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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Anete do Rocio Vieira

Professor Orientador: Ana Paula Guedes

Área PDE: Língua Portuguesa

NRE: Loanda

Escola de Implementação: Colégio Estadual Princesa Izabel.

Público objeto da intervenção: Alunos da 8ª série

Instituição: UEM - Universidade Estadual de Maringá

TEMA

Ensino e aprendizagem de leitura.

TÍTULO

Leitura cotidiana: a crônica como gênero motivador do ato de ler.

UNIDADE DIDÁTICA PARA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

INTRODUÇÃO E METODOLOGIA

A leitura na escola é vista como processo de decifração; Julga-se que, ao ser

alfabetizado, o aluno já saiba ler, e, com isso, a prática de leitura que deve

construir significados para além do texto, se restringe a exercícios corriqueiros

em sala de aula, que muitas vezes, utilizam somente partes da taxonomia de

Marcuschi (1986), com perguntas do tipo pretexto, para o ensino de gramática

e pergunta vale-tudo, qualquer resposta é válida, interrompendo assim, as

fases da leitura que levam a formação do leitor crítico. A leitura, como

articuladora de conhecimentos, efetiva-se pela compreensão e interpretação do

texto que exigem do leitor a capacidade de refletir e o gosto pelo ato de ler. A

aprendizagem da leitura é uma tarefa para a vida inteira e para Dionísio (2005

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p.159), o bom leitor é aquele ―capaz de atribuir sentidos a mensagens oriundas

de múltiplas formas de linguagem, bem como capaz de produzir mensagens,

incorporando múltiplas fontes de linguagem.‖

Para Vygostsky (1984), educar significa intervir na capacidade de ser e agir das

pessoas por meio de mediadores culturais. Dessa forma podemos perceber

que a alfabetização leva o aluno ao letramento através do processo de leitura.

Nascimento (2007) explica em tese que letramento é um processo de

apropriação de gêneros textuais e Hila (2009, p.180), por sua vez, deixa claro

que os processos de leitura e escrita precisam ser ensinados. Não se aprende

a ler bem, com criticidade apenas lendo, sem nenhum mediador. Então, cabe

ao professor oportunizar aos alunos diversidades de gêneros textuais onde

possam inserir práticas sociais e integrar a prática da leitura.

A dificuldade de entender e interpretar o que se lê, é ponto fundamental para o

não aprendizado e desinteresse entre os jovens para com a escola. Isso se dá

por falta de leituras inseridas num contexto social e histórico, a noção de

gênero textual é muito importante para que se de o letramento na escola, ela

ajuda a desenvolver a capacidade de leitura e escrita por diversas visões.

Desde a reformulação das Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa

(2008), percebemos que como ensino de literatura, a leitura propriamente dita,

vem como coadjuvante do processo ensino-aprendizagem, sendo realizadas

leituras de textos literários de maneira superficial, sem nenhuma interação do

texto com o leitor, co-produtor do mesmo. A leitura deve levar o aluno a

associar tudo o que está a sua volta. Segundo Lajolo (1986,p.53) ―leitor maduro

é aquele para quem nova leitura desloca e altera o significado de tudo o que já

leu, tornando mais profunda sua compreensão dos livros, das gentes e da

vida.‖

Percebemos que as fases da leitura que deveriam ser ensinadas como ordem

processual, acabam sendo utilizadas desordenadamente, isso necessita de um

melhor posicionamento entre professor/aluno com os gêneros textuais. Para

que a escola consiga formar leitores que consigam construir significados e que

participem das práticas sociais que envolvam leitura e escrita, é preciso

despertar os jovens (alunos) para a leitura, levá-los a encontrar nos

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livros/textos uma relação de intertextualidade e sentir no hábito ou prazer da

leitura um caminho aberto para novas visões de mundo e práticas sociais.

Geraldi (1997,p.135) considera a produção de texto como ponto de partida de

todo processo de ensino aprendizagem de língua. Isso nos leva a pensar no

texto como meio de estimular a mente e produzir conhecimentos através da

leitura e de produção de textos orais/escritos. Como a crônica é um gênero

discursivo que tem como assunto o cotidiano ou vivências do dia a dia do autor,

sua linguagem fica mais perto do universo dos alunos esperamos conseguir

provocar no aluno interesse, compreensão e interpretação pelos textos,

levando-os a transformar seus horizontes de expectativas. Pensamos com isso

uma sequência didática, que é uma organização das atividades em torno do

gênero textual escolhido, CRÔNICA.

