design sustentavel
DESCRIPTION
Projeto do 2º semestre de design gráfico da universidade UnicuritibaTRANSCRIPT
FIBRA DESIGNMostrando o que é precisopara estar no mercado
Edição 01 | R$ 25,00
TASTENão é escritório de design, não é publicidade,isso é consultoria criativa.Entrevista exclusiva com Ale Tauchmann
GALLERYArtistas mostrando o que fazempela arte e pelo planeta
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Muitos não acreditaram que iriamos mudar,
AGORA mais do que nunca temos que mostrar que podemos fazer mudanças.
A TEORIA DOS GERMES, de Louis Pasteur, é uma ridídula fi cção.(Pierre Pachet, Professor de Fisiologia de Toulose, 1872)
Pessoas
bem informadas sabem
que é totalmente IMPOSSÍVEL transmitir
vozes através de um fi o, e mesmo que isto fosse possível,
este tipo de ação não teria nenhum valor prático.
Editorial do Boston Post (1865)
Não existe nenhuma razão
prática para que as pessoas desejem ter um computador em
suas casas.Ken Olson, Presidente e fundador da Digital
Equipamente Corporation (1977)
O
rádio
não tem
futuro
Lord Kevin, Físico e Presidente da Royal Society (1897)
A
melhoria
das condições das cidades pela ampla adoção
do carro movido a motor difi cilmente poderá
ser superestimada. Ruas limpas, sem SUJEIRA ou odores desagradáveis, veículos com fi nos pneus feitos de borracha
movendo-se rápida e silenciosamente sobre calçamentos suaves irão
eliminar o nervosismo, tensão e os acidentes que tanto prejudicam
a vida das grandes metrópoles.Scientifi c American (1889)
640Kbytes devem ser sufi cientes para
qualquer PESSOA.Bill Gates, Presidente da Microsoft (1981)
Em nossa PRIMEIRA EDIÇÃO decidimos
homenagear todos os criativos que ainda possuem um
AMOR pelo trabalho que foi lhes dado, mostrando que
o esforço pensado para um bem maior pode lhes deixar na
HISTÓRIA.
A imagem que ilustra nossa capa foi criada por Sandro França
de Souza, designer freelancer e ilustrador que reside em
Curitiba, não por acaso, REFLETE MUITO DO CONTEÚDO que você encontra aqui: seja
no bonsai que cresce perfeito pelo ESFORÇO
feito, pelo grito de ajuda ou pela devolução do mundo com
INSPIRAÇÃO para nós.
Nas páginas a seguir, além do conteúdo exclusivo sobre
CULTURA e CRIATIVIDADE,
mostraremos há você como CRIATIVOS
focam em outros métodos de trabalhos sem criar mais
RESÍDUOS em nosso ambiente criativo.
BOA LEITURA!
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Sandro F. SouzaDiretor de Arte/Criação
João Victor Tiburcio RosaConteúdo
Sandro F. SouzaEditor-chefe
João Victor Tiburcio RosaFotógrafo
Joao Vitor Carvalho AlvesIlustração
Joao Vitor Carvalho AlvesDiretor de Arte
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PORTFÓLIOMostre sua cara.Mostre que suas idéias não estão paradas.
Recicle-as.Airton CardimLocal: Olinda, PEO que faz: Artista VisualContato: www.flickr.com/airton-cardim
Iniciou sua trajetória em 2001, no curso de Educação Artística
e Artes Plásticas da Universidade Federal de Pernambuco. Teve
contato com técnicas artísticas como a xilogravura, com qual logo
se identificou.
Transita entre o manual e o digital, muitas vezes combinando os
dois.
01 - Romance do Pavão Misterioso
“Esta peça nasceu como ilustração de um romance de cordel que
possui o mesmo título. Conta a história de um principe que contrói
uma máquina voadora em formato de pavão e com ela consegue
fugir com sua amada.”
01
02
Bruno Pontes
Local: Rio de Janeiro, RJO que faz: Designer e ilustradorContato: www.flickr.com/bruno_pontes
Designer desde 2005 e se diz completamente apaixonado pelo
que faz. Cria, gerencia e ilustra projetos de estamparia para as
empresas South e Banco de Areia.
“Desenhar me traz muita paz e dedicação”, conta o designer.
02 - O Criador
“A idéia inicial era criar uma ilustração para uma estampa, mas
em meio ao desenvolvimento do desenho foi surgindo a figura
do criador, transmitindo sensação de poder, subordinação e
autonomia para manipular os elementos da natureza. Os tons
de preto e branco aludem à angústia do poder.”
“Desenhar me traz muita paz e dedicação”Bruno Pontes
10 Inovação
03
“Procuro não me comprometer com clientes ditadores”Carlos Marques
“Invisto na melhor forma de fazer com que meus projetos venham à tona”Bruno Clériston
Carlos Marque
Local: Rio de Janeiro, RJO que faz: Designer gráfico e ilustradorContato: www.flick.com/ilustra72
Formado em Comunicação Visual pela PUC do Rio de Janeiro,
trabalha na área há mais de 15 anos. “ Atualmente não faço
tantos trabalhos de ilustração como gostaria, mas procuro não me
comprometer com prazos apertados ou clientes ditadores” declara
o designer.
Antes de firmar seu próprio estilo, Carlos fez experimentos com
os mais variados estilos, cordel, arte mexicana e grafite. Hoje
sua arte tem um pouco de cada coisa, “com um toque de charge
de jornal”.
03 - Monkey Business
“Esta ilustração é super simples, mas queria mostrar um pouco
mais do que se vê na superfície, um tema anti-imperialista.”
Bruno CléristonLocal: União dos Palmates, ALO que faz: Ilustrador, designer gráfico e vídeo grafistaContato: www.flickr.com/bcleriston
Bruno é diretor de arte de uma agência em Maceió e videografista
em uma emissora de TV, mas é nos freelances que encontra as
maiores oportunidades de se expressar. Cada projeto recebe
influências do que toca em seu MP3 player – repleto de bandas
como Pato Fu, Led Zeppelin e The Cure -, de livros como Alice
no País das Maravilhas, e dos desenhos, HQs e mangás que
coleciona.
“Invisto sempre na melhor forma de fazer com que meus projetos
venham à tona com excelência e glamour. Muitas vezes encontro
tudo isso na simplicidade do traço, na importância de um briefing
ou no pequeno instante com o cliente.”
04 – 204
“Esta ilustração foi criada para sinalizar a porta de um estúdio de
criação, que ficava na sala 204 de um prédio em Maceió.
Cada algarismo tem uma personalidade diferente, embora os três
façam parte de um mesmo número. O “2” com seu “toc!toc!”, já
mostra para que veio; o zero, com uma espécie de microfone de
atendente de callcenter, faz o papel de secretária; e o “4”, com a
língua gigantesca, representa o atendimento ao público.”
04
Inovação 11
Elisa Branco
Local: Niterói, RJO que faz: Designer GráficaContato: www.behance.net/elisabranco
Formada em Design Gráfico pela Escola Superior de Propaganda e
Marketing do Rio de Janeiro. Seu sketchbook é seu “fiel escudeiro”.
Atualmente, trabalha como freelancer e se dedica a uma nova
empreitada em parceria com a designer Juliana Bernardino: o
Gojira Studio.
05 - New Retro Font
“Inicialmente, esta peça foi criada para um trabalho pessoal e
só tinha alguns caracteres. Mas gostei tanto que decidi fazer os
outros. Me inspirei em capas de disco e filmes dos anos 1980.”
05 06
“Fui inspirada por capas de disco e filmes dos anos 1980”Elisa Branco
Sami ViljantoLocal: Helsinki, FinlândiaO que faz: IlustradorContato: www.grandedeluxe.com
Trabalha como freelancer em tempo integral. “Minha história no
mundo da ilustração começou quando tinha oito anos e ganhei
uma camiseta, em um concurso de desenho promovido por um
supermercado”, lembra Sami. Foi nessa época que o ilustrador
desenvolveu um estilo colorido e alegre, que diz ter tudo a ver
com sua personalidade: “Sou uma pessoa muito legal”.
06 - Skinny Legged Wolver Can’t Jump
No começo de 2009, Sami sentia que não estava desafiando a
se mesmo o bastante e decidiu criar a maior e mais detalhada
imagem de sua carreira. “A peça é baseada em vetores, como
todos os meus trabalhos. Eles são complementados com
algumas texturas e transparências. Acho que desenhei a árvore
umas 20 vezes, porque nunca ficava feliz com a composição.
Queria que a imagem tivesse um toque de Onde está Wally?
para que as pessoas se perdessem um pouco ao olhar para ela.”
12 Inovação
07
08
“Não consigo considerar um projeto pronto se ele não está perfeito para mim”Jennifer Cirpici
Jennifer CirpiciLocal: Utrecht, Países BaixosO que faz: Designer GráficaContato: www.breakingcanvas.com
Jennifer estuda Design Gráfico no Grafisch Lyceum Rotterdam,
uma das escolas de design mais conceituada dos Países Baixos.
Seu programa favorito é o photoshop, mas ela também sabe
usar o Illustrator e o Indesign para complementar seu projetos.
“Amo o que faço e minha maior meta é aprender muitas maneiras
novas de produzir arte digital. Acho que nunca devemos parar
de aprender”, conta a designer, que já criou tutoriais e foi
entrevistada por várias revistas da Europa. Ela se considera
uma perfeccionista incorrigível: “Não consigo considerar um
projeto pronto se ele não está perfeito aos meu olhos”.
07 - Breaking Canvas
“Sempre quis criar uma peça com cores claras, que passam
uma sensação de felicidade. Isso meu levou a fazer este pôster
promocional para meu portfólio online. Ele mostra um homem
que não quer ficar preso em um tela com os outros animais.
Quer pular fora dela, onde terá liberdade.”
David CarronLocal: St. Louis, Estados UnidosO que faz: Designer Gráfico e ilustradorContato: www.avadav.com
Autodidata, David Carron decidiu se concentrar na construção de
um portfólio sólido em vez de ir para a faculdade. “Talvez esse
não seja o melhor caminho para todos, mas foi muito bom para
mim”, afirma.
Após experiência em estúdios como Beatport e agências como a
BBH, David tornou-se freelancer, trabalhando com o pseudônimo
Avadav. “Meu estilo é uma mistura de ilustração tradicional e
elementos de design vintage. Gosto de usar formas abstratas e
movimento, para deixar minhas peças fluidas. Tento das a elas
um visual orgânico, para que as pessoas decidam onde olhar
primeiro.”
08 – Lounge
“Meu amigo Cyrill Clunev me ajudou a começar este projeto
definindo algumas das cores principais e criando as bolhas. Criei
mais elementos no Illustrator e os distribui em volta da modelo.
Os efeitos de vapor foram feitos no Photoshop.”
Inovação 13
Florestas Verticais Patrick Blanc, desde criança já
nutria sua paixão pela botânica
suspendendo em seu quarto
várias plantas de parede
que corriam suas raízes até
um aquário, onde recebiam
nutrientes e fertilizantes diluidos
em água.
Quarenta e cinco anos depois, o
francês tem continuado com suas
experiências, no entanto com
escalas um tanto quanto maiores.
Por exemplo, já desenvolveu um
projeto maior que quatro quadras
de tênis para um Shopping Center
português, e outro para o Kuwait
que é tão grande quanto.
Agora a mais recente obra de
Patrick é a fachada do hotel
Athenaeum em Londres (ao lado),
que é provavelmente o perfi l mais
alto já produzido por ele. A fl ora do
jardim suspenso é composto por
mais de 12 mil plantas, que foram
cuidadosamente selecionadas de
acordo com os cuidados básicos
como viabilidade de sustentação,
condições climáticas, e até
mesmo forças naturais como
vento e chuva.
Notícias
VERDES.Aqui você ira encontrar o que esta acontecendo no design sustentável.
14 Inovação
AquaIris fi ltra água contaminada sem eletricidade
A designer Tal ia Radford
criou o AquaIris em resposta
à intensif icação da crise
mundial de água. É elegante,
portátil, e o melhor: não utiliza
eletricidade, o que é de extrema
importância já que muitos países
que tem presente o problema
de contaminação de água
também não possuem meios
de gerar eletricidade de modo
democrático.
Seu funcionamento é simples:
a água contaminada entra pelo
utilitário na parte superior, passa
por um filtro descