decreto-lei 59/2015 - fundo de garantia salarial

7
Diário da República, 1.ª série — N.º 77 — 21 de abril de 2015 2001 valência relativas à comercialização de batata-semente proveniente de países terceiros, em conformidade com o disposto na Decisão de Execução n.º 2011/778/UE, da Comissão, de 28 de novembro de 2011, que autorizou determinados Estados membros a prever derrogações tem- porárias de certas disposições da Diretiva n.º 2000/29/ CE, do Conselho, de 8 de maio de 2000, relativamente à batata-semente originária de determinadas províncias do Canadá, e, complementarmente, na Decisão de Execução n.º 2011/820/UE, da Comissão, de 7 de dezembro de 2011, que autorizou os Estados membros a prorrogar, até 31 de março de 2014, o prazo de validade das decisões de equi- valência relativas à comercialização de batata-semente proveniente de países terceiros. Entretanto, foi aprovada a Decisão de Execução n.º 2014/368/ UE, da Comissão, de 16 de junho de 2014, que prorrogou até 31 de março de 2024 os prazos de importação tempo- rária da batata-semente originária do Canadá, alterando a Decisão de Execução n.º 2011/778/UE, da Comissão, de 28 de novembro de 2011. Complementarmente foi igual- mente aprovada a Decisão de Execução n.º 2014/367/UE, da Comissão, de 16 de junho de 2014, que prorrogou até 31 de março de 2017 o prazo de validade das decisões de equivalência relativas à comercialização de batata-semente proveniente de países terceiros. Importa, por isso, alterar a Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro, em conformidade com o disposto nas referidas decisões comunitárias. Assim: Nos termos do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 154/2005, de 6 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis n. os 193/2006, de 26 de setembro, 16/2008, de 24 de janeiro, 4/2009, de 5 de janeiro, 243/2009, de 17 de setembro, 7/2010, de 25 de janeiro, 32/2010, de 13 de abril, 95/2011, de 8 de agosto, 115/2014 de 5 de agosto, e 170/2014, de 7 de novembro, e de acordo com o disposto na subalínea iv) da alínea c) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 216/2001, de 3 de agosto, alte- rado pelo Decreto-Lei n.º 21/2004, de 22 de janeiro, manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, no uso das competências delegadas através do Despacho n.º 12256-A/2014, de 3 de outubro, o seguinte: Artigo 1.º Objeto A presente portaria autoriza a importação temporária de batata-semente da variedade Kennebec, originária do Canadá, e fixa o prazo de validade das decisões de equi- valência relativas à comercialização de batata-semente proveniente de países terceiros, procedendo à primeira alteração à Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro. Artigo 2.º Alteração à Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro Os artigos 2.º e 7.º da Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro, passam a ter a seguinte redação: «Artigo 2.º [...] 1 — É autorizada a importação de batata-semente da variedade Kennebec, originária das províncias de New Brunswick e Prince Edward Island, no Canadá, até 31 de março de 2024, durante os períodos de 1 de dezembro a 31 de março, sendo que a data de 31 de março de cada ano corresponderá ao último dia de entrada no território nacional, desde que cumpridas as exigências constantes da Decisão de Execução n.º 2011/778/UE, da Comissão, de 28 de novembro de 2011, alterada pela Decisão de Execução n.º 2014/368/UE, da Comissão, de 16 de junho de 2014, e nos termos previstos na presente portaria. 2 — [...]. 3 — Os importadores desta batata-semente devem participar à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), com a antecedência mínima de dez dias, os quantitativos a importar e a data provável da importa- ção da batata, bem como a localização dos respetivos armazéns. Artigo 7.º [...] O prazo de validade das decisões de equivalência relativas à comercialização de batata-semente prove- niente de países terceiros termina a 31 de março de 2017, de acordo com o disposto na Decisão de Exe- cução n.º 2014/367/UE, da Comissão, de 16 de junho de 2014.» Artigo 3.º Referências legais As referências à Direção-Geral de Agricultura e De- senvolvimento Rural (DGADR) constantes da Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro, consideram-se efetuadas à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Artigo 4.º Aplicação no tempo 1 — O disposto na presente portaria é aplicável aos pedi- dos de autorização de importação de batata-semente da varie- dade Kennebec, originária das províncias de New Brunswick e Prince Edward Island, no Canadá, que tenham dado entrada na DGAV antes da data de entrada em vigor da mesma. 2 — Os pedidos referidos no número anterior, não es- tão sujeitos ao cumprimento do prazo referido no n.º 3 do artigo 2.º da Portaria n.º 13/2012, de 13 de janeiro, na redação que lhe foi conferida pela presente portaria. Artigo 5.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. O Secretário de Estado da Alimentação e da Investiga- ção Agroalimentar, Alexandre Nuno Vaz Baptista de Vieira e Brito, em 2 de abril de 2015. MINISTÉRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL Decreto-Lei n.º 59/2015 de 21 de abril O Fundo de Garantia Salarial (FGS), criado pelo Decreto- -Lei n.º 219/99, de 15 de junho, surgiu como um Fundo

