custos e tarifas no brasil
TRANSCRIPT
André DantasDiretor Técnico
Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos - NTU
Brasília, 14 de Fevereiro de 2014
Custos e Tarifas no Brasil
Ministério das Relações ExterioresMissão Técnica do Governo do Paraguai
1
Estrutura da apresentação
• Contexto;
• Estado da prática atual;
• Perspectivas;
• Conclusões.
CONTEXTO
3
0
25.000.000
50.000.000
75.000.000
100.000.000
125.000.000
150.000.000
175.000.000
200.000.000
225.000.000
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Po
pu
laçã
o
Ano
17 milhões (ano 1900)
190 milhões (ano 2010)
0
25.000.000
50.000.000
75.000.000
100.000.000
125.000.000
150.000.000
175.000.000
200.000.000
225.000.000
2011 2020 2029 2038 2047
Po
pu
laçã
o
Ano
2010
219 milhões (ano 2038)
215 milhões (ano 2050)
PROJEÇÃOIBGE
ContextoCrescimento populacional no Brasil
4
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
1957 1967 1977 1987 1997 2007
Au
tom
óve
is
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
1957 1967 1977 1987 1997 2007
Ôn
ibu
s
2.246(ano 1957)
2,5 milhões (ano 2011)
46 mil (ano 2011)
1.166(ano 1957)
Produção de veículos no brasil
5
Contexto
Título
6
Contexto
Fonte: ANTP
Transporte Motorizado – Áreas Metropolitanas do Brasil
7
Contexto
Cidades brasileiras atendidas por sistema organizado por ônibus (IBGE, 2012)
3.313 municípios
Passageiros transportados por dia
40 milhões
Empregos diretos
537.000
Empresas de ônibus urbano
1.800
Frota de ônibus urbanos
107.000 veículos
Distância percorrida pela frota de ônibus urbano por ano
7,9 bilhões de km
Empregos indiretos
1,7 milhão
Consumo de óleo diesel por ano
3,3 bilhões de litros
Dimensão e importância do setor
Contexto
Evolução dos passageiros transportados por mês
428,9
470,7
458,1
442,6
412,3
368,4
343,4
321,9
348,3
291,1
303,0305,5
312,4305,4
324,0 321,4 320,1
334,5
323,5
456,5
476,7
460,9 460,5
421,5
367,2
354,2 352,9 355,5
325,8
309,3 311,7
320,9
342,8350,8
341,4 338,1346,8 345,6
250
300
350
400
450
500
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Pa
ss
ag
eir
os
(em
mil
hõ
es
)
Ano Abr Out
(Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
Reflexo do crescimento Transporte ilegal
&da motorização individual
9
Contexto
Evolução do índice de passageiros por quilômetro (IPK)
(Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
10
Contexto
Evolução das tarifas
(Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)
11
Contexto
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20
2,40
2,60
2,80
3,00
Valo
r d
a T
ari
fa M
éd
ia P
on
dera
da
Valor da Tarifa Linha de tendência
19951994 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 201219951994 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Vale Transporte
40%
Gratuidades19%
PagamentoDinheiro
41%
Perfil da Demanda
12
Contexto
Perfil dos Custos
9,3%
13,4%
9,3%
21,2%
28,2%
8,9%
9,7%
Encargos sociais Impostos Diretos Impostos Indiretos Mão-de-obra
Insumos Veiculares Depreciação Remuneração
13
Contexto
Estado da prática atual
14
Estado da prática atual
• Tarifa é o resultado da divisão dos custos da prestação dos
serviços pelo número de passageiros pagantes:
𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 =𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠. 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Na grande maioria dos casos:
Estado da prática atual
• Para realizar o cálculo tarifário, adota-se o métodoamplamente conhecido como Planilha GEIPOT (1986; 1997)
𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 =𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠. 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
- Identificação dos itens decusto;- Adoção de coeficientes deconsumo e fatores deutilização;- Estimativa dos preços; e- Estimativa dos impostos etaxas incidentes.
Na grande maioria dos casos:
Por exemplo...
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Estado da prática atual
• Insumos veiculares-100 ônibus convencionais.
