delors - os 4 pilares da educação

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4 pilares da educação

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1JACQUES DELORS foi autor e organizador do relatrio para a UNESCO daComisso nterna!ional so"re Edu!a#o para o s$!ulo %%& intitulado' Edu!a#o&um (esouro a des!o"rir )*++,-& em .ue se e/ploram os Quatro 0ilares da Edu!a#o1 .......Texto para fins didticosDELORS, J. (org) Educao um tesouro a descobrir. So Paulo: Editora Cortez, UNESCO, MEC 1999.Cpia da pg. 89 a 10 do li!ro.C"P#$U%O &OS 'U"$(O P)%"(ES *" E*UC"+,ODado .ue ofere!er2 meios& nun!a antes dispon34eis& para a !ir!ula#oe armazenamento de informa#5es e para a !omuni!a#o& o pr/imo s$!ulosu"meter2 a edu!a#o a uma dura o"riga#o .ue pode pare!er& 6 primeira4ista& .uase!ontraditria1 Aedu!a#ode4etransmitir& defato& deformama!i#a e efi!az& !ada 4ez mais sa"eres e sa"er7fazer e4oluti4os& adaptados6!i4iliza#o !ogniti4a& pois so as "ases das !ompet8n!ias do futuro1Simultaneamente& !ompete7l9e en!ontrar e assinalar as refer8n!ias .ueimpe#am as pessoas de fi!ar su"mersas nas ondas de informa#5es& mais oumenos ef8meras& .ue in4adem os espa#os p:"li!os e pri4ados e as le4em aorientar7se para pro;etos de desen4ol4imento indi4iduais e !oleti4os1 aprender a viver juntos, a fim de parti!ipar e !ooperar !om os outros em todas asati4idades 9umanas> finalmente aprender a ser, 4ia essen!ial .ue integra as tr8spre!edentes1 = !laro .ue estas .uatro 4ias do sa"er !onstituem apenas uma&dado .ue e/istem entre elas m:ltiplos pontos de !ontato& de rela!ionamento ede permuta1 ?as& em regra geral& o ensino formal orienta7se& essen!ialmente& se noe/!lusi4amente& paraoaprender aconhecere& emmenor es!ala& paraoaprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem& a maior parte das4ezes& de !ir!unst@n!ias aleatrias .uando no so tidas& de algum modo&!omo prolongamento natural das duas primeiras1 Ora& a Comisso pensa .ue!ada um dos A.uatro pilares do !on9e!imentoA de4e ser o";eto de aten#oigual por parte do ensino estruturado& a fim de .ue a edu!a#o apare#a !omournae/peri8n!iaglo"al ale4ara!a"oaolongodetodaa4ida& noplano!ogniti4o !omo no pr2ti!o& para o indi43duo en.uanto pessoa e mem"ro daso!iedade1Desdeoin3!iodosseustra"al9os.ueosmem"rosdaComisso!ompreenderam.ueseriaindispens24el& paraenfrentar os desafios dopr/imo s$!ulo& assinalar no4os o";eti4os 6 edu!a#o e& portanto& mudar aideia.uesetemdasuautilidade1 Umano4a!on!ep#oampliadadeedu!a#o de4ia fazer !om.ue todos pudessemdes!o"rir& reanimar efortale!er o seu poten!ial !riati4o 7 re4elar o tesouro es!ondido em !ada umdens1 stosup5e.ueseultrapassea4isopuramenteinstrumental daedu!a#o& !onsiderada !omo a 4ia o"rigatria para o"ter !ertos resultados)sa"er7fazer& a.uisi#o de !apa!idades di4ersas& fins de ordem e!onBmi!a-&e se passe a !onsider27la em toda a sua plenitude' realiza#o da pessoa.ue& na sua totalidade& aprende a ser1-Aprender a conhecer Estetipodeaprendizagem.ue4isanotanto6a.uisi#odeumrepertriodesa"eres!odifi!ados& masantesaodom3niodosprprios&instrumentosdo!on9e!imentopodeser !onsiderado& simultaneamente&!omo um meio e !omo uma finalidade da 4ida 9umana1 ?eio& por.ue sepretende .ue !ada um aprenda a !ompreender o mundo .ue o rodeia& pelomenosnamedidaem.ueissol9e$ne!ess2riopara4i4erdignamente&para desen4ol4er as suas !apa!idades profissionais& para !omuni!ar1Cinalidade& por.ue seu fundamento $o