deliberação cedur 003 2010 autorização de educação infantil
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Prefeitura Municipal de Resende
Conselho Municipal de Educação
Lei Municipal nº 2.523 de 05 de setembro de 2005
ATO DO CONSELHO
Publicada no B.O. nº 54, de 10/12/2010, p. 8
DELIBERAÇÃO CEDUR nº 003, de 26 de novembro de 2010
Fixa Normas para Autorização, Funcionamento e
Encerramento de Atividades das Instituições Públicas e
Privadas de Educação Infantil no Município de Resende e Dá
Outras Providências.
O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE RESENDE, no uso de suas
atribuições legais e considerando que:
- o Art. 11, III, da Lei Federal nº 9.394/96, compete ao Município baixar normas complementares
para o seu Sistema de Ensino;
- o Art. 11, IV da Lei Federal nº 9.394/96, fixa como incumbência do Município, autorizar,
credenciar e supervisionar Estabelecimentos do seu Sistema de Ensino, bem como as instituições
da rede privada no que compete à Educação Infantil;
- o Decreto nº 223, de 22 de novembro de 1999, dispõe sobre o Sistema de Ensino do Município de
Resende.
DELIBERA:
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Art. 1º - A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, constitui direito da criança de
zero a cinco anos, a que o Estado e a família têm o dever de atender.
Art. 2º - As instituições que oferecerem a Educação Infantil, e, ainda, o Ensino Fundamental e/ou o
Ensino Médio, estarão vinculadas ao Sistema Municipal para a primeira etapa, e ao Sistema
Estadual para as etapas finais da Educação Básica, conforme dispõe a LDB, em seu Art. 18 - inciso
II, combinado com o já referido Art. 17 - inciso III.
Art. 3º - A autorização de funcionamento, encerramento e a supervisão/inspeção das instituições,
públicas e privadas, de Educação Infantil no município de Resende/RJ, que atuam na educação
de crianças de zero a cinco anos, serão reguladas pelas normas desta Deliberação.
Parágrafo Único – Entende-se por instituições privadas de Educação Infantil as enquadradas nas
categorias particulares, comunitárias, confessionais ou filantrópicas, nos termos do Art. 20 da Lei
nº 9.394/96.
Art. 4º - As instituições de ensino públicas e privadas obrigam-se, nos termos desta Deliberação, às
condições de:
I. autorização para funcionamento e avaliação das condições indispensáveis para um ensino de
qualidade pelo Poder Público;
II. cumprimento das normas gerais da educação nacional e do Sistema Municipal de Ensino.
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Art. 5º - A Educação Infantil será oferecida em:
I – creches ou entidades equivalentes para crianças de até 3 anos de idade;
II – pré-escolas, para crianças de 4 e 5 anos;
§ 1º - Para fins desta Deliberação, entidades equivalentes a creches, às quais se refere o inciso I
deste Artigo, são todas as responsáveis pela educação e cuidado de crianças de zero a três
anos de idade, independentemente de denominação e regime de funcionamento.
§ 2º - As instituições de Educação Infantil que mantêm, simultaneamente, o atendimento a
crianças de zero a três anos em creche e de quatro e cinco anos em pré-escola, constituirão
centros de educação infantil, com denominação própria.
§ 3º - As crianças com necessidades educacionais especiais serão preferencialmente atendidas na
rede regular de creches e pré-escolas, respeitando o direito a atendimento adequado em seus
diferentes aspectos.
CAPÍTULO II
DA FINALIDADE E DOS OBJETIVOS
Art. 6º - A Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.
Art. 7º - A Educação Infantil tem como objetivos proporcionar condições adequadas para
promover o bem estar da criança, seu desenvolvimento físico, motor, emocional, intelectual,
moral e social, a ampliação de suas experiências e estimular o interesse da criança pelo processo
de conhecimento do ser humano, da natureza e da sociedade.
Parágrafo Único – Dadas as particularidades do desenvolvimento da criança de zero a
cinco anos, a Educação Infantil cumpre duas funções indispensáveis e indissociáveis: educar
e cuidar.
