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DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA ARTICULAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR
Autora: Maria Seli da Cruz Santos1
[email protected] Orientadora: Dra. Clarice Scheneider Linhares2
Resumo
O presente projeto tem como finalidade contribuir na organização do setor pedagógi-co, uma vez que há necessidade de articulação com outras instâncias institucionais externas à escola. A partir dessa política de integração com outros setores da socie-dade, faz-se necessário um trabalho coletivo entendendo-se que nessa busca e nes-se anseio, desvelar-se-á o conhecimento, o qual levará ao alcance dos objetivos propostos. Pensa-se que num futuro próximo, este trabalho poderá contribuir para aqueles que quiserem dele se beneficiar e/ou fazer uso dessa pesquisa, como tam-bém promover a articulação com diversos segmentos de nossa sociedade e mesmo superar as dificuldades apresentadas que são próprias da Gestão Escolar. Conside-rando a possibilidade de repensar a escola e o processo democrático necessário para efetivar a articulação dos Conselhos Municipais junto à gestão escolar surge a possibilidade de trabalhar com os referidos conselhos para juntos superar as dificul-dades apresentadas no espaço escolar, possibilitando um trabalho produtivo e enri -quecedor aos futuros cidadãos brasileiros. Como objetivo geral, propôs-se explicitar a função da gestão escolar articulada às instâncias externas de seus resultados, cujo objetivo é o aprimoramento das políticas públicas, do aperfeiçoamento do traba-lho escolar e da melhoria do processo democrático. Para sistematização da aplica-ção desse projeto foi desenvolvido um caderno temático contendo textos para leitura e proposto quatro encontros para discussão e reflexão em torno do tema em ques-tão. A metodologia adotada foi uma atividade didática, estruturada de forma que os participantes se envolvessem no desenvolvimento de uma tarefa que proporcionou o estudo dos textos para o entendimento da gestão democrática. As tarefas realizadas tiveram como base a leitura de textos e vídeos, bem como a indicação de outras lei -turas. Ocorreu, também, um momento interativo, cujo objetivo foi a integração entre os participantes durante um coquetel oferecido ao término de cada encontro e no úl-timo foi um jantar.
Palavras-chave: Participação; Articulação; Comprometimento.
1 Introdução1 Cursista do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE - Universidade Estadual do Cen-tro-Oeste - UNICENTRO - PR. Graduada em Pedagogia - FAFI - PR, Especialização em Psicopeda-gogia - FACINTER - PR e Educação Especial - FAFI - PR, [email protected] Graduada em Pedagogia – UFPR, mestrado em Educação- UNICAMP – Campinas, professora da UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Guarapuava – PR.
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O presente artigo tem como finalidade a contribuição ao trabalho pedagógico
educacional, surgindo da necessidade da articulação com outras instâncias de con-
trole social e institucionais externas à escola.
A partir de uma política integrada aos diversos setores da sociedade para
uma melhor conquista aos propósitos da educação, faz-se necessário um trabalho
coletivo e integrado que levará ao alcance dos objetivos propostos.
Pensa-se que este trabalho poderá contribuir para aqueles que quiserem dele
se beneficiar e/ou fazer uso desta pesquisa, como também promover a articulação
com diversos segmentos da sociedade e mesmo superar as dificuldades apresenta-
das que são próprias da Gestão Escolar.
Poder-se-á identificar as dificuldades encontradas pela equipe pedagógica
para envolver outras instituições externas, buscando com isto, agir ativamente no
processo de Gestão Escolar, compartilhando resultados, esclarecendo dúvidas e ex-
pectativas comuns a toda comunidade escolar, bem como a participação das instân-
cias externas, para a melhoria do processo ensino aprendizagem, pela formação in-
tegral dos sujeitos. Também será objeto dessa pesquisa a busca de informações,
compartilhada por meio de resultados obtidos e do atendimento ás expectativas da
comunidade escolar, contribuindo dessa forma para a solução dos problemas do co-
tidiano decorrente no dia a dia da vida escolar, mais comuns encontradas pelo ges-
tor escolar no desempenho de suas funções.
O trabalho escolar é uma ação conjunta e que se efetiva na atuação da equi-
pe pedagógica. Para tanto, também pode atingir os demais segmentos da sociedade
por meio de parcerias com várias instituições ligadas à Proteção da Criança e o Ado-
lescente, em âmbito municipal.
Para tanto, afirmar que sua gestão pressupõe atuação participativa de todos,
representa um pleonasmo de reforço a essa importante dimensão da gestão escolar.
Assim, o envolvimento de todos, diretamente ou indiretamente, será a busca de res-
postas na solução dos problemas, na tomada de decisões, visando os melhores re-
sultados para o sucesso da gestão escolar. Com isso, a partir dos estudos feitos em
documentos levantados dentro dos Conselhos Municipais, os quais estão embasa-
dos em leituras de autores atuais, como também discutir a aplicabilidade do presen-
te trabalho.
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Não é possível delimitar espaço de tempo ou cronograma rígido para esse
trabalho, pois mesmo sendo composto de início, meio e fim, sempre se volta a cada
uma das etapas. As atividades propostas para a realização do mesmo começou mui-
to antes de sua aplicação. A partir do momento de sua idealização, surgiu a opera-
cionalização articulando Conselhos Municipais e a Comunidade Escolar, aqui repre-
sentadas pela equipe pedagógica.
2- Desenvolvimento
É lei e os sujeitos estão assegurados, entre outras o direito a gestão demo-
crática da escola, em que todos são chamados á refletir a necessidade e a importân-
cia da participação consciente dos envolvidos no processo democrático da escola.
Até que ponto o fato de muitos não darem a devida importância para a edu-
cação é descaso e neutralidade e, mesmo quando dão importância, boa parte des-
ses sujeitos, não assumem posições como cidadãos e se submetem aos casos de
discriminação e não ao uso na defesa de seus direitos e privilégios.
