desenho arquitetônico e noções de construção civil - novo

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  • 7/26/2019 Desenho Arquitetnico e Noes de Construo Civil - Novo

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    NDICE

    Apresentao 3

    Noes de arquitetura e engenharia 4

    Escalas 6

    Carimbos, smbolos, convenes 6

    Normas tcnicas 9

    Programao/planejamento de obras 10

    Estudos preliminares e anteprojetos 12

    Projetos de residncias 14

    Instalaes 16

    A obra e o projeto 21

    Segurana e medicina do trabalho 25

    1

    MANUAL DO CURSO DE FORMAO DE TCNICOSEM TRANSAES IMOBILIRIAS

    T.T.I.

    DESENHO ARQUITETNICO

    ENOES DE CONSTRUO CIVIL

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    pormenor em funo da unidade ltima da obra idealizada. A inteno plstica quesemelhante escolha subentende precisamente o que distingue a arquitetura dasimples construo

    Lcio Costa resume vrios lustros de pensamento arquitetnico, sintetizando asnumerosas teorias propostas por arquitetos pertencentes arquitetura moderna, cujateorizao engloba tambm toda a arquitetura produzida anteriormente.

    Quando se pensa em classificao dos diferentes produtos arquitetnicos observadosno tempo e no espao, muito comum, especialmente por parte de leigos,diferenciarem os edifcios e stios atravs da idia de que possuem estilos diversos. Isto

    reduziria a arquitetura, como profisso, a uma simples reunio sistematizada de regrascompositivas. Esta idia, apaixonadamente combatida, tornou-se ultrapassada.

    A arquitetura, pelo menos no plano terico e acadmico, passou a ser entendida atravsdaquilo que efetivamente a define: o trabalho com o espao habitvel. Aquilo que eraconsiderado estilo passou a ser chamado simplesmente de momento histrico ou deescola. O estilo deixou de ser um modelo amplamente copiado e passa a ser aexpresso das interpretaes individuais de cada arquiteto (ou grupo de arquitetos),daquilo que ele considera como arquitetura. Assim, sendo possvel falar-se em um estilohistrico (barroco, clssico, gtico, etc.), tambm se admite referir ao estilo individual(arquitetura Wrightiana, Corbuseana, etc.).

    FUNES DA ARQUITETURA E DA ENGENHARIA

    Em qualquer edificao, o projeto arquitetnico o primeiro a ser elaborado. Depois

    vm os complementares: fundaes, estrutura e instalaes. Isto no implica aexistncia de projetos mais (ou menos) importantes. Porm, o projeto de Arquitetura,que d partida aos demais, merece ateno diferenciada.

    Por oportuno, convm fixar a funo especfica de cada profissional envolvido em umaobra:ao arquiteto cabe a funo de criar, em forma de projeto, uma obra;ao engenheiro compete materializar este projeto em obra.

    Em um organograma construtivo, cada profissional tem uma funo distinta e muitobem definida. Se, em alguns casos, o arquiteto, em sua imaginao fecunda, criaformas e espaos arrojados, rompendo o convencional com desafio s leis dagravidade, cabe ao engenheiro, por ter conhecimentos sobre matemtica e resistnciados materiais, romper os desafios impostos pelo arquiteto e encontrar solues quepermitam transformar o sonho em realidade. Ou seja: ambas as funes iniciam-se no

    anteprojeto e terminam no momento da obra ser ocupada, com maior ou menorparticipao de cada um em distintas etapas do processo criador.

    A harmonizao das funes e o respeito profissional mtuo tm nos ltimos temposfeito tanto a Arquitetura quanto a Engenharia dar saltos extraordinrios, seja no aspectoqualitativo seja no quantitativo, pois so profisses afins, que se complementam.

    COSTA, Lcio (1902-1998). Consideraes sobre arte contempornea (1940). In: Lcio Costa, Registro de umavivncia. So Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608 p.il.

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    APRESENTAO

    O escritor francs Andr Moraux definiu a Arquitetura como a arte de construir sob osigno da beleza". No entanto, nem sempre foi assim. A necessidade primitiva e inata detodos os animais de buscarem abrigo no foi diferente com o homem. A chuva, o vento,o frio, os predadores fizeram com que os primeiros homens, compelidos pelo instinto deconservao, buscassem abrigos seguros.

    Nos primrdios da formao das civilizaes, a noo de habitao no tinha sentido depermanncia: as moradias eram transitrias. Este conceito foi se desenvolvendo aospoucos e o homem, paulatinamente, passou a cuidar com mais desvelo dos seus

    abrigos; desenhava nas paredes das cavernas, usava materiais mais duradouros nasconstrues e, para se proteger, cuidava dos rebanhos recm-domesticados e daagricultura incipiente, paralelamente, ia-se agrupando. Assim, por necessidade desobrevivncia, passou a ser um animal gregrio; logo, um animal social.

    medida que o homem evoluiu, suas construes, alm de constiturem refgio,passaram a ser tambm locais onde desfrutaria de prazer. Sua preocupao no seconcentrava apenas na proteo: ele queria viver em local que fosse, a um s tempo,seguro, agradvel e belo.

    Das construes eminentemente utilitrias da pr-histria, atingiu-se a arquiteturamonumental do Egito e da Mesopotmia e os estilos arquitetnicos to peculiares dandia, Japo, China ou mesmo das Amricas, cada qual com suas particularidadesculturais. Do harmnico estilo greco-romano, foi-se ao soberbo do gtico e o barroco naIdade Mdia e Renascena. Depois do Neoclssico, chegamos Arquitetura

    Contempornea. Com o homem condicionando a construo ao seu conforto e bem-estar. Prazer, enfim.

    A inquietude humana fez da Arquitetura uma arte atuante num campo multidisciplinarque envolve a matemtica, as cincias, a tecnologia, a poltica, a histria, a filosofia, eoutros mais. Sendo uma atividade complexa, difcil conceb-la de forma precisa, jque a palavra tem diversas acepes e a atividade, diversos desdobramentos emudanas constantes. No entanto o pensamento do nosso Lcio Costa desfruta decerta unanimidade:

    "Arquitetura , antes de qualquer coisa, construo. Porm construo concebida como propsito primordial de ordenar e organizar o espao para determinada finalidade evisando a determinada inteno. E nesse processo fundamental de ordenar eexpressar-se, ela se revela igualmente e no deve se confundir com arte plstica,

    porquanto nos inumerveis problemas com que se defronta o arquiteto, desde a

    germinao do projeto, at a concluso efetiva da obra, h sempre, para cada casoespecfico, certa margem final de opo entre os limites - mximo e mnimo -determinados pelo clculo, preconizados pela tcnica, condicionados pelo meio,reclamados pela funo ou impostos pelo programa, - cabendo ento ao sentimentoindividual do arquiteto, no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dosvalores contidos entre dois valores extremos, a forma plstica apropriada a cada

    Andr Moraux - (Paris, 3 de novembro de 1901 Crteil, (23 de novembro de 1976) Grande escritor francs ecelebrado pensador europeu, muito reverenciado por Hannah Arendt. Considerava Oscar Niemeyer um dosmaiores arquitetos do mundo, e dizia que "toda arte uma revolta contra o destino do homem".

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    Escalas

    Quem pretender ler um projeto de arquitetura ou mesmo faz-lo, precisar conhecer aescala do projeto ou definir aquela com a qual ir trabalhar. Para o presente estudo, porescala compreenderemos a relao matemtica entre as dimenses do objeto no real eas do desenho que o representa em um plano ou um mapa. A escala elementoessencial do mapa, juntamente com as convenes cartogrficas, a legenda, aorientao e a fonte.

    As escalas so expressas na forma de proporo por uma frao: o numerador indica ovalor do representado no plano e o denominador o valor da realidade. Uma escala1:100.000 l-se: escala um por cem mil, o que significa dizer que a superfcierepresentada foi reduzida em 100 mil vezes. Ou seja, a escala definida pela frmula: E= d/D, onde E a escala; d, a distncia na projeo; D, a distncia real.

