da escola pÚblica paranaense 2009€¦ · a censura da corte real. o correio braziliense, no...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
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CADERNO TEMÁTICO
MÍDIAS: RECURSOS TECNOLÓGICOS E
MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS
Coletânea de textos
Fabio Lopes Alves– Orientador/UNIOESTE
Genira Piloti van Helden – Professora/PDE
PDE 2010
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Organizadores:
Fabio Lopes Alves
Genira Piloti van Helden
Orientação e Revisão de Texto:
Professor: Fabio Lopes Alves
Textos:
Genira Piloti van Helden
Diagramação, capa e arte
Genira Piloti van Helden
Imagens – Fotos
As imagens retiradas do Google – imagens, estão em ordem de
sequência numérica, com endereço citado nas referências.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -
UNIOESTE
CADERNO TEMÁTICO
MÍDIAS: RECURSOS TECNOLÓGICOS E MEDIAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Genira Piloti van Helden – Professora/PDE
Fabio Lopes Alves– Orientador/UNIOESTE
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SOBRE A AUTORA: Especialista em Educação Especial na Educação Inclusiva pela
Faculdade DOM BOSCO de Cascavel e ARTE E EDUCAÇÃO pela Faculdade INTEGRADAS DO VALE DO IVAI. Graduada em Pedagogia pela Faculdade Assis Gurgacs – FAG. Professora concursada lotada no Colégio Estadual José de Anchieta – Ibema - Paraná, pertencente ao NRE – Núcleo Regional de Educação – Cascavel, tendo como mantenedora SEED – Secretaria de Estado da Educação. Atuando como professora da Educação Especial – CAEDV – Centro de Atendimento Especializado a Deficientes Visuais. E ministrando aulas de Filosofia e Sociologia para Ensino Médio.
SOBRE O ORIENTADOR: Mestre em Ciências Sociais pela UNISINOS - Universidade
do Vale do Rio dos Sinos. Graduado em História pela Universidade Paranaense.
Professor Assistente na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Autor do livro
“Noites de cabaré: um estudo antropológico sobre a prostituição feminina” (No prelo).
Autor e Organizador do Livro Representações sociais em comunicação: fragmentos de
história em histórias, publicado em 2007 pela Editora Arte e Ciência em São Paulo.
Possui capítulos de livros e artigos científicos publicado em revistas científicas
especializadas. Atualmente, numa perspectiva etnográfica, pesquisa os usos sociais que
as pessoas, adeptas a prática de nudismo em público, fazem do corpo. Pesquisador nos
seguintes Grupos de Estudos e Pesquisas: Antropologia Social - UNIOESTE; História,
Sociedade e Educação no Brasil - UNIOESTE/UNICAMP e História Política na UNIPAR.
Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Superior.
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APRESENTAÇÃO
Dados os constantes avanços tecnológicos, não é mais possível conceber
o ato de educar, nos moldes tradicionais. Não apenas em função desta corrente
pedagógica ter sido superada. A questão está para, além disso. O desafio que se
impõe é: como, diante das tecnologias cada vez mais acessíveis aos alunos, o
professor deve se posicionar, tendo como preocupação mediação pedagógica?
Para essa questão, por ora não há uma receita de sucesso. Mas a de
fracasso consiste em ignorar essas ferramentas, pois, ao entreter, desempenha
uma relação de ensino-aprendizagem, que, aos olhos dos alunos, é muito mais
cativante do que as aulas tradicionais do professor mesmo aquele que se
preocupa em buscar uma formação adequada, ler bons livros e preparar aulas
shows.
Não podemos esquecer que o ato de educar não ocorre apenas nos
ambientes formais, na escola, por exemplo. Antes de tudo, inicialmente ela se dá
pelos meios informais, tais como: família, comunidade etc. Cada vez mais, esse
aluno dispõe de novas ferramentas. Inserida nesse universo tecnológico, a
professora Genira Piloti van Helden, escolheu as mídias com o intuito de discutir
seu potencial de mediação pedagógica entre o educando e o educador.
O tema é provocante. A leitura cuidadosa dos apontamentos iniciais, já
elaborado pela autora, nos revela o quanto essa temática ainda carece de novos
pesquisadores que se debrucem nessas investigações, cujo resultado final, pode
ser apresentações de melhores e mais dinâmicas formas de se utilizar essa
ferramenta em sala de aula.
Conforme bem relata Van Helden, mídia e educação exigem novos
posicionamentos dos profissionais da educação quanto aos conceitos, categorias
de análise, bem como incorporar outras problemáticas para a compreensão dos
processos de socialização e aprendizagem. Pois, o universo tecnológico que
envolve o trabalho com mídia compreende uma multiplicidade de conhecimentos
os quais se pressupõe a necessidade de flexibilidade, plasticidade, interatividade,
adaptação, cooperação, parcerias, considerando que a vida é um processo
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continuo de aprendizagem. Este processo contínuo proporciona o
desenvolvimento das relações humanas em todos os aspectos.
Com uma escrita elegante, o texto se torna um convite de leitura
indispensável a qualquer pessoa, não apenas aos professores, que tenha
interesse em saber como se posicionar diante dessa multifacetada gama de
ferramentas tecnológicas que invadem de forma incontrolável o espaço escolar.
Fábio Lopes Alves (Orientador)
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SUMÁRIO
1. MÍDIAS: Um breve histórico sobre a comunicação Midiática. .................................................. 8
2. Tecnologia e educação ............................................................................................................ 10
2.1 Informática ........................................................................................................................ 14
3. Mídia e educação ................................................................................................................... 17
3.1 Mídias: Conceituação ........................................................................................................ 22
4. Mídias, tecnologias e a mediação pedagógica .................................................................... 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 39
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 41
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1. MÍDIAS: Um breve histórico sobre a comunicação Midiática.
Numa retrospectiva histórica a mídia surge no ocidente durante o século XV,
tendo Gutenberg como aquele que precede o advento midiático, por volta de 1440
à produção de matérias impressos passa a ser divulgado mundialmente.
No Brasil a mídia tipográfica começa efetivamente no ano de 1808. E se dá em
duas vertentes, a Gazeta do Rio de Janeiro produzido em Língua Portuguesa sob
a censura da Corte Real. O Correio braziliense, no estilo de uma a revista que era
contrabandeada da Europa e produzida sobre a proteção da maçonaria, pois era
proibido nas colônias, em função do fator sócio cultural.
O rádio e o cinema surgem no Brasil no final do século XIX. Em 1896 foram
rodados os primeiros filmes. Dois anos depois já estavam sendo produzidos os
primeiros filmes.
Entre 1919 e 1922 iniciam-se as transmissões via rádio e 30 anos depois ocorre à
fase revolucionária da mídia no Brasil, com a chegada da televisão, torna-se o 3º
país do mundo a ter uma emissora de TV.
