desativação de empreendimentos mineiros
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JOS BAPTISTA DE OLIVEIRA JNIOR
DESATIVAO DE EMPREENDIMENTOS MINEIROS:ESTRATGIAS PARA DIMINUIR O PASSIVO AMBIENTAL
Tese apresentada Escola Politcnica daUniversidade de So Paulo para aobteno do Ttulo de Doutor emEngenharia.
So Paulo2001
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JOS BAPTISTA DE OLIVEIRA JNIOR
DESATIVAO DE EMPREENDIMENTOS MINEIROS:ESTRATGIAS PARA DIMINUIR O PASSIVO AMBIENTAL
Tese apresentada Escola Politcnica daUniversidade de So Paulo para aobteno do ttulo de Doutor emEngenharia.
rea de Concentrao:Engenharia Mineral
Orientador:Lus Enrique Snchez
So Paulo2001
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FICHA CATALOGRFICA
Oliveira Jnior, Jos BaptistaDesativao de empreendimentos mineiros: estratgias para
diminuir o passivo ambiental. So Paulo, 2001.179 p.
Tese (Doutorado) Escola Politcnica da Universidade deSo Pulo. Departamento de Engenharia de Minas e Petrleo.
1. Minerao - Desativao de mina. Minerao Fechamento de mina. 3. Minerao Descomissionamento. 4.Minerao Custos de desativao. I. Universidade de SoPaulo. Escola Politcnica. Departamento de engenharia de Minase Petrleo. II. t
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Sandra, Malu e Sofia pelo carinho,
compreenso e apoio para a realizao desta
tese.
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AGRADECIMENTOS
Ao apresentar esta tese expresso o meu reconhecimento
contribuio de determinadas pessoas e entidades,
sem os quais no seria possvel a sua realizao.
A Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de
Nvel Superior (CAPES), pela concesso da bolsa de
estudo, a qual permitiu a concretizao deste trabalho.
Ao Setor de Engenharia de Minas do Departamento de
Cincia e Tecnologia dos Materiais da Universidade
Federal da Bahia, pelo apoio e incentivo para a
realizao do doutorado.
Ao Professor Doutor Luis Enrique Snchez, da
Universidade de So Paulo, meu orientador cientfico
neste trabalho, manifesto minha gratido por tudo que
me ensinou, pelas horas dispensadas nos servios de
orientao e, sobretudo pelo apoio e estmulo para a
realizao desta tese.
A todas as empresas pesquisadas que permitiu a minha
visita para a realizao dos trabalhos de campo.
Companhia Vale do Rio Doce nas pessoas dos
Tcnicos Cid Moreira e Celso Medeiros e do
Superintendente de Minerao Carlos Eugnio
Victorasso, pelas facilidades e presteza com que
contriburam para a realizao deste trabalho.
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RESUMO
A desativao de um empreendimento mineiro uma etapa importante do
planejamento de uma mina e o seu estudo tem a finalidade de reduzir ou eliminar opassivo ambiental aps o fechamento de uma mina. Para isto, so necessrias aes eprogramas desenvolvidos durante a vida da mina, com a participao de todos osinteressados. tambm relevante a previso dos gastos com recuperao edesativao na fase de viabilidade econmica por meio de ndices confiveis. Foramavaliadas trs empresas com reas desativadas: uma desativada totalmente, a outracom frente de lavra desativada e a terceira paralisada. Ficou evidente, neste trabalho,a falta de roteiros e normas na legislao ambiental para a preparao da desativaono incio de uma mina. Esta falta induz o empreendedor a s se preocupar com adesativao e a preparao de um plano quando o fechamento da mina iminente;neste momento, as empresas esto descapitalizadas e os custos com a recuperao
sero elevados. Foram propostos, modelo de Plano de Desativao, a ser preparadona etapa de planejamento da mina, e um ndice econmico que relaciona os custos derecuperao aos custos de produo da mina na fase de viabilidade econmica.
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ABSTRACT
One of the most important stages in the mine planning is the closure of a mine. This
study has the aim to minimize or eliminate the well-known environmental damageleft after the closure of the mine site. In order to carry out the process of mineclosure, some procedures and programs should be conducted during the mine lifecycle, involving people who are interested in environment problems. It is alsoimportant, the previous calculation of the environmental cost and all the cost relate tothe closure of the mine itself during the mine project by using reliable cost index. Inthis research, three different mining companies having abandoned areas wereevaluated: the first being closed-down completely, the second one having anabandoned mining face and the third one was thoroughly paralyzed. It wasdemonstrated in this case-study that there aren't any procedures or specifications formines closure which could be considered in beginning of the mining project. This
lack of regulation and procedures related to mining closure makes mining companymanagers or mining company owners only take into consideration a closure mining
plan in the final stage of the production when the mine site needs to be closed assoon as possible. However, at that stage, most mining companies are with lack ofworking capital and the cost of environment protection is very expensive. As resultof this research, a Closure Mine Model was proposed, which should be prepared inthe very beginning of the mining planning stage. It was also proposed an economicindex that is related to the cost of environment protection to the mining productioncost in the stage of the economical feasibility studies.
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SUMRIOLISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FOTOGRAFIAS
LISTAS DE SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUO .................................................................................................. 1
2 RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS PELA MINERAO ...... 5
2. 1 Conceitos gerais ............................................................................................... 5
2. 2 Objetivos da recuperao de reas degradadas ................................................ 9
2. 3 Princpios de recuperao de reas degradadas ............................................... 11
2. 4 Objetos da recuperao de reas degradadas ................................................... 12
2. 5 Medidas de recuperao para reas degradadas ............................................... 13
2. 6 Planejamento ambiental da recuperao de reas degradadas ......................... 14
2. 7 Tcnicas de recuperao ambiental para reas degradadas ............................. 15
3 DESATIVAO DE MINA.............................................................................. 30
3. 1 Conceitos sobre desativao de mina ............................................................... 31
3. 2 Objetivos da desativao .................................................................................. 34
3. 3 Problemas ambientais causados pela desativao inadequada de uma mina ... 35
3. 4 Razes da desativao ...................................................................................... 37
3. 5 Fases da desativao ........................................................................................ 38
3. 6 Objetos da desativao de mina ....................................................................... 45
3. 7 Estratgias para a desativao de mina m......................................................... 60
3. 8 Plano de desativao de mina .......................................................................... 61
3. 8. 1 Objetivos do plano de desativao ............................................................... 62
3. 8. 2 Plano de desativao elaborado aps a desativao da mina ....................... 65
3. 8. 3 Plano de desativao elaborado no incio da mina ...................................... 70
3. 9 Custos de recuperao ambiental ..................................................................... 83
3. 9. 1 Custos de proteo e preservao ambiental ................................................ 85
3. 9. 2 Custo de recuperao das principais atividades mineiras ............................ 853. 10 Metodologia para elaborao de oramento de recuperao ambiental ........ 92
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3. 10. 1 Exemplos de apropriao de custos de recuperao de reas mineradas ... 97
3. 11 Previso de custos em um plano de desativao. ...........................................100
4 O ESTGIO ATUAL DOS TRABALHOS DE RECUPERAO
AMBIENTAL E PLANOS DE DESATIVAO NO ESTADO DA
BAHIA .................................................................................................................105
4.1-Licenciamento ambiental no Estado da Bahia ...................................................108
4.2-Levantamento de dados no CRA .......................................................................112
4.3-Questionrio respondido pelas empresas envolvidas na pesquisa .....................113
5 DESATIVAO DA MINA DE MARIA PRETA .........................................116
5. 1 Minerao Caraba S A.....................................................................................120
5. 2 Jacobina Minerao S A ..................................................................................122
5. 3 Companhia Vale do Rio Doce - Fazenda Brasileiro ........................................126
5. 4 Companhia Vale do Rio Doce - Fazenda Maria Preta .....................................129
5. 4. 1 Histrico da desativao ..............................................................................130
5. 4. 2 Caracterizao da rea de entorno da mina ..................................................131
5. 4. 3 Caracterizao da mina ................................................................................1365. 4. 4 Descrio dos passivos ambientais ..............................................................140
5. 4. 5 Destinao futura da rea da mina ...............................................................150
5. 4. 6 Plano de desmontagem e recuperao ambiental .........................................151
5. 4. 7 Monitoramento da mina e entorno ...............................................................155
5. 4. 8 Custo do projeto ...........................................................................................157
5. 4. 9 Execuo dos trabalhos ................................................................................161
5. 4. 10 Anlise e discusso ....................................................................................163
5. 4. 11 Concluso do captulo ................................................................................170
6 CONCLUSES DA TESE ................................................................................172
7 LISTA DE REFERNCIAS..............................................................................175
8 ANEXO ...............................................................................................................176
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LISTA DE QUADROS
Quadro 2-1 Sntese comparativa do conceito ...................................................... 8
Quadro 2-2 - Atividades mineiras e medidas adotadas para a reconformao do
terreno ...................................................................................................................... 24
Quadro 3-1 - Objetivos e medidas de recuperao para lavra subterrnea
(adaptado do CANADA (1995) e Sassoon (2000)) ................................................. 47
Quadro 3-2 - Objetivos e medidas de recuperao para lavra a cu aberto
(adaptado do CANADA (1995) e Sassoon (2000)) ................................................. 49
Quadro 3-3 - Objetivos e medidas de recuperao para pilhas de minrio
lixiviado, marginal, concentrado e rochas de decapeamento (adaptado do
CANADA (1995) e Sassoon (2000)). ...................................................................... 51
Quadro 3-4 - Objetivos e medidas de recuperao para sistemas de barragens oubacias de rejeitos (adaptado do CANADA(1995) e Sassoon (2000)) ...................... 54
Quadro 3-5 - Objetivos e medidas de recuperao para tratamento de gua usada
na mina (adaptado do CANADA(1995) e Sassoon (2000)) ..................................... 56
Quadro 3-6 - Objetivos e medidas de recuperao para equipamentos e obras
civis (adaptado do CANADA(1995) e Sassoon (2000)) .......................................... 58
Quadro 3-7 - Objetivos e medidas de recuperao da infra-estrutura (adaptado do
CANADA(1995) e Sassoon (2000)) ........................................................................ 59
Quadro 3-8 - Objetivos e controle que devem ser previstos para os empregados e