    A escala pode ser apresentada de duas maneiras distintas: escala grfica(representada por um grfico); ou escala numrica (representada por nmeros). No quediz respeito s transaes imobilirias, a escala mais comum a de reduo: quando oobjeto muito grande e no temos como represent-lo graficamente. Se precisarmos

    representar uma casa, uma cidade, um navio, um pas, uma galxia, etc., o desenhoser menor que o objeto, e teremos, por exemplo, a representao 1: 2 (l-se um pordois), ou seja, o desenho a metade do objeto desenhado; 1: 5 (l-se um por cinco), eassim sucessivamente. No desenho de uma cidade, a escala comumente usada de 1:1.000 (l-se um por mil), ou seja, o desenho mil vezes menor que a cidade.Inversamente, com insetos, peas de relgio ou detalhes construtivos, usam-se escalasde ampliao, e a representao ser o contrrio da escala de reduo: 2:1 (l-se doispor um), o desenho duas vezes maior que o objeto; 10:1 (l-se dez por um), o desenho dez vezes maior que o objeto, e da por diante.

    Quando o desenho deve ser igual ao objeto desenhado tem-se a escala real: sempre1:1 (l-se um por um).

    Tem-se ainda a escala grfica: um segmento de reta seccionado em vrias partesiguais, obedecendo, naturalmente, a um plano de desenho previamente estabelecido.

    As escalas grficas tambm podem ser empregadas para ampliar, reduzir oureproduzir, no desenho, o objeto em seu tamanho real. As escalas grficas so semprepartes ou mltiplos do metro, ou de outro sistema de medida previamente estabelecido.Em Arquitetura, so muito usadas as escalas 1: 20, 1:50, 1:100 e 1:200.

    Carimbos, smbolos, convenes e cotas

    No desenho tcnico esto sempre presentes os carimbos, smbolos, convenes ecotas.

    Carimbos - So normatizados pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT)e devem conter essencialmente as seguintes informaes: endereo da obra, autor doprojeto e responsvel tcnico, proprietrio, nome do desenho, (planta baixa, cortes,fachada, etc. isto para obras de construo civil), escala, desenhista, data e/ou outrainformao que se fizer necessria a uma pronta identificao do projeto. ResponsvelTcnico (R.T.) o profissional legalmente habilitado e responsvel pela edificao deuma obra.

    Modelo de carimbo, em seu tamanho padro (A4).

    Oberg ressalta que o desenho de arquitetura, por sua natureza, s utiliza escalas de reduo. OBERG, L.Desenho Arquitetnico, Ao livro Tcnico, Rio, RJ , 1973 pg. 11

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    Smbolos e Convenes

    So elementos grficos utilizados para maior clareza ou simplicidade do projeto. Porexemplo:

    Em Arquitetura usamos diferentes tipos de linhas e convenes.

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    J as instalaes prediais requerem nomenclatura e convenes prprias. As maisusuais so as seguintes:

    Existem, ainda, convenes especficas para outros tipos de instalaes. importantesaber que, como nos projetos o campo de criao livre, os smbolos e convenestambm podem ser enriquecidos.

    Cotas

    So as linhas de chamadas indicativas das dimenses do objeto desenhado, sejamestas dimenses horizontais (planta) ou verticais (corte). As cotas so sempre emmetro; se inferiores a um metro, usa-se simplesmente o nmero indicativo.

    Por exemplo: 80,00 (oitenta metros)ESC. 1:500X_____________________________,x1 ,60 (um metro e sessenta centmetros)ESC. 1:10X______________,x40 (quarenta centmetros)ESC.1:2,5

    Usa-se ainda outro tipo de cota, que a indicativa de altura. Tendo como parmetro umnvel zero, todas as cotas acima daquele nvel tero suas cotas positivas e, as abaixo,negativas. Por exemplo:

    Figura 004Por exemplo:80,00 (oitenta metros)

    ESC. 1:500X_____________________________,x1 ,60 (um metro e sessenta centmetros)ESC. 1:10X______________,x40 (quarenta centmetros)ESC.1:2,5

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    No Desenho Tcnico so mais usados: os carimbos, os smbolos, as convenes e ascotas. Os carimbos devem conter: endereo, autor e responsvel, nome do desenho,escala, desenhista, data ou outra informao importante. Os smbolos e as convenesso elementos grficos utilizados para maior clareza ou simplicidade do projeto. Ascotas so as linhas indicativas das dimenses do objeto desenhado.

    NORMAS TCNICAS

    As normas tcnicas simplificam a crescente variedade de procedimentos e produtos,eliminando desperdcio e retrabalho e facilitando troca de informaes entre fornecedore consumidor ou entre clientes internos. Outra finalidade importante de uma normatcnica a proteo ao consumidor, especificando critrios e requisitos que aferem odesempenho do produto/servio, protegendo assim tambm a vida e a sade.

    Normas ABNTFundada em 1940, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) uma entidadeprivada, sem fins lucrativos, reconhecida como Foro Nacional de Normalizao eresponsvel pela normalizao tcnica necessria ao desenvolvimento tecnolgico.Cumpre-lhe:

    a) promover a elaborao de normas tcnicas e fomentar seu uso nos camposcientficos, tcnico, industrial, comercial, agrcola, de servios e correlatos, mantendo-as atualizadas, apoiando-se, para tanto, na melhor experincia tcnica e em trabalhosde laboratrio;

    b) incentivar e promover a participao das comunidades tcnicas na pesquisa, no

    desenvolvimento e difuso da normalizao do pas;

    c) representar o Brasil nas entidades internacionais de normalizao tcnica e delasparticipar;

    d) colaborar com organizaes similares estrangeiras, intercambiando normas einformaes tcnicas;

    e) conceder, diretamente ou por meio de terceiros, Marca de Conformidade e outroscertificados referentes adoo setorial vigente;

    f) prestar servios no campo da normalizao tcnica;

    g) intermediar, junto aos poderes pblicos, os interesses da sociedade civil no tocanteaos assuntos de normalizao tcnica.

    A ABNT a representante no Brasil da Organisation Internationale de Normalisation eda International Organization for Standardization, entidades de normalizaointernacional.

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    Normas ISO

    A ISO (International Organization for Standardization) uma organizao mundial querene normas de cerca de 130 pases (contando com 91 pases membros). Trata-se deentidade no governamental, estabelecida desde 1947 e que tem a misso depromover o desenvolvimento dos sistemas normativos e demais atividadesrelacionadas, visando facilitar o intercmbio internacional de mercadorias e servios,alm de desenvolver a cooperao nas esferas intelectuais, cientficas, tecnolgicas eeconmicas, com o fim de promover normas e padres internacionais. Suas normasso compostas de subdivises, sendo bastante conhecidas as da srie 9000 (srie decinco padres internacionais para Gesto da Qualidade e Garantia da Qualidade).

    PROGRAMAO/PLANEJAMENTO DE UMA OBRA

    Em qualquer edificao, de maior ou menor complexidade, imprescindvel obedecer auma escala de trabalho preliminar, antes mesmo de se assentar o primeiro tijolo na obra.Esta etapa que precede o incio real da obra denomina-se fase de programa da obra,que tem incio com os contatos do profissional responsvel pelo projeto para captar osdesejos do cliente e determinar diretrizes para o incio de seus trabalhos.

    Em nossa sociedade, eminentemente tecnocrata e mercantilista, a palavra chave hoje planejamento. Em Arquitetura, o programa sempre foi uma constante, hoje, mais do quenunca, uma etapa indispensvel. Subordinamos todas as nossas atividadesprodutivas ao planejar, com o objetivo de afluir maior lucro e menor dispndio de tempoe trabalho.

    Como j foi dito, em Arquitetura planejar tem o significado prprio de programar, isto ,definir o tipo de espaos da obra, condicionado, naturalmente, a diversos fatores. Emuma residncia, os espaos so definidos pelo nmero de quartos, banheiros, vagas nagaragem, quartos de empregadas, salas, varandas, etc.

