freud disse que tudo o que emana de mim e de você, é por dois

motivos: a necessidade sexual e o desejo de ser grande. John Dewey, o mais profundo dos filósofos da América, opina um pouco

diferente. Diz que a mais profunda das solicitações na natureza humana é “o desejo de ser importante”. Guarde esta frase: “o desejo de ser importante”. Ela é muito significativa. Você vai ouvir bastante acerca da mesma neste livro.

Que quer você? Não muitas coisas que você deseja apresentam-se com uma insistência que não poderá ser negada. Quase todo adulto normal deseja:

1. Saúde e preservação da vida. 2. Alimento. 3. Repouso. 4. Dinheiro e as coisas que o dinheiro pode proporcionar. 5. Vida futura. 6. Satisfação sexual. 7. O bem estar dos filhos. 8. Uma sensação de importância.

Quase todos esses desejos são satisfeitos, quase todos. Menos um. Existe um que

se apresenta quase tão profundo, quase tão imperioso como o desejo de alimento ou de repouso que raramente é satisfeito. É o que Freud chama de desejo de ser grande, é o que Dewey designa desejo de ser importante.

Certa feita, Lincon iniciou uma carta dizendo: “Todos gostam de um cumprimento”, Willian James disse: “O mais profundo sentido da natureza humana é a

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ânsia de ser apreciado”. Ele não falou, veja bem, do “desejo” ou da “vontade” ou da “aspiração” de ser apreciado. Falou na anciã de ser apreciado.

Aqui esta uma espécie de fome humana insaciável, e os poucos indivíduos que honestamente satisfazem essa avidez tão enraizada no coração terão as pessoas na palma de sua mão, e “mesmo o proprietário da funerária fica triste quando eles morrem”.

Muitas pessoas chegam a ficar doentes ou insanas, para ganhar um pouco de atenção.

Consideramos a habilidade de desperta entusiasmo entre os homens, a maior força que podemos possuir como professores e o meio mais eficiente de despertar o que há de melhor nos alunos é a apreciação honesta e o encorajamento. Nunca critique quem que quer seja, e sempre incentive os seus alunos a conseguirem mais e melhor. Tente enxergar seus acertos, esteja sempre ansioso para elogias o que eles já estejam fazendo de bom, diga a eles e os encoraje a continuar.

Conseguir que vocês façam isso em suas aulas de dança é um dos nossos objetivos. Pois a motivação é um dos recursos mais eficientes para desenvolver uma qualidade em alguém. E acima de tudo, temos duas funções principais como professores de dança: fazer com que as pessoas se sintam bem em nossas aulas, sejam felizes ali, e ensina-las a dançar bem, e as duas coisas podemos conseguir através do elogio honesto e da motivação.

Façam isso em todos os aspectos da sua vida e verá como as coisas melhorarão ainda mais à sua volta.

Temos visto por aí, principalmente na área de dança, professores carrascos, isso parece ate uma epidemia de mau humor, as pessoas erram seus professores as castigam, apontam seus erros, as recriminam, enquanto deveriam estar tentando descobrir algo positivo para elogiar, assim conseguiria com muito mais facilidade esta depois, trabalhando sobre o que você acha que deve ser trabalhado. Ora, se um aluno erra e persiste no erro, talvez a culpa seja do professor que não ensinou suficientemente bem pra alcançar a compreensão do aluno, ou do professor que muitas vezes pede uma coisa e faz outra. Pedir para que o aluno tenha uma boa postura e não ter a mesma é igual a nada, pedir para que o aluno respeite o baile e não respeita-lo, é hipocrisia, pedir para que o aluno dance na música e não a conheces a fundo é inútil.

Seja coerente com suas atitudes e honestamente positivo com seus alunos, respeitando-os e motivando-os e tenha sucesso como professor.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES

DE DANÇA DE SALÃO

QUARTA AULA

A DICÇÃO

A dicção pode ser sintetizada, como a maneira que pronunciamos as palavras, a maneira com que as definimos, como as tornamos claras, enfim, a maneira com que falamos. A fala é o nosso veiculo de expressão. Nossa fala deve ser impecável, limpa e acima de tudo compreensível. Deve ser assim, para que nos façamos entender muito bem. Nesse treinamento iremos desenvolver, aperfeiçoar, limpar nossa expressão verbal. Devemos ter em conta que o principal objetivo de um professor, seja ele de qualquer área, é fazer com que os alunos entendam bem a lição. Pois mesmo entendo a lição é sempre um trabalho árduo a realização do ensinamento, imaginem como isso fica se a compreensão for falha. O aluno patina, anda pouco,volta um pouco, mas progresso é difícil. Cuidado para que nesse momento você não tenha esse tipo de atitude: - Minha expressão verbal é perfeita! Aí estancamos, e acredite, sempre há i que melhorar.

A ARTICULAÇÃO DA BOCA

Para uma boa fala, precisamos de uma boa articulação, precisamos antes de qualquer coisa, articular grande. Fazendo isso teremos mais definição de palavras e mais potencia de voz. Um exercício indicado para que possamos aumentar a articulação de nossa boca, é o da mastigação, devemos mastigar coisas que demoram a dissolver, como por exemplo pão amanhecido, cenoura crua, maçã ou carne de segunda.

VOLUME DA VOZ.

É a altura, a intensidade da voz; a maneira audível com que chega às pessoas que estão no interior da sala.

VELOCIDADE

Não se deve impor uma velocidade padrão para os oradores, pois cada um falará depressa ou mais devagar, dependendo da sua capacidade de respiração, da sua emoção, da sua dicção e do sentimento transmitido. Na verdade, há tantas razões para falar depressa, como para discorrer lentamente. A velocidade agrada principalmente ao publico, pois transmite de certa forma impressão de convicção do orador na idéia transmitida. É também útil ao orador, pois lhe permite deslizar rapidamente sobre as partes eventualmente fracas do discurso.

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Por outro lado, a lentidão é útil, não só por que permite saborear ponto à ponto as partes apreciáveis do discurso. Mas se deve ainda notar, que falando muito depressa, se cai na monotonia ou se torna defeituosa a entonação. Ou seja, podemos e até devemos falar um pouco mais rápido, mas temos que tomar cuidado pois há momento para tudo.

EXPRESSÃO CORPORAL

Nosso corpo deve auxiliar na transmissão da idéia, os gestos dos braços e das mãos devem como que exprimir o que estamos dizendo com palavras. Nossa movimentação pela sala, deve contribuir para prender a atenção do ouvinte e para dar ênfase a algum ponto do discurso. Nossa expressão facial deve ser coerente com o sentimento que tentamos expressar. Enfim, nosso corpo deve caminhar em concordância com o que estamos falando, para facilitar ainda mais a compreensão da nossa idéia.

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

Outra etapa importante é a interpretação do texto. Que sentido, que expressão queremos que nossa frase tenha, e de pergunta, o de explicação, o de exclamação. Se tivermos uma fala linear, inexpressiva, não conseguiremos prender a atenção do aluno e a nossa fala se torna monótona e cansativa.