CAPÍTULO III
DO REGIMENTO ESCOLAR
Art. 8º - O Regimento Escolar é o documento legal, de caráter obrigatório, no qual se estabelecem
as normas de funcionamento do estabelecimento de ensino, quanto aos aspectos de organização
administrativa, didática e pedagógica, e as regras das relações entre os membros da comunidade
escolar e com o público em geral.
§ 1º O Regimento Escolar apoia a execução da Proposta Pedagógica, devendo ser registrado em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos e ficar à disposição do órgão próprio do Sistema
Municipal de Ensino e da comunidade escolar.
§ 2º Qualquer alteração no Regimento Escolar deverá ser registrada em Cartório de Registro de
Títulos e Documentos e só poderá ser aplicada no período letivo seguinte.
§ 3º A elaboração do Regimento Escolar é da inteira responsabilidade do estabelecimento de
ensino, não tendo validade os dispositivos que contrariem a legislação vigente.
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CAPÍTULO IV
DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
Art. 9º - A Proposta Pedagógica é a base orientadora do trabalho da instituição, que é livre para sua
elaboração e execução, com a participação do corpo docente e da equipe técnico-pedagógica.
Art. 10 - As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:
I - Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao
meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
II - Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem
democrática.
III - Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas
diferentes manifestações artísticas e culturais.
Parágrafo Único – Na elaboração e execução da proposta pedagógica, será assegurado à
instituição de Educação Infantil, na forma da lei, o respeito aos princípios do pluralismo de
ideias e concepções pedagógicas.
Art. 11 - Ao elaborar sua Proposta Pedagógica, o estabelecimento de ensino, usando a autonomia
que lhe conferem as normas vigentes, com o compromisso de atender a finalidade da Educação
Infantil, deve assegurar ao educando formação comum indispensável para o exercício da cidadania.
Art. 12 - A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo
garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e
aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à
confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Parágrafo Único - Na efetivação desse objetivo, as propostas pedagógicas das instituições de
Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de
materiais, espaços e tempos que assegurem:
I - a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo
educativo;
II - a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética,
estética e sociocultural da criança;
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas
formas de organização;
IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local;
V - a gestão democrática no ensino público e prevista, em geral, para todas as instituições de ensino,
o que implica decisões coletivas que pressupõem a participação da comunidade escolar na gestão da
escola e a observância dos princípios e finalidades da educação;
VI - o reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das
crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades;
VII - os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às
salas de referência das turmas e à instituição;
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VIII - a acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
IX - a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas,
afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América;
X - o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as histórias e as
culturas africanas, afrobrasileiras, bem como o combate ao racismo e à discriminação;
XI - a dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra qualquer forma de violência –
física, sexual, psicológica, simbólica e outras - e negligência no interior da instituição ou praticadas
pela família, prevendo os encaminhamentos de violações para instâncias competentes.
Art.13 - As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem
ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira.
Art. 14 - As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do
trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção,
promoção ou classificação, garantindo:
I - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no
cotidiano;
II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias,
desenhos, álbuns etc);
III - a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas
aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação
Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-
escola/Ensino Fundamental);
IV - documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às
crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil.
Art. 15 - Na transição para o Ensino Fundamental, a proposta pedagógica deve prever formas para
garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando
as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino
Fundamental.
Art. 16 - Os parâmetros para a organização de grupos decorrerão das especificidades da proposta
pedagógica, recomendada a seguinte relação professor/criança:
Creche:
0 - 1 ano
1 ano
2 anos
3 anos
5, no máximo, 6 crianças / professor
7, no máximo, 8 crianças / professor
9, no máximo, 10 crianças / professor
12, no máximo, 15 crianças / professor
Pré-escola:
4 anos
5 anos
18, no máximo, 21 crianças / professor
22, no máximo, 25 crianças / professor
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CAPÍTULO V
DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 17 - A direção da instituição de Educação Infantil será exercida por profissional com uma
das seguintes formações:
I - curso de Licenciatura Plena em Pedagogia;
II – curso de pós- graduação lato sensu em Administração Escolar ou Gestão Escolar, com no
mínimo 360 horas, em instituição de Educação Superior credenciada de acordo com as normas
federais que tratam a matéria;
III – curso de Pós-Graduação strictu sensu em Educação.