    De posse da definio desses espaos e associando-os a outros solicitados pelo cliente(rea desejada, recursos disponveis, nmero de pavimentos) e, levando - se emconsiderao, tambm, outros fatores tais como clima, aerao, insolao, estilo etopografia, o arquiteto inicia o trabalho da transformao do programa na ordenao deespaos, interrelacionando-os em suas diferentes funes. Em uma residncia, hzonas distintas, como rea ntima a social e a de servio, que devem estar interligadas.Porm, no deve haver interferncia de uma nas funes da outra.

    Em um programa bem simples para uma residncia temos as seguintes reas:ntima: quartos, banheiros, sala ntima;

    Social: sala, varanda, lavabo, piscina, escritrio e garagem,Servio: rea de servio, cozinha, copa, dependncia de empregada e despensa.

    Vejamos como as reas se interligam em um novo organograma, agora mais completo:

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    Observando o organograma acima, podemos tirar algumas concluses: 1) os trssetores - ntimo, social e de servio - esto bem definidos; 2) os trs setores seinterligam sem se interporem; 3) as ligaes apresentadas no so definitivas, pois, aoestud-las, podemos apresentar outras inmeras variaes, de acordo com asconvenincias do proprietrio e o partido do arquiteto, inclusive com o acrscimo denovas dependncias, e 4) no organograma, no foram estabelecidas reas paracorredores ou escadas, uma vez que estes aparecem naturalmente nodesenvolvimento do projeto. bom que se diga que os corredores, to condenadospelos leigos, fazem-se necessrios como elementos de ligao. Ao dispens-los,condicionamos que uma das dependncias da obra assuma tal funo, comumente acopa e a sala, com srios prejuzos privacidade e funcionalidade da obra.

    Concluda esta etapa, o arquiteto, atravs de informaes da famlia, capta asnecessidades comuns e os desejos individuais divergentes, alm das condies

    socioeconmicas e culturais daquela famlia, e passa s etapas que veremos, a seguir.

    Com relao complexidade ou simplicidade de um programa, citamos o arquitetoErnest Neufert em seu livro Arte de Projetar: Os processos da vida, que na casamnima se desenvolve num s compartimento, subdividem-se cada vez mais, de acordocom as necessidades e situao econmica at chegar ao palcio no qual para cadafuno, dispe-se de zonas com forma, localizao e dimenses apropriadas. Asubdiviso condicionada, por sua vez, pela relao ou dependncia de umas zonascom outras.

    Resumindo, vale destacar:

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    Toda obra exige um planejamento que vai desde o momento dos primeiros contatos,que chamamos de fase de programa da obra, at a sua concretizao. O objetivo desteplanejamento o de obter maior lucro, com o menor dispndio de tempo e trabalho. Osespaos da obra so definidos levando-se em considerao fatores tais como: clima,aerao, insolao, estilo e topografia.

    Estudo Preliminar e Anteprojeto

    Superada a etapa denominada Programa, passa-se fase seguinte, com especialateno para a ordenao das propores e suas medidas.

    O que vem a ser estas preocupaes?

    Ordenar propores cuidado que todo projetista deve ter. As diferentes dependnciasdevem ter suas reas proporcionais de tal forma que no surjam disparates como, porexemplo, uma cozinha com 150m2 e um living com 30m2.

    As propores devem ser ordenadas de tal maneira, que o acrscimo de rea em umadependncia no implique o sacrifcio na funcionalidade de outra.

    As inmeras possibilidades existentes na ordenao dos espaos e suasinterdependncias so exploradas pelo arquiteto de forma simples e consciente, naelaborao de vrios croquis que propiciam o aprimoramento de solues, resultandoem um projeto ideal, tanto na concepo arquitetnica quanto nas aspiraes doproprietrio.

    Da fase preliminar ao alcance do ideal, a fase seguinte anteprojeto - destina-se a darmaior consistncia ao estudo preliminar. Aqui, a preocupao com as dimenses, aspropores e relaes entre os espaos e reas, constantes em todas as fases desteprocesso criador. Nesta etapa deve-se ter a definio esquemtica do sistemaestrutural e de instalaes, alm de todos os outros fatores j determinados,anteriormente como orientao quanto ao sol, vento, acesso, topografia, custos, etc.Outros aspectos importantes se relacionam ao p direito (altura de cada pavimento),espessura de paredes e cobertura. Nesse momento, alguns detalhes construtivos jcomeam a ser delineados bem como os de acabamento. Nesta fase, a comunicaoarquiteto/proprietrio deve ser constante, pois o momento em que serodefinitivamente cristalizadas as aspiraes de desejos do proprietrio na forma de umprojeto.

    Resumindo: Superada a fase de programa da obra, passa-se a outras preocupaescomo estudo preliminar, que cuida da ordenao das propores e medidas do projeto.

    Ordenar propores e cuidar para que as diferentes dependncias de um projetotenham suas reas proporcionais. A fase seguinte, a do anteprojeto, destina-se a darmaior consistncia aos estudos j feitos, sendo fundamental, nesta etapa, acomunicao arquiteto/proprietrio, pois desta comunicao sair.

    Projeto - Antes de dar prosseguimento ao projeto, necessrio que o programa, oestudo preliminar e o anteprojeto sejam exaustivamente trabalhados, evitando dvidasnesta fase final. Mas, ateno! Isto no significa que o projeto no possa receberalteraes ou sugestes. Ao contrrio, pois h a participao direta de outrosprofissionais nas reas da estrutura, fundaes e instalaes. O trabalho j conclusivo, porm se ocorrer algum problema, prefervel refazer as atividades,

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    10) Planta baixa: no projeto, normalmente o desenho que recebe a maior carga deinformaes. A ideia que se faz de uma planta baixa aquela que estando em um pontodeterminado no alto, olhamos para baixo, vemos a obra seccionada em um planohorizontal na altura mdia de 1 m a 1,50m. No desenho da planta baixa so definidas asdimenses em tamanho real obedecendo s escalas do projeto, dos diversoscompartilhamentos suas interligaes (circulao), suas medidas (cotas), suasaberturas (portas e janelas), distribuio de louas nos banheiros, pias e tanques nacozinha e rea de servio, como outros elementos que facilitem o projeto deinstalaes, indicao dos acabamentos do piso, parede e teto (especificaes),armrios, etc. As escalas ideais para o projeto da planta baixa so de 1:50 e 1:100,sendo que os detalhes tero as escalas compatveis com o grau de ampliao que sedeseja. As cotas so sempre dadas em metro ou seus submltiplos (centmetro oumilmetro).

    11) Cortes - como vimos no estudo da planta baixa, o processo passa no sentido vertical,por meio de um plano. Para efeito de corte, o principio o mesmo da planta baixaexecutando-se o seccionamento no sentido vertical.

    12) Fachadas - como o prprio nome j sugere, fachada aquilo que est na frente. Aplanta baixa trata do interior; a fachada a exteriorizao do projeto, a forma que aobra adquire. No momento em que a fachada imaginada, a posio do observador(arquiteto) aquela em que ele no v esta fachada em uma sucesso de planos comovemos naturalmente (perspectiva), mas ela idealizada em um nico plano, como umaforma achatada.

    A concepo de qualquer parte de um projeto no se faz isoladamente, mas um

    conjunto de solues. O arquiteto, no momento em que concebe a planta baixa, j estdefinindo tambm a cobertura, os cortes e as fachadas. Para estas, ele usar asaberturas de janelas e portas, os diferentes planos com recuos ou salincias das quaisadviro os efeitos de perspectiva, bem como a sensao de luz e sombra. As alteraescromticas obtidas pelos elementos de acabamento tais como revestimento, alvenaria,estrutura ou pintura, so ferramentas valiosas para a criao de uma fachada graciosa,o que no significa dizer que o uso abusivo de elementos venha trazer solues ideais.