A proposta dessa Unidade Didática está voltada aos alunos da 8ª série do

Colégio Estadual Princesa Izabel e tende a conscientizar e apresentar a

importância da leitura na vida do ser humano, levando os alunos a ampliar e

articular seus conhecimentos. Terá como objetivo não apenas o saber ler e

escrever, mas cultivar e exercer as práticas sociais que se apropriam da leitura

e da escrita tendo como enfoque do ensino aprendizagem os gêneros textuais,

principalmente o gênero Crônica. Sá (2002, p.18) afirma que a ―crônica

funciona como uma espécie de passagem secreta para onde ingressamos no

espaço do prazer sem que isso delimite a nossa consciência da realidade

opressora.‖Esperamos conseguir passar aos nossos alunos essa concepção e

assim ajudá-los a recuperar seu prazer na leitura e a capacidade de produzir

textos orais e escritos.

APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

Esta Unidade Didática visa expor aos alunos um projeto de comunicação que

será realizado na produção final e será organizada a partir do gênero discursivo

Crônica. Esta implementação tem como objetivo desenvolver alternativas

metodológicas que estabeleçam em torno da leitura/escrita um espaço de

interação entre leitor/aluno, levando-o a fazer associações com a sua vivência

diária e interpretação do mundo através de prismas diferentes.

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A implementação da Unidade Didática terá 32 horas, contando com a

apresentação do projeto em reunião de pais; professores, diretor e equipe

pedagógica (reuniões pedagógicas); alunos e pesquisas extra classe, está

implementação será desenvolvida no período de agosto a dezembro de 2011.

A escolha do gênero crônica visa possibilitar aos alunos o desenvolvimento de

atividades de leitura e escrita, onde eles terão oportunidade de aprender não

só as condições de produção e circulação da crônica, mas também analisar

seu valor ideológico podendo assim ver o mundo sobre prismas diferentes e

aumentar seus horizontes de expectativas. Esse trabalho consiste em definir

mecanismos para estabelecer interação entre os alunos e a leitura e a

produção de textos crônica. Para tanto, faz-se necessário observar os aspectos

de organização da crônica, salientar os tipos de crônicas, levando-os sempre a

compreensão e reflexão dos textos.

Para o trabalho, foram escolhidas crônicas de vários autores cronistas que

usam situações baseadas em incidentes reais de contextos sociais, que nos

levam a refletir fatos do cotidiano, entre eles está Moacyr Scliar , Stanislaw

Ponte Preta, Pedro Bial e outros. A crônica, segundo Sá (2002 p.18), funciona

como uma espécie de passagem secreta por onde ingressamos no espaço do

prazer sem que isso delimite a nossa consciência da realidade opressora.

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PROCEDIMENTO DIDÁTICO

TEXTO 1

A partir de uma notícia de jornal, de um fato ocorrido em Campo Grande, sobre

um gato, animal felino, que recebeu benefício da bolsa família, Moacyr Scliar,

publicou uma crônica intitulada ―Gato Família‖.

Leia a seguir trechos do texto citado.

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“Gato Família”.

"SENHOR coordenador do Bolsa Família. Quem lhe escreve esta é, naturalmente, uma pessoa,

o meu dono.

Melhor dizendo: o senhor o rotularia de "dono", porque ele é uma pessoa e eu sou um gato - e

gatos, ao menos segundo os humanos, costumam ter donos. Na verdade, eu o considero mais um

aliado, um amigo que me compreende profundamente. Podemos nos comunicar sem que eu

emita sequer um miado. Ele lê os meus pensamentos, senhor coordenador, e a partir daí

escreveu esta carta.

Que é uma carta de protesto, senhor coordenador.

...

Eu era considerado, senhor coordenador, um membro da família.

Meu dono e sua esposa tinham por mim o maior carinho, carinho este que eu retribuía. Ah, sim,

e prestava serviços também. Naquela casa, senhor coordenador, jamais entrou um rato. Ratos

sim, poderiam ser excluídos do bolsa família; afinal são bichos asquerosos, que dão grandes

prejuízos. Mas um gato, senhor coordenador! Gatos sempre foram estimados pela humanidade e

até imortalizados em livros, em desenhos animados.

