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suss~rrmg0~s P (Rxepyese dos iurtigm 1866.0 rr 187.30 do Cad. Cw) COIMBRA TYP DE, P. FRANFA AMADO - lea4

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Page 1: Das Substituições Fideicommissado Cad. Civ , ngo devia reputar-se sub- stilui@io fideicornmissana aquella em que o testa- dor fixa urn certo prayo, mais ou menos longo, para o primeiro

suss~rrmg0~s P (Rxepyese dos iurtigm 1866.0 rr 187.30 do Cad. Cw)

COIMBRA TYP DE, P. FRANFA AMADO -

lea4

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NO TERCEXRO ANNO JURlDICQ

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ADVERTENCIA

Foi este pequeno lrabalho esaazpto lzo unico propoe sito de cumprzr u,ma obrzga~Co escolar; mas o acolhz- mento lisonge~ro que recebab ppor parte dos Profevsorcs A quem, por- dever, fot prcsente, e a i?zdzcntab qtle-rzo nrttuito evtdente de incilar-me ao estudo-desde logo rrze jqerarn para que o desse a lume, decidtram-me a erzirc- gal-o a' ptlblzczrltrde.

AT20 me zlludo acerca do seu merecimento; mas cotz- uencem-me as fadzgas qzre a sMa coorde?lagZo me ckstotr, e a freqtiencza corn que, na pratica do fdro, se deparal~z qzlesto'es d'esta naturqa, de qzie, apesar do seupegzrenzsszmo ualor, ha de tlerurf de a l p n a uttlidade aos qzre se pro- poqerem cxercer a advoca~za

Circzimstancias espcczaes me zmnpedif-am, ewt tempo, de escreper o capztulo destznado, no plano da Disserta- @o, d synthese e crilzca da doutrinn do Codzgo; as exigenczas dos meus esludqs actuaes 1z6o pernzzStenz qzre c t ~ stippra agora essa lacuna Vae, pots, a Dl$sertaq,io tnl, como .$oz apreseratada nos zll~cstrados P ~ * o ~ s s o r e s do

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3 . O anvzo pvidzco; de rrovo apenns Eevn a zndzca~&o de ulpm Accord: qw posfertorwterde wkrum do wieu CO-

~lheczmotto. Em notas se acham andrcados OS t i m s e jomaes de

pre me yoccorri; mas entre todos devo especzalrsur a DissertaqZo m,~ugura.l do B H t ~ f z e RKlbezro, quc mars Eargumente trarrscrad p o r SF achiar, in feli?mt~te, esgo- tada #-=a edifsFo

CAPITULO I

Caracteres d? substit~i~~ofideicmmissari~

‘Par defertoosa que sela oma dehuqh, asera sempre.melho~ que nmhuma d e h - .$b.

(ST V a d c D n d c d e ~ - A p o s - hlla I ', pag 40)

r. Necessrdade da i i e h c S o z. Requratos da substxrugCo fidercommissaria, em face do

arngo 1866 3 Se a subsntutyio ad tempus B fideicommlssana. 4 Sendo os bens deixados sob condigh dde serem vendidos

par morre d o legatario e ct.-seu producto entregue a urn terceuo, nCo ha fidevomrnlsso nos tennos do ar- ugo 1866 "

5 N5o ha f i d e ~ c o m s s o quando o herdelro B encarregado de entregar a urn terceiro certa qUanha em dlnhe~ro, ou certos bens, que nLo recebeu do testador.

6 C o n i l n u a ~ b 7 A let n5o exlge o emprego de certas palavras para se es-

tabelecer a substmr1$50 fide~comm~ssana

1.-Encerram, at8 certo ponto, a explica@o, e porventura a justifica~50, das muitas definisBes que o nosso Codigo Civd mntem, as palavras corn gue encimamos este paragrapho, trapdas pela penna brihante do sabio auctor do Aajecto Primi- tivo n'um dos rnuitos folhetos em que defendeu,

I

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corn notavel firmeza e profunda erudigiio, o seu notavel trabalho, dos ataques repetldos e vigoro- sos de Professores e Juriscmsultos distinctissirnos.

Inspirando-se na doutrina de Rousset, para quw a celebre sentenga de Javoleno, que a velha jurispr udenaa nos legou - omis defiraitto injure pepiculosa - nlo traduz p a verdade, reconhe- cendo verdadeiro perigo, ndo propriamente na de$nip?o, mas nas deifnig&s varids, ou na falta de fada a deJi@cio legal, que deixando a cada urn a liberdade de explicar a seu modo a letra da lei, abandona o seu espirito A anarchia judiciaria do tot capita, tot sentenfiae dos praticos ', o auctor do Codigo, antes de expar OS preceitos reguladores de qualquer instituiqCo lunhca, procurou sempre definil-a.

cc E preciso 'definir, se nos queremos entendern -diz~a Rousset; e o Codigo, na materia que con- stitue object0 d'este pequeno trabalho, fie1 a esta regra, comeCou For defmir;-se bem, se rnal, n5o tardaremos a vel-o. Mas do confront0 entre OS

artigos r 866." I 870.' e I 87 I ." talvez resulte para o interprete a convic@o de que e precisamen$e porque o Codgo definlu que n6s mal podemos entender-nos . . .

Mas desde que o legislador defmiu, havemos

1 De l6 redaction et de la codzjcaaon ra61one!les des lois - I . - . .., --..S .- a *,- ---,.

de tomar essa definiqgo na devida conta, tirolndo d'ella todas as condusbes que encerra*

-2. - Encontra-se no artigo I 866." a defini- qBo legal de fidesommisso; B ahi, portanto, que o interprete tern de procurar as caracteristicas essenc~aes de toda a substitui~Go fideicommissaria, a fim de aferlr por ellas qualquer disposiq50 que precise classificar

Dlz assim o artigo:

aA dlsposlqb testamentaria, pela qual algum uherdeiro ou legatario e encarregado de conser- avar e transmittir por sua morte a urn terceiro aa heranca ou o legado, dlz-se substitill&o fidei acornmissaria ou hdeicornmisso. B

I Toma o Ieglslador como synonunas as duas express& ajde~commuso= e *subsftturp50 jfdercocon~rmssanna. Demolombe affirma, porrm, no Tmctado dos doacdes mtre v~vos e dos testa- nlsntos, {tomo t q n.OS 85 e 86), que tal synonlmia n5o existe red- mrnte Para elle ajdercomrms~on d mals amplo que =substztur@o fidezcommtssana~, p a s ao passo que aquelle p6de ser constltu~do a r e m o fixo, o mesmo ngo aconrece ]a corn a subsntulq50.

Nao acha, no emanto, razao a este escrlptor o sr Hlnue RI- beiro, por enrender que, embora O fidelcommisso seja a prazo fix4 em rodo o caso, chegado este, a subst~ru~$Bo se dari (Dos Fi- dacomm~sso~ no Dirazo Ctvtl Moderno, pag 67 e 68) Incldenre, porem, B esre, de nenhuma imporrancia para o estudo exegetic0 d'esta parte do Cod Civ , por ser fora de toda a h ~ d a qual o

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g, pis , nscessario para que uma disposi~iio seja havida por fideicommissaria:

a) que seja fe~ta cm testamento; b) que o herdeiro ou legatario seja encarregado de con-

s m a r por sua vida os bens herdados; c) e de os transmitfir, por m@, a twcara pessoa.

0 herdeiro ou legatario chama-se $du&rio: aqueile para quem OS bens s60, por sua morte, transmittidos, jfdeicomissario.

3.-A face do artigo 1866 ", e visto que esta materia C de interpretaqgo restricts por forga do artigo I I ." do Cad. Civ , ngo devia reputar-se sub- stilui@io fideicornmissana aquella em que o testa-

dor fixa urn certo prayo, mais ou menos longo, para o primeiro instituido transmittir a urn terceiro a heranqa ou o legado. E esta urna das wnsequen- cias da pouca correc~fio do Codigo, na definiq60 apontada, a qual, aiiAs, n5o Ieva a conclusti~s absurdas porque o artigo 1747.' do Cod. Civ., preceituando que cca designaqzo do tempo em que adeva corneqar ou cessar o egeito da instituiq50 ade herdeiro, se terh por n50 escripta,)) converte imphcitarnente as substituiq6es a prazo fixo, nas substitniqBes pormorte, de gue fala b artigo I 866 * do mesmo Codigo.

cr Corn effeito prohiir as substitui@es per morte,

e pefital-as quando o testador designasse unl certo prazo para eilas se effectuarem-observa urn escriptor '-seria o mesmo que nEo prohibir ne- nhuma. 0 testador tinha na sua mGo urn meio se- guro de illudir a prohibiq8o: calcularja o tempo que o fiduc~ario podesse viver, e marcaria esse prazo para a substi tuieo. N '

4.-Das caracteristicas que ficam apontadas (supra, n o z), e que, evidentemente, se contcrn na d e h i ~ g o legal, parece dever tambem concluir-se que nilo ha substituigi%o fideic omrnissaria quando o Jestador deixa a urn indivlduo cerros bens, que por morte d'este devem ser vend~dos, e o seu pro- ducto entregue a outro, porquanto em similhante disposic;%o se n%o encentra a obngago, imposta ao primeiro, de tramiiSir ao seguado beneficiado OS bens legados.

No entanto a illustrada redacgao da Bwista de Le&IagZo e de Jurispt-zidencl'a, occupando-se da hy- pothese, ainda que pouco desenvolvidamente, pro- nuncia-se pela afhnativa, opinando que ha aqui uma substituiqZo fideicommissaria, nos tennos do artigo 1866." do Cod. Civ.

Dies Ferreira, Annot, do Cod C'iv. POP^', tom fff, pas. 448. Nu mesmo senudo B n a e R~~e~ro, obr. &.

8 Anno av, pag, zr D,

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Mas similhante opiniso pare=-nos infundada. '

5.-A quesdo, generalisada, reduz-se a saber se e necessario, para que haja substituiq50 fidei- cornmissaria, que sobre o herde~ro ou legatario pese o encargo de transrnittir ao segundo benefi- ciado OS memos bens que recebeu do testador; ou se, a0 contrario, ella existe, ainda quando sabre elle pesa o encargo de entregar urna outra cousa, emborri da mesma especle, ou do mesmo valor?

A duvida foi jB levantada na jur~sprudencia franceza, niio sendo concordes as soluq6es apre- sentadas.

Zachariae opinou que tanto n'um como no outre caso a disposic50 se deve reputar fideicom- missaria, camquanto a ietra da lei (tnte~ramente rr

mlUiante a nessa) pareqa contrariar urna tai opinilo; e isto pelo moth0 de que a interpretago contra- ria punha nas d o s do testador urn meio seguro e facl1 de i h d w a proibi@o da lei, porisso que o substituido, nib receberia a cousa, rnas recebe- ria o seu vdor. ' /

1 A hypothese cons~derada esth, a norso vet, prevenida em C, ns t.Qdo attigo 1871, p015 a cond1580 dos bens serem venddos A m e do herde~ro importa, para este, a prolhg50 de os al~enar,

2 Esra op&o, refoqsdrt corn outros argumettros-aI~ls de fac~f refuta40 -eneontmse tarnhem &m& par C B~CZBP - Su$irhr7tone Jedecornmrs~~~il , pag. 53.

a n t r a esta opini5o levanta-se, porc'tm, a v02

auctorisada de Laurent, dizendo, corn OS editores de Zacharlae, que fazer uma dlsposiq5io que a lei nCto prohibe, n5o C illudir a prohibqii~ da lei. '

aOn ferait fraude la loi - escreve elle - .si ala dispoation presentait, sous une autre f o m , ules caracteres et les inconvknlents des substi- ututions. Mals teI n'est pas la disposition qul alaisse l'heritler inst~tue libre de d~sposer de taut ace qu'il a requ ei ie charge seulement d'acqul- ater m legs. LA ou d n'y a pas charge & cm- asewer, pas de inahenabihte, il n'y a pas de usubs~tution.~ a

6.-Adoptmos a opiniiio de Laurent; a elia conduz, necesskiamente, a letra e o espirito da lei. A obrigaqiio imposta ao herdeiro ou bgatario de colzservur e traismltir C que constitue a essen- cia da substitui$30 fideicommissaria; e esta obri- gaqCo 9% pdde logicamente wmprehender-se +e- ngo refenda aos proprios bens deixadas pelo tes. tadar.

Demais, o fim que a lei se propoz ao prohibir as substituiq5es fide~commissarias em nada C con- trariado corn as disposi$des que estamos canside-

1 Phcrpes be h i t C t d Frdtz~ms, voL m, pag 454. 8 OBr. at., peg. 694 nqq @.

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rando, Com egeito s50 accordes 0 s escriptore~ em affirmar que a pnmeira e principd raza'o que levon os legisladores das diversas na~6es a embaraqar a ins~itui@o dos fideimmmissos foi a necessidade de fazer entrar na circdaqBo a grande quantidade de bens qne estas substizuiqdes punham f6ra do corn- wrcio, por urn maior ou menor espaGo de tempo, c m grave prejuizo da agricultura pois que o pri- meiro chamado, tendo simplesmente o direito de usufntcto, so procurava augmentar e antecipar OS

rendimentos dos predios, em prejuizo d'estes. Ora a disposi@o que irnp6e ao herdeiro ou

legatario a obrigaq60 de entregar a urn terceiro; n5o os proprios bens herdados, rnas uma certa quantia, que p6de ser eguai, ou n50, ao valor dos mesmos betls 5 e claro que n50 colloca estes Mra do commercio, porque o herdetro ou legatario tern sobre &es pleno dominio, podendo, assim, aEe- nd-OS livrernente. E da mesma f6rma, se o testa- dor, em vez de quantia em dinheiro, rnanda entre- gar causa que pertenpi ao herdeiro ou legatario, tmbem esta n6o fica fdra do commercio, porque elles pbdem aliend-a livrernente urna vez que en- treeern o valor d'essa coma (Cod Civ. artigo 1 8 0 3 . ~ ) ~

1 Vejnsobre este assumpto Brerzo, &. cif., pag. tz; e

rent, obr. tit., pag. 427 a 430 a Na'o dew confimdir-so a hypothese de cpe aqua tractas

mos, c m aqueua a p e nes refetlm a t m 4j1 pm ~ U I tern o herdelm D dweito de alienar, gue alem Ihe 6 negado,

Similhsntes disposi~6ea n%o devem, portanto, considerar-se comd fideicommissos.

7.-E, pois, necessaria, para que urna dispo- sig8o seja havida p r fideicommissaria que n'eUa concorram simultaneamente O S tres requisites que a lei declara (supra, n 2). 0 que tdavia niio quer de modo algum significar que a Iei exija o ernprego das suas proprias palavras

aencarregado de conser. avar e trunsmiitir por sLla rnorre a urn 1 erceiro.. . a

para caracterisar a substitui$%o 0 s artigos I 7 5 I ." e I 76 r ." mostram clararnente que o testador p6de usar de quassquer exp~ess6es, corntanto que por ellas traduza a sua vontade '; o que ainda se har-

Y

rnonisa corn o proposito do legislador em supprj- mir as fomulm, que hoje sdmente se exigem nos poucos casos em que a lei expressarnente o de- clara. Admitfir o contrario seria tornar injustiica- ve1 o &go I 870.O, porque se fdsse idispma~eI

1 Deve notarbse que seildo a testamento de caracter precc pdvo, nzo podde considerar-se instltuldo fide~commisso quando o restador d1sp6e dos seus bens em favor de ccrta pessoa, a quem pede, ou roga que, por sua morte, OS daxe a outra E a e pedldo d o tira B disposl@o o seu caracter de dtrecza em f a r do pn- maro nomeado. (Sent, de inst. pubhcada na Rev. dos Tnb., anno n, pag. 317).

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s eqrego d'aquelIas palavras para caracterisar o hdeicornmisso, nenhurna ra~Bo haveria para o le- gislador declarar, nJeste artigo, que ndo deve rep* tar-se fa1 unza dGposzpio ewt que faes palavras se miomp-egm. Asshm o entendern tambem OS corn- mentadores do Cod. Civ. Francez, a proposito do qual Marcade escreve:

U Sans doute 11 n'y a pas de termes sacramen- utels cKigis pour creer une substiiutlon, et il rimporte peu de quels mots on s'est servi, si la achose y est s

Assim o tern entendido entre 1163, quasi uni- fosmemente, a jurisprudencia. NO caracter essen- cial das s u ~ t i t u i ~ i i e s pr ohibidas -escreve o com-

1 Vela no Dtrerio, anno XI, pag rzz, urn rnagnfico artlgo do sr Alexandre de Seabra, H ~ n i ~ e fiberto, oh. at, pag 130 e r 3 r , Bolletzrn dos Trzb , anno 5 pag 401 Acc do S T de 1 de IP d'abtd de 1889 (Boil, c t t , anno W, pag. 470); Acc da Re1 do Porto de zg de rnarFo de 18%7 (Rw do For0 Port., anno 11, pas. 180). R&. de Leg, anno nxv, pag, 359 e 360.0 Cod Clv, Irallaao nenhurnas duv~das deixa a este respelto, pots expressamente de- clara que a substltu~$o exlste, sejam quaes forem as palavras em- pregadas-con qualszvoglta eqresszone-du o artigo 899.0

Em sent~do contrario, porein, veja o Acc do S. T, de 1 5 de novembro de 1887 (Gaq Rel. h$, 8 M O nq pag 13 e 14; e Boll. dos Td , anno nr, pag 83)) onde o seguhte perlodo:

=Attendendo qua, na I efer~da &spsy8o a legatarm n5o pode ctons~derar-se fiduc~aua, ou gravada, porque &Q ficou ensarre- egada de &av;rr;:i:ii a propnedade, fdtando asslm a paImru sad acratnezixl que caracterrsa o so: passarzv for SUI mtte sr

mentador-consiste em onerar urn corn o enmgs de conseruar, para por sua rnorte trmmiftir a ou- tro, sem que eslas pala~ras-eonser~~r corn a dri- gap50 de por morle tru~smitfilc - sejarn sacramen- taes, porque poderr) ser substituidas perfertamente por outras que enunciem a mesma ideia.)) '

Mais adiante veremos, ao estabelecer a distin- c@o entre a substihliqBo fideicommissaria e o Ie- gado de usufructo a urn e de propriedade a outro, a incongruenc~a do legislador a este respeito. '

8. - Determinadas, assim, as caracterisucas assenclaes de toda a substituigQo fideicommissana, em face da definqiio legal, e assente que a lei niio exrge o emprego de certas e determinadas pala- vras para se estabelecer uma tal substituis50, cum- pre-nos agora avexlguar se o precelto do artlgo 1866." sera de tal modo rigoroso e cornpieto que n5o admitta ex cepqbes; ou, por outra s palavras:

I ) se haverd disposi~des que a lei cons~dere fideicom- missos, apesar de niio reunirem todos aqudles caracteres, e

2) se outras, ao contratio, reunindo-os todos, nHo de- vem considerar4se taes.

