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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

EDUCADOR OU TRABALHADOR? IMPLICAÇÕES DO RECONHECIMENTO DO EDUCADOR ENQUANTO

TRABALHADOR

Professora PDE: Isabel Cristina de Almeida Teixeira NRE: Irati Tema: Educador enquanto trabalhador Disciplina: Pedagogia Professor Orientador: Profª. Ms Claudia Regina Magnabosco Martins IES: UNICENTRO

IRATI 2010

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ISABEL CRISTINA DE ALMEIDA TEIXEIRA

CADERNO PEDAGÓGICO

EDUCADOR OU TRABALHADOR? IMPLICAÇÕES DO RECONHECIMENTO DO EDUCADOR ENQUANTO

TRABALHADOR

IRATI 2010

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO....................................................................................... 03

1. PARTE I – BASE CONCEITUAL............................................................ 05

1.1 Mundo do Trabalho em Movimento.......................................................05

1.2 Trabalho na Contemporaneidade......................................................... 13

1.3 Trabalho na Educação.......................................................................... 17

1.4 Considerações...................................................................................... 23

2. PARTE II – ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES .................................. 25

2.1 Modulo I................................................................................................ 26

2.2 Módulo II............................................................................................... 27

2.3 Módulo III.............................................................................................. 28

2.4 Módulo IV.............................................................................................. 29

2.5 Módulo V............................................................................................... 30

2.6 Módulo VI............................................................................................. 31

2.7 Resultados esperados ......................................................................... 33

3. REFERÊNCIAS....................................................................................... 34

4. ANEXOS................................................................................................. 37

4.1 Convite...................................................................................................38

4.2 Folder.....................................................................................................39

4.3 Levantamento de dados ........................................................................40

4.4 Informações sobre o quadro “Operários” de Tarsila do Amaral.............42

4.5 Informações sobre filme 1.....................................................................43

4.6 Relógio do Cotidiano ............................................................................ 44

4.7 Imagens.................................................................................................45

4.8 Informações sobre filme 2....................................................................47

4.9 Simulação do Júri..................................................................................49

4.10 Feedback ............................................................................................51

4.11 Questionário de avaliação do Projeto................................................. 52

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APRESENTAÇÂO

O Caderno Pedagógico ora apresentado é um material didático

composto por textos e atividades resultantes da participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná, nos anos de 2009 e 2010 e relacionado especificamente a etapa de

elaboração e implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica.

Ao abordar o tema “Educador enquanto Trabalhador” considera-se as

transformações na sociedade, no mundo do trabalho e no cotidiano dos

Educadores, as influências das políticas públicas educacionais e os conflitos

existentes no cotidiano escolar. Tem-se como foco a atuação com os

profissionais das Escolas Públicas do Paraná, em particular do CEEBJA de

Irati, sejam eles docentes ou funcionários.

Deparando-se com um cotidiano de trabalho exaustivo, exigente e ao

mesmo tempo instigante, haja vista a quantidade de situações para as quais os

educadores precisam encontrar respostas, tais como evasão, indisciplina,

técnicas, didáticas e conteúdos a serem revistos, grupos de alunos com

comportamentos, vivências e histórias diferentes, burocracias e exigências a

cumprir, relacionamentos a estabelecer, entre outras situações, o educador

pouco consegue se pensar como trabalhador, focando sua atenção sempre em

outro. Assim, o próprio cotidiano deste profissional se mostra bastante

complexo e desgastante, gerando em muitos momentos, dificuldades de ordem

psicológica e física como doenças psicossomáticas, estresse, depressão, fobia,

Síndrome de Burnout, etc., problemas de relacionamentos interpessoais e até

mesmo diferentes níveis de dificuldades de realizar seu trabalho.

E é nesse sentido, que se propõe nesta publicação, compreender as

novas configurações e complexidades do trabalho na área da Educação, com a

inerente responsabilidade sobre os sistemas educativos e seus resultados,

entendendo as implicações dessas questões para o trabalho individual e

coletivo dos Educadores. Faz-se necessário estabelecer ações que resgatem a

posição do papel dos educadores enquanto trabalhadores, para que estes

possam refletir sobre os apontamentos acima, almejando alcançar um maior

nível de conscientização e organização para a mudança coletiva do trabalho.

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Objetiva-se provocar reflexões importantes a todos os envolvidos na

escola para que se sintam valorizados ao refletirem sobre suas ações e

busquem um melhor entendimento e convívio dentro de seu local de trabalho,

levando em conta as pessoas e as particularidades de cada contexto escolar

para se alcançar os objetivos, mas ainda as intrincadas relações e

interferências culturais, sociais, econômicas, políticas e históricas que

envolvem seu cotidiano laboral. Finalmente, busca-se promover a troca de

experiências e o desenvolvimento de estratégias individuais e coletivas no

intuito de repensar e mudar o fazer, reconhecendo-se como trabalhadores e

assumindo essa condição.

O presente Caderno Pedagógico está organizado em duas partes: a

primeira parte explicita vários conceitos e discussões sobre as modificações no

mundo do trabalho, como está configurado atualmente e que aspectos assume

na Educação. Na segunda parte estão descritas as atividades que serão

executadas durante a aplicação do Projeto e como se articulam com o

referencial teórico. Espera-se que este material propicie subsídios que gerem

contribuições não somente para os trabalhadores em Educação do CEEBJA de

Irati, para toda esta classe de profissionais e ainda para toda a comunidade

escolar e gestores, ao dirigir sua atenção para essas pessoas, com outros

olhares e compromissos.

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1. PARTE I - BASE CONCEITUAL

A partir desse momento serão apresentadas as bases conceituais que

dão sustento as reflexões e discussões que se consideram essenciais para

entender e problematizar as configurações atuais da atuação do educador e as

implicações de compreendê-las enquanto trabalhador. Para tanto, percorrer-se-

á a compreensão do Mundo do trabalho em movimento, do trabalho na

contemporaneidade, do trabalho na Educação e considerações surgidas no

trilhar desses caminhos.

1.1 O Mundo do Trabalho em Movimento

Ao longo da história da humanidade, a concepção, sentido, significado e

necessidades relacionadas ao trabalho foram assumindo diferentes

configurações. Segundo Oliveira (1987) a história do trabalho tem inicio quando

o homem buscou os meios para satisfazer suas necessidades de sobrevivência

(caça e pesca). Essa busca se reproduz em toda ação humana para que o

homem possa continuar sobrevivendo. Assim, na medida em que as

necessidades são satisfeitas, ampliam-se, contribuindo para a constituição de

novas relações sociais, que determinam a condição histórica do trabalho, em

que os ciclos de produção marcam de forma peculiar as expressões do

trabalho (ARANHA e MARTINS,1999).

Conforme Aranha e Martins (1999) trabalho é o que faz o homem ser

humano e o que o diferencia dos animais que agem por instinto. O homem é

um ser que trabalha e produz o mundo e a si mesmo. O animal não produz sua

existência, mas apenas a conserva agindo instintivamente. O fato dos animais

agirem de maneira inteligente se dá por defesa e para buscar alimentos e

abrigo. Já o trabalho humano é ação consciente e planejada que responde aos

desafios da natureza na luta pela sobrevivência.

Para Aranha e Martins (1999) o trabalho é fruto da relação do homem

com a natureza, e do homem com o próprio homem. Pelo trabalho o homem se

auto-produz desenvolvendo habilidades e imaginação; aprende a conhecer as

forças da natureza e suas próprias forças e limitações e aprende a se

relacionar. Segundo Aldery (1988, p. 13) o homem atua sobre a natureza de

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acordo com suas necessidades, mas ultrapassa limites já que produz

universalmente para além de sua sobrevivência. O poder de transformar a

natureza conforme seu interesse levou o homem a usá-la sem limites. A

exaltação indiscriminada do progresso, conforme Aranha e Martins (1999, p.15)

quase nunca tem permitido respeitar a integridade da natureza. Portanto, o

trabalho além de transformar a natureza também altera o homem e o leva a

produzir sua própria história.

Na definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX

(OUTHWAITE & BOTTOMORE, 1996, p. 384) a palavra Trabalho significa “... o

esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da

natureza através do dispêndio das capacidades físicas e mentais”.

Complementa-se essa definição com o pensamento de Marx, a respeito

do trabalho, “conjunto de atividades físicas e espirituais que existem na

corporalidade, na personalidade viva de um homem e que ele põe em

movimento toda vez que produz valor de uso.” (MARX apud MARTELLI, 1999,

p. 9).

Conforme nos coloca Aranha e Martins (1999, p.9) a palavra trabalho é

derivada do latim tripalium, objeto de três paus aguçados utilizados na

agricultura e também como instrumento de tortura. Mas, podemos associar ao

trabalho a transformação da natureza em produtos e/ou serviços. Ao longo do

tempo, o trabalho vem estabelecendo a relação dialética entre teoria e prática

pela qual uma não pode existir sem a outra: o projeto orienta a ação e esta

altera o projeto, que de novo altera a ação, havendo mudança dos

procedimentos empregados.

Segundo Aldery (1988 p.409) o trabalho está na base de todas as

relações humanas determinando e condicionando a vida, envolvendo formas

de organização, relações e divisões que compõe a base da economia de uma

sociedade. E é esta base econômica que determina as formas políticas,

jurídicas e o conjunto das ideias que existem e a partir das contradições,

antagonismos e conflitos que ocorrem a transformação da história e da

sociedade.

As fases e épocas da sociedade distinguem-se devido às diferentes

necessidades atribuídas aos indivíduos e aos grupos, de acordo com os

valores sociais de determinado período. Os valores atribuídos ao trabalho

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também se modificam, a depender da época na qual esteja inserido, sendo

uma questão de sobrevivência e satisfação e, principalmente, uma questão

econômica na contemporaneidade (BASTOS, 2005).

