decreto de lei 15 2007 alteração do estatuto de carreira docente

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Diário da República, 1. a série — N. o 14 — 19 de Janeiro de 2007 501 encontrem a beneficiar de prestações de desemprego, os limites mínimo e máximo da coima são elevados para E 400 e E 2500, respectivamente, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 3 — Os montantes da coima previstos no número anterior são reduzidos para metade nas situações em que a entidade empregadora fundamente o desco- nhecimento da situação através da apresentação de uma das declarações previstas no artigo 2. o -C. 4 — Sem prejuízo da responsabilidade criminal que ao caso couber, as falsas declarações dos beneficiários relativas à sua situação perante o sistema de segurança social, designadamente no âmbito da relação jurídica prestacional, previstas na alínea a) do n. o 2 do artigo 2. o -C, constituem contra-ordenações puníveis com coima de E 100 a E 700. Artigo 11. o -B Sanção acessória Às entidades empregadoras que beneficiem da acti- vidade profissional de trabalhadores que se encon- trem a receber prestações de desemprego, nos casos em que não comuniquem a sua admissão aos serviços de segurança social ou, tendo-o feito, não os incluam nas declarações de remunerações, e tendo em conta a gravidade da infracção, pode ser aplicada, simul- taneamente com a coima e por período até dois anos contado a partir da decisão condenatória definitiva, a sanção acessória de privação do acesso a medidas de apoio à contratação e a regimes especiais de isen- ção ou redução da taxa contributiva global.» Artigo 3. o Entrada em vigor O presente decreto-lei entra em vigor no 1. o dia útil do 2. o mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 9 de Novembro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa — Pedro Manuel Dias de Jesus Marques. Promulgado em 6 de Janeiro de 2007. Publique-se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 8 de Janeiro de 2007. O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Decreto-Lei n. o 15/2007 de 19 de Janeiro No Programa do XVII Governo Constitucional rea- firma-se a noção de que os educadores e professores são os agentes fundamentais da educação escolar. O trabalho organizado dos docentes nos estabelecimen- tos de ensino constitui certamente o principal recurso de que dispõe a sociedade portuguesa para promover o sucesso dos alunos, prevenir o abandono escolar pre- coce e melhorar a qualidade das aprendizagens. É neces- sário, por isso, que o Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário seja, antes de mais, um instrumento efectivo de valorização do trabalho dos professores e de organização das escolas ao serviço da aprendizagem dos alunos. O Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secun- dário (adiante designado abreviadamente por Estatuto da Carreira Docente), aprovado pelo Decreto-Lei n. o 139-A/90, de 28 de Abril, e depois substancialmente alterado pelo Decreto-Lei n. o 1/98, de 2 de Janeiro, cumpriu a importante função de consolidar e qualificar a profissão docente, atribuindo-lhe o reconhecimento social de que é merecedora. Contudo, com o decorrer do tempo e pela forma como foi apropriado e aplicado, acabou por se tornar um obstáculo ao cumprimento da missão social e ao desenvolvimento da qualidade e efi- ciência do sistema educativo, transformando-se objec- tivamente num factor de degradação da função e da imagem social dos docentes. Para tanto, contribuiu em particular a forma como se concretizou o regime de progressão na carreira que deveria depender do desen- volvimento das competências e da avaliação de desem- penho dos professores e educadores. Contudo, a formação contínua, em que o País investiu avultados recursos, esteve em regra divorciada do aperfeiçoamento das com- petências científicas e pedagógicas relevantes para o exercício da actividade docente. Do mesmo modo, a avaliação de desempenho, com raras excepções apenas, converteu-se num simples procedimento burocrático, sem qualquer conteúdo. Nestas condições, a progressão na carreira passou a depender fundamentalmente do decurso do tempo, o que permitiu que docentes que permaneceram afastados da actividade lectiva durante a maior parte do seu percurso profissional tenham che- gado ao topo da carreira. À indiferenciação de funções, determinada pelas pró- prias normas da carreira, veio associar-se um regime que tratou de igual modo os melhores profissionais e aqueles que cumprem minimamente ou até imperfei- tamente os seus deveres. Nestes termos, não foi possível exigir dos professores com mais experiência e maior formação, usufruindo de significativas reduções das suas obrigações lectivas e das remunerações mais elevadas, que assumissem responsabilidades acrescidas na escola. Pelo contrário, permitiu-se até que as funções de coor- denação e supervisão fossem desempenhadas por docen- tes mais jovens e com menos condições para as exercer. Daqui resultou um sistema que não criou nenhum incen- tivo, nenhuma motivação para que os docentes aper- feiçoassem as suas práticas pedagógicas ou se empe- nhassem na vida e organização das escolas. Por estes motivos, o Governo interpretou a neces- sidade de uma profunda alteração do Estatuto da Car- reira Docente como um imperativo político que cumpre através do presente decreto-lei. Em primeiro lugar, tra- ta-se de promover a cooperação entre os professores e reforçar as funções de coordenação, pois o seu tra- balho, para que produza melhores resultados, não pode ser atomizado e individualizado. Sendo impossível orga- nizar as escolas com base na indiferenciação, é indis- pensável proceder à correspondente estruturação da car- reira, dotando cada estabelecimento de ensino de um corpo de docentes reconhecido, com mais experiência, mais autoridade e mais formação, que assegure em per-

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 501

encontrem a beneficiar de prestações de desemprego,os limites mínimo e máximo da coima são elevadospara E 400 e E 2500, respectivamente, sem prejuízodo disposto no número seguinte.

3 — Os montantes da coima previstos no númeroanterior são reduzidos para metade nas situações emque a entidade empregadora fundamente o desco-nhecimento da situação através da apresentação deuma das declarações previstas no artigo 2.o-C.

4 — Sem prejuízo da responsabilidade criminal queao caso couber, as falsas declarações dos beneficiáriosrelativas à sua situação perante o sistema de segurançasocial, designadamente no âmbito da relação jurídicaprestacional, previstas na alínea a) do n.o 2 doartigo 2.o-C, constituem contra-ordenações puníveiscom coima de E 100 a E 700.

Artigo 11.o-BSanção acessória

Às entidades empregadoras que beneficiem da acti-vidade profissional de trabalhadores que se encon-trem a receber prestações de desemprego, nos casosem que não comuniquem a sua admissão aos serviçosde segurança social ou, tendo-o feito, não os incluamnas declarações de remunerações, e tendo em contaa gravidade da infracção, pode ser aplicada, simul-taneamente com a coima e por período até dois anoscontado a partir da decisão condenatória definitiva,a sanção acessória de privação do acesso a medidasde apoio à contratação e a regimes especiais de isen-ção ou redução da taxa contributiva global.»

Artigo 3.o

Entrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no 1.o dia útildo 2.o mês seguinte ao da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 9 deNovembro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto deSousa — Pedro Manuel Dias de Jesus Marques.

Promulgado em 6 de Janeiro de 2007.

Publique-se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendado em 8 de Janeiro de 2007.

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto deSousa.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Decreto-Lei n.o 15/2007de 19 de Janeiro

No Programa do XVII Governo Constitucional rea-firma-se a noção de que os educadores e professoressão os agentes fundamentais da educação escolar.O trabalho organizado dos docentes nos estabelecimen-tos de ensino constitui certamente o principal recursode que dispõe a sociedade portuguesa para promovero sucesso dos alunos, prevenir o abandono escolar pre-

coce e melhorar a qualidade das aprendizagens. É neces-sário, por isso, que o Estatuto da Carreira Docente dosEducadores de Infância e dos Professores dos EnsinosBásico e Secundário seja, antes de mais, um instrumentoefectivo de valorização do trabalho dos professores ede organização das escolas ao serviço da aprendizagemdos alunos.

O Estatuto da Carreira Docente dos Educadores deInfância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secun-dário (adiante designado abreviadamente por Estatutoda Carreira Docente), aprovado pelo Decreto-Lein.o 139-A/90, de 28 de Abril, e depois substancialmentealterado pelo Decreto-Lei n.o 1/98, de 2 de Janeiro,cumpriu a importante função de consolidar e qualificara profissão docente, atribuindo-lhe o reconhecimentosocial de que é merecedora. Contudo, com o decorrerdo tempo e pela forma como foi apropriado e aplicado,acabou por se tornar um obstáculo ao cumprimento damissão social e ao desenvolvimento da qualidade e efi-ciência do sistema educativo, transformando-se objec-tivamente num factor de degradação da função e daimagem social dos docentes. Para tanto, contribuiu emparticular a forma como se concretizou o regime deprogressão na carreira que deveria depender do desen-volvimento das competências e da avaliação de desem-penho dos professores e educadores. Contudo, a formaçãocontínua, em que o País investiu avultados recursos,esteve em regra divorciada do aperfeiçoamento das com-petências científicas e pedagógicas relevantes para oexercício da actividade docente. Do mesmo modo, aavaliação de desempenho, com raras excepções apenas,converteu-se num simples procedimento burocrático,sem qualquer conteúdo. Nestas condições, a progressãona carreira passou a depender fundamentalmente dodecurso do tempo, o que permitiu que docentes quepermaneceram afastados da actividade lectiva durantea maior parte do seu percurso profissional tenham che-gado ao topo da carreira.

À indiferenciação de funções, determinada pelas pró-prias normas da carreira, veio associar-se um regimeque tratou de igual modo os melhores profissionais eaqueles que cumprem minimamente ou até imperfei-tamente os seus deveres. Nestes termos, não foi possívelexigir dos professores com mais experiência e maiorformação, usufruindo de significativas reduções das suasobrigações lectivas e das remunerações mais elevadas,que assumissem responsabilidades acrescidas na escola.Pelo contrário, permitiu-se até que as funções de coor-denação e supervisão fossem desempenhadas por docen-tes mais jovens e com menos condições para as exercer.Daqui resultou um sistema que não criou nenhum incen-tivo, nenhuma motivação para que os docentes aper-feiçoassem as suas práticas pedagógicas ou se empe-nhassem na vida e organização das escolas.

Por estes motivos, o Governo interpretou a neces-sidade de uma profunda alteração do Estatuto da Car-reira Docente como um imperativo político que cumpreatravés do presente decreto-lei. Em primeiro lugar, tra-ta-se de promover a cooperação entre os professorese reforçar as funções de coordenação, pois o seu tra-balho, para que produza melhores resultados, não podeser atomizado e individualizado. Sendo impossível orga-nizar as escolas com base na indiferenciação, é indis-pensável proceder à correspondente estruturação da car-reira, dotando cada estabelecimento de ensino de umcorpo de docentes reconhecido, com mais experiência,mais autoridade e mais formação, que assegure em per-

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manência funções de maior responsabilidade e que cons-titua uma categoria diferenciada. Em todas as outrasprofissões mais qualificadas e designadamente nas queconstituem corpos especiais da Administração Pública,a norma é a diferenciação, expressa em categorias fun-cionais, às quais estão geralmente associadas dotaçõesespecíficas nos respectivos quadros de pessoal. Em con-formidade com estes princípios, a carreira docente pas-sará a estar estruturada em duas categorias, ficandoreservado à categoria superior, de professor titular, oexercício de funções de coordenação e supervisão.Para acesso a esta categoria, estabelece-se a exigênciade uma prova pública que, incidindo sobre a actividadeprofissional desenvolvida, permita demonstrar a aptidãodos docentes para o exercício das funções específicasque lhe estão associadas.

Sendo indispensável estabelecer um regime de ava-liação de desempenho mais exigente e com efeitos nodesenvolvimento da carreira que permita identificar,promover e premiar o mérito e valorizar a actividadelectiva, o presente decreto-lei introduz um novo pro-cedimento que, tendo em conta a auto-avaliação dodocente, não assenta exclusivamente nela. Nesse pro-cedimento, a responsabilidade principal pela avaliaçãoé cometida aos coordenadores dos departamentos cur-riculares ou dos conselhos de docentes, assim como aosórgãos de direcção executiva das escolas que, para aatribuição de uma menção qualitativa, terão de basear-senuma pluralidade de instrumentos, como a observaçãode aulas, e de critérios, entre os quais o progresso dosresultados escolares dos alunos, ponderado o contextosócio-educativo.

No sentido de assegurar que se trata de uma avaliaçãoefectivamente diferenciadora, determina-se, em termossemelhantes aos do regime aplicável aos funcionáriose agentes da Administração Pública, a existência de cincomenções qualitativas possíveis e uma contingentação dasduas classificações superiores que conferem direito aum prémio de desempenho. Os resultados da avaliaçãoserão expressos bienalmente e, portanto, não estarãoassociados aos momentos de possível progressão na car-reira, nem por isso deixando de ter efectivas consequên-cias para o seu desenvolvimento.

A definição de um regime de avaliação que distingao mérito é condição essencial para a dignificação daprofissão docente e para a promoção da auto-estimae motivação dos professores, satisfazendo desse modoum dos objectivos expressos no Programa doXVII Governo Constitucional. Para o mesmo fim concorrea integração no Estatuto da Carreira Docente de umanova codificação de direitos e deveres que consagra,em termos inovadores, os direitos à colaboração, à con-sideração e ao reconhecimento da autoridade dos pro-fessores pelos alunos, suas famílias e demais membrosda comunidade educativa, e especifica os seus deveresrelativamente aos diferentes agentes e parceiros dessacomunidade. No respeito dos direitos laborais dosdocentes, estabelecem-se também regras mais exigentesno sentido do cumprimento integral das actividadeslectivas.

As alterações introduzidas pelo presente decreto-leino Estatuto da Carreira Docente visam ainda estabe-lecer condições mais rigorosas para o ingresso na car-reira, assegurando que aqueles que obtêm provimentodefinitivo em lugar do quadro preenchem, sem margempara dúvidas, todos os requisitos para o exercício daprofissão docente. Com esse objectivo, introduz-se uma

prova de avaliação de conhecimentos, enquanto requi-sito prévio à candidatura aos procedimentos de recru-tamento de pessoal docente, e estabelecem-se novasregras para a observância de um período probatório,realizado sob supervisão e acompanhamento de um pro-fessor mais experiente.

Para além da alteração do Estatuto da CarreiraDocente, o presente decreto-lei altera o regime jurídicoda formação contínua de professores, de modo a asse-gurar que a formação não só não prejudica as actividadeslectivas, mas contribui efectivamente para a aquisiçãoe desenvolvimento de competências científicas e peda-gógicas que sejam relevantes para o trabalho dos docen-tes e particularmente para a sua a actividade lectiva.

Sem prejuízo dos objectivos enunciados, contempla-seum regime transitório de integração na nova estruturada carreira que tem em consideração os direitos dosdocentes que nela se encontram providos.

Foram observados os procedimentos decorrentes daLei n.o 23/98, de 26 de Maio.

Assim:No desenvolvimento da Lei n.o 46/86, de 14 de Outu-

bro (Lei de Bases do Sistema Educativo), alterada pelasLeis n.os 115/97, de 19 de Setembro, e 49/2005, de 30de Agosto, e nos termos da alínea c) do n.o 1 doartigo 198.o da Constituição, o Governo decreta oseguinte:

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1.o

Objecto

O presente decreto-lei altera o Estatuto da Carreirados Educadores de Infância e dos Professores dos Ensi-nos Básico e Secundário, aprovado pelo Decreto-Lein.o 139-A/90, de 28 de Abril, alterado pelos Decretos--Leis n.os 105/97, de 29 de Abril, 1/98, de 2 de Janeiro,35/2003, de 17 de Fevereiro, 121/2005, de 26 de Julho,229/2005, de 29 de Dezembro, e 224/2006, de 13 deNovembro, bem como o regime jurídico da formaçãocontínua de professores, aprovado pelo Decreto-Lein.o 249/92, de 9 de Novembro, e alterado pelos Decre-tos-Leis n.os 207/96, de 2 de Novembro, e 155/99, de10 de Maio.

Artigo 2.o

Alteração ao Estatuto da Carreira dos Educadores de Infânciae dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Os artigos 1.o, 2.o, 4.o, 5.o, 8.o, 9.o, 10.o, 11.o, 12.o,13.o, 14.o, 15.o, 17.o, 22.o, 23.o, 24.o, 25.o, 26.o, 27.o, 28.o,30.o, 31.o, 32.o, 34.o, 35.o, 36.o, 37.o, 38.o, 39.o, 40.o, 41.o,42.o, 43.o, 44.o, 45.o, 46.o, 47.o, 48.o, 49.o, 54.o, 56.o, 57.o,59.o, 61.o, 62.o, 63.o, 64.o, 65.o, 66.o, 67.o, 68.o, 69.o, 70.o,71.o, 72.o, 73.o, 74.o, 76.o, 77.o, 78.o, 79.o, 80.o, 82.o, 83.o,84.o, 85.o, 86.o, 87.o, 91.o, 94.o, 100.o, 101.o, 102.o, 103.o,108.o, 109.o, 110.o, 111.o, 115.o, 119.o, 132.o, 133.o, 134.oe 135.o, todos do Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infância e dos Professores dos Ensinos Básico eSecundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 139-A/90,de 28 de Abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 105/97,de 29 de Abril, 1/98, de 2 de Janeiro, 35/2003, de 17de Fevereiro, 121/2005, de 26 de Julho, 229/2005, de

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 503

29 de Dezembro, e 224/2006, de 13 de Novembro, pas-sam a ter a seguinte redacção:

«Artigo 1.o

[. . .]

1 — O Estatuto da Carreira dos Educadores deInfância e dos Professores dos Ensinos Básico eSecundário, adiante designado por Estatuto, aplica-seaos docentes, qualquer que seja o nível, ciclo deensino, grupo de recrutamento ou área de formação,que exerçam funções nas diversas modalidades do sis-tema de educação e ensino não superior, e no âmbitodos estabelecimentos públicos de educação pré-es-colar e dos ensinos básico e secundário na depen-dência do Ministério da Educação.

2 — O presente Estatuto é ainda aplicável, comas necessárias adaptações, aos docentes em exercícioefectivo de funções em estabelecimentos ou institui-ções de ensino dependentes ou sob tutela de outrosministérios.

3 — Os professores do ensino português no estran-geiro bem como os docentes que se encontrem a pres-tar serviço em Macau ou em regime de cooperaçãonos países africanos de língua oficial portuguesa ououtros regem-se por normas próprias.

Artigo 2.o

[. . .]

Para efeitos de aplicação do presente Estatuto, con-sidera-se pessoal docente aquele que é portador dehabilitação profissional para o desempenho de fun-ções de educação ou de ensino, com carácter per-manente, sequencial e sistemático, ou a título tem-porário, após aprovação em prova de avaliação deconhecimentos e de competências.

Artigo 4.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) Direito à consideração e ao reconhecimento da

sua autoridade pelos alunos, suas famílias e demaismembros da comunidade educativa;

f) Direito à colaboração das famílias e da comu-nidade educativa no processo de educação dos alunos.

Artigo 5.o

[. . .]

1 — O direito de participação exerce-se no quadrodo sistema educativo, da escola e da relação com acomunidade.

2 — O direito de participação, que pode ser exer-cido a título individual ou colectivo, nomeadamenteatravés das organizações profissionais e sindicais dopessoal docente, compreende:

a) O direito a emitir opiniões e recomendaçõessobre as orientações e o funcionamento do estabe-lecimento de ensino e do sistema educativo;

b) O direito a participar na definição das orien-tações pedagógicas ao nível do estabelecimento deensino ou das suas estruturas de coordenação;

c) O direito à autonomia técnica e científica e àliberdade de escolha dos métodos de ensino, das tec-nologias e técnicas de educação e dos tipos de meiosauxiliares de ensino mais adequados, no respeito pelocurrículo nacional, pelos programas e pelas orienta-ções programáticas curriculares ou pedagógicas emvigor;

d) O direito a propor inovações e a participar emexperiências pedagógicas, bem como nos respectivosprocessos de avaliação;

e) O direito de eleger e ser eleito para órgãos cole-giais ou singulares dos estabelecimentos de educaçãoou de ensino, nos casos em que a legislação sobrea sua gestão e administração o preveja.

3 — O direito de participação pode ainda ser exer-cido, através das organizações profissionais e sindicaisdo pessoal docente, em órgãos que, no âmbito nacio-nal, regional autónomo ou regional, prevejam a repre-sentação do pessoal docente.

Artigo 8.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) A prevenção e redução dos riscos profissionais,individuais e colectivos, através da adopção de pro-gramas específicos dirigidos à melhoria do ambientede trabalho e promoção das condições de higiene,saúde e segurança do posto de trabalho;

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 9.o

Direito à consideração e à colaboraçãoda comunidade educativa

1 — O direito à consideração exerce-se no planoda relação com os alunos, as suas famílias e os demaismembros da comunidade educativa e exprime-se noreconhecimento da autoridade em que o docente estáinvestido no exercício das suas funções.

2 — O direito à colaboração das famílias e dosdemais membros da comunidade educativa com-preende o direito a receber o seu apoio e cooperaçãoactiva, no quadro da partilha entre todos da respon-sabilidade pelo desenvolvimento e pelos resultadosda aprendizagem dos alunos.

Artigo 10.o

Deveres gerais

1 — O pessoal docente está obrigado ao cumpri-mento dos deveres estabelecidos para os funcionáriose agentes da Administração Pública em geral.

2 — O pessoal docente, no exercício das funçõesque lhe estão atribuídas nos termos do presente Esta-tuto, está ainda obrigado ao cumprimento dos seguin-tes deveres profissionais:

a) Orientar o exercício das suas funções pelos prin-cípios do rigor, da isenção, da justiça e da equidade;

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504 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

b) Orientar o exercício das suas funções por cri-térios de qualidade, procurando o seu permanenteaperfeiçoamento e tendo como objectivo a excelência;

c) Colaborar com todos os intervenientes no pro-cesso educativo, favorecendo a criação de laços decooperação e o desenvolvimento de relações de res-peito e reconhecimento mútuo, em especial entredocentes, alunos, encarregados de educação e pessoalnão docente;

d) Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos,capacidades e competências, numa perspectiva deaprendizagem ao longo da vida, de desenvolvimentopessoal e profissional e de aperfeiçoamento do seudesempenho;

e) Participar de forma empenhada nas várias moda-lidades de formação que frequente, designadamentenas promovidas pela Administração, e usar as com-petências adquiridas na sua prática profissional;

f) Zelar pela qualidade e pelo enriquecimento dosrecursos didáctico-pedagógicos utilizados, numa pers-pectiva de abertura à inovação;

g) Desenvolver a reflexão sobre a sua prática peda-gógica, proceder à auto-avaliação e participar nas acti-vidades de avaliação da escola;

h) Conhecer, respeitar e cumprir as disposiçõesnormativas sobre educação, cooperando com a admi-nistração educativa na prossecução dos objectivosdecorrentes da política educativa, no interesse dosalunos e da sociedade.

Artigo 11.o

[. . .]

1 — A formação do pessoal docente desenvolve-sede acordo com os princípios gerais constantes doartigo 33.o da Lei de Bases do Sistema Educativo,competindo ao membro do Governo responsável pelaárea da educação o respectivo planeamento, coor-denação e avaliação global.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 12.o

[. . .]

A formação do pessoal docente compreende a for-mação inicial, a formação especializada e a formaçãocontínua, previstas, respectivamente, nos artigos 34.o,36.o e 38.o da Lei de Bases do Sistema Educativo.

Artigo 13.o

[. . .]

1 — A formação inicial dos educadores de infânciae dos professores dos ensinos básico e secundárioé a que confere habilitação profissional para a docên-cia no respectivo nível de educação ou de ensino.

2 — A formação inicial visa dotar os candidatosà profissão das competências e conhecimentos cien-tíficos, técnicos e pedagógicos de base para o desem-penho profissional da prática docente nas seguintesdimensões:

a) Profissional e ética;b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;c) Participação na escola e relação com a comu-

nidade;d) Desenvolvimento profissional ao longo da vida.

Artigo 14.o

[. . .]

A formação especializada visa a qualificação dosdocentes para o desempenho de funções ou activi-dades educativas especializadas e é ministrada nasinstituições de formação a que se refere o n.o 2 doartigo 36.o da Lei de Bases do Sistema Educativo.

Artigo 15.o

[. . .]

1 — A formação contínua destina-se a assegurara actualização, o aperfeiçoamento, a reconversão eo apoio à actividade profissional do pessoal docente,visando ainda objectivos de desenvolvimento na car-reira e de mobilidade nos termos do presente Esta-tuto.

2 — A formação contínua deve ser planeada deforma a promover o desenvolvimento das competên-cias profissionais do docente.

Artigo 17.o

[. . .]

1 — O concurso é o processo de recrutamento eselecção, normal e obrigatório, de pessoal docentepara nomeação em lugar do quadro de ingresso ouacesso.

2 — O regime do concurso para pessoal docenterege-se pelos princípios reguladores dos concursos naAdministração Pública, nos termos e com as adap-tações previstas no decreto-lei a que se refere oartigo 24.o

Artigo 22.o

[. . .]

1 — São requisitos gerais de admissão a concurso:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) Possuir as habilitações profissionais legalmente

exigidas para a docência no nível de ensino e grupode recrutamento a que se candidatam;

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .f) Obter aprovação em prova de avaliação de

conhecimentos e competências, tratando-se de con-curso para lugar de ingresso.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — A existência de deficiência física não é impe-

dimento ao exercício de funções docentes se eenquanto for compatível com os requisitos exigíveispara o exercício de funções no grupo de recrutamentodo candidato ou do docente, nos termos de adequadoatestado médico.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — A verificação dos requisitos físicos e psíquicos

necessários ao exercício da função docente e da ine-xistência de alcoolismo ou de toxicodependências dequalquer natureza é realizada nos termos da lei geral.

6 — A existência de alcoolismo ou de toxicodepen-dências, comprovadas nos termos do número anterior,constitui motivo impeditivo do exercício da funçãodocente pelo período de dois anos.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 505

7 — A prova de avaliação de conhecimentos e decompetências prevista na alínea f) do n.o 1 visademonstrar o domínio dos conhecimentos e das com-petências exigidas para o exercício da função docente,na especialidade da respectiva área de docência, eé organizada segundo as exigências da leccionaçãodos programas e orientações curriculares da educaçãopré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

8 — As condições de candidatura e de realizaçãoda prova de avaliação de conhecimentos e compe-tências são aprovadas por decreto regulamentar.

Artigo 23.o

Verificação de alteração dos requisitos físicos e psíquicos

1 — A verificação de alteração dos requisitos físicose psíquicos necessários ao exercício da função docentee da existência de alcoolismo ou de toxicodependên-cias de qualquer natureza é realizada pela juntamédica regional do Ministério da Educação, mediantesolicitação do órgão de direcção executiva da escola.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — Para verificação das condições de saúde e de

trabalho do pessoal docente realizam-se acções perió-dicas de rastreio, nos termos da legislação sobre segu-rança, higiene e saúde no trabalho, aprovadas anual-mente pelo órgão de direcção executiva da escola.

Artigo 24.o

Regulamentação dos concursos

A regulamentação dos concursos previstos no pre-sente Estatuto é objecto de decreto-lei, garantida aparticipação das organizações sindicais representati-vas de pessoal docente.

Artigo 25.o

Estrutura

1 — Os quadros de pessoal docente dos estabele-cimentos de educação ou de ensino públicos estru-turam-se em:

a) Quadros de agrupamento de escolas;b) Quadros de escola não agrupada;c) Quadros de zona pedagógica.

2 — Os quadros de pessoal docente dos estabele-cimentos de educação e ensino abrangidos pelo pre-sente Estatuto fixam dotações para a carreira docente,discriminadas por nível ou ciclo de ensino, grupo derecrutamento e categoria, consoante o caso, de modoa conferir maior flexibilidade à gestão dos recursoshumanos da docência disponíveis.

3 — As referências feitas no presente Estatuto aescolas ou a estabelecimentos de educação ou deensino reportam-se ao agrupamento de escolas oua escolas não agrupadas, consoante o caso, salvo refe-rência em contrário.

Artigo 26.o

Quadros de agrupamento e quadros de escola não agrupada

1 — Os quadros de agrupamento de escolas, bemcomo os quadros das escolas não agrupadas, desti-

nam-se a satisfazer as necessidades permanentes dosrespectivos estabelecimentos de educação ou deensino.

2 — A dotação de lugares dos quadros de agru-pamento ou dos quadros de escola, discriminada porciclo ou nível de ensino e grupo de recrutamentoe categoria, é fixada por portaria conjunta dos mem-bros do Governo responsáveis pelas áreas das finançase da educação.

3 — A dotação dos lugares da categoria de pro-fessor titular corresponde, por quadro de agrupa-mento ou de escola não agrupada, a um terço donúmero total de lugares do respectivo quadro.

Artigo 27.o

[. . .]