A PONTUAÇÃO

Outra coisa importante é dar verdadeiro sentido à pontuação. Se houver uma virgula em sua frase, realmente dê uma pausa, se for um ponto na mesma linha, dê a pausa e depois continue no mesmo tom. Se for ponto de parágrafo, dê a pausa e, depois, mude a entonação. Busque se expressar realmente de forma eloqüente e primorosa.

RUÍDOS

Outra coisa, cuidado com os irritantes hããã, ééé, iii. Quando estamos procurando uma palavra certa, é preferível que fiquemos em silencio absoluto. Tenha paciência, o resultado será mais positivo. Depois dessa pausa, volte a falar com ênfase quando iniciar a frase seguinte. Agindo assim você transmitirá a impressão de que a pausa foi para optar pelas melhores idéias, e não porque deu um branco. Repita diversas vezes o exercício dos trava-linguas, eles são ótimos para resolver uma serie de aspectos. Não devemos esquecer também da naturalidade, devemos ser técnicos para falar, po´rem isso tudo deve soar natural. Mas lembre-se, ter uma boa fala é apenas uma etapa para se fazer entender pelos ouvintes.

CONCATENAÇÃO COERENTE DAS IDÉIAS

Uma das qualidades fundamentais que um professor deve possuir, é justamente a capacidade de organizar coerentemente as idéias.

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Você já se deparou com pessoas que falam, falam e não dizem coisa com coisa, pois bem, temos que tomar cuidado, pois podemos também ter esse defeito, e ele pode ser fatal na vida de um professor. Pensem bem nisso; quando vamos explicar algo, nossa explicação deve ter começo, meio e fim, e deve caminhar de forma ordenada, colocando seqüencialmente todos os fatos necessários, para que possa acompanhar compreensivelmente nosso raciocínio. Seja direto, explicito ao explicar as coisas, diga as maneiras simples, porem completa, tudo que você precisa que o ouvinte saiba. Existem alguns elementos que facilitam a compreensão por parte dos alunos. A imagem extensiva – consiste em associarmos uma imagem que tentamos transmitir a uma pessoa que já conheça, por exemplo: “Nesse momento, o passo do homem deve ser forte, como de um cavalo puro sangue”. “Imagine nesse momento um lenço de seda pura voando ao vento, sinta sua leveza e flutue como ela...”. “Imagine o andar de um camelo (que sobe e desce) e compare-o com o andar em uam esteira rolante”. Ou seja, pense no que você quer e associe a uma imagem que o ouvinte conheça.

ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO

Serão as palavras ou frases que usaremos para ligar partes de uma idéia (posso,movimento assunto), para que o entendimento do ouvinte flua e consiga entender a relação que existe entre as partes de uma mesma coisa. Essas transições criam constante expectativas em relação às mensagem subseqüentes, passando ao publico uma idéia de evolução de assunto.

Alguns elementos de transição são:

As perguntas, “o que vem depois desse movimento?”, como colocamos isso no ritmo?”, “como isso se emenda no básico?”. As indicações de seqüência – com frases, “passemos agora para a próxima parte do passo”, “chegou o momento de fazermos o mesmo movimento, só que juntos”, passemos ao ritmo. Perceba como criamos ligações do passado com o presente e com o futuro. Com essa seqüência interligada facilitamos o entendimento do aluno. Acredite! Com expressões: “enquanto isso a dama pisa atrás”, “dessa forma se emenda às partes”, “conseqüentemente a dama vem para trás do cavalheiro”, “concluindo, conduzimos a dama para o 4° tempo”, “portanto, se iniciarmos o movimento, conduzir a dama, ela percebe a nossa intenção”. Outra coisa que facilita a compreensão é o uso da ilustração: usar estórias verdadeiras ou imaginarias para ilustrar algum argumento. Esses são alguns elementos que podemos usar para que nossas explicações fiquem mais compreensíveis. Lembre-se: dançar já é difícil quando o aluno entende a explicação. É nossa tarefa nos fazer enterder.

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QUINTA AULA

CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES

DE DANÇA DE SALÃO

MOSTRE ANTES

Antes de ensinar algo, tome o cuidado de mostrar o que você irá ensinar, não o movimento completo, porém baseado no sistema de divisão da explicação.mostre apenas a parte que será ensinada primeiro. Depois de mostrar 2 ou 3 vezes, peça para que os alunos façam com você. Quando chegar o momento de passar para a próxima etapa do movimento ligue através dos elementos de ligação e mostre o que vem a seguir, apenas mostre, 2 ou 3 vezes e daí peça para que os alunos façam com você. Siga assim até a conclusão do passo.

A CONTAGEM

Quando você já tiver concluído uma etapa da explicação, deve ensinar como contar aquela etapa, para que através da contagem o aluno possa ter uma visão mais clara e objetiva do que está sendo realizado. Ao prosseguir com as próximas, vá introduzindo a contagem etapa por etapa, depois, na hora de colocar no ritmo, identifique a batida da música, e associe-a a contagem, mostre como fazer o passo na contagem e esta na música e depois peça para que eles façam.

SAMBA

Essa regra eu não aplico ao samba, ou seja, não costumo aplicar a contagem numérica ao samba, apenas explico o passo, dividindo-o. Quando chega a hora de ir para o ritmo, demonstro a batida com o dedo, e peço para que os alunos marquem comigo, daí peço para que eles repitam no ritmo as palavras: PISA JUNTA VAI PAUSA PISA VAI PAUSA... Isso antes de dançar, daí faço na música para que eles vejam, contem para mim e entendam, só daí eles fazem comigo.

SIMPLIFICAÇÃO DE NOSSAS EXPLICAÇÕES

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Análise as suas explicações e perceba se ela não está cheia de coisinhas desnecessárias. Muitas vezes me deparo com professores que falam detalhes importantes, só que fora de hora, tornando sem aproveitamento aquele detalhe comentado. Policie-se sobre esses detalhes, seja sempre direito(a) e pratico(a).

MUSICALIDADE, PRÁTICA DE AULA

Temos que saber como uma música se divide. O ritmo, é o instrumento através do qual, iremos introduzir nossos alunos o universo musical. Devemos mostrar a eles, como passo que eles irão realizar se relaciona á música. Primeiramente, para facilitar o aprendizado, ajudamos a identificar o ritmo da música. Isso pode ser feito através de palmas, estrelar dos dedos, com um dedo marcando o compasso (maneira que eu pessoalmente prefiro), ou de qualquer artifício que demostre para o aluno, o compasso da música. Depois disso associamos a contagem do passo que ele acaba de treinar, á batida que nós ajudamos ele a identificar. Em seguida, associamos a contagem, já dentro da batida, ao passo que eles acabam de aprender. Desta forma, vamos de uma maneira progressiva, ligando uma coisa a outra e o aluno vai compreendendo através da associação de algo já entendido á uma coisa nova, como movimento que ele aprendeu, cabe, se encaixa, se adapta a música.

