desenvolvimento sustentavel rgtsd
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Agrupamento de Escolas da Sertã
Escola Básica Padre António Lourenço Farinha
Proteção, Controlo e Gestão
Ambiental para o Desenvolvimento
Sustentável
Geografia 9º Ano Turma A
Maio de 2016
Introdução
No tema RISCOS, AMBIENTE E SOCIEDADE foi-nos dado o desafio de
pesquisar sobre diversos problemas ambientais. Optámos por abordar o tema
da “Proteção, controlo e gestão ambiental para o desenvolvimento
sustentável”, por considerarmos bastante importante e abrangente de diversos
problemas que importa tratar. Após várias leituras e pesquisa na internet,
elaborámos esta apresentação com o objetivo de alertar para estes assuntos
do homem e do ambiente e da sua interação.
Cismo no Japão em Março de 2011
Promover o Desenvolvimento Sustentável
Ao longo da história da humanidade, a ação do homem não tem tido em
consideração a utilização equilibrada dos recursos naturais, considerando-os
infinitos. Só muito recentemente o Homem tem
percebido o impacto das suas ações que são não
apenas locais mas sim de influência global.
Atualmente a Humanidade atingiu um grau de
desenvolvimento industrial e tecnológico que,
juntamente com a explosão demográfica,
contribuiu para a exploração excessiva dos recursos
naturais.
Com a crescente produção de resíduos e a
constatação de que o modo de exploração dos
recursos naturais tem dado origem a riscos naturais e mistos, tem-se dado
mais importância às questões ambientais associadas às ações humanas. Todos
os países são afectados pelos riscos naturais e mistos.
O seu impacto é, no entanto,
muito maior nos países em
desenvolvimento não só pelo número
de mortes, mas também pela fraca
capacidade de subsistência dos
sobreviventes da catástrofe. Surge
então a preocupação com a
implementação de um novo modelo
de desenvolvimento.
Este assenta nos seguintes princípios:
Explosão Demográfica
Plantação de Árvores entre adolescentes
Túnel do Marão
Assegurar a satisfação das necessidades básicas da geração atual;
Não comprometer a capacidade de satisfação das necessidades básicas
das gerações futuras;
Assegurar o uso racional dos recursos naturais;
Preservar as espécies e os habitats naturais.
O desenvolvimento sustentável atribui também importância à
necessidade de igualdade intergeracional e geográfica, pois as ações da
geração atual tem consequências nas futuras e as ações locais e globais
interagem entre si.
A comunidade científica tem
defendido, nos últimos anos, um
modelo de desenvolvimento
sustentável assente em oito
componentes vitais:
Social e Cultural: Comunidade
ativa, inclusiva e segura, com
cultura local forte e atividades
comunitárias compartilhadas;
Política: Comunidade bem Administrada, com participação,
representação e liderança efetiva e
inclusiva;
Comunicações e transportes:
Comunidade bem conectada, com
bons serviços de transporte e
comunicação;
Serviços: Comunidade bem
Servida, com serviços adequados às
necessidades das populações;
Oceanário de Lisboa
Ambiente: Comunidade ambientalmente responsável, com espaços e
construções ambientalmente sustentáveis;
Igualdade: Comunidade justa,
com promoção de igualdade para
todos no presente e no futuro;
Economia: Comunidade
próspera, com economia local
diversa e em crescimento
Habitação e Ambiente:
Comunidade bem Projetada e
Construída, com ambientes
construídos e naturais de
qualidade.
Este modelo de desenvolvimento coloca um desafio à humanidade pois
assenta em três componentes do desenvolvimento: económica, social e
ambiental.
Nesta perspetiva, uma sociedade resiliente é uma sociedade sustentável.
Mas o que é a resiliência?
A resiliência é a capacidade de uma comunidade responder
positivamente a eventos catastróficos, superando-os e recuperando o estado
anterior à catástrofe. Esta tem como objetivo, para além de controlar os
fenómenos e de os resistir, a mitigação do risco e a redução das
vulnerabilidades sociais, de modo a melhorar a capacidade da sociedade em
Cooperação Internacional
lidar com adversidades e em se adaptar e moldar à mudança provocada por
um evento catastrófico.
Corresponde às capacidades que os indivíduos, comunidades e
entidades têm para reduzir a vulnerabilidade, segundo três níveis:
Prevenir e atenuar a perda;
Manter as condições de vida;
Gerir a recuperação do impacto sofrido.
Este desenvolvimento sustentável e resiliente assenta na aprendizagem
perante as catástrofes para que possamos responder a estes fenómenos no
futuro.
Cooperação internacional
Os problemas ambientais
apesar de terem origens locais
ultrapassam as fronteiras e tem
consequências mundiais. Por isso
a resposta às alterações climáticas
e aos riscos naturais e mistos
exige uma atuação a nível local,
regional e mundial. A cooperação
internacional é fundamental para discutir os problemas ambientais, as suas
causas e consequências promovendo, assim, o desenvolvimento sustentável.
E por isso são realizados acordos e cooperações
como o programa das nações unidas para o
ambiente (PNUA-1972), o qual tem o objetivo de
manter o estado do meio ambiente global sob
contínuo monitoramento (controlo); alertar povos e
nações sobre problemas e ameaças ambientais e
recomendar medidas para melhorar a qualidade de
vida da população sem comprometer os recursos
naturais e serviços ambientais das gerações futuras.
Além de encorajar a cooperação internacional.
Convenções e cimeiras realizadas ao longo dos tempos
Cimeira da terra - realizada no rio de Janeiro, em 1992, com o objectivo
de conservar a biodiversidade e garantir a sobrevivência das gerações futuras.
Nesta cimeira foi assinada a Carta da Terra (presentes os princípios sobre as
florestas) e foi criada a agenda XXI (que estabelecia os critérios sustentáveis de
cada pais).
Convenção de Genebra -realizada em Genebra, em 1979, com o
objetivo de proteger o ambiente contra os efeitos negativos da poluição do
ar e a prevenir e reduzir gradualmente a degradação da qualidade do ar e os
seus efeitos como chuvas acidas, eutrofização… impuseram-se limites à
emissão de enxofre, óxido de azoto, amoníaco…
Convenção de Viena Realizada em 1980 com o
objetivo de reconhecer os compostos químicos mais
nocivos à camada do ozono.
Protocolo de Quioto - realizado em Quioto, em
1997,com o objetivo de reduzir 5,2% as emissões dos
gases com efeito de estufa dos países desenvolvidos
em relação a1990; reformar os setores da energia e
Falta de água potável nos países mais pobres
dos transportes; promover o uso de fontes energéticas renováveis; proteger as
floresta.
Cimeira de Bali – realizada em Bali, em 2007, cujo objetivo de
estabelecer um novo acordo que substituía o protocolo de Quioto.
Cimeira do Clima - com o objetivo de tentar acelerar compromissos em
defesa do ambiente e para evitar o agravamento do aquecimento global. A
meta da cimeira da ONU é assinar um novo tratado, em
Paris, em dezembro de 2015, que fortalecerá o tratado
de Quioto mas Até lá, realiza-se esta cimeira em Nova
Iorque em dezembro de 2014.
Cimeira de Paris – realizada em Paris, em 2015,
com o objetivo acordo histórico para conter o
aquecimento global para diminuir a emissão de gases de
efeito estufa, o aquecimento global e contendo o
aumento da temperatura global em 2º C até 2100.
Princípios de proteção controlo e gestão ambiental
A biodiversidade nos ecossistemas é fundamental para a existência
humana, pois precisamos dos alimentos, da água e da energia que eles nos
fornecem. Devido ao crescimento demográfico e à ascensão da classe média
em países com economias emergentes, o aumento do consumo de recursos
está a fazer com que seja difícil satisfazer as necessidades da população.
As alterações climáticas e o esgotamento dos ecossistemas e dos recursos
naturais têm vindo a contribuir
para o agravamento da situação.
Os países mais pobres continuam
a ser os mais vulneráveis,
sobretudo no que se refere a
questões de segurança alimentar,
água e energia.
A preservação do património natural torna-se fundamental para a
sobrevivência da humanidade:
Criação do princípio do poluidor-pagador;
Criação de limites legais para a emissão de gases com efeito de estufa;
Criação de áreas de reserva natural;
Promoção da reciclagem;
Introdução do pagamento de serviços ambientais.
O princípio do poluidor-pagador
Segundo o princípio do poluidor-pagador, o
agente poluidor deverá pagar o custo da resolução
dos problemas de poluição que provocou através de
diversos instrumentos:
Instrumentos
Regulação do mercado Atuação Económica
Normas legislativas sobre: Pagamento de:
Concentração máxima de
nitratos na água;
Emissões ou descargas
máximas permitidas;
Processos de despoluição;
Utilização de produtos
poluentes.
Impostos
Taxas
Direitos de poluição
Emissão de gases com efeito de estufa
Energia Eólica e Solar fotovoltaica
Limites à emissão de Gases com efeito de estufa:
O Protocolo de Quioto é
um dos mais importantes
protocolos ambientais que
estabelece os limites legais à
emissão de gases que
provocam o efeito de estufa.
Ele atua através de diferentes
instrumentos:
Implementação
conjunta;
Mecanismo de desenvolvimento limpo;
Direitos de poluição.
Fontes de energia renováveis
Inúmeras são as fontes
de energia disponíveis no
nosso planeta, sendo que
essas fontes se dividem em
dois tipos, as fontes de
energia renováveis e as não
renováveis.
As fontes de energia
renováveis, são aquelas em
que a sua utilização e uso é
renovável e pode-se manter e
ser aproveitado ao longo do tempo sem possibilidade de esgotamento.
Muitos são os exemplos deste tipo de energia: Bioenergia; Geotérmica;
Hídrica; Solar fotovoltaica; Eólica.
Extração de petróleo
Fontes de energia não renováveis
As fontes de energias não renováveis são recursos limitados, sendo que
esse limite depende dos recursos existentes no nosso planeta, como é o
exemplo dos combustíveis fósseis.
A Reciclagem
A reciclagem é o processo de conversão de desperdício em materiais ou
produtos de potencial utilidade.
Entre os materiais recicláveis estão diversos
tipos de vidro, papel, metal, plástico,
tecido e componentes eletrónicos.
A compostagem ou reutilização de detritos
biodegradáveis, como lixo de cozinha ou de jardim,
também é considerada reciclagem.
Os materiais para serem reciclados são transportados para um centro de
reciclagem ou recolhidos porta a porta e depois separados, limpos e
reprocessados em novos materiais para produção industrial.
Risco de Deslizamento na vertente de uma montanha
Para diminuir o consumo de energia, de matérias-primas, de recursos
naturais e da quantidade de resíduos depositada em aterros podemos e
devemos aplicar a política dos 4R's (reduzir, reutilizar, reciclar e recuperar),
pois esta é fundamental.
Ordenamento do território
O ordenamento territorial é, neste contexto, fundamente, enquanto
ferramenta que orienta, estrutura e gere a ocupação do território num
processo continuo no tempo.
Deste modo é fundamental planear a organização do território para
alcançar o Desenvolvimento Sustentável através da:
Gestão e controlo das formas de ocupação do território (ex: onde se
pode ou não construir)
Monitorização dos efeitos da ocupação do território (ex.: verificar se na
vertente de uma montanha, onde se construiu uma estrada, existem indícios
de deslizamentos).
Antecipação de eventuais problemas (ex.: proibir a construção de
habitações nos leitos de inundação).
Organizações Não Governamentais Ambientais
A consciência global dos problemas ambientais levou, a partir da década
de 1960, à organização de populações ou comunidades para atuarem, a nível
ambiental, em situações em que os governos não conseguiam dar resposta.
Assim, surgem as Organizações Não Governamentais Ambientais (ONGA) com
um importante papel na defesa do ambiente, uma vez que desenvolvem
estratégias para educar, trabalhar e preservar o ambiente sem colocar em
causa a qualidade de vida da população.
Exemplos de ONGA
Liga para a Proteção da Natureza (1948)
Com o objetivo de conservar o património natural, preservar a diversidade
das espécies e dos ecossistemas da península Ibérica e defender o ambiente
numa perspetiva de desenvolvimento sustentável, esta ONGA atua:
Na concretização de projetos e programas de atuação local;
Na realização de formações para a educação ambiental;
No acolhimento e recuperação de animais selvagens;
No apoio ao desenvolvimento da investigação através de estágios e
programas de mestrado e doutoramento;
Na participação em processos de discussão pública relacionados com o
ordenamento do território e o ambiente.
Campanha da WWF contra a desflorestação
Greenpeace (1971)
Com a pretensão de
defender o ambiente, de sensibilizar as pessoas para a
mudança de atitudes e comportamentos face ao ambiente e de desafiar os
governos para a alteração das políticas ambientais esta organização atua:
Através da imprensa internacional e da população chamando á atenção
para problemas ambientais.
Expondo crimes ambientais.
Captando a atenção através da realização de intervenções mediáticas.
World Wide Fund for Nature (1961)
Tentando promover a conservação da biodiversidade,
assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais e
promover a redução da poluição e do desperdício esta
ONGA tem como estratégia atuar:
Através de parcerias com governos, comunidades
locais, agências internacionais e indústrias, identificando
soluções para os problemas ambientais mais relevantes.
Na utilização de uma abordagem científica e racional, definindo
prioridades na
intervenção ambiental.
No
Desenvolvimento de
projetos vocacionados
para o combate às
causas da degradação
ambiental.
Ecopontos
Medidas coletivas e individuais
Os grandes desafios ambientais têm solução, mas esta, para além de
exigir ações globais, necessita de uma mudança permanente dos
comportamentos e das atitudes institucionais e individuais de modo a
promover um desenvolvimento resiliente capaz de responder rapidamente às
mudanças que possam surgir.
Esta tentativa de incutir uma
nova forma de atuação face aos
problemas ambientais levou à
concretização de iniciativas
coletivas e individuais, como o
estímulo à reciclagem e à
redução do desperdício as
políticas públicas integradas que adotem tecnologias
limpas e a divulgação de produtos biodegradáveis,
como alguns plásticos.
Em 1996 surgiu dentro da perspetiva da Cimeira
da Terra de 1992 o conceito de pegada ecológica
global que consiste na avaliação do impacte do estilo
de vida da população no planeta. Esta consiste num cálculo que permite saber
a quantidade de recursos naturais que se consome para suportar o estilo de
vida, dando uma estimativa do impacte do estilo de vida no planeta. Esta
avaliação realiza-se a partir de três indicadores de pegada ecológica global:
Pegada ecológica: mede os impactes da ação humana sobre a Natureza,
analisando a quantidade de área bio produtiva necessária para satisfazer as
necessidades da população através de recursos naturais e para a absorção do
carbono.
Evolução da pegada ecológica Global Mundial
Pegada de carbono: mede os impactes da
humanidade sobre o clima global e é expressa em
termos de volume de emissões de
gases com efeito de estufa.
Pegada hídrica: mede os
impactes da humanidade sobre a
hidrosfera, expressa em termos da
quantidade de água utilizada direta
ou indiretamente.
A evolução da pegada ecológica global mundial
mostra que seriam necessários 1,5 planetas Terra, por ano,
para satisfazer as necessidades da população mundial em,
por exemplo, alimentos, água, combustíveis, fibras, terras
para construir e florestas.
Neste gráfico
observamos que foi há
cerca de 40 anos que a
exploração dos recursos
naturais superou a bio
capacidade do planeta, ou
seja, a quantidade de terra
biologicamente produtiva
e a área marítima
disponível para regenerar
os recursos.
Pegada Ecológica Global por componentes
A pegada de carbono continua a ser a que tem mais peso nos
componentes da pegada ecológica global.
De facto, a componente da pegada de carbono e as áreas de cultivo são
as únicas que apresentam um crescimento
contínuo enquanto as restantes
componentes da pegada ecológica global
estão estabilizadas. Em termos de
distribuição geográfica, destacam-se a
China e os Estados Unidos da América,
que em conjunto são responsáveis por
32,7% da pegada ecológica global,
seguindo-se, com valores bastante
inferiores, a Índia (7,1%), o Brasil (3,7%) e a
Rússia (3,7%). Peso da pegada ecológica global dos
cinco primeiros países no total da
pegada ecológica global
Localização dos países com maior e menor pegada ecológica global
A distribuição geográfica da pegada ecológica global revela os contrastes
entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Estes contrastes revelam uma grande proximidade com os valores do PIB
per capita. Assim:
os países com maior valor de PIB per capita são também os maiores
responsáveis pela pegada ecológica global per capita mais elevada. A pegada
ecológica global deste grupo de países resulta dos elevados níveis de
consumo das populações;
os países com o PIB per capita mais baixo têm uma pegada ecológica
global baixa, que mesmo que replicada por outros países não coloca em causa
a sustentabilidade dos recursos naturais.
Conclusão
Com este trabalho concluímos que o excesso de exploração dos recursos
naturais, resultado do desenvolvimento industrial e tecnológico, é um
problema da humanidade. A resolução deste problema tem-se conseguido
não só pela consciencialização das pessoas através de campanhas de
sensibilização mas também pela cooperação internacional, ou seja, através das
várias convenções e cimeiras internacionais em que se debateram soluções
para este problema.
Concluímos também que os resultados, apesar de insuficientes têm-se
visto, principalmente devido à cooperação internacional.
Fontes: Bastos, C. e Dias, C. (2014). GEOvisão 9. Raiz Editora