a comunidade local na desativao de uma mina .................................................... 64
Quadro 3-9 - Servio, estruturas, locais e mtodos de monitoramento Fonte:CANADA (1995) ..................................................................................................... 78
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Quadro 3-10 - Mtodos de monitoramento para estabilidade qumica ................... 80
Quadro 3-11 - Caractersticas, objetivos, medidas e aes de recuperao e itensde custos para lavra subterrnea ............................................................................... 87
Quadro 3-12 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itens
de custos para lavra a cu aberto .............................................................................. 88
Quadro 3-13 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itens
de custos para pilhas de estril e minrio lixiviado ................................................ 90
Quadro 3-14 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itens
de custos para sistemas de barragens ou bacias de rejeitos ..................................... 91
Quadro 3-15 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itens
de custo para equipamentos e obras civis ................................................................ 93
Quadro 3-16 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itensde custo para infra-estrutura ..................................................................................... 94
Quadro 3-17 - Custos de recuperao da QGN, Ottomar Minerao e CBA ......... 96
O Quadro 3-18 - Montagem dos custos de recuperao de rea degradada ........... 97
Quadro 3-19 - Caractersticas das pilhas de estril da Mina Altamira ................... 98
Quadro 3-20 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itens
de custo das pilhas .................................................................................................... 98
Quadro 3-21 - Custos envolvidos na recuperao ambiental das pilhas de estril
da Mina Altamira ..................................................................................................... 99
Quadro 3-22 - Caractersticas, objetivos, medidas, aes de recuperao e itensde custo das reas de areia ....................................................................................... 99
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Quadro 3-23 - Custos envolvidos na recuperao ambiental do Areal Biribeira ...100
Quadro 3-24 - Cenrios de custos de recuperao de acordo com a variao dospercentuais de acrscimo nos custos de produo ...................................................101
Quadro 3- 25 - Exemplo de investimentos de acordo com a idade .........................102
Quadro 3-26 - Perodos diferentes de capitalizao para minas com recuperao
aps a lavra ...............................................................................................................102
Quadro 3-27 - Valores de capitalizao para recuperaes simultneas lavra ....103
Quadro 4-1 - Relao das empresas pesquisadas e sua posio no ranking ...........106
Quadro 4-2 - Relao das empresas por categoria mineral .....................................106
Quadro 4-3 - Relao das perguntas efetuadas aos prepostos das empresas
pesquisadas ...............................................................................................................115
Quadro 5-1 - Resumo dos dados obtidos no CRA para minerais metlicos ...........117
Quadro 5-2 - Resumo dos dados obtidos no CRA para minerais industriais ..........117
Quadro 5-3 - Resumo das respostas obtidas das empresas pesquisadas atravs de
questionrios para minerais metlicos .....................................................................118
Quadro 5-4 - Resumo das respostas obtidas das empresas pesquisadas atravs de
questionrios para minerais industriais ....................................................................119
Quadro 5-5 - Situao atual das empresas com reas desativadas ou paralisadas ..120
Quadro 5-6 - Relao das cavas inundadas, rea e profundidade ...........................141
Quadro 5-7 - Relao das cavas secas com e sem desmonte, reas e profundidades .143
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Quadro 5-8 - Relao das pilhas de minrio lixiviado com as alturas e reas ........147
Quadro 5-9 - reas a serem recuperadas e as respectivas etapas de recuperao ..152
Quadro 5-10 - Resultados das anlises qumicas das amostras de gua .................155
Quadro 5-11 - Amostras de solo para anlise qumica de cianeto ..........................156
Quadro 5-12 - Sntese dos custos de revegetao ...................................................160
Quadro 5-13 - Sntese dos custos com monitoramento ...........................................160
Quadro 5-14 - Resumo das reas recuperadas e entregues aos superficirios ........161
Quadro 5-15 - Comparativo entre a recuperao proposta e a realizada ...............163
Quadro 5-16 - Resultados dos ensaios de lixiviao e solubilizao em amostras
da pilha de minrio lixiviado extinto .......................................................................167
Quadro 5-17 - Resumo dos custos envolvidos de terceiros, CVRD e HISA ..........168
Quadro 5-18 - Percentuais de acrscimo no custo de produo .............................169
Quadro 5-19 - Previso de contribuio anual e renda anual desejada para a
desativao para a Mina Maria Preta .......................................................................169
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 - Inclinao recomendada para diversos usos finais do solo.Segundo Williamson et al(1982). (IBAMA 1990, p. 90) ....................................... 21
Figura 2-2 - Diferentes alternativas de reafeioamentos topogrficos de uma rea
de extrao de areia. (Snchez, 2000, p. 16) ............................................................ 22
Figura 3-1 - Fluxograma das Fases da Minerao e Desativao de Mina ............ 40
Figura 3-2 - Fluxograma de Estratgia Preventiva de Desativao de um
Empreendimento Mineiro. (Adaptado de Snchez, 1998) ....................................... 66
Figura 3-3 - Fluxograma de Estratgia Proativa de Desativao de um
Empreendimento Mineiro. (Adaptado de Snchez, 1998) ....................................... 72
Figura 3-4 - Metodologia para a elaborao de oramento de recuperao
ambiental .................................................................................................................. 95
Figura 4-1 - Mapa de Localizao das empresas pesquisadas ................................107
Figura 4-2 - Fluxograma simplificado do licenciamento no Estado da
Bahia. Fonte: Souza (2000) ......................................................................................109
Figura 5-1 - Localizao dos pontos de monitoramento da Fazenda Maria Preta ..157
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LISTA DE FOTOS
Foto 5-1 Vista geral da cava da Minerao Caraba, sentido sul/norte. Aofundo vemos as bancadas, bermas, estril disposto em sua borda e na cava ...........122
Foto 5-2 - Vista geral da usina de beneficiamento da Jacobina Minerao,
paralisada .................................................................................................................123
Foto 5-3 - Vista geral da barragem de rejeitos da Jacobina Minerao ..................123
Foto 5-4 - Vista geral da oficina central e borracharia ...........................................124
Foto 5-5 - Vista geral da entrada principal da mina subterrnea da Jacobina
Minerao, fechada com grades metlicas ...............................................................124
Foto 5-6 - Vista geral da pilha de estril da Mina de Joo Belo (Jacobina
Minerao) ...............................................................................................................125
Foto 5-7 - Vista geral da entrada da mina de Joo Belo, cota 770. (Jacobina
Minerao) ...............................................................................................................125
Foto 5-8 - Vista geral de parte da cava a ser enchida por estril (Mina Fazenda
Brasileiro - CVRD) ..................................................................................................127
Foto 5-9 - Caminho descarregando estril para o enchimento da cava (Mina
Fazenda Brasileiro - CVRD) ....................................................................................127
Foto 5-10 - Vista geral da terra vegetal espalhada sobre o estril disposto na cava,
sendo preparada para a revegetao (Mina Fazenda Brasileiro CVRD) .................128
Figura 5-11 - Vista geral da cava inundada com gua proveniente da mina
subterrnea (Mina Fazenda Brasileiro - CVRD) ......................................................128
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Foto 5-12 - Descarga da gua proveniente da mina subterrnea Mina Fazenda
Brasileiro (CVRD) ...................................................................................................129
Foto 5-13 - Vista geral da cava Antas I (Faz. Maria Preta CVRD) .....................141
Foto 5-14 - Vista geral da cava SW (Faz. Maria Preta CVRD) ...........................142
Foto 5-15 - Vista geral da cava H (Faz. Maria Preta CVRD) ..............................142
Figura 5-16 - Vista geral da cava Antas II a ser desmontada (Faz. Maria Preta
CVRD) .....................................................................................................................143
Foto 5-17 - Vista geral da cava 13 (Faz. Maria Preta CVRD) .............................144
Foto 5-18 - Vista geral da cava 15 (Faz. Maria Preta CVRD) .............................144
Foto 5-19 - Vista geral da cava E (Faz. Maria Preta CVRD) ..............................145
Foto 5-20 - Vista geral da cava M (Faz. Maria Preta CVRD) .............................145
Foto 5-21 - Vista geral da cava Mari (Faz. Maria Preta CVRD) .........................146
Foto 5-22 - Vista geral da cava N/O (Faz. Maria Preta CVRD) ..........................146
Foto 5-23 - Vista geral das pilhas de estril e minrio lixiviado extinto e as
instalaes da Fazenda Maria Preta. ........................................................................148
Foto 5-24 - Vista geral da bacia de rejeitos ............................................................148
Foto 5-25 - Vista geral das instalaes de britagem ...............................................149
Foto 5-26 - Vista geral da usina CIP .......................................................................150
Foto 5-27 - Cava de Ambrsio recuperada .............................................................162
Foto 5-28 - Vista geral da bacia de rejeitos reconformada .....................................162
Foto 5-29 - vista geral do incio da revegetao .....................................................163
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CBA - Companhia Brasileira de Alumnio
CEPRAM - Conselho Estadual de Meio Ambiente
C.F. Custo Fixo
C.I.P. Carbon in Pulp
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
COMISA - Coitezeiro Minerao Sociedade Annima
COSIBRA - Companhia Sisaleira do Brasil
C.P. Custo de Produo
C.R. Custo de Recuperao
CRA - Centro de Recursos Ambientais
C.V. Custo Varivel
CVRD - Companhia Vale do Rio Doce
DNPM - Departamento Nacional da Produo Mineral
DOCEGEO - Rio Doce Geologia
DOW - Dow Qumica do Nordeste
E.I.A. Estudo de Impacto Ambiental
E.P.A. Environmental Protection Agency
FERBASA - Ferroligas da Bahia Sociedade Annima
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HISA - Hidrulica e Saneamento Sociedade Annima
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
IBAR - Indstria Brasileira de Artigos Refratrios
ITGE - Instituto Tcnico Geolgico de Espanha
L.I. Licena de Implantao
L.L. Licena de Localizao
L.O. Licena de Operao
P - Percentual de Acrscimo no Custo de Produo
P.A.E. Plano de Aproveitamento Econmico
Pedvale - Pedreiras Valria
PRAD - Plano de Recuperao de reas Degradadas
Q - Quantidade de Minrio Extrado
QGN - Qumica Geral do Nordeste Sociedade Annima
RIMA - Relatrio de Impacto do Meio Ambiente
R.L.O. Renovao de Licena de Operao
SAO - Separador de gua e leo
U.M. Unidades Monetrias
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1 INTRODUO
A partir dos anos setenta a proteo ambiental passou a ter mais importncia e
provocou srias transformaes na indstria mineira e, consequentemente, mudana
da viso das atividades de minerao, por consider-la, a partir de agora, uma forma
de uso temporrio do solo e no como uso final como era no passado.