Upload: antonio-neves

Post on 13-Nov-2015

22 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015 2001

    valncia relativas comercializao de batata -semente proveniente de pases terceiros, em conformidade com o disposto na Deciso de Execuo n. 2011/778/UE, da Comisso, de 28 de novembro de 2011, que autorizou determinados Estados membros a prever derrogaes tem-porrias de certas disposies da Diretiva n. 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de maio de 2000, relativamente batata -semente originria de determinadas provncias do Canad, e, complementarmente, na Deciso de Execuo n. 2011/820/UE, da Comisso, de 7 de dezembro de 2011, que autorizou os Estados membros a prorrogar, at 31 de maro de 2014, o prazo de validade das decises de equi-valncia relativas comercializao de batata -semente proveniente de pases terceiros.

    Entretanto, foi aprovada a Deciso de Execuo n. 2014/368/UE, da Comisso, de 16 de junho de 2014, que prorrogou at 31 de maro de 2024 os prazos de importao tempo-rria da batata -semente originria do Canad, alterando a Deciso de Execuo n. 2011/778/UE, da Comisso, de 28 de novembro de 2011. Complementarmente foi igual-mente aprovada a Deciso de Execuo n. 2014/367/UE, da Comisso, de 16 de junho de 2014, que prorrogou at 31 de maro de 2017 o prazo de validade das decises de equivalncia relativas comercializao de batata -semente proveniente de pases terceiros.

    Importa, por isso, alterar a Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro, em conformidade com o disposto nas referidas decises comunitrias.

    Assim:Nos termos do artigo 31. do Decreto -Lei n. 154/2005,

    de 6 de setembro, alterado pelos Decretos -Leis n.os 193/2006, de 26 de setembro, 16/2008, de 24 de janeiro, 4/2009, de 5 de janeiro, 243/2009, de 17 de setembro, 7/2010, de 25 de janeiro, 32/2010, de 13 de abril, 95/2011, de 8 de agosto, 115/2014 de 5 de agosto, e 170/2014, de 7 de novembro, e de acordo com o disposto na subalnea iv) da alnea c) do artigo 2. do Decreto -Lei n. 216/2001, de 3 de agosto, alte-rado pelo Decreto -Lei n. 21/2004, de 22 de janeiro, manda o Governo, pelo Secretrio de Estado da Alimentao e da Investigao Agroalimentar, no uso das competncias delegadas atravs do Despacho n. 12256 -A/2014, de 3 de outubro, o seguinte:

    Artigo 1.Objeto

    A presente portaria autoriza a importao temporria de batata -semente da variedade Kennebec, originria do Canad, e fixa o prazo de validade das decises de equi-valncia relativas comercializao de batata -semente proveniente de pases terceiros, procedendo primeira alterao Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro.

    Artigo 2.Alterao Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro

    Os artigos 2. e 7. da Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro, passam a ter a seguinte redao:

    Artigo 2.[...]

    1 autorizada a importao de batata -semente da variedade Kennebec, originria das provncias de New Brunswick e Prince Edward Island, no Canad, at 31 de

    maro de 2024, durante os perodos de 1 de dezembro a 31 de maro, sendo que a data de 31 de maro de cada ano corresponder ao ltimo dia de entrada no territrio nacional, desde que cumpridas as exigncias constantes da Deciso de Execuo n. 2011/778/UE, da Comisso, de 28 de novembro de 2011, alterada pela Deciso de Execuo n. 2014/368/UE, da Comisso, de 16 de junho de 2014, e nos termos previstos na presente portaria.

    2 [...].3 Os importadores desta batata -semente devem

    participar Direo -Geral de Alimentao e Veterinria (DGAV), com a antecedncia mnima de dez dias, os quantitativos a importar e a data provvel da importa-o da batata, bem como a localizao dos respetivos armazns.

    Artigo 7.[...]

    O prazo de validade das decises de equivalncia relativas comercializao de batata -semente prove-niente de pases terceiros termina a 31 de maro de 2017, de acordo com o disposto na Deciso de Exe-cuo n. 2014/367/UE, da Comisso, de 16 de junho de 2014.

    Artigo 3.Referncias legais

    As referncias Direo -Geral de Agricultura e De-senvolvimento Rural (DGADR) constantes da Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro, consideram -se efetuadas Direo -Geral de Alimentao e Veterinria (DGAV).

    Artigo 4.Aplicao no tempo

    1 O disposto na presente portaria aplicvel aos pedi-dos de autorizao de importao de batata -semente da varie-dade Kennebec, originria das provncias de New Brunswick e Prince Edward Island, no Canad, que tenham dado entrada na DGAV antes da data de entrada em vigor da mesma.

    2 Os pedidos referidos no nmero anterior, no es-to sujeitos ao cumprimento do prazo referido no n. 3 do artigo 2. da Portaria n. 13/2012, de 13 de janeiro, na redao que lhe foi conferida pela presente portaria.