...

Faço, sim, jus ao Bolsa Família. Pela simples razão de que tenho família.

...

Se a minha Bolsa Família fosse calculada em função das famílias que gerei, o orçamento federal

inteiro não seria suficiente para me pagar.

Pense nisso, senhor coordenador. E receba meus cordiais miados."

Este texto pode ser encontrado na íntegra no L.D. Língua Portuguesa Linguagem e Interação. Vol.1 p.77-78

Ed.Ática,2011.

Podemos perceber neste texto de Moacyr Scliar humor ao relatar um fato real misturado com opiniões e idéias próprias do autor. As crônicas procuram chamar o leitor à reflexão, levando-o a tirar suas conclusões.

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Crônica

A crônica é escrita por um narradorrepórter que relata um fato não mais a um

só receptor, porém a muitos leitores que formam um público determinado.

Quem narra uma crônica é o seu autor mesmo, e tudo que ele diz parece ter

acontecido de fato como se nós, leitores, estivéssemos diante de uma

reportagem.

A linguagem jornalística desempenha a função poética no momento em que

recria a notícia captando o seu misterioso encantamento. A crônica assume a

transitoriedade da notícia e se dirige a leitores apressados, que lêem nos

pequenos intervalos da vida diária. A elaboração da crônica também se prende

a essa pressa. Por isso a linguagem da crônica é informal e bastante próxima

da que é usada em uma conversa entre amigos. (SÁ, 2002).

O gênero crônica nos permite produzir, refletir e analisar situações e fatos

cotidianos de forma cômica, irônica. A crônica está ligada a uma notícia, um

fato acontecido, este tipo de gênero tem a finalidade de levar o leitor a tirar

suas próprias conclusões, chamando a atenção para o fato.

Algumas características importantes do Gênero Crônica, a CRÔNICA deve ter:

- autor;

- um único conflito ou situação;

- situação real do cotidiano;

- linguagem simples e econômica;

- uma mescla de seriedade, crítica e humor;

- ser um texto curto com poucos personagens.

Utilizando as características do gênero crônica, vamos avaliar os aspectos do texto lido que revelam o gênero literário:

a. Qual o conflito encontrado no texto? b. Quantos personagens? c. Situação real do dia a dia. Qual? d. Linguagem utilizada? e. Existe humor, crítica? f. Em que o autor se baseou para escrever o texto?

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Estas indagações podem servir de base para uma ficha de identificação do gênero que os alunos deverão formular para identificar as características do gênero crônica nos textos.

Você sabe o que é FRAUDE? Tem notícias de que o Programa Bolsa Família já

sofreu alguma fraude? Como soube? Vamos discutir o assunto.

Agora que temos a informação de que as crônicas podem ser produzidas com

base em uma notícia, vamos dividir a turma em equipes de 4 ou 5 e a partir das

notícias (recortes levados pelo professor), dos nossos jornais regionais, cada

equipe produzirá um texto/crônica utilizando a notícia escolhida. Não se

esqueçam de utilizar as características do gênero crônica e lembrem-se de que

a crônica nasce nos limites entre o sério e o cômico.

Vamos espalhar as notícias utilizadas para a produção das crônicas e os

textos produzidos com base em algumas dela. Os grupos deverão reconhecer

as notícias que foram escolhidas para a produção dos textos e identificá-los,

após, os alunos devem identificar nos textos produzidos pelos colegas as

características do gênero crônica e anotar na ficha de identificação de gêneros,

a ficha preenchida com os dados do texto, deverá retornar ao grupo que

produziu o texto para que este possa identificar os aspectos do gênero utilizado

e os que deixaram de ser utilizados.

CONHECENDO O AUTOR Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS) no dia 23/03/1937. Sua mãe,

professora primaria, foi quem o alfabetizou.

Em 1955, começou a cursar a faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do

Sul, em Porto Alegre, onde se formou em 1962. Em 1963, inicia sua vida como médico, fazendo

residência em clínica médica.

Em 1962, publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”.

A partir daí não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a

literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários. Suas obras foram

traduzidas para doze idiomas.

Em 31 de julho de 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31. (Fonte

www.releituras.com) wikipedia.org/wiki/Moacyr_Scliar

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Há crônicas que são contadas como se fossem uma conversa. O cronista

transforma acontecimentos do dia a dia em diálogos que contam dores e

alegrias.

