defeitos da madeira
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DEFEITOS DA DEFEITOS DA MADEIRAMADEIRA
Instituto Federal de Educação, Ciência e TecnologiaCáceres – Mato Grosso
DEFEITOS DEFEITOS
NATURAISNATURAIS
DEFEITOS DE DEFEITOS DE
SECAGEMSECAGEM
O QUE SÃO O QUE SÃO DEFEITOS?DEFEITOS?
Todas as anomalias da forma do tronco da árvore, da sua seção transversal, como também da estrutura e da cor do lenho que possam reduzir, restringir ou mesmo anular a utilização da madeira
O QUE É “NORMAL”?O QUE É “NORMAL”?
Todas as características que acontecem freqüentemente ou com mais freqüência em relação às outras. Ex: Presença de ramos ou diminuição do diâmetro dentro de certos limites.
Uma característica qualquer do lenho poderá ser tida como defeito grave ou insignificante em vista do emprego previsto, dos hábitos de utilização e da espécie de madeira. Ex: carvalhos
Principais grupos de defeitos:Principais grupos de defeitos:
1.Defeitos da forma e da seção transversal do tronco;
2.Defeitos na estrutura anatômica da madeira;
3.Defeitos condicionados pelo ambiente;4.Defeitos e alteração da cor da madeira
(não causados por fungos).
1. DEFEITOS NA FORMA 1. DEFEITOS NA FORMA DO TRONCODO TRONCO
Qualquer desvio da forma ideal, a Qualquer desvio da forma ideal, a qual, para a maioria das qual, para a maioria das finalidades de utilização, é a de finalidades de utilização, é a de um fuste longo, o mais cilíndrico um fuste longo, o mais cilíndrico possível.possível.
Fatores que poderão interferir Fatores que poderão interferir na forma da árvore:na forma da árvore:
a. Influências diversas do local de crescimento; atuação conjunta do clima; condições do terreno; temperatura; umidade; insolação; ventos; espaçamento e outras influências do meio.
b. Conseqüências da hereditariedade.
1. 1. DEFEITOS NA DIREÇÃO 1. 1. DEFEITOS NA DIREÇÃO LONGITUDINAL DA TRONCOLONGITUDINAL DA TRONCO
1.1.1. CONICIDADE1.1.1. CONICIDADE
• Diminuição excessiva do troncoDiminuição excessiva do tronco
• Árvores isoladas ou margens de povoamentosÁrvores isoladas ou margens de povoamentos
• Espécies tropicaisEspécies tropicais
• Baixa resistência mecânicaBaixa resistência mecânica
• Desperdício de madeiraDesperdício de madeira
1.1.2. TORTUOSIDADE1.1.2. TORTUOSIDADE
Curvatura em forma de sabre;Curvatura em forma de sabre; Curvatura em forma de baioneta;Curvatura em forma de baioneta; Curvatura em forma de corneta.Curvatura em forma de corneta.
• Desvio permanente
• Curvaturas em diferentes direções
• Formas:
• Crescimento excêntrico e madeira de reação
• Diminui o aproveitamento
1.1.3. BIFURCAÇÃO (ou aforquilhamento)1.1.3. BIFURCAÇÃO (ou aforquilhamento)
Aforquilhamento verdadeiro (bifurcação
englobada)
Aforquilhamento falso (bifurcação em forma de
garfo)
• Duas gemas apicais
Plantas jovensPlantas jovensAnéis de crescimento comunsAnéis de crescimento comuns
Genética ou danosGenética ou danos
• Redução do aproveitamento• Mogno
2. DEFEITOS NA FORMA DA 2. DEFEITOS NA FORMA DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO SEÇÃO TRANSVERSAL DO
TRONCOTRONCO
Anomalias na forma normal do tronco, que Anomalias na forma normal do tronco, que repercutem na seção transversal, surgem repercutem na seção transversal, surgem geralmente através da formação irregular dos geralmente através da formação irregular dos anéis de crescimento.anéis de crescimento.
2.1. Excentricidade dos 2.1. Excentricidade dos anéis de crescimentoanéis de crescimento
Os anéis ou zonas de crescimento apresentam, em diferentes direções, larguras variáveis: de um lado incomumente largos, do outro, muito estreitos.Causas: ação unilateral de ventos fortes, forte insolação lateral (formação irregular da copa).Conseqüências: comportamento tecnológico distinto.