A partir de 1965, com a modernização dos meios de comunicação, a Embratel
(Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A) viabiliza a integração do Brasil no
sistema mundial de satélites. A partir de 1985 com o Brasilsat A1 (foi o primeiro
satélite brasileiro a dar ao Brasil independência nos serviços de telecomunicações
via satélite, através da antiga empresa estatal Embratel), com este evento o Brasil
entra na era da cibercomunicação (transformações que a comunicação sofre e
infringe a mensagem por causa da tecnologia), ou seja, entra na era dos
computadores.
Neste contexto, cabe analisar alguns dilemas da mídia, entre os quais, está a
hipótese de funcionar como diz (Melo, 2008) um quarto Poder, além do Executivo,
Judiciário e Legislativo. Exatamente para não funcionar como o quarto Poder ela
é monitorada pelos poderes instituídos.
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A mídia é um meio da elite dirigido às massas de acordo com as pesquisas de
(Melo, 2008). As perspectivas da mídia vão do local ao global por meio de
satélites, do mundo e da comunidade por meio das redes de computadores, do
planeta e da aldeia através das agencias de noticia e da propaganda. A outra
interfase é a mídia nacional por causa da língua corrente e das leis que as
regulamenta e a cultura regional, a fusão das duas torna a mídia um sistema de
bens materiais e simbólicos complexos e contraditórios.
Por ser socializadora a mídia tem o poder de disseminar bens culturais,
simbólicos, imagens e sons tornando-se comum a toda a população.
Os donos das mídias são os que possuem o capital, ou seus proprietários as
usam como trampolim para a política – deputado é sinônimo de dono de mídia,
em contrapartida as pessoas que trabalham na mídia se organizam em
corporações e defendem seus interesses, portanto o poder midiático se distribui
entre os proprietários e os profissionais corporativos para não ocasionar atritos
entre a empresa e o seu público.
A mídia está relacionada à indústria dos bens simbólicos, que é acionado por
redes tecnológicas, as quais pertencem à esfera pública, mas que funciona sob a
gestão privada.
A mídia é uma fonte de poder, pois aciona a indústria, que a mantém e nutrindo
se a si mesma, ao mesmo tempo em que influencia sobre a opinião pública.
Operando sobre estas lógicas, tanto a mídia quanto a escola ensinam, sendo
assim, a escola de forma multidisciplinar pode despertar no educando modos para
que permanentemente aja uma educação para ler, selecionar, criticar, refutar e
reelaborar o conhecimento a partir da realidade vivida e pelas informações
trazidas pela mídia, tornando-se sujeitos autônomos, com uma visão técnica,
política e ética.
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2. Tecnologia e educação
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ara Kenski (2007) as tecnologias são tão antigas quanto a espécie
humana e o homem através do raciocínio garante um processo
crescente de inovações, e que o domínio das tecnologias e linguagens
tem gerado poder – dominação diante dos demais. Afirma ainda que os vínculos
entre conhecimento, poder e tecnologias permeiam todas as épocas da história
em todos os tipos de relação social.
A mesma autora retoma a ideia de que o cérebro é a mais diferenciada e
aperfeiçoada entre as formas de tecnologias, pois, armazena, raciocina e usa a
informação. Sendo assim, quando os homens se agrupam tem mais chances de
sobrevivência, e para isso passou a construir tudo quanto foi tipo de objeto. Além
de aperfeiçoar a linguagem um tipo específico de tecnologia.
O grande desafio da espécie humana na atualidade é a tecnologia. E a única
chance que o homem tem de acompanhar o movimento do mundo é observar a
evolução e adaptar-se a complexidade que os avanços tecnológicos impõem a
todos.
P
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A tecnologia é uma evolução dos sistemas de interface homem-mundo
(interseção dos corpos, objetos, capital, e os sinais através do espaço-tempo)
emergentes com a sociedade de informação e essa evolução aponta para uma
ênfase na espacialização de informação em interface com o mundo real que diz
respeito ao social, político, histórico, cultural, econômico, geográfico,
comunicativo, bem como as relações entre os sujeitos.
Neste contexto a educação tem um duplo desafio. Primeiro adaptar-se aos
avanços tecnológicos e segundo orientar para o domínio e a apropriação critica
destes meios.
A evolução tecnológica altera comportamentos individuais e grupais. Pois o
homem transita culturalmente pelas tecnologias, as quais transformam seu modo
de pensar, agir e sentir.
Esta análise inicia-se com um questionamento: como o educando deve ser
formado para pensar, saber-fazer e saber-ser em tempos de uma tecnologia que
está sempre em desenvolvimento e ampliação?
Quanto às políticas públicas há uma preocupação quando as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, a Lei nº 9394/96, traz experiências explícitas e implícitas
sobre tecnologia, como domínio dos princípios científicos e tecnológicos que
presidem a produção moderna (art. 35) como também descreve a necessidade de
uma formação ética, autônoma intelectualmente e do pensamento critico,
características exigidas para o vigente período histórico. No art. 36 a referência a
uma diretriz curricular que dê conta da compreensão do processo histórico e das
transformações da sociedade e da cultura, e ainda o incentivo ao trabalho de
pesquisa e investigação cientifica, visando o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia (art. 43). E traz de forma implícita uma “educação digital” para todos os
níveis de ensino.
Durante as últimas décadas, o desenvolvimento das tecnologias assumiu um
ritmo crescente, imprimindo a sociedade novos rumos, não só tecnológicos, mas
também sócio-econômico-culturais.
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Não parece haverem dúvidas que essas tecnologias são fundamentais para a
sobrevivência de nossa sociedade cada vez mais complexa, e que, desde a
invenção da escrita e da imprensa, nada tem causado tanto impacto social e
estimulado tantas mudanças no mundo.
A Tecnologia Educacional (doravante denominada por TE), como campo
específico de investigação, surgiu na década de 40, nos EUA – Estados Unidos
da América, a partir do esforço de especialistas em educação que criaram cursos
audiovisuais especialmente planejados para militares norte-americanos
envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Como disciplina acadêmica, presente em
um currículo escolar, a TE aparece pela primeira vez nos Estudos de Educação
Audiovisual da Universidade de Indiana (EUA) no ano de 1946. Mas será após a
difusão da televisão, a partir da década de 50, que o campo ganhará força.
Os recursos tecnológicos e as mídias estão mudando todo o contexto social em
termos de meios e também de conceitos o que determina uma nova conduta tanto
educacional quanto social. Neste contexto o educador pode contribuir para uma
conduta mais crítica diante das visões alienadas e dos preconceitos disseminados
possibilitando o desenvolvimento das capacidades de observação, análise,
reflexão, autonomia e organização e exposição do pensamento, características
exigidas para os educando e educadores na contemporaneidade, cultivando os
embriões de uma nova geração de indivíduos humanos mais criativos. Não se
trata necessariamente de produzir um novo conhecimento, mas, conhecer a
produção humana, no sentido de abrir horizontes do saber os quais permitam
criar e inovar, utilizando-se do conhecimento acumulado no processo histórico de
desenvolvimento do homem.