UMA DICA PARA O ALUNO JÁ COMEÇAR DANÇANDO NO RITMO

Peça para que seus alunos comecem a contar alto o ritmo antes de estar dançando, daí quando ele começa, já dá o primeiro passo na contagem que ele está realizando verbalmente.

SOBRE O INICIO DA CONTAGEM Sempre espere todos chegarem para iniciar uma contagem. Muitas vezes o professor a contar quando o aluno ainda não está na posição adequada para acompanhar a contagem.

DICA

Explicar bem, detalhadamente as coisas, quase sempre é sempre muito melhor. Não devemos supor que o aluno saiba o que queremos dizer, sempre devemos explicar a coisa de maneira completa.

PEQUENO ESTUDO SOBRE MUSICALIDADE

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A dança só vale a pena se tiver íntima relação com a música. Um dos principais fatores de medição da qualidade da dança de alguém, é o grau de relação que o dançarino tem com a música, e não a quantidade de passos que esse dançarino saiba fazer, como a maioria das pessoas acredita, muito pelo contrario, me mostre uma pessoa que supervaloriza os pessoas, e eu lhe mostro uma pessoa com pouca musicalidade. E por que digo isso, pois quando uma pessoa realmente se importa com a música ela quase não faz passos, ela passa a habitar os domínios do sonho e da fantasia, onde só existem o cavalheiro, a dama e a relação que eles vivem naqueles minutos em que dançam. Normalmente as damas têm mais musicalidade que os cavalheiros, então se torna mais importante ainda, para os cavalheiros que devem ser valorizados pelas damas, que eles realmente entendam, sintam, valorizem a música, pois uma das coisas mais irritantes para uma dama, é dançar com um cavalheiro que dança fora da música, o que infelizmente para elas, é bastante comum. Vamos mudar isso, para o bem dos cavalheiros, para o bem das damas e felicidade geral da nação. Noventa e nove por cento das pessoas, consideram que dançar na música, é acompanhar o ritmo. É, mas isso não é tudo. A música tem toda uma estrutura que podemos e devemos aproveitar enquanto dançamos. A voz do cantor, o som de cada instrumento, as partes mais fortes e as paradas da música, são coisas a serem exploradas pelos dançarinos. Cada movimento que os dançarinos fizer deve ter coerência, intimidade e relação com a música. Escute, valorize, estude, respeite a música, pois ela deve sair pelos seus poros quando dança.

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SEXTA AULA

CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DE DANÇA DE SALÃO

PEQUENO TRATADO SOBRE DANÇA DE SLÃO AVANÇADA

A DANÇA RITMICA / DANÇA MELÓDICA

Podemos variar a nossa relação com a musica enquanto dançamos. Eu acredito que não só podemos como também devemos. Devemos aprender a escutar a música em toas as suas nuances, cada instrumento separadamente, a voz do cantor, as frases musicas, o ritmo, enfim, a música possui imenso universo que deve ser sentido e explorado.

AS ÊNFASES MUSICAIS

Essas partes da música devem ser aproveitadas, devemos brincar nesses momentos, caminhar, tentando expressar o que a música quer dizer. Quando isso é feito caminhando, devemos utilizar movimentos em transferência, isso deve ser feito também nas pausas, pois com essas transferências podemos dar ênfase também ao nosso movimento, combinando assim ele a música. Para se fazer um bom movimento em transferência, devemos colocar a dama realmente sobre um só pé, transferindo-a e sustentando-a para que ela tenha plena certeza do que você quer.

A RELAÇÃO ENTRE AS PAUSAS E A TRANSFERENCIAS DE PESO

Quando estamos trabalhando sobre o ritmo da música, o que nos faz dar pausa é justamente a transferência de peso, que requer tempo para ser realizada. Quando nos movimentamos em divisão, nossa velocidade é bem maior, devido ao controle que podemos exercer sobre a nossa dinâmica enquanto nosso corpo não esta sendo deslocado.

FUNDAMENTOS DA DIVISÃO DE PESO NO SAMBA

Ao dançarmos samba rápido, devemos exercer um maior controle sobre a movimentação do corpo. Ele deve movimentar menos que as pernas, para isso deve haver uma divisão de corpo generalizada, até mesmo nas pausas deve se tomar cuidado para não haver transferência de corpo, na transferência de peso. Faça o seguinte exercício: dance sozinho qualquer passo de samba, faça uma movimentação extensa, movimentando mais as pernas do que o corpo, para isso, na maior parte do tempo, seu peso deverá estar dividido entre os dois pés. Seu corpo não pode se movimentar na mesma proporção das pernas. Se você se concentrar em manter o peso dividido, verá com terá mais velocidade, se cansará menos, terá mais controle sobre as paradas da música, sobre o equilíbrio e suas pernas aparecerão mais.

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MOVIMENTAÇÃO DO TRONCO NO SAMBA

Pense no seguinte, quando queremos que apenas uma parte de um todo seja observada, temos que evidenciá-la. Ao dançarmos samba, devemos fazer nossas pernas aparecerem e para isso temos que movimentá-las, como já dissemos, em divisão. Mas tem mais um detalhe, se os nossos ombros torcem e destrocem com ênfase, ou nosso tronco faz movimentos evidenciados, estaremos chamando a atenção para o corpo como um todo, e não para as pernas. Limpe de sua dança os movimentos evidenciados da parte de cima do corpo dançando samba (principalmente se for um dança rítmica).

IDÉIAS AVANÇADAS SOBRE CONDUÇÃO

Muitas vezes movimentamos os ombros de maneira evidenciada em momentos em que temos que conduzir a dama, até usamos esses movimentos para conduzir. Vá mais além, descubra como você pode sutilizar os movimentos do seu corpo e ainda esta conduzindo. No pré-primário da dança aprendemos a conduzir com as mãos. Na verdade essa condução é valida em alguns momentos, como coadjuvante. Quando avançamos mais um pouco nos é ensinado que a verdadeira condução deve ser realizado com o peito. Isso também é bom em alguns momentos. Um pouco mais adiante nos é dito para conduzirmos com o corpo como um todo. Isso é ainda melhor. Mais eu ainda considero melhor se nós conseguirmos usar características de eixo, inércia, alteração na tonicidade corporal, envolvimento, para conseguir que a dama sem ter que se preocupar, possa realizar o que nós queremos dela. O movimento da dama deve fluir como o mercúrio, e o cavalheiro deve ter uma condução tão envolvente que faça com que o movimento da dama flua, com se estivesse saído de dentro dela a vontade de realizar determinado movimento. Descubra como conduzir dessa forma, treine com sua parceira observando os detalhes contidos nesse pequeno tratado e questione durante as aulas algo que não tenha ficado claro e nós conversamos à respeito.

SUGESTÔES PARA IMLATAÇÃO DE SISTEMATICA DE REUNIÕES

Temos que ter sempre em mente a nossa responsabilidade de atender as necessidades de nossos alunos. O que eles vieram buscar em nossas aulas? Como atendê-los, satisfazê-los e cativá-los? São questões que devem estar sempre encarados como tais, se reúna com os outros professores, assistentes, bolsistas e alunos mais antigos, para que juntos todos possam chegar à conclusões de como sua aula pode cada vez mais ir de encontro aos anseios dos alunos. Outra reunião que funciona é a que discute sobre os problemas e dificuldades de cad aluno da turma ou da academia, como lidar com essas dificuldades, resolvê-los ou amenizá-los, analisando caso a caso.