Como conseqncia desta mudana de viso, as empresas do setor mineral
comearam a pensar em meio ambiente no incio, durante e aps o encerramento das
atividades mineiras, com atividades dirigidas a revegetao, paisagismo, melhoria do
solo e desenvolvimento scio econmico regional.
Apesar das empresas de minerao comearem a pensar em meio ambientes
associados s atividades de minerao, no Brasil, a maioria das grandes empresas e
algumas de pequeno e mdio porte se preocupa, s vezes, de forma bastante limitada,
com as questes ambientais durante a vida til dos seus empreendimentos. Estas
utilizam-se de estratgias preventivas para a eliminao do passivo ambiental quando
da desativao das operaes ou trmino da mina. Muitas destas empresas no tm amnima idia de como faro a desativao da sua mina, empurrando sempre este
problema para quando decidirem encerrar as suas atividades, ento, pensaro no que
ser feito com o passivo ambiental gerado ao longo de anos de extrao.
Levantamento realizado por Cassa et al(1996) dentre outros casos, o da mina
de chumbo e zinco (com cdmio associado) atuando na regio do Vale do Rio
Paramirim, cuja desativao ocorreu em 1991, deixou os tcnicos do Departamento
Nacional da Produo Mineral (DNPM) preocupada com os resduos destes metais
nas minas abandonadas, nas bacias de rejeitos e pilhas de estreis com a
possibilidade destes resduos serem lixiviados e flurem diretamente para o Rio
Paramirim, o que comprova a falta de preocupao com a desativao de mina.
Por sua vez, os rgos ambientais, dentro do regime de concesso de licenas
ambientais para preservao do meio ambiente, solicitam sempre das empresas
planos e programas de controle ambiental e recuperao de reas degradadas
(PRADS), inclusive fornecendo roteiros tcnicos para a concesso das licenas
ambientais. Em nenhum momento se fala ou h informaes acerca de desativaode mina na legislao ambiental. E bom que se diga que no Brasil no h tradio
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em desativao de empreendimentos mineiros, nem por parte dos empreendedores,
nem por parte dos rgos ambientais.
O licenciamento ambiental no Estado da Bahia est sob a responsabilidade doCentro de Recursos Ambientais (CRA), autarquia criada pela Lei Delegada no 31, de
03/03/83 e do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM), criado pela Lei
Estadual no 3.163 de 04/10/73, composto de representantes do Poder Pblico e da
sociedade civil, que deliberam sobre a expedio da Licena ambiental requerida. As
principais licenas so: Licena de Localizao, Implantao, Operao e Renovao
de Licena de Operao. O CRA disponibiliza aos interessados um roteiro a ser
seguido para a obteno da respectiva licena. Neste roteiro, so estabelecidos
critrios e procedimentos para subsidiar a anlise do processo de licenciamento
ambiental. Em nenhum momento estes roteiros tratam da desativao de mina.
A maioria das empresas de minerao, s se preocupam com o fechamento de
uma mina em ltima instncia, quando no se tem mais nada a fazer. Isso bom pelo
fato de manter uma mina em atividade, mas pssimo pela falta de recuperao
ambiental, pois s a partir deste momento que, efetivamente, se pensa em
recuperao ambiental de maneira mais firme. O rgo ambiental, por no estar
preparado, deixa ao encargo do empreendedor a elaborao do plano de desativao,para, a partir da, fazer as suas exigncias.
Diante da falta de normas para a desativao de empreendimentos mineiros,
fazem-se necessrios estudos sobre este tema, avaliando o estgio atual dos trabalhos
de recuperao ambiental e os planos de desativao das empresas envolvidas na
pesquisa; e propondo um modelo de Plano de Desativao para auxiliar as empresas
envolvidas na pesquisa, a fim de reduzir o passivo ambiental no Estado da Bahia,
atravs de estudo de caso com empresas que tiveram minas desativadas. O Plano de
Desativao de Empreendimentos Mineiros tem como base a sua implementao
juntamente com as fases da minerao (estratgia proativa), culminando com a
descrio das etapas que se seguiro aps a deciso de fechamento da mina. Este
Plano pode ser implementado aps a desativao (estratgia preventiva). Aliados a
estes planos sero indicados os principais custos associados desativao.
O Estado da Bahia ocupa o 60lugar no universo da minerao brasileira (MG,
PA, SP, MT, GO) e quando se inclui produto energtico, a Bahia ocupa o 40 lugar
aps RJ, MG, PA. Minerao na Bahia (1995). No seu subsolo, foram identificadoscerca de 70 bens minerais, sendo 30 entre pedras preciosas, semipreciosas, mrmores
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e granitos com produo regular de cerca de 39 bens minerais, por intermdio de 394
empresas incluindo pessoas fsicas BAHIA (1994).
Apesar de ser um Estado com um grande potencial mineral, a Bahia, a partir de 1997,comeou a apresentar casos de desativao de empresas de grande porte e com
grande potencial de impacto ambiental. Dentre estas empresas esto a Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD), Jacobina Minerao S. A. e a Minerao Caraba S. A.
A CVRD atua no Estado com duas reas, Maria Preta e Fazenda Brasileiro,
sendo a primeira desativada por exausto de reservas em 1997 e a segunda com vida
til prevista at 2018. A Minerao Jacobina teve suas operaes paralisadas em
outubro de 1998 devido a flutuaes do preo do ouro no mercado internacional. No
se tem estimativa de vida til. A Minerao Caraba teve sua cava principal
desativada por exausto de reservas em 1998 e a mina subterrnea tem vida til
prevista para 2008.
Com o quadro do Estado da Bahia apresentado acima, o rgo ambiental local
no dispe de normas que disciplinem, de maneira clara e precisa, respeitando-se
obviamente cada caso, como deve ocorrer a desativao de um empreendimento
mineiro, limitando-se a aceitar, com algumas exigncias, o que proposto pelas
empresa envolvidas na desativao.Desta forma, justifica-se um estudo mais apurado sobre desativao de mina,
uma vez que pela vida til informada pelas prprias empresas antes de dez anos
teremos uma outra mina a ser desativada que, com certeza, envolver uma cidade
inteira construda para servir de apoio a este empreendimento (Minerao Caraba).
A pesquisa sobre desativao e reabilitao de reas mineradas, utilizou a
seguinte metodologia. Foram escolhidas nove empresas atuando no Estado da Bahia,
que constam no ranking da Brasil Mineral de 1998, e acrescentada uma de mdio
porte para se analisar quais as suas estratgias de recuperao ambiental e
desativao de atividades. Estas empresas so: minerais metlicos CVRD (ouro),
Minerao Caraba (cobre), Jacobina Minerao (ouro), Companhia de Ferroligas da
Bahia (Ferbasa) e Coitezeiro Minerao (cromo); minerais industriais Magnesita e
Indstria Brasileira de Refratrios (IBAR) (magnesita e talco); e materiais de
construo Pedreiras Valrias (granito).
Depois de escolhidas, foram avaliados as licenas ambientais enviadas pelas
empresas ao Centro de Recursos Ambientais (CRA) e um questionrio elaboradopelo pesquisador, tendo como base adaptao, para o setor mineral, do
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Procedimento para o Planejamento da Desativao de um Empreendimento Industrial
Snchez (2001), respondido pelas empresas. Os dados obtidos serviram de uma
seleo prvia para o Estudo de Caso da Fazenda Maria Preta pertencente a CVRD,nica empresa que teve uma mina desativada por completo.
A delimitao da pesquisa compreendeu a anlise das empresas relacionadas
acima nos perodos de janeiro de 1998 a julho de 2001.
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2. RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS PELA MINERAO
2.1 Conceitos Gerais
Minerar arte de extrair economicamente bens minerais da crosta terrestre,
utilizando tcnicas adequadas a cada situao. Estas tcnicas visam minimizar os
impactos ambientais ao meio ambiente, dentro dos princpios da conservao
mineral, e tm como compromisso a recuperao das reas mineradas durante a
extrao e aps a desativao, dando a estas reas um outro uso apropriado.
Extrair economicamente significa que todos os bens minerais implicam na
existncia de procedimentos e aproveitamento com lucro das riquezas minerais
existentes na natureza. A utilizao de tcnicas adequadas ao meio ambiente implica
na manuteno da qualidade ambiental do local e em menos dispndio de recursos a
serem gastos na recuperao das reas mineradas no futuro.
