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De que são feitas as coisas?
No tempo de Aristóteles dizia-se que eram quatro os elementos que
compunham todo o tipo de matéria: terra, ar, fogo e água. Mas mesmo neste tempo
já se sabia da existência de outras substâncias como cobre, prata, ouro e enxofre,
que não podiam ser decompostas em nenhum dos quatro elementos propostos
como fundamentais. Estas substâncias, cobre, ouro, prata, ferro, chumbo e
mercúrio, conhecidas desde há muitos milhares de anos, são hoje reconhecidas
como sendo elementos. Embora o número de elementos seja relativamente
pequeno, o número de combinações que se pode fazer com eles é muito grande e é
isto que origina o número tão grande de substâncias diferentes.
Modelo Atômico de Dalton Tomou o elemento mais leve, o hidrogênio, como base
unitária e mediu os outros em comparação com o peso deste.
Foi em 1803, no mês de setembro, que Dalton publicou pela
primeira vez os símbolos atômicos, fórmulas atômicas e uma lista
de pesos atômicos dos elementos
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dalton http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/modelosatomicos/modelo_dalton.html
Em 1859 descobriu-se os raios catódicos.
Surgiam então, técnicas mais controladas no
estudo de passagem de corrente, com a
substituição de líquidos por gases a baixa pressão.
Se em um tubo fechado contendo dois
eletrodos e tendo uma das paredes revestidas com
o elemento químico fósforo, for feito vácuo, ao se
aplicar uma diferença de potencial elétrico entre os
eletrodos, aparecerá uma fluorescência. Esta
fluorescência é causada pelos raios catódicos.
Modelo Atômico de Thomson
Em 1904, Thomson propôs seu modelo
atômico, mais conhecido como “pudim de
passas”. Thomson admitia que o átomo era uma
esfera com carga positiva distribuída de forma
uniforme, não tendo um caráter de partícula.
http://www.brasilescola.com/quimica/o-experimento-thomson-com-descargas-eletricas.htm
http://casadoexercicio.blogspot.com.br/2010/11/evolucao-dos-modelos-atomicos.html
A descoberta dos Raios X
No final de 1895
Wilhelm Conrad Röntgen
descobriu um “raio” que
atravessava materiais
opacos à outras
radiações.
Os raios eram
obtidos em tubos de
vácuo quando percorridos
por descargas de alta
voltagem
http://efisica.if.usp.br/moderna/conducao-gas/cap1_08/
Röntgen descobriu que tal radiação provocava
luminescência em certos materiais e sensibilizava chapas
fotográficas. Não sofria reflexão, nem refração, nem
polarização, nem sofria desvios em campos magnéticos e
tinha alta capacidade de penetração.
Henri Poincaré,
em janeiro de 1896,
sugere que outros
materiais luminescentes
também emitem tal
radiação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Poincar%C3%A9
Henri Becquerel
descreve que certas
substâncias fosforescentes
emitem uma radiação
semelhante aos raios X.
Para Becquerel tal
fenômeno era os raios de
urânio e para outros físicos era a hiperfosforescência.
A Hiperfosforescência ou raios de urânio
Efeitos elétricos da radiação
Em janeiro de 1896, Joseph John Thomson, descobre que
os raios X descarregam eletroscópios por ionizar o ar.
Devido a essa descoberta, surge um novo método de testar
o nível de radiação.
Maria Sklodowska nasceu na atual capital
da Polônia, Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, foi a
quinta e mais nova filha de professores bem
conhecidos da cidade.
A vida na Polônia na metade do século XIX era muito
difícil para os poloneses, pois havia sido dividida em
três províncias: a da Áustria, da Prússia e da Rússia.
A cidade de Varsóvia, onde Maria morava
com seus pais estava sobre o domínio russo.
Maria Sklodowska
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Curie/Curieinic.htm http://talonschristina.edublogs.org/category/eminent-person-2011/page/2/
A família havia perdido suas
propriedades em levantes patrióticos
poloneses que visavam a restauração da
independência da Polônia, o que condenou
Maria e seus irmãos a uma vida
difícil. Educou-se em pequenas escolas da
região de Varsóvia, obtendo um nível
básico de formação científica com seu pai,
Władysław Skłodowski, que era professor
de física e matemática e havia levado
instrumentos de laboratório para casa
após autoridades russas proibirem este
ensino em escolas polonesas.
Ao crescer se deparou com outro
problema, o preconceito com as mulher
que ambicionavam entrar para uma
universidade. As universidades de
Varsóvia não aceitavam mulheres, o que a
fez ingressar em uma universidade
francesa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Curie
Após combinar com sua irmã apoiá-la
financeiramente nos estudos de medicina em
Paris, e posteriormente receber o mesmo favor
em troca, tornou-se governanta. Primeiro na
Varsóvia e depois por dois anos em Szczuki com
a família dos Żorawskis, que tinham parentesco
com seu pai. Enquanto trabalhando para esta
família se apaixonou por Kazimierz Zorawski,
que viria a ser um matemático eminente, mas a
família dele rejeitou a idéia do casamento com
ela devido a sua condição financeira, o qual
Kazimierz não conseguiu se opor.
No início de 1889, voltou a morar com
seu pai na Varsóvia e continuou trabalhando
como governanta até 1891. Ela então começou a
receber seu treinamento científico prático no
laboratório de química no Museu da Indústria e
Agricultura, perto do centro antigo da cidade. http://www.viafanzine.jor.br/talento.htm
Paris na década de 1890, era a cidade da inovação em arte, estilo e
tecnologia. O mundo observava Paris e imitava Paris. O número de jornais
diários se elevou as centenas e a circulação passou a ser de massa, em vez
de dirigida apenas a cultivada elite, funcionando tanto como um foro de
debate como amplificador do que era novo e chocante. Ao mesmo tempo
que surgiu a Torre Eiffel, surgiu a eletricidade e o telefone com suas
maravilhas.
http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/lopreto/index.php/arte-seculo-xx-1900-paris/
No final de 1891 Marie mudou
para Paris, tendo ido a morar com a
irmã e o cunhado antes de alugar um
sótão. Prosseguiu os estudos da física,
matemática e química na Universidade
de Paris, onde havia se matriculado. Na
época, sobrevivia com poucos
recursos chegando até a desmaiar
devido a fome.
Em 1893 concluiu uma
graduação em física e começou a
trabalhar no laboratório industrial do
Professor Gabriel Lippmann. Enquanto
isso, continuou com os estudos e com
a ajuda de uma bolsa de estudos
conseguiu uma segunda graduação em
1894.
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Curie/Curienovo.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Curie
Em 1894 ela conhece o professor Pierre Curie com o qual se casa
no ano seguinte passando então a ser chamada de Madame Curie. Na
época Pierre trabalhava no Laboratório de Física e Química Industrial no
qual trabalhariam juntos.
Sendo Pierre um
mecânico talentoso, que preferia
fazer sua própria aparelhagem (e o
descobridor da piezoeletricidade:
eletricidade obtida através de alta
pressão em cristais),
desenvolveram um método com o
qual poderiam medir o quanto era
radioativo uma amostra de
material com relação a outra.
Marie não pertencia a
nenhuma instituição e seu marido
era professor de uma escola de
engenharia.
O diretor da escola
autoriza ao casal utilizar uma sala
para suas pesquisas.
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Curie/Curieinic.htm
Em 1983 e 1894 Marie obtém o grau de bacharel em física e
matemática pela universidade de Sourbonne, em Paris, tornando-se depois
a primeira mulher a lecionar nessa universidade quando da morte de seu
marido em 1906.
Em 1898, após ter sua primeira filha, Irene (que também ganhou um
prêmio Nobel de química em 1935), decide, para obtenção de seu
doutorado, estudar as radiações utilizando o efeito elétrico.
Em suas pesquisas, Marie
percebe que a pechblenda, um composto
do urânio, tinham um nível maior de
radiação que o urânio. Isso desviou o
rumo de estudo de Marie, pois deveria
existir, então, outro elemento mais
ionizante.
Tal elemento foi batizado de
rádio e era 900 vezes mais radioativo que
o urânio.
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Curie/Curiedescob.htm
http://www.viafanzine.jor.br/talento.htm
O termo radioatividade
foi proposto por Marie, bem
como a proposta de uma
explicação atômica para o
evento.