prazer de !ompreender& de!on9e!er& de des!o"rir1 Apesar dos estudos sem1utilidade imediata estaremdesapare!endo& tal a import@n!ia dada atualmente aos sa"eres utilit2rios& atend8n!ia para prolongar a es!olaridade e o tempo li4re de4eria le4ar osadultosaapre!iar& !ada4ez mais& asalegriasdo!on9e!imentoedapes.uisaindi4idual1 Oaumentodossa"eres& .uepermite!ompreendermel9or o am"iente so" os seus di4ersos aspe!tos& fa4ore!e o despertar da!uriosidade intele!tual& estimula o sentido !r3ti!o e permite !ompreender oreal& mediante a a.uisi#o de autonomia na !apa!idade de dis!ernir1 Desteponto de 4ista& 92 .ue se repetir& $ essen!ial .ue !ada !rian#a& este;a ondeesti4er& possa ter a!esso& de forma ade.uada& 6s metodologias !ient3fi!asdemodoatomar7separatodaa4idaAamigada!i8n!iaA1 Emn34el doensino se!und2rio e superior& a forma#o ini!ial de4e forne!er a todos osalunos instrumentos& !on!eitos e refer8n!ias resultantes dos a4an#os das!i8n!ias e dos paradigmas do nosso tempo1 Contudo& !omoo!on9e!imento$m:ltiploee4olui infinitamente&toma7se!ada4ezmaisin:til tentar !on9e!er tudoe& depoisdoensino"2si!o& a interdis!iplinaridade $ umengodo1 Aespe!ializa#o& por$m&mesmo para futuros pes.uisadores& no de4e e/!luir a !ultura geral1 AUmesp3rito 4erdadeiramente formado& 9o;e em dia& tem ne!essidade de uma!ultura geral 4asta e da possi"ilidade de tra"al9ar emprofundidadedeterminado n:mero de assuntos1 De4e7se& do prin!3pio ao fim do ensino&!ulti4ar& simultaneamente& estas duas tend8n!iasA1 A !ultura geral& en.uantoa"erturaaoutraslinguagenseoutros!on9e!imentospermite& antesde&tudo& !omuni!ar7se1 Ce!9ado na sua prpria !i8n!ia& o espe!ialista !orre oris!o de se desinteressar pelo .ue fazem os outros1 Sentir2 difi!uldade em!ooperar& .uais.uer .ue se;amas !ir!unst@n!ias1 0or outro lado& aforma#o !ultural& !imento das so!iedades no tempo e no espa#o& impli!a aa"ertura a outros !ampos do !on9e!imento e& deste modo& podemoperar7sefe!undassinergiasentreasdis!iplinas1 Espe!ialmenteemmat$ria de pes.uisa& determinados a4an#os do !on9e!imentoDa!onte!em nos pontos de interse#oE das di4ersas 2reas dis!iplinares1Aprenderpara!on9e!er sup5e& antestudo& aprenderaaprender&e/er!itandoa aten#o&a memria e o pensamento1 Desdea inf@n!ia&so"retudo nas so!iedades dominadas pela imagem tele4isi4a& o ;o4emde4e aprender a prestar aten#o 6s !oisas e 6s pessoas1 A su!essomuitor2pidadeinforma#5esmidiatizadas& oAzappingA tofre.uente⪯udi!adefatoopro!essodedes!o"erta& .ueimpli!adura#oeaprofundamentodaapreenso1 Estaaprendizagemdaaten#opodere4estir formas di4ersas e tirar partido de 42rias o!asi5es da 4ida );ogos&est2gios em empresas& 4iagens& tra"al9os pr2ti!os de !i8n!ias111-1 0or outro lado& o e/er!3!io da memria $ um ant3doto ne!ess2rio!ontraasu"mersopelasinforma#5esinstant@neasdifundidaspelosmeios de !omuni!a#o so!ial1 Seria perigoso imaginar .ue a memriapode 4ir a tomar7se in:til& de4ido 6 enorme !apa!idade de arma7zenamento e difuso das informa#5es de.uedispomos da.ui emdiante1=pre!isoser& semd:4ida& seleti4onaes!ol9adosdadosaaprender Ade !orA mas& propriamente& a fa!uldade 9umana dememoriza#o asso!iati4a& .ue no $ redut34el a um automatismo& de4eser !ulti4ada!uidadosamente1 (odososespe!ialistas!on!ordamem.ueamemriade4eser treinadadesdeainf@n!ia& e.ue$erradosuprimir da pr2ti!a es!olar !ertos e/er!3!ios tradi!ionais& !onsiderados!omo fastidiosos1 Cinalmente& oe/er!3!io do pensamentoao .ual a !rian#a $ini!iada& em primeiro lugar& pelos pais e depois pelos professores& de4e!omportar a4an#os e re!uos entre o !on!reto e o a"strato1 (am"$m sede4em!om"inar& tantonoensino!omonapes.uisa& doism$todos.apresentados& muitas4ezes& !omoantagBni!os' om$tododeduti4o&por umlado& eoinduti4o& por outro1 Dea!ordo!omasdis!iplinasensinadas& um pode ser mais pertinente do .ue outro& mas na maiorparte das 4ezes o en!adeamento do pensamento ne!essitaF da!om"ina#o dos dois1 Opro!esso de aprendizagemdo !on9e!imento nun!a est2a!a"ado& e pode enri.ue!er7se !om.ual.uer e/peri8n!ia1 Nestesentido& liga7se!ada4ezmais6e/peri8n!iadotra"al9o& 6medida.ueestesetomamenosrotineiro1 Aedu!a#oprim2riapodeser!onsiderada "em7su!edida se !onseguir transmitir 6s pessoas oimpulsoeas"ases.uefa#am!om.ue!ontinuemaaprender aolongo de toda a 4ida& no tra"al9o& mas tam"$m fora dele1 Aprender a fazer Aprender a!on9e!er eaprender afazer so& emlargamedida&indisso!i24eis1 ?asasegundaaprendizagemest2maisestreitamenteligada 6 .uesto da forma#o profissional' !omo ensinar o aluno a pBr empr2ti!a os seus !on9e!imentos e& tam"$m& !omo adaptar a edu!a#o aotra"al9o futuro .uando no se pode pre4er .ual ser2 a sua e4olu#oG = aesta :ltima .uesto .ue a Comisso tentar2 dar resposta maisparti!ularmente1 Con4$mdistinguir& a este propsito& o !aso das e!onomiasindustriais onde domina o tra"al9o assalariado do das outras e!onomiasondedomina& aindaemgrandees!ala& otra"al9oindependenteouinformal1De fato& nas so!iedades assalariadas.ue se desen4ol4eramao longo do s$!uloH %%& a partir do modelo industrial& a su"stitui#o dotra"al9o 9umanopelas m2.uinas tornou!ada4ez mais imaterial ea!entuouo!ar2ter !ogniti4odastarefas& mesmonaind:stria& assim!omoa import@n!iados ser4i#os naati4idadee!onBmi!a1 Ofuturodestas e!onomias depende& ali2s& da sua !apa!idade de transformar oprogresso dos !on9e!imentos emino4a#5es geradoras de no4asempresasedeno4osempregos1 Aprender afazer nopode& pois&!ontinuar a ter o signifi!ado simples de preparar algu$m para uma tarefa/material "em determinada& para faz87a parti!ipar no fa"ri!o de alguma!oisa1 Como!onse.u8n!ia& as aprendizagens de4eme4oluir e nopodemmaisser !onsideradas!omosimplestransmissodepr2ti!asmais ou menos rotineiras& em"oraestas !ontinuemater um4alorformati4o .ue no $ de desprezar1 Da noo de qualificao noo de competncia Na ind:stria espe!ialmente para os operadores e os t$!ni!os& odom3nio do !ogniti4o e do informati4o nos sistemas de produ#o& tomaum pou!o o"soleta a no#o de .ualifi!a#o profissional e le4a a .ue sed8muitaimport@n!ia6!ompet8n!iapessoal1 Oprogressot$!ni!omodifi!a& ine4ita4elmente& as .ualifi!a#5es e/igidas pelos no4ospro!essos de produ#o1 As tarefas puramente f3si!as so su"stitu3daspor tarefas de produ#o mais intele!tuais& mais mentais& !omo o!omando de m2.uinas& a sua manuten#o e 4igil@n!ia& ou por tarefasde !on!ep#o& de estudo& de organiza#o 6 medida .ue m2.uinas setomam& tam"$m& mais AinteligentesA e .ue o tra"al9o seAdesmaterializaA1 Este aumento de e/ig8n!ias em mat$ria de .ualifi!a#o& em todosos n34eis& tem42rias origens1 No .ue diz respeito ao pessoal dee/e!u#o a ;usta posi#o de tra"al9os pres!ritos e par!elados deu lugar6organiza#o emA!oleti4os de tra"al9oA ou Agrupos de pro;etoA& ae/emplo do .ue se faz nas empresas ;aponesas' uma esp$!ie detaIlorismo ao !ontr2rio1 0or outro lado&6indiferen!ia#o entretra"al9adoressu!edeapersonaliza#odastarefas1 Osempregadoressu"stituem& !ada 4ez mais& a e/ig8n!ia de uma .ualifi!a#o ainda muitoligada& a seu 4er& 6 ideia de !ompet8n!ia material& pela e/ig8n!ia de uma!ompet8n!ia .ue se apresenta !omo uma esp$!ie de !o.uetel indi4idual&!om"inando a .ualifi!a#o& em sentido estrito& ad.uirida pela forma#ot$!ni!a e profissional& o !omportamento so!ial& a aptido para o tra"al9oem e.uipe& a !apa!idade de ini!iati4a& o gosto pelo ris!o1 Se;untarmos aestas no4ase/ig8n!ias a"us!adeum!om7promisso pessoal do tra"al9ador& !onsiderado !orno agente de0mudan#a toma7se e4idente .ue as .ualidades muito su";eti4as& inatasouad.uiridas&muitas4ezes denominadas Asa"er7serA pelos dirigentesempresariais& se;untamaosa"er eao sa"er7fazer para !ompor a!ompet8n!ia e/igida 7 o .ue mostra "em a liga#o .ue a edu!a#o de4emanter& !omo ali2s su"lin9ou a Comisso& entre os di4ersos aspe!tosdaaprendizagem1 Qualidades!omoa!apa!idadede!omuni!ar& detra"al9ar !om os outros& de gerir e de resol4er !onflitos& tomam7se !ada4ez mais importantes1 E esta tend8n!ia toma7se ainda mais forte& de4idoao desen4ol4imento do setor de ser4i#os1 A"desmaterializao" do trabalho e a importncia dos servios entre asatividades assalariadasAs !onse.u8n!ias so"re a aprendizagem da Adesmaterializa#oAdas e!onomias a4an#adas so parti!ularmente impressionantes se seo"ser4ar a e4olu#o .uantitati4a e .ualitati4a dos ser4i#os1 Este setor&muito di4ersifi!ado& define7se& so"retudo& pela negati4a& no so nemindustriais nem agr3!olase.ue&apesardasuadi4ersidade&t8m em!omum o fato de no produzirem um "em material1 ?uitos ser4i#os definem7se& so"retudo& emfun#o da rela#ointerpessoa a.uedoorigem1 0odemen!ontrar7see/emplos dissotanto no setor mer!antil.ue prolifera&alimentando7se da !omple/idade!res!entedase!onomias)espe!ialidadesmuito4ariadas& ser4i#osdea!ompan9amento e de a!onsel9amento te!nolgi!o& ser4i#osfinan!eiros& !onta"il3sti!os ou de gesto-& !omo no setor no !omer!ialmaistradi!ional )ser4i#osso!iais& ensino& sa:deet!1-1 Emam"osos!asos& as ati4idades de informa#o e !omuni!a#o so primordiais> d27seprioridade6!oleta e tratamento personalizado de informa#5esespe!3fi!as para determinado pro;eto1 Neste tipo de ser4i#os& a .ualidadedarela#oentreprestador eusu2riodepende& tam"$mmuito& deste:ltimo1 Compreende7se& pois&.ue o tra"al9o em .uesto ;2no possaser feito da mesma maneira .ue .uando se trata de tra"al9ar a terra oudefa"ri!arUmte!ido1A rela#o!omamat$riaeat$!ni!ade4eser8!ompletada Com a aptido para as rela#5es interpessoais1 Odesen4ol4imento dosser4i#os e/ige&pois& !ulti4ar .ualidades 9umanas.ue as forma#5estradi!ionais no transmitem&ne!essariamente e .ue!orrespondem 6 !apa!idade de esta"ele!er rela#5es est24eis e efi!azesentre as pessoas1 Cinalmente& $ pro424el .ue nas organiza#5es ultrate!ni!istas dofuturo os d$fi!its rela!ionais possam !riar gra4es disfun#5es e/igindo.ualifi!a#5esdeno4otipo& !om"asemais!omportamental do.ueintele!tual1 O .ue pode ser uma oportunidade para os no diplomados&ou !om defi!iente prepara#o em n34el superior1 A intui#o& o ;eito& a!apa!idade de ;ulgar& a !apa!idade de manter unida uma e.uipe noso de fato .ualidades& ne!essariamente& reser4adas a pessoas !omaltos estudos1 Corno e onde ensinar estas .ualidades mais ou menosinatasG No se podemdeduzir simplesmente os !onte:dos deforma#o& das !apa!idades ou aptid5es re.ueridas1 O mesmopro"lema p5e7se& tam"$m& .uanto 6 forma#o profissional& nos pa3sesem desen4ol4imento1 O trabalho na economia informal Nase!onomiasemdesen4ol4imento& ondeaati4idadeassa7lariada no $ dominante& a natureza do tra"al9o $ muito diferente1 Emmuitos pa3ses da Jfri!a e em alguns pa3sesda Am$ri!a Latina e daJsia& efeti4amente& s uma pe.uena parte da popula#o tem empregoe re!e"e sal2rio& pois a grande maioria parti!ipa na e!onomiatradi!ional de su"sist8n!ia1 No e/iste& rigorosamente falando&referen!ial deemprego> as!ompet8n!iasso& muitas4ezes& detipotradi!ional1 0or outro lado& a aprendizagem no se destina& apenas& aum s tra"al9o& mas tem !omo o";eti4o mais amplo preparar para urnaparti!ipa#o formal ou informal no desen4ol4imento1 (rata7se&fre.uentemente& mais de uma .ualifi!a#o so!ial do .ue de uma.ualifi!a#o profissional1 Noutros pa3ses em desen4ol4imento e/iste& ao lado da agri!ultura edeumreduzidosetorformal& umsetordee!onomiaao mesmotempo9moderno e informal& por 4ezes "astante din@mi!o& 6 "ase de artesanato&de !om$r!io e de finan#as .ue re4ela a e/ist8n!ia de uma !apa!idadeempreendedora "em adaptada 6s !ondi#5es lo!ais1 Em am"os os !asos& aps numerosas pes.uisas le4adas a !a"o empa3ses emdesen4ol4imento& aper!e"emo7nos .ue en!aramo futuro!omo estando estreitamente ligado 6 a.uisi#o da !ultura !ient3fi!a .uel9esdar2a!esso 6 te!nologiamoderna&semnegligen!iar!omissoas!apa!idades espe!3fi!as de ino4a#o e !ria#o ligadas ao !onte/to lo!al1 E/iste uma .uesto !omumaos pa3ses desen4ol4idos e emdesen4ol4imento' !omoaprender a!omportar7se& efi!azmente& numasitua#o de in!erteza& !omo parti!ipar na !ria#o do futuroG Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros Sem d:4ida& esta aprendizagem representa& 9o;e em dia& um dosmaioresdesafiosdaedu!a#o1 Omundoatual $& muitas4ezes& ummundode4iol8n!ia.ueseop5e6esperan#apostapor algunsnoprogressoda9umanidade1 A9istria9umanasemprefoi !onflituosa&mas92elementosno4os.uea!entuamoperigoe& espe!ialmente> oe/traordin2riopoten!ial deautodestrui#o!riadopela9umanidadenode!orrer do s$!ulo %%1 Aopinio p:"li!a& atra4$s dos meios de!omuni!a#oso!ial& toma7seo"ser4adoraimpotenteeat$ref$mdos.ue!riamoumant8mos!onflitos1 At$agora& aedu!a#onopBdefazer grande !oisa para modifi!ar esta situa#o real1 0oderemos!on!e"er uma edu!a#o !apaz de e4itar os !onflitos& ou de resol487losdemaneirapa!3fi!a& desen4ol4endoo!on9e!imentodosoutros& dassuas !ulturas& da sua espiritualidadeG = de lou4ar a ideia de ensinar a no 4iol8n!ia na es!ola& mesmo .ueapenas !onstitua uminstrumento& entre outros& para lutar !ontra ospre!on!eitos geradores de !onflitos1 Atarefa $2rdua por.ue& muitonaturalmente& os seres 9umanos t8m tend8n!ia a super4alorizar as suas.ualidades e as do grupo a .ue perten!em& e a alimentar pre!on!eitosdesfa4or24eisemrela#oaosoutros1 0oroutrolado&O !limageral de10!on!orr8n!ia .ue !ara!teriza& atualmente& a ati4idade e!onBmi!a nointerior de !ada pa3s e& so"retudo& em n34el interna!ional& tem tend8n!iade dar prioridade ao esp3rito de !ompeti#o e ao su!esso indi4idual1 Defato& esta !ompeti#o resulta& atualmente& numa guerra e!onBmi!aimpla!24el enumatensoentreosmaisfa4ore!idoseospo"res& .uedi4ideasna#5esdomundoee/a!er"aasri4alidades9istri!as1=delamentar .ue a edu!a#o !ontri"ua& por 4ezes& para alimentar este !lima&de4ido a uma m2 interpreta#o da ideia de emula#o1 Que fazer para mel9orar a situa#oG A e/peri8n!ia pro4a .ue& parareduzir o ris!o& no "asta pBr em !ontato e em !omuni!a#o mem"ros degrupos diferentes )atra4$s de es!olas !omuns a 42rias etnias oureligi5es& por e/emplo-1 Se& noseuespa#o!omum& estesdiferentesgrupos;2entramem!ompeti#oouseoseuestatuto$desigual& um!ontato deste g8nero pode& pelo !ontr2rio& agra4ar ainda mais as tens5eslatentes e degenerar em !onflitos1 0elo !ontr2rio& se este !ontato se fizernum !onte/to igualit2rio& e se e/istirem o";eti4os e pro;etos !omuns& ospre!on!eitosea9ostilidadelatentepodemdesapare!er edarlugaraurna !oopera#o mais serena e at$ 6 amizade1 0are!e& pois& .ueaedu!a#ode4eutilizar duas4ias!omple7mentares1 Num primeiro n34el& a des!o"erta progressi4a do outro1 Numsegundo n34el& e ao longo de toda a 4ida& a parti!ipa#o em pro;etos!omuns& .uepare!eser umm$todoefi!azparae4itar ouresol4er!onflitos latentes1 A descoberta do outro A edu!a#o tem por misso& por um lado& transmitir!on9e!imentos so"re a di4ersidade da esp$!ie 9umana e& por outro&le4ar aspessoasatornar !ons!i8n!iadassemel9an#asedainter7depend8n!ia entre todos os seres 9umanos do planeta1 Desde tenraidade a es!ola de4e& pois& apro4eitar todas as o!asi5es para esta duplaaprendizagem1 Algumas dis!iplinas esto mais adaptadas a este fim& emparti!ularageografia9umanaapartirdoensino"2si!oeasl3nguaseliteraturas estrangeiras mais tarde1 110assando 6 des!o"erta do outro& ne!essariamente& pela des!o"erta de simesmo& e por dar 6 !rian#a e ao adoles!ente uma 4iso a;ustada do mundo&aedu!a#o& se;aeladadapelafam3lia& pela!omunidadeoupelaes!ola&de4e& antesdetudo& a;ud27losades!o"rirem7seasi mesmos1 Sentopodero& 4erdadeiramente& se !olo!arem no lugar dos outros e !ompreenderas suas rea#5es1 Desen4ol4er esta atitude de empatia& na es!ola&$ muito :tilparaos!omportamentosso!iaisaolongodetodaa4ida1 Ensinando& pore/emplo& aos;o4ensaadotar aperspe!ti4adeoutrosgrupos$tni!osoureligiosospodem7see4itar in!ompreens5esgeradorasdedioe4iol8n!iaentre os adultos1 Assim& o ensino da 9istria das religi5es ou dos !ostumespode ser4ir de refer8n!ia :til para futuros !omportamentos10or fim& os m$todos de ensino no de4em ir !ontra este re!on9e!imentodooutro1 Osprofessores.ue& pordogmatismo&matama!uriosidadeouoesp3rito !r3ti!o dos seus alunos& em 4ez de desen4ol487los& podem ser maispre;udi!iaisdo.ue:teis1 Es.ue!endo.uefun!ionam!omomodelos& !omestasuaatitudearris!am7seaenfra.ue!er por todaa4idanosalunosa!apa!idadedea"ertura6alteridadeedeenfrentar asine4it24eistens5esentre pessoas& grupos e na#5es1 O !onfronto atra4$s do di2logo e da tro!a deargumentos $ um dos instrumentos indispens24eis 6 edu!a#o do s$!ulo %%1 ender para objetivos comunsQuando se tra"al9a em !on;unto so"re pro;etos moti4adores e fora do9a"itual& as diferen#as e at$ os !onflitos interindi4iduais tendem a reduzir7se&!9egando adesapare!er em alguns !asos1 Umano4a forma de identifi!a#onas!e destes pro;etos .ue fazem!om.ue se ultrapassemas rotinasindi4iduais& .ue 4alorizam a.uilo .ue $ !omum e no as diferen#as1 Kra#as 6pr2ti!a do desporto& por e/emplo& .uantas tens5es entre !lasses so!iais ouna!ionalidades se transformaram& afinal& em solidariedade atra4$s dae/peri8n!iaedoprazer doesfor#o!omumL Enosetor la"oral .uantasrealiza#5es teriam!9egado a "omtermo se os !onfltos 9a"ituais emorganiza#5es 9ierar.uizadas ti4essemsido trans!endidos por umpro;eto!omumL A edu!a#o formal de4e& pois& reser4ar tempo e o!asi5es sufi!ientes em1seusprogramasparaini!iar os;o4ensempro;etosde!oopera#o& logodesde a inf@n!ia& no !ampo das ati4idades desporti4as e !ulturais&e4identemente& mas tam"$m estimulando a sua parti!ipa#o em ati4idadesso!iais' reno4a#o de "airros& a;uda aos mais desfa4ore!idos& a#5es9umanit2rias& ser4i#os de solidariedade entre gera#5es1 As outrasorganiza#5esedu!ati4aseasso!ia#5esde4em& neste!ampo& !ontinuar otra"al9oini!iadopelaes!ola1 0or outrolado& napr2ti!aeleti4adi2ria& aparti!ipa#o de professores e alunos em pro;etos !omuns pode dar origem 6aprendizagemde m$todos de resolu#o de !onflitos e !onstituir umarefer8n!ia para a 4ida futura dos alunos& enri.ue!endo a rela#oprofessorMaluno1 Aprender a serDesde a sua primeira reunio& a Comisso reafirmou& energi!amente&um prin!3pio fundamental' a edu!a#o de4e !ontri"uir para odesen4ol4imento total da pessoa 7 esp3rito e !orpo& intelig8n!ia&sensi"ilidade& sentido est$ti!o& responsa"ilidade pessoal& espiritualidade1(odo o ser 9umano de4e ser preparado& espe!ialmente gra#as 6 edu!a#o.ue re!e"e na ;u4entude& para ela"orar pensamentos autBnomos e !r3ti!ose para formular os seus prprios ;u3zos deM 4alor& de modo a poder de!idir&por si mesmo& !omo agir nas diferentes !ir!unst@n!ias da 4ida1 O relatrio Aprender a ser )*+NO- e/primia& no pre@m"ulo& o temor dadesumaniza#o do mundo rela!ionada !om a e4olu#o t$!ni!a1 A e4olu#odas so!iedades desde ento e& so"retudo& o enorme desen4ol4imento dopodermidi2ti!o4eioa!entuarestetemoretornarmaisleg3timaaindaain;un#o .ue l9e ser4e de fundamento1 = poss34el .ue no s$!ulo %% estesfenBmenos ad.uiramainda mais amplitude1 ?ais do .ue preparar as!rian#as para uma dada so!iedade& o pro"lema ser2& ento& fome!er79es!onstantemente for#as e refer8n!ias intele!tuais .ue l9es permitam!ompreender o mundo .ue as rodeia e !omportarem7se nele !omo atoresrespons24eis e ;ustos1 ?ais do .ue nun!a& a edu!a#o pare!e ter& !omopapel essen!ial& !onferir a todos os seres 9umanos a *i"erdade depensamento& dis!ernimento& sentimentos e imagina#o de .ue ne!essitam1-para desen4ol4er os seus talentos e permane!erem& tanto .uanto poss34el&donos do seu prprio destino1 Este imperati4o no $ apenas de natureza indi4idualista' a e/peri8n!iare!ente mostra .ue o .ue poderia apare!er& somente& !omo uma forma dedefesadoindi43duoperanteumsistemaalienanteoutido!omo9ostil& $tam"$m& por 4ezes& a mel9or oportunidade de progresso para as so!iedades1A di4ersidade das personalidades& a autonomia e o esp3rito de ini!iati4a& at$mesmoogostopelapro4o!a#o& soos suportes da!riati4idadeedaino4a#o1 0ara reduzir a 4iol8n!ia ou lutar !ontra os diferentes fagelos .ueafetam a so!iedade os m$todos in$ditos retirados de e/peri8n!ias no terreno;2 deram pro4a da sua efi!2!ia1 Num mundo em mudan#a& de .ue um dos prin!ipais motores pare!eseraino4a#otantoso!ial !ornoe!onBmi!a& de4eserdadaimport@n!iaespe!ial6 imagina#oe 6 !riati4idade> !laras manifesta#5es da li"erdade9umanaelaspodem4ir aseramea#adasporuma!erta estandardiza#odos !omportamentos indi4iduais1 O s$!ulo %%ne!essita desta di4ersidadedetalentosedepersonalidades& mais aindadepessoas e/!ep!ionais&igualmente essen!iaisem.ual.uer!i4iliza#o1Con4$m&pois&ofere!er6s!rian#aseaos;o4enstodasaso!asi5esposs34eisdedes!o"ertaedee/perimenta#o 7 est$ti!a& art3sti!a& desporti4a& !ient3fi!a& !ultural e so!ial 7&.ue 4en9am!ompletar a apresenta#o atraente da.uilo .ue& nestesdom3nios& foram !apazes de !riar as gera#5es .ue os pre!ederam ou suas!ontempor@neas1 Na es!ola> a arte e a poesia de4eriam o!upar um lugarmais importante do .ue a.uele .ue l9es $ !on!edido& em muitos pa3ses& porumensinotomadomais utilitaristado .ue !ultural1 Apreo!upa#oemdesen4ol4eraimagina#oea!riati4idadede4eria& tam"$m& re4alorizara!ultura orale os !on9e!imentos retirados da e/peri8n!ia da !rian#a ou doadulto1 Assima Comissoadere plenamenteaopostulado dorelatrioAprender a ser: O desen4ol4imento tem por o";eto a realiza#o !ompleta do9omem& em toda a sua ri.ueza e na !omple/idade das suas e/press5es edos seus !ompromissos' indi43duo& mem"rode umafam3lia ede uma!oleti4idade& !idado e produtor& in4entor de t$!ni!as e !riador de son9os1Este desen4ol4imento do ser 9umano& .ue se desenrola desde o1&nas!imentoat amorte& $ umpro!esso dial$ti!o .ue !ome#a pelo!on9e!imentodesi mesmoparasea"rir& emseguida& 6rela#o!omooutro1 Nestesentido& aedu!a#o$&antesdetudo& uma4iageminterior&!u;as etapas !orrespondem 6s da matura#o !ont3nua da personalidade1 Na9iptesedeurnae/peri8n!iaprofissional desu!esso& aedu!a#o!omomeio para uma tal realiza#o$&ao mesmo tempo& um pro!essoindi4idualizado e uma !onstru#o so!ial interati4a1 =es!usadodizer .ueos.uatropilaresdaedu!a#o& a!a"adosdedes!re4er& no se apoiam& e/!lusi4amente& numa fase da 4ida ou num :ni!olugar1 Corno se 4er2 no !ap3tulo seguinte& os tempos e as 2reas daedu!a#o de4em ser repensados& !ompletar7se e interpenetrar7se demaneiraa.ue!adapessoa& aolongodetodaasua4ida& possatirar omel9or partido de um am"iente edu!ati4o em !onstante amplia#o1 Pistas e recomendaes A edu!a#o ao longo de toda a 4ida "aseia7se em .uatro pilares' aprender a!on9e!er& aprender a fazer& aprender a 4i4er ;untos e aprender a ser1 Aprender a conhecer, !om"inando uma !ultura geral& sufi!ientemente4asta& !om a possi"ilidade de tra"al9ar em profundidade um pe.uenon:mero de mat$rias1 O .ue tam"$m signifi!a' aprender a aprender&para"enefi!iar7sedasoportunidadesofere!idaspelaedu!a#oaolongo de toda a 4ida1 Aprender a fazer,a fimde ad.uirir& no somente uma .ualifi!a#oprofissional& mas de uma maneira mais ampla& !ompet8n!ias .ue tomem apessoa apta a enfrentar numerosas situa#5es e a tra"al9ar em e.uipe1 ?astam"$m aprender a fazer& no @m"ito das di4ersas e/peri8n!ias so!iais oude tra"al9o .ue se ofere!em aos ;o4ens e adoles!entes& .uerespontaneamente& fruto do !onte/to lo!al ou na!ional& .uerformalmente& gra#asaodesen4ol4imentodoensinoalternado!omotra"al9o 1 Aprender a viver juntos desen4ol4endo a !ompreenso do outroe a per!ep#o das interdepend8n!ias 7 realizar pro;etos1.!omuns e preparar7se para gerir !onflitos 7 no respeito pelos4alores do pluralismo& da !ompreenso m:tua e da paz1 Aprender a ser,para mel9or desen4ol4er a sua personalidadee estar6 altura de agir !om !ada 4ez maior !apa!idade deautonomia& de dis!ernimento e de responsa"ilidade pessoal10ara isso& no negligen!iar na edu!a#o nen9uma daspoten!ialidades de !ada indi43duo' memria& ra!io!3nio&sentido est$ti!o& !apa!idades f3si!as& aptido para!omuni!ar7se1 Numaalturaem.ueossistemasedu!ati4osformaistendemapri4ilegiar o a!esso ao !on9e!imento& em detrimento de outras formas deaprendizagem& importa !on!e"er a edu!a#o !orno umtodo1 Estaperspe!ti4a de4e& no futuro& inspirar e orientar as reformas edu!ati4as&tanto em n34el da ela"ora#o de programas !orno da defini#o de no4aspol3ti!as pedaggi!as1 )111--oOo-Arteterapia - 2015Mdulo didtica do ensino superiorProfa Ms !"dia !aca#aemail$ lidialaca#a%&mailcom