Planilha GEIPOT: Itens de custo
• Mão de Obra:-220 motoristas;-220 cobradores;-50 mecânicos-10 fiscais; e-20 pessoal administrativo.
Óleo diesel;Câmara de ar;Pneus;Veículos ;Manutenção;
Jornada de Trabalho ;Benefícios (Vale Alimentação,Cesta Básica e Plano de saúde);Direitos Trabalhistas (Férias,Abonos, etc);
Estado da prática atual
• Insumos veiculares-100 ônibus convencionais.
Planilha GEIPOT: Coeficientes
• Mão de Obra:-220 motoristas;-220 cobradores;-50 mecânicos-10 fiscais; e-20 pessoal administrativo.
Óleo diesel (0,43 l/km);Câmara de ar (4/10.000km);Pneus (4/25.000);Veículos (vida útil 10 anos)Manutenção (a cada 7.500km)
Jornada de Trabalho (42h/semana);Benefícios (1 por trabalhador);Direitos Trabalhistas (50 diaspor ano);
Estado da prática atual
• Insumos veiculares-100 ônibus convencionais.
Planilha GEIPOT: Preços
• Mão de Obra:-220 motoristas;-220 cobradores;-50 mecânicos-10 fiscais; e-20 pessoal administrativo.
Óleo diesel (R$2,68/l);Câmara de ar (R$25);Pneus (R$1.000);Veículos (R$300.000)Manutenção (R$1.500)
Salário:R$1.600R$800R$1.000R$800R$800
Benefícios (R$350);
Estado da prática atual
Insumos veiculares-100 ônibus convencionais=>750.000 km/mês
Planilha GEIPOT: Custos
Óleo dieselCâmara de arPneusVeículosManutenção
R$2,68/lR$25R$1.000R$300.000R$1.500
0,43 l/km4/10.000km;4/25.000);vida útil 10 anosa cada 7.500km
750.000 km* * =Custo
Insumos Veiculares
Estado da prática atualPlanilha GEIPOT: Custos
CustoInsumos
VeicularesR$850.000
Custo Mão de obra(R$750.000)
Custo Administrativo
(R$350.000)
Custo Impostos e Taxas(R$550.000)
=
Custo Total MensalR$2.500.000
Estado da prática atualPlanilha GEIPOT: Tarifa
=𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 =𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠. 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Custo Total MensalR$2.500.000
1.000.000R$2,50
Estado da prática atual
• O processo de revisão da Tarifa ocorre anualmente combase nas variações dos preços dos insumos,principalmente• Óleo diesel; e• Mão de obra.
Na grande maioria dos casos:
Estado da prática atual
• Definição da Tarifa pública pode ser parte do processolicitatório;
• Podem existir diferenças entre a Tarifa pública e a Tarifade remuneração;
• Fórmulas paramétricas são utilizadas para determinar osreajustes tarifários;
Nos sistemas já licitados(RJ, SP, Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia):
Perspectivas
26
Tarifas versus Subsídios
Tarifas Receita e Subsídios
27
Perspectivas
28
Perspectivas
Diferenciação entre a remuneração dos operadores e os valores de
passagem cobrados dos usuários:
Tarifa Pública: valor da passagem paga diariamente pelo cidadão, e
Tarifa de Remuneração: a soma do preço pago pelo usuário à
receita procedente de outras fontes de custeio definidas pelo
poder público municipal.
Perspectivas
TRIBUTO MUNICIPAL TRIBUTOSISS/TAXAS
MUNICIPAIS8,00% 8,00% - 4,00%
TRIBUTO FEDERAL TRIBUTOS PIS/COFINS* 0,00% 0,00% - 0,00%
ICMS 16,00% 3,20% 3,20%
ICMS 12,00% 1,74% 1,74%
PIS/COFINS 6,02% 0,87% 0,87%
RODAGEM ICMS 17,00% 1,00% 1,00%
(Pneus e
Câmaras de
Ar)
IPI 2,00% 0,12% 0,12%
PIS/PASEP 1,43% 0,08% 0,08%
COFINS 6,60% 0,39% 0,39%
TIPO DE TRIBUTAÇÃO
INSUMOS (TRIBUTOS ESTADUAIS E FEDERAIS)
COMBUSTÍVEL 20,00%7,74%
TOTAL
PROPORÇÃO NA TARIFA
ISENÇÃO TOTAL
1,55%
VEÍCULO
REDUÇÃO
1,55%
ITEM TIPOS DE IMPOSTOS TIBUTAÇÃO ATUAL CARGA NA TARIFA
* Alíquota zerada pela Medida Provisória 617 publicada na edição extra do Diário Oficial da União, no dia 31 de maio de 2013.
Observação: O Projeto de Lei prevê, ainda, a substituição da contribuição social incidente sobre a folha de pagamento pela uma alíquota de 3,5 % sobre o
faturamento do setor de transporte público. Contudo, tal benefício já foi implantando, mediante uma alíquota de 2 % sobre a receita bruta, conforme previsto no
artigo 55 da Lei nº 12.715/2012.
12,96%
PIS/COFINS
14,53%
5,89%
PROPOSTA CÂMARA
30
Perspectivas
Exemplos de fontes de financiamento do TPU(Estudo do IPEA, 2013)
Origem Fonte Justificativa Vantagens Desvantagens Exemplos
Sociedade Orçamento geral, Fundos setoriais (gratuidades)
Toda sociedade se beneficia do transporte público
Redução do nível da tarifa ao usuário direto e expansão da base
Compromete investimentos sociais além da regressividade do orçamento
São Paulo e cidades européias que já subsidiam
Usuário do automóvel -Taxação do uso
Taxa sobre os combutíveis; taxação do uso do espaço urb. (estacionamento e pedágio)
Os congestionamentos de trânsito aumentam os custos de operação do transporte público e externalidades negativas para a sociedade
Tributosproporcionais ao uso das vias públicas e de fácil cobrança
Resistência política e algumas iniquidades em termos de uso do transp. Individual.
A cidade de Bogotá (taxa sobre a gasolina destinada a fundo específico para transporte público)
Usuário do automóvel -Taxação da aquisição e propriedade
Tributos incidentes sobre a produção, comercialização e propriedade dos veículos individuais
Externalidades negativas do transp. Privado são proporcionais ao aumento de frota.
Tributos já existentes e de fácil operacio-nalização
Resistência política e algumas iniquidades em termos de aquisição do transp. Individual.
Cingapura cobra uma taxa anual muito cara para licenciar os veículos privados.
Perspectivas
Origem Fonte Justificativa Vantagens Desvantagens Exemplos
Setor produtivo Taxa transporte proporcional ao faturamento ou folha de pagto.
Os empregadores são beneficiários indiretos do TPU
Aumento da base de arrecadação para beneficiários indiretos
Aumento da carga tributária e resistências políticas.
Versement transport da França e VT no Brasil
Proprietários de imóveis
IPTU ou contribuições de melhorias ou taxas sobre vagas privadas de grandes empreendimentos imobiliários
Proprietário se beneficia com a valorização dos imóveis em função da rede de transporte de qualidade próxima
Aumento da base de arrecadação para beneficiários indiretos
Aumento da carga tributária e resistências políticas.
Contribuições de melhoria no exterior e operações consorciadas no Brasil
Receitas de comércio, serviços, publicidade etc.
Comissões de Atividades geradoras de renda associadas ao transporte
Transporte público viabiliza demanda e espaço para exploração comercial
Receitas extra tarifárias e sem aumento de carga tributária
Modelos de negócios complexos (PPP´s ou outras formas)
Estação Diamante (BH) e shoppings anexos ao metrô em Tokio
Exemplos de fontes de financiamento do TPU(Estudo do IPEA, 2013)
Perspectivas
Conclusões
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Conclusões
• O cálculo tarifário é parte fundamental do sistema de transportepúblico urbano;
• O nível de complexidade depende do contexto social e regulatório,das relações contratuais e políticas;
• Apesar da ampla utilização, o método atualmente empregado(Planilha GEIPOT) possui muitas limitações; e
• As perspectivas são positivas, porque o arcabouço legal possibilitaavanços (tarifa pública e de remuneração).