    Artigo 5.Entrada em vigor

    A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    O Secretrio de Estado da Alimentao e da Investiga-o Agroalimentar, Alexandre Nuno Vaz Baptista de Vieira e Brito, em 2 de abril de 2015.

    MINISTRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANA SOCIAL

    Decreto-Lei n. 59/2015de 21 de abril

    O Fundo de Garantia Salarial (FGS), criado pelo Decreto--Lei n. 219/99, de 15 de junho, surgiu como um Fundo

  • 2002 Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015

    que, em caso de incumprimento pela entidade patronal, assegurava aos trabalhadores o pagamento de crditos emergentes do contrato de trabalho. J a sua gnese estava garantida pelo Decreto -Lei n. 50/85, de 27 de fevereiro, que instituiu um sistema de garantia salarial com o objetivo de garantir aos trabalhadores o pagamento das retribuies devidas e no pagas pela entidade empregadora declarada extinta, falida ou insolvente.

    O artigo 336. do Cdigo do Trabalho, aprovado pela Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro, prev que o pagamento de crditos emergentes de contrato de trabalho ou da sua violao ou cessao, que no possam ser pagos pelo em-pregador, por motivo de insolvncia ou de situao econ-mica difcil, assegurado pelo FGS, nos termos previsto em legislao especfica. A referida legislao especfica encontra -se atualmente dispersa.

    Com efeito, os aspetos substantivos do FGS encontram--se previstos nos artigos 317. a 326. da Regulamentao do Cdigo do Trabalho, aprovada pela Lei n. 35/2004, de 29 de julho, alterada pela Lei n. 9/2006, de 20 de maro, pelo Decreto -Lei n. 164/2007, de 3 de maio, e pela Lei n. 59/2008, de 11 de setembro, os quais tm natureza provisria e vigoram apenas at aprovao do diploma especfico que regulamente o Fundo [alnea o) do n. 6 do artigo 12. da Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro].

    J os aspetos organizativos, financeiros e procedimentais encontram -se previstos no Regulamento do FGS, aprovado em anexo ao Decreto -Lei n. 139/2001, de 24 de abril.

    Constata -se, assim, a necessidade de unificao do re-gime jurdico do FGS, o que se faz atravs do presente decreto -lei, que aprova o novo regime do Fundo de Ga-rantia Salarial.

    No novo regime, o FGS continua a surgir como um fundo autnomo que no integra o mbito de proteo social ga-rantido pelo sistema de segurana social, antes com este se relacionando, quer pela via de parte do seu financiamento, quer pela via da sua gesto entregue ao Instituto de Gesto Financeira da Segurana Social, I. P. (IGFSS, I. P.).

    Um aspeto crucial do novo regime resulta da necessi-dade de garantir a transposio da Diretiva n. 2008/94/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outu-bro de 2008, relativa aproximao das legislaes dos Estados -Membros respeitantes proteo dos trabalhado-res assalariados em caso de insolvncia do empregador, passando o FGS a abranger os trabalhadores que exeram, ou tenham exercido habitualmente, a sua atividade em territrio nacional, mas ao servio de empregador com atividade no territrio de dois ou mais Estados -Membros, ainda que o empregador seja declarado insolvente por tri-bunal ou autoridade competente de outro Estado -Membro da Unio Europeia ou do Espao Econmico Europeu.

    Igualmente nuclear a adaptao do FGS, efetuada pelo novo regime, ao Programa Revitalizar.

    Em face da criao pela Lei n. 16/2012, de 20 de abril, do Processo Especial de Revitalizao (PER) e da aprovao pelo Decreto -Lei n. 178/2012, de 2 de agosto, alterado pelo Decreto -Lei n. 26/2015, de 6 de fevereiro, do Sistema de Recu-perao de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), o novo regime condensa as necessrias adaptaes para garantir que os crditos dos trabalhadores em empresas alocadas a esses planos de revitalizao ou de recuperao tm acesso ao FGS.

    Entendeu -se, porm, ir mais longe, prevendo o novo re-gime uma norma de direito transitrio que permite tambm o acesso ao FGS pelos trabalhadores que tenham apresentado requerimentos na pendncia de Processo Especial de Revi-

    talizao ou entre 1 de setembro de 2012 e a data da entrada em vigor do presente decreto -lei, conquanto abrangidos por plano de insolvncia, homologado por sentena, no mbito do processo de insolvncia, alargando -se assim a abrangn-cia do FGS, mediante reapreciao oficiosa dos processos.

    Promovendo uma lgica de estabilidade temporal e de segurana jurdica manteve -se no novo regime a regra de que o FGS assegura o pagamento dos crditos que se tenham vencido nos seis meses anteriores propositura da ao de insolvncia ou apresentao do requerimento do PER ou do procedimento extrajudicial de recuperao de empresas, atualmente o SIREVE, passando -se agora, no entanto, a prever que o pagamento dos crditos requeridos assegurado at um ano a partir do dia seguinte quele em que cessou o contrato de trabalho.

    Em ordem proteo do interesse pblico, no novo regime foi criada uma norma antiabuso que determina que o FGS pode recusar o pagamento dos crditos garan-tidos caso se verifique situao de abuso, nomeadamente conluio ou simulao, permitindo ainda a reduo do va-lor dos crditos, caso se verifique desconformidade dos montantes requeridos com a mdia dos valores constantes das declaraes de remuneraes dos 12 meses anteriores data do requerimento, quando as mesmas se refiram a remunerao efetivamente auferida.

    Adicionalmente, procede -se no novo regime articu-lao entre o regime do FGS e os regimes jurdicos do fundo de compensao do trabalho (FCT), do mecanismo equivalente (ME) e do fundo de garantia de compensao do trabalho (FGCT), estabelecidos pela Lei n. 70/2013, de 30 de agosto.

    Foram ouvidos os parceiros sociais com assento na Comisso Permanente de Concertao Social, do Conselho Econmico e Social, tendo sido promovida a publicao do anteprojeto de diploma no Boletim do Trabalho e Emprego, para efeito de cumprimento do disposto no artigo 470. do Cdigo do Trabalho, aprovado pela Lei n. 7/2009, de 12 de fevereiro.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 198. da Cons-

    tituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.Objeto

    O presente decreto -lei aprova o novo regime do Fundo de Garantia Salarial, previsto no artigo 336. do Cdigo do Trabalho, aprovado pela Lei n. 7/2009, de 12 de feve-reiro, transpondo para a ordem jurdica interna a Diretiva n. 2008/94/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2008, relativa proteo dos trabalha-dores assalariados em caso de insolvncia do empregador.

    Artigo 2.Aprovao do novo regime do Fundo de Garantia Salarial

    aprovado, em anexo ao presente decreto -lei e do qual faz parte integrante, o novo regime do Fundo de Garantia Salarial.

    Artigo 3.Aplicao da lei no tempo

    1 Ficam sujeitos ao novo regime do Fundo de Garan-tia Salarial, aprovado em anexo ao presente decreto -lei, os requerimentos apresentados aps a sua entrada em vigor.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015 2003

    2 Os requerimentos apresentados ao Fundo de Garan-tia Salarial e pendentes de deciso so apreciados de acordo com a lei em vigor no momento da sua apresentao.

    3 Ficam sujeitos ao novo regime do Fundo de Ga-rantia Salarial, aprovado em anexo ao presente decreto -lei, sendo objeto de reapreciao oficiosa:

    a) Os requerimentos apresentados, na pendncia de Processo Especial de Revitalizao, institudo pela Lei n. 16/2012, de 20 de abril;

    b) Os requerimentos apresentados entre 1 de setembro de 2012 e a data da entrada em vigor do presente decreto--lei, por trabalhadores abrangidos por plano de insolvn-cia, homologado por sentena, no mbito do processo de insolvncia.

    Artigo 4.Norma revogatria

    So revogados:a) Os artigos 316. a 326. da Lei n. 35/2004, de

    29 de julho, alterada pela Lei n. 9/2006, de 20 de maro, pelo Decreto -Lei n. 164/2007, de 3 de maio, e pela Lei n. 59/2008, de 11 de setembro;

    b) O Decreto -Lei n. 139/2001, de 24 de abril.

    Artigo 5.Entrada em vigor

    O presente decreto -lei entra em vigor no primeiro dia til do ms seguinte ao da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de fevereiro de 2015. Pedro Passos Coelho Maria Lus Casanova Morgado Dias de Albuquerque Paula Maria von Hafe Teixeira da Cruz Antnio de Magalhes Pires de Lima Lus Pedro Russo da Mota Soares.

    Promulgado em 16 de abril de 2015.Publique -se.O Presidente da Repblica, ANBAL CAVACO SILVA.Referendado em 17 de abril de 2015.O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

    ANEXO

    (a que se refere o artigo 2.)

    Novo regime do Fundo de Garantia Salarial

    CAPTULO I

    Regime material do Fundo de Garantia Salarial

    Artigo 1.Situaes abrangidas

    1 O Fundo de Garantia Salarial, abreviadamente designado por Fundo, assegura o pagamento ao trabalhador de crditos emergentes do contrato de trabalho ou da sua violao ou cessao, desde que seja:

    a) Proferida sentena de declarao de insolvncia do empregador;

    b) Proferido despacho do juiz que designa o adminis-trador judicial provisrio, em caso de processo especial de revitalizao;

    c) Proferido despacho de aceitao do requerimento pro-ferido pelo IAPMEI Agncia para a Competitividade e Inovao, I. P. (IAPMEI, I. P.), no mbito do procedimento extrajudicial de recuperao de empresas.