1 — Os quadros de zona pedagógica destinam-sea facultar a necessária flexibilidade à gestão dos recur-sos humanos no respectivo âmbito geográfico e a asse-gurar a satisfação de necessidades não permanentesdos estabelecimentos de educação ou de ensino, asubstituição dos docentes dos quadros de agrupa-mento ou de escola, as actividades de educação extra--escolar, o apoio a estabelecimentos de educação oude ensino que ministrem áreas curriculares específicasou manifestem exigências educativas especiais, bemcomo a garantir a promoção do sucesso educativo.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — O âmbito geográfico dos quadros de zona

pedagógica e a respectiva dotação de lugares, a definirpor ciclo ou nível de ensino e grupo de recrutamento,são fixados por portaria conjunta dos membros doGoverno responsáveis pelas áreas das finanças e daeducação.

Artigo 28.o

[. . .]

A revisão dos quadros de pessoal docente é feitapor portaria conjunta dos membros do Governo res-ponsáveis pelas áreas das finanças, da AdministraçãoPública e da educação ou por portaria apenas desteúltimo, consoante dessa alteração resulte ou nãoaumento dos valores totais globais.

Artigo 30.o

[. . .]

O primeiro provimento em lugar de ingressoreveste a forma de nomeação provisória e destina-seà realização do período probatório.

Artigo 31.o

Período probatório

1 — O período probatório destina-se a verificar acapacidade de adequação do docente ao perfil dedesempenho profissional exigível, tem a duraçãomínima de um ano escolar e é cumprido no esta-belecimento de educação ou de ensino onde aqueleexerce a sua actividade docente.

2 — O período probatório corresponde ao primeiroano escolar no exercício efectivo de funções da cate-goria de professor, sem prejuízo do disposto nos n.os 8a 10.

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506 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

3 — O período probatório do professor é acom-panhado e apoiado, no plano didáctico, pedagógicoe científico, por um professor titular, detentor, pre-ferencialmente, de formação especializada na áreade organização educacional e desenvolvimento cur-ricular, supervisão pedagógica e formação de forma-dores e com menção igual ou superior a Bom naúltima avaliação do desempenho, a designar pelocoordenador do departamento curricular ou do con-selho de docentes respectivo.

4 — Compete ao professor titular a que se refereo número anterior:

a) Apoiar a elaboração e acompanhar a execuçãode um plano individual de trabalho para o docenteem período probatório que verse as componentescientífica, pedagógica e didáctica;

b) Apoiar o docente em período probatório na pre-paração e planeamento das aulas, bem como na refle-xão sobre a respectiva prática pedagógica, ajudando-ona sua melhoria;

c) Avaliar o trabalho individual desenvolvido;d) Elaborar relatório circunstanciado da actividade

desenvolvida, incluindo os dados da observaçãorealizada;

e) Participar no processo de avaliação do desem-penho do docente em período probatório.

5 — O docente em período probatório fica impos-sibilitado de acumular outras funções, públicas ouprivadas.

6 — A componente não lectiva de estabelecimentoneste período fica adstrita, enquanto necessário, àfrequência de acções de formação, assistência a aulasde outros professores ou realização de trabalhos degrupo indicadas pelo professor de acompanhamentoe apoio.

7 — A avaliação do desempenho do docente emperíodo probatório é objecto de regulamentação espe-cífica, nos termos previstos no n.o 5 do artigo 40.o

8 — O período probatório é suspenso sempre queo docente se encontre em situação de ausências aoserviço legalmente equiparadas a prestação de tra-balho efectivo por um período superior a seis semanasconsecutivas ou interpoladas, sem prejuízo da manu-tenção dos direitos e regalias inerentes à continuidadedo vínculo laboral.

9 — Finda a situação que determinou a suspensãoprevista no número anterior, o docente retoma ouinicia, consoante o caso, o exercício efectivo das suasfunções, tendo de completar o período probatórioem falta.

10 — Para além dos motivos referidos no n.o 8,o período probatório do docente que faltar justifi-cadamente por um período correspondente a 15 diasde actividade lectiva é repetido no ano escolarseguinte.

11 — O docente em nomeação provisória que con-clua o período probatório com avaliação do desem-penho igual ou superior a Bom é nomeado defini-tivamente em lugar do quadro.

12 — Se o docente obtiver avaliação do desempe-nho de Regular será facultada a oportunidade de repe-tir o período probatório, sem interrupção funcional,devendo desenvolver o projecto individual de forma-ção e a acção pedagógica que lhe forem indicados,em termos idênticos aos previstos no n.o 7 doartigo 48.o

13 — Se o docente obtiver avaliação de desempe-nho de Insuficiente é, no termo do período probatório,automaticamente exonerado do lugar do quadro emque se encontra provido.

14 — A atribuição da menção qualitativa de Insu-ficiente implica a impossibilidade de o docente se can-didatar, a qualquer título, à docência no próprio anoou no ano escolar seguinte, a menos que demonstreter completado a formação prevista no n.o 7 doartigo 48.o

15 — O tempo de serviço prestado pelo docenteem período probatório é contado para efeitos deacesso e progressão na categoria de ingresso da car-reira docente, desde que classificado com mençãoigual ou superior a Bom.

16 — Para efeitos de conversão da nomeação pro-visória em nomeação definitiva, considera-se dispen-sado do período probatório o docente que tenha exer-cido funções docentes em regime de contrato, nomesmo nível de ensino e grupo de recrutamento, portempo correspondente a um ano escolar, desde quecumprido com horário igual ou superior a vinte horase avaliação de desempenho igual ou superior a Bom.

Artigo 32.o

Nomeação definitiva

1 — A nomeação provisória converte-se emnomeação definitiva em lugar do quadro, indepen-dentemente de quaisquer formalidades, no início doano escolar subsequente à conclusão do período pro-batório com avaliação de desempenho igual ou supe-rior a Bom.

2 — A conversão da nomeação provisória emnomeação definitiva é promovida pelo órgão de direc-ção executiva do agrupamento ou escola não agrupadaaté 20 dias antes do termo daquela nomeação e pro-duz efeitos, em qualquer caso, a partir de 1 deSetembro.

3 — Em caso de prorrogação do período proba-tório prevista nos n.os 8 a 10 do artigo anterior, aconversão da nomeação provisória em nomeação defi-nitiva produz efeitos reportados ao início do ano esco-lar em que ocorra a sua conclusão.

4 — A nomeação do docente que observe os requi-sitos previstos no n.o 16 do artigo anterior é auto-maticamente convertida em nomeação definitiva.

Artigo 34.o

Natureza e estrutura da carreira docente

1 — O pessoal docente que desempenha funçõesde educação ou de ensino, com carácter permanente,sequencial e sistemático, constitui, nos termos da leigeral, um corpo especial da Administração Públicadotado de uma carreira própria.

2 — A carreira docente desenvolve-se pelas cate-gorias hierarquizadas de:

a) Professor;b) Professor titular.

3 — À categoria de professor titular, além das fun-ções de professor, correspondem funções diferencia-das pela sua natureza, âmbito e grau de respon-sabilidade.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 507

4 — Cada categoria é integrada por escalões a quecorrespondem índices remuneratórios diferenciados,de acordo com o anexo I do presente Estatuto, quedele faz parte integrante.

Artigo 35.o

Conteúdo funcional

1 — As funções do pessoal docente são exercidascom responsabilidade profissional e autonomia téc-nica e científica, sem prejuízo do número seguinte.

2 — O docente desenvolve a sua actividade pro-fissional de acordo com as orientações de políticaeducativa e observando as exigências do currículonacional, dos programas e das orientações progra-máticas ou curriculares em vigor, bem como do pro-jecto educativo da escola.

3 — São funções do pessoal docente em geral:

a) Leccionar as disciplinas, matérias e cursos paraque se encontra habilitado de acordo com as neces-sidades educativas dos alunos que lhe estejam con-fiados e no cumprimento do serviço docente que lheseja atribuído;

b) Planear, organizar e preparar as actividades lec-tivas dirigidas à turma ou grupo de alunos nas áreasdisciplinares ou matérias que lhe sejam distribuídas;

c) Conceber, aplicar, corrigir e classificar os ins-trumentos de avaliação das aprendizagens e participarno serviço de exames e reuniões de avaliação;

d) Elaborar recursos e materiais didáctico-peda-gógicos e participar na respectiva avaliação;

e) Promover, organizar e participar em todas asactividades complementares, curriculares e extracur-riculares, incluídas no plano de actividades ou pro-jecto educativo da escola, dentro e fora do recintoescolar;

f) Organizar, assegurar e acompanhar as activida-des de enriquecimento curricular dos alunos;

g) Assegurar as actividades de apoio educativo, exe-cutar os planos de acompanhamento de alunos deter-minados pela administração educativa e cooperar nadetecção e acompanhamento de dificuldades deaprendizagem;

h) Acompanhar e orientar as aprendizagens dosalunos, em colaboração com os respectivos pais eencarregados de educação;

i) Facultar orientação e aconselhamento em maté-ria educativa, social e profissional dos alunos, em cola-boração com os serviços especializados de orientaçãoeducativa;

j) Participar nas actividades de avaliação da escola;l) Orientar a prática pedagógica supervisionada a

nível da escola;m) Participar em actividades de investigação, ino-

vação e experimentação científica e pedagógica;n) Organizar e participar, como formando ou for-

mador, em acções de formação contínua e espe-cializada;

o) Desempenhar as actividades de coordenaçãoadministrativa e pedagógica que não sejam exclusi-vamente cometidas ao professor titular.

4 — Além das previstas no número anterior, sãofunções específicas da categoria de professor titular:

a) A coordenação pedagógica do ano, ciclo oucurso;

b) A direcção de centros de formação das asso-ciações de escolas;

c) A coordenação de departamentos curricularese conselhos de docentes;

d) O exercício das funções de acompanhamentoe apoio à realização do período probatório;

e) A elaboração e correcção das provas nacionaisde avaliação de conhecimentos e competências paraadmissão na carreira docente;

f) A participação no júri da prova pública paraadmissão ao concurso de acesso à categoria de pro-fessor titular.

Artigo 36.o

Ingresso

1 — O ingresso na carreira docente faz-se medianteconcurso destinado ao provimento de lugar do quadroda categoria de professor de entre os docentes quesatisfaçam os requisitos de admissão a que se refereo artigo 22.o

2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,o ingresso na carreira docente faz-se no 1.o escalãoda categoria de professor.

3 — O ingresso na carreira dos docentes portadoresde habilitação profissional adequada faz-se no escalãoda categoria de professor correspondente ao tempode serviço prestado em funções docentes e classificadocom a menção qualitativa mínima de Bom, indepen-dentemente do título jurídico da relação de trabalhosubordinado, de acordo com os critérios gerais deprogressão.

Artigo 37.o

Progressão

1 — A progressão na carreira docente consiste namudança de escalão dentro de cada categoria.

2 — O reconhecimento do direito à progressão aoescalão seguinte da categoria depende da verificaçãocumulativa dos seguintes requisitos:

a) Na categoria de professor, da permanência deum período mínimo de serviço docente efectivo noescalão imediatamente anterior, com, pelo menos,dois períodos de avaliação de desempenho em queseja atribuída a menção qualitativa mínima de Bom;

b) Na categoria de professor titular, da permanên-cia de um período mínimo de serviço docente efectivono escalão imediatamente anterior, com, pelo menos,três períodos de avaliação de desempenho em queseja atribuída a menção qualitativa mínima de Bom;

c) Frequência, com aproveitamento, de módulosde formação contínua que, no período em avaliação,correspondam, em média, a vinte e cinco horas anuais.

3 — Para os efeitos previstos neste artigo, a obten-ção de menção qualitativa inferior a Bom no períodoem avaliação, determina o acréscimo de idênticoperíodo com avaliação qualitativa mínima de Bomou superior.

4 — Os módulos de tempo de serviço docente nosescalões de cada categoria têm a seguinte duração:

a) Professor — cinco anos, excepto nos 4.o e5.o escalões, cuja duração é de quatro anos;

b) Professor titular — seis anos.

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508 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

5 — Progridem ao 6.o escalão da categoria de pro-fessor os docentes que cumpram cumulativamente osseguintes requisitos:

a) Completem o módulo de tempo de serviço noescalão anterior;

b) Obtenham no mesmo período de tempo ava-liação de desempenho não inferior a Bom;

c) Tenham sido opositores ao concurso de acessoa que se refere o artigo seguinte e não tenham sidoprovidos na categoria por inexistência de vaga.

6 — O tempo de serviço prestado no 6.o escalãoda categoria de professor conta, para efeitos de pro-gressão, como tempo de serviço efectivo prestado no1.o escalão da categoria de professor titular, até aolimite de seis anos, após o provimento nesta últimacategoria.

7 — O direito à remuneração correspondente aoescalão seguinte da categoria vence-se a partir do1.o dia do mês subsequente àquele em que se veri-ficarem todos os requisitos previstos no n.o 2 e repor-ta-se à data em que se encontre preenchida a condiçãode tempo de serviço prevista.

8 — A listagem dos docentes que progrediram deescalão é afixada semestralmente nos estabelecimen-tos de educação ou de ensino.

Artigo 38.o

Acesso

1 — O recrutamento para a categoria de professortitular faz-se mediante concurso documental abertopara o preenchimento de vaga existente no quadrodo agrupamento ou escola não agrupada e destinadaà categoria e departamento ou grupo de recrutamentorespectivo.

2 — Podem ser opositores ao concurso de acessoà categoria de professor titular os professores que,cumulativamente, preencham os seguintes requisitos:

a) Detenham, pelo menos, 18 anos de serviçodocente efectivo, com avaliação de desempenho igualou superior a Bom durante o referido período;

b) Tenham sido aprovados em prova pública queincida sobre a actividade profissional desenvolvidapelo docente com vista a demonstrar a sua aptidãopara o exercício das funções específicas da categoriade professor titular.

3 — A prova a que se refere a alínea b) do númeroanterior é realizada a pedido do docente a partir domomento em que preencha os demais requisitos paraacesso à categoria de professor titular ou complete15 anos de serviço docente com avaliação de desem-penho igual ou superior a Bom.

4 — O número de lugares a prover nos termos don.o 1 não pode ultrapassar a dotação a fixar anual-mente por despacho do membro do Governo res-ponsável pela área da educação, ponderados os resul-tados da avaliação externa do estabelecimento escolare ainda as perspectivas de desenvolvimento de car-reira dos docentes.

5 — Na ordenação dos candidatos ao concurso deacesso preferem, em caso de igualdade de classifi-cação, os docentes titulares do grau de mestre oudoutor em especialidade reconhecida para o efeitopor despacho do membro do Governo responsável

pela área da educação, bem como os docentes por-tadores de formação especializada nos domínios daadministração escolar, orientação educativa, organi-zação e desenvolvimento curricular, supervisão peda-gógica ou formação de formadores.

6 — No acesso à categoria de professor titular, aintegração na respectiva escala indiciária faz-se no1.o escalão dessa categoria.

7 — As normas reguladoras do concurso de acesso,da prova pública, bem como os instrumentos de recru-tamento e provimento a adoptar caso o concurso fiquedeserto, são definidos por decreto-lei.

Artigo 39.o

Exercício de funções não docentes

1 — Na contagem do tempo de serviço docenteefectivo para efeitos de progressão na carreira, sãoconsiderados os períodos referentes a requisição, des-tacamento e comissão de serviço no exercício de fun-ções não docentes que revistam natureza técnico-pe-dagógica, desde que não excedam dois anos domódulo de tempo de serviço que for necessário paraos referidos efeitos com avaliação de desempenhoigual ou superior a Bom durante o referido período.

2 — Os períodos referentes a requisição, destaca-mento e comissão de serviço no exercício de funçõesque revistam natureza técnico-pedagógica e que exce-dam o limite considerado no número anterior relevamna contagem do tempo de serviço docente efectivopara efeitos de progressão na carreira se o docenteobtiver na primeira avaliação de desempenho pos-terior ao regresso ao serviço docente efectivo mençãoqualitativa igual ou superior a Bom.

3 — Para efeitos do disposto nos números ante-riores, entende-se por funções de natureza técnico--pedagógica as que, pela sua especialização, especi-ficidade ou especial relação com o sistema de educaçãoe ensino, requerem, como condição para o respectivoexercício, as qualificações e exigências de formaçãopróprias do pessoal docente.

4 — Por portaria do membro do Governo respon-sável pela área da educação são fixadas as funçõesou cargos a identificar como de natureza técnico--pedagógica.

5 — O disposto nos números anteriores não pre-judica a aplicação de legislação própria que salva-guarde o direito à estabilidade no emprego de origembem como à promoção e progressão na carreira peloexercício de determinados cargos ou funções.

Artigo 40.o

Caracterização e objectivos da avaliação do desempenho

1 — A avaliação do desempenho do pessoaldocente desenvolve-se de acordo com os princípiosconsagrados no artigo 39.o da Lei de Bases do SistemaEducativo e no respeito pelos princípios e objectivosque enformam o sistema integrado de avaliação dodesempenho da Administração Pública, incidindosobre a actividade desenvolvida e tendo em contaas qualificações profissionais, pedagógicas e cientí-ficas do docente.

2 — A avaliação do desempenho do pessoaldocente visa a melhoria dos resultados escolares dosalunos e da qualidade das aprendizagens e propor-

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 509

cionar orientações para o desenvolvimento pessoale profissional no quadro de um sistema de reconhe-cimento do mérito e da excelência.

3 — Constituem ainda objectivos da avaliação dodesempenho:

a) Contribuir para a melhoria da prática pedagógicado docente;

b) Contribuir para a valorização e aperfeiçoamentoindividual do docente;

c) Permitir a inventariação das necessidades de for-mação do pessoal docente;

d) Detectar os factores que influenciam o rendi-mento profissional do pessoal docente;

e) Diferenciar e premiar os melhores profissionais;f) Facultar indicadores de gestão em matéria de

pessoal docente;g) Promover o trabalho de cooperação entre os

docentes, tendo em vista a melhoria dos resultadosescolares;

h) Promover a excelência e a qualidade dos serviçosprestados à comunidade.

4 — A regulamentação do sistema de avaliação dodesempenho estabelecido no presente Estatuto é defi-nida por decreto regulamentar.

5 — O decreto regulamentar previsto no númeroanterior regula ainda o processo de avaliação dodesempenho dos professores titulares no exercícioefectivo das respectivas funções, dos docentes emperíodo probatório ou em regime de contrato, bemcomo dos que se encontrem no exercício efectivo deoutras funções educativas.

6 — Os docentes que exerçam cargos ou funçõescujo enquadramento normativo ou estatuto salva-guarde o direito de promoção e progressão na carreirade origem e não tenham funções lectivas distribuídaspodem optar, para efeitos dos artigos 37.o e 38.o, poruma das seguintes classificações:

a) A menção qualitativa que lhe tiver sido atribuídana última avaliação do desempenho em exercício efec-tivo de funções docentes;

b) A primeira avaliação do desempenho que lhefor atribuída após o regresso ao serviço docenteefectivo.

7 — Podem ainda beneficiar da opção prevista nonúmero anterior os docentes que permaneçam emsituação de ausência ao serviço equiparada a pres-tação efectiva de trabalho que inviabilize a verificaçãodo requisito de tempo mínimo para avaliação dodesempenho.

8 — Em caso de opção pela avaliação a que serefere a alínea b) do n.o 6, a progressão opera parao escalão da categoria correspondente ao tempo deserviço prestado, de acordo com os critérios fixadosno artigo 37.o

Artigo 41.o

Relevância

A avaliação do desempenho é obrigatoriamenteconsiderada para efeitos de:

a) Progressão e acesso na carreira;b) Conversão da nomeação provisória em nomea-

ção definitiva no termo do período probatório;

c) Renovação do contrato;d) Atribuição do prémio de desempenho.

Artigo 42.o

Âmbito e periodicidade

1 — A avaliação realiza-se segundo critérios pre-viamente definidos que permitam aferir os padrõesde qualidade do desempenho profissional, tendo emconsideração o contexto sócio-educativo em que sedesenvolve a sua actividade.

2 — A avaliação do desempenho concretiza-se nasseguintes dimensões:

a) Vertente profissional e ética;b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;c) Participação na escola e relação com a comu-

nidade escolar;d) Desenvolvimento e formação profissional ao

longo da vida.

3 — A avaliação do desempenho dos docentes rea-liza-se no final de cada período de dois anos escolarese reporta-se ao tempo de serviço nele prestado.

4 — Os docentes só são sujeitos a avaliação dodesempenho desde que tenham prestado serviçodocente efectivo durante, pelo menos, metade doperíodo em avaliação a que se refere o númeroanterior.

5 — A avaliação dos docentes em período proba-tório é feita no final do mesmo e reporta-se à acti-vidade desenvolvida no seu decurso.

6 — A avaliação do pessoal docente contratadorealiza-se no final do período de vigência do respec-tivo contrato e antes da sua eventual renovação, desdeque tenha prestado serviço docente efectivo durante,pelo menos, seis meses.

7 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, os avaliadores procedem, em cada ano escolar,à recolha de toda a informação relevante para efeitosde avaliação do desempenho.

Artigo 43.o

Intervenientes no processo de avaliação do desempenho

1 — Intervêm no processo de avaliação do desem-penho:

a) Os avaliados;b) Os avaliadores;c) A comissão de coordenação da avaliação do

desempenho.

2 — São avaliadores:

a) O coordenador do conselho de docentes ou dodepartamento curricular ou os professores titularesque por ele forem designados quando o número dedocentes a avaliar o justifique;

b) Um inspector com formação científica na áreadepartamental do avaliado, designado pelo inspec-tor-geral da Educação, para avaliação dos professorestitulares que exercem as funções de coordenação doconselho de docentes ou do departamento curricular;

c) O presidente do conselho executivo ou o directorda escola ou agrupamento de escolas em que odocente presta serviço, ou um membro da direcçãoexecutiva por ele designado.

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3 — A avaliação global é atribuída em reunião con-junta dos avaliadores.

4 — Compete ao presidente do conselho executivoou ao director da escola ou agrupamento de escolas:

a) Garantir a permanente adequação do processode avaliação às especificidades da escola;

b) Coordenar e controlar o processo de avaliaçãode acordo com os princípios e regras definidos nopresente Estatuto.

5 — Em cada escola ou agrupamento de escolasfunciona a comissão de coordenação da avaliaçãoconstituída pelo presidente do conselho pedagógico,que a coordena, mais quatro membros do mesmo con-selho com a categoria de professor titular.

6 — Compete à comissão de coordenação da ava-liação:

a) Garantir o rigor do sistema de avaliação, desig-nadamente através da emissão de directivas para asua aplicação;

b) Validar as avaliações de Excelente, Muito bome Insuficiente;

c) Proceder à avaliação do desempenho nos casosde ausência de avaliador e propor as medidas deacompanhamento e correcção do desempenho insu-ficiente;

d) Emitir parecer vinculativo sobre as reclamaçõesdo avaliado.

7 — No quadro das suas competências, incumbeà Inspecção-Geral da Educação, em articulação como conselho científico para a avaliação de professoresprevisto no artigo 134.o, o acompanhamento globaldo processo de avaliação do desempenho do pessoaldocente.

Artigo 44.o

Processo de avaliação do desempenho

1 — O processo de avaliação do desempenho com-preende as seguintes fases:

a) Preenchimento de uma ficha de avaliação pelocoordenador do departamento curricular ou do con-selho de docentes respectivo;

b) Preenchimento de uma ficha de avaliação pelopresidente do conselho executivo ou pelo director daescola ou agrupamento de escolas;

c) Preenchimento pelo avaliado de uma ficha deauto-avaliação sobre os objectivos alcançados na suaprática profissional, na qual identificará a formaçãocontínua realizada;

d) Conferência e validação dos dados constantesda proposta de classificação, quando esta apresenteas menções de Excelente, Muito bom e Insuficiente,pela comissão de coordenação da avaliação;

e) Entrevista dos avaliadores com o avaliado paraconhecimento da proposta de avaliação e apreciaçãodo processo, em particular da ficha de auto-avaliação;

f) Reunião conjunta dos avaliadores para atribuiçãoda classificação final.

2 — O processo de avaliação implica a utilizaçãode instrumentos de registo normalizados.

3 — Os modelos de impressos das fichas de ava-liação e de auto-avaliação são aprovados por despachodo membro do Governo responsável pela área daeducação.

4 — A validação das propostas de avaliação finalcorrespondentes à menção de Excelente ou Muito bomimplica confirmação formal do cumprimento das cor-respondentes percentagens máximas através de actada comissão de coordenação da avaliação.

Artigo 45.o

Itens de classificação

1 — A avaliação efectuada pelo coordenador dodepartamento curricular ou do conselho de docentespondera o envolvimento e a qualidade científico-pe-dagógica do docente, com base na apreciação dosseguintes parâmetros classificativos:

a) Preparação e organização das actividades lec-tivas;

b) Realização das actividades lectivas;c) Relação pedagógica com os alunos;d) Processo de avaliação das aprendizagens dos

alunos.

2 — Na avaliação efectuada pelo órgão de direcçãoexecutiva são ponderados, em função de elementosdisponíveis, os seguintes indicadores de classificação:

a) Nível de assiduidade;b) Serviço distribuído;c) Progresso dos resultados escolares esperados

para os alunos e taxas de abandono escolar, tendoem conta o contexto sócio-educativo;

d) Participação dos docentes no agrupamento ouescola não agrupada e apreciação do seu trabalhocolaborativo em projectos conjuntos de melhoria daactividade didáctica e dos resultados das aprendi-zagens;

e) Acções de formação contínua concluídas;f) Exercício de outros cargos ou funções de natu-

reza pedagógica;g) Dinamização de projectos de investigação,

desenvolvimento e inovação educativa e sua corres-pondente avaliação;

h) Apreciação realizada pelos pais e encarregadosde educação dos alunos, desde que obtida a concor-dância do docente e nos termos a definir no regu-lamento interno da escola.

3 — A classificação dos parâmetros definidos paraa avaliação do desempenho deve atender a múltiplasfontes de dados através da recolha, durante o anoescolar, de todos os elementos relevantes de naturezainformativa, designadamente:

a) Relatórios certificativos de aproveitamento emacções de formação;

b) Auto-avaliação;c) Observação de aulas;d) Análise de instrumentos de gestão curricular;e) Materiais pedagógicos desenvolvidos e utili-

zados;f) Instrumentos de avaliação pedagógica;g) Planificação das aulas e instrumentos de ava-

liação utilizados com os alunos.

4 — Para efeitos do disposto na alínea c) donúmero anterior, deve o órgão de direcção executivacalendarizar a observação, pelo avaliador referido nasalíneas a) e b) do n.o 2 do artigo 43.o, de, pelo menos,três aulas leccionadas pelo docente por ano escolar.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 511

5 — Para efeitos do disposto na alínea e) do n.o 2são consideradas as acções de formação contínua queincidam sobre conteúdos de natureza científico-di-dáctica com estreita ligação à matéria curricular quelecciona, bem como as relacionadas com as neces-sidades da escola definidas no respectivo projectoeducativo ou plano de actividades.

Artigo 46.o

Sistema de classificação

1 — A avaliação de cada uma das componentes declassificação e respectivos subgrupos é feita numaescala de avaliação de 1 a 10, devendo as classificaçõesser atribuídas em números inteiros.

2 — O resultado final da avaliação do docente cor-responde à classificação média das pontuações obtidasem cada uma das fichas de avaliação e é expressoatravés das seguintes menções qualitativas:

Excelente — de 9 a 10 valores;Muito bom — de 8 a 8,9 valores;Bom — de 6,5 a 7,9 valores;Regular — de 5 a 6,4 valores;Insuficiente — de 1 a 4,9 valores.

3 — Por despacho conjunto dos membros doGoverno responsáveis pelas áreas da educação e daAdministração Pública são fixadas as percentagensmáximas para a atribuição das classificações de Muitobom e Excelente, por escola não agrupada ou agru-pamento de escolas, as quais terão por referência osresultados obtidos na avaliação externa da escola.

4 — A atribuição da menção de Excelente deveainda especificar os contributos relevantes propor-cionados pelo avaliado para o sucesso escolar dosalunos e para a qualidade das suas aprendizagens,tendo em vista a sua inclusão numa base de dadossobre boas práticas e posterior divulgação.

5 — A atribuição de menção qualitativa igual ousuperior a Bom fica dependente do cumprimento de,pelo menos, 95% das actividades lectivas em cadaum dos anos do período escolar a que se reportaa avaliação.

6 — O período normal de avaliação, a que se refereo n.o 3 do artigo 42.o, é prolongado pelo númerode anos escolares em que não se verifique a condiçãoprevista no número anterior.

7 — Para o cômputo do serviço lectivo a que serefere o n.o 5, é considerada a actividade lectiva regis-tada no horário de trabalho do docente, como tambémaquela que resulte da permuta de serviço lectivo comoutro docente.