Pensar em gestão escolar a partir dessa ótica é entendê-la como ponto prin-
cipal da descentralização voltada para a transformação do espaço onde vivemos,
rompendo com estruturas já existentes que impedem que seja espaço de mudanças
e de práticas sócias, efetivadas por meio de mecanismos de ação, no alcance dos
objetivos propostos e no beneficio da sociedade que buscamos.
Nessa direção, a gestão escolar viabilizara a conscientização de governar
em equipe, com ideias voltadas à equidade, justiça social e a redução do clientelis-
mo e aumento progressivo da autonomia partilhada por meio das instâncias envolvi-
das no processo educativo.
Compartilhar a gestão escolar é pensar na sociedade. Pensar na sociedade
que se precisa. Trazer pessoas para fortalecer a governabilidade escolar é conquis-
tar mudanças na gestão escolar nesse espaço que são atores dessa história, para o
conjunto das estratégias de desenvolvimento na articulação das relações contidas
nas atividades desempenhadas na escola.
Apresentar à comunidade tais considerações a respeito da gestão escolar
democrática é dar oportunidade de refletir e analisar qual é sua função frente à pro-
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posta, e reconhecer a realidade posta como responsabilidade de todos e trazer ao
comprometimento social com a mesma.
[...] É necessário criar uma sociedade nova fecunda na dignidade do traba-
lho, na desalienação das classes subalternas, na democracia, na igualdade social
vinculada á liberdade e á felicidade de todos. [...] (FERNANDES, FLORESTAN,
1992).
Por mais que pareça um sonho, há o direito de sonhar. A citação acima re-
porta a pensar na impossibilidade de se concretizar essa autonomia na sociedade,
mas se começar pelo espaço mais próximo de fato, pode-se pensar nessa possibili-
dade e almejar a cidadania dentro da escola articulando a gestão escolar que prove-
rá aos envolvidos essa capacidade de exercício fora dela quando se fizer necessá-
rio.
A epígrafe desafia a pensar no que buscar, viver e querer para essa socie-
dade. É possível sim, unir esforços rumo à concretização desse sonho desde que se
faça dele uma premente necessidade. Por essas razões, a busca nessa conquista
de articular a gestão escolar com as demais instâncias externas a ela, representa
um passo admirável para essa conquista levando os parceiros a participação cidadã
e ver com clareza a consequente necessidade de prover com qualidade adequada a
valorização de uma gestão articulada e da ausência de condições, de posturas e
descasos, necessárias à qualidade de uma gestão articulada.
Diante do exposto, é necessário a clareza e aprofundamento de estudo para
que esses que são chamados para fortalecer a gestão escolar e efetivar o trabalho a
que se propõem considerando a necessidade de participação no processo educati-
vo. Participação esta entendida como um processo de construção de um plano de
ações coletivas. Luck chama atenção, quando diz: [...] “Uma teoria constitui tanto um
sistema construído pelo pensamento (o modelo como se observa a realidade) como
significados organizados que emergem da realidade a partir de sua observação re-
flexiva [...]”. (2008, p. 66).
Ao reconhecer a importância das relações interpessoais no desempenho
das atividades escolares para seu crescimento precisa-se articular o sentimento, o
respeito, o afeto e o reconhecimento da necessidade de colaboradores com objeti-
vos que auxilie os envolvidos na construção de uma educação emancipadora que
propiciem um contato de diálogo amoroso.
As lições da psicanálise e da poesia ensinam: O mesmo mecanismo de que
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– o amor faz magia de ligar coisas separadas, até mesmo contraditórias, seja possí-
vel poder mostrar futuramente essa experiência positiva conquistada e que esta bas-
eada na união, fazendo a relação entre teoria e prática, destruindo os largos espa-
ços que impedem que aconteça um fazer comprometido com ambas as partes e que
os sujeitos não sejam apenas meros expectadores da gestão escolar, mas copartici-
pantes da mesma, para vir fazer acontecer conjuntamente a educação a partir da in-
serção e chegar a transformá-la. Quando se abraça uma causa juntos, os erros com
certeza irão acontecer, mas com cumplicidade, e resultará em serviço colocado a
serviço da comunidade.
Pensar em gestão compartilhada assegura essa premissa e embora sejam
do conhecimento da equipe pedagógica, muitos desafios a torna impotente para so-
lucioná-los, pois não tem como por si mesma dar conta. A gestão entendida como
espaço de transformação não poderá acontecer isoladamente da sociedade, pois ela
é parte do todo e as práticas devem acontecer ao mesmo tempo em relação horizon-
tal.
Buscar o fortalecimento na companhia daqueles que se dispõem a contri-
buir, ajustar os passos na caminhada que carrega relações objetivas e subjetivas e
por isso é tão humana, e suscetível a errar e acertar mas nunca perder o olhar. E
para atingir os objetivos não basta bradar que a gestão escolar não funciona, mas
pelo conhecimento do trabalho exercido, pela convicção do que fazem e pelas condi-
ções que são oferecidas dentro da escola, incorporar as ações conjuntas com essa
nova equipe que está construindo esse novo aprendizado ao lado dos profissionais
da educação.
Há de se descortinar o que acontece por trás dos bastidores das relações vi -
vidas dentro do espaço escolar, e que é do desconhecimento da comunidade por fal -
ta de envolvimento, embora isso tudo já esteja constituído dentro dos documentos
que regulamentam que todos são chamados a participação, ainda que sintam certa
dificuldade na concretização da efetiva representação. Imaginamos que o acesso à
participação possa descortinar o processo de participação e transformação com
base do que já está sendo feito sem perder de vista a dominação de uma cultura his-
toricamente construída, será melhor neste sentido caminhar juntos para responsabi-
lizar dos erros e acertos que conseguintemente irão acontecer. (TODAS AS COISA
EXISTEM AOS PARES) Eclesiástico 42,15-26. Buscar a companhia que acrescente
não depende somente de boa vontade, mas de ações, comprometimento e serieda-
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de não somente das possibilidades daqueles com quem se caminha junto, mas da
vontade em somar e contribuir.