Em 1899. Ernest Rutherford, físico
Neozelandês, percebe experimentalmente dois
tipos de radiação no urânio. Chamou-as de alfa
e beta. No ano seguinte, o físico Paul Villard,
descobre outra emissão: os raios gama.
Rutherford, percebe também que os
elementos radioativos criavam emanações e em
parceria com Soddy que, entre 1902 e 1903,
desenvolveu a teoria da desintegração atômica
dos elementos. Suas outras contribuições,
feitas nos laboratórios daquela universidade,
foram a classificação das radiações em alfa e
beta, a enunciação do conceito de meia-vida e a
constatação da carga positiva das partículas
alfa.
http://www.atomicarchive.com/Bios/RutherfordPhoto.shtml
Nos primeiros anos de estudos com radioatividade, o casal
Curie notara que sua descoberta do rádio poderia ter aplicações
imediatas na medicina. Em 1905, Pierre Curie mencionou:
"Finalmente, nas ciências biológicas, os raios de rádio e suas
emanações produzem efeitos interessantes, que estão sendo
presentemente estudados. Os raios de rádio vêm sendo usados nos
tratamentos de certas doenças (lúpus, câncer, doenças nervosas)."
A compreensão do caráter social do
trabalho científico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Poincar%C3%A9
http://www.bipm.org/en/si/history-si/radioactivity/familles_curie_guillaume.html
Durante a Primeira Guerra
Mundial, Curie propôs o uso
da radiografia móvel para o
tratamento de soldados feridos.
Em 1921 visitou os
Estados Unidos, onde foi
recebida triunfalmente. O motivo
da viagem era arrecadar fundos
para a pesquisa.
http://www.viafanzine.jor.br/talento.htm
Visita de Curie, aos 58 anos de idade, e sua filha Irène ao
Instituto do Radium de Belo Horizonte, em agosto de 1926. Esta
fotografia faz parte do acervo da Sala Borges da Costa do
CEMEMOR.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/marie-curie-alem-do-mito
Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e
produtores de cosméticos, que faziam uso de material radioativo sem
precauções.
Curie-Vogt-Gray
N
Nos anos 20, era comum o mau uso da radioatividade em
diversos produtos, como consta na tabela:
Fonte: Química Nova na Escola
Fundou o Instituto do Rádio, em
Paris. Em 1922 tornou-se membro associado livre da Academia de Medicina.
http://www.viafanzine.jor.br/talento.htm
Marie Curie morreu perto
de Salanches, França, em 1934, de leucemia,
devido à exposição maciça a radiações durante
o seu trabalho.
Sua filha mais velha, Irene Joliot-Curie,
recebeu o Nobel de Química de 1935, ano
seguinte à morte de Marie.
O seu livro "Radioactivité" (escrito ao
longo de vários anos), publicado a título
póstumo, é considerado um dos documentos
fundadores dos estudos relacionados à
Radioatividade clássica.
Em 1995 seus restos mortais foram
transladados para o Panteão de Paris,
tornando-se a primeira mulher a ser sepultada
neste local.
O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi
batizado em honra do Casal Curie.
BIBLIOGRAFIA http://www.if.ufrgs.br/cref/radio - MARTINS, Roberto de Andrade. As primeiras investigações de Marie Curie sobre elementos radioativos. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência [série 2] 1 (1): 29-41, 2003. - FARIA, C., Marie Curie. Disponível em: http://www.infoescola.com/biografias/marie-curie/, acesso em 20/03/2013. - CORDEIRO, M. D. e PEDUZZI, L. P., HISTÓRIA DA FÍSICA E CIÊNCIAS AFINS - Aspectos da natureza da ciência e do trabalho científico no período inicial de desenvolvimento da radioatividade, Rev. Bras.
Ensino Fís. vol.33 no.3 São Paulo Jul. 2011 Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
11172011000300019, acesso em 24 de junho de 2013.
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Curie/Curieinic.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Curie http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/modelosatomicos/modelo_dalton.html "A descoberta da radioatividade" Roberto de Andrade Martins Capítulo publicado em: SANTOS, Carlos Alberto dos. Da revolução científica à revolução tecnológica – Tópicos de história da física moderna. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS, 1997. Pp. 29-49.