Nas citações acima, demonstra-se como o homem ao produzir a sua

própria existência, através do trabalho, constitui formas de sociabilidade,

modos de pensar e intervir nas suas relações sociais. Percebe-se dessa forma,

que há a necessidade de reflexão sobre o papel social do trabalho como

categoria que determina as relações humanas. Então, na tentativa de analisar

essas questões, far-se-á um pequeno passeio histórico sobre como o trabalho

tem sido conceituado ao longo dos séculos.

Na antiguidade o trabalho estava ligado a castigo, quem trabalhava eram

os escravos, sendo o trabalho imposto com violência por um projeto

colonizador (ARANHA e MARTINS,1999). Segundo Zanelli (2004, p.28), as

ideias sobre trabalho na Antiguidade são as associadas ao pensamento

Gracoateniense e a prática escravista do Império Romano. Para Platão,

importante representante desse período, o cidadão deveria ser poupado do

trabalho, enquanto que Aristóteles valorizava a atividade política e referia-se ao

trabalho como atividade inferior que impedia as pessoas de possuírem virtudes.

Assim, a filosofia clássica caracterizava o trabalho como degradante.

Condizente com esta visão de trabalho retoma-se a história de Sísifo,

que demonstra o quanto o trabalho já foi visto como castigo, algo pouco útil e

valorizável:

A história de Sísifo da mitologia grega, que foi condenado a seguidamente empurrar uma pedra montanha acima para, depois do esforço, assistir à pedra deslizando e começar tudo de novo. O sofrimento esta quando a pedra rola, e não no esforço da subida, momento em que se dá conta da situação. Tornando-se símbolo do trabalho inútil e da desesperança. (ALBERT CAMUS, Apud BORGES e YAMAMOTO, 2004) Saiba mais: Acesse: WWW.geocities.com/serouseja/comus/sisifo.htm

Ao comentar sobre as formações primitivas Asiáticas, da Grécia e Roma

Oliveira (1987), menciona que o surgimento de uma relação social de trabalho

e dos sistemas fundamentais de uma estrutura econômica, são identificados: a

escravidão, o servilismo e o assalariado. A escravidão foi a relação de trabalho

predominante da Idade Antiga, nela o trabalhador era visto como coisa parte

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integrante do patrimônio, pois o escravo jamais estaria apto para inventos e

essa era a condição que determinava a perda da liberdade ( OLIVEIRA,1987).

Já na Idade Média identifica-se o servilismo como principal forma de relação de

trabalho. Menos objeto que o escravo, neste período o trabalhador era

considerado um servo da terra. Iniciando a Idade Moderna, como nos coloca

Alvim (2006):

A sociedade mercantilista já está desenvolvida. Surge a burguesia, oriunda dos segmentos dos antigos servos, que compraram sua liberdade e se dedicaram ao comércio e que começa, pela primeira vez na história do mundo, a modificar o sentido do trabalho. Até então, sua conotação era negativa, o trabalho era considerado uma atividade inferior e sem valor algum, destinado aos escravos. Com o surgimento da burguesia, há o início da valorização do trabalho e da crítica à vida ociosa. A partir dos avanços científicos do século XVII, da passagem do feudalismo ao capitalismo e de todas as mudanças sócio-históricas daí advindas, a prática do trabalho se consolida na sociedade.

Para (Oliveira, 1987), na Idade Moderna, o trabalhador começa a se

tornar sujeito de direitos e obrigações, sendo aqui o palco da transição das

formas servis de relação de trabalho para a capitalista. Caracteriza-se essa

transição pelo surgimento e desenvolvimento do mercantilismo e das

manufaturas. Neste período a máquina, conforme nos coloca Aranha e Martins

(1999), “exerce tal fascínio sobre a mentalidade do homem moderno que

Descartes explica o comportamento dos animais como se fossem máquinas”.

O capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros

(dinheiro) e materiais (prédios, máquinas, ferramentas) com sua origem e

destinação na produção econômica. Tal definição, apesar de técnica, é um dos

poucos pontos de consenso entre os inúmeros intelectuais que refletiram sobre

esse fenômeno ao longo dos últimos 150 anos. (ALVIM, 2006). O capitalismo

para Marx (1983) é um determinado modo de produção cujos meios de

produção estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta

da sociedade.

A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra integra o conjunto das

"Revoluções Burguesas" do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo

Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. A Revolução

Francesa, que sob influência dos princípios Iluministas, assinala a transição da

Idade Moderna para Contemporânea e significou a substituição da ferramenta

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pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de

produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia

humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social

e econômica que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.

Portanto com a Revolução Francesa, o feudalismo enquanto modo de

produção entra em declínio e emerge o capitalismo (OLIVEIRA, 1987).

Oliveira (1987) e Moran (1995) apontam a Revolução Industrial como

resultado do capitalismo, caracterizada e possibilitada pela evolução

tecnológica usada na produção: máquina a vapor, eletricidade, telefone, carro,

avião, televisão, computador e redes eletrônicas. Com a chegada das novas

tecnologias e da comunicação a nível mundial houve o impacto sobre o

ambiente de trabalho e a expansão crescente dos mercados na Idade

Moderna, a própria manufatura tornou-se insuficiente para atender às

exigências do consumo. A produção é acelerada, financiada pela burguesia

enriquecida. Na essência, não foram as tecnologias que mudaram a sociedade,

mas a sua utilização dentro do modo de produção capitalista, que gira em torno

do lucro, da expansão, da internacionalização, enfim de tudo que tem valor

econômico (MORAN, 1995).

Assim, surge a grande indústria urbana criadora do mercado mundial e

e como conseqüências, a exploração do trabalho com duras condições, regras

rígidas, muitas exigências e baixos salários. Surgem os movimentos entre

operários, revoltados com a situação. Após longo processo os trabalhadores

conquistam os Sindicatos e benefícios que propiciaram a diminuição de alguns

abusos por parte da burguesia. As principais conquistas, afirma Oliveira (1987),

foram a extensão do direito universal do voto, o direito de organização sindical

e cooperativa, com a extensão para a formação de centrais de trabalhadores, a

legitimação de leis trabalhistas em códigos jurídicos, que colocam o Estado

como elemento de mediação e não de intervenção, a assistência médico-

hospitalar, jurídica e previdenciária, extensiva à família do trabalhador; e a co-

gestão nas organizações (OLIVEIRA, 1987).

Com o desenvolvimento do capitalismo e a chegada do Taylorismo, foi

criado um novo modelo de gestão do trabalho e das organizações, que

preconiza a racionalização do trabalho tendo o controle explícito do trabalhador

como uma de suas conseqüências, onde os burocratas estabelecem as regras

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que devem ser seguidas por aqueles que concretizam as tarefas que

conceberam (ALVIM, 2006).

Antunes (2008) nos mostra que os processos produtivos fordismo e

taylorismo não são os únicos processos produtivos, e que a estes se juntam

novos padrões de gestão/organização do trabalho como o neofordismo, o

neotaylorismo, o posfordismo e o toyotismo os quais seriam uma resposta

sobre a crise do fordismo. Fazendo parte de uma nova etapa de reestruturação

da produção, com a finalidade de obter resultados mais satisfatórios no

processo de produção de riqueza, onde essas novas formas de gestão

cumpririam papel privilegiado oferecendo ao capital as melhores e mais

eficientes formas de exploração do trabalho.

Para Marx (1980), o que marcou o surgimento da produção capitalista foi

a ocupação do capital individual por operários em linha de produção

fornecendo produtos em grande quantidade, servindo à ampliação do mercado

e eliminando as diferenças individuais por meio da homogeneização das

relações de produção.

Segundo Vilar (1975, p. 36):

Se emprega o termo Capitalismo quando se trata de uma sociedade moderna, onde a produção maciça de mercadorias repousa sobre a exploração do trabalho assalariado daquele que nada possui, realizada pelos possuidores dos meios de produção.

Na sociedade capitalista, para Aldery (1988, p159) as pessoas somente

conseguem sobreviver se comprarem os produtos dos trabalhos uns dos

outros, já que possuem atividades especializadas, não produzindo todos os

bens que necessitam. A transformação do produto é feita pelo trabalhador, em

troca de um salário para o capitalista, que é dono dos meios da produção. A

sociedade capitalista tem a propriedade privada, a divisão social do trabalho e

a troca como elementos fundamentais. Sendo um sistema que congrega a

preponderância do capital sobre o homem, o homem pode ser substituído pela

maquina e a produção ser implementada por menores custos. A expectativa

do prazer esta ligada aos rendimentos e ao consumo.

No capitalismo o trabalho é mercadoria que produz valor e o contrato de

trabalho regula essa venda, limitando dessa forma as possibilidades do

trabalhador usufruir o resultado de sua ação laboral, contribuindo para a

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alienação. Alienação que significa a perda da posse do bem material, físico,

mental, emocional, cultural, social, político ou econômico. A mercadoria adquire

valor superior ao homem e assume formas (dinheiro, capital) que converte-se

em realidade soberana e tirana. Em consequência da humanização da

mercadoria ocorre a desumanização do homem (ARANHA e MARTINS, 1999,

p.12) o criador se torna criatura, as coisas são humanizadas e os humanos são

coisificados. Para Marx (apud ZANELLI, 2004) o trabalho que deveria ser

humanizador com o capitalismo, tornou-se alienante, explorador, humilhante,

monótono, discriminante e embrutecedor.