    PROJETOS DE RESIDNCIA

    Classificao

    importante estabelecer certos critrios classificatrios porque, em caso definanciamentos, as normas disciplinadoras tratam de forma diferenciada cada tipo dehabitao. As moradias podem ser classificadas quanto ao tipo e quanto edificao.

    Quanto ao tipo: habitao unifamilar (constituda de, no mnimo, um quarto, uma sala,um banheiro, uma cozinha e rea de servio coberta e descoberta); habitao popular(tem as mesmas caractersticas da habitao unifamiliar podendo, contudo, ter at trsdormitrios), e habitao residencial (a que possui rea com mais de 68m (Cdigo deObras de Braslia) Alguns cdigos de edificaes estabelecem um coeficiente paraclassificar as residncias, so os chamados de leito e referem-se relao existenteentre a rea total da residncia e o nmero de leitos para as residncias populares quedeve ser igual ou inferior a 10 (dez).

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    mesmo na fase do projeto, do que uma obra que no atenda ao esperado. sempremelhor refazer o projeto do que demolir paredes, pois o custo, o dispndio de trabalho eo tempo so muito menores.

    Elementos do Projeto - Vejamos, agora, cada elemento constitutivo de um projeto dearquitetura:

    1 - Situao: estudo da edificao no contexto da cidade, do bairro e da rua, necessriopara verificaes no zoneamento das posturas permitido para a regio pelaadministrao pblica, a fim de que o projeto seja compatvel com a legislao em vigore, portanto, a obra receba o alvar de construo e, posteriormente, a carta de "habite-se".Outros aspectos a serem considerados no estudo do projeto e concernente situaoso os equipamentos pblicos e comunitrios disponveis na regio, tais como: rede degua e esgoto, energia eltrica, iluminao pblica, telefone, acessos (ruas), benefciosdestes acessos; como por exemplo, asfalto, paraleleppedos, transporte coletivo,escolas, comrcio, unidades de sade e lazer, etc.

    2 Locao: Identificada a situao do terreno no contexto urbano, cabe ao projetista oestudo do terreno propriamente dito, isto , a locao da obra. Nesta fase, analisam-sea altimetria (a inclinao ou no do terreno);

    3- Orientao: posicionamento da obra em relao ao sol e aos ventos predominantes;

    4 - Afastamento (posicionamento da obra em relao s divisas do lote); o Cdigo Civilestabelece que, havendo abertura (janelas ou portas), o afastamento mnimo para o lote

    do vizinho de 1,50m; no havendo, a obra poder ser edificada na divisa do lote.5 Forma: a tendncia atual de lotes retangulares, o que facilita as soluesarquitetnicas, contudo, lotes irregulares no so fatores que inviabilizem um bomprojeto.

    6) Dimenses: A Lei Federal que disciplina o uso do solo urbano estabelece asdimenses mnimas para um lote. Entretanto, facultado a cada municpio dispor delegislao prpria. Deve-se ainda considerar que, em funo dos zoneamentos, oslotes podero ter definida uma taxa de ocupao mxima e mnima em relao reaedificada, como tambm altura da edificao (cota de coroamento).

    7) Valor do lote: este fator dever ser tratado com grande seriedade pelo arquiteto, poispoder ocorrer a situao esdrxula de o lote valer mais que a obra, ressalvadas,naturalmente, as excees.

    8)Solo: importante tambm verificar as caractersticas do solo, quanto a pedras,cascalhos, argila, areia, etc. A constatao superficial de alguns destes elementospoder de alguma forma, influenciar o projeto. J para efeito de fundao, a sondagem que delimita o tipo de projeto a ser adotado na fundao.

    9) Cobertura - como o prprio nome j sugere, tem por finalidade cobrir a edificao,protegendo-a das intempries climticas, vento, sol, chuva, etc. Para isso, deve terisolamento trmico e a propriedade de estanqueidade, (neologismo que significaestanque, hermtico, "sem vazamento e ser indeformvel, resistente, leve (noabsorver peso) e permitir o fcil escoamento da gua, com secagem rpida.

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    combinao o nome genrico de concreto armado) e de metal (estrutura ideal paragrandes obras ou para obras padronizadas; uma estrutura limpa, rpida e de baixocusto quando em grande quantidade).Em decorrncia da exigncia de mo-de-obra mais especializada e, portanto, maiscara, a indstria da construo civil, numa posio terceiro-mundista, tem oferecido noBrasil grande resistncia ao emprego da estrutura metlica. Em contrapartida, aindstria siderrgica nacional, face reduzida procura, no tem investido no seudesenvolvimento tecnolgico e mercadolgico, criando-se assim um crculo vicioso:no desenvolve porque no vende; no vende porque no desenvolve.

    INSTALAES

    De todos os confortos que as instalaes domiciliares nos oferecem, o sistema de guapotvel , sem dvida, o mais importante. Podemos ficar sem energia eltrica outelefone por alguns dias e o transtorno ser relativo, contudo, sem gua, ele ser total.No entraremos em detalhes de onde vem a gua potvel que chega at nossaresidncia, pois cada cidade tem um fornecimento prprio. Numa residncia, oconsumo mdio dirio por pessoa de aproximadamente 150 litros de gua; em locaisde trabalho o consumo atinge 50 litros por pessoa e, em restaurantes, devem sercalculados 25 litros por prato servido. Chegando casa, a gua deve ser depositada emum reservatrio, de preferncia superior, pelas razes que exporemos abaixo, e estereservatrio no deve ser inferior ao consumo dirio per capita e, tambm, recomenda-se que no seja superior a trs vezes este consumo dirio por questes de salubridade.

    As caixas d'gua so necessrias para:

    a) manter o consumo inalterado em caso de falta d'gua;b) manter a presso adequada em todas as peas por meio de uma distribuioracional, tendo em vista que o servio pblico normalmente fornece a gua em canos de19 mm (314 de polegada) e existem peas que exigem uma tubulao e dimetro maiorpara se obter a vazo necessria com velocidade adequada;c) manter a presso adequada ao funcionamento dos aparelhos. Por esta razorecomenda-se o uso de caixa d'gua elevada. comum chuveiro e vlvulas dedescarga no funcionarem ou funcionarem em funes precrias por umdimensionamento inadequado da rede, por presso insuficiente ou, s vezes, porpresso excessiva;d) as caixas so tambm responsveis por uma parcela da purificao da gua, poisquando esta se encontra em repouso, as partculas pesadas depositam-se no fundo dosreservatrios. Por esta razo, necessria a limpeza peridica das caixas.

    Distribuio interna da gua

    O projetista das instalaes hidrulicas considerar, para efeito do dimensionamentode cada ponto de sada ou tomada d'gua de uma rede (barrilete), alm do consumodirio da residncia, a vazo ideal para funcionamento, altura da caixa, caractersticasprprias de cada edificao, acabamento perfeito da pea, bem como o peso (P) que aedificao, tais como: perdas de carga (diminuio do grau de maior ou menor uso dapea, em funo da presso da rede) que so causadas pelo dimetro da tubulao,pelo nmero de conexes (curvas, ts, vlvulas, etc.); distncia de aparelho a serabastecido e tipo de uso das instalaes peas de uso simultneo alternado, de usoprolongado, e seu custo, alm de fatores inerentes a cada obra isoladamente.

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    Classificao quanto edificao: As residncias classificam-se quanto edificao em isoladas (separadas umas das outras); geminadas (ligadas por umaparede comum), em srie (construdas em sequncia; subdividem-se em transversais eparalelas ao alinhamento predial); conjuntos residenciais (agrupamentos de moradiasque tm no mnimo 20 unidades isoladas e/ou prdios de apartamentos, dependendodo programa habitacional) e edifcios (edificaes de dois ou mais pavimentosdestinados a residncia, comrcio ou s duas finalidades (mista). Cada projeto paraedifcio dever seguir normas prprias em funo de seu zoneamento, destinao,altura, nmero de unidades, alm das legislaes especficas do municpio. Contudo,em todo e qualquer edifcio dever sempre existir preocupao constante quanto aosacessos verticais (escadas e elevadores), definidos por normas prprias, proteocontra incndio, estacionamento (mnimo 25m/veculo), coleta de lixo, etc.) Qualquerncleo habitacional dever ser servido de todos os complementos necessrios ao seupleno funcionamento, tais como comrcio, escola, lazer, servios pblicos, etc.,naturalmente mantendo as devidas propores em relao ao nmero de usurios e legislao de cada municpio.