Deste ponto de vista percebemos que o educador necessita de atualização para o
trabalho docente, uma vez que é co-responsável na produção e reprodução
desses novos conhecimentos.
Neste contexto Sampaio (2008) descreve a alfabetização tecnológica do professor
como um processo em construção para o uso da tecnologia como meios de
ensino, para isso se faz necessário compreender a mesma como:
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produto e produtora da subjetividade humana;
caráter dialético da relação homem/tecnologia;
ferramenta do ato humano de pensar;
ferramenta para o trabalho do professor e orientador da construção do
pensamento e conhecimento dos alunos;
A partir desta compreensão, as características necessárias para o aluno e o
docente passam a ser: o desenvolvimento de habilidades, o pensar criticamente,
a comunicação, o resolver problemas e contextualizar, a aprendizagem
cooperativa e a aproximação com a escola.
No ambiente externo a escola os avanço tecnológico: na indústria, nas ciências,
modifica o quadro social e o torna complexo. Exigindo dos sujeitos aspectos tais
como reflexão, inserção crítica, necessidades diversas, transformações nos
saberes.
Na escola as necessidades passam a ser: alfabetização audiovisual,
democratização de acesso ao conhecimento, domínio critico da linguagem
tecnológica (desmistificação, manuseio, interpretação e criação) formação para a
cidadania, compreensão para a não dominação.
Conforme destaca Moran (2000, p. 61) “Na sociedade da informação, todos
estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar, reaprendendo a
integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social”
De acordo com Kominek (2000) a linguagem se torna importante na medida em
que há transformações de hábito e comportamentos sociais, também há
mudanças de crenças e valores, os quais constituem a estrutura cultural da
sociedade, estas mudanças são perceptíveis na linguagem, consequentemente
para refletir sobre educação tecnológica é preciso compreender seu contexto
cultural e social, ou seja, a linguagem.
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A linguagem apresenta duas estruturas, a primeira é a performativa aquela que
comunica e a segunda é a proposicional, a comunicação é apenas um meio para
um determinado fim.
2.1 Informática
Imagem 2
A palavra informática é formada pela junção das palavras informação + automática. Pode
dizer-se que informática é a ciência que estuda o processamento automático da
informação por meio do computador.
A internet, através dos computadores, é uma das vertentes do fenômeno
conhecido como convergência digital das tecnologias da informação e
comunicação (TIC), propicia uma comunicação eficiente integrando imagem, voz,
transmissão de dados de forma instantânea. Desta forma é possível realizar a
comunicação sem, contudo, se restringir aos aspectos espaciais. Neste contexto
globalizado, as informações são difundidas em tempo real para as diferentes
partes do planeta.
Em primeiro lugar, temos que partir do princípio de que o computador é apenas
uma ferramenta. Segundo Valente (1993) “o computador não é mais o
instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno
desenvolve algo e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar executando
uma tarefa por intermédio do computador” (p.13). Sozinho, não é capaz de trazer
avanços educacionais. Uma escola que resolve utilizá-lo como recurso didático
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necessita de bons professores, preparados e treinados, para utilizar os recursos
oferecidos por este sistema tecnológico de forma significativa.
Colocar qualquer software para os alunos usarem não gera aprendizado. É
importante que a escola tenha um projeto pedagógico que envolva a utilização do
computador e seus recursos. O aluno não pode ser um mero digitador, mas sim,
ser estimulado a produzir conhecimentos com o uso do computador. Neste
sentido, o professor deve agir como um orientador do projeto que está sendo
desenvolvido.
O uso da Internet também é um caso importante. De nada adianta pedir para um
aluno fazer uma pesquisa na Internet sem as devidas orientações. Cabe ao
professor instruir os alunos para que estes não façam simples cópias de textos
encontrados em sites. Apenas copiando, os alunos não vão aprender. As
orientações devem ser no sentido de como elaborar uma pesquisa, como
encontrar sites confiáveis, como gerar conhecimentos com o material pesquisado,
etc.
Outro ponto importante é o incentivo à criação. O aluno não deve ser colocado de
forma passiva diante do computador. As ferramentas tecnológicas devem servir
de base para a criação.
Quanto às políticas públicas o PROINFO - Programa Nacional de Informática na
Educação, foi desenvolvido e implantado com o objetivo de promover o uso da
Telemática como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público
fundamental e médio. Seu funcionamento se dá de forma descentralizada, ou
seja, em cada unidade da Federação existe uma Coordenação Estadual ProInfo,
cujo trabalho principal é introduzir as Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC's) nas escolas públicas, O ProInfo é desenvolvido pela Secretaria de
Educação à Distância - SEED, por meio do Departamento de Infra-Estrutura
Tecnológica - DITEC, em parceria com as Secretarias Estaduais e algumas
Municipais de Educação.
Concomitantemente no Paraná o Programa “PARANÁ DIGITAL" e o Projeto
"Portal Dia-a-Dia Educação", vem difundindo o uso pedagógico das TICs. Sendo
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assim, estão sendo desenvolvidas ações que visem levar por meio de uma rede
de computadores, o acesso às TICs aos professores e alunos da Rede Pública de
Educação Básica do Paraná.
No Paraná, através do Proinfo todas as escolas já possuem um laboratório de
informática com acesso à Internet, softwares educacionais e programas básicos
(editores de texto, programas de edição de imagens e apresentações, planilhas
de cálculo, etc).
A escola precisa acompanhar as transformações pelas quais o mundo vem
passando. Neste processo o perfil profissional exigido é de um problematizador
de conteúdos e atividades, “que desenvolva a capacidade reflexivas, a autonomia
e a postura critica e cooperativa, para realizar mudanças educacionais
significativas condizentes com as necessidades atuais” (Santos, 2003, p.47).
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3. Mídia e educação
Imagem 3
A escola ainda é uma instituição que representa a institucionalização da educação
por parte do estado e da família. Após o advento da mídia, esta também tem
assumido este papel. É notável que a sociedade venha passando por varias
mudanças, sobre tudo e revolução tecnológica e a sociedade midiatizada que
dela se deforma.