8 — As ausências legalmente equiparadas a serviçoefectivo nos termos do artigo 103.o relevam para ocumprimento das actividades lectivas a que se refereo n.o 5.

Artigo 47.o

Reclamação e recurso

1 — Atribuída a avaliação final, nos termos do n.o 3do artigo 43.o, esta é imediatamente dada a conhecerao avaliado, que dela pode apresentar reclamaçãoescrita no prazo de 10 dias úteis.

2 — A decisão de reclamação é proferida no prazode 15 dias úteis, ouvida a comissão de coordenaçãoda avaliação.

3 — Da decisão final sobre a reclamação caberecurso administrativo para o director regional deeducação respectivo, a interpor no prazo de 10 diasúteis contado do seu conhecimento.

4 — A decisão do recurso é proferida no prazo de10 dias úteis contado da data da sua interposição.

Artigo 48.o

Efeitos da avaliação

1 — A atribuição da menção qualitativa de Exce-lente durante dois períodos consecutivos de avaliaçãodo desempenho determina a redução de quatro anosno tempo de serviço docente exigido para efeitos deacesso à categoria de professor titular.

2 — A atribuição da menção qualitativa de Exce-lente e Muito bom durante dois períodos consecutivosreduz em três anos o tempo mínimo de serviçodocente exigido para efeitos de acesso à categoriade professor titular.

3 — A atribuição da menção qualitativa de Muitobom durante dois períodos consecutivos reduz em doisanos o tempo mínimo de serviço docente exigido paraefeitos de acesso à categoria de professor titular.

4 — A atribuição da menção qualitativa de Bomdetermina:

a) Que seja considerado o período de tempo aque respeita para efeitos de progressão e acesso nacarreira;

b) A conversão da nomeação provisória em nomea-ção definitiva no termo do período probatório.

5 — A atribuição da menção qualitativa de Regularou da menção qualitativa de Insuficiente implica anão contagem do período a que respeita para efeitosde progressão e acesso na carreira.

6 — A atribuição da menção qualitativa de Insu-ficiente implica:

a) A não renovação ou a celebração de novocontrato;

b) A impossibilidade genérica de acumulação defunções nos termos previstos no artigo 111.o;

c) A cessação da nomeação provisória do docenteem período probatório, no termo do referido período;

d) A impossibilidade de nova candidatura, a qual-quer título, à docência, no mesmo ano ou no anoescolar imediatamente subsequente àquele em querealizou o período probatório.

7 — A atribuição das menções qualitativas de Regu-lar ou Insuficiente deve ser acompanhada de uma pro-posta de formação contínua que permita ao docentesuperar os aspectos do seu desempenho profissionalidentificados como negativos no respectivo processode avaliação.

8 — A atribuição ao docente provido em lugar doquadro de duas classificações consecutivas ou de trêsinterpoladas de Insuficiente determina a não distri-buição de serviço lectivo no ano imediatamente sub-sequente e a sujeição do mesmo ao regime de reclas-sificação ou de reconversão profissional nos termosda lei.

Artigo 49.o

Garantias do processo de avaliação do desempenho

1 — Sem prejuízo das regras de publicidade pre-vistas no presente Estatuto, o processo de avaliação

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512 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

tem carácter confidencial, devendo os instrumentosde avaliação de cada docente ser arquivados no res-pectivo processo individual.

2 — Todos os intervenientes no processo, à excep-ção do avaliado, ficam obrigados ao dever de sigilosobre a matéria.

3 — Anualmente, e após conclusão do processo deavaliação, são divulgados na escola os resultados glo-bais da avaliação do desempenho mediante informa-ção não nominativa contendo o número de mençõesglobalmente atribuídas ao pessoal docente, bem comoo número de docentes não sujeitos à avaliação dodesempenho.

Artigo 54.o

Aquisição de outras habilitações

1 — A aquisição por docentes profissionalizados,integrados na carreira, do grau académico de mestreem domínio directamente relacionado com a áreacientífica que leccionem ou em Ciências da Educaçãoconfere:

a) Para os docentes com a categoria de professor,direito à redução de dois anos no tempo de serviçolegalmente exigido para acesso à categoria de pro-fessor titular, desde que, em qualquer caso, tenhamsido sempre avaliados com menção igual ou superiora Bom;

b) Para os docentes com a categoria de professortitular, direito à redução de um ano no tempo deserviço legalmente exigido para progressão ao escalãoseguinte, desde que, em qualquer caso, tenham sidosempre avaliados com menção igual ou superior aBom.

2 — A aquisição por docentes profissionalizados,integrados na carreira, do grau académico de doutorem domínio directamente relacionado com a áreacientífica que leccionem ou em Ciências da Educaçãoconfere:

a) Para os docentes com a categoria de professor,direito à redução de quatro anos no tempo de serviçolegalmente exigido para acesso à categoria de pro-fessor titular, desde que, em qualquer caso, tenhamsido sempre avaliados com menção igual ou superiora Bom;

b) Para os docentes com a categoria de professortitular, direito à redução de dois anos no tempo deserviço legalmente exigido para progressão ao escalãoseguinte, desde que, em qualquer caso, tenham sidosempre avaliados com menção igual ou superior aBom.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — As características dos mestrados e doutora-

mentos a que se referem os n.os 1 e 2 são definidaspor portaria do membro do Governo responsável pelaárea da educação.

Artigo 56.o

[. . .]

1 — A qualificação para o exercício de outras fun-ções ou actividades educativas especializadas pordocentes integrados na carreira com nomeação defi-nitiva, nos termos do artigo 36.o da Lei de Bases do

Sistema Educativo, adquire-se pela frequência, comaproveitamento, de cursos de formação especializadarealizados em estabelecimentos de ensino superiorpara o efeito competentes nas seguintes áreas:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Podem ainda ser definidas outras áreas de for-

mação especializada, tomando em consideração asnecessidades de desenvolvimento do sistema educa-tivo, por despacho do membro do Governo respon-sável pela área da educação.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 57.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — A recusa pelo docente que se encontre qua-

lificado para o exercício de outras funções educativas,nos termos do n.o 1 do artigo anterior, do desempenhoefectivo dessas mesmas funções, quando para taltenha sido eleito ou designado, determina, na pri-meira avaliação do desempenho a ela subsequente,a atribuição da menção qualitativa de Insuficiente.

3 — (Revogado.)4 — (Revogado.)

Artigo 59.o

Índices remuneratórios

1 — A carreira docente é remunerada de acordocom as escalas indiciárias constantes do anexo ao pre-sente Estatuto, que dele faz parte integrante.

2 — O valor a que corresponde o índice 100 dasescalas indiciárias e índices referidos nos númerosanteriores é fixado por portaria conjunta do Primei-ro-Ministro e do membro do Governo responsávelpela área das finanças.

Artigo 61.o

Cálculo da remuneração horária

A remuneração horária normal é calculada atravésda fórmula (Rb×12)/(52×n), sendo Rb a remuneraçãomensal fixada para o respectivo escalão e n onúmero 35, nos termos do n.o 1 do artigo 76.o

Artigo 62.o

Remuneração por trabalho extraordinário

1 — As horas de serviço docente extraordinário sãocompensadas por um acréscimo da retribuição horárianormal de acordo com as seguintes percentagens:

a) 25% para a 1.a hora semanal de trabalho extraor-dinário diurno;

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 513

b) 50% para as horas subsequentes de trabalhoextraordinário diurno.

2 — A retribuição do trabalho extraordinário noc-turno é calculada através da multiplicação do valorda hora extraordinária diurna de serviço docente pelocoeficiente 1,25.

Artigo 63.o

Prémio de desempenho

1 — O docente do quadro em efectividade de ser-viço docente tem direito a um prémio pecuniário dedesempenho, a abonar numa única prestação, porcada duas avaliações de desempenho consecutivascom menção qualitativa igual ou superior a Muitobom, de montante a fixar por despacho conjunto dosmembros do Governo responsáveis pelas áreas dasfinanças e da educação.

2 — O prémio de desempenho a que se refere onúmero anterior é processado e pago numa únicaprestação no final do ano em que se verifique a aqui-sição deste direito.

3 — A concessão do prémio é promovida oficio-samente pela respectiva escola ou agrupamento nos30 dias após o termo do período de atribuição daavaliação.

Artigo 64.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Constitui ainda uma forma de mobilidade a

transição entre níveis ou ciclos de ensino e entre gru-pos de recrutamento.

3 — Por iniciativa da Administração, pode ocorrera transferência do docente para a mesma categoriae em lugar vago do quadro de outro estabelecimentoescolar, independentemente de concurso, com fun-damento em interesse público decorrente do planea-mento e organização da rede escolar, caso em quese aplica, com as devidas adaptações, o regime detransferência por ausência da componente lectiva pre-visto no Decreto-Lei n.o 20/2006, de 31 de Janeiro.

4 — As regras de mobilidade especial aplicáveis aosdocentes dos quadros sem componente lectiva atri-buída são as definidas em diploma próprio.

5 — O disposto no presente artigo, com excepçãodo n.o 3, aplica-se apenas aos docentes com nomeaçãodefinitiva em lugar do quadro de agrupamento deescolas, de escola não agrupada ou de zona peda-gógica.

Artigo 65.o

[. . .]

O concurso visa o preenchimento das vagas exis-tentes nos quadros de agrupamento, escola não agru-pada ou de zona pedagógica, podendo constituir aindaum instrumento de mudança dos docentes de um paraoutro quadro.

Artigo 66.o

[. . .]

1 — A permuta consiste na troca de docentes per-tencentes à mesma categoria, nível e grau de ensinoe ao mesmo grupo de recrutamento.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 67.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g) O exercício de funções docentes no ensino e

ou divulgação da língua e cultura portuguesas em ins-tituições de ensino superior;

h) O exercício de funções em associações exclu-sivamente profissionais de pessoal docente.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 68.o

[. . .]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) (Revogada.)d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) (Revogada.)

Artigo 69.o

[. . .]

1 — Os docentes podem ser requisitados ou des-tacados por um ano escolar, eventualmente prorro-gáveis até ao limite de quatro anos escolares,incluindo o 1.o

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Findo o prazo previsto no n.o 1, o docente:

a) Regressa à escola de origem, não podendo voltara ser requisitado ou destacado durante o prazo dequatro anos escolares;

b) É reconvertido ou reclassificado em diferentecarreira e categoria, de acordo com as funções quevinha desempenhando, os requisitos habilitacionaisdetidos, as necessidades dos serviços e o nível remu-neratório que detenha, aplicando-se com as devidasadaptações o disposto na lei geral; ou

c) Requer a passagem à situação de licença semvencimento de longa duração.

4 — Nas situações da alínea b) do número anterior,o docente é integrado no serviço onde se encontrarequisitado ou destacado em lugar vago do respectivoquadro ou mediante a criação de lugar, a extinguirquando vagar.

5 — O docente que regresse ao serviço após terpassado pela situação de licença prevista na alínea c)do n.o 3, fica impedido de ser requisitado ou destacadoantes de decorrido um período mínimo de quatroanos escolares após o regresso.

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514 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

Artigo 70.o

[. . .]

A comissão de serviço destina-se ao exercício defunções dirigentes na Administração Pública, de fun-ções em gabinetes dos membros do Governo ou equi-parados ou ainda de outras funções para as quaisa lei exija esta forma de provimento.

Artigo 71.o

[. . .]

1 — A autorização de destacamento, requisição,comissão de serviço e transferência de docentes éconcedida por despacho do membro do Governo res-ponsável pela área da educação, após parecer doórgão de direcção executiva do estabelecimento deeducação ou de ensino a cujo quadro pertencem.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — Por despacho do membro do Governo respon-

sável pela área da educação é fixado o período duranteo qual podem, em cada ano escolar, ser requeridoso destacamento e a requisição de pessoal docente.

4 — O destacamento, a requisição, a comissão deserviço e a transferência só produzem efeitos no iníciode cada ano escolar.

5 — O disposto nos n.os 1 a 4 não é aplicável emcaso de nomeação para cargo dirigente, ao exercíciode funções em gabinetes dos membros do Governo,ou a outras funções na Administração Pública paraas quais a lei exija a mesma forma de provimento,situação em que se aplica a legislação própria.

Artigo 72.o

Transição entre níveis de ensino e grupos de recrutamento

1 — Os docentes podem transitar, por concurso,entre os diversos níveis ou ciclos de ensino previstosneste Estatuto e entre os grupos de recrutamentoestabelecidos em legislação própria.

2 — A transição fica condicionada à existência dasqualificações profissionais exigidas para o nível, ciclode ensino ou grupo de recrutamento a que o docenteconcorre.

3 — (Revogado.)4 — A mudança de nível, ciclo ou grupo de recru-

tamento não implica por si alterações na situação jurí-dico-funcional já detida, contando-se, para todos osefeitos, o tempo de serviço já prestado na carreira.

Artigo 73.o

[. . .]

1 — O exercício a tempo inteiro em estabelecimen-tos de educação ou de ensino públicos das funçõesdocentes previstas no artigo 33.o do presente Estatutopode ser assegurado por outros funcionários públicosque preencham os requisitos legalmente exigidos parao efeito.

2 — As funções docentes referidas no número ante-rior são exercidas em regime de requisição ou outroinstrumento de mobilidade geral.

Artigo 74.o

[. . .]

A acumulação de cargo ou lugar da AdministraçãoPública com o exercício de funções docentes em esta-

belecimento de educação ou de ensino públicos, aoabrigo do disposto no artigo 12.o do Decreto-Lein.o 184/89, de 2 de Junho, só é permitida nas situaçõesde contratação previstas no artigo 33.o do presenteEstatuto.

Artigo 76.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — No horário de trabalho do docente é obriga-

toriamente registada a totalidade das horas corres-pondentes à duração da respectiva prestação semanalde trabalho, com excepção da componente não lectivadestinada a trabalho individual e da participação emreuniões de natureza pedagógica, convocadas nos ter-mos legais, que decorram de necessidades ocasionaise que não possam ser realizadas nos termos da alí-nea c) do n.o 3 do artigo 82.o

Artigo 77.o

[. . .]

1 — A componente lectiva do pessoal docente daeducação pré-escolar e do 1.o ciclo do ensino básicoé de vinte e cinco horas semanais.

2 — A componente lectiva do pessoal docente dosrestantes ciclos e níveis de ensino, incluindo a edu-cação especial, é de vinte e duas horas semanais.

Artigo 78.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — A componente lectiva do horário do docente

corresponde ao número de horas leccionadas eabrange todo o trabalho com a turma ou grupo dealunos durante o período de leccionação da disciplinaou área curricular não disciplinar.

3 — Não é permitida a distribuição ao docente demais de seis horas lectivas consecutivas, de acordocom os períodos referidos no n.o 2 do artigo 94.o

Artigo 79.o

[. . .]

1 — A componente lectiva do trabalho semanal aque estão obrigados os docentes dos 2.o e 3.o ciclosdo ensino básico, do ensino secundário e da educaçãoespecial é reduzida, até ao limite de oito horas, nostermos seguintes:

a) De duas horas logo que os docentes atinjam50 anos de idade e 15 anos de serviço docente;

b) De mais duas horas logo que os docentes atinjam55 anos de idade e 20 anos de serviço docente;

c) De mais quatro horas logo que os docentes atin-jam 60 anos de idade e 25 anos de serviço docente.

2 — Os docentes da educação pré-escolar e do1.o ciclo do ensino básico em regime de monodo-cência, que completarem 60 anos de idade, indepen-dentemente de outro requisito, podem requerer aredução de cinco horas da respectiva componente lec-tiva semanal.

3 — Os docentes da educação pré-escolar e do1.o ciclo do ensino básico que atinjam 25 e 33 anos

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 515

de serviço lectivo efectivo em regime de monodo-cência podem ainda requerer a concessão de dispensatotal da componente lectiva, pelo período de um anoescolar.

4 — As reduções ou a dispensa total da compo-nente lectiva previstas nos números anteriores apenasproduzem efeitos no início do ano escolar imediatoao da verificação dos requisitos exigidos.

5 — A dispensa prevista no n.o 3 pode ser usufruídanum dos cinco anos imediatos àquele em que se veri-ficar o requisito exigido, ponderada a conveniênciado serviço.

6 — A redução da componente lectiva do horáriode trabalho a que o docente tenha direito, nos termosdos números anteriores, determina o acréscimo cor-respondente da componente não lectiva a nível deestabelecimento de ensino, mantendo-se a obrigato-riedade de prestação pelo docente de trinta e cincohoras de serviço semanal.

7 — Na situação prevista no n.o 3, a componentenão lectiva de estabelecimento é limitada a vinte ecinco horas semanais e preenchida preferencialmentepelas actividades previstas nas alíneas d), f), g), i),j) e n) do n.o 3 do artigo 82.o

Artigo 80.o

Exercício de outras funções pedagógicas

1 — O desempenho de cargos de natureza peda-gógica, designadamente de orientação educativa e desupervisão pedagógica, dá lugar a redução da com-ponente lectiva.

2 — Ao número de horas de redução da compo-nente lectiva a que os docentes tenham direito peloexercício de funções pedagógicas são subtraídas ashoras correspondentes à redução da componente lec-tiva semanal de que os mesmos beneficiem em funçãoda sua idade e tempo de serviço.

3 — A redução da componente lectiva prevista non.o 1 é fixada por despacho do membro do Governoresponsável pela área da educação.

Artigo 82.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — O trabalho a nível do estabelecimento de edu-

cação ou de ensino deve ser desenvolvido sob orien-tação das respectivas estruturas pedagógicas intermé-dias com o objectivo de contribuir para a realizaçãodo projecto educativo da escola, podendo compreen-der, em função da categoria detida, as seguintesactividades:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) A participação, devidamente autorizada, em

acções de formação contínua que incidam sobre con-teúdos de natureza científico-didáctica com ligaçãoà matéria curricular leccionada, bem como as rela-cionadas com as necessidades de funcionamento daescola definidas no respectivo projecto educativo ouplano de actividades;

e) A substituição de outros docentes do mesmoagrupamento de escolas ou escola não agrupada na

situação de ausência de curta duração, nos termosdo n.o 5;

f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g) A assessoria técnico-pedagógica de órgãos de

administração e gestão da escola ou agrupamento;h) O acompanhamento e apoio aos docentes em

período probatório;i) O desempenho de outros cargos de coordenação

pedagógica;j) O acompanhamento e a supervisão das activi-

dades de enriquecimento e complemento curricular;l) A orientação e o acompanhamento dos alunos

nos diferentes espaços escolares;m) O apoio individual a alunos com dificuldades

de aprendizagem;n) A produção de materiais pedagógicos.

4 — A distribuição de serviço docente a que serefere o número anterior é determinada pelo órgãode direcção executiva, ouvido o conselho pedagógicoe as estruturas de coordenação intermédias, deforma a:

a) Assegurar que as necessidades de acompanha-mento pedagógico e disciplinar dos alunos são satis-feitas;

b) Permitir a realização de actividades educativasque se mostrem necessárias à plena ocupação dosalunos durante o período de permanência no esta-belecimento escolar.

5 — Para os efeitos do disposto na alínea e) don.o 3, considera-se ausência de curta duração a quenão for superior a 5 dias lectivos na educação pré--escolar e no 1.o ciclo do ensino básico ou a 10 diaslectivos nos 2.o e 3.o ciclos do ensino básico e noensino secundário.

6 — O docente incumbido de realizar as actividadesreferidas na alínea e) do n.o 3 deve ser avisado, pelomenos, no dia anterior ao início das mesmas.

7 — A substituição prevista na alínea e) do n.o 3,tem lugar nos seguintes termos:

a) Preferencialmente, mediante permuta da acti-vidade lectiva programada entre os docentes damesma turma ou entre docentes legalmente habili-tados para a leccionação da disciplina, no âmbito dodepartamento curricular ou do conselho de docentes;

b) Mediante leccionação da aula correspondentepor um docente do quadro com formação adequadae componente lectiva incompleta, de acordo com oplaneamento diário elaborado pelo docente titular deturma ou disciplina;

c) Através da organização de actividades de enri-quecimento e complemento curricular que possibi-litem a ocupação educativa dos alunos, quando nãofor possível assegurar as actividades curriculares nascondições previstas nas alíneas anteriores.

Artigo 83.o

[. . .]

1 — Considera-se serviço docente extraordinárioaquele que, por determinação do órgão de adminis-tração e gestão do estabelecimento de educação oude ensino, for prestado além do número de horasdas componentes lectiva e não lectiva registadas nohorário semanal de trabalho do docente.

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516 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

2 — (Revogado.)3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — (Revogado.)6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 — Não deve ser distribuído serviço docente

extraordinário aos docentes que se encontrem aoabrigo do Estatuto de Trabalhador-Estudante e apoioa filhos deficientes, e ainda àqueles que beneficiemde redução ou dispensa total da componente lectivanos termos do artigo 79.o, salvo nas situações em quetal se manifeste necessário para completar o horáriosemanal do docente em função da carga horária dadisciplina que ministra.

Artigo 84.o

[. . .]

1 — Considera-se serviço docente nocturno o queestiver fixado no regime geral da função pública.

2 — Para efeitos de cumprimento da componentelectiva, as horas de serviço docente nocturno são boni-ficadas com o factor 1,5, arredondado por defeito.

Artigo 85.o

[. . .]

Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo 79.o,o pessoal docente dos 2.o e 3.o ciclos do ensino básicoe do ensino secundário pode exercer funções emregime de tempo parcial, nos termos previstos paraos demais funcionários e agentes da AdministraçãoPública.

Artigo 86.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) Serviço — os agrupamentos de escolas ou asescolas não agrupadas;

b) Dirigente e dirigente máximo — o órgão dedirecção executiva da escola ou do agrupamento deescolas.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 87.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — O pessoal docente contratado em efectividade

de serviço à data em que termina o ano lectivo ecom menos de um ano de docência tem direito aogozo de um período de férias igual ao produto donúmero inteiro correspondente a dois dias e meiopor mês completo de serviço prestado até 31 deAgosto pelo coeficiente 0,833, arredondado para aunidade imediatamente superior.

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 91.o

[. . .]

1 — Durante os períodos de interrupção da acti-vidade lectiva, a distribuição do serviço docente paracumprimento das necessárias tarefas de natureza

pedagógica ou organizacional, designadamente as deavaliação e planeamento, consta de um plano ela-borado pelo órgão de direcção executiva do estabe-lecimento de educação ou de ensino do qual deveser dado prévio conhecimento aos docentes.

2 — Na elaboração do plano referido no númeroanterior deve ser tido em conta que os períodos deinterrupção da actividade lectiva podem ainda ser uti-lizados pelos docentes para a frequência de acçõesde formação e para a componente não lectiva de tra-balho individual.

Artigo 94.o

[. . .]

1 — Falta é a ausência do docente durante a tota-lidade ou parte do período diário de presença obri-gatória no estabelecimento de educação ou de ensino,no desempenho de actividade das componentes lec-tiva e não lectiva, ou em local a que deva deslocar-seno exercício de tais funções.

2 — As faltas dadas a tempos registados no horárioindividual do docente são referenciadas a:

a) Períodos de uma hora, tratando-se de docentesda educação pré-escolar e do 1.o ciclo do ensinobásico;

b) Períodos de quarenta e cinco minutos, tratan-do-se de docentes dos 2.o e 3.o ciclos do ensino básicoe do ensino secundário.

3 — A ausência do docente à totalidade ou a partedo tempo útil de uma aula de noventa minutos deduração, em qualquer dos casos, é obrigatoriamenteregistada como falta a dois tempos lectivos.

4 — Em casos excepcionais, devidamente funda-mentados, e desde que o docente leccione pelosmenos um dos tempos, pode o órgão de direcçãoexecutiva decidir a marcação de falta apenas a umtempo.

5 — É considerado um dia de falta a ausência aum número de horas igual ao quociente da divisãopor cinco do número de horas de serviço docenteque deva ser obrigatoriamente registado no horáriosemanal do docente.

6 — É ainda considerada falta a um dia:

a) A ausência do docente a serviço de exames;b) A ausência do docente a reuniões que visem

a avaliação sumativa de alunos.

7 — A ausência a outras reuniões de natureza peda-gógica convocadas nos termos da lei é consideradafalta do docente a dois tempos lectivos.

8 — As faltas por períodos inferiores a um dia sãoadicionadas no decurso do ano escolar para efeitosdo disposto no n.o 5.

9 — As faltas a serviço de exames, bem como areuniões que visem a avaliação sumativa de alunos,apenas podem ser justificadas por casamento, pormaternidade e paternidade, por nascimento, por fale-cimento de familiar, por doença, por doença prolon-gada, por acidente em serviço, por isolamento pro-filáctico e para cumprimento de obrigações legais,tal como regulado na lei.

10 — A falta ao serviço lectivo que dependa deautorização apenas pode ser permitida quando odocente tenha apresentado à direcção executiva daescola o plano da aula a que pretende faltar.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 517

Artigo 100.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Há ainda lugar a intervenção da junta médica

da direcção regional de educação nas situações delicença por gravidez de risco clínico prevista no n.o 3do artigo 35.o do Código do Trabalho.

Artigo 101.o

Condição de trabalhador-estudante

1 — É trabalhador-estudante para efeitos do pre-sente Estatuto, o docente que frequente instituiçãode ensino superior tendo em vista a obtenção de grauacadémico ou de pós graduação e desde que estase destine ao seu desenvolvimento profissional nadocência.

2 — Aos docentes abrangidos pelo Estatuto do Tra-balhador-Estudante pode ser distribuído serviço lec-tivo extraordinário no início do ano escolar, sendoobrigatório o respectivo cumprimento, excepto nosdias em que beneficiem das dispensas ou faltas pre-vistas na legislação sobre trabalhadores-estudantes.

3 — Na organização dos horários, o órgão com-petente deve, sempre que possível, definir um horáriode trabalho que possibilite ao docente a frequênciadas aulas dos cursos referidos no n.o 1 e a inerentedeslocação para os respectivos estabelecimentos deensino.

Artigo 102.o

[. . .]

1 — O docente pode faltar um dia útil por mês,por conta do período de férias, até ao limite de cincodias úteis por ano.

2 — As faltas previstas no presente artigo quandodadas por docente em período probatório apenaspodem ser descontadas nas férias do próprio ano.

3 — O docente que pretenda faltar ao abrigo dodisposto no presente artigo deve solicitar, com a ante-cedência mínima de três dias úteis, autorização escritaao órgão de direcção executiva do respectivo esta-belecimento de educação ou de ensino, ou se tal nãofor comprovadamente possível, no próprio dia, porparticipação oral, que deve ser reduzida a escrito nodia em que o docente regresse ao serviço.

4 — As faltas a tempos lectivos por conta doperíodo de férias são computadas nos termos previstosdo n.o 5 do artigo 94.o, até ao limite de quatro dias,a partir do qual são consideradas faltas a um dia.

Artigo 103.o

Prestação efectiva de serviço

Para efeitos de aplicação do disposto no presenteEstatuto, consideram-se ausências equiparadas aprestação efectiva de serviço, para além das consa-gradas em legislação própria, ainda as seguintes:

a) Assistência a filhos menores;b) Doença;c) Doença prolongada;

d) Prestação de provas de avaliação por trabalha-dor-estudante abrangido pelo n.o 1 do artigo 101.o;

e) Licença sabática e equiparação a bolseiro;f) Dispensas para formação nos termos do

artigo 109.o;g) Exercício do direito à greve;h) Prestação de provas de concurso.

Artigo 108.o

[. . .]

1 — Ao docente nomeado definitivamente emlugar do quadro, com avaliação do desempenho igualou superior a Bom e, pelo menos, oito anos de tempode serviço ininterrupto no exercício efectivo de fun-ções docentes, pode ser concedida licença sabática,pelo período de um ano escolar, nas condições a fixarpor portaria do membro do Governo responsável pelaárea da educação.

2 — A licença sabática corresponde à dispensa daactividade docente, destinando-se à formação con-tínua, à frequência de cursos especializados ou à rea-lização de investigação aplicada que sejam incompa-tíveis com a manutenção de desempenho de serviçodocente.

Artigo 109.o

[. . .]

1 — Ao pessoal docente podem ser concedidas dis-pensas de serviço docente para participação em acti-vidades de formação destinadas à respectiva actua-lização, nas condições a regulamentar por portariado membro do Governo responsável pela área da edu-cação, com as especialidades previstas nos númerosseguintes.

2 — As dispensas para formação da iniciativa deserviços centrais, regionais ou do agrupamento deescolas ou escola não agrupada a que o docente per-tence são concedidas preferencialmente na compo-nente não lectiva do horário do docente.

3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,a formação de iniciativa do docente é autorizadadurante os períodos de interrupção da actividadelectiva.

4 — Quando for comprovadamente inviável ouinsuficiente a utilização das interrupções lectivas, aformação a que se refere o número anterior podeser realizada nos períodos destinados ao exercício dacomponente não lectiva nas seguintes condições:

a) Tratando-se de educadores de infância;b) Nos restantes casos, até ao limite de dez horas

por ano escolar.

5 — A dispensa a que se refere o presenteartigo não pode exceder, por ano escolar, cinco diasúteis seguidos ou oito interpolados.

Artigo 110.o

Equiparação a bolseiro

1 — A concessão da equiparação a bolseiro ao pes-soal docente rege-se pelo disposto nos Decretos-Leisn.os 272/88, de 3 de Agosto, e 282/89, de 23 de Agosto,com as especialidades constantes de portaria do mem-bro do Governo responsável pela área da educação.

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518 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

2 — O período máximo pelo qual for concedidaa equiparação a bolseiro, incluindo a autorizada atempo parcial, é deduzido em 50% na redução detempo de serviço prevista no artigo 54.o

3 — A concessão de equiparação a bolseiro nãopode anteceder ou suceder à licença sabática semque decorra um período mínimo de dois anos esco-lares de intervalo.

4 — O docente que tiver beneficiado do estatutode equiparado a bolseiro é obrigado a prestar a suaactividade efectiva no Ministério da Educação pelonúmero de anos correspondente à totalidade doperíodo de equiparação que lhe tiver sido concedido.

5 — O não cumprimento do estabelecido nonúmero anterior retira a possibilidade de concessãode nova equiparação e obriga à reposição de todosos vencimentos percebidos pelo docente durante operíodo em que beneficiou desta condição.

Artigo 111.o

[. . .]

1 — Aos docentes integrados na carreira pode serautorizada a acumulação do exercício de funçõesdocentes em estabelecimentos de educação ou deensino com:

a) Actividades de carácter ocasional que possamser consideradas como complemento da actividadedocente;

b) O exercício de funções docentes ou de formaçãoem outros estabelecimentos de educação ou deensino.

2 — Consideram-se impossibilitados de acumularoutras funções os docentes que se encontrem em qual-quer das seguintes situações:

a) Em período probatório;b) Nas situações a que se refere o n.o 5 do

artigo 48.o;c) Em situação de licença sabática ou de equipa-

ração a bolseiro.

3 — O regime de acumulação a que se referemos números anteriores é igualmente aplicável aosdocentes em regime de contrato e horário completo.

4 — Por portaria conjunta dos membros doGoverno responsáveis pelas áreas da educação e daAdministração Pública são fixados os termos e as con-dições em que é permitida a acumulação referida nosnúmeros anteriores.

Artigo 115.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — A instauração de processo disciplinar em con-

sequência de acções inspectivas da Inspecção-Geralda Educação é da competência do inspector-geral daEducação, com possibilidade de delegação nos termosgerais.

4 — A nomeação do instrutor é da competênciada entidade que mandar instaurar o processo disci-plinar, nos termos do artigo 51.o do Estatuto Dis-ciplinar dos Funcionários e Agentes da AdministraçãoCentral, Regional e Local.

5 — A instauração do processo disciplinar, nos ter-mos do n.o 1, é comunicada imediatamente à res-pectiva delegação regional da Inspecção-Geral daEducação, à qual pode ser solicitado o apoio téc-nico-jurídico considerado necessário.

6 — Excepcionalmente, pode a entidade que man-dar instaurar processo disciplinar solicitar à respectivadelegação regional da Inspecção-Geral da Educação,a nomeação do instrutor, com fundamento na mani-festa impossibilidade da sua nomeação.

7 — (Anterior n.o 4.)8 — (Anterior n.o 5.)

Artigo 119.o

[. . .]

São aplicáveis ao pessoal docente os Estatutos daAposentação e das Pensões de Sobrevivência dos Fun-cionários e Agentes da Administração Pública.

Artigo 132.o

[. . .]

1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4, acontagem do tempo de serviço do pessoal docente,incluindo o prestado em regime de tempo parcial,considerado para efeitos de antiguidade, obedece àsregras gerais aplicáveis aos restantes funcionários eagentes da Administração Pública.

2 — (Revogado.)3 — A contagem do tempo de serviço para efeitos

de progressão e acesso na carreira docente obedece aindaao disposto nos artigos 37.o, 38.o, 39.o, 48.o e 54.o

4 — A contagem do tempo de serviço do pessoaldocente é feita por ano escolar.

Artigo 133.o

[. . .]

1 — O ingresso na carreira dos docentes oriundosdo ensino particular e cooperativo efectua-se parao escalão da categoria de professor que lhes com-petiria caso tivessem ingressado nas escolas da redepública, desde que verificados os requisitos de tempode serviço nos termos do presente Estatuto.

2 — O período probatório realizado no ensinoparticular e cooperativo é válido para efeitos de pro-vimento definitivo na carreira docente quando rea-lizado mediante acreditação do Ministério da Edu-cação, nos termos e condições a definir por portariado membro do Governo responsável pela área daeducação.

Artigo 134.o

Conselho científico para avaliação de professores

1 — É criado, na dependência directa do membrodo Governo responsável pela área da educação, oconselho científico para a avaliação de professorescom a missão de implementar e assegurar o acom-panhamento e monitorização do novo regime de ava-liação do desempenho do pessoal docente da edu-cação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

2 — O presidente do conselho científico para a ava-liação de professores é equiparado a cargo de direcçãosuperior de 1.o grau.

3 — A composição e modo de funcionamento doconselho são definidos por decreto regulamentar.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 519

Artigo 135.o

Direito subsidiário

Em tudo o que não esteja especialmente reguladoe não contrarie o disposto no presente Estatuto erespectiva legislação complementar, são aplicáveis,com as devidas adaptações, as disposições constantesda legislação geral da função pública.»

Artigo 3.o

Aditamento ao Estatuto da Carreira dos Educadores de Infânciae dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário

São aditados ao Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infância e dos Professores dos Ensinos Básico eSecundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 139-A/90,de 28 de Abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 105/97,de 29 de Abril, 1/98, de 2 de Janeiro, 35/2003, de 17 deFevereiro, 121/2005, de 26 de Julho, 229/2005, de29 de Dezembro, e 224/2006, de 13 de Novembro, osartigos 10.o-A, 10.o-B e 10.o-C, bem como a tabela remu-neratória constante do anexo I do presente decreto-leie que dele faz parte integrante.

«Artigo 10.o-A

Deveres para com os alunos

Constituem deveres específicos dos docentes rela-tivamente aos seus alunos:

a) Respeitar a dignidade pessoal e as diferençasculturais dos alunos valorizando os diferentes saberese culturas, prevenindo processos de exclusão e dis-criminação;

b) Promover a formação e realização integral dosalunos, estimulando o desenvolvimento das suas capa-cidades, a sua autonomia e criatividade;

c) Promover o desenvolvimento do rendimentoescolar dos alunos e a qualidade das aprendizagens,de acordo com os respectivos programas curricularese atendendo à diversidade dos seus conhecimentose aptidões;

d) Organizar e gerir o processo ensino-aprendi-zagem, adoptando estratégias de diferenciação peda-gógica susceptíveis de responder às necessidades indi-viduais dos alunos;

e) Assegurar o cumprimento integral das activi-dades lectivas correspondentes às exigências do cur-rículo nacional, dos programas e das orientações pro-gramáticas ou curriculares em vigor;

f) Adequar os instrumentos de avaliação às exi-gências do currículo nacional, dos programas e dasorientações programáticas ou curriculares e adoptarcritérios de rigor, isenção e objectividade na sua cor-recção e classificação;

g) Manter a disciplina e exercer a autoridade peda-gógica com rigor, equidade e isenção;

h) Cooperar na promoção do bem-estar dos alunos,protegendo-os de situações de violência física ou psi-cológica, se necessário solicitando a intervenção depessoas e entidades alheias à instituição escolar;

i) Colaborar na prevenção e detecção de situaçõesde risco social, se necessário participando-as às enti-dades competentes;

j) Respeitar a natureza confidencial da informaçãorelativa aos alunos e respectivas famílias.

Artigo 10.o-B

Deveres para com a escola e os outros docentes

Constituem deveres específicos dos docentes paracom a escola e outros docentes:

a) Colaborar na organização da escola, cooperandocom os órgãos de direcção executiva e as estruturasde gestão pedagógica e com o restante pessoaldocente e não docente tendo em vista o seu bomfuncionamento;

b) Cumprir os regulamentos, desenvolver e exe-cutar os projectos educativos e planos de actividadese observar as orientações dos órgãos de direcção exe-cutiva e das estruturas de gestão pedagógica da escola;

c) Co-responsabilizar-se pela preservação e usoadequado das instalações e equipamentos e propormedidas de melhoramento e remodelação;

d) Promover o bom relacionamento e a cooperaçãoentre todos os docentes, dando especial atenção aosque se encontram em início de carreira ou em for-mação ou que denotem dificuldades no seu exercícioprofissional;

e) Partilhar com os outros docentes a informação,os recursos didácticos e os métodos pedagógicos, nosentido de difundir as boas práticas e de aconselharaqueles que se encontrem no início de carreira ouem formação ou que denotem dificuldades no seuexercício profissional;

f) Reflectir, nas várias estruturas pedagógicas,sobre o trabalho realizado individual e colectiva-mente, tendo em vista melhorar as práticas e con-tribuir para o sucesso educativo dos alunos;

g) Cooperar com os outros docentes na avaliaçãodo seu desempenho;

h) Defender e promover o bem-estar de todos osdocentes, protegendo-os de quaisquer situações deviolência física ou psicológica, se necessário solici-tando a intervenção de pessoas e entidades alheiasà instituição escolar.

Artigo 10.o-C

Deveres para com os pais e encarregados de educação

Constituem deveres específicos dos docentes paracom os pais e encarregados de educação dos alunos:

a) Respeitar a autoridade legal dos pais ou encar-regados de educação e estabelecer com eles uma rela-ção de diálogo e cooperação, no quadro da partilhada responsabilidade pela educação e formação inte-gral dos alunos;

b) Promover a participação activa dos pais ouencarregados de educação na educação escolar dosalunos, no sentido de garantir a sua efectiva cola-boração no processo de aprendizagem;

c) Incentivar a participação dos pais ou encarre-gados de educação na actividade da escola, no sentidode criar condições para a integração bem sucedidade todos os alunos;

d) Facultar regularmente aos pais ou encarregadosde educação a informação sobre o desenvolvimentodas aprendizagens e o percurso escolar dos filhos,bem como sobre quaisquer outros elementos rele-vantes para a sua educação;

e) Participar na promoção de acções específicasde formação ou informação para os pais ou encar-

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520 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

regados de educação que fomentem o seu envolvi-mento na escola com vista à prestação de um apoioadequado aos alunos.»

Artigo 4.o

Alteração ao Regime Jurídico da Formação Contínua

Os artigos 4.o, 5.o, 6.o, 7.o, 9.o, 13.o, 14.o, 27.o e 33.odo Regime Jurídico da Formação Contínua de profes-sores, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 249/92, de 9 deNovembro, com as alterações que lhe foram introduzidaspela Lei n.o 60/93, de 20 de Agosto, e pelos Decre-tos-Leis n.os 274/94, de 28 de Outubro, 207/96, de 2 deNovembro, e 155/99, de 10 de Maio, passam a ter aseguinte redacção:

«Artigo 4.o

[. . .]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) Adequação às necessidades do sistema educa-

tivo, das escolas e dos docentes;e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 5.o

[. . .]

1 — As acções de formação contínua relevam paraefeitos de apreciação curricular e para a progressãona carreira docente, desde que concluídas comaproveitamento.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 6.o

[. . .]

As acções de formação contínua incidem sobre:

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) Formação ética e deontológica.

Artigo 7.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) Frequência, com aproveitamento, de disciplinas

singulares em instituições de ensino superior;d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 9.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — A formação adquirida é registada no processo

individual do docente mediante a entrega nos serviçosadministrativos da escola do respectivo documentocertificativo.

4 — (Anterior n.o 3.)

Artigo 13.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Não podem ser objecto de certificação as

acções nas quais a participação do formando nãotenha correspondido ao número de horas mínimodefinido no respectivo regulamento.

3 — Dos certificados de formação devem constaros seguintes elementos:

a) Data;b) Designação;c) Duração;d) Modalidade da acção de formação realizada e

a classificação quantitativa obtida;e) Identificação do formando, do formador e da

respectiva entidade formadora.

4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 — (Revogado.)

Artigo 14.o

[. . .]

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 — Só podem ser creditadas as acções de formação

realizadas com avaliação e que estejam directamenterelacionadas com a área científico-didáctica que odocente lecciona, bem como as relacionadas com asnecessidades de funcionamento do agrupamento deescolas ou escola não agrupada definidas no respec-tivo projecto educativo ou plano de actividades.

3 — Das acções de formação contínua a frequentarpelos docentes passíveis de ser creditadas, pelo menosdois terços são na área científico-didáctica que odocente lecciona.

Artigo 27.o

[. . .]

1 — O director do centro é um docente com a cate-goria de professor titular.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 — (Revogado.)5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 33.o

[. . .]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

a) Sem prejuízo do cumprimento dos programasou prioridades definidos pelos serviços centrais ou

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 521

regionais do Ministério da Educação ou pelo agru-pamento de escolas ou escola não agrupada, escolheras acções de formação que mais se adeqúem ao seuplano de desenvolvimento profissional;

b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .d) Contabilizar créditos das acções de formação

em que participe, nos termos legais;e) Beneficiar, nos termos da legislação em vigor,

de dispensas de serviço não lectivo para efeitos dafrequência de acções de formação contínua;

f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»

CAPÍTULO II

Disposições transitórias e finais

Artigo 5.o

Cargos de coordenação científico-pedagógica

1 — Sem prejuízo de outras funções próprias nasestruturas de orientação educativa previstas no Decre-to-Lei n.o 115-A/98, de 4 de Maio, e ainda das actividadesde coordenação estabelecidas no regulamento internoda escola, são assegurados por professor titular perten-cente à escola, preferencialmente com formação espe-cializada nos domínios da organização e desenvolvi-mento curricular, supervisão pedagógica e formação deformadores e orientação educativa, os cargos de:

a) Coordenação do departamento curricular ou doconselho de docentes, consoante se trate, respectiva-mente, de escolas com 2.o e 3.o ciclos do ensino básicoe ensino secundário, de estabelecimentos com educaçãopré-escolar ou com 1.o ciclo do ensino básico;

b) Coordenação pedagógica do ciclo, ano ou curso.

2 — Sem prejuízo das competências estabelecidas noDecreto Regulamentar n.o 10/99, de 21 de Julho, sãoatribuídas ao coordenador do departamento curricularou do conselho de docentes as tarefas de:

a) Coordenação da prática científico-pedagógica dosdocentes das disciplinas, áreas disciplinares ou nível deensino, consoante os casos;

b) Acompanhamento e orientação da actividade pro-fissional dos professores da disciplina ou área disciplinar,especialmente no período probatório;

c) Intervenção no processo de avaliação do desem-penho dos docentes das disciplinas, área disciplinaresou nível de ensino;

d) Participação no júri da prova pública de admissãoao concurso de acesso na carreira.

3 — Os docentes que se encontrem a exercer os cargosou funções de coordenação a que se refere o presenteartigo mantêm-se em funções enquanto não for providopelo menos um lugar da categoria de professor titulardo respectivo quadro e departamento.

Artigo 6.o

Transição de quadro de escola para quadro de agrupamento

1 — Até à definição dos quadros de agrupamento pre-vistos no artigo 26.o do Estatuto da Carreira Docente,tal como alterado pelo presente decreto-lei, mantêm-se

os quadros actualmente existentes nos estabelecimentosde educação ou de ensino.

2 — Até ao preenchimento dos lugares dos quadrosde agrupamento referidos no número anterior man-tém-se a situação jurídico-funcional dos docentes pro-vidos em lugar dos quadros.

3 — A definição dos quadros de agrupamento e aregulamentação do processo de preenchimento dos cor-respondentes lugares constam de portaria a aprovar pelomembro do Governo responsável pela área da educação.

Artigo 7.o

Dispensa da prova de avaliação de conhecimentos e competências

Para efeitos de admissão a concurso de provimentoou outro processo de selecção é dispensado da realizaçãoda prova de avaliação de conhecimentos e competênciaso docente que tenha celebrado contrato administrativode serviço docente em dois dos últimos quatro anosimediatamente anteriores ao ano lectivo de 2007-2008,desde que conte, pelo menos, cinco anos completos deserviço docente efectivo e avaliação de desempenhoigual ou superior a Bom.

Artigo 8.o

Profissionalização em serviço

1 — A profissionalização em serviço dos docentesabrangidos pelo artigo 63.o do Decreto-Lei n.o 20/2006,de 31 de Janeiro, e dos que se encontrem a realizara profissionalização à data da entrada em vigor destedecreto-lei decorre nos termos previstos no Decreto-Lein.o 287/88, de 19 de Agosto.

2 — A profissionalização em exercício prevista nonúmero anterior deve estar concluída no prazo máximode três anos escolares a contar do ano lectivo de2007-2008.

3 — A nomeação provisória dos docentes em situaçãode pré-carreira, nos termos do artigo 6.o do Decreto-Lein.o 312/99, de 10 de Agosto, converte-se em nomeaçãodefinitiva no início do ano escolar subsequente à con-clusão da profissionalização.

4 — Os docentes que se encontrem em situação desuspensão prevista no artigo 15.o do Decreto-Lein.o 287/88, de 19 de Agosto, ou os que não a pudereminiciar ou realizar nos termos do n.o 2 do artigo 63.odo Decreto-Lei n.o 20/2006, de 31 de Janeiro, são inte-grados no novo modelo de qualificação pedagógica nostermos e condições a prever em decreto regulamentar.

Artigo 9.o

Dispensa do período probatório

1 — Para efeitos de conversão da nomeação provi-sória em nomeação definitiva considera-se dispensadodo período probatório o docente que tenha celebradocontrato administrativo de serviço docente em dois dosúltimos quatro anos imediatamente anteriores ao anolectivo de 2007-2008, no mesmo nível de ensino, grupode recrutamento, desde que conte, pelo menos, cincoanos completos de serviço docente efectivo e avaliaçãodo desempenho igual ou superior a Bom.

2 — A nomeação do docente que observe os requi-sitos previstos no número anterior é automaticamenteconvertida em nomeação definitiva.

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Artigo 10.o

Transição da carreira docente

1 — Os docentes que à data da entrada em vigor dopresente decreto-lei se encontram posicionados nos1.o e 2.o escalões mantêm-se na estrutura e escala indi-ciária aprovada pelo Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 deAgosto, aplicando-se as regras de progressão previstasno mesmo diploma, até perfazerem, no seu cômputoglobal, oito anos de tempo de serviço docente para efei-tos de progressão na carreira, com avaliação do desem-penho mínima de Bom, após o que transitam para o1.o escalão da nova categoria de professor.

2 — Os docentes que à data da entrada em vigor dopresente decreto-lei se encontram posicionados no3.o escalão mantêm-se na estrutura e escala indiciáriaaprovada pelo Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto,até perfazerem três anos de permanência no escalãopara efeitos de progressão, com avaliação do desem-penho mínima de Bom, após o que transitam para o1.o escalão da nova categoria de professor.

3 — Os docentes que à data da entrada em vigor dopresente decreto-lei se encontram posicionados nos 4.o,5.o e 6.o escalões transitam para a nova estrutura dacarreira na categoria de professor e para escalão a quecorresponda índice remuneratório igual àquele em quese encontrem posicionados.

4 — Os docentes bacharéis que ingressaram na car-reira docente no 1.o escalão e os docentes licenciadosque à data da entrada em vigor do presente decreto-leise encontram posicionados no 7.o escalão transitam paraa nova estrutura da carreira na categoria de professore para escalão a que corresponda índice remuneratórioigual àquele em que se encontrem posicionados.

5 — Aos docentes bacharéis que ingressaram na car-reira docente no 3.o escalão e que à data da entradaem vigor do presente decreto-lei se encontram posi-cionados no 1.o nível remuneratório do 7.o escalão apli-cam-se as seguintes regras de transição:

a) Mantêm-se na estrutura e escala indiciária apro-vada pelo Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto, tran-sitando ao 2.o nível remuneratório do 7.o escalão apósperfazerem quatro anos de permanência no 1.o nível,para efeitos de progressão na carreira, com avaliaçãodo desempenho mínima de Bom;

b) São integrados na nova estrutura de carreira nacategoria de professor no 5.o escalão após perfazeremdois anos de permanência no 2.o nível remuneratóriodo 7.o escalão, para efeitos de progressão na carreira,com avaliação do desempenho mínima de Bom.

6 — Os docentes bacharéis que ingressaram na car-reira docente no 3.o escalão e que à data da entradaem vigor do presente decreto-lei se encontram posi-cionados no 2.o nível remuneratório do 7.o escalão man-têm-se na estrutura e escala indiciária aprovada peloDecreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto, aplicando-se--lhes as regras previstas na alínea b) do n.o 1 doartigo 15.o, com avaliação do desempenho mínima deBom até se integrarem na estrutura da nova carreirano 5.o escalão da categoria de professor.

7 — Os docentes bacharéis que ingressaram na car-reira docente no 3.o escalão e que à data da entradaem vigor do presente decreto-lei se encontram posi-cionados no 3.o nível remuneratório do 7.o escalão tran-sitam para a nova estrutura da carreira na categoriade professor e para escalão a que corresponda índice

remuneratório igual àquele em que se encontremposicionados.

8 — Os docentes que à data da entrada em vigor dopresente decreto-lei se encontram posicionados nos 8.o,9.o e 10.o escalões da carreira docente prevista no Decre-to-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto, transitam para acategoria de professor da nova estrutura de carreira,mantendo os índices remuneratórios actualmente aufe-ridos.

9 — Os docentes do nível de qualificação 2 a quese refere o artigo 16.o do Decreto-Lei n.o 312/99, de10 de Agosto, mantêm os índices e a progressão previstosno mesmo diploma.

10 — Os docentes do quadro que se encontram a rea-lizar a profissionalização em exercício à data da entradaem vigor do presente decreto-lei passam a estar abran-gidos pelos índices constantes do anexo II ao presentedecreto-lei, do qual faz parte integrante, transitando,após a sua conclusão, para a estrutura da nova carreirano índice e escalão resultantes das regras de transiçãoconstantes do presente decreto-lei.

11 — Os docentes profissionalizados a que se refereo artigo 14.o do Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto,mantêm os respectivos índices enquanto se mantiveremem situação de provimento provisório, transitando, apóso seu termo, para a estrutura da nova carreira no índicee escalão resultantes das regras de transição constantesdo presente decreto-lei.

12 — Da transição a que se referem os números ante-riores não pode decorrer, em caso algum, diminuiçãodo valor da remuneração base que o docente auferiaà data da entrada em vigor do presente decreto-lei.

13 — A transição para a nova categoria e escalão efec-tua-se sem quaisquer formalidades, para além da ela-boração, pelo estabelecimento escolar, de uma listanominativa de transição para as novas categorias a afixarem local apropriado que possibilite a sua consulta pelosinteressados.

14 — O tempo de serviço já prestado pelos docentesno escalão e índice da estrutura da carreira definidapelo Decreto-Lei n.o 312/99, de 26 de Agosto, à datada transição, é contabilizado, no escalão e no índiceem que foram integrados nos termos dos números ante-riores, para efeitos de progressão e acesso na estruturada carreira definida pelo Estatuto da Carreira Docente,tal como alterado pelo presente decreto-lei.

Artigo 11.o

Quadros de pessoal

Para efeitos de aplicação do artigo anterior, os lugaresprovidos nos quadros de escola ou de zona pedagógicaconsideram-se automaticamente convertidos em igualnúmero de lugares da categoria de professor.

Artigo 12.o

Regime especial de reposicionamento salarial

Os docentes abrangidos pelo artigo 10.o são repo-sicionados na nova estrutura salarial e no escalão cor-respondente ao que resultaria da aplicação sucessivadas regras de progressão constantes do Decreto-Lein.o 312/99, de 10 de Agosto, e do regime de transiçãoprevisto no mesmo artigo, desde que preenchidos, cumu-lativamente, os seguintes requisitos:

a) Tenham entregue, até à entrada em vigor da Lein.o 43/2005, de 29 de Agosto, o documento de reflexão

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 523

crítica a que estavam obrigados nos termos do artigo 7.odo Decreto Regulamentar n.o 11/98, de 15 de Maio;

b) Venham a completar o módulo de tempo de serviçoefectivo que seria necessário à progressão na estruturaprevista no Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto,no prazo de 60 dias a contar da data de retoma dacontagem de tempo de serviço para aquele efeito;

c) Tenham obtido, relativamente ao documento men-cionado na alínea a) e antes da data referida na alí-nea anterior, a menção qualitativa mínima de Satisfaznos termos do Decreto Regulamentar n.o 11/98, de 15de Maio.

Artigo 13.o

Regime transitório de progressão e acesso

1 — A progressão nos escalões da categoria de pro-fessor titular, dos docentes dos 8.o e 9.o escalões refe-ridos no n.o 8 do artigo 10.o, fica condicionada ao seuprovimento, precedendo concurso de acesso, nestacategoria.

2 — O tempo de serviço prestado após a integraçãona categoria de professor, pelos docentes referidos nonúmero anterior, conta como tempo de serviço efectivono escalão em que forem providos, precedendo con-curso, na categoria de professor titular, de acordo comas respectivas regras de progressão.

3 — Os docentes dos 8.o e 9.o escalões a que se refereo n.o 8 do artigo 10.o, podem progredir aos índices 272e 320, respectivamente, desde que, cumulativamente,cumpram os seguintes requisitos:

a) Completem o módulo de tempo de seis anos serviçono índice em que estão integrados;

b) Obtenham avaliação de desempenho não inferiora Bom;

c) Tenham sido aprovados na prova pública previstano artigo 38.o do Estatuto da Carreira Docente, tal comoalterado pelo presente decreto-lei;

d) Tenham sido opositores no concurso de acessoà categoria de professor titular e não tenham obtidoprovimento.

4 — Os docentes referidos no número anteriorquando providos na categoria de professor titular sãoreposicionados no escalão da nova categoria a que cor-responda índice imediatamente superior ao do escalãoem que se encontram.

Artigo 14.o

Regime transitório de ingresso na carreira

Durante o período de aplicação do artigo 10.o, osdocentes que forem providos na carreira, em regimede nomeação provisória ou definitiva, são remuneradospor índice igual ao dos docentes abrangidos pelo mesmoartigo com igual tempo de serviço docente e qualificaçãoprofissional, aplicando-se as regras de reposicionamentosalarial aí previstas.

Artigo 15.o

Recrutamento transitório para professor titular

1 — O primeiro concurso de acesso para lugares dacategoria de professor titular, aberto após a entradaem vigor do presente decreto-lei em cada agrupamento

de escolas ou escola não agrupada, obedece às seguintesfases sequenciais:

a) Abertura de um concurso destinado aos professoresposicionados no 10.o escalão da estrutura da carreiraaprovada pelo Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto,à data da entrada em vigor do presente decreto-lei;

b) Abertura subsequente de um concurso destinadoaos professores posicionados nos 8.o e 9.o escalões daestrutura da carreira aprovada pelo Decreto-Lein.o 312/99, de 10 de Agosto, à data da entrada em vigordo presente decreto-lei;

2 — O concurso referido na alínea a) do número ante-rior é aberto sem depender da existência de lugaresvagos.

3 — O provimento na categoria de professor titulardecorrente do concurso referido na alínea a) do n.o 1faz-se em lugar da categoria de professor, automati-camente convertido em lugar da categoria de professortitular, a extinguir quando vagar, para além da dotaçãoprevista no n.o 3 do artigo 26.o do Estatuto da CarreiraDocente, tal como alterado pelo presente decreto-lei.

4 — Os lugares a prover no concurso a que se referea alínea b) do n.o 1 são fixados por despacho do membrodo Governo responsável pela área da educação, res-peitando o limite previsto no n.o 3 do artigo 26.o doEstatuto da Carreira Docente, tal como alterado pelopresente decreto-lei.

5 — Apenas podem ser opositores aos concursos refe-ridos no n.o 1 os docentes integrados na carreira quepreencham, cumulativamente, os seguintes requisitos:

a) Pertençam ao quadro da escola ou de agrupamentoou estejam afectos ou destacados na mesma;

b) Possuam uma das seguintes habilitações:

i) Qualificação profissional para a docência confe-rente do grau académico de licenciado;

ii) Curso de formação complementar conferente dograu académico de licenciado;

iii) Diploma de estudos superiores especializados;

c) Não estejam na situação de dispensa total ou parcialda componente lectiva;

6 — Nos concursos previstos no presente artigo, é uti-lizado como método de selecção a análise curricular,nos termos a fixar por decreto-lei.

Artigo 16.o

Regime transitório de avaliação do desempenho

1 — A primeira progressão na estrutura da carreirafica condicionada à aplicação do novo regime de ava-liação do desempenho constante do Estatuto da CarreiraDocente, sem prejuízo de serem consideradas as clas-sificações atribuídas nos anos anteriores desde quenecessárias para completar os módulos de tempo deserviço respectivos.

2 — Para os efeitos do número anterior, a avaliaçãode desempenho pode incidir sobre um módulo de tempode serviço inferior a dois anos.

3 — Na situação em que seja necessário ter em contaa avaliação do desempenho efectuada nos termos doDecreto Regulamentar n.o 11/98, de 15 de Maio, devemser consideradas as menções qualitativas obtidas nos ter-

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524 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

mos deste decreto-lei de acordo com a seguinte tabelade equivalência:

a) À menção de Não satisfaz ou equivalente corres-ponde a menção qualitativa de Insuficiente;

b) Às menções de Satisfaz e de Bom correspondea menção qualitativa de Bom.

4 — Para efeitos de acesso à categoria de professortitular, o tempo de serviço efectivamente prestado enão avaliado até 31 de Agosto de 2007 considera-seclassificado com a menção qualitativa de Bom.

5 — Nos agrupamentos de escolas ou escolas nãoagrupadas que não tenham sido objecto de avaliaçãoexterna a fixação das percentagens máximas de Excelentee Muito bom para a primeira avaliação de desempenho,após a entrada em vigor do presente decreto-lei, é efec-tuada, sem recurso ao critério previsto no n.o 3 doartigo 46.o do Estatuto da Carreira Docente, tal comoalterado pelo presente decreto-lei.

Artigo 17.o

Aquisição de graus académicos por docentes profissionalizados

1 — A aquisição por docentes profissionalizados inte-grados na carreira do grau académico de licenciado,em domínio directamente relacionado com a docênciaou que vise a qualificação para o exercício de outrasfunções educativas, determina o reposicionamento noescalão da respectiva categoria correspondente àqueleem que teria sido posicionado caso tivesse sido integradona nova estrutura de carreira com esse grau de acordocom o disposto nos artigos 55.o e 56.o do Estatuto daCarreira Docente, na redacção dada pelo Decreto-Lein.o 1/98, de 2 de Janeiro.

2 — O disposto no número anterior é apenas aplicávelaos docentes que:

a) Estivessem inscritos no início do ano lectivo de2005-2006 em instituição de ensino superior para a aqui-sição daquela licenciatura e a concluam até 31 de Agostode 2007; ou

b) Estivessem inscritos no início do ano lectivo de2006-2007 em instituição de ensino superior para a aqui-sição daquela licenciatura e a concluam até 31 de Agostode 2008.

3 — A aquisição, por docentes profissionalizados inte-grados na carreira, dos graus académicos de mestre oudoutor, em domínio directamente relacionado com aárea científica que leccionem ou em Ciências da Edu-cação, determina o reposicionamento no escalão da res-pectiva categoria correspondente àquele em que teriasido posicionado caso tivesse sido integrado na novaestrutura de carreira com esse grau de acordo com odisposto no artigo 54.o do Estatuto da Carreira Docente,na redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 1/98, de 2 deJaneiro.

4 — O disposto no número anterior é apenas aplicávelaos docentes que obtenham o grau até 31 de Agostode 2007.

Artigo 18.o

Salvaguarda de redução da componente lectiva

1 — Aos docentes que à data da entrada em vigordo presente decreto-lei beneficiem das regras da reduçãoda componente lectiva estabelecidas no artigo 79.o doEstatuto da Carreira Docente, na redacção do Decre-

to-Lei n.o 1/98, de 2 de Janeiro, aplicam-se as seguintesregras:

a) Mantêm a redução que já lhes tiver sido atribuídaem função da idade e tempo de serviço completadosà data da entrada em vigor do presente decreto-lei;

b) Os docentes que já tiverem beneficiado da reduçãode oito horas da componente lectiva mantêm essa redu-ção, não podendo beneficiar das reduções previstas non.o 1 do mesmo artigo, tal como alterado pelo presentedecreto-lei;

c) Os docentes que já tiverem beneficiado da reduçãode duas, quatro ou seis horas da componente lectivamantêm essa redução, podendo beneficiar das reduçõesprevistas no n.o 1 do mesmo artigo, tal como alteradopelo presente decreto-lei, até ao limite de oito horas,quando preencherem os requisitos ali previstos.

2 — O disposto no n.o 3 do artigo 79.o do Estatutoda Carreira Docente, tal como alterado pelo presentedecreto-lei, não se aplica aos docentes da educação pré--escolar e do 1.o ciclo do ensino básico que sejam abran-gidos pelo regime transitório de aposentação previstonos n.os 7 a 9 do artigo 5.o do Decreto-Lei n.o 229/2005,de 29 de Dezembro.

Artigo 19.o

Docentes em situação de mobilidade

1 — Aos docentes que à data da entrada em vigordo presente decreto-lei se encontrem em situação derequisição, destacamento ou comissão de serviço parao exercício de funções não docentes de natureza téc-nico-pedagógica aplicam-se, até 31 de Agosto de 2007,as regras de contagem do tempo de serviço nestas fun-ções previstas no artigo 36.o do Estatuto da CarreiraDocente, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 1/98,de 2 de Janeiro.

2 — A contagem do prazo máximo de requisição oudestacamento fixado no n.o 1 do artigo 69.o do Estatutoda Carreira Docente, tal como alterado pelo presentedecreto-lei, inicia-se a partir da entrada em vigor desteúltimo.

Artigo 20.o

Prémio de desempenho

A verificação do requisito de avaliação do desem-penho para efeito de atribuição do primeiro prémio dedesempenho inicia-se a partir do ano escolar de2007-2008, inclusive.

Artigo 21.o

Presidente do conselho científico para a avaliação de professores

A nomeação do presidente do conselho científico paraa avaliação de professores não depende da aprovaçãodo decreto regulamentar previsto n.o 3 do artigo 134.odo Estatuto da Carreira Docente, tal como alterado pelopresente decreto-lei.

Artigo 22.o

Centros de formação de associações profissionais ou científicas

Durante o período transitório de cinco anos, fica sus-pensa a aplicação aos centros de formação das asso-ciações profissionais ou científicas do disposto no n.o 1do artigo 27.o do regime jurídico da formação contínua

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de professores, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 249/92,de 9 de Novembro, com as alterações que lhe foramintroduzidas pelo presente decreto-lei.

Artigo 23.o

Extensão

As disposições constantes do presente decreto-lei sãoigualmente aplicáveis, com as devidas adaptações, aoseducadores de infância ainda integrados no quadroúnico dos serviços centrais e regionais do Ministérioda Educação.

Artigo 24.o

Regulamentação

Os diplomas regulamentares necessários à execuçãodo presente decreto-lei, incluindo os despachos com efi-cácia externa, são aprovados no prazo de 180 dias.

Artigo 25.o

Norma revogatória

São revogados:

a) O Decreto-Lei n.o 232/87, de 11 de Junho;b) Os artigos 18.o, 19.o, 20.o, 21.o, os n.os 2 e 3 do

artigo 23.o, os artigos 50.o, 51.o, 52.o, 53.o, 55.o, os n.os 3e 4 do artigo 57.o, os artigos 58.o, 60.o, as alíneas c)e e) do artigo 68.o, o n.o 3 do artigo 72.o, os n.os 2e 5 do artigo 83.o, os artigos 92.o, 93.o, 95.o, 96.o, 97.o,98.o, 122.o, 124.o, 125.o, 126.o, 128.o, 130.o e 131.o e on.o 2 do artigo 132.o, todos do Estatuto dos Educadoresde Infância e dos Professores dos Ensinos Básico eSecundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 139-A/90,de 28 de Abril, sem prejuízo do disposto nos artigos 10.o,12.o, 13.o e 15.o;

c) O n.o 5 do artigo 13.o, o n.o 4 do artigo 27.o eo artigo 27.o-A do Regime Jurídico da Formação Con-tínua de Professores, aprovado pelo Decreto-Lein.o 249/92, de 9 de Novembro, e alterado pelos Decre-tos-Leis n.os 207/96, de 2 de Novembro, e 155/99, de10 de Maio;

d) O artigo 14.o do Decreto-Lei n.o 384/93, de 18 deNovembro;

e) O Decreto-Lei n.o 312/99, de 10 de Agosto, semprejuízo do disposto nos artigos 10.o, 12.o e 15.o;

f) O mapa II anexo ao Decreto-Lei n.o 57/2004, de19 de Março, na parte que respeita aos docentes daeducação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário;

g) O n.o 1 do artigo 1.o e os artigos 3.o, 4.o, 5.o e6.o do Decreto-Lei n.o 224/2006, de 13 de Novembro;

h) Os n.os 2 e 3 do artigo 4.o do Decreto Regulamentarn.o 29/92, de 9 de Novembro.

Artigo 26.o

Entrada em vigor

1 — O presente decreto-lei entra em vigor no diaseguinte ao da sua publicação.

2 — As alterações aos artigos 22.o, 38.o e 40.o a 49.o,todos do Estatuto da Carreira dos Educadores de Infân-cia e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário,entram em vigor na data do início da vigência dos diplo-mas previstos no n.o 8 do artigo 22.o, no n.o 7 doartigo 38.o e no n.o 4 do artigo 40.o daquele Estatuto,tal como alterado pelo presente decreto-lei.

Artigo 27.o

Alterações sistemáticas

1 — O capítulo IV, o capítulo V, o subcapítulo II docapítulo VII, o capítulo VIII e a secção II do subcapítulo IIIdo capítulo X do Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infância e dos Professores dos Ensinos Básico eSecundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 139-A/90,de 28 de Abril, passam a denominar-se, respectivamente,«Recrutamento e selecção para lugar do quadro», «Qua-dros de pessoal docente», «Condições de progressão eacesso na carreira», «Remunerações e outras prestaçõespecuniárias» e «Interrupção da actividade lectiva».

2 — São eliminadas as secções I, II e III do subca-pítulo II do capítulo VII do Estatuto da Carreira dosEducadores de Infância e dos Professores dos EnsinosBásico e Secundário, aprovado pelo Decreto-Lein.o 139-A/90, de 28 de Abril.

Artigo 28.o

Republicação

É republicado, no anexo III, que faz parte integrantedo presente decreto-lei, o Estatuto da Carreira dos Edu-cadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básicoe Secundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 139-A/90,de 28 de Abril, com a redacção actual.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 23de Novembro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pintode Sousa — Fernando Teixeira dos Santos — Maria deLurdes Reis Rodrigues — José Mariano Rebelo Pires Gago.

Promulgado em 9 de Janeiro de 2007.

Publique-se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendado em 10 de Janeiro de 2007.

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto deSousa.

ANEXO I

Tabela a que se refere o n.o 1 do artigo 59.o do Estatuto

Estrutura remuneratória

Escalões

Categorias1.o 2.o 3.o 4.o 5.o 6.o

Professor titular . . . . . . 245 299 340Professor . . . . . . . . . . . . 167 188 205 218 235 245

ANEXO II

Índices dos professores em profissionalização

(a que se refere o n.o 10 do artigo 10.o)

Com habilitação própria que confere licenciatura,com mais de seis anos de tempo de serviço ou de gruposcarenciados ou para os quais não exista formação inicialqualificante — 136.

Com habilitação própria que confere bacharelato,com mais de seis anos de tempo de serviço ou de gruposcarenciados ou para os quais não exista formação inicialqualificante — 99.

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ANEXO III

ESTATUTO DA CARREIRA DOS EDUCADORES DE INFÂNCIAE DOS PROFESSORES DOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

CAPÍTULO I

Princípios gerais

Artigo 1.o

Âmbito de aplicação

1 — O Estatuto da Carreira dos Educadores de Infân-cia e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário,adiante designado por Estatuto, aplica-se aos docentes,qualquer que seja o nível, ciclo de ensino, grupo derecrutamento ou área de formação, que exerçam funçõesnas diversas modalidades do sistema de educação eensino não superior, e no âmbito dos estabelecimentospúblicos de educação pré-escolar e dos ensinos básicoe secundário na dependência do Ministério da Edu-cação.

2 — O presente Estatuto é ainda aplicável, com asnecessárias adaptações, aos docentes em exercício efec-tivo de funções em estabelecimentos ou instituições deensino dependentes ou sob tutela de outros ministérios.

3 — Os professores do ensino português no estran-geiro bem como os docentes que se encontrem a prestarserviço em Macau ou em regime de cooperação nospaíses africanos de língua oficial portuguesa ou outrosregem-se por normas próprias.

Artigo 2.o

Pessoal docente

Para efeitos de aplicação do presente Estatuto, con-sidera-se pessoal docente aquele que é portador de habi-litação profissional para o desempenho de funções deeducação ou de ensino, com carácter permanente,sequencial e sistemático, ou a título temporário, apósaprovação em prova de avaliação de conhecimentos ede competências.

Artigo 3.o

Princípios fundamentais

A actividade do pessoal docente desenvolve-se deacordo com os princípios fundamentais consagrados naConstituição da República Portuguesa e no quadro dosprincípios gerais e específicos constantes dos artigos 2.oe 3.o da Lei de Bases do Sistema Educativo.

CAPÍTULO II

Direitos e deveres

SECÇÃO I

Direitos

Artigo 4.o

Direitos profissionais

1 — São garantidos ao pessoal docente os direitosestabelecidos para os funcionários e agentes do Estadoem geral, bem como os direitos profissionais decorrentesdo presente Estatuto.

2 — São direitos profissionais específicos do pessoaldocente:

a) Direito de participação no processo educativo;b) Direito à formação e informação para o exercício

da função educativa;c) Direito ao apoio técnico, material e documental;d) Direito à segurança na actividade profissional;e) Direito à consideração e ao reconhecimento da

sua autoridade pelos alunos, suas famílias e demaismembros da comunidade educativa;

f) Direito à colaboração das famílias e da comunidadeeducativa no processo de educação dos alunos.

Artigo 5.o

Direito de participação no processo educativo

1 — O direito de participação exerce-se no quadrodo sistema educativo, da escola e da relação com acomunidade.

2 — O direito de participação, que pode ser exercidoa título individual ou colectivo, nomeadamente atravésdas organizações profissionais e sindicais do pessoaldocente, compreende:

a) O direito a emitir opiniões e recomendações sobreas orientações e o funcionamento do estabelecimentode ensino e do sistema educativo;

b) O direito a participar na definição das orientaçõespedagógicas ao nível do estabelecimento de ensino oudas suas estruturas de coordenação;

c) O direito à autonomia técnica e científica e à liber-dade de escolha dos métodos de ensino, das tecnologiase técnicas de educação e dos tipos de meios auxiliaresde ensino mais adequados, no respeito pelo currículonacional, pelos programas e pelas orientações progra-máticas curriculares ou pedagógicas em vigor;

d) O direito a propor inovações e a participar emexperiências pedagógicas, bem como nos respectivosprocessos de avaliação;

e) O direito de eleger e ser eleito para órgãos colegiaisou singulares dos estabelecimentos de educação ou deensino, nos casos em que a legislação sobre a sua gestãoe administração o preveja.

3 — O direito de participação pode ainda ser exer-cido, através das organizações profissionais e sindicaisdo pessoal docente, em órgãos que, no âmbito nacional,regional autónomo ou regional, prevejam a represen-tação do pessoal docente.

Artigo 6.o

Direito à formação e informação para o exercício da função educativa

1 — O direito à formação e informação para o exer-cício da função educativa é garantido:

a) Pelo acesso a acções de formação contínua regu-lares, destinadas a actualizar e aprofundar os conhe-cimentos e as competências profissionais dos docentes;

b) Pelo apoio à autoformação dos docentes, de acordocom os respectivos planos individuais de formação.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, odireito à formação e informação para o exercício dafunção educativa pode também visar objectivos dereconversão profissional, bem como de mobilidade eprogressão na carreira.

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Artigo 7.o

Direito ao apoio técnico, material e documental

O direito ao apoio técnico, material e documentalexerce-se sobre os recursos necessários à formação einformação do pessoal docente, bem como ao exercícioda actividade educativa.

Artigo 8.o

Direito à segurança na actividade profissional

1 — O direito à segurança na actividade profissionalcompreende:

a) A prevenção e redução dos riscos profissionais,individuais e colectivos, através da adopção de progra-mas específicos dirigidos à melhoria do ambiente detrabalho e promoção das condições de higiene, saúdee segurança do posto de trabalho;

b) A prevenção e tratamento das doenças que venhama ser definidas por portaria conjunta dos Ministros daEducação e da Saúde, como resultando necessária edirectamente do exercício continuado da funçãodocente.

2 — O direito à segurança na actividade profissionalcompreende ainda a penalização da prática de ofensacorporal ou outra violência sobre o docente no exercíciodas suas funções ou por causa destas.

Artigo 9.o

Direito à consideração e à colaboração da comunidade educativa

1 — O direito à consideração exerce-se no plano darelação com os alunos, as suas famílias e os demaismembros da comunidade educativa e exprime-se noreconhecimento da autoridade em que o docente estáinvestido no exercício das suas funções.

2 — O direito à colaboração das famílias e dos demaismembros da comunidade educativa compreende odireito a receber o seu apoio e cooperação activa, noquadro da partilha entre todos da responsabilidade pelodesenvolvimento e pelos resultados da aprendizagemdos alunos.

SECÇÃO II

Deveres

Artigo 10.o

Deveres gerais

1 — O pessoal docente está obrigado ao cumprimentodos deveres estabelecidos para os funcionários e agentesda Administração Pública em geral.

2 — O pessoal docente, no exercício das funções quelhe estão atribuídas nos termos do presente Estatuto,está ainda obrigado ao cumprimento dos seguintes deve-res profissionais:

a) Orientar o exercício das suas funções pelos prin-cípios do rigor, da isenção, da justiça e da equidade;

b) Orientar o exercício das suas funções por critériosde qualidade, procurando o seu permanente aperfei-çoamento e tendo como objectivo a excelência;

c) Colaborar com todos os intervenientes no processoeducativo, favorecendo a criação de laços de cooperação

e o desenvolvimento de relações de respeito e reco-nhecimento mútuo, em especial entre docentes, alunos,encarregados de educação e pessoal não docente;

d) Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos,capacidades e competências, numa perspectiva de apren-dizagem ao longo da vida, de desenvolvimento pessoale profissional e de aperfeiçoamento do seu desempenho;

e) Participar de forma empenhada nas várias moda-lidades de formação que frequente, designadamente naspromovidas pela Administração, e usar as competênciasadquiridas na sua prática profissional;

f) Zelar pela qualidade e pelo enriquecimento dosrecursos didáctico-pedagógicos utilizados, numa pers-pectiva de abertura à inovação;

g) Desenvolver a reflexão sobre a sua prática peda-gógica, proceder à auto-avaliação e participar nas acti-vidades de avaliação da escola;

h) Conhecer, respeitar e cumprir as disposições nor-mativas sobre educação, cooperando com a adminis-tração educativa na prossecução dos objectivos decor-rentes da política educativa, no interesse dos alunos eda sociedade.

Artigo 10.o-A

Deveres para com os alunos

Constituem deveres específicos dos docentes relati-vamente aos seus alunos:

a) Respeitar a dignidade pessoal e as diferenças cul-turais dos alunos valorizando os diferentes saberes eculturas, prevenindo processos de exclusão e discri-minação;

b) Promover a formação e realização integral dos alu-nos, estimulando o desenvolvimento das suas capaci-dades, a sua autonomia e criatividade;

c) Promover o desenvolvimento do rendimento esco-lar dos alunos e a qualidade das aprendizagens, deacordo com os respectivos programas curriculares eatendendo à diversidade dos seus conhecimentos eaptidões;

d) Organizar e gerir o processo ensino-aprendizagem,adoptando estratégias de diferenciação pedagógica sus-ceptíveis de responder às necessidades individuais dosalunos;

e) Assegurar o cumprimento integral das actividadeslectivas correspondentes às exigências do currículonacional, dos programas e das orientações programáticasou curriculares em vigor;

f) Adequar os instrumentos de avaliação às exigênciasdo currículo nacional, dos programas e das orientaçõesprogramáticas ou curriculares e adoptar critérios derigor, isenção e objectividade na sua correcção eclassificação;

g) Manter a disciplina e exercer a autoridade peda-gógica com rigor, equidade e isenção;

h) Cooperar na promoção do bem-estar dos alunos,protegendo-os de situações de violência física ou psi-cológica, se necessário solicitando a intervenção de pes-soas e entidades alheias à instituição escolar;

i) Colaborar na prevenção e detecção de situaçõesde risco social, se necessário participando-as às enti-dades competentes;

j) Respeitar a natureza confidencial da informaçãorelativa aos alunos e respectivas famílias.

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Artigo 10.o-B

Deveres para com a escola e os outros docentes

Constituem deveres específicos dos docentes paracom a escola e outros docentes:

a) Colaborar na organização da escola, cooperandocom os órgãos de direcção executiva e as estruturas degestão pedagógica e com o restante pessoal docente enão docente tendo em vista o seu bom funcionamento;

b) Cumprir os regulamentos, desenvolver e executaros projectos educativos e planos de actividades e obser-var as orientações dos órgãos de direcção executiva edas estruturas de gestão pedagógica da escola;

c) Co-responsabilizar-se pela preservação e uso ade-quado das instalações e equipamentos e propor medidasde melhoramento e remodelação;

d) Promover o bom relacionamento e a cooperaçãoentre todos os docentes, dando especial atenção aosque se encontram em início de carreira ou em formaçãoou que denotem dificuldades no seu exercício pro-fissional;

e) Partilhar com os outros docentes a informação,os recursos didácticos e os métodos pedagógicos, nosentido de difundir as boas práticas e de aconselharaqueles que se encontrem no início de carreira ou emformação ou que denotem dificuldades no seu exercícioprofissional;

f) Reflectir, nas várias estruturas pedagógicas, sobreo trabalho realizado individual e colectivamente, tendoem vista melhorar as práticas e contribuir para o sucessoeducativo dos alunos;

g) Cooperar com os outros docentes na avaliação doseu desempenho;

h) Defender e promover o bem-estar de todos osdocentes, protegendo-os de quaisquer situações de vio-lência física ou psicológica, se necessário solicitando aintervenção de pessoas e entidades alheias à instituiçãoescolar.

Artigo 10.o-C

Deveres para com os pais e encarregados de educação

Constituem deveres específicos dos docentes paracom os pais e encarregados de educação dos alunos:

a) Respeitar a autoridade legal dos pais ou encar-regados de educação e estabelecer com eles uma relaçãode diálogo e cooperação, no quadro da partilha da res-ponsabilidade pela educação e formação integral dosalunos;

b) Promover a participação activa dos pais ou encar-regados de educação na educação escolar dos alunos,no sentido de garantir a sua efectiva colaboração noprocesso de aprendizagem;

c) Incentivar a participação dos pais ou encarregadosde educação na actividade da escola, no sentido de criarcondições para a integração bem sucedida de todos osalunos;

d) Facultar regularmente aos pais ou encarregadosde educação a informação sobre o desenvolvimento dasaprendizagens e o percurso escolar dos filhos, bem comosobre quaisquer outros elementos relevantes para a suaeducação;

e) Participar na promoção de acções específicas deformação ou informação para os pais ou encarregadosde educação que fomentem o seu envolvimento na escolacom vista à prestação de um apoio adequado aos alunos.

CAPÍTULO III

Formação

Artigo 11.o

Formação do pessoal docente

1 — A formação do pessoal docente desenvolve-sede acordo com os princípios gerais constantes doartigo 33.o da Lei de Bases do Sistema Educativo, com-petindo ao membro do Governo responsável pela áreada educação o respectivo planeamento, coordenação eavaliação global.

2 — A formação de pessoal docente é regulamentadaem diploma próprio, sem prejuízo do disposto nosartigos seguintes.

Artigo 12.o

Modalidades da formação

A formação do pessoal docente compreende a for-mação inicial, a formação especializada e a formaçãocontínua, previstas, respectivamente, nos artigos 34.o,36.o e 38.o da Lei de Bases do Sistema Educativo.

Artigo 13.o

Formação inicial

1 — A formação inicial dos educadores de infânciae dos professores dos ensinos básico e secundário é aque confere habilitação profissional para a docência norespectivo nível de educação ou de ensino.

2 — A formação inicial visa dotar os candidatos àprofissão das competências e conhecimentos científicos,técnicos e pedagógicos de base para o desempenho pro-fissional da prática docente nas seguintes dimensões:

a) Profissional e ética;b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;c) Participação na escola e relação com a comunidade;d) Desenvolvimento profissional ao longo da vida.

Artigo 14.o

Formação especializada

A formação especializada visa a qualificação dosdocentes para o desempenho de funções ou actividadeseducativas especializadas e é ministrada nas instituiçõesde formação a que se refere o n.o 2 do artigo 36.o daLei de Bases do Sistema Educativo.

Artigo 15.o

Formação contínua

1 — A formação contínua destina-se a assegurar aactualização, o aperfeiçoamento, a reconversão e oapoio à actividade profissional do pessoal docente,visando ainda objectivos de desenvolvimento na carreirae de mobilidade nos termos do presente Estatuto.

2 — A formação contínua deve ser planeada de formaa promover o desenvolvimento das competências pro-fissionais do docente.

Artigo 16.o

Acções de formação contínua

A formação contínua pode resultar de iniciativa deinstituições para tanto vocacionadas ou ser assegurada

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por organismos públicos ou entidades privadas, podendoser ainda promovida ou apoiada pelos estabelecimentosde educação ou de ensino, individualmente ou emregime de cooperação, nos termos previstos na legislaçãoaplicável.

CAPÍTULO IV

Recrutamento e selecção para lugar do quadro

Artigo 17.o

Princípios gerais

1 — O concurso é o processo de recrutamento e selec-ção, normal e obrigatório, de pessoal docente paranomeação em lugar do quadro de ingresso ou acesso.

2 — O regime do concurso para pessoal docenterege-se pelos princípios reguladores dos concursos naAdministração Pública, nos termos e com as adaptaçõesprevistas no decreto-lei a que se refere o artigo 24.o

Artigo 18.o

(Revogado.)Artigo 19.o

(Revogado.)Artigo 20.o

(Revogado.)Artigo 21.o

(Revogado.)Artigo 22.o

Requisitos gerais e específicos

1 — São requisitos gerais de admissão a concurso:

a) [Declarado inconstitucional, com força obrigatóriageral, pelo Acórdão do Tribunal Constitucionaln.o 345/2002, publicado no Diário da República, 1.a série,n.o 234, de 10 de Outubro de 2002;]

b) Possuir as habilitações profissionais legalmente exi-gidas para a docência no nível de ensino e grupo derecrutamento a que se candidatam;

c) Ter cumprido os deveres militares ou de serviçocívico, quando obrigatório;

d) Não estar inibido do exercício de funções públicasou interdito para o exercício das funções a que secandidata;

e) Possuir a robustez física, o perfil psíquico e ascaracterísticas de personalidade indispensáveis ao exer-cício da função e ter cumprido as leis de vacinaçãoobrigatória;

f) Obter aprovação em prova de avaliação de conhe-cimentos e competências, tratando-se de concurso paralugar de ingresso.

2 — Constitui requisito físico necessário ao exercícioda função docente a ausência, comprovada por ade-quado atestado médico, de quaisquer lesões ou enfer-midades que impossibilitem o exercício da docência ousejam susceptíveis de ser agravadas pelo desempenhode funções docentes.

3 — A existência de deficiência física não é impe-dimento ao exercício de funções docentes se e enquantofor compatível com os requisitos exigíveis para o exer-cício de funções no grupo de recrutamento do candidato

ou do docente, nos termos de adequado atestadomédico.

4 — Constitui requisito psíquico necessário ao exer-cício da função docente a ausência de característicasde personalidade ou de situações anómalas ou pato-lógicas de natureza neuropsiquiátrica que ponham emrisco a relação com os alunos, impeçam ou dificultemo exercício da docência ou sejam susceptíveis de seragravadas pelo desempenho de funções docentes.

5 — A verificação dos requisitos físicos e psíquicosnecessários ao exercício da função docente e da ine-xistência de alcoolismo ou de toxicodependências dequalquer natureza é realizada nos termos da lei geral.

6 — A existência de alcoolismo ou de toxicodepen-dências, comprovadas nos termos do número anterior,constitui motivo impeditivo do exercício da funçãodocente pelo período de dois anos.

7 — A prova de avaliação de conhecimentos e de com-petências prevista na alínea f) do n.o 1 visa demonstraro domínio dos conhecimentos e das competências exi-gidas para o exercício da função docente, na especia-lidade da respectiva área de docência, e é organizadasegundo as exigências da leccionação dos programas eorientações curriculares da educação pré-escolar e dosensinos básico e secundário.

8 — As condições de candidatura e de realização daprova de avaliação de conhecimentos e competênciassão aprovadas por decreto regulamentar.

Artigo 23.o

Verificação de alteração dos requisitos físicos e psíquicos

1 — A verificação de alteração dos requisitos físicose psíquicos necessários ao exercício da função docentee da existência de alcoolismo ou de toxicodependênciasde qualquer natureza é realizada pela junta médicaregional do Ministério da Educação, mediante solici-tação do órgão de direcção executiva da escola.

2 — (Revogado.)3 — (Revogado.)4 — Para verificação das condições de saúde e de tra-

balho do pessoal docente realizam-se acções periódicasde rastreio, nos termos da legislação sobre segurança,higiene e saúde no trabalho, aprovadas anualmente peloórgão de direcção executiva da escola.

Artigo 24.o

Regulamentação dos concursos

A regulamentação dos concursos previstos no pre-sente Estatuto é objecto de decreto-lei, garantida a par-ticipação das organizações sindicais representativas depessoal docente.

CAPÍTULO V

Quadros de pessoal docente

Artigo 25.o

Estrutura

1 — Os quadros de pessoal docente dos estabeleci-mentos de educação ou de ensino públicos estruturam-seem:

a) Quadros de agrupamento de escolas;b) Quadros de escola não agrupada;c) Quadros de zona pedagógica.

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2 — Os quadros de pessoal docente dos estabeleci-mentos de educação e ensino abrangidos pelo presenteEstatuto fixam dotações para a carreira docente, dis-criminadas por nível ou ciclo de ensino, grupo de recru-tamento e categoria, consoante o caso, de modo a con-ferir maior flexibilidade à gestão dos recursos humanosda docência disponíveis.

3 — As referências feitas no presente Estatuto a esco-las ou a estabelecimentos de educação ou de ensinoreportam-se ao agrupamento de escolas ou a escolasnão agrupadas, consoante o caso, salvo referência emcontrário.

Artigo 26.o

Quadros de agrupamento e quadros de escola não agrupada

1 — Os quadros de agrupamento de escolas, bemcomo os quadros das escolas não agrupadas, destinam-sea satisfazer as necessidades permanentes dos respectivosestabelecimentos de educação ou de ensino.

2 — A dotação de lugares dos quadros de agrupa-mento ou dos quadros de escola, discriminada por cicloou nível de ensino e grupo de recrutamento e categoria,é fixada por portaria conjunta dos membros do Governoresponsáveis pelas áreas das finanças e da educação.

3 — A dotação dos lugares da categoria de professortitular corresponde, por quadro de agrupamento ou deescola não agrupada, a um terço do número total delugares do respectivo quadro.

Artigo 27.o

Quadros de zona pedagógica

1 — Os quadros de zona pedagógica destinam-se afacultar a necessária flexibilidade à gestão dos recursoshumanos no respectivo âmbito geográfico e a assegurara satisfação de necessidades não permanentes dos esta-belecimentos de educação ou de ensino, a substituiçãodos docentes dos quadros de agrupamento ou de escola,as actividades de educação extra-escolar, o apoio a esta-belecimentos de educação ou de ensino que ministremáreas curriculares específicas ou manifestem exigênciaseducativas especiais, bem como a garantir a promoçãodo sucesso educativo.

2 — A substituição de docentes prevista no númeroanterior abrange os casos de:

a) Ausência anual;b) Ausências temporárias de duração superior a 5

ou 10 dias lectivos, consoante se trate da educação pré--escolar e do 1.o ciclo do ensino básico ou dos 2.o e3.o ciclos do ensino básico;

c) Ausências temporárias no ensino secundário, semprejuízo das tarefas de ocupação educativa dos alunos,a promover pelo respectivo estabelecimento de ensino,nos casos de ausências de curta duração.

3 — O âmbito geográfico dos quadros de zona peda-gógica e a respectiva dotação de lugares, a definir porciclo ou nível de ensino e grupo de recrutamento, sãofixados por portaria conjunta dos membros do Governoresponsáveis pelas áreas das finanças e da educação.

Artigo 28.o

Ajustamento dos quadros

A revisão dos quadros de pessoal docente é feita porportaria conjunta dos membros do Governo responsá-

veis pelas áreas das finanças, da Administração Públicae da educação ou por portaria apenas deste último, con-soante dessa alteração resulte ou não aumento dos valo-res totais globais.

CAPÍTULO VI

Vinculação

Artigo 29.o

Vinculação

1 — A relação jurídica de emprego do pessoal docentereveste, em geral, a forma de nomeação.

2 — A nomeação pode ser provisória ou definitiva.3 — A vinculação do pessoal docente pode ainda

revestir qualquer das formas de contrato administrativoprevistas no artigo 33.o

Artigo 30.o

Nomeação provisória

O primeiro provimento em lugar de ingresso revestea forma de nomeação provisória e destina-se à realizaçãodo período probatório.

Artigo 31.o

Período probatório

1 — O período probatório destina-se a verificar acapacidade de adequação do docente ao perfil de desem-penho profissional exigível, tem a duração mínima deum ano escolar e é cumprido no estabelecimento deeducação ou de ensino onde aquele exerce a sua acti-vidade docente.

2 — O período probatório corresponde ao primeiroano escolar no exercício efectivo de funções da categoriade professor, sem prejuízo do disposto nos n.os 8 a 10.

3 — O período probatório do professor é acompanhadoe apoiado, no plano didáctico, pedagógico e científico,por um professor titular, detentor, preferencialmente, deformação especializada na área de organização educa-cional e desenvolvimento curricular, supervisão pedagó-gica e formação de formadores e com menção igual ousuperior a Bom na última avaliação do desempenho, adesignar pelo coordenador do departamento curricularou do conselho de docentes respectivo.

4 — Compete ao professor titular a que se refere onúmero anterior:

a) Apoiar a elaboração e acompanhar a execuçãode um plano individual de trabalho para o docente emperíodo probatório que verse as componentes científica,pedagógica e didáctica;

b) Apoiar o docente em período probatório na pre-paração e planeamento das aulas, bem como na reflexãosobre a respectiva prática pedagógica, ajudando-o nasua melhoria;

c) Avaliar o trabalho individual desenvolvido;d) Elaborar relatório circunstanciado da actividade

desenvolvida, incluindo os dados da observação rea-lizada;

e) Participar no processo de avaliação do desempenhodo docente em período probatório.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 531

5 — O docente em período probatório fica impos-sibilitado de acumular outras funções, públicas ouprivadas.

6 — A componente não lectiva de estabelecimentoneste período fica adstrita, enquanto necessário, à fre-quência de acções de formação, assistência a aulas deoutros professores ou realização de trabalhos de grupoindicadas pelo professor de acompanhamento e apoio.

7 — A avaliação do desempenho do docente emperíodo probatório é objecto de regulamentação espe-cífica, nos termos previstos no n.o 5 do artigo 40.o

8 — O período probatório é suspenso sempre que odocente se encontre em situação de ausências ao serviçolegalmente equiparadas a prestação de trabalho efectivopor um período superior a seis semanas consecutivasou interpoladas, sem prejuízo da manutenção dos direi-tos e regalias inerentes à continuidade do vínculolaboral.

9 — Finda a situação que determinou a suspensãoprevista no número anterior, o docente retoma ou inicia,consoante o caso, o exercício efectivo das suas funções,tendo de completar o período probatório em falta.

10 — Para além dos motivos referidos no n.o 8, operíodo probatório do docente que faltar justificada-mente por um período correspondente a 15 dias de acti-vidade lectiva é repetido no ano escolar seguinte.

11 — O docente em nomeação provisória que concluao período probatório com avaliação do desempenhoigual ou superior a Bom é nomeado definitivamenteem lugar do quadro.

12 — Se o docente obtiver avaliação do desempenhode Regular será facultada a oportunidade de repetir operíodo probatório, sem interrupção funcional, devendodesenvolver o projecto individual de formação e a acçãopedagógica que lhe forem indicados, em termos idên-ticos aos previstos no n.o 7 do artigo 48.o

13 — Se o docente obtiver avaliação de desempenhode Insuficiente é, no termo do período probatório, auto-maticamente exonerado do lugar do quadro em quese encontra provido.

14 — A atribuição da menção qualitativa de Insufi-ciente implica a impossibilidade de o docente se can-didatar, a qualquer título, à docência no próprio anoou no ano escolar seguinte, a menos que demonstreter completado a formação prevista no n.o 7 doartigo 48.o

15 — O tempo de serviço prestado pelo docente emperíodo probatório é contado para efeitos de acessoe progressão na categoria de ingresso da carreiradocente, desde que classificado com menção igual ousuperior a Bom.

16 — Para efeitos de conversão da nomeação pro-visória em nomeação definitiva, considera-se dispensadodo período probatório o docente que tenha exercidofunções docentes em regime de contrato, no mesmonível de ensino e grupo de recrutamento, por tempocorrespondente a um ano escolar, desde que cumpridocom horário igual ou superior a vinte horas e avaliaçãode desempenho igual ou superior a Bom.

Artigo 32.o

Nomeação definitiva

1 — A nomeação provisória converte-se em nomea-ção definitiva em lugar do quadro, independentementede quaisquer formalidades, no início do ano escolar sub-

sequente à conclusão do período probatório com ava-liação de desempenho igual ou superior a Bom.

2 — A conversão da nomeação provisória em nomea-ção definitiva é promovida pelo órgão de direcção exe-cutiva do agrupamento ou escola não agrupada até20 dias antes do termo daquela nomeação e produzefeitos, em qualquer caso, a partir de 1 de Setembro.

3 — Em caso de prorrogação do período probatórioprevista nos n.os 8 a 10 do artigo anterior, a conversãoda nomeação provisória em nomeação definitiva produzefeitos reportados ao início do ano escolar em queocorra a sua conclusão.

4 — A nomeação do docente que observe os requi-sitos previstos no n.o 16 do artigo anterior é automa-ticamente convertida em nomeação definitiva.

Artigo 33.o

Contrato administrativo

1 — O desempenho de funções docentes pode serassegurado em regime de contrato administrativo deprovimento, quando haja conveniência em confiar a téc-nicos especializados a regência de disciplinas tecnoló-gicas, artísticas, vocacionais e de aplicação ou que cons-tituam inovação pedagógica.

2 — O exercício transitório de funções docentes podeser assegurado por indivíduos que preencham os requi-sitos e admissão a concurso de provimento, em regimede contrato administrativo, tendo em vista a satisfaçãoe necessidades do sistema educativo não colmatadaspelo pessoal docente dos quadros de zona pedagógicaou resultantes de ausências temporárias de docentes quenão possam ser supridas nos termos do n.o 2 doartigo 27.o do presente diploma.

3 — O regime do contrato previsto no n.o 1 é o cons-tante do Decreto-Lei n.o 427/89, de 7 de Dezembro,para o contrato administrativo de provimento, comexcepção do disposto sobre requisitos habilitacionais equalificações profissionais, que são os que vierem a serfixados aquando da publicitação da oferta de emprego.

4 — Os princípios a que obedece a contratação depessoal docente ao abrigo do n.o 2 deste artigo são fixa-dos por portaria dos Ministros das Finanças e daEducação.

CAPÍTULO VII

Carreira docente

SUBCAPÍTULO I

Princípios gerais

Artigo 34.o

Natureza e estrutura da carreira docente

1 — O pessoal docente que desempenha funções deeducação ou de ensino, com carácter permanente,sequencial e sistemático, constitui, nos termos da leigeral, um corpo especial da Administração Públicadotado de uma carreira própria.

2 — A carreira docente desenvolve-se pelas categoriashierarquizadas de:

a) Professor;b) Professor titular.

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3 — À categoria de professor titular, além das funçõesde professor, correspondem funções diferenciadas pelasua natureza, âmbito e grau de responsabilidade.

4 — Cada categoria é integrada por escalões a quecorrespondem índices remuneratórios diferenciados, deacordo com o anexo I do presente Estatuto, que delefaz parte integrante.

Artigo 35.o

Conteúdo funcional

1 — As funções do pessoal docente são exercidas comresponsabilidade profissional e autonomia técnica ecientífica, sem prejuízo do número seguinte.

2 — O docente desenvolve a sua actividade profis-sional de acordo com as orientações de política educativae observando as exigências do currículo nacional, dosprogramas e das orientações programáticas ou curri-culares em vigor, bem como do projecto educativo daescola.

3 — São funções do pessoal docente em geral:

a) Leccionar as disciplinas, matérias e cursos paraque se encontra habilitado de acordo com as neces-sidades educativas dos alunos que lhe estejam confiadose no cumprimento do serviço docente que lhe sejaatribuído;

b) Planear, organizar e preparar as actividades lectivasdirigidas à turma ou grupo de alunos nas áreas dis-ciplinares ou matérias que lhe sejam distribuídas;

c) Conceber, aplicar, corrigir e classificar os instru-mentos de avaliação das aprendizagens e participar noserviço de exames e reuniões de avaliação;

d) Elaborar recursos e materiais didáctico-pedagó-gicos e participar na respectiva avaliação;

e) Promover, organizar e participar em todas as acti-vidades complementares, curriculares e extracurricula-res, incluídas no plano de actividades ou projecto edu-cativo da escola, dentro e fora do recinto escolar;

f) Organizar, assegurar e acompanhar as actividadesde enriquecimento curricular dos alunos;

g) Assegurar as actividades de apoio educativo, exe-cutar os planos de acompanhamento de alunos deter-minados pela administração educativa e cooperar nadetecção e acompanhamento de dificuldades de apren-dizagem;

h) Acompanhar e orientar as aprendizagens dos alu-nos, em colaboração com os respectivos pais e encar-regados de educação;

i) Facultar orientação e aconselhamento em matériaeducativa, social e profissional dos alunos, em colabo-ração com os serviços especializados de orientaçãoeducativa;

j) Participar nas actividades de avaliação da escola;l) Orientar a prática pedagógica supervisionada a nível

da escola;m) Participar em actividades de investigação, inova-

ção e experimentação científica e pedagógica;n) Organizar e participar, como formando ou for-

mador, em acções de formação contínua e especializada;o) Desempenhar as actividades de coordenação admi-

nistrativa e pedagógica que não sejam exclusivamentecometidas ao professor titular.

4 — Além das previstas no número anterior, são fun-ções específicas da categoria de professor titular:

a) A coordenação pedagógica do ano, ciclo ou curso;b) A direcção de centros de formação das associações

de escolas;

c) A coordenação de departamentos curriculares econselhos de docentes;

d) O exercício das funções de acompanhamento eapoio à realização do período probatório;

e) A elaboração e correcção das provas nacionais deavaliação de conhecimentos e competências para admis-são na carreira docente;

f) A participação no júri da prova pública para admis-são ao concurso de acesso à categoria de professortitular.

Artigo 36.o

Ingresso

1 — O ingresso na carreira docente faz-se medianteconcurso destinado ao provimento de lugar do quadroda categoria de professor de entre os docentes que satis-façam os requisitos de admissão a que se refere oartigo 22.o

2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,o ingresso na carreira docente faz-se no 1.o escalão dacategoria de professor.

3 — O ingresso na carreira dos docentes portadoresde habilitação profissional adequada faz-se no escalãoda categoria de professor correspondente ao tempo deserviço prestado em funções docentes e classificado coma menção qualitativa mínima de Bom, independente-mente do título jurídico da relação de trabalho subor-dinado, de acordo com os critérios gerais de progressão.

Artigo 37.o

Progressão

1 — A progressão na carreira docente consiste namudança de escalão dentro de cada categoria.

2 — O reconhecimento do direito à progressão aoescalão seguinte da categoria depende da verificaçãocumulativa dos seguintes requisitos:

a) Na categoria de professor, da permanência de umperíodo mínimo de serviço docente efectivo no escalãoimediatamente anterior, com, pelo menos, dois períodosde avaliação de desempenho em que seja atribuída amenção qualitativa mínima de Bom;

b) Na categoria de professor titular, da permanênciade um período mínimo de serviço docente efectivo noescalão imediatamente anterior, com, pelo menos, trêsperíodos de avaliação de desempenho em que seja atri-buída a menção qualitativa mínima de Bom;

c) Frequência, com aproveitamento, de módulos deformação contínua que, no período em avaliação, cor-respondam, em média, a vinte e cinco horas anuais.

3 — Para os efeitos previstos neste artigo, a obtençãode menção qualitativa inferior a Bom no período emavaliação, determina o acréscimo de idêntico períodocom avaliação qualitativa mínima de Bom ou superior.

4 — Os módulos de tempo de serviço docente nosescalões de cada categoria têm a seguinte duração:

a) Professor — cinco anos, excepto nos 4.o e 5.o esca-lões, cuja duração é de quatro anos;

b) Professor titular — seis anos.

5 — Progridem ao 6.o escalão da categoria de pro-fessor os docentes que cumpram cumulativamente osseguintes requisitos:

a) Completem o módulo de tempo de serviço no esca-lão anterior;

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 533

b) Obtenham no mesmo período de tempo avaliaçãode desempenho não inferior a Bom;

c) Tenham sido opositores ao concurso de acesso aque se refere o artigo seguinte e não tenham sido pro-vidos na categoria por inexistência de vaga.

6 — O tempo de serviço prestado no 6.o escalão dacategoria de professor conta, para efeitos de progressão,como tempo de serviço efectivo prestado no 1.o escalãoda categoria de professor titular, até ao limite de seisanos, após o provimento nesta última categoria.

7 — O direito à remuneração correspondente ao esca-lão seguinte da categoria vence-se a partir do 1.o diado mês subsequente àquele em que se verificarem todosos requisitos previstos no n.o 2 e reporta-se à data emque se encontre preenchida a condição de tempo deserviço prevista.

8 — A listagem dos docentes que progrediram deescalão é afixada semestralmente nos estabelecimentosde educação ou de ensino.

Artigo 38.o

Acesso

1 — O recrutamento para a categoria de professortitular faz-se mediante concurso documental aberto parao preenchimento de vaga existente no quadro do agru-pamento ou escola não agrupada e destinada à categoriae departamento ou grupo de recrutamento respectivo.

2 — Podem ser opositores ao concurso de acesso àcategoria de professor titular os professores que, cumu-lativamente, preencham os seguintes requisitos:

a) Detenham, pelo menos, 18 anos de serviço docenteefectivo, com avaliação de desempenho igual ou superiora Bom durante o referido período;

b) Tenham sido aprovados em prova pública queincida sobre a actividade profissional desenvolvida pelodocente com vista a demonstrar a sua aptidão para oexercício das funções específicas da categoria de pro-fessor titular.

3 — A prova a que se refere a alínea b) do númeroanterior é realizada a pedido do docente a partir domomento em que preencha os demais requisitos paraacesso à categoria de professor titular ou complete15 anos de serviço docente com avaliação de desem-penho igual ou superior a Bom.

4 — O número de lugares a prover nos termos don.o 1 não pode ultrapassar a dotação a fixar anualmentepor despacho do membro do Governo responsável pelaárea da educação, ponderados os resultados da avaliaçãoexterna do estabelecimento escolar e ainda as perspec-tivas de desenvolvimento de carreira dos docentes.

5 — Na ordenação dos candidatos ao concurso deacesso preferem, em caso de igualdade de classificação,os docentes titulares do grau de mestre ou doutor emespecialidade reconhecida para o efeito por despachodo membro do Governo responsável pela área da edu-cação, bem como os docentes portadores de formaçãoespecializada nos domínios da administração escolar,orientação educativa, organização e desenvolvimentocurricular, supervisão pedagógica ou formação de for-madores.

6 — No acesso à categoria de professor titular, a inte-gração na respectiva escala indiciária faz-se no 1.o esca-lão dessa categoria.

7 — As normas reguladoras do concurso de acesso,da prova pública, bem como os instrumentos de recru-tamento e provimento a adoptar caso o concurso fiquedeserto, são definidos por decreto-lei.

SUBCAPÍTULO II

Condições de progressão e acesso na carreira

Artigo 39.o

Exercício de funções não docentes

1 — Na contagem do tempo de serviço docente efec-tivo para efeitos de progressão na carreira, são con-siderados os períodos referentes a requisição, destaca-mento e comissão de serviço no exercício de funçõesnão docentes que revistam natureza técnico-pedagógica,desde que não excedam dois anos do módulo de tempode serviço que for necessário para os referidos efeitoscom avaliação de desempenho igual ou superior a Bomdurante o referido período.

2 — Os períodos referentes a requisição, destaca-mento e comissão de serviço no exercício de funçõesque revistam natureza técnico-pedagógica e que exce-dam o limite considerado no número anterior relevamna contagem do tempo de serviço docente efectivo paraefeitos de progressão na carreira se o docente obtiverna primeira avaliação de desempenho posterior aoregresso ao serviço docente efectivo menção qualitativaigual ou superior a Bom.

3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,entende-se por funções de natureza técnico-pedagógicaas que, pela sua especialização, especificidade ou espe-cial relação com o sistema de educação e ensino, reque-rem, como condição para o respectivo exercício, as qua-lificações e exigências de formação próprias do pessoaldocente.

4 — Por portaria do membro do Governo responsávelpela área da educação são fixadas as funções ou cargosa identificar como de natureza técnico-pedagógica.

5 — O disposto nos números anteriores não prejudicaa aplicação de legislação própria que salvaguarde odireito à estabilidade no emprego de origem bem comoà promoção e progressão na carreira pelo exercício dedeterminados cargos ou funções.

Artigo 40.o

Caracterização e objectivos da avaliação do desempenho

1 — A avaliação do desempenho do pessoal docentedesenvolve-se de acordo com os princípios consagradosno artigo 39.o da Lei de Bases do Sistema Educativoe no respeito pelos princípios e objectivos que enformamo sistema integrado de avaliação do desempenho daAdministração Pública, incidindo sobre a actividadedesenvolvida e tendo em conta as qualificações profis-sionais, pedagógicas e científicas do docente.

2 — A avaliação do desempenho do pessoal docentevisa a melhoria dos resultados escolares dos alunos eda qualidade das aprendizagens e proporcionar orien-tações para o desenvolvimento pessoal e profissionalno quadro de um sistema de reconhecimento do méritoe da excelência.

3 — Constituem ainda objectivos da avaliação dodesempenho:

a) Contribuir para a melhoria da prática pedagógicado docente;

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534 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

b) Contribuir para a valorização e aperfeiçoamentoindividual do docente;

c) Permitir a inventariação das necessidades de for-mação do pessoal docente;

d) Detectar os factores que influenciam o rendimentoprofissional do pessoal docente;

e) Diferenciar e premiar os melhores profissionais;f) Facultar indicadores de gestão em matéria de pes-

soal docente;g) Promover o trabalho de cooperação entre os docen-

tes, tendo em vista a melhoria dos resultados escolares;h) Promover a excelência e a qualidade dos serviços

prestados à comunidade.

4 — A regulamentação do sistema de avaliação dodesempenho estabelecido no presente Estatuto é defi-nida por decreto regulamentar.

5 — O decreto regulamentar previsto no númeroanterior regula ainda o processo de avaliação do desem-penho dos professores titulares no exercício efectivo dasrespectivas funções, dos docentes em período probatórioou em regime de contrato, bem como dos que se encon-trem no exercício efectivo de outras funções educativas.

6 — Os docentes que exerçam cargos ou funções cujoenquadramento normativo ou estatuto salvaguarde odireito de promoção e progressão na carreira de origeme não tenham funções lectivas distribuídas podem optar,para efeitos dos artigos 37.o e 38.o, por uma das seguintesclassificações:

a) A menção qualitativa que lhe tiver sido atribuídana última avaliação do desempenho em exercício efec-tivo de funções docentes;

b) A primeira avaliação do desempenho que lhe foratribuída após o regresso ao serviço docente efectivo.

7 — Podem ainda beneficiar da opção prevista nonúmero anterior os docentes que permaneçam em situa-ção de ausência ao serviço equiparada a prestação efec-tiva de trabalho que inviabilize a verificação do requisitode tempo mínimo para avaliação do desempenho.

6 — Em caso de opção pela avaliação a que se referea alínea b) do n.o 6, a progressão opera para o escalãoda categoria correspondente ao tempo de serviço pres-tado, de acordo com os critérios fixados no artigo 37.o

Artigo 41.o

Relevância

A avaliação do desempenho é obrigatoriamente con-siderada para efeitos de:

a) Progressão e acesso na carreira;b) Conversão da nomeação provisória em nomeação

definitiva no termo do período probatório;c) Renovação do contrato;d) Atribuição do prémio de desempenho.

Artigo 42.o

Âmbito e periodicidade

1 — A avaliação realiza-se segundo critérios previa-mente definidos que permitam aferir os padrões de qua-lidade do desempenho profissional, tendo em conside-ração o contexto sócio-educativo em que se desenvolvea sua actividade.

2 — A avaliação do desempenho concretiza-se nasseguintes dimensões:

a) Vertente profissional e ética;b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;c) Participação na escola e relação com a comunidade

escolar;d) Desenvolvimento e formação profissional ao longo

da vida.

3 — A avaliação do desempenho dos docentes rea-liza-se no final de cada período de dois anos escolarese reporta-se ao tempo de serviço nele prestado.

4 — Os docentes só são sujeitos a avaliação do desem-penho desde que tenham prestado serviço docente efec-tivo durante, pelo menos, metade do período em ava-liação a que se refere o número anterior.

5 — A avaliação dos docentes em período probatórioé feita no final do mesmo e reporta-se à actividadedesenvolvida no seu decurso.

6 — A avaliação do pessoal docente contratado rea-liza-se no final do período de vigência do respectivocontrato e antes da sua eventual renovação, desde quetenha prestado serviço docente efectivo durante, pelomenos, seis meses.

7 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-res, os avaliadores procedem, em cada ano escolar, àrecolha de toda a informação relevante para efeitos deavaliação do desempenho.

Artigo 43.o

Intervenientes no processo de avaliação do desempenho

1 — Intervêm no processo de avaliação do desem-penho:

a) Os avaliados;b) Os avaliadores;c) A comissão de coordenação da avaliação do

desempenho.

2 — São avaliadores:

a) O coordenador do conselho de docentes ou dodepartamento curricular ou os professores titulares quepor ele forem designados quando o número de docentesa avaliar o justifique;

b) Um inspector com formação científica na áreadepartamental do avaliado, designado pelo inspector--geral da Educação, para avaliação dos professores titu-lares que exercem as funções de coordenação do con-selho de docentes ou do departamento curricular;

c) O presidente do conselho executivo ou o directorda escola ou agrupamento de escolas em que o docentepresta serviço, ou um membro da direcção executivapor ele designado.

3 — A avaliação global é atribuída em reunião con-junta dos avaliadores.

4 — Compete ao presidente do conselho executivoou ao director da escola ou agrupamento de escolas:

a) Garantir a permanente adequação do processo deavaliação às especificidades da escola;

b) Coordenar e controlar o processo de avaliação deacordo com os princípios e regras definidos no presenteEstatuto.

5 — Em cada escola ou agrupamento de escolas fun-ciona a comissão de coordenação da avaliação cons-

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 535

tituída pelo presidente do conselho pedagógico, que acoordena, mais quatro membros do mesmo conselhocom a categoria de professor titular.

6 — Compete à comissão de coordenação da ava-liação:

a) Garantir o rigor do sistema de avaliação, desig-nadamente através da emissão de directivas para a suaaplicação;

b) Validar as avaliações de Excelente, Muito bom eInsuficiente;

c) Proceder à avaliação do desempenho nos casosde ausência de avaliador e propor as medidas de acom-panhamento e correcção do desempenho insuficiente;

d) Emitir parecer vinculativo sobre as reclamaçõesdo avaliado.

7 — No quadro das suas competências, incumbe àInspecção-Geral da Educação, em articulação com oconselho científico para a avaliação de professores pre-visto no artigo 134.o, o acompanhamento global do pro-cesso de avaliação do desempenho do pessoal docente.

Artigo 44.o

Processo de avaliação do desempenho

1 — O processo de avaliação do desempenho com-preende as seguintes fases:

a) Preenchimento de uma ficha de avaliação pelocoordenador do departamento curricular ou do conselhode docentes respectivo;

b) Preenchimento de uma ficha de avaliação pelo pre-sidente do conselho executivo ou pelo director da escolaou agrupamento de escolas;

c) Preenchimento pelo avaliado de uma ficha de auto--avaliação sobre os objectivos alcançados na sua práticaprofissional, na qual identificará a formação contínuarealizada;

d) Conferência e validação dos dados constantes daproposta de classificação, quando esta apresente as men-ções de Excelente, Muito bom e Insuficiente, pela comis-são de coordenação da avaliação;

e) Entrevista dos avaliadores com o avaliado paraconhecimento da proposta de avaliação e apreciaçãodo processo, em particular da ficha de auto-avaliação;

f) Reunião conjunta dos avaliadores para atribuiçãoda classificação final.

2 — O processo de avaliação implica a utilização deinstrumentos de registo normalizados.

3 — Os modelos de impressos das fichas de avaliaçãoe de auto-avaliação são aprovados por despacho domembro do Governo responsável pela área da educação.

4 — A validação das propostas de avaliação final cor-respondentes à menção de Excelente ou Muito bomimplica confirmação formal do cumprimento das cor-respondentes percentagens máximas através de acta dacomissão de coordenação da avaliação.

Artigo 45.o

Itens de classificação

1 — A avaliação efectuada pelo coordenador dodepartamento curricular ou do conselho de docentespondera o envolvimento e a qualidade científico-peda-

gógica do docente, com base na apreciação dos seguintesparâmetros classificativos:

a) Preparação e organização das actividades lectivas;b) Realização das actividades lectivas;c) Relação pedagógica com os alunos;d) Processo de avaliação das aprendizagens dos

alunos.

2 — Na avaliação efectuada pelo órgão de direcçãoexecutiva são ponderados, em função de elementos dis-poníveis, os seguintes indicadores de classificação:

a) Nível de assiduidade;b) Serviço distribuído;c) Progresso dos resultados escolares esperados para

os alunos e taxas de abandono escolar, tendo em contao contexto sócio-educativo;

d) Participação dos docentes no agrupamento ouescola não agrupada e apreciação do seu trabalho cola-borativo em projectos conjuntos de melhoria da acti-vidade didáctica e dos resultados das aprendizagens;

e) Acções de formação contínua concluídas;f) Exercício de outros cargos ou funções de natureza

pedagógica;g) Dinamização de projectos de investigação, desen-

volvimento e inovação educativa e sua correspondenteavaliação;

h) Apreciação realizada pelos pais e encarregadosde educação dos alunos, desde que obtida a concor-dância do docente e nos termos a definir no regulamentointerno da escola.

3 — A classificação dos parâmetros definidos para aavaliação do desempenho deve atender a múltiplas fon-tes de dados através da recolha, durante o ano escolar,de todos os elementos relevantes de natureza informa-tiva, designadamente:

a) Relatórios certificativos de aproveitamento emacções de formação;

b) Auto-avaliação;c) Observação de aulas;d) Análise de instrumentos de gestão curricular;e) Materiais pedagógicos desenvolvidos e utilizados;f) Instrumentos de avaliação pedagógica;g) Planificação das aulas e instrumentos de avaliação

utilizados com os alunos.

4 — Para efeitos do disposto na alínea c) do númeroanterior, deve o órgão de direcção executiva calendarizara observação, pelo avaliador referido nas alíneas a) e b)do n.o 2 do artigo 43.o, de, pelo menos, três aulas lec-cionadas pelo docente por ano escolar.

5 — Para efeitos do disposto na alínea e) do n.o 2são consideradas as acções de formação contínua queincidam sobre conteúdos de natureza científico-didác-tica com estreita ligação à matéria curricular que lec-ciona, bem como as relacionadas com as necessidadesda escola definidas no respectivo projecto educativo ouplano de actividades.

Artigo 46.o

Sistema de classificação

1 — A avaliação de cada uma das componentes declassificação e respectivos subgrupos é feita numa escalade avaliação de 1 a 10, devendo as classificações seratribuídas em números inteiros.

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2 — O resultado final da avaliação do docente cor-responde à classificação média das pontuações obtidasem cada uma das fichas de avaliação e é expresso atravésdas seguintes menções qualitativas:

Excelente — de 9 a 10 valores;Muito bom — de 8 a 8,9 valores;Bom — de 6,5 a 7,9 valores;Regular — de 5 a 6,4 valores;Insuficiente — de 1 a 4,9 valores.

3 — Por despacho conjunto dos membros do Governoresponsáveis pelas áreas da educação e da Administra-ção Pública são fixadas as percentagens máximas paraa atribuição das classificações de Muito bom e Excelente,por escola não agrupada ou agrupamento de escolas,as quais terão por referência os resultados obtidos naavaliação externa da escola.

4 — A atribuição da menção de Excelente deve aindaespecificar os contributos relevantes proporcionadospelo avaliado para o sucesso escolar dos alunos e paraa qualidade das suas aprendizagens, tendo em vista asua inclusão numa base de dados sobre boas práticase posterior divulgação.

5 — A atribuição de menção qualitativa igual ou supe-rior a Bom fica dependente do cumprimento de, pelomenos, 95% das actividades lectivas em cada um dosanos do período escolar a que se reporta a avaliação.

6 — O período normal de avaliação, a que se refereo n.o 3 do artigo 42.o, é prolongado pelo número deanos escolares em que não se verifique a condição pre-vista no número anterior.

7 — Para o cômputo do serviço lectivo a que se refereo n.o 5, é considerada a actividade lectiva registada nohorário de trabalho do docente, como também aquelaque resulte da permuta de serviço lectivo com outrodocente.

8 — As ausências legalmente equiparadas a serviçoefectivo nos termos do artigo 103.o relevam para o cum-primento das actividades lectivas a que se refere o n.o 5.

Artigo 47.o

Reclamação e recurso

1 — Atribuída a avaliação final, nos termos do n.o 3do artigo 43.o, esta é imediatamente dada a conhecerao avaliado, que dela pode apresentar reclamação escritano prazo de 10 dias úteis.

2 — A decisão de reclamação é proferida no prazode 15 dias úteis, ouvida a comissão de coordenação daavaliação.

3 — Da decisão final sobre a reclamação cabe recursoadministrativo para o director regional de educação res-pectivo, a interpor no prazo de 10 dias úteis contadodo seu conhecimento.

4 — A decisão do recurso é proferida no prazo de10 dias úteis contado da data da sua interposição.

Artigo 48.o

Efeitos da avaliação

1 — A atribuição da menção qualitativa de Excelentedurante dois períodos consecutivos de avaliação dodesempenho determina a redução de quatro anos notempo de serviço docente exigido para efeitos de acessoà categoria de professor titular.

2 — A atribuição da menção qualitativa de Excelentee Muito bom durante dois períodos consecutivos reduzem três anos o tempo mínimo de serviço docente exigidopara efeitos de acesso à categoria de professor titular.

3 — A atribuição da menção qualitativa de Muito bomdurante dois períodos consecutivos reduz em dois anoso tempo mínimo de serviço docente exigido para efeitosde acesso à categoria de professor titular.

4 — A atribuição da menção qualitativa de Bomdetermina:

a) Que seja considerado o período de tempo a querespeita para efeitos de progressão e acesso na carreira;

b) A conversão da nomeação provisória em nomeaçãodefinitiva no termo do período probatório.

5 — A atribuição da menção qualitativa de Regularou da menção qualitativa de Insuficiente implica a nãocontagem do período a que respeita para efeitos deprogressão e acesso na carreira.

6 — A atribuição da menção qualitativa de Insufi-ciente implica:

a) A não renovação ou a celebração de novo contrato;b) A impossibilidade genérica de acumulação de fun-

ções nos termos previstos no artigo 111.o;c) A cessação da nomeação provisória do docente

em período probatório, no termo do referido período;d) A impossibilidade de nova candidatura, a qualquer

título, à docência, no mesmo ano ou no ano escolarimediatamente subsequente àquele em que realizou operíodo probatório.

7 — A atribuição das menções qualitativas de Regularou Insuficiente deve ser acompanhada de uma propostade formação contínua que permita ao docente superaros aspectos do seu desempenho profissional identifica-dos como negativos no respectivo processo de avaliação.

8 — A atribuição ao docente provido em lugar doquadro de duas classificações consecutivas ou de trêsinterpoladas de Insuficiente determina a não distribuiçãode serviço lectivo no ano imediatamente subsequentee a sujeição do mesmo ao regime de reclassificação oude reconversão profissional nos termos da lei.

Artigo 49.o

Garantias do processo de avaliação do desempenho

1 — Sem prejuízo das regras de publicidade previstasno presente Estatuto, o processo de avaliação tem carác-ter confidencial, devendo os instrumentos de avaliaçãode cada docente ser arquivados no respectivo processoindividual.

2 — Todos os intervenientes no processo, à excepçãodo avaliado, ficam obrigados ao dever de sigilo sobrea matéria.

3 — Anualmente, e após conclusão do processo deavaliação, são divulgados na escola os resultados globaisda avaliação do desempenho mediante informação nãonominativa contendo o número de menções globalmenteatribuídas ao pessoal docente, bem como o número dedocentes não sujeitos à avaliação do desempenho.

Artigo 50.o

(Revogado.)

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 537

Artigo 51.o

(Revogado.)

Artigo 52.o

(Revogado.)

Artigo 53.o

(Revogado.)

Artigo 54.o

Aquisição de outras habilitações

1 — A aquisição por docentes profissionalizados, inte-grados na carreira, do grau académico de mestre emdomínio directamente relacionado com a área científicaque leccionem ou em Ciências da Educação confere:

a) Para os docentes com a categoria de professor,direito à redução de dois anos no tempo de serviçolegalmente exigido para acesso à categoria de professortitular, desde que, em qualquer caso, tenham sido sem-pre avaliados com menção igual ou superior a Bom;

b) Para os docentes com a categoria de professortitular, direito à redução de um ano no tempo de serviçolegalmente exigido para progressão ao escalão seguinte,desde que, em qualquer caso, tenham sido sempre ava-liados com menção igual ou superior a Bom.

2 — A aquisição por docentes profissionalizados, inte-grados na carreira, do grau académico de doutor emdomínio directamente relacionado com a área científicaque leccionem ou em Ciências da Educação confere:

a) Para os docentes com a categoria de professor,direito à redução de quatro anos no tempo de serviçolegalmente exigido para acesso à categoria de professortitular, desde que, em qualquer caso, tenham sido sem-pre avaliados com menção igual ou superior a Bom;

b) Para os docentes com a categoria de professortitular, direito à redução de dois anos no tempo de ser-viço legalmente exigido para progressão ao escalãoseguinte, desde que, em qualquer caso, tenham sido sem-pre avaliados com menção igual ou superior a Bom.

3 — O disposto nos números anteriores é aplicávelaos docentes que, nos termos legais, foram dispensadosda profissionalização.

4 — As características dos mestrados e doutoramen-tos a que se referem os n.os 1 e 2 são definidas porportaria do membro do Governo responsável pela áreada educação.

Artigo 55.o

(Revogado.)

Artigo 56.o

Qualificação para o exercício de outras funções educativas

1 — A qualificação para o exercício de outras funçõesou actividades educativas especializadas por docentesintegrados na carreira com nomeação definitiva, nos ter-mos do artigo 36.o da Lei de Bases do Sistema Educativo,adquire-se pela frequência, com aproveitamento, de cur-sos de formação especializada realizados em estabele-cimentos de ensino superior para o efeito competentesnas seguintes áreas:

a) Educação Especial;b) Administração Escolar;

c) Administração Educacional;d) Animação Sócio-Cultural;e) Educação de Adultos;f) Orientação Educativa;g) Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores;h) Gestão e Animação de Formação;i) Comunicação Educacional e Gestão da Informação;j) Inspecção da Educação.

2 — Constitui ainda qualificação para o exercício deoutras funções educativas a aquisição, por docentes pro-fissionalizados integrados na carreira, dos graus de mes-tre e de doutor nas áreas referidas no número anterior.

3 — Podem ainda ser definidas outras áreas de for-mação especializada, tomando em consideração asnecessidades de desenvolvimento do sistema educativo,por despacho do membro do Governo responsável pelaárea da educação.

4 — Os cursos a que se refere o n.o 1 do presenteartigo serão definidos por despacho do Ministro daEducação.

Artigo 57.o

Exercício de outras funções educativas

1 — O docente que se encontre qualificado para oexercício de outras funções educativas, nos termos doartigo anterior, é obrigado ao desempenho efectivo des-sas mesmas funções quando para tal tenha sido eleitoou designado, salvo nos casos em que, por despachodo Ministro da Educação, sejam reconhecidos motivosatendíveis e fundamentados que o incapacitem paraaquele exercício.

2 — A recusa pelo docente que se encontre quali-ficado para o exercício de outras funções educativas,nos termos do n.o 1 do artigo anterior, do desempenhoefectivo dessas mesmas funções, quando para tal tenhasido eleito ou designado, determina, na primeira ava-liação do desempenho a ela subsequente, a atribuiçãoda menção qualitativa de Insuficiente.

3 — (Revogado.)4 — (Revogado.)

SUBCAPÍTULO III

Intercomunicabilidade

Artigo 58.o

(Revogado.)

CAPÍTULO VIII

Remunerações e outras prestações pecuniárias

Artigo 59.o

Índices remuneratórios

1 — A carreira docente é remunerada de acordo comas escalas indiciárias constantes do anexo ao presenteEstatuto, que dele faz parte integrante.

2 — O valor a que corresponde o índice 100 das esca-las indiciárias e índices referido no número anterior éfixado por portaria conjunta do Primeiro-Ministro e domembro do Governo responsável pela área das finanças.

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538 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

Artigo 60.o

(Revogado.)

Artigo 61.o

Cálculo da remuneração horária

A remuneração horária normal é calculada atravésda fórmula (Rb×12)/(52×n), sendo Rb a remuneraçãomensal fixada para o respectivo escalão e n o número 35,nos termos do n.o 1 do artigo 76.o

Artigo 62.o

Remuneração por trabalho extraordinário

1 — As horas de serviço docente extraordinário sãocompensadas por um acréscimo da retribuição horárianormal de acordo com as seguintes percentagens:

a) 25% para a primeira hora semanal de trabalhoextraordinário diurno;

b) 50% para as horas subsequentes de trabalhoextraordinário diurno.

2 — A retribuição do trabalho extraordinário noc-turno é calculada através da multiplicação do valor dahora extraordinária diurna de serviço docente pelo coe-ficiente 1,25.

Artigo 63.o

Prémio de desempenho

1 — O docente do quadro em efectividade de serviçodocente tem direito a um prémio pecuniário de desem-penho, a abonar numa única prestação, por cada duasavaliações de desempenho consecutivas com mençãoqualitativa igual ou superior a Muito bom, de montantea fixar por despacho conjunto dos membros do Governoresponsáveis pelas áreas das finanças e da educação.

2 — O prémio de desempenho a que se refere onúmero anterior é processado e pago numa única pres-tação no final do ano em que se verifique a aquisiçãodeste direito.

3 — A concessão do prémio é promovida oficiosa-mente pela respectiva escola ou agrupamento nos 30 diasapós o termo do período de atribuição da avaliação.

CAPÍTULO IX

Mobilidade

SUBCAPÍTULO I

Princípios gerais

Artigo 64.o

Formas de mobilidade

1 — São instrumentos de mobilidade dos docentes:

a) O concurso;b) A permuta;c) A requisição;d) O destacamento;e) A comissão de serviço.

2 — Constitui ainda uma forma de mobilidade a tran-sição entre níveis ou ciclos de ensino e entre gruposde recrutamento.

3 — Por iniciativa da Administração, pode ocorrer atransferência do docente para a mesma categoria e emlugar vago do quadro de outro estabelecimento escolar,independentemente de concurso, com fundamento eminteresse público decorrente do planeamento e orga-nização da rede escolar, caso em que se aplica, comas devidas adaptações, o regime de transferência porausência da componente lectiva previsto no Decreto-Lein.o 20/2006, de 31 de Janeiro.

4 — As regras de mobilidade especial aplicáveis aosdocentes dos quadros sem componente lectiva atribuídasão as definidas em diploma próprio.

5 — O disposto no presente artigo, com excepção don.o 3, aplica-se apenas aos docentes com nomeação defi-nitiva em lugar do quadro de agrupamento de escolas,de escola não agrupada ou de zona pedagógica.

Artigo 65.o

Concurso

O concurso visa o preenchimento das vagas existentesnos quadros de agrupamento, escola não agrupada oude zona pedagógica, podendo constituir ainda um ins-trumento de mudança dos docentes de um para outroquadro.

Artigo 66.o

Permuta

1 — A permuta consiste na troca de docentes per-tencentes à mesma categoria, nível e grau de ensinoe ao mesmo grupo de recrutamento.

2 — O Ministro da Educação, por portaria, fixará ascondições em que poderá ser autorizado o recurso àpermuta.

Artigo 67.o

Requisição

1 — A requisição de docentes visa assegurar o exer-cício transitório de funções nos serviços e organismoscentrais e regionais do Ministério da Educação, bemcomo nos órgãos e instituições sob a sua tutela.

2 — A requisição pode ainda visar:

a) O exercício transitório de tarefas excepcionais emqualquer serviço da administração central, regional oulocal;

b) O exercício de funções docentes em estabeleci-mentos de ensino superior;

c) O exercício de funções docentes de educação oude ensino não estatal;

d) O exercício de funções docentes ou técnicas juntode federações desportivas que gozem do estatuto deutilidade pública desportiva;

e) O exercício temporário de funções em empresasdos sectores público, privado ou cooperativo;

f) O exercício de funções técnicas em comissões egrupos de trabalho;

g) O exercício de funções docentes no ensino e oudivulgação da língua e cultura portuguesas em institui-ções de ensino superior;

h) O exercício de funções em associações exclusiva-mente profissionais de pessoal docente.

3 — À mobilidade dos docentes entre os quadros daadministração central e das administrações regionaisautónomas é igualmente aplicável o regime da requi-sição.

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 539

4 — A entidade requisitante deve explicitar no seupedido a natureza das funções a exercer pelo docente.

Artigo 68.o

Destacamento

O destacamento de docentes é admitido apenas parao exercício:

a) De funções docentes em estabelecimentos de edu-cação ou de ensino públicos;

b) De funções docentes na educação extra-escolar;c) (Revogada.)d) De funções docentes nas escolas europeias;e) (Revogada.)

Artigo 69.o

Duração da requisição e do destacamento

1 — Os docentes podem ser requisitados ou desta-cados por um ano escolar, eventualmente prorrogáveisaté ao limite de quatro anos escolares, incluindo o 1.o

2 — A requisição ou o destacamento podem ser dadospor findos, a qualquer momento, por conveniência deserviço ou a requerimento fundamentado do docente.

3 — Findo o prazo previsto no n.o 1, o docente:

a) Regressa à escola de origem, não podendo voltara ser requisitado ou destacado durante o prazo de quatroanos escolares;

b) É reconvertido ou reclassificado em diferente car-reira e categoria, de acordo com as funções que vinhadesempenhando, os requisitos habilitacionais detidos,as necessidades dos serviços e o nível remuneratórioque detenha, aplicando-se com as devidas adaptaçõeso disposto na lei geral; ou

c) Requer a passagem à situação de licença sem ven-cimento de longa duração.

4 — Nas situações da alínea b) do número anterior,o docente é integrado no serviço onde se encontra requi-sitado ou destacado em lugar vago do respectivo quadroou mediante a criação de lugar, a extinguir quando vagar.

5 — O docente que regresse ao serviço após ter pas-sado pela situação de licença prevista na alínea c) don.o 3, fica impedido de ser requisitado ou destacadoantes de decorrido um período mínimo de quatro anosescolares após o regresso.

Artigo 70.o

Comissão de serviço

A comissão de serviço destina-se ao exercício de fun-ções dirigentes na Administração Pública, de funçõesem gabinetes dos membros do Governo ou equiparadosou ainda de outras funções para as quais a lei exijaesta forma de provimento.

Artigo 71.o

Autorização

1 — A autorização de destacamento, requisição,comissão de serviço e transferência de docentes é con-cedida por despacho do membro do Governo respon-

sável pela área da educação, após parecer do órgão dedirecção executiva do estabelecimento de educação oude ensino a cujo quadro pertencem.

2 — A autorização prevista no número anteriordeverá referir obrigatoriamente que se encontra asse-gurada a substituição do docente.

3 — Por despacho do membro do Governo respon-sável pela área da educação é fixado o período duranteo qual podem, em cada ano escolar, ser requeridos odestacamento e a requisição de pessoal docente.

4 — O destacamento, a requisição, a comissão de ser-viço e a transferência só produzem efeitos no início decada ano escolar.

5 — O disposto nos n.os 1 a 4 não é aplicável emcaso de nomeação para cargo dirigente, ao exercíciode funções em gabinetes dos membros do Governo, oua outras funções na Administração Pública para as quaisa lei exija a mesma forma de provimento, situação emque se aplica a legislação própria.

Artigo 72.o

Transição entre níveis de ensino e grupos de recrutamento

1 — Os docentes podem transitar, por concurso, entreos diversos níveis ou ciclos de ensino previstos nesteEstatuto e entre os grupos de recrutamento estabele-cidos em legislação própria.

2 — A transição fica condicionada à existência dasqualificações profissionais exigidas para o nível, ciclode ensino ou grupo de recrutamento a que o docenteconcorre.

3 — (Revogado.)4 — A mudança de nível, ciclo ou grupo de recru-

tamento não implica por si alterações na situação jurí-dico-funcional já detida, contando-se, para todos os efei-tos, o tempo de serviço já prestado na carreira.

SUBCAPÍTULO II

Exercício de funções docentes por outros funcionários

Artigo 73.o

Exercício a tempo inteiro de funções docentes

1 — O exercício a tempo inteiro em estabelecimentosde educação ou de ensino públicos das funções docentesprevistas no artigo 33.o do presente Estatuto pode serassegurado por outros funcionários públicos que preen-cham os requisitos legalmente exigidos para o efeito.

2 — As funções docentes referidas no número ante-rior são exercidas em regime de requisição ou outroinstrumento de mobilidade geral.

Artigo 74.o

Acumulação de funções

A acumulação de cargo ou lugar da AdministraçãoPública com o exercício de funções docentes em esta-belecimento de educação ou de ensino públicos, aoabrigo do disposto no artigo 12.o do Decreto-Lein.o 184/89, de 2 de Junho, só é permitida nas situaçõesde contratação previstas no artigo 33.o do presenteEstatuto.

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CAPÍTULO X

Condições de trabalho

SUBCAPÍTULO I

Princípios gerais

Artigo 75.o

Regime geral

O pessoal docente rege-se em matéria de duraçãode trabalho, férias, faltas e licenças pelas disposiçõesconstantes dos subcapítulos seguintes.

SUBCAPÍTULO II

Duração de trabalho

Artigo 76.o

Duração semanal

1 — O pessoal docente em exercício de funções é obri-gado à prestação de trinta e cinco horas semanais deserviço.

2 — O horário semanal dos docentes integra umacomponente lectiva e uma componente não lectiva edesenvolve-se em cinco dias de trabalho.

3 — No horário de trabalho do docente é obrigato-riamente registada a totalidade das horas correspon-dentes à duração da respectiva prestação semanal detrabalho, com excepção da componente não lectiva des-tinada a trabalho individual e da participação em reu-niões de natureza pedagógica, convocadas nos termoslegais, que decorram de necessidades ocasionais e quenão possam ser realizadas nos termos da alínea c) don.o 3 do artigo 82.o

Artigo 77.o

Componente lectiva

1 — A componente lectiva do pessoal docente da edu-cação pré-escolar e do 1.o ciclo do ensino básico é devinte e cinco horas semanais.

2 — A componente lectiva do pessoal docente dosrestantes ciclos e níveis de ensino, incluindo a educaçãoespecial, é de vinte e duas horas semanais.

Artigo 78.o

Organização da componente lectiva

1 — Na organização da componente lectiva será tidoem conta o máximo de turmas disciplinares a atribuira cada docente, de molde a, considerados os corres-pondentes programas, assegurar-lhe o necessário equi-líbrio global, garantindo um elevado nível de qualidadeao ensino.

2 — A componente lectiva do horário do docente cor-responde ao número de horas leccionadas e abrangetodo o trabalho com a turma ou grupo de alunos duranteo período de leccionação da disciplina ou área curricularnão disciplinar.

3 — Não é permitida a distribuição ao docente demais de seis horas lectivas consecutivas, de acordo comos períodos referidos no n.o 2 do artigo 94.o

Artigo 79.o

Redução da componente lectiva

1 — A componente lectiva do trabalho semanal a queestão obrigados os docentes dos 2.o e 3.o ciclos do ensinobásico, do ensino secundário e da educação especialé reduzida, até ao limite de oito horas, nos termosseguintes:

a) De duas horas logo que os docentes atinjam 50 anosde idade e 15 anos de serviço docente;

b) De mais duas horas logo que os docentes atinjam55 anos de idade e 20 anos de serviço docente;

c) De mais quatro horas logo que os docentes atinjam60 anos de idade e 25 anos de serviço docente.

2 — Os docentes da educação pré-escolar e do1.o ciclo do ensino básico em regime de monodocência,que completarem 60 anos de idade, independentementede outro requisito, podem requerer a redução de cincohoras da respectiva componente lectiva semanal.

3 — Os docentes da educação pré-escolar e do1.o ciclo do ensino básico que atinjam 25 e 33 anosde serviço lectivo efectivo em regime de monodocênciapodem ainda requerer a concessão de dispensa totalda componente lectiva, pelo período de um ano escolar.

4 — As reduções ou a dispensa total da componentelectiva previstas nos números anteriores apenas produ-zem efeitos no início do ano escolar imediato ao daverificação dos requisitos exigidos.

5 — A dispensa prevista no n.o 3 pode ser usufruídanum dos cinco anos imediatos àquele em que se verificaro requisito exigido, ponderada a conveniência do serviço.

6 — A redução da componente lectiva do horário detrabalho a que o docente tenha direito, nos termos dosnúmeros anteriores, determina o acréscimo correspon-dente da componente não lectiva a nível de estabele-cimento de ensino, mantendo-se a obrigatoriedade deprestação pelo docente de trinta e cinco horas de serviçosemanal.

7 — Na situação prevista no n.o 3, a componente nãolectiva de estabelecimento é limitada a vinte ecinco horas semanais e preenchida preferencialmentepelas actividades previstas nas alíneas d), f), g), i), j)e n) do n.o 3 do artigo 82.o

Artigo 80.o

Exercício de outras funções pedagógicas

1 — O desempenho de cargos de natureza pedagó-gica, designadamente de orientação educativa e desupervisão pedagógica, dá lugar a redução da compo-nente lectiva.

2 — Ao número de horas de redução da componentelectiva a que os docentes tenham direito pelo exercíciode funções pedagógicas são subtraídas as horas corres-pondentes à redução da componente lectiva semanalde que os mesmos beneficiem em função da sua idadee tempo de serviço.

3 — A redução da componente lectiva prevista non.o 1 é fixada por despacho do membro do Governoresponsável pela área da educação.

Artigo 81.o

(Revogado.)

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 541

Artigo 82.o

Componente não lectiva

1 — A componente não lectiva do pessoal docenteabrange a realização de trabalho a nível individual ea prestação de trabalho a nível do estabelecimento deeducação ou de ensino.

2 — O trabalho a nível individual pode compreender,para além da preparação das aulas e da avaliação doprocesso ensino-aprendizagem, a elaboração de estudose trabalhos de investigação de natureza pedagógica oucientífico-pedagógica.

3 — O trabalho a nível do estabelecimento de edu-cação ou de ensino deve ser desenvolvido sob orientaçãodas respectivas estruturas pedagógicas intermédias como objectivo de contribuir para a realização do projectoeducativo da escola, podendo compreender, em funçãoda categoria detida, as seguintes actividades:

a) A colaboração em actividades de complemento cur-ricular que visem promover o enriquecimento culturale a inserção dos educandos na comunidade;

b) A informação e orientação educacional dos alunosem colaboração com as famílias e com as estruturasescolares locais e regionais;

c) A participação em reuniões de natureza pedagógicalegalmente convocadas;

d) A participação, devidamente autorizada, em acçõesde formação contínua que incidam sobre conteúdos denatureza científico-didáctica com ligação à matéria cur-ricular leccionada, bem como as relacionadas com asnecessidades de funcionamento da escola definidas norespectivo projecto educativo ou plano de actividades;

e) A substituição de outros docentes do mesmo agru-pamento de escolas ou escola não agrupada na situaçãode ausência de curta duração, nos termos do n.o 5;

f) A realização de estudos e de trabalhos de inves-tigação que entre outros objectivos visem contribuir paraa promoção do sucesso escolar e educativo;

g) A assessoria técnico-pedagógica de órgãos de admi-nistração e gestão da escola ou agrupamento;

h) O acompanhamento e apoio aos docentes emperíodo probatório;

i) O desempenho de outros cargos de coordenaçãopedagógica;

j) O acompanhamento e a supervisão das actividadesde enriquecimento e complemento curricular;

l) A orientação e o acompanhamento dos alunos nosdiferentes espaços escolares;

m) O apoio individual a alunos com dificuldades deaprendizagem;

n) A produção de materiais pedagógicos.