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, o Fundo notificado nos seguintes casos:

    a) No mbito do processo especial de insolvncia, o tribunal judicial notifica o Fundo da sentena de declarao de insolvncia do empregador, a qual deve ser acompa-nhada de cpia da petio inicial e dos documentos iden-tificados nas alneas a) e b) do artigo 24. do Cdigo da Insolvncia e da Recuperao de Empresas (CIRE);

    b) No mbito do processo especial de revitalizao, o administrador judicial provisrio notifica o Fundo da apresentao do requerimento previsto no artigo 17. -C do CIRE com cpia dos documentos indicados nas alneas a) e b) do artigo 24. do CIRE e referidos na alnea b) do n. 3 do artigo 17. -C do CIRE, bem como do despacho do juiz que o designa;

    c) No mbito do procedimento extrajudicial de recupe-rao de empresas, o IAPMEI, I. P., notifica o Fundo da apresentao do requerimento de utilizao do Sistema de Recuperao de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), do despacho de aceitao deste requerimento, da celebrao e cessao do acordo e da extino do procedimento.

    3 O Fundo assegura o pagamento dos crditos refe-ridos no n. 1 ao trabalhador que exera ou tenha exercido habitualmente a sua atividade em territrio nacional ao servio de empregador com atividade no territrio de dois ou mais Estados -Membros, ainda que este seja declarado insolvente por tribunal ou outra autoridade competente de outro Estado -Membro da Unio Europeia ou outro Estado abrangido pelo Acordo sobre o Espao Econmico Europeu.

    Artigo 2.Crditos abrangidos

    1 Os crditos referidos no n. 1 do artigo anterior abrangem os crditos do trabalhador emergentes do con-trato de trabalho ou da sua violao ou cessao.

    2 Aos crditos devidos ao trabalhador referidos no nmero anterior deduzem -se:

    a) Os montantes de quotizaes para a segurana social, da responsabilidade do trabalhador;

    b) Os valores devidos pelo trabalhador correspondentes reteno na fonte do imposto sobre o rendimento.

    3 O Fundo entrega s entidades competentes as im-portncias referidas no nmero anterior.

    4 O Fundo assegura o pagamento dos crditos previs-tos no n. 1 que se tenham vencido nos seis meses anterio-res propositura da ao de insolvncia ou apresentao do requerimento no processo especial de revitalizao ou do requerimento de utilizao do procedimento extrajudi-cial de recuperao de empresas.

    5 Caso no existam crditos vencidos no perodo de referncia mencionado no nmero anterior ou o seu montante seja inferior ao limite mximo definido no n. 1

  • 2004 Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015

    do artigo seguinte, o Fundo assegura o pagamento, at este limite, de crditos vencidos aps o referido perodo de referncia.

    6 A compensao devida ao trabalhador por cessao do contrato de trabalho que seja calculada nos termos do artigo 366. do Cdigo do Trabalho, diretamente ou por remisso legal, paga pelo Fundo, com exceo da parte que caiba ao fundo de compensao do trabalho (FCT), ao fundo de garantia de compensao do trabalho (FGCT) ou a mecanismo equivalente (ME), aps o seu acionamento, salvo nos casos em que este no possa ter lugar.

    7 O disposto nos nmeros anteriores no exime o empregador da responsabilidade pelo cumprimento das respetivas obrigaes fiscais e contributivas de segurana social.

    8 O Fundo s assegura o pagamento dos crditos quando o pagamento lhe seja requerido at um ano a par-tir do dia seguinte quele em que cessou o contrato de trabalho.

    Artigo 3.Limites das importncias pagas

    1 O Fundo assegura o pagamento de crditos emer-gentes do contrato de trabalho, referidos no n. 1 do ar-tigo anterior, com o limite mximo global equivalente a seis meses de retribuio, e com o limite mximo mensal correspondente ao triplo da retribuio mnima mensal garantida.

    2 Quando o trabalhador seja titular de crditos cor-respondentes a prestaes diversas, o pagamento prio-ritariamente imputado retribuio base e diuturnidades.

    Artigo 4.Sub -rogao legal

    1 O Fundo fica sub -rogado nos direitos e nos privil-gios creditrios do trabalhador, na medida dos pagamentos efetuados, acrescidos de juros de mora vincendos.

    2 Sendo os bens da massa insolvente insuficientes para garantir o pagamento da totalidade dos crditos la-borais, so graduados os crditos em que o Fundo fica sub -rogado a pari com o valor remanescente dos crditos laborais.

    Artigo 5.Requerimento

    1 O Fundo efetua o pagamento dos crditos ga-rantidos mediante requerimento do trabalhador, do qual constam, designadamente, a identificao do requerente e do respetivo empregador e a discriminao dos crditos objeto do pedido.

    2 O requerimento instrudo, consoante as situaes, com os seguintes documentos:

    a) Declarao ou cpia autenticada de documento com-provativo dos crditos reclamados pelo trabalhador, emitida pelo administrador de insolvncia ou pelo administrador judicial provisrio;

    b) Declarao comprovativa da natureza e do montante dos crditos em dvida declarados no requerimento pelo trabalhador, quando o mesmo no seja parte constituda, emitida pelo empregador;

    c) Declarao de igual teor, emitida pelo servio com competncia inspetiva do ministrio responsvel pela rea

    do emprego, quando no seja possvel obteno dos docu-mentos previstos nas alneas anteriores.