De acordo com Melo e Tosta Educação significa “a ação e o efeito de educar-se”
(p. 15, 2008). Que por meio de preceitos doutrinários tem objetivo de aperfeiçoar
e desenvolver o indivíduo moral e intelectualmente. “Quanto mais as pessoas são
informadas e educadas para uma leitura crítica da mídia” (p.39), mais tem
possibilidade de assumir um comportamento crítico podendo então influenciar no
conteúdo da mesma. Pois, quanto mais a observamos, mais constatamos um
retrato multicolorido, inacabada fazendo com que a audiência interfira e controle.
A educação precisa reconhecer a mídia como outro lugar que dissemina o saber,
que também condiciona e influência tanto quanto a escola e outras instituições
que formam os indivíduos.
Mídia e educação exigem novos posicionamentos dos profissionais da educação
quanto aos conceitos, categorias de análise, bem como incorporar outras
problemáticas para a compreensão dos processos de socialização e
aprendizagem. Pois, o universo tecnológico que envolve o trabalho com mídia
As escolas como conhecemos hoje surge no
século XIX, organizada a partir dos princípios
iluministas a qual preconiza que a educação é um
direto de todos e dever do Estado. Esta escola tem
como função a generalização da cultura, contra a
ignorância. Daí em diante surge vários modelos de
educação, contudo a escola não consegue ser
universal.
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compreende uma multiplicidade de conhecimentos os quais se pressupõe a
necessidade de flexibilidade, plasticidade, interatividade, adaptação, cooperação,
parcerias, considerando que a vida é um processo continuo de aprendizagem.
Este processo contínuo proporciona o desenvolvimento das relações humanas
em todos os aspectos
A comunicação é uma estratégia racional de inserção do individuo na sociedade.
Isto motiva o desenvolvimento das tecnologias midiáticas.
A mídia influência a sociedade, não para uma cidadania critica, capaz de desvelar
as armadilhas da democracia, ao contrário para uma cidadania limitada aos
mandos do capital. As mídias além de um instrumento com o poder de ensinar e
educar o povo, também o deseduca. Pois os meios de comunicação, as mídias
impressas e eletrônicas, preocupam-se em oferecer notícias sedutoras, atrativas
e espetaculares que seduzem e impelem as pessoas a juízos de valor errôneos
de acordo com as concepções descritas por Teruya (2006).
A comunicação acontece por meio de circulação imediata para um público
generalizado sem feedback – livros, jornais, revistas, cinemas, etc. com feedback,
mas para um publico seletivo são os sites da internet, programas de radio e TV
interativos, hipertextos e publicações especializadas. Ou ainda os direcionados e
com feedback midiático direto são: telefone, correspondência escrita, e-mail,
chats, orkuts e todo tipo de comunicação virtual. A combinação destes processos
gera outros tantos procedimentos tecnológicos cada vez mais complexos.
De maneira geral a comunicação difunde, reitera e reforça formas de conduta e
valores culturais. Através da telemática, a mídia encontra um modo de se
organizar, apesar de fragmentar a produção simbólica, a qual prioriza a
imaginação e a emoção.
A mais de um século a mídia divide com a escola e a família, o processo cultural.
De acordo com Melo
se temos a pretensão de formar cidadãos críticos, urge entender os
mecanismos de organização, produção e regulamentação da mídia, de
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nodo a sermos permanentemente educados para ler, selecionar, criticar,
refutar, ressignificar o mundo e nos construirmos como sujeitos
autônomos, competentes do ponto de vista técnico, político e ético
(2008, p.56).
De comum acordo com Braga e Calazans (2001), citado por Melo (2008) diz que
“as interações mais evidentes entre comunicação e Educação são propostas a
partir das intencionalidades educativas no esforço de aperfeiçoar os processos
comunicativos necessários à obtenção da aprendizagem (p.57). Tais como: usar
os meios tecnológicos no ensino; educar para os meios tecnológicos; ler
criticamente as mídias; unir saberes escolares, experiências cotidianas e mídia.
O desafio da educação escolar é incentivar o uso das tecnologias digitais, ao
mesmo tempo em que impede a fragmentação, a superficialidade do
conhecimento, é estimular a leitura, que envolve diversas funções do cérebro.
Enquanto que TV trabalha com o desejo do telespectador, com imagens, sons e
cenários que relatam historias de vida, cessando a reflexão, pois diante da
imagem não é necessário pensar.
As crianças brasileiras são as que mais assistem TV e as que menos lêem como
foi demonstrado pelo o UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, em
pesquisa realizada pela agência Grupo de Mídia sobre o uso da
TV pela população brasileira, publicada por Melo (2008) no livro Mídias &
Educação.
Melo (2008) cita Paulo Freire quando diz que a função da educação é formar a
consciência critica do individuo, sendo que educar não é transferir conhecimento,
mas criar possibilidades para a própria produção ou construção (FREIRE, 2002)
ou ainda (Melo, 2008) que “pensar em televisão ou na mídia em geral nos põe o
problema da comunicação, processo impossível de ser neutro”, nesta perspectiva
a escola tem como objetivo transformar a informação midiática em conteúdo
educacional e social.
A ideia e integrar mídia e escola, a qual cabe educar o estudante no sentido de
torná-lo crítico, formar o professor que analise as linguagens tanto em conteúdo
![Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009€¦ · a censura da Corte Real. O Correio braziliense, no estilo de uma a revista que era contrabandeada da Europa e produzida sobre a proteção](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022060807/608c3509eb5c91748416b8c4/html5/thumbnails/21.jpg)
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quanto em tecnologia, pensando que para compreender um texto precisa
conhecer o suporte técnico que o envolve.
Neste sentido, se a criança receber a partir da escola uma educação para lidar
com a tecnocultura comunicacional, a qual provoca uma tensão entre linguagem
oral, escrita e visual, com oportunidades de diálogo, certamente será um receptor
capaz de tomar decisões frente às mensagens midiáticas.
Os desafios educomidiáticos se mostram necessários na medida em que, sem
educação a sociedade permanece na exclusão cognitiva e sem a mídia que é
considerada um fator civilizatório, não a participação cidadã, pois o povo é
considerado silencioso, mudo e inapetente a participação.
Portanto urge fomentar pesquisas, suscitando propostas para a superação do
descompasso entre educação e comunicação com o intuito de diminuir a exclusão
cognitiva, bem como as estruturas que reforçam as aparentes ações
democráticas.
A TV e o rádio otimizam as duas dimensões culturais da vida diária: o real e o
imaginário. Em contra partida cidadãos instruídos, que cultivam padrões de
sociabilidade elevados, tendem naturalmente a reivindicar melhores e renovados
produtos da mídia.
A TV em termos quantitativos monopoliza a atenção dos consumidores, sua
vantagem reside no apelo multisensorial, cativando principalmente os
contingentes não-letrados, as crianças e jovens e adultos que fracassaram
cognitivamente. A função de diversão sobre põem os efeitos informativos e
educativos. Entretanto ela atua como educador coletivo, nivelando por baixo os
padrões da televisão aberta, considerando que uma parcela privilegiada se
refugia em canais por assinatura.