Coerente com esses pensamentos podemos destacar alguns adjetivos

dados ao trabalho no capitalismo, de acordo com o tratamento recebido do

capitalista: trabalho alienante - como aquele que desconhece o processo

produtivo e o valor que agrega o produto, fator essencial para a produção da

mais-valia que permite a acumulação do capital pelo burguês, sendo a

exploração um dos pontos centrais dessa forma de trabalho. Trabalho

humilhante - aquele que afeta negativamente a auto-estima do trabalhador.

Trabalho monótono - caracterizado pela própria organização e conteúdo das

tarefas simplificadas e que dispensam a qualificação do trabalhador.

Trabalho discriminante - classifica os homens à medida que classifica os

trabalhos. Trabalho embrutecedor – qualificado pela baixa exigência das

potencialidades por meio de conteúdo pobre, repetitivo e mecânico das tarefas,

pois estão longe de desenvolver suas potencialidades. E por fim, Trabalho

submisso - caracterizado pela aceitação passiva das características do trabalho

e emprego, pela imposição da organização interna e do processo de trabalho.

(MARX apud ZANELLI, 2004, p. 33-4). As definições e qualificações

organizadas neste parágrafo interagem entre si, de forma que as diferentes

concretizações destes tipos de trabalho ocorram concomitantemente.

Segundo Marx (apud ZANELLI, 2004), para que o homem seja cada vez

mais livre a condição necessária é o desenvolvimento do trabalho. Contudo, o

autor constata que o trabalho em sua contemporaneidade assumiu

características diferentes das anteriormente, pois mesmo produzindo bens

materiais, muitas vezes os homens não se realizam em suas atividades, não

conhecem o produto final e não se reconhecem nele. Para Aranha (1999, p12)

o capitalismo confinou o operário á fabrica, retirando dele a posse do produto,

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ele abandona o centro de si mesmo, não escolhe salário, horário, nem ritmo,

passa a ser comandado por forças estranhas a ele. Aqui é o fetichismo, o valor

de troca superior ao valor de uso, que o faz ser alienado.

Assim, a Gestão do processo de trabalho, sob o capitalismo, visa além

da transformação da matéria em mercadoria, a valorização e o controle, a

realização e apropriação de excedentes, processar as informações, definir e

impor limites em que os produtores devem operar, impor disciplina na fábrica,

controlar, seduzir. Enfim para contrapor a esse poder, outros poderes tomam

formas: resistência interna nas fabricas, sindicatos e partidos. É o poder dos

produtores que investe contra poder do capital. O Estado Capitalista aparece

como mediador. Como resultados dos conflitos e posições de classes, as

organizações, as estratégias de gestão, as técnicas de produção são alteradas

historicamente (FARIA, 2009 p. 44).

Conclui-se que:

A questão do trabalho, ao longo da história humana, caracteriza-se por mudanças decorrentes do contexto histórico de cada época. O trabalho exerce um papel fundamental na sociedade atual estabelecendo as formas de relação entre os indivíduos, entre as classes sociais, criando relações de poder e de propriedade, sendo realizado justamente na interação entre homens e homem e natureza. (BORGES; YAMAMOTO, 2004, p.28)

1.2 Trabalho na Contemporaneidade

Segundo Antunes (2003), o aumento da produtividade, as novas formas

de organização e gestão do trabalho, ampliação da produção, a diminuição de

renda, pressão por produtividade, precarização das condições do trabalho,

flexibilidade, terceirização das tarefas são algumas características do mundo

atual do trabalho que denunciam o impacto da organização do trabalho,

inclusive sobre a saúde do trabalhador. A “classe-que-vive-do-trabalho” como o

autor denomina os trabalhadores na contemporaneidade, sofreu a mais aguda

crise deste século, que atinge não só sua materialidade, mas teve profundas

repercussões na sua subjetividade, afetando sua forma de ser. Podemos

afirmar que existem diversos tipos de trabalho: com contrato, sem contrato,

humano, animal, voluntário, bem remunerado, mal remunerado, formal e

informal.

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De acordo com Zanelli (2004) no século XX, fatos históricos configuram

um cenário de comoção social, que culminaram em mudanças no plano

econômico, destacando-se o keynesianismo que surgiu em oposição às idéias

liberais que dominavam o mundo capitalista e conduz a análise do mercado de

trabalho de um plano microeconômico para um macroeconômico, que tem

como ponto central a noção do ciclo progressista, no qual o consumo gera

demanda de produto, que gera empregos e estes por sua vez mantém ou

aumentam os níveis de consumo, fazendo girar os recursos econômicos.

Segundo Borges e Yamamoto (2004, p.26) no contexto capitalista, o

contrato de trabalho é o que difere trabalho de emprego. Emprego é uma forma

específica de trabalho econômico, implica na redução do trabalho em valor de

troca que só tem valor por causa do trabalho humano nele materializado.

Portanto, a atividade executada em si é o trabalho, e emprego refere-se ao

cargo ou ocupação em uma empresa ou órgão público.

Segundo Faria (2009, prefácio p.xxii) no sistema capitalista a

humanidade é alienada no sentido que as condições de vida e trabalho

separam as pessoas da sua essência livre e criativa. A superação dessa

alienação só poderá ser possível quando o trabalhador assumir o controle da

produção, da força e dos frutos do seu trabalho.

Nesse sentido, Alvim (2006) comenta que o consumir e o ter, esta cada

vez mais ligado a realização pessoal. E que o mundo organizacional, faz com

que o homem trabalhe mais, para ganhar mais, ficando assim, com a melhor

parte do homem que deixa sua vida ser marcada pela exterioridade e pela

ilusão:

Eu era mais feliz quando tinha um fusca; agora preciso de ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, travas elétricas, freio tipo “abs”. E sinto que preciso trabalhar muito pra comprar um modelo novo, que agora passou por uma face lifting e deixou desatualizado o meu modelo - pode afirmar um profissional do mundo contemporâneo. Alvim (2006, p 127).

Para Aranha (1999. p16) o consumo passa a ser também alienado, as

necessidades são artificialmente estimuladas pelos meios de comunicação, os

centros de compras passam a ser catedrais de consumo. Vendem-se ideias,

coisas e serviços.

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Como o consumo alienado não é um meio, mas um fim em si, torna-se um posso sem fundo, desejo nunca satisfeito, um sempre querer mais. A ânsia do consumo perde toda a relação com as necessidades reais do homem, o que faz com que as pessoas gastem sempre mais do que têm. (ARANHA; MARTINS 1999. p16).

Conforme Faria (2009, p.21) a globalização ocorre desde os primórdios

da civilização. Cada fase histórica apresenta processos determinados: no

Feudalismo - a globalização estava centrada na expansão do comércio. Na

fase mercantil, nos descobrimentos de regiões e continentes. Atualmente a

globalização é facilitada pelas tecnologias que ocorrem sob o domínio do

capital cuja ação política se impõe. “Globalismo é o processo de globalização

que ocorre sob o comando de um modelo imperialista de expansão do capital,

tanto na produção do valor como na realização e circulação” (FARIA, 2009,

p.20). O processo avançado de expansão do globalismo que se verifica

atualmente é o resultado das relações de poder que dão direção política ao

estado e que permitem a definição compartilhada de estratégias deste como os

setores produtivos dominantes.

O Estado, segundo Poulantzas (apud Faria 2009, p.22) é uma forma

organizada da sociedade civil, tendo por base as relações materiais de

produção. Nesse sentido, Estado e Sociedade constituem uma única instância.

O Estado é a maneira como a sociedade civil se organiza a partir das lutas

sociais travadas no interior do modo de produção dominante, definindo

relações de hegemonia e contra-hegemonia, de poder e contra poder.

Faria (2009), Zanelli (2004), Borges e Yamamoto (2004) e Antunes

(2008), abordam que relações sociais de produção são as relações que

caracterizam o modo como a sociedade produz suas condições de existência,

são essas que constituem o Estado e lhe dão forma e substância. Para afirmar

sua condição de coordenação, o Estado patrocina a aceleração do processo de

expansão do globalismo, enquanto a estratégia dos setores dominantes do

capitalismo contemporâneo, o que desencadeia o impacto e afeta as relações

sociais de produção, exigindo novas estratégias políticas, coordenadas pelo

Estado.

[...] O papel do Estado, sob o capitalismo, é o de manutenção das condições de produção e, portanto, de existência e funcionamento da

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unidade. [...]. O Estado possui uma função global de coesão. É o interprete dos interesses da classe dominante, e dessa forma, é preciso reter a relação entre Estado e a direção geral do processo de trabalho de produção, mais especificamente no que se refere a produtividade do trabalho e ao controle das relações de trabalho. (POULANTZAS, 1977 apud FARIA, 2009, p.22)

O propósito do Estado Capitalista Contemporâneo é representar os

interesses dominantes e simultaneamente assegurar a coesão social. Assim o

Estado Capitalista reproduz as conexões sociais e econômicas que

caracterizam o modo de produção capitalista e o faz com ações e projetos que

compreendem desde a formulação das normas jurídicas até investimentos na

infra estrutura urbana e social (FARIA, 2009).

O Estado é o interprete dos interesses dominantes, nesse sentido as formas de gestão das organizações e os incentivos do Estado estão relacionados a esse papel [...]. A associação entre Estado e Capital não é senão uma parceria inevitável do estado Capitalista Contemporâneo com a finalidade de reprodução do capital de garantia de seu processo de acumulação ampliada, agindo na esfera econômica, cultural, educacional e do estabelecimento de regras que regulam a vida em sociedade. (FARIA, 2009 p. 41)

O Estado sempre esteve a serviço dos interesses do capital, e sua

presença avança e recua, dependendo da utilidade que tem para esses

interesses. Nesse sentido, o Estado pode ser entendido como um regulador

das relações entre os indivíduos.