    Fundao e Estrutura

    Elaborados os projetos de Arquitetura e Estrutura, cabe ao proprietrio/ construtor darincio obra, a qual dever estar assentada de tal forma que no venha a tombar ouafundar no terreno. neste momento que se realizam as fundaes ou, como dizem osleigos, o alicerce da obra. E fundao o processo pelo qual se cria no terreno umaresistncia igual e em sentido contrrio ao do peso (ou fora) que dever atuar sobreele, para garantir a sustentao da obra. As fundaes evitam que a obra tombe pelaao do vento.

    Quanto estrutura de uma edificao, equivale ao esqueleto humano. o sistemargido que lhe assegura manter-se de p, ou seja, a parte do corpo que recebe todasas cargas (peso) prprias ou adicionais, e as transmite para a fundao. Os homens tmuma srie de articulaes, que lhes permitem movimentos. Nas edificaes tambmexistem estes movimentos, embora mnimos. As juntas de dilatao permitem obra,movimentar-se em decorrncia da variao de temperatura ou outras solicitaes. Noobstante as semelhanas de funes estruturais, o processo evolutivo de uma e outraso totalmente diferentes. No reino animal, a evoluo foi lenta e gradual e estcompleta h milhares de anos. O sistema estrutural das edificaes, que hojeconhecemos, tem pouco mais de uma centena de anos e s lhe foi possvel atingir estamaturidade, com o advento de novos materiais construtivos, como o ao e o cimento. E,acima de tudo, com a explorao destes e outros materiais, pelas pesquisas tcnicas deresistncia e aplicao dos conhecimentos matemticos que constituem a alavanca daevoluo da Engenharia nas Edificaes.

    Tipos de Estrutura

    Costuma-se classificar as estruturas, em funo do material usado, em estruturas demadeira (o tipo mais antigo de estrutura, todavia, em decorrncia de sua pequenacapacidade de vencer vos e suportar grandes esforos empregada em obras depequeno porte. Outros empecilhos aplicao e difuso da madeira nos temposmodernos so a sua pouca durabilidade, alm de, devido escassez, o seu custotornar-se proibitivo. Hoje, o uso mais trivial da madeira em estrutura de cobertura paratelhas de barro; de concreto (associao de cimento, gua e agregados (areia + pedra).Quando se usa o concreto com um apoio, que normalmente feito de ferro, d-se a esta

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    As tubulaes hidrulicas so normalmente de PVC, ao galvanizado e cobre. Nuncase deve usar o chumbo para gua potvel, pois este material nocivo sade podendocausar intoxicaes. Em caso de ramais de gua quente, a tubulao,preferencialmente, deve ser de cobre ou ao galvanizado, sendo que este ltimo, com otempo de uso, cria uma crosta interna, prejudicial alimentao.

    Instalaes de esgoto

    A primeira ideia que nos vem quando tratamos de uma rede de esgoto quetoda gua usada sair em forma de esgoto. At as concessionrias de servio pblicousam este critrio para clculo de volume dos afluentes em suas redes. Relativamente avolume, esta concepo correta, porm s em parte: a composio do esgotodomstico tem 99,9% de gua; mas o problema diz respeito ao 0,1% (um dcimo porcento) restante, constitudo dos resduos oriundos das fezes, urina, limpeza corporal,lavagem de piso, roupas, utenslios de cozinha, etc. Neste processo dirio de excreoe higienizao, vo elementos orgnicos, fezes, urina e gorduras, como tambmcidos, detergentes, p e muitos outros produtos. Esse composto gera grandescomplicadores para a rede coletora de esgoto: cultura e proliferao demicroorganismos, formao de gases, aglutinao das gorduras, etc., em caso deesgoto residencial. Em outros tipos de edificaes, podem existir elementos que, pelassuas caractersticas poluentes, requerem redes e tratamentos especiais, como porexemplo, os hospitais, as indstrias e os frigorficos. Assim, o projeto de esgoto tambmrequer cuidados especiais, no s como elemento de canalizao das guas servidas,mas, sobretudo para se evitar que estas venham contaminar o ambiente com ovazamento de lquidos ou gases, passagem de animais e insetos, causando transtornosquanto habitabilidade ou o comprometimento por questes de sade. Em decorrncia

    daquele 0,1% que mencionamos acima, a rede de esgoto no poder ter o mesmodimetro da rede de gua. Assim, se em uma pia de cozinha a torneira de 13 mm, arede de esgoto ser no mnimo de 40 mm, pois a tubulao de esgoto trabalha a meiaseo, enquanto a gua fornecida com a tubulao cheia. Deve-se ainda lembrar aimportncia do destino final dos esgotos para a sade pblica e para o equilbrioecolgico. Boa parte de nossas c idades j dispem da rede pblica de captao dosesgotos, entretanto, pouqussimas esto aparelhadas com os dispositivos tcnicos detratamento e lamentavelmente eles so lanados in natura nos crregos, rios ou lagos,com srios e imediatos comprometimentos para as populaes ribeirinhas.

    A seguir, alguns detalhes deste sistema:

    Fossa sptica:destina-se a separar e transformar a matria slida contida na gua deesgoto, principalmente fezes, para em seguida descarregar esta gua no solo. Atransformao deste composto slido feita por bactrias anaerbicas. Dessa forma,

    deve ser evitado jogar na fossa sptica a gua servida na cozinha, pois esta contmsabo e detergentes, os quais so nocivos formao e proliferao de bactrias.

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    Caixa de gordura- destina-se a receber a gua servida na cozinha e separar a gordura.Este procedimento necessrio, pois como vimos antes, no se recomenda olanamento desta gua na fossa sptica nem o seu lanamento diretamente nosumidouro sem a separao da gordura, sob pena de, com o tempo, impermeabilizar asparedes do sumidouro, dificultando assim a absoro natural. Veja o esquema paraconstruo de uma caixa de gordura.

    A gordura fica em suspenso, permitindo a passagem da gua.Tanto a caixa de gordura quanto a fossa sptica necessitam de limpeza peridica pararemoo da gordura e da massa retidas.

    Sumidouro - simplesmente um buraco no cho e destina-se a absorver a guaproveniente da fossa sptica, da caixa de gordura ou de outras origens.

    Lembrete importante- seja na cidade ou no campo, em rede pblica ou particular, asguas de chuva (guas pluviais) nunca devem ser canalizadas para a rede de esgoto,pois poder satur-la, irremediavelmente, comprometendo todo o sistema. Em caso dolenol fretico (gua subterrnea) ser muito raso, usa-se para sumidouro uma malha demanilhas furadas, assentadas aproximadamente a 50 cm de profundidade sob um leitode brita.

    Terminologia da NBR 8160/60

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    Adota-se nesta Norma a seguinte terminologia:* Aparelho sanitrio: aparelho ligado instalao predial e destinado ao uso da guapara fins higinicos ou a receber dejetos e guas servidas.* Caixa coletora: caixa situada em nvel inferior aos sanitrios, inclusive os de baciassanitrias, e ao do coletor predial; onde se coletam despejos. Descarreg-lasdiretamente em canalizao cujo esgotamento exige elevao.* Caixa de gordura: caixa detentora de gorduras.* Caixa de inspeo: caixa destinada a permitir a inspeo e desobstruo decanalizaes.* Caixa sifonada fechada: caixa, dotada de fecho hdrico, destinada a receberefluentes de aparelhos sanitrios, inclusive os de bacias sanitrias e descarreg-losdiretamente em canalizao primria.* Caixa sifonada com grelha: caixa sifonada, dotada de grelha na parte superior,destinada a receber guas de lavagem de pisos e efluentes de aparelhos sanitrios,exclusive os de bacias sanitrias e mictrios.* Canalizao primria: canalizao de acesso dos gases provenientes do coletorpblico.* Canalizao secundria: canalizao por desconector contra o acesso de gasesprovenientes do coletor pblico.* Coletor predial: canalizao compreendida entre a ltima insero de subcoletorramal de esgoto ou de descarga e de rede pblica ou o local de lanamento dosdespejos.* Coluna de ventilao: canalizao vertical destinada ventilao de sifes sanitriossituados em pavimentos superpostos.* Desconector: sifo sanitrio ligado a uma canalizao primria.* Despejos: refugos lquidos dos edifcios, excludas as guas pluviais.

    * Despejos domsticos: despejos decorrentes do uso de gua para fins higinicos.* Despejos industriais: despejos decorrentes de operaes industriais.* Fecho hdrico: coluna lquida que, em um sifo sanitrio, veda a passagem de gases.* Pea de inspeo: dispositivo para inspeo e desobstruo de uma canalizao.* Ramal de descarga: canalizao que recebe diretamente efluentes de aparelhossanitrios.* Ramal de esgoto: canalizao que recebe efluentes de ramais de descarga.* Ramal de ventilao: tubo ventilador secundrio ligando dois ou mais tubosventiladores individuais a uma coluna de ventilao ou a um ventilador primrio.* Ralo:caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber guas de lavagemde piso ou de chuveiro.* Sifo sanitrio: dispositivo hidrulico destinado a vedar a passagem de gases dascanalizaes de esgoto para o interior do prdio.* Subcoletor: canalizao que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ouramais de esgoto.

    * Tubo de queda: canalizao vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais deesgoto e ramais de descarga.* Tubo ventilador: canalizao ascendente destinada a permitir o acesso do aratmosfrico ao interior das canalizaes de esgoto e a sada de gases dessascanalizaes, bem como a impedir a ruptura do fecho hdrico dos desconectores.* Tubo ventilador primrio: tubo ventilador tendo uma extremidade aberta, situadaacima da cobertura do edifcio.* Tubo ventilador secundrio: tubo ventilador tendo a extremidade superior ligada aum tubo ventilador primrio, a uma coluna de ventilao ou a outro tubo ventiladorsecundrio.

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    * Tubo ventilador de circuito: tubo ventilador secundrio ligado a um ramal de esgotoservindo a um grupo de aparelhos sem ventilao individual.* Tubo ventilador individual: tubo ventilador secundrio ligado ao sifo ou ao tubo dedescarga de um aparelho sanitrio.* Tubo ventilador suplementar: canalizao vertical ligando um ramal de esgoto aotubo ventilador de circuito correspondente.* Tubo ventilador contnuo: tubo ventilador constitudo pelo prolongamento do trechovertical de um ramal de descarga, ao qual se liga por intermdio de um T ou de um Y.

    Instalaes eltricas

    A norma que disciplina a elaborao dos projetos de instalaes eltricas a NBR 5410(Norma Brasileira-3), alm de algumas legislaes regionais, mas todas embasadas naNB-3.

    Para melhor compreenso de um sistema de distribuio de energia eltrica,estabelea-se um paralelo com a distribuio de gua, facilmente comprovada porexperimentao:

    Se tivermos dois recipientes ligados por um tubo e em um deles colocamos gua, peloprincpio dos vasos comunicantes, a gua fluir para o outro recipiente at se igualarem.Isto acontece porque no recipiente cheio a presso maior. A gua deixar de fluirquando os dois recipientes estiverem com o mesmo nvel d'gua, ou seja, as pressesforem iguais. O fluxo de corrente eltrica segue o mesmo princpio. Entre os diversospontos de uma instalao, a tendncia existir uma diferena de potencial ou tenso, oque no sistema lquido seria a diferena de presso.

    Se quisermos alimentar uma vlvula de descarga, cuja vazo exige tubo de 38 mm (11/2") e para tanto colocarmos um tubo de 13 cm (1/2"), o bom senso logo nos alertarque esta vlvula no ir funcionar, porque faltou um volume de gua compatvel com oaparelho; logo, faltou presso na tubulao. Assim tambm ocorre com a eletricidade;se queremos alimentar um chuveiro (400 watts) e lhe fornecemos somente 250 watts, ochuveiro no ir funcionar, funcionar mal ou causar superaquecimento do circuitoeltrico.

    Quando aumentamos o fluxo de gua em um tubo, estamos aumentando a pressointerna neste tubo e pode acontecer de ele no suportar e arrebentar. Na rede eltrica,quando foramos a passagem de um fluxo eltrico acima do admissvel em um fio, este,em decorrncia do aumento da resistncia eltrica, ir se aquecer. O chuveiro, no casoacima, por necessitar de uma quantidade maior de energia, ir for-la a vir e se odimensionamento do fio no for compatvel, este ir se aquecer e fundir.

    Outro fator preponderante a distncia entre a fonte e o destino. Se na rede hidrulica ocomprimento for muito longo, teremos que aumentar a presso e colocar mais gua notubo para vencer a distncia. Situao semelhante acontece com a energia eltrica. Sea distncia aumenta, o fluxo de energia tambm dever ser aumentado, pois esta terum caminho maior a percorrer. Se de um cano (32 mm) fazemos duas ou maisbifurcaes (25 mm cada), ir acontecer que em todos eles haver presso insuficiente.Na rede eltrica, o processo idntico. Se fizermos derivaes de um fio, o qual suficiente para alimentar uma geladeira (300 W) e passamos a alimentar duas (600 W),a tendncia que ir fluir por aquele fio uma quantidade maior de energia; logo, ele iraquecer, ou ento no ir fluir, danificando os aparelhos.

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    preciso ter sempre presentes trs princpios em energia eltrica:

    a) Tenso ou diferena de potencial- a diferena de potncia eltrica entre doispontos da rede. Sua medida, feita em volts, comumente chamada de voltagem.

    b) Resistncia- a dificuldade que cada corpo oferece passagem da energia eltrica.Um fio de cobre tem baixa resistncia, ou seja: e timo condutor, j a porcelana tem altaresistncia, sendo, portanto, um pssimo condutor, mas um timo isolante. A resistncia medida em ohms.

    c) Intensidade- a quantidade de energia que chega a determinado ponto ou emoutras palavras, a quantidade de energia necessria para funcionar um aparelho. Aintensidade medida em ampere.

    Dispondo-se da quantidade de energia a ser consumida em funo dos aparelhos aserem usados, a distncia que esta energia ir percorrer at alimentar estes aparelhos eo tipo de condutor disponvel no mercado para esta energia, o projetista elabora o seuprojeto calcado no projeto de arquitetura.

    Outro aspecto a ser considerado na execuo de um projeto de instalaes eltricasbem concebido, o econmico. As distncias percorridas pela energia, a bitolacompatvel da fiao e a distribuio adequada dos circuitos so fatores que, ao longoda vida da instalao, representaro uma economia substancial para o usurio. Aocontrrio, um projeto mal executado poder elevar as contas mensais de consumo deenergia e acarretar como danos nos aparelhos eltricos.

    Instalaes telefnicas

    primeira vista, o projeto de telefonia pode parecer o mais simples de todos, em funodo nmero de pontos instalados; porm, medida que aumenta a complexidade naedificao, o projeto de comunicao tambm cresce em tamanho e dificuldade. Oavano tecnolgico, compreendendo principalmente a telefonia celular, tem amenizadoem muito estes problemas.

    A Obra e o Projeto

    Toda obra, antes de ser iniciada, deve estar com os seus projetos completos eresolvidos de forma harmnica, a fim de evitar tropeos e, consequentemente, aumentode custo e tempo. Se o cronograma da obra obedecer a esta diretriz, teremos, na

    execuo, dois fatores preponderantes para o sucesso: a agilidade no empreendimentoda obra e a reduo dos seus custos.