    3 O requerimento certificado pelo administrador da insolvncia, pelo administrador judicial provisrio, pelo empregador ou pelo servio com competncia inspetiva do ministrio responsvel pela rea do emprego, consoante o caso, sendo a certificao feita:

    a) Atravs de aposio de assinatura eletrnica; oub) Atravs de assinatura manuscrita no verso do do-

    cumento.

    4 O requerimento apresentado em qualquer servio da segurana social ou em www.seg -social.pt, atravs de modelo aprovado por portaria dos membros do Governo responsveis pelas reas do emprego e da segurana social.

    Artigo 6.Comunicao do fundo

    de garantia de compensao do trabalho

    1 Aps receo do requerimento referido no artigo anterior, verificando -se que nele se encontram discrimi-nados crditos emergentes de compensao devida por cessao de contrato de trabalho, o Fundo solicita enti-dade gestora do FGCT informaes sobre os montantes pagos ao trabalhador ou existentes para esse efeito, quer no FGCT, quer no FCT ou no ME.

    2 O pedido de informao referido no nmero an-terior feito, preferencialmente, atravs da plataforma de integrao setorial ou atravs da plataforma de interope-rabilidade da Administrao Pblica.

    3 Para efeitos do disposto no presente artigo, a en-tidade gestora do FGCT presta ao Fundo as informaes solicitadas no prazo mximo de 15 dias a contar da data do pedido.

    Artigo 7.Situaes abusivas

    O Fundo pode recusar o pagamento dos crditos garan-tidos caso verifique a existncia de uma situao de abuso, nomeadamente por conluio ou simulao, ou reduzir o valor dos mesmos caso se verifique desconformidade entre os montantes requeridos e a mdia dos valores constantes das declaraes de remuneraes dos 12 meses anteriores data do requerimento, quando as mesmas se refiram a remunerao efetivamente auferida.

    Artigo 8.Deciso

    1 O requerimento decidido no prazo de 30 dias, a contar da data em que o requerimento se encontre devi-damente instrudo.

    2 A deciso fundamentada notificada ao requerente, indicando -se, em caso de deferimento total ou parcial, o montante a pagar, a forma de pagamento e os valores deduzidos.

    Artigo 9.Situaes transnacionais

    1 Nas situaes previstas no n. 3 do artigo 1., o Fundo solicita autoridade competente do Estado -Membro em causa a informao pertinente para a deciso.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015 2005

    2 O Fundo presta autoridade competente de outro Estado -Membro a informao que esta solicite sobre pro-cesso a que se refere o artigo 1.

    3 O Fundo solicita ainda autoridade competente do Estado -Membro onde corra o processo de insolvncia a colaborao necessria para garantir que os crditos pagos aos trabalhadores sejam tidos em conta no processo, bem como o seu reembolso.

    Artigo 10.Troca de informao

    1 O Fundo deve dispor do intercmbio de informao pertinente entre administraes pblicas competentes e ou entre as instituies de garantia dos Estados -Membros.

    2 O intercmbio deve permitir, nomeadamente, dar instituio de garantia competente conhecimento dos crditos em dvida dos trabalhadores.

    3 O intercmbio feito, preferencialmente, atravs da plataforma de interoperabilidade da Administrao Pblica.

    Artigo 11.Dvida do empregador

    A dvida do empregador ao Fundo compreende os valo-res ilquidos dos crditos laborais pagos e notificada ao empregador em simultneo com o pagamento.

    Artigo 12.Certido de dvida

    1 A cobrana s entidades empregadoras tem por base certido emitida pelo presidente do conselho de ges-to do Fundo.

    2 A certido deve conter assinatura devidamente autenticada, data de emisso, nome e domiclio do devedor, provenincia da natureza dos crditos e indicao, por ex-tenso, do seu montante, da data a partir da qual so devidos juros de mora e da importncia sobre que incidem.

    Artigo 13.Regularizao da dvida

    A dvida pode ser paga em prestaes, mediante acordo a celebrar com o Fundo e em conformidade com as con-dies aprovadas por despacho do presidente do conselho de gesto do Fundo.

    CAPTULO II

    Regime institucionaldo Fundo de Garantia Salarial

    Artigo 14.Gesto e financiamento

    1 A gesto do Fundo cabe ao Estado e a represen-tantes dos parceiros sociais com assento na Comisso Permanente de Concertao Social.

    2 O financiamento do Fundo assegurado pelos empregadores, atravs de verbas respeitantes parcela dos encargos com polticas ativas de emprego e valorizao profissional da taxa contributiva global, nos termos pre-vistos no Cdigo dos Regimes Contributivos do Sistema

    Previdencial de Segurana Social, na quota -parte por aque-les devida, e pelo Estado, em termos a fixar por portaria dos membros do Governo responsveis pelas reas das finanas, do emprego e da segurana social.

    3 Os saldos gerados pelas receitas atribudas nos termos do nmero anterior revertem para o oramento da segurana social.

    Artigo 15.Denominao e natureza

    1 O Fundo dotado de personalidade jurdica e au-tonomia administrativa, patrimonial e financeira.

    2 O Fundo goza de capacidade judiciria.

    Artigo 16.Sede

    O Fundo tem a sua sede em Lisboa.