A conservao mineral caracteriza-se pela ativa descoberta e conseqente
aumento das reservas disponveis; pela completa extrao, evitando-se desperdciona lavra e no beneficiamento; e pela adequada utilizao de materiais, no se
lanando mo dos nobres quando as necessidades puderem ser atendidas com a
utilizao de outros, de menor qualidade.
A recuperao de reas degradadas pela minerao j uma realidade e faz
parte de um compromisso assumido pela empresa desde o incio da explorao
mineral. Esta recuperao pode ser efetuada durante a lavra, quando da exausto de
algumas frentes e aps a desativao da mina. Para que isso ocorra e a rea
recuperada tenha um uso apropriado, necessrio um planejamento desde o incio
das atividades mineiras e que este planejamento seja revisto periodicamente ao longo
da vida til da mina.
Os tipos de minerao e as caractersticas do depsito mineral, em particular,
afetam a paisagem. A lavra subterrnea causa, usualmente, pequenos danos
superfcie e a reabilitao de reas como barragens de rejeitos, remoo das
construes e equipamentos fazem da rea mais segura. A lavra a cu aberto resulta
da destruio da vegetao existente e no perfil do solo. Remoo do capeamento erocha estril colocada em pilhas ou cava extinta, podem significar mudanas na
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topografia e estabilidade da paisagem. Alguns materiais do capeamento podem
liberar sais ou conter material sulfdrico os quais podem gerar drenagem cida de
mina. Estes materiais podem e devem ser selecionados e dispostos de maneira queno causem problema ou podem requerer tratamentos especiais e reabilitao. Um
exemplo da necessidade de tratamentos especiais a utilizao do cianeto na
extrao do ouro atravs da lixiviao em pilhas.
Com todas estas atividades, o meio ambiente sofrer as conseqncias com a
provocao de impactos visuais, no ar, qualidade da gua, no solo, etc. Estes
impactos, na sua maioria, destroem o meio ambiente, gerando reas degradadas e
passivas ambientais, nada que no possa ser recuperado total ou parcialmente.
Degradao
Sero discutidos aqui conceitos de degradao, inclusive o utilizado pela
legislao federal, de processos do meio fsico sua alterao voltada minerao.
A definio da palavra degradao, segundo o Ferreira (1995) 3Deteriorao,
desgaste, estrago: degradao de rochas. O conceito de degradao est, na
maioria das vezes, associado a efeitos negativos, conforme visto acima, e causadospela interveno humana.
Bittar (1997), fez uma abordagem abrangente em sua tese de doutorado, sobre
os conceitos de degradao com levantamento de vrios autores. Toy; Hadley (1987)
apud Bitar (1997) acrescenta ao conceito anterior de degradao a noo espacial,
correlacionando com efeitos geomorfolgicos produzidos na paisagem por diferentes
atividades humanas, dentre elas a minerao.
A publicao do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais
Renovveis Ibama, foi uma das pioneiras a relacionar a degradao com aspectos
biolgicos, edafolgicos e hdricos afetados pela minerao a degradao ocorre
quando a vegetao nativa e a fauna forem destrudas, removidas ou expulsas; a
camada frtil do solo for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e regime de
vazo do sistema hdrico forem alterados. (IBAMA,1990 p.13). Para, em seguida,
estabelecer o conceito de que a degradao ambiental ocorre quando h perda de
adaptao s caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas e inviabilizado o
desenvolvimento socioeconmico. IBAMA (Op. Cit., p.13).No caso da minerao, dentre as normas legais mais elucidativas, o Decreto
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Federal 97.632/89, que estabelece a exigncia de um Plano de Recuperao de reas
Degradadas PRAD para atividades de minerao, define o conceito de degradao
como os processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem
ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou capacidade
produtiva dos recursos ambientais.
Diante destes conceitos, podemos inferir que a degradao est associada
alterao ambiental, gerada por atividades humanas, que vem causar um efeito
negativo no solo.
Recuperao
So apresentados aqui os conceitos mais utilizados na literatura sobre a
recuperao de reas degradadas pela minerao, relacionados recuperao do meio
fsico, a ser utilizada ao longo do trabalho.
O Decreto Federal 97.632/89, onde se define a recuperao como o retorno do
stio degradado a uma forma de utilizao, de acordo com um plano preestabelecido
para o uso do solo, visando a obteno de uma estabilidade do meio ambiente.
Segundo Bitar (1997), este conceito j incorpora os de reabilitao e recuperao, umavez que associam a instalao de um novo uso na rea com a obteno da sua
estabilidade.
Com relao a restaurao, recuperao e reabilitao, o autor cita os diversos
conceitos presentes na literatura nacional e internacional, at meados da dcada de 80,
estabelecendo a seguinte distino: restaurao a reproduo das condies
existentes na rea antes da perturbao, onde a completa restaurao impossvel em
relao minerao de agregados ou bens minerais de uso direto na construo civil
(areia, brita, etc.), devido a pouca gerao de rejeitos e estreis (aproveitamento de
50% a 70% do mineral bruto extrado) rara em relao a minerais metlicos;
recuperao do solo o processo de manejo do solo no qual so criadas as condies
para que uma rea perturbada, ou mesmo natural, seja adequada a novos usos; e
reabilitao do solo, a forma de recuperao em que uma rea perturbada adequada
a um uso determinado, segundo um projeto prvio (ABNT apudBitar, 1997).
Bitar (1997) faz uma anlise comparativa entre as diferentes abordagens de
recuperao e de suas aplicaes, onde se identifica uma evoluo dos conceitos aolongo das ltimas dcadas. Quadro 2-1.
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Quadro 2-1 Sntese comparativa do conceitoAutor Conceito de recuperao
DOWN, STOCKS (1977) Qualquer alternativa, exceto recriao da topografia original erestabelecimento das condies prvias de uso do solo (queconsideram restaurao);
CAIRNS JR (1986) Retorno parcial ou total da superfcie s condies iniciais;
TOY, HADLEY (1987) Obteno de uma forma aceitvel de produtividade e emconformidade com um plano de uso prvio;
ABNT (1989) Processo em que se criam as condies de adequao a um novo uso ede ambiente estvel;
BARTH (1989) Processo planejado de uso do solo;
Lei Federal do Prad (1989) Retorno do stio a uma forma de uso, visando a estabilidade
ambiental;WILLIANS et al (1990) Retorno do stio a um uso de acordo com um plano prvio e em
conformidade com a circunvizinhana;
DIETRICH (1990) Processo que deve considerar o ambiente natural e cultural da regiocircunvizinha e obter um uso de solo gerencivel e sustentvel;
UICN (1991) Retorno do sistema a uma condio sustentvel ou potencialmentesustentvel;
MASCHIO et al (1992) Processo em que se busca a reversibilidade do desgaste parcial ou totalde ecossistemas;
ABNT (1993) Procedimentos de minimizao dos impactos ambientais de acordo
com plano prvio;AUSTRLIA (1995) Processo de reparao dos impactos ambientais, com reconstruo de
uma superfcie estvel do solo e revegetao ou instalao de outro usodo solo;
SNCHEZ (1995) Aplicao de tcnicas de manejo, tornando uma rea apta a um uso dosolo produtivo e sustentvel, em equilbrio dinmico (fsico, qumico ebiolgico) com a circunvizinhana;
ALMEIDA, BRUNA(1996)
Estabelecimento de um uso do solo compatvel com o ambientecircunvizinho e com as diretrizes de planejamento;
Fonte: Bittar (1997)
Neste quadro observa-se uma passagem do objetivo amplamente difundido de
procurar restabelecer as condies originais do stio degradado, para a busca de
situao em que a estabilidade do ambiente e a sua sustentabilidade garantida a
crescente abordagem de recuperao como um processo que deve ser realizado
mediante um plano previamente elaborado e com objetivos estabelecido e
explicitado. (Bitar, 1997). Com a mudana do conceito de recuperao pode-se
planejar previamente a recuperao de uma mina, inclusive a sua desativao. Para
isto, basta que antes do incio da mina se planeje a desativao, que ser executadaatravs de sucessivas recuperaes durante a sua vida til. Obviamente este plano
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sofrer ajustes durante este perodo, mas sem perder de vista os objetivos
estabelecidos anteriormente, visando tornar a rea degradada apta a um outro uso
futuro produtivo e sustentvel.
Passivo Ambiental
O termo passivo ambiental empregado freqentemente no sentido monetrio
para conotar o acmulo de danos infligidos ao meio ambiente natural por uma
determinada atividade ou pelo conjunto de aes humanas. Neste sentido, duas
definies chamam ateno: a primeira da ONU (apud Ribeiro, 2000) em que o
passivo ambiental configurado quando, houver uma obrigao da entidade de
prevenir, reduzir ou retificar um dano ambiental, quando esta no puder evitar tal
obrigao, seja esta obrigao, legal, ou contratual, poltica, prtica do ramo de
atividade, ou por divulgao por parte da administrao e quando o valor da
exigibilidade puder ser estimado; a segunda, Ribeiro, (2000), onde os passivos
ambientais so constitudos pelas expectativas de sacrifcios de benefcios futuros,
impostos pela legislao e regulamentaes ambientais (taxas, contribuies e
multas) em decorrncia de ressarcimento a terceiros por danos provocados,estimativos de gastos para a recuperao de reas degradadas por iniciativa prpria,
ou seja, exigido por lei ou terceiros.
Em ambas definies, o passivo ambiental exige um valor a ser gasto, sob
exigncias variveis, contudo nem sempre estes gastos podem ser quantificados.
Neste trabalho, o conceito de passivo ambiental utilizado o acmulo de
danos ambientais que devem ser reparados afim de que seja mantida a qualidade
ambiental de uma rea degradada (pela minerao) (Snchez, 2001), acrescido da
quantificao dos gastos dispendidos pelas empresas na recuperao de reas
degradadas quando da desativao de uma mina e que podem ser acrescidos nos
custos de produo dos bens minerais. Obviamente, quando estes danos puderem ser
quantificados.
