departamento de ciÊncias biolÓgicas programa de pÓs ...€¦ · a chapada diamantina (bahia) e...
TRANSCRIPT
FERNANDA AFONSO SANTANA
A FAMÍLIA ASTERACEAE NA SERRA GERAL DE
LICÍNIO DE ALMEIDA, BAHIA, BRASIL.
FEIRA DE SANTANA - BAHIA
2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
A FAMÍLIA ASTERACEAE NA SERRA GERAL DE
LICÍNIO DE ALMEIDA, BAHIA, BRASIL.
FERNANDA AFONSO SANTANA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Botânica da
Universidade Estadual de Feira de Santana
como parte dos requisitos para a obtenção
do título de Mestre em Botânica.
ORIENTADORA: PROFA. DRA. NÁDIA ROQUE (UFBA)
FEIRA DE SANTANA - BA
2013
Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado – UEFS
Santana, Fernanda Afonso
S223f A família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil / Fernanda Afonso Santana.- Feira de Santana, Bahia, 2013. 143f. :il. Orientadora: Nádia Roque
Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2013. 1. Compositae.2. Florística. 3. Cadeia do Espinhaço. 4. Asteraceae. I. Roque, Nádia. II. Universidade Estadual de Feira de Santana. III. Departamento de Ciências Biológicas. IV. Título.
CDU: 582.998
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. André Márcio Araújo Amorim
Universidade Estadual de Santa Cruz
Profa. Dra.Hortensia Pousada Bautista
Universidade do Estado da Bahia
Profa. Dra. Nádia Roque
Orientadora e Presidente da Banca
Universidade Federal da Bahia
Feira de Santana – BA
2013
Com muito amor, aos meus pais, que não medem esforços
para me ajudar a conquistar os meus sonhos.
“Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só...
mas sonho que se sonha junto é realidade.”
Raul Seixas
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo, a Deus por ter me dado coragem para iniciar, força para prosseguir e
determinação para concluir este trabalho;
Ao Programa de Pós-graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de
Santana, pela oportunidade de estudar nesta instituição de excelência em ensino;
À CAPES pela bolsa concedida durante o mestrado;
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Botânica da Universidade Estadual
de Feira de Santana, pelos ensinamentos de imensurável significância na minha formação
como Botânica;
Aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Botânica da Universidade
Estadual de Feira de Santana, especialmente à Adriana e Gardênia, pela pronta disposição em
ajudar sempre que lhes foi solicitado;
À Universidade Estadual de Feira de Santana, em especial ao setor de transportes, pela
disponibilização de transporte em todas as viagens de coleta;
Aos curadores e funcionários do HUEFS, BHCB, CEPEC, HRB, HUNEB DCH/VI,
JBRJ, SPF, SP e MBM pela prestatividade e atenção durante o período que visitei tais
herbários;
À Prof.ª Maria Lenise Guedes, curadora do Herbário ALCB, por ter me iniciado neste
fascinante mundo da Botânica e por ter disponibilizado o espaço do Herbário para estudos
necessários durante todo o processo deste trabalho;
Ao Laborátório FLORA da UFBA pela disponibilização de espaço para o
desenvolvimento deste trabalho;
Aos projetos REFLORA (CNPq 563541/2010-5) e PRONEM (PNE 1642/2011) pela
ajuda de custo nas viagens de campo;
À FAPESB pelo financiamento da impressão desta dissertação;
Ao setor INFORMS da CONDER pela disponibilização do mapa oficial do município
de Licínio de Almeida;
À Prefeitura do Município de Licínio de Almeida por toda a atenção e auxílio
prestados durante o desenvolvimento deste trabalho;
À Prof.ª Nádia Roque, uma pessoa de qualidades incríveis, que acreditou na
potencialidade da área de estudo, confiou em mim como profissional e me deu total apoio e
atenção durante todo o tempo necessário para a conclusão deste trabalho, o que aprendi ficará
guardado para sempre;
Aos meus pais, Sr. Geraldo Afonso e Sra. Maria José e aos meus irmãos, Renata e
Plínio por todo o apoio e amor, vocês são o meu alicerce, amo muito vocês;
À Guto, o meu noivo, o meu amor, pelo companheirismo de sempre e paciência neste
período tão importante;
Aos meus tios Aloísio e Zequinha, pelo apoio e atençãoem minha passagem por São
Paulo na ocasião de visita aos herbários, o meu carinho e a minha gratidão a vocês são
inestimáveis;
Aos meus amigos, que sempre torceram por mim, Helma, Jane, Cris, Lívia, Kelly,
Carlene, Mariana e Claudia, pelas palavras e sorrisos sempre oportunos, mesmo à distância;
Às sinanterólogas do Laboratório FLORA, da Universidade Federal da Bahia, Maria
Alves, Helen Ayumi, Aline Quaresma e Lúcia Moura, que sempre estiverem a postos para me
auxiliar na identificação das espécies e me mostraram com entusiasmo contagiante, o quanto a
família Asteraceae é linda, vocês são peças preciosas neste trabalho;
Aos meus colegas do laboratório FLORA, Fernanda Hurbath, Aline Stadnik, Rodrigo
Lopes e Gustavo Ramos, pela companhia e auxílio nas viagens de coleta e preciosa amizade;
À Natanael Nascimento, por todo o cuidado e capricho na ilustração das espécies
apresentadas neste trabalho.
Para efeito do Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas, esta
dissertação não constitui publicação efetiva para o nome da espécie aqui proposta. Este
nome será validado somente a patir da publicação do manuscrito aqui apresentado.
SUMÁRIO
Agradecimentos
Introdução Geral ...................................................................................................................... 1
Referências bibliográficas ....................................................................................................... 4
Capítulo 1: A família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil
................................................................................................................ .................................
6
Capítulo 2: A new species to a monotypic brazilian genus: Anteremanthus (Asteraceae:
Vernonieae) .........................................................................................................................
78
Considerações finais .............................................................................................................. 89
Resumo .................................................................................................................................. 90
Abstract .................................................................................................................................. 91
Apêndices ............................................................................................................................. . 92
Anexos
1
INTRODUÇÃO GERAL
A Cadeia do Espinhaço compreende um grupo de serras entre os limites 10º a 20°35‘S
e 40º10‘ a 44º30‘W, formada por soerguimentos intermitentes a partir do Paleozóico e
constitui o divisor de águas entre a Bacia do Rio São Francisco e o Oceano Atlântico, indo de
Ouro Preto (MG) até a Serra de Jacobina (BA), onde recebe a denominação de Chapada
Diamantina e atingindo cerca de 1100 km de extensão latitudinal (Giulietti et al. 1997). A
Cadeia estende-se entre 50 e 100 km longitudinalmente, as altitudes variam entre 700 e 2000m
e é composta na sua maior parte por arenitos do Pré-Cambriano e rochas metamórficas, das
quais derivam solos muito pobres em nutrientes e extremamente ácidos (Harley 1995).
A Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) está localizada em um trecho central da
Cadeia do Espinhaço e ocupa uma faixa longa e estreita a oeste do município de Licínio de
Almeida, região sudoeste da Bahia, entre as coordenadas 14º25‘–14º50‘S e 42º35‘–42º30‘W,
apresentando área aproximada de 24.000 ha (Figura 1) e altitudes que variam de 700 a 1230
m. O clima é semiárido com temperatura média anual de 21°C e pluviosidade anual variando
entre 500 a 1000 mm. A região faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio de Contas e apresenta
diversas nascentes de rios, dentre elas, a do Rio do Antônio (Rio do Salto), um rio perene que
se destaca pela importância regional (Bahia 2007).
A SGLA atua como área de conectividade entre a Serra do Espinhaço (Minas Gerais) e
a Chapada Diamantina (Bahia) e encontra-se inserida em área prioritária para a conservação
da Cadeia do Espinhaço (Silva et al. 2008; Zappi 2008). A fitofisionomia predominante é a de
Savana Arborizada sensu IBGE (2012), caracterizada por arbustos a árvores de até 5 m de
altura, ervas cespitosas e pequenas palmeiras e marcada por espécies como o Caryocar
brasiliense (Caryocaraceae), Bowdichia virgilioides (Fabaceae) e Kielmeyera coriacea
(Kallophylaceae) (Figura 2A).
A fitofisionomia Savana Estépica sensu IBGE (2012) é encontrada na SGLA em
localidades cujas altitudes variam entre 700 a 800 m. É caracterizada por espécies que
geralmente apresentam caracteres xeromórficos, como acúleos, microfilia, deciduidade e
folhas e caules suculentos e marcada por dois períodos sazonais, o de seca longo (abril, maio,
junho, julho, agosto, setembro, podendo durar até outubro), que pode apresentar chuvas
2
intermitentes e o curto chuvoso (novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março), podendo
chegar a atingir chuvas torrenciais (Figura 2B).
Na Serra Geral de Licínio de Almeida os Campos Rupestres ocorrem entre 900 a 1200
m (Figura 2D), apresentando então menor altitude quando comparadas a outras regiões da
Cadeia do Espinhaço. Os Campos Rupestres ocorrem disjuntamente ao longo da Cadeia do
Espinhaço a partir de 900 m de altitude, chegando a atingir 2000 m. São caracterizados por
espécies herbáceo-arbustivas associadas ao substrato quartzito-arenítico, que sofreram
adaptações às rígidas variáveis ambientais, como solos rasos e ácidos, ventos fortes e
insolação, tornando este ambiente um centro de concentração de endemismos (Conceição&
Pirani 2005; Rapini 2008).
Ao longo da SGLA ocorrem afloramentos rochosos com teor substancial de ferro e
outros minérios associados, como o manganês e a sílica, em sua composição (DNPM 2009).
Sobre este substrato rico em compostos ferruginosos, o qual recebe o nome de Canga,
desenvolve-se uma vegetação composta por espécies metalófilas, que apresenta alta taxa de
endemismos e grande risco de extinção, uma vez que se localizam sobre potenciais jazidas
minerais (Jacobi & Carmo 2008). Em estudos relativos à composição florística e
fitossociologia de vegetação de Canga no estado de Minas Gerais, a família Asteraceae foi a
que apresentou maior riqueza de espécie (Jacobi et al. 2007; Jacobi et al. 2008; Jacobi &
Carmo 2008). Na Serra Geral de Licínio de Almeida, destaca-se a área de canga presente na
região do Garimpo das Ametistas, local de extração do minério ametista, onde foram
identificadas duas espécies inéditas de Asteraceae (Figura 2C).
As florestas da Cadeia do Espinhaço apresentam ampla variação no que diz respeito à
sua composição e estrutura, podendo, por exemplo, variar de perenifólia em floresta ripária a
semidecidual em encostas, sendo consideradas, juntamente com outras florestas montanas
neotropicais, como um dos ambientes menos estudados e mais ameaçados do planeta (Gentry
1993, Kamino et al. 2008). Na SGLA, este tipo vegetacional é representado por matas de
galeria que ocorrem em altitudes entre 900-1200m, sendo, portanto, classificadas como
Floresta Baixo Montana sensu Oliveira-Filho et al. (2006) (Figura 2E-F).
Considerando que os estudos relacionados à flora da família Asteraceae no estado da
Bahia estejam associados basicamente aos municípios da Chapada Diamantina (Harley &
Simmons 1986, Hind 1995), além de um checklist para o Nordeste (Hind & Miranda 2008),
3
bem como a ausência de estudos sobre a biodiversidade da Serra Geral de Licínio de Almeida,
torna-se relevante a proposição de inventários que possam responder positivamente
aoaumento do conhecimento da flora desta localidade. Sendo assim, o presente trabalho tem
como objetivo o levantamento florístico da família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de
Almeida, Bahia.
A presente dissertação é dividida em dois capítulos. O capítulo 1 é intitulado ―A
família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil‖ e o capítulo 2 ―A new
species to a monotypic brazilian genus Anteremanthus (Asteraceae: Vernonieae)‖.
4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA. 2007. Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da Serra Geral. Secretaria de
Desenvolvimento e Ação Regional. 316 p.
CONCEIÇÃO, A.A. & J.R. PIRANI. 2005. Delimitação de hábitats em campos rupestres na
Chapada Diamantina, Bahia: Substrato, composição florística e aspectos estruturais.
Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 23: 85--111.
DNPM. 2009. Mineração no semi-árido brasileiro. Ministério de Minas e Energia,
Departamentro Nacional de Produção Mineral.200 p.
GENTRY, A.H. 1993. Patterns of diversity and floristic composition in neotropical montane
forests. Pp. 103-126. In: Churchill, S.P.; Balslev, H; Forero, E. & Luteyn, J.L. (eds.).
Biodiversity and conservation of neotropical montane forests. The New York Botanical
Garden Press.
GIULIETTI, A.M.; PIRANI, J.R, & HARLEY, R.M. 1997. Espinhaço Range region. In: S.
Davis, V.H. Heywood, O. Herrera MacBryde, J. Villa-Lobos, & A.C. Hamilton (eds).
Centers of plant diversity: a guide & strategy for their conservation. Cambridge University
Press, 3: 397- 404.
HARLEY, R.M. & SIMMONS, N.A. 1986. Florula de Mucugê, Chapada Diamantina,
Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew. Pp. 34-49.
HARLEY, R.M. 1995. Introduction. In: B.L. Stannard (ed.). Flora of the Pico das Almas,
Chapada Diamantina, Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. Pp. 1-40.
HIND, D.J.N. 1995. Compositae. In: B.L. Stannard (ed.). Flora of Pico das Almas - Chapada
Diamantina, Bahia, Brazil. Kew: Royal Botanic Gardens. Pp. 175--278.
HIND, D.J.N. & MIRANDA, E.B. 2008. Lista Preliminar da família Compositae na Região
Nordeste do Brasil.Royal Botanic Gardens, Kew. Pp. 8--84.
IBGE. 2012. Manual técnico da vegetação brasileira. 2ª edição revista e ampliada. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br. Acessado em: 01 dez. 2012.
JACOBI, C.M.; CARMO, F.F. DO; VINCENT, R.C.; STEHMAN, J.R. 2007. Plant
communities on ironstoneoutcrops: a diverse and endangered ecosystem. Biodiversity
and Conservation, 16:2185-2200.
5
JACOBI, C.M. & CARMO, F.F DO. 2008. Diversidade dos campos rupestres ferruginosos
no Quadrilátero Ferrífero, MG. Megadiversidade, 4: 24- 32.
JACOBI, C.M.; CARMO, F.F. DO & VINCENTE, R. DE C. 2008. Estudo
fitossociológico de uma comunidade vegetal sobre canga como subsídio para a
reabilitação de áreas mineradas no quadrilátero ferrífero, MG. Revista Árvore, 32: 345-
353.
KAMINO, L.H.Y; OLIVEIRA-FILHO, A.T. DE; STEHMAN, J.R. 2008. Relações
florísticas entre as florestas da Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, 4: 39-49.
OLIVEIRA-FILHO, A.T., JARENKOW, J.A. & M.J.N. RODAL. 2006. Floristic
Relationships of Seasonally Dry Forests of Eastern South America based on Tree
Species Distribution Patterns. in: Pennington, R. T.; Lewis, G.P. &Ratter, J.A. (org.).
Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests: Plant Diversity, Biogeography, and
Conservation. Systematics Association Special volume no. 69. CRC Preess, Boca Raton.
RAPINI, A., RIBEIRO, P.L., LAMBERT, S. & PIRANI, J.R. 2008. A flora dos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade, 4: 19--21.
SILVA, J.A., R.B. MACHADO, AA. AZEVEDO, G.M. DRUMOND, R.L. FONSECA,
M.F. GOULART, E.A. MORAES JÚNIOR, C.S. MARTINS, M.B. RAMOS NETO.
2008. Identificação de áreas insubstituíveis para conservação da Cadeia do Espinhaço,
estados de Minas Gerais e Bahia, Brasil. Megadiversidade, 4(1-2): 272--309.
ZAPPI, D.C. 2008. Fitofisionomia da Caatinga associada à Cadeia do Espinhaço.
Megadiversidade, 4: 34--38.
6
CAPÍTULO 1
A FAMÍLIA ASTERACEAE NA SERRA GERAL DE LICÍNIO DE ALMEIDA, BAHIA, BRASIL
FERNANDA A. SANTANA¹ & NÁDIA ROQUE¹‘²
1Programa de Pós-Graduação em Botânica, Depto. de Ciências Biológicas, Universidade
Estadual de Feira de Santana, Km 03, BR 116, 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brasil.
2Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Campus Universitário de Ondina,
40170-110 Salvador, Bahia, Brasil.
ASTERACEAE DE LICÍNIO DE ALMEIDA, BAHIA, BRASIL.
Capítulo a ser submetido à Revista Sitientibus série Ciências Biológicas
7
Resumo - (A família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil)
A Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) está localizada na porção central da Cadeia do
Espinhaço, região carente em pesquisas botânicas. Neste trabalho é apresentado um
levantamento florístico da flora de Asteraceae para a SGLA. As coletas foram realizadas
através de seis viagens bimestrais (2011-2012) ao campo e o material coletado encontra-se
inserido no Herbário HUEFS. Os resultados são apresentados através do checklist das
espécies, chaves de tribos e de espécies, seguido de comentários diagnósticos, aspectos da
fenologia reprodutiva e distribuição geográfica de cada táxon. Foram encontrados 12 tribos,
38 gêneros e 82 espécies. Destas, 13 são novas ocorrências para o estado da Bahia (Aldama
oblongifolia, Aldama bracteata, Aspilia eglerii, Aspilia floribunda, Dasyphyllum vagans,
Eremanthus polycephalus, Gochnatia discolor, Lychnophora ramosissima, Lepidaploa
barbata, Lessingianthus laevigatus, Lessingianthus psilophyllus, Mikania obtusata e
Proteopsis argentea) e duas são espécies novas para a ciência (Lychnophora sp. 1 e
Anteremanthus sp. nov.). A tribo mais representativa foi Vernonieae (36 spp.), seguida de
Eupatorieae (17 spp.) e Heliantheae (oito spp.). O gênero com maior número de espécies foi
Lessingianthus (oito spp.), seguido de Lepidaploa, Vernonanthura e Gochnatia, com cinco
espécies cada. Como parte dos dados é incluído o mapa da área de estudo e as respectivas
localidades de coleta, além das ilustrações inéditas de Agrianthus myrtoides, Aspilia
floribunda, Anteremanthus sp. nov., Chresta harleyi, Gochnatia densicephala, Lychnophora
sp. 1. e Stomatanthes polycephalus.
Palavras-chave adicionais: Compositae, florística, Cadeia do Espinhaço.
8
Abstract - (The Asteraceae family in Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brazil)
Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) is located in the central portion of the Espinhaço
range, a region with no floristic studies. This paper presents the inventory of Asteraceae for
the SGLA. Samples were collected in six bimonthly field trips (2011-2012) and the collected
materials are inserted at HUEFS Herbarium. The results are presented in the checklist of the
species, keys to tribes and species, followed by comments, aspects of reproductive phenology
and geographical distribution of each species. Eighty-three species and 38 genera were found,
represented in 12 tribes of Asteraceae. Of these, 13 are new records for Bahia state (Aldama
oblongifolia, Aldama bracteata, Aspilia eglerii, Aspilia floribunda, Dasyphyllum vagans,
Eremanthus polycephalus, Gochnatia discolor, Lychnophora ramosissima, Lepidaploa
barbata, Lessingianthus laevigatus, Lessingianthus psilophyllus, Mikania obtusata e
Proteopsis argentea) and two are new species to science (Lychnophora sp. 1 and
Anteremanthus sp. nov.). The most representative tribe was Vernonieae (36 spp.), followed by
Eupatorieae (17 spp.) and Heliantheae (8 spp.). The genera with the largest number of species
were Lessingianthus (eight spp.), followed by Lepidaploa, Vernonanthura and Gochnatia,
with five species each. A map of the study area with the respective collection sites and
unpublished illustrations of Agrianthus myrtoides, Aspilia floribunda, Anteremanthus sp. nov.,
Chresta harleyi, Gochnatia densicephala, Lychnophora sp. 1 and Stomatanthes polycephalus
are included as part of the results.
Additional keywords: Compositae, floristic, Cadeia do Espinhaço.
9
INTRODUÇÃO
A Cadeia do Espinhaço compreende um grupo de serras entre os limites 10º a 20°35‘S
e 40º10‘ a 44º30‘W, formada por soerguimentos intermitentes a partir do Paleozóico e
constitui o divisor de águas entre a Bacia do Rio São Francisco e o Oceano Atlântico, indo de
Ouro Preto (MG) até a Serra de Jacobina (BA), onde recebe a denominação de Chapada
Diamantina e atingindo cerca de 1100 km de extensão latitudinal (Giulietti et al. 1997). A
Cadeia estende-se entre 50 e 100 km longitudinalmente, as altitudes variam entre 700 e 2000m
e é composta na sua maior parte por arenitos do Pré-Cambriano e rochas metamórficas, das
quais derivam solos muito pobres em nutrientes e extremamente ácidos (Harley 1995).
A Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) está localizada em um trecho central da
Cadeia do Espinhaço e ocupa uma faixa longa e estreita a oeste do município de Licínio de
Almeida, região sudoeste da Bahia, entre as coordenadas 14º25‘–14º50‘S e 42º35‘–42º30‘W,
apresentando área aproximada de 24.000 ha (Figura 1) e altitudes que variam de 700 a 1230
m. O clima é semiárido com temperatura média anual de 21°C e pluviosidade anual variando
entre 500 a 1000 mm. A região faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio de Contas e apresenta
diversas nascentes de rios, dentre elas, a do Rio do Antônio (Rio do Salto), um rio perene que
se destaca pela importância regional (Bahia 2007).
A SGLA atua como área de conectividade entre a Serra do Espinhaço (Minas Gerais) e
a Chapada Diamantina (Bahia) e encontra-se inserida em área prioritária para a conservação
da Cadeia do Espinhaço (Silva et al. 2008; Zappi 2008). A fitofisionomia predominante é a de
Savana Arborizada sensu IBGE (2012), caracterizada por arbustos a árvores de até 5 m de
altura, ervas cespitosas e pequenas palmeiras e marcada por espécies como o Caryocar
brasiliense (Caryocaraceae), Bowdichia virgilioides (Fabaceae) e Kielmeyera coriacea
(Kallophylaceae) (Figura 2A).
A fitofisionomia Savana Estépica sensu IBGE (2012) é encontrada na SGLA em
localidades cujas altitudes variam entre 700 a 800 m. É caracterizada por espécies que
geralmente apresentam caracteres xeromórficos, como acúleos, microfilia, deciduidade e
folhas e caules suculentos e marcada por dois períodos sazonais, o de seca longo (abril, maio,
junho, julho, agosto, setembro, podendo durar até outubro), que pode apresentar chuvas
10
intermitentes e o curto chuvoso (novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março), podendo
chegar a atingir chuvas torrenciais (Figura 2B).
Na Serra Geral de Licínio de Almeida os Campos Rupestres ocorrem entre 900 a 1200
m (Figura 2D), apresentando então menor altitude quando comparadas a outras regiões da
Cadeia do Espinhaço. Os Campos Rupestres ocorrem disjuntamente ao longo da Cadeia do
Espinhaço a partir de 900 m de altitude, chegando a atingir 2000 m. São caracterizados por
espécies herbáceo-arbustivas associadas ao substrato quartzito-arenítico, que sofreram
adaptações às rígidas variáveis ambientais, como solos rasos e ácidos, ventos fortes e
insolação, tornando este ambiente um centro de concentração de endemismos (Conceição &
Pirani 2005; Rapini 2008).
Ao longo da SGLA ocorrem afloramentos rochosos com teor substancial de ferro e
outros minérios associados, como o manganês e a sílica, em sua composição (DNPM 2009).
Sobre este substrato rico em compostos ferruginosos, o qual recebe o nome de Canga,
desenvolve-se uma vegetação composta por espécies metalófilas, que apresenta alta taxa de
endemismos e grande risco de extinção, uma vez que se localizam sobre potenciais jazidas
minerais (Jacobi & Carmo 2008). Em estudos relativos à composição florística e
fitossociologia de vegetação de Canga no estado de Minas Gerais, a família Asteraceae foi a
que apresentou maior riqueza de espécie (Jacobi et al. 2007; Jacobi et al. 2008; Jacobi &
Carmo 2008). Na Serra Geral de Licínio de Almeida, destaca-se a área de canga presente na
região do Garimpo das Ametistas, local de extração do minério ametista, onde foram
identificadas duas espécies inéditas de Asteraceae (Figura 2C).
As florestas da Cadeia do Espinhaço apresentam ampla variação no que diz respeito à
sua composição e estrutura, podendo, por exemplo, variar de perenifólia em floresta ripária a
semidecidual em encostas, sendo consideradas, juntamente com outras florestas montanas
neotropicais, como um dos ambientes menos estudados e mais ameaçados do planeta (Gentry
1993, Kamino et al. 2008). Na SGLA, este tipo vegetacional é representado por matas de
galeria que ocorrem em altitudes entre 900 - 1200m, sendo, portanto, classificadas como
Floresta Baixo Montana sensu Oliveira-Filho et al. (2005) (Figura 2E-F).
Asteraceae é a maior família das angiospermas compreendendo 1600-1700 gêneros e
ca. 24.000 espécies, podendo alcançar até 30.000 espécies. Apresenta distribuição
cosmopolita, com exceção da Antártica, porém com representação mais ampla nas regiões
11
temperadas e semiáridas dos trópicos e subtrópicos (Funk et al. 2009). Recentemente, Funk et
al. (2009), a partir da análise filogenética utilizando diversos marcadores moleculares,
reconheceram para a família 12 subfamílias e 43 tribos. No Brasil, ocorrem 27 tribos, 275
gêneros e 2.043 espécies (Nakajima et al. 2012).
As espécies são geralmente terrestres, raramente epífitas ou aquáticas. Apresentam
hábito herbáceo, subarbustivo, arbustivo, raramente arbóreo ou lianescente. Suas folhas são
simples, raro compostas, em roseta, alternas ou opostas, sem estípulas. A inflorescência
ocorre em capítulo com desenvolvimento centrípeto, circundado por brácteas involucrais.
Suas flores apresentam corola tubular, actinomorfas a zigomorfas; os cinco estames são
adnatos à corola e as anteras são sinânteras, caudadas ou ecaudadas, calcaradas ou
ecalcaradas, com exposição secundária do grão de pólen; os estiletes são bífidos e apresentam
ramos de ápice cônico ou truncado, glabros ou com tricomas ou papilas; o ovário é ínfero,
bicarpelar e se desenvolve em uma cipsela geralmente com pápus (Bremer 1994; Funk et al.
2009).
Considerando que os estudos relacionados à flora da família Asteraceae no estado da
Bahia estejam associados basicamente aos municípios da Chapada Diamantina (Harley &
Simmons 1986, Hind 1995), além de um checklist para o Nordeste (Hind & Miranda 2008),
bem como a ausência de estudos sobre a biodiversidade da Serra Geral de Licínio de Almeida,
a qual se encontra inserida em área prioritária para a conservação da Cadeia do Espinhaço
(Silva et al. 2008; Zappi 2008), torna-se relevante a proposição de inventários que possam
responder positivamente ao aumento do conhecimento da flora desta localidade. Sendo assim,
o presente trabalho tem como objetivo o levantamento florístico da família Asteraceae na
Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizadas seis viagens de coleta no período de um ano, nos meses de julho,
setembro, dezembro de 2011 e fevereiro, maio e julho de 2012. Os materiais coletados foram
herborizados e depositados no herbário HUEFS e com duplicatas enviadas ao ALCB.
Também foram realizadas visitas às principais coleções de referência para o estado e para a
12
Cadeia do Espinhaço, entre eles, os Herbários ALCB, BHCB, CEPEC, HUEFS, HUNEB
DCH/VI, HRB, MBM, RB, SP e SPF (acrônimos conforme Thiers 2012).
O tratamento taxonômico é composto pelas chaves de tribo e de espécies, seguidas de
comentários diagnósticos, dados da fenologia reprodutiva e da distribuição geográfica e lista
de material examinado. Para a identificação das espécies foi consultada a bibliografia
especializada (revisões, monografias e teses), além do acervo de referência da orientadora. Os
comentários diagnósticos referentes à morfologia das estruturas reprodutivas e vegetativas
foram elaborados conforme Radford et al. (1974) e Roque & Bautista (2008).
A apresentação das tribos está em ordem evolutiva de acordo com Funk et al. (2009)
começando da tribo mais basal, Barnadesieae e finalizando com a tribo Eupatorieae. Dentro de
cada tribo, os gêneros e suas respectivas espécies estão apresentados em ordem alfabética.
Para cada espécie é apresentada, em um único parágrafo, a caracterização morfológica
diagnóstica em relação às demais espécies na SGLA, dados da fenologia reprodutiva e da
distribuição geográfica. Gêneros monoespecíficos ou com uma única espécie representada na
SGLA são apresentados concomitantes com a espécie. Foi elaborada uma tabela com a relação
das espécies encontradas na SGLA, seguidas da fitofisionomia de ocorrência e período
reprodutivo de acordo com a sazonalidade. Para as pranchas esquemáticas, priorizou-se a
escolha de espécies que não apresentam desenhos esquemáticos publicados.
A distribuição geográfica e os domínios fitogeográficos dos táxons para o Brasil
podem ser consultados no sítio http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/ (Nakajima et al. 2012). O
diagnóstico de prováveis endemismos e as informações sobre a distribuição geográfica
dasespécies foram obtidos através de estudos de materiais de herbário e análise comparativa
entre os levantamentos florísticos realizados na Cadeia do Espinhaço.
Para a confecção do mapa de localização da área de estudo foi utilizado o software
ArcGIS 9.3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a SGLA, foram encontradas 12 tribos, 38 gêneros e 82 espécies de Asteraceae
(Tabela 1). Destas, 13 são apresentadas como novas ocorrências para o estado da Bahia,
dentre as quais, cinco eram até então consideradas endêmicas do estado de Minas Gerais
13
(Aspilia eglerii, Eremanthus polycephalus, Gochnatia discolor, Lychnophora ramosissima e
Proteopsis argentea) e as demais basicamente representavam distribuição centrada no sudeste
e centro-oeste do país (Aspilia floribunda, Aldama oblongifolia, Aldama bracteata,
Dasyphyllum vagans, Lepidaploa barbata, Lessingianthus laevigatus, Lessingianthus
psilophyllus, Mikania obtusata).
Foram encontradas duas espécies novas, Lychnophora sp. 1 e Anteremanthus sp. nov.,
associadas exclusivamente à Vegetação de Canga. Estudos florísticos realizados neste tipo de
vegetação indicam a família Asteraceae como a que apresenta maior riqueza de espécies
(Jacobi & Carmo 2008). No entanto, Carmo et al. (2012), reconhecem que há grande
dissimilaridade entre as vegetações de áreas de Canga, que por sua vez é marcada por alta taxa
de endemismo e espécies em risco de extinção. Anteremanthus, até então reconhecido como
um gênero monotípico, representado pela espécie A.hatschbachii H.Rob., é considerado raro e
vulnerável por apresentar distribuição conhecida apenas para Grão Mogol e região (Giullietti
et al. 2009). Anteremanthus sp. nov. até então só foi coletada em Vegetação de Canga do
Garimpo das Ametistas e de área adjacente, o Garimpo dos Areiões.
A tribo mais representativa foi Vernonieae (36 spp.), seguida de Eupatorieae (17 spp.)
e Heliantheae (oito spp.). Em levantamentos florísticos para a família na Cadeia do
Espinhaço, as duas primeiras tribos alternam o primeiro lugar em número de espécies, sendo
que Vernonieae apresenta maior riqueza na Serra do Cipó e Serra do Cabral e Eupatorieae
ocupa a primeira colocação no Parque Estadual de Ibitipoca, Grão Mogol, Pico das Almas,
Catolés e Itacolomi (Giulietti et al. 1987; Hind et al. 1995; Pirani et al. 2003; Zappi et al.
2003; Hatschbach et al. 2006; Almeida 2008; Borges et al. 2010).
O gênero com maior número de espécies foi Lessingianthus (oito spp.), seguido de
Lepidaploa, Vernonanthura e Gochnatia, com cinco espécies cada. Curiosamente, estes
gêneros têm grande representatividade em fitofisionomias associadas ao bioma Cerrado
(Mendonça et al. 1998).
A fitofisionomia que apresentou maior número de espécies foi a de Savana Arborizada
(64 spp.), sendo que algumas das espécies com registro para este tipo vegetacional também
foram coletadas na Savana Estépica (10 spp.) e no Campo Rupestre (12 spp.). A que
apresentou menor número de espécies foi a Vegetação de Canga (sete spp.), sendo que duas
14
destas espécies ocorrem somente nesta fitofisionomia (Anteremanthus sp.nov. e
Gymnanthemun amygdalinum) (Tabela 1).
Em relação ao período reprodutivo, 68 espécies apresentaram floração no período
sazonal da seca (Tabela 1). Tal período é caracterizado pelo aumento do fotoperíodo e da
temperatura ambiente e diminuição da umidade do ar, sendo assim, acredita-se que tais
aspectos possam influenciar na fenologia reprodutiva destas espécies, intensificando a
floração e acelerando o processo de maturação das cipselas.
Chave para as Tribos de Asteraceae na SGLA
(modificada de Roque, dados não publicados).
1. Ramos geralmente armados (presença de espinhos geminados axilares); brácteas involucrais
com ápice mucronado ou espinescente; pápus viloso ........................................ 1. Barnadesieae
1‘. Ramos inermes (sem espinhos); brácteas involucrais não mucronadas ou espinescentes no
ápice; pápus cerdoso, plumoso, paleáceo ou de outros tipos.
2. Brácteas involucrais papiráceas, hialinas e coloridas (alvas ou amarelas)
........................................................................................................................ 6. Gnaphalieae
2‘. Brácteas involucrais cartáceas ou coriáceas, opacas e geralmente verdes ou castanhas
(alvas a cremes em Riencourtia e Ichthyothere).
3. Brácteas involucrais com estrias castanhas; pápus de páleas livres entre si
................................................................................................................ 9. Neurolaeneae
3.‘ Brácteas involucrais com estrias verdes ou inconspícuas; pápus cerdoso, aristado,
coroniforme, ausente ou de outros tipos.
4. Capítulos discóides (todas as flores com corola tubulosa ou bilabiada), flores
homógamas (mesmo arranjo sexual).
5. Árvores caducifólias; capítulos solitários no ápice dos ramos
....................................................................................................... 3. Wunderlichieae
5‘. Ervas, subarbustos, arbustos, árvores, perenifólios; capítulos organizados em
capitulescências.
6. Capítulo com todas as flores bilabiadas; ramos do estilete truncados,
penicelados ................................................................................... 2. Nassauvineae
15
6‘. Capítulo com todas as flores tubulosas; ramos do estilete obtusos ou agudos,
glabros, papilosos ou pilosos.
7. Flores com corola creme ou alva; ramos do estilete curto-ramificados,
glabros ......................................................................................... 4. Gochnatieae
7‘. Flores com corola rósea ou lilás; ramos do estilete longo-ramificados,
papilosos ou pilosos.
8. Ramos do estilete com apêndices estéreis ou papilosos, geralmente obtusos
ou clavados; pápus simples ..................................................... 12. Eupatorieae
8‘. Ramos do estilete com apêndices pilosos (pilosidade se estendendo abaixo
da bifurcação), agudos; pápus geralmente duplo ....................... 5. Vernonieae
4‘. Capítulos radiados ou disciformes (flores com 2 ou mais tipos de corola),
heterógamas (arranjos sexuais distintos).
9. Plantas dióicas, se monóicas com flores filifomes, pistiladas em muitas séries
.................................................................................................................. 7. Astereae
9‘. Plantas monóicas, flores tubulosas, pistiladas 1--3 ou uma série de flores do
raio verdadeiras, pistiladas ou estéreis.
11. Lâmina foliar trilobada, inteira apenas próxima à capitulescência; pápus
aristado com cerdas retrorsas; anteras com tecas castanhas
....................................................................................................... 8. Coreopsideae
11‘. Lâmina foliar inteira em toda a planta; pápus coroniforme, de aristas lisas ou
ausente; anteras com tecas negras.
12. Capítulo disciforme com 2--3 flores pistiladas e ca. 60 funcionalmente
estaminadas ............................................................................... 11. Millerieae
12. Capítulo disciforme com 1 flor pistilada e 6--8 masculinas ou capítulo
radiado .................................................................................... 10. Heliantheae
1. TRIBO BARNADESIEAE D.DON
A Tribo Barnadesieae é facilmente distinguível pela presença frequente de espinhos
geminados axilares, tricomas barnadesióides, corola vilosa, estilete curtamente bilobado,
glabro ou papiloso e pápus viloso (Bremer 1994; Stuessy et al. 2009). Compreende nove
16
gêneros e 92 espécies restritas à América do Sul (Stuessy et al. 2009, Funk & Roque 2011).
No Brasil, está representada por quatro gêneros e 18 espécies (Nakajima et al. 2012) e na
SGLA foi encontrado um gênero e duas espécies.
1.1. Dasyphyllum Kunth.
Dasyphyllum é representado por árvores, arbustos ou lianas, comumente com espinhos
axilares; capítulos homógamos, discóides; brácteas involucrais imbricadas, multisseriadas,
ápice mucronado, apiculado ou aristado; receptáculo piloso; corola creme, tubulosa, tubo
externamente glabro, glabrescente ou seríceo, internamente seríceo; cipsela serícea; e pápus
viloso, estramíneo (Stuessy & Urtubey 2009; Saavedra 2011). O gênero compreende 33
espécies com distribuição por toda a América do Sul, com exceção da região amazônica
(Saavedra 2011). O Brasil apresenta a maior diversidade deste gênero, com o registro de 15
espécies (Nakajima et al.2012).
Chave para as espécies de Dasyphyllum
1. Árvore com ramos decumbentes; capitulescência racemiforme, capítulos 0,7--1,5 x 0,4--0,6
cm; brácteas involucrais castanho-esverdeadas .......................................................... D. vagans
1‘. Arbusto com ramos eretos; capítulos solitários, terminais, 1,8--3,3 x 1,2--2,2 cm; brácteas
involucrais douradas ............................................................................................... D. donianum
1.1.1. Dasyphyllum donianum (Gardner) Cabrera
Figura 4 A,B
Dasyphyllum donianum é um arbusto de ramos eretos, com presença de espinhos
geminados, invólucro infundibular e brácteas involucrais douradas, com ápice apiculado.
Diferencia-se de Dasyphyllum sprengelianum (Gardner) Cabrera, espécie com a qual é
frequentemente confundida, principalmente por apresentar brácteas involucrais da série mais
interna eretas (vs. reflexas) e face interna do tubo da corola com indumento seríceo na base e
na altura da inserção dos filetes (vs. face interna do tubo da corola completamente seríceo)
(Saavedra 2011). A espécie é endêmica do Brasil e ocorre nos estados da Bahia, Goiás,
Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins (Nakajima et al. 2012). A espécie é
17
amplamente distribuída na SGLA nas fitofisionomias de Savana Arborizada, Savana Estépica
e Campo Rupestre. Foi coletada em antese no mês de maio, flores e frutos no mês de julho e
frutos no mês de setembro. Foi observado que nos meses de julho e setembro, correspondentes
ao período de seca, a espécie apresentou-se caducifólia.
Material examinado - Lagoa da Vereda, 14°34'11'' S, 42°27'59'' W alt. 738m, 11 dez. 2009,
F.S. Gomes et al. 377 (ALCB, HUEFS, MBM); Trilha para a Barragem de Tauape, 15
jul.2011, F.A. Santana et al. 35 (HUEFS); Região de Formigas, 14º27‘52‖S, 42º32‘0,9‖W, 16
jul.2011, F.A. Santana et al. 48 (HUEFS); Fazenda Jambreiro, 14º35‘12,3‖S, 42º32‘24,5‖W,
15 set. 2011, F.A. Santana et al. 54 (HUEFS); Trilha do Cascarrento, 14º33‘9,1‘S,
42º34‘11‖W, 1029 m, 16 set. 2011, F.A. Santana et al. 76 (HUEFS); Serra do Saco da Onça,
14º44‘46,8‖S, 42º34‘26‖W, 980m, 17 set. 2011, F.A. Santana et al. 83 (HUEFS); Estrada p/
Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112m, 12 mai. 2012, F.A. Santana 163
(HUEFS); Riacho Fundo, 14º35'18,9"S, 42º32'23,1"W, 860 m, 19 jul. 2012, F.A. Santana et
al. 172 (HUEFS).
1.1.2. Dasyphyllum vagans (Gardner) Cabrera
Dasyphyllum vagans pode ser distinguida de D. donianum por apresentar hábito
arbóreo com ramos decumbentes, capítulos em capitulescência racemiforme, invólucro
campanulado, brácteas involucrais verdes, as mais internas castanhas e ápice apiculado. É
considerada endêmica do Brasil (Nakajima et al. 2012) e foi coletada na SGLA com flor e
fruto no mês de setembro somente em Mata de Galeria.
Material examinado - Trilha da Fazenda Matinha para o Xaxá, 14º40'31"S, 42º32'35,9", 872
m, 17set.2011, F.A.Santanaet al. 86(HUEFS).
2. TRIBO NASSAUVIEAE CASS.
A Tribo Nassauvieae constitui um grupo natural e caracterizado pelas flores com
corola bilabiada e ramos do estilete truncados e com uma coroa de pêlos coletores no ápice,
glabros na face externa e papilosos na superfície interna (Katinas et al. 2008). Apresenta 25
gêneros e cerca de 320 espécies, distribuídas pela América do Sul e Central, principalmente na
Argentina e Chile, México, raramente na América do Norte e Ásia (Katinas et al. 2008). Para
18
o Brasil há o registro de sete gêneros e de 37 espécies (Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi
encontrada uma única espécie.
2.1. Trixis P. Browne
2.1.1. Trixis vauthieri DC.
Figura 4C
Trixis é um gênero representado por ervas ou arbustos; capitulescência em corimbo ou
panícula; receptáculo piloso; flores com corola bilabiada, geralmente amarela, pápus
barbelado, caduco e cipsela rostrada (Katinas 1996). Compreende 37 espécies, amplamente
distribuídas na região Neotropical, ocorrendo desde o sul dos Estados Unidos até regiões
centrais da Argentina (Katinas 1996). No Brasil são encontradas 15 espécies e na SGLA foi
coletada uma única espécie.
Trixis vauthieri é reconhecida pelo hábito arbustivo, ramos eretos, alados, viscosos;
lâmina foliar lanceolada, decorrente; capitulescência corimbosa; invólucro bisseriado, brácteas
involucrais verdes; corola amarela; pápus unisseriado, alvo. A espécie é endêmica do Brasil e
ocorre nas regiões Sudeste e Nordeste. (Nakajima et al. 2012). A espécie foi coletada com
flores no mês de julho em fitofisionomia de Savana Arborizada, tendo sido observada a sua
ocorrência também em fitofisionomia de Savana Estépica.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 20 (HUEFS).
3. TRIBO WUNDERLICHIEAE PANERO & V.A. FUNK.
A Tribo Wunderlichieae caracteriza-se pelos ramos do estilete curtamente ramificados,
papilosos acima e abaixo do ponto de bifurcação, receptáculo paleáceo e pápus subpaleáceo
(Ortiz et al. 2009). Apresenta quatro gêneros e 36 espécies que se distribuem pelo Escudo das
Guianas e Brasil (Funk et al. 2009). No Brasil são registrados três gêneros e oito espécies
(Nakajima et al. 2012).
3.1. Wunderlichia Riedel ex Benth.& Hook.f.
3.1.1. Wunderlichia mirabilis Riedel ex Baker
Figura 4D,E
19
Wunderlichia são arbustos a pequenas árvores, com folhas coriáceas, caducifólias;
capítulos 1-7 no ápice dos ramos, discóides, homógamos, flores tubulosas, actinomorfas,
anteras com apêndices apicais longos, caudadas (Bremer 1994). É um gênero endêmico do
Brasil e com cinco espécies distribuídas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste (Bahia)
e Norte (Tocantins) (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada apenas uma espécie, W.
mirabilis.
Wundelichia mirabilis é uma arvoreta de ramos e folhas lanosos, caducifólia no
período reprodutivo; capítulos solitários no ápice dos ramos, grandes (5--7x6--9 cm);
invólucro campanulado, multisseriado, brácteas involucrais lanosas; flores com corola creme;
e cipsela tomentosa. Na SGLA a espécie foi coletada com flores no mês de julho em
Vegetação de Canga e novembro em afloramentos rochosos em fitofisionomia de Savana
Arborizada.
Material examinado - Estrada para Caetité, 14°32'15''S, 42°31'51''W, 761m, 03 nov. 2006,
R.F. Souza-Silva et al. 238 (HUEFS); Garimpo das Ametistas, 14º31‘52,7‖S, 42º32‘01,8‖W,
786 m, 14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 28 (HUEFS).
4. TRIBO GOCHNATIEAE PANERO &V.A.FUNK
A Tribo Gochnathieae apresenta como caracteres diagnósticos os ramos do estilete
glabros, as anteras com apêndices apiculados, cipsela 5-costada e pápus cerdoso, com 1-3
séries e 20-90 elementos (Roque & Funk 2013). Apresenta quatro gêneros e cerca de 85
espécies, distribuídas desde o sul dos Estados Unidos à Argentina (Funk et al. 2009). No
Brasil são encontrados dois gêneros (Gochnatia, Richterago) e 37 espécies (Nakajima et al.
2012). Para a SGLA foram encontrados dois gêneros e cinco espécies.
Chave para as espécies de Gochnatieae
1. Árvores a arbustos ginodióicos; capitulescência em panícula congesta, pluricéfala; flores
com corola creme; pápus cerdoso, 2-3 séries.
2. Capitulescência em racemos corimbiformes, mais curta do que as
folhas........................................................................................................... Gochnatia discolor
2‘. Capitulescência em panícula, ultrapassando as folhas.
20
3. Capítulos sésseis.
4. Lâmina foliar orbicular a oval, base arredondada ...................................G. blanchetiana
4‘. Lâmina foliar elíptica, base atenuada .................................................... G. densicephala
3‘. Capítulos pedicelados.
5. Árvores, polígamas; lâmina foliar ovado-lanceolada, base arredondada, estilopódio
sem tricomas...............................................................................................G.polymorpha
5‘. Arbustos, ginodióicas; lâmina foliar lanceolada ou elíptica, base atenuada,
estilopódio com tricomas .............................................................................. G. floribunda
1‘. Ervas a subarbustos monóicos; capitulescência em panícula depauperada, paucicéfala;
flores com corola alva; pápus cerdoso, unisseriado................................... Richterago discoidea
4.1. Gochnatia Kunth
Gochnatia compreende 68 espécies que ocorrem predominantemente nos Neotrópicos
e com apenas duas espécies no continente asiático. O gênero caracteriza-se pelos capítulos
homógamos, discóides e corolas tubulosas, predominantemente amarelas ou cremes,
raramente laranja ou rosa e apêndice do conectivo da antera apiculado (Freire et al. 2002). No
Brasil, Gochnatia está representado por 20 espécies, bem distribuídas em quase todo o país,
com exceção da região Norte (Nakajima et al. 2012). Destas, cinco ocorrem nas áreas de
Savana Arborizada da SGLA.
4.1.1. Gochnatia blanchetiana (DC.) Cabrera
Fig. 4F
Gochnatia blanchetiana é a única das espécies representantes do gênero na SGLA a
apresentar a lâmina foliar orbicular a ovada, de base arredondada a desigual e ápice
arredondado a emarginado, além da capitulescência em panícula de glomérulos e a corola com
tricomas glandulares. A espécie é endêmica do Brasil e encontrada nos estados de Ceará,
Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e Espírito Santo (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi
coletada com flores nos meses de maio e flores e frutos no mês de julho em fitofisionomia de
Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011, F.A. Santana et al.36
(HUEFS); Estrada de Duas Passagens para Comunidade Quilombola São Domingos,
21
14º28'11,5"S, 42º33'50,6"W, 954 m, 16 jul. 2011, F.A. Santana et al. 43 (HUEFS); Estrada
para Fazenda Riacho de Areia 14º45‘29‖S, 42º34‘32‖W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana
et al. 168 (HUEFS).
4.1.2. Gochnatia densicephala (Cabrera) G. Sancho
Fig. 3A-L, 4G
Gochnatia densicephala caracteriza-se pela lâmina foliar elíptica, base decorrente,
ápice agudo a mucronado, capitulescência em panícula, capítulos pedunculados e resinosos. É
endêmica do Brasil e ocorre nos estados da Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e
Rio de Janeiro (Nakajima et al. 2012). Na SGLA a espécie foi coletada com flores nos meses
de julho e setembro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Cascarrento, 14º33'13,7"S, 42º33'19,6"W, 970 m, 19 jul. 2012, F.A.
Santana et al. 182 (HUEFS); Saco da Onça, 14º44'44,2''S, 42º34'23,5"W, 1024 m, 21 jul.
2012, F.A. Santana et al. 198 (HUEFS);
4.1.3. Gochnatia discolor Baker
Gochnatia discolor pode ser caracterizada pelo hábito arbóreo, folhas elípticas ou
obovadas, capitulescência em racemo corimbiforme mais curta do que as folhas. É endêmica
do Brasil e sua ocorrência era, até então, referida apenas para o estado de Minas Gerais
(Nakajima et al. 2012). Na SGLA a espécie foi coletada com flores no mês de maio e flores e
frutos no mês de julho em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011, F.A. Santana et al. 33
(HUEFS); Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011, F.A. Santana et al.34 (HUEFS);
Estrada de Duas Passagens em direção à Comunidade Quilombola, 14º28'11,5"S,
42º33'50,6"W, 954 m, 16 jul. 2011, F.A. Santana et al. 42 (HUEFS); Estrada para Fazenda
Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al.
161(HUEFS).
4.1.4. Gochnatia floribunda Cabrera
Gochnatia floribunda apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar elíptica a
obovada, glabrescente na face adaxial, pubescente na face abaxial, base atenuada,
22
capitulescência paniculiforme e presença de tricomas no estilopódio. É endêmica do Brasil e
ocorre nos estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro
(Nakajima et al. 2012). Embora Sancho (2000) tenha citado a Bahia como também uma região
de ocorrência da espécie, não há referência de material analisado pela autora, desta forma, este
trabalho reconhece a nova ocorrência para a Bahia. A espécie foi coletada com flores e frutos
no mês de setembro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Córrego de Santana, 14º35'56,4"S, 42º32'59,7"W, 993 m, 15 set. 2011,
F.A. Santana et al. 60 (HUEFS; Córrego de Santana, 14º35'56,4"S, 42º32'59,7"W, 993 m, 15
set. 2011, F.A. Santana et al. 62 (HUEFS); Córrego de Santana, 14º35'56,4"S, 42º32'59,7"W,
993 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 63(HUEFS); Fazenda Santa Clara, 14º33'13,4"S,
42º33'28,5"W, 983 m, 16 set. 2011, F.A. Santana et al. 68 (HUEFS).
4.1.5. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera
Gochnatia polymorpha é composta por espécimes arbóreos e polígamos que são
distinguidos pela lâmina foliar ovado-lanceolada, base arredondada, face abaxial com
indumento alvo, capitulescência em panícula e estilopódio glabro. A espécie é amplamente
distribuída na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (Freire et al. 2002). Na SGLA a espécie
foi coletada com flores no mês de setembro em fitofisionomia de Savana Arborizada e Mata
de Galeria.
Material examinado - Fazenda São Domingos, 14º27‘05‖S, 42º31‘30‖W, 878 m, 10 dez.
2009, M.L. Guedes et al. 16792 (ALCB, HUEFS, MBM); Santa Clara, 14º29‘52,1‖S,
42º32‘44,8‖W, 972 m, 29 out. 2012, N. Roque et al. 3815 (ALCB).
4.2. Richterago Kuntze
4.2. Richterago discoidea (Less.) Kuntze
Fig. 4H,I
Richterago compreende 17 espécies endêmicas do Brasil, representadas por ervas com
folhas em roseta ou subarbustos, capítulos solitários ou arranjados em pseudo-corimbos
escaposos, capítulos discóides ou radiados (flores do raio com corola bilabiada) (Roque &
Pirani 2001). As espécies de Richterago apresentam o centro de diversidade na Cadeia do
Espinhaço, em Minas Gerais e na Bahia o gênero está representado por apenas uma espécie.
23
Richterago discoidea caracteriza-se pelo hábito herbáceo a subarbustivo,
capitulescência em pseudo-corimbo escaposo, capítulos discóides, invólucro com brácteas
involucrais vilosas e flores alvas. A espécie foi também coletada na SGLA com flores no
período de julho e setembro em fitofisionomias de Savana Arborizada e Campo Rupestre.
Material examinado - Trilha do Cascarrento, 14º33'9,1"S, 42º34'11,1"W, 1029 m, 16 set.
2011, F.A.Santana et al.77 (HUEFS); Trilha para o Cachoeirão, após o trilho do trem,
14º41'16,7"S, 42º32'51,8"W, 950 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al. 189 (HUEFS).
5. TRIBO VERNONIEAE CASS.
A tribo Vernonieae é caracterizada por apresentar capítulos discóides, brácteas
involucrais 3--9 seriadas, imbricadas, corola tubulosa, roxo-avermelhada, lavanda, azulada ou
alva a creme, raramente amarela, ramos do estilete agudos, com tricomas alcançando abaixo
do ponto de bifurcação, cipsela 3--20-costada, pápus duplo, cerdoso ou paleáceo, raro
coroniforme ou ausente (Funk et al. 2009). No Brasil a tribo está representada por 55 gêneros
e 434 espécies, sendo 331 endêmicas, com ocorrência em todos os domínios fitogeográficos
brasileiros (Nakajima et al. 2012).Na SGLA foram encontrados 12 gêneros e 36 espécies.
Chave para as espécies de Vernonieae
1. Capitulescência corimbo congesto, glomeruliforme ou em sincefalia.
2. Erva coberta por indumento argênteo; folhas alternas, em roseta; capitulescência escaposa
terminal, brácteas folhosas envolvendo totalmente o escapo.................... Proteopsis argentea
2‘. Plantas com indumento cinéreo, ocre, amarronzado ou avermelhado; folhas alternas, ao
longo dos ramos; capitulescência escaposa formada de espiga de glomérulos, brácteas
folhosas apenas na base dos glomérulos ou capitulescência não escaposa.
3. Ervas rupícolas; lâmina foliar estreito-elíptica, margem lobada; brácteas involucrais de
ápice longo-acuminado, pungente ................................................................. Chresta harleyi
3‘. Arbustos a árvores; lâmina foliar linear, lanceolada ou elíptica, margem inteira a
levemente sinuosa ou denticulada; brácteas involucrais de ápice agudo ou arredondado.
4. Capitulescência em glomérulos solitários ou em espigas de glomérulos compostos.
24
5. Lâmina foliar elíptica ou ovada, 8--30 x 3--10 cm; capitulescência escaposa formada
de espiga de glomérulos, sésseis, dispostos em escapo longo; capítulo 12--20 flores
................................................................................................................Lychnophora sp. 1
5‘. Lâmina foliar linear ou oblanceolada, 0,3--8 x, 0,1--0,6 cm; capitulescência em
glomérulo no ápice de ramos folhosos; capítulo 1--10 flores.
6. Lâmina foliar 3--8 x 0,2--0,6 cm, face adaxial foveolada ou bulada.
7. Lâmina foliar 0,3--0,6 cm larg, face abaxial tomentosa a velutina; capítulo 8--10
flores; pápus externo coroniforme fundido ................................................L. salicifolia
7‘. Lâmina foliar 0,2--0,3 cm larg., face abaxial serícea a vilosa; capítulo 3--5 flores;
pápus externo livre, eroso a agudo ..............................................................L. ericoides
6‘. Lâmina foliar 0,2--2 x 0,1 cm, face adaxial lisa.
8. Lâmina foliar ascendente desde a base; capítulo com 1 flor; pápus externo
escamiforme inconspícuo ou nulo .........................................................L. ramosissima
8‘. Lâmina foliar ascendente próxima ao ápice; capítulo com 4 flores; pápus externo
escamiforme conspícuo ......................................................................................L.sp. 2
4‘. Glomérulos em cimeira ou corimbo
9. Capitulescência corimbosa, 20--25 flores por capítulo, pápus 2 seriado
....................................................................................................... Anteremanthus sp. nov.
9‘. Capitulescência em cimeira composta, 1--4 flores por capítulo, pápus 3--5 seriados.
10. Capítulos conados por concrescência de tecido das brácteas; flores 1 por capítulo.
11. Caule marrom-avermelhado lanoso-tomentoso; capítulos 20--90 por glomérulo;
invólucro obcônico ............................................................... Eremanthus glomerulatus
11‘. Caule marrom-acinzentado lepidoto; capítulos 6--12 por glomérulo; invólucro
cilíndrico ........................................................................…...................E. polycephalus
10‘. Capítulos livres; flores 3--4 por capítulo ................................................E. capitatus
1‘. Capitulescência de segunda ordem (panícula, corimbo, racemo) ou capítulos solitários.
12. Arbusto escandente; receptáculo alveolado, cobrindo a cipsela, deixando apenas o pápus
exposto; brácteas involucrais concrescidas na base .............................. Albertinia brasiliensis
12‘. Ervas a arbustos eretos; receptáculo de outras formas, não envolvendo totalmente a
cipsela; brácteas involucrais livres.
13. Ervas a subarbustos, capítulos envolvidos por brácteas folhosas.
25
14. Pápus unisseriado, cerdoso, barbelado.
15. Brácteas involucrais numerosas ca. 80; flores 50--55 por capítulo; corola de tubo
glandular-pontuado; pápus decíduo ........................................... Centratherum punctatum
15´. Brácteas involucrais ca. 10; flores 4 por capítulo; corola glabra; pápus persistente.
16. Lâmina foliar ovada, 1,8--3,6 cm. larg.; brácteas foliáceas da base dos capítulos
cordiformes, 0,6--1,0 cm larg. …....…............................................. Elephantopus mollis
16‘. Lâmina foliar lanceolada, 0,8--1,3 cm larg.; brácteas foliáceas da base dos
capítulos lanceoladas, 0,1--0,3 cm larg. ..........................................................E. riparius
14‘. Pápus bisseriado, paleáceo.
17. Erva decumbente; lâmina foliar lanceolada a oval-lanceolada, capitulescencia
solitária ou em cimeira laxa .................................................... Stilpnopappus semirianus
17‘. Erva ereta; lâmina foliar linear a linear-lanceolada; capitulescência em cimeira
congesta ......................................................................................................S. tomentosus
13‘. Arbustos, capítulos não envolvidos por brácteas folhosas.
18. Capitulescência em cimeira seriada.
19. Base do estilete alargada; cipsela glandular.
20. Face abaxial da lâmina foliar serícea, alva, adaxial glabrescente; brácteas
involucrais verdes, margem e ápice hialinos, corola alva .............. Lepidaploa hagei
20‘. Face abaxial da lâmina foliar tomentosa, castanha, adaxial pubescente; brácteas
involucrais castanho-esverdeadas, margem e ápice castanho-esverdeados a
vináceos, corola lilás.
21. Lâmina foliar ovada a arredondada, base cordiforme, séssil
.................................................................................................................L. barbata
21‘. Lâmina foliar lanceolada ou elíptica, base atenuada, peciolada.
22. Brácteas foliáceas 1--3 mm de largura; brácteas involucrais de ápice
acuminado ultrapassando o comprimento do pápus, série mais externa
revoluta, mais interna eretas ...……...........................…................L. chalybaea
22‘. Brácteas foliáceas 0,6--1,5 mm de largura, brácteas involucrais de ápice
arredondado a agudo não ultrapassando o comprimento do pápus, série mais
externa e mais interna eretas.
26
23. Ramos rufos; invólucro cilíndrico; brácteas involucrais de ápice agudo
a longo acuminado ....................................................................L. rufogrisea
23‘. Ramos castanhos a castanho-avermelhados; invólucro campanulado;
brácteas involucrais de ápice arredondado ..............................L. cotoneaster
19‘. Base do estilete não alargada (cilíndrica); cipsela não glandular.
24. Lâmina foliar linear, 0,1--0,2 cm larg.; brácteas involucrais de ápice longo
acuminado .......................................................................................Lessingianthus linearis
24‘. Lâmina foliar elíptica, 0,5--5,0 cm larg.; brácteas involucrais de ápice arredondado a
agudo.
25. Brácteas folhosas congestas no eixo da capitulescência; capitulescência em
corimbo ......................................................................................................L. vepretorum
25‘. Brácteas folhosas laxamente distribuídas ao longo do eixo da inflorescência;
capitulescência em cimeira seriada.
26. Ramos, face abaxial da lâmina foliar e brácteas involucrais
velutinos............................................................................................................L. regis
26‘. Ramos, face abaxial da lâmina foliar e brácteas involucrais vilosos,
lanuginosos ou glabrescentes.
27. Lâmina foliar estreito-elíptica, 0,3--2,0 cm larg.
28. Ramos vináceos; capítulo séssil a subséssil (0,1 cm compr.); invólucro
cilíndrico 1--2cm larg. ......................................................................L. laevigatus
28‘. Ramos castanhos; capítulo pedunculado, 0,2--1,0 cm compr.; invólucro
campanulado 0,3--0,5 cm larg. ......................................................L. psilophyllus
27‘. Lâmina foliar elíptica, 3,3--5 cm larg.
29. Lâmina foliar membranácea, margem denticulada, ápice acuminado
................................................................................................................L. morii
29‘. Lâmina foliar coriácea, margem inteira a sinuosa, ápice arredondado ou
agudo.
30. Ramos e face abaxial das folhas vilosos; lâmina foliar revoluta;
capítulo cilíndrico ou campanulado ............................................L. farinosus
30‘. Ramos e face abaxial das folhas lanuginosos; lâmina foliar de margem
plana; capítulo globoso ...........................................................L. lanuginosus
27
18‘. Capitulescência em panículas, corimbos ou racemos.
31. Capitulescência em panícula de ramos cimosos, seriados.
32. Capítulos com 10--12 flores ...................................Vernonanthura subverticillata
32‘. Capítulo com 20--40 flores.
33. Lâmina foliar coriácea ......................................................................V. ferruginea
33‘. Lâmina foliar membranácea.
34. Lâmina foliar de ápice acuminado; Flores 25--30 por capitulo
............................................................................................................V. polyanthes
34‘. Lâmina foliar de ápice arredondado, mucronado a agudo; flores 33--35 por
capítulo ...............................................................................................V. brasiliana
31‘. Capitulescência em panícula de ramos corimbiformes.
35. Lâmina foliar 10--13 cm compr., séssil; brácteas involucrais de ápice vináceo;
corola lilás; pápus da série externa curto-paleácea, série interna barbelada
...........................................................................................................................V. laxa
35‘. Lâmina foliar 4--6 cm compr., peciolada; brácteas involucrais de ápice verde-
escuro a castanho; corola alva; pápus com as duas séries barbeladas
..................................................................................... Gymnanthemum amygdalinum
5.1. Albertinia Spreng.
5.1.2 Albertinia brasiliensis Spreng.
Albertinia é um gênero monoespecífico composto por Albertinia brasiliensis.
Apresenta o hábito arbustivo; invólucro constituído de brácteas mais curtas que as flores;
flores de corola róseas passando a alvas; e como caráter diagnóstico, o receptáculo composto
de alvéolos profundos que envolvem completamente as cipselas (Peçanha et al. 2008). É
endêmica do Brasil, com distribuição restrita à Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo e
Rio de Janeiro (Nakajima et al. 2012). A espécie foi coletada com flores no mês de fevereiro
em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26" W, 980 m, 20 dez.
2011, F.A. Santana et al. 89 (HUEFS).
5.2. Anteremanthus H. Rob.
28
5.2.1. Anteremanthus sp. nov.
Fig. 5A-H, 7A-B
Anteremanthus é considerado até então como um gênero monoespecífico, sendo
representado pela espécie Anteremanthus hatschbachii H. Rob. e pode ser distinguido por
serem arbustos a arvoretas de folhas pecioladas, face abaxial glauca; capitulescência terminal,
tirsóide ou corimbosa; capítulos bracteados, lobos da corola pilosos na face abaxial, base da
antera arredondada, cipsela serícea e pápus duplo (Robinson 2007). Anteremanthus sp. nov.
difere de A. hatschbachii principalmente por serem árvores de 3--4 m. altura (vs. arbusto a
árvores de 1,8--3 m de altura) e por apresentarem capitulescência corimbosa (vs. tirsóide),
brácteas da base do capítulo linear (vs.ovadas) e cerca de 20 flores por capítulo (vs. 45--60
flores por capítulo). Na SGLA foi coletada com capítulos imaturos em julho, flores passadas e
frutos em outubro e com frutos em janeiro em fitofisionomia de Vegetação de Canga.
Material examinado - Garimpo das Ametistas, 14º32′29,6′′S, 42º32′11,6′′W, 863 m, 21 jul.
2012, F.A. Santana 205 (HUEFS); Garimpo dos Areiões, 14º31‘55,5‖S, 42º32‘04,7‖W, 813
m, N. Roque et al. 3809 (HUEFS); Garimpo dos Areiões, 14º31′42,9′′S, 42º32′5,2′′W, 825m,
22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 311 (HUEFS, ALCB).
5.3. Centratherum Cass.
5.3.1. Centratherum punctatum Cass.
Centratherum caracteriza-se principalmente por apresentar hábito herbáceo a
subarbustivo; capítulos pedunculados, 2--3 terminais, subtendidos por brácteas involucrais
foliáceas; invólucro campanulado; e pápus unisseriado cerdoso. Apresenta duas espécies
distribuídas na América do Sul, Austrália e Filipinas (Kirkman 1981). Na SGLA foi coletada
uma espécie.
Centratherum punctatum pode ser reconhecido pela lâmina foliar serreada a lobada,
frequentemente ciliada, pubescente em ambas as faces; capítulo solitário, terminal; invólucro
composto por numerosas brácteas; e pápus de cerdas e páleas coloridas, decíduas. É
amplamente distribuída na América do Sul e é considerada como espécie ruderal (Kirkman
1981). Na SGLA foi coletada com flores no mês de fevereiro em fitofisionomia de Savana
Arborizada.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 25 fev.
2012, F.A. Santana et al. 106 (HUEFS).
29
5.4. Chresta Vell. ex DC.
5.4.1. Chresta harleyi H.Rob.
Fig. 6A-H, 7C-D
Chresta é representado por ervas perenes ou subarbustos; capítulos densamente
congestos, arranjados em glomérulos solitários ou corimbo de glomérulos; capítulos com 2--
12 flores; corola avermelhada ou púrpura, lobos da corola papiloso internamente e pápus
persistente (Roque et al. 2008). O gênero não é endêmico do Brasil e está representado no país
por 14 espécies com a maior parte centrada nos Cerrados e campos rupestres do Planalto
Central do Brasil (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi encontrada apenas uma espécie.
Chresta harleyi são ervas rupícolas, com indumento cinéreo-tomentoso característico;
lâmina foliar estreito-elípticas, margem denteada; brácteas involucrais lanceoladas, pungentes
e capítulo com ca. 8 flores, roxas. É endêmica do Brasil e ocorre nos estados da Bahia e de
Minas Gerais (Nakajima et al. 2012). A espécie apresenta ampla distribuição na SGLA, tendo
sido coleta com flores e frutos em maio, julho e setembro em fitofisionomias de Savana
Estépica, Savana Arborizada e Vegetação de Canga.
Material examinado – Cerca de 2 km após povoado de Riacho Fundo, 14°34'17'' S,
42°31'27'' W, 780m, 11 dez. 2009, E. Melo et al. 7488 (ALCB, HUEFS); Garimpo dos
Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,8"W, 702 m, 14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 23 (HUEFS);
Fazenda Jambreiro, 14º35'12,3"S, 42º32'24,5"W, 905 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 52
(HUEFS); Trilha Fazenda Matinha para o Xaxá, 14º39'43,5"S, 42º32'52,1"W, 954 m, 17 set.
2011, F.A. Santana et al. 84 (HUEFS); Riacho Fundo, 14º35'11,6"S, 42º32'25,3"W, 849 m, 10
mai. 2012, F.A. Santana et al. 138 (HUEFS); Xaxá, 14º39'44,5"S, 42º32'5,2"W, 825 m, 22
jan. 2013, H.A. Ogasawaraet al. 312 (ALCB).
5.5. Elephantopus L.
Elephantopus caracteriza-se, principalmente, pelo pápus unisseriado, formado de 5--8
cerdas longas ou curtas, de base alargada. Possui 28 espécies distribuídas no leste da América
do Norte e nos trópicos (Keeley & Robinson 2009). No Brasil há registro de sete espécies,
sendo que três delas ocorrem na Bahia. Na SGLA foram encontradas duas espécies.
30
5.5.1. Elephantopus mollis Kunth
Elephantopus mollis apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar ovada;
capítulos em corimbos terminais envoltos por 2--3 brácteas foliáceas cordiformes; e pápus
cerdoso. A espécie não é endêmica do Brasil e no país é amplamente distribuída (Nakajima et
al. 2012). A espécie foi coletada com flores no mês de maio em Mata de Galeria.
Material examinado - Riacho Fundo, 14º35'11,6"S, 42º32'25,3"W, 10 mai.2012, F.A.
Santana et al. 139 (HUEFS).
5.5.2. Elephantopus riparius Gardner
Elephantopus riparius pode ser diferenciado de E. mollis por apresentar as folhas
lanceoladas; os capítulos em glomérulos no ápice dos ramos, envoltos por 2--3 brácteas
folhosas lanceoladas; e pápus setoso de base dilatada. É endêmica do Brasil e apresenta ampla
distribuição (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores e frutos em Mata de
Galeria no mês de julho.
Material examinado - Cachoeira das Sete Quedas, 14º37'42,2"S, 42º30'39,9"W, 724 m, 14
jul. 2011, F.A. Santana et al. 31 (HUEFS).
5.6. Eremanthus Less.
Eremanthus diferencia-se de alguns gêneros da subtribo Lychnophorinae Benth., por
exemplo Lychnophora e Paralychnophora, por um conjunto de caracteres, entre eles, a lâmina
foliar argêntea na face abaxial e com indumento apresso, tomentoso, capitulescência em
glomérulos ou em sincefalia, 1--4 flores por capítulo e pápus em 2--5 séries, persistente ou
decíduo (Hind 2000; Loeuille et al. 2012). O gênero possui ca. 20 espécies sendo a maioria
delas endêmica do Cerrado do Platô Central do Brasil (Loeuille et al.2012). Na Bahia são
registradas nove espécies, sendo que na SGLA foram encontradas tres espécies.
5.6.1. Eremanthus capitatus (Spreng.) MacLeish
Eremanthus capitatus diferencia-se das demais espécies por apresentar capítulos
individualizados, com ausência de sincefalia; 2--5 flores por capítulo; e pápus 3--4 seriado,
branco, estramíneo ou púrpura. A espécie é endêmica do Brasil e distribui-se pelos estados de
31
Minas Gerais e Bahia em áreas de Cerrado (Nakajima et al. 2012). Na SGLA a espécie foi
encontrada com flores e frutos em Savana Arborizada.
Material examinado - Curral do Estevão, 14º35'10,1"S, 42º34'06,6"W, 1041 m, 15 set. 2011,
F.A. Santana et al. 57 (HUEFS); Fazenda Santa Clara, 14º33'13,4"S,42º33'28,5"W, 983 m, 16
set. 2011, F.A. Santana et al. 66 (HUEFS).
5.6.2. Eremanthus glomerulatus Less.
Fig. 7F-G
Eremanthus glomerulatus caracteriza-se pela capitulescência em cimeira; capítulos em
sincefalia formando glomérulos globosos; invólucro obcônico; e pápus branco ou estramíneo.
A espécie distribui-se pelos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e Bahia
(Nakajima et al. 2012) e na SGLA ocorre em áreas de Savana Arborizada e Campo Rupestre.
Material examinado - Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011, F.A. Santana et al. 38
(HUEFS); Fazenda Jambreiro, 14º35'12,3"S, 42º32'24,5"W, 905 m, 15 set. 2011, F.A. Santana
et al. 51(HUEFS); Trilha Fazenda Matinha para o Xaxá, 14º39'43,5"S, 42º32'52,1"W, 954 m,
17 set. 2011, F.A. Santana et al. 85 (HUEFS).
5.6.3. Eremanthus polycephalus (DC.) MacLeish
Fig. 7H,I
Eremanthus polycephalus apresenta como características diagnósticas a
capitulescência em cimeira; os capítulos em sincefalia formando glomérulos hemisféricos;
invólucro cilíndrico; 1 flor por capítulo; e o pápus róseo. Sua ocorrência era então registrada
apenas para o estado de Minas Gerais (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi encontrada com
flores e frutos no mês de julho em fitofisionomia de Cerrado.
Material examinado - Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011, F.A. Santana et al. 32
(HUEFS); idem, F.A. Santana et al. 39 (HUEFS); Estrada de Duas Passagens para São
Domingos, 14º28'11,5"S, 42º33'50,6"W, 954 m, 16 jul. 2011, F.A. Santana et al. 41 (HUEFS);
Riacho Fundo na subida para o Cascarrento, 19 jul. 2012, F.A. Santana et al. 175 (HUEFS);
Cascarrento, 14º33'13,7"S, 42º33'19,6‖W, 970 m, 19 jul. 2012, F.A. Santana et al. 183
(HUEFS).
32
5.7. Gymnanthemum Cass.
5.7.1. Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch. Bip. ex Walp.
Fig. 7E
Gymnanthemum é caracterizado pelo hábito arbóreo; corola alva; estilete apresentando
tricomas e um nó basal; invólucro imbricado com brácteas internas decíduas. Apresenta
distribuição desde a Ásia, África até a América Tropical (Robinson et al. 2008). No Brasil é
representado por apenas uma espécie amplamente distribuída (Nakajima et al. 2012).
Gymnanthemum amygdalinum é facilmente identificada por apresentar lâmina foliar
elíptica ou obovada, denteada; brácteas involucrais verdes; corola alva; e pápus estramíneo. A
espécie é encontrada nos países da África e do Brasil (Robinson 1999). No território brasileiro
é encontrada nos estados do Acre, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio
de Janeiro e Paraná (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada em fitofisionomia de
Vegetação de Canga.
Material examinado – Garimpo das Ametistas, 14º31‘55,5‘S, 42º32‘04,7‖W, 813 m, N.
Roque 3808 et al. (ALCB).
5.8. Lepidaploa (Cass.) Cass.
Lepidaploa apresenta como caracteres diagnósticos a capitulescência cimosa; os
capítulos sésseis; capítulos com número de brácteas 1--3 vezes maior do que o de flores; base
do estilete nodular; ausência de glândulas no apêndice da antera; e cipselas glanduliferas
(Robinson 1990). O gênero possui ca. 52 espécies no Brasil e na Bahia 24 espécies, sendo que
nove são endêmicas para o estado (Nakajima et al. 2012). Para a SGLA foram encontradas
cinco espécies, distribuídas em fitofisionomias de Savana Arborizada, Savana Estépica e
Campo Rupestre.
5.8.1. Lepidaploa barbata (Less.) H.Rob.
Fig. 8A
A espécie é distinguida das demais espécies representantes do gênero encontrada na
SGLA por apresentar ramos tomentosos; folhas espiraladas, ovadas, base cordiforme, séssil,
face adaxial glabrescente, face abaxial densamente tomentosa; brácteas ovais, tomentosas,
ápice mucronado; lobos da corola com tricomas glandulares; e cipsela setosa. A espécie é
33
endêmica do Brasil e ocorre no centro-oeste e sudeste em fitofisionomia de Cerrado
(Nakajima et al. 2012). Este trabalho apresenta esta espécie como nova ocorrência para o
estado da Bahia. Na SGLA foi coletada em fitofisionomia de Savana Arborizada e de Campo
Rupestre.
Material examinado – Trilha do Cascarrento, 14º33‘5,9‖S, 42º33‘51,7‖W, 16 set. 2011, F.A.
Santana et al. 75 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 17
set. 2011, F.A. Santana et al. 78 (HUEFS); Cascarrento, 14º33'13,7"S, 42º33'19,6"W, 970 m,
19 jul. 2012, F.A. Santana et al. 185 (HUEFS).
5.8.2. Lepidaploa chalybaea (Mart. ex DC.) H.Rob.
A espécie caracteriza-se principalmente por apresenta caule sulcado; lâmina foliar
oblanceolada, base arredondada, ápice agudo; brácteas involucrais de ápice acuminado,
vináceo; corola lilás; cipsela com tricomas; pápus da série mais externa paleáceo e da série
mais interna cerdoso-barbelado. A espécie é endêmica do Brasil e com registro apenas para a
região nordeste. Na SGLA foi coletada em fitofisionomias de Savana Arborizada e de Savana
Estépica.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,08"W, 25 fev. 2012, F.A.
Santana et al. 113 (HUEFS); Estrada para Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29"S, 42º34'32"W,
1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana 160 (HUEFS).
5.8.3. Lepidaploa cotoneaster (Wild. ex Spreng.) H.Rob.
A espécie apresenta ramos glabrescentes; lâmina foliar lanceolada, ápice agudo,
margem inteira, base arredondada, face adaxial escabrosa, face abaxial vilosa; capitulescência
em cimeira; brácteas involucrais das séries mais esternas verde-vináceas, de ápice apiculado e
das séries mais internas de ápice arredondado; corola lilás; cipsela com tricomas esparsos
longos; pápus da série mais externa paleáceo e da série mais interna de cerdas barbeladas. A
espécie não é endêmica do Brasil e ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo
(Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi coletada em área de Savana Arborizada e de Savana
Estépica.
Material examinado - Rodovia Licínio de Almeida-Urandi, 14º42'47"S, 42º30'33"W, 860 m,
31 mar. 2001, J.G. Jardim et al. 3273 (ALCB, CEPEC, HUEFS); Serra do Saco da Onça,
34
14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25 fev. 2012, F.A. Santana et al. 112 (HUEFS); Trilha do
Lameirão para o Cachoeirão, 14º30'15,6"S, 42º13'19"W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et
al. 147 (HUEFS); Mata do Xaxá, 14º39'6,4"S, 42º32'48,1"W, 930 m, H.A. Ogasawara et
al.313 (ALCB); Caminho para o Cachoeirão, 14º41'35,5"S, 42º32'47,7"W, 885 m, 23 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al. 318 (ALCB).
5.8.4. Lepidaploa hagei (H.Rob.) H.Rob.
Lepidaploa hagei apresenta como caracteres diagnósticos o hábito arbustivo; lâmina
foliar lanceolada, ápice acuminado, base decorrente, face adaxial glabrescente, abaxial
lanuginosa, brácteas involucrais linear-lanceoladas, verdes, corola alva; cipsela velutina;
pápus da série mais externa paleáceo e da série mais interna cerdoso barbelado. A espécie é
endêmica do Brasil com registro para a Bahia e Minas Gerais (Nakajima et al. 2012). Na
SGLA foi coletada em fitofisionomia de Savana Arborizada e em Mata de Galeria.
Material examinado - Trilha de Santana para o Cascarrento, 14º34'51,4"S, 42º33'40,5"W,
991 m, 10 mai. 2012, F.A. Santana et al. 144 (HUEFS); Boiadeiro-Pedreira do Riacho Fundo,
14º33'35,1"S, 42º32'33"W, 937 m, 14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 187 (HUEFS).
5.8.5. Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H.Rob.
Fig. 8B
A espécie apresenta hábito arbustivo; ramos rufos; folhas discolores, face abaxial
grisea, lamina foliar lanceolada, ápice agudo, margem inteira; brácteas tomentosas de ápice
apiculado, as das séries mais internas vináceas; corola lilás com tricomas glandulares. É
endêmica do Brasil (Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi coletada em áreas de Savana
Arborizada e Vegetação de Canga.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 18º16'46" S, 43º38'08,8"W, 702 m, 14 jul. 2011,
F.A. Santana et al. 25 (HUEFS); Garimpo das Ametistas, 14º31'52,7"S, 42º32'01,8"W, 786 m,
14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 27 (HUEFS); Trilha para a Barragem de Tauape, 15 jul. 2011,
F.A. Santana et al. 40(HUEFS); Trilha de Santana para o Cascarrento, 09 mai. 2012, F.A.
Santana et al. 136 (HUEFS); Riacho Fundo, 14º35‘11,6‖S, 42º32‘25,3‖W, 10 mai. 2012, F.A.
Santana et al. 141 (HUEFS); Topo do Cachoeirão, base da subida da serra atrás da casa de
barro, 14º41‘52,7‖S, 42º33‘29,9‖W, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 156 (HUEFS); Estrada
35
para a Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A.
Santana et al. 158 (HUEFS); Estrada para a Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29,0"S,
42º34'32"W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 166 (HUEFS).
5.9. Lessingianthus H.Rob.
Lessingianthus tem como características diagnósticas a capitulescência cimosa,
seriada; capítulos pedunculados; número de flores igual ou menor do que o número de
brácteas; lobos da corola com glândulas ou tricomas; apêndice da antera arredondado; e base
do estilete dilatada (Robinson 1988; Robinson 1999). O gênero apresenta 111 espécies no
Brasil, sendo que 83 delas são endêmicas. Na SGLA foram coletadas seis espécies.
5.9.1. Lessingianthus farinosus (Baker) H.Rob.
Lessingianthus farinosus apresenta como caracteres diagnósticos os ramos griseo-
incanos; folhas coriáceas, discolores, lâmina foliar oblanceolada; e capitulescência em
panículas de cimeira, sésseis, solitárias ou geminadas. A espécie é endêmica do Brasil
(Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi coletada com flores e frutos nos meses de maio e
setembro em fitofisionomias de Savana Arborizada.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 17 nov.
2011, F.A. Santana et al. 79 (HUEFS); Trilha do Lameirão para o Cachoeirão, 14º30'15,6"S,
42º13'19"W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana 150 (HUEFS).
5.9.2. Lessingianthus laevigatus (Mart. ex DC.) H.Rob.
Lessingianthus laevigatus apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
linear, séssil, de ápice arredondado ou obtuso; capitulescência escorpióide; e os lobos da
corola glabros. A espécie não é endêmica e até o momento apresentava registro apenas para o
centro-oeste do Brasil (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com frutos em dispersão
no mês de julho em fitofisionomia de Campo Rupestre.
Material examinado- Serra do Saco da Onça, 14º44'44,2"S, 42º34'23,5"W, 1024 m, 21 jul.
2012, F.A. Santana et al. 200 (HUEFS).
5.9.3. Lessingianthus lanuginosus Dematt.
36
Lessingianthus lanuginosus é caracterizada principalmente pelas folhas sésseis ou
subsésseis, lamina foliar lanceolada ou oblonga, denticulada, densamente lanosa;
capitulescência cimosa; 3--8 capítulos sésseis, solitários; e brácteas imbricadas, pubescentes
(Dematteis 2006). A espécie é encontrada nos estados de Goiás e Distrito Federal (Nakajima
et al. 2012). Este trabalho apresenta esta espécie como nova ocorrência para o estado da
Bahia. Na SGLA foi coletada com flores e frutos no mês de fevereiro em fitofisionomia de
Campo Rupestre.
Material examinado: Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25 fev. 2012, F.A.
Santana et al. 108 (HUEFS).
5.9.4. Lessingianthus linearis (Spreng.) H.Rob.
A espécie pode ser reconhecida por apresentar xilopódio; ramos e folhas incanos;
lâmina foliar linear; e capítulos solitários 2--3 sésseis. Ocorre nos estados de Goiás, Distrito
Federal, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Nakajima et al. 2012). Foi coletada com flores
e frutos em fitofisionomia de Savana Arborizada no mês de maio.
Material examinado – Estrada p/ Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W,
1112m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 169 (ALCB).
5.9.5. Lessingianthus morii (H.Rob.) H.Rob.
Fig. 8C
Lessingianthus morii apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar elíptica ou
ovada, peciolada, ápice acuminado; e capitulescência racemosa. A espécie é endêmica do
Brasil e ocorre nos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia (Nakajima et al. 2012). A espécie
foi coletada na SGLA com flores e frutos nos meses de março e abril em fitofisionomias de
Savana Estépica e Savana Arborizada.
Material examinado - Rodovia Caculé-Licínio de Almeida, 14º38'29"S, 42º27'41"W, 850 m,
30 mar. 2001, J.G. Jardim et al. 3261 (CEPEC); Rodovia Licínio de Almeida-Urandi,
14º42'47"S, 42º30'33"W, 860 m, 31 mar. 2001, J.G. Jardim et al. 3301 (CEPEC); Estrada
Urandi-Licínio de Almeida, 14º44'35"S, 42º32'32"W, 770 m, 10 abr. 2002, T. Ribeiro et al.
437 (HUEFS, MBM, SPF); Xaxá, 14º39'44,5"S, 42º32'54,3" W, 935 m, 24 fev. 2012, F.A.
Santana et al. 102 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44‘46,8‖S, 42º34‘26‖W, 25 mai.
37
2012, F.A. Santana et al. 111 (HUEFS); Lameirão, 14º41'33,8"S, 42º31'52,7"W, 26 fev. 2012,
F.A. Santana et al. 114 (HUEFS).
5.9.6. Lessingianthus psilophyllus (DC.) H.Rob.
Fig. 8D
Lessingianthus psilophyllus apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
estreito-elíptica, face abaxial glabra; capítulos solitários ou em panículas corimbosas; brácteas
involucrais 5-seriadas, lanceoladas. A espécie é endêmica do Brasil e este trabalho apresenta a
espécie como nova ocorrência para o estado da Bahia. Na SGLA foi coletada com flores e
frutos nos meses de janeiro e fevereiro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado: - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25 fev. 2012, F.A.
Santana et al.107 (HUEFS); Cascarrento, 14º33‘13,9‖S, 42º33‘28,2W, 1003 m, 22 jan. 2012,
H.A. Ogasawara et al. 305 (ALCB).
5.9.7. Lessingianthus regis (H.Rob.) H.Rob.
Fig. 8E
A espécie é facilmente distinguida por apresentar caule sulcado; ramos e folhas
vilosos, dourado-esverdeado; brácteas mais internas com ápice; corola púrpura; e brácteas
involucrais mais externas apresentando uma faixa mediana esverdeada. Ocorre nos estados de
Minas Gerais e Bahia (Nakajima et al. 2012). Foi coletada com flores e frutos nos meses de
maio e julho em fitofisionomia de Savana Arborizada e de Campo Rupestre.
Material examinado – Estrada p/ Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29"S, 42º34'32"W, 1112
m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 164 (HUEFS); Serra do Saco da Onça,
14º44'44,2',42º34'23,5"W, 1024 m, 21 jul 2012, F.A. Santana et al. 203 (HUEFS).
5.9.8. Lessingianthus vepretorum (Mart. ex DC.) H.Rob.
Fig. 8F
Lessingianthus vepretorum apresenta como caracteres diagnósticos os ramos seríceo-
vilosos; a lâmina foliar lanceolada ou oblanceolada, fortemente discolor, face abaxial coberta
por indumento incano ou cinéreo; a capitulescência em panícula corimbosa; e 20--30 flores
por capítulo. A espécie é endêmica do Brasil e com registro para as regiões sudeste e nordeste
38
(Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores nos meses de dezembro e janeiro em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Espinhaço, 22 dez. 2011, F.A. Santana et al. 90 (HUEFS); Xaxá, trilha
para o Cachoeirão, 14º41'11,7"S, 42º32'59,8"W, 1006 m, 23 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al.
320 (ALCB); Trilha após Cachoeirão, 14º41'55,3"S, 42º33'30,8"W, 1020 m, H.A. Ogasawara
et al. 333 (ALCB).
5.10. Lychnophora Mart.
Lychnophora são arbustos ou arvoretas, apresentando aspectos candelabriforme,
ericóide, eremantóide a bromelióide; receptáculo cilíndrico; numerosas brácteas involucrais
imbricadas; capítulos com poucas flores; pápus 2--3-séries, paleáceo, série mais externa mais
curta e mais interna espiralada (Semir 1991). O gênero é endêmico do Brasil, ocorrendo em
áreas de Cerrado e de Campo Rupestre da Bahia, Minas Gerais e Goiás (Nakajima et al.
2012). Na SGLA foram encontradas 4 espécies.
5.10.1. Lychnophora ericoides Mart.
Fig. 8G
Lychnophora ericoides apresenta como caracteres diagnósticos o hábito arbustivo a
arvoretas; ramificação candelabriforme, ramos lanosos; folhas densamente imbricadas, lâmina
foliar linear 1,5--8 x 1,5--2,5 cm; capitulescência em glomérulos terminais; capítulos com 2--5
flores; e pápus da série mais externa livre e da série mais interna paleáceo, espiralado, caduco.
A espécie distribui-se em áreas de Cerrado e Caatinga (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi
coletada com flores e frutos nos meses de janeiro, maio e setembro em fitofisionomia de
Savana Arborizada e de Campo Rupestre.
Material examinado - Fazenda Santa Clara, 14º33'13,4"S, 42º33'28,5"W, 983 m, 16 set.
2011, F.A. Santana et al. 67 (HUEFS); Estrada para Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29"S,
42º34'32"W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 159 (HUEFS); Cascarrento,
14º33'13,9"S, 42º33'28,2"W, 1003 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 307 (ALCB).
5.10.2. Lychnophora ramosissima Gardner
Fig. 8H
39
Lychnophora ramosissima apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar 2,5--
6 x ca. 1 mm, ovadas, ápice pungente, mucronado; 1-flor por capítulo; série de pápus mais
externa escamiforme inconspícuo ou nulo, série de pápus mais interna paleáceo, alvo.
Segundo Semir (1991), Lychnophora ramosissima diferencia-se de L. passerina, espécie
ocorrente na Bahia com a qual pode ser confundida, pela lâmina foliar escamiforme,
curtamente ovadas de ápice mucronado, reflexo, sendo que em L. passerina as folhas são
lineares, ascendentes, porém omúcron é pouco evidente. No entanto, o mesmo autor ressaltou
que L. ramosissima poderia se tratar de uma variedade de L. passerina, o que não foi
confirmado por Masanares (2004) a partir de estudos citotaxonômicos, que concluiu que se
tratava de espécies distintas. A espécie é endêmica do Brasil e a sua ocorrência é registrada
apenas para o estado de Minas Gerais (Nakajima et al. 2012). Na SGLA apresenta ampla
distribuição, tendo sido coletada com flores e frutos nos meses setembro, dezembro e janeiro
em fitofisionomias de Savana Arborizada e Campo Rupestre.
Material examinado - Curral do Estevão, 14º35'10"S, 42º34'06,6"W, 1041 m, 15 set. 2011,
F.A. Santana et al. 56 (HUEFS); Fazenda Santa Clara, 14º34'14,4"S, 42º32'41,3"W, 1020 m,
16 set. 2011, F.A. Santana et al. 70 (HUEFS); Espinhaço, 22 dez. 2011, F.A. Santana et al.
97(ALCB); Cascarrento, 14º33‘13,7‖S, 42º33‘19,6‖W, 19 jul. 2012, F.A. Santana et al. 179
(HUEFS); Xaxá, 14º39'15,6"S, 42º32'41,7"W, 942 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al.
316 (ALCB); Xaxá, trilha para o Cachoeirão, 14º41'11,7"S, 42º32'59,8"W, 1006 m, 23 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al.320 (ALCB).
5.10.3. Lychnophora salicifolia Mart.
Fig. 8I
Lychnophora salicifolia diferencia-se das demais espécies pela lâmina foliar linear,
oblanceolada ou espatulada, 4,0--8,0 x 0,3--0,6 cm, face abaxial lanosa; 4--10 flores por
capítulo; pápus da série mais externa coroniforme e da série mais interna paleáceo e
espiralado. A espécie é endêmica do Brasil (Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi coletada
com flores e frutos nos meses maio e setembro e somente frutos no mês de dezembro em
fitofisionomia de Campo Rupestre e de Savana Arborizada.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 17 set.
2011, F.A. Santana et al.81(HUEFS); Trilha do topo do Cachoeirão até a casa de barro,
40
14º41'42,2"S, 42º33'08,9"W, 923 m, 11 mai. 2012, F.A Santana et al.153(HUEFS);
Cascarrento, 14º33'13,7"S, 42º33'19,6"W, 970 m, 19 jul. 2012, F.A. Santana et
al.178(HUEFS); Pedra Preta, 14º45'16,6"S, 42º33'12,5"W, 1036 m, H.A. Ogasawara et al.
288 (ALCB).
5.10.4. Lychnophora sp. 1
Fig. 9A-B, 10A-O, 11A-C
Lychnophora sp. 1 tem sido coletada em vegetação de Campo Rupestre em Minas
Gerais e na SGLA, primeiro registro da espécie para o estado da Bahia, os indivíduos foram
encontrados em Vegetação sobre Canga e sobre afloramentos rochosos em fitofisionomia de
Savana Arborizada. A espécie diferencia-se das demais Lychnophora da área pelo hábito
geralmente subarbustivo (caule não ramificado na base); folhas elípticas a ovadas (15--30 cm
compr.); e capitulescência escaposa formada de espiga de glomérulos. A espécie está sendo
descrita pelo Prof. João Semir e colaboradores. Na SGLA a espécie é amplamente distribuída
e floresce nos meses de maio, julho e setembro.
Material examinado – Garimpo dos Areiões, 14º32‘29,6S, 42º32‘11,6W, 863 m, 14 jul.
2011, F.A. Santana et al.21 (HUEFS); Garimpo das Ametistas, F.A. Santana et al. 29
(HUEFS); Fazenda Jambreiro, 14º35‘12,3S, 42º32‘24,5W, 905 m, 15 set. 2011, F.A. Santana
et al. 53 (HUEFS); Trilha do Cascarrento, 14º33‘5,9S, 42º33‘51,7W, 994 m, 16 set. 2011,
F.A. Santana et al. 74 (HUEFS).
5.10. 5. Lychnophora sp. 2
Através de consulta à bibliografia específica e ao acervo dos herbários visitados,
concluiu-se que esta espécie apresenta caracteres comuns a Lychnophora cryptomerioides
Semir & Leitão sp. nov., que foi descrita em trabalho realizado por Semir (1991) mas cujo
nome ainda não foi validadamente publicado. Segundo este autor, a espécie apresenta como
caracteres diagnósticos a lâmina foliar linear-lanceolada; as folhas imbricadas, ascendentes
apicalmente e mais patentes em direção à base, retas e pouco arqueadas; capítulos curtamente
cilíndricos; 4 flores por capítulo; pápus da série mais externa escamiforme e da série mais
interna paleáceo caduco, reto. Diferencia-se de L. ramosissima, espécie mais próxima em
semelhança de caracteres, por esta apresentar 1 flor por capítulo (versus 4 flores por capítulo)
e pápus externo escamiforme inconspícuo a nulo e interno paleáceo, ligeiramente espiralado e
41
tardiamente caduco (versus pápus externo escamiforme evidente e interno paleáceo,
espiralado e prontamente caduco). É considerada endêmica de Minas Gerais, sendo a
localidade tipo o município de Diamantina. Sendo assim esta espécie pode se tratar de nova
ocorrência para o estado da Bahia. Na SGLA a espécie foi coletada no mês de julho em
ambiente de Campo Rupestre.
Material examinado - Cascarrento, 14º33'13,7"S, 42º33'19,6"W, 970 m, 9 jul. 2012, F.A.
Santana et al. 177 (HUEFS).
5.11. Proteopsis Mart. & Zucc. ex Sch. Bip.
5.11.1. Proteopsis argentea Mart. & Zucc. ex Sch. Bip.
Fig. 8J,K
Proteopsis é composto apenas por P. argentea e apresenta como caracteres
diagnósticos os ramos e folhas argênteos; folhas em roseta; capitulescência formando
glomérulos dispostos no ápice de escapos; brácteas involucrais de ápice acuminado, pungente;
corola lilás; e pápus caduco. A espécie é considerada até então como endêmica do estado de
Minas Gerais, onde ocorre nas localidades de Serra do Cipó, Serra do Cabral, Planalto de
Diamantina e Grão Mogol (Nakajima et al. 2012; Jesus et al. 2001). Na SGLA foi coletada
com flores no mês de fevereiro e flores e frutos no mês de maio em vegetação de Campo
Rupestre.