    Artigo 17.Atribuies

    O Fundo tem por atribuies assegurar o pagamento de crditos emergentes de contratos de trabalho ou da sua violao ou cessao e promover a respetiva recu-perao, nos casos e nos termos previstos e regulados no presente regime, no Cdigo do Trabalho e legislao complementar.

    Artigo 18.Tutela e superintendncia

    O Fundo est sujeito tutela e superintendncia dos membros do Governo responsveis pelas reas do emprego e da segurana social.

    Artigo 19.Servios administrativos e apoio financeiro e logstico

    1 O funcionamento do Fundo assegurado pelo Instituto de Gesto Financeira da Segurana Social, I. P. (IGFSS, I. P.), que, para efeitos de apoio administrativo e logstico, celebra os protocolos necessrios com as insti-tuies de segurana social territorialmente competentes.

    2 O IGFSS, I. P., presta apoio financeiro ao Fundo.

    Artigo 20.Gesto do Fundo de Garantia Salarial

    1 O Fundo gerido por um conselho de gesto com-posto por um presidente e 11 vogais.

    2 O conselho de gesto integra:a) O presidente do IGFSS, I. P., que preside;b) Um representante designado pelo membro do Go-

    verno responsvel pela rea das finanas;c) Um representante designado pelo membro do Go-

    verno responsvel pela rea da economia;d) Um representante designado pelo membro do Go-

    verno responsvel pela rea do emprego e da segurana social;

    e) Um representante de cada uma das confederaes de empregadores com assento na Comisso Permanente de Concertao;

  • 2006 Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015

    f) Dois representantes de cada uma das confederaes sindicais com assento na Comisso Permanente de Con-certao Social.

    3 Por cada membro efetivo tambm designado um membro suplente.

    4 Os membros do conselho de gesto referidos no n. 2 e respetivos suplentes so nomeados por despacho do membro do Governo responsvel pela rea da segurana social, por indicao das seguintes entidades:

    a) Membro do Governo respetivo, nos casos das al-neas b) a d) do n. 2;

    b) Parceiros sociais com assento efetivo na Comisso Permanente de Concertao Social, nos casos das alneas e) e f) do n. 2.

    5 O presidente do conselho de gesto tem voto de qualidade.

    6 Nas suas ausncias e impedimentos, o presidente substitudo pelo seu substituto legal, designado no mbito da gesto do IGFSS, I. P.

    7 Os membros do conselho de gesto no auferem qualquer remunerao ou abono pelo exerccio das suas funes.

    Artigo 21.Competncias do conselho de gesto

    Compete ao conselho de gesto:a) Aprovar o plano de atividades e do oramento;b) Aprovar o relatrio de atividades e do relatrio de

    contas e balano anuais;c) Acompanhar as atividades do Fundo, apresentando ao

    presidente as propostas, as sugestes, as recomendaes ou os pedidos de esclarecimento que entender convenientes, bem como propor a adoo de medidas que julgue neces-srias realizao dos seus fins;

    d) Aprovar o seu regulamento interno, bem como even-tuais alteraes ao mesmo.

    Artigo 22.Reunies do conselho de gesto

    1 O conselho de gesto rene, ordinariamente, de dois em dois meses e, extraordinariamente, sempre que o respetivo presidente o convoque, por sua iniciativa ou por solicitao de um tero dos seus membros.

    2 Os membros do conselho de gesto podem delegar o seu voto dentro de cada representao.

    Artigo 23.Competncias do presidente

    1 Compete ao presidente do conselho de gesto:a) Dirigir a atividade do Fundo, assegurando o desen-

    volvimento das suas atribuies;b) Gerir os recursos financeiros do Fundo;c) Emitir as diretrizes de natureza interna adequadas ao

    bom funcionamento do Fundo;d) Elaborar proposta de regulamento interno necessrio

    organizao e funcionamento do conselho de gesto do Fundo, bem como de eventuais alteraes a este;

    e) Ponderar, no mbito da sua autonomia funcional, o acolhimento e as formas de implementao das sugestes e recomendaes formuladas pelo conselho de gesto;

    f) Elaborar relatrios mensais da atividade desenvolvida, que incluam informao sobre o volume de requerimentos apresentados, o sentido das decises, o volume e a durao das pendncias e sobre as diligncias de recuperao de crditos em curso, submetendo -os apreciao do conse-lho de gesto;

    g) Elaborar o plano anual de atividades e o oramento anual e apresent -los aos membros do Governo respon-sveis pelas reas do emprego e da segurana social para homologao depois de aprovados pelo conselho de gesto;

    h) Elaborar o relatrio anual de atividades e o relatrio de contas e balano de cada exerccio e apresent -los aos membros do Governo responsveis pelas reas do emprego e da segurana social para homologao depois de apro-vados pelo conselho de gesto;

    i) Assegurar a representao do Fundo em juzo ou fora dele, bem como conferir mandato para esse efeito;

    j) Autorizar despesas com a aquisio, alienao ou locao de bens e servios e realizao de empreitadas dentro dos limites fixados por lei;