2.2 Objetivos da recuperao de reas degradadas
Na literatura, as agncias governamentais costumam definir alguns objetivospara a recuperao de reas degradadas pela minerao, dentre elas a Environmental
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Protection Agency (EPA) da Austrlia (1995) expe que os objetivos da recuperao
variam de uma simples converso da rea para uma condio segura e estvel a
restaurar a rea a sua condio anterior minerao, to intimamente quanto
possvel, mantendo as reas de valor ambiental intacta.
Alm disso, a AUSTRALIA (op. Cit.) categoriza os objetivos da seguinte
maneira:
Restaurao da rea to semelhante quanto possvel aos originais;
Recuperao da rea para o uso anterior ao da minerao com o retorno da
vegetao nativa, ou restaurar o para uso agrcola ou florestal;
Desenvolver a rea para um uso significativamente diferente do anterior
minerao. Ex. lagos, reas recreacionais, desenvolvimento urbano, etc.;
Converso de reas de baixo valor de conservao e produtividade para
uma condio segura e estvel.
O CANAD, (1995), indica como objetivos da recuperao de stios de mina,
em ordem de prioridades:
Proteger a sade e a segurana da comunidade;
Minimizar ou eliminar o passivo ambiental, e; Permitir, no local, um uso produtivo similar ao original ou uma alternativa
aceitvel.
O CANAD (op. Cit.), acrescenta ainda que, para satisfazer as condies
anteriores necessrio que o local esteja em adequadas condies de estabilidade fsica
(todas as estruturas da mina) e qumica (gua superficiais e subterrneas) protegidas
contra os impactos ambientais adversos resultantes da lavra e beneficiamento, e, por
ltimo, um uso futuro da rea aceitvel, aps a desativao da mina.
Inegavelmente, os objetivos do governo canadense so muito gerais e
correspondem exatamente, ao que todos ns queremos chegar, s que para isto,
necessrio que se minimizem os impactos causados pela minerao, desde o incio
das suas atividades e durante a sua vida til para que se proteja e preserve o stio da
minerao, mantendo a sua estabilidade fsica e qumica. Um avano nesta proposta
a preocupao com a desativao da mina. nesta etapa que se pode escolher qual
o tipo de recuperao que devemos adotar com base nas diversas categoriasrelacionadas pela EPA australiana.
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claro que estes objetivos sero executados com a participao da empresa, da
comunidade envolvida e do rgo ambiental responsvel. Sem a participao destes
interessados no ser possvel alcanar os objetivos de recuperao desejados.
2.3 Princpios de recuperao de reas degradadas
A minerao, independente do tipo ou caracterstica do depsito mineral, pode
causar distrbios na paisagem. A lavra subterrnea torna a rea pouco impactada
superficialmente, ao contrrio da lavra a cu aberto que, pela maior movimentao
de materiais, impacta de maneira acentuada a superfcie com significativas mudanas
na topografia e estabilidade da paisagem, alm da remoo e disposio de rocha
estril com as aberturas de cavas.
Diante destes distrbios causados pela minerao, a AUATRLIA (1995),
selecionou alguns princpios bsicos que podem ser seguidos.So eles:
1. Preparar a recuperao por meio de planos no incio da minerao;
necessrio um plano prvio e dinmico o suficiente, para ser aperfeioado
ou modificado durante a vida da mina;
2. Sempre que possvel, minimizar as reas que devem ser desmatadas, quanto
menos reas desmatadas menor a quantidade de reas a serem recuperadas;
3. Caracterizar e estocar o solo frtil para uso futuro, evitando assim o
decapeamento de outros locais para a coleta destes solos;
4. Recuperar progressivamente a rea medida que a lavra avana, diminuir a
quantidade de reas a serem recuperadas da mina e os seus custos de
recuperao, quando da desativao da mina;
5. Reconformar as reas lavradas, tornando-as estveis, drenadas e adequadaspara o uso futuro do solo;
6. Minimizar, sempre que possvel, os impactos visuais causados pela
minerao, isto pode ocorrer atravs da recuperao simultnea lavra e
instalao de cortinas arbreas no entorno da mina;
7. Aps a lavra, reinstalar drenagens naturais existentes anteriormente, sempre
que possvel;
8. Minimizar a eroso elica e hdrica aps o fechamento da mina, por meiode revegetao e instalao de drenagens naturais;
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9. Remover e controlar os materiais txicos e residuais, controlando o
transporte, utilizao e despejo de resduos txicos;
10. Preparar o solo aps a lavra para permitir infiltrao de ar, gua e o
crescimento da raiz, necessidade de descompactao do solo lavrado para
permitir a instalao da vegetao;
11. Enriquecer o solo pobre em nutrientes com o uso de corretivos e adubos
qumicos ou orgnicos;
12. Revegetar da rea minerada com espcies consistentes com o uso do solo
aps o fechamento da mina;
13. Prevenir o avano de ervas daninhas e pragas nas reas recuperadas, evita
trabalho de replantio e perda de espcies;
14. Monitorar e gerenciar as reas recuperadas at a vegetao tornar-se auto-
sustentvel e a completa integrao da rea reabilitada s reas
circunvizinhas.
2.4 Objetos da recuperao de reas degradadas
De um modo geral, as reas degradadas pela minerao so os objetos dos
trabalhos de recuperao, isto , so todas as reas que sofreram modificaes desde
o incio da minerao e ao longo da sua vida til.
Em um empreendimento, mineiro Bitar (1995) sistematizou as principais
atividades e dividiu-as em trs grandes reas: reas lavradas, reas de disposio de
estril e rejeitos, e reas de infra-estrutura. Neste trabalho, a rea de infra-estruturacitada por Bitar (op. Cit) foi restrita quelas que fornecem suporte para as atividades da
mina e para os seus limites e acrescentada uma nova rea chamada de obras civis e
equipamentos correspondendo a todas as construes, usinas de beneficiamento,
estruturas associadas e equipamentos. As definies destas reas so descritas abaixo:
reas lavradas correspondem s reas onde ocorreram a pesquisa e
extrao do bem mineral: trincheiras, poos, galerias subterrneas,
superfcies decapeadas, cavas (secas ou inundadas), frentes de lavra(bancadas, taludes), etc.
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reas de disposio de estril e rejeitos so aquelas onde esto dispostos
todos os materiais no aproveitados durante a sua vida til, incluem: pilhas
de estril, bacias ou barragens de rejeitos, solos superficiais, materiaisestreis, rejeitos de beneficiamento, circulao de guas das minas,
componentes qumicos utilizados, etc.
reas de infra-estrutura aqui referidas como vias de acesso (rodovias,
ferrovias, aeroportos, etc.), linhas de transmisso, torres de comunicao,
tubulao de suprimentos de gua, etc.
Obras civis e equipamentos incluem os escritrios, almoxarifados,
refeitrios, laboratrios de ensaios, usina geradora de energia, fabricao e
armazenagem de explosivos, armazns de minrios, gruas, guinchos,
equipamentos de poos, transportadores e equipamentos mveis, etc.
2.5 Medidas de recuperao para reas degradadas
Bitar (1995) explica que as medidas de recuperao visam a correo de
impactos ambientais negativos verificados em uma determinada mina, exigindo
solues especiais, adaptadas s condies j estabelecidas e comumente utilizadasem minerao, so baseadas em observao de campo e geralmente envolvem
aspectos do meio fsico. Estas medidas esto explicitadas a seguir:
Medidas aplicadas para reas lavradas
Algumas das medidas usualmente empregadas so: retaludamento, revegetao
(com espcies arbreas nas bermas e herbceas nos taludes) e instalao de sistemas
de drenagem (com canaletas de p de talude, alm de murundus na crista do talude)
em frentes de lavra desativadas; retirada, estocagem e reutilizao da camada de solo
superficial orgnico (horizonte pedolgico O ou A), com cobertura de superfcies
lavradas ou de depsitos de estreis ou rejeitos; retirada; estocagem e utilizao da
camada de solo de alterao (horizonte pedolgico B) na construo de diques,
aterros, murundus ou leiras de isolamento e barragens de terra; remodelamento de
superfcies topogrficas e paisagens; conteno ou reteno de blocos rochosos
instveis; redimensionamento de cargas de detonao em rocha, entre outras.
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Medidas aplicadas a reas de disposio de resduos slidos
Algumas das medidas empregadas usualmente so: revegetao dos taludes debarragens (neste caso, somente com herbceas) e depsitos de estreis ou rejeitos;
redimensionamento e reforo de barragens de rejeito (com a compactao e sistemas
de drenagem no topo); instalao, jusante do sistema de drenagem da rea, de
caixas de sedimentao ou novas bacias de decantao de rejeitos;
redimensionamento ou construo de extravazores ou vertedouros em barragens de
rejeito; tratamento de efluentes (por exemplo, lquidos ou slidos em suspenso) das
bacias de decantao de rejeitos; tratamentos de guas lixiviadas em pilhas de
rejeitos ou estreis; tratamento de guas subterrneas contaminadas, entre outras.
Medidas aplicadas a reas de infra-estrutura
Algumas das medidas empregadas so: captao e desvio das guas pluviais;
captao e reuso das guas utilizadas no processo produtivo, com sistemas adicionais
de proteo dos cursos dgua naturais atravs de canaletas, valetas, murundus ou
leiras de isolamento; coleta (filtros, caixa de brita, etc.) e tratamento de resduos(esgotos, leos, graxas, etc.); dragagem de sedimentos em depsitos de
assoreamento, implantao de barreiras vegetais; execuo de reparos em reas
circunvizinhas afetadas pelas atividades de minerao, entre outras.