Enquanto a espécie humana é precária na participação, mostra que não se
é suficientemente competente para correr riscos, e fixar na mesmice porque tem-
se a certeza de como fazê-lo, desconsiderando a capacidade de produzir, promo-
ver, inventar, criar novas situações, ou na busca de alterar o modo de vida apresen-
tado. É impossível pensar enquanto humano vivendo no marasmo, sem muita ên-
fase, é verdade que a disseminação livre ou desordenada de ações pode suscitar
novos comportamentos estabelecendo relações de causas e efeitos quando se trata
de gestão escolar.
Para pensar: O HOMEM QUE DESEJA FAZER ALGUMA COISA SEMPRE
ENCONTRA UM CAMINHO. (H. MEARES).
A escola por si própria não dá conta de resolver os problemas que se apre-senta no seu dia a dia, e que esta é advinda da comunidade escolar. Porém entende-se que quando ela abre espaços para a participação de outras ins-tâncias externas a ela, como: os Conselhos Municipais e Comunitários, os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e a Rede de Proteção pode-se facilitar sua atuação na sociedade. Percebe-se pelo exposto citado na fala de Azevedo e Gracindo: “(... a partir do conhecimento destes espa-ços, certamente presentes no cotidiano da vida escolar e das comunidades, é que será possível […]. (AZEVEDO; GRACINDO, 2005, p. 34).
A gestão escolar centrada, em si mesma, perde a sua capacidade de poten-
cializar suas ações e a busca de parcerias torna possíveis mudanças, e consequen-
temente, divide as responsabilidades com todos... Não se torna indiferente, mas
abre caminhos que ainda não foram devidamente percorridos, ou abre novos hori -
zontes e alcança um novo momento no processo de democratização na gestão es-
colar. Essa atitude permite o diálogo entre as diversas formas de relações sejam, ex-
ternas ou internas, e se engaja na luta pela conquista de uma conscientização social
para o bom desempenho das práticas pedagógicas.
Sabe-se que todo indivíduo é pilar também da sociedade e do centro políti -
co, uma vez que, o ser humano vive para a prática social em grupo e, isto só é pos-
sível na coletividade, em que todos os procedimentos devem ser tomados em uma
mesma direção, própria e organizada, de acordo com uma determinada sociedade
que se deseja.
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Pensar em gestão democrática a partir desta ótica é entendê-la como ponto
principal de descentralização voltada para a transformação do espaço onde vive-
mos, porém rompe com estruturas já existentes as quais impedem que seja real -
mente um espaço de mudanças e de práticas sociais, como também o alcance dos
objetivos propostos em beneficio da sociedade que se deseja..
Supõe-se que por razões distintas, como na prestação de serviços públicos
à comunidade, poderá fortalecer e consolidar a democracia e ao mesmo tempo, ele-
var os níveis reais de bem estar da população. Nessa direção, a gestão escolar via-
bilizará a concretização de um governo em equipe, com ideias voltadas à equidade,
justiça social, redução do clientelismo e aumento progressivo da autonomia partilha-
da por meio das instâncias institucionais envolvidas no processo educativo.
Buscar caminhos para compartilhar este tipo de gestão escolar é atender o
próprio processo de evolução educacional, como também fortalecer ações mediadas
por todos, assegurando o processo de evolução do ensino e de mudança, em que
educação será o centro por estar diretamente associada ao processo da qualidade
e, com isto, alcançar o pleno desenvolvimento, de acordo com as condições aptas
para operar o mundo tecnológico Ao pensar a sociedade educacional, pode-se tra-
zer parceiros para fortalecer a governabilidade escolar e com isto, conquistar mu-
danças na gestão escolar, como também buscar estratégias mais adequadas para
articulá-las de forma plena. Logo, é possível sim, pensar a gestão escolar como es-
paço privilegiado de responsabilidade entre escola e sociedade, como também na
realização dos objetivos institucionais e na sua decomposição em diferentes aspec-
tos de atuação como o financeiro, o administrativo, o pedagógico, entre outros. sem
fragmentar o complexo processo da gestão escolar.
Novas práticas de gestão escolar implementadas com ajuda de companhei-
ros como forma de intensificação do trabalho no sentido de trazer mais protagonistas
pode influenciar toda a comunidade, como também os rumos de uma gestão parti-
lhada por meio de novas habilidades e novos conhecimentos exigidos no contexto
escolar.
As ações praticadas na gestão escolar levam à necessidade de conhecer
documentos legislativos, como por exemplo, a Lei Orgânica do Município, que serve
como parâmetro, nos dando suporte legal como também a romper o processo carte-
siano (1).
Entender o presente, fazer perguntas ao futuro e buscar respostas no passa-
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do, ou exercer a práxis com ética; produzir relações entre o horizonte social e os ín-
dices de valores que determinam o espaço social que todos ocupam, contribui para
a construção de uma sociedade solidária com índices de bens e valores adequados,
porém adaptados aos organismos diversos como os conselhos municipais e que
dará respostas a partir do estudo dos regimentos e que estão baseados em lei
maior. É fundamental a análise dessas fontes para se entender os desafios que po-
dem nos afetar, inclusive a gestão escolar, que em face das novas demandas que a
escola enfrenta hoje, a tentativa em democratizá-la é constante.
Pensar em gestão compartilhada assegura esta premissa, embora seja ain-
da do conhecimento da equipe pedagógica, ainda muitos desses desafios a torna
impotente, pois não tem como por conta própria, dar conta das tarefas que lhe são
impostas. É entendida como processo espaço de produção, inovação ou transforma-
ção, não podendo acontecer isolada da sociedade, pois é parte desse todo social e
as suas práticas devem ser propostas de forma a atingir os objetivos da instituição,
unindo e construindo, para que torne seus sujeitos críticos, participativos e criativos.
O método cartesiano, criado por René Descartes, consiste no Ceticismo Me-
todológico - duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada. Ao contrário dos gregos
antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente
porque precisam existir, ou porque assim deve ser, Descartes institui a dúvida: só se
pode dizer que existe aquilo que possa ser provado. O próprio Descarte consegue
provar a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito
ergo sum, penso logo existo). O ato de duvidar como indubitável.
Esta relação ainda é muitas vezes uma relação horizontal, porém não se
nega, que toda relação onde se vive para o outro, e dessa forma reconhece em si os
seus (homens e mulheres). Sabe-se que a comunidade escolar realiza de forma ple-
na e articulada a relação entre equipe pedagógica e a gestão, fazendo acontecer
uma política construída com base democrática, de acordo com exigências que levam
ao processo de emancipação da própria sociedade.
Neste sentido a participação comunitária, não é somente uma concessão,
mas uma prática que expressa princípios, que influencia a qualidade da educação e
está vinculada a um projeto coletivo por uma sociedade mais humana e menos ex-
cludente, como também um espaço de luta e de crescimento. [...] Sabe-se também
que é através da partilha desses conhecimentos, que é possível construírem-se
bons ensinamentos, mas para tanto, é preciso ser humano e estar disposto” apren-
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der a aprender.[...]
Espera-se alcançar os objetos propostos nas explicitações estratégicas de
ação. No começo, procura-se a compreensão do que se deseja realizar através de
estudo nas diferentes formas, livros, textos impressos, artigos, jornais, revistas e ou-
tros. Leituras realizadas com aprofundamento consistente considerando o objeto es-
tudado para posteriormente elaborar o presente projeto.
A aplicabilidade do mesmo aconteceu em diferentes etapas com larga dis-
cussão a cerca do mesmo com os conselhos municipais refletindo sobre os novos
rumos da gestão escolar e a articulação com essas instâncias.
Foram sistematizadas as experiências vividas abrindo espaço para outras
contribuições e melhoria na aplicabilidade do mesmo.
É pelos resultados dessas experiências vividas em parcerias com esses pa-
res, na exploração nessa nova prática que se determina um novo momento de com-
preensão cujos resultados serão lançados numa nova atuação que definira, pelas
sua consequências um novo momento concreto capaz de promover uma ação para
a democratização da gestão escolar.
São alguns pontos para começar a implantar uma nova prática que influen-
ciará uma atuação não mais com espaço a singularidade, isto significa a atuação
dos conselhos estudar mecanismos de poder, porque se caracteriza dentro de uma
prática de trabalho coletivo para alcançar significados dentro da própria atuação con-
junta. Uma nova ordem de fazer uma ação, capaz de abrir espaço á voz de quem
não se pronuncia a educação, embora sela parte integrante dela por falta de consci-
entização do seu poder de decisão e com vista decisiva para quem não tem o objeto
que permite á prática o conhecimento das ações participativas.
As relações sociais implicam no desenvolvimento de atitudes, na manuten-
ção do contato entre pessoas, de forma objetiva a harmônica. Essa atitude conscien-
te baseada no respeito, no desejo e na compreensão das necessidades e na motiva-
ção de pessoas e dos grupos, permite a vontade de agir para criar um clima de aten-
ção, ajustamento e colaboração, evitando o surgimento ou permanência de conflitos
entre as pessoas. Deseja-se uma gestão escolar comprometida, rejeitando o estilo
“laissez-faire”, mas marcada por liderança direcionada, definida por objetivos pré-es-
tabelecidos combinados pelos esforços conjuntos entre parceiros, para que alcan-
cem a missão para a qual se comprometeram.
A autonomia da escola não pode ser entendida e não significa total e absolu-
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ta capacidade como direito na condução de seus próprios destinos. E sim, pertence,
para aqueles que dela necessitam, portanto a determinação interna de seu destino
está legitimamente ligada às forças externas, estabelecendo equilíbrio dinâmico com
todas as instituições. Trará reforços para se atingir autonomia, resultado desse equi-
líbrio e forças numa direção positiva entre os diversos detentores dessa influência.
Ao se substituir atitudes individuais e que as transformem em comunitárias, ou que
pode ser útil em suas reflexões, sejam elas provenientes de sua força ou de sua fra-
queza, e mesmo na dimensão de que tudo possa ser feito para se dar chance ao ser
humano no contato com a justiça e no direito de todos. Assim, deve-se estar livre de
toda a espécie de preconceitos que levam à injustiça, ao egoísmo e ao desamor, e
que seja capaz de levar a reflexão sobre a exclusão de indivíduos, pela cor, credo
ou opção sexual.
Uma gestão escolar centrada no respeito e na busca de transformação inclui
em suas metas, a atuação de instâncias externas a ela, sendo imprescindível esta-
belecer o direcionamento capaz de dinamizar e desenvolver competências hegemô-
nicas. Uma vez que esta apresenta desejos entrelaçados, viabilizando a construção
em parcerias, tornando-os responsáveis na construção sólida, deixando que ela seja
utópica e se torne real, baseado no próprio processo democrático e coletivo, para
que todos possam usufruir. Desenvolver um trabalho em conjunto, reunindo equipe
pedagógica com as demais instâncias da escola, auxilia os pedagogos, a partir dos
seus conhecimentos, ou de sua experiência na organização pedagógica, como o
planejamento e execução de tarefas, mesmo com objetivos diversos como: cresci-
mento humano, a inovação sobre conhecimentos específicos, habilidades e/ou com-
petências, personalidade e estilo de trabalho que acumulam no decorrer de suas
práticas pedagógicas, validam o compromisso de sua função e que será incorporada
nas atividades realizadas com seus novos parceiros.
A relação desses não será uma atitude isolada, mas atitude de “estar juntos”
e de “ser reconhecido” que irá motivar os demais membros a lutar pela educação de
qualidade, oferecendo sua parcela de contribuição para chegar ao ponto desejado
que é uma gestão escolar pautada por princípios democráticos para a formação da
autonomia de todos os envolvidos no processo educativo com vistas na não frag-
mentação que impede que o processo educacional flua positivamente, beneficiando
todos os que nela esperam. Sabe-se que está baseado na perspectiva de um traba-
lho coletivo e democrático e isso não deve ser colocado como enfeite de palavras
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bonitas no plano político pedagógico (PPP) das instituições. Tem-se que ressusci-
tá-la e ter poder decisório, distribuindo entre todos os que fazem parte dessa coletivi -
dade e ao articular esses novos grupos, dedicando tempo e atenção aos mesmos,
assumindo as ações decididas por todos, considerando a construção coletiva, a par-
ticipação efetiva e aproveitando as práticas já desenvolvidas no interior da escola.
Nesse sentido, o envolvimento da comunidade representada pelos Conse-
lhos Municipais irá potencializar a gestão escolar e a complexidade das relações de
trabalho desses indivíduos o que resultará na formação de uma unidade coletiva.
Uma experiência de luta com capacidade de emancipação e de democracia
trazida pela produção “desses”, é colocada a serviço de todos os trabalhadores da
educação objetivando a melhoria de seus ofícios (fazeres). Ou seja, na resolução
dos problemas cotidianos que envolvem a escola, em que a homogeneidade trará
aos envolvidos a realização dos mesmos sonhos e ideais, e que possam a partir de
uma ação organizada, dar um novo sentido ao trabalho realizado dentro da mes-
ma.
É necessário abertura para aprender como fazer essa tarefa, não fácil, re-
quer objetivos, integração das ideias e ações entre escola e conselhos municipais,
não deixando impedir a participação por falta de compreensão (aprender) participar
são componentes básicos: A participação se transforma em ferramentas para a
transformação, de certa forma as duas estão incluídas, andam juntas. Não é uma
gerencia mas uma comunhão, é concebida como meio de transformação social.
Uma gestão partilhada vai muito além de gerenciar, tem parte pedagógica
decisiva que é o projeto maior da função da escola, não deixa de ser um serviço de
produção, mas com conhecimento além do científico que não nega a contextualiza-
ção do que deve ser a missão da educação-germinar, brotar, fazer nascer a vertente
democrática dentro da escola como meio de transformação da humanidade.
Fazer parcerias e articular a gestão escolar é reduzir a distância entre o real
e o ideal bem como articular o seu cotidiano implica na melhoria da ação cotidiana
da prática educativa que tem como objetivo, entre outros, a inclusão social de todos
os que fazem parte dela e não apenas uma minoria como pode ser visto nos qua-
dros estáticos em todos os anos. Derrubar o mito da escola pública para todos, e
sim, pública, mas com qualidade que assegure a permanência de todos até mesmo
daqueles que dela não precisem mais, mas que possam se apropriar do necessário
e que responda à sua função social.
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O presente trabalho é contínuo e processual, pois estará interligado ao mun-
do exterior da escola e que a cada instante está se modificando e exigindo novas
demandas impostas pela sociedade. Será frequentemente avaliado e modificado de
comum acordo entre todos como a equipe pedagógica e as instâncias externas, pos-
sibilitando a previsão, a programação de ações necessárias conforme a demanda, e
mesmo pela necessidade do momento para tomada de decisões. As instituições jun-
tamente organizadas adequarão para que o mesmo venha atender os anseios da
comunidade que devem ser atingidos; a descentralização, autonomia e que permita
a participação de todos para o fortalecimento da escola. O trabalho que por sua vez,
envolve ação (reflexão) integrando todas as decisões e dessa forma que a gestão
escolar que articula com os demais Conselhos, buscando a fraternidade e a solidari-
edade atendendo a maioria, possibilitando-lhe exercer com dignidade a sua função
social, A legitimidade de ações só será possível com a descentralização operacional
e funcional dos processos administrativos, cujos componentes intervêm e constroem
coletivamente mecanismos adequados e necessários, garantindo dessa forma sua
construção colaborativa, como também integrar a comunidade na construção, parti-
cipação e execução de tarefas coletivas. Além disso, o comprometimento de todos,
desde as intenções até as responsabilidades sobre as ações pensadas, resultará no
compromisso de ações (tomada de decisões). Essa coerência entre os parceiros,
realizadas de forma adequada, canaliza os esforços facilitando a viabilização do seu
cumprimento integral.
Essa função de mediação entre os executores dessa tarefa constitui uma
forma clara e objetiva para a compreensão e análise de todas as ocorrências positi-
vas ou negativas, que transformam o espaço escolar num campo de acertos e me-
lhoria da coerência entre ideias e ações frente aos resultados obtidos, entre o que se
pensa e o que se pretende fazer sistematizando as idéias organizadas em fluxo con-
tínuo de ações, cuja abrangência e visão devem estar racionalmente definidas.
A partir do que já se tem conhecimento, do real, é possível interagir racional-
mente e buscar soluções e superar os obstáculos através da análise, projetar etapas
sequenciadas e consecutivas com clareza de objetivos sobre o que se pretende in-
tervir para a melhoria da gestão escolar. Para que isso venha acontecer se exige po-
sicionamentos fundamentados, vislumbrando propósitos claros e possíveis a partir
da compreensão sobre todo o processo que envolve a escola.
Para tanto, é necessário que os parceiros dediquem determinado tempo
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para se inteirar da organização funcional e administrativa da instituição. Aqui vale a
pena lembrar que devem conhecer o plano político pedagógico da escola, para qual
foram convocados a ajudar na elaboração e que apenas foram expectadores dessa
ação.
Conhecendo a fundo toda a sistematização, organizada contida nesse docu-
mento terão uma visão sobre todo o processo institucional, e condições legítimas de
intervir e colaborar no processo democrático da educação.
Dessa forma, tem-se a necessidade da articulação da instituição com as de-
mais instâncias, de modo confiável e aberto sendo receptivo com os companheiros
além do espaço, para que concomitantemente possam intervir na realização desde
as mais simples ações até as mais complexas. Entre outros termos, a cada resulta-
do possibilitar a implementação de propostas de avanços realizados em equipe, com
percepção e estratégias visando a qualidade de ensino contínuo dentro da escola.
Mas a qualidade de serviço que essa equipe defende e buscará prestar e que não fi -
que do lado de fora da escola por falta de abertura e parcerias com as instituições
externas a ela, mas que haja envolvimento de todos na instituição. Enfim, que toda a
clientela escolar somada as forças externas, prestadores de serviço, fornecedores
de força e ideias, que venham ampliar sua forma de ver a escola para a qual forne-
cem serviços e produtos no trabalho dividido e administrado conjuntamente.
Pensar em gestão escolar compartilhada é reportar ideias contidas em rela-
tos de estudiosos que nos dizem: que todos os mecanismos vitais têm por objetivo
adequar ou reduzir as discrepâncias no funcionamento do sistema, envolvendo as
partes, integrando-as entre si com a mesma comunicação sem perder energia e não
chegar a entropia. Abrir, reabastecer de energia para manter sua estrutura fortaleci-
da com sinergia para somar, multiplicar as partes unidas que alavancam seu global,
resultados de seus esforços e realizações das metas organizadas com uma comuni-
cação clara de seus objetivos para atingir os níveis ideais do empreendimento, pro-
porcionando uma capacidade de reação ao ambiente escolar na missão de construir
o modelo de sociedade desejado.
Entende-se que o trabalho escolar é uma ação conjunta, pretendo-se efeti-
var o presente projeto trabalhando conjuntamente com a equipe pedagógica inte-
grando todos os membros, atingindo os demais segmentos da sociedade que se de-
seja trazer para fazer parcerias na escola. Portanto, afirmar que sua gestão pressu-
põe a atuação participativa de todos representa um pleonasmo de reforço a essa im-
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portante dimensão da gestão escolar da escola. Assim, o envolvimento de todos, di-
retamente ou indiretamente será a busca para ter respostas na solução dos proble-
mas, na tomada de decisões, visando os melhores resultados para o sucesso da
gestão escolar.
Não é possível delimitar um espaço de tempo, um cronograma para ser tra-
balhado, pois é um conjunto unindo começo meio e fim e sempre voltando e avan-
çando em suas ações. As atividades propostas foram realizadas em todas as etapas
de construção, começou muito antes de sua aplicação. Pode-se dizer desde o mo-
mento que foi pensado, já estavam reunidos todos os componentes dos Conselhos e
juntos construindo o mesmo. Entende-se que o trabalho escolar é uma ação conjun-
ta, por isso, pretendeu-se efetivar o presente projeto trabalhando conjuntamente
com a equipe pedagógica integrando todos os membros. Para tanto, é possível afir-
mar que sua gestão pressupõe a atuação participativa de todos representa um pleo-
nasmo de reforço a essa importante dimensão da gestão escolar da escola. Assim, o
envolvimento de todos diretamente ou indiretamente será a busca para ter respostas
na solução dos problemas, na tomada de decisões, visando os melhores resultados
para o sucesso da gestão escolar.
Partindo dos estudos feitos em documentos levantados dentro do município
dos Conselhos Municipais embasados por leituras de autores atuais conjuntamente
com os responsáveis por esses órgãos discutir a aplicabilidade do presente trabalho.
A gestão democrática é constitucional e os sujeitos estão assegurados por
ela (LDB) onde está garantido, entre outras o direito à gestão democrática da escola,
em que todos são chamados a refletir sobre a necessidade e a importância da parti -
cipação consciente dos envolvidos no processo democrático escolar.
O fato de muitos não darem a devida importância para a educação é que re-
sulta em descaso e neutralidade ou mesmo quando dão importância, boa parte de
seus esforços não leva a assumir posições que, incoerentemente, com os objetivos
que perseguem, redundam, direta ou indiretamente, em mecanismos de discrimina-
ção e defesa de interesses e privilégios.
Pensar em gestão escolar a partir dessa ótica é entendê-la como ponto prin-
cipal da descentralização voltada para a transformação do espaço em que vivemos,
rompendo com estruturas já existentes, as quais impedem que seja um espaço de
mudanças e práticas sociais, ou que se efetivem em mecanismos de ação, através
dos quais atinjam os objetivos propostos em benefício da sociedade que se deseja.
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Nessa direção, a gestão escolar viabilizará a conscientização de governar
em equipe, com ideias voltadas à equidade, justiça social, a redução do clientelismo
e aumento progressivo da autonomia partilhada por meio das instâncias envolvidas
no processo educativo.
Compartilhar a gestão democrática é pensar na sociedade como um todo,
estamos pensando na sociedade que se precisa, trazer pessoas para fortalecer a
governabilidade escolar é conquistar mudanças na gestão escolar e é nesse espaço
que se atua para o conjunto das estratégias de desenvolvimento na articulação das
relações contidas nas atividades desempenhadas na escola.
Pretende-se, ao apresentar à comunidade tais considerações a respeito da
gestão escolar democrática, dar oportunidade de refletir e analisar qual é sua função
frente à proposta, reconhecendo a realidade posta como responsabilidade social de
todos, buscando assim, o comprometimento social com a mesma.
“É necessário criar uma sociedade nova, fecunda na dignidade do trabalho,
na de alienação das classes subalternas, na democracia, na igualdade social vincu-
lada à liberdade e à felicidade de todos”. (FERNANDES; FLORESTAN, 1992). Por
mais que pareça um sonho, tem-se o direito de sonhar. A citação acima leva a pen-
sar na impossibilidade de se concretizar essa autonomia na sociedade, mas se co-
meçar pelo espaço mais próximo, de fato, pode-se pensar nessa possibilidade e al-
mejar a cidadania dentro da escola, articulando a gestão escolar que proverá aos
envolvidos essa capacidade de exercício fora dela quando se fizer necessário.
A epígrafe desafia a pensar no que buscar e querer para essa sociedade.
Pode-se sim, unir esforços rumo à concretização desse sonho, desde que se
faça dele uma premente necessidade. Por essas razões, a busca nessa conquista
de articular a gestão escolar com as demais instâncias externas a ela, é objeto de
preocupação deste estudo, que representa um passo admirável para essa conquis-
ta, levando os parceiros à participação cidadã e a reconhecer a necessidade de pro-
ver com qualidade adequada a valorização de uma gestão articulada. No entanto,
percebe-se a ausência de condições e posturas adequadas, como também, desca-
sos quanto à qualidade de uma gestão articulada.