Wendel Freire (2008) escreve que a evolução das comunicações de massa esta
associada à evolução da humanidade e que o domínio da informação é essencial
para a manutenção do poder.
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Com o vislumbre de uma nova revolução, na qual os meios de comunicação já
possuem inerente a sua constituição a propriedade de interação entre quem
produz o conteúdo e o destinatário – público. O que se questiona é, será que
estamos preparados para tomar decisões e fazer produtos de meio de
comunicação de forma consciente, inteligente, etc.?
O modelo educacional para a utilização das mídias exige um professor mediador
de conhecimentos, onde se valoriza a participação e os saberes prévios dos
alunos, onde ambos estejam preparados para decifrar a linguagem de cada um
dos meios de comunicação de massa, técnicas de produção, seus produtos e
mensagens podendo conscientemente, identificar e decodificá-las.
Para isso, é necessário compreender os produtos de cada meio, conhecer a
linguagem e códigos, compreender a didática das imagens, pois é por meio
destes fatores que os meios tentam manipular e direcionar sua audiência, esta
manipulação pode ser comercial, político e religiosos.
A escola torna-se importante na medida em que estuda a TV e suas mensagens,
dá ao jovem capacidade para se apoderar dos meios de comunicação e garante
autonomia.
A TV possui uma complexa rede de conexões e estruturas que envolvem a
indústria de bens culturais, a concessão e dada a quem tem o capital, embora
procure disfarçar a contradição de interesse, é contrária aos interesses da
população.
Nas palavras de W. Freire,
Os meios de comunicação devem ser incluídos, sobretudo, como objeto
de estudo para que os jovens tenham uma compreensão menos
superficial de sua época, da influencia midiática no jogo democrático, no
discurso ideológico e no consumo (2008 p. 53)
Refletir sobre as mídias e sua presença maciça na vida das pessoas e apontar
uma prática que não é nova, mas também não esta disponível, como
possibilidade de transformação, de telespectador a produtor, de tal forma que esta
hibridização seja emancipatória.
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Enquanto a mídia dita comportamentos, modas, vestindo as mentes de cores e
formas, com intuito de se pensar de uma única lógica global. Acredita-se que a
mídia-educação pode contribuir significativamente para transformar espectador
em cidadão, apesar de não ser a solução para as mazelas da sociedade e da
educação.
Na escola, usar os recursos da mídia como metodologia de ensino, torna-se uma
possibilidade positiva na formação dos educandos, quando o professor agir com
transparência, coerente com a própria concepção de educação, estar munido de
consciência critica em relação aos problemas socioeconômicos, culturais e
políticos brasileiros.
Neste sentido, a concepção de educação aqui expressa trata-se da histórico-
crítica. De acordo com Gasparin (2003) essa formulação de educação é entendida
como mediação no seio da prática social. A prática social se põe, portanto, como
o ponto de partida e o ponto de chegada da prática educativa. Daí decorre um
método pedagógico que parte da prática social onde professor e aluno se
encontram igualmente inseridos ocupando, porém, posições distintas, condição
para que travem uma relação fecunda na compreensão e encaminhamento da
solução dos problemas postos pela prática social, cabendo aos momentos
intermediários do método identificar as questões suscitadas pela prática social
(problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para a sua
compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar sua incorporação como
elementos integrantes da própria vida dos alunos (catarse).
3.1 Mídias: Conceituação
De acordo com a enciclopédia virtual Wikipédia o termo "meio de comunicação"
refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizado para a realização do
processo comunicacional, ou seja, a forma como é passada a informação.
Quando se referindo aos meios de comunicação, pode ser considerado sinônimo
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de “mídia”. Entretanto, outros meios de comunicação, como o telefone, não são
massivos e sim individuais (ou interpessoais).
Mídia é uma expressão latina, usado para referenciar um vasto e complexo
sistema de expressão e de comunicação. Literalmente, "média" é o plural da
palavra "medium", cujo significado é “meio”, “veículo”. De acordo Melo (2008) esta
palavra foi nacionalizada, porque foi substituído o “e” por “i”, tanto para falar
quanto para escrever.
No entanto, não se pode confundir o aparato tecnológico utilizado para realizar o
processo da comunicação, incluindo a transmissão de informação (geralmente,
idéias humanas). Dependendo das características do meio utilizado, pode-se
transmitir ou armazenar informação, ou ambos os processos.
Na atualidade, mídias é uma terminologia usada para: suporte de difusão e
veiculação da informação seja ela impressa (jornal, revista), audiovisual (rádio,
televisão), para gerar informação (máquina fotográfica, filmadora, impressora),
computadorizada “online” e interativa via computador. A tecnologia computacional
torna-se, assim, o elo para todas as formas de produção de informação e de
entretenimento: som, vídeo, mapas e impressos. A palavra escrita, o discurso
oral, o som, a imagem estática e em movimento formam a essência da mídia.
Mídia-Educação corresponde à educação para as mídias. É um novo campo de
saber, cujos “objetivos visam à formação do usuário ativo, crítico e criativo de
todas as tecnologias de comunicação e informação” (Belloni, 2005, p. 12).
A mídia compreende um conjunto de instituições, organizações e negócios
voltados para a produção e difusão de informações para públicos diversos. A qual
abrange os mais diversos veículos tecnológicos, e que cada um possui suas
próprias linguagens, a saber:
Multimídia é conceituada no Site da Wikipédia como a combinação, controlada
por computador, de pelo menos um tipo de mídia estática (texto, fotografia,
desenhos, gráfico, tabelas), com pelo menos um tipo de media dinâmica (vídeo,
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áudio, animação). Quando se afirma que a apresentação ou recuperação da
informação se faz de maneira multissensorial, quer-se dizer que mais de um
sentido humano está envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de
meios de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram empregados de
maneira coordenada na educação. O termo multimídia refere-se portanto a
tecnologias com suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar
conteúdos. Os conteúdos multimídia estão associados normalmente a um
computador que inclui suportes para grandes volumes de dados, os discos-
ópticos como os CDs(CD-ROM,MINI-CD,CD-CARD) e DVDs, abrange também
nas ferramentas de informática a utilização de arquivos digitais para a criação de
apresentações empresarias, catálogos de produtos, exposição de eventos e para
catálogos eletrônicos com mais facilidade e economia. Privilegiando o uso dos
diversos sentidos visão, audição e tato este tipo de tecnologia abrange diversas
áreas de informatica.
A Multimídia digital é qualquer sistema que permita o armazenamento e
manipulação de dados e informação através de uma variedade de formas como
som, texto, gráficos, animação e vídeo.
