da escola pÚblica paranaense 2009 · dá pela naturalização do consumo, mas o consumo não é de...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
LILIAN SIMONE LEMOS WAHL
OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa
JACAREZINHO – PARANÁ
2010
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ –
UENP CAMPUS – JACAREZINHO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Material Didático produzido à Universidade do Norte do Paraná – UENP Campus de Jacarezinho, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Geografia, para a obtenção do título professor PDE, sob a orientação do Professor: Aécio Rodrigues de Melo.
JACAREZINHO – PARANÁ
2010
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ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual “João Marques da Silveira – EFM”.
DISCIPLINA: Geografia
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico
CONTEÚDO ESPECÍFICO: Educação Ambiental – Desenvolvimento Sustentável
PALAVRAS-CHAVE: mudança de atitude, consumo, educação ambiental, sustentabilidade,
problemas ambientais.
PROFESSORA PDE: Lilian Simone Lemos Wahl.
PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO
CHAMADA PARA A PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO
"Por quanto tempo nosso planeta irá conseguir sustentar uma sociedade consumista tal como a
que temos atualmente?"
A grande questão que se coloca hoje para nós é: Será possível a sustentação dessa sociedade
consumista tal como se apresenta hoje, por muito tempo? Será que o modelo de desenvolvimento
atual, teria elementos com capacidade de estabelecer o equilíbrio ambiental? Será que esse mesmo
desenvolvimento tecnológico que exclui bilhões de pessoas, conseguirá normalizar a exploração nos
recursos naturais?
Neste contexto social, vimos que é preciso trabalhar em nossas escolas com a educação ambiental,
pois o que é transmitido por ela perpassa por uma condição de estabelecer estratégias que favoreça a
consolidação da alternativa criada para diminuir as consequências do consumismo.
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CONSUMO X CONSUMISMO
Segundo a abordagem neo-malthusiana os problemas ambientais são resultantes da pressão
demográfica sobre os componentes naturais disponíveis (Hardin, 1968 apud Trevizan, 1999).
Questiona-se, no entanto, essa abordagem no momento em que 20% da população mundial, que
habita principalmente os países afluentes do hemisfério norte, consome 80% dos recursos naturais e
energia do planeta e produz mais de 80% da poluição e da degradação dos ecossistemas. Enquanto
isso, 80% da população mundial, que habita principalmente os países pobres do hemisfério sul, fica
com apenas 20% dos recursos naturais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005).
Desta forma, acredita-se que uma problemática ainda mais complexa merece atenção, a
saber, a problemática que envolve o consumo. Segundo o capítulo 4 da Agenda 21: “Enquanto a
pobreza tem como resultado determinados tipos de pressão ambiental, as principais causas da
deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e
produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de
consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios.” A priori, o
consumo pode ser entendido como “o conjunto de processos socioculturais nos quais se realizam a
apropriação e os usos dos produtos” (CANCLINI, 1999, p. 77). Mas, quando se trata da apropriação
de produtos supérfluos surge o conceito consumismo. Essa discussão entre necessidades básicas e o
supérfluo também é compreendida em Barbosa (2004). Esta autora ainda ressalta a necessidade de
se tornar clara a distinção entre teorias sobre a sociedade e a cultura de consumo, pois a teoria da
sociedade pode definir e analisar o porquê do consumo se tornar tão importante na sociedade. De
acordo com a análise semiológica, Baudrillard (1995) vai além, apontando que a alienação social se
dá pela naturalização do consumo, mas o consumo não é de objetos e sim de signos que obedecem a
uma lógica própria, de modo que os objetos consumidos deixam totalmente de estar em conexão
com qualquer função ou necessidade definida.
Entende-se também o consumismo como a expansão da cultura do “ter” em detrimento da
cultura do “ser”. De acordo com Featherstone (1995) usar a expressão cultura do consumo significa
evidenciar que o mundo das mercadorias e seus princípios de estruturação são centrais para o
entendimento da sociedade contemporânea. Segundo este autor a cultura do consumo é norteada por
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três perspectivas fundamentais. A primeira tem como premissa a expansão da produção capitalista
de mercadorias, que deu origem a vasta acumulação de cultura material na forma de bens e locais de
compra e consumo. A segunda e mais sociológica afirma que a relação entre a satisfação
proporcionada pelos bens e seu acesso socialmente estruturado é um jogo de soma zero, no qual a
satisfação e o status dependem da exibição e da conservação das diferenças em condições de
inflação. Sendo assim, as pessoas usam a mercadoria de forma a criar vínculos e estabelecer
distinções sociais, compartilha desta visão Bourdieu, (1979 apud Pina et al., 2006) abordando o
consumo como uma prática por meio da qual os agentes buscam se distinguir na hierarquia social.
Para este autor, os mais ricos produzem bens distintos e constantemente renovados a preços
elevados à medida que as classes mais baixas vão conseguindo reproduzir e utilizar tentando
ascender socialmente. Logo, consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade
produz e pelos modos de usá-lo. A terceira perspectiva refere-se à questão dos prazeres emocionais
do consumo, os sonhos e desejos celebrados no imaginário cultural consumista e em locais
específicos de consumo que produzem diversos tipos de excitação física e prazeres estéticos
(FEATHERSTONE, 1995).
Para Santos et al. (2008), o processo de identificação na cultura de consumo, no qual “os
sujeitos são levados a identificar-se com coisas e objetos, é cambiante, fluido, fragmentado e parcial
– objetos e coisas são usados para demarcar relações sociais. Objetos e mercadorias determinam
estilos de vida, a posição social dos sujeitos e a maneira de interagirem socialmente.”
Na tentativa de compreender as inúmeras mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades
contemporâneas tem-se utilizado ainda o termo sociedade de consumo. Este termo refere-se à
relevância que o consumo tem alcançado na construção e consolidação das nossas identidades, bem
como na construção das relações sociais. Em outras palavras, um grupo social pode ser distinguido
de outro pelo nível e estilo do seu consumo (SILVA, et al. 2008).
Considerando os dados do IBGE de seis de fevereiro de 2006, a população mundial somava
6.496.124.433 habitantes, e atualmente (6,8 bilhões), e pensar nesses números consumindo energia
(das mais diversas formas), água, alimentos, roupas, celulares, computadores, eletrônicos em geral,
automóveis, e toda a sorte de produtos lançados, é preocupante. E preocupa ainda mais pensar no
processo final do consumo, a produção de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Por ano, 30 bilhões
de toneladas de lixo são jogadas no nosso planeta, 88% do lixo doméstico é descarregado em
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aterros sanitários. Em países mais desenvolvidos, a produção de lixo diária, por habitante, é de
cerca de 3,2 Kg (MACHADO et al., 2007).
Uma vez consciente desses dados não há como não refletir os impactos do consumismo
sobre o meio ambiente. A contaminação dos rios, lagos, mares e águas subterrâneas, resultando na
diminuição de água para o consumo humano além da perda de espécies que dependem desses
habitats; o desmatamento causando a perda de biodiversidade e mudanças nos micro climas
podendo se estender para a escala macro; a contaminação, erosão, salinização e desertificação dos
solos, diminuindo as áreas agricultáveis, e a poluição do ar com a emissão de gases de “efeito
estufa” que prevêem catástrofes globais resultantes das alterações climáticas.
Desta forma, é importante propor uma revolução no ato de consumir, para que deixe de ser
corriqueiro tornando-se um ato pensado, consciente, com mais informações sobre os produtos – os
seus custos sociais e os seus impactos ambientais – e buscar, por fim, consumir menos e consumir
melhor, com qualidade. Conforme Pina et al. (2006) o modelo “compro, logo existo” imposto pelo
mundo globalizado, escraviza tornando a pessoa intoxicada. As autoras ainda traçam o conceito de
cidadão consumidor como a encarnação de um sujeito livre, no qual a liberdade evidencia a
capacidade de escolher, detectar e aplicar alternativas justas e racionais, tratando-se, portanto, de
uma pessoa crítica e solidária. Crítico frente à presença abusiva da publicidade e dos incentivos ao
consumismo, e solidária no que tange a possibilidade de atender as necessidades básicas dos países
pobres com consumidores desfavorecidos, combatendo a desigualdade do consumo no planeta.