Parágrafo Único - À instituição de Educação Infantil é facultada a contratação de secretário
habilitado e, em optando por não fazê-lo, atribui-se ao diretor a responsabilidade de manter
organizada e atualizada a documentação dos educandos.
Art. 18 - O docente para atuar na Educação Infantil será formado em curso de nível superior
(Normal Superior ou Pedagogia com habilitação nas séries iniciais), admitida como formação
mínima a oferecida em nível médio (modalidade Normal), em todos os casos acrescidos de
habilitação em Educação Infantil.
Parágrafo Único – Os Sistemas e as instituições de Ensino promoverão o aperfeiçoamento dos
professores legalmente habilitados para o magistério, em exercício em instituições de Educação
Infantil, de modo a viabilizar formação que atenda aos objetivos da Educação Infantil e às
características de criança de zero a cinco anos de idade.
Art. 19 – Recomenda-se às mantenedoras das instituições de Educação Infantil a organização
de equipes multiprofissionais para atendimentos específicos às turmas sob sua responsabilidade,
tais como pedagogo, psicólogo, pediatra, nutricionista, assistente social e outros, respeitando a
legislação em vigor.
Art. 20 - As creches e os centros de educação infantil que atenderem crianças em horário integral
deverão contar com profissionais de saúde como pediatra, nutricionista, psicólogo e outros
profissionais que se fizerem necessários.
Parágrafo Único – A ausência desses profissionais no corpo de funcionários poderá ser suprida
mediante convênio com instituições especializadas neste tipo de serviço.
CAPÍTULO VI
DO ESPAÇO, DAS INSTALAÇÕES E DOS EQUIPAMENTOS
Art. 21 – Os espaços serão projetados de acordo com a proposta pedagógica da instituição de
Educação Infantil, a fim de favorecer o desenvolvimento das crianças de zero a cinco anos,
respeitadas as normas legais, as suas necessidades, as suas capacidades, inclusive aquelas
concernentes aos educandos com necessidades educacionais especiais.
Parágrafo Único – Em se tratando de turmas de Educação Infantil em escolas de Ensino
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Fundamental e/ou Médio, alguns destes espaços deverão ser de uso exclusivo das crianças de
zero a cinco anos, podendo outros serem compartilhados com os demais níveis de ensino,
desde que a ocupação se dê em horário diferenciado, respeitada a proposta pedagógica da escola.
Art. 22 - Todo imóvel destinado à Educação Infantil pública ou privada dependerá de aprovação
pelo órgão oficial competente.
§ 1º - O prédio deverá adequar-se ao fim a que se destina e atender, no que couber, às normas e
especificações técnicas da legislação pertinente.
§ 2º - O imóvel deverá apresentar condições adequadas de localização, acesso, segurança,
salubridade, saneamento e higiene, em total conformidade com a legislação que rege a matéria.
Art. 23 - Os espaços internos deverão atender às diferentes funções da instituição de Educação
Infantil e conter uma estrutura básica que contemple:
I – espaços para recepção;
II – salas para professores e para os serviços administrativo-pedagógico e de apoio;
III – salas para atividades das crianças, com boa ventilação e iluminação, e visão para o ambiente
externo, com mobiliário e equipamentos adequados;
IV – refeitório, instalações e equipamentos para o preparo de alimentos, que atendam às
exigências de nutrição, saúde, higiene e segurança, nos casos de oferecimento de alimentação;
V – instalações sanitárias completas, suficientes e próprias para uso das crianças e para uso dos
adultos;
VI – berçário, se for o caso, provido de berços individuais, área livre para movimentação das
crianças, locais para amamentação e para higienização, com balcão e pia, e espaço para o banho
de sol das crianças;
VII – área coberta para atividades externas compatível com a capacidade de atendimento, por
turno, da instituição;
VIII - área mínima de 1,50m² (um metro e meio quadrado) por aluno, sendo permitida a ocupação
máxima correspondente a 80% (oitenta por cento) da área física;
IX - paredes pintadas ou revestidas com material lavável;
X - piso de material de fácil limpeza;
XI - mobiliário de dimensões e características que proporcionem conforto e segurança às crianças
atendidas.