Mídia clássica ou impressa – livros, revistas, boletins, jornais, informativos,
anuários, mala-direta, folders, cartazes, folhetos, panfletos, etc.. De acordo co
Wendel Freire, sua mensagem esta fechada em sua estabilidade material, as
quais exigem do leitor a criação da imagem.
Mídia audiovisuais – No estado do Paraná com a implantação do Projeto
“Paraná Digital” em consonância com o Projeto PROINFO do governo federal, as
escola tem a disposição do professor a TV/multimídia, através dela pode-se
projetar com USB/Pendrive: filmes, slides, músicas, além deste aparato ainda a
todo um conjunto de recursos, tais como: outdoors, televisão em canais abertos e
em diversas modalidades pagas (analógicas e digitais) as quais veiculam filmes,
propagandas, telenovelas, como também os vídeos DVD/CD, rádio, imagens,
fotografias, desenhos, gráficos, etc., ou seja, a linguagem audiovisual é resultado
de três tipos de linguagens: verbal, sonora e visual
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Mídia computadorizada on line – internet, a web, os sites, a multimídia de
computador, os software, os CD-ROMs e os DVD, os ebooks, Powerpoint (slides)
Mídia interativa via computador – Mídias digitais (computador e suas
conexões via Internet) internet, teleconferência, correio eletrônico, chats, skype,
blogs, e-mail, fórum, vêm causando profundas transformações e irreversíveis
cognitivamente. Wendel Freire descreve a mídia digital como aquela que não tem
materialidade, a imagem o som e texto podem ser manipulados, dependendo da
criticidade do usuário.
Hipermídia - conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos,
imagens e sons de modo interativo e não linear, possibilitando fazer links entre
elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens
e sons cuja seqüência constituirá uma versão pessoal desenvolvida pelo usuário.
Hipermídia é o meio e a linguagem das “novas mídias”, às quais pertencem a
internet, os jogos de computador, o cinema interativo, o vídeo interativo, a TV
interativa, as instalações informatizadas interativas e os sistemas de comunicação
funcionais, entre outros e suas respectivas interfaces.
Imagem 5
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4. Mídias, tecnologias e a mediação pedagógica.
De acordo com Moran (2009) há uma
preocupação com o ensino de qualidade
mais do que com educação de qualidade.
Considerando que o ensino organiza uma
serie de atividades didáticas para ajudar os
alunos a compreender áreas especificas do
conhecimento (ciências, historia, matemática)
na educação o ensino tem função de integrar
ensino e vida, conhecimentos de ética,
reflexão ação, a ter uma visão de totalidade.
Educar é ajudar a integrar todas as
dimensões da vida intelectual, emocional,
profissional, que ao mesmo tempo nos realize e contribua para modificar a
sociedade.
Este contexto exige um professor autêntico e confiante, que mostre o que sabe e
ao mesmo tempo busque o que não sabe, o novo. Ao mesmo tempo em que
mostra para o aluno a complexidade do aprender, a nossa ignorância, as
nossas dificuldades. Ensina, aprendendo a revitalizar, a valorizar a
diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma
certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e novas
sínteses”.(Moran, 2009, p. 16)
Portanto, um dos grandes desafios dos professores é ajudar a tornar a informação
significativa, para isso precisa escolher as verdadeiras e compreende-la de forma
abrangente e torná-la referencial.
Moran escreve que
Podemos vivenciar processos participativos de compartilhamento de
ensinar e aprender (poder distribuído) por meio da comunicação mais
Imagem6
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aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as
possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação, num processo
dinâmico e amplo de informação inovadora, reelaborada pessoalmente e
em grupo, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões
pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando todas as
habilidades disponíveis do professor e aluno (2009, p.28)
Nestes termos, ensinar e aprender exige mais flexibilidade espaço-temporal,
pessoal e de grupo, os conteúdos menos fixo e os processos aberto a pesquisa e
comunicação.
Problematizar a presença dos meios de comunicação na vida diária, como
proposta para desenvolver uma visão critica e a utilização dos dispositivos
comunicacionais como recursos expressivos, dialógicos, de um conhecimento que
parte do cotidiano do educando. Pois o professor da atualidade não é mais um
informador, as informações vêm através do radio da TV, do cinema, das revistas,
da internet e de todos os lugares onde é possível transitar.
O pesquisador Moran descreve como urgente a educação para as mídias, para
compreendê-las, criticá-las e utilizá-la da forma mais abrangente possível. Além
de incorporar suas linguagens, desvendar seus códigos, dominar as
possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. Educar para o uso
democrático, progressista e participativo, facilitando a evolução do indivíduo.
Dentre elas: a TV e o vídeo, as aulas-pesquisa e a Construção cooperativa
De acordo com Lévy (1999) citado por Behrens (2009) a linguagem digital
apresenta-se nas novas tecnologias da comunicação e nas redes de informação,
o paradigma que se apresenta para a ação docente neste contexto se assenta na
construção individual e coletiva do conhecimento. E os alunos passam a ser
descobridores, transformadores e produtores de conhecimento. Ou seja,
professores e alunos desencadeiam processos de aprendizagem cooperativa
para buscar a produção do conhecimento, de forma criativa, dinâmica,
encorajadora e que tenha como essência o diálogo e a descoberta.
Para Teruya (2006) os desafios do professor na era midiática esta em como se
apropriar das diferentes linguagens existentes na mídia, ou seja, além de decifrar
os códigos é necessário interpretá-los de forma critica conteúdos por elas
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apresentados. Isto é, perceber as mensagens e usá-las para enriquecer as
metodologias, e explorara os mediadores tecnológicos do som e da imagem, no
processo de apropriação, reprodução e produção do conhecimento.
O acesso rápido das informações atualizadas via computador e a internet,
possibilita melhorar a prática de ensino, pois permite a troca e a discussão da
informação em grupos. Isto porque são recursos que facilitam a aprendizagem,
além de exigirem do professor uma fundamentação teórica e metodológica para
este tipo de trabalho. O que significa dizer que integrar conteúdo teórico com
recursos da mídia requer uma metodologia de ensino e uma concepção de
educação baseada no diálogo, com o intuito de desenvolver uma leitura critica
dos meios midiáticos, explorando e sistematizando os mecanismos de sedução
que utilizam.
Quanto a metodologias Behrens (2009) propõem abordagens para uma
aprendizagem colaborativa significativa: o ensino com pesquisa para a superação
da reprodução; uma abordagem progressista, tendo como objetivo a
transformação social, a qual instiga o diálogo e discussão coletiva, estabelecendo
parcerias e a participação critica e reflexiva de alunos e professores; uma visão
holística ou sistêmica a qual busca a superação da fragmentação do
conhecimento, resgatado o humano em sua totalidade, levando a formação de um
ser ético e sensível a partir das inteligências múltiplas.