Material examinado - Topo do Cachoeirão, subida atrás da casa de barro, 14º41'45,8"S,
42º33'30,1"W, 26 fev. 2012, F.A. Santana et al. 133 (HUEFS); Topo do Cachoeirão, atrás da
casa de barro, 959 m, 14º41'52,7"S, 42º33'29,9"W, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 155
(HUEFS).
5.12. Stilpnopappus Mart. ex DC.
Stilpnopappus apresenta hábito herbáceo; invólucro com brácteas involucrais da série
mais externa foliáceas; receptáculo alveolado, com os alvéolos circundados por aristas longas
e fimbriadas que envolvem parcial ou completamente as cipselas; pápus bisseriado, paleáceo e
persistente (Esteves & Gonçalves-Esteves 2003). É um gênero sul-americano, encontrado na
Venezuela e Brasil, representado por 11 espécies (Esteves 1992; Barros & Esteves 2004). Na
SGLA foram encontradas duas espécies em Savana Arborizada e Campo Rupestre.
42
5.12.1. Stilpnopappus semirianus R. Esteves
Stilpnopappus semirianus é definido pela lâmina foliar lanceolada ou oval-lanceolada,
membranácea; e capitulescência solitária ou em cimeira laxa (Esteves 1992). A espécie é
considerada endêmica do estado da Bahia e na SGLA foi coletada com flores e frutos nos mês
de janeiro e maio em vegetação de Campo Rupestre.
Material examinado - Xaxá, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 24 fev. 2011, F.A. Santana et al. 103
(HUEFS); Trilha de Santana para o Cascarrento, 14º34'51,4"S, 42º33'40,5"W, 991 m, 10 mai.
2012, F.A.Santana et al. 143 (HUEFS); Cascarrento, 14º33'13,9"S, 42º33'28,2"W, 1003 m, 22
jan. 2001, H.A. Ogasawara et al. 300 (ALCB); Caminho para o Garimpo, 14º33'28,2"S,
42º33'13,5"W, 972 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 309 (ALCB).
5.12.2. Stilpnopappus tomentosus Mart. ex DC.
Stilpnopappus tomentosus são ervas eretas que apresentam lâmina foliar linear a linear-
lanceolada, conduplicada; capitulescência em cimeira congesta; e o pápus alvo (Esteves
1992). A espécie é endêmica do estado da Bahia e na SGLA foi coletada em Campo Rupestre.
Material examinado - Espinhaço, 22 nov. 2011, F.A. Santana et al. 100 (HUEFS); Riacho de
Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112m, 21 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 294 (ALCB);
Cascarrento, 14º33'13,9"S, 42º33'28,2"W, 1003 m, 22 jan. 2001, H.A. Ogasawara et al. 301
(ALCB); Trilha após Cachoeirão, 14º41'52,4"S, 42º33'33"W, 1023 m, 23 jan. 2013, H.A.
Ogasawara et al.330 (ALCB).
5.13. Vernonanthura H.Rob.
Vernonanthura pode ser reconhecido por apresentar hábito arbustivo ou arbóreo; caule
ereto geralmente com xilopódio; capitulescência tirsóide a piramidalmente paniculada; e
apêndice do conectivo da antera com tricomas glandulíferos em sua face abaxial. Segundo
Robinson (1992), o gênero possui 70--76 espécies distribuídas em toda a América tropical
(Keeley & Robinson 2009). O Brasil possui ca. 36 espécies, sendo que 19 são endêmicas e na
Bahia há registro de 12 espécies, das quais quatro ocorrem na SGLA.
5.13.1. Vernonanthura brasiliana (L.) H.Rob.
43
Fig. 8L
Vernonanthura brasiliana apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
elíptica, de ápice agudo, apiculado, face adaxial estrigosa, abaxial vilosa; capitulescência em
panícula corimbosa; 35--40 flores por capítulo; tubo e lobos da corola glabros; cipsela
glanduloso-punctada. A espécie ocorre nos países da Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana
Francesa, Colômbia, Bolívia e no Brasil, onde é amplamente distribuída. Na SGLA foi
coletada com flores no mês de julho e com flores e frutos no mês de setembro em Savana
Estépica e Mata de Galeria.
Material examinado – Garimpo dos Areiões, 14 jul. 2011, F.A. Santana et al. 24 (HUEFS);
Trilha da Fazenda Matinha para o Xaxá, 14º40'31"S, 42º32'35,9"W, 872 m, 17 set. 2011, F.A.
Santana et al.88 (HUEFS); Riacho Fundo, 14º35'18,9"S, 42º32'23,1"W, 860 m, 19 jul. 2012,
F.A. Santana et al. 174 (HUEFS).
5.13.2. Vernonanthura ferruginea (Less.) H.Rob.
Vernonanthura ferrruginea caracteriza-se pela lâmina foliar elíptica, coriácea, ápice
arredondado, indumento estrigoso na face adaxial e vilosa na abaxial; capitulescência em
panícula cimosa; e 20--24 flores por capítulo. A espécie não é endêmica e é amplamente
distribuída no Brasil (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores no mês de
julho em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para a Barragem de Tauape, 800-900 m, 15 jul. 2011, F.A.
Santana et al. 37 (HUEFS); Caminho para Riacho Fundo, sentido Gerais, Fazenda Curral do
Estevão, 770m, 14º35‘10‖S, 42º31‘57,7‖W, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 49 (HUEFS).
5.13.3. Vernonanthura laxa (Gardner) H.Rob.
Vernonanthura laxa diferencia-se das demais pelas folhas sésseis; e capitulescência em
panícula corimbosa (Ogasawara 2011). A espécie é endêmica do Brasil (Nakajima et al. 2012)
e na SGLA foi coletada com flores em botão no mês de maio em áreas de Savana Arborizada.
Material examinado - Estrada para a Fazenda Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W,
12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 170 (HUEFS).
5.13.4. Vernonanthura polyanthes (Spreng) A.J.Vega & M. Dematteis
44
Vernonanthura phosphorica apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
membranácea, lanceolada, ápice agudo, face adaxial e abaxial estrigosas; capitulescência em
cimeira; e capítulos com 20--25 flores. A espécie ocorre na Bolívia e no Brasil, onde é
amplamente distribuída. Na SGLA foi coletada com flores e frutos no mês de julho em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Estrada para o povoado de Duas Passagem, Fazenda Boqueirão,
nascente do rio Estiva, 14º28'59"S, 42º34'0,57"W, 964 m, 16 jul. 2011, F.A. Santana et al. 45
(HUEFS).
5.13.5. Vernonanthura subverticillata (Sch. Bip. ex Baker) H. Rob.
Vernonanthura subverticillata apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
oblonga ou oblanceolada, ápice arredondado, mucronado, margem denticulada, base atenuada;
capitulescência em cimeira composta; 10--12 flores por capítulo. A espécie é endêmica do
Brasil e na SGLA foi coletada com frutos no mês de janeiro em fitofisionomia de Savana
Arborizada.
Material examinado - Trilha após Cachoeirão, 14º41'55,3"S, 42º33'30,8"W, 1020 m, 23 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al. 331 (ALCB); Caminho para o Garimpo 14º33'28,2"S,
42º33'13,5"W, 972 m, H.A. Ogasawara et al. 308 (ALCB); Trilha após Cachoeirão,
14º41'55,3"S, 42º33'30,8"W, 1020 m, H.A. Ogasawara et al. 331 (ALCB).
6. TRIBO GNAPHALIEAE CASS. EX. LECOQ & JUILL.
Gnaphalieae são ervas, subarbustos a arbustos, de capítulos discóides, homogamos ou
disciformes, heterógamos, com flores pistiladas filiformes, brácteas involucrais papiráceas,
coloridas, hialinas, anteras ecalcaradas, ramos dos estiletes com tricomas (Ward et al. 2009;
Bremer 1994). Apresenta cerca de 180 gêneros e 2.000 espécies amplamente distribuídas e
especialmente bem representadas na África do Sul e Austrália (Bremer 1994). Para o Brasil
são registradas 60 espécies (Nakajima et al. 2012) e para a Serra Geral de Licínio de Almeida
foram encontrados um gênero e duas espécies.
6.1. Achyrocline (Less.)DC.
45
O gênero é representado por espécies subarbustos a arbustos; folhas estreitas, sésseis,
tomentosas; capítulos disciformes; brácteas involucrais castanhas, amareladas ou alvas; corola
amarela; cipsela glabra, geralmente papilosa; pápus de cerdas barbeladas (Bremer 1994; Deble
2007). Distribui-se pela América do Sul e Central, com registro de algumas espécies também
para a África e Madagascar. Apresenta cerca de 40 espécies, com centro de concentração nas
áreas tropicais e subtropicais da América do Sul (Deble 2007). No Brasil ocorrem 17 espécies
(Nakajima et al. 2012) e na SGLA foram encontradas duas espécies que apresentam brácteas
involucrais e corola amarelas.
Chave para as espécies de Achyrocline
1. Caule alado, lâmina foliar 4--15 x 0,3--1 cm .............................................................. A. alata
1‘. Caule cilíndrico, lâmina foliar 1--6x 0,7--1,3 cm .......................................... A. satureioides
6.1.1. Achyrocline alata (Kunth) DC.
Achyrocline alata apresenta hábito arbustivo; caule apresentando estreitas alas; e
folhas lineares, discolores. A espécie é encontrada nos países da Colômbia, Peru, Paraguai,
Argentina, Uruguai e Brasil (Deble 2007) e é amplamente distribuída no território brasileiro.
Foi coletada com flores no mês de julho em área de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para o Cachoeirão após o trilho do trem, 14º41'7,8"S,
42º33'12,1"W, 999 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al. 194 (HUEFS).
6.1.2. Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Achyrocline satureioides diferencia-se de A. alata principalmente por apresentar ramos
cilíndricos; e lâmina foliar espatulada, discolor, trinervada. A espécie ocorre na Argentina,
Uruguai e no Brasil (Deble 2007) e é amplamente distribuída no território brasileiro
(Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores no mês de julho em área de Savana
Arborizada.
Material examinado - Trilha para o Cachoeirão após o trilho do trem, 14º41'7,8"S,
42º33'12,1"W, 999 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al. 190 (HUEFS).
7. TRIBO ASTEREAE CASS.
46
A tribo apresenta como caracteres diagnósticos a base da antera ecaudada e ecalcarada
e apêndices do estilete deltados a triangulares ou lanceolados, glabros na face adaxial e pilosos
na face abaxial (Funk et al. 2009). Apresenta ca. de 222 gêneros e 3100 espécies de
distribuição cosmopolita, com maior representatividade nas regiões temperadas (Nesom &
Robinson 2007; Funk et al.2009). No Brasil, ocorrem 17 gêneros e 228 espécies (Nakajima et
al. 2012). Para a SGLA foram encontrados dois gêneros, Baccharis e Conyza.
Chave para as espécies de Astereae
1. Ervas monóicas; capítulos heterógamos ...................................................Conyza sumatrensis
1‘. Ervas a arbustos dióicos; capítulos homógamos.
2. Caule e ramos alados ...................................................................................Baccharis crispa
2‘. Caule e ramos ápteros.
3. Lâmina foliar inteira, tricomas alvos a cinéreos, persistentes na face abaxial e
glabrescente na face adaxial.............................................................................. B. calvescens
3‘. Lâmina foliar denteada, glabrescente em ambas as faces.
4. Lâmina foliar oblanceolada ou obovada; capitulescência em panículas espiciformes
....................................................................................................................... B. sessiliflora
4‘. Lâmina foliar ovada, oblanceolada ou obdeltada; capítulescência em panículas
corimbiformes.
5. Capítulos pedicelados; brácteas involucrais de margem hialina, ápice hialino
....................................................................................................................... B. alleluia
5‘. Capítulos sésseis a subsésseis; brácteas involucrais de margem escariosa, ápice
castanho ........................................................................................................... B. retusa
7.1. Baccharis L.
Baccharis apresenta como prováveis sinapomorfias as flores unissexuais, geralmente
em espécimes distintos, e tricomas com uma única célula basal dispostos em pequenos tufos
no caule e nas folhas (Müller 2006). É o maior gênero da tribo com 350--400 espécies,
ocorrendo em sua maioria na América do Sul (Nesom 1990; Müller 2006). No Brasil ocorrem
47
167 espécies (Barroso 1976; Nakajima et al. 2012) e na SGLA foram encontradas cinco
espécies.
7.1.1. Baccharis alleluia A.S. Oliveira & Deble
Fig. 13A
Baccharis alleluia é reconhecida pelas folhas sésseis ou curto-pecioladas; lâmina foliar
ovada, oblanceolada ou obdeltada, ápice obtuso, margem inteira ou denticulada, base
atenuada, com tricomas glandulares; capitulescência em panícula corimbiforme; e capítulos
laxos, pedicelados (Deble & Oliveira-Deble 2009). A espécie é endêmica do estado da Bahia e
na SGLA foi coletada com flores nos meses setembro, fevereiro e maio em fitofisionomia de
Savana Arborizada.
Material examinado - Curral do Estevão, 14º35'10,1"S, 42º34'06,6"W, 1041 m, 15 set. 2011,
F.A. Santana et al. 58 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25 fev.
2012, F.A. Santana et al. 105 (HUEFS); Trilha de Santana para o Cascarrento, 09 mai. 2012,
F.A. Santana et al. 135 (HUEFS); Riacho Fundo, 14º35'11,6"S, 42º32'25,3"W, 849 m, 10 mai.
2012, F.A. Santana et al. 140 (HUEFS); Trilha para o Cachoeirão, atravessando o trilho do
trem, 14º41‘7,8‖S, 42º33‘12,1‖W, 999 m, F.A. Santana et al. 192 (HUEFS).
7.1.2. Baccharis calvescens DC.
Baccharis calvescens apresenta como caracteres diagnósticos os ramos pubescentes; a
lâmina foliar elíptica a oblanceolada, ápice agudo, margem inteira, base atenuada, face adaxial
glabra e abaxial com indumento cinéreo; e capitulescência em panícula congesta. Segundo
Barroso (1976), a espécie diferencia-se de outras espécies próximas pela presença de
indumento seríceo na face abaxial da lâmina foliar, tornando-se lepidoto na maturidade. A
espécie é endêmica do Brasil e na SGLA foi coletada com flores no mês julho em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha p/ Cachoeirão, atravessando o trilho do trem, 14º41'7,8"S,
42º33'12,1"W, 999 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al. 195 (HUEFS).
7.1.3. Baccharis crispa Spreng.
Fig. 13B
48
Baccharis crispa é facilmente reconhecida por apresentar ramos trialados, resinosos;
lâmina foliar escamiforme, séssil; capítulos sésseis arranjados em ramos espiciformes; e
cipsela cilíndrica, 8--16 costada (Heiden et al. 2009; Schneider 2009). A espécie é
amplamente distribuída no Brasil e na SGLA foi coletada com flores em Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para o Cachoeirão, atravessando o trilho do trem, 14º41'7,8"S,
42º33'12,1"W, 999 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al.191 (HUEFS).
7.1.4. Baccharis retusa DC.
Baccharis retusa pode ser reconhecida pela lâmina foliar coriácea, espatulada a
oblanceolada, ápice arredondado a obtuso, 5--12 denteada, base cuneada, viscosa; capítulos
paniculados, subsésseis e arranjados no ápice dos ramos. A espécie é endêmica do Brasil e
ocorre nas regiões centro-sul do país alcançando o estado da Bahia (Nakajima et al. 2012). Na
SGLA foi coletada com flores nos meses de dezembro, janeiro e julho em fitofisionomia de
Savana Arborizada.
Material examinado - Região de Formigas, 14º27'52,2"S, 42º32'0,9"W, 970 m, 16 jul. 2011,
F.A. Santana et al. 46(HUEFS); Cascarrento, 14º33‘13,7‖S, 42º33‘19,6‖W, 970 m, 19 jul.
2012, F.A. Santana et al. 180 (HUEFS); Cascarrento, 14º33‘13,7‖S, 42º33‘19,6‖W, 970 m, 19
jul. 2012, F.A. Santana et al. 181 (HUEFS); Caminho para Pedra Preta, 14º44'43,8"S,
42º32'44"W, 854 m, 21 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 287 (ALCB); Xaxá, trilha para o
Cachoeirão, 14º41'11,7"S, 42º32'59,8"W, 1006 m, 23 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 324
(ALCB); Trilha após Cachoeirão, 14º41'55,3"S, 42º33'30,8"W, 1020 m, H.A. Ogasawara et
al. 332 (ALCB).
7.1.5. Baccharis sessiliflora Vahl
Baccharis sessiliflora apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar séssil,
oblanceolada a obovada, ápice agudo, base cuneada, glabra; e capítulos arranjados em
panículas espiciformes. A espécie não é endêmica do Brasil e no país ocorre nas regiões
centro-sul alcançando a Bahia (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada em Campo
Rupestre.
Material examinado – Serra do Saco da Onça, 14º44‘44,2‖S, 42º32,5 W, 1024 m, 21 jul
2012, F.A. Santana et al. 202 (HUEFS).
49
7.2. Conyza Less.
7.2.1. Conyza sumatrensis (Retz.) E.Walker
Conyza é representado por ervas, raramente arbustos ou pequenas árvores, que
apresentam capítulos heterógamos, flores filiformes femininas e monoclinas tubulosas,
invólucro cilíndrico a hemisférico, pápus de cerdas barbeladas e cipsela compressa,
pubescente (Bremer 1994; Nesom 2000). Compreende aproximadamente 50 espécies, muitas
delas com distribuição cosmopolita (Kissman & Groth 1999). Para o Brasil, há o registro de
12 espécies, sendo que destas, quatro ocorrem na Bahia (Nakajima et al. 2012).
Conyza sumatrensis caracteriza-se pelo hábito herbáceo; ramos pubescentes; lâmina
foliar oblanceolada, ápice agudo, base cuneada; capitulescência em panícula; e pápus cerdoso.
A espécie apresenta distribuição cosmopolita e no Brasil é amplamente distribuída. Na SGLA
foi coletada em Savana Arborizada.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 14º32'29,6"S, 42º32'11,6"W, 863 m, 21 jul.
2012, F.A. Santana et al. 206 (HUEFS).
8. TRIBO COREOPSIDEAE LINDL.
A Tribo Coreopsideae é caracterizada pelo hábito herbáceo a arbustivo, raramente
pequenas árvores, folhas opostas ou alternas, simples com margem inteira a tripinadas,
capítulos radiados, heterógamos ou discóides, homógamos, solitário a cimoso ou corimboso,
pedunculado, receptáculo plano a cônico, paleáceo, flores do raio quando presentes, pistiladas
e estéreis, flores do disco bissexuais ou funcionalmente masculinas, pápus aristado, 2--15
aristas antrorsas ou retrorsas (Crawford et al. 2009). Apresenta ca. 25 gêneros e 600 espécies
que ocorrem predominantemente na América do Norte e do Sul (Crawford et al. 2009). No
Brasil, ocorrem quatro gêneros e 31 espécies, amplamente de distribuídas. Para a SGLA é
registrada apenas uma espécie pertencente ao gênero Bidens.
8.1. Bidens L.
8.1.1. Bidens segetum Mart. ex Colla
Fig. 13C
50
O gênero Bidens é caracterizado principalmente pelos capítulos radiados, heterógamos,
raramente discóides e homógamos; filetes glabros; e cipsela fusiforme e não rostrada. Bidens
possui ca. 340 espécies distribuídas em todo o mundo e com centro de diversidade na América
Central e do Norte (Crawford et al. 2009).
Bidens segetum é um arbusto com lâmina foliar discolor, margem serreada e 3-partida;
flores do raio liguladas, amarelas e do disco tubulosas, amarelas; anteras castanhas;
receptáculo plano e paleáceo; cipsela achatada, enegrecida; e pápus biaristado. A espécie não
é endêmica do Brasil e na SGLA foi coletada com flores e fruto no mês de maio em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha de Santana para o Cascarrento, 14º34'51,4"S, 42º33'40,5"W, 10
mai. 2012, F.A. Santana et al. 142 (HUEFS); Trilha do Lameirão para o Cachoeirão,
14º30‘15,6‖S, 42º13‘19‖W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 148 (HUEFS).
9. TRIBO NEUROLAENEAE RYDB.
A Tribo Neuroleneae apresenta cinco gêneros e cerca de 150 espécies que ocorrem
predominantemente no México e na América do Sul (Panero 2007). Suas espécies podem ser
reconhecidas pela presença de ramos fistulosos, flores do raio, se presentes, pistiladas,
receptáculo geralmente paleáceo e anteras e cipselas geralmente enegrecidas. Para o Brasil são
registradas 80 espécies, distribuídas pelas diversas fitofisionomias encontradas no país. Na
SGLA foram coletados apenas indivíduos do gênero Calea.
9.1. Calea L.
As espécies de Calea apresentam hábito herbáceo, arbustivo ou subarbustivo; e os
capítulos são radiados, heterógamos ou discóides, homógamos, solitários ou em
capitulescências laxas. As flores do raio, quando presentes são pistiladas, as anteras são
amarelas, com apêndice do conectivo agudo (Funk et al.2009). Para o estado da Bahia são
registradas 10 espécies, encontradas em fitofisionomias de Caatinga, Cerrado, campos
rupestres ou restinga (Roque & Carvalho 2011).
Chave para as espécies de Calea
51
1. Capitulescência umbeliforme; capítulos discóides, homógamos, 8--10 flores .......C. harleyi
1‘. Capitulescência corimbiforme; capítulos heterógamos, radiados, 45--55 flores.
2. Ramos e folhas glabrescentes; lâmina foliar oblonga ou triangular, 1--2 cm larg., face
adaxial escabrosa ............................................................................................C. candolleana
2‘. Ramos e folhas pubescentes; lâmina foliar elíptica, 5,5--8,5 cm larg., face adaxial vilosa
...................................................................................................................................C. pilosa
9.1.1. Calea candolleana (Gardner) Baker
Fig. 13E
Calea candolleana pode ser reconhecida através da lâmina foliar elíptica, escabrosa
em ambas as faces; capitulescência em corimbo; e receptáculo paleáceo. A espécie é endêmica
do Brasil e ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Tocantins e Goiás (Nakajima et al.
2012). Na SGLA foi coletada com flores e frutos nos meses de fevereiro, maio e julho em
fitofisionomia de Savana Arborizada e Campo Rupestre.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 20 dez.
2011, F.A. Santana et al. 92 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25
fev. 2012, F.A. Santana et al. 104 (HUEFS); Trilha de Santana para o Cascarrento, 9 mai.
2012, F.A. Santana et al. 137 (HUEFS); Trilha do Lameirão para o Cachoeirão, 14º30'15,6"S,
42º13'19"W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 146 (HUEFS).
9.1.2. Calea harleyi H.Rob
Fig. 13D
Calea harleyi são arbustos de ramos prostrados a cespitosos; folhas elípticas, agudas a
obtusas, margem serreada, base atenuada; e capitulescência em umbela, com três capítulos
discóides. A espécie é endêmica do Brasil e distribui-se pelos estados de Minas Gerais e Bahia
(Nakajima et al. 2012) e na SGLA foi coletada em áreas de Savana Arborizada e de Campo
Rupestre.
Material examinado–Serra do Saco da Onça, 14º44‘46,8‖S, 42º34‘26‖W, 25 fev. 2012, F.A.
Santana et al. 110 (HUEFS); Trilha no Topo do Cachoeirão, 14º41‘47,1‖S, 42º33‘02,7‖W, 26
fev. 2012, F.A. Santana et al. 132 (HUEFS); Estrada para Fazenda Riacho de Areia,
14º45‘29‖S, 42º34‘32‖W, 1112 m, 12 mai. 2012, F.A. Santana et al. 165 (HUEFS);
52
Cascarrento, 14º33'13,9"S, 42º33'28,2"W, 1003 m, 22 Jan. 2001, H.A. Ogasawara et al. 301
(ALCB).
9.1.3. Calea pilosa Baker
Calea pilosa é reconhecida principalmente por apresentar os ramos densamente
vilosos; lâmina foliar elíptica, vilosa; capítulo radiado; e o receptáculo epaleáceo. A espécie é
referida para o estado da Bahia e região sudeste, no entanto, a sua distribuição real ainda não
se encontra bem definida (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores e frutos no
mês de dezembro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Riacho de Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112m, 21 jan. 2013,
H.A. Ogasawara et al. 298 (ALCB); Xaxá, trilha para o Cachoeirão, 14º41'11,7"S,
42º32'59,8"W, 1006 m, 23 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 323 (ALCB).
10. TRIBO HELIANTHEAE CASS.
A Tribo Heliantheae é reconhecida por uma combinação de caracteres, como o
receptáculo paleáceo cujas páleas conduplicadas (dobradas) envolvem as cipselas, anteras
usualmente negras, ápice do estilete com tufos de papilas, cipselas enegrecidas achatadas e
pápus de aristas ou escamas (Funk et al. 2009). Apresenta 113 gêneros e 1.461 espécies
distribuídas principalmente pelo Novo Mundo, é encontrada especialmente no México,
América Central e América do Sul (Funk et al. 2009). Para o Brasil são registrados 32 gêneros
e 234 espécies (Nakajima et al. 2012) e na SGLA foram encontrados quatro gêneros e nove
espécies.
Chave para as espécies de Heliantheae
1. Capítulos disciformes, com uma flor feminina e 7--8 masculinas; receptáculo epaleáceo
............................................................................................................... Riencourtia oblongifolia
1‘. Capítulos radiados, com flores do raio femininas (estéreis ou férteis) e do disco bissexuais;
receptáculo paleáceo.
2. Arbusto escandente; cipsela bacácea e pápus ausente .......……….............. Tilesia baccata
2‘. Arbusto ereto ou erva prostrada; cipsela de outras formas e pápus presente.
53
3. Folhas opostas em toda a planta; nervação acródroma; corola da flor do raio com 2
nervuras evidentes.
4. Erva prostrada; brácteas involucrais em duas séries, subiguais ............... Aspilia martii
4‘. Arbusto ereto; brácteas involucrais com 4--5 séries, as mais externas menores do que
as mais internas.
5. Brácteas involucrais de ápice ereto, acuminado; pápus 2--3 aristado
..................................................................................................................A. floribunda
5‘. Brácteas involucrais de ápice reflexo, agudo; pápus coroniforme.
6. Lâmina foliar com margem denteada; capítulos axilares e/ou axilares e terminais
no mesmo ramo; invólucro cilíndrico (0,4--0,6 cm larg.)
....................................................................................................................... A. eglerii
6‘. Lâmina foliar com margem inteira; capítulos terminais; invólucro campanulado
(0,7--1 cm larg.) .................................................................................... A. almasensis
3‘. Folhas superiores geralmente alternas e inferiores opostas; nervação acródroma;
corola da flor do raio com todas as nervuras evidentes.
8. Lâmina foliar linear, 0,2--0,3 cm larg.; cipsela vilosa ..................... Aldama bracteata
8‘. Lâmina foliar ovada ou elíptica, 1,8--2,5 cm larg.; cipsela glabra ou com tricomas
esparsos no 1/3 superior ........................................................................... A. oblongifolia
10.1. Aldama La Llave
Em estudos moleculares realizados por Schiling & Panero (2011), o gênero foi
recircunscrito para o qual algumas espécies de Viguiera foram combinadas, embora ainda não
exista um estudo que uniformize a caracterização para o gênero. Atualmente, Aldama
distribui-se por países da América Central e do Sul é amplamente distribuída no território
brasileiro, onde apresenta 15 espécies (Schiling & Panero 2011; Nakajima et al. 2012).
10.1.1. Aldama bracteata (Gardner) E.E.Schill. & Panero
Aldama bracteata diferencia-se das outras espécies do gênero por apresentar lâmina
foliar linear (0,2--0,3 cm larg.); cipsela setosa e pápus de aristas longas e cerdosas. É
endêmica do Brasil e distribui-se pelas regiões do centro-oeste e sudeste (Nakajima et al.
54
2012). Este trabalho apresenta A. bracteata como nova ocorrência para o estado da Bahia e na
SGLA foi coletada em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado – Serra do Saco da Onça, 21 jul. 2012, N. Roque et al. 3681 (ALCB).
10.1.2. Aldama oblongifolia (Gardner) E.E.Schill. & Panero.
Aldama oblongifolia diferencia-se de A. bracteata principalmente por apresentar
lâmina foliar elíptica a oval; invólucro formado por 4 séries de brácteas, ovada a oval-
lanceoladas; e pápus 1--2 aristado. A espécie é endêmica do Brasil e este trabalho apresenta
esta espécie como nova ocorrência para o estado da Bahia. Na SGLA foi coletada com flores e
frutos em janeiro em fitofionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha após Cachoeirão, 14º41‘52,4"S, 42º33'33"W, 1023 m, 23 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al. 329 (ALCB).
10.2. Aspilia Thouars
Aspilia apresenta como principais características as folhas geralmente opostas; flores
do raio liguladas e neutras, com apenas duas a três nervuras mais conspícuas; e cipselas do
disco levemente comprimidas com uma cicatriz basal (Santos 2001). Segundo ainda o autor, o
gênero apresenta aproximadamente 125 espécies distribuídas pela América Tropical, África
Tropical e Madagascar. Para o Brasil são registradas 65 espécies (Nakajima et al. 2012).
10.2.1. Aspilia almasensis D.J.N. Hind
Aspilia almasensis apresenta como caracteres diagnósticos o hábito arbustivo, ereto; a
lâmina foliar lanceolada e estrigosa; 4--5 séries de brácteas involucrais de ápice reflexo,
agudo; e pápus coroniforme, sem aristas. A espécie é endêmica do estado da Bahia e na SGLA
foi coletada com flores e frutos nos meses de dezembro e janeiro em fitofisionomia de Savana
Arborizada e Savana Estépica.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,8"W, 702 m, 21 dez.
2011, F.A. Santana et al. 90(HUEFS); Riacho de Areia 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112m, 21
jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 291 (ALCB); Trilha para a Gruta, 14º39'15,6"S,
42º32'41,7"W, 942 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 315 (ALCB); Xaxá, trilha para
Cachoeirão, 14º41'35,5"S, 42º32'47,7"W, 885 m, 23 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 319
55
(ALCB); Xaxá, trilha para o Cachoeirão, 14º41'11,7"S, 42º32'59,8"W, 1006 m, 23 jan. 2013,
H.A. Ogasawara et al. 326 (ALCB).
10.2.2. Aspilia eglerii J.U. Santos
Aspilia eglerii pode ser reconhecida por apresentar folhas pecioladas, lanceoladas a
oblongo-lanceoladas; capítulos solitários ou aos pares no ápice dos ramos; brácteas
involucrais dispostas em quatro séries; e pápus coroniforme desprovido de aristas (Santos
2001). Contudo, a espécie é conhecida apenas pelo seu holótipo cuja localidade-tipo é o
município de Diamantina, em Minas Gerais. As conclusões a respeito desta espécie foram
tomadas a partir de consulta à bibliografia específica e análise do material-tipo dos táxons
citados a seguir. Segundo Santos (2001), A. eglerii pode ser confundida com A. clausseniana
Baker da qual se diferencia por apresentar invólucro cilíndrico e pápus desprovido de aristas
(vs. invólucro campanulado e pápus aristado); de A. cylindricocephala H.Rob. que se
diferencia pelas folhas sésseis, brácteas involucrais 6-seriadas e capitulescência corimbiforme
e de Apilia caudata J.U. Santos, que pode ser reconhecida pelas folhas sésseis e brácteas
involucrais de tamanhos similares e ápice caudado. Na SGLA a espécie foi coletada com
flores e frutos no mês de fevereiro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Cachoeirão, subida após o trilho do trem, 14°41'55''S, 42°32'58''W,
971 m, 26 fev. 2012, M. Alves et al. 98 (ALCB); Trilha do Lameirão para o Cachoeirão,
14º30‘15,6‖S, 42º13‘19‖W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 151 (HUEFS).
10.2.3. Aspilia floribunda (Gardner) Baker
Fig. 12A-N, 13G
Aspilia floribunda é reconhecida principalmente pelas folhas lineares a linear-
lanceoladas ou lanceoladas, estrigosa em ambas as faces; capitulescência em corimbo;
brácteas involucrais em quatro séries; cipsela pilosa; e pápus com duas aristas conspícuas. A
espécie é endêmica do Brasil e no presente trabalho ela é apresentada como nova ocorrência
para o estado da Bahia. Na SGLA a espécie foi coletada com flores e frutos no mês de janeiro
em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado – Capim Vermelho, 19º39‘51‖S, 42º30‘20‖W, 1035 m, 24 fev. 2012, M.
Alves et al. 71 (ALCB); Serra do Saco da Onça, 14º45‘02‖S, 42º34‘09‖W, 907 m, 25 fev.
56
2012, M. Alves et al. 73 (ALCB); Serra do Saco da Onça, 21 jan. 2013, H.A. Ogasawara et
al.334 (ALCB).
10.2.4. Aspilia martii Baker
Aspilia martii é caracterizada especialmente por serem ervas prostradas de lâmina
foliar linear a linear-lanceolada; capítulos solitários; duas séries de brácteas foliáceas, de ápice
caudado; e pápus com 2-3 aristas conspícuas. É endêmica do Brasil e ocorre na região
nordeste e Espírito Santo (Nakajima et al. 2012). A espécie foi coletada na SGLA em área de
Savana Arborizada e Campo Rupestre.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 20 dez.
2011, F.A. Santana 91 (HUEFS); Pedra Preta, 14º45'16,6"S, 42º33'12,5"W, 1036 m, 21 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al. 288 (ALCB).
10.3. Riencourtia Cass.
10.3.1.Riencourtia oblongifolia Gardner
Fig. 13F
Riencourtia é composto por ervas ou subarbustos, com folhas opostas, inteiras ou
denteadas; capítulos disciformes, dispostos em pequenos glomérulos no topo dos ramos;
receptáculos epaleáceo; uma flor marginal feminina; flores do disco estaminadas com ovário
não funcional modificado em pedicelo; cipsela globoso-obovada; e pápus ausente. Distribui-se
pela América do Sul e apresenta cinco ou seis espécies (Bringel 2007). No Brasil ocorrem
cinco espécies e na SGLA foi coletada apenas uma espécie.
Riencourtia oblongifolia é a única espécie representante da tribo na SGLA que
apresenta capítulos formando glomérulos sésseis em dicásio; 4 brácteas involucrais subiguais,
alvas; receptáculo epaleáceo; capítulos com uma flor feminina e 5-8 masculinas. Diferencia-se
de Riencourtia tenuifolia, outra espécie encontrada na Bahia, principalmente por esta
apresentar a lâmina foliar linear (vs. lâmina foliar elíptica, oblonga ou lanceolada). A espécie é
encontrada na Bolívia e no Brasil é amplamente distribuída (Bringel 2007), com exceção do
nordeste e sul do país. Na SGLA foi coletada com flores e frutos em fitofisionomia de Savana
Estépica.
57
Material examinado - Lameirão, 14º41'33"S, 42º31'52"W, 783 m, 26 fev. 2012, M. Alves et
al. 97 (ALCB).
10.4. Tilesia G. Mey.
10.4.1.Tilesia baccata (L.) Pruski
Tilesia é caracterizada principalmente por apresentar flores do raio, quando presentes,
estéreis; páleas estreitamente estriadas; e frutos bacáceos sem pápus. Apresenta três espécies
de distribuição Neotropical (Pruski 1997).
Tilesia baccata é um arbusto escandente de capitulescência tirsóide; capítulo radiado;
corola amarela, pápus ausente; e a única espécie da família encontrada na SGLA a apresentar
cipsela bacácea. Ocorre desde a América do Sul até a América Central e Antilhas (Bringel
2007). A espécie foi coletada na SGLA com frutos no mês de fevereiro em fitofisionomia de
Savana Arborizada.
Material examinado – Trilha para a Cachoeira Sete Quedas, 11 jan. 2011, F.A. Santana et al.
12 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 25 fev. 2012, F.A. Santana
et al. 109 (HUEFS); Caminho para Pedra Preta, 14º44'43,8"S, 42º32'44"W, 854 m, 21 jan.
2013, H.A. Ogasawara et al. 286 (HUEFS).
11. TRIBO MILLERIEAE LINDL.
A Tribo Millerieae é caracterizada pelas folhas usualmente opostas, frequentemente
glandulosas; páleas escariosas; tecas das anteras frequentemente negras, geralmente estriadas;
cipselas enegrecidas; e pápus escamoso ou cerdoso (Funk et al. 2009). É representada por 34
gêneros e cerca de 380 espécies distribuídas principalmente pelo México e norte dos Andes,
em países do Velho Mundo, incluindo a África (Funk et al. 2009). No Brasil são encontrados
oito gêneros e 34 espécies de ampla distribuição (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi
encontrado apenas um gênero e uma espécie.
11.1. Ichthyothere Mart.
11.1.1. Ichthyothere terminalis (Spreng) S.F. Blake
Fig. 13H
58
Ichthyothere apresenta como caracteres diagnósticos a capitulescência terminal em
glomérulos ou em panículas laxas; capítulos disciformes, invólucro bisseriado; receptáculo
paleáceo; flores de coloração branca ou creme, flores do raio 2--4 pistiladas, flores do disco
bissexuais, funcionalmente masculinas por atrofia do gineceu; cipsela glabra; e pápus ausente
(Pereira 2001). É um gênero Neotropical com ocorrência principal na América do Sul e
apenas uma espécie na América Central (Pereira 2001). No Brasil é representado por 19
espécies de ampla distribuição (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi encontrada apenas uma
espécie.
Ichthyothere terminalis é reconhecida por apresentar hábito arbustivo; folhas sésseis,
glabras, com cinco nervuras acródromas; capitulescência glomerular; capítulos disciformes,
alvos; e flores pistiladas tubulosas. É encontrada na América Tropical nos países da Guiana,
Suriname e Brasil (Pereira 2001). Apresenta ampla distribuição no território brasileiro
(Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores em fitofisionomia de Savana
Arborizada no mês de janeiro.
Material examinado - Cascarrento, 14º33'13,9"S, 42º33'28,2"W, 1003 m, 22 jan. 2001, H.A.
Ogasawara et al. 306 (ALCB).
12. TRIBO EUPATORIEAE CASS.
A Tribo tem sido caracterizada, principalmente, por apresentar folhas opostas;
capítulos homógamos, discóides; flores tubulosas, nunca amarelas; ramos do estilete
conspícuos e exsertos, lineares a clavados; e cipselas com uma camada de células enegrecidas
por fitomelanina (King & Robinson 1987). Apresenta 182 gêneros e 2.200 espécies
essencialmente neotropicais, concentradas no México e nas Américas Central e do Sul, no
entanto, diversas espécies são encontradas na América do Norte e poucas são Pantropicais ou
do Velho Mundo (Bremer 1994). Para o Brasil estão listadas 604 espécies e 83 gêneros
(Nakajima et al. 2012). Na SGLA foram encontrados 11 gêneros e 16 espécies.
Chave para as espécies de Eupatorieae
1. Invólucro unisseriado, número de brácteas involucrais igual ao número de flores.
2. Lâmina foliar cordiforme, hirsuta; bractéola orbicular ou elíptica.
59
3. Lâmina foliar 8--12 x 5--7 cm; capitulescência em panícula; bractéola orbicular
................................................................................................................ Mikania hirsutissima
3‘. Lâmina foliar 2--6,5 x 1--4 cm; capitulescência em corimbo; bractéola elíptica
.............................................................................................................................M. cordifolia
2‘. Lâmina foliar orbicular, ovada ou elíptica, glabra; bractéola linear.
4. Arbusto ereto; lâmina foliar orbicular ou ovada, séssil ...................................M. obtusata
4‘.Arbusto volúvel; lâmina foliar elíptica, pedunculada .......................................M. elliptica
1‘. Invólucro multisseriado, número de brácteas involucrais diferente do número de flores.
5. Receptáculo paleáceo (1-pálea); pápus ausente ...........................Acritopappus catolesensis
5‘. Receptáculo paleáceo, mais de uma pálea ou epaleáceo; pápus presente.
6. Lobos da corola pilosos; cipsela estipitada e pápus plumoso.
7.Lâmina foliar ovada, 0,5--2,5 cm compr., pecíolo 0,1-0,4 cm; flores 35-40 por capítulo
.............................................................................................................Trichogonia hirtiflora
7‘.Lâmina foliar lanceolada, 3--7 cm compr., pecíolo 2--4 cm compr., flores 18-25 por
capítulo ..............................................................................................................T. salviifolia
6‘. Lobos da corola glabros; cipsela cilíndrica (não estipitada), pápus cerdoso.
8. Ramos densamente folhosos; lâmina foliar linear a ovado-lanceolada, 0,5--1,5 x 0,1--
0,3 cm, séssil.
9. Folhas espiraladas, lâmina foliar linear; capitulescência em corimbo, 2--4 flores por
capítulo, corola creme-esverdeada ........................................ Pseudobrickelia brasiliensis
9‘. Folhas imbricadas, lâmina foliar ovado-lanceolada; 35--45 flores por capítulo; corola
lilás ................................................................................................... Agrianthus myrtoides
8‘. Ramos laxamente folhosos; lâmina foliar orbicular, oblonga, elíptica, lanceolada ou
ovada,1,7--12 x 1,6--3 cm, pecioladas.
10. Ramos e folhas viscosos; lâmina foliar orbicular; brácteas involucrais alvas, às
vezes róseas no àpice ............................................................ Symphyopappus decussatus
10‘. Ramos e folhas não viscosos; lâmina foliar elíptica, lanceolada, oblanceolada ou
ovada; brácteas involucrais verdes ou castanhas, algumas com ápice vináceo ou lilás.
11. Lâmina foliar ovada, base truncada, margem crenada.
12. Receptáculo plano; 4--10 flores por capítulo; cipsela com cerdas e tricomas
glandulares .......................................................................... Bejaranoa semistriata
60
12‘. Receptáculo cônico; 20--30 flores por capítulo; cipsela coberta por tricomas
cerdoso, não glandular .................................................. Conocliniopsis prasiifolia
11‘. Lâmina foliar elíptica, base atenuada, margem inteira, serreada, denticulada ou
levemente revoluta.
13. Ramos, folhas e brácteas involucrais glaucos; corola
alva...............................................................................Stomatanthes polycephalus
13‘. Ramos, folhas e brácteas pubescentes; corola lilás.
14. Brácteas involucrais com ápice arredondado; base do estilete cilíndrica.
15. Folha peciolada; receptáculo plano, com tricomas; ramos do estilete não
papilosos, base pilosa ............................................... Ayapanopsis oblongifolia
15‘. Folha séssil a subséssil (até 2,0 mm compr.); receptáculo convexo,
glabro; ramos do estilete papilosos, base glabra .............Ayapana amygdalina
14‘. Brácteas involucrais com ápice agudo; base do estilete alargada.
16. Lâmina foliar 6--9 x 3--6 cm; brácteas involucrais de ápice verde
.....................................................................................Chromolaema odorata
16‘. Lâmina foliar 1,5--3,5 x 0,4--1,5 cm; brácteas involucrais de ápice lilás
..................................................................................................C. horminoides
12. 1. Acritopappus R.M. King & H. Rob.
12.1.1. Acritopappus catolesensis D.J.N. Hind & Bautista
Fig. 16A-B
Acritopappus é composto por espécies arbustivas a arborescentes, que apresentam
como principais caracteres a capitulescência em corimbo a panícula corimbiforme; invólucro
2--3-seriados; brácteas cobertas por tricomas glandulares estipitados; cipselas glabras; e pápus
presente ou ausente. Segundo Bautista (2000), o gênero é endêmico do Brasil com 19
espécies, ocorrendo predominantemente nas serras da Cadeia do Espinhaço (Bautista 2000,
Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi encontrada apenas uma espécie.
Acritopappus catolesensis são arbustos a arvoretas viscosos, de lâmina foliar
lanceolada, base arredondada, ápice longo-acuminado, glabras na face adaxial e glabrescente
na face abaxial; flores de corola lilás; 5 flores por capítulo; receptáculo paleáceo (pálea-1); e
pápus ausente. A espécie é endêmica do estado da Bahia (Nakajima et al. 2012) e foi coletada
61
com flores na SGLA no mês de julho em Vegetação de Canga. Foi observada a ocorrência
desta espécie também em afloramentos rochosos em fitofisionomia de Savana Arborizada na
região do Topo do Cachoeirão.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,8"W, 702 m, 14 jul. 2011,
F.A. Santana et al. 26 (HUEFS); Garimpo dos Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,8"W, 702 m, 21
dez. 2011, F.A. Santana et al. 96 (HUEFS); Cachoeirão, subida após o trilho do trem, 26 fev
2012, 14º41‘55,7‖S, 42º32‘58,3‖W, F.A. Santana et al. 124 (HUEFS); Trilha para o Garimpo
das Ametistas, 14º33'28,2"S, 42º33'13,5"W, 972 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 309
(ALCB).
12.2. Agrianthus Mart. ex DC.
12.2.1. Agrianthus myrtoides Mattf.
Fig. 14A-I, 16C-D
Agrianthus é caracterizado por apresentar folhas densamente imbricadas, ascendentes;
capitulescência terminal; capítulos sésseis ou subsésseis; e ramos do estilete clavados,
mamilosos (King & Robinson 1987). O gênero apresenta seis espécies endêmicas do estado da
Bahia. (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi encontrada apenas uma espécie.
Agrianthus myrtoides pode ser reconhecida por ser a única espécie da tribo a
apresentar as folhas ovado-lanceoladas, margem inteira, raramente denticulada, sésseis;
capítulos com ca. 45 flores; e estilete glabro. A espécie é endêmica da Bahia (Nakajima et al.
2012) e na na SGLA foi coletada com flores e frutos nos meses de maio e setembro em áreas
de Campo Rupestre.
Material examinado - Trilha do Cascarrento, 14º33'5,9"S, 42º33'51,7"W, 994 m, 16 set.
2011, F.A. Santana et al. 71 (HUEFS); Trilha para a Fazenda Riacho de Areia, 12 mai. 2012,
14º45'29"S, 42º34'32"W, 1112 m, F.A. Santana et al.162 (HUEFS); Cascarento,14º33‘13,7‖S,
42º33‘19,6‖W, 970 m, F.A. Santana et al. 184 (HUEFS); Trilha para a Fazenda Riacho de
Areia, 14º45'29,0"S, 42º34'32"W, 1112 m, 22 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 292 (ALCB).
12.3. Ayapana Spach
12.3.1. Ayapana amygdalina (Lam.) R.M. King & H.Rob.
Fig. 16E
62
O gênero Ayapana é caracterizado por apresentar principalmente a capitulescência em
panícula laxa ou densamente corimbosa; receptáculo epaleáceo; ramos do estilete lineares,
densamente longo-papilosos; base do estilete expandida, glabra; e carpopodium com células
basais distintamente alargadas (King &Robinson 1987). Apresenta 14 espécies (Bremer 1994)
e na SGLA foi coletada apenas uma espécie.
Ayapana amygdalina é distinguida das demais espécies da tribo por apresentar o
pedúnculo da capitulescência púrpura, estriado; brácteas involucrais 4-seriadas, róseas a
púrpuras; e corola e estilete róseo a púrpura. A espécie é encontrada em países da América
Central e do Sul (Hind 1995) e é amplamente distribuída no território brasileiro (Nakajima et
al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores e frutos no mês de setembro em fitofisionomias
de Savana Arborizada e Savana Estépica.
Material examinado - Rodovia Urandi-Licínio de Almeida, 30 set. 1997, H.P. Bautista 2340
(HRB); Rodovia Urandi-Licínio de Almeida, 30 set. 1997, H.P. Bautista et al. 2342 (HRB);
Córrego de Santana, 14º35'56,4"S, 42º32‘59,7"W, 993 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 61
(HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W, 980 m, 17 set. 2011,
F.A.Santana et al. 80 (HUEFS); Serra do saco da Onça, 14º44‘44,2‖S, 42º34‘23,5‖W, 1024
m, 21 jul. 2012, F.A. Santana et al. 197 (HUEFS).
12.4. Ayapanopsis R.M. King & H.Rob.
12.4.1. Ayapanopsis oblongifolia (Gardner) R. M. King & H. Rob.
Ayapanopis apresenta como caracteres diagnósticos o receptáculo plano; estilete linear
não-papiloso; e a base do estilete alargada frequentemente pilosa. O gênero ocorre na
Colômbia, Andes, Paraguai, Peru, Bolívia, Argentina e Brasil (King &Robinson 1987). No
território brasileiro ocorre apenas uma espécie endêmica do estado da Bahia.
Ayapanopsis oblongifolia é reconhecida pela lâmina foliar elíptica a lanceolada;
margem serreada; capitulescência em panícula terminal; brácteas 3--4 seriadas, lineares, ápice
agudo a acuminado; base do estilete alargada e papilosa. A espécie é restrita ao leste do Brasil
(Hind 1995) e na SGLA foi coletada com flores e frutos no mês de setembro em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
63
Material examinado - Caminho Riacho Fundo-Gerais, Fazenda Curral do Estevão,
14º35'10"S, 42º31'57,7"W, 770 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 50 (HUEFS); Córrego de
Santana, 14º35'56,4"S, 42º32'59,7"W, 993 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 65 (HUEFS).
12.5. Bejaranoa R.M. King & H. Rob.
10.5.1. Bejaranoa semistriata (Sch. Bip. ex. Baker) R.M. King & H. Rob.
Bejaranoa pode ser caracterizado pela capitulescência corimbosa; capítulos sésseis a
curtamente pedunculados; 4--10 flores por capítulo; base do estilete não alargada, glabra;
cipsela com cerdas e glândulas; e pápus cerdoso. Apresenta duas espécies distribuídas pelo
Paraguai, Bolívia e Brasil (King & Robinson 1987). No território brasileiro ocorre apenas a
espécie B. semistriata distribuída pelos estados de Minas Gerais e Bahia (Nakajima et al.
2012).
Bejaranoa semistriata é caracterizada pelo hábito arbóreo a arbustivo; lâmina foliar
cordiforme, ápice agudo, margem crenada, tomentosa; capitulescência corimbiforme; brácteas
involucrais 4--5 seriadas, imbricadas, esverdeadas; receptáculo plano e epaleáceo. Na SGLA
foi coletada com flores no mês de julho em Savana Arborizada.
Material examinado - Cachoeira das Sete Quedas, 14º37'42,2"S, 42º30'39,9"W, 724 m, 14
jul. 2011, F.A. Santana et al. 30 (HUEFS); Trilha da Fazenda Matinha para o Xaxá, 17 set.
2011, 14º40‘31‖S, 42º32‘35,9‖W, 872 m, F.A. Santana et al. 87 (HUEFS).
12.6. Chromolaena DC.
Chromolaena é um gênero composto por espécies que apresentam capitulescência
solitária, tirsóide ou corimbosa; lobos da corola com tricomas glandulares; apêndice da antera
oblongo; ramos do estilete mamilosos a denso-papilosos; base do estilete não alargada, glabra;
e pápus com numerosas cerdas barbeladas. É encontrada em países da América do Norte,
Central e do Sul (King & Robinson 1987) e na SGLA foram encontradas duas espécies.
12.6.1. Chromolaena horminoides DC.
Chromolaena horminoides apresenta como caracteres diagnósticos a lâmina foliar
oblonga ou elíptica, 1,5--3,5 x 0,4--1,5 cm, ambas as faces estrigosas; receptáculo convexo;
64
brácteas involucrais em 5--7 séries, séries mais externas castanhas, séries mais internas lilás.
Na SGLA foi coletada com frutos no mês de julho em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Região de Formigas, 14º27'52,2"S, 42º32'09,9"W, 970 m, 16 jul. 2011,
F.A. Santana et al. 47(HUEFS).
12.6.2. Chromolaena odorata (L.) R.M. King & H.Rob.
A espécie pode ser reconhecida pela lâmina foliar 6--8 cm x 3 cm, ovadas, glabras na
face adaxial, pubescentes na face abaxial; capitulescência em panículas corimbiformes,
receptáculo plano; e brácteas involucrais 4--5-seriadas, castanhas. A espécie apresenta
distribuição Pantropical (Pruski 1997) e no Brasil é amplamente distribuída. Na SGLA foi
coletada com flores e frutos nos meses de maio e julho em fitofisionomia de Savana
Arborizada e de Savana Estépica.
Material examinado - Trilha do Lameirão p/ o Cachoeirão, 14º30'15,6"S, 42º13'19"W, 805
m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al.145 (HUEFS); Trilha do Lameirão p/ o Cachoeirão,
14º30'15,6"S, 42º13'19"W, 805 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 149 (HUEFS); Serra do
Saco da Onça, 14°44'44,2"S, 42º34'23,5"W, 1024 m, 21 jul. 2012, F.A. Santana et al.199
(HUEFS).
12.7. Conocliniopsis R.M. King & H.Rob.
12.7.1. Conocliniopsis prasiifolia (DC.) R.M. King & H.Rob.
Conocliniopsis é um gênero monoespecífico representado pela espécie C. prasiifolia,
que pode ser reconhecida pelo caule hirsuto; folhas ovadas de ápice agudo, margem crenada e
base truncada, face adaxial glabra, face abaxial pubescente e com tricomas glandulares;
capitulescência corimbiforme; brácteas involucrais 3-seriadas; receptáculo cônico, epaleáceo;
flores 20--30; cipselas setulíferas; e pápus cerdoso. A espécie apresenta ampla distribuição na
América do Sul, principalmente nos países do Brasil, Colômbia e Venezuela (Hind 2003). É
amplamente distribuída no território brasileiro. Diferencia-se de Ageratum conyzoides, espécie
com a qual é comumente confundida, principalmente devido ao capítulo apresentar 12--16
brácteas involucrais (vs. 30-40) e pápus cerdoso (vs. pápus ausente ou de escamas). Na SGLA
foi coletada com flores e frutos em Savana Arborizada.
Material examinado – Distrito de São Domingos, Fazenda São Domingos, 920 m, 10 dez.
2009, E. Melo et al. 7424 (ALCB, HUEFS).
65
12.8. Mikania Willd.
Mikania é composto por espécies arbustivas, eretas, decumbentes ou volúveis;
invólucro composto por 4 brácteas involucrais; 4 flores por capítulo; ramos do estilete longos;
e cipsela 5-costado de ápice truncado (Barroso 1958). Apresenta 430 espécies distribuídas
pelas Américas e apenas seis encontradas no Velho Mundo (Ritter & Miotto 2005). Na SGLA
foram encontradas quatro espécies.
10.8.1. Mikania cordifolia (L.f.) Willd.
Fig. 16G
Mikania cordifolia é um arbusto volúvel, piloso, de folhas cordiformes,
membranáceas, margem inteira ou denteada; capitulescência corimbosa; bractéola aguda e
pilosa; lobos da corola com tricomas glandulares; e cipsela glabra. Distribui-se pela América
Central e do Sul (Barroso 1958). É amplamente distribuída no território brasileiro e na SGLA
foi coletada com flores e frutos no mês de setembro em áreas de Savana Estépica e Mata de
Galeria.
Material examinado - Garimpo dos Areiões, 18º16'46"S, 43º38'08,8"W, 702 m, 14 jul 2011,
F.A. Santana et al. 22 (HUEFS); Estrada para o povoado de Duas Passagem, Fazenda
Boqueirão, nascente do Rio Estiva, 14°28'59"S, 42°34'0,57"W, 964 m, 16 jul. 2011, F.A.
Santana, et al. 44 (HUEFS).
12.8.2. Mikania elliptica DC.
Mikania elliptica são arbustos volúveis, que podem ser reconhecidas pelos ramos
pilosos; lâmina foliar elíptica; capitulescência em panículas longas; e bractéola linear, aguda e
pilosa. A espécie é endêmica do estado da Bahia (Nakajimaet al.2012) e na SGLA foi coletada
com flores e frutos no mês de julho em fitofisionomia de Savana Estépica e Savana
Arborizada.
Material examinado – Curral do Estevão, 15 set. 2011, 14º35‘10,1‖S, 42º34‘6,6‖W, 1041 m,
F.A. Santana et al. 55 (HUEFS); Córrego de Santana, 14º35‘56,4‖S, 42º32‘59,7‖W, 993 m,
15 set. 2011, F.A. Santana et a.l 59 (HUEFS); Córrego de Santana, 14º35‘56,4‖S,
66
42º32‘59,7‖W, 993 m, 15 set. 2011, F.A. Santana et al. 64 (HUEFS); Trilha do Cascarrento,
14º33‘5,9‖S, 42º33‘51,7‖W, 994 m, 16 set. 2011, F.A. Santana et al. 73 (HUEFS).
12.8.3. Mikania hirsutissima DC.
Mikania hirsutissima são arbustos volúveis, hirsutos; de lâmina foliar oval a
cordiforme, acuminada; capitulescência em panícula; bractéola oval; e cipsela glabra. A
espécie é encontrada na Argentina, Paraguai e Brasil (King & Robinson 1987). No território
brasileiro ocorre nos estados da região sul e sudeste, além da Bahia, Mato Grosso, Goiás e
Distrito Federal (Nakajima et al.2012). Na SGLA foi coletada com flores no mês de julhos em
fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para Cachoeirão após o trilho do trem, 14º41'7,8'S,
42º33'12,1"W, 999m, 20 jul. 2012, F.A.Santana et al. 193 (HUEFS).
10.8.4. Mikania obtusata DC.
Fig. 16F
Mikania obtusata é a única espécie do gênero encontrada na SGLA que são arbustos
eretos; de lâmina foliar oblonga, ápice obtuso, curtamente peciolada (até 2cm compr.);
bractéola linear; brácteas de ápice obtuso; e cipsela pilosa com tricomas glandulares. A
espécie é endêmica do Brasil, com registro de ocorrência até então para os estados de Minas
Gerais e São Paulo (Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores e frutos no mês
de maio em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Trilha para o Cachoeirão após o trilho do trem, 14º41'41,4"S,
42º33'07,1"W, 895 m, 11 mai. 2012, F.A. Santana et al. 152 (HUEFS); Trilha para o
Cachoeirão, 14º41‘25,6‖S, 42º32‘28,3‖W, 824 m, 20 jul. 2012, F.A. Santana et al. 188
(HUEFS).
12.9. Pseudobrickellia R.M. King & H. Rob.
12.9.1. Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H.Rob.
Fig. 16 H
Pseudobrickellia caracteriza-se por apresentar principalmente o hábito arbustivo; as
folhas lineares densamente espiraladas; a corola alva ou creme-esverdeada; pápus cerdoso de
67
cerdas congestas; e tricomas da base do estilete curtos e fortemente contorcidos. O gênero é
encontrado nos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás e apresenta duas espécies (King &
Robinson 1987, Nakajima et al. 2012). Na SGLA foi coletada uma espécie.
Pseudobrickellia brasiliensis é reconhecida por ser a única espécie da tribo encontrada
na SGLA que apresenta folhas lineares densamente espiraladas, margem ciliada;
capitulescência terminal corimbosa; 3 flores por capítulo; e corola creme-esverdeada. A
espécie é endêmica do Brasil e apresenta ampla distribuição no território brasileiro (Nakajima
et al. 2012). Na SGLA foi coletada com flores em botões no mês de julho e com flores no mês
de setembro em fitofisionomia de Savana Arborizada.
Material examinado - Fazenda Santa Clara, 14º33'13,4"S, 42º33'28,5"W, 983 m, 16 set.
2011, F.A. Santana et al. 69 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º34'26"W,
980 m, 17 set. 2011, F.A.Santana 82 (HUEFS); Cascarrento, 14º33‘13,7‖S, 42º33‘19,6‖W,
970 m, 19 jul. 2012, F.A. Santana et al. 186 (HUEFS); Serra do Saco da Onça, 14º44‘44,2‖S,
42º34‘23,4‖W, 1024 m, F.A. Santana et al. 204 (HUEFS).
12.10. Stomatanthes R.M. King & H.Rob.
12.10.1. Stomatanthes polycephalus (Sch.Bip. ex B.L.Rob.) H.Rob.
Fig. 15A-H, 16I
Stomatanthes são ervas a subarbustos; capitulescência tirsóide-paniculiforme; folhas
alternas; 2--3 séries de brácteas; capítulos com 4--11 flores; e ramos do estilete de ápice
capitados e base cilíndrica, pilosa. É representado por 17 espécies encontradas com maior
concentração na América do Sul, especialmente no Brasil e uma espécie com distribuição
disjunta na África (Grossi 2010). Na SGLA foi coletada apenas uma espécie.
Stomatanthes polycephalus é um arbusto, de ramos e folhas glaucos; lâmina foliar
oblanceolada, margem serreada; brácteas involucrais agudas a acuminadas; capítulo com 6--8
flores; e corola alva. É encontrada nos estados da Bahia e Minas Gerais e na SGLA foi
coletada com flores nos meses de julho e de setembro em fitofisionomia de Savana
Arborizada.
Material examinado – Serra do Saco da Onça, 14º44'44,2"S, 42º34'23,5"W, 1024 m, 21 jul.
2012, F.A. Santana et al.196 (HUEFS).
68
12.11. Symphyopappus Turcz.
12.11.1. Symphyopappus decussatus Turcz.
Fig. 16J
Symphyopapus é caracterizado principalmente por serem plantas comumente viscosas
e glabras; ramos fortemente costados; capítulos com cinco flores; e cerdas do pápus em anel e
caducas em conjunto (Nakajima 2000). É composto por 13 espécies endêmicas do Brasil,
encontradas nos estados da região sul e sudeste, Bahia, Goiás e Distrito Federal (Nakajima et
al. 2012). Na SGLA foi encontrada apenas uma espécie.
Symphyopappus decussatus são arbusto viscosos, que apresentam como caracteres
diagnósticos as folhas decussadas, coriáceas, orbiculares, denteadas; brácteas involucrais
brancas de ápice lilás; flores com corola lilás; anteras roxas; e estiletes alvos. É encontrada
nos estados de Minas Gerais e Bahia e na SGLA, apesar do registro de coleta ter sido em
apenas duas localidades, foi observado que a mesma apresenta ampla distribuição, com
ocorrência em fitofisionomia de Savana Arborizada, tendo sido coletada florida no mês de
dezembro.
Material examinado - Serra do Saco da Onça, 14º44'46,8"S, 42º32'26"W, 980 m, 20 dez.
2011, F.A. Santana 93 (HUEFS).
12.12. Trichogonia (DC.) Gardner
Trichogonia apresenta como principais características o caule com cristas
longitudinais; corola com lobos densamente pubescentes; cipsela com tricomas setosos; e
pápus plumoso. O gênero é encontrado na América do Sul e apresenta 20 espécies, 14 das
quais são endêmicas do Brasil (Roque et al.2012). Na SGLA foram encontradas duas espécies.
12.12.1. Trichogonia hirtiflora (DC.) Sch. Bip. ex Baker
Fig. 16K-L
Trichogonia hirtiflora apresenta hábito arbustivo e é reconhecida pela lâmina foliar ovada a
triangular, margem crenada, base cordada a truncada e face abaxial com venação proeminente,
bulada (Roque et al. 2012). Ocorre em áreas de Cerrado e campos rupestres dos estados de
Minas Gerais, sendo esta a primeira ocorrência da espécie para a Bahia. Na SGLA foi coletada
com flores no mês de maio em Campo Rupestre.
69
Material examinado - Topo do Cachoeirão, 14º41'52,7"S, 42º33'29,9"W, 959 m, 11 mai.
2012, F.A. Santana et al. 157 (HUEFS).
12.12.2. Trichogonia salviifolia Gardner
Trichogonia salviifolia é um subarbusto de folhas pecioladas, lâmina foliar lanceolada
a triangular, ápice agudo, base truncada. A espécie não é endêmica do Brasil e na SGLA foi
coletada com flores em fitofisionomia de Savana Arborizada no mês de janeiro.
Material examinado - Caminho para o Cachoeirão, 14º41'35,5"S, 42º32'47,7"W, 885 m, 23
Jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 317 (ALCB); Xaxá, trilha para o Cachoeirão, 14º41'52,3"S,
42º32'58,7"W, 1023 m, 23 jan. 2013, H.A. Ogasawara et al. 327 (ALCB).
AGRADECIMENTOS
A primeira autora agradece à CAPES pela bolsa concedida durante a realização do mestrado e
ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da UEFS pela oportunidade de estudar nesta
instituição de excelência em ensino. Aos Projetos REFLORA (CNPq 563541/2010-5) e
PRONEM (PNE 1642/2011) pela ajuda de custo nas viagens de campo e à FAPESB pelo
financiamento na impressão da dissertação. Aos curadores e funcionários dos herbários
HUEFS, ALCB, HUNEB DCH/VI, HRB, CEPEC, JBRJ, SPF e MBM pela disponibilização
de seus acervos e ao Laboratório FLORA da UFBA pela disponibilização do espaço para o
desenvolvimento deste trabalho.
REFERÊNCIAS
Almeida, G.S.S. de. 2008. Asteraceae Dumort. nos Campos Rupestres do Parque Estadual do
Itacolomi, Minas Gerais, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Viçosa.
Bahia. Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional. 2007. Plano de Desenvolvimento
Regional Sustentável da Serra Geral. 316 p.
Barros, R.F.M. de & Esteves, R.L. 2004. Nova espécie de Stilpnopappus Mart. ex DC.
(Asteraceae: Vernonieae) para o Piauí, Brasil. Boletim do Museu Botânico Nacional Rio
de Janeiro 125: 1--6.
70
Barroso, G.M. 1958. Mikaniae do Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 16:
239--333.
Barroso, G.M. 1976. Compositae, Subtribo Baccharidinae Hoffman. Estudo das espécies
ocorrentes no Brasil. Rodriguésia 28: 3--273.
Bautista, H.P. 2000. Tratamento taxonômico. Cap. V. In: Sistemática e filogenia de um
gênero endêmico do Brasil: Acritopappus R.M.King & H.Rob. (Asteraceae, Eupatorieae).
Tese de Doutorado em Ciências Biológicas, Universidade de Santiago de Compostela,
Santiago de Compostela.
Borges, R.A.X.; Saavedra, M.M.; Nakajima, J.N.; Forzza, R.C. 2010. The Asteraceae
Flora of the Serra do Ibitipoca: analysis of its diversity and distribution compared with
selected areas in Brazilian mountain ranges. Systematics and Biodiversity 8(4): 471--479.
Bremer, K. 1994. Asteraceae.Cladistics and Classification.Timber Press.Portland, Oregon.
752p.
Bringel Jr., J.B.A. 2007. A tribo Heliantheae Cassini (Asteraceae) na bacia do rio Paranã
(GO, TO). Dissertação de Mestrado: Universidade de Brasília.
Conceição, A.A. & J.R. Pirani. 2005. Delimitação de hábitats em campos rupestres na
Chapada Diamantina, Bahia: Substrato, composição florística e aspectos estruturais.
Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 23: 85--111.
Crawford, D.J.; Tadesse, M.; Mort, M.E.; Kimball, R.T. & Randle, C.P.2009.
Coreopsideae. In: Funk, V.A.; Susanna, A.; Stuessy, T. & Bayer, R.J.Chapter 42.
Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna.Pp.713--730.
Deble, L.P. 2007. Achyrocline (Less.) DC. (Asteraceae: Gnaphalieae) no Brasil. Tese de
Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria.
Deble, L.P. & Oliveira-Deble, A. S. 2009. Two news species of Baccharis (Asteraceae:
Astereae) from Bahia, Brazil. Bonplandia 18: 45--50.
Dematteis, M. 2006. New species of Lessingianthus (Asteraceae, Vernonieae) from central
Brazil. Blumea 51: 301.
DNPM. 2009. Mineração no semi-árido brasileiro. Ministério de Minas e Energia,
Departamentro Nacional de Produção Mineral.
Esteves, R.L. 1992. Stilpnopappus semirianus R. Esteves (Vernonieae-Compositae). Uma
nova espécie para o Estado da Bahia. Bradea 6 (13):118--121.
71
Esteves, R.L. & Gonçalves-Esteves, V. 2003. Redelimitação de Stilpnopappus Mart. ex DC.
(Vernonieae-Asteraceae). Bradea 9(14): 78--79.
Freire, S.E.; Katinas, L. & Sancho, G. 2002. Gochnatia (Asteraceae, Mutisieae) and the
Gochnatia complex: Taxonomic implications from morphology. Annals of Missouri
Botanical Garden 89: 524--550.
Funk, V.A.; Susanna, A.; Stuessy, T.F. & Robinson, H. 2009. Classification of
Compositae. In: Funk, V.A.; Susanna, A.; Stuessy, T. & Bayer, R.J. Chapter 11.
Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna. Pp. 171--188.
Funk, V.A. & Roque, N. 2011. The monotypic Andean genus Fulcaldea (Compositae,
Barnadesioideae) gains a new species from northeastern Brazil. Taxon 60: 1095--1103.
Gentry, A.H. 1993. Patterns of diversity and floristic composition in neotropical montane
forests. Pp. 103--126. In: Churchill, S.P.; Balslev, H; Forero, E. & Luteyn, J.L. (eds.).
Biodiversity and conservation of neotropical montane forests. New York, The New York
Botanical Garden Press.
Giulietti, A.M.; Menezes, N.L.; Pirani, J.R.; Meguro, M. & Wanderley, M.G.L. 1987.
Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista das espécies. Boletim de
Botânica da Universidade de São Paulo 9: 1--151.
Giulietti, A.M.; Pirani, J.R, & Harley, R.M. 1997. Espinhaço Range region. In: S. Davis,
V.H. Heywood, O. Herrera MacBryde, J. Villa-Lobos, & A.C. Hamilton (eds). Centers of
plant diversity: a guide & strategy for their conservation. 3: 397--404. Cambridge
University Press, Cambridge, Reino Unido.
Giulietti, A.M.; Rapini, A.; Andrade, M.J.G; Queiroz, L.P. & Silva, J.M.C. (Org.).2009.
Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte, MG. Conservation International, 496 pp.
Grossi, M.A. 2010. Revisión sistemática, análisis cladístico y biogeografía del género
Stomatanthes R.M. King & H.Rob.(Asteraceae: Eupatorieae). Tese de Doutorado.
Universidad Nacional de La Plata.
Harley, R.M. & Simmons, N.A. 1986. Florula de Mucugê, Chapada Diamantina, Bahia,
Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew. p. 34--49.
Harley, R.M. 1995. Introduction. In: B.L. Stannard (ed.). Flora of the Pico das Almas,
Chapada Diamantina, Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. Pp. 1--40.
72
Hatschbach, G; Guarçoni, E.A.E.; Sartori, M.A. & Ribas, O.S. 2006. Aspectos
fisionômicos da vegetação da Serra do Cabral – Minas Gerais – Brasil. Boletim do Museu
Botânico Municipal, 67:1--33.
Heiden, G.; Iganci, J.R.V. & Macias, L. 2009. Baccharis sect. Cauloptereae (Asteraceae,
Astereae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Rodriguésia 60 (4): 943--983.
Hind, D.J.N. 1995.Compositae.In: B.L. Stannard (ed.). Flora of Pico das Almas - Chapada
Diamantina, Bahia, Brazil.Kew: Royal Botanic Gardens. Pp. 175--278.
Hind, D.J.N. 2000. Two new species of Paralychnophora (Compositae: Vernonieae) from
Bahia, Brazil. Kew Bulletin 55: 367--379.
Hind, D. J. N. 2003. Flora of Grão-Mongol, Minas Gerais: Compositae (Asteraceae). Boletim
de Botânica da Universidade de São Paulo, 21: 179--234.
Hind, D.J.N. & Miranda, E.B. 2008. Lista Preliminar da família Compositae na Região
Nordeste do Brasil, Royal Botanic Gardens, Kew.
IBGE. 2012. Manual técnico da vegetação brasileira. 2ª edição revista e ampliada. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br. Acessado em: 01 dez. 2012.
Jacobi, C. M.; Carmo, F.F. do; Vincent, R.C.; Stehman, J.R. 2007. Plant communities on
ironstoneoutcrops: a diverse and endangered ecosystem. Biodiversity and
Conservation.16:2185--2200.p. 2185--2200.
Jacobi, C.M. & Carmo, F.F do. 2008. Diversidade dos campos rupestres ferruginosos no
Quadrilátero Ferrífero, MG. Megadiversidade 4: 24--32.
Jacobi, C. M.; Carmo, F. F. do& Vincente, R. de C. 2008. Estudo fitossociológico de uma
comunidade vegetal sobre canga como subsídio para a reabilitação de áreas mineradas
no quadrilátero ferrífero, MG. Rev. Árvore [online]. 32 (2): 345--353.
Jesus, F. F.; Solferini, V. N.; Semir, J. & Prado, P. I. 2001. Local genetic diferenciation in
Proteopsis argentea (Asteraceae) a perenial herb endemic in Brazil. Plant Systematic
Evolution. 226: 59--68.
Katinas, L. 1996. Revisión de las especies sudamericanas del gênero Trixis (Asteraceae,
Mutisieae). Darwiniana 34: 27--108.
Katinas, L.; Pruski, J.; Sancho, G. & Tellería, M.C. 2008. The subfamily Mutisioideae
(Asteraceae). Botanical Review 74: 469--716.
73
Kamino, L.H.Y; Oliveira-Filho, A.T. de; Stehman, J.R. 2008. Relações florísticas entre as
florestas da Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade 4: 39--49.
Keeley, S.C. & Robinson, H. 2009. Vernonieae. In: Funk, V.A., A. Susanna, T. Stuessy
&R.J. Bayer. Chapter 28. Systematics, Evolution and Biogeography of the Compositae.
Vienna: IAPT. Pp. 439--469.
King, R.M. & Robinson, H. 1987. The genera of the Eupatorieae (Asteraceae).Missouri
Botanical Garden, St. Louis 22, 581 p.
Kirkman, L.K. 1981. Taxonomic Revision of Centratherum and Phyllocephalum
(Compositae: Vernonieae). Rhodora 83 (33): 1--24.
Kissmann, K.G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Basf, São Bernardo do
Campo. Pp. 152--156, 278--284.
Loeuille, B.; Lopes, J.C. & Pirani, J.R. 2012. Taxonomic novelties in Eremanthus
(Compositae : Vernonieae) from Brazil. Kew Bulletin 67: 1--9.
Masanares, E.M. 2004. Estudo Citotaxonômico de Espécie do Gênero Lychnophora Mart.
(Asteraceae: Vernonieae: Lychnophorineae). Tese de Doutorado. Universidade Estadual
de Campinas.
Mendonça, R. C.; Felfi li, J. M.; Walter, B. M. T.; Silva Júnior, M. C.; Rezende, A. V.;
Filgueiras, T. S. & Nogueira, P. E. 1998. Flora Vascular do Cerrado. Pp. 289--556. In:
S. M. Sano & S. P. Almeida (eds). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, EMBRAPA-
CPAC.
Müller, J. 2006. Systematics of Baccharis (Compositae-Astereae) in Bolivia, including an
overview of the genus. Systematic Botany Monographs, 76: 1--341.
Nakajima, J.N. 2000. A família Asteraceae no Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas
Gerais, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas.
Nakajima, J.N.; Loeuille, B.; Heiden, G.; Dematteis, M.; Hattori, E.K.O.; Magenta, M.;
Ritter, M.R.; Mondin, C.A.; Roque, N.; Ferreira, S.C.; Teles, A.M.; Borges, R.A.X.;
Monge, M.; Bringel Jr., J.B.A.; Oliveira, C.T.; Soares, P.N.; Almeida, G.; Schneider,
A.; Sancho, G.; Saavedra, M.M.; Liro, R.M.; Souza-Buturi, F.O.; Pereira, A.C.M. &
Moraes, M.D. 2012. Asteraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico
do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB101552; acesso
em 25 nov. de 2012.
74
Nesom, G.L. 1990. Infrageneric Taxonomy of North and Central American Baccharis
(Asteraceae, Astereae).Phytologia 69: 40--46.
Nesom, G.L. 2000. Generic conspectus of the tribe Astereae (Asteraceae) in North America,
Central America, the Antilles and Hawaii. Sida Botanical Miscellany 20:1--100.
Nesom, G.L. & Robinson, H. 2007. Astereae.In: J.W. Kadereit, C. Jeffrey (eds). Flowering
Plants. Eudicots: Asterales. K. Kubitzki (series ed.) The families and genera of vascular
plants.Springer, Berlin, vol. 8: 284--342.
Ogasawara, H.A. 2011. Estudos florísticos e taxonômicos da subtribo Vernoniinae
(Vernonieae-Asteraceae) no Estado da Bahia-Brasil. Monografia. Universidade Católica
do Salvador.
Oliveira-Filho, A.T.; Jarenkow, J.A. & Rodal, M.J.N. 2006. Floristic relationships of
seasonally dry forests of eastern South America based on tree species distribution
patterns. Pp. 59-192. In: Pennington, R.T.; Lewis, G.P. & Ratter, J.A. (eds.). Neotropical
savannas and seasonally dry forests: plant diversity, biogeography and conservation.
Oxford, Francis CRC Press.
Ortiz S.; Bonifacino M.; Crisci J.V.; Hansen H.V.; Hind J.D.N.; Roque N.; Sancho G. &
Telleria M.C. 2009. The basal Grade of the Asteraceae: The fate of Mutisieae (sensu
Cabrera) and the Carduoideae. In: Funk VA, Susanna A, Stuessy T, Bayer R, eds.
Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. Vienna: IAPT. Pp. 193--213.
Panero, J.L. 2007 [2006]. Key to the tribes of the Heliantheae alliance. In: Kadereit, J.W. &
Jeffrey, C. (eds.). The families and genera of vascular plants. Vol. 8. Flowering plants.
Eudicots. Asterales. Springer, Berlin. Pp. 391--395.
Peçanha, A.F.; Esteves, R.L.; Gonçalves-Esteves, V. 2008. Palinotaxonomia de Albertinia
brasiliensis Spreng., Eremanthus bicolor (DC.) Baker e Vanillosmopsis erythropappa
(DC.) Sch. Bip. (Compositae-Vernonieae). Acta Botanica Brasilica22 (2): 313--321.
Pereira, R.C.A. 2001. Revisão taxonômica do gênero Ichthyothere Mart. (Heliantheae-
Asteraceae). Tese de Doutorado. Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Pirani, J.R.; Mello-Silva, R. & Giulietti, A.M. 2003. Flora de Grão Mogol, Minas Gerais,
Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 21: 1--24.
75
Pruski, J.F. 1997. Asteraceae. In: P.E. Berry, J.A. Steyermark, B.K. Holst & K. Yatskievych
(eds.). Flora of the Venezuelan Guayana. Missouri Botanical Garden, St. Louis. p. 177--
774.
Queiroz, L.P.; Conceição, A.A. & Giulietti, A.M. 2006. Nordeste semi-árido: caracterização
geral e lista das fanerógamas. In: Giulietti, A.M.; Conceição, A.A.; Queiroz, L.P. (eds.)
Instituto do Milênio do Semiárido – Diversidade e caracterização das fanerógamas do
semi-árido brasileiro. Recife: Associação Plantas do Nordeste. Vol. 1: 15--359.
Radford, A.E.; Dickison, W.C.; Massey, J.R. & Bell, C.R. 1974. Vascular Plant
systematics. Harper & Row Pub.New York.
Rapini, A., Ribeiro, P.L., Lambert, S. & Pirani, J.R. 2008. A flora dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade 4: 19--21.
Ritter, M.R. & Miotto, S.T.S. 2005. Taxonomia de Mikania na Willd (Asteraceae) no Rio
Grande do Sul, Brasil. Hoehnea, 32(3): 309--359.
Robinson, H. 1988. Studies in the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae) IV. The
new genus, Lessingianthus.Proceedings of the Biological Society of Washington 101:
929--951.
Robinson, H. 1990. Studies in the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae) VII. The
genus Lepidaploa.Proceedings of the Bioogical Society of Washington 103: 464--465.
Robinson, H. 1992. A new genus Vernonanthura (Vernonieae, Asteraceae).Phytologia 73:
66--68.
Robinson, H. 1995. New combinations and new species in American Vernonieae
(Asteraceae). Phytologia 78: 384--399
Robinson, H. 1999. Generic and Subtribal Classification of American Vernonieae.
Smithsonian Contributions to Botany, Smithsonian Institution Press, Washington D.C.
89: 1--3.
Robinson, H. 2007. Compositae: Tribe Vernonieae Cass. (1819). Part of series by K. Kubitzki
(ed.), Families and Genera of Vascular Plants, Flowering Plants –Eudicots – Asterales.
Kubitzki‘s Authoritative Encyclopedia of Vascular Plants. Springer-Verlag, Berlin,
Heidelberg 8: 149--174.
76
Robinson, H.; Keeley, S.C.; Skvarla, J.; Chan, R. 2008. Studies on the Gymnantheminae
(Vernonieae: Asteraceae) III: restoration of the genus Strobocalyx and the new genus
Tarlmounia. Proceedings of the Biological Society of Washington 121(1): 19--33.
Roque, N. & Pirani, J.R. 1997. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Compositae –
Barnadesieae e Mutisieae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 16: 151--
185.
Roque, N. & Pirani, J.R. 2001. Reinstatement of the name Richterago Kuntze and
recircumscription of the genus to include species formerly treated as Actinoseris (Endl.)
Cabrera (Compositae, Mutisieae). Taxon 50: 1155--1160.
Roque, N. & Bautista, H.P. 2008. Asteraceae: Caracterização e Morfologia Floral. EDUFBA,
79p.
Roque, N.; Gonçalves, J.M.; Dematteis, M. 2008.A new species of the Brazilian genus Chresta
(Asteraceae, Vernonieae) from Bahia. Botanical Journal of the Linnean Society 187: 587-590.
Roque, N. & Carvalho, V.C. 2011. Estudos taxonômicos do gênero Calea (Asteraceae,
Neurolaeneae) no estado da Bahia, Brasil. Rodriguésia 62(3): 547--561.
Roque, N.; Bautista, H.P. & Mota, A.C. 2012. Taxonomic revision of Trichogonia
(Eupatorieae, Asteraceae): a South American Genus.Systematic Botany 37(2): 525--553.
Roque, N. & Funk, V.A. 2013 (online). Morphological characters add support for some basal
grade of the Asteraceae. Botanical Journal of Linnean Society.
Saavedra, M.M. 2011. Sistemática de Dasyphyllum (Asteraceae). Tese de Doutorado.
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica
Tropical.
Sancho, G. 2000. Revisión y la filogenia de la sección Moquiniastrum Cabrera del género
Gochnatia Kunth (Asteraceae, Mutisieae). Fontqueria 54(5): 61--122.
Sancho, G. & Freire, S.E. 2009. Gochnatieae (Gochnatioideae) and Hyalideae
(Wunderlichioideae p.p.). In: V.A. Funk, A. Susanna, T. Stuessy & R.J. Bayer.
Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae.IAPT, Vienna. Pp.249--260.
Santos, J.U.M. 2001.O gênero Aspilia Thouars (Asteraceae-Heliantheae) no Brasil. Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém.
77
Schneider, A.A. 2009. Estudo taxonômico de Baccharis L. sect. Caulopterae DC.
(Asteraceae: Astereae) no Brasil. Tese de Doutorado em Botânica. Instituto de
Biociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Schiling, E.E. & Panero, J.L. 2011. A revised classification of subtribe Helianthineae
(Asteraceae: Heliantheae) II derived lineage. Botanical Journal of the Linnean Society
167: 311–331.
Semir, J. 1991. Revisão taxonômica de Lychnophora Mart. (Vernonieae: Compositae). Tese
de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas.
Silva, J.A., R.B. Machado, AA. Azevedo, G.M. Drumond, R.l. Fonseca, M.F. Goulart,
E.A. Moraes júnior, C.S. Martins, M.B. Ramos Neto. 2008. Identificação de áreas
insubstituíveis para conservação da Cadeia do Espinhaço, estados de Minas Gerais e
Bahia, Brasil. Megadiversidade 4(1-2): 272--309.
Stuessy, T.F.; Urtubey, E. & Gruenstaeudl, M. 2009. Barnadesieae (Barnadesioideae).
In:V.A. Funk, A. Susanna , T. Stuessy & R.J. Bayer. Systematics, Evolution, and
Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna. Pp. 215--228.
Thiers, B. 2012 [continuously updated]. Index Herbariorum: A global directory of public
herbaria and associated staff. New York Botanical Garden′s Virtual
Herbarium. http://sweetgum.nybg.org/ih/, acesso em 20 mai. 2012.
Ward J.; Bayer, R.J.; Breitwieser, I.; Smissen, R; Galbany-Casals, M. & Unwin, M.
2009. Gnaphalieae. In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.).
Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae.Pp.539--588.
Zappi, D.C.; Lucas, E.; Stannard, B.L.; Lughadha, E.N.; Pirani, J.R.; Queiroz, L.P.;
Atkins, S.; Hind, D.J.N.; Giulietti, A.M.; Harley, R.M. & Carvalho, A.M. 2003.
Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Boletim de
Botânica da Universidade de São Paulo 21: 251--400.
Zappi, D.C. 2008. Fitofisionomia da Caatinga associada à Cadeia do Espinhaço.
Megadiversidade 4: 34--38.
78
CAPÍTULO 2
A NEW SPECIES TO A MONOTYPIC BRAZILIAN GENUS: ANTEREMANTHUS
(ASTERACEAE: VERNONIEAE).
Nádia Roque1 & Fernanda Afonso Santana
2
1Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, Depto. de Botânica, Rua Barão de
Geremoabo s.n., Campus Universitário de Ondina, 40.171-970, Salvador, Bahia, Brazil.
2Programa de Pós-Graduação em Botânica, Depto. de Ciências Biológicas, Universidade
Estadual de Feira de Santana, Km 03, BR 116, 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brazil.
1Author for correspondence ([email protected])
Short Title: A new species to Anteremanthus (Asteraceae)
Artigo submetido à Revista Systematic Botany
79
Abstract — Vernonieae (Asteraceae) is a natural tribe defined mainly by discoid and
homogamous heads, phyllaries imbricate in 3–9 series, style branches acute with trichomes
extending below the bifurcation and cypselae 3–20-ribbed. It has been classified with
molecular phylogenetic data into 21 subtribes, 125 genera and more than 1,000 species,
distributed in the Americas, Asia and Africa. The subtribe Lychnophorinae is almost
completely restricted to the Central Brazilian Plateau with 11 genera, of which five are
monotypic. It is usually defined by the absence of enlarged node at the base of the style, lack
of glands on the anther appendages, receptacle that lacks distinct paleae and pappus of
capillary bristles or twisted straps. In the present paper we describe a new species
Anteremanthus piranii and discuss the distribution and ecological aspects. Morphological
data were obtained from specimens collected during field trips (2011-2012) in the city of
Licínio de Almeida, Serra Geral, Bahia, Brazil. Anteremanthus piranii can be distinguished
from the species typical A. hatschbachii mainly by the 3–4 m tall trees (unlike shrubs to small
trees 1.8–3 m), capitulescence corymbose 6–10 cm long (vs. capitulescence thyrsoid 30–60
cm long), bracts linear at capitulum base (vs. bracts ovate), phyllaries green pinkish (vs. green)
and florets ca. 20 (vs. florets 45–60).The new species was collected only from canga
vegetation (ironstone outcrops) of Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA), which is
considered a diverse and endangered Brazilian ecosystem. It is included the distribution map
of the SGLS and the line drawing of the new species.
Keywords—Compositae; Lychnophorinae; taxonomy; South America
80
Vernonieae is a natural tribe (Keeley et al. 2007) characterized by the discoid heads,
phyllaries imbricate in 3–9 series, corolla tubulate, deep purple-red to lavender, pink, blue or
white, style branches acute with trichomes extending below the bifurcation, cypselae 3–20-
ribbed, pappus of bristles or pales, rare coroniform or absent (Robinson 2007; Keeley and
Robinson 2009).
The tribe has been classified based on molecular phylogenetic data into 21 subtribes, 125
genera and more than 1,000 species, distributed in the Americas, Asia and Africa (Keeley and
Robinson 2009). In Brazil, the tribe is represented by 55 genera and 437 species, of which 333
are endemic occurring in all phytogeographic domains (Nakajima et al. 2012).
Lychnophorinae Benth. was accurately recircumscribed by Robinson (1992, 1999, 2007)
and emended by Keeley and Robinson (2009) and is defined by a set of characters, such as the
absence of enlarged nodes or sclerified cells at the base of the style, usually the presence of a
pubescence of simple to T-shaped or stellate hairs, lack of glands on the anther appendages,
receptacle lacks distinct paleae, pappus of capillary bristles or twisted straps, subpersistent to
deciduous, with or without short series and presence of type A pollen tricolpate non-lophate.
The subtribe is almost completely restricted to the Central Brazilian Plateau with around 94
species distributed into 11 genera, five of which are monotypic (Robinson 2007; Hind 2000;
Dematteis 2007).
Based mostly on MacLeish (1987), Robinson (1999), Hind (2000) and Dematteis (2007),
Anteremanthus, Chronopappus, Minasia and Vinicia are the only genera in Lychnophorinae
with the corolla lobes pilose (or villous) on apical abaxial surface. In addition, Anteremanthus
can be also distinguished by a combination of characters such as the perennial shrubs or small
trees habit, leaves petiolate, laminae silvery tomentose below, capitulescence terminal, leafy,
thyrsoid or corymbose (not in clusters, glomerule or syncephalia), heads bracteate at base,
pedunculate, anther bases calcarate and rounded, cypselae sericeous and double pappus
(Robinson 1992).
The only species described to the genus is Anteremanthus hatschbachii H.Rob. which is
referred to rocky fields (campos rupestres) of Northern of Espinhaço Range in Minas Gerais.
This species was collected from only two cities (Grão Mogol and Cristália) around 22 Km far
from each other. The species blooms mainly during the dry season (May to July) and it is
considered as a vulnerable species by the restricted distribution (Giulietti et al. 2009).
81
In the present paper, we describe the new species Anteremanthus piranii and discuss below
distribution and ecological aspects.
MATERIALS AND METHODS
This study was based on six field trips in 2011–2012 for a floristic inventory of
Asteraceae in the city of Licínio de Almeida, Serra Geral, Bahia, Brazil (Fig. 1). The
specimens were inserted at HUEFS herbarium with duplicates sent to ALCB. We also visited
the main reference collections in Bahia and Serra do Espinhaço, including ALCB, BHCB,
CEPEC, HUEFS, HRB, MBM, RB, SP and SPF (acronyms following Thiers 2012).
Morphological description of the dried material was made using stereomicroscope and the
colors were based on pictures from the plant. The terminology used in the description is
standardized according to Radford et al. (1974) and Roque et al. (2009).
Additional information about A. hatschbachii collections was extracted from the site
http://www.splink.org.br/ (accessed February 2013).
TAXONOMIC TREATMENT
ANTEREMANTHUS PIRANII Roque & F.A. Santana, sp. nov. ─ TYPE: BRAZIL. Bahia: Licínio
de Almeida, Serra Geral, Garimpo das Ametistas, 14º31′42,9′′S, 42º32′5,2′′W, 825 m, 27
Oct 2012, Roque, N., Stadnik, A., Hurbath, F. & Oliveira, G.R. de 3809 (holotype:
HUEFS!; isotype: ALCB!).
Anteremanthus piranii, sp. nov. ad Lychnophorinae Benth. pertinens. Species Anteremanthus
hatchbachii H.Rob. affinis sed arbore ad 3–4 m altae, inflorescentiae corymbosus 6–10 cm
longis, capitula basi bracteis linearibus, phyllarium viridi-subroseus, flores 20 in capitula
differt.
Trees 3–4 m tall, branches dense tomentose appressed, felted, younger cream to light
brown, becoming dark brown to blackish, hairs mostly T-shaped. Leaves alternate, spiraled,
coriaceous, discolor, congested at apex, pending or not, laminae 8–16 x 3.5–6.5, elliptic to
lanceolate, apex acute, margins entire and flat, base rounded to asymmetric, adaxial surface
tomentose, glabrescent, abaxial surface dense tomentose appressed, greenish glaucous,
82
venation brochidodromous, petiole 3.5–5 cm long, furrowed, base extended at base, tomentose
appressed, cream to light brown. Capitulescence leafy, 6–10 cm long, corymbose, bracts leafy
discolor, laminae elliptic, 1–3 x 0.6–1.5 cm, apex acute, margin entire, base attenuate.
Capitulum cylindric, ca. 1 x 0.7–0.8 cm, peduncle 0.4-1 cm long, bracteate, bracts linear 5–7 x
0.5 mm and 3–6 bracts, 1–2-seriate, linear, 8–11 x 0.5–1 mm at capitulum base, tomentose
appressed. Involucre 7–8-seriate, phyllaries the outer ovate, lanceolate, 2–4 x 1–1.5 mm, the
inner lanceolate to linear, 5–7 x ca. 1 mm, apex acute, acuminate, tomentose, green pinkish;
receptacle flat, areolate, glabrous. Florets ca. 20, corolla 8–9 mm long, corolla tube 3–5 mm
long, corolla throat 1–2 mm long, glandular sessile trichomes sparsely outside, corolla lobes
3–4 mm long, linear, apex obtuse, villose and with glandular sessile trichomes on the abaxial
surface; anthers 3 mm long, anther connective appendage lanceolate, ca. 0.7 mm long,
calcarate, auricles obtuse, without glands; style 7–9 mm long, style branches ca. 2 mm long,
base cylindrical at base, glabrous. Cypselae cylindric, 3–4 mm long, sericeous and glandular
sessile trichomes, 7–10-ribbed, inconspicuous; pappus ca. 4–5 mm long, biseriate, outer series
paleaceous 0.5–1.5 mm long, inner series of bristles, 2–5 mm long, deciduous, pinkish at the
base.
All Specimens Examined — Brazil. Bahia: Licínio de Almeida, Serra Geral, Garimpo das
Ametistas, 14º32′29,6′′S, 42º32′11,6′′W, 863 m, 21 Jul 2012, N. Roque et al. 3703 (HUEFS,
ALCB); Garimpo dos Areiões, 14º31′42,9′′S, 42º32′5,2′′W, 825m, 22 Jan 2013, H.A.
Ogasawara et al. 311 (HUEFS, ALCB).
Taxonomic notes — Anteremanthus can be apparently related to genus Eremanthus
mainly by the tree habit, discolorous petiolate leaves and laminae with margins flat. However,
the heads simple and organized in a secondary capitulescence (thyrse or corymb), bracteate at
base, heads multi-flowered (20 to 60), corolla lobes pilose on abaxial surface, anther base
rounded and cypselae sericeous with double pappus are characters completely different from
any Eremanthus (Robinson 1992). Anteremanthus piranii differs from the typical species by
the tallest trees, capitulescence corymbose instead thyrsoid, bracts linear at capitulum base (vs.
ovate), phyllaries green pinkish and smaller number de florets per head (20 vs. 45–60),
respectively (Figs. 2A–H; 2C–F).
83
Conservation Status — DD (data deficient) (IUCN 2010).
Geographical Distribution and Ecology ─ SGLA is located in the central part of Serra do
Espinhaço, between 14º26‘–14º50‘S and 42º36‘–42º29‘W (Figure 1). This area belongs to the
Caatinga biome (IBGE 2012) but we have found a broad area with Cerrado (savanna-like
vegetation) to the North of the SGLA. Rocky fields (campos rupestres) with 900–1100 m
occur in the central-western and south–central part, and gallery forest can be found in lower
areas with favorable conditions. Ironstone outcrops (locally known as canga) are found
throughout the SGLA containing a large amount of ferruginous compounds. They represent
the scarce xeric communities rising within a matrix of mesophytic vegetation which has a high
rate of endemism and is at high risk of extinction (Jacobi et al. 2007).
Anteremanthus piranii was collected only in canga vegetation (Fig. 3A,B) in Serra Geral
of Licínio de Almeida (SGLA), Bahia, which is approximately 290 Km far from the type
locality of A. hatschbachii. During the field work, capitula were still closed in July and the
florets were mature to getting old in October (dry season). The corolla is supposed to be cream
colored, similar to A. hatschbachii, but this information should be confirmed in the next dry
season (May to October). In January (rainy season), the specimens had only old parts of the
capitulescence, without heads, florets or cypselae.
Etymology—Anteremanthus piranii is named in honor of Prof. José Rubens Pirani, from
Universidade de São Paulo, for his valuable contributions in Asteraceae from the advising
several synantherologists in Brazil.
Key to the Lychnophorinae (Vernonieae) genera
(Revised from Robinson 1992, 2007; Hind 2000; Dematteis 2007)
1. Herbs to subshrubs with leaves in basal rosette; capitulescence scapose.
2. Lanulose and revolute leaves; compound heads (heads sessile surrounded by the secondary
involucre); florets 5–6 (1 sp.) …………..........……….………………....... Prestelia Sch. Bip.
2. Silvery and flat leaves; aggregated, simple heads (heads grouped without loosing their
individual identities); florets 20–80.
84
3. Phyllaries obtuse to acute; florets 20–40; corolla lobes villous on abaxial surface;
cipselae with trichomes at base; pappus of bristles (5 spp.) …............……. Minasia H.Rob.
3. Phyllaries strongly pungent-acuminate; florets ca. 80, corolla lobes glabrous; cypselae
glabrous; pappus of a few deciduous awns (1 sp.)
………........................................................................Proteopsis Mart. & Zucc.exSch.Bip.
1. Subshrubs, shrubs or trees with leafy stems; capitulescence in terminal or axillary branches.
4. Laminae with margins crenulate and adaxial surface strongly bullate; compound head
axillary, sessile (1 sp.) ….…..…………...…...…………………..……… Chronopappus DC.
4. Laminae entire and adaxial surface weakly roughened or smooth; compound head, if
present, always terminal and pedunculate.
5. Heads in cluster (grouped), glomerule or pseudo-glomerule simple, compound cymes
arranged in corymb, dense spherical or hemispherical glomerules or sometimes
syncephalia.
6. Spherical or hemispherical capitulescence produced single on axillary peduncles,
peduncles retted with age; corolla lobes pubescent almost penicellate at apex; anther
base long sagittate (6 spp.) …..…….............................…….. Paralychnophora MacLeish
6. Capitulescence in branches, not pedunculate and never retted with age; corolla lobes
glabrous, rarely glandular-punctate; anther base rounded.
7. Cypselae glandular, moderately to densely sericeous; pappus simple (elements are
equal on shape), strigose bristles, 3–5 series, equal or unequal in length (27 spp.)
….…………………………………………...………….…………..... Eremanthus Less.
7. Cypselae usually glabrous; pappus 1–2 series, double (the elements in two series are
usually different in length, shape or both), inner series usually prominently twisted.
8. Single axillary heads sessile in elongate cluster; heads usually bigger, 20–25 mm
high (4 spp.) ……………….…………………...………... Lychnophoriopsis Sch.Bip.
85
8. Heads in clusters, glomerule or pseudo-glomerule simple or compound cymes;
heads usually smaller 5–10 (-15) mm high (35 spp.) ….…….….. Lychnophora Mart.
5. Heads solitary and organized in secondary capitulescence (e.g. paniculiform,
corymbiform or thyrsoid).
9. Shrub to tree 1.8–4 m tall; leaves conspicuously petiolate (2.5–5 cm long); heads
pedunculate (2 spp.) ……………………………………......……. Anteremanthus H.Rob.
9. Subshrub to shrub up to 2 m tall; leaves sessile to subsessile (up to 1.5 cm long);
heads mostly sessile.
10. Leaves 15–23 cm long; florets 8–12; corolla lobes apex abaxial surface villous;
cypselae sericeous-pubescent; pappus biseriate (1 sp.) ….…….……… Vinicia Dematt.
10. Leaves up to 3 cm long; florets 19–29; corolla lobes glabrous; cypselae furrow
with setulae and glandular dots; pappus uniseriate (11 spp.)
..…………………………………………………………..………… Piptolepis Sch.Bip.
Key to the Anteremanthus species
1. Shrub to tree 1.8–3 m tall; capitulescence thyrsoid 30–60 cm long; bracts ovate at capitulum
base; phyllaries greenish; florets 45–60. State of Minas Gerais
………..............................................................................................................… A. hatschbachii
1. Tree 3–4 m tall; capitulescence corymbose 6-10 cm long; bracts linear at capitulum base;
phyllaries green pinkish; florets ca. 20. State of Bahia ….....………………..…...….. A. piranii
ACKNOWLEDGMENT — The authors are grateful to Natanael Nascimento dos Santos for the
line drawing from the holotype. The fieldwork was funded by REFLORA (CNPq
563541/2010-5) and PRONEM (PNE 1642/2011). This work was supported by grants from
CNPq (PQ 307156/2010-9) and CAPES (second author).
86
LITERATURE CITED
Hind, D. J. N. 2000. Two new species of Paralychnophora (Compositae: Vernonieae) from
Bahia, Brazil. Kew Bulletin 55: 367–379.
Dematteis, M. 2007. Vinicia tomentosa, nuevo gênero y espécie de Lychnophorinae
(Vernonieae, Asteraceae) de Minas Gerais, Brasil. Bonplandia 16(3–4): 259–264.
Giulietti, A.M.; Rapini, A.; Andrade, M.J.G.; Queiroz, L.P. and Silva, J.M.C.2009. Plantas
Raras do Brasil. Conservação Internacional, Belo Horizonte.
IBGE. 2012. Mapa de Biomas do Brasil. Escala 1:5.000.000. Available in
http://www.ibge.gov.br. Accessed December 2012.
IUCN. 2010. Guidelines for using the IUCN red list categories and criteria. Version
8.1.Prepared by the Standards and Petitions Sub–Committee in March 2010. Available
from: http://intranet.iucn.org/webfiles/ doc/SSC/RedList/RedListGuidelines.pdf. Accessed
February 2013.
Jacobi, C.M., Carmo, F.F., Vincent, R.C. and Stehmann, J.R. 2007. Plant communities on
ironstone outcrops: a diverse and endangered Brazilian ecosystem. Biodiversity
Conservation 16: 2185–2200.
Keeley, S.C. and Robinson, H. 2009.Vernonieae. Pp. 439–469 in Systematics, Evolution and
Biogeography of the Compositae eds. V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy and R.J.
Bayer. Vienna: IAPT.
Keeley, S.C., Forsman, A.H. and Chan, R. 2007. A phylogeny of the ―evil tribe‖ (Vernonieae:
Compositae) reveals Old/New World long distance dispersal: support from separate and
combined congruent datasets (trnL-F, ndhF, ITS). Molecular Phylogenetics and Evolution
44: 89–103.
MacLeish, N.F.F. 1987. Revision of Eremanthus (Compositae: Vernonieae).Annals of the
Missouri Botanical Garden 74(2): 265–290.
Nakajima, J.N.; Loeuille, B.; Heiden, G.; Dematteis, M.; Hattori, E.K.O.; Magenta, M.; Ritter,
M.R.; Mondin, C.A.; Roque, N.; Ferreira, S.C.; Teles, A.M.; Borges, R.A.X.; Monge, M.;
Bringel Jr., J.B.A.; Oliveira, C.T.; Soares, P.N.; Almeida, G.; Schneider, A.; Sancho, G.;
Saavedra, M.M.; Liro, R.M.; Souza-Buturi, F.O.; Pereira, A.C.M. & Moraes, M.D.2012.
87
Asteraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Available in http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB101552.Accessed February 18, 2013.
Radford, A. E., W. C. Dickison, J. R. Massey, and C. R. Bell. 1974. Vascular plant
systematics. New York: Harper and Row Publishers.
Robinson, H. 1992. Notes on Lychnophorinae from Minas Gerais, Brazil, a synopsis of
Lychnophoriopsis Sch.Bip.and the new genera Anteremanthus and Minasia (Vernonieae:
Asteraceae). Proceedings of the Biological Society of Washington 105(3): 640–652.
Robinson, H. 1999. Generic and Subtribal Classification of American Vernonieae.
Smithsonian Contributions to Botany, Smithsonian Institution Press, Washington D.C. 89:
1–3.
Robinson, H. 2007. Tribe Vernonieae Cass. Pp. 165–192 in The families and genera of
vascular plants vol. 8, ed. K. Kubitzki. Berlin: Springer Verlag.
Roque, N., D. J. Keil, and A. Susanna. 2009. Illustrated Glossary of Compositae. Pp: 781–806
in Systematics, evolution and biogeography of the Compositae, eds. V. A. Funk, A.
Susanna, T. F. Stuessy, and R. J. Bayer. Vienna: IAPT.
Thiers, B. 2012 [continuously updated]. Index Herbariorum: A global directory of public
herbaria and associated staff.New York Botanical Garden′s Virtual Herbarium. Available
in http://sweetgum.nybg.org/ih/.Accessed January 20, 2013.
88
FIGURE LEGENDS
FIG. 1. Licínio de Almeida municipality (dot) and geographical distribution of Anteremanthus
piranii (rectangle) in the SGLA.
FIG. 2. Anteremanthus piranii Roque & F.A.Santana. A. Floriferous branches. B. Capitulum
showing the multiseriate involucre and three linear bracts at the base. C. The outer
phyllary. D. Corolla, androecium and style branches, emphases on corolla lobes with
indumentum on the abaxial surface. E. Style showing cylindric and glabrous at base. F.
Anther connective appendage lanceolate and lanceolate apical appendage. G. Receptacle
flat, areolate and glabrous. H. Cypselae sericeous showing biseriate pappus (Based on
Roque et al. 3809, ALCB).
FIG. 3. Anteremanthus piranii Roque & F.A. Santana. A. Phytophysiognomy of canga with
the species in detail (arrow). B. Tree around 3 m tall. C. Capitulescence corymbose and
discolors leaves. D. Phyllaries green-pinkish and florets. E. Capitulescence with cypselae
sericeous and pappus pinkish. F. Receptacle and cypselae.
89
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Serra Geral de Licínio de Almeida apresenta relevante diversidade da família
Asteraceae, totalizando 82 espécies distribuídas em 38 gêneros.
Dentre as espécies encontradas, 13 são novas ocorrências para a Bahia, dados que
contribuem para o aumento da riqueza de Asteraceae para este estado. Destas espécies, cinco
eram consideradas até então como endêmicas do estado de Minas Gerais, sendo assim, tais
informações aumentam a amplitude de ocorrência geográfica das mesmas.
Foram encontradas duas espécies novas para a ciência, a espécie Lychnophora sp. 1,
que apresenta registro de coleta também para municípios da região norte do estado de Minas
Gerais, e Anteremanthus piranii, registrada até então apenas para as áreas de vegetação de
Canga da Serra Geral de Licínio de Almeida, cujo gênero era considerado monoespecífico e
citado como raro para o Brasil.
A maior riqueza de espécies de Asteraceae foi encontrada na fitofisionomia de Savana
Arborizada, o que corrobora com o fato da família ocorrer predominantemente em vegetação
savânica e campestre.
O aumento do fotoperíodo e da temperatura ambiente e a diminuição da umidade do ar,
observados em período sazonal de seca, pode influenciar na intensidade da floração e no
processo de maturação das cipselas, uma vez que a maioria das espécies apresentou-se em
estágio reprodutivo neste período.
A região da área de estudo é considerada como uma das áreas prioritárias para a
conservação da Cadeia do Espinhaço, além disto, este trabalho reconhece espécies com
distribuição restrita a esta formação orográfica, o que reforça a importância da realização de
inventários florísticos nesta localidade, os quais podem servir de subsídio para a elaboração de
projetos que visem a conservação do ecossistema local.
Desta maneira, estes resultados incrementam os estudos acerca da família Asteraceae
na Cadeia do Espinhaço e no estado da Bahia, bem como colaboram para o conhecimento de
parte da flora de uma área cuja biodiversidade é pouco conhecida.
90
Resumo - (A família Asteraceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil)
A Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) está localizada na porção central da Cadeia do
Espinhaço, região carente em pesquisas botânicas. Neste trabalho é apresentado um
levantamento florístico da flora de Asteraceae para a SGLA. As coletas foram realizadas
através de seis viagens bimestrais (2011-2012) ao campo e o material coletado encontra-se
inserido no Herbário HUEFS. Os resultados são apresentados através do checklist das
espécies, chaves de tribos e de espécies, seguido de comentários diagnósticos, aspectos da
fenologia reprodutiva e distribuição geográfica de cada táxon. Foram encontrados 12 tribos, 38
gêneros e 82 espécies. Destas, 13 são novas ocorrências para o estado da Bahia (Aldama
oblongifolia, Aldama bracteata, Aspilia eglerii, Aspilia floribunda, Dasyphyllum vagans,
Eremanthus polycephalus, Gochnatia discolor, Lychnophora ramosissima, Lepidaploa
barbata, Lessingianthus laevigatus, Lessingianthus psilophyllus, Mikania obtusata e
Proteopsis argentea) e duas são espécies novas para a ciência (Lychnophora sp. 1 e
Anteremanthus sp. nov.). A tribo mais representativa foi Vernonieae (36 spp.), seguida de
Eupatorieae (17 spp.) e Heliantheae (oito spp.). O gênero com maior número de espécies foi
Lessingianthus (oito spp.), seguido de Lepidaploa, Vernonanthura e Gochnatia, com cinco
espécies cada. Como parte dos dados é incluído o mapa da área de estudo e as respectivas
localidades de coleta, além das ilustrações inéditas de Agrianthus myrtoides, Aspilia
floribunda, Anteremanthus sp. nov., Chresta harleyi, Gochnatia densicephala, Lychnophora
sp. 1. e Stomatanthes polycephalus.
Palavras-chave adicionais: Compositae, florística, Cadeia do Espinhaço.
91
Abstract - (The Asteraceae family in Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brazil)
Serra Geral de Licínio de Almeida (SGLA) is located in the central portion of the Espinhaço
range, a region with no floristic studies. This paper presents the inventory of Asteraceae for
the SGLA. Samples were collected in six bimonthly field trips (2011-2012) and the collected
materials are inserted at HUEFS Herbarium. The results are presented in the checklist of the
species, keys to tribes and species, followed by comments, aspects of reproductive phenology
and geographical distribution of each species. Eighty-three species and 38 genera were found,
represented in 12 tribes of Asteraceae. Of these, 13 are new records for Bahia state (Aldama
oblongifolia, Aldama bracteata, Aspilia eglerii, Aspilia floribunda, Dasyphyllum vagans,
Eremanthus polycephalus, Gochnatia discolor, Lychnophora ramosissima, Lepidaploa
barbata, Lessingianthus laevigatus, Lessingianthus psilophyllus, Mikania obtusata e
Proteopsis argentea) and two are new species to science (Lychnophora sp. 1 and
Anteremanthus sp. nov.). The most representative tribe was Vernonieae (36 spp.), followed by
Eupatorieae (17 spp.) and Heliantheae (8 spp.). The genera with the largest number of species
were Lessingianthus (eight spp.), followed by Lepidaploa, Vernonanthura and Gochnatia,
with five species each. A map of the study area with the respective collection sites and
unpublished illustrations of Agrianthus myrtoides, Aspilia floribunda, Anteremanthus sp. nov.,
Chresta harleyi, Gochnatia densicephala, Lychnophora sp. 1 and Stomatanthes polycephalus
are included as part of the results.
Additional keywords: Compositae, floristic, Cadeia do Espinhaço.
92
APÊNDICES
CAPÍTULO 1
Fig. 1. Localização do município de Licínio de Almeida e indicação dos respectivos pontos de
coleta na SGLA.
93
Tabela 1. Espécies de Asteraceae, fitofisionomias e períodos reprodutivos conforme a sazonalidade. Legenda: SA=
Savana Arborizada, SE = Savana Estépica, MG=Mata de Galeria, VC = Vegetação de Canga, CR= Campo Rupestre.
Períodos de chuva (outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março), períodos de seca (abril, maio, junho, julho,
agosto, setembro). * = nova ocorrência; ** = espécie inédita para a ciência.
TRIBO/ESPÉCIE
FITOFISIONOMIA
PERÍODO
REPRODUTIVO
Tribo Barnadesieae D. Don
Dasyphyllum donianum (Gardner) Cabrera SA, SE, CR seca
Dasyphyllum vagans (Spreng. ) Cabrera* MG seca
Tribo Nassauvieae Cass.
Trixis vauthieri DC. SA,SE seca
Tribo Wunderlichieae Panero & V.A. Funk.
Wunderlichia mirabilis Riedel ex Baker. VC seca
TriboGochnatieae (Benth & Hook. f.) Panero & Funk.
Gochnatia blanchetiana (DC.) Cabrera SA seca
Gochnatia densicephala (Cabrera) G. Sancho SA seca
Gochnatia discolor Baker* SA seca
Gochnatia floribunda Cabrera SA seca
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera SA, MG seca
Richterago discoidea (Less.) Kuntze SA,CR
Tribo Vernonieae Cass.
Albertinia brasiliensis Spreng SA chuva
Anteremanthus sp. nov. ** VC seca
Centratherum punctatum Cass. SA chuva
Chresta harleyi H.Rob. SA, SE, VC seca/chuva
Elephantopus mollis Kunth MG seca
Elephantopus riparius Gardner MG seca
Eremanthus capitatus Spreng Macleish. SA seca
Eremanthus glomerulatus Less SA, CR seca
Eremanthus polycephalus (DC.) MacLeish* SA seca
Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. ex Walp. VC seca
Lepidaploa barbata (Less.) H. Rob.* SA, CR seca
Lepidaploa chalibaea (Mart. ex DC.) H.Rob. SA, SE seca/chuva
Lepidaploa cotoneaster (Wild ex Spreng) H.Rob. SA, SE seca/chuva
Lepidaploa hagei (H. Rob.) H. Rob. SA,MG seca/chuva
Lepidaploa rufogrisea (A. St. –Hill) H. Rob. SA, VC seca
94
Lessingianthus farinosus (Baker) H. Rob. SA seca
Lessingianthus laevigatus (Mart. ex DC.) H. Rob.* CR seca
Lessingianthus lanuginosus Dematt. CR chuva
Lessingianthus linearis (Spreng) H.Rob. SA seca
Lessingianthus morii (H. Rob.) H.Rob. SE, SA seca
Lessingianthus psilophyllus (DC.) H.Rob.* SA chuva
Lessingianthus regis (H.Rob.) H.Rob SA, CR seca
Lessingianthus vepretorum (Mart. ex DC.) H.Rob. SA chuva
Lychnophora ericoides Mart. SA, CR seca/chuva
Lychnophora ramosissima Gardner* SA, CR seca/chuva
Lychnophora salicifolia Mart. SA, CR seca/chuva
Lychnophora sp. 1** VC seca/chuva
Lychnophora sp. 2 CR seca
Proteopsis argentea Mart. & Zucc. ex Sch. Bip.* CR seca/chuva
Stilpnopappus semirianus R. Esteves CR seca/chuva
Stilpnopappus tomentosus Mart. ex DC. CR chuva
Vernonanthura brasiliana (L.) H. Rob. SE, MG seca
Vernonanthura ferruginea (Less.) H. Rob. SA seca
Vernonanthura laxa (Gardner) H. Rob. SA seca
Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob. SA seca
Vernonanthura subverticillata (Sch. Bip. exBaker) H. Rob. SA chuva
Tribo Gnaphalieae (Cass.) Lecoq & Juill.
Achyrocline alata (Kunth) DC. SA seca
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. SA seca
Tribo Astereae Cass.
Baccharis alleluia A.S. Oliveira & Deble SA seca
Baccharis calvescens DC SA seca
Baccharis crispa Spreng. SA seca
Baccharis retusa DC. SA seca/chuva
Baccharis sessiliflora Vahl CR seca
Conyza sumatrensis (Retzs) E. Walker SA seca
Tribo Coreopsideae Lindl.
Bidens segetum Mart. ex Colla SA seca
Tribo Neurolaeneae Rydb.
Calea candolleana (Gardner) Baker SA, CR seca
Calea harleyi H.Rob SA, CR seca
Calea pilosa Baker SA chuva
95
Tribo Heliantheae Cass.
Aldama bracteata (Gardner) E.E. Schill. & Panero SA seca
Aldama oblongifolia (Gardner) E.E. Schill. & Panero* SA chuva
Aspilia almasensis D.J.N. Hind SA, SE seca/chuva
Aspilia eglerii J.U. Santos * SA seca
Aspilia floribunda (Gardner) Baker * SA, CR chuva
Aspilia martii Baker SA, CR chuva
Riencourtia oblongifolia Gardner SE chuva
Tilesia baccata (L.) Pruski SA seca
Tribo Millerieae Lindl.
Ichthyothere terminalis (Spreng) S.F. Blake SA chuva
Tribo Eupatorieae Cass.
Acritopappus catolesensis D. J. N. Bautista VC, CR seca
Agrianthus myrtoides Mattf. CR seca/chuva
Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King & H.Rob. SA, SE seca
Ayapanopsis oblongifolia (Gardner) R. M. King & H. Rob. SA seca
Bejaranoa semistriata (Sch. Bip. ex Baker) R.M. King & H. Rob. SA, MG seca
Chromolaena horminoides DC. SA seca
Chromolaena odorata (L.) R. M. King & H. Rob. SA, SE seca
Conocliniopsis prasiifolia (DC.) R.M.King & H.Rob SA seca
Mikania cordifolia (L.f.) Willd. SE, MG seca
Mikania elliptica DC. SA, SE seca
Mikania hirsutissima DC. SA seca
Mikania obtusata DC.* SA seca
Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) SA seca
Stomatanthes polycephalus (Sch. Bip. ex B. L. H. Rob.) SA seca
Symphyopappus decussatus Turczs SA chuva
Trichogonia hirtiflora (DC.) Sch. Bip. ex Baker CR seca
Trichogonia salviifolia Gardner SA chuva
96
Fig.2: Fitofisionomias da SGLA. A. Savana Arborizada. B. Savana Estépica. C. Vegetação de
Canga. D. Campo Rupestre. E-F. Mata de Galeria. (A,B,F: N. Roque; C,D,E: F.A. Santana).
97
Fig. 3. A-L. Gochnatia densicephala: A. Ramo florido. B. Capítulo. C. Bráctea mais externa.
D. Bráctea mais interna. E-F. Receptáculo. G. Flor bissexual, corola, androceu e estilete. H.
Flor pistilada. I: Estame. J. Estilete. K-L. Cipsela. (Santana 182)
98
Fig.4. A-B. Dasyphyllum donianum: A. Ramo florido. B. Hábito. C. Trixis vauthieri: Ramo
florido. D-E. Wunderlichia mirabilis: D. Hábito. E. Ramo florido. F. Gochnatia blanchetiana:
Ramo florido. G. Gochnatia densicephala: Ramo florido. H-I. Richterago discoidea: H. Ramo
florido. I. Hábito. (A-I: N. Roque).
99
Fig. 5. A-H. Anteremanthus sp. nov.: A. Ramo florido. B. Capitulo. C. Bráctea involucral mais
externa. D. Corola, estame e estilete. E. Estilete. F. Estame. G. Receptáculo. H: Cipsela com
pápus duplo. (Roque 3703).
100
Fig. 6. A-H. Chresta harleyi: A. Ramo florido. B. Capitulescência. C. Bráctea involucral mais
externa. D. Capítulo. E. Corola, estame e estilete. F. Estame. G. Estilete e detalhe do
estilopódio. H. Cipsela. (Santana 23).
101
Fig.7. A-B. Anteremanthus sp. nov.: A. Ramo florido. B. Hábito. C-D. Chresta harleyi: C.
Ramo florido. D. Hábito. E. Gymnanthemum amygdalinum: Ramo florido. F-G. Eremanthus
glomerulatus: F. Hábito. G. Ramo florido. H-I. Eremanthus polycephalus: H. Ramo florido. I.
Hábito. (A,C-I: N. Roque; B: F.A. Santana).
102
Fig. 8. A. Lepidaploa barbata: Ramo florido. B. Lepidaploa rufogrisea: Ramo florido. C.
Lessingianthus morii: Ramo florido. D. Lessingianthus psilophyllus: Ramo florido. E.
Lessingianthus regis: Ramo florido. F: Lessingianthus vepretorum: Ramo florido. G.
Lychnophora ericoides: Ramo florido. H. Lychnophora ramosissima: Ramo florido. F.
Lychnophora salicifolia: Hábito. I-J. Proteopsis argentea: I. Ramo florido. J. Hábito. K.
Vernonanthura brasiliana: Ramo florido. (A, G-K: N. Roque; C-D: M. Alves; B,E,F,L: F.A.
Santana).
103
Fig. 9. A-B.Lychnophora sp. 1: A. Eixo da inflorescência. B. Capitulescência (Santana 29).
104
Fig.10. A-O. Lychnophora sp.1: A. Capítulo. B. Corte longitudinal do capítulo. D. Bráctea
involucral mais interna. E. Bráctea involucral mais externa. F. Receptáculo. G. Corola,
androceu, estilete, cipsela e pápus. H. Corte longitudinal da flor. I. Lobo da corola. J. Estame.
K. Estilete. L. Cipsela. M. Cipsela e pápus em duas séries. N. Pápus da série mais externa. O.
Pápus da série mais interna (Santana 29).
105
Fig. 11. A-C. Lychnophora sp. 1: A. Hábitat. B. Hábito. C. Ramo florido. (A-C: N. Roque).
106
Fig. 12. A-N. Aspilia floribunda: A. Ramo florido. B. Capítulo radiado. C. Bráctea involucral
mais externa. D. Bráctea involucral mais interna. E-G. Páleas do receptáculo. H. Flor do raio.
I: Lobo da corola: ápice do lobo da corola. J. Flor do disco. K-L. Estame. M. Estilete. N.
Cipsela com pápus coroniforme (Alves 71).
107
Fig. 13. A. Baccharis alleluia: Ramo florido. B. Baccharis crispa: Ramo florido. C. Bidens
segetum: Ramo florido. D. Calea harleyi: Ramo florido. E. Calea candolleana: Ramo florido.
F. Riencourtia oblongifolia: Ramo florido. G. Aspilia floribunda: Ramo florido. H.
Ichthyothere terminalis: Ramo florido. (A,C,E: N. Roque; B,H,I: F.A. Santana; D,F,G: M.
Alves).
108
Fig. 14. A-I. Agrianthus myrtoides: A. Ramo florido. B. Capítulo. C. Bráctea involucral mais
externa. D. Bráctea involucral mais interna. E. Receptáculo convexo. F. Corola e estilete. G.
Estame. H. Estilete. I. Cipsela e pápus (Santana 71).
109
Fig. 15. A-H. Stomatanthes polycephalus: A. Ramo florido. B. Capítulo. C. Bráctea involucral
mais interna. D. Bráctea involucral mais externa. E. Corola e estilete. F. Estame. G. Estilete
com base pubescente. H. Cipsela e pápus. (Santana196).
110
Fig.16. A-B. Acritopappus catolesensis: A. Ramo florido. B. Hábito. C-D. Agrianthus
myrtoides: C. Ramo florido. D. Hábito. E. Ayapana amygdalina: Ramo florido. F. Mikania
obtusata: Ramo florido. G. Mikania cordifolia: Ramo florido. H. Pseudobrickellia
brasiliensis: Ramo florido. I. Stomatanthes polycephalus: Ramo florido. J. Symphyopappus
decussatus: Ramo florido. K-L. Trichogonia hirtiflora: K. Ramo florido. L. Hábito. (A: M.
Alves; B, J-L: F.A. Santana; C: H.A. Ogasawara; D-I: N. Roque).
111
CAPÍTULO 2
FIG. 1. Licínio de Almeida municipality (dot) and geographical distribution of Anteremanthus
piranii (rectangle) in the SGLA.
112
FIG. 2. Anteremanthus piranii Roque & F.A. Santana. A. Floriferous branches. B. Capitulum
showing the multiseriate involucre and three linear bracts at the base. C. The outer phyllary.
D. Corolla, androecium and style branches, emphases on corolla lobes with indumentum on
the abaxial surface. E. Style showing cylindric and glabrous at base. F. Anther connective
appendage lanceolate and lanceolate apical appendage. G. Receptacle flat, areolate and
glabrous. H. Cypselae sericeous showing biseriate pappus (Based on Roque et al. 3809,
ALCB).
113
FIG. 3. Anteremanthus piranii Roque & F.A. Santana. A. Phytophysiognomy of canga with
the species in detail (arrow). B. Tree around 3 m tall. C. Capitulescence corymbose and
discolors leaves. D. Phyllaries green-pinkish and florets. E. Capitulescence with cypselae
sericeous and pappus pinkish. F. Receptacle and cypselae.
ANEXOS
NORMAS DAS REVISTAS SITIENTIBUS SÉRIE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E
SYSTEMATIC BOTANY
SITIENTIBUS SÉRIE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
INSTRUÇÕES PARA AUTORES
A revista Sitientibus série Ciências Biológicas (SCB) publica artigos científicos
originais em botânica, ecologia, etnobiologia, genética, micologia, microbiologia e zoologia,
abrangendo trabalhos em anatomia, biogeografia, biodiversidade, biologia molecular,
comportamento, conservação, fisiologia e sistemática, incluindo inventários, revisões e notas
taxonômicas.
Os manuscritos devem ser submetidos eletronicamente para o editor-chefe
([email protected]). A submissão de um trabalho para que sua publicação na SCB seja
considerada implica automaticamente que ele não está sendo simultaneamente avaliado em
outra revista, que todos os autores estão de acordo com sua publicação e assinarão o termo de
transferência de direitos autorais assim que receberem o respectivo formulário juntamente com
o aceite do trabalho.
Cada manuscrito será direcionado aos cuidados de um dos editores de área da SCB (ou
a um editor voluntário), que irá realizar a primeira inspeção do trabalho. O processo de
avaliação por pares será realizado em um sistema de anonimato bilateral, mantendo-se sigilo
sobre a identidade dos autores e dos revisores. Os autores podem sugerir até cinco potenciais
revisores (nomes completos e e-mails) para avaliar o trabalho. Com base nos pareceres, o
editor responsável decidirá sobre a adequação do manuscrito para publicação, sugerindo
ajustes e indicando correções necessárias para que ele possa ser aceito.
MANUSCRITOS
O texto deve ser escrito em português, inglês ou espanhol e seguir a seguinte
formatação: tamanho A4, margens de 2,5 cm em todos os lados, espaçamento entre linhas de
1,5, fonte Times New Roman de tamanho 12, e salvo em formato compatível com o Word
(.doc ou .rtf). As páginas devem estar numeradas sequencialmente, na parte de baixo, do lado
direito, exceto a página de rosto. As figuras devem ser enviadas em arquivos separados, em
.jpg, .tif ou .pdf.
A página de rosto deve conter: 1- Título completodo trabalho (em negrito); 2-
Autores; 3- Endereçocompleto e e-mail dos autores, indicando o autor para correspondência
(nota de rodapé); 4- Título resumidodo trabalho (em negrito); os itens 1--4 devem
estarcentralizados e separados por espaçamento.
A segunda página deve conter: 1- ―Resumo –‖ (incluindo o título do trabalho entre
parênteses); 2- até cinco ―Palavras-chave adicionais :‖ (não repetindo palavras do título); 3-
―Abstract –‖ (incluindo o título do trabalho em inglês entre parênteses); 4- até cinco
―Additional key words:‖ (não repetindo palavras do título). Os itens 1 e 3 devem ser escritos
em um único parágrafo sem tabulação; evite citações, nomes de autores de táxons e listas de
espécies. Os itens 2 e 4 devem ter as palavras em ordem alfabética, separadas por vírgulas,
sendo finalizados por ponto.
Ao longo do texto, os parágrafos devem ser iniciados por tabulação (não use recuo).
Títulos de seções devem estar em linhas exclusivas, com as iniciais dos nomes maiúsculas,
destacados em caixa alta (versalete) e negrito (e.g., MATERIAL E MÉTODOS). Títulos de
subseções devem estar em negrito no início do parágrafo, após tabulação, finalizado com
ponto (e.g., Área de estudo.).
As citações devem seguir o modelo (autoria e ano de publicação), utilizando sempre
―&‖ para dois autores, ―et al.‖ para mais de dois autores e letras minúsculas para distinguir
citações de mesma autoria e mesmo ano de publicação. As citações devem estar em ordem
cronológica, as de autorias distintas separadas por ponto e vírgula. Exemplos: Quate (1965),
(Quate 1965), Quate (1965: 820), Erwin & Sott (1980), Guimarães et al. (1983), (Quate 1965;
Fontella-Pereira et al. 1971, 1989; Erwin & Sott 1980; Fontella-Pereira & Schwarz 1981a,b;
Thiers 2010).
Nomes científicos de táxons nos níveis de gênero ou infragenéricos devem estar em
itálico (inclusive nas referências). Nomes de gêneros devem aparecer por extenso quando
forem mencionados pela primeira vez em cada parágrafo ou sempre que sua abreviação gerar
confusão, e nunca devem ser abreviados no início de frases. A primeira citação de uma espécie
animal deve ser seguida da autoria e ano de publicação separados por vírgula. Para plantas e
fungos, nomes de táxons até o nível de gênero devem vir acompanhados da autoria na primeira
vez em que aparecem no texto, seguindo exatamente a abreviação do catálogo de Autores de
Nomes de Plantas (Brummit & Powell. 1992. Authors of Plant Names. Royal Botanic
Gardens, Kew) ouconsulte o Índice Internacional de Nomes de Plantas (The International
Plant Names Index: <http://www.ipni.org/ipni/authorsearchpage.do>).
Em notas e tratamentos taxonômicos, os nomes corretos devem estar em negrito no
cabeçalho do táxon. Sinônimos, quando indicados, devem estar agrupados e organizados em
ordem crescente de data de publicação; os homotípicos no mesmo parágrafo, os heterotípicos
em parágrafos distintos. Nos protólogos de plantas e fungos, os periódicos devem estar
abreviados conforme o BPH-2 (Bridson et al. 2004. BPH-2. Periodicals with botanical
content. Constituting a second edition of Botanico-Periodicum-Huntianum, vols 1 & 2.
HuntInstitute for Botanical Documentation, Carnegie Mellon, University, Pittsburgh.) e os
livros, conforme o TL2 (Stafleu & Cowan. 1976--1988. Taxonomicliterature. 2nd Ed. Bohn,
Scheltema & Holkema,Utrecht.) e suplementos posteriores, porém sempre com as iniciais dos
nomes do título maiúsculas. Essas abreviações podem ser consultadas no índice de
publicações botânicas da Universidade de Harvard
(<http://asaweb.huh.harvard.edu:8080/databases/public ation_index.html>).
Exemplo:
4.1. Cynanchum roulinioides (E.Fourn.) Rapini, Bol. Bot. Univ. São Paulo 21(2): 278. 2003.
Telminostelma roulinioides E. Fourn. in Martius & Eichler, Fl. Bras. 6(4): 218. 1885.
Roulinia parviflora Decne. in A.L.P.P. de Candolle,Prodr. 8: 518. 1844. Cynanchum
contrapetalum Sundell, Evol. Monogr. 5: 61. 1981. Telminostelma
parviflorum (Decne.) Fontella & E.A. Schwarz, Bol. Mus. Bot. Munic. 45: 4. 1981.
Tipos, quando indicados, devem estar no fim do protólogo (exceto para novos táxons)
e de acordo com o modelo para material examinado (abaixo); qualquer material citado, mas
não examinado deve estar indicado com a abreviação ‗n.v.‘ após a sigla do respectivo
herbário. Novidades taxonômicas devem estar destacadas em negrito (e.g., sp. nov.), incluindo
lectotipificações (e.g., lectótipo: ... aqui designado); táxons novos devem ter o tipo indicado
no mesmo parágrafo, seguido pela diagnose (em latim, no caso de plantas e fungos).
Em inventários regionais, as descrições taxonômicas não devem ultrapassar 12 linhas.
Para medidas, use espaço entre os numerais e as unidades, duplo hífen para indicar variações e
parênteses para indicar extremos raros, descontínuos ou não (então, com duplo hífen).
Exemplo: (1,1)2,7--4(--6) cm compr. (i.e., de 2,7 a 4 cm de comprimento, raramente 1,1 cm e
raramente até 6 cm).
O material examinado deve compor um parágrafo independente, sem tabulação. Siga o
modelo geral: PAÍS. ESTADO. Município: distrito, localidade,coordenadas, data, coletores e
número de coleta (sigla dos museus/herbários/instituições). As coletas deverão estar em ordem
alfabética de países; no mesmo país, por ordem alfabética de Estados; no mesmo Estado, por
ordem alfabética de Municípios; e no mesmo município, por ordem alfabética de localidade;
coletas na mesma localidade devem estar organizadas por data de coleta, em ordem crescente.
Mais coletas de um mesmo Estado devem estar separadas por ponto-e-vírgula; coletas de uma
mesma localidade devem estar indicadas por ―ib.‖. Estudos regionais não precisam repetir a
área de estudo no material examinado. Para animais, sugere-se a indicação de número de
espécimes e sexo, quando pertinente. As datas devem estar no formato dia mês ano; os meses
abreviados: jan., fev., mar., abr. maio, jun., jul., ago., set., out., nov. e dez.; materiais sem
datas indicados por ―s.d.‖. Os estádios reprodutivos, no caso de plantas, devem estar
abreviados (fl., fr., est. e bot.). Os coletores e o número deles devem estar em itálico. As
iniciais não devem ter espaço entre elas, porém devem estar separadas por espaço do
sobrenome; indique até dois coletores, então ligados por ‗&‘, e cite apenas o primeiro coletor
seguido de ‗et al.‘ para mais de dois coletores. Para indicação de coletas no texto e como
material de referência nas figuras, basta indicar o sobrenome do primeiro coletor e o número
de coleta (em itálico, sem iniciais, nem indicação de outros coletores). As siglas dos
museus/herbários/instituições (para herbários, consulte o Index Herbariorum:
<http://sweetgum.nybg.org/ih/>) devem estar em ordem alfabética. Coletas sem coletor (s.c.)
ou sem número de coletor (‗s.n.‘) devem incluir o número de registro do
museum/herbário/instituição, preferencialmente do original de distribuição do material.
Exemplo para animais:
Material examinado – BRASIL. BAHIA: Senhor doBonfim, Serra da Maravilha (12º23'S &
40º12'W), 8 out. 2005, R. Vieira & C. Chagas, 1 parátipo macho (MZUEFS); ib., 24 jan. 2006,
R. Vieira & C. Chagas, 1 holótipo macho (MZUEFS), 1 parátipo macho (MZUEFS).
Exemplo para plantas:
Material examinado – BRASIL. BAHIA: Feira deSantana, Universidade Estadual de Feira
de Santana, 12º10'S, 38º60'W, 263 m, 9 set. 1986 (est.), L.R. Nobliks.n. (HUEFS 4376); ib.,
12º11'51,8''S, 38º58'16,3''W, 4maio 1997 (fl., fr.), A.M. Giulietti & L.P. Queiroz
2389(HUEFS, NY); Itatim, Morro do Agenor, 12º43'S, 39º42'W, 270 m, 31 mar. 1996 (bot.),
E. Melo et al.1549 (holótipo HUEFS, isótipos MBM, NY n.v., R,SPF). MINAS GERAIS:
Diamantina, estrada Diamantina – Biribiri, 1100 m, 15 out. 1984 (fl.), M.Meguro et al. CFCR
5528 (SPF). PARAÍBA: Campina Grande, São José da Mata, 7º46'S, 35º52'W, 500 m, 23 jun.
1995 (fl.), M.F. Agra 3370 (JPB).
Para floras locais, selecione até três coletas por espécie e, para floras estaduais, até
duas coletas por município; a lista completa de material examinado poderá ser publicada na
forma de apêndice eletrônico. Inclua material adicional apenas quando o material examinado
para a área de estudo for insuficiente para uma descrição completa do táxon. Indique todo
material examinado em uma lista de exsicatas no final trabalho, após as referências. Essa lista
deve incluir apenas o primeiro autor da coleta (em negrito), com suas iniciais após o
sobrenome, em ordem alfabética de coletores, com o número dos coletores em ordem
crescente, deixando as coletas sem número de coletor para o final; coletas sem coletor devem
aparecer no final da lista. As espécies devem estar indicadas conforme o número em que
aparecem no tratamento. Exemplo: Agra, M.F. 3370 (2.2); Giulietti, A.M. 2389 (2.2), 4322
(2.1); Meguro, M. CFCR 5528 (1.1); Melo, E. 1549 (2.2); Noblick, L.R. 36 (1.1), s.n.
HUEFS 4376 (2.2).
A submissão de inventários e tratamentos taxonômicos regionais extensos, com muitas
espécies, descrições detalhadas e material examinado completo, é encorajada. Nesses casos,
no entanto, poderão ser consideradas duas versões do trabalho, uma completa, que será
publicada eletronicamente, e outra simplificada, com chaves de identificação, comentários
diagnósticos (caracterização morfológica, considerações taxonômicas, filogenéticas,
ecológicas e fenológicas, distribuição geográfica e grau de ameaça), ilustrações e lista de
exsicatas. Da mesma forma, o corpo editorial pode reservar o direito de restringir listas
extensas como as incluídas em inventários florísticos e estudos fitossociológicos a
suplementos eletrônicos.
As tabelas devem estar numeradas em algarismos arábicos e devidamente intituladas,
citadas seqüencialmente no texto (e.g., Tabela 1). Elas devem ser incluídas ao final do
manuscrito, uma tabela por página.
As figuras devem ter até 19 cm de largura e 23 cm de comprimento (incluindo legenda),
sendo citadas seqüencialmente no texto e indicadas nas legendas como ―Figuras‖; as legendas
devem ser adicionadas ao final do manuscrito. Apenas figuras de boa qualidade serão
publicadas. Após o trabalho ter sido aceito, as ilustrações a nanquim deverão ser enviadas em
puro preto e branco (1.200 dpi) e as fotografias (tons de cinza ou coloridas) em 300 dpi, ambas
no formato .tif; figuras geradas eletronicamente (cladogramas, por exemplo) deverão ser
enviadas em formato vetorial (e.g., .cdr, .eps). Pranchas compostas podem ter as figuras
numeradas seqüencialmente ou referidas com a utilização de letras maiúsculas (A, B, etc).
Números e lestras nas figuras devem estar na fonte Arial. As escalas devem ser indicadas
diretamente na figura. A publicação de pranchas coloridas como material suplementar é
encorajada, porém sua impressão deverá ser custeada pelos autores ou ficará condicionada à
decisão do corpo editorial.
Nas referências, os autores devem estar em negrito, as iniciais não devem estar
separadas por espaço e devem ser incluídas após o sobrenome, separadas dele por vírgula.
Para mais de um autor, o último deve ser precedido por ‗&‘, os demais separados por ponto-e-
vírgula. O título de livros, periódicos e teses deve ser completo, em itálico e com as iniciais
dos nomes maiúsculas; o volume (vol.), incluindo sua parte, e a paginação (p.) devem estar
sempre no final da referência (use duplo hífen entre páginas). Para livros, inclua editora e
cidade de publicação, nesta ordem e separados por vírgula; para capítulo de livros, os
coordenadores (coord. ou coords), editores (ed. ou eds) ou organizadores (org. ou orgs) devem
estar separados por vírgula (o último por ―&‖), com as iniciais precedendo o sobrenome, e
sem negrito.
As referências devem estar listadas em ordem alfabética de acordo com o primeiro
autor; para um mesmo autor, devem ser inicialmente listadas as referências nas quais ele é
único autor, em ordem cronológica; depois, aquelas com dois autores, em ordem alfabética, as
de mesma autoria, em ordem cronológica, sendo aquelas do mesmo ano na ordem em que são
chamadas no texto; e, por último, as referências com mais de dois autores, que devem estar em
ordem cronológica, aquelas publicadas no mesmo ano, em ordem alfabética, utilizando letras
minúsculas para distingui-las no texto.
Exemplos:
Erwin, T.L. & Scott, J.C. 1980. Seasonal and sizepatterns, trophic structure, and richness of
Coleoptera in the tropical arboreal ecosystem: the fauna of the tree Luchea seemannii
Triana and Planch in the Canal Zone of Panama. TheColeopterists Bulletin 34: 305--322.
Fontella-Pereira, J. & Schwarz, E.A. 1981a.Estudosem Asclepiadaceae, XXIII. Novos
sinônimos e novas combinações. Boletim do Museu BotânicoMunicipal, Curitiba 46: 1--
10.
Fontella-Pereira, J. & Schwarz, E.A. 1981b.Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae
brasileiras, XVI. Novos sinônimos e uma nova combinação. Bradea 3: 159--163.
Fontella-Pereira, J.; Valente, M.C. & Alencastro, F.M.M.R. 1971. Contribuição ao estudo
dasAsclepiadaceae brasileiras, V. Estudos taxonômico e anatômico de Oxypetalum banksii
Roem. et Schult. Rodriguésia 26: 261--281.
Fortunato, R.H. 1994 Revisión del géneroCollaea. In:Sociedad Latinoamericana de
Botánica, Libro deResúmenes del VI Congreso Latinoamericano de Botánica, Mar del
Plata, p. 252.
Hennig, W. 1981.Insect Phylogeny. John Wiley,Chichester.
Hull, D.L. 1974. Darwinism and historiography. In:T.F. Glick (ed.), The Comparative
Reception ofDarwinism. University of Texas, Austin, p. 388--402.
Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds). 1981.Advances inLegume Systematics. Royal Botanic
Gardens,Kew.
Quate, L.W. 1965. A taxonomic study of PhilipinePsychodidae.Pacific Insects7: 815--902.
Silveira,L.T. 1991.RevisãoTaxonômica do GêneroPeriandra Mart. ex Benth. Dissertação de
Mestrado. Universidade Estadual de Campinas.
Thiers, B. 2010.Index Herbariorum: A GlobalDirectory of Public Herbaria and Associated
Staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium.Disponível em
http://sweetgum.nybg.org/ih/; acesso em 25 mar. 2010.
SYSTEMATIC BOTANY
CHECKLIST FOR PREPARATION OF MANUSCRIPTS AND ILLUSTRATIONS
August 2012
Check items (X = done; 0 = n.a.), rename file (e.g., Smith Checklist.doc),
and submit with manuscript
I. General Instructions
Membership in ASPT is required for at least one author from date of manuscript
submission through to publication. Not a member? Contact the ASPT Business Office to join
now ([email protected]).
Consult current issues for guidance on format.
Read Information for Authors on inside back cover of most recent issue or the web site.
Double-space throughout. Do not justify right margin. Either American or international
spelling is acceptable.
Use line numbering on initial submission to facilitate reviews of electronic manuscripts
(do not use on revised manuscripts submitted for final acceptance).
Font formatting in manuscript corresponds to that used in the journal (e.g., italics for
genus and species names; LARGE AND SMALL CAPITALS for primary headings and short
title on title page; Bold Italics for second level headings, etc.).
Do not italicize common Latin words or phrases (e.g., et al., i.e., sensu, etc.).
Include surname(s) of author(s) and page number as a header on all manuscript pages.
Assemble manuscript in this order: 1) Title page, 2) Abstract page, 3) Text, 4)
Literature Cited, 5) Tables, 6) Appendices, if any, 7) Figure legends. A tiff file for each figure
must be submitted separately, prepared following the instructions in section IX, below.
II. Title Page (Page 1)
Running head 6-8 lines below top of page, in all capital letters, no italics, and right
justified. Include author(s) surname(s), colon, and a short title (total characters including
spaces must not exceed 70).
Center title, in upper and lower case, bold. Omit authors of scientific names. Include
family in parentheses unless the genus is the type for the family.
Below title, list all author names in bold upper and lower case in one centered
paragraph. Author names are followed by author addresses starting on next line.
Each address is a separate, centered paragraph. Addresses are written out in full
without abbreviation. Include country in address, including those in the U.S.A.
Use superscript numbers following author names and preceding addresses to associate
each author and the appropriate address. Commas between author names precede superscripts.
Example- John J. Jones,1,3
Amy A. Anderson,2 and Steve S. Staley
1. Superscript number(s)
following author(s) name(s) are also used to indicate any new addresses. New addresses are
numbered sequentially after all author primary addresses.
Author for correspondence may be designated using a superscript number. The
"Author for correspondence" follows on a new line following author addresses and should be
the final superscript number used. Include email address in parentheses.
III. Abstract Page (Page 2)
Abstract must be one paragraph and begins with the word "Abstract" followed by an
em-dash (—). For example, Abstract—Morphology and molecular data….
Do not cite references, taxonomic authorities, or use abbreviations in the abstract.
Be concise (usually not more than 200 words), but include brief statements about the
paper's intent, materials and methods, results, and findings.
Include all new taxonomic names and new combinations, in boldface.
Below abstract, as a separate paragraph, include up to six non-title keywords (or short
phrases such as ‗adaptive radiation‘) in alphabetical order, separated by commas, and with a
period following the final term.
This section should begin with ‗Keywords‘ in bold italics. The keywords themselves
should not be in bold. For example, Keywords—Adaptive radiation, chloroplast DNA, nuclear
nitrate reductase gene, phylogeography, Ulmus.
IV. Text (Page 3, etc.)
Cite each figure and table in the text. Organize text, as far as possible, so that they are
cited in numerical order. Use ―Figure‖ only to start a sentence; otherwise, ―Fig.‖ or ―Figs.‖
Use these abbreviations without spelling out or punctuation: hr, min, sec, yr, mo, wk,
d, diam, m, cm, mm, µm; designate temperature as 30°C.
Write out other abbreviations first time used in the text; abbreviate thereafter.
―Transmission electron microscopy (TEM) was used....‖
Numbers: Write out one to nine unless a measurement or in taxonomic descriptions
(e.g., four samples, 3 mm, 35 sites, 6 yr). Use 1,000 instead of 1000; 0.13 instead of .13; %
instead of percent. Number ranges should be separated by an en-dash (–).
If three or more words are joined by a conjunction, use a comma after each word
except the last. Example - red, black, and white.
Each reference cited in the text must be listed in Literature Cited section, and vice
versa.
Literature citations in the text are as follows:
One author- Jones (1990) or (Jones 1990). No comma is used.
Two authors- Jones and Jackson (1990) or (Jones and Jackson 1990). No comma is
used.
Three or more authors- Jones et al. (1990) or (Jones et al. 1990). No comma is used.
Multiple references for same author- Jones (1990, 1994) or (Jones 1990, 1994).
Jones and Smith (in press) or (Jones and Smith, in press)
J. Jones (unpubl. data); J. Jones (in mss.); (J. Jones, pers. obs.); or J. Jones (pers.
comm.)
Ranges of page numbers should be separated by an en-dash (–).
Within parentheses, use a semicolon to separate different types of citation (Fig. 4;
Table 2) and (Felix and Smith 1988; Jones and Anderson 1989). Cite several references within
parentheses by year, with the oldest one first.
Main headings are large and small capital letters and centered on one line. The
following are typical main headings: MATERIALS AND METHODS, RESULTS,
DISCUSSION, TAXONOMIC TREATMENT (no Introduction, Conclusion, or
Summary sections). Summary or conclusions must be incorporated in discussion.
Second level headings are Bold Italics with normal indentation. Capitalize first letter
of each word. Headings are followed by an em-dash (—).
Third level headings are LARGE AND SMALL CAPITALS followed by an em-dash
(—), with normal indentation.
Taxonomic authorities should be cited for all taxon names at generic rank and below at
their first usage in the text, or referenced in a table.
ACKNOWLEDGEMENTS follows discussion section. Style is same as third level
heading - the paragraph begins with ACKNOWLEDGEMENTS in large and small capitals
followed by an em-dash (—), indent first line.
V. Taxonomic Treatment
For nomenclatural matter (i.e., synonymy, typification) use one paragraph per
homotypic basionym (see recent Systematic Botany or Regnum Vegitabile 58:39-40.1968).
Heterotypic basionyms are in separate paragraphs.
New names and new combinations should be in bold (not italicized). All other names
of accepted taxa should be in large and small capitals (not italicized). Names of synonyms are
italicized in upper and lower case.
Use authors of plant names as posted on The International Plant Names Index website
(http://www.ipni.org/) for authors of botanical names. Authors should be given the first time a
name is mentioned, or alternately in a table where all relevant names are listed (e.g., table of
voucher specimens).
References cited only as part of nomenclatural matter and not elsewhere are not
included in literature cited; use TL-2 for abbreviations.
Use Index Herbariorum acronyms for designations of herbaria.
If specimens are cited, use the following forms:
TYPE: MEXICO. Nuevo León: 24 km S of San Roberto Jct., 26 Sep 1970,
Turner 6214 (holotype: TEX!; isotype: UC!).
Representative Specimens Examined. U.S.A.Michigan: Lapeer Co., along Flint River,
1.5 mi NE Columbiaville, 5 Jul 1955, Beal s.n. (NCSC). Ohio: Wood Co., just W
Scotch ridge, 7 Jun 1955, Beal1073 (US).
Each country begins a new paragraph.
Descriptions of new taxa (species and below) should include the following: 1) an
illustration (line drawing) clearly showing the diagnostic characters, 2) a comparison with
related (or sympatric, or similar) taxa in a dichotomous key or table, and 3) a discussion of the
characteristics, ecology, geography, or reproductive biology, etc. that are the basis for its
distinctiveness.
Abbreviate subspecies as subsp.
VI. Literature Cited (Continue page numbering, include in same file as text. Not a
separate file.)
Verify all entries against original sources, especially journal titles, volume and page
numbers, accents, diacritical marks, and spelling in languages other than English. Capitalize
all nouns in German.
Cite references in strict alphabetical order by first author's surname. References by a
single author precede multiauthored works by same senior author, regardless of date. Of those
multiauthored works, 1) references with two authors precede all other multiauthored works
and are listed in alphabetical order, and 2) references with three or more authors are listed in
alphabetical order of authors, regardless of the number of authors involved.
List works by the same author(s) chronologically, beginning with earliest date of
publication.
Write out all authors' names, even if the first author is the same for succeeding
citations. "In press" citations must have been accepted for publication and the name of the
journal or publisher included.
Insert a period and space after each initial of an author's name.
Leave one space between the colon following the volume number and the page
number(s).
Write out journal titles in full using italics font. Do not use abbreviations.
Write author's names in upper and lower case. Citations should be in the format:
Authors.Year.Title.Pp. no.-no.inBook title, ed. Editor. City: Publisher.
Examples of various citations:
Kim, S.-C., D. J. Crawford, J. Francisco-Ortega, and A. Santos-Guerra. 1996. A common
origin for woody Sonchus and five related genera in the Macaronesianislands: molecular
evidence for extensive radiation. Proceedings of the National Academy of Sciences USA 93:
7743-7748.
Specht, C. D. and D. W. Stevenson.In press.A new generic taxonomy for the monocot family
Costaceae (Zingiberales).Taxon.
Smith, C. F. 1998. A flora of the Santa Barbararegion, California. Ed. 2. Santa Barbara:
SantaBarbara Botanic Garden.
Nooteboom, H. P. 2003. Symplocaceae. Pp. 443–449 in The families and genera of vascular
plants vol. 6, ed. K. Kubitzki. Berlin: Springer Verlag.
Swofford, D. L. 1998. PAUP* Phylogenetic analysis using parsimony (*and other methods),
v. 4.0 beta 10. Sunderland: Sinauer Associates.
Bauml, J. A. 1979. A study of the genus Hymenocallis (Amaryllidaceae) in Mexico.M.S.
thesis. Ithaca,New York: Cornell University.
DO NOT USE TABS TO MAKE HANGING INDENTS. Use paragraph formatting
command.
VII. Tables and Appendices (Continue page numbering, include in manuscript file
following literature cited.)
Each table must start on a separate page, double-spaced.
Include tables in manuscript file, use page or section breaks and landscape layout as
necessary to fit the table on the page. Use legal-size paper if necessary to allow adequate
margins.
The title should be indented and begin with the word TABLE (large and small caps.)
and number (in Arabic) followed by a period.
Do not use footnotes; instead, add notes to the end of the table caption.
Do not use vertical lines in tables.
DO NOT use tabs or spaces to align columns. Use the table building and formatting
tools in your word processing package.
Lists of voucher specimens, GenBank numbers, character lists, and any material that is
long enough to disrupt the readability of the manuscript should be an appendix, not a table.
VIII. Figure Legends (Continue page numbering, include in same file as
text. Not a separate file)
Double-space legends and group them according to figure arrangements. Quadruple
space between groups. Do not use a separate page for each group.
Type legends in paragraph form, starting with statement of inclusive numbers:
FIGS. 3-5.Seeds of orchids. 3. At germination. 4. 2 wk after germination. 5. Seedlings.
FIG. 6.Ipomopsis spicata subsp. robruthii. A. Habit. B. Flower.
IX. Preparation of Illustrations
Important: Illustrations are either black and whitehalf-tones (photographs), drawings,
or graphs. Authors must pay costs for color illustrations.
Prepare illustrations using professional standards. Lines should meet in sharp corners
without inappropriate gaps or irregularities, Latin plant names
should be italicized, letters and objects should be sharp and not evidently pixellated. Proofread
figures carefully. They are the most difficult part of the paper to revise on short notice, or in
proof. Printer will not edit or otherwise alter digital figure files in any way.
Final figures should be submitted as tiff files. Line art (e.g., cladograms, botanical
illustrations) must be at least 1200 pixels per inch (473 pixels per cm). Photographs (grayscale
or color) must be a minimum of 350 dpi (138 pixels per cm). Images with mixed line art and
grayscale must be at least 900 pixels per inch (354 pixels per cm). Be sure to check resolution
when the figure is printed at the appropriate size for the journal.
Two widths are possible for figures: a full-page width figure is 177 mm wide, and a
one-column width figure is 85 mm wide. Full page height is 240 mm (9.5 inches), but allow
space for the caption if possible.
Files must be rasterized or scanned at the full resolution. Rasterizing at a low
resolution and later re-saving at a higher resolution will NOT improve the image quality. If
you are scanning a paper illustration, make sure the hardcopy is sharp and clear, and both it
and the scanning glass are clean. Dust removal/image editing is the author's responsibility.
Color graphics must be CMYK mode (not RGB). For color graphics, the printer
requires a hardcopy printout of the digital image that must match the digital file and show the
colors as you want them to appear—submit this hardcopy with the digital images and the final
manuscript.
Illustrations of highly magnified areas require a scale bar; a numerical magnification
may also be included in the caption. Be sure to calculate magnification accordingly if
reproduction is not at 100%.
Include a scale and references to latitude and longitude on each map.
Group several drawings to form a plate of drawings, in the same order as discussed in
the text. If several photos are included, group them into one or more plates.
Be sure to save black and white images as grayscale or bitmap, not color (images saved
as color take up much more memory).
Do not save layers! (in Photoshop, choose "FlattenImage" from the Layer menu).
Crop the image so the image extends from edge to edge - there should be no blank white
margins.
Save as a tiff file using LZW compression (an option in Photoshop). (Do not use jpeg,
which degrades images - line art is especially badly degraded in jpegs).
If you follow these recommendations, most illustrations will be small enough to email.
Consult with editor if uncertain whether image file will be acceptable.
X. Data
All sequences used as data must be deposited in one of the international nucleotide
sequence databases, preferably GenBank. Post-review final manuscript will not be accepted
until sequence database accession numbers are included. Newly reported sequences must be
documented by an herbarium specimen. Previously published sequences may cite the voucher
or a literature reference where voucher information is given.
All data sets for phylogenetic analyses must be submitted to TreeBASE (
http://www.treeBASE.org). A TreeBASE accession number (study number alone is
acceptable) should be cited in the Materials and Methods section in the final version of the
manuscript. For manuscript review, either submit the data file together with the manuscript (if
data not yet in TreeBASE) or provide the name and P.I.N. of the author who submitted the
data to TreeBASE. Referees will need this information to gain access to the submitted data
sets.
Italicize the full name of a gene, e.g., rbcL, matK.
Representative photographic figures should be provided to document interpretations of
isozymes/allozymes.
In addition to character state distributions, consistency index, and retention index
(where appropriate), some measure of support for clades (e.g., bootstrap values, decay indices
["Bremer support"], jackknife, etc.) must be provided for phylogenetic analyses.
Indicate in Materials and Methods the percentage of data matrix cells scored as missing data.
When the data matrix is not part of the manuscript the data file or TreeBASE access
information must be provided with submitted manuscript for use by reviewers.
Voucher specimens should be cited in an appendix to document sources of
morphological and molecular data. Vouchers are herbarium specimens, not living plant
accession numbers from botanical gardens or DNA tube numbers, etc.
Additional analyses or bulky non-cladistic data sets can be placed on the ASPT website
as online supplemental material. Online posting should be used sparingly, and data and
analyses essential to the conclusions in the paper should appear in the published manuscript
unless the length is prohibitive. Online supplemental material should not duplicate materials
available on TreeBASE, GenBank, or other online sources.
Materials for online posting should usually be pdf files. Data sets may be in Excel
format, or formatted for an appropriate analytical program. Keep files under 1 MB if possible.
XI. Commentaries
Contributions to the Commentary Section may be submitted that discuss recent articles
or current topics in systematics. These should be no more than five printed pages. In general,
the format for longer articles should be followed.
An attempt will be made to solicit a ―Counterpoint‖ view to be published
immediately following the commentary to facilitate more timely discussion on topics of
particular interest. The commentary author will receive the counterpoint text before final
manuscript is submitted.
XII. What and Where to Submit
Before submission, have all coauthors read the manuscript critically.
Papers longer than 50 printed pages should be sent to Editor-in-Chief of Systematic
Botany Monographs.
Initial Submission
Microsoft Word format is preferred; contact the Editor in Chief if you are unable to
submit in Word format. Ensure that all files are free of hidden comments or tracked changes.
For review copy, keep file sizes down by using jpeg format and reduced pixel density
for figures (keep good quality figure files for later submission of final revised manuscript). If
possible, keep files under 3 MB.
File name must include the surname of the first author and date of submission (e.g.,
Clark20Nov02.doc)
Cover letter. This should include any special instructions, any address change during
the next several months, and phone and fax number and email address for the corresponding
author. Names, addresses, and email addresses of possible objective reviewers should also
be included.
Submit cover letter, manuscript file, data file(s), tables, figures, and completed
checklist (download file, complete, and save- file name: ―surname checklist.doc‖) to the
Systematic Botany Editorial
Manager website (see below).
The author will receive an email message acknowledging receipt of the new
submission. The manuscript will be forwarded to an Associate Editor for review.
Revised Manuscript
Final revised manuscript is submitted to the Systematic Botany Editorial Manager
website.
File name takes the form: ―Clark MS02-80 Final.doc‖ [the manuscript number is
assigned when a new manuscript is received]. The final version must be submitted as a word
processing file. Do not send PDF files.
Proofread figures carefully. They are the most difficult part of the paper to revise on
short notice, or in proof. Editors and publisher cannot edit figures - author must provide
revised files. The full cost of illustration changes in proof will be billed to the author.
Please remember to remove line numbering, remove figures from manuscript file,
include final TreeBASE study number, and update information for "in press" citations.
Final revised manuscripts requiring significant editing by the Managing Editor to
conform to Syst. Bot. style will be returned to authors causing significant delay in
publication.
Proofs and reprint order forms are sent to authors via email attachment as PDF files.
Authors send corrected proof to Managing Editor and reprint orders to printer. Authors
should make only necessary changes in proof. There is a mandatory charge for more than five
changes made in proof.
Cover Illustrations
Authors of accepted manuscripts may submit illustrations relevant to their manuscript
to be considered for the cover as digital files directly to the Managing Editor for consideration.
Cover illustrations should be square, a minimum of 750 x 750 pixels (8-bit color in CMYK or
8-bit grayscale for black and white photographs) or 2250 x 2250 pixels (black and white line
drawings). The name of the species, family, manuscript author names, and manuscript number
should be included with the file. Permission of copyright holders is required for any files
submitted.
Submit manuscripts to http://www.editorialmanager.com/sysbot/. Ifthis will be your first
submission of a manuscript to the Systematic Botany Editorial Manager website, you must
first register by clicking "register now" and following the instructions.
Note: All manuscript submissions (electronic, paper) are promptly acknowledged via email. If
you do not receive an acknowledgement you should inquire to be sure it was received!
Questions? Contact the Editorial Office: [email protected]