GENTILEZA, SIMPATIA, RESPEITO E OUTRAS SUTILEZAS

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Respeitar a todos os seres humanos faz parte da tarefa diária de todos, como irmãos ou como cidadãos, temos a obrigação de pensar nos outros, em suas necessidades e desejos, em suas ânsias e pontos de vista. Através da maneira que tratamos o aluno devemos demonstrar a ele o quanto o respeitamos. Respeitamos pelo voto de confiança que ele deu ao nosso trabalho, pelo tempo e dinheiro que dedica a dança, por acreditar que dançar é legal e vale a pena, enfim, devemos respeitar todos, pois também queremos ser respeitados. Na minha opinião o aluno e seus desejos vêm em primeiro lugar, mas se os anseios dos alunos diferem do que acreditamos, devemos conquistar os seus desejo para aquilo em que acreditamos ser bom para ele. Seja sempre gentil e simpático ao se dirigir aos alunos, em qualquer ocasião, seja explicando um passo, contando um ritmo. Coloque um tom terno na voz, pois isso torna a aula até mais leve. Sempre se preocupe com as faltas dos seus alunos, demonstre que você notou a sua ausência. Se você notar que ele esta com alguma dificuldade se apresse em atendê-lo, dê sempre o máximo de atenção a todos, procure guardar os nomes dos alunos, e de preferência parentes próximos também, pois quando alguém se preocupa com aqueles que amamos nos sentimos importantes. Peça ara que os amigos o observe e avaliem a forma com que você se dirige e trata as pessoas, isso vai demonstrar o quanto você se preocupa com elas. Cuidado, isso deve vir do coração, se não vem, medite a respeito e você entenderá o porque de tudo isso. Enfim, pense em maneiras de honrar seus alunos com todas as formas possíveis, vendo sempre o lado deles e respeitando-os através das técnicas descritas aqui, e colha os resultados.

LIÇÃO DE CASA

Pensar numa aula onde o aluno é tratado como no texto acima. Dançar durante a semana observando os temos tratados nessa apostila, para que nós possamos avaliar semana que vêm.

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SETIMA AULA

CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DE DANÇA DE SALÃO

ENSINAR COM POUCA OU MUITAS TECNICA?

ENSINAR COM INTELIGÊNCIA!!!

Com o passar dos anos temos visto e experimentado diversas maneiras de ensinar. Existem professores que retiram toda a técnica da dança para que ela se torne mais terapêutica para os alunos, para que os alunos ao praticá-la se sintam mais alegres e felizes. Normalmente esses professores têm muitos alunos, são muito queridos e obtém bastante sucesso. Temos visto também professores que levam a técnica em primeiro lugar, estes professores normalmente foram ótimos dançarinos, e estes em ultima estância, desfrutam de um prazer imenso de alcançar este estagio. O problema é que poucos acabam suportando a pressão do treinamento e da técnica e acabam abandonando o curso. Acreditamos em um sistema diferente, onde damos prazer ao aluno, introduzindo-o ao mundo da dança através de uma técnica bastante simples, que visa ensinar ao aluno uma dança satisfatória, que não o sobrecarregue de técnica, e mesmo assim fazê-lo dançar direitinho. Assim, a aula não apenas tem um cunho terapêutico, mas também transmite a técnica necessária para dançar legal. Com o tempo, vamos traves de diversos tipos de estímulos, incentivando-os a querer prender uma dança mais elaborada, dessa forma tomamos sempre cuidado de dar ao aluno o que ele veio buscar em nossa aula,e em segunda estância geramos nele a vontade de aprender e aprender cada vez mais uma dance de melhor qualidade. Pensamos que nossa vontade deve der colocada para o aluno de forma implícita, pois para nós vem primeiro a vontade do aluno, e satisfazendo-a mantemos o aluno para que possamos com o tempo aperfeiçoá-lo seguindo sua própria vontade.

OS ESTIMULOS SABER VENDER O PRODUTO

Temos a nossa disposição diversos recursos para gerar no aluno o desejo de aprender com mais elaboração. Temos que cada vez mais fazer com que a vontade de aprender saia de dentro do aluno e não de dentro de nós apenas. Na minha opinião o melhor dos estímulos é: durante a aula dançar um pouquinho para o aluno ver o quanto pode ser bonito e gostoso dançar, como já dissemos, não de forma complexa, mas bonito e gostoso. Quando o professor for aos bailes, tentar fazer o mesmo, dançar sempre buscando demonstrar o prazer e a beleza da dança de salão, e não se mostrar. Um estimulo é falar com os alunos sobre a delicia de se dançar à dois. Outro é demonstrar ou falar sobre as vantagens que eles terão em dançar bem. Enfim é só pensar que você encontra uma maneira; o importante é que exista o estimulo e que o aluno sinta vontade de dançar bem, para que você possa trabalhar a sua dança.

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A MUNIÇÃO

Um professor deve ter condições de se fazer compreender por qualquer aluno, para isso ele tem que utilizar todos os elementos que puder, tais como: uma boa e simplificada explicação. Uma contagem que torne mais compreensível o movimento. O ato de mostrar cada etapa do movimento antes de ensiná-la. Utilizar o sistema de divisão da explicação. Usar o construtivismo... Ter uma fala envolvente e expressiva. Um raciocínio organizado para explicar bem qualquer assunto. Ser coerente em seus movimentos e nos assuntos do qual você trata, seja durante uma fala, se utilizando das mãos, do andar, da expressão facial, durante uma explicação, usando os termos exatos para exprimir o que você quer dizer ou durante uma dança, se movimentando de forma coerente com a explicada anteriormente. Esses, entre outros são materiais didáticos à nossa disposição.

O ALICERCE Já estudamos também, sobre o respeito que devemos ter pelo aluno, respeito esse que expressamos através de nossos olhos, atitudes e palavras. Devemos estar continuamente elogiando os alunos, sinceramente, conforme eles forem progredindo, fazendo-os com isso se sentirem valorizados, incentivados e importantes, estreitando assim nossos laços com eles. É importante também sermos sempre gentis e simpáticos, interessados pela vida e problemas dos alunos. Outra coisa que devemos sempre pensar: dançar sempre realizando movimentos belos e harmoniosos, que estimulem o aluno desejar aprendê-los.

CONHECIMENTO SUFICIENTE Para que seus alunos dancem bem, você terá que possuir conhecimento suficiente para transmitir a eles. Tenho visto professores que sabem até transmitir o passo, mas não construir um bom dançarino. Nesse curso estaremos transmitindo o máximo de conhecimento, para que você entenda, compreenda os fundamentos das coisas. Sem isso nada se consegue, apenas cria um bando de repetidores de passos, mas não autênticos dançarinos e sem isso a sua contribuição para a dança de salão como um todo será insignificante.

CONCLUSÃO Reúna essas qualidades em um professor e você verá um profissional de sucesso, muito querido e cheio de alunos fiéis, felizes e com um bom conceito de dança.

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Treinamento de educadores Dança de Salão

Modulo III Ministrante: Rafhael Biazzi

Quatro coisas devem o educador ter sempre em mente: os seus

conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.

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TREINAMENTO DE EDUCADORES

Primeira aula

Estudaremos neste curso, quais devem ser os principais objetivos para obtermos sucesso como professores de dança de salão. 1° Entreter 2° Informar 3° Transformar 4° Fazer feliz através da dança Colocamos propositalmente o entreter antes do informar, transformar e fazer feliz, pois se o aluno não estiver se divertindo ali, ele não fica no curso tempo suficiente para receber toda a informação, para ser transformado e ser mais feliz através da dança. Infelizmente combinar essas coisas é uma verdadeira arte. Por isso, trataremos de cada aspecto com bastante cuidado e atenção.

1° Entreter

Muitos fatores somados levam a uma aula divertida, para melhor compreensão trataremos deles um a um.

Criar um ambiente alegre, leve e harmonioso.

A) Simpatia e gentileza: Essa é uma das principais tarefas do professor que quer ter alunos, esse é o primeiro passo. Conhecemos muitas pessoas que mantêm seus empregos, cargos, posições, apenas por serem simpáticos, agradáveis e alegrarem o ambiente. Esse é o principal segredo para mantermos nossos alunos. O problema é que fazer uma aula leve e agradável, nem sempre é uma tarefa fácil. Um professor bem humorado, sempre alegre, tratando gentilmente a todos (sem exceção), já resolve uma parte do problema. Para ilustra o tema, contarei um caso que ocorreu com um amigo quando trabalhava no Rio de Janeiro, aos 14 anos, vendendo sanduíche natural na praia: Para vender seus sanduíches, ele percorria toda a baia de Copacabana, que vai do Leme ao Forte, exatamente nesse sentido. Nessa época havia o “bam bam bam” da venda de sanduíches naturais, um tal Eduardo, que graças a Deus, percorria a praia no sentido contrario ao dele, não roubando seus escassos clientes. Um belo dia, o Eduardo lhe perguntou como estavam as vendas, o meu amigo foi sincero e disse-lhe que não estava vendendo nada. O Eduardo lhe perguntou se poderia lhe falar um velho ditado de vendedor, claro que o meu amigo aceitou ouvi-lo, afinal ele era o uma celebridade entre os vendedores de sanduíches, vendia pelo menos o dobro do segundo melhor da praia. Ele lhe disse o seguinte: “o tamanho das suas vendas depende do tamanho do seu

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sorriso”. Acho que ele (meu amigo) entendeu o recado, melhorou o seu humor e o resultado foi exatamente igual ao ditado... Temos também que vender nossa imagem durante as aulas, temos que ser queridos e admirados, e para isso nada melhor que bom humor, simpatia e gentileza.

2° Informar

A) Ensinar gradualmente Outro aspecto que vai contribuir para que nossas aulas sejam leves e agradável é a maneira gradual com que transmitimos nossa técnica. Queremos ensinar, temos ânsia de transmitir nosso conhecimento, e devemos transmiti-lo, só que de forma gradual, sem demasiada exigência no principio. Veja, para um aluno iniciante, pouca informação já é difícil de administrar, se passarmos um pouco do ponto, exagerando na carga de informação, o aluno tende a ficar tenso e a aula carregada. Não estamos falando sobre ensinar certo ou errado, falamos sobre aqueles detalhes técnicos importantes, tais como, por exemplo; que parte do pé toca primeiro no chão, levar ou não a bacia ou o corpo. Isso tratado no principio do curso, conferira ao dançarino uma dança muito melhor, porem ele terá que pensar em muitas coisas ao mesmo tempo e isso estressa. Para alunos mais avançados com um ou dois anos de aula, a exigência pode ser um pouco maior. Para alunos realmente avançados com três ou quatro anos de aula ai o assunto é outro, pois ele já demonstrou que realmente quer aprender, que você pode exigir realmente o maximo. De passinhos miúdos, permita ao aluno compreender plenamente cada assunto tratado depois passa a um próximo.

Interatividade

Pedir a contribuição do aluno para construir a aula é algo que além de tornar a aula mais interessante, leva a uma melhor compreensão do assunto por parte do aluno.

Mas como, como um aluno pode ensinar algo? É simples, é só fazermos duas ou três vezes, bem devagar, o movimento que ele devera ajudar a explicar, daí pedir para que ele explique o que você fez. Para que ele consiga, coloque algumas questões estratégicas, coisa que eles precisam prestar a atenção. Se eles não conseguirem explicar, mostre novamente o movimento para que eles dessa vez prestem atenção no detalhe em questão. Depois disso, você pode coloca-los atrás de você ou em roda, e pedir para que eles expliquem enquanto forem executando o movimento junto com você, assim eles podem treinar um pouco o que já entenderam, pois entre o entender e o estar apto a fazer, vêm bastante treino e este é o momento para isso. É importante que essa ordem seja

Curiosidade Você já percebeu que cada vez que explicamos algo, aquilo fica mais claro para nós. Então por que o aluno não pode ensinar ao invés de aprender?

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respeitada entender/ treinar/ fazer. Muitos professores pedem para que os alunos façam enquanto ainda não entenderam ou não treinaram o suficiente. A diferença ai, é que os alunos puderam participar do processo de aprendizado, e isso alem de ser divertido e gratificante para eles, é muito mais eficiente, pois ele entende bem melhor, presta mais atenção na aula, fixa por muito mais tempo o movimento, enfim aprende muito melhor. Nos livremos daquela postura, aonde o professor vai ensinando o aluno, e este por sua vez, de maneira passiva, aceita e tenta colocar em prática o aprendido. Faça que o aluno participe de tudo que for proposto, permitindo que ele manifeste suas opiniões.

Falar com desenvoltura:

Outra coisa importante para gerar uma aula interessante é a maneira com que o professor se comunica. Veja aqueles animadores, apresentadores de televisão, e observe a maneira com que eles falam e tentam envolver as pessoas e prender a sua atenção. Nossas fala tem que ter melodia, tem que ser expressiva , deve envolver o ouvinte.

CONCLUSÃO

Temos que seduzir o aluno com a alegria e a leveza de nossas aulas, para que ele se sinta impelido a freqüenta-las.

Cuidado!!! Dependendo da sua postura, o aluno não participara da sua aula, por insegurança ou medo. Não seja carrancudo...

Importante

Uma da s coisas mais chatas no processo de aprendizado, é aquela coisa do professor ensinando, ensinando e o aluno aprendendo, aprendendo. Isso faz parte do passado, e quem não perceber merecerá dentro de muito pouco tempo, espaço no Museu Nacional da Educação em Brasília (se é que existe). Faça suas aulas as mais interativas possíveis, aproveite as dicas contidas neste curso, pois elas podem vir a auxilia-lo muito.

Não se esqueça:

Outra coisa chata é um mau orador falando em publico, ninguém preta atenção e logo todos se aborrecem. Fale de forma clara, compreensível, correta, e desenvolta.

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TREINAMENTO PARA EDUCADORES

2ºAULA Quanto tempo é necessário para dançar bem? Essa é uma pergunta bastante comum e acho que deveríamos refletor bastante sobre ela. Acredito que todos nós já percebemos que o processo é realmente lento, e que independente do talento, são necessárias muitas aulas para que a dança de ninguém amadureça. Tenho percebido que em média, só depois de três anos fazendo pelo menos 8 horas de aula por semana, nas mãos de um profissional com conhecimento bastante abrangente; um dançarino normal (existe as pessoas com mais dificuldade que podem levar até o dobro, infelizmente essas não costumam se dedicar o tempo suficiente) começa a alcançar a maturidade. Dentro desse tempo, o mais importante é a qualidade dos conceitos trabalhados, sua coerência e profundidade. Refiro-me a conscientização tanto por parte do professor quanto dos alunos com relação aos fundamentos, tais como equilíbrio, musicalidade, contato/condução/entrega, criatividade, postura tonicidade muscular e etc. O problema é que muitos professores nem trabalham esses conceitos, a maioria simplesmente ensina os passos e mostra como fazê-los no ritmo (talvez nem isso). Isso leva a formação de dançarinos sem estrutura e de professores sem base com relação a esses conceitos. Acabamos nos deparando com um bando de “fazedores” de passos, sem que exista reflexão sobre os conceitos que fundamentam a execução dos mesmos. Digo isso, pois conheço pouquíssimos professores no Brasil que abordam esses fundamentos. É claro que no começo precisamos ir devagar, que temos que nos ater ao mais simples, mas sempre dando importância aos conceitos. Desde o primeiro abraço, já falar sobre a postura necessária para que consigamos ficar perto do nosso par sem que nossas pernas se choquem. Desde a primeira já demonstra a importância dos detalhes, mostrando e fazendo com que os alunos reflitam sobre os conceitos que serão trabalhados posteriormente Nos deparamos hoje com uma bola de neve, professores sem aprofundamento conceitual, formando dançarinos sem estrutura que em breve se transformarão em professores com menos aprofundamento conceitual ainda. Acredito que isso está levando a uma dança sem razão, sem lógica, onde, sem o menor questionamento, o passo é supervalorizado em detrimento a questões muito mais importante, tais como: sentir a música, ter prazer dançando, conduzir eficientemente e sem força, usando o corpo e o contato para dar a dama a idéia exata do que ela deve realizar, sem preocupa-la ou estressa-la, e etc. Outro “gume desta faca” é que a maioria dos professores que estão atualmente no mercado, trabalhando com alunos de nível avançado, não possuem a carga horária de aulas que tratamos no início (três anos, com 8 horas de aula por semana). Sem esse tempo, trabalhando profundamente os conceitos, ninguém se torna realmente avançado em dança, e não sendo, não estaria preparado para dar aulas a um nível avançado. Sem esse tempo de trabalho, muitas vezes nem os passos mais complexos são ainda bem

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feitos, sendo isso o resultado, muitas vezes nem os passos mais complexos são ainda bem feitos, sendo isso o resultado, muitas vezes, da ausência de conceitos. Professores sem o amadurecimento para trabalhar a nível avançado, formando dançarinos avançados sem uma estrutura consistente, que se transformarão futuramente em professores ainda mais precários e assim por diante. Acredito que o próprio conceito da dança avançada esteja equivocado. Pois antes de qualificarmos uma dança como avançada, temos que estudar o que vem a ser dança... A dança, como arte, deve existir como forma de expressão do artista, de suas particulariedades, deve ser um instrumento de exteriorização de suas emoções através de movimentos. Logo uma dança avançada é aquela que alcança esse objetivo mais amplamente. Infelizmente temos visto que a dança tem sido trabalhada apenas no âmbito da realização de passos, e que então, uma dança mais avançada seria aquela com passos mais complexos. Cabe a nós analisarmos tudo isso e passarmos a questionar a estrutura existente e que aceitamos como verdade. Não temos que respeitar nenhuma regra que não seja coerente que não tenha embasamento profundo.

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Treinamento dos Educadores.

3º Aula.

Não deixar dúvidas.

Como já vimos nossas explicações devem ser sempre completas e abrangentes, para que nossos alunos tenham uma dança de qualidade e para que eles não fiquem com dúvidas. Ensine cada movimento de forma completa, falando primeiramente sobre:

1. O movimento como um todo, sua contagem e mecânica. 2. Fale sobre relação do movimento com o ritmo, com a música. 3. A relação dos dançarinos entre si. Tenho visto muitas pessoas que dançam de longe, ou que passam pelas suas pausas de forma inconsistente. A credito que isso se deva a explicações exclusivamente relacionadas ao movimento, sem se dar importância à relação entre os dois durante o passo, bem como sua relação com a música. Dançar bem tem mais a ver com como se faz do que como o que se faz. Uma questão importante: “O que vem a ser dança de salão avançada?”. Acredito que avançar em dança de salão é justamente tratar desse assunto que citamos acima. Enquanto se esta aprendendo o movimento ainda não se é avançado. Avançado é aquele que não precisa mais aprender movimentos e passa a desenvolver a capacidade de fazer com perfeição todos os movimentos que faça. A dançar em dança de salão é desenvolver o equilíbrio, a leveza, a tonicidade muscular, o contato com os pés com o chão e do contato entre os corpos. Isso é dança de salão avançada. O problema é que não se encara assim por ai. O avanço normalmente se dá pelo conhecimento e acúmulo de passos novos, em uma seqüência praticamente interminável, e como ninguém consegue guardar tantos passos, aqueles aprendidos primeiros acabam caídos no esquecimento. O pior disso tudo, é que, na maioria dos casos, por não haver preocupação real com a qualidade da dança em si (tonicidade muscular, musicalidade, equilíbrio etc.), acaba por ser formados dançarinos que quanto mais avançam pior dançam, pois acumulam movimentos feitos indiscriminadamente, sem estudo ou aprofundando nos conceitos que levariam a dança a realmente se tornar algo de qualidade. Dança avançada não se mede por quantos e quão complexos são os passos que em dançarino faça, e sim em como eles são realizados, em quanto é desenvolvido seu corpo, em como a música é vivida, como ele se relaciona com o seu par, em quanto prazer ele tem e dá como sua dança flui e como as emoções são expressas. Esse grau de avanço requer muitíssimo estudo e técnica, realmente anos de dedicação e trabalho com esses conceitos. Por isso, se dedique e se aperfeiçoe sempre. Pense nisso quando for ensinar. Boa sorte!

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4º Aula.