3 Anhot, do Cod. Qv, Port3, toMo 111, pdg. a Infm, 3,"

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A primeira quest30 proposta importa a ana- lyse do artigo I 87 I .", e, ate certo ponto, a dos ar- tigas 1473.' e 1474.'; a segunda, a do artigo I 870." pr.

~rincipiernos por aquella. 2 ."-Fldelcommissos niio comprehendidos na defirifh

1 1 0 iegado de eo p d superent. 12 A dsposlclo do n 3.0 do artigo 187r *; sua ex-tensk

Opln16o do sr. Hmtze Rtbeiro 13 ContmuaGo A nossa opilllIo 14 Trans~qzo. 15 Se a substimi$50 fideicommissana pode ser esrabelecida

por doaq50 eentre vivos, 16 ContlnuaqSo Oplm5o do commentador e do sr Ehue

Refutac50. A substituicZo fideicomrn~ssaria so pode ser insntuldapor testamento

9.-No artigo I 87 I .' manda o Cod. considerar fideicommissarias as disposiq6es:

r ) corn pmhib~qa'o de alienar;

2) que chamsrem urn tercaro ao que restar da heranqa ou legado, por mortc do herdaro ou legatario;

3) que impozerem ao herdeiro ou legarario o encargo de preslar a mais de uma pessoa, successiva- rnente, certa renda ou pensko.

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Aferindo cada uma d'estas disposicbes pelas caracteristicas deduzidas da definiqCo legal de fidei- commisso, niio sera difficd reconhecer que ne- nhuma d'ellas se p6de rigorosamente incluir no art* ~866"

10.-Pelo que respeita a primeira, coqquanto a prohibqBo de alienar importe para o fiduciario a obrigaqBo de comervar drsrante a sua OS

bens recebtdos, e de OS tranmitbir por sua morte para urn terceiro, o certo P, que esta transrn~ssSo se opera para as pessoas que a Iei chama d suc- cess&~, e n5o para aquellas que o testador nomeou, como se exlge no artigo 1866." '

E verdade que este pode designar expressa- rnente essa pessoa que ha dde succeder nos bens, cuja aliena~iio prohibe, ou mesmo dar indicaqdes por onde eIla venha a deterrninar-se; mas de taes hypotheses ndo trata o leglslador, em nosso pare- cer, no n . 9 ,* do artlgo r871.O~ pela razgo de

1 Q contrarlo entendeu, o S T de J em Acc de 16 de de- zembro de z8gz (GUT Rd Ltsb , anno vr, pag 4461, que consrdera o arhgo 1871 suborknado ao artlgo 1866 *, declarando asslrn, ao que parece, que so extste o fide~comrn~sso do n o I D do artlgo 1871 puando o testador disp6e dos bens em favor de alguem, proh~btndo-lhe altenal-os, e encarregando-o de por morte OS trans- mlttir a urn terceuo--a que sena uma repeticSo do artlgo I 866 O,

que d o exlge o emprego de certas palavras para expnmlr o du- p10 tncargo de conswar e t~ansmtthr, como &ssemos.

que ja estavam prevenidas no artigo I 866." '- e niio devern suppbr-se na l e ~ repeti~6es inuteis.

11.-A segunda disposig50 tarnbem nbo pode, por fdrma alguma, conslderar- se comprehendida na dehi$Bo legal de fideicornmisso, porque, se C certo que o herdeiro ou Iegatario tern a obriga~iio de tranmittir OS bens recebidos, em certas e derer-

1 Quando o testador dnpSe do usufructo de certos bens em favor de uma pessoa e da propnedade em favor de outra, ainda que elle empregue as palawas .fcaprohzkdo de vender ou . .

alrenai-a, em reIa~Bo ao pnmelro, estas nEo obngam a ter como fidelcommlssana a disposldo, porque taes express6es se devern suppbr empregadas pelo testador para mais fumeza de que elia so teIla o usufrncto-do que Ihe denxa~a, as quaes, alris, eram des- necessarxas Acc. do S T. de 5 de 1 3 de marco de 1888, (na G q . Re1 Lzsb, anno m, pag. 2&), Acc da Re1 de Ltsb de r7 dre no- vernbro de 1886; do Porto de 8 de novembro de 1887, do S ?. de J de 15 de novembro de 1887 (clt Gaj-, anno 11, pag 731 e anw, 111, p% 13).

2 Alguns codlgos modernos, nomeadamente o de Tessrno (artlgo 3560) e o da Austna (artlgo 610 O, In fine) tarnbem con- slderam como fide~commlssana a d~sposiqIo corn prohtk$o de testar. Nada drz a este respeito o nosso Cod , mas o sr Hlntze Ribeuo (oh. a t , pag 83) entende que taes &spos~cbes se devem cons~derar comprehend~das no n I * do amgo 1871.0, v~sto que a lelngo eruge o ernprego de certas e determmadas palavras para caracterisar o fide~comm~sso, e na p'rohlbiqb de ahmm vae im- -phclta a de testar, sob pena de absurdo - uPols que importaria ao herdelro- accresccnta - o n5o poder disp6r testamentarra- mente se ampla Ihe ficava a faculdade de al~enar, amda mesmo causa morits, por doacfio ?m

NCO me parece que tenha raz5o este d lus t~e escnptor. A pro- hibi~ko de alienar n50 contem, nem se contem, na de testar, an.

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minadas circurnstancias, nso tern a obriga~5o de os conservat- durante a sua vida, visto que ao fidei- commissario apenas o testador destina o que restar da Aerclqa m Iegudo, por morte do herdaio ou le- gcrfmb, confdrme as proprias paIavras da lei, o que se traduz para o fiduciario no direito de alie- nar OS bens. Depois veremos (infra, n- 51) quaes OS

lirnites d'este direito. '

tes as duas se cunc~llam perfeltamenre Pode o testador permitt~r a ahenaciio dos bens deixados e prohibir ao herdelro que d~spo- nha d'elles por testamento, mov~do pela consider aglo de que a ahe- na$o pode ser neccssaaa ao bem estar do hcrdelro, 'para occor- rer 6s suas necess~dades mals urgentes, ao passbque a d~spos~q'ao por testamento, tendo de produwr effe~tos somente depols da sua morte, em nada he aproveltava ]g Antes me parece que aproht- br@o de testm, a ter de mcluir-se em qualquer dos numeros do artigo 1871 ", o seu logar sena no n 20-Mas, em meu entender, mrnl!&nte dlspos~qCo deve conslderar-se pura ou simples, por ser ndla a clausda ou condlcZo de nnEio tesmr, por forca do dts- posto nos artrgol I& q I 740 5 I 743 8 un , J 763 e out~os, do Cod Civ

1 Nlo se acha comprehendlda n'este n 2.O do a r q o 1871.0, no parecer da Rwrsta deLegisla~50 e deJmsprvdencra (anno x v q pag 580) uma dlsposlq5o em que o testador usou d'estas expres- s6es d m o OS meus bens a F , e OS que aznda exlstrrm ao t e m p dasua mortp n C , aporque estas palavras n b p l p l f i r - m a conces- s l o da faculdade de al~enar, rnas slm que o testador q u apenas excluir do fidelcommlsso 0s bens movers ou semoventes que, ou se perdessem, ou esrragassem, ou morre\sem n Mas o S T de J parece firmar doutnna conqaria, em Acc de 9 de dezernbro de 1892 (Ga7. da Re? de Lisb, anno vq pag $16)~ onde ~uigou que se cmprebendra n'aquelle precelto a hspos i~ lo testamentana que chamava um rercelro 6 success80 dos bens que se achasserri i morte do primer0 beneficlado -A nosso )auo, n5o C par uma ou outra phrase lsolada que pode resoher-se corn seguranga a este respeito, antes deve attender-se ao conte~to de todo o tes

I&.-A dispoai@io do n." 3 . O do artigo I 87 I ,O

estg, no d~zer do sr. Hintze Ribeiro, pouco clara e correctamente redigida, podendo dar logar a du- vidas. Se attendennos, corn effeito, somente B Le-

tamento So quando d'elle se depreh~nda cferammie que a m- tenq50 do testador fol conceder ao herdeiro ou legatarm a fa< ul- dade de altennr, $ q'ue a disposiq50 deve classlficar-se n'este nu- meio do arago 1871 " Mas se o testador nada m m declara, alem do que e lnmcado peia Revisfa e S T, deverh entzo attender-se i mtureza dos bens deixados, para reconstrulr o seu pensamento.. E asslm, se esses bens forem movers ou smovenies, 4 accelravel a opmiIo da Revista, pois sendo taes I: ousas, poi sua propria na- tureza, desrrnadas a desapparecer denn o de certo lapso de tempo, e de presumrr que o testador qulzesse resalvar, para uma tal by- pothese, a responsab~hdade do herdelro ou legatario, mas se taes bens forem immoveis, ] h estas conslderac6es nIo procedem, por- que so podem, em regra, sah~r do dormnlo do herdeiro por melo de ahena(.80, e, portanto, B de presumlr que o tesrador, desunando a urn terceiro somenre os bens yue Pmshrem ou se acharem d morte do herdeiro, quelra conceder a este o d r e ~ t o de afienagZo -cabendo, ass]- tal d ~ s p o s ~ ~ B o em o clt n.O 2.0 do artlgo 1871.0

Devem, porem, regular-se por aquelle precelto as d15posic8es testamentarias em que o tesrador detxa o zs~~~frucio dos seus bens, corn o poder de ahenar os que qulzlel, ou de que tlver necessi- dade, a uma pessoa, e mstitue umlx outra para herdeira d'esses bens, ou do que d'elles resrar, pois o facto de lhe permlttir a alie- nag50 d'alguns bens mostra que nIo quiz o testador nomeal-a sun- ples usufmctuarla (c11 Rev, anno m, pag 292) No rnesmo sen- tldo dec~dlu o 5 T de J em Acc de 30 de oumbro de 1883 ( R 0 dos Trrb, anno I[, pag 164, de b de novernbro de 1884 {Rev dos Tnb, anno 111, pag rg5), de 38 de m10 de 1 8 s (GUT da Re2 de Lrsb, nnno IY, pag 1011, de 7 de marto de 1890 (Gu; cit , anno IT, pag 476, e Boil, anno VI, pag. 356, onde o sr h a s Ferreira se rnanifesra no rnesrno senado) Mas em senado contrarlo, por rnalorra de um voto, decldlu a Re1 de Llsboa, em Acc de 28 de junho de 1882 (Rw dos Trrb, anno 1% pag. 169) Coniira mfra, n.O 50

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trash lei--olbsewa elle I--pece que o encarp de p&- a rada ou pens& pesa apmas sobre o her- deiro OM iegatarro instimido pelo testador, quando reaknmte o pensamento do legidador C bem diffe- rente. 0 testador, em verdade, quiz favorecer mais de u r n pessoa successkm&e; estas sGo, pois, de- terminadas pelo mesmo testador, segundo a ordem pela quai lhes ha de ser deferida a mnda ou pen- s5o. Ora se o encargo pesasse a p m s sobre o her- deiro ou legatano, e manifesto que so poderia cum- prir-se tal disposiq50 no caso - pouco provavel quando a renda ou pens50 B vitalicia-de rnorre- rern estes beneficiados primerco que o herdeiro ou legatario. 0 mals natural C que o ~estador quizesse que este encargo do herdeiro ou Iegatario passasse aos seus successores, ate a rnorte dos beneficiados em ultimo logar; e, por assim dizer, urn encargo que pesa antes sobre a propriedade, do que sobre o herdeiro ou legatario NBo sc dando ao n." 3.0 do artlgo r 87 I O esta interpretaqito resultaria que, tendo de ser esta disposi@o inierpretada restri- ctivamente (Cod~go CIVI~, artlgo X r 01, deveria conside- rar-se f6ra d'este preceiro a disposiqb pela qual o testador encawegasse o herdeiro ou Iegutario, e OS sms SUCCESSORES, de pagar a mais de uma pes- sea, mccessivumente, certa renda ou pmsa'o.

Dkste mod0 teriamos a pnmeira disposi550

1 Obr cat., pag 87 a 89

ndla, em regra, peio disposto no a d g a ~ 8 7 r ;" pr., aa passo que a segunda, rnuito rnais latitubnaria, seria vahda-o que, decerto, o legislador n50 qurz.

E pnncipalmente por estas raz6es que ,c) sr. Hrnize Ribeiro assigna ao fideicommisso contido no n." 3,"o citado artlgo I 87 r .%S segulntes ca- racteres:

a) ser constituido em proveito de mais de uma pessoa, successivamente;

b) ser irnposto ao herdeiro ou Iegatario, d o so, ou. a14m d'estes, aos seus successores ate completa reall- sa@o da djspos1~60 testamentaria,

13.-RazGo tern, a meu juizo, o citado escri- ptor quando affirrna que o pensamento do legisla- dor foi incluir no n." 3 ' do prtlgo I 87 r O tanto a disposi~do que imp6e ao herdeiro ou legatarlo, como a que imp6e a estes e a seus successores, a obrigaqQo de prestar a hais de uma pessoa succes- siuarnente. certa renda ou pens&. Isso mesmo se contem nas palavras do artlgo, apesar da affima- q5o contraria do sr. Hintze Ribelro Corn efferto, se deve reputar-se fideicommissana a drsposiqBo que ~mpde ao herdeiro ou legatario a obGgas5o de prestar a mais de urna pessoa, success~vamente, certa renda ou pensgo, clam e que, sendo aquelle encargo irnposto conjunctarnente aos seus succes- sores, a natureza da disposiqgo mantern-se a mesma, porque niio perde, por este facto, nenhum dos seus caracteres essenclaes-continzia a pesar,

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$ e q w d , &re o kerdeira W leg&&, 0 arpmento dosr,. H i n h seria procedente se Q Codgo dissesse: c c p e ~6 imposerem ao herdeiro ou legatario~; mas tal n50 acontece, e ahi estA o principal vicio d'este argument0 ci corttrario smsu, t60 perigoso, e quasi sernpre tdo falso, em direito.

O que poderia discutir-se era se o encargo imposto ao herdeiro ou ao legatario se transmittia aos sews herde~ros, no caso em que aquelle falle- cesse ante5 dos fide~comrnissarios; mas a resposta teria de ser affirmativa, ndo S& pelo disposto no 5 2 . O do artigo I 872.", mas ainda por forqa do preceituado no artigo 1737.' do Cod. Civ., que faz passar aos herdeiros as obriga~6es do auctor da heran~a.

-Mas o que para aqui nos imgorra esl abelecer 6 que tambem o fideicomrnisso previstolem o n.O 3." do artigo I 87 r ." da mesma forma que os men- cionadm nos dois primeiros numeros do memo artigo, estk f6ra do c a m p traqado pelo artigo r 866."

14.-Do exposto podemos 18 conclu~r para a imperfelqio da definic;iio legal de fideicormnisso, que n5o abrange todo o definido. E quando pro- curmos assentar no que por aquella express50 deve legalmnte entender-se, il falta de definigio precisa, niZo poderemos deixar de recor rer, tarn- bem, ao artigo r 87 1 ." do Cod. Civ.

Mas haver& alrtda out= substitu~6es hdei- m~~~lissarias que fu'jrn, por egual, A regra geral?

15.-Alguns escriptores de Direito, baieando-se nos artigos 1473." e 1474.' do Cod. Civ., tern sus- tentado que as substitui~Bes fideicommissarias po- dern ser feitas por doaqgo. Dando por verdadeira uma tal affimativa, e tendo mostrado que urna das caracteristicas d'esza especie de subs~ituifles, de- duzida da definiqso legal, 6 o sermfeitas em fes- zamento, teriamos de concluir, que, alem dos fidei- commissos especdicados no artigo I 87 I .', outros ha ainda reconhecidos pelo Codigo e nPo compre- hendidos n'aquella defini~iio.

Vejarnos, porem, ate que ponto uma tal dou- trina e verdadeira.

X&-Entre outros, sustentam aquella opiniao c;rs srs. Wintze Ribeira e Dias Ferreip. Este Ihni- ta-se a affirmar; aquelle procura fimal-a c m OS

seguintes argurnentos:

a) porque ]a assirn era no Difeito anterior;

porpue a doa~Io corn clawia de pew's& p&z OS mesmos deitos e t permittida, apenas, nos mesmos casos em que o C a wbsritui@o testa- mentana.