Art. 24 - As áreas ao ar livre deverão possibilitar as atividades de expressão física, artística e de
lazer, contemplando também, quando possível, áreas verdes.
Art. 25 - Os aparelhos fixos de recreação são opcionais, mas, existindo, devem atender às normas
de segurança do fabricante e ser objeto de conservação e manutenção periódicas.
Art. 26 - Os bebedouros devem ser equipados com componente filtrante, sendo de dimensões e
características que facilitem o uso pelas crianças, e em número compatível com a capacidade de
matrícula.
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Art. 27 - O funcionamento de estabelecimentos de ensino em prédios comerciais, além do disposto
neste Capítulo, fica condicionado à existência de:
I - controle de entrada e saída para os alunos;
II - espaço próprio para convívio social, com área compatível com a capacidade de matrícula.
Art. 28 - As instituições de ensino que possuírem piscina deverão obter registro do órgão
fiscalizador (Corpo de Bombeiros), conforme o disposto em legislação especifica vigente.
Art. 29 - No caso da prática da educação física realizada fora do ambiente escolar, o representante
legal deverá declarar a forma de deslocamento dos alunos.
CAPÍTULO VII
DA CRIAÇÃO E DA AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO
Art. 30 – Entende-se por criação o ato próprio pelo qual o mantenedor formaliza a intenção de
criar e manter uma instituição de Educação Infantil e se compromete a sujeitar seu
funcionamento às normas do respectivo Sistema de Ensino.
§ 1º - O ato de criação se efetiva para as instituições de Educação Infantil, mantidas pelo Poder
Público, por decreto governamental ou equivalente, e, para as mantidas pela iniciativa privada, por
manifestação expressa do mantenedor em ato jurídico ou declaração própria.
§ 2º - O ato de criação a que se refere este artigo não autoriza o funcionamento, que depende da
aprovação do Conselho Municipal de Educação.
Art. 31 - Entende-se por autorização de funcionamento o ato pelo qual a Secretaria Municipal
de Educação permite o funcionamento da instituição de Educação Infantil, enquanto atendidas as
disposições legais pertinentes.
Art. 32 - O requerente deverá apresentar, pelo menos 120 (cento e vinte) dias antes do início das
atividades, no Protocolo Geral da Prefeitura, os seguintes documentos:
I - requerimento inicial, dirigido ao Secretário Municipal de Educação, pelo representante legal da
entidade mantenedora da instituição de ensino, contendo:
a) nome e qualificação do requerente, inclusive com telefone(s) e endereço eletrônico (e-mail);
b) nome, CNPJ e endereço de funcionamento da instituição de ensino;
c) declaração do compromisso de cumprir a legislação de educação e ensino, sob as penas da lei.
II - atos constitutivos da entidade mantenedora e alterações contratuais ou atas pertinentes,
devidamente registrados na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, com
destaque da cláusula, artigo ou dispositivo que torne explicito seu vínculo educacional e o objetivo
social, especificando a(s) etapa(s) da educação infantil oferecidas.
III - qualificação de todos os dirigentes que subscrevem o ato constitutivo da entidade, cédula de
identidade, CPF ou documento que o substitua na forma da lei, comprovantes de residência,
excluída a possibilidade de aceitação de declaração de terceiros.
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IV - comprovante atualizado de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas -
CNPJ do Ministério da Fazenda, consoante a identificação de localização de sua sede, além da
identificação de outros locais de funcionamento.
V - alvará de localização provisório ou definitivo, fornecido pela autoridade municipal.
VI - declaração que ateste a idoneidade financeira da entidade e de seus sócios, firmada por
estabelecimentos bancários ou financeiros em operação no município de Resende.
VII - autorização de uso do imóvel, comprovado por um dos seguintes documentos:
a) título de propriedade em nome da pessoa jurídica mantenedora do estabelecimento de ensino,
registrado no Registro Geral de Imóveis ou certidão de ônus reais;
b) contrato de locação, ou cessão de uso ou comodato, a favor da pessoa jurídica mantenedora do
estabelecimento de ensino, registrado no Registro de Títulos e Documentos ou Registro Geral de
Imóveis, onde conste expressamente a finalidade educacional.
VIII - declaração da capacidade máxima de matrículas, apurada pela consideração do número total
de vagas do conjunto de salas de aula, multiplicado pelo número de turnos de funcionamento.
IX – relação dos recursos humanos e comprovação de sua habilitação e escolaridade;
X – proposta pedagógica;
XI – plano de capacitação permanente dos recursos humanos;
XII – minuta do Regimento Escolar.
Parágrafo Único - Os documentos mencionados nos incisos II, III, V e VII deverão ser
apresentados em cópias autenticadas.
Art. 33 - Decorridos 180 (cento e oitenta) dias a contar do pedido de autorização protocolado e não
tendo o Poder Público se pronunciado conclusivamente quanto ao pedido de autorização para
funcionamento ou de reexame em grau de recurso, o requerente pode dar início às atividades do
estabelecimento de ensino.
Parágrafo Único - O início de funcionamento das atividades nos termos do caput deste artigo
implica a obrigatoriedade de cumprimento de todas as exigências formuladas ou a serem
formuladas pelo Poder Público, visando ao pleno atendimento das normas desta Deliberação e à
consequente emissão do Ato Autorizativo, do qual, obrigatoriamente, deverão constar as
circunstâncias do início das atividades.
Art. 34 - O Ato de Autorização tem validade por 5(cinco) anos, mas poderá ser suspenso ou
revogado quando a Supervisão Educacional da Secretaria Municipal de Educação constatar que
a instituição não oferece um serviço de qualidade ou não cumpre a legislação pertinente,
devendo tais irregularidades serem comunicadas, imediatamente, ao Conselho Municipal de
Educação.
Parágrafo Único – Recebida a comunicação de irregularidades, o Conselho Municipal de
Educação designará uma comissão verificadora especial para apresentar laudo conclusivo, o qual
será reencaminhado ao Conselho Municipal de Educação para decisão, assegurada ampla defesa à
instituição.
Art. 35 - Até 120 (cento e vinte) dias antes de expirar o prazo de 5(cinco) anos, a instituição deverá
solicitar a renovação da autorização mediante a apresentação da Proposta Pedagógica atualizada,
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acompanhada da documentação prevista nos itens I, IV, VI, IX e X do artigo 32 desta Deliberação,
incluindo, no caso de alterações, os itens II, III, V, VII, VIII e/ou XII do mesmo artigo.
CAPÍTULO VIII
DA COMISSÃO DE VISTORIA E DO PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO
Art. 36 - Observado o disposto nesta Deliberação, cabe à Secretaria Municipal de Educação a
composição imediata de uma Comissão de Vistoria, indicada no corpo do processo.
Parágrafo Único - A Comissão de Vistoria de que trata este artigo compõe-se de 03 (três)
servidores na função de Supervisor Educacional e tem prazo de 40 (quarenta) dias, a contar da data
do recebimento do processo na Secretaria Municipal de Educação, para pronunciar-se
conclusivamente, em relatório detalhado, autuado no corpo do processo, quanto ao pedido de
autorização submetido ao Poder Público.
