deduÇÃo e induÇÃo

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO 1 Há uma tradição que distinguem os argumentos em dedutivos e indutivos. Vejamos os exemplos: (1) Todas as maçãs daquela cesta são maduras. Todas estas maçãs são daquela cesta. Portanto, todas estas maçãs são maduras. (2) Todas estas maçãs são daquela cesta. Todas estas maçãs são maduras. Portanto, todas as maçãs daquela cesta são maduras. Mencionados exemplos explicitam a distinção entre os argumentos dedutivo e indutivo. No argumento (1) a conclusão decorre necessariamente das premissas, ou ainda, as premissas fornecem uma prova conclusiva. Daí porque tais argumentos são chamados de argumentos dedutivos. Por outro lado, no argumento (2) a conclusão decorre provavelmente das premissas, ou ainda, temos que referido argumento não é conclusivo, razão pela qual tais argumentos são comumente chamados de argumentos indutivos. Um determinado argumento, para ser tido como argumento conclusivo, deve possuir uma conclusão que não acrescente nenhum elemento informativo além daqueles já expressos nas premissas. Contrariamente, a razão pela qual os argumentos indutivos não são conclusivos se deve ao fato de em suas conclusões aparecerem informações adicionais (i.é, não contidos nas premissas). Desta forma, o tipo de certeza oferecido por um argumento indutivo nunca é igual àquele ostentado por um argumento dedutivo. Vejamos o exemplo: Desde tempos imemoriais o sol nasceu todos os dias. Portanto, o sol também irá nascer amanhã. Os dados do argumento apresentado, observando o conteúdo informativo da premissa e aquele da conclusão, são diferentes, ou seja, na premissa temos o recurso ao passado e, na conclusão, o recurso ao futuro. Lógico que, levando em conta a experiência, estamos convencidos de que o sol nascerá amanhã e isto nos conduziria a pensar que o argumento fosse dedutivo, mas acontece que não existe nenhuma garantia de que o sol nascerá amanhã , ou seja, estamos no terreno da mera probabilidade. Não importa, no caso, o número de vezes que o sol tenha nascido, visto que nada impede que, amanhã, seja modificada a órbita. Curiosidade: a maioria dos argumentos usados, seja na ciência, seja na vida daria, é do tipo indutivo, motivo pelo qual este é um dos problemas mais discutidos em Filosofia da Ciência. 1 Crédito: Pe. Werner Spaniol.

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Page 1: DEDUÇÃO E INDUÇÃO

DEDUÇÃO E INDUÇÃO1

Há uma tradição que distinguem os argumentos em dedutivos e indutivos.

Vejamos os exemplos:

(1) Todas as maçãs daquela cesta são maduras.

Todas estas maçãs são daquela cesta.

Portanto, todas estas maçãs são maduras.

(2) Todas estas maçãs são daquela cesta.

Todas estas maçãs são maduras.

Portanto, todas as maçãs daquela cesta são maduras.

Mencionados exemplos explicitam a distinção entre os argumentos dedutivo e indutivo. No argumento (1) a conclusão decorre necessariamente das premissas, ou ainda, as premissas fornecem uma prova conclusiva. Daí porque tais argumentos são chamados de argumentos dedutivos. Por outro lado, no argumento (2) a conclusão decorre provavelmente das premissas, ou ainda, temos que referido argumento não é conclusivo, razão pela qual tais argumentos são comumente chamados de argumentos indutivos.

Um determinado argumento, para ser tido como argumento conclusivo, deve possuir uma conclusão que não acrescente nenhum elemento informativo além daqueles já expressos nas premissas. Contrariamente, a razão pela qual os argumentos indutivos não são conclusivos se deve ao fato de em suas conclusões aparecerem informações adicionais (i.é, não contidos nas premissas). Desta forma, o tipo de certeza oferecido por um argumento indutivo nunca é igual àquele ostentado por um argumento dedutivo.

Vejamos o exemplo:

Desde tempos imemoriais o sol nasceu todos os dias.

Portanto, o sol também irá nascer amanhã.

Os dados do argumento apresentado, observando o conteúdo informativo da premissa e aquele da conclusão, são diferentes, ou seja, na premissa temos o recurso ao passado e, na conclusão, o recurso ao futuro. Lógico que, levando em conta a experiência, estamos convencidos de que o sol nascerá amanhã e isto nos conduziria a pensar que o argumento fosse dedutivo, mas acontece que não existe nenhuma garantia de que o sol nascerá amanhã, ou seja, estamos no terreno da mera probabilidade. Não importa, no caso, o número de vezes que o sol tenha nascido, visto que nada impede que, amanhã, seja modificada a órbita.

Curiosidade: a maioria dos argumentos usados, seja na ciência, seja na vida daria, é do tipo indutivo, motivo pelo qual este é um dos problemas mais discutidos em Filosofia da Ciência.

1 Crédito: Pe. Werner Spaniol.