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Mas, em msso parecer, simihantes raziies n5o co&etri. Ih facto de ser permittida no DireiW an- tigo, e ainda em Codigos modernos de naq6es ex- trangeiras, a constituqBo de fidei~ornmissos yor doa@o, n5o se segue que entre n6s a rnesrna dou- trina tenha sido estabelecida, pois frequente.~ vezcs o legisfactor se affastou d'efles ao redigir o Cod. Civ. E e ile notar que o sr. Bintze Ribeiro da como assente que no velho Direito se permittia a con- stituiqgo de fideicommissos par doafgo, quanclo o certo e que os Praxlstas n%o estavam de accordo sobre esfe ponto, pronunciando-se ate em sentido contrano o sabio Liz Te~xeira; e das galavras da Ord , L O IV, tit 78, 12 ", onde se define a subsfi- tzriga'o compendiosa, par ece antes dever deduzir-se que eIla tinha de ser fetta em testamento.

E nenhuma C, tarnbem, a f o r ~ a do segundo argument0 apresentado. A doa~iio, comclausula de reversgo, esta longe de produzlr, na mmoria dos casos, os mymos effeitos que a substitui@o Mei- cornmissaria; e, quando em dguns produza esses effeitos, lsso prova apenas que as duas dispos1q6es tCm certos pontos de contacto, +o que n5o apaga as differenps essenciaes e importantes que entre ellas existem I. E verdade que o artigo $473.0 s6

1 A doafIo t! urn sontrtlcto, e sd pruduz effeites quudo accejta em arda do doador; logo, sendo contractantes, de urn lado, o fiduc~arlo e o fideicornmlssano, tEm estes de acceitar, Pelo que respeita ao fiducrarla bem est6, papque ccelta a usu.

permitte a revers50 da cows doada a fm de tercai~os, P E ~ casos em qw Q ~sEPlflfu&a'o tmkw~n- fags e'permittida; mas isto significa, apenas, que o legislador quiz appllcar a este contract0 algumas das dlsposiq6es que regem a substitul@io Mei- comm~ssaria. Dcduzir d'aqui que s8o uma e a mesma cousa n8o C mals Iogico do que o ssria dizer que o regimen dodal e o da cmmunh& He bens sao m a e a mesma cousa, porque &pelle se apphcam algumas das disposlq6es que regem este.

AIem de que a doutrina do Sr. Hintze R i b e h ' leva naturalmente a uma incoherencia, de todo o ponto macceitavel, quando se procura determinar as pessoas que podern ser nomeadas fldeicomrnis- sarios-po~s sendo a substitui@o instiiuida em tes- tamento reguIa, para OS nascituros, o artlgo I 777.O, ao passo que sendo feita por dmq8o regula o ar- tigo 1479.; que, como veremos, estabdece don- trjna muito differente. *

Demais, o Codigo trata dos fideicommissos,

fructo; mes o fidelcomrnissaria o que ha de asfeitar? A proprie. dade? Nio, porque 18 diz o artigo 18% " que elle $6 adquire dr- reito sobre ella 1 morte do fidelcommlttenre. Mas se etla nLo adquire desde logo dirato propnedade dos bens,- em quem reude ella, at6 h morte do doador, ~ s f o que esfe perde logo tal chreito pelo f a c t ~ da doa~Bo, e o fiduclafio SS d q w e o de usu. ~ C F O ? Rced suspenso? - N b pode ser.

OBr. cif, pag. lao, 8 M a t g,* 84,

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ex p f e s s o , nos artigos r 866." a r 874.O, subordi- n a b 6 epigraphe da secqCo v- Das substitui- ~6es-. P i s em nenhum d'estes artlgos se encontra qualquer palavra que auctorise uma tal doutrina; muito ao contrario o Codigo fala sempre em testa- dw, disposi$&o testamentaria, herdeiro, legatano, he- rays e kgodo, e nmca em doador, donatario ou doqta'o-e o artigo 16." do rnesmo Cod. 6 expresso em mandar attender prime~ro que ludo a letra da Iel, quanda esta C clara, como no caso wjeiio.

Por estas raz6es discordamos da opiniIo dos citados escriptores. Que haja em certos casos alguns pontos de conlacto entre as duas dkposi- ~6es, nSio o negamos; rnas conclu~r d'ahi para a sua perieita identidade e o que nos parece inad- missive1 0 s artigos I 866." a I 874.' Go, em nosso entender, os unicos que se occopam das substi- tui~Bes fideicommissarias; e alli o assento proprio da materia, B n'eiles nenhurna referencia se faz aos artigos I 473." e 1474."~ ou a outros que respei- tern a dmqo'es. N5o queiramos, pois, nos, sirnples interpre~es, ir mais longe do que foi o legislador. '

1 N'este smudo esrd o Acc, do S T de j de 47 de fevereir~ de t891 (Dtaro de I 5 ct'oumbro de I@), em que se 18. = .. . nem por eBa {doa@o) fo> rst&bglendo fidelcommasa, o qual P: a d ~ s p sr@o testalrrenirvra, pela g ~ d ~ a l g u m herdeiro L elicamgado de conbervar e transmittlr por eua morte a urn tereerro a beranfa (Cod. Civ , artgo 1866."), e m d ~ t o fontracro ante-nupcial nso ha Brpwir"a t e ~ t a m e n t ~ r r ~ . + , r

17 Rado d'ordem r8 0 legado de usufructb e a S I I ~ S U ~ L E ~ ~ B ~ fide;(ommsa-

rla th, entre SI, grandes analogas, 19. Mas, m geral, nCo podem confund~r-se- O~erengas za No antigo Direrto regras para OS dlstngulr a1 Actuafmente n5o pode admittir-se a mama &ourrina zz Regras para separar, pratlcamente, o legado de usufru-

cto da s u b s ~ r l ~ ~ 6 0 fide~commasarla, no caso parbccu- lar em que as duas 1nstitui~6es podem confundir-se.

17.-Resolvida a prirneira quest50 proposta (supra, no 8); demonstrado, como fica, qne a lei con- sidera fideicammissarias muitas disposi~6es que ndo satisfazem aos Gquisitos deduzidos da defi- 'ni@o Iegal, procurernos agora averiguar se algu- rnas disposi@es ha que, reunindo todos OS cara- aeres alli indicados, como taes n5o devern, toda- via, considerar-se,

18.-0 Codigo Civil, determinando no artigo r 870." que

crnda de reputard 6de1commissa a disposi- t g CO pela qual algum testador deixa o usufmcta r de certa coma a uma pessoir e a pmpkdade a routra*,

leva-nos d convic~ilo de que o pm

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prio legislador reconheceu a possibiiidade de se coniundrr corn a substltui~60 6deicommissaria a disposiqao nos termos indicados, sendo, portanto, de necess~dade acautelar o interprete sobre o pre- ceito de lei appllcavel

E, em verdade, approxirnando as d~spasiq6es dos artigos 1866 O , I 868.' e 1873." e facil~obser- var que profundas analaglas se enconrrarn entre 0 fideicommtsso definrdo no artigo I 866.", e a &S- posi~50 testarnentma nos termos apontados. Assirn e que, pelo artigo r 868.", o fideicommissario ad- quire drreito aos bens deixados pelo testador no moment0 da morte d'este, ao passo que para o fiduciario se transfere o ussfiucto dos mesmos bens ( c ~ t Cod, artlgo 1873 o). Da-se, portmto, 5 morte do testador, na hypothese do fidelcomisso defi- nido no artigo I 866.O, a separa~go dos do~s di- reitos contidos no de propriedade pedeita, que o testador gosava-o dominio direct0 e o dominzo ufdl-passando aquelle para o fideicommissario, e o segundo para o fiduciario.

Qra: se em vez da subsGtuiq3o fideicornmissa- ria, o tesiador estabelecer o legado de usufructo para um, e da propriedside para outro, r&tarn d'esta disposi@o, para os beneficlados, precise mente OS mesmos direltos e okigas6es que resul- tarn d'aquelh subatitl&$~,

Tem o fideicommsso de mr instituida em tes- tament~? Tambem o legado de usuhcto o pale qer (Cad, Qv.? artrg~ z~p~~),

Pesa sobre o fiduciario a obrigac3o de -er- PW QS bens deixados? Egual obrigwo pesa so- @ o usufructuar io fartlgo ) z e ~ - ~ d z e outros).

Incumbe ao fiduciario transmittmi- pew mrde OS

bens fideicomrn~tridos? Mas essa C tambem wna das obrigaq6es do usufructuario ( c ~ t Cod, artigo 2241

n~ e ouwos). ' Onde, pois, as difkren~as essenciaes?

nActualmente a differenqa entre simples usu- afructo e fideicumrnisso - escreveu urn dos mats aabalisados Jurisconsultos contemporaneos-esta c s 6 em palavras.1) ' E desgraqadamente; e bem verdadeira esta affirmaq50, para o caso em que o usufructo seja constituido em testamento, e vita- lido.

Mas casos ha em que a confuQo nlo 6 pos- sivel.

1 O S. T. de J ern .lee & 15 de novembro de 1887 (GUT. da Rd. de Ltsboa, anno m, pag 1 3 c 14) declara que nno usufru- mcto a propr~edade passa b g o para o proprietano, Cod. CIV , ar- etigo rw, no fide~commisso d pieciso que aiguem sela encar- bregado de Ih'a ~ransblmlra; e accrescenta resta circunsrancia 8 a a que propnamente &sttngue b usufftlcto da subsrlnu@o fidel- acomrnissa~ra.n

0 a q o 1869.0 do a t . Cod. mostra, porem, que no fideicom- misso a propardade pas* logo a mone do testador, para o fidet. comm~ssario, pot ~i r tude da propna Ieq nb sendo nemsario cpe o ftduciwo &'a m s m ~ t t a par quaIquer -to seu poi+ inacceiravel esta subtdeza, corn que se prrtetlde fugir I s dzfdcul.< dades da questEo,

8 Sr. Afexandro de Suebra, W Dirtg'to, ana xt, papl 1 ~ 3 ~

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16.-l)e urn modo geral pode dizer-se que o fideicomrnisso e o legado de usufructo ni%o se con- fundem; na entre urn e outro differenqas essen- ciaes importantes.

Facil C apontar algumas; assim:

a) 0 fidelcommiss~ s6 pode ser constitu~do em favor de certas pessoas, nascidas ou por nascer, ao passo que o usufructo pode dar-se em favor de quaes- quer pessoas, slrnultanea ou mccessivamente, corn tanro que existam a0 tempo em que se tornar effectno o direito do pnrnelro usufmctuario (cod

b) 0 fideicommisso so pode ser instituldo em -testa- menro; ao passo que? usufmcto pode ser msti- tuido, tambem, por acto entre vivos e por dlspo- si@o da lel (Cod a t , artigos 1866 e a r g e )

S) 0 fide~cornmisso n k pode ser insutu~do ate certo tempo, pois o fideicommissano so roma conta dos seus bens por morte do fiduc~ario; ao contrario, o usufructo acaba, nSo so peia rnorte do usufru- ctuario, mas tambem chegado o t e m o do pram poique o usufructo foi consnstitddo, quando n5o d wtallcio (Cod. Clv., artlgos 1866.0 e azqr.n).

d) 0 fideicmmisso niio pode abranger bens fungiveis; ao passo que o usufixcto sim (cod. Qv. artigos 1866,~ e Z Z ~ . ~ Vld, supra, nmD 4 e segu~ntes).

Do exposto resdta que se h legados de USU- reunindo todos OS ca~acteres da substi-

tuiqao fideicommissaritl, autros ha, pelo contrario, que corn elk nlo padem, por formn alguma, con-

fundir-se Para nada irnpofta trabr aqui dos se- pndos; urge, porem, estabelecer 0% rneios de Qis- tingutr OS primeiros das subst1tu1q6es fideicom- missarias.

20.-Bern salientes eram no antigo Direito as differenps legaes entre o legado de usufructo e o fideicornm~sso. n'aquelle a p~oprjedade dos bens passava, logo ii morte do testador, para OS her- delres instituidos, por fonna que, embora estes morressern antes do usufructuano, para OS seus successores passavarn, rnorte d'este, OS bens usufruidos; ao passo que no fideicornm~sso a heraqa somente se abria para o fideicomrnissa- rio 5 morte do herdeiro ou legatario gravado ' 0 Cad. Civ veio, corn o precelto do artlgo I 868.",

. apagar este importante subsidio para a distincqiio entre as duas d~spos~@es, a esse tempo jl dlffi- =is de extremar praticamente, tornando quasr impossivel, hoje, a distinc@o na maiona dos ca- SOS.

Na Gaqeta dos Tribunaes aconselhava No- gueira Pimentel que na pratica se guardassem as

1 LbbSo--Nolas a Meilo, torno v, D ~ s s vn, 6Su, Acc. do S T de 5 de 8 de junho de 18q6 (Ga~eta dos Tnbunaes, anno v, n 733)

a Anno vlr, pag 890. Estas regras s'ao dadas tambem por Lo- b lo na Dzssertapk vri, $5 %P e 95.0

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seguintes regras, em todo o caso &to arbitm- rias:

~Quando o testador principia deixando OS

a bens, o herdeiro C proprietario; e quando pnn- acipia deixando o usufructo, 6 stmples usufru- uctuano, Quando a mulher P1 mstitu~da herdara ade pnncipio, ainda que d e p o ~ se diga que e upara ser usufructuana em sua vtda, deve jul- egar-se herdeira proprietaria; porque tendo ella ccsido ~nstiruida herde~a de psmcjpio, a expres- as50 de usufructo accrescenrada depois, 60 si- cgniEica v~stualmente sago a pprohib~$lo de she- unar.~

A redaceo da Gaqefa foi ainda mas longe, accrescentando que d devia-errtender-se que o pri- metro norneado era s~mples usufructuario, quando o testador Qspozesse da propriedade em beneficio de urn segundo herdeiro.

$81.-Taes regraq porventura admissiveis no antlgo Direito e facilmente explicaveis pelas ideias do tempo, n5o podemos hoje adoptd-as em vista do disposto nos artigos 175 r ." e I 76 I .O do Cod. Civ. que permittem ao tesrador usar de quaesquer express6es para declarar a sua vontade, que C a regra suprerna na interpretasso do testamento. E quando n5o o prohibissem as disposip5es cita- das, deviam embara~al-o as considera56es ou- tr'oraapresentadas j& por LobCo, e que ainda hoje,

alpesar d o s progresses da nossa edade, th urn grande cunho de verdade:

aOra OS testadores, OS escriptores Be seus atestarnentos, os notaries, sb commurnmente ridiotas que ignorarn a forqa ou aaepgQo jurjdica adas palavras, corn que escreveml Quantas ve- azes nCo tenha eu encontrado clausuIas mutua- amente oppostas e contradictonas; jd ind~cando usimples usufructuario, ji i herdeiro gravado, o acoquge sobrevivo, e conjecturas por uma e ou- atra partk, que causam perplexldade. 4

Ora desde que as cousas, por desgraqa n o s s a~nda hoje correm pelo d o que Lobgo as pinta, facil 6 calcular as enormes, quasi msuperaveis, dtfficuldades que pratlcamente h80 de offereer-se na interpretaGo das differentes verbas testmen- tarias que contenham duas l~beralidades simulta- neas. Por unico criterio ternos o preceito do artigo I 870.'~ combinado corn o artigo I 866.O,. . . accen- tuando que a differen~a entre as duas instlt&Ges e simplesmente de palavras!

E n5o se cuide que 6 negocio de pequena im- portancia o class~ficar uma dada disposiq&o como fideicommisso ou como legado de usufruct~; ha de ver-se no decurso d'este trabalho, que tal distincq50 6 de uma enorme importanoa, porque arrasra' corn-

1 Notas a Mello, Liv. v, Dtss vu, $ 75 * e seguintes,

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sjgo, em regra, a validade ou nullidade da dispo- si~Go.

22. - Manda, par urn lado, a lei (amgo IQOQ) que 1160 se repute fideicommisso aquella disposi- $50 pela qual o testador deixa o usufructo de certa cousa a uma pessoa e a proprledade a outra; e por isso sempre que no testamento se use das pa- lavras userfiqfo ou usu~ructuario, referidas ao pri- rneiro nomeado, ou se disponha, & 1150, da pro- prledade em benebcio de tercelro, tal disposiqBo &eve ser havida por Eegado de usufructo, e nunca por Jideicommisso, porque usufructo e tideicom- misso exprimem ideias Iegalmente ~ncompativeis

Manda, por outro !ado, a mesma lei (art1.0

18660) que se consldere fideicomrnissaria a dis- posiq5o pela qual o herdelro ou legatario e encar- regado de conservar e transrnittir por sua morte a urn rerceiro a heranqa ou o legado; e por isso se o testador faIa de Iterdeiro ou legaiario, e em seu favor disp6e de certos bens, que por morte d'elles destina a terceiro, sirnilhante disposiggo dever~ considerar-se fideicommisso. '

Mas guando o testador emprega umas e ou- tras express6es refendas ao rnesrno indviduo, como, por exemplo, se elle diz ((laomeio HERDEIRO

1 Diretto, anno XL, pag rzz, e anno xvm, pag 18

be todos OS mms Jens Q 'Paulo, p e d'elies terd o USUFRUCTO e?nquanIo PIVO, e POP sua m f f e OS trans- mzttirci a Pedroa quid juns?

E este o ponto mals rnelindi-oso da questgo. Attendendo simplesmente ao disposto no artlgo 1866 *, e clam que ha aqui urn verdadeiro fidei- commisso; mas reparando no artigo 1870." esta dlsposi$o pode tambem considerar-se como le- gado de usufructo.

Por qual das duas oplar?