SINOPSE

Quadro sintético de uma obra literária, científica etc.; visão de conjunto; síntese,

resumo, sumário, resenha.

Sinopse do Filme: os irmãos Pevensie, Edmundo e Lúcia, retornam à

Nárnia acompanhados pelo primo Eustáquio Mísero e lá encontram o

príncipe Caspian, agora Rei, que os convoca para a importante missão

de encontrar os Sete Lordes Desaparecidos de Telmar. A bordo do

imponente navio O Peregrino da Alvorada, os heróis de Nárnia se

confrontarão com dragões, anões, tritões e um grupo de guerreiros

perdidos. Com a ajuda de novos parceiros e de outros já conhecidos

do público, como o rato falante Ripchip, o grupo enfrentará mares

bravios, navegando até uma série de ilhas misteriosas, que ocultam

segredos e tentações. Ao embarcarem no Peregrino da Alvorada, sua

coragem e suas convicções serão postas à prova numa jornada de

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transformação com destino ao País de Aslan, nos recantos mais

longínquos do mundo.

WWW.cinepop.com.br/notícias - acessado em 09/06/2011.

Vocês deverão assistir ao filme AS CRÔNICAS DE NARNIA – A VIAGEM DO

PEREGRINO DA ALVORADA, prestem atenção nos fatos para que possamos

analisar as características do gênero crônica percebidas no filme.

Vamos nos dividir em duplas e fazer comentários sobre o filme, anotem no

caderno, o que acharam relevante sobre o filme.

A partir dos comentários e de lermos a sinopse do filme respondam as

questões abaixo:

1- Faça um comentário, por escrito, do título. O nome crônicas é justificado

pelo enredo?

2- Que tipo de linguagem é usada para contar a história? Justifique.

3- Uma característica marcante nos filmes é o fato de que as narrações são

feitas em forma de diálogos e os espectadores vão entendendo a

sequência dos acontecimentos através das falas e ações dos

personagens. Vamos identificar na fala de personagens alguns

acontecimentos que representam a sociedade e suas necessidades.

Vamos praticar nossos conhecimentos. O filme foi desenvolvido por meio de

uma série de histórias paralelas, isso nos leva a refletir sobre aspectos da vida,

vamos escolher um dos acontecimentos observados no filme e escrever um

texto utilizando o gênero crônica. O texto pode ser produzido em duplas.

As duplas deverão ler o texto produzido para os colegas que identificarão quais

foram os acontecimentos priorizados, se se repetiram os acontecimentos,

observar e comparar os textos e quais as características do gênero

apresentadas nos mesmos.

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Que tal fazermos uma reflexão sobre os aspectos sociais que identificamos

nos textos produzidos e juntos, a turma toda, produzirmos um texto, único, que

nos permita compartilhar um aspecto social do dia a dia?

TEXTO 2

Em grupos conversem sobre os acontecimentos que envolvem o sistema aéreo

do país. Podem utilizar propagandas e notícias de revistas, jornais ou fatos

conhecidos.

- preços de passagens

- quem viaja de avião (classe social)

- aeroportos

- acidentes aéreos

- segurança do transporte...

Troque com seus amigos, experiências (se você já viajou de avião) ou

impressões de como você acha que seria uma viagem aérea.

Leia a seguir trechos do texto A ESTRANHA PASSAGEIRA, de Stanislaw

Ponte Preta.

A ESTRANHA PASSAGEIRA

-O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de vôo-e riu

nervosinha, coitada.

Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria

fazer-lhe bem.

(...)

Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava

desajeitadamente. (...) Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar

essa operação em sua farta cintura.

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(...) Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu

embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros (...) -Para que esse

saquinho aí ? – foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no

Rio ou em São Paulo.

- É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho.

(...)Alguns passageiros riram, outros – pro fineza – fingiram ignorar o lamentável equívoco

da incômoda passageira de primeira viagem. (...)Logo veio a pergunta:

- Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?

Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de

emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.

Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término

do “show”. (...) Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela(...) e

gritou:

- Puxa vida!!!!!

Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:

- Olha lá embaixo.

Eu olhei. E ela acrescentou:

-Como nós estamos voando alto, moço. Olha só.......o pessoal lá

embaixo até parece formiga.

Suspirei e lasquei:

- Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou vôo.

O texto na integra poderá ser encontrado no livro Para gosta de ler, editora Ática

Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — Rio de Janeiro, 30 de

setembro de 1968) foi um cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro. Era mais

conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta.[1]

- Wikipédia - a enciclopédia livre – em 09 de junho de 2011.

A crônica: Gato Família de Moacyr Scliar, tem por base um texto

jornalístico. E o texto A Estranha Passageira de Stanislaw ponte

Preta, em que você acha que ele se baseia? Por quê?

Encontre no texto e cite recursos lingüísticos que indicam que há trechos

narrativos na história.

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Stanislaw Ponte Preta usou um acontecimento trivial (do cotidiano) misturado

ao humor e a crítica social para produzir esta crônica. Vamos entendê-la

separando:

- Qual é o acontecimento trivial?

- Onde o humor está mais acentuado?

- Onde a crítica ficou mais evidenciada?

- Que tipo de linguagem foi utilizada?

Este texto foi publicado em 1975, em Garoto Linha Dura, poucas pessoas

tinham acesso a viagens de avião, hoje cresceu muito a acessibilidade das

pessoas a este tipo de viagens, mas você acha que por suas características e

enredo este texto poderia ter sido escrito recentemente? Por quê?

Com base nas discussões em grupo, nas experiências reais ou imaginativas e

na leitura do texto, em duplas, escrevam uma crônica com base em uma

viagem, podem escolher o meio de transporte. Não se esqueçam de verificar

as características do gênero.

Troquem o texto com o de outra dupla, leiam o texto dos amigos, verifiquem se

eles utilizaram as características do gênero crônica e recriem um novo final

para o texto deles. Não se esqueçam que o mesmo está sendo feito com o de

vocês, vocês não devem descaracterizar o texto dos colegas.

Usando a Internet

Na internet vamos acessar um site que nos fala sobre crônicas o endereço é

http://www.youtube.com/watch?v=rjHJT2WwVtg&feature=related

Vocês viram neste vídeo que as crônicas podem ser escritas de maneiras diferentes, para veículos diferentes e que grandes escritores foram e são cronistas.

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a. Segundo o vídeo, onde geralmente são veiculadas as crônicas? Elas podem ser editadas em livros?

b. O vídeo considera o cronista o "escrivão o do cotidiano‖. Por quê?

c. Quais são os cronistas mencionados no vídeo? Você já leu alguma crônica de algum desses autores? Quais?

d. No vídeo, há a apresentação de fragmentos de uma crônica de Stanislaw Ponte Preta – A estranha passageira.

Por que a passageira é estranha? Pode-se dizer que esta é uma crônica humorística? Por quê?

Vamos procurar no Google textos do gênero crônicas de diferentes autores,

leiam algumas e anotem o título e o autor.

Lista de sugestões:

- A velha contrabandista – Stanislaw Ponte Preta

- Crônicas de Luís Fernando Veríssimo

- A melhor Idade / Crônicas Engraçadas

- A vergonha/ Sobre BBB – A polêmica de quem escreveu

- A cadeira do dentista – Carlos Eduardo Novaes

Procure compreender o enredo e em que acontecimentos o texto foi baseado.

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―Lembre-se, ler um texto é desvendar/buscar significados, é através do texto

que podemos interpretar a experiência real de mundo.‖

Após estas leituras podemos perceber que a crônica está entre os limites do

sério e do cômico, vamos nos dividir em grupos de 5, escolher uma das

crônicas lidas, reler, entender, interpretar, cada grupo deverá encenar a

história do texto escolhido para a turma. Use a imaginação para o cenário, as

roupas, a linguagem...

Em seguida o grupo deverá utilizar o texto escolhido e encenado para fazer

uma ficha com as características do gênero/crônica para o texto e levar ao

conhecimento do restante da turma que tecerá comentários de compreensão

do texto:

- em que acontecimento o texto foi baseado;

- quem é o autor;

- em que data foi escrito;

- se o assunto é atual;

- qual a crítica social relevante;

- se contém ironia....

Deve-se deixar em aberto para que novas interpretações possam ser

acrescentadas pela turma.

Cada aluno deverá trazer para a aula um acontecimento ou notícia, seja do

telejornal, jornal escrito, revista, rádio, fatos acontecidos na vizinhança, na

cidade, fatos antigos ou atuais.

Em grupos de 3, discutam as notícias ou acontecimentos trazidos, escolham

um, releiam e façam a compreensão do assunto.

Conhecendo as características das crônicas, tendo lido e interpretado várias

delas e baseando-se na notícia ou acontecimento escolhido pelo grupo,vamos

nos transformar em cronistas. Não se esqueçam: o cronista transforma

acontecimentos do dia adia em diálogos, misturando a ficção no real, usa

linguagem simples, coloquial, mas sem exageros, fornece uma crítica picante,

ajuda a revelar ao leitor fatos que estão além das aparências, mas com humor.

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Organizem suas idéias, anotem sentimentos e reações que os relatos

produziram em vocês. Observem a estrutura da crônica, situe o leitor em

relação ao fato. Não se esqueçam de ler e reler o que escreveram e de discutir

no grupo se os fatos estão abordados de acordo com as características da

crônica, se for preciso reescrevam os trechos que não ficaram de acordo.

Procurem estar atentos para as dicas abaixo:

- Você deve decidir se quer divertir, sensibilizar ou levar o leitor a reflexão

- Seu texto pode ter uma visão pessoal ou de uma das pessoas/personagens

envolvidas na história.

- Os fatos acontecidos devem ser narrados com humor e sensibilidade, o final

deve retratar reflexão ou graça para o leitor.

- Deve escrever de forma simples e direta.

- Deve utilizar rascunho e fazer uma revisão antes de passar a limpo e ser

considerado pronto.

- O texto deve ser reescrito quantas vezes forem necessárias.

MÃOS A OBRA!

Os grupos apresentarão o texto elaborado para a turma que em votação

escolherão três textos/crônicas que serão publicados no site da escola (...). As

crônicas escolhidas serão estruturadas por toda a turma com a colaboração do

professor.

Sugestões de livros e periódicos onde os alunos poderão fazer leituras:

Comédias para se Ler na Escola, de Luís Fernando Veríssimo, Para Gostar de

Ler..., Revistas de Circulação como: Veja, Época... e Jornais Periódicos como:

Folha de São Paulo, Folha de Londrina..., a leitura aumenta o grau de

conhecimento dos alunos e proporciona a eles uma aprendizagem significativa,

tanto em sua vida escolar quanto em sua vida social.

Ao produzir um texto/crônica o aluno deve estar apto para refletir sobre o

comportamento humano, pensar sobre atos praticados, lembrar de valores

esquecidos e alargar seus horizontes, e tendem a estar conscientes quanto a

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importância da leitura na vida do ser humano, não apenas o saber ler e

escrever, mas cultivar e exercer as práticas sociais que os envolvem e

aproximam da leitura e da escrita.

7. CRONOGRAMA DE AÇÕES

AGOSTO DE 2011

Apresentação do projeto em reunião

de pais; professores, diretor e equipe

pedagógica (reuniões pedagógicas)e

alunos.

Texto 1

SETEMBRO DE 2011

Filme As Crônicas de Nárnia – A

VIAGEM DO PEREGRINO DA

ALVORADA.

Texto 2

OUTUBRO DE 2011

Usando a Internet: Vídeo

Google

Mãos a Obra – Produção Final

NOVEMBRO DE 2011

Publicação da Produção Final no

SITE da Escola.

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REFERÊNCIAS

As crônicas de Nárnia (sinopse). Disponível em: www.cinepop.com.br/notícias - acessado em 09/06/2011

Biografia. Disponível em: Wikipédia - a enciclopédia livre – acessado em

09 de junho de 2011.

Biografia. Disponível em: www.releituras.com wikipedia.org/wiki/Moacyr_Scliar – acessado em 09/06/2011. Dionísio, A. P. Gêneros multimodais e multiletramento. In: KARWOSKI, A.

M.: GAYDZECKA, K. S. B. (Orgs) Gêneros textuais: reflexão e ensino.

Palmas e União da Vitória, PR: Kaygangue, 2005, p. 159-177.

GERALDI, J. W. Concepçõesde linguagem e ensino de português. In: (Org.)

O texto na sala de aula: leitura & produção. São Paulo: Ática,1997, p.39-46.

HILA, Cláudia, V. D. Gêneros Textuais e a formação dos professorandos no

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