4 — A distribuição de serviço docente a que se refereo número anterior é determinada pelo órgão de direcçãoexecutiva, ouvido o conselho pedagógico e as estruturasde coordenação intermédias, de forma a:

a) Assegurar que as necessidades de acompanha-mento pedagógico e disciplinar dos alunos são satis-feitas;

b) Permitir a realização de actividades educativas quese mostrem necessárias à plena ocupação dos alunosdurante o período de permanência no estabelecimentoescolar.

5 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.o 3,considera-se ausência de curta duração a que não for

superior a 5 dias lectivos na educação pré-escolar e no1.o ciclo do ensino básico ou a 10 dias lectivos nos 2.oe 3.o ciclos do ensino básico e no ensino secundário.

6 — O docente incumbido de realizar as actividadesreferidas na alínea e) do n.o 3 deve ser avisado, pelomenos, no dia anterior ao início das mesmas.

7 — A substituição prevista na alínea e) do n.o 3, temlugar nos seguintes termos:

a) Preferencialmente, mediante permuta da activi-dade lectiva programada entre os docentes da mesmaturma ou entre docentes legalmente habilitados paraa leccionação da disciplina, no âmbito do departamentocurricular ou do conselho de docentes;

b) Mediante leccionação da aula correspondente porum docente do quadro com formação adequada e com-ponente lectiva incompleta, de acordo com o planea-mento diário elaborado pelo docente titular de turmaou disciplina;

c) Através da organização de actividades de enrique-cimento e complemento curricular que possibilitem aocupação educativa dos alunos, quando não for possívelassegurar as actividades curriculares nas condições pre-vistas nas alíneas anteriores.

Artigo 83.o

Serviço docente extraordinário

1 — Considera-se serviço docente extraordinárioaquele que, por determinação do órgão de administra-ção e gestão do estabelecimento de educação ou deensino, for prestado além do número de horas das com-ponentes lectiva e não lectiva registadas no horáriosemanal de trabalho do docente.

2 — (Revogado.)3 — O docente não pode recusar-se ao cumprimento

do serviço extraordinário que lhe for distribuído resul-tante de situações ocorridas no decurso do ano lectivo,podendo no entanto solicitar dispensa da respectivaprestação por motivos atendíveis.

4 — O serviço docente extraordinário não pode exce-der cinco horas por semana, salvo casos excepcionaisdevidamente fundamentados e autorizados pelo directorregional.

5 — (Revogado.)6 — O cálculo do valor da hora lectiva extraordinária

tem por base a duração da componente lectiva dodocente, nos termos previstos no artigo 77.o do presenteEstatuto.

7 — Não deve ser distribuído serviço docente extraor-dinário aos docentes que se encontrem ao abrigo doEstatuto do Trabalhador-Estudante e apoio a filhos defi-cientes, e ainda àqueles que beneficiem de redução oudispensa total da componente lectiva nos termos doartigo 79.o, salvo nas situações em que tal se manifestenecessário para completar o horário semanal do docenteem função da carga horária da disciplina que ministra.

Artigo 84.o

Serviço docente nocturno

1 — Considera-se serviço docente nocturno o queestiver fixado no regime geral da função pública.

2 — Para efeitos de cumprimento da componente lec-tiva, as horas de serviço docente nocturno são boni-ficadas com o factor 1,5, arredondado por defeito.

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542 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

Artigo 85.o

Tempo parcial

Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo 79.o,o pessoal docente dos 2.o e 3.o ciclos do ensino básicoe do ensino secundário pode exercer funções em regimede tempo parcial, nos termos previstos para os demaisfuncionários e agentes da Administração Pública.

SUBCAPÍTULO III

Férias, faltas e licenças

Artigo 86.o

Regime geral

1 — Ao pessoal docente aplica-se a legislação geralem vigor na função pública em matéria de férias, faltase licenças, com as adaptações constantes das secçõesseguintes.

2 — Para efeitos do disposto no número anteriorentende-se por:

a) Serviço — os agrupamentos de escola ou as escolasnão agrupadas;

b) Dirigente e dirigente máximo — o órgão de direc-ção executiva da escola ou do agrupamento de escolas.

3 — As autorizações previstas na legislação geralsobre a matéria regulada no presente subcapítulo podemser concedidas desde que salvaguardada a possibilidadede substituição dos docentes.

SECÇÃO I

Férias

Artigo 87.o

Direito a férias

1 — O pessoal docente tem direito em cada ano aoperíodo de férias estabelecido na lei geral.

2 — O pessoal docente contratado em efectividadede serviço à data em que termina o ano lectivo e commenos de um ano de docência tem direito ao gozo deum período de férias igual ao produto do número inteirocorrespondente a dois dias e meio por mês completode serviço prestado até 31 de Agosto pelo coeficiente0,833, arredondado para a unidade imediatamentesuperior.

3 — Para efeitos do disposto no número anterior, con-sidera-se como mês completo de serviço o período deduração superior a 15 dias.

Artigo 88.o

Período de férias

1 — As férias do pessoal docente em exercício de fun-ções são gozadas entre o termo de um ano lectivo eo início do ano lectivo seguinte.

2 — As férias podem ser gozadas num único períodoou em dois interpolados, um dos quais com a duraçãomínima de oito dias úteis consecutivos.

3 — O período ou períodos de férias são marcadostendo em consideração os interesses dos docentes e aconveniência da escola, sem prejuízo de em todos oscasos ser assegurado o funcionamento dos estabeleci-mentos de educação ou de ensino.

4 — Não se verificando acordo, as férias serão mar-cadas pelo órgão de administração e gestão do esta-belecimento de educação ou de ensino, nos termos pre-vistos no n.o 1.

Artigo 89.o

Acumulação de férias

As férias respeitantes a determinado ano podem, porconveniência de serviço ou por interesse do docente,ser gozadas no ano civil imediato, em acumulação comas vencidas neste, até ao limite de 30 dias úteis, sal-vaguardados os interesses do estabelecimento de edu-cação ou de ensino e mediante acordo do respectivoórgão de administração e gestão.

Artigo 90.o

Interrupção do gozo de férias

Durante o gozo do período de férias o pessoal docentenão deve ser convocado para a realização de quaisquertarefas.

SECÇÃO II

Interrupção da actividade lectiva

Artigo 91.o

Interrupção da actividade

1 — Durante os períodos de interrupção da actividadelectiva, a distribuição do serviço docente para cumpri-mento das necessárias tarefas de natureza pedagógicaou organizacional, designadamente as de avaliação eplaneamento, consta de um plano elaborado pelo órgãode direcção executiva do estabelecimento de educaçãoou de ensino do qual deve ser dado prévio conhecimentoaos docentes.

2 — Na elaboração do plano referido no número ante-rior deve ser tido em conta que os períodos de inter-rupção da actividade lectiva podem ainda ser utilizadospelos docentes para a frequência de acções de formaçãoe para a componente não lectiva de trabalho individual.

Artigo 92.o

(Revogado.)

Artigo 93.o

(Revogado.)

SECÇÃO III

Faltas

Artigo 94.o

Conceito de falta

1 — Falta é a ausência do docente durante a tota-lidade ou parte do período diário de presença obriga-tória no estabelecimento de educação ou de ensino, nodesempenho de actividade das componentes lectiva enão lectiva, ou em local a que deva deslocar-se no exer-cício de tais funções.

2 — As faltas dadas a tempos registados no horárioindividual do docente são referenciadas a:

a) Períodos de uma hora, tratando-se de docentesda educação pré-escolar e do 1.o ciclo do ensino básico;

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 543

b) Períodos de quarenta e cinco minutos, tratando-sede docentes dos 2.o e 3.o ciclos do ensino básico e doensino secundário.

3 — A ausência do docente à totalidade ou a partedo tempo útil de uma aula de noventa minutos de dura-ção, em qualquer dos casos, é obrigatoriamente regis-tada como falta a dois tempos lectivos.

4 — Em casos excepcionais, devidamente fundamen-tados, e desde que o docente leccione pelos menos umdos tempos, pode o órgão de direcção executiva decidir amarcação de falta apenas a um tempo.

5 — É considerado um dia de falta a ausência a umnúmero de horas igual ao quociente da divisão por cincodo número de horas de serviço docente que deva serobrigatoriamente registado no horário semanal dodocente.

6 — É ainda considerada falta a um dia:

a) A ausência do docente a serviço de exames;b) A ausência do docente a reuniões que visem a

avaliação sumativa de alunos.

7 — A ausência a outras reuniões de natureza peda-gógica convocadas nos termos da lei é considerada faltado docente a dois tempos lectivos.

8 — As faltas por períodos inferiores a um dia sãoadicionadas no decurso do ano escolar para efeitos dodisposto no n.o 5.

9 — As faltas a serviço de exames, bem como a reu-niões que visem a avaliação sumativa de alunos, apenaspodem ser justificadas por casamento, por maternidadee paternidade, por nascimento, por falecimento de fami-liar, por doença, por doença prolongada, por acidenteem serviço, por isolamento profiláctico e para cumpri-mento de obrigações legais, tal como regulado na lei.

10 — A falta ao serviço lectivo que dependa de auto-rização apenas pode ser permitida quando o docentetenha apresentado à direcção executiva da escola o planoda aula a que pretende faltar.

Artigo 95.o

(Revogado.)

Artigo 96.o

(Revogado.)

Artigo 97.o

(Revogado.)

Artigo 98.o

(Revogado.)

Artigo 99.o

Regresso ao serviço no decurso do ano escolar

1 — O docente que, tendo passado à situação delicença sem vencimento de longa duração na sequênciade doença, regresse ao serviço no decurso do ano escolarpermanecerá no quadro a que pertence em funções deapoio até ao início do ano escolar seguinte.

2 — O regresso ao serviço nos termos do númeroanterior depende de parecer favorável da junta médica.

Artigo 100.o

Junta médica

1 — Sem prejuízo das competências reconhecidas porlei à junta médica da Caixa Geral de Aposentações,a referência à junta médica prevista na lei geral e nopresente diploma considera-se feita às juntas médicasdas direcções regionais de educação.

2 — Há ainda lugar a intervenção da junta médicada direcção regional de educação nas situações delicença por gravidez de risco clínico prevista no n.o 3do artigo 35.o do Código do Trabalho.

Artigo 101.o

Condição de trabalhador-estudante

1 — É trabalhador-estudante para efeitos do presenteEstatuto, o docente que frequente instituição de ensinosuperior tendo em vista a obtenção de grau académicoou de pós graduação e desde que esta se destine aoseu desenvolvimento profissional na docência.

2 — Aos docentes abrangidos pelo Estatuto do Tra-balhador-Estudante pode ser distribuído serviço lectivoextraordinário no início do ano escolar, sendo obriga-tório o respectivo cumprimento, excepto nos dias emque beneficiem das dispensas ou faltas previstas na legis-lação sobre trabalhadores-estudantes.

3 — Na organização dos horários, o órgão competentedeve, sempre que possível, definir um horário de tra-balho que possibilite ao docente a frequência das aulasdos cursos referidos no n.o 1 e a inerente deslocaçãopara os respectivos estabelecimentos de ensino.

Artigo 102.o

Faltas por conta do período de férias

1 — O docente pode faltar um dia útil por mês, porconta do período de férias, até ao limite de cinco diasúteis por ano.

2 — As faltas previstas no presente artigo quandodadas por docente em período probatório apenas podemser descontadas nas férias do próprio ano.

3 — O docente que pretenda faltar ao abrigo do dis-posto no presente artigo deve solicitar, com a antece-dência mínima de três dias úteis, autorização escritaao órgão de direcção executiva do respectivo estabe-lecimento de educação ou de ensino, ou se tal não forcomprovadamente possível, no próprio dia, por parti-cipação oral, que deve ser reduzida a escrito no diaem que o docente regresse ao serviço.

4 — As faltas a tempos lectivos por conta do períodode férias são computadas nos termos previstos do n.o 5do artigo 94.o, até ao limite de quatro dias, a partirdo qual são consideradas faltas a um dia.

Artigo 103.o

Prestação efectiva de serviço

Para efeitos de aplicação do disposto no presenteEstatuto, consideram-se ausências equiparadas a pres-tação efectiva de serviço, para além das consagradasem legislação própria, ainda as seguintes:

a) Assistência a filhos menores;b) Doença;c) Doença prolongada;d) Prestação de provas de avaliação por trabalhador-

-estudante abrangido pelo n.o 1 do artigo 101.o;

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544 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

e) Licença sabática e equiparação a bolseiro;f) Dispensas para formação nos termos do

artigo 109.o;g) Exercício do direito à greve;h) Prestação de provas de concurso.

Artigo 104.o

(Revogado.)

SECÇÃO IV

Licenças

Artigo 105.o

Licença sem vencimento até 90 dias

1 — O docente provido definitivamente num lugardos quadros com, pelo menos, três anos de serviçodocente efectivo pode requerer em cada ano civil licençasem vencimento até 90 dias, a gozar seguidamente.

2 — A licença sem vencimento é autorizada por perío-dos de 30, 60 ou 90 dias.

3 — O gozo de licença sem vencimento até 90 diasimpede que seja requerida nova licença da mesma natu-reza no prazo de três anos.

4 — O docente a quem a licença tenha sido concedidasó pode regressar ao serviço após o gozo integraldaquela.

Artigo 106.o

Licença sem vencimento por um ano

1 — O gozo de licença sem vencimento por um anopelo pessoal docente é obrigatoriamente coincidentecom o início e o termo do ano escolar.

2 — O período de tempo de licença é contado paraefeitos de aposentação, sobrevivência e fruição dos bene-fícios da ADSE se o docente mantiver os correspon-dentes descontos com base na remuneração auferidaà data da sua concessão.

Artigo 107.o

Licença sem vencimento de longa duração

1 — O docente provido definitivamente num lugardos quadros com, pelo menos, cinco anos de serviçodocente efectivo pode requerer licença sem vencimentode longa duração.

2 — O início e o termo da licença sem vencimentode longa duração são obrigatoriamente coincidentescom as datas de início e de termo do ano escolar.

3 — O docente em gozo de licença sem vencimentode longa duração pode requerer, nos termos do númeroanterior, o regresso ao quadro de origem, numa dasvagas existentes no respectivo grupo de docência ou naprimeira que venha a ocorrer no quadro a que pertence.

4 — Para efeitos de regresso ao quadro de origem,o docente deve apresentar o respectivo requerimentoaté ao final do mês de Setembro do ano lectivo anterioràquele em que pretende regressar.

5 — O disposto nos números anteriores não prejudicaa possibilidade de o docente se apresentar a concursopara colocação num lugar dos quadros, quando não exis-tir vaga no quadro de origem.

6 — No caso de o docente não obter colocação porconcurso em lugar do quadro, mantém-se na situaçãode licença sem vencimento de longa duração, com osdireitos previstos nos números anteriores.

Artigo 108.o

Licença sabática

1 — Ao docente nomeado definitivamente em lugardo quadro, com avaliação do desempenho igual ou supe-rior a Bom e, pelo menos, oito anos de tempo de serviçoininterrupto no exercício efectivo de funções docentes,pode ser concedida licença sabática, pelo período deum ano escolar, nas condições a fixar por portaria domembro do Governo responsável pela área da educação.

2 — A licença sabática corresponde à dispensa da acti-vidade docente, destinando-se à formação contínua, àfrequência de cursos especializados ou à realização deinvestigação aplicada que sejam incompatíveis com amanutenção de desempenho de serviço docente.

SECÇÃO V

Dispensas

Artigo 109.o

Dispensas para formação

1 — Ao pessoal docente podem ser concedidas dis-pensas de serviço docente para participação em acti-vidades de formação destinadas à respectiva actualização,nas condições a regulamentar por portaria do membrodo Governo responsável pela área da educação, comas especialidades previstas nos números seguintes.

2 — As dispensas para formação da iniciativa de ser-viços centrais, regionais ou do agrupamento de escolasou escola não agrupada a que o docente pertence sãoconcedidas preferencialmente na componente não lec-tiva do horário do docente.

3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,a formação de iniciativa do docente é autorizada duranteos períodos de interrupção da actividade lectiva.

4 — Quando for comprovadamente inviável ou insu-ficiente a utilização das interrupções lectivas, a formaçãoa que se refere o número anterior pode ser realizadanos períodos destinados ao exercício da componentenão lectiva nas seguintes condições:

a) Tratando-se de educadores de infância;b) Nos restantes casos, até ao limite de dez horas

por ano escolar.

5 — A dispensa a que se refere o presente artigo nãopode exceder, por ano escolar, cinco dias úteis seguidosou oito interpolados.

Artigo 110.o

Equiparação a bolseiro

1 — A concessão da equiparação a bolseiro ao pessoaldocente rege-se pelo disposto nos Decretos-Leisn.os 272/88, de 3 de Agosto, e 282/89, de 23 de Agosto,com as especialidades constantes de portaria do membrodo Governo responsável pela área da educação.

2 — O período máximo pelo qual for concedida aequiparação a bolseiro, incluindo a autorizada a tempoparcial, é deduzido em 50% na redução de tempo deserviço prevista no artigo 54.o

3 — A concessão de equiparação a bolseiro não podeanteceder ou suceder à licença sabática sem que decorraum período mínimo de dois anos escolares de intervalo.

4 — O docente que tiver beneficiado do estatuto deequiparado a bolseiro é obrigado a prestar a sua acti-

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Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007 545

vidade efectiva no Ministério da Educação pelo númerode anos correspondente à totalidade do período de equi-paração que lhe tiver sido concedido.

5 — O não cumprimento do estabelecido no númeroanterior retira a possibilidade de concessão de novaequiparação e obriga à reposição de todos os venci-mentos percebidos pelo docente durante o período emque beneficiou desta condição.

SECÇÃO VII

Acumulação

Artigo 111.o

Acumulações

1 — Aos docentes integrados na carreira pode serautorizada a acumulação do exercício de funções docen-tes em estabelecimentos de educação ou de ensino com:

a) Actividades de carácter ocasional que possam serconsideradas como complemento da actividade docente;

b) O exercício de funções docentes ou de formaçãoem outros estabelecimentos de educação ou de ensino.

2 — Consideram-se impossibilitados de acumularoutras funções os docentes que se encontrem em qual-quer das seguintes situações:

a) Em período probatório;b) Nas situações a que se refere o n.o 5 do artigo 48.o;c) Em situação de licença sabática ou de equiparação

a bolseiro.

3 — O regime de acumulação a que se referem osnúmeros anteriores é igualmente aplicável aos docentesem regime de contrato e horário completo.

4 — Por portaria conjunta dos membros do Governoresponsáveis pelas áreas da educação e da Administra-ção Pública são fixados os termos e as condições emque é permitida a acumulação referida nos númerosanteriores.

CAPÍTULO XI

Regime disciplinar

Artigo 112.o

Princípio geral

Ao pessoal docente é aplicável o Estatuto Disciplinardos Funcionários e Agentes da Administração Central,Regional e Local, com as adaptações que a seguir seprevêem.

Artigo 113.o

Responsabilidade disciplinar

1 — Os docentes são disciplinarmente responsáveisperante o órgão de administração e gestão do estabe-lecimento de educação ou de ensino onde prestamfunções.

2 — Os membros do órgão de administração e gestãodos estabelecimentos de educação ou de ensino são dis-ciplinarmente responsáveis perante o competente direc-tor regional de educação.

Artigo 114.o

Infracção disciplinar

Constitui infracção disciplinar a violação, ainda quemeramente culposa, de algum dos deveres gerais ouespecíficos que incumbem ao pessoal docente.

Artigo 115.o

Processo disciplinar

1 — A instauração de processo disciplinar é da com-petência do órgão de administração e gestão do esta-belecimento de educação ou de ensino.

2 — Sendo o arguido membro do órgão de adminis-tração e gestão do estabelecimento de educação ou deensino, a competência cabe ao director regional deeducação.

3 — A instauração de processo disciplinar em con-sequência de acções inspectivas da Inspecção-Geral daEducação é da competência do inspector-geral da Edu-cação, com possibilidade de delegação nos termos gerais.

4 — A nomeação do instrutor é da competência daentidade que mandar instaurar o processo disciplinar,nos termos do artigo 51.o do Estatuto Disciplinar dosFuncionários e Agentes da Administração Central,Regional e Local.

5 — A instauração do processo disciplinar, nos termosdo n.o 1, é comunicada imediatamente à respectiva dele-gação regional da Inspecção-Geral da Educação, à qualpode ser solicitado o apoio técnico-jurídico consideradonecessário.

6 — Excepcionalmente, pode a entidade que mandarinstaurar processo disciplinar solicitar à respectiva dele-gação regional da Inspecção-Geral da Educação, anomeação do instrutor, com fundamento na manifestaimpossibilidade da sua nomeação.

7 — A suspensão preventiva é proposta pelo órgãode administração e gestão da escola ou pelo instrutordo processo e decidida pelo director regional de edu-cação ou pelo Ministro da Educação, conforme oarguido seja docente ou membro do órgão de admi-nistração e gestão do estabelecimento de educação oude ensino.

8 — O prazo previsto no n.o 1 do artigo 54.o do Esta-tuto Disciplinar, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 24/84,de 16 de Janeiro, pode ser prorrogado até ao final doano lectivo, sob proposta da entidade competente parainstaurar o processo disciplinar e com os fundamentosprevistos na lei.

Artigo 116.o

Aplicação das penas

1 — A aplicação da pena de repreensão escrita é dacompetência do órgão de administração e gestão do esta-belecimento de educação ou de ensino.

2 — A aplicação das penas de multa, suspensão e inac-tividade é da competência dos directores regionais deeducação.

3 — A aplicação das penas expulsivas é da compe-tência do Ministro da Educação.

Artigo 117.o

Aplicação de penas aos contratados

1 — A aplicação de pena disciplinar de suspensão adocentes não pertencentes aos quadros determina a não

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546 Diário da República, 1.a série — N.o 14 — 19 de Janeiro de 2007

renovação do contrato, podendo implicar a imediata ces-sação do contrato se o período de afastamento da funçãodocente for igual ou superior ao período durante o qual,no âmbito desse contrato, prestou funções.

2 — A aplicação de penas disciplinares expulsivas adocentes não pertencentes aos quadros determina aincompatibilidade para o exercício de funções docentesnos estabelecimentos de educação ou de ensino públicos.

CAPÍTULO XII

Limite de idade e aposentação

Artigo 118.o

(Revogado.)

Artigo 119.o

Aposentação

São aplicáveis ao pessoal docente os Estatutos daAposentação e das Pensões de Sobrevivência dos Fun-cionários e Agentes da Administração Pública.

Artigo 120.o

(Revogado.)

Artigo 121.o

(Revogado.)

CAPÍTULO XIII

Disposições transitórias e finais

SUBCAPÍTULO I

Disposições transitórias

Artigo 122.o

(Revogado.)

Artigo 123.o

(Revogado.)

Artigo 124.o

(Revogado.)

Artigo 125.o

(Revogado.)

Artigo 126.o

(Revogado.)

Artigo 127.o

(Revogado.)

Artigo 128.o

(Revogado.)

SUBCAPÍTULO II

Disposições finais

Artigo 129.o

Educadores de infância e professores do ensino primário

1 — As disposições constantes do presente Estatuto,bem como os efeitos delas decorrentes, previstas para

os docentes profissionalizados com bacharelato sãoigualmente aplicáveis a todos os educadores de infânciae professores do ensino primário em exercício defunções.

2 — Aos actuais educadores de infância e professoresdo ensino primário portadores de habilitação profissio-nal e de habilitação académica que ao tempo em quefoi obtida fosse considerada como suficiente para oacesso ao ensino superior concedida equivalência aobacharelato para efeitos de candidatura a prossegui-mento de estudos.

Artigo 130.o

(Revogado.)

Artigo 131.o

(Revogado.)

Artigo 132.o

Contagem do tempo de serviço

1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4, a con-tagem do tempo de serviço do pessoal docente, incluindoo prestado em regime de tempo parcial, consideradopara efeitos de antiguidade, obedece às regras geraisaplicáveis aos restantes funcionários e agentes da Admi-nistração Pública.

2 — (Revogado.)3 — A contagem do tempo de serviço para efeitos

de progressão e acesso na carreira docente obedeceainda ao disposto nos artigos 37.o, 38.o, 39.o, 48.o e 54.o

4 — A contagem do tempo de serviço do pessoaldocente é feita por ano escolar.

Artigo 133.o

Docentes dos ensinos particular e cooperativo

1 — O ingresso na carreira dos docentes oriundos doensino particular e cooperativo efectua-se para o escalãoda categoria de professor que lhes competiria caso tives-sem ingressado nas escolas da rede pública, desde queverificados os requisitos de tempo de serviço nos termosdo presente Estatuto.

2 — O período probatório realizado no ensino par-ticular e cooperativo é válido para efeitos de provimentodefinitivo na carreira docente quando realizadomediante acreditação do Ministério da Educação, nostermos e condições a definir por portaria do membrodo Governo responsável pela área da educação.

Artigo 134.o

Conselho científico para avaliação de professores

1 — É criado, na dependência directa do membro doGoverno responsável pela área da educação, o conselhocientífico para a avaliação de professores com a missãode implementar e assegurar o acompanhamento e moni-torização do novo regime de avaliação do desempenhodo pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensi-nos básico e secundário.

2 — O presidente do conselho científico para a ava-liação de professores é equiparado a cargo de direcçãosuperior de 1.o grau.

3 — A composição e modo de funcionamento do con-selho são definidos por decreto regulamentar.

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Artigo 135.o

Direito subsidiário

Em tudo o que não esteja especialmente reguladoe não contrarie o disposto no presente Estatuto e res-pectiva legislação complementar, são aplicáveis, com asdevidas adaptações, as disposições constantes da legis-lação geral da função pública.

ANEXO

Tabela a que se refere o n.o 1 do artigo 59.o do Estatuto

Estrutura remuneratória

Escalões

Categorias1.o 2.o 3.o 4.o 5.o 6.o

Professor titular . . . . . . 245 299 340Professor . . . . . . . . . . . . 167 188 205 218 235 245

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIAE ENSINO SUPERIOR

Portaria n.o 90/2007

de 19 de Janeiro

Sob proposta do Instituto Politécnico da Guarda eda sua Escola Superior de Saúde;

Considerando o disposto no Decreto-Lei n.o 353/99,de 3 de Setembro;

Considerando o disposto no Regulamento Geral dosCursos de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfer-magem, aprovado pela Portaria n.o 268/2002, de 13 deMarço;

Colhido o parecer da comissão técnica para o ensinoda enfermagem nomeada pelo despacho conjunton.o 291/2003 (2.a série), de 27 de Março;

Ouvida a Ordem dos Enfermeiros;

Ao abrigo do disposto nos artigos 14.o e 15.o do Decre-to-Lei n.o 353/99, de 3 de Setembro:

Manda o Governo, pelo Ministro da Ciência, Tec-nologia e Ensino Superior, o seguinte:

1.o

Criação

É criado o curso de pós-licenciatura de especializaçãoem Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria naEscola Superior de Saúde do Instituto Politécnico daGuarda.

2.o

Regulamento

O curso rege-se pelo Regulamento Geral dos Cursosde Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem,aprovado pela Portaria n.o 268/2002, de 13 de Março.

3.o

Duração

O curso tem a duração de três semestres lectivos.

4.o

Plano de estudos

É aprovado o plano de estudos do curso nos termosdo anexo à presente portaria.

5.o

Condições de acesso

As condições de acesso ao curso são as fixadas nostermos da lei.

6.o

Início de funcionamento do curso

O curso pode iniciar o seu funcionamento a partirdo ano lectivo de 2006-2007, inclusive.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,José Mariano Rebelo Pires Gago, em 29 de Dezembrode 2006.

ANEXO

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Saúde

Curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria

QUADRO N.o 1

1.o semestre

Tempo de trabalho (horas)

Total ContactoUnidades curriculares Tipo ObservaçõesCréditos

ECTSÁrea

científica

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria I . . . . . ENF Semestral . . . . 135 T: 40; TP: 20; OT: 33 5Farmacologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . FAR Semestral . . . . 65 T: 30; OT: 20 2Modelos de Intervenção Formativa . . . . . . . . . . . . . CC Semestral . . . . 75 T: 20; TP: 10; OT: 30 3Família na Perspectiva Sistémica . . . . . . . . . . . . . . . SOC Semestral . . . . 80 T: 30; OT: 28 3Neurologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ME Semestral . . . . 80 T: 30; OT: 28 3Relação de Ajuda em Enfermagem . . . . . . . . . . . . . ENF Semestral . . . . 75 T: 27; OT: 26 3Estágio I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ENF Semestral . . . . 300 E: 245; TC: 30; OT: 10 11