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Masetto (2009) traz à tona a discussão sobre a mediação pedagógica e o uso das
tecnologias. Com o surgimento da informática e da telemática (comunicação à
distância) as quais permitem o contato com as informações mais recentes,
pesquisas e produções científicas em todas as áreas do conhecimento, também
permitem a auto-aprendizagem, novas formas de produzir conhecimento, integra
movimento, luz, imagem, som, filme e vídeo. Orienta as atividades em sala e fora
dela, permite a criticidade, a curiosidade, a criatividade para se expressar e refletir
e da ética para discutir valores contemporâneos.
Estes fatos exigem “um estudo, uma reflexão, uma análise de situações de
aprendizagem com tecnologia adequada eficiente necessária e uma revisão
pedagógica nessas circunstancia (MASSETO, 2009, p. 138).
A escola, e os professores, têm um grande desafio em relação à mídia na escola
e para a escola, é necessário buscar “compreender os processos das mensagens
da mídia para desenvolver intervenções da leitura critica e educativa” (Melo 2008,
Problematização do
tema
Apresentação e
discussão
Produção final
Prática social
Produção
individual
Produção coletiva
Pesquisa
individual
Aulas teóricas e
exploratórias
contextualização
Avaliação coletiva
Discussão
coletiva, crítica e
reflexiva
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p. 23). Neste sentido, o professor “deve exercer seu papel de mediador na
elaboração critica de critérios de leitura das formas simbólicas ofertadas pelos
meios de comunicação e tecnologias digitais”.
Com as inovações tecnológicas na e para a educação, os educadores precisam
se conscientizar
de suas ações pedagógicas, revisando permanentemente seus métodos e técnicas de ensino. É preciso ter maturidade e sensibilidade para conhecer, acreditar, compreender e apoiar o educando, para que sua formação em cidadão seja reflexiva, critica e comprometida com a sua realidade e que se consolide na prática (Santos, 2003, p. 25).
Os desafios fazem parte da mudança e a ação/reflexão do professor passa a ser
um trabalho de pesquisa. Neste processo, além da dimensão pedagógica das
teorias e práticas, trata-se uma prática que articula prática, reflexão, investigação
e que tais conhecimentos promovam a transformação na ação pedagógica.
Tecnologia e processo de aprendizagem têm sua importância enquanto
instrumento significativo na mediação pedagógica e com a característica de
instrumento exigem eficiência e adequação aos objetivos aos quais se destinam,
neste processo a avaliação é fundamental e precisa ser um processo integrado
ao processo de aprendizagem, que funcione com um elemento motivador e
incentivador, para que isto aconteça as atividades devem ser de feedback, com
continuidade e variedade de técnicas. Juntamente com feedback a que se
desenvolver um registro de forma pessoal e sintética, mas que permita o dialogo e
acompanhamento sobre o processo de aprendizagem como um todo. O que se
indica é o registro dos avanços, paradas, retrocessos ou dificuldades em cada
atividade e no conjunto do trabalho pedagógico. E que ao final permita uma auto-
avaliação, reflexões estas que servirão de motivação para a aprendizagem do
próprio aluno.
Neste processo o professor faz o papel de mediador pedagógico mediante as
seguintes características:
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Ensino com pesquisa alunos e professores torna-se produtores/
sistematizadores de conhecimento.
Uma abordagem lógica dialética instiga o dialogo e a discussão como
pressuposto para a aprendizagem.
Neste contexto, convém introduzir a questão da leitura, pois possui uma
conotação mais abrangente, pressupondo a compreensão do mundo,
considerando que aquele que tem maior domínio dos códigos mais oportunidades
tem de compreender o mundo, é inegável que a sistematização do conhecimento
proporcionado pela escola amplia as chance de participação e usufruto dos
benefícios disponíveis na sociedade.
De acordo com Silva (2009)
Se considerarmos que é próprio da democracia a convivência com o conflito e a diferença, evidenciados na maioria das vezes por lutas, controvérsias e polemicas nos campos do discurso e nas arenas sociais, as condutas críticas de leitura ganham um destaque bastante especial. Tanto a construção do cidadão como o exercício da cidadania esclarecida dependem, em muito, do desenvolvimento e do domínio das competências criticas do leitor. De fato, não podemos nos situar em frente a um debate, de uma polêmica ou controvérsia, a menos que conheçamos e dominemos os códigos sociais da argumentação, bem como os portadores de textos que expressam posicionamentos, análises e/ou críticas nos sistemas de circulação de sentidos (p. 35)
A leitura crítica inicia-se pela discussão sobre o significado de ler, de exercitar
dialogicamente ou monologicamente a linguagem, concebendo a palavra nas
dimensões: instrumental, nominativa e ideologicamente.
Uma educação voltada para a leitura crítica de acordo com Pocho (2003) precisa
incluir todas as mídias que influenciam o convívio social, as formas de pensar,
sentir e se relacionar com o conhecimento. Envolvendo os seguintes objetos de
análise:
1. Programas de TV;
2. Programas de ficção (novelas/seriados) os valores implícitos e explícitos;
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3. Ficção confrontada com a própria experiência;
4. Publicidade e propaganda – credibilidade, questões de gênero, classe e
raça/etnia;
5. Informações dos meios de comunicação;
Uma possível alternativa de trabalho seria mediante questões pré-estabelecidas,
analisando semelhanças e diferenças, porque desta maneira e não de outra, inclui
questionar os cenários; técnicas de produção, as entrevistas, gerando relatos por
escrito.
Considerando que as mídias desenvolvem formas sofisticadas fazendo uso de
várias dimensões de comunicação sensorial, emocional e racional, sobrepondo
linguagens e mensagens facilitando a interação com as pessoas. Também
mostram sucessivos replays de determinadas cenas, situações, pessoas, grupos;
a exceção, o inusitado, o chocante, o horripilante, mas também o terno; destacam
os que detêm o poder econômico, político ou artistas, modelos, ídolos esportivos.
Sempre de forma superficial, inacabada, explorando vários ângulos emocionais,
contraditórios e inesperados. As informações são dosadas, organizadas em forma
de mosaico, com curta duração e sempre ilustrado.
Diante destas linguagens a escola pode partir delas, para conhecê-las e ter
material audiovisual próximo dos alunos. Além de compreender que a TV e a
internet são mais do que tecnologias de apoio às aulas, são mídias, meios de
comunicação. Portanto, passiveis de análise, como também domínio de suas
linguagens e produção, divulgação do que se faz na escola. Podem aprender a
contribuir com um verbete da Wikipédia, escrever um blog coletivo, utilizar o
Google Earth, utilizar ferramentas de busca na internet, utilizar tradutores na
internet, criar uma lista de favoritos sociais, elaborarem fichamentos (flashcards) e
apresentações (slides) compartilháveis, organizar um bate-papo online, participar
de fóruns, publicarem vídeos na internet, DVD.