As vantagens da abordagem horizontal no ensino de iniciantes. Antes de falarmos dessas vantagens, entendamos o que vem a ser: conhecimento vertical e horizontal no que se refere à dança de salão. Encaremos como abordagem vertical, aquela que estuda um item com detalhes, por exemplo: Em se tratando de colocar o pé no chão, como ele deve se alongar que parte deve tocar o chão primeiro, como deve ser sua tonicidade e etc, ou seja, falamos muito, detalhadamente, sobre uma só coisa, nos aprofundamos naquele detalhe. Isso é ensino vertical. Acreditamos que quando se apresenta um assunto a alguém, devemos assumir uma postura contrária a está. Dar muitos detalhes e explicar bastante é o ideal, porém, para não sobrecarregar o aluno, falamos somente o indispensável sobre cada aspecto, o suficiente para que a pessoa consiga entender a idéia como um todo, porém até o limite onde ela não se sobrecarregue. Para isso não transmitimos informações demais sobre um aspecto específico, detalhando o todo, para que o movimento possa ser facilmente compreendido e estudado. Explicar de forma abrangente; como devemos segurar como deve ser nossa postura, as contagens, as pausas, muitos detalhes sobre muitas coisas e não muitos detalhes sobre uma só coisa. Por exemplo, dentro dessa visão, abordamos a postura em nossas aulas iniciantes, pois senão o abraço não acontece direito, porém não falamos tudo o que tínhamos a dizer sobre ele, falamos apenas o suficiente para que o abraço aconteça. Saber o quanto falar sobre cada coisa é uma técnica muito importante, pois se não falamos o suficiente, nossos alunos não conseguirão dançar, e se falamos demais, sobrecarregamos os alunos de informações e a aula fica carregada. Porém, o estudo vertical é importante, pois é a ferramenta que utilizamos para lapidar o movimento, no momento em que o aluno já esteja conseguindo realiza-lo. Ou seja, antes de passar para uma próxima etapa, revise alguns detalhes específicos do movimento, explicando-os de forma mais profunda. Outro momento onde devemos utilizar uma abordagem vertical é a revisão. Depois daquilo ensinado detalhado e aprimorado, passamos a emendar aquele movimento a outros já conhecidos, e a cada emenda diferente, você pode frisar um detalhe a mais, ou menos quando já tiverem passado alguns meses, retome o trabalho com o tal movimento, assim ele é gradativamente aperfeiçoado.

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Treinamento dos Educadores

5ª Aula Etapas do ensino do passo básico

Com o passar dos anos construímos um sistema de ensino, o qual temos moldado e redefinido para alcançar o máximo de eficiência. Construímos esse sistema baseado na nossa própria experiência, bem como na observação de aulas de grandes profissionais, de onde tiramos detalhes importantes. Tivemos observando também o trabalho de inúmeros profissionais que tinham muita dificuldade em transmitir suas idéias, destes pudemos tirar o que não deveríamos fazer. Esse sistema se baseia em uma sequencia de ensino, que visa facilitar o aprendizado dos alunos, e através dele, temos conseguido que os alunos entendam as coisas, tendo, com o passar do tempo uma boa estrutura e uma dança bela e limpa. Com essa ordem de fazer as coisas, ao final de cada etapa, os alunos têm estado aptos a passar para a outra e assim ao final das etapas, todos estão dançando direitinho. Se cada etapa for seguida, nessa ordem, as idéias vão sendo organizadas e melhora assimiladas pelas pessoas. Primeira Etapa: A apresentação Se for uma aula inicial, essa é a hora de se apresentar e falar sobre as vantagens de se fazer dança de salão. Porém mesmo se não for, ralamos sobre nossas intenções, do que pretendemos e o que vamos ensinar. Segunda etapa: Dividindo o passo Acreditamos que dividindo a explicação em etapas, facilitamos a compreensão por parte do aluno. Cada parte deve ser explicada detalhadamente, com ênfase nos pontos importantes, até que a mesma esteja plenamente compreendida. Só então passamos para a próxima parte. Antes de começar a ensinar, tome cuidado de mostrar o que você irá ensinar, ou seja, mostre apenas a parte que será ensinada primeiro e não o movimento completo. Depois de mostrar duas ou três vezes, peça que os alunos façam com você. A cada etapa que você ensinar, mostre antes. Ao passarmos a próxima etapa, temos que ligar a parte anterior a ela, para dar idéia de continuidade ao assunto, para dar ritmo ao assunto.

Seguem algumas dicas para que o aluno tenha idéia de continuidade: a)Não mude de posição quando passar de uma parte para outra da explicação. Ou seja, se você estiver na metade do passo básico do bolero, por exemplo, e passar para a outra metade, inicie essa explicação da posição em que você estava ao terminar de mostrar a primeira parte, assim o aluno tem idéia do movimento como um todo.

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b) Avise: “A partir daqui, começa a próxima etapa do movimento”. Antes de passar para a próxima parte do assunto, no entanto, devemos explicar bem a idéia presente, com todos os detalhes e pormenores, só então podemos ligá-la a idéia futura. Essa idéia futura vai sendo explicada sobre base na passada, na continuação desta, de modo a dar idéia ao assunto como um todo. A partir daí, procedemos de maneira semelhante para introduzir uma próxima parte, ou seja, depois que a parte atual esteja bem compreendida e incorporada á anterior formando uma só idéia, passamos a explicar a parte seguinte sobre este alicerce. Não devemos esquecer de dar a noção de continuidade, para que o aluno tenha a idéia de seqüência, para que ele vá entendendo que aquilo tudo é um assunto só. Devemos agir da mesma forma, até o assunto estar completo. A contagem

Quando você já tiver concluído uma etapa da explicação da parte do movimento

em questão, deve ensinar como contar aquela etapa, para que através da contagem o aluno possa ter uma visão mais clara e objetiva do que está sendo realizado. Ao prosseguir com as próximas etapas, vá introduzindo a contagem etapa por etapa. Nessa etapa devemos explicar onde está a pausa do passo, caso haja uma.

Terceira etapa: A relação entre pausas e transferências de peso Quando estamos trabalhando sobre o ritmo da música, o que nos faz dar pausa, é

justamente a transferência de peso, que requer tempo para ser realizada. Quando nos movimentamos em divisão, nossa velocidade é bem maior, devido ao controle que podemos exercer sobre a nossa dinâmica enquanto nosso corpo não está sendo deslocado.

Depois disso treinado, passamos ao ritmo. Quarta etapa: Fazendo na música Para facilitar o aprendizado, ajudamos a identificar o ritmo da música. Isso pode

ser feito através de palmas, estralar de dedos, com um dedo marcando o compasso (maneira que eu pessoalmente prefiro), ou qualquer outro artifício que demonstre para que o aluno, o compasso da música. Depois disso associamos a contagem do passo , á batida que nó ajudamos o aluno a identificar. Em seguida, pedimos para que eles contem enquanto fazemos o passo. Só então pedimos para que eles façam o passo conosco e contando.

Quinta etapa: Dando as mãos Explicar que agora eles farão juntos, só que ainda não abraçados, mas sim dando

as mãos, pois assim eles entenderão melhor como se relacionam os corpos durante o passo, quem vai para trás, para frente e etc. Mostrar e explicar detalhadamente como isso será feito, ou seja, informar com ênfase quem vai com o pé para onde e como. Faça isso primeiro sem musica e depois com musica.