1.3. Trabalho na Educação

Os aspectos e situações apresentadas anteriormente envolvem todos os

setores da sociedade, no qual a educação se encontra no mesmo contexto

histórico, embora com especificidades.

Segundo Piletti (1988, p.45) os professores mais primitivos foram os

curandeiros, feiticeiros, xamãs, esconjuradores ou homens que consultavam os

espíritos aos quais cabiam a direção das cerimônias de iniciação do jovem à

comunidade adulta da tribo. Inicialmente a classe era formada pelos chefes de

família, mas com o aumento dos deveres, constitui-se um sacerdócio se

tornando uma instrução mais elaborada, passando assim ao clero a

responsabilidade de ensinar.

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Conforme Martínez (2009 p.16) a profissão docente teve início no século

XVIII, num contexto sócio-político especifico, em que ocorreu o

desenvolvimento da urbanização, fortalecimento das cidades, a burguesia

revolucionária e a luta pela democratização teve o clamor por um ensino

sistematizado para a população. Apesar de um longo caminho histórico da

docência e do professor como sujeito do ensino, a profissionalização docente

ocorre bem depois que a de outras áreas. As leis gerais reguladoras da

formação docente no país criaram e reforçaram escolas de diferente qualidade

para a formação do mesmo profissional, traduzidas, sobretudo em critérios de

admissão, duração e currículo.

Aranha (1999) relata que a instituição escolar ao longo do tempo foi

alterando suas estruturas e funções, seguindo determinados modelos sociais

vigentes de cada época. Na Idade Média as escolas monásticas dedicavam a

ensinar o clero e a preparação dos noviços para o trabalho cristão e tinha

função de disciplinar e inculcar normas de conduta, subordinando os indivíduos

aos regimes da hierarquia e a aprendizagem da obediência. Com a Revolução

Industrial a educação sofre alterações para atender as exigências da classe

burguesa e a escola passa direcionar a formação técnica especializada e ao

estudo das ciências.

No Brasil, a primeira escola Normal que tinha como objetivo a formação

do futuro professor, foi fundada em 1835, na cidade de Niterói - RJ, e em 1842

na Bahia. Todavia uma escola para elite com frequência apenas masculina.

Neste sentido, podemos verificar como afirma Severino (2000, p.71),

que a Educação pode servir para a reprodução de um sistema social, mas

pode de outro lado ser, “... elemento gerador de novas formas de concepções

de mundo capazes de se contraporem à concepção de mundo dominante em

determinado contexto sociocultural...”

Apenas no inicio do Século XX é que essa formação foi levada para

principais cidades do interior, sempre em nível secundário. Os primeiros

cursos de formação que efetivamente se estabelecem, datam de 1935 em

algumas capitais. Somente após a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB)

nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que se defende a formação em nível

superior. (MARTINEZ 2009, p. 19).

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Abordando o contexto educacional, Balzer (2005) afirma que é a Escola

o principal meio da sociedade capitalista para preparar as pessoas para serem

trabalhadoras, sendo então responsável pelas condições cognitivas e

conceituais para serem inseridas na sociedade.

O ser humano elabora representações para compreender os desafios

das diferentes informações, pessoas, crenças, opiniões e problemas. As

representações sociais questionadoras, conforme Martínez (2009, p.20)

começam a aparecer a partir da década de 80 e questionar o trabalho do

professor e da escola básica. Esses questionamentos ocorreram juntamente ao

aparecimento de três importantes movimentos. O primeiro chamado de

democratização da escola básica, o segundo o aumento da demanda e a

progressiva pauperização da profissão e o terceiro, a instituição dos sistemas

nacional e estaduais de avaliação. .

É importante salientar que não são movimentos estanques e separados

e sim que são frutos de um contexto histórico, econômico e social, permeados

por ideologias. Neste sentido, podemos verificar como afirma Severino (2000,

p.71), que a Educação pode servir para a reprodução de um sistema social,

mas pode de outro lado ser, “... elemento gerador de novas formas de

concepções de mundo capazes de se contraporem à concepção de mundo

dominante em determinado contexto sociocultural...” Abordando o contexto

educacional, Balzer (2005) afirma que é a Escola o principal meio da sociedade

capitalista para preparar as pessoas para serem trabalhadoras, sendo então

responsável pelas condições cognitivas e conceituais para serem inseridas na

sociedade.

Na concepção de Penin (2009) podemos analisar o relativo fenômeno de

conquista do direito à escolarização pelas camadas populares que resultou na

expansão da escola pública. Nesse contexto de mudanças, observa-se a

necessidade de alterações qualitativas na escola, pois ao se alterar a clientela

da escola acostumada com os filhos da burguesia, vê-se de frente com as

crianças pertencentes às camadas populares com culturas linguagens

diferentes. Não obstante, com o aumento da demanda dessa clientela, também

se altera a profissão docente, principalmente nos aspectos quantitativos, pois

foi preciso aumentar o número de professores para esse mercado de trabalho,

o que não veio acompanhado com o aumento de salários, valorização

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profissional e formação adequada. Esse segundo movimento acarretou a

pauperização do trabalho do professor, pois para garantir o mínimo de

condições de sobrevivência viu-se à mercê de duplas e até triplas jornadas de

trabalho e em condições de formação precárias, pois também a sua formação

inicial nas Universidades também acabou sendo sucateada.

Nessas condições, com aumento da clientela discente, os dados

quantitativos referentes a universalização do ensino, não vieram

acompanhados de padrões de qualidade no ensino. Muito mais do que

permanência na escola é necessário que essa seja de qualidade com

professores bem formados e valorizados. Entretanto, o que se vê são dois tipos

de evasão da escola pública, a evasão dos jovens quando não é mais

obrigatório o seu estudo e a evasão da escola pública, pela classe média, para

a escola privada.

Esse movimento muito bem apontado pelos estudiosos da educação são

os motivos para as crescentes avaliações instituídas pelos órgãos

governamentais como Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB),

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), Exame Nacional de Desempenho

de Estudantes (ENADE), que com o intuito de avaliar o desempenho dos

alunos desde o ensino fundamental até o ensino superior, a partir de um

padrão de qualidade também questionável, alertam para a dicotomia entre

quantidade e qualidade.

Sem aprofundamento na temática de como são formuladas, impostas

tais avaliações e os recursos advindos dos acordos com os Bancos

Financiadores, o que se observa é que as avaliações alertam para a relação

entre esses três movimentos: a universalização do ensino, a pauperização do

trabalho docente e a dicotomia entre quantidade x qualidade. Todavia o que

podemos inferir dessa situação que as análises direcionam para causas que

não ultrapassam uma visão mais aprofundada do tema, como por exemplo, as

políticas públicas e a sociedade capitalista. Esses movimentos, e muitos

outros, por quais a escola passou foram fundamentais para que a instituição

escola tenha se tornado a mediadora do ato de produzir (PENIN, 2009 p.20 -

4).

A avaliação da aprendizagem não leva em conta que há uma

disparidade de distribuição de renda no Brasil, a qual contribui para que as

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condições dos alunos sejam desiguais. Também não admite que as escolas,

tenham diversidade de formação, de salários e de condições de trabalho dos

professores, técnicos e funcionários, que são componentes favorecedores de

desempenhos e resultados diferenciados. Não esclarece que tais avaliações

são planejadas por assessorias de técnicos adestrados nos organismos

internacionais (entre estes, Banco Mundial e FMI), que definem o que é

qualidade (FRIGOTTO, 2003).

Diante das transformações que caracterizam o acelerado processo de

integração e reestruturação capitalista mundial, os avanços científicos e

tecnológicos, a reestruturação do sistema de produção e as mudanças no

mundo do conhecimento afetam a organização do trabalho e o perfil dos

trabalhadores, repercutindo na qualificação profissional. Assim, as instituições

escolares vêm sendo pressionadas a repensar seu papel diante dessas

transformações uma vez que as abordagens pedagógicas tradicionais

encerram à instituição escolar a função de ajuste social do individuo por meio

de práticas didáticas reprodutivistas ou instrumentalistas (SAVIANI, 2001).

Conforme Libaneo (2004, p. 51)

A escola contemporânea necessária precisa voltar-se para as novas realidades, ligar-se ao mundo econômico, político, cultural, mas precisa ser baluarte contra o dualismo de diferentes qualidades de educação para ricos e pobres.

Como nos mostram Codo e Vasques-Menezes (1999, p.37) ao entrar em

uma escola, visitaremos ”[...] as agruras e prazeres dos educadores,

professores ou não: o que se verá ali é trabalho, muito trabalho, uma

verdadeira usina funcionando a um ritmo alucinante e coordenado.”

Em relação a profissão docente, Kraher em seu artigo (2006, p.2)

salienta que o professor, (podemos pensar em relação aos outros profissionais

envolvidos na escola), é um profissional que participa de uma das etapas mais

importantes da vida, que é a Educação, e que segundo Moran (et al.,2000,

p.12) o trabalho do educador vai além de ensinar, integra ensino e vida ,

conhecimento e ética, reflexão e ação, facilitando para que se encontre o

caminho intelectual, emocional, profissional, que realize e contribua para uma

mudança na nossa sociedade.

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De acordo com Oliveira (2003), podemos considerar também que o

trabalho docente tem sofrido relativa precarização nos aspectos concernentes

às relações de emprego, como se pode perceber com o aumento dos contratos

temporários nas redes públicas de ensino, chegando, em alguns estados, a

número correspondente ao de trabalhadores efetivos, o arrocho salarial, o

respeito a um piso salarial nacional, a inadequação ou mesmo ausência, em

alguns casos, de planos de cargos e salários, a perda de garantias trabalhistas

e previdenciárias oriundas dos processos de reformas econômicas e políticas.

O trabalho dos educadores é complexo e interativo, portanto requer

reflexão e aprofundamento, produz resultados sobre outro ser humano

conforme (KRAHE, 2006 et al TARDIF e LESSARD, 2005, p.8) afirmam que a

docência é:

[...] uma forma particular de trabalho sobre o humano, ou seja, uma atividade em que o trabalhador se dedica ao seu objeto de trabalho é justamente outro ser humano, no mundo fundamental da interação humana.

Devido a vários fatores apontados por Oliveira (2004), Almeida (2004) e

Severino (2000), a profissão docente vem passando por profundas

transformações, que envolvem políticas públicas revistas, novas metodologias

e tecnologias de trabalho, cobrança da qualidade na Educação, precarização e

flexibilização do trabalho, em que necessariamente o Educador tenha clareza

de sua influência no cotidiano de trabalho. Continua, em muitos momentos,

agindo mecanicamente, apesar de toda bagagem adquirida ao longo de sua

formação e carreira.

Segundo Gadotti (1994), de acordo com estudos realizados com

depoimentos de professores, foi constatado que eles são frequentemente

alienados, pois não questionam as ordens recebidas, consideram que

desenvolvem um “bom trabalho” sem, no entanto serem bem remunerados.

Nesta perspectiva o educador então se acomodou, perdendo assim o amor à

arte.

Com suas colocações Perrenoud (1993, p.200) mostra a necessidade

de buscarmos respostas capazes de reconfigurar à profissão docente na

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direção de uma nova profissionalização, capaz de responder as exigências

deste tempo:

[...] pensar a pratica não é somente pensar a ação pedagógica na sala de aula nem mesmo a colaboração didática com os colegas. É pensar a profissão, a carreira, as relações de trabalho e de poder nas organizações escolares, a autonomia e a responsabilidade conferida aos professores, individual ou coletivamente.

Brand (2007) afirma também que a formação dos educadores

pode ser feita em diferentes instituições, até mesmo em níveis de ensino

diferentes, como em cursos de modalidade à distância ou presenciais, em nível

médio ou superior, cursos oferecidos pelas universidades, como os de

pedagogia e de licenciatura, o curso normal superior e o curso de formação de

docentes, antigo magistério, espaços formadores dos profissionais que atuam

nas escolas. O autor fala ainda, que a profissão de educador é sempre uma

atividade ambivalente, pois além de ser instrumento de transmissão cultural,

imputa-se a ele a formação do individuo para que este atue nas mudanças

sociais.

Castro (2008) afirma que o trabalho na escola não é qualquer trabalho,

nem é exercido individualmente, acontece também no coletivo, é concreto,

singular e sofre influências de outras pessoas. O trabalhador da educação não

é um ser fragmentado que busca seus saberes de forma separada, mas sim na

totalidade das suas ações individuais e coletivas. Para tanto, os educadores

devem estar abertos as inovações, para poder adquirir novas posturas em

relação aos desafios do trabalho educacional: as novas tecnologias, infra-

estrutura, uma organização inovadora que possua um projeto pedagógico

coerente e participativo, a preparação profissional nos aspectos intelectual,

emocional, eticamente e com boa remuneração, condições de trabalho

adequadas para estes profissionais, tempo para os profissionais pesquisarem e

estudarem, assim como a importância do aspecto afetivo na relação

profissional e a busca de soluções para os dilemas enfrentados.

Para Brand (2007) é necessário desvelar e trazer à luz o que se

“esconde” no trabalho dos educadores e os educadores se reconhecerem

como trabalhadores, já que não são identificados e nem se identificam como

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trabalhadores da educação. Permanece, ainda, uma forte ligação com o

sacerdócio laico e sacrificado, não sendo identificados como profissionais.

Há uma forte busca dos educadores contra o controle do seu trabalho e

a perda da sua autonomia, no entanto são cada vez mais fortes e sutis os

meios que o Estado usa para controlá-los orientando-se, sobretudo, pela lógica

do modo de produção capitalista, especialmente na perspectiva do modelo

neoliberal. Desse modo, na educação, conforme Penin (2009, p 21) mudanças

ocorrerão somente com a articulação dos seus profissionais com os gestores

escolares próximos (diretores) e distantes (Secretários de Educação), que são

os definidores das estratégias públicas para a educação e com a organização

coletiva dos educadores, de forma a encontrar estratégias peculiares e criativas

de enfrentar as dificuldades cotidianas, de encontrar satisfação em seu

trabalho e ainda de responder as demandas educacionais, institucionais e

sociais sem deixar de entender tudo o que seu trabalho envolve e de cobrar

das diferentes autoridades o que seja necessário para uma satisfatória e

funcional realização de seu trabalho.

1.4 Considerações

Por meio deste pequeno passeio histórico em que se pode visualizar o

Mundo do trabalho em movimento, o Trabalho na contemporaneidade e o

Trabalho docente, espera-se que tais conhecimentos levem os educadores a

visualizarem e refletirem, com maior clareza o que são e o que fazem e como

percebem e avaliam o seu fazer. Através do trabalho a vida humana se

concretiza pela produção e reprodução da sua existência e as transformações

em seu âmbito que repercutem em todas as esferas de desenvolvimento

humano.

O fortalecimento das práticas pedagógicas e da profissionalização do

ensino acontecerá por meio da qualificação dos educadores, mas é

imprescindível ter-se clareza de que o educador aprende muito compartilhando

sua profissão e seus problemas no contexto de trabalho. É no exercício do

trabalho que, de fato, o educador produz sua profissionalidade.

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O conhecer e o agir são práxis indispensáveis para a construção do

educador como sujeito político, e a produção do conhecimento está ligada a

reprodução da dominação e da exploração capitalista.

Os educadores comprometidos com a transformação da sociedade

necessitam definir qual é realmente seu papel, pois a escola acaba refletindo o

modelo social ao qual esta inserida, sendo que nela estão presentes as

práticas das desigualdades sociais, culturais e econômicas. Para tal definição é

necessário conhecer, ou seja, organizar, identificar, estabelecer diferenças,

trabalhar as informações transformando-as em conhecimento. Enfim, um

profissional que reflete sobre o seu fazer. Espera-se que os educadores

consigam valorizar sua prática, para poder renová-la, e concretizá-la com

reflexão individual e coletiva.

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2. PARTE II - ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Nesta parte, apresenta-se a sequência de atividades, tal qual serão

desenvolvidas com os educadores do CEEBJA Irati e as expectativas de

resultados pretendidos, focando reflexões, debates, atividades e trocas de

vivências sobre o trabalho, o mundo do trabalho e suas novas configurações e

o cotidiano educacional. Para o início das ações, a professora PDE irá convidar

verbalmente a todos para as atividades planejadas, entregando um Convite

(Anexo I) a cada um, disponibilizando-o também em forma de cartaz na Sala de

Reuniões, favorecendo sua ampla divulgação.

Na mesma ocasião, serão entregues mais dois materiais: um informativo

elaborado a partir da revisão bibliográfica (Anexo II), a fim de provocar

reflexões sobre o significado do trabalho, sensibilizando os educadores para o

tema; e um questionário de levantamento (Anexo III) de dados gerais dos

participantes, seguido de um misto de questões fechadas e abertas sobre o

que pensam e sentem em relação ao seu trabalho, como o avaliam atualmente

e como acham que ele deveria ser, a fim de conhecer de forma mais

individualizada como cada Educador pensa e significa seu trabalho. Um

recipiente ficará disponível no mesmo local, para que os interessados em

participar das atividades possam depositar o questionário respondido, até uma

semana após sua entrega, que servirá ainda como inscrição.

Os encontros expostos a seguir, terão início uma semana após a

entrega dos questionários, tempo suficiente para a análise e organização das

respostas constantes no levantamento citado para a apresentação no primeiro

módulo de atividades.

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2.1 MÓDULO I

Objetivos:

Estabelecer o contrato de realização dos módulos e a participação dos

presentes;

Definir o que cada pessoa trará e gostaria de levar dos encontros e da

participação do grupo;

Fazer a devolutiva dos resultados do levantamento realizado e

relacioná-lo com o trabalho dos presentes;

Comentar como serão os próximos encontros.

Atividades:

1 – Discussão do contrato coletivo de realização dos módulos de

atividades, discutindo as condições e expectativas que os presentes nutrem

quanto ao projeto;

2 – Cada pessoa escolhe um papel de cor diferente e escreve de um

lado o que traz de suas características pessoais para o trabalho e do outro o

que traz para aquele grupo específico. Cada um expõe o que está trazendo e

seus motivos, colocando seus papéis em um recipiente que representará ao

mesmo tempo, o grupo e a escola. Posteriormente, cada um recolhe o papel de

outra pessoa que contenha uma característica que considere importante obter

para seu trabalho e para o do grupo, apresentando suas razões. Segue-se a

discussão;

3 – Com o auxílio de um aparelho data show, os resultados do

levantamento realizado anteriormente serão apresentados e discutidos com os

presentes, relacionando-os com o cotidiano de trabalho na educação e as

configurações que assumem no CEEBJA Irati;

4 – Comentar a sequência dos próximos encontros e solicitar a atividade

não presencial que consiste na leitura do texto “Mundo do trabalho em

movimento” (Parte I, item 1.1 deste Caderno).

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2.2 MÓDULO II

Objetivos:

Expor três obras artísticas clássicas, relacionadas às expressões do

mundo do trabalho;

Relacionar os sentimentos e pensamentos suscitados pelas obras com

os conceitos apresentados no texto proposto;

Discutir o movimento histórico das mudanças no mundo do trabalho.