    O Decreto n 52.147, de 25 de junho de 1963, que aprova as normas de projeto emtodos de execuo de servios, a discriminao oramentria para obras deedifcios pblicos, embora revogado em 10 de dezembro de 1985 pelo de n 92.100,estabelece um roteiro aplicvel em toda obra, permanecendo como excelentereferencial para o estudo das diferentes etapas da edificao. A ntegra do Decreto n5 2 . 1 4 7 / 6 3 p o d e s e r e n c o n t r a d a n a I n t e r n e t n o e n d e r e ohttp://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116317/decreto-52147-63

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    Temos ento que, alm do Projeto, a obra segue a seguinte subdiviso da obra:

    Servios gerais (providncias que precedem o incio da obra): colocao de tapumesde madeira e/ou cercas; colocao de tabuletas com indicaes dos dados da obra e osresponsveis pelos projetos; construo dos barraces; indicao dos depsitos dematerial perecvel (cimento, tinta, etc.) e outros materiais (areia, brita, cascalho, tijolos,madeira, etc.); aparelhos e mquinas (betoneira, guincho, serra, andaime, vibrador,etc.); alojamento para pessoal, incluindo banheiro e dormitrio. Um canteiro comespaos disciplinados decisivo para o resultado final, quanto qualidade, custo eprazo. nessa etapa que se efetuam as ligaes provisrias de gua, esgoto, energiaeltrica e telefone, como tambm se realizam o planejamento da entrada de material aolongo da obra e a contratao da mo-de-obra, tanto de empregados especializadoscomo bombeiro hidrulico, eletricista, pedreiro, ladrilheiros, armadores, serralheiros,carpinteiro, como daqueles sem especializao.

    Preparao do terreno: Etapa das capinas, roados, desmatamento, demolies,remoo de entulhos e de material orgnico, locao da obra, movimentos de terra, etc.

    Elevadores: Constituem um dos itens mais complexos de uma obra. Em face destacomplexidade e ao seu uso restrito, somente so utilizados em obras de certo vulto.

    Paredes: Fechamento de vos ou diviso de ambientes. Os tipos de parede soilimitados, podendo ser, por exemplo: madeira, placas de mrmore, marmorite, tijolosde vidro, elementos vazados (cobog), tijolos de cone celular, gesso, dry wall, etc. Osmateriais mais usados so:

    a) Tijolo de barro - so macios com as dimenses 5x10x20cm ou furados de

    10x20x20. Esses dois padres so os mais usuais, no obstante existirem outrospadres no mercado. So assentados com uma massa de argamassa deaproximadamente 1,5cm no trao 1:2: 9 (uma parte de cimento, duas de saibro e novede areia).

    b) Blocos de cimento - So regulamentados pela NBR- 7173. O assentamentose faz com pasta de cimento e areia no trao 1:4 (uma parte de cimento e quatro partesde areia).

    c) Pedra - nos tempos mais modernos, seu uso tem se limitado mais aoaspecto formal, ou seja, decorao.

    Cobertura: Toda e qualquer cobertura necessita de uma estrutura de sustentao, amenos que seja autoportante, como telhas de amianto, alumnio ou chapas de ao.

    Esquadrias: Todas as peas usadas na vedao das aberturas das edificaes. Soclassificadas em internas (portas) e externas (portas e janelas), podendo ser de

    madeira e metlicas (ferro ou alumnio).

    Revestimento - todo acabamento das superfcies (paredes), excluindo-se a pintura.Normalmente, os revestimentos iniciam-se no chapisco, trao 1:4 (cimento e areia), quetem a finalidade de servir como ancoragem ao emboo, cujo trao varia emconformidade com a finalidade; sua espessura no deve ser superior a 2 cm. O embooserve de base para outros revestimentos, tais como o reboco, azulejo, etc. O reboco oumassa fina, normalmente, usado para receber pintura; sua textura pode ser rstica,camurada, lisa, com p de pedra, etc. Entre os revestimentos, o de maior destaque oazulejo. Existem inmeras classificaes da qualidade dos azulejos, variando defabricante para fabricante. Assim, um produto classificado como de primeira, na marca

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    X poder corresponder na marca Y de segunda, e na marca W, de extra.A escolha do tipo adequado de revestimento condicionada, alm do aspecto esttico,pela durabilidade, custo, adequao ao ambiente, funo e ao uso.

    Soleira o tipo de arremate usado sob os vos das portas e quando existe mudana detipo de pavimentao; os tipos mais usuais de soleira so as de mrmore, madeira,pedra, granito e cermica. A largura normalmente a do portal quando sob vos deportas ou, em outra situao, a recomendada pelo arquiteto.

    Rodap o arremate da pavimentao usado nas paredes. Normalmente, emprega-separa os rodaps o mesmo material do piso e sua altura no deve ultrapassar a 10 cm, ano ser que haja recomendao em contrrio do arquiteto, autor do projeto.

    Peitoril o acabamento na parte inferior das janelas, que complementa a parte domarco com uma pequena pingadeira na parte exterior. Este acabamento pode ser emchapa metlica, mrmore, cermica, placa de cimento ou outros materiais.

    Ferragens: So as peas metlicas (ao, ferro, alumnio, bronze, cobre, etc.)encontradas nas esquadrias metlicas ou de madeira, responsveis pela fixao dasmesmas (fechos, fechaduras e cremonas). Permitem, tambm, a articulao dasesquadrias (gonzos, dobradias e alavancas).

    Vidros: Trata-se de material cujo emprego na arquitetura vem dia-a-dia se difundindonas construes, quer pelo aspecto plstico, quer quanto ao aspecto tcnico. Asupresso de seu uso hoje um caso impensvel, mesmo com a grande variedade deprodutos similares como os derivados do petrleo, ou seja, os plsticos. A classificao

    dos vidros objeto da Norma Brasileira n 226, que os considera quanto ao tipo(recozido, temperado, laminado, aramado), ou quanto forma (chapa plana, curva,perfilada e ondulada), transparncia, conforme a passagem da luz, ou ainda superfcie e colorao.

    Tratamento da obra: Proprietrios e construtores tm dado pouca ou nenhumaateno ao tratamento, que a proteo da obra quanto aos seguintes aspectos:

    a) Vazamento d'gua (impermeabilizao) que se manifesta pelo piso,paredes ou cobertura.

    b) Proteo ao calor ou tratamento trmico, para manter inalterada atemperatura ambiente desejada. O tratamento o mesmo, independentemente dequerer-se manter a temperatura quente ou fria, pois existem materiais prprios como lde vidro, vermiculita, isopor, cortia, etc.

    c) Rudos, que requerem proteo acstica atravs de materiais especficosou pode ser feito pelo mtodo construtivo.

    Pavimentao: todoacabamento sobre o contrapiso ou sobre lajes em pavimentossuperiores, desde o simples e trivial cimentado, at pisos sofisticados ou de altaresistncia, como o granito. Esta denominao tanto vale para a parte interna comopara a externa das edificaes. A lista de tipos de pisos infindvel, indo dos diversostipos de aplicao do cimento s cermicas, pedras, madeiras, borrachas, cortias eprodutos sintticos industrializados.

    Pintura: No existe uma data precisa de quando o homem passou a pintar seus objetosde uso pessoal ou suas moradias. Sabe-se que, nos primrdios da histria, a pinturatinha como nica finalidade a decorao (como comprovam alguns objetos de barro

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    encontrados em escavaes arqueolgicas ou as pinturas rupestres). Na Antiguidadeos egpcios antigos desenvolveram alta tecnologia no uso de pigmentos, resinas esolventes. No se conhece um nico grupo social, por mais primitivo que seja, que notenha usado a cor como elemento para realce da beleza ou como tributo s suasdivindades. Nos ltimos sculos, com o advento da revoluo industrial e a atualconceituao das funes da pintura, as tintas passaram a ser elemento deacabamento, buscando a proteo da superfcie e ganhando destaque na indstria quetem investido no aprimoramento das mesmas, sempre na busca da qualidade e do belo.Hoje os tipos de tinta disponveis no mercado so diretamente proporcionais ao tipo deaplicao. Em face das extensas superfcies das edificaes na construo civil, apintura exerce uma influncia muito grande, como elemento de decorao e,principalmente, de proteo. Aconselha-se a observncia das recomendaes tcnicasdos fabricantes e, acima de tudo, o emprego de mo-de-obra especializada eresponsvel. S assim que se pode tirar partido de todas as vantagens oferecidaspelas tintas como elemento de proteo superfcie e de realce beleza. Valeconhecer, para ilustrao, a nomenclatura da teoria das cores:

    a) Cores primrias, puras ou fundamentais so as que, teoricamente, quandocombinadas, do origem a todas as outras amarelo, azul e vermelho.

    b) Secundrias so as oriundas das primrias. Ex.: verde (amarelo e azul), laranja(amarelo e vermelho) e violeta (vermelho e azul).

    c) Complementares so as cores obtidas pela combinao de duas secundrias ou deuma primria e uma secundria. Ex.: marrom (vermelho e verde).

    d) Neutras so as indefinidas e pouco vistosas: preto, branca, cinza e bege.e) Quentes so as que, pela sensao de calor que transmitem, nos induzem impressode energia, fora, poder e dinamismo - vermelho, laranja, amarelo.

    f) Frias so as que transmitem as sensaes opostas s cores quentes, isto , noinduzem ao repouso - anil, roxo, lils, verde, azul.

    A cor branca formada pela composio de todas as outras (descoberta Isaac Newton).Veja o arco-ris, que a decomposio da luz solar, e que reflete varias cores. A cor pretano reflete cores; pelo contrrio, absorve todas.

    Aparelhos

    Em uma obra, so utilizados trs tipos de aparelhos, peas de acabamento em cujaescolha deve-se ter o cuidado de no criar contrastes chocantes com os demaiselementos, tanto em termos do estilo quanto do padro de acabamento e da cor.

    a) Aparelhos sanitrios - so todos os aparelhos usados em banheiros, tais como: vaso,papeleira, saboneteira, bid, caixa de descarga, lavatrio, mictrio, banheira echuveiro.

    b) Aparelhos de gua potvel - aqueles necessrios s instalaes hidrulicas, pormde uso direto, como bebedouro, filtro e torneira.

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    risco tm levado operrios a acidentes perfeitamente evitveis e previsveis. Porexemplo, por no quererem usar botinas, frequentemente machucam os ps.

    No so poucos os casos de operrios que perderam a vida por se recusarem a usar ocinto de segurana, ficaram cegos pela teimosia em evitar os culos protetores eperderam, paulatinamente, a audio por falta do uso dos protetores de orelha. A lista infindvel. comum estarem os equipamentos disposio na obra, mas osempregados recusarem-se sistematicamente a us-los, como se estes equipamentosviessem cercear seus movimentos, impedindo-os de trabalhar.

    Assim como os administradores e proprietrios devem evitar a ocorrncia de acidentesem suas obras, por uma questo financeira imediata ou de investimento a longo prazo,os operrios devem se conscientizar das vantagens do uso adequado das normas deutilizao dos instrumentos de trabalho, bem como devem cuidar da perfeita adequaode todos os elementos necessrios a um trabalho protegido e produtivo, que se iniciacom o treinamento correto, prtica do uso seguro de todos os materiais a seremusados e resguarda a sua sade plena.

    Somente com o aprimoramento de valores individuais que se poder aspirar para amassa trabalhadora brasileira uma conscincia coletiva indispensvel aodesenvolvimento social; para tanto, deve-se ter a coragem de recusar tarefas onde ascondies de segurana ficam a desejar, de exigir que todas as condiesestabelecidas pela lei sejam cumpridas, de no se alienar, participando de gruposcooperativos, tais como CIPAS, sindicatos e associaes.Quando o trabalhador sentir que seus direitos esto sendo ameaados, deve denunciaros fatos s autoridades competentes.

    O operrio deve se impor, no pela fora da lei, que tem dois sentidos (direitos edeveres), mas pela fora do seu senso de responsabilidade e desempenho correto deseu trabalho.

    Em resumoToda atividade tem o seu grau relativo de riscos e periculosidade.a) Na rea da construo civil, a falta de segurana no trabalho chega a ser alarmante,face ao alto ndice de acidentes fatais e mutilaes irreversveis.b) O principal responsvel pelo alto ndice de acidentes no trabalho o prprio operrioque se recusa a usar os equipamentos de proteo sua disposio na obra, alegandoque os mesmos impedem os movimentos necessrios ao trabalho.c) Atitudes que devem ser tomadas por todo empregado: recusar tarefas onde ascondies de segurana ficam a desejar; exigir que todas as condies estabelecidaspela lei sejam cumpridas: participar de grupos cooperativos; denunciar os burladores dalei.

    d) Somente com o aprimoramento de valores individuais que se poder aspirar para amassa trabalhadora brasileira uma conscincia coletiva indispensvel aodesenvolvimento social.

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    c) Aparelhos de iluminao - os destinados iluminao, como lmpadas, calhas,arandelas, lustres, globos e refletores.

    Elementos decorativos: Todo trabalho artstico executado em uma obra estclassificado como elemento decorativo. Esses trabalhos artsticos abrangem as peasde serralheria, de madeira, de gesso, de cermica, desde que a execuo dessas peasrequeira um requinte de projeto e de execuo especial. neste item que se enquadramos elementos necessrios ao estudo e implantao de sistemas de comunicao visual,quando a obra assim o exige. Incluem-se aqui os trabalhos de paisagismo, tais como

    jardins e arborizaes.

    Limpeza: No se trata da remoo dos entulhos e restos de obra, que deve serconstante e ininterrupta. a limpeza fina, ou seja, a remoo de pequenos resduos oumanchas em louas, metais, cermicas, aparelhos, ferragens, azulejos, vidros,esquadrias. Considera-se que, concluda esta limpeza a obra est pronta e emcondies de ser habitada.

    SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    Dizia Arnaldo ex-ministro do Trabalho, Patrono dos Corretores de Imveis: "Trabalhodeve ser meio de vida e no de morte."

    O Corretor Imobilirio deve apropriar-se dos princpios da Segurana no Trabalho,visando minimizar os ndices de acidentes na rea da construo civil, mas aabordagem a que este tema refere-se no a todas as atividades produtivas, desde a

    dona de casa em seus afazeres domsticos, passando pelos operrios de uma formageral, at os altos escales das grandes empresas pblicas ou particulares. Se a donade casa enfrenta constantemente perigos na cozinha ou outras dependncias do lar, ooperrio enfrenta riscos e desconfortos no desempenho de suas funes; tambm oexecutivo est sujeito a aes de fatores que afetam a capacidade de rendimento plenoe comprometem a sade, tais como transporte, mveis, iluminao, temperatura,ambientes inadequados, excesso de barulho, etc.

    Na rea da construo civil, a situao brasileira chega a ser alarmante, em face ao altondice de acidentes fatais e mutilaes irreversveis, isto sem considerar a grandemassa de trabalhadores que tem seu trabalho interrompido por alguns dias, devido impercia dos administradores das obras, a ganncia dos proprietrios e,lamentavelmente, a incria dos prprios operrios.

    Se deixarmos de lado o aspecto humano da questo e nos concentrarmos no lado

    material, verificaremos que todo ano os prejuzos oriundos do afastamento definitivo detrabalhadores mutilados, da perda dos mortos ou os afastamentos transitrios,constituem um prejuzo enorme no s da mo-de-obra til, como tambm nos gastosdiretos com tratamentos hospitalares ou outros benefcios a que tm direito osfamiliares dos mortos ou dos acidentados. Alm disso, h que se considerar que estegrupo inclui operrios especializados, cuja preparao demandou tempo, esforos erecursos financeiros.

    Os profissionais atuantes na construo civil constatam que, por um paradoxoinexplicvel, o grande causador dos acidentes o prprio operrio. Sua relutncia emesmo reao ao uso dos equipamentos protetores e exposio desnecessria ao