Outra questão preocupante é a associação da felicidade e da qualidade de vida reduzidas às
conquistas materiais. Esse estilo de vida voltado para o intenso consumo se transformou em uma
compulsão geralmente estimulada pelas forças do mercado, da moda e da propaganda. Assim, não
se pode esquecer a atuação da mídia frente às necessidades humanas. Hodiernamente é comum
perceber a publicidade explorando as necessidades ou até mesmo criando essas necessidades para,
por meio do consumo, se obter a sensação de satisfação destas. De acordo com a pirâmide de
Abrham Maslow (Figura 1), os indivíduos tendem a satisfazer, em primeira instância, as
necessidades da base da pirâmide. Logo, em uma sociedade que tem as necessidades básicas
garantidas é notório o apelo publicitário a necessidades de nível superior em produtos que podem
apenas satisfazer as necessidades de níveis mais baixos.
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Figura 1: Pirâmide das necessidades de Maslow.
Fonte: www.pt.wikipedia.org
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg
Diante do exposto, admite-se o consumismo como um indicador ambiental que precisar ser
considerado, discutido, e estudado com afinco, sobretudo pelas ciências sociais, no intuito de
encontrar possíveis caminhos para atenuar e/ou solucionar as causas e, principalmente, as suas
conseqüências.
Disponível em: www.google.com.br – Sociedade Consumista e o Meio Ambiente – Uma
Necessidade de (Re) Educar o consumo – Fabiana Faxina, Inatiane Lima Campos Martins, Jacques
Manz e Rodrigo Nascimento da Costa.
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Site acessado em: fevereiro de 2010
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
Título: "Geografia e Educação Ambiental tudo a ver."
Segundo as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, a escola contribui para determinar
o tipo de participação que caberá aos sujeitos na sociedade. Por isso encontramos na escola e na
geografia, o espaço necessário e adequado para introduzir uma formação necessária para poder
atuar criticamente na sociedade conhecendo seus problemas e descobrindo suas causas.
Diante de todos os sérios problemas ambientais enfrentados hoje, faz-se necessário que a
escola e a disciplina de geografia desenvolvam um trabalho muito bem fundamentado na Educação
Ambiental. A emergência em criar novos hábitos e atitudes em nossos jovens, significa colocá-los a
par de nossas responsabilidades com os recursos naturais e a luta para diminuir as desigualdades
sociais, buscando uma qualidade de vida melhor a todos e principalmente as classes menos
favorecidas.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GEOGRAFIA: UMA ANÁLISE ANCORADA NO
PENSAMENTO FREIRIANO
Cleber Fontana e Sandro de Castro Pitano
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A Geografia é uma das disciplinas que faz parte do currículo da educação básica brasileira.
Entre as disciplinas obrigatórias, no nosso entendimento e para Moraes (1994, p. 83), “Algumas
disciplinas têm aspectos da temática ambiental dentro de seu horizonte tradicional de pesquisa. É o
caso da Geografia, por exemplo, que tem na relação homem/natureza um de seus mais clássicos
temas de reflexão”. Portanto, entendemos que a Geografia é uma das ciências, que pode e deve
trabalhar a Educação Ambiental como parte de sua área de atuação.
Antes de aprofundarmos a reflexão acerca da importância da Geografia para a Educação
Ambiental, faz-se necessário lançar alguns questionamentos como, por exemplo: o que é Geografia
para nós? Qual é a preocupação primeira da ciência geográfica? Qual a importância desta para a
sociedade? E mais, qual é a importância desta para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa
e ecologicamente sadia?
Muitas são as definições a respeito do que é Geografia, e mais, a busca de um objeto para
esta Ciência já foi motivo de muitas discussões. Antônio Carlos Robert Moraes (1997, p. 13 – 19),
ao tratar este tema, enumera seis diferentes definições do objeto desta Ciência, sendo que algumas
destas divisões comportam ainda subdivisões.
A primeira definição refere-se à Geografia como o estudo da superfície terrestre. Esta
concepção é muita vaga, uma vez que a superfície da terra não pode ser estudada por uma única
ciência. A Geografia, como o estudo da paisagem, é outra definição, ou seja, o trabalho do geógrafo
está relacionado ao aspecto visível do real. A terceira corrente é a que põe a Geografia como o
estudo da individualidade dos lugares; assim, a Geografia deve estudar os fenômenos presentes em
uma dada área para compreender seu caráter singular. Uma outra proposta é a da Geografia como o
estudo de diferenciação de áreas, onde se busca individualizar as áreas para compará-las com
outras. Alguns autores entendem a Geografia como o estudo do espaço. Esta concepção não é muito
difundida, a começar pela dificuldade da definição do que é o espaço. Para a sexta e última
definição, a Geografia é o estudo das relações entre o homem e o meio, ou seja, a sociedade e a
natureza.
Na história do pensamento geográfico, a busca de um objeto de estudo, ao que tudo indica,
está superada. Esta e outras concepções, como a de que a Geografia é uma ciência de síntese, são
superadas, mais precisamente a partir da publicação da obra Por uma Geografia Nova de Milton
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Santos. Assim, o que se busca a partir deste momento, são formas de análises da realidade. Mais
precisamente, como se dá a produção do espaço. Deste modo, voltamos a Milton Santos e a uma
influência que este possui de Marx e vamos nos preocupar com a produção do espaço enquanto um
produto da ação humana, ou seja, um produto histórico. Talvez aqui esteja uma das maiores
ligações entre Geografia, Educação Ambiental e Paulo Freire.
Se partirmos do pressuposto da produção do espaço como um produto da ação humana, a
importância da Geografia para a sociedade se dá quando Milton Santos (2002, p. 264) diz que:
“O espaço é a casa do homem e também a sua prisão”, uma vez que este pode servir aos interesses de alguns. Assim, a Educação Ambiental, enquanto conteúdo do ensino básico tratado pela Geografia, tem importância fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária e para o uso racional dos recursos naturais, uma vez que os mais pobres são os mais afetados pela degradação do Planeta.
2V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005.
A Geografia concebida de uma maneira crítica, tem como primeira preocupação a transformação da
ordem social:
Os geógrafos críticos, em suas diferenciadas orientações, assumem a perspectiva popular, da transformação da ordem social. Buscam uma geografia mais generosa e um espaço mais justo, que seja organizado em função dos interesses dos homens (MORAES, 1997, p. 127).
GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A emergência da necessidade de uma área do conhecimento moderno chamada Educação
Ambiental, denuncia um problema social que em alguns casos alcançou dimensões insuportáveis - o
que se deu a partir da forma como nós, seres humanos, atuamos na natureza. Esta situação é
vivenciada tanto nas grandes cidades com a poluição do ar, sonora e visual; com a questão das ilhas
de calor e da inversão térmica, quanto nas propriedades de agricultura familiar, onde se presencia
uso indiscriminado de agrotóxicos e se faz plantio de monoculturas. Há pouco, o Estado do Pará
vivenciou, através de assassinatos, o que o poder econômico de um grupo de fazendeiros é capaz de
fazer pra usufruir de recursos naturais.
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Ecologia, problemas de poluição, desmatamento, reflorestamento com monoculturas, etc.
são temas muitos discutidos na atualidade. Daí a emergência e a importância da Educação
Ambiental. Isso se deve ao tamanho do problema que a sociedade conseguiu gerar no que tange à
maneira de interferir no ambiente. Aqui, é importante dizer que partimos do ponto de vista de que o
ser humano faz parte da natureza, e em Vianna et al. (1995, p. 13) encontramos a seguinte
passagem:
Os seres humanos são partes integrantes da natureza e, portanto, não são capazes de criá-la. Podem, no entanto, efetuar ações que a transformem ou a alterem”. É a partir deste ponto que pensamos ser possível discutir Educação Ambiental. E aqui também está um dos pontos de ligação entre Educação Ambiental e Geografia. Pois, a partir do momento em que o ser humano efetua ações no sentido de transformar a natureza é que se dá a produção do espaço. E, a partir daí, pode-se dizer também, que acontecem as relações entre oprimido e opressor de Paulo Freire; ou seja, em uma sociedade onde as pessoas possuem interesses particulares, quando se efetua ações na natureza, alguns indivíduos acabam levando vantagens em relação a outros, e desta forma acabam recebendo posições sociais diferenciadas. Assim, estudar Educação Ambiental significa estudar também as relações sociais.