Atividades:

1 – Ao expor a imagem da Obra “Operário” de Tarsila do Amaral (Anexo

IV), solicitar que os participantes expressem o que suscita;

Disponível: http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_frame.htm

2 - Apresentar partes do filme “Tempos Modernos” (Anexo V)

Disponível:

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=657

3 – Relacionar as duas obras com o texto “Mundo do trabalho em

movimento” (Parte I, item 1.1 deste Caderno), solicitado anteriormente,

lançando a questão: Em que podemos relacionar a luta dos trabalhadores

atuais com os de outras épocas?

4 – Solicitar a leitura do texto “Trabalho na contemporaneidade” (Parte I,

item 1.2 deste Caderno);

5 – Finalizar o encontro com a leitura coletiva de trechos do Discurso do

filme O Grande Ditador, de Charles Chaplin.

Disponível:

Texto: Http://www.miniweb.com.br/artes/artigos/charles_chaplin.html

Saiba mais:

Filme: http://www.youtube.com/watch?v=3OmQDzIi3v0&feature=related

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2.3 MÓDULO III

Objetivos:

Provocar o debate sobre as novas configurações do trabalho na

contemporaneidade e as implicações na vida do trabalhador;

Relacionar os conceitos com a vivência dos próprios educadores

problematizando-a;

Comparar o trabalho do educador com o trabalho da aranha, ressaltando

as dificuldades encontradas;

Tecer considerações coletivas a respeito dos rumos do mundo do

trabalho e suas conseqüências para a humanidade.

Atividades:

1 – Apresentação da docente da UNICENTRO, orientadora do Projeto

PDE, palestrante do dia;

2 – Início das atividades do dia com a solicitação do preenchimento do

Relógio do Cotidiano (Anexo VI), no qual os participantes irão expor todas as

atividades que realizam em um dia normal de suas vidas. Segue-se a

apresentação e troca de experiências dos presentes;

3 – A palestrante irá expor os principais conceitos do trabalho na

contemporaneidade, provocando debates e o estabelecimento de relações dos

aspectos teóricos, a vivencia e considerações do grupo a partir do das

atividades já efetuadas no dia;

4 – Solicitação de atividade não presencial, com a leitura do texto

“Trabalho na Educação” (Parte I, item 1.3 deste Caderno).

5 – Exibição de trechos do filme Tecedeira, de Mauro Martini finalizando

as atividades do dia;

Disponível:

http://www.youtube.com/watch?v=3MWTTcf3O2s

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2.4 MÓDULO IV

Objetivos:

Verificar semelhanças e diferenças dos educadores por meio de

imagens que representaram sua classe de trabalhadores ao longo da história;

Problematizar o cotidiano do trabalho em Educação com auxílio de

recortes fílmicos;

Incitar o debate e representação dos trabalhadores do CEEBJA Irati do

seu fazer e do local em que atuam;

Provocar a reflexão dos educadores sobre o que desejam em sua

atuação profissional.

Atividades:

1 – Exposição de fotos de educadores da idade média, do início, meio e

fim do século XX e no momento atual (Anexo VII), solicitando que os

participantes as comparem, comentando o que lhes sugere em termos de

trabalho;

2 – Visualizar recortes dos filmes “Entre os muros da Escola” e “A

Procura da Felicidade” debatendo as cenas. (Anexo VIII);

Disponível:

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=561

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=579

3 – Dividir o grupo em duas partes, solicitando que façam um desenho

coletivo em uma cartolina, que represente o processo de trabalho na educação

e a organização do trabalho em sua escola;

4 – Discussão dos conceitos do texto lido anteriormente, articulado as

três estratégias propostas para o dia;

5 – Finalizar o dia com a audição de trechos da música “Comida” da

Banda Titãs, composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito

deixando como atividades não presenciais pensar sobre: de que o grupo tem

fome? E que se recordem de situações marcantes vivenciadas em seu

trabalho.

Disponível:

http://letras.terra.com.br/titas/91453/

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2.5 MÓDULO V

Objetivos:

Perceber os objetivos pessoais e grupais dos educadores e como se

relacionam com seu trabalho;

Fomentar debates sobre a influência das configurações contemporâneas

da área da Educação sobre o desenvolvimento de quem nela trabalha;

Instigar a discussão coletiva de estratégias para mudanças adaptativas

do trabalho de forma a se adaptarem concomitantemente as necessidades dos

trabalhadores e do contexto em que atuam.

Atividades:

1 – Retomada da música discutida no módulo anterior com a questão:

“De que temos fome?”

2 – Pedir para que os participantes acessem em suas mentes as

situações que relembraram desde o último encontro, para ficarem sensíveis a

próxima atividade;

3 – Organizar um Júri simulado, separando o grupo em quatro: defesa,

acusação, jurados e juiz. Os dois primeiros subgrupos receberão questões

(Anexo IX) que reportam aos textos lidos anteriormente e problematizam o

cotidiano de trabalho. Deve-se defender ou acusar as condições atuais do

trabalho nas escolas como facilitadoras ou não a atuação dos educadores e

após a arguição os jurados e o juiz devem dar a sentença a partir de toda a

discussão;

4 – Posteriormente, o grupo será convidado a discutir como a partir de

suas experiências cotidianas rememoradas e do debate do Júri Simulado,

pode-se articular estratégias coletivas de realizar seu trabalho de forma efetiva,

com maior colaboração mútua, prazer e qualidade de vida;

5 – A atividade não presencial do módulo será a de que cada

componente pense em quando e quantas vezes se permitiram e ao mesmo

tempo proporcionaram a possibilidade de pensar e efetivar mudanças no seu

próprio trabalho e no trabalho dos colegas.

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30

2.6 MÓDULO VI

Objetivos:

Retomar a responsabilidade e implicação pessoal e grupal dos

participantes na redefinição do trabalho;

Promover um espaço para retornos de colaboração entre colegas;

Demonstrar por meio do exemplo de um trabalhador que se pode

reinventar o significado dado ao seu trabalho e a forma de efetivá-lo;

Realizar um encerramento das atividades propostas sintetizando os

resultados alcançados na visão das autoras;

Favorecer uma troca de demonstrações de afeto nos relacionamentos

interpessoais no trabalho.

Atividades:

1 – Retomada da atividade não presencial, como forma de

sensibilização às atividades posteriores, pedindo que relatem aquilo que

pensaram;

2 – Propiciar um feedback entre os participantes, em que farão uma auto

avaliação e uma heteroavaliação (de cada colega), emitindo seus pareceres do

que pensam que devam começar, parar e continuar a fazer em relação ao seu

trabalho (Anexo X);

3 – Exibir partes do depoimento do pianista e regente João Carlos

Martins.

Disponível:

http://www.youtube.com/watch?v=EnRy8rDyVjA&feature=relateds

4 – A professora PDE fará uma síntese do desenvolvimento dos

módulos, do grupo e das considerações sobre o trabalho dos educadores

propostas neste Caderno;

5 – Serão entregues os questionários de avaliação das atividades

propostas no Caderno.

5 – Promover um sorteio de “amigo secreto” no qual o presente deve ser

feito pelo próprio participante, pensando especificamente naquela pessoa que

retirou como amigo. Será solicitado ainda que devolvam o material com sua

avaliação da participação nas atividades quando da reunião de entrega dos

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31

presentes. O momento servirá como uma “despedida” mais afetiva das

atividades, de forma a lembrar da necessária e importante “troca” nos

relacionamentos também no trabalho.

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32

2.7 Resultados esperados

A concepção do conjunto de módulos apresentados foi dirigida para a

contextualização e problematização de diferentes aspectos que envolvem o

complexo mundo do trabalho, suas novas nuances e o peculiar trabalho na

Educação, de forma a instigar o trabalhador a repensar suas ações e

concepções. Dessa forma, os resultados esperados envolvem a ampliação do

conhecimento desses itens pelo Educador, realização de debates e discussões

que o conduzam a um aprofundamento nas reflexões individuais e coletivas do

seu fazer, o que está relacionado a ele e quais as conseqüências de ter ou não

maior clareza dessas questões.

Pretende-se ainda, alcançar a compreensão dos trabalhadores de que a

troca crítica de saberes, vivências e estratégias de atuação, é um caminho

profícuo e implicado para a organização de ações coletivas no âmbito escolar,

criando novas formas de ser trabalhador, com mais efetividade e, sobretudo,

maior qualidade de vida e de relacionamentos. Por fim, tem-se a intenção de

que a partir da coleta de informações, das observações e vivências do

processo proposto, as autoras possam compreender melhor as implicações do

educador se reconhecer como trabalhador e construir um conhecimento capaz

de subsidiar ações no CEEBJA Irati, que também possam se estender a outros

ambientes educativos.

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3. REFERÊNCIAS

ALDERY, M.A. et al. Para compreender a Ciência. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988 ALMEIDA, M.I. Docentes para uma educação de qualidade : uma questão de desenvolvimento profissional. Educar, Curitiba, UFPR, 2004. ALVIM, M.B. A Relação do Homem com o Trabalho na contemporaneid ade: Uma visão critica fundamentada na Gestalt-terapia. Est. Pesqui.psicol. vol.6 nº2 Rio de Janeiro, Dez. 2006. ANTUNES, R. Adeus ao Trabalho? São Paulo: Cortez, 2008. ARANHA, M.L.de; MARTINS,M.H.P. Filosofando : Introdução à Filosofia. São Paulo , Cidade Moderna, 1999 ARROYO, M.G. Mestre, educador e trabalhador: organização do trabalho e profissionalização. Belo Horizonte: FAE/UFMG, 1985. ATHAYDE, M.; BARROS, M. E. B.; NEVES, M.Y.; SILVA, E. F. de ;Souza, K. R. Programa de formação em saúde, gênero e trabalho em escolas . Rio de Janeiro,PMRJ, 2000. BALZER, M.D. A Analise do deslocamento conceitual de qualificaçã o para competência : Concepções de Formação do Trabalhador. Curitiba: UFPR, 2005. BASTOS, A. C., A perspectiva do trabalho em diferentes épocas . Apostila, Curso de Psicologia da Faculdade Ruy Barbosa, Salvador/Bahia , 2005. BORGES, L de O.; YAMAMOTO, O H. O mundo do Trabalho. In: ZANELLI, J. C; BORGES A. J. E.; BASTOS, B. A. V. (Orgs.) Psicologia, Organização e Trabalho no Brasil. São Paulo: Artmed, 2004. BRASIL. Ministerio da Educação. Coleção Cadernos de EJA. Diversidades e Trabalho. Brasilia,2007. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional . Lei n. 9.394 de 20 dez.1996. CODO, W (Coor.) Educação : carinho e trabalho. Petrópolis: Vozes, 1999. CODO, W.; SAMPAIO J.J.C. (Orgs). Sofrimento Psíquico nas Organizações: saúde mental e trabalho. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995. FARIA J.H. de. Gestão Participativa : Relações de Poder e de Trabalho nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2009.

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FERREIRA, N S. C. Repensando e ressignificando a gestão democrática da educação na "cultura globalizada". Rev. Educação e Sociedade vol.25 nº. 89 Campinas Set./Dez 2004. FRIGOTTO, G. Educação e crise do capitalismo real . 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2003 GADOTTI, M. Organização do trabalho na Escola - Alguns Pressupostos. São Paulo. Editora Ática, 1994. KRAHE, E.D., TAROUCO,L.M.R.,KONRATH,M.L.P., Desafios Do Trabalho Docente : mudança ou repetição. UFRGS, V.4 nº2, Dezembro, 2006. KUENZER, A. Z. Pedagogia da Fábrica . As relações de produção e a educação do trabalhador. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1995. MARTELLI, A C. Gestão Escolar: mudança de paradigma ou uma nova nomenclatura para um velho modelo? Dissertação de Mestrado. São Paulo:. Faculdade de Educação, UNICAMP, 1999. MARTINEZ,M. PENIN, S. O Trabalho Docente e os desafios da Educação. In: ARANTES,V.A. (Org.) Profissão Docente : Pontos e Contrapontos. São Paulo: Summus,2009. MARX. K. O Capital. Crítica da Economia Política. São Paulo: Victor Civita. 1983. MINAYO, M C. de S. O Desafio do Conhecimento . São Paulo: Hucitec, 2008. MORAN, J. M. Ensino e Aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas . In: MORAN J.M.: MASETTO, M. e BEHENS, M. A. Novas tecnologias e Mediação Pedagógica Campinas: Papirus, 2000. MORAN,J.M. Novas Tecnologias e o re-encatamento do mundo. Revista Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, vol. 23, n.126, setembro-outubro 1995, p.24-26. OLIVEIRA, C. R. de. História do Trabalho . São Paulo: Ática, 1987. OLIVEIRA, D. A.. A Reestruturação do Trabalho Docente : Precarização e Flexibilização. Educ.Soc. Campinas, vol. 25, n.89, p. 1127-1144, Set./Dez. 2004 OUTHWAITE, W. at BOTTOMORE, T. Dicionário do Pensamento Social do Século XX. Rio de Janeiro: Zahar,1996. PEREIRA, A. M.T.B. (Org.) Burnout : quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

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PILETTI,C., PILETTI, N. Filosofia e História da Educação .São Paulo: Ática, 1988. REDIN, E. Nova Fisionomia da Escola Necessária . São Leopoldo, RS: Unisinos, 1999. SANTOS, L. L. de C. P. Formação de Professores na Cultura do Desempenho. Rev. Educação e Sociedade Campinas, vol. 25, nº 89 1145-1157, set/dez 2004. SAVIANI, D. O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias. In: FERRETI, C.J. et al (Orgs). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar . 9 Ed. Petrópolis: Vozes, 2003. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico Crítica . 9ª edição. São Paulo: Campinas, 2005 SEVERINO. A.J. Educação, Trabalho, e Cidadania: A educação brasileira e o desafio da formação humana no atual cenário histórico. São Paulo: USP, 2000. TARDIF, M; LESSARD, C. O trabalho docente : Elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. VILAR, P. A transição do Feudalismo ao Capitalismo. In: SANTIAGO, T.(ORG.) Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica, 3 ed. São Paulo: Contexto, 1988. ZANELLI, J. C.; BASTOS,A V. B.; ANDRADE, BORGES, J. E. Psicologia, Organização e Trabalho no Brasil. São Paulo: Artmed, 2004.

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4- ANEXOS

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CONVITE

Venha participar da implementação do

Projeto PDE - Educador ou Trabalhador?

Vamos trocar idéias sobre:

O cotidiano do educador na Escola e suas

particularidades

durante 6 encontros no CEEBJA de Irati,

com certificação pela UNICENTRO/Irati.

Sua participação será valiosa. Contamos com Você!

Profª PDE Isabel Cristina de Almeida Teixeira

Profª Orientadora Ms Claudia Regina Magnabosco

Martins

4.1 Anexo I

38

* Imagens retiradas do site http://office.microsoft.com/pt-br/images/educacao

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4.2 Anexo II

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDUCADOR OU TRABALHADOR?

"Tudo é novo quando se olha de outra forma."

Vicente Huidobro

Ao se deparar com um cotidiano de trabalho exaustivo, exigente e ao

mesmo tempo instigante, o educador pouco consegue se pensar como

trabalhador, focando sua atenção sempre em um outro. Assim, o próprio

cotidiano deste profissional se mostra bastante complexo e desgastante,

gerando em muitos momentos, dificuldades de ordem física e psicológica,

problemas de relacionamentos interpessoais e até mesmo diferentes níveis de

dificuldades de realizar seu trabalho.

Como nos mostram Codo e Vasques-Menezes (1999, p. 37) ao entrar

em uma escola, visitaremos “[...] as agruras e prazeres dos educadores,

professores ou não: o que se verá ali é trabalho, muito trabalho, uma

verdadeira usina funcionando a um ritmo alucinante e coordenado.”

Assim, é de extrema importância provocar reflexões para que os

educadores se sintam valorizados ao refletirem sobre suas ações e busquem

um melhor entendimento e convívio dentro de seu local de trabalho, levando

em conta as pessoas e as particularidades de cada contexto escolar para se

alcançar os objetivos, mas ainda as intrincadas relações e interferências

culturais, sociais, econômicas, políticas e históricas que envolvem seu

cotidiano laboral. É necessário, portanto, promover a troca de experiências e o

desenvolvimento de estratégias individuais e coletivas no intuito de repensar e

mudar seu fazer, reconhecendo-se como trabalhadores e assumindo essa

condição.

Vamos olhar nosso cotidiano de outra forma?

Profª Isabel Cristina de Almeida Teixeira Profª Ms Claudia Regina Magnabosco Martins

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4.3 Anexo III

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDUCADOR OU TRABALHADOR? Implicações do reconhecimento do Educador enquanto Trabalhador

Profª Isabel Cristina de Almeida Teixeira Profª Ms Claudia Regina Magnabosco Martins

Levantamento de dados dos educadores do CEEBJA de I rati

Nome:____________________________________________________________________________

Faixa etária: ( )18-24 ( )25- 29 ( )30-35 ( )36-45 ( )46-55 ( )mais 55 anos Sexo: ( )Feminino ( )Masculino Estado Civil: ( )solteiro ( )casado ( )viúvo ( )separado ( )união estável Filhos: ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 ( )05 ( )Mais de 5 Principal renda familiar: ( )Sim ( )Não Escolaridade: ( )Ensino fundamental ( )Ensino médio ( )Ensino superior completo ( )Ensino superior incompleto ( ) Outros ___________________________ ( )Pós Graduação. Em que área?_____________________________________________________________________ Quanto tempo atua na Educação? _________ anos. Quanto tempo atua no CEEBJA? _________ anos. Função:__________________________________________________________________________ 1) O que a palavra Trabalho significa para você? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 2) Para você o que é ser Educador? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Cite quais são as prioridades de sua vida: 1 ________________________________________________________________________ 2 ________________________________________________________________________ 3 ________________________________________________________________________ 4 ________________________________________________________________________ 5 ________________________________________________________________________ 14) Como você se sente trabalhando no ambiente escolar: ( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) razoavelmente ( ) pouco satisfeito ( ) nada satisfeito 15) Quanto se sente satisfeito com relação aos resultados do seu trabalho? ( ) muitíssimo ( ) muito ( ) razoável ( ) pouco ( )nada 16) Como avalia seu cotidiano de Trabalho quanto ao que deseja dele ( ) muito satisfatório ( ) satisfatório ( ) Razoavelmente satisfatório ( ) pouco satisfatório ( ) nada satisfatório 17) Cite cinco aspectos positivos em seu trabalho. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 18) Cite cinco aspectos limitantes em seu trabalho. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________

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19) Em um dia comum de sua vida, o quanto você pensa no trabalho ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca 20) Quando chega em sua casa ou faz outras atividades, o quanto pensa no trabalho ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca 21) Ao acordar, o quanto se sente motivado para ir trabalhar ( ) muitíssimo motivado ( ) motivado ( ) razoável ( ) pouco motivado ( )nada motivado 22) Avalie o quanto está se sentindo cansado atualmente ( ) muitíssimo ( ) muito ( ) razoável ( ) pouco ( )nada 23) O quanto considera que está comprometido com seu trabalho ( ) muito comprometido ( ) comprometido ( ) razoavelmente ( ) pouco comprometido ( ) descomprometido Em relação de como o trabalho na escola está organi zado favorece: 24) A comunicação entre os trabalhadores ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca 25) A comunicação entre os educadores e gestores ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca 26) A colaboração entre os educadores para o bom andamento das atividades ( ) muitíssimo ( ) muito ( ) razoável ( ) pouco ( )nada 27) Debates coletivos sobre as situações a resolver ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca 28) Condições de trabalho adequadas ( ) muito boas ( ) boas ( ) razoáveis ( ) ruim ( ) péssimas 29) Que as atividades de trabalho sejam desenvolvidas de forma ( ) muito satisfatória ( ) satisfatória ( ) razoavelmente ( ) pouco ( ) nada satisfatória 30) O relacionamento interpessoal entre os educadores do CEEBJA de forma a ser ( ) muito satisfatório ( ) satisfatório ( ) Razoavelmente ( ) pouco ( ) nada satisfatório 31) O que espera conseguir em seu trabalho? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 32) Em que considera que o trabalho no CEEBJA Irati deve melhorar? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 33) O que você tem feito para a melhoria do seu trabalho e do trabalho no CEEBJA? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 34) Este espaço está aberto para seus comentários, sugestões e críticas

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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4.4 Anexo IV

Quadro “Operários”, de Tarsila do Amaral, óleo sobre tela 150x205 cm

Obra pintada em 1933 retrata o início da industrialização brasileira,

com homens e mulheres vindos de vários estados do país, e do mundo para

o trabalho pesado nas fábricas. Reporta-se a um contexto em que os

operários brasileiros trabalhavam 16 horas por dia, em que não existia

previdência social e nem aposentadoria. Mulheres e crianças eram operárias

e sofriam castigos, abusos e agressões dos chefes. A partir de 1930

associações, sindicatos e partidos foram organizados e em 1º de maio de

1907 ocorreu o primeiro Congresso Operário Brasileiro, no Rio de Janeiro e

assim os operários começaram a se organizar para exigir seus direitos, com

paulatinas conquistas.

Fonte: BRASIL, Ministério da Educação – Coleção cadernos de EJA –

Diversidade e Trabalho, 2007, p 25

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4.5 Anexo V

Informativo 1

FILME TEMPOS MODERNOS Saiba mais:

Clássico, Comédia. EUA, 1936, 87 min. P&B. Mudo

Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard

Diretor: Charles Chaplin

Retrata a sociedade americana, após a crise econômica de 1929.

Nessa pequena obra-prima, somos convidados a pensar sobre os

modos de produção da sociedade industrial, bem como sobre a

exploração do trabalho.

Poderemos explorar: Revolução Industrial, Fordismo, alienação do

trabalhador, divisão do trabalho, sociedade e consumo.

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=657

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4.6 Anexo VI

Relógio do Cotidiano

12

9 3

6

4

5 7

8

10

11

2

1

O

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Imagem: Autoria própria da professora PDE

4.7 Anexo VII

(Imagens pesquisadas em 27 de julho de 2010, em http://www.google.com/images?hl=pt-BR&q=imagem+professor&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=VTVPTL- JG4v68QaQr6DbAg&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=1&ved=0CB0QsAQwAA

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&biw=1142&bih=681)

(Imagens pesquisadas em 27 de julho de 2010, em http://www.google.com/images?um=1&hl=pt-BR&biw=1142&bih=681&tbs=isch%3A1&sa=1&q=imagem+escola+antigamente&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=)

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4.8 Anexo VIII

Informativo 2

FILME

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

Saiba mais:

Drama, França, 2007, 128min.; COR.

Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif

Bounaidja Rachedi, Juliette Demaille, entre outros.

Diretor: Laurent Cantet.

Em uma escola da periferia de Paris, professores se esforçam para

ensinar, em meio ao descaso dos alunos com sua própria educação, bem como a

falta de estrutura que têm para trabalhar.

Entre esses educadores está François Marin, professor de Língua

Francesa que, como seus colegas, luta contra inúmeras adversidades para fazer

de seus alunos cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Infelizmente,

retrato da educação no mundo moderno.

Poderemos explorar: Relações educacionais, políticas escolares, relação

professor x aluno, relações sociais, relações familiares, profissão: professor

violência escolar, direitos do aluno e direitos do professor.

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=561

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FILME

A PROCURA DA FELICIDADE

Saiba mais:

Drama, EUA, 2006, 117min, COR.

Elenco: Will Smith, Jaden Smith, Thandie Newton.

Diretor: Gabriele Muccino

História de Chris Gardner que enfrenta sérios problemas financeiros.

Precisa sustentar a família. Porém, a carga de problemas só aumenta e a

desestruturação familiar é inevitável.

É selecionado para um concorrido estágio não remunerado numa Corretora

de ações com chance de contratação, no final do estágio.

Poderemos explorar: Relações sociais, valores éticos, persistência e

determinação.

http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=579

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4.9 Anexo IX

Júri Simulado

PONTUAÇÕES E QUESTÕES IMPORTANTES PARA PROBLEMATIZAR O

TRABALHO DO EDUCADOR

1) Devido vários fatores apontados por Oliveira (2004), Almeida (2004) e

Severino (2000) a profissão docente vem passando por profundas

transformações, que envolvem políticas públicas revistas, novas metodologias

e tecnologias de trabalho, cobrança da qualidade na Educação, precarização e

flexibilização do trabalho, sem que necessariamente o Educador tenha clareza

de sua influência no cotidiano de trabalho. Continua, em muitos momentos,

agindo mecanicamente, apesar de toda bagagem adquirida ao longo de sua

formação e carreira. Faça considerações de porque isso ocorre e de como o

Educador pode estar percebendo tantos desafios enfrentados diariamente.

2) Severino (2000, p.71), afirma que a Educação pode servir para a

reprodução de um sistema social, mas pode de outro lado ser, “... elemento

gerador de novas formas de concepções de mundo capazes de se

contraporem à concepção de mundo dominante em determinado contexto

sociocultural...” Diante das considerações apresentadas pelo autor, como se

pode então pensar o trabalho dos Educadores?

3) Balzer (2005), afirma que é a Escola o principal meio da sociedade

capitalista para preparar as pessoas para serem trabalhadores, sendo então

responsável pelas condições cognitivas e conceituais para serem inseridas na

sociedade. Que paralelos pode-se fazer desse perfil de qualificação da “força

de trabalho” com o trabalho esperado do próprio formador do trabalhador, ou

seja, do Educador Escolar?

4) Percebe-se que o trabalhado dos educadores em geral envolve

inúmeros fatores que influenciam diretamente em sua ação educativa, sendo

um deles o que diz respeito ao seu papel e condição de trabalhadores da

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educação. Considerando suas experiências e leituras quais são as

consequências do educador não se considerar um trabalhador?

7) Em várias escolas alguns professores têm o padrão fixado e outros

não e existem os trabalhos dos profissionais PSS, situações nas quais não se

sabe qual será o período de permanência naquela Escola ou mesmo da

renovação de contrato. Cite quais as possíveis consequências dessa

configuração de trabalho tanto para o trabalhador, quanto para o seu local de

trabalho, justificando seus apontamentos.

6) A cada nova eleição governamental e em meio a reformulações nas

Políticas Públicas em Educação, como afirma Oliveira (2004), modificam-se

também a forma de gestionar o fazer educacional, em grande parte sem a

consulta dos envolvidos no processo. Como seria se houvesse a possibilidade

de que os educadores participassem desses momentos de mudanças e até

mesmo de rupturas de paradigmas?

7) Qual é a postura dos Educadores frente as suas dificuldades no

cotidiano laboral?

8) As reformas educacionais tiveram ou ainda tem influência sobre o seu

trabalho, determinando em parte a precarização e flexibilização do trabalho

docente?

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4.10 Anexo X

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDUCADOR OU TRABALHADOR? Implicações do reconhecimento do Educador enquanto Trabalhador

Profª Isabel Cristina de Almeida Teixeira Profª Ms Claudia Regina Magnabosco Martins

“FEEDBACK”

Colega...

Comece a ...

Pare de ...

Continue a...

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52

4.11 Anexo XI

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDUCADOR OU TRABALHADOR? Implicações do reconhecimento do Educador enquanto Trabalhador

Profª Isabel Cristina de Almeida Teixeira Profª Ms Claudia Regina Magnabosco Martins

Questionário de Avaliação do Projeto de implementaç ão

1) O que despertou seu interesse quando aderiu a proposta dos Encontros? __________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Assinale a opção que mais se aproxima de sua opinião em relação a aplicação do projeto de Implementação: Educador ou trabalhador? Implicações do reconhecimento do educador enquanto trabalhador. a) Como você avalia o Projeto de Implementação?

( ) muito satisfatório ( ) satisfatório ( ) razoavelmente ( ) pouco ( ) nada satisfatório

b) Como avalia a metodologia empregada durante os encontros?

( ) muito boa ( ) boa ( ) razoável ( ) ruim ( ) péssima c) Os recursos utilizados para a implementação foram satisfatórios?

( ) sempre ( ) quase sempre ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca d) Os objetivos apresentados no início dos encontros foram alcançados?

( ) totalmente ( ) em grande parte ( ) razoavelmente ( ) pouco ( ) nada e) Suas expectativas foram atendidas?

( ) totalmente ( ) em grande parte ( ) razoavelmente ( ) pouco ( ) nada f) Os encontros ampliaram a forma de você ver seu trabalho?

( ) totalmente ( ) em grande parte ( ) razoavelmente ( ) pouco ( ) nada g) Houve alguma contribuição para você enquanto educador? __________________________________________________________________________________________________________________________________________ h) Você consegue visualizar se os encontros trouxeram alguma contribuição para o cotidiano do CEEBJA? __________________________________________________________________________________________________________________________________________ i) Este espaço está aberto para seus comentários, sugestões e críticas ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________