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DESAFIOS LOGÍSTICOS PARA O AGRONEGÓCIO
José Vicente Caixeta FilhoProfessor Titular
Dep. de Economia, Administ. e SociologiaESALQ - Universidade de São Paulo
Piracicaba, 08 de dezembro de 2011
Agenda
conceitos básicos de logística armazenagem de cargas transporte de cargas expectativas do mercado
O termo logística é derivadodo grego “λόγος” = logos(“razão”, “arte de calcular”) edo francês loger(“acomodar”, “alojar”).
LOGÍSTICA...
“ ... planejamento e operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que
insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e
temporais de forma econômica”
Fonte: Daskin (1985)
LOGÍSTICA...
PRINCIPAL ESTRATÉGIA ASSOCIADA À “BOA” LOGÍSTICA:
diluição do valor dos custos fixos (CF)…
Fonte: Lean Institute Brasil
o economias de escala;o eficiência de processos / baixa
ociosidade;o organização;o sincronia / integração das
atividades.
CAMINHOS POSSÍVEIS QUE FACILITAM A DILUIÇÃO DE CUSTOS FIXOS:
PECULIARIDADES DAS CARGAS AGRÍCOLAS:
o perecibilidade x altos riscos (devido a fatores de natureza biológica, climática etc.)
o sazonalidade da produção (e do consumo, em alguns casos)
o longas distâncias separando pontos de produção e de consumo
o baixo valor agregadoo mercados (altamente) concorrenciais
DÉFICIT DE ARMAZENAGEM NO BRASIL
Fontes: CONAB (* = estimativa); NovaAgri
0
20
40
60
80
100
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140
160
1980
1981
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1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
(*) 0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
produção brasileira de grãos capacidade estática de armazenagem déficit/superávit
DEFICIÊNCIA NA CAPACIDADE DE ARMAZENAGEM INSTALADA NA PROPRIEDADE
Fonte: CONAB (dados de 2003)
56%
29%
9%6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Zona UrbanaZona RuralFazendaPortuária
Cenário Atual de Comercialização
Escoamento Concentrado
Benefícios de infra-estrutura adicional à disposição do
agronegócio
Preço
Colheita
Custos Logísticos
Alongamento do Escoamento
Preço
Colheita
Custos Logísticos
ARMAZÉNS
BENEFÍCIOS DA ARMAZENAGEM
Fonte: NovaAgri
COMPARAÇÃO ENTRE O CUSTO DE EXPORTAÇÃO DE SOJA DO BRASIL E DOS ESTADOS UNIDOS PARA A
ALEMANHA (HAMBURGO)
PAÍSNOROESTE RS NORTE MT SUL GO CENTRO-NORTE PR MINEAPOLIS DAVENPORT
Porto de Rio Grande Porto de Paranaguá Porto de Santos Porto de Paranaguá
Total transporte 93,6 159,1 123,5 103,4 98,3 92,8
Frete rodoviário 21,8 88,1 50,5 32,4 10,1 10,1
Frete marítimo (longo curso) 71,7 71,1 73,0 71,1 58,8 58,8
Frete fluvial - - - - 29,4 23,9
Valor na fazenda 267,1 233,8 268,7 281,1 274,8 285,8Custo total 360,6 392,9 392,1 384,6 373,1 378,6Participação do transporte no custo total 25,9 40,5 31,5 26,9 26,3 24,5
Fonte: Brazil Soybean Transportation Guide, US Department of Agriculture
REGIÃO DE ORIGEM
2007 US$/t
BRASIL ESTADOS UNIDOS
DIMENSÃO (EM KM) DO SISTEMA VIÁRIO BRASILEIRO
13.00020.00030.000
200.000
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
RodoviaspavimentadasFerrovias
Dutovias
Hidrovias
km
Fontes: ANTT; Ministério dos Transportes ; ANTAQ; Transpetro
CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE
mais flexível (porta-a-porta); custo variávelalto e custo fixo baixo; não é “dono” nemresponsável pela manutenção da rodovia
custo fixo alto e custo variável baixo; grandesvolumes e longas distâncias; baixaflexibilidade; é normalmente “dono” eresponsável pela manutenção da ferrovia
cargas volumosas de baixo valor agregado;baixas velocidades; longas distâncias; menorconsumo de combustível; custo fixo alto;baixa flexibilidade
cargas fracionadas de alto valor agregado;altas velocidades; longas distâncias; maiorconsumo de combustível; custos fixo evariável altos; média flexibilidade
cargas líquidas, gasosas ou minerais; grandesvolumes e médias distâncias; custo fixo alto ecusto variável baixo; baixa flexibilidade;responsável pela manutenção da dutovia
Produto Origem Destino Distância(km)
soja Campo Novo (RS) Porto Velho (RO) 3.283
milho Nova Mutum (MT) Maraú (RS) 2.037
açúcar Barra do Bugres (MT) Santos (SP) 1.801
arroz Bagé (RS) Ilhéus (BA) 3.017
carne Itaporã (MS) Recife (PE) 3.595
algodão Diamantino (MT) Natal (RN) 3.616
fertilizante Paranaguá (PR) Nova Olímpia (MT) 2.013
LONGAS DISTÂNCIAS SENDO VENCIDAS PELO TRANSPORTE RODOVIÁRIO…
Fonte:
MUDANÇAS ESTRUTURAIS RECENTES
o privatização de rodovias;o concessão da Rede Ferroviária
Federal;o expansão da navegabilidade de
hidrovias;o modernização do sistema portuário
nacional.
R. Amazonas
Rio Branco
Porto Velho
Caracas
Georgetown
Paramaribo
ManausSantarém
Guri
BR-163
BR-364/070
Itaituba
Belém
Estreito
Miracema
Aruanã
Itaqui
Marabá
Tucuruí
Caiena
Boa Vista
BR-174
Alta Floresta
EUAEuropa
Hidrovia do Madeira
Vilhena
Cuiabá
Uberlândia
Sepetiba
Rio BrancoRio Branco
CamposRio Grande
NatalJoão Pessoa
Pecém
Maceió
RecifeSuape
Fortaleza
Petrolina
Aracaju
XINGÓ
Salvador
Belo Horizonte
Tietê
Osório
Santos
ARGENTINA URUGUAI
PARAGUAI
BOLÍVIA
Itaipú
Corumbá
Paranaguá
Porto
Alegre
São PauloHidrovia
Tietê-Paraná
Campo Grande
Florianópolis
Macapá
PORTOS
FERROVIAS
HIDROVIAS
RODOVIAS
ACESSOS
o dono da carga = dono da logística;
o maior poder de barganha dos embarcadores, em relação aos transportadores;
o operações de frete de retorno.
NOVOS PARADIGMAS…
Area potentialArea plantada
Soja
Fluxo de fertilizantes
Fluxo da soja
RR
MG
AC
PA
AP
MS
MT
AM
BA
MA
TO
ES
RJ
SP
SC
PR
RS
ALSE
CERN
PE
PB
GO
PI
L.E.Magalhães
Rondonópolis
CuiabáLuziânia
Santarém
RO
Rio Grande
Paranaguá
São Luis
Santos
São Francisco do Sul
Vitória
Novos silos
Silos atuaisIlhéus
Misturadoras
Minas de fosfatos
Fonte: Bunge
Ótimo de Pareto: é uma situação onde se consegue a melhoria em uma situação em detrimento de outra.
SITUAÇÃO INICIAL
NOVA SITUAÇÃO
Frete = R$ 55,00/t Frete = R$ 50,00/t
Frete = R$ 55,00/t Frete = 50 + 15 = R$ 65,00/t
Frete = R$ 55,00/t Frete = R$ 15,00/t
EXPECTATIVAS DO MERCADOo incremento do nível (qualidade) do serviço de transporte
rodoviário;o resgate da credibilidade das ferrovias (perdida durante o
período de monopólio público);o expansão das atividades hidroviárias;o expansão das atividades dutoviárias (para o álcool,
particularmente);o aumento da capacidade e da eficiência dos terminais
portuários;o consolidação do modelo intermodal de transporte em áreas
mais remotas (Norte e Centro-Oeste);o expansão do sistema de armazenamento (inclusive para fins
de regulação de estoque);o organização administrativa das empresas do agronegócio
abrangendo um número cada vez maior e diversificado de cargas (matérias primas e produtos);
o maior seriedade/profissionalismo/conscientização quando da avaliação dos impactos ambientais decorrentes de intervenções logísticas.
Referência citada: Daskin, M.S. “Logistics: an overview of the state of the art and perspectives on future research”, Transportation Research - A, v.19A, n.5/6, p.383-393, 1985. Fontes de dados utilizadas:ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários (antaq.gov.br) ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres (antt.gov.br) CNT – Confederação Nacional do Transporte (cnt.org.br)CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento (conab.gov.br)COPERSUCAR - Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (www.copersucar.com.br)EPE – Empresa de Pesquisa Energética (epe.gov.br)ESALQ-LOG – Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (log.esalq.usp.br)LEAN INSTITUTE BRASIL (lean.org.br)Ministério dos Transportes (transportes.gov.br)NovaAgri Infra-Estrutura de Armazenagem e Escoamento Agrícola (novaagri.com.br)SIFRECA – Sistema de Informações de Fretes (sifreca.esalq.usp.br)Transpetro – Petrobras Transporte (www.transpetro.com.br)
Bibliografia de apoio:
José Vicente Caixeta FilhoDepto. de Economia, Administração e Sociologia - ESALQ/USPAv. Pádua Dias, 1113418-900 - Piracicaba - SPTel: 19 3429 4110Fax: 19 3429 4441E-mail: [email protected]: http://log.esalq.usp.br