Diante do exposto, é necessário a clareza e aprofundamento de estudo das
leis e diretrizes que regulamentam essas instituições (Conselhos Municipais) para
entendê-las e abstrair o máximo dessas normas, além de praticá-las, não apenas
usufruindo do que não se conhece.
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Os Conselhos Municipais entre outros são: Conselho Municipal da Educa-
ção, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelar. Esses
são chamados para fortalecer a gestão escolar e juntamente a ela, efetivar o traba-
lho a que se propõem considerando a necessidade de participação de todos os seg-
mentos envolvidos no processo educativo. Participação esta, entendida como um
processo de construção de um plano de ações coletivas Ao reconhecer a importân-
cia das relações interpessoais no desempenho das atividades escolares para seu
crescimento, precisa-se articular o reconhecimento da necessidade de colaborado-
res com objetivos que auxiliem os envolvidos na construção de uma educação
emancipadora.
Que as lições da psicanálise e da poesia ensinem: que o mesmo mecanismo
de que - o amor faz magia de ligar coisas separadas, até mesmo contraditórias , seja
possível poder mostrar futuramente essa experiência positiva conquistada e que
está baseada na união, fazendo a relação entre teoria e prática, destruindo os largos
espaços que impedem que aconteça um fazer comprometido com ambas as partes
e que os sujeitos não sejam apenas meros expectadores da gestão escolar, mas co-
participantes da mesma, para fazer acontecer conjuntamente a educação a partir da
inserção e chegar a transformá-la. Quando se abraça uma causa juntos, os erros,
com certeza, vão acontecer, mas o trabalho coletivo possibilita a cumplicidade e a
reflexão, buscando alternativas que atendam aos interesses da comunidade.
Pensar em gestão compartilhada, assegurando essa premissa, embora se-
jam do conhecimento da equipe pedagógica, muitos desafios a tornam impotente
para solucioná-los, pois não tem como por si dar conta. A gestão escolar entendida
como espaço de transformação social, não poderá acontecer isoladamente da socie-
dade, pois ela é parte do todo e as práticas devem acontecer ao mesmo tempo em
relação horizontal.
Buscar o fortalecimento na companhia daqueles que se dispõe a contribuir,
ajustar os passos na caminhada que carrega relações objetivas e subjetivas é uma
relação tão humana por isso é suscetível a errar e acertar, mas nunca deve perder o
olhar.
Assim, para que os objetivos possam ser atingidos, não basta bradar que a
gestão escolar não funciona, mas pelo conhecimento do trabalho exercido, pela con-
vicção do que fazem e pelas condições que são oferecidas dentro da escola, é im-
portante incorporar as ações conjuntas com essa equipe que está construindo esse
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novo aprendizado ao lado dos profissionais da educação.
Há que se descortinar o que acontece por trás dos bastidores das relações
vividas dentro do espaço escolar, e que é do desconhecimento da comunidade por
falta de envolvimento e informação, embora isso tudo já esteja constituído dentro
dos documentos que regulamentam que todos são chamados à participação, ainda
que sintam certa dificuldade na concretização da efetiva representação. Imaginamos
que o acesso à participação, possa redefinir o processo de participação e transfor-
mação com base no que já está sendo feito, sem perder de vista, a dominação de
uma cultura historicamente construída. Será melhor, neste sentido, todos caminha-
rem lado a lado para terem responsabilidade sobre os erros e acertos que conse-
quentemente irão acontecer, pois: “Todas as coisas existem aos pares”. (ECLESI-
ÁSTICO, 42,15-26).
Buscar a companhia que acrescente, não depende somente de boa vontade,
mas de ações, comprometimento e seriedade não somente das possibilidades da-
queles a quem se optou por caminhar juntos, mas da vontade em somar e contribuir.
Enquanto a espécie humana é precária na participação, não é possível ser
suficientemente competente a correr riscos, ficar na mesmice porque se sabe como
fazer, desconsiderar a capacidade de produzir, promover, inventar, criar novas situa-
ções, na busca de alterar o modo de vida apresentado. É impossível pensar enquan-
to humano vivendo no marasmo, sem muita ênfase, é verdade que a disseminação
livre ou desordenada de ações pode suscitar novos comportamentos estabelecendo
relações de causas e efeitos quando se trata de gestão escolar.
É importante refletir acerca do sentido de sempre inovar, buscar, alcançar e
realizar o que sonha, como enfatiza o pensamento de H. Meares: “O HOMEM QUE
DESEJA FAZER ALGUMA COISA SEMPRE ENCONTRA UM CAMINHO.”
Tem-se, então, uma teoria para explicação da realidade e suas transforma-
ções que, na verdade, é a transposição, o ajustamento do que se deseja na busca
de novas experiências, produzindo no plano das ideias elaboradas, verdades que
expliquem aquela realidade, que se torna compreensível, é um meio, um instrumen-
to de transformação social. As ações partem do desejo e não lutar para a concretiza-
ção é ser omisso. A capacidade de realizações é um ato político que existe intrinse-
camente em cada indivíduo, o que se faz necessário é a disposição de conhecer
para agir diante dessas situações.
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Portanto, enquanto não houver um conhecimento da história real, enquanto a teoria não mostrar o significado da prática imediata dos homens, enquanto a experiência comum de vida for mantida sem críticas e sem pensamento, a ideologia se manterá. (CHAUÍ, 1985, p. 87).
Não é possível delimitar um espaço de tempo, um cronograma para ser tra-
balhado, pois é um conjunto unindo começo meio e fim e sempre voltando e avan-
çando em suas ações. As atividades propostas para a realização do mesmo, come-
çará muito antes de sua aplicação. Pode-se dizer desde o momento que foi pensa-
do, já estavam reunidos todos os componentes dos Conselhos e juntos construindo
o mesmo.