A Educação Ambiental não pode limitar-se a ensinar os mecanismos de equilíbrio da natureza. Fazer Educação Ambiental é também revelar os interesses de diferentes grupos sociais em jogo nos problemas ambientais. Além do amor à natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a fazer valer nossos ideais com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e do planeta em que habitamos (VIANNA et al., 1995, p. 10).
Entendemos que a Educação ambiental vai:
[...] muito além do conservacionismo. Trata-se de uma mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores, ações. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada, com o contexto, com os outros, com o ambiente mais próximo, a começar pelo ambiente de trabalho e doméstico (GADOTTI, 2000, p. 96).
É a partir do fim da década de 60 e início da de 70 que a sociedade começa a dar
importância ao tamanho do problema vivenciado, no que se refere a degradação do ambiente. A
Conferência de Estocolmo, em 1972, é a primeira grande movimentação no sentido de discussão
para mostrar que a natureza possui recursos limitados e que da forma como o homem vem agindo,
tornou impossível chegar ao que na época se chamou de desenvolvimento sustentável. Desta forma,
mostrava-se que o crescimento econômico está em oposição à preservação do ambiente. E ao
mesmo tempo mostrava-se com isso também que o homem faz parte da natureza.
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A concepção de que o homem faz parte da natureza e que na verdade o homem pertence a
“Mãe-Terra”, como diz Leonardo Boff (1999, p. 26), é possível a partir do momento em que os
astronautas viram a Terra do espaço. Para Gutiérrez & Prado (2002, p. 39) “a vista do planeta Terra,
em toda a sua radiante beleza, comoveu-os profundamente até o ponto que, a partir desse momento,
passamos a tomar consciência da Terra como um ser vivo”. É a partir desta tomada de consciência
que o homem deveria entender como fundamental a questão do cuidado de Boff, o que na verdade
não vem acontecendo. As pessoas, segundo Boff, estão desviando o cuidado que deveria se dar
entre os humanos e a natureza para algo vulgar, como é o caso do tamagochi.
O tamagochi é uma invenção japonesa em forma de chaveiro eletrônico que abriga um bicho
de estimação virtual. Este tem necessidades de comer, dormir, etc. pode ficar doente e até morrer
caso não receba cuidado de seu dono.
A questão do cuidado com a Mãe-Terra (Pachamama - Grande Mãe) é uma questão ética.
Para que esta ética do cuidado em relação à Mãe-Terra se dê, necessita-se de uma relação de
respeito entre as pessoas e, principalmente com relação às pessoas mais necessitadas da sociedade,
àqueles a quem foram negadas condições mínimas de dignidade.
Esse texto foi retirado do site: google.com.br - Educação Ambiental e Geografia: Uma Análise
Ancorada no Pensamento Freiriano - Cleber Fontana e Sandro de Castro Pitano.
Acessado em: Fevereiro de 2010.
INVESTIGAÇÃO INTERDISCIPLINAR
“A Geografia sozinha não dá conta”
Texto :
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A Geografia é uma disciplina que dá conta de socializar grande parte dos conhecimentos
científicos relacionados a ela e ao meio ambiente, mas não atinge a totalidade, porque algumas
respostas que buscamos necessitamos nos valer de outras ciências como: a história (não podemos
nos esquecer da importância histórica para entendermos a realidade presente); a química (como
vamos entender a composição da chuva ácida, a corrosão dos metais expostos e outras sem a
colaboração dessa disciplina); a biologia (quando falamos em biodiversidade de nosso planeta, da
fauna, flora, também temos que nos valer dessa ciência). Assim faz-se necessário que as diferentes
disciplinas trabalhem de maneira integrada, pois a Educação Ambiental só se atingirá os saberes
culturais se estes forem acionados e problematizados para a compreensão das relações
socioambientais. A Educação Ambiental crítica seria, portanto, aquela capaz de transitar entre os
múltiplos saberes: científicos, populares, tradicionais, alargando nossa visão no ambiente e
captando os múltiplos sentidos que os grupos sociais atribuem a ele.
A Interdisciplinaridade: um desafio epistêmico e metodológico
Uma das conseqüências do debate epistemológico que acabamos de apresentar é a percepção
de que o conhecimento disciplinar – despedaçado, compartimentalizado, fragmentado e
especializado – reduziu a complexidade do real, instituiu um lugar de onde conhecer é estabelecer
poder e domínio sobre o objeto conhecido, impossibilitando uma compreensão diversa e
multifacetada das inter-relações que constituem o mundo da vida. Como exemplifica Boff:
A natureza e o universo não constituem simplesmente o conjunto de objetos existentes, como pensava a ciência moderna. Constituem sim uma teia de relações, em constante interação . Os seres que interagem deixam de ser apenas objetos. Eles se fazem sujeitos sempre relacionados e interconectados, formando um complexo sistema de inter-retro-relações (1997, p. 72).
Inter, Multi e Transdisciplinaridade
Com a crítica epistemológica da qual surge o conceito de interdisciplinaridade, surgem
também os de multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, indicando diferentes modos de pensar a
reorganização do saber, tendo em vista a superação de sua fragmentação em disciplinas.
O conceito de multidisciplinaridade diz respeito à situação em que diversas disciplinas, com
base em seu quadro teórico-metodológico, colaboram no estudo ou tratamento de dado fenômeno.
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Os limites disciplinares são mantidos e não se supõe, necessariamente, a integração conceitual ou
metodológica das disciplinas no âmbito de um novo campo do conhecimento. É mantida, assim, a
lógica da justaposição ou adição de disciplinas. Congressos, simpósios, junta médica e perícias são
exemplos de situações em que se lança mão de debate multidisciplinar.
A idéia de transdiciplinaridade radicaliza a idéia de reacomodação e unificação dos
conhecimentos disciplinares, com relativo desaparecimento de cada disciplina. Assim, cada campo
especializado do saber envolvido no estudo e tratamento de dado fenômeno seria fusionado em um
amplo corpo de conhecimentos universais e não especializados que poderiam ser aplicados a
qualquer fenômeno. A idéia de um saber comum, unitário, que abarque o conhecimento de toda a
realidade, é pretensão bastante controversa, pois, de certa forma, repõe a crença em uma razão
unitária e em sua capacidade ilimitada de saber tudo sobre o real.
A interdisciplinaridade, por sua vez, não pretende a unificação dos saberes, mas deseja a
abertura de um espaço de mediação entre conhecimentos e articulação de saberes, no qual as
disciplinas estejam em situação de mútua coordenação e cooperação, construindo um marco
conceitual e metodológico comum para a compreensão de realidades complexas. A meta não é
unificar as disciplinas, mas estabelecer conexões entre elas, na construção de novos referenciais
conceituais e metodológicos consensuais, promovendo a troca entre os conhecimentos disciplinares
e ao diálogo dos saberes especializados com os saberes não científicos.
Nesse sentido, a interdisciplinaridade estaria mais próxima da noção de conhecimento
complexo, como descreve Edgar Morin (2000), quando afirma que só se pode conhecer
despedaçando o real, isolando um objeto do todo do qual faz parte. Mas é possível articular os
saberes fragmentários, reconhecer as relações todo-parte, tornar complexo o conhecimento e assim
– sem reconstituir a totalidade – combater o despedaçamento.
Essa critica está na origem da idéia de interdisciplinaridade, que se apresenta como uma das
formas de superação das pretensões do método cientifico de capturar o rela, partindo-o em parcelas
cada vez menores. Semelhante prática, muito além de um método, institui um modo de pensar que
se estendeu a vários outros campos da vida. Aí reside o grande desafio e as dificuldades encontradas
na efetivação de uma abordagem interdisciplinar. Segundo Veiga-Neto:
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O conhecimento disciplinar não pode ser extinto por atos de vontade, por engenharia curricular ou por decretos epistemológicos, uma vez que a disciplinaridade dos saberes é um dos fundamentos da modernidade (...) Essa disciplinaridade não é uma doença que veio de fora e atacou/contaminou nossa maneira de pensar, ela é a nossa própria maneira de pensar (1994, p. 59).
Assim, a interdisciplinaridade jamais será uma posição fácil, cômoda ou estável, pois
exige nova maneira de conceber o campo da produção de conhecimento buscada no contexto de
uma mentalidade disciplinar. Trata-se de um combate ao mesmo tempo externo e interno, no qual à
reorganização das áreas e das formas de relacionar os conhecimentos corresponde a reestruturação
de nossa própria maneira de conhecer e nos posicionar perante o conhecimento, desfazendo-nos dos
condicionamentos históricos que nos constituem. Como dizíamos no primeiro capítulo: trata-se de
mudarmos as lentes e sermos capazes de novas leituras do real, mesmo que ainda sejamos
aprendizes desta nova gramática de sentidos que nos permita chegar aos novos territórios de um
saber interdisciplinar.
A crise ambiental, de certa forma, alimenta esses questionamentos epistemológicos e
desacomoda os modos já aprendidos de pensar da racionalidade moderna, ao expor a insuficiência
dos saberes disciplinares e reivindicar novas aproximações para que se compreenda a complexidade
das inter-relações na base dos problemas ecológicos.
Nesse sentido, Enrique Leff cunhou a expressão saber ambiental, para designar o saber que
desponta das margens da racionalidade científica, surgindo como problematizador da razão
instrumental, do conhecimento especializado em disciplinas, e sinaliza o desejo de novo marco
epistêmico capaz de entender a complexidade das interações entre sociedade e natureza:
O saber ambiental problematiza o conhecimento fracionado em disciplinas e a administração setorial do desenvolvimento, para constituir um campo de conhecimentos teóricos e práticos orientado para a rearticulação das relações Sociedade-natureza. Este conhecimento não se esgota na extensão dos paradigmas da ecologia para compreender a dinâmica dos processos socioambientais, nem se limita a um componente ecológico nos paradigmas atuais. O saber ambiental transborda o campo das ciências ambientais. (...) O saber ambiental emerge desde um espaço de exclusão gerado no desenvolvimento das ciências, centradas em seus objetos de conhecimento, e que produz o desconhecimento de processos complexos que escapam à explicação destas disciplinas (1998, p. 124).
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Como podemos ver, esse saber ambiental interdisciplinar, constituído entre as disciplinas ou
à margem delas, será sempre profundamente indisciplinado. Ou seja, um saber que, por sua própria
natureza, estará sempre transgredindo os limites da disciplina, instaurando fronteiras e pontos de
fuga.
Texto extraído do livros: Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. Pg. 120 a 124.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São
Paulo, 4ª edição. Cortez. 2004.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Título: "Necessidade Urgente! Mudança de Atitude."
Texto:
Desde a Revolução neolítica com o desenvolvimento da agricultura, a humanidade avança
rapidamente rumo ao desenvolvimento tecnológico e ao controle da natureza. O próprio ser humano
na maioria das vezes fica impressionado com as suas descobertas e conquistas. No entanto, se por
um lado a explosão de desenvolvimento que vivenciamos ao longo dos séculos, e especialmente nos
últimos 50 anos, trouxe tantos benefícios, apresenta também o seu lado negativo. Houve um tempo
em que se acreditava que os recursos naturais como a água e o ar eram infinitos e que a natureza
seria capaz de absorver e depurar todo o lixo produzido. A possibilidade de esgotamento dos
recursos naturais não preocupava a humanidade e o crescimento econômico estava totalmente
atrelado a setores produtivos altamente poluentes e destrutivos. O desenvolvimento global
vivenciado nas últimas décadas foi acompanhado por expressiva melhoria nos padrões de vida dos
países ricos, enquanto nos países pobres não ocorreu o mesmo, as últimas décadas são marcadas por
disparidades. De um lado presenciamos consumo exagerado, enquanto de outro, exploração, fome,
miséria, poluição, lixo, desmatamentos, guerras, etc.
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A grande questão em pauta hoje seria como manter essa sociedade consumista? Será que o
modelo de desenvolvimento atual, teria elementos com capacidade de estabelecer agentes
reguladores capazes de restabelecer o equilíbrio ambiental? Será que esse mesmo desenvolvimento
tecnológico que exclui bilhões de pessoas, conseguirá normalizar a exploração nos recursos
naturais?
Conclui-se, segundo estudiosos que é possível prover as necessidades mínimas de uma
população equivalente ao dobro da população mundial, se for feito de forma sustentável, sem a
continuidade da degradação dos ecossistemas globais, mas que para isso seria necessário uma
grande mudança e consciência nos níveis de consumo nos países desenvolvidos e em alguns em
desenvolvimento.
Ninguém precisa ir a uma escola para saber sobre os problemas ambientais que nosso
planeta enfrenta hoje. Mas é nessa instituição desde o primeiro momento que o educando entrar
nela, é que temos a chance como educadores de incutir nesses seres uma educação voltada para a
construção de um ambiente saudável em todos os aspectos. Ao longo dos anos que permanecer nela
irá aprender e será um multiplicador dessas idéias na sociedade em que vive.
Não podemos ficar apenas deixando esse assunto para as autoridades competentes, hoje cada
ser humano tem que dar sua contribuição para que possamos ter um mundo mais justo, menos
consumista, consumo com consciência, com mais recursos naturais, menos poluição atmosférica,
visual, sonora.
Com o desenvolvimento de uma educação ambiental séria e de responsabilidade, teremos a
oportunidade de lutar por uma vida melhor para nós, nosso município, estado, país e planeta, cada
um fazendo sua parte.
SITIO
Título do Sítio: "Dicas práticas para educação ambiental."
18
Disponível em (endereço web): http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&source=hp&q=www.diariodoprofessor.com&btnG=Pesquisa+Google&
Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2010
Comentários:
Neste site você encontrará Dicas práticas para educação ambiental retiradas de livros, artigos
e elaboradas da própria mente do autor. Diário do Professor - você encontra Informações Docentes,
Discentes e Decentes - por Declev Reynier Dib - Ferreira.
Título do Sítio: "Natureza"
Disponível em (endereço web): http://www.natureba.com.br/
Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2010
Comentários:
Este site mostra explicações de como fazer para preservar a natureza. Além de alertas - dicas
sobre combate ao desperdício e consumo consciente, fotos, vídeos, músicas, links e notícias sobre
ecologia.
Título do Sítio: "A Universidade do Século XXI Rumo ao Desenvolvimento Sustentável"
Disponível em (endereço web): http://www.ambientebrasil.com.br/
Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2010
Comentários:
19
Um portal focado em Meio Ambiente. Fonte de estímulo à ampliação do conhecimento
ambiental. Informações "on line" em constante pesquisa e renovação. Uma mídia dirigida a um
público formador de opinião. Referência ambiental dentro da Internet.
Título do Sítio: "Cubatão exemplo de gestão ambiental"
Disponível em (endereço web): http://video.globo.com/
Acessado em: Fevereiro/2010
Comentários:
Neste site você irá encontrar vídeos interessantes falando sobre meio ambiente. O que lhe
auxiliará na preparação de uma boa aula para falar de educação ambiental, e as possibilidades de
recuperação de um ambiente completamente poluído como exemplo da cidade de Cubatão.
Título do Sítio: "Carta da Terra - Completa."
Disponível em (endereço web): http://www.reasul.org.br/mambo/index.php?
option=com_frontpage&Itemid=1
Acessado em: Fevereiro/2010
Comentários:
A Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental é um site voltado para fortalecer a
comunicação entre grupos de trabalhos que desejam a inserção da dimensão socioambiental nas
práticas educativas e sociais de seu Estado. O site também é um Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA) cooperativa em EA para difusão de informações (notícias, eventos), conhecimentos, práticas
educacionais e difusão de metodologias em EA.
20
SONS E VÍDEOS
Categoria: Vídeo
Título: "A História das Coisas"
Direção: Fábio Gavi
Produtora:
Duração (hh:mm): 21:16
Local da Publicação: Estados Unidos
Ano: 2009
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E&feature=rec-
LGOUT-exp_fresh+div-1r-3-HM
Comentário:
História das coisas - é um filme que mostra um pouco da realidade do mundo e de como
nossa geração de consumismo esta destruindo o nosso mundo em breve e, em pouquíssimo tempo,
até a nossa vida vai começar a ser ameaçada.
Sinopse:
O que é a História das Coisas? ... Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas
as coisas que compramos e usamos na nossa vida afetam a sociedade sem nosso país em outros
Países, Mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e
políticos. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de fatos, que
olha para o interior dos Padrões do nosso sistema de extração produção, consumo e lixo. A História
21
das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões sociais e
ambientais, demonstrando que estamos destruindo o mundo e auto destruindo-nos, e assim apela
criarmos um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra. Este documentário
vai nos ensinar algo, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas
que existem na nossa vida e que CONSUMIMOS.