    k) Estabelecer relaes com as instituies do sistema bancrio, designadamente para a contrao de emprsti-mos, sempre que tal se revelar necessrio prossecuo das suas atribuies;

    l) Assegurar o pagamento dos crditos garantidos nos termos do n. 1 do artigo 1.;

    m) Promover a recuperao dos crditos em que ficar sub -rogado por via da sua satisfao aos trabalhadores, desenvolvendo todas as diligncias judiciais e extrajudi-ciais adequadas a tal fim;

    n) Dar parecer aos membros do Governo responsveis pelas reas do emprego e da segurana social sobre as matrias concernentes s atribuies do Fundo;

    o) Exercer as demais competncias que lhe sejam de-legadas ou subdelegadas pela tutela, bem como praticar quaisquer atos necessrios prossecuo das atribuies do Fundo que no sejam da competncia de outros rgos.

    2 As competncias referidas nas alneas l) e m) do nmero anterior podem ser objeto de delegao.

    Artigo 24.Fiscal nico

    1 O fiscal nico efetivo e o fiscal nico suplente devem ser revisores oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de contas, sendo designados mediante despacho dos membros do Governo responsveis pelas reas das finanas, do emprego e da segurana social, o qual define a respetiva remunerao.

    2 Os mandatos do fiscal nico efetivo e do fiscal nico suplente tm a durao de trs anos, podendo ser renovados por iguais perodos de tempo.

    Artigo 25.Competncias do fiscal nico

    Compete ao fiscal nico:a) Acompanhar a gesto financeira do Fundo;b) Emitir parecer sobre o oramento, o relatrio de

    contas e balano anuais;

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 77 21 de abril de 2015 2007

    c) Fiscalizar a execuo da contabilidade do Fundo e o cumprimento dos normativos aplicveis, informando o conselho de gesto de qualquer anomalia detetada;

    d) Solicitar ao conselho diretivo reunies conjuntas dos dois rgos, quando, no mbito das suas competncias, o entender;

    e) Pronunciar -se sobre qualquer assunto de interesse para o Fundo, que seja submetido sua apreciao pelo presidente do conselho de gesto;

    f) Elaborar relatrio anual sobre a ao fiscalizadora exercida;

    g) Acompanhar as operaes de satisfao de crditos de trabalhadores e respetiva recuperao desenvolvidas pelo Fundo.

    Artigo 26.Vinculao

    1 O Fundo obriga -se pela assinatura do presidente do conselho de gesto, ou pelo respetivo substituto legal, nas suas ausncias e impedimentos.

    2 Os atos de mero expediente de que no resultem obrigaes para o Fundo podem ser assinados pelos diri-gentes dos servios a que se refere o n. 1 do artigo 19. ou por funcionrios a quem tal competncia seja expres-samente delegada.

    Artigo 27.Gesto financeira

    1 A gesto financeira do Fundo, incluindo a organi-zao da sua contabilidade, rege -se exclusivamente pelo regime jurdico aplicvel aos fundos e servios autnomos do Estado, em tudo o que no for especialmente regulado pelo presente regime e no seu regulamento interno.

    2 A gesto econmica e financeira disciplinada pelo plano de atividades, oramento, relatrio de contas e balano anuais.

    Artigo 28.Receitas

    1 Constituem receitas do Fundo:a) As que lhe forem atribudas pelos Oramentos do

    Estado e da Segurana Social;

    b) As advindas da venda de publicaes;c) Os subsdios ou donativos que lhe forem atribudos

    por qualquer entidade nacional ou estrangeira;d) As provenientes da recuperao de crditos pagos aos

    trabalhadores no exerccio das suas atribuies;e) Quaisquer outras receitas que lhe forem atribudas

    nos termos da lei.

    2 O Fundo est isento de taxas, custas e emolumentos nos processos, contratos, atos notariais e registais em que intervenha, com exceo dos emolumentos pessoais e das importncias correspondentes participao emolumentar devida aos notrios, conservadores e oficiais do registo e do notariado pela sua interveno nos atos.

    Artigo 29.Despesas

    Constituem despesas do Fundo:a) O pagamento de crditos emergentes do contrato

    de trabalho ou da sua violao ou cessao, previstos no n. 1 do artigo 2.;

    b) Os encargos com o respetivo funcionamento;c) Os custos de aquisio, manuteno e conservao

    de bens ou servios que tenha de utilizar;d) Outras legalmente previstas ou permitidas.

    Artigo 30.Instrumentos de gesto

    1 Os instrumentos de gesto previstos no artigo 21. so elaborados pelo presidente do conselho de gesto, apro-vados pelo conselho de gesto e homologados pelo membro do Governo responsvel pela rea segurana social.

    2 O plano de atividades e oramento anuais so apro-vados pelo conselho de gesto at final de dezembro de cada ano e o relatrio de atividades, relatrio de contas e balano anuais at final de maro de cada ano.

    3 A deliberao do conselho de gesto sobre o ora-mento, o relatrio de contas e o balano anuais obrigato-riamente precedida de parecer do fiscal nico.