Medidas aplicadas a obras civis e equipamentos
Descontaminar, se necessrio, remover todos os equipamentos e construes,
encher as escavaes, remover tanques subterrneos e, a cu aberto, restaurar as
drenagens naturais, quebra ou soterramento do concreto reconformao da topografia
e revegetao.
2.6 Planejamento ambiental da recuperao de reas degradadas
A recuperao de reas mineradas deve, sempre que possvel, ser executada
atravs de um plano estabelecido antes da implantao da mina, e, medida que asoperaes mineiras estejam sendo desenvolvidas, programas de controle e
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preservao ambiental devem ser implementados. Findadas as operaes mineiras,
iniciam-se os trabalhos de recuperao ambiental destas.
Obviamente, ajustes no plano inicialmente estabelecido devero ser realizadosao longo da vida til da mina at a sua completa desativao quando ento medidas
mais concretas sero aplicadas.
Os tipos de recuperao comumente utilizados so:
Recuperao de reas mineradas aps a desativao completa das
atividades mineira, mesmo planejada, s deve ser executada em operaes
que durante a vida til da mina, no puderem ser executadas. Ex. cavas de
grande porte, bacias ou barragens de rejeitos, construes, etc.
Recuperao simultnea lavra ocorre geralmente aps a desativao de
frentes de lavra e desenvolve-se paralelamente s atividades mineiras.
Utilizada freqentemente para cavas de pequeno porte e pilhas de estril.
Estes trabalhos, quando realizados de acordo com o citado anteriormente, tm
um custo de controle, preservao e recuperao ambiental, inicialmente mais
elevado, no perodo em que a empresa est capitalizada, tendendo a diminuir aps a
completa desativao da mina, perodo em que a mina est descapitalizada, alm dereduzir ou eliminar o passivo ambiental deixado pela atividade mineira.
Dentre os trabalhos de recuperao planejada, Bitar (1995) cita ainda mais dois
tipos de recuperao:
Recuperao provisria implementada em reas sem um uso final
definido, ou, ainda, quando a desativao prevista estiver para se executada
em longo prazo. Recupera-se a rea para o perodo que esteja sem
ocupao.
Recuperao definitiva quando o uso final do solo estiver definido,
devendo ocorrer simultaneamente lavra e voltada a estabilizao da rea e
em conformidade com a utilizao prevista no Plano de Recuperao de
reas Degradadas (PRADS).
2.7 Tcnicas de recuperao ambiental para reas degradadas
As tcnicas mais usadas para assegurar um uso seqencial produtivo sonumerosas, contudo, todas compreendem as seguintes etapas:
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Eroso e drenagens superficiais
Eroso o processo de desagregao e remoo de partculas do solo ou defragmentos de partculas de rocha, pela ao combinada da gravidade com gua,
vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais) Salomo e Iwasa (1986) apud
Salomo e Iwasa (1995). Em geral, distinguem-se duas formas de abordagem para os
processos erosivos: eroso natural ou geolgica, que se desenvolve em
condies de equilbrio com a formao do solo, e eroso acelerada ou
antrpica, cuja intensidade, sendo superior formao do solo, no permite sua
recuperao natural Salomo e Iwasa (op. Cit.). Este ltimo tipo de eroso ser
tratado neste captulo, com relao s atividades mineiras.
O entendimento destes processos erosivos permite destacar dois importantes
eventos iniciais envolvendo, por um lado, o impacto das gotas de chuva na superfcie
do solo, promovendo a desagregao e liberao das suas partculas; e por outro, os
escoamentos superficiais das guas, permitindo o transporte das partculas liberadas.
Dependendo da forma como se d o escoamento superficial ao longo da vertente,
pode-se desenvolver dois tipos de eroso: eroso laminar ou em lenol, quando
causada pelo escoamento difuso das guas de chuva, resultando na remooprogressiva e relativamente uniforme dos horizontes superficiais do solo; e eroso
linear, quando causada pela concentrao das linhas de fluxo das guas de
escoamento superficial, resultando em pequenas incises na superfcie do terreno, em
formas de sulco que podem evoluir por aprofundamento a ravinas Salomo e Iwasa
(op. Cit.).
Caso a eroso se desenvolva por influncia no somente das guas superficiais,
mas tambm dos fluxos dgua sub-superficiais, em que se inclui o lenol fretico,
configura-se o processo mais conhecido por booroca ou vooroca, com
desenvolvimento de piping (eroso interna ou tubular) Salomo e Iwasa (op. Cit.).
Causas da eroso em trabalhos mineiros
As principais aes desenvolvidas pela minerao que provocam eroses
superficiais no terreno so:
Manejo do solo, que a retirada da vegetao e da camada frtil do solo,visando a abertura de minas, quer sejam subterrnea ou a cu aberto;
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Aberturas de trincheiras, poos e posteriormente grandes cavas (buracos)
no subsolo para a retirada do bem mineral; desta forma, mudam-se as
drenagens existentes antes destes trabalhos; Disposio de resduos slidos ou em forma de polpa nas encostas,
plancies e vales;
Controle da eroso
O controle da eroso importante durante a lavra e no programa de
recuperao. O maior objetivo da reabilitao do solo de estabelecer uma cobertura
vegetal adequada para estabilizar o local e prevenir a eroso. Antes da cobertura
vegetal, se faz necessrio o controle da eroso na rea minerada. As partculas do
solo podem ser transportadas de trs maneiras: pelo vento, pela gua por
deslizamento ou pela penetrao no subsolo.
Os solos susceptveis a eroso pelo vento so aqueles que contm 60% de
gros de areia desagregados e gros individuais de dimenses que alcanam 0.1 a
0.5mm. AUSTRALIA (1995).
O controle da eroso elica pode ser feito por: a) proteo da superfcie do solo com vegetao natural (palhas) ou
saturao do material que compe o solo;
b) manuteno do solo resistente eroso por meio de uma mistura de solo
com uma crosta compactada ou torres;
c) reduo da velocidade dos ventos nas reas degradadas por meio de
quebra-ventos.
A eroso pela gua envolve dois estgios: no primeiro os grandes agregados de
solos so quebrados em finas partculas, e no segundo, estas finas partculas so
carreadas para abaixo do talude. Esta perda de solo atravs da gua funo da
erosividade ou intensidade de chuvas, da erodibilidade do solo, do comprimento e
gradiente dos taludes, da quantidade de cobertura vegetal e das medidas de controle
da eroso tomadas. A erodibilidade do solo depende da textura, estrutura e do grau
pelo qual as partculas se desagregam em contato com a gua.
Medidas de proteo eroso so de fundamental importncia, dentre elasdestaca-se a drenagem externa da rea minerada, por meio de canais, drenos e
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barragens. As barragens de sedimentos so os meios mais comuns de controlar o
carreamento de sedimento causado pelo escoamento superficial das guas.
Em reas mineradas, os controles da eroso pelas guas so realizados por: a) diminuio do fluxo de gua na superfcie do solo;
b) reduo do impacto das chuvas no subsolo;
c) manuteno das condies de agregao do solo resistente eroso.
Uma outra maneira de reduzir a eroso atravs do aumento da infiltrao no
terreno, canalizando estas guas para um local previamente determinado. Uma das
maneiras de aumentar esta infiltrao a escarificao do terreno uma vez que esta
alivia o solo da compactao e o deixa acessvel para as razes das plantas,
aglutinando o subsolo ao solo frtil.
Manejo do solo
A conservao do solo a chave para o sucesso das atividades de recuperao.
O solo deve ser tratado como um recurso escasso e hoje em dia no mais
admissvel que o mesmo seja manejado como os demais estreis de minerao esimplesmente lanado num bota-fora Snchez (2000).
A camada superficial do solo (os horizontes O, A e B superficial) deve ser
removida separadamente e estocada para posterior utilizao. Melhor ainda, se
possvel, o solo removido de um local da mina deve ser imediatamente aproveitado
em outro, minimizando o tempo de exposio do intemperismo. Caso contrrio, o
solo pode ser armazenado por perodos de at dois a trs anos, desde que estocado
adequadamente Snchez (2000).
A rea a ser desmatada deve ser sempre a mnima necessria operao segura
da mina. Quando possvel, deve ser encontrado um uso para a vegetao que foi
retirada, quer seja para lenha, mveis e utenslios em geral. Esta tambm pode ser
usada durante a revegetao como fontes de sementes, proteo do solo contra a
eroso ou como hbitat natural para a fauna da regio.
O solo frtil freqentemente o mais importante fator no sucesso da
reabilitao ambiental, particularmente onde o objetivo restaurar o ecossistema
nativo. Em muitas situaes, os solos frteis das reas decapeadas devem serarmazenados para a subsequente reutilizao. O solo frtil contm a maioria das
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sementes e propgulos de plantas, microrganismos do solo, matrias orgnicas e
nutrientes de plantas.
O solo retirado deve ser depositado ao longo da rea de entorno doempreendimento, quando possvel. Isto ajudar a controlar a eroso, reduzir o fluxo
de gua nos taludes e aumentar o armazenamento de gua. Se possvel, o solo frtil
deve ser colocado imediatamente rea de origem para a completa reconstituio
topogrfica do terreno (retorno direto).
O retorno direto tem diversas vantagens se comparado a estocagem em pilhas
para posterior utilizao. Primeiro, evita duplo manuseio; segundo, evita a criao de
pilhas, o que significa que terra extra deve ser desmatada para a colocao destas
pilhas; terceiro, mais importante, estas pilhas reduzem a qualidade do solo.
Pilhas de armazenamento de solo tornam-se anaerbicas, deterioram as
estruturas dos solos, matrias orgnicas e nutrientes so perdidos, sementes
deterioram-se e os microrganismos so reduzidos significativamente.