Art. 37 - A visita da Comissão de Vistoria deverá atender aos seguintes objetivos:
I. prestar esclarecimentos ao representante legal da mantenedora sobre questões que digam respeito
ao requerimento apresentado e à correta instrução do processo, quando assim se fizer necessário;
II. verificar, in loco, as condições para atendimento ao pleito inicial.
III. analisar os autos processuais à luz da presente norma e, considerando o resultado da(s) visita(s)
ao imóvel, pronunciar-se em laudo conclusivo, assinado por todos os membros, que deverá
contemplar os aspectos que foram objeto de deferimento ou indeferimento do pedido de autorização
para funcionamento, especificando:
a) condições de higiene, ventilação, iluminação e segurança;
b) existência de piscina, área externa, aparelhos fixos de recreação, mobiliário adequado, além de
piso e paredes revestidos com material de fácil limpeza;
c) a realidade encontrada, no que se refere às instalações físicas e aos equipamentos;
d) os documentos analisados e/ou recebidos, comentando-os, se for o caso;
e) a capacidade máxima de matrículas;
f) a existência de equipes técnico-administrativo-pedagógica e docente habilitadas, na forma da Lei;
g) a existência de dependências e instalações reservadas às equipes técnico-administrativo-
pedagógica e docente;
Art. 38 - Verificado o não cumprimento ao que determina a presente Deliberação, a Comissão de
Vistoria notificará o representante legal, concedendo prazo de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por
igual período, para cumprimento das exigências.
Art. 39 - Na hipótese de laudo conclusivo favorável, dar-se-á ciência ao requerente, no corpo do
processo, que o mesmo permite, automaticamente, o início de funcionamento provisório de suas
atividades, nas bases nele discriminadas, até a emissão do ato autorizativo pelo Poder Público.
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§ 1º - O laudo conclusivo favorável da Comissão de Vistoria é uma autorização provisória para
todos os fins, até que seja emitido o ato autorizativo, e terá consignada a data do documento como a
de início do funcionamento autorizado.
§ 2º - O requerente deverá apresentar uma via do regimento escolar devidamente registrado no
Cartório de Registro de Títulos e Documentos quando da ciência indicada no caput deste Artigo.
§ 3º - Após a ciência do laudo conclusivo favorável, o processo será remetido ao Conselho
Municipal de Educação para análise e parecer definitivo.
§ 4º - O Conselho Municipal de Educação poderá requerer outros documentos e informações que
julgar necessários à instrução do processo.
Art. 40 - No caso de laudo conclusivo desfavorável, a Comissão deve dar pronta ciência de seus
termos ao requerente, fornecendo-lhe cópia da conclusão denegatória, mediante recibo no corpo do
processo, bem como informando da possibilidade de interposição de recurso, na forma desta
Deliberação.
Parágrafo Único- No cumprimento do disposto no caput deste artigo, a Comissão deverá registrar
a advertência da impossibilidade de funcionamento até eventual decisão favorável em face de
recurso porventura interposto.
CAPÍTULO IX
DA SUPERVISÃO
Art. 41 - A Supervisão das Instituições da Educação Infantil, vinculadas ao Sistema Municipal de
Ensino de Resende, será feita pela Equipe de Supervisão Educacional da Secretaria Municipal de
Educação.
Art. 42 - No processo de autorização de funcionamento das instituições da Educação Infantil cabe à
Equipe de Supervisão Educacional:
I. Analisar a minuta do Regimento Escolar apresentado pela instituição requerente , conforme
disposto no Art.32 e emitir laudo/parecer quanto à conformidade com a legislação vigente;
II. Analisar a documentação apresentada nos termos do Art. 32 e emitir relatório quanto à
regularidade da referida documentação;
III. Proceder à vistoria dos espaços físicos, instalações e equipamento, por meio de Comissão
designada para tal, e emitir laudo conclusivo quanto ao atendimento no disposto no Capítulo VI da
presente Resolução.