Entende-se que o trabalho escolar é uma ação conjunta, efetivei o presente;
trabalhando conjuntamente com a equipe pedagógica integrando todos os membros,
com isso atingi os demais segmentos da sociedade que desejava trazer para fazer
parcerias na escola.
Afirmar que a gestão pressupõe a atuação participativa de todos representa
um pleonasmo de reforço a essa importante dimensão da gestão escolar da escola.
Assim, o envolvimento de todos, diretamente ou indiretamente será a busca
para continuar o trabalho por hora realizado na escola e ter respostas na solução
dos problemas, na tomada de decisões, visando os melhores resultados para o su-
cesso da gestão escolar.
Partindo dos estudos feitos no decorrer, pode-se afirmar que quando se faz
uma viagem ou um curso, volta-se para casa com uma bagagem significativa. O
aprender não depende apenas de fatores isolados, mas de uma consonância entre
muitos fatores que acarretará em aprendizagem, envolvimento dos participantes,
metodologia do docente, ambiente, tempo etc, que dará o que se busca, por isso,
agora no momento da aplicação que é possível sim trabalhar conjuntamente com os
responsáveis por esses órgãos discutindo a aplicabilidade do presente projeto.
Sabe-se que a escola é a detentora da articulação com as demais instân-
cias dentro e fora da mesma. Este projeto traz sugestões como trabalhar lado a lado
para atingir as demais instituições, conquistando parcerias para melhoria da gestão
escolar. Trabalhando lado a lado com os pares no decorrer do curso buscou-se atin-
gir a todos para que viessem a ser parceiros na complementação e melhoria do meu
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trabalho e no enfrentamento dos problemas emergentes no decorrer do mesmo
como suporte técnico, prazos apertados na realização das tarefas, buscando forças
para serem colaboradores, corresponsáveis no desenvolvimento das atividades. “[...]
mas quando falamos, não estamos pensando apenas [...]”. (PARO, 1997, p. 10).
O que se pretendia não era apenas o efêmero, mas o compromisso com o
conhecimento buscando crescimento pessoal e de grupo, e tornar realidade a articu-
lação do mesmo buscando qualidades pelo livre arbítrio da realização das atividades
propostas sem cobranças, apenas pelo compromisso de participar dum trabalho sé-
rio e ao mesmo tempo, usufruir da oportunidade de convivência e aprendizado com
parceiros de diferentes áreas e funções em iguais condições para realização do
mesmo.
Mesmo com todas as dificuldades, não se desconsidera os avanços signifi-
cativos obtidos no decorrer da aplicação dos debates, que foram a cada encontro
crescendo e incorporando-se, pelo acompanhamento, pela avaliação, minimizando e
reforçando os trabalhos.
Na busca de uma gestão articulada e na melhoria da escola pública para to-
dos, mas com qualidade, como ferramenta potencialmente de transformação social,
sempre se procurou tomar as decisões coletivamente envolvidas diretamente com
a causa do problema. As questões colocadas a partir dos princípios democráticos
adotados e no conjunto de decisões tomadas fizeram com que se buscassem alter-
nativas possíveis e significativas que viabilizassem a construção de uma democra-
cia. Nas atividades realizadas durante os encontros as ações sempre foram marca-
das por ter um caráter de não obrigatoriedade, com isso atingiu todos que participa-
ram o que pode ser notado pelo grau de satisfação manifestado.
A proposta de ação teve caráter de continuidade aberta às novas inserções,
ou seja, uma ação bem determinada não se esgota ao seu termino de um artigo por
isso não é possível delimitar um espaço de tempo, um cronograma para ser cumpri-
do, pois é um conjunto unindo início, meio e fim e sempre voltando e avançando em
suas ações. As atividades propostas para a realização do mesmo, em nenhum mo-
mento esgotaram-se, pois há muito ainda que se fazer e melhorar.
É necessário ressaltar que o presente trabalho é um processo que se esten-
derá por muito tempo, pois o processo democrático como por si próprio é continuo e
processual, impossível limitar um tempo desse investimento para aplicação, tendo
em vista seus objetivos na articulação de uma política compartilhada e democrática
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da gestão escolar. Deve-se possibilitar e criar mecanismos de expressão e participa-
ção dos membros da comunidade escolar e dos conselhos municipais nos proces-
sos decisórios do fazer pedagógico, coletivamente com olhar diferente porque mes-
mo não tem como fugir, por mais resistente que seja terão que possibilitar essa arti-
culação, pois a gestão democrática exige a compreensão em profundidade de todo o
contexto abrangendo diferentes dimensões, rompendo com a separação entre con-
cepção e prática.
3 Conclusão
Entende-se que o trabalho escolar é uma ação conjunta, por isso, o presente
efetivou-se em conjunto com a equipe pedagógica integrando todos os membros,
para que, com isso, pudesse atingir os demais segmentos da sociedade que deseja-
va trazer para a escola por meio de parcerias. Assim, afirmar que a gestão pressu-
põe a atuação participativa de todos representa dupla afirmação uma vez que é o
item mais importante da dimensão da gestão escolar.
Logo, o envolvimento de todos, diretamente ou indiretamente, será a busca
para poder continuar o trabalho por hora realizado na escola e ter respostas na solu-
ção dos problemas, na tomada de decisões, visando os melhores resultados para o
sucesso da gestão escolar.
Portanto, partindo dos estudos feitos no decorrer da pesquisa, pode-se afir-
mar no momento da aplicação do projeto, que é possível sim, trabalhar em conjunto
com os responsáveis por esses órgãos, discutindo a aplicabilidade doas ações que
haviam si do programadas. As atividades propostas para a sua realização, em ne-
nhum momento foram superadas. Há muito ainda o que fazer e por isso pode-se di-
zer desde o momento do seu início com a preparação do projeto, até o último encon-
tro da aplicação do caderno temático, por isso, o envolvimento de todos foi funda-
mental para que se efetivasse a participação permanente de todas as instâncias co-
legiadas externas à escola.
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