Se no houver outra opo e o solo frtil tiver que ser estocado em pilhas,
como freqente na minerao devido ao longo perodo de lavra em determinadas
reas, isto deve ser feito por um curto espao de tempo, devendo seguir algumas
regras AUSTRALIA (1995): A pilha de estocagem deve ser to baixa quanto possvel com uma grande
superfcie de rea e altura menor ou igual a 2,0m;
Estas pilhas devem ser revegetadas para evitar eroso, ervas daninhas e
manter ativos os micronutrientes do solo;
A sua localizao deve ser onde no haja operaes mineiras e evitar
manuseio excessivo o que causar efeitos adversos na estrutura do solo.
Se o solo frtil retirado invivel, o custo de transporte proibitivo ou o solo
contm grandes quantidades de ervas daninhas ou plantas patognicas,
inconvenientes reabilitao, ento o subsolo, o decapeamento, a rocha estril ou
material similar deve ser usado como substrato para a revegetao.
Reconformao da rea degradada
A definio de remodelagem de um terreno dada pelo IBAMA (1990) escultura feita em grande escala coberta com uma variedade de vegetao, com gua
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ou rochas, de tal forma que sua composio esttica seja harmoniosa e agradvel
para a percepo humana. Essa recomposio nada mais do que um preparo do
relevo para receber a vegetao, dando-lhe uma forma estvel e adequada para o usofuturo do solo. Para que o relevo final seja adequado necessrio atender a alguns
objetivos IBAMA (op. Cit.):
Estabilidade do solo e dos taludes;
Controle da eroso;
Aspectos paisagsticos e estticos;
Uso futuro do solo definido anteriormente;
Alguma similitude com o relevo anterior.
Estes so alguns objetivos que podem ser seguidos, mas depende de cada caso.
Algumas vezes difcil manter a similitude com o relevo anterior, devido ao porte da
degradao a rea remodelada guarda pouco ou nenhuma semelhana com a
paisagem anterior, como uma mina a cu aberto de grande dimenso, como a Mina
da minerao Caraba no norte do Estado da Bahia que tem 1,5 km de extenso por
0,7 km de largura e uma profundidade de cerca de 200m.
O terreno a ser revegetado dever ter uma forma pr-determinada adequada aosobjetivos da recuperao e aos usos futuros previstos. Da a importncia da
declividade do terreno em reas conformadas. A Figura 2-1 do Ibama ilustra que
cada inclinao corresponde a um tipo de uso final recomendado para o solo. Para
terrenos mais inclinados, 70% (350), a recuperao mais adequada ser o
reflorestamento, para terrenos com inclinao de 25% (150), pastagens e com 10%
(50), culturas.
Quando se trata de remodelagem para manuteno da vida selvagem
recomenda-se, durante a obra de terraplanagem, a construo de diversos murundus
(at 1 a 2 m de altura) e depresses pequenas, suaves e rasas, para acmulo de guas
pluviais. Esses elementos contribuiro para a atrao de animais IBAMA (1990).
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Figura 2-1 Inclinao recomendada para diversos usos finais do solo. Segundo Williamson et al
(1982) apud IBAMA (1990).
Na maioria das minas, as reas a serem revegetadas se apresentam em bermas e
taludes, resultantes da remoo de material ou de sua disposio em pilhas. Embora
este seja o perfil tpico de muitas minas e os aspectos geomtricos do relevo
resultante sejam geralmente vistos como forma final do terreno, isto no precisa ser
necessariamente aceito em todos os casos. H situaes em que desejvel dar nova
forma superfcie. Por exemplo, para reduzir o impacto visual da rea a ser
recuperada, pode-se tentar reproduzir formas de relevo dominante no entorno:
situao como esta se apresenta nas minas de calcrio, onde comum a presena de
extensos afloramentos naturais de rocha na forma de paredes; ao invs de deixar
bancada de face lisa, vivel criar reentrncias e sulcos, onde a menor insolao e
umidade favorecero o estabelecimento de comunidades vegetais adaptadas a esseambiente; possvel tambm depositar pequenas espessuras de solo nesses locais e
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mesmo plantar espcies nativas, acelerando, desta forma, o processo de
restabelecimento da vegetao Snchez (2000).
A presena de gua pode ser um fator limitante recuperao da readegradada, mas tambm pode ser usada criativamente para o estabelecimento de um
novo ambiente adequado ao novo uso que se pretenda dar rea. A figura 2-2 mostra
quatro diferentes solues para um mesmo local hipottico de onde foi extrada areia
pelo mtodo de dragagem. Em cada caso, o objetivo foi de maximizar um tipo de uso
futuro para cada finalidade agrcolas, recreativas, residenciais ou conservao
ambiental possvel dar forma mais adequada Snchez (2000).
Figura 2-2 Diferentes alternativas de reafeioamentos topogrficos de uma rea de extrao de
areia. (Snchez, 2000).
O aspecto esttico est essencialmente ligado ao impacto visual da futura rea
recuperada. Taludes de minerao tm formas geomtricas que contrastam com as
formas geralmente curvas do terreno natural. Se a rea tiver grande visibilidade podeser interessante dar ao terreno uma forma concordante com o entorno, abatendo os
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ngulos de talude ou criando uma frente de talude sinuosa, talvez com a utilizao de
tcnicas de desmonte escultural se tratar de taludes em rocha. A forma ideal um
critrio a ser levado em conta quando da elaborao do projeto, e vale para bancadasde mina, taludes de pilha de estril, cortes de estradas e todas as demais intervenes
no terreno Snchez (2000).
O terreno a ser revegetado dever ter uma forma pr-determinada, adequada
aos objetivos da recuperao e aos usos futuros previstos. A remodelagem e o
nivelamento do local um aspecto essencial da reabilitao e a necessidade de se
reafeioar pilhas de estril, por exemplo, pode ser minimizada pelo bom
planejamento e gerenciamento do empreendimento mineiro. A forma final deve ser
hidrologicamente compatvel com as reas vizinhas. Os taludes devem ser estveis e,
se possvel, o mesmo gradiente dos taludes naturais.
Alguns fatores devem ser considerados na forma futura do terreno, tais como:
Estabilidade, inclinao mxima e o comprimento dos taludes para que
sejam estveis, dependem de algumas variveis como: caractersticas da
pilha de estril, solo frtil e intensidade de chuvas na regio. Para se avaliar
os diferentes potenciais de eroso de diferentes materiais necessrio umainvestigao geotcnica. Em taludes altos, necessria a construo de
pequenos degraus, com as inclinaes do piso de at 5% na direo do
talude e ngulo de inclinao dos taludes em torno de 260.
As drenagens das reas vizinhas serviro de guia. Um aumento nas redes de
drenagens ser requerido se os gradientes dos taludes forem aumentados e
mudarem a natureza dos materiais envolvidos.
A remodelagem final de uma rea degradada depende do tipo de interveno
que nela ocorreu. No caso especfico da minerao, so objetos de remodelagem as
reas que estiverem sujeitas lavra a cu aberto, reas de disposio de resduos
slidos ou lquidos (pilhas de estril e bacias de rejeitos) e reas de infra-estrutura
(equipamentos e obras civis).
No Quadro 2-2 a seguir, podemos englobar as atividades de minerao e as
medidas a serem adotadas para a preparao e para a recuperao.
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Quadro 2-2 Atividades mineiras e medidas adotadas para
a reconformao do terreno.
Atividades Mineiras Medidas Adotadas de Reconformao do Terreno
Trincheiras, cavas
secas ou inundadas.
Enchimento da cava com estril ou rejeito de mina;
Manuteno da cava com a regularizao das bancadas
com ou sem enchimento de gua.
Pilhas de Estril ou
minrios lixiviados
extintos
Retomada das pilhas para enchimento de cavas;
Restabelecimento das redes de drenagens naturais;
Instalao de sistemas de drenagem e captao de guas
superficiais.
Bacias de rejeitos Terraplanagem da bacia de rejeito para uso apropriado.
Barragens de Rejeitos Manuteno da barragem para acmulo de guas
pluviais;
Instalao de sistemas de drenagens nos taludes das
barragens.
Instalaes de bene-
ficiamento
Desmontar e remover todos os equipamentos e cons-
trues;
Remover materiais enterrados;
Enchimento das escavaes;
Remoo de tanques subterrneos.
Instalaes de apoio
(escritrios, refeit-
rios, alojamentos, etc.)
Conservao dos edifcios para novos usos;
Demolio das construes e terraplanagem do terreno
visando novos usos da rea.
Infra-estrutura (estra-
das, acessos, casa de
fora, etc.)
Manuteno das estradas locais; para uso da
comunidade;
Bloqueio de estradas sem uso; Conservao das instalaes de energia.
Revegetao
Quando se pretende restaurar a vegetao nativa, se produz uma vegetao
idntica original. O esforo inicial de revegetao deve visar a construo de um
sistema de desenvolvimento auto-sustentvel, utilizando o processo de sucessonatural.
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Os fatores que influenciam na vegetao, segundo o ITGE (1989) e
Vasconcelos (2000) so os climticos, edficos e topogrficos.
Os climticos atuam na cobertura vegetal e so tomados pela radiao solar,precipitaes, temperatura e ventos.
Os edficos, que resumem a influncia do solo sobre a vegetao, so: a
textura, e estrutura, o contedo e disponibilidade de nutrientes para as plantas e sua
reatividade (relacionada com o pH) e sua profundidade.
Os fatores topogrficos atuantes so: altitude, declividade ou inclinao de
encostas naturais ou taludes, a exposio solar (devido ao ngulo de incidncia da luz
solar), a orientao (em relao ao norte geogrfico) e as formas do relevo. Todos
estes fatores atuam de forma integrada e podem causar alteraes microclimticas,
devido a sua maior ou menor exposio ao sol e tambm maior ou menor capacidade
de reteno de gua e nutrientes no solo, alm da influncia da profundidade.