Art. 43 - Quanto ao funcionamento das instituições de Educação Infantil cabe à Equipe de
Supervisão Educacional acompanhar e/ou avaliar:
I. o cumprimento da legislação educacional;
II. a regularidade dos registros de documentação e arquivo;
III. a execução da proposta pedagógica;
IV. condições de matrícula e permanência das crianças na creche, pré- escola ou centro de
educação infantil;
V. a garantia da proporção adequada entre professores/auxiliares e crianças, de acordo com a
faixa etária, considerando o projeto pedagógico, as necessidades infantis, as condições de
trabalho dos adultos e o disposto nesta Resolução;
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VI. o processo de melhoria da qualidade dos serviços prestados, considerando o previsto
na proposta pedagógica da instituição e o disposto na regulamentação vigente;
VII. a qualidade dos espaços físicos, instalações e equipamentos e a adequação às suas
finalidades;
VIII. a disponibilidade de materiais básicos para atendimento às crianças;
IX. a disponibilidade de materiais de referência para os educadores;
X. a oferta e o acesso dos profissionais à formação continuada;
XI. a oferta e execução de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde nas instituições de Educação Infantil mantidas pelo Poder
Público;
XII. a articulação da instituição de Educação Infantil com a família e a comunidade.
Parágrafo Único - À Equipe de Supervisão Educacional cabe também propor às autoridades
competentes o cessar efeitos dos atos de autorização da instituição, quando comprovadas
irregularidades que comprometam o seu funcionamento ou quando verificado o não
cumprimento da proposta pedagógica.
CAPÍTULO X
DO ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES
Art. 44 - O encerramento ou a suspensão temporária das atividades do estabelecimento de ensino
autorizado poderá ocorrer:
I - por determinação da Secretaria Municipal de Educação, quando constatada e comprovada
qualquer irregularidade que constitua ilegalidade ou que possa efetivamente comprometer a
qualidade da prestação do serviço educacional;
II - por iniciativa da entidade mantenedora.
Art. 45 - Para fim de comprovação de irregularidade no caso previsto no inciso I do artigo anterior,
deverá ser designada comissão especial de verificação integrada por 03 (três) servidores na função
de Supervisor Educacional para, após visita in loco, elaborar relatório inicial.
Parágrafo Único- Na ocasião da visita, in loco, a Comissão deverá conceder prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias para que a entidade mantenedora do estabelecimento de ensino corrija todas as
irregularidades ou distorções constatadas.
Art. 46 - Findo o prazo concedido, conforme disposto no artigo anterior, a comissão especial de
verificação apresentará, autuado no corpo do processo e no prazo improrrogável de 10 (dez) dias,
relatório final à Secretaria Municipal de Educação, para fins de ciência e encaminhamento.
§ 1º Tendo a entidade mantenedora cumprido todas as exigências feitas pela Comissão, a autoridade
responsável promoverá o imediato arquivamento do processo administrativo.
§ 2º Na hipótese de a entidade mantenedora não ter cumprido todas as exigências dentro do prazo
concedido, o processo administrativo será encaminhado, de imediato, à Secretaria Municipal de
Educação, que emitirá ato de encerramento das atividades do estabelecimento de ensino e de
recolhimento de seus arquivos.
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Art. 47 - No caso de encerramento de atividades pela Secretaria Municipal de Educação em que
haja risco à conservação do acervo escolar, a documentação ficará sob a guarda da Supervisão
Educacional da Secretaria Municipal de Educação.
CAPÍTULO XI
DO RECURSO
Art. 48 - Da decisão proferida pelas comissões de Supervisão Educacional caberá recurso ao
Conselho Municipal de Educação, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência do interessado.
Parágrafo Único - O recurso deve ser processado no corpo do processo administrativo no qual
tiver sido exarada a decisão recorrida.
Art. 49 - Interposto o recurso na forma do artigo anterior, caberá ao Conselho Municipal de
Educação proferir a decisão.
§ 1º - Em caso de reconsideração da decisão desfavorável, deve-se dar prosseguimento ao processo,
a fim de garantir o deferimento ao pleito do recorrente.