Categoria: Vídeo
Título: "Cubatão exemplo de Gestão Ambiental"
Direção: Luiz Claudio Latgé / Renato Ribeiro
Produtora: Globonews
Duração (hh:mm): 23:00
Local da Publicação: São Paulo
Ano: 2010
Disponível em (endereço web): http://www.mefeedia.com/watch/2730386
Comentário:
Esse documentário mostra toda a trajetória que colocava Cubatão como a cidade mais
poluída do Brasil. Diante das dificuldades pelas quais a população passava, inclusive nascimentos
de crianças sem cérebros, a população e várias entidades se uniram para lutar contra a terrível
poluição do ar, do solo e das águas que havia lá. Após vários anos de lutas, pode-se dizer que é
possível reverter esse quadro caótico, tanto que hoje esse local é exemplo de gestão ambiental –
basta querer e arregaçar as mangas. “É possível mudar, com vontade política e insensatez”.
Segundo ambientalistas que atuam lá, os poluentes foram reduzidos em 98%, graças a esse
programa a poluição diminuiu.
22
Categoria: Vídeo
Título: "Ilha das Flores"
Direção: Jorge Furtado
Produtora:
Duração (hh:mm): 10:28
Local da Publicação: Rio Grande do Sul
Ano: 1989
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28
Comentário:
Esse filme é uma boa opção de apresentação aos alunos para posterior discussão. Em tom
inteligente, crítico e bem-humorado, o curta mostra uma cadeia de relações sociais e ambientais que
começa com um tomate sendo comprado no supermercado. A trajetória desse tomate envolve seu
plantio, comercialização, utilização e descarte no lixo, onde outra cadeia se inicia, até que ele
chegue ao seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. Então fica clara a diferença
existente entre tomates, porcos e seres humanos.
PROPOSTA DE ATIVIDADE
Título: "Colocando a Mão na Massa em prol do meio ambiente"
Texto:
23
Como estamos falando em preservar e adquirir novos hábitos de consumo, vamos propor
neste item de trabalho que coloquemos a mão na massa. Vamos até a prefeitura de nossa cidade
fazer uma parceria com esse órgão municipal para trabalharmos juntos, escola e comunidade em
prol de nosso meio ambiente;
Verificar junto a esse órgão, se existe a possibilidade de plantarmos, árvores para melhorar
o ambiente e o ar de nossa localidade. É óbvio que devemos buscar informações junto a EMATER,
para plantarmos mudas que sejam compatíveis e adequadas à vegetação nativa de nossa região.
Propor e tentar implantar coleta seletiva em nosso município.
Desenvolver um trabalho com a colaboração da professora de Artes para confeccionar
objetos feitos de material reciclável, e após promover uma feira de exposição dos mesmos.
O trabalho poderá ser desenvolvido com o maior número possível de alunos, pois, quanto ao
plantio, seria interessante que todos estivessem presenciando, pois, assim, seriam nossos guardas
protetores daquelas pequenas mudas.
Quanto a coleta seletiva, seria algo mais adequado para uma 3ª série de Ensino Médio, pois,
acredito que essa faixa etária está mais amadurecida, para tratar de assuntos desse porte, junto ao
governo municipal, seriam auxiliares.
A Feira de Confecção e Exposição de objetos feitos de materiais recicláveis envolveria toda
a escola, pois cada turma ficaria encarregada de produzir um tipo de material. Como por exemplo:
as 1ªs, ficariam responsáveis em produzir enfeites de natal com garrafas petis; as 2ªs cestas de
papéis e outros objetos, utilizando jornal, e as 3ªs peças de crochê com elos de latinhas, e assim
sucessivamente, pensaríamos em algo para cada turma, no final juntaríamos tudo o que foi
produzido e faríamos uma exposição para a escola. Neste tipo de atividade poderíamos convidar
alguém da cidade que sabe confeccionar algum objeto feito de material reciclado para nos auxiliar
ou até mesmo ensinar a professora para que ela possa transmitir a informação ao aluno. A
criatividade deve fazer parte desse tipo de atividade, citei alguns exemplos, mas existem vários
endereços eletrônicos nos dando informações desse tipo de objeto e ainda os próprios alunos
poderiam criar algo para ser usado, confeccionado com material reciclável.
24
Para arrecadar os materiais recicláveis para que os alunos possam ter material para produzir
seus trabalhos, vamos fazer uma gincana - "A Gincana do Lixo Reciclável". Durante duas semanas
pediremos aos alunos que separem o lixo reciclável em suas casas, após marcaremos um dia para
que tragam os materiais para a escola. Neste dia a turma que conseguir arrecadar mais lixo, será a
turma vencedora, e receberá uma premiação, que poderá ser um passeio ecológico com a professora
de geografia. Depois que esse lixo for utilizado as sobras serão doadas aos catadores de lixo de
nosso município.
O tempo estimado para desenvolver esse trabalho seria em torno de um bimestre, para que
desse tempo da professora de artes confeccionar junto com os alunos os objetos para exposição e
organização da feira.
Os alunos serão avaliados através de sua participação nos trabalhos propostos e produção
dos objetos e montagem da exposição.
SUGESTÃO DE LEITURA
Categoria: Livro
Sobrenome: CARVALHO
Nome: Isabel Cristina de Moura Carvalho
Título do Livro: "Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico"
Edição: 4
Local da Publicação:
Editora: Cortez
Disponível em (endereço WEB):
25
Ano da Publicação: 2004
Comentários:
Este livro tem uma proposta educativa que inspira contribuir para a formação de sujeitos
capazes de compreender o mundo e agir nele de forma crítica. Essa intenção também poderia ser
enunciada como a formação da capacidade de "ler e interpretar" um mundo complexo e em
constante transformação. Compartilhando dessa intencionalidade educativa, o projeto político-
pedagógico de uma EA crítica poderia ser pensado como a formação de um sujeito capaz de "ler"
seu ambiente e interpretar as relações, os conflitos e os problemas aí presentes.
Assim, inscrevemos as condições naturais em que vivemos em nosso mundo de significados,
transformando a natureza em cultura. A educação acontece como parte da ação humana de
transformar a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos, trazendo-a para o campo da
compreensão e da experiência humana de estar no mundo e participar da vida. Neste sentido, o
educador de um modo geral, mas especialmente o educador ambiental, é, por "natureza", um
intérprete, não apenas porque todos os humanos o são, mas também por ofício, uma vez que educar
é ser mediador, tradutor de mundos. Ele está sempre envolvido na tarefa reflexiva que implica
provocar outras leituras da vida, novas compreensões e versões possíveis sobre o mundo e sobre
nossa ação no mundo. Essas são as palavras da autora do livro.
É um livro importante para o professor refletir suas ações e conhecer um pouco da história
da educação ambiental, para poder desenvolvê-la em sala de aula.
Categoria: Livro
Sobrenome: LEFF
Nome: Enrique Leff
Título do Livro: "Saber Ambiental"
26
Edição: 4
Local da Publicação: Petrópolis - RJ
Editora: Vozes
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação: 1998
Comentários:
Este livro é um olhar para a emergência e construção de um saber que ressignifica as
concepções do progresso, do desenvolvimento e do crescimento sem limites, para configurar uma
nova racionalidade social, com ressonâncias no campo da produção e do conhecimento, da política
e das práticas educativas. O saber ambiental sacode o jugo de sujeição e desconhecimento que lhe
foi imposto pelos paradigmas dominantes do conhecimento.
Diante do crucial momento que vivemos sobre a degradação de nosso meio ambiente, este
livro, "Saber Ambiental", vai nos nutrir de muitos conhecimentos que precisamos adquirir para
poder agir. Ele vai nos falar sobre a construção de uma sociedade mais justa, mais digna, mais
humana, além de colocarmos a par das leis ambientais. Ainda nesta mesma obra, vamos aprender
um pouco a racionalidade ambiental, para podermos compreender a sustentabilidade e a
preservação de nosso planteta.
Categoria: Livro
Sobrenome: BAETA
Nome: Anna M. B. Baeta, Arthur Soffiati, Carlos F. B. Loureiro e outros.
Título do Livro: "Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania."
27
Edição: 3
Local da Publicação: São Paulo
Editora: Cortez
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação: 2005
Comentários:
A cidadania está amplamente relacionada ao fazer Educação Ambiental. Articular o
exercício da cidadania ao enfrentamento da questão ambiental não pressupõe apenas a
conscientização dos deveres individuais determinados pela moral ecologista, mas, sobretudo, a
conscientização dos direitos coletivos definidos pela negociação política, criando a nova cultura da
Gestão Ambiental participativa. Isso implica o reconhecimento de que a crise ambiental
contemporânea, mais do que uma questão ética, é uma questão política; mais do que uma questão
individual e privada, é uma questão coletiva e pública. Implica reconhecer, ainda, que os seres
humanos não compartilham em igualdades de condições tanto das responsabilidades como dos
efeitos da crise ambiental. Qual papel da educação ambiental na disputa pela responsabilização dos
riscos, danos e crimes ambientais, e na construção/ampliação dos canais de participação política e
negociação do consenso coletivo do acesso, uso e conservação dos recursos naturais, é tema
abordado neste livro.
Este livro é interessante porque nos coloca que a responsabilidade de cuidarmos do nosso
meio ambiente, não é apenas de nossos políticos e ambientalistas, cada um de nós temos nossa
parcela de responsabilidades. Seja ela a nível, global, federal, estadual e municipal.
NOTÍCIAS
Categoria: Jornal on-line
28
Sobrenome: Novaes
Nome: Washington
*Título da Notícia/Artigo: Lixo na rua, lixo na mente
*Nome do jornal: O Estado de São Paulo
Disponível em (endereço WEB): http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/washington-
novaes-residuos-solidos-aterros-brasi
*Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2010
Comentários:
A noticia deixa claro que hoje em dia o trabalhadores catadores de lixo, já são de suma
importância para o planeta, pois o trabalho que sustenta esse grupo de pessoas, além de fornecer-lhe
um meio de sobrevivência, ainda protegem nosso meio ambiente. Vamos analisar essa notícia e
procurar divulgá-la junto as nossas prefeituras municipais no sentindo de conscientizá-los também
para que passem a valorizar e de certa forma ajudar os catadores a ter um vida melhor, mais digna e
com carteira assinada, já que são seres humanos e que estão ajudando nosso planeta a diminuir a
quantidade de lixo jogado em lixões.
Lixo na rua, lixo na mente
A situação no país só não é ainda mais grave graças aos catadores
- A A +Washington Novaes*
O Estado de S. Paulo - 09/10/2009
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Desde o último domingo a cidade de São Paulo está mandando para aterros em outros
municípios as 13 mil toneladas diárias de lixo domiciliar e comercial que produz, pois se esgotou a
capacidade de seu último aterro em funcionamento e ainda não está licenciada a área adicional de
435 mil metros quadrados para onde se pretende expandir o São João (Estado, 2/10).
Mais de uma vez já foram mencionados neste espaço maus exemplos que o autor destas
linhas documentou em Nova York (EUA) e Toronto (Canadá). Na primeira, deixou-se esgotar o
aterro para onde iam 12 mil toneladas diárias de resíduos. E a solução foi transportá-las diariamente
em caminhões para mais de 500 quilômetros de distância, no Estado da Virginia, e depositá-las num
aterro privado, ao custo de US$ 720 mil por dia (US$ 30 por tonelada para o transporte, outro tanto
para pagar o aterro). Em Toronto também se esgotou o aterro para onde iam 3 mil toneladas diárias.
E se teve de implantar um comboio ferroviário para levá-las a 800 quilômetros de distância. São
apenas dois de muitos exemplos. No Brasil mesmo, Belo Horizonte já está mandando lixo para
dezenas de quilômetros de distância. O Rio de Janeiro tem de exportá-lo para a Baixada
Fluminense. Curitiba esgotou o seu aterro, como muitas outras capitais.
Mas há boas notícias também. Uma delas foi anunciada pelo próprio ministro do Meio
Ambiente: vai criar um programa de remuneração para os catadores de lixo no Brasil, que já são
cerca de 1 milhão. É graças aos catadores que não temos uma situação ainda mais grave no País, já
que são eles que encaminham para a reciclagem em empresas (em usinas públicas a porcentagem é
insignificante) cerca de um terço do papel e papelão descartado, uns 20% do vidro, talvez outro
tanto de plásticos e a quase totalidade das latas de bebidas.
Mas é preciso avançar mais: implantar coleta seletiva em toda parte, encarregar cooperativas
de reciclagem de recolher os resíduos já separados, construir usinas de triagem operadas e
administradas por elas, onde se pode reciclar cerca de 80% do lixo recolhido - transformando todo o
lixo orgânico em composto para uso na jardinagem, contenção de encostas, etc.; todo o papel e
papelão, em telhas revestidas de betume, capazes de substituir as de amianto com muitas vantagens;
transformando todo o plástico PVC em pellets (para serem utilizados como matéria-prima) ou em
mangueiras pretas; moendo o vidro e vendendo-o a recicladoras, assim como latas de alumínio e
outros metais. Por esses caminhos se consegue reduzir para 20% o lixo destinado ao aterro.
Gerando trabalho e renda para um contingente hoje sem nenhuma proteção.
30
Outra boa notícia (Estado, 2/10) é a de que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São
Paulo e a Cetesb concluíram a vistoria dos últimos 48 lixões em território paulista. Para 18 deles já
há soluções apresentadas pelas prefeituras. Outros 22 apresentarão suas soluções ainda este mês e 7
já estão em processo de interdição; 13 lixões foram fechados nos últimos dois anos. É uma
contribuição importante, já que quase metade do lixo domiciliar e comercial no País continua indo
para lixões a céu aberto.
Não será fácil equacionar a questão. Segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), implantar um aterro capaz de receber 2 mil
toneladas diárias de resíduos custa em média R$ 525,8 milhões; de médio porte, para 800
toneladas/dia, R$ 236,5 milhões; e de pequeno porte, para 100 toneladas/dia, R$ 52,4 milhões
(Estado, 7/9). Quantas prefeituras têm capacidade financeira para esse investimento, lembrando que
a produção média de lixo por pessoa no País já está acima de um quilo por dia? Não por acaso, o
mercado da limpeza urbana, segundo estudo da Unesp, está em R$ 17 bilhões anuais. Mas não
bastasse tanto lixo, ainda importamos desde janeiro de 2008 mais de 220 mil toneladas de lixo,
pagando R$ 257,9 milhões, para ser reciclado e reutilizado em vários setores industriais (Estado,
26/7).
E há outros problemas. Diz, por exemplo, o noticiário deste jornal (16/8) que a Cetesb
identificou 19 áreas contaminadas por lixo tóxico só no Bairro da Mooca, que ocupam 300 mil
metros quadrados - herança de seu passado industrial. Será preciso descontaminar essas áreas, com
altos custos. E encontrar depósitos para o lixo perigoso.
Talvez num deles se possa depositar também o altamente perigoso lixo político que está
invadindo nossa vida pública e poderá ter consequências funestas. Pode-se começar lembrando as
declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, segundo quem "forças demoníacas" têm
criado obstáculos ao licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu
(Estado, 30/9). A referência era a ONGs, como o Conselho Indigenista Missionário, e vários outros
movimentos sociais, além do Ministério Público Federal, que criticam o projeto. Mas atinge
também estudos de universidades que têm demonstrado a precariedade das avaliações sobre
consequências ambientais, sociais, políticas e econômicas daquela usina e pedido novos estudos,
inclusive sobre o custo da implantação, ora estimado em R$ 9 bilhões, ora em R$ 30 bilhões. Sem
31
argumentos, o ministro prefere demonizar os críticos - um caminho perigoso, porque o passo
seguinte seria exorcizá-los, talvez bani-los da vida pública - ou coisa pior.
Na mesma linha, as afirmações do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, de
que o ministro do Meio Ambiente é "maconheiro" e "homossexual" e que gostaria de "estuprá-lo
em praça pública"(!). E, para completar, o presidente do PSC, Vitor Nósseis (O Popular, 3/10), que,
para explicar a migração de políticos para outros partidos, comparou-a a "uma relação entre marido
e mulher": "Se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela."
Categoria: Jornal on-line
*Título da Notícia/Artigo: "Novo estudo afirma: ação humana na natureza piora aquecimento
global"
*Nome do jornal: Jornal Diário
Disponível em (endereço WEB): http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=51502
*Acessado em (mês.ano): Fevereiro/2010
Comentários:
Esta noticia nos remete a pensar na grande necessidade de mudarmos de atitude com relação
ao nosso meio ambiente. sabemos que todas as catástrofes climáticas que estamos vivenciando nos
últimos tempos são em consequência das agressões que o ser humano prática com relação a
natureza, causando desequilibrio na mesma. O consumo desenfreado e desmedido, leva as
indústrias a produzirem cada vez mais, aumentando assim a quantidade de CO2 na atmosfera,
consequentemente novas catástrofes acontecerão. A noticia nos coloca a seriedade que devemos ter
para com esses alertas, e assim pelo menos procurar manter os índices de poluição como estão não
contribuir para que eles aumentem.
32
28 / 01 / 2010 Novo estudo afirma: ação humana na natureza piora aquecimento
global
Um novo estudo aponta que a ação humana no planeta deverá liberar mais gases do efeito
estufa, agravando ainda mais o aquecimento global.
Os dados, baseados em oscilações naturais das temperaturas entre os anos 1050 e 1800,
indicam que uma elevação de 1 grau Celsius na temperatura aumenta a concentração atmosférica de
dióxido de carbono em 7,7 partes por milhão.
Isso está bem abaixo das estimativas recentes de 40 partes por milhão, o que causaria efeitos
climáticos ainda mais dramáticos - como secas, incêndios florestais, inundações e elevação do nível
dos mares.
A concentração atmosférica de CO2 já passou de 280 partes por milhão antes da Revolução
Industrial para 390 partes por milhão. O último grande relatório da Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre o clima, em 2007, incluía poucas avaliações sobre o ciclo de retroalimentação do
carbono.
Os especialistas fizeram 220 mil comparações dos níveis de dióxido de carbono -
aprisionado em minúsculas bolhas nas camadas anuais de gelo antártico - em relação às
temperaturas inferidas a partir de fontes naturais, como os anéis das árvores ou os sedimentos
lacustres acumulados ao longo dos anos entre 1050 e 1800. (Fonte: JB Online)
Fonte: JB online
Categoria: Jornal
Sobrenome: Doyle
33
Nome: Alister
*Título da Notícia/Artigo: Impacto das mudanças climáticas será sentido na água, diz ONU
*Nome do Jornal: Estadão.com.br
*Data de Publicação: 07/02/2010
*Página: on line
Coluna:
Disponível em (endereço WEB): http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,impacto-das-mudancas-
climaticas-sera-sentido-na-agua-diz-on
Comentários:
Com a questão da água devemos ficar atentos! A notícia nos remete a entender a
importância na preservação dos recursos hídricos, e que nossa vida, a vida do planeta de todos os
seres está sustentada na água. Acordos serão importantes no futuro, pois assim, encontraremos
soluções, e escaparemos dos conflitos gerados por falta de água. A notícia fala também da questão
do saneamento básico, que infelizmente ainda existem bilhões de pessoas sem acesso a esse tipo de
serviço.
Impacto das mudanças climáticas será sentido na água, diz ONU
ALISTER DOYLE - REUTERS
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OSLO - O principal impacto das mudanças climáticas será sentido no suprimento de água, e o
mundo precisa aprender com cooperações passadas, como nos rios Indo ou Mekong, para evitar
conflitos futuros, disseram especialistas no domingo.
Desertificação, enchentes, derretimento de geleiras, ondas de calor, ciclones e doenças
transmitidas pela água, como o cólera, estão entre os impactos do aquecimento global
inevitavelmente ligados à água. E a disputa pela água pode provocar conflitos.
"As principais manifestações ligadas à alta das temperaturas dizem respeito à água", disse
Zafar Adeel, presidente da ONU-Água, que coordena os trabalhos relacionados à água entre 26
agências das Nações Unidas.
"A água exerce um impacto em todas as partes de nossa vida como sociedade, sobre os
sistemas naturais e os habitats", disse ele à Reuters em entrevista telefônica. As perturbações podem
ameaçar a agricultura e o suprimento de água potável, desde a África até o Oriente Médio.
"E isso gera potencial para conflitos," disse ele. A escassez de água, como por exemplo em
Darfur, no Sudão, vem sendo um fator que contribui para guerras.
Mas Adeel disse que em vários casos a água já serviu para promover cooperações. A Índia e
o Paquistão colaboram para gerir o rio Indo, apesar de seus conflitos de fronteira, e Vietnã,
Tailândia, Laos e Camboja cooperam na Comissão do rio Mekong.
"A água é um ótimo meio para cooperações. Costuma ser uma questão desvinculada da
política e com a qual é possível trabalhar", disse Adeel, que também é diretor do Instituto de Água,
Meio Ambiente e Saúde, sediado no Canadá e pertencente à Universidade das Nações Unidas.
250 MILHÕES DE PESSOAS
As regiões que deverão ficar mais secas em função das mudanças climáticas incluem a Ásia
central e o norte da África. Até o ano 2020, até 250 milhões de pessoas na África podem sofrer mais
que hoje pela escassez de água, segundo o painel de especialistas climáticos da ONU.
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"Há muito mais exemplos de cooperação internacional bem sucedidos que de conflitos em
torno de água", ponderou Nikhil Chandavarkar, do Departamento de Assuntos Econômicos e
Sociais da ONU e secretário da ONU-Água.
"Estamos tentando aproveitar os exemplos bons de cooperação, como o Mekong e o Indo.
Mesmo quando havia hostilidades entre os países em volta, os acordos funcionaram", disse ele à
Reuters.
Adeel disse que a água merece um lugar mais central nos debates sobre segurança alimentar,
paz, mudanças climáticas e recuperação da crise financeira. "A água é fundamental em cada uma
dessas discussões, mas não costuma ser percebida como tal."
E os próprios esforços para combater o aquecimento global vão necessitar mais água, devido
às exigências econômicas rivais - como para irrigação, biocombustíveis ou energia hidrelétrica.
Adeel chamou a atenção para os esforços para gerenciar o suprimento de água,
contabilizando quanta água é embutida nos produtos, desde a carne bovina até o café.
Um estudo, disse ele, mostrou que são necessários 15 mil litros de água para produzir uma
calça jeans. Conscientizar as indústrias sobre o consumo de água pode ajudar a promover a
conservação.
Ele disse que o mundo pode alcançar uma "meta do milênio" de reduzir pela metade até
2015 as parcelas de pessoas que não têm acesso a água potável, mas que está fracassando em uma
meta relacionada de melhorar o saneamento. Cerca de 2,8 bilhões de pessoas não têm acesso a
saneamento básico.
DESTAQUE
Título: Brasil descarta 53% de garrafas PET na natureza
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Fonte: Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00711/0071105pet.htm
Texto:
Ao contrário do que pensamos as garrafas Pets são um grande problema para reciclagem.
Brasil descarta 53% de garrafas PET na natureza
Publicado por Thiago Silvestre
em 15 de novembro, 2007
Utilizadas principalmente por indústrias de refrigerantes e sucos, as garrafas PETs
movimentam hoje um mercado que produz cerca de 9 bilhões de unidades anualmente só no Brasil,
das quais 53% não são reaproveitadas. Com isso, cerca de 4,7 bilhões de unidades por ano são
descartadas na natureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadas por terrenos
vazios. Entre 1995 e 2005, a produção de PET, o plástico politereftalato de etila, para a fabricação
de garrafas subiu de 120 mil toneladas para cerca de 374 mil toneladas, alavancada principalmente
pela indústria de refrigerante.
Agora, o que tem despertado a preocupação de ambientalistas e autoridades ligadas ao setor
é o interesse crescente de fabricantes de cerveja por esse tipo de embalagem. Duas pequenas
empresas já usam o produto para comercializar chope em São Paulo, e uma terceira, em Recife, está
testando resina plástica para embalagem de cerveja. Segundo a engenheira química Renata Vault,
seriam necessários mais 4,5 bilhões de garrafas para atender à demanda das cervejarias.