Parece-nos que n'este caso devera conslde- rar-se a d~sposi@o como legado de usufructo. 0 artigo & O, em caso de duv~da sobre a inter- pretaciio da disposigiio testarnentarja,rnandaobser- var o que parecer rnais ajustado corn a vontade do testador. Ora a intengo d'este, foi, indubita- velmente, beneficiar os dois nomeados, urn corn o usufmcto e o outro corn a propriedade dos bens; e corno. em regra, o fideicommisso C nullo, e o legado de usufructo valido, deve classificar-se a verba por esta ultima forrna, que C o mais seguro melo tie real~sar a vontade do testador. '

1 N'este sent~do o entendeu tambem a Re1 de Llsboa em Ace d m ~unho de 1882 (Rev dos 7t-16, anno E, pag 1%) e de 1'7 de novembro de 1856, este ~recedrdo de uma tengCo rnulto desenvolvida e notavel do juu Soare! (Gq. da Rel de Lrpb , anno U, pag 731 e $egumtes), Acc aa Relac50 do Porto

3

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Invaiidar uma disposji$o testamentaria nas cvndic;6es apontadas seria, em grande numero de casos, tornar o testador responsavel peia ignoran- cia do tabelligo, a quem as nossas lels confiam attribuiqties de enorme importanc~a e responsa- bilidade, sem comtudo Ihes exigir urna illustra- g50 correspondente. ' Seria loucura lmaginar que -o testadw, pdendo satlsfazer os seus desejos corn o legado de usufructo a urn e de propriedade a outro, fosse Lnstitulr urn fideicommisso, cuja nul- lidade conhecia, pois a ignorancla da lei ngo se presume.

de 8 de novembro de w e d o S. T de J. de 13 de m q o de 18% (at. GUT, anno r q pag 2061, de IO de feverelro de 1892, ( a t - GUT, anno vi, pag 284)) de IZ de maio de 1885 (Boil c a , anno 11, pag. 503 e Rev dos T..lb, anno v15 pag 3), h a s Fer- reba, Bd@irnr dos Trtbunaes, anno 1, pag @ I e segwntes, anno n, pag % r e segumtes

1 Alnda hole em rnultas terras de protlncia o tabelliHo de noms e de uma sup1na lgnorancla, e mais vaidoso do que %no- rante Raro d o dla em que aos tnbunaes n50 B levado algum plelto o r i p a d o na m6 redacq50 de escnptura ou testamento pu- bhco, e nHo poucas vezes a lnten~go das partes 6 completamente escondida por detraz de phrases contradlctwlas e por vezes mm- tellrglve~s Apesar d'isso, se alguem mals cauteloso pede a pessoa versada cm leim a mmuta da escrlptura ou testamento, tern mul- tas vezes o de5pazer de ver a sua mutdai5o por parte do ta- b ell150

A reforma do nosso tabelhado est8, pois, rornando-se rnedida

z L Cnhca da definl~lo legal Doutrlna da Ord ; quest6es a que dava logar.

24 Defirucb de Lopes da Sdua, cntica 25. 0 que deve considerar-se substitui~Eo,fide~commffsaria

I face do nosso Cod Clv 26. Trans1;b

23.-De tudo o que fica dito 6 for~oso con- cluir que a defini~go de fideicommisso, apresen- tada pelo Codigo no artigo 1866.", C de todo o ponto imperfell a:

a) porque ngo abrange todo o definido ( 5 =*); b) e porque abrange rnals do que o defin~do (5 3 0 ) .

Teremos, pois, de entrar em considera$Zo, quando tratarrnos de averiguar se urna dada dispo- s~@o e ou ni5o fideic ommissaria, 1150 s6 corn o pre- ceito do artigo 1866.", mas ainda corn o dos arti- gos 1870." e I 87 I ." E pela combina65o-d'estes tres artigos que tern de determinar-se o conteudo da substitui~iio fidelcornmissana.

A definigCo do Codigo resente-se do Direito previgente. Ahi a definiqzo de fideicommisso tinha stdo pedlda ao Direito romano, de onde foram co-

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piadas, quasi fieImente, para a Ord. Filippina (L IV, ta0 87) as disposiq6es relauvas a esta materia, sobre a qual nada se encontrava tanto na Ord., como nas demals leis anterrores. '

A propria definiciio qae Coelho da Rocha nos apresenta " e tirada de Waldeck (g 41j0), e corres- ponde, corn pequenlssima dtfferenqa, quanto a fbrma, & do Codigo Gvil.

No 5 12." da cit. Ord. encontra-se ass~m defi- nida a subsh'tuiq60 corrapendaosa, que na op~n~Co dos reinlcolas corresponde 6 substituip50 fideicommis- soria:

cc C a que urn testador faz eo herdeiro que insb- cc tu~u, quando quer que elle faiiecer* . A f6rma U em que se faz e esta- znsfztuo por meu herdeiro a a Pedro; e gjtando quPr que elle fallecer, ou a depois da sua morfe, oou por sua morte, sefa U hadeiro Paul0.r

Na interpreta~a'o d'este preceito algurnas du- vidas se levantararn, jA para averiguar se as pala- vras da Ord eram essenclaes a exlstencla do fidei- commisso, ja para assentar se era ou niio permlt- tldo estipular certo praso a transmiss5o dos bens fideicommettidus.

Mais geralmente segulda, quanto A primeira questdo, era a opinigo que considerava as pala-

1 Coelho de Rocha, I m de Dtr. Ctv~l, 5 562 ", not a Obr a t , $

vras da Ord. meramente ex empIificauvas; e quanta 5 segunda, ainda que Coelho da Rocha e Liz Tel- xeira se lnclinavam a que o auctor da heranqa p- dia assignar ao encargo de transmhtir os bens herdados o praso de morte ou oudro qualqu~r, era geralmente adoptada pelos nossos jur~sconsultos a opinl5o de que $6 por rnorte a substjtuiqgo po- dia ter logar.

Coma jB se dlsse, a mesma doutrina se estabe- leceu no nosso Codlgo.

24.-N'um importante trabalho de jur ispru- dencia, ainda em pubhcagio I, dcvido a penna de urn rnagistrado intelllgente e trabalhador mcansa- vel, o fide~comrnisso e definido pelas seguintes pa- lavras:

a subst~tuyi%o de herdeiros m segundo grau, a corn clausula de transmiss60 e prohib~gGc, de U ahenar. D

Esta dehi@o-que tern de ser dhada por urn prisrna dlfferente da anterlor, pois ao passo que aquella foi estabelecida pc10 legislador, esta pre- tende ser deduzida da doutnna do &digo sobre a materia-tambern se nos afigura completamente inacceitavel.

1 Repet-torzo Jundz~o Portugue?, por Antonio Joaquim Lo- pes da Sllva, verb.$deicommtsso.

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Em primeiro logar e confusa; por ella 1160 pode fonnar-se ideia do que realmente seja fidei- commisso Depois e incompleta* a) o artigo I 866.", e outros, rnostram que a substitui~50 n5o e sd de herdeiro, mas tarnbem de legatarjo, e a defini~go apenas falla d'aquelle; b) a clausula da rransmiulio falta, tarnbem, em alguns fideicornmissos (artigo

1871 4 no 3 *); C) e da mesma fdrma a prohrbiq50 de alierqr nCo apparec e em alguns (cir artigo r 871 O, n 2 O)

N'estas condq6es a definr~do do sr Lopes da Silva, rnoldada evidentemente gela de substituiq50 (em g e r q apresentada pela Ord. (L IV, 1 87 p' 1, e que visava, decerto, a corr~gir as lrnperfet~6es da de- finiqEio legal, n5o e menos lncorrecta do que esta, e tern, consequentemente, de ser posta de parte.

25.-Como definir ent50 fideicornmisso? Nem sequer o tentarernos, ttio certo estarnos da impos- sibilidade de o fazer, e, porventura, da inutilidade do nosso esfor~o. 0 que nos importa e conhecer que disposiqo'es a lei considera taes, e lsso resulta naturai e log~camente do que fica escripto nas pa- ginas antslores. Em nosso entender sd devedo considerar-se fidei~omqi~arias~a~s~Hr~posi~6es ies- tarnentarias comprehendidas em algum dos s s guintes numeros:

1 .O) Que conti verem prohibi; b de alienar; 2 , O ) Que chamarem urn terseiro 80 que restar da hem

ranga ou do legado, por morte do herdeiro ou do legatano;

3.7 Que imposerern ao herdelro ou ao Iegatario, (SO, ou

conjunciawenle aos ssus succemoresj, o encargo de prestar 3 ma~s de uma pessoa, successlvamente, cena renda ou penslo;

1.3 e, emfirn, todas aquellas pelas quaes algurn her- delro ou legatano e encarregado d e conservar e transmlttir p o r z a EoftkZi um rercelro a heranqa ou o legado, e que niio devam repurar-se legado de usufructo a urn e de propriedadQa outro. i

A extensgo de cada urn d'estes numeros jd procuramos determinal-a precedentemente; qual- quer d~sposiqiio que aqui n5o calba, de modo al- gum deve considerar-se fideicommissaria. S6o es- sas, e s6 essas, porque a lei de excepqgo 6 de lnler- preta~go restricts (Cod Clv , arago I 1.0).

28.-Duas siio as enridades que, em reps, entram no fideicommisso-o herdeiro ou legatario, que usufrue OS bens fideicommmldos, e ao qual a lei chama fiduciario; e o jfideicommissario, que B aquelle para quemos mesmos bens passam A morte do primeiro (Cod. Qv. arugo 18680); e dizemos em re-

i Amda que, aa censura do dueito, as stsbsh'tuig&s de usu- fructo nn'ao deveriam ser reconheadas 16 n 0 54,-3) nota I), em vista do preceito terrmrtsnte d~ ~ o 1 8 7 0 , 4 mfine, do Cod. Clv., n b podernos-deijiar-& as"i''lur sguz

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g m , porque no fideicommisso mencionado em o n." I ." do ar tigo I 87 r ." apenas entra uma entidade, que C o_fiduci~rzo. Em todos OS outros fideicom- missos a extstencia das duas entidades-fiduciario e fideicommissano-6 indubitavel, e a saa nomea- $50 depende da vontade do testador Mas nem sB d'esta; de# **ern da lei, que s o permitte a norneaqgo de pessoas comprehendidas dentro de certas categorias, n'ella expressamente estabele- cidas. Deniro de cada urna d'essas categonas B que a vontade do testador se exerce hvremente.

Vejamos, pois, quaes essas categorias sejam, e a que outras condiq6es deve satisfazer a substi- tu~@o fide~commissaria para que deva cons~de- rar-se valida.

Esse serd o object0 do capitulo seguinte.

CAPITULO I1

1," -Dos q~ podcm institair fideicfin~mlssos; Iimi;as d'esta fafi!!lb.de

27 As duposlcfies fide~commissarras do, em re~r-aaua,$&s_- 28 Todos OS que pode$ testar podem lnstilulr fidelcom-

missos, quaes as pessoas que n5o podem testar. ag. TransiqBo.

27.-Ao cantrario do .que acontecia na nossa velha legislaq Go que, dentro de certos graus, pro- curava validar quanto possivel as substitui~6es fideicommissarias, o Codigo Clvll consigna nos aI-

tigos 1767.' pr e 1871 ." pr. a regra geral de que sLfo nullos OS ~ d e z ~ o m a s s o s ,

SB, pois, excepcionalmente, as substitui~6es fideicommissarias s&o permittidas-principio este que n5o devemos esquecer na interpreta~go das Jifferentes dispos~qbes legaes relativas 8 materia.

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28.-A primeira condig50 para a validade dos fideicommissos C que tenham sido instituidos por pessoas legalmente capazes de o fazer.

Mas quem sCo essas yessoas? Ngo o dlz o Codigo n'esta secq50, mas n5o 6

difficil determinal-as. Como precedentemente de- monstr6mos I, a substltui@io iideicommissaria tern de ser feita em testamento; e como nem todos tGrn capacidade para testar, segue-se que tambem nem todos podem institulr fideicommlssos. 0 Cod~go designa, taxativarnente, no ar tigo r 764.' as pessoas que n5.0 podem testar, e , consequenterneiite, OS que n5o podern estabelecer fideicommissos. SBo:

I.") OS que n6o estiverem em seu perfeito juizo; 2.7 OS condemnados nos termos do artgo 355.O; 3.") OS menores de 14 annos, de urn e outro sexo; 4.4. as religiasas profyigquar&zse-nih secdarisa-

l rem, ou as suas cornmunidades n b forern suppn- mldas.

Todos ss que h20 estiverem nas circumstan- cias indicadas podem lnstttuir fid-issos, na park disgonivel dos seus bens, como expressgmente declera o n," ,"o artigo 1867.'

A determinaqga 'd'esta parte dos bens do tes- tador depende das condig6es especiaes em que se

encontra. E assim, se elle river ascendentes ou descendentes em linha recta, apenas pode dispor do que se nCo reputar le@ima d'esses parentes, isto e, de metade de seus bens no caso de sb ter ascendentes, que ngo sejarg. pae ou mge, e da teqa parte em todos OS outros casos

Quando nrio tenha ascendentes nem descen- dentes, pode dispor da totalidade de seus bens, e, consequentemente, ~nst~iuir corn elles fideicom- miss0 (Cod Civ, arugcs 17@, 8 un, e 1787.0).

29.-Indicadas assim, summariamente, as pes- soas que podem instltuir fideicornm~ssos, e os li- mites d7esta faculdade relatlvamente B sua fortuna, segue-se, Ioglcamente, averiguar agora em favor de que pessoas pode ser instltmdo7 E corno no fi- deicommisso figuram duas entidades, o fiduclario e o f i d e m ~ s s a r i o , a questdo decompo'e-se na- turalmente em duas:

a) quem pode ser nomeado fideicommissario 2 B) quem pode ser nomeado fiduuany?

De cada uma d'eilas nos rsccuparemos succes- sivarnente.

I Supra, cap. 1.3 5 btd

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$ 2.'-Dos qne podeln ser fideiti!lfimii;uios

30 RasLo d'ordem 31. Excepfdes ao pnncipio da nullidade 32. As excepqGes estabelec~das em OS nos I * e z do ar-

t ~ g o is670 sEo appllca~~els em todas as ekpeclrs de fideicomm~ssora esrabeleclda no arugo 18720 6 so- mente apphcavel ao fidelt ornrn~sso regulado pelo n * 3 do artlgo 1871 * Opml6es em sentido contrario

A) OS netos 31 Se o testador tern de nomear todos OS netos, ou pode

nomear someate alguns d'elles, ou algum, fide~commis- sanos'Doutnna do Cod Clv Francez

34 Opin~Lo do sr Hintze Rlbeiro, refutaqiio 0 testador pode nomear todos, ou parte dos seus netos, fideicom- rnissarios E) 0 s aobut~hos

35 0 testador pode nomear fidemmrssanos, todos ou sd alguns dos seus sobri&os, filhos de ~rmEos, e ranm dos naddos, como dos por nascer.

C) Adtgentes, rapartgas pobres e pessoas mopaes. 36 RasBo d'ordem. -

37 Quando o testador nIo indica quaes os indgentes e ra- parrgas pobrcs que desela beneficlar, nern d,4 ~ndic~os por onde possam derermmar-se, pertence ao fiduciario a escolha.

38. 0 testador pod€ dlspor tanto em favor de W, como de muitos ~ndtgentes ou raparigas pobres.

39 0 a d g o 1872 8a perte relativa aos estsbelec~mentos de mera ut~l~dade publ~ca, conslgna uma excepqb ao n 0 3.0 do artigo 1871.0 Oplnido contrand do sr. Hlnlze; sua refuta~Eo.

40 Em favor da Egreja tarnban pode instrtulr-S; o fidei- commisso regulado pelo n o 3' do artlgo 1871.0 Opi- n15o contraria do ST. Hl~ltzej sua refutagzo.

41, TransqZio.

30.-Para que urn individuo possa ser vali- damente nomeado fide~commissario e precis0 que satlsfaqa a duas ordens cle condiq6es. umas que sgo communs a todos os que adqulrem por testa- mento; outras que 550 especlaes ao ficteicomrn[ssa- no. Acharn-se as prlmeiras e~tabelecidas nos art~gos I 767,' a 1783 " do Cod Clv.; as segundas encon- tram-se estabelec~das nos dois nurneros do amgo I 867.' e ainda no artigo 1872."

NBo cornporta a natureza e exlguidade d'este trabalho o estudo d'aquellas; apenas cuidaremos de estudar a que outros requ~sitos subordina a lei a validade do fideicommisso, quando o segundo beneficiado e capaz, a face da lei geral, para ad- quirir por testamento

31.-Nos termos dos artigos X 867 O , n."" r.O e 2.", e I 87 2 ' do Cod. Clv s6 dev em reputar-se va- lidas as drsposiqbes fideicommissarias

1 Se a testador twer felt0 d ~ ~ p o s i ~ i i o fideicommissa~la em beneficio dos seus herdeiros, sem OS 4eslpar especdcadarnente, tal dnposlf50 sera valida em relai.20 aquelles que, por lel, deviam succeder-lhe a6 rntestato, se estiverem comprehendldos em al- guma d'estas excepcfies E asslm, se houver ~rmlos do testador, c Mhos de ~rmLos, sd estes succedem, porque $6 estes podem ser fide~cumrmssanos Acc do S T de J de 14 de marfo de 1890 (Gay. da Rel de Lrsb , anno [v, pag 533 e Boll , anno vr pag 377), - doutrlna rambern accelra pelo sr Dlas Ferrelra, na crlrlca do mesrna Acc.

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I) sendo feitas por pae ou m$e, nos bens disponiveis, em proveito dos netos nasados ou por nascer;

2) sendo feitau em favor dos descendentes em pnmeiro grau de irmgos do testador;

3) seado institutdas (quando conslsrarn em prestaq6es) a fa- vor dos ~nd~genres, para dote de rapangas pobres, ou a favor de qualquer estabelec~mento ou funda- gb de mera utrlidade pubiica, consignado-se este encargo em ces tos e determ~nados bens.

Cumpre, porem, averiguar se estas excegfles ao principto da nullidade dos fideicommissos se applicam, por egual, aos definidos no artigo I 866." e aos especificados no artigo I 87 I .", ou s6mente a algum ou a l p n s d'eles.

32.-A collocac$o das materias por urn Iado, e pelo outro o modo como se acham rehgidos al- guns artigos do Codigo, principalmente o artigo I 872 ', parecem levar B condusZio de que as duas pnmeiras excepq6es apenas se referem aos fidei- commissos contldos no artjgo I 866.", ao passo que a terceira -e n'este ponto nfio me parece que pos- sam levantar-se duvidas- se refere exclusivamente ao mencionado em o n " 3." do artigo I 87 I "

N'este sentido se pronuncia o sr, Nlntze Ri- beiro '; mas o commentador, ampl~ando ou escla-

1 06r c l t , pag 222, nota 1 rr o artlgo 1867 ', nos n O8 I e n L q relermdo-se ~xcIusivamenre gs msmui56es fide~cornm~ssa-

recendo no volume 5 . O da sua obra (pag 435) o que sobre cstc assumpto precedenternente escrevera, d5 como assente que as excepqdes do ar tigo r 867.O tarnbem se referern aos fideicomissos do artigo I 87 1 +B, visto fazer applicaq50 d'aqueile preceito a utn dos fide~comissos espeaficados n'este ultimo artigo I.

Esta nos parece, tambem, a doutrina mais ac- ceitavet. Corn eff eito o artlgo 1 867."diz, de urn modo geral, que sdo validas, nos do~s casos all1 apontados, as substitui~6es~deicornissar~us; e tanto s6o subshtmfies lideicommissarias as menciona- das genencamente no artlgo 1866." como as es- peciticadas no artigo 187r ." Seria, alem d'lsso, absurd0 que o Codigo perrnittisse ao testador, no artigo r 867." o dispor dos seas bens em favor de urn tercelro, para que este OS transmiltisse, por morte, a urn sobrinho ou neto do mesmo testador, e viesse, pouco depois, no artlgo I 87 I ." n " 2.", pro- hib~r-lhe o deixar aquelle mesmo nero 011 sobrinho apenas urn# parf~ dos seus bens-o que restasse d'elles a morte do fiduciario Permittiria o rnais, e prohibiria o menos !

rrlas definrdas no artlgo 1866 O, permltte tZo so, nas restrlctas hy- upotheses que mdzca, as fidelcommlssos ordmanos, que contern 40 encargo de conservar e transmfhr *

1 No mesmo sentrdo o Acc do S T de J de 7 de rnarGo de 1830 (GUT. da Rd de L s 6 , anno W, pag 476)

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E n5o seria menos discordante dos principios que o legislador adoptou n'esta rnater~a, e quc do proprio artlgo I 867." se deprehendem, o permit- tir-se a0 testador legar a urna pessoa certos bens, corn o encargo de prestar a terceiras pessoas, es- tranhas hquelle, urna pensgo ou renda, e prohibir- lhe o beneficiar corn essa rnesma pens50 urn neto ou urn sobrinho. Sena desacatar, n'um artlgo, as relaq6es de parentesco, em homenagem 8s quaes, indub~tavelmente, se estabeleceram, n'outro artigo, as excep~bes ao prlncipio da nullidade dos fidei- commjssos

As propi- as palavras do artigo I 87 I ." v6m ainda confirmar esta opinigo Corn effeito, precei- tuando o Cod que as disposiq6es n'esse artigo es- pecificadas serCo havidas por fidercomm~ssanas, e corn taes prohibzdas, q u z decerto srgn~ficar que slo prohlb~das nos mesmbs casos em que o ss0 as demais substitui$6es fideicommissarias; isto e: nas condi~bes aponladas pelo artlgo I 867 "

Alem de que, sendo, como geralmente se acre- dtta, raziio determrnante do artigo I 87 r ." o receio, por parte do legdador, de que as disposip5es aqui mencionadas n5o reunissem OS caracteres aponta- dos pelo artigo I 866 " aos fideicommissos, e, conse- quenternente, ficassem fura da prohibiqb para es- tas estabelecida no artigo I 867 " pr I , e manifesto

1 Vela o Lltrezto, anno xi, pag 122

que a sua prohibiqfio nlo abrange os casos exce- ptuados no citado artigo 1867.", n."" ." e 2.", pois seria isso crear para certas substitujq6es urna si- tua@o excepc~onal, que m250 alguma justifica.

E m nossa opin150, portanto, a regra geral da prohibiqiio dos fideicommissos, estabelecida nos ar- tigos I 867.O pr e r 87 1 ." pr soEre as excep~6es menclonadas ern as n."' r e 2P do cit. artrgo r 867.' e no artigo r 872.'- sendo aquellas appli- caveis a todos OS fideicommissos reconhecidos pela lei, e esta apenas ao n." 3.' do artlgo I 87 I.", como da sua propria natureza se deprehende, e a lerra expressa da lel o ensina '. Por este modo o fideicomrn~sso regulado em o n." 3 do artigo I 87 I ." 4 perrnlttido em tres casos, ao passo gue todos os dema~s sb em dois casos o s5o 2.

33.-Diz o n " I." do artigo 1867." que e va- lida a substituiqZo fidelcommissarla quando felta por pae ou m-e m favor dos lzetos lzascidos ou por nascer . 0 modo porque o Codigo se acha redigido e

1 0 Btraro (anno n, pag 580) em resposta a urna consuita, rnanifesta-se no mesmo sent~do, relaiivamente ao fideacomrn~sso do n 2 do artlgo 1871

2 Veja mfra, n 48 O, uma restriccIo a este prlnciplo 4

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o seu confronto corn oeCod. Civ. Francez, que lhe foi fonte, derarn jk Iogar a uma importante ques- tGo, que convern analysar. E a seguinte:

Diqendo o Codigo cos NETOSD, qae- re?-& significar gue, para a validade do fideicommisso, fenham de ser nomeados ~deiconzmissarios TODOS OS NETOS, ou bas- tara que o s& apenns a l p m oz~ a l p n s d'elles, d vontade do testador?

0 artigo r 050." do Cod. Civ Fr. que foi, como dissemos, fonte do artigo 1867." do nosso Codigo, estabelece a doutrina de que tern de ser nomea- dos todos os netus do testador, nZo sd OS JA nasci- dos, mas ainda os por nascer, pois diz

G . a . U U P M -

~ $ t de tous les enfants ~ z k s et c4 naztre du q w i , a suns exception n i pre fwence d'ige ou de sexe. D

DeverL admittir-se a mesma doutrina em face do nosso Codigo?

34.-Pela affirrnativa se pronuncia o sr. Hin- tze Ribeiro, baseando-se, principalmente, no con- f r o n t ~ do nosso Cod~go corn o Francez.

cr Convencemo-nos-diz elle -de que o legis- dador portuguez niio quz desviar-se do espirito ad'esi e ardgo I o~o.", rnas apenas desejou slrnpli- ccficar-lhe a redacqiio por julgar que OS terrnos ((em ccproveifo dos netos nascn'dos e por nascern, mera

c( synonimos de ccfodos OS wfosa. Ora , sendo assim, t(nCio pornos duvtda em dizer que identica intelli- ((gencia se deve assignar ao n." 2.' do artigo r 867.", ccpois que OS mesmos motivos mllitarn para urn aque para outro preceito.~) '

Menos verdadeira se nos afigura, porem, si- milhante doutrina. Do confronto entre os dois co- dlgos resalta claramente, n lo a doutnna perfilhada pelo Sr. FIj&ze Rihriro, rnas a contraria. Corn effelto o facto do nosso legislador redigir por modo diverso o n,' I do a i g o 1867, significa eviden- temente que o seu proposito f o ~ estabelecer tam- bem doutrina diflerente da do Cod. Francez, e se C certo quc a primeira parte do cltado numero po- dia, pela sua generahdade, auctorisar a opinigo de que o legislador se quiz refenr a todos os neto~, ndo e menos verdade que a ullirna parte-nascidos ou p r nascer - veio restringir aquella,"lirnlrando a sua extensgo pelo ernprego da conjunc~ho drsjun- c.tiva ou. em I6gar da copulativa E, usada no Co- digo Francez

E em abono da nossa opinigo vem alnda a cir- cnrnstancia de nQo ter sido estabelecida na legis- laq$o patria a doutnna cons~gnada no artigo I 0 5 I ."

do clt. Cod Civ Fr. que chama A success50 do pae, pelo drrelto de representa~b, OS filhos de qualquer dos netos faliecidos em vida do testador

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-que 6 a coosequencia logica de serern chama- dos todos as netos.

E, por isso, convicq50 nossa que c, testador yode msmrur o fideicommisso, tanto em favor de UIQ neto s6 corno em favor de todos, quer nas- ctdos quer par nascer, corn a mica restric~50 que deriva do artigo r 777.'-o serern vrvos OS paes, ou algum dYeiIes, ao tempo da morte do testador. '

N'este sentido o entende a jurispmdencra.

3b. - Menciona o n." 2." do arligo i 867.' a segunda categoria de pessoas que podem valtda- mente ser nomeadas fideicommissarios silo OS des- cendenles m primeim gruu de irlt.t&os do testador. 0 confront0 d'este, corn o n." i P do mesmo

artigo, mostra que o legislador omittiu aqui as pa- lavras finaes do n.* r .' - nascidos ou por nuscer.

1 0 sr. Hlntze Rlbelro, sustentando que o fidelcommlsso pode ser lllsntuldo por doacb, vEse forqdo a estabelecer n'este ponto urna distincqZo, que tornarla o Cod incoherente.-*Ern con- sequencia d'lsto, &remo\, argumentando por analogs - escreve elle-que se o fidercommisso for const~mdo, em favor dos netos, por coavenc50 Inter vtvos, Ihe C appllcavei a d1spooq5o do arugo 1459.~~ senda mrster para a sua val~dade que OS fidercommissarlos extsram, phys~ca ou jundicameme, ao t h p o em que a conren$iio se vmficar. Se, pelo contrano, s~milhante bde~commlsso & wro- gad0 em tesiamento ou doacio causa morLts, tern entio pleno cabmento o d~sposto no art~go 1 7 , 7 ~ , e s6 ha necess~dade de que 5s fide~r ommrssanos estejam concebzdos quando o restador tnowm U 067 at, pag. 120 Confira supra, 11 16.

D'aqui se originou a quesliio de saber se o propo- sito do legtslador foi firmar doutrina differente da do n.' I.", ou se, ao contrario:

podem nomear-se Jideicornmn'ssanks os descendentes m pri- meiro graza, aindu por nascer, de t&os do testador?

A este respeito e uniforme a jurisprudencia em affirmar que o n." 2.' se deve considerar suhordi- nado ao citado n." .Qo amig~ ~ 8 - 6 i e, por con- sequencia, que as palavras laascldos ou por nascer, n'este empregadas, t m o se applicam hypothese n'elle preventda, como a do n." 2."

E corn razCo. Nenhum rnoiivo se invoca para justificar o precetto do n.".", que pvr egual n60 possa apphcar-se ao n O z."e onde a mesma ra- 250, a mesma d~sposi@io. Alem de que, tendo ms e outros capacidade para adquirir por testamento (Cod Gv., a q o 1 7 7 7 ~ ) ~ tanto siio descendentes em pri- rneiro grau de irrn3os do testador OS ja nascidos, como OS que ainda vierem a nascer; e ande a lei n50 distingue, n50 pade o interprete distinpir.

E pelas razcies que aprese~~ttimos a proposito do n." I .O do citado artigo I 867.", seguimos tarn- bem a opinrso de que ao restador C licifo nomear fideicommissarios, quer todos OJ mbrinhos, cconjun- ctarnente, quer sbrnente algum ou aiguns d'eUes, '

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C) Indigmtes, rapurigos pobres e pessoas mo- raes.

36.-Encontrarn-se indicadas no artigo I 872 O

as demais ' pessoas em cujo beneficlo se pode es- tabelecer fideicommisso, quando este consiste na presta~50 de certa r enda ou pensiio a mais de uma pessoa successivarnente.

sgo:

I) OS indigentes;

2) as rapangas pobres (para o seu dote),

3) OS estabelecimentos ou funda~6es de mera utilidade pubIica.

37.-N5o indica o Codigo o modo de deter- rninar OS indigentes e as raparigas pobres, em cujo beneficio foi instituido o fideicommisso, afastan- do-se assim do da Hollanda, cujo artigo 924,', que parece ter sldo a fonte do artigo r872.qdo nosso, expressamente dispbe, relativamente aos pobres, que, quandd- o testador OS 060 indique expressa- mente, se entenderh beneficiados todos OS que partllharn OS soccorms publicos no logar onde se

1 Como jiC dissemos (supra, n "g) o fideicommissa regu. lad0 em a n,a&do artigo 1871.0 tambm 6 valldo quando feim em favor dar pessoas mencionadas nos n,OF g r D e 2,0 do artigo 1867,.

verifica a abertura da successlo, independente- rnente do cuIto que elles professarern.

Devera admlttir-se entre n6s a mesma do* trina, quando o testador n$io disp6e em favor de todos OS indigentes e raparigas pobres?

Nada ha que o auctorise; antes me parece que ao hduciario fica o dlreito de escolher quaes OS

que devem receber a pensso, da mesma fdrma que acontece na hypothese prevlsta no artigo I 836." do memo Cod. Civ. Tanto rnais que a doutrina do sr. Hintze, que nem sempre seria exequivql re- lativarnente aos indigentes ', quasi nunca o seria quando se tratasse de dotar raparigas pobres; e, em rneu entender, a douthns admittida para o pnrneiro cam, deveria sel-o tarnbern para o segundo, por- que para ambos legisla o Cod. pela mesma f6rqna.

Mas urna outra questgo apparece, que irnporta, tambem, considerar aqui.

38.-A lei fala dos kdigentes, e fala de q a - r igas pobres, sem indicar o seu nurnero, no ar- tigo 1872."

Comprehender-se-hao, portanto, no seu pre- ceito todas as disposip5es que v50 beneficiar eizdi- gmfes, ou que mandem dotar rapurigas pobrex, qualquer que seja o seu numeroe

1 EL: quando a penslo fosse pequena e os pobres do logat fessem muitosl

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Entendemos que sim. A lei dil-o 450 expressa- rnente, que as suas palavras nGo podem ter outro sentido. E sendo assirn t8o vallda ser6 a disposi- $50 que imposer ao herdeiro ou ao legatario o en- cargo de prestar a todos os indigentes de urn logar certa pensgo, coma a que Imposer esse encargo somente em bitlleficio de alguns, ou de algum. Corn a differenp, porem, de que dispondo em fa- vor de todos, nio fica a d~strrbuifiio ao arbitrio do fiduciario: tern de ser charnados todos OS indlgen- tes pos termos dos artigos 669." segulntes do Cod. do Proc. Gv.; ao passo que sendo benefi- ciados s6 aipns, ou algum, essa escolha fica no seu direito, como &ssernos, se o testador a ngo Vver jA feilo '.

39.-Fda, por fim, o artigo I 87%' nos e h - b~lecimetztos ou_firda~6es de mera utilidade publica. Observa o sr. Hinize Ribeiro ' que aqui n5o ha propriamente uma excepq5o a regra estabeleclda ern o n." 3 ." do artigo I 87 I .', pois que 1-150 se trata de encargo hposto ao legatario de prestar certa renda ou pensao em favor de mais de uma pessoa

1 0 testador pode delxar a determnaclo dos fidelcommis. serios depenknte de urn evento, como, pQr exemplo, se slle d~s- poser dos bens ern favor dos seus sobnnhos que forem YIVQS ao tempo do fallecmento do fiduclario (Rev. de Leg., anno =v, pag* W)*

2 Obr. cit., pag, gz,

strccessivarnmie, mas de urn smples encargo im- posto em favor de urna pessoa moral.

N5o acceitamos similhante opini%o. Se o ar- tigo I 872;O riCo consigns, n'esta parte, uma exce- ~ $ 5 0 ao n." 3." do artlgo 18712, tambem ha de admittir-se que a n5o conslgna quctndo se refere aos indigentes e raparigas pobres. A todas estas entidades se refere a la nos mesmos termos; @o a conclus&o a tirar relatlvamente a urna ha de applicar-se por egual as outras. Ora o sr. Hintve Fhbeuo adm~tte quc elle estabelece urna excepc;Bo corn respeito as duas primeiras entidades; porque lhe nega, entgo, esta natureza corn relaqiio ds pessoas moraes? E demais, se n7elle se 1250 esta- belece realmente urna excepq.50, para que Tern o artigo aqui?

Para indicar que P liciio dispor de certa renda ou pensso, em beneficio de urna pessoa- moral ? Era escusado: nenhuma lei o prohibe; antes ex- pressamente o permitte 0 artigo I 78 I ," do Cod. Civ.

56 considerando o artigo como excepslio ao citado n." 3 .O do artigo I 87 i ." se explica a sua existencia. A disposiqBo de renda ou pensso em favor de quslqncr pessoa, k j a indigente ou n50,

tambem permietida pela lei geraI, e seria perfei- nmeme inutil vir repetil-o n'um logar onde se trata de disposi~qes que tgm uma natureza especial.

portanto, a nosso juizo, 0 Cod. tl'esta parte limita-se a reconhew a validade de uma djsposi-

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$50 que imponha ao herdeiro ou ao Iegatario o en- cargo de prestar certa renda ou pensiio, successi- vamente, a indigentes, raparjgas pobres para o seu d ~ t e , ou pessoas moraes. Tal seria aquella em que o testador'deixasse urn predio a Antonio corn en- cargo de este prestar a renda annual de r oooooo reis a Misericordia de Vizeu, dnrante 30 annos, e depois a de Coimbra, Aqui ha, evidentemente, urn fideiwmrnisso, nos termos do n." do artigo 1871.'; e a sua nullidade resultana immed~ata- mente do proemio do mesmo artigo, se lhe n5o obstasse a excep~50 consignada no artigo 1772.'

40.-A proposito d'este mesmo artigo levan- tou o sr. H~ntze Ribeiro a seguinte duvida I :

entre OS estabelecimen2os ou fundag6es de m u utilidade publica, a que o artigo se refere, comprehmder-se-ha fa mbem a Egrqa ?

hseands-se nos artigos 1775." 1779.; I 781 e r 836." do Cod. Civ., pronuncia-se aquelle escri- ptor pela op~n~iio negatlva, pois n5o pode admit- tv que o leg~slador, procurando em todos aquelles artigos restringir as faculdades da Egreja, viesse

estabelecer uma excepqBo em seu favor no artigo I 872."

Ainda n'esta parte me afasto de t io aauctori- sada oplnigo. N5o ha duvida-e o proprio sr Hin- tze o confessa-que a Egreja e urn estabelecimento de mera utiltdade publica, e assim tern sido con- siderado sernpre; n6o pode tambem duvidar-se de que ella tern capacidade para adqulrir por testa- mento, porque a lei asslm o declara expressa- mente (Cod Cm, artigo 1781 "), porque n6o hav~a de aproveilar-he, entgo, o preceito do artlgo I 872 que se refere aos estabelecimentos de mera utih- dade publica, de urn mod0 generico, sem exce- ptuar nenhum?

E que inconveniente resulta de ser benefi- ciada corn uma renda ou pensgo, nos termos do n." 3 . V o artigo 187 r .", se ella o pode her directa- mente uma vez que se guardern os limites esta- belecidos no '$ un. do artigo I 78 I ."? NSo descor- tinamos nenhum.

E muito mais inaceitavel seria a opiniiio do sr. Hintze, desde que adrnmissemos, corn elle, que aqui n3o ha urna excepq80, mas urna disposlqi3o directa em favor da Egreja, pois em ral caso seria palpavel a antinomia entre o citado artigo 1781 ." que perrnrttia dispor em beneficio da Egreja de yualquer legado, dentro das forqas da terqa, e a artigo t 872: que tornava invalid0 urn legads n'aquellas condig6es,

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41.-Temos, por esta f6rma, concluido o es- tudo da prirneira quest50 enunciada (supra,n 0 2 0 ) -

defermmar que pessoas p d e m ser validamente i ~ s f i - tuidas fideicommkstrrias. Segue-se, pois, natural- mente, Beferminar as pessoas que tbth capacidade para s e r m instituidas$dzcc~arias~ Esse ser& o obje- cto do seguinte.

5 %."--Dos qus podcm srr fillnriadds

42. 0 testador pode nomear qualquer prssoa fiduclario Opmlio contrana do sr. Hmtze; sua refuta+o

43 Contmuaq50. - E tanto pode nornear uma so pessoa como rnultas, urna vez que o selam s~multanea e nPo ~uccesslvamente.

42.-Ao contrano do Cod. Civ. Fr. que no artigo 1049." claramente preceitua que so podem ser fiduclarios os paes do fideicomrnissario, o nosso Codigo nada dispde a taI respelto. Este silencio da lei, e a considera~50 de que o pensamento do Iegislador foi restringir quanto possivel OS fidei- commissos, tern levado alguns escriptores a sus- tentar que entre n6s deve admittir-se a mesma dourrina do Cod. Fr. A sua argurnenta~go, excel- lentemente deduzida pelo sr. Hintze Rtbeiro, d a seguinte:

c 0 artigo 1867." n.% I." fala de substitui~o'es a feitas por pae ou m-e em p-o~eito dos netos. A pa- alavra pae P termo de relaqgo; a palavra m&, segualrnente; toda a refa560 comprehende, pelo ((menos, dois terrnos; se urn d'elles B o yae ou mde, ((0 outro e forqosamente of i lb; isto e elementar,

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a 0 temo$iho hade, pois, inevitavelmente perten- cccer a uma das pessoas que figurarn, como partes .activas, no fideicommisso. Se urna pessoa fjdel- cccommitte como pae ou m&, ou hade ftdeicom- ccmittir a umfiLko, ou hade fideicommittir em pro- ~vei to de umJtIho. Logo o$lho ha de ser9ducia- c(a'atro ou $deicommzssarz'o; isto 6 logico Mas o cc artigo I 867.O declara cat egoricam ente que O S

dideicommissarios s5o OS netos. Logo o JSIho 6 , e c(ni50 p6de delxar de ser o~ducrario. As expres- ccs6es p e ou mrie e aetos nio sQo termos de urna cc comparaqgo immedlar a; exigem urn outro Inter- ccmediario que e ofilho; logo se OS fideicommitten- c~tes s5o OS paes, e OS fideicornmi~sarios OS netos, ((0s fiduciarios $50 os pilhos. u '

N5o nos convence esta argumentaqzo, aliL t5o engenhosamente architectada. D'ella tiramos uma unica conclus80-a de que n'este ponto, como em tantissimos outros, o legislador nCo teve todo o cuidado necessario na redac~go do Codlgo. Ba- seando-se no Cod Fr., supprim~u a parte relativa ao fiduciario, evidentemente no proposito de esra- belecer doutrina differente, rnas esqueceu-se de modrficar a primeira parre em harmonia corn esta altera~Go

A argumenta~ao do sr. Htntze kberro, alem d'isso, 1 applicavel t5o s6mente ao n Vr." do ar-

tigo r 867.O; os fideicommissos permittidos pelo n.O 22.0 do mesmo artlgo, e alnda pelo artigo I 872.', ficavam fdra d'aquella regra, e assirn teriamos a incoherencia na lei, exig~ndo por urn lad0 que fosse nomeado fiduciario o pae ou miie do fidei- commissario, quando este fosse neto do testador, e pemitttndo que fosse qualquer outra pessoa em todos 0 5 demais casos - o que n5o pode admit- tir-se. E quando mesmo quizesse estender-se aquelIa dourrina, por analogia, aos demais fidei- commissos, na propria nature~a d'estes se depa- rava urn grave embara~o, porventura ~nsuperavel. Em primeiro logar quando o testador dtspozesse de certa renda em favor dos indlgentes, quem se- ria o fiduciario?

E no fideicommisso inst~tuido em favor de uma pessoa moral?

Mas ainda quando se queira restringir aquella doutrina aos fide~commissos regulares, nem asslrn desapparecern as dlfficuldades Corn effeito, tendo o testador rnais do que urn filho, sem descenden- tes, e desejando beneficiar todos os seus netos, quem ha de ser fiduc~ario? Todos OS filhos? Seria violentar muito a vontade do testador. E o mesmo inconveniente apparece, por eguaI, quando elle queira benefic~ar urn neto e urn sobrinho sirnulta- neamente.

1 06r. c z t , pag 107 43.-N5o acceitamos, pois, a oplni5o do sr.

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Hintze Ribeiro. Entendemos que o Codigo per- m~t te ao testador nomear l~vremente qualquer pes- soa para fiduciario, seram quaes forem as relac6es de parentesco que o liguem ao fidelcommissario. E da mesma f6rma que lhe C permit~do nomear para fideicommissarios uma ou mais pessoas, com- tanto que o sejam slmultanea e n5o successlva- mente (artlgo 18670), tambem podem ~nstituir um ou mais fiduciaries, porque nada ha na lei que o pro- biba ', ainda que a Rel* de Llsb., em Acc. de I r de maio de 1872, menos fundadamente julgou o contrario '.

1 Rw de Leg., anno q, pag- 72- 2 Dlas Ferreira-hnot , v01 111, pag 448 e 449.

4."-Do eumm de grans da sut!sUtai@

&. 4. subst~tu1~5o $6 d pe~rn~mda n'um grau OpmZo do auaor do Frojecto do Cod. CIV.

45 As nomea@5es nullas ndio se contarn para o effetto de rnal car este pnmelro grau.

46 Transr<$o

44. -Mais uma vez ainda, n'esta rnateria, a irnprevidencia do legislador se rnanifesta, afas- tando-se do Cod Ov. Fr. que no seu a r t i g ~ ro48.%xpressamente determina que os fdeicom- missos vatldos n50 podem abranger mais do que urn grau de substitui~lio. No nosso Codigo 1150 se encontra pseceito expresso a tal resyeito relativa- mente aos fideicomm~ssos de fuiuro, Iimitando-se a declarar OS netos e sobrinhos do testador habeis para receber o fidelcommisso, 1150 proh~be de urn mod0 claro e terminante, como seria mister, que a nomeaq&o d'estes seja em mais de urn grau de substituiq50.

Attendendo, porem, ao pensamento do legis- lador, que foi impedir a amort~sa@o da proprie- dade por rnuitos annos, e &da a que no artigo 1874."~ relativameate aos Gdeicommlssos de pse-

3

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terito - a cujo respeito se levantava j& a mesma davida na veha jurisprudencia '-prohibiu OS fi- deicornrnissos em mais de urn grau, nenhuma du- vida devemos ter em acceitar a mesma doutrina para os fideicomm~ssos de futuro ".

E ein'ief6r~o aii'ksta opinibo'vern aidda o i h s - trado auctor do Projecto Primitive, o qual, em resposta 6s observaqdes do sabio Professor d'esta Universidade, o sr. dr. Paes da Silva, que tinha affimado n5o ser conveniente, nern jusro, que se restringisse o 6deicornmisso a urn s6 grau, escre- veu o seguinte:

uN50 ha conveniencia na instituiqgo, nem em ccrehqzo aos benekiados, nern em reIa~5o a m- aciedade: nCo em relaq5o aos beneficiados, por- uque o fiduciario, que ngo e mais que urn usufru- ccctuario, n5o p d e recolher OS proveitos que re- ccsultariam da permanencia da propriedade, nem cter credjto algum sobre bens que d'um &a para

1 Da mLerteza da junsprudenc~a a este rcspelto da fiisante e x e q i o Correra Telles, que tendo pnmelramente affirmado (Ma mat do TabellrrFo, g 226) qu- dewam julgar-se valldos OS fider comrmssos at6 ao quarto grau, restrlngu d e p o ~ esta validade ao Segundo (Douhma das acgo's, g 165, nota I), e, por fim, ao pn meiro (Dzgesfo Por~upel; torno UI, artgo 16390). 0 propno au- trot do Prvjecbo Pnmrtrvo hmtava, tambem, em decidu-se, e r a m que no ango zwg.9 correspondente ao artiga 1874-0 do Cod, se &z~a; ~t3s$d~commrssas temporarros dep-etento somente prodtipdo o sett efe- no rP e 2.' grnus . a

Rev de hg., amo I, pag 237.

ca opeo @ern des~ppareeer do seu patrimonio; u n b em rela@o ao fideicommissario, porque vird cca receber uma propriedade deteriorada pela am- ((bigBo ou negligencia do fiduciario; nGo em rela- n ~ 5 0 a sociedade poque sempre e prejudicada ccpelo desaproveitamento da propriedade ou dimi- ~(nuigiio do seu producto, pela perda dos direitos i(durante a amortisa~io, e finalmente peIa infin]- ctdade de quest6es e demandas que estas desmem- C braqbes do dornlnio necessariamente pr0duem.a

S ~ O , portanto, nullas, nos termos do artigo I 0." do Cod. Civ., e por andogia do artigo r869.", to- das as disposiqdes que envolverern substitui~bes em mais de urn grau.

46.-Supponhamos, porem, que e n ~ r ~ a s pes- soas norneadas peIo testador, nos fideicommissos em mais de urn grau, figuram algumas que podem legitlmamente ser 'fide~cornm~ssarias, e outras que o nBo podem ser; quidjaris? Assim: se o testador deka OS seus bens a A para por morte d'este se- rem transmittidos a B, por morte d'este a C e por morte d'este ao nedo do testador D, n5o estando B e C em condi~6es de serern fideicomrnissarios, como devera proceder-se?

Parece, 6 primeira vista, que niio sendo per- mittida a substituiq50 em mais de urn grau, as no - meac6es de C e D, corn0 contrarias h lei, siio nul-

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$as; e como, por seu lacto, B n5o podia set no- m& fideicomrnissario validarnente, reputar-se- hia ngo escripta esta nomeaqiio, perdendq assirn a disposiq50 o caracter de fideicornmissaria.

Mas o preceito do artigo I 86g.Veva-nos antes A opinigo opposta. Corn efleito este artigo deter- mina clararnente que a nullidade da clausula fidei- cornmissaria produz apenas urn effeito - o dever esta reputar-se n50 esc ripta. Ora applicando esta doutrina h nossa hypothese, o que succede ? A no- meacCo de B e nulla, por contraria a lei; logo deve reputar-se n5o escripta. Da mesma f6rma a nomea- $60 de C. Mas reputando-se n60 escriptas as no- rneaqbes de B e C, e claro que a dispusiqiio se iransfonna n'um fideicornmisso em prirneiro grau, a favor do neto D, valida pelo disposto em o n." r .O do artigo I 867 " Para este devem, pois, passar

OS bens a mode de A, que d'elles tern apenas o usufructo, radicando-se n'aquelle a propriedade, e conseguindo-se, assim, o fim que o testador se propunha.

N'este sentido se t&m manlfestado OS tribunaes, e a imprensa juridrca do paiz '.

Isto, porem, somente quando OS fideicomrnis- krios sejam todos vivos ao tempo da morte do testador, pois se algurn d'elies houver fallecido

1 pe~ista de Leg , mno KVI, p ig 295, xvr~r, pag 379, xx, pag. 516.

prkn.eiro, a sua norneagiio n50 se conta para effefto algum, visto ter caducado nos terrnos do artigo I 759." do Cod. Civ. '

48. -Agora que deixamos determinadas as condis6es a que tern de satisfazer uma substitui- $50 fideicommissaria para ser valida, B face do nosso Cod. Civ., segue-se naturalmente apreciar 0s dlreitos e obrlgaq6es que d'ella derivam. E visto que no iideicommisso entram duas entidades - o

Jiduciario e o $dei'Comissari - manda a boa or- dem que. as correspondentes d~sposi~Ges do Codigo sejam naturalmente separadas em trez paragra- phos:

a) disposiqdes relativas ao fiduciario;

c) disposiGes communs a urn e outro,

Tal ser6 (J caminho que vamos seguir,

1 Cit. Revikta, anno xn, pag, 35,

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CAPITU L 0

Dos direitos e obrigac~es q ~ e derivam da disposi~do fideicommissaria

47. RasBo dlordeh. A) Proh~kg&o de altcnar-

48 0 fideicommisso do n o I O do artlgo 1871 nunca pode ser vaIltIo D'elie nlo darlvam, portanto, direit63 nem obr~gaqbes.

e. 0 logar d'esta disposlq6o nLo era aqul B) De eo quod superent.

50. 0 fidclctar~o tern direito de alienar OS beds. 5 I . Contin.-Limites d'este dvelto. Doutr~na da legislaqlo

previgente C ) Rendn ou pens50 utmlicra:

52 0 fiduciarro pode converter o psgamento da pensgo no do capital correspondente Modo de calcular esre cn- pital. D) Frdetcomm~ssos regulares:

53. 0 Rduciar~o tern OS dlreitos de mero usufrclctuario > nRa pode, por issot dlspor da propnedade dos bens fidei- committidos,

47, - DispEie expressa e claramente o artigs t 873,"o Cod, Civ, que os ficluciarios serdo h'avi- dos por rneros usufructuorios; isto de urn mod0 geral e applicavel apenas quando o mcsmo Codiga

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ngo disposer o contrario, pois casos ha em que ao fiduciario concede a lei direitos que n5o pertencem ao mero usufruc tuario .

Para seguir corn methodo olhernoq a quest60 reiativamente a cada uma das especies de fidei- commisso reconhecidas pela lei, e pela ordern por- que precedentemente as deixamos apontaclas I .

48. - Nenhuns direitos ou obrigaq6es podem resultar do fideicommisso prevenido em o n." I ." do artigo r 87 I .", porque em caso algum pode ser valido. Cornquanto as excep~ijes ao principio de nullidade, estabelecidas no artlgo I 867.', sejatn apphcaveis a todas as especies de fideicomm~ssos ', o certo C que nunca aquelle de que nos occupamos p d e firmar a szla validade em qualquer d'essas excep$6es.

Na generalidade da sua redacg50, como ficou &cm, trez hypotheses poderiam comprehender-se:

U) Ou o testador designa expressa~ente a pessoa que deseja beneficiar, ao proh~bir o seu herdeiro de alienar OS bens deisados;

b) Ou fornece elementos para essa pessoa poder detet- mtnar-se;

c) Ou limua-se a estabelecer a prohibiqZo

Ora OS dois primeiros casos, unicos em que poderiam applicar -se aquelIa s excep@es, sgo evi- dentemente comprehendidos na disposi~Co do ar- tigo r 866 O I, e n5o na do artigo I 87 I."; e na ter- ceira hypothese a imyoss~bilidade de deteminar o fidelcommissarto torfiando irnposs~vel o saber-se quaes as suas relac6es de parentesco corn o tes- tador, importa a irnpossrb11~dade de Ihe applicar as excepq8es do artigo 1867."

4 9. - Mas n6o v& inferir-se do que fica escri- pto que a disposiqSo corn prohibi~50 de alienar e inte~ramente nulla, n5o produzindo, mnsequente- mente, effeitos alguns em relaqiio ao herdeiro ou legatarro ~nstituido. Essa 8, na verdade, a conclu- 550 a que leva o modo pouco correcraprque o Cod. se acha redigido; mas o arligo I 86g.bostra que a nuIIidade affecta simplesmente a clausula fideicommissaria, que C, indubit avelment e, a pro- kib4ria de aliertar.

Portanto as disposiq6es prevenidas em o n." t .V0 artigo r 87 r ." conuertem-se, sempre, em dis-

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posi~6es puras, ficando ao herdeiro ou legatario instituido o dlreito de pleno dominio sobre a cousa I .

Meihor cabimento tena, pois, esta materia, na sec~dp em que tracta D a insfituigiio de hmdezros e da nomea@ de legatarios, por exemplo no arrigo 18082, onde se fulminarn algumas condi~des de natureza andoga d d'esta.

B) De eo p o d supered.

ISO. ---Alem do direito de usufruir os bens deixados, tern ainda o fiduciario, nos fideicommissos regnlados pelo n." z.@ddo artigo I 87 I .', U de die- war os mesmos bens. Isso denva das proprias pa- lavras da lei. 0 que restar, diz ella, passara para o segundo nomeado; logo nbo ha a obriga~20 de CD~IS~S'VM" OS bens, mas, consequenternerite, a fa- culdade de os alrPnar ".

Ser6, porem, este direito tiio latitudinario que o fiduciario p s a alienal-os m sua totalidade, uu s6 em parte, e tanto por testamento corn0 por act0 entre yivos, a seu bel-prazer?

Nau 0 diz o Cod, expressamente.

1 Assim o luigon o Acc. do S T. de J de 16 de derembm de t8gz (Ga? da Re2 de Lisb , anno vr, pag 446 e 447), que n50 consldera tal d1sposlq60 fide~cotnm~ssana mas slm nulla por eon- t ram ao artgo 2359 * do Cod. Cm, t-isro set o drelto de alrenat ihbererrte a0 de propnedade,

Rev, de Leg. e de Jut., anno v, pagr 355,

51. - Ja no Di~eito anterior o ponto era dis- cutido eritre os nossos jurisconsultos, inclinando-se Lobdo a que deveriam ser consideradas itllcitas as alienaqBes que fossem feitas corn o animo de de- fraudar o fideicornm~ssarlo e de esterilisar o fidei- commisso '; Coelho da Rocha ensinava tambem que a alienagBo sornente era pem~ttida para satis- faqBo das necessidades pessoaes do fiduciario 2;

e Correia Telles, na mesrna ordem de ideias, dizia tambem que o fiduciario s6 poderia fazer a aliena- $50 quando ja nCo twesse bens seus que podesse vender, sendo a necessidade justa e n5o procurada corn do10 3.

Perante o silencio do Codigo, e em respeito da presumida vontade do testador, que quiz benefi- ciar o segundo nomeado corn OS bens que o her- deiro nib alienasse para occorrer As suas necesi- dades, adoptamos ainda hoje a doutrina d'aquel- les escriptores, sem desconheser as difficuldades que na prairca se deparargo, pela quasi impossi- bdidade de determinar OS iimites d7aqueUas necessi- dades. E adoptamd-a, principalmente, pela repu- gnancia qwe nos causa conceder ao fiduciario urn meio seguro de invalidar a vontade do testador,

I Notad a Mello, totno v, Diss. vh, $8 63 e seguifites, t fnst4 Be Dtr Gtv, $ 718: 1 Dlgasio Pumgue~j iom. m, arm@ 161 5,' (Rev, k Leg. e

de fur., anno pag. 581)~

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t;io claramente rnanifestada, bcupletaado-se corn aquillo que a urn terceiro era destinado.

Fica assm, implicitamente, declarado tarnbem, que a aliena~iio MO pode ter hgar por testamento

52. - OS direitos que, em especial, pertencem ao fiduciario, quando a disposlq80 seja das corn- prehendidas em o n." 3P do ~ r t l g o 18 j r " ,do: a) escolher, em certos casos, as pessoas que devem ser beneficladas corn a yens60 I; b) e converter a prestaqiio no pagarnento do capital correspondente em dinheiro (Cod Cnd, artigo ~872.1; g r *).

Relativamente do mod0 como deve fazer-se esta remiss60, escreve o sr Hintze Ribeiro as se- guintes palavras, que inteiramente acceitamqx

#Corn quanto o artlgo 1872.; 9 I . O , n8o dis- uponha sobre a manelra de effeltuar esia rernls- usgo, entendemos que a renda ou pens50 deve riser wnsiderada mrno pro kgat do caprtal que use pretender apurar, este juro e, consoante Q g U I." do artlgo 1640.O, de 5 @/a na falta de con- avenqCo dos mteressados. A rernissiio do encargo uconsiste, pds, no pagamento de urn capltaf equi- avaknre a vlnie pensdes annuaes. Este C, tarn- ubem, em geral, o preFo da remiss60 dos far0s.n 2.

53. -Nos fideicommissos definidos pelo ar- tigo r 866." tern o fiduciario OS direitos e obriga- q6es de urn rnero usufructu~trio (Cod Q v , arngo 1873 01, e nos artigos 2202; e seguintes do mesmo Coalgo, portanto, que havemos de ir estudal-OS.

Mas, como ja tivemos occasiiio de dizer, estes

direitos e obrlgaq6es sZo communs a todos OS fidu- ciarios, n7aqullio em que n5o forern contrariados pelas disposiqdes especiaes que, a proposito de cada uma das espeties de fideicommisso, delxa- rnos apontadas E isso rnesrno o que se deduz do mod0 generim por que se acha redgido o citado artlgo I 873 ."

D'este modo pode opuciario aproveitar-se de todw os fructos de cdusa, ernprestar ou alugar o s

bens fide~cornmltt~dos, e ainda mesmo vender o seu usufructo (Cod CA", arieo 22b0), na certeza, po- rem, de que os effeitos de taes contractos rerrni- nam corn a morte do fiduciario, se n'elles n5o ti- ver ~ntervindo o fide~commissario. 0 que n5o pode, em regra, e dispor da propriedade dos mesmos bens, porque essa ihe nCo pertence '.

1 Sup% 37 e 38, B Obr, ctb,, pag g5 e $.

1 Conf mfra n 55.

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54. 0 Codlgo na'o espsc~fica os dlreitos do fide~cornmissa- no, especificafCo de alguns d'eses &reins A subsu- tul@o de usufIucto

5.i. Condl~ties em que ao fideicommissar~o 6 perm~trrda a ahenago dos bens fidelcomrnirudos.

56 Transl~Bo,

64. - Niio especifica o Cod. na secqgo em que tracta dos fideicommissos os direitos que ao fideicornmissario pertencem; mas n5o C cLfFicil de- terrninal-os depois do que precedememente fica estabelecido.

Ja dissemos que o dlreito de propriedade per- feita, pertencente ao testador, se desdobrava A morte d'este, ficando para o fiduciario, em regra, o wufmcfo, e todos os demais direitos, contidos no de propriedade, para o fideicommissario. Con- adera-se, pois, este, corno proprietario de bens, cujo umfructo pertence a outrem, e por isso para determinar os seus direitos basta conhecer OS do usufructuario, e os que conslituem a propriedade perfeita, muitos dos quaes se acham especificados nos arfigos 222 I O e seguintes do Cod Glv.

Isto pelo que respeita aos fide~commissos con- siderados em geral; mas n'algtms casos particula-

res estes direitos soffrern as lirnita~des que derivam das racddades mais latitudinarias da fiduciaria. E assim:

I) Pelo que respeita ao fideicommisso mencionado em o n.6 3.' do artigo 1871." n b adquke o fideicom- missario duelto algum sobre os bens delxados pelo testador; apenas lhe C p e d t t ~ d o exigr o pa- gamento de uma certa e detemlnada pens50, que o fiduciario ainda tern o direito de substituir pelo pagamento, por uma vez s6, do capital correspon- dente em dlnhelro (art~go ,872 4 g I 0 ) .

2) Relativamente ao fideicomm~sso do n.O 2 O do mesmo artigo, tarnbem ngo pode dlzer-se que o fideicorn- missario tenha direito B propriedade dos mesrnos bens, de modo a poder dispor d'elles. Desde que ao fiduciario C pemittido ahenal-OS, para satisfasio das suas necess~dades, e claro que o &rat0 do 6- deicomm~ssano fica subordlnado 6 condiqb de elks nLo serem necessaries, e n5o pode, p o m t o , dis- por d'elles Flca-he, porem, salvo, a men ~uizo. o dlre~to de promover a annullac50 da venda dos rnes- mos bens, quando fata em casos que a lei ngo au- ctonsa.

3) Quando o fideicommisso seja estabeItcido s~rnples- inente no m@ucto de certos bens, cuja proprie- dade for deixada a urn terceiro, cIaro e que o fidei- comrnissano somente tern o dirrito de usufruir os bens, por rnorte do fiduciano. E este o umco cd5o em que fiduc~ano e fideicomm~ssano tern as rnesmos direitos, ndo simultanea, mas successivamente fl.

1 Era multo Bscuada na )urisprudencia Franceza a poss~bh- dade de fidacomrmrtlr o usufructo, send0 gerahmte segulda a

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55. - Do exposto resuita que, em regra geral, pode o fideicommissario, depois da rnorte do tes- tador, alienar por qualquer forrna a propriedade dos bens fideicornmittidos, embora onerados corn o usufnrcto para terceiro; e de accordo corn o fidu- ciario pode a propriedade ser logo alienada, como

opinib negatlva Corn effelto, partindo da c o n s l d e r ~ b de que C da essencia d'esta los t~tuiqb o duplo encargo de consmar e fran- smlttn-, aquefla concIusIo Blog~ca, por seIem taes obr1gaq6es in- campaliveis corn a proprra natureza do usufructo, que d um &- relto pessoal, e, como tal, se extlngue por morte do usufructuano, consoladando-se corn a propnedade nas mios do herdeiro

Como pode, em verdade, o usufrucmano fransmzttzr a ouirem um hrelto que, por sua propria natureza, se extlngue no proprlo rnomento em que aquella transmssLo devla opera* se) l? is50 . -

campletamente mpossmel Alem de que em taes subst~tui~Bes o verdadeiro gravado nso

k o$duc~ano, mas urn terceiro, que nada tem corn o fide~com- misso; e o proprietarIo dos bens aSznguirer grwe' put n'estpas rgmfi$ed escreve Laurent -1orl~ de ia, 211 est przve' de la fours- usance de Ea chose pendant !a vze des deux usufntztsers* (obr c ~ t

,611 Como bem obs~rva Proudhon (w ~ ~ ~ f m r i t , tom z *, pag 32

esegruntes) quando o te7rador substltue o usufructo, faz no fundo duas disposl( Bes separadas , P como se elle dtssesse oEncarrego co meu herde~ro de entregar o meu predro a Pedro, para o usu- nfrurr por toda a sua vida; depois da morte de Pedro, e quando no usufructo que eu b e Iego se nver consolldado com a propne- adade, nas mLos do meu herdeiro, encarrego este de entregar o hmesmo predio a Paul0 para que, pos sua vez, o usufruas (lapcre~t, oh e h nt)

Mas, apesar da justlqa d'estas cons1derac6es, e talvez para atalhar as duvldas da ~unsprudencia Franceza, o Codlgo admrtte expreswmente, no &a1 do artlgo 1870 ", esta especle de substltul- @es, tornando, asslm, ainda mas confusa esta matefla, e origi- nando uma gmvisslma diEculdade na comblnacPo d'este artigo corn o artlgo z ~ g g * Pla verdade a subsmui$$o do usufmcto nada

livre. No caso, porem, do fiduciario fazer a venda do predio, como se f6ra seu, e sem consentimento do fideicommissario, pode este, ou OS seus herdei- ros, requerer a annulla~go de tat venda; rnas em- yuanto essa annullaC50 niio f6r declarada por sen- tenca passada em julgado, niio Ihe C permlttido hypothecar ou alienar OS mesmos bens '.

E da rnesma f6rma que podem, de cornmum accordo , fiduciario e fideicommissario, alienar OS

bens, e-Ihes tambem permrttido trocal-OS yor ou-

mais d do que urn legado de usufructo successlvo, ora este e, em regra, permirt~do pelo clrado artlgo 2199 e zzjn do Cod Cm, ao passo que pelo artlgo 1870 ; cons~drrando-o fideicommlsso, e, em regra, nuilo 1 Varios escnprores rsm procurado auua concl Ilaq50, rnas corn duv~doso resultado ( ~ f d ~ a n l z e , obr crt pag a25 e ae

gulnbs) 0 fact0 ~ndub~tar~el, apesar da affirrnativa contrarla do ST. S11vd FerrZo (DKC remrniievo), e que os dors artlgos se escCo nndo urn para o outro, no dwer prttoresco de urn sab~o ~unsconsuito, Aqul nem sequer ha a d1fTerenf.a de palavras, separando as duas mstltuig6es1 Tomando pm fundamento o precelto geral do ar- rlgo 1761 lulgamos dever mterprerar-se qualquer d~sposicCo testarnentana, nas condic6es expostas, por forma que se mante- nha a sua valldade, de modo que se o testador dlspde do usufru- cto de certo p r e b , successivamente, em favor de varias pessoas, exlst entes ao tempo ern que a d~sposicSo produzir effe~to - con- sidcral-a-iamos legado de usufructo successrvo; sc ao contrario, as pessoas beneficradds em segundo ou terceiro logar nCo esttle- rem n'aqueli'as cond156es, mas forem sobrinhos ou netos do tes- tador i ~ ~ d CIV arlrgo 1867 *, n I 'e a 01 conilderal-a-h~amos fidelcom- rnlsso Bern sabemos que lsto e mdar as avessas, partir da validade da dlsposlcSo para a sua natureza, mas desde que a Icr nos niio offerece urn crlierlo seguro para a descrimmacCo das duas msrr- tu1$6es, C aquelle o unlco meio dc nzo mvalrdar o prezelto do clr XUgQ 1 ~ 6 1 do cod C ~ V

Rev de Leg e de Jur, anno I, pag 233 6

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tros, que ficargo possuindo nas mesmas condi56es dos alienados '.

56.-Agora que delxamos apontados OS dl- reitos e obrigaqo'es que do hde~commisso derivarn para o fiduciar 10 e para o fidacommissano, resta- nos, para encerrar este capirulo, averiguar quando se adquirem, e yuando se perdem, aquelles dlrei- tos e obrlgaq6es.

Sera esse o objecto do 8 seguinte.

1 k a r o , anno 11 pag 55.9

57 A wtua<Io do fideicomrnlssar~o C mdependenre da do fiducrarlo 0 precelto do arclgo 1868 do Cod Crv e o Dlre~to previgente

58 Consequencias d'aquelle prec erto jq Fallecendo o fidetcommissarro antes do testador, a pro-

prtedade da heranqa ou do legado radca-se no fiducra- rio, que a uansmltte a seus successores

60 OpmGo cortrraria do or Alexandre de Seabra 61 Sua refutacio, a opimEo da Rwzstn de LegtsIafZo e de

Junsprudmrcza. 62 Cont~nuacCo 63 -Fallecendo o fiduc~ario antes do testador, a dliposlcSo

B dlrecta em favor do fidelcomm~ssar~o Dourr~na de Lob50

64 Se ao tempo da morte do testador vivem OS dols be- nefic~ados, cada urn d'elies adquire desde logo OS seus respecrlvos d ~ r e ~ t o s

65 OS drreltos do fiducaario extinguem-se nos mesmos ca-

sos em que term~na o usufructo; 05 do fide~commlssa- no transmittern-Se a seus herdelroi

66 As cond1c6es n5o impellern que OS beneficladoi adqul- ram OS seus dirertos logo d morte do testador O ~ I - ni6es do D~rezro e da Rev de Leg

57. -A unica d~sposl$io legal, que o Cod nos apresenta relat~vamente a este ponto, e o ar- trgo I 868 "ue d~ o segutnte

a 0 fidelcomrn~sssrio ccadqu~re d ~ r c ~ t o a successdo desde o momentn

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Alexandre de Seabra -esfor~ou-se por fazer vin- gar a opinigo de que, n'esta hypothese, OS bens, em vez de se radicarem no herdeiro ou legatario, devem antes, por morte d'estes, passar aos herdei- ros do testador, nHo tendo aquelles mais do que o seu usufructo 0 s scus argumentos siio OS se- gumtes: I

a) Sendo OS fiduc~ailos havidos por meros us~tfrurfua- rios, cerm P que os fide~comrnissanos s5o havldos como proprtetarios dos bens do fidercommuso; e nada auctorisa o fiduciano a haver a proprredude, visto que o testamento apenas lhe confere o usu- frucf 0;

b) N b tendo OS fide~comm~ssarios capac~dade para re- ceber n heranca ao tempo da morte do testador, nos termos do artigo 1778 O, tinha caduc2do a sua institulqlo, conforme o d~sposto no artigo 1759 " n 3 . O do Cod. Civ., que expressamente estabe- lece.

n As disposif6es restamentanas caducam, e ficam sem n effetto corn relac50 aos herderas. 3.0) se OS herdel- tr ros se tornarem lncapazes de receber a herancan

Ora tendo d'este: modo caducado, a refenda dis- posicfio, devem ser chamados a succeder os her- deiros legztimos, pois que o art~go 1968.~ do drcto Cod. n b menos expressarnente declara que se o iestamerzto Jar annullado ou caducar, OS herdeiros legil'ims havercab OS bens.

f D~reiio, aano xrt, pag. I& %v, ppag, 307 e 417; svtt, pag, 381 e a% r; xrx, pa;;, 225; %v111 pag, 97.