Sexta etapa: O abraço

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Antes que os alunos estejam aptos a abraçar seu par, você precisa fazer explicações básicas sobre postura, para que eles consigam chegar perto uns dos outros. Realizar explicações sobre a “pegada” e sobre manter a frente para o par, sobre o posicionamento dos braços e etc. Só depois disso peça para que eles dancem juntos. Porém, provavelmente você terá logo em seguida que explicar e frisar algum detalhe sobre a postura, sobre os braços ou sobre a pegada.

Nessa etapa, você não deve colocar a música logo de cara. Espere que eles estejam dominando todas as etapas anteriores para depois colocar.

Depois disso tudo bem treinado, você pode falar sobre a rotação e depois disso bem entendido, sobre a translação, se for uma variação, podemos então depois disso passar a uma emenda qualquer.

Com isso treinado, podemos ir para o próximo movimento.

Sobre a relação entre os corpos

Não esqueça de ensinar qual deve ser a relação entre os corpos dos alunos

durante o feitio de cada passo.

Certifique-se

Sempre que ensinar algo, dê tempo aos alunos para que eles façam algumas vezes sozinhos, antes de pegar o par, assim você se certifica que eles entenderam.

Ensinando variações

Para ensinar variações, o processo pode ser diferente. Caso a variação seja simples, você pode explicar apenas demonstrando. Para

essa forma seja eficiente, utilize o construtivismo, assim os alunos participam da elaboração do movimento e entendem melhor. Outra coisa importante é que nossa explicação seja detalhada.

Caso a variação seja complexa, utilize o mesmo método do passo básico. A principio, não emende a variação a passo algum, ensine-a isolada. Depois de

entendida, ela pode ser associada a vários movimentos já aprendidos, assim o aluno tem um leque maior de opções, sem ficar uma sequencia que poderia vir a podar a sua criatividade. Dependendo do nível do aluno, você pode pedir para que ele surgira emendas diferentes para o passo.

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Treinamento dos Educadores

6ª Aula

A consciência sobre onde cada pé deve ficar para que o movimento tenha qualidade

Cada movimento padronizado de dança de salão, para ser desenvolvido pela primeira vez, teve que ser exato.Ou seja, o pé tinha que estar exatamente ali, os corpos naquela posição, o peso naquele lugar especifico, para que o movimento pudesse acontecer. Logo, precisamos entender perfeitamente como cada parte de nosso corpo se relaciona com o corpo de nosso par, onde exatamente cada im de nossos pés pisou, onde está nosso peso e etc, para que no momento do ensino, possamos transmitir todos esses detalhes. Só assim os alunos conseguirão fazer aquilo com perfeição. Perceba que isso é informação horizontal, a ser transmitida ao aluno no momento em que o aprendizado começa. Não deixe esses detalhes passarem despercebidos, pois são muito difíceis de serem corrigidos mais tarde.

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Treinamento de Educadores

7ª Aula

Detalhando e organizando explicações Acredito que, na maioria das vezes, o surgimento de dúvidas por parte dos alunos, se deve ás falhas nas explicações. O professor deve detalhar horizontalmente tudo (antes dos alunos terem dominado a técnica), e ainda saber quais são os pontos onde os alunos poderiam vir a falhar e prevenir essas falhas com explicações ainda mais detalhadas sobre aqueles pontos. Depois que os alunos já estiverem conseguindo fazendo aquilo bem feitinho, é hora de uma abordagem mais vertical para aperfeiçoar o movimento. Outro ponto que normalmente pode ser melhorado é a organização da explicação para que essa seja realmente eficiente na transmissão total e completa da idéia. É claro que ser claro não é tudo, ser claro, e ainda conseguir ser simpático é a nossa árdua tarefa. Conseguir ter uma fala que soe com doçura e que induza a ação de forma agradável, sem se tornar maçante, chata ou cansativa é o segredo para um bom professor. Não esqueça que você deve conhecer e dominar completamente o assunto tratado. Você não precisa saber tudo sobre todas as danças, é claro que quanto mais você souber, melhor, porém você deve saber o máximo sobre o que se propõe a ensinar. Para isso estude, esmiúce, faça aulas, pense, busque meios de ensinar e/ ou fazer melhor o que você deverá ensinar. Assim você terá mais consciência sobre os detalhes a serem trabalhados. Um professor que equilibre uma técnica desenvolvida, testada e aperfeiçoada através de bastante estudo, uma capacidade de explicar tudo detalhadamente e horizontalmente, consegue levar o aluno a ação de forma agradável, envolvente e simpática, fazendo uma aula alegre, eficiente, eficaz e divertida, está no caminho seguro e direto para o sucesso profissional absoluto.

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8ª Aula

Uma árdua tarefa Pensemos nas taxas de permanência dos alunos em nossas turmas como um referencial sobre o quanto estamos sendo eficientes como professores. Tenho me deparado com muitos professores que me falam que apesar de suas aulas serem muito boas, a rotatividade dos alunos é bastante alta. Isso é uma incongruência, pois se a aula fosse realmente eficiente os alunos não sairiam das aulas. É claro que existem os curiosos, aqueles que vem, duas ou três aulas e se vão, realmente não estavam interessados, ou aqueles que têm tanta dificuldade que sua força de vontade se vê vencida pelas dificuldades, porém, na maioria dos casos, a rotatividade dos alunos se dá por alguma falha do professor. Um aluno que entra em sua sala de aula, silenciosamente está dizendo para você: “Estou lhe dando a oportunidade de me conquistar...” ou: “Vim até seu curso, agora é com você...”. Ter turmas fiéis por dois, três, quatro anos é possível, manter alunos por cinco, seis, sete anos é uma realidade que deve ser almejada. Estude, se esforce, seu futuro depende disso! O professor que deseja cativar os alunos a tal ponto deve somar qualidades tanto no que se refere a relacionamento humano quanto o que se refere a conhecimento técnico. Temos que nos dedicar por anos, de corpo e alma, à arte de cativar os alunos. Porém o estudo é mais amplo que parece; precisamos estudar: comportamento humano, marketing, oratória, psicologia e etc. Paralelamente temos que nos aprofundar em dança, principalmente nos detalhes que a envolvem, e também na sua forma conceitual, ou seja, nos elementos que estruturam, solidificam e alicerçam a dança. Tenho algumas dicas de leitura para vocês: “Como fazer amigos e influenciar as pessoas”, “Como falar em Público”, ambos de Dale Carnegie. Outro autor fantástico, gênio em oratória, é Reinaldo Polito, recomendo todos os seus livros. Na parte de dança, não iluda com professores que ensinam passos, emendas ou trejeitos mirabolantes, ou mesmo que possuam charme ou estilo pessoal fascinante, Jaime Aroxa é o único que assino em baixo; capaz de transmitir conceitos e fundamentos que podem realmente estruturar a dança de um profissional. Qualquer professor que negligencie, sejam os aspectos técnicos, sejam os psicológicos ou de relacionamento humano estará passo em sua carreira. PENSE NISSO!!!