A atividade mineira causa modificaes nos fatores fiscos e qumicos do solo
durante e aps a desativao de uma mina. Estas alteraes so:
Temperatura influenciada pela incidncia de raios solares (dependendo do
ngulo de incidncia em relao ao norte magntico) e pela quantidade de radiao
solar. As alteraes destes fatores ocorrem pela modificao na forma e inclinaodos taludes construdos nas cavas, pilhas de estril e bacias ou barragens de rejeitos
na mina.
Umidade a quantidade de gua disponvel no solo, de origem pluvial. O seu
escoamento superficial alterado pela mudana na inclinao dos taludes, que
podem facilitar mais o escoamento que a percolao. A compactao nos pisos das
cavas, nas bermas e no topo das bacias de decantao tambm alteram a capacidade
de umidade do solo. Outro fator que altera a capacidade de reteno de gua a
granulometria do material compactado.
Aerao do solo envolve a presena de oxignio e gs carbnico no solo,
impedindo o crescimento de razes, a existncia de microorganismos, as reaes
qumicas e a absoro de elementos nutritivos. alterado pela compactao dos
solos.
Presena e disponibilidade de nutrientes os nutrientes so fundamentais para
a germinao e desenvolvimento dos vegetais e os macronutrientes, tais como:
fsforo, clcio, nitrognio, enxofre, potssio, etc.so alterados devido ao suprimentode vegetao preexistente.
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Acidez e alcalinidade O pH um fator muito importante para a implantao
da vegetao, porque condiciona a estrutura do solo. Quando o solo est com o pH
baixo (cido), torna-se txico devido ao dficit de fsforo e diminuio da atividadebacteriana. Quando o pH do solo for alto (bsico), significa perda de nitrognio e
queda de micronutrientes.
Toxicidade o solo torna-se txico quando est associado minerao de
minerais metlicos, onde se dispem resduos contendo metais pesados como: cobre,
chumbo, zinco, nquel, etc.
Para que a revegetao, em uma rea degradada pela minerao, tenha sucesso
necessrio informaes sobre o melhor momento de se plantar, selecionar as
espcies e o uso adequado da rea.
O melhor perodo de se restabelecer a vegetao determinada pela
distribuio sazonal e pela precipitao pluviomtrica. Todos os trabalhos de
preparao da revegetao devem ser completados antes do tempo, quando as
sementes experimentam as melhores condies de germinao e sobrevivncia, isto
, chuvas confiveis e temperaturas convenientes.
A seleo de espcies depender do uso futuro da rea, das condies do solo e
do clima. Se a finalidade restaurar a vegetao nativa e a fauna, ento as espciesdevem ser pr-determinadas. Se, aps a minerao, as reas tm condies diferentes
da anterior e deseja-se preencher a rea com vegetao nativa original, ento,
algumas espcies de fora da rea minerada tm que ser introduzidas. Espcies com
crescimento similar vegetao original, que florescem em reas de solo compatvel
com a posio da drenagem, aspecto e clima da rea reabilitada, so mais
apropriadas. Cuidados devem ser tomados na introduo destas espcies que podem
invadir reas de vegetao nativa circunvizinhas ou tornar-se uma erva daninha para
a indstria agrcola.
Quando o uso futuro da rea agrcola, ento as espcies selecionadas devem
ser aquelas comumente usadas para pastagens ou cultura com climas comparveis e
solos com textura similar, posio de drenagem, pH e fertilidade. Tudo isto de
acordo com o superficirio do solo.
A EPA da Austrlia faz uma comparao entre as vantagens de coletar semente
ou compr-las no mercado informal, visando o sucesso da revegetao.
Consideraes importantes para a coleta de sementes:
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Evitar coletar sementes de espcies raras, de limitada produo ou
difcil coleta;
Identificar a rea antes das sementes estarem maduras;
Coletar sementes maduras;
Evitar sementes ou frutos que tenham sido atacados por insetos ou
mostrarem sinais de infeco por fungos.
Consideraes importantes para a compra de sementes:
Comprar sementes de mercados confiveis evita problemas com
identificao de espcies e contaminao com ervas daninhas;
As sementes devem ser de reas conhecidas;
Devem ser conhecidas as datas de coleta e as condies de estocagem;
O fornecedor deve fornecer a taxa de germinao das sementes;
Se forem para fins agrcolas, devem ter certificado de rgo
governamental.
As sementes devem ser limpas antes da estocagem para remover os restos de
terra e palhas o mximo possvel e podem ser extradas de cpsulas ou outros frutos
por diversos meios. As tcnicas de processo e estocagem incluem secagem de
cpsulas no solo ou em estufa.
As sementes limpas devem ser armazenadas em locais secos, pobres em insetos
e vermes, os vasilhames rotulados com detalhes das espcies, data e localizao da
coleta. Se for o caso, as sementes devem ser tratadas com inseticidas ou fungicidas
antes do armazenamento para prevenir ataque de insetos e fungos. freqente aperda da taxa de germinao no tempo. Estas sementes devem ser armazenadas a
baixa umidade (menor que 10% de umidade relativa) e baixa temperatura.
A preparao de viveiros adequados um fator importante no sucesso das
mudas. O objetivo destes a criao de condies ideais para a germinao das
sementes. importante, nos viveiros, o tipo de solo e facilidades de obter gua sem
permitir o crescimento de ervas daninhas. No processo de reabilitao e recuperao
atravs de revegetao, tem importncia o controle de entrada e alastramento de
ervas daninhas.
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Para ajudar na restaurao do ecossistema natural parte fundamental da
recuperao ambiental encorajar o retorno da fauna nativa nas reas desmatadas pela
minerao. Alguns invertebrados podem ser introduzidos no solo cultivvel fresco ecolocados na rea. Muitas espcies necessitaram de recolonizao vindas de reas
vizinhas. A taxa de colonizao da fauna influenciada pelo alcance de fatores que
incluem o tamanho da rea reabilitada, a populao da fauna circunvizinha e o
sucesso do programa de revegetao. Muitos grupos faunsticos sero colonizados
mais rapidamente se a rea contiver recursos, tais como: alimentao, abrigo e locais
de criao. Em muitos casos, a estratgia de retorno da fauna o restabelecimento da
vegetao nativa.
Algumas dificuldades no restabelecimento da fauna ocorrem quando os nveis
de populao so baixos nas reas circunvizinhas ou as espcies esto extintas
localmente. Tambm pode ter retorno lento de fauna, quando as espcies requerem
recursos que no esto disponveis na nova reabilitao.
As reas reabilitadas necessitam de ser monitoradas e gerenciadas aps a
reabilitao. O sucesso da reabilitao freqentemente comprometido pela invaso
de predadores, ervas daninhas e atividades humanas. A auto-sustentabilidade pode
levar muitos anos para ocorrer.A manuteno inclui:
Replantio de reas falhadas ou insatisfatrias;
Reparo de qualquer problema de eroso;
Gerenciamento de queimadas;
Controle de pestes e ervas daninhas;
Controle, com cercas, de predadores e animais nativos;
Aplicao de fertilizantes;
Controle de imigrao e pH.
Os sucessos da recuperao e reabilitao ambiental incluem os componentes:
Fsicos - estabilidade e resistncia eroso do solo e restabelecimento
da drenagem natural;
Biolgicos - riqueza de espcies, densidade de vegetao, produo de
sementes, retorno da fauna, controle de ervas daninhas, produtividade e
estabelecimento do ciclo de nutrientes.
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Monitoramento
O monitoramento realizado atravs de inspees peridicas, visando manteras condies necessrias ao cumprimento dos objetivos preestabelecidos
anteriormente. Nestas inspees, so coletadas amostras que, comparadas aos
indicadores ambientais, verificam se os parmetros esto sendo ajustados e se a
recuperao est sendo bem sucedida. Caso os resultados sejam insatisfatrios, a rea
degradada deve ser reavaliada e as medidas reformuladas. Bitar (1997).
Um programa de monitoramento envolve as estabilidades fsicas, qumicas e
condies ambientais de uma rea degradada e visa verificao e alcance das
condies e usos esperados.
A estabilidade fsica envolve as reas de extrao (cavas, pilares subterrneos,
etc.), reas de disposio de estril (pilhas de estril e bacias ou barragens de
rejeitos) e obras civis (oficinas, escritrios, alojamentos, etc.).
A estabilidade qumica consiste na coleta de amostras peridicas de gua de
superfcie e subterrnea e solos superficiais para a avaliao de material lixiviado. Os
locais mais visados para estas coletas so pilhas de estril, bacias ou barragens de
rejeitos, sistemas de gerenciamento de gua e estocagem de material.
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3. DESATIVAO DE MINA
A partir dos anos setenta, a proteo ambiental passou a ter mais importncia e
provocou srias transformaes na indstria mineira, e, conseqentemente, mudana
da viso das atividades de minerao, por consider-la a partir de agora, uma forma
de uso temporrio do solo e no como uso final como era no passado.
Como conseqncia desta mudana de viso, as empresas do setor mineral
comearam a pensar em meio ambiente no incio, durante e aps o encerramento das
atividades mineiras, com atividades dirigidas a revegetao, paisagismo, melhoria do
solo e desenvolvimento scio econmico regional.
Apesar das empresas de minerao comearem a pensar em meio ambiente,
associados s atividades de minerao no Brasil, somente as grandes empresas se
preocupam, algumas de forma bastante limitada, com as questes ambientais durante
a vida til dos seus empreendimentos. No Estado da Bahia, no cadastro de
contribuintes da Secretria da Fazenda em 1994, registra 819 inscries ativas, das
quais 448 esto includas na categoria Extrao e Tratamento Mineral e as 317restantes so classificadas como Indstria de Minerao e No Metlicos (brita, cal,
argila e rochas ornamentais). Nos c