61.-Mas predomina na jurisprudencia a opi- nlGo contrana. Em seu abono se tern produz~do OS

argurnentos seguintes.

I) 0 artlgo 1873 O mnslderd como me?-o elsrrfr-uduarzo APEYAS o herde~ro ou legatario cuja herany ou le- gado esdver subjeito a substltuiciio fidelcornmissa- na; ora, desde gue esta C nulla, a hcranca ou le- gado esld lzv~-e de tal substituyiio, e portanto o artlgo e ~nappl~cavel;

2) 0 artlgo 1759 O n 3," refere-se a herderr-as tornados mcapazes; e ao fideicornmissario nLo cons~dera a lel como herderro, mas so aopduciario; a

3) A successtio leg~tlma so rem Jogar na falta de testa- mento (arttgo 1968 01, ora na subsutmq8o fideicom- rnissarla esse testamento existe e instltue o fiducra- rio, embora corn o encargo de conservar e tran- srn~ttir par rnorte Desde que esse encargo desap- parece fica o iegado puro.

62. -Esta ultima opinigo C ainda a que me- Ihor se ajusta corn a inten$& do testador. Este,

1 Qt Rev, anno xn, pag 35; XY, pag. 8q e zr I; Acc. da Rel. do Porto (sem data) no Dtretto, anno hxx, pag a27 e segumtes.

2 Este argument0 niio tern valor. algum Comquanto o Cod Civ., nos attigos 1866.O e 18740 s6 chame kerderro ou legdnno ao fiduciar~o, C bem r erto, em face dos arngos 1735 e 1 ~ 3 6 * do rnesmo Cod, que a mesma deslgna+io cabe ao fidelcomm~ssarto, vlsra que tambern esre suecede na totalidade, ou em pane, da he- ranc,a do restador (c& Cod., artlgo 1868.0).

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ao onerar OS bens, levava em vista beneficiar urn terceiro. Ora desde que esse tercelro ngo yode re- ceber o beneficio, deve desapparecer o encargo, pelo pnncrplo de que sublata causa cessat efectus. E para a hypothese do fideicommissario ter falle- cido antes do testador pode ainda accrescentar-se, que, se este nso qulzesse reatmente que a proprie- dade dos bens se rad~casse no fiduciar~o, ter-lhe- h a nomeado outro subsmuto. '

Por todas estas consideraq6es a perfiihamos.

2) Sobrevive, apenas, o ~deicommissario

63. - Se o fiduciario falleceu antes do testa- dor, ou se acaso C lncapaz de receber por testa- mento, tambem a dlsposl@o perde o caracter de fideicomm;ssaria, e reveste o de nornea~go pura.

Em vista do dlspostv em OS n " 1 O e 3 D do cit. art~go I 759." a 1nstiiui~50 de berdeiro ou lega- tario, em favor do fiducrano, caduca, em qualquer d'aquellas hypotheses; ora caducando a nomea~Bo de fiduciario e evrdente que fica apenas de pe a de fideicommissario, Adquire, pois, este, o direito de propriedade sobre os bens deixados, logo 6 morte do testador, podendo desde e n t h usu- fruif-OS,

No domin~o da legislac50 antiga era esle ponto duvidoso; todav~a Lobso j6 se pronunciava no mesmo sentido que deixamos indicado.

o: NZo fica, porem. o testamento destituto 1

a ou deserto-escrevia elle - r .O) sc ha no testa- a mento uma subsri1ui~80; porque se o herdeiro = morre em vida do testador, ou, sobrevlvendo- U lhe, nlo pode ou n5o quer acceitar a heran~a, (( passa ao substitu~do n

Comquanto o nosso Cod~go seja omisso a este respeito, n5o nos parece contestavel a opiniHo que aventamos, que e uma consequenaa dos prin- cipios estabelecrdos 3.

64.-No caso em que vivam ao tempo da morte do testador o fiduciario e o fideicornrnissa- rio, n'esse momento adquire cada urn d'elles OS

direitos que precedentemente lhes deixamos assi- gnados. E esta, como dlssemos, uma das innova- q6es do Cod., pois no direito anterior o fideicom- mlssario sd por morte do fiduciario adquiria direito aos bens.

1 .He desiizzido ou deserio b testanledto, q~ando vein a fal- tar o herdetra mstituldo' ou porque more em vida do doador, ou porque repudia a heranca . Not, a Mell, L. 117, Tit v, g 53.9 nfi0 L

2 Lobgo, lac cit 8 aw, de ~eg., m o wv, pag, 295,

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65. - 0 s direltos do fiduciario extmguem-se EOS mesmos cisos em que ternuna o U S U ~ ~ U C ~ O , ~risto ser ellc por lei considerado urn mero usufru- ciuarro (cod. CIV, a q o 1873 o), iemos, por isso, de re- correr ao artlgo 2241 ' onde esses casos se acham enurnerados, advertindo todavia , que o preceiio d'este artlgo soffre as rnodificaq6es que log~ca- mente derivam da propria natureza d'esta institui- qBo E asslrn, nfio tCm apphcaq5o aos fide~corn- rnlssos as palavras cc chegado o term0 do pmso por- que o usuqiwcfo foi conferido r, do n ." r ." d'aqu ellc arrlgo, porque, como a seu tempo advertlmos tsupra,

n o s ) , o Cod. n5o reconhece substlrui~go ad tempzrs Quanto aos dlreitos do fideicommissario, pas-

sam estes, em regra, para os seus successores E d~zemos i ln regm, porque no caso particular da subst~tui@io de usufructo, OS dlreltos do fideicom- missario sao meramente pessoaes, ext inguindo-se, portanto, corn a sua moi-te. Por esta fbrma, se o iide~commj ssano fallecer ante S do fiduciario, o usu- fructo consolidar-se-ha corn a propriedade, nas m5os do propnetano, logo a morte do primeito usufructuario (fiduciario).

$6, - KO ipe deixamns dicto suppozemos baa subst~tui@io fide~cornmissarla n io condlc~o- hat; resta, por LSSO, considerar agora a hypothese em que o restador accrescente algurnas condis6es a sua disposi@o.

As condic6es podern ser suspensn'vas e resoiuti- vas adu-se suspenslva, quando do acontecfmento deve principiar o efTeito do acto, e, portanto, OS

d~reitos e obrrgaq6es; e resolutiva quando pelo acontecimerlto lermina esse cffe~toa. '

Mas nem urnas, nem outras, rmpedem, ao iidu- ciar~o e fideicomm~ssano, a acqlrlsiqio dos seus respectivos direttos, no momento da morte do tes- tador. nbo as suspensivas porque, nos termos do artlgo x 8 r 0." do Cod Civ , cca condtqho, que ape- ccnas suspender por certo tempo a execuqfio da 1dlsposi~50 n5o rmpedlra que o herde~ro ou o le- agatario adquira direlto 6 heranqa ou ao legado, cce o possa transmrtrlr a seus herdeiross; n5o as I-esolutivas, porque dizendo apenas resyelto ao terrno ou perda da quahdzde de herdeiro ou Iega- tario, nada tern corn a aquislqEio d'este direito (Cod. Civ , artlgo 680 *) 2

A consequencia log~ca d'esta doutrina 6 que failecenda o fideicommlssario antes de reallsada a condl+o, transmitte aos seus herdeiros o di- reito, que hnha, aos bens fideicommittidos, por fbrrna que vindo a realizar-se posteriorrnente a condiqZo, ficam estes herdeiros considerados pro- prietarjos dos mesmos bens.

1 Coeiho da Racha, I&, 8 to3 o).

2 Acc, do S. T de J. de 14 de lunho de rsTB (no hreito, anno BII, pas, 53); de 8 de m a y 0 de 1871 (na Rev, de Leg, anno xxr, pag, 2531 e no Dc~eito, anno xvl+ pag, 133).

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O contrario, porern, ensina o Dtreito (anncr x,~t ,

pag 211) relativameilte a condiqao srrspensim, por entender que o preceito do artigo 1868.' deve en- tender-se de harmonla corn o n O 2." ,do art~go I 759." do Cod. Civ. nos terlnos do qual, se o her- deiro morre antes de verificada a condiqCo, caduca eficu sem eferto a mesma inst~tu~qgo; e no mesmo sent~do se pronuncla a Rev. de Leg (anno xrn, pag

531; e arm0 3% pag fez), ainda que posteriormente pa- rece ter adoptado a opinlCo contraria (anno x ~ , pag

179 e 180) 1.

Quando a institu~qGo de herder0 es.18 subor- dinada a uma condrqiio resolutiva, deixa de pro- duzlr eEeitos Iogo que esta sc rcallse.

t Esta contradlcfIo do importante jornal foi accentuada, alnda que corn bastanre acnmonia, pelo sr dr Jose Rodrlgues dos Santos, lntelhgente e illustrado magistrado judrcial, n'um folhero intitulado - Pwecw sobre urna dtspost~o$d#commissana, pag. 19 e seguintes Vlde, sobre o assumpto, uma erudita rninuta do dr, Aives de Sd, na Ga;. da Re[. de Lrsb., anno vi, pas, 438 e sc- uintes.

l'ag S I - De$mga'o e caracierlsticas legnes - 1 Necessidade da

defini~ao - 2 Requlsltos da subst~tu~clo fide~rorn- missana, em face do ai rlgo 1866 - 3 Se a substl- ruiqCo ad tempuc 8 fidelcommissarla - 1 Sendo OS

bens deixados sob coildicSo de serem vcndrdos por morte do Iegatario e o seu product0 entregue a urn terceiro, nPo ha fideicommlsso nos termos do artigo 1866 *-5 NZo ha fidelcommlsso quando o herdeiro 8 encarregado de entregar a urn t t rce~ro certa quan- tia em dmheiro, ou certos bens, que n5o recebeu do testador - 6 ContlnuacPo -7 A lel n8o exlge o emprego de certas palavras para se estabelecer a subst~tu~@o fidelcomm~ssar~a . . . I

g z - Frdercommlssos nZo comprehendzdos na deJiniqrTo - g 0 artlgo 187r O- ro " A prohblc50 de ai~enar,-nlo abrange a de testar - I r 0 legado de eo quod m- percrrr -I 2 * A dispo<~fEo do n O 3 " do artigo 1871 ", sua exrensfio OprnlCo do sr Hlntze Rlbeiro - I ? Conmuagdo A nossa opimLo - 14 TranslcZo - 15 Se a substitu~qlo fide~cornmissaria pode ser es- tabetecida por doa+o entre vlvos - 16 Cont~nua- $50 Op~niLo do commentador e do sr Hlnfze Re- futa@o A substitwc50 fide~commrssand so pode ser lnstitu~da por testamento . . . 13

3.0 - Dzstzncgiio enee fidermmmzsso e legado de usufructo - - 17 Raz'ao d'ardem - 18 0 legado de usufructo e a ~ u b s t ~ m 1 ~ 5 0 fide~comml~sarla tEm, entre SI, gran- des analogias - 19 Mas, em gerai, n50 podem con-

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Pag fundu-se. Dlfferen~as - ao No antlgo Dveito. re- gras para OS dtstlnguir - 21 Actualmente n io pode adrmttrr-se a mesma doutrrna - 22 Regras para se- parat, praucamente, o legado de usufructo da sub- sriturc8o fide~commrssana, no caso penrcular em que as duas substrtulc6es podem confundlr-se . 2 5

8 q0 - Outras dejntfces Concl~siio - 23 Cntlca da defi- mf5o legal Doutr~na da Ord , quesrdes a que d a ~ a logar -24 Definr~lo de Lopes da $ h a , criilca - 25 0 que deve cons~derar-se subs~irurcio fideicom m~ssarta A face do nosso Cod Qv -26 Trans l~so . 35

5 I *-Dos quepodem ~nszztuwfidaeommusos, limzfes d'esza fnculdade - 27 ' As d1sposic6es fidercomm~ssdrlaa sZo, em regra, nullas - 18 Todos os que podem testa1 podem instltu~r fide~comm~ssos, quaes as pes- soas que ndo podem restar - 29 Trans~qBo. . 41

g 2 * - DOS que podem ser jidezcommzssanos - 30 RazLo d'ordern - 31. Excep$Bes ao prrncrplo da nulldade - 32 As eucepc6es estabelecidas em OS n.Os I e z O

do arttgo 1867" s9o appIicavels em todas as espe- cles de fidelcommisso, a estabelecrda no arhgo 187.2

i. somente applicat el ao fidercommisso regulado pelo n * 3 do arugo 1871 Op~nf6es em senrido contra- rlo A ) OS netos - 33 Se o testador tem de nomear fodns OS netos, au pone nornear somente algune d'ek- les, ou algum, fide~comm~ssanos Doutnna do Cod CIV Francez - 3 4 Oprnrio do sr Hinme R ~ b e ~ r o , refutaclo 0 testador rode nornear todos, ou parte dos seus netos, fide~commlssarlos R ) 0.7 ~nbrrnhos - 35 0 testador pode nomear hde~commissar~os, todos ou so alguns dos seus sobr~nhos, filhos de ir- rnsos, e tanto dos ]a nascidos, como dos por nascer C ) Indagentes, rapangaspobres epessoils moraes - 36 Raziio d'ordem - 3 j Quando o testador n io in- dica quaes os lndlgentes e raparqas pobres que de- seja beneficlar, nem dh indtcios por onde possam

pag detemnar-se, pertence ao fiduciario a escolha - 38. O testador pode drspor tanto em favor de urn, corno de rnutos lndlgentes ou rapangas pobres-- 39 0 artigo 1872; na parre relat~va ao5 estabelecl- mentos de mera umlidade pubhca, conslgna uma es- cep~rio ao no 3 O do artlgo 1871 a Opmlio contra-~a do sr Hmue, suarefuta~50 -40 Em favor da Egreja tarnbem pode ln>tlrulr se o fidercommrsso regulado pelo n o 30 do artlgo 1871 Optn160 contrarla do sr Bntze, sua refutaqso -41 TransgBo . . 11

3-0- Dos quepodan serJiductnr~os -42 0 restador pode nomear qualquer pessoa fiduclarro Opindo contra- n a do sr Hlntze, sua I efutac50 - 43 Conunua~Bo E tanto pode nomear uma so pessoa como multas, urna vez que o sejam slmultanea e n lo successlva- mente 61

go - Do nunzero de p u s dn substriuzgifo - 44 A substr- tulcgo so C permltt~da n'um grau Opin~lo do autor do P~ojec to do Cod Gv - +5 As nomeaqBes nullas nlo se contarn para o effeuo de marcar este pn- meiro grau - 46 Transr$Co ... 65

I - Dos d~rertos e obrl 6es do fiductarro - 47 RaZ$0 a c- d'ordem A) Prohtbrfao de alrenar -48 0 fidercorn-

rnlsso do n o I o do artlgo 181 r o nunca pode ser va- hdo D'eiie 1-120 denvam, portanto, dlreitos nem obrl- g a ~ 6 e s -49, 0 logar d'esta dlspos1c50 nko era aqul B) De eo p o d supermt - 50 0 fiduciano tern dr- reiro de alienar os bens -5 r Contln -Llm!tes d'este duelto. Doutrlna da legslacSo prevrgente C) Rmda ou pens50 v~ttahcra - j z 0 fiducjar~o pode conver- ter o pasamento da pensso no do cap~tal correspon- dente Modo de calcuiar este capltal D) Fzdercont- mzssos reguirres - 53 0 fiducrarlo tern os dlrertos de rnrro usufructuarro, n8o pode, por rsso, hspor da propr~edade dos bens fide~cornrn~tt~dos. . . 7'

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Pag* 8 2.0 - Dos direitos e ~brdg.rc$6es do$deicommissurio, -- 54. Q

Codlgo nlo especifica OS dife~tos do fide~commissa- no; especlfica&~ de alguns d'esses dire~tos, A sub- stitu1q5o de uslnfructo. - 55 Condl$Ses <m que ao fidelcommissario e permitticia fi al~enaqTo dos bens fidercammlttid~s - 56. Ti ansi~iio.. . . . . . 78

3.O- Re quando c ~ r n $ ~ ~ n z e acabnm OS effcrios do fidetco,rt- rntsso - 57, A situa+io do fideicommlssar~o 8 inde- p e n d e n t ~ da d o fiduciario 0 rrccelto do wtigo 1868 do Cod. CIV, e o D~rei to previgente - 58 Consequenclas d'aquelle p1 eceito. - 59 Fallecendo o f ide~comm~ssar~o dntes do testado], a proprlednde da be1 anqa ou do legado I ad~ca-sc no fiduc~ario, que a trancmitte a scus successores -Go Opinr5o con- trdrla do sr. Alexand~e dc Scabla -61 Sua refuta- $50; a oplnliio d l Rcvrstn de Legisla@o c de Jurts- prudetlctlr - 62, Contlnuaq50 -- 63 Fallecendo o fi- duclarlo antcs do te\tador, a d ~ b p o s l $ ~ o 6 d~recra, em favor do f ide~commnsa~lo Douttlna de Lob50 - 66 St ao tempo ~ i a mortc do tektadol ~ ~ ~ e n l os dols beneficiados, cadcl urn d'elles adqulre desde logo OS

seus I espectlvos d ~ ~ e ~ f o s - 6.5 0 s dll eltos do fid11- clallo cxtmguem-sc nos lncsmos cnsos cm que tcr- mlna o ubufi ucto, OS do fidelcommlssarlo tl ansmlt- tern-se a seus herdelrob - 66 As condiqtjes n l o ]m- pedern que os beneficlddos adq~111 am os seus dlrel- tos logo d morte do tesradoi Op~niGes do Dtrezto c da l iev de Leg , . . 83