2.2. Tronco sulcado2.2. Tronco sulcado
• Envelhecimento da árvore
• Anéis de crescimento ondulados
• Tectona grandis, Turraecanthus africana
• Causa: Distinta divisão do câmbio
• Conseqüência: Redução do emprego da
madeira bruta
2.3. Cavidades2.3. Cavidades
• Espaços ocos radiais, de altura e profundidade diversos, que ocorrem ao longo do tronco• Crescimento diametral• Causas: desnutrição do câmbio.• Conseqüências: Dificuldade no aproveitamento da tora.
2.4. Contrafortes (raízes 2.4. Contrafortes (raízes tabulares ou sapopemas)tabulares ou sapopemas)
• Formação de “abas” exageradamente grandes, podendo alcançar muitos metros (máximo 9 metros).• Conseqüências: Dificulta o abate, variação nas características de resistência e contração.
3. DEFEITOS NA 3. DEFEITOS NA ESTRUTURA ANATÔMICA ESTRUTURA ANATÔMICA DA MADEIRADA MADEIRA
Considera-se como estrutura anatômica normal aquela onde os anéis de crescimento são circulares, a medula situa-se no centro e que não apresenta súbitas variações na largura das camadas de crescimento, quando vistas em plano transversal.
3.1. Nodosidade3.1. Nodosidade
DEF/UFV
3.2. Defeitos na 3.2. Defeitos na formação dos anéis de formação dos anéis de crescimentocrescimento
• Lenho inicial e tardio ≠ densidades da madeira;Lenho inicial e tardio ≠ densidades da madeira;• A trabalhabilidade é melhor quanto mais A trabalhabilidade é melhor quanto mais uniforme os anéis de crescimento;uniforme os anéis de crescimento;• Estreitos no centro, alargando-se em direção à Estreitos no centro, alargando-se em direção à periferia;periferia;• Conseqüências: rachaduras, fendas entre camadas, Conseqüências: rachaduras, fendas entre camadas, empenosempenos
3.2.1. Anéis ondulados3.2.1. Anéis ondulados
•Anéis de crescimento de forma ondulada entre os raios medulares.
•Instrumentos musicais e chapas decorativas
3.3. Bolsa de resina ou veios de 3.3. Bolsa de resina ou veios de kinokino
-Pequenas bolsas planas, cheias de resina
- Obstruem os raios e interrompem o fluxo de substâncias na formação do cerne
3.4. Defeitos da grã3.4. Defeitos da grã3.4. Defeitos da grã3.4. Defeitos da grã
• Orientação geral dos elementos longitudinais
da madeira em relação ao eixo do tronco;
• Influências (melhoramento genético, altitude,
declividade, ventos etc);• Tendência no reino vegetal.
Coníferas Folhosas
Grã direita, reta ou linheiraGrã direita, reta ou linheira• Tecidos axiais são orientados paralelamente ao eixo principal;• Facilita os processos de desdobro, secagem, usinagem e
acabamento; • Resistência mecânica é consideravelmente maior;• Ex: Mogno, castanheira.
Grã direita Grã irregular
Grã espiral ou torcidaGrã espiral ou torcida
• Não paralelo ao eixo do tronco;Não paralelo ao eixo do tronco;
• Diminuição da resistência mecânica, Diminuição da resistência mecânica,
deformação de secagem e dificuldade de deformação de secagem e dificuldade de
usinagem e acabamento. usinagem e acabamento.
Grã entrecruzada (revessa)Grã entrecruzada (revessa)
•Tecidos axiais orientados em
diversas direções (inclinações
periódicas).
• Resistência mecânica não é
muito afetada
• Problemas durante a secagem
• Decorativo Bowdichia nitidaBowdichia nitida
Grã ondulada (crespa)Grã ondulada (crespa)
• Elementos axiais do lenho aparecem como uma
linha sinuosa irregular;
• Faixas escuras e claras alternadas;
• Efeito decorativo;
• Ocotea porosa.
Ocotea porosa
3.5. Lenho de reação3.5. Lenho de reação• Efeitos genotípicos, estímulos mecânicos ou
gravidade;
• Associado ao crescimento excêntrico;
• Diferenças físicas, anatômicas, químicas e
mecânicas em relação ao lenho normal;
• Função: retornar a árvore ou galhos à posição
normal.
Lenho de compressãoLenho de compressão• Lado inferior dos troncos;• Impossível diferenciação entre lenho inicial e tardio• “Madeira vermelha”• Traqueóides com paredes espessas e curtos• Parede secundária apresenta fendas• Ausência da parede terciária • Ângulo fibrilar pequeno
Lenho de compressãoLenho de compressão
Composição Química (%)
Normal Compressão Fendas delgadas na camada S2
Lenho de Lenho de traçãotração• Lado superior de troncos e ramos;
• Coloração mais clara na madeira recém-cortada;• Superfície da madeira se apresenta sedosa até lanosa. se apresenta sedosa até lanosa. • Camada de parede gelatinosa pode surgir adicionalmente às demais Camada de parede gelatinosa pode surgir adicionalmente às demais
paredes S1, S2paredes S1, S2 e S3e S3 ou no lugar das camadas S2ou no lugar das camadas S2 e S3e S3 ou, apenas, no ou, apenas, no lugar da camada S3;lugar da camada S3;
• O ângulo de orientação das fibrilas na camada gelatinosa O ângulo de orientação das fibrilas na camada gelatinosa quase paralelo ao eixo celular.
Fibras gelatinosas
Composição Química (%)
3.6. Lenho de 3.6. Lenho de CicatrizaçãoCicatrização• Região de ferimentos;
• Desenvolvimento de calo cicatricial pelo câmbio intacto;
• Deformação de fibras (ou traqueídes) e anéis de
crescimento;
• Células parenquimática;
• Conseqüências: instabilidade dimensional, tendência a
deformações e torceduras , difícil trabalhabilidade.
Ferreira, 2002)Ferreira, 2002)
Corpúsculo de sílica observado em microscopia eletrônica de varredura (Beilschmiedia taubertiana)
Cristal prismático observado em microscopia de polarização (Angelim-do-campo)
3.7. Inclusões Minerais3.7. Inclusões Minerais
4. DEFEITOS 4. DEFEITOS CONDICIONADOS PELO CONDICIONADOS PELO
AMBIENTEAMBIENTE
RachadurasRachaduras• Tensões de crescimentoTensões de crescimento
• Tempestades/raiosTempestades/raios
• Calor/geadasCalor/geadas
5. DEFEITOS E ALTERAÇÃO 5. DEFEITOS E ALTERAÇÃO DA COR DA MADEIRA (NÃO DA COR DA MADEIRA (NÃO CAUSADOS POR FUNGOS)CAUSADOS POR FUNGOS)
Duplo AlburnoDuplo Alburno
- Apresenta-se dentro do cerne normal em forma anelar com espessura ou largura média;
- Estação exageradamente fria e como conseqüência as células mortas do alburno.
DEFEITOS DE SECAGEMDEFEITOS DE SECAGEMCausados basicamente devido à tensões Causados basicamente devido à tensões desenvolvidas na madeira durante a desenvolvidas na madeira durante a secagemsecagem
Causados basicamente devido à tensões Causados basicamente devido à tensões desenvolvidas na madeira durante a desenvolvidas na madeira durante a secagemsecagem
EmpenamentoEmpenamentooEncanoamento
Intrínseca Extrínseca
• Diferença de estabilidade entre as direções radial e tangencial• Secagem desigual
oTorcido
• Grã espiralada / tensões de crescimento
• Comum em eucaliptos
oLongitudinal
• Irregularidades da grã
• Tensões durante o crescimento
RachamentoRachamento
oRachaduras superficiaisRachaduras superficiais
• Diferença de umidade entre as camadas superficiais
e internas
• Células parenquimáticas
RachamentoRachamento
o Rachaduras de Rachaduras de topotopo• Diferença entre retrações tangencial e radial
• Células do raio
EncruamentoEncruamento
• Fibras externas sob compressão e internas sob Fibras externas sob compressão e internas sob
tração (madeira seca)tração (madeira seca)
• Secagem rápidaSecagem rápida
• Tensão e deformação permanenteTensão e deformação permanente
ColapsoColapso•Ondulações nas superfícies da peçaOndulações nas superfícies da peça
•Movimentação da água capilarMovimentação da água capilar
RachamentoRachamentoo Rachaduras em favosRachaduras em favos
• Tensões geradas superem a “resistência à tração”
no sentido perpendicular às fibras;
• Temperatura inicial muito alta;
• Remoção de água livre.