Além disso, desenvolver atividades práticas com os alunos a partir da realidade
dos mesmos e de acordo com as idéias de Moran (1994) inicia-se com
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levantamentos do que os jornais, as revistas e a televisão trazem sobre um novo
tema que será abordado em sala de aula, recortando-os, ou através de pesquisa
na internet: sites, enciclopédias virtuais, blogs, revistas online. Esses recortes são
colocados num mural, para que todos façam uma leitura prévia do que está
acontecendo. Ou os alunos podem apresentar por escrito os resultados da
pesquisa e depois oral ou audiovisualmente, estes abrirão um espaço de análise
dos meios midiáticos dentro do conteúdo programático de uma ou mais matérias,
como Arte, Filosofia, Língua Portuguesa, Sociologia analisando as novas
linguagens, fazendo a leitura crítica dos mesmos.
As mediações pedagógicas a partir da mídia podem ser usadas de diferentes
maneiras, com diferentes intenções. Para analisar as produções e ampliar a
reflexão a partir da:
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Como ver TV/vídeo
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Dinâmica de Análise
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Segundo Gasparin (2003) “a aprendizagem somente é significativa a partir do
momento em que os educandos […] apropriam-se do objeto do conhecimento em
suas múltiplas determinações” (p.52). Esta construção se dá numa relação entre
alunos, professores e conteúdo.
Como já foi citado anteriormente o processo ensino-aprendizagem norteado pela
pedagogia histórico- crítica, a qual procede da teoria dialética do conhecimento.
Sua construção dá-se no movimento dinâmico entre o conhecimento empírico
(visão caótica do todo) e o conhecimento científico (proporcionado pelo ambiente
escolar). Este fazer pedagógico não envolve apenas a esfera escolar. Sua
intencionalidade ultrapassa eminentemente a técnica, abrangendo um cunho
sociopolítico revolucionário para toda a sociedade. Portanto, teoria e prática
andam juntas, esta é a melhor maneira para se trabalhar a educação escolar hoje.
Para isso, os três grandes passos do método dialético de construção do
conhecimento: prática-teoria-prática, entende Gasparin (2003 p.151), ser viável a
junção da Concepção Psicológica Histórico-Cultural à Teoria Histórico-Crítica na
realidade da sala de aula. Segundo Gasparin (2003), o primeiro passo da
pedagogia histórico-crítica diz respeito ao nível de desenvolvimento real do
educando, a sua vivência; prática social inicial; o segundo constitui o elo entre a
prática social e a instrumentalização; é a problematização; o terceiro relaciona-se
às ações didático-pedagógicas para a aprendizagem; instrumentalização; o
quarto, a expressão elaborada da nova forma de entender a prática social;
cartase; e o quinto e último, ao nível de desenvolvimento atual do educando;
prática social final.
Sendo que os três passos intermediários compõem a zona de desenvolvimento
imediato ou proximal do educando, de acordo com (Vygotsky, 1991), reforçando a
idéia de que os sujeitos aprendem na interação com seus pares, pois estes são
produtos das relações sociais. Para isso, é necessário mobilizar e sensibilizar o
aluno para o conhecimento escolar, com atividades desafiadoras, estabelecendo
relação entre o conteúdo e a vida, daí a necessidade do aluno compreender sua
pratica social e que relações sociais que estabelece, na escola, no trabalho, no
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lazer, na família, etc. Nesta nova ordem social, busca se construir a autonomia do
ser, que ao superar os desafios, ocupa-se de um novo nível de desenvolvimento:
o de uso social dos conteúdos científicos aprendidos na escola.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os temas aqui abordados – Mídias, Tecnologias e Mediações pedagógicas – teve
por objetivo ampliar a compreensão nestas áreas, bem como contribuir com
outros profissionais da educação que por ventura encontrem as mesmas
dificuldades e/ou as mesmas dúvidas. Os dados apontados acreditam-se serem
significativos, tanto no contexto da educação, como na fundamentação midiática,
tecnológica ou histórica do desenvolvimento.
Em se tratando de educação, fica claro a necessidade de se criar propostas
educacionais que proponham a religação dos saberes, construídas com base nas
mídias e na propagação das mesmas pelas novas tecnologias e que estas
convivam com o quadro-negro e o giz.
Neste sentido, a educação para as mídias adquiriu uma importância que lhe dá
um status de saberes de base, do mesmo modo que se aprende ler, escrever e a
contar para se ter acesso a uma vida autônoma, doravante aprender-se-á as
mídias por que elas são fontes de saber, mas também de manipulação.
São saberes que precisam ser desmistificados aos olhos dos alunos, da escola e
da sociedade em geral. O desvelar desses saberes pelas pesquisas, análises e a
relação cotidiano/conhecimento científico historicamente sistematizado teria a
capacidade de desencadear uma corrente mobilizadora, capaz de oferecer aos
educandos e aos conhecimentos por eles laborados outra condição social.
Os recursos tecnológicos e as mídias estão mudando o mundo e nos últimos anos
as tecnologias de ponta têm desabrochado, e mais parecem mágicas pela
revolução que provocou entre o homem e a máquina e pelo enorme potencial que
possuem. Destacamos a importância das inovações e modernizações no âmbito
educacional, na aquisição e novos equipamentos tecnológicos, bem como a
preparação dos profissionais da educação para a utilização destes equipamentos,
visando uma melhoria da qualidade de Ensino, oportunizando assim, novas
formas de organização do trabalho pedagógico.
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Para atender as exigências do mercado competitivo do trabalho o indivíduo
precisa aprender e assimilar o conhecimento produzido pela humanidade e os
novos paradigmas, necessitando adaptar-se a esta nova era tecnológica e
integrar-se a ela, sabendo lidar com a realidade imposta pelo mundo virtual.
De acordo com Teruya (2006), a educação escolar não tem o poder de modificar
toda uma mentalidade, porque há uma concorrência desigual e desleal por parte
do aparato da mídia eletrônica em nível global; seu apelo ao entretenimento,
permeado de muita pobreza cultural, banaliza a vida cotidiana e define o modelo
de comportamento e de conduta alienada, próprio da sociedade capitalista.
Entretanto, o educador pode contribuir para propiciar uma conduta, mais crítica
diante das visões alienadas e dos preconceitos, cultivando os embriões de uma
nova geração de indivíduos humanos mais criativos e mais preparados para o
mundo contemporâneo. Não se trata necessariamente de produzir um novo
conhecimento, mas, conhecer a produção humana, no sentido de abrir horizontes
do saber que permitam criar e inovar, utilizando-se do conhecimento
universalizado e consagrado pela ciência.
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ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
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