Além do problema com o descarte das unidades na natureza, especialistas chamam a atenção
para o fato de hoje não haver responsabilidade jurídica sobre a destinação do material por parte de
quem fabrica ou consome PETs. Diferentemente do que acontece com latas de alumínio, que pela
reciclagem voltam a ser latinhas, PET não pode ser transformado novamente em garrafa.
Apesar de 53% da produção ainda não ser reaproveitada, especialistas também lembram que
a própria reciclagem não é a melhor opção. “A reciclagem tem um custo muito alto para o
ambiente”, diz Renata Vault, que também é autora do livro Ciclo de Vida de Embalagens para
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Bebidas no Brasil. Para fazer a reciclagem do excedente atual, seriam necessários 224 milhões de
quilowatts por hora de energia elétrica e 120 milhões de litros de água. “O ideal seria a redução do
uso deste tipo de embalagem”, afirma Renata. Sobre o baixo índice de reciclagem, a engenheira diz
ser difícil dimensionar se é decorrente da falta de capacidade das recicladoras ou da dificuldade de
coleta.
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00711/0071105pet.htm
Site acessado em janeiro de 2010
Título: "Curiosidades sobre o lixo"
Fonte: Fonte: Revista Época nº 421 em 12/06/2006
Texto:
"Curiosidades sobre o Lixo"
Publicado por Thiago Silvestre
em 16 de novembro, 2007
1 – Os mais velhos resíduos do mundo foram encontrados na África do Sul e têm cerca de 140 mil
anos de idade. Esse lixo milenar – que contém ossos, carvão, fezes e resto de cerâmica – oferece
informações preciosas sobre os hábitos de vida do homem antigo.
2 – No ano 500 a.C., Atenas criou o primeiro lixão municipal, exigindo que os detritos fossem
jogados a pelo menos 1,6 quilômetros das muralhas da cidade.
3 – O inventor inglês Peter Durand patenteou a lata de lixo em 1810.
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4 – Aterros sanitários representam a maior fonte de metano produzido pelo homem. A cada ano, 7
milhões de toneladas de metano vão parar na atmosfera.
5 – Os americanos produzem 212 milhões de toneladas de lixo por ano, das quais 43 milhões de
toneladas são restos de comida.
6 – Isso significa 711 quilos produzidos por habitante a cada ano.
7 – No Brasil, são 88 milhões de toneladas de lixo por ano, ou 470 quilos por habitante.
8 – Das 13.800 toneladas de lixo produzidas por dia na cidade de São Paulo, apenas 1% é reciclado.
9 – Curitiba é o município brasileiro que mais recicla: 20% de todos os resíduos.
10 – No mundo, o Japão é um dos países que mais reciclam: 50% do lixo é reaproveitado.
11 – Os americanos jogam fora 50 bilhões de latas de alumínio por ano.Todas as latas desse
material que foram pra o lixo nos Estados Unidos nas últimas três décadas valem quase US$ 20
bilhões.
12 – No quesito alumínio, o Brasil vai bem: é o país que mais recicla latas no planeta. Em 2004,
foram 9 bilhões de latinhas reaproveitadas ou 96% da produção total do país.
13 – Em 2002, o oceanógrafo americano Charles Moore vasculhou uma área de 800 quilômetros
quadrados do Oceano Pacífico e encontrou 4,5 quilos de resíduos plásticos flutuando no mar para
cada meio quilo de plâncton.
14- Segundo estudiosos a espécie humana teria surgido na África, então os lixos mais antigos que se
tem notícias estariam neste continente ...
Nos destaques relatados acima, temos alguns dos bons exemplos a serem seguidos por nosso
país, nosso estado e município. Que o Brasil continue sendo destaque na questão do alumínio e que
Curitiba possa continuar servindo de exemplo aos brasileiros, se esta cidade consegue, porque as
demais cidades paranaenses também não conseguirão. Outro destaque interessante é o item 10 que
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fala do Japão, quanto reciclar 50% de seu lixo, que maravilha, vamos procurar atingir o mesmo
patamar que esse país, começando pelo nosso municipio.
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00711/0071105pet.htm
Site acessado em janeiro de 2010.
Título: Tecido é nova opção para reciclar garrafas PET
Fonte: http://aprendiz.uol.com.br/content/swepulomov.mmp
Texto: Tecido é nova opção para reciclar garrafas PET
Publicado por Victor Tagore
em 26 de março, 2009
Por Alan Meguerditchian
Calças e paletós confeccionados a partir de tecidos criados do reaproveitamento das fibras
de poliéster das garrafas PET e dos retalhos de algodão. Por meio desta idéia, os alunos da Escola
Senai “Francisco Matarazzo” de São Paulo (SP), pretendem diminuir o impacto ambiental causado
pelos produtos PET, aumentando assim o seu índice de reciclagem, que hoje é de 48%, e aproveitar
retalhos de algodão, que na maioria das vezes são descartados.
A produção do tecido ocorre a partir da fiação das tiras cortadas das garrafas PET e da
fiação das tiras de algodão. Os fios obtidos formam tecidos resistentes e de bom isolamento
térmico, “indicados para a produção malhas comercialmente viáveis, a partir de uma tecnologia
simples e de baixo custo”, explica a estudante Sheyla Constantino.
Por meio desta produção, as cooperativas que trabalham com a reciclagem das garrafas PET
poderão ampliar sua atuação ou novas cooperativas poderão surgir.
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http://aprendiz.uol.com.br/content/swepulomov.mmp
PARANÁ
Título: "Município Verde - Programa do Governo do Estado do Paraná"
Texto:
A sociedade paranaense em sua grande maioria tem forte influência de imigrantes brancos
na sua formação étnica. Essas pessoas vieram para essas terras com o intuito de cultivá-las para
crescerem economicamente. Infelizmente para alcançarem esse crescimento houve a necessidade de
desmatar para implantar as lavouras, os campos de criação de animais, as cidades, mais tarde as
indústrias. Os recursos naturais eram abundantes e foram sendo retirados sem a mínima
preocupação. Atualmente sabemos da necessidade e da obrigação que temos de cuidar dos recursos
naturais que restam e ainda a luta para que parte de nossos recursos sejam recuperados. Hoje faz-se
necessário que toda a sociedade paranaense receba uma educação ambiental para abraçar a causa
para discussão de alternativas de recuperação das áreas degradadas pelas atividades que causam
impactos ambientais.
Como nossa intenção de trabalho é desenvolver uma educação ambiental em parceria com a
prefeitura municipal, entendemos que um grande passo seria levar ao conhecimento de todos o
programa "Município Verde", criado pelo governo do Estado do Paraná que tem por objetivo
certificar e recompensar os municípios que adotem políticas e ações voltadas para a recuperação e
cuidados com o meio ambiente. Quanto mais pontuações o município conquistar, mais acesso aos
recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente ele terá, enfim, trabalhando em ações ambientais
propositivas, será certificado. Quanto mais fizer mais recursos receberá; mais sinergia terá para que
trabalhe a favor, e não contra o ambiente natural.
Vamos abraçar juntos esta causa cada um em seu município contribuindo para melhoria de
todo Paraná, Brasil e Mundo.
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REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico.
São Paulo: Cortez, 2008. 4ª edição.
FONTANA, C. E PITANO S. de C. Educação Ambiental e Geografia: Uma Análise Ancorada
no Pensamento Freiriano - V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22 de setembro
2005.
LEFF Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder.
Petrópolis, (RJ): Vozes, 2001.
LOUREIRO C.F.B. LAYRARGUES P. P. – CASTRO R.S, (orgs.). Educação Ambiental:
repensando o espaço da cidadania. 3ª. ed. – São Paulo: Cortez, 2005.
SITES ACESSADOS
www.ambientebrasil.com.br
http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=51502
http://aprendiz.uol.com.br/content/swepulomov.mmp
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,impacto-das-mudancas-climaticas-sera-sentido-na-agua-
diz-on
www.greenpeace.org/internacional
www.google.com.br
http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&source=hp&q=www.diariodoprofessor.com&btnG=Pesquisa+Google&
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www.mefeedia.com/watch/27303862
http://www.natureba.com.br/
www.noticiasambientebrasil.com.br
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/washington-novaes-residuos-solidos-aterros-brasi
www.pt.wikipedia.org
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg
http://www.reasul.org.br/mambo/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00711/0071105pet.htm
www.video.globo.com
http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E&feature=rec-LGOUT-exp_fresh+div-1r-3-HM
http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28
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