§ 2º - Mantida a decisão desfavorável, dar-se-á ciência ao requerente e proceder-se-á ao
arquivamento do processo.
CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 50 - Os prazos para pronunciamento conclusivo do Poder Público estabelecidos nesta
Deliberação têm sua contagem interrompida para cumprimento de exigências por parte do
representante legal.
Art. 51 - Nenhum estabelecimento de ensino pode funcionar sem o competente Ato de Autorização,
ressalvado o disposto nos artigos 33 e 39, sujeitando-se quem insistir no funcionamento não
autorizado à responsabilização civil e penal por todos os atos praticados, independentemente da
ação coibidora do funcionamento a cargo do Poder Público.
Art. 52 - O processo de pedido de autorização para funcionamento deverá ser arquivado quando o
requerente ou seu procurador legal, cientificado em tempo hábil da existência de exigências
pendentes, não proceder ao seu cumprimento no prazo previsto nesta Deliberação.
Art. 53 - Quando constatado o funcionamento ilegal de um estabelecimento de ensino, seja por
inércia do responsável em buscar a autorização, seja por inobservância do parecer desfavorável
emitido pela Comissão de Vistoria, esta tomará a providência de encaminhar, através de ofício,
cópia do laudo desfavorável ao órgão Municipal responsável pela emissão de alvará de
funcionamento, bem como ao titular da Secretaria Municipal de Educação e ao Conselho Municipal
de Educação.
Parágrafo Único – O Conselho Municipal de Educação providenciará o encaminhamento ao
Ministério Público de cópia do laudo referido no caput deste artigo.
Art. 54 - Alterações que venham a ocorrer na composição, denominação ou endereço da entidade
mantenedora, ou na denominação de fantasia da instituição mantida, devem ser, obrigatoriamente,
comunicadas - de imediato – à Secretaria Municipal de Educação, mediante formação de processo
específico, para fim de registro de alteração dos dados cadastrais da instituição.
Prefeitura Municipal de Resende
Conselho Municipal de Educação
Lei Municipal nº 2.523 de 05 de setembro de 2005
Art. 55 - Aplica-se o disposto no artigo anterior, também, à mudança de endereço de
funcionamento do estabelecimento de ensino, exigindo-se, neste caso, pronunciamento conclusivo
de Comissão especialmente constituída sobre a adequação das novas instalações e finalizando a
tramitação do processo com a publicação de ato de deferimento.
Art. 56 - Uma vez publicado o Ato de Autorização para Funcionamento, compete ao Poder Público,
por meio da ação regular da Supervisão Educacional, verificar o cumprimento do Regimento
Escolar e da Proposta Pedagógica da instituição, a habilitação dos profissionais da educação e a
observância do cumprimento da legislação de ensino, reportando eventuais irregularidades.
Art. 57 - Todo estabelecimento privado de educação infantil fica obrigado a fixar, na parte frontal
dos prédios em que funcionam, placa informativa, da qual constem obrigatoriamente:
I – denominação da instituição;
II – razão social da Entidade Mantenedora;
III – número do ato autorizativo de funcionamento e denominação do órgão concedente.
Parágrafo Único – Na eventualidade de funcionamento iniciado sem o competente ato
autorizativo, amparado pelos Artigos 32 e 38 desta Deliberação, há que constar da placa de
informações o número do processo em andamento.
Art. 58 - Cabe à Supervisão Educacional da Secretaria Municipal de Educação organizar e manter
o cadastro das instituições de Educação Infantil do município de Resende.
Art. 59 – Aplica-se a presente Deliberação, no que couber, às Instituições de Educação Infantil
anteriormente autorizadas pelo Poder Público.
Art. 60 – Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário, em especial as Deliberações do Conselho Municipal de Educação nº 02/2000, nº
01/2007, nº 02/2007 e nº 05/2007.
Aprovada na Sessão Plenária de 26 de novembro de 2010.
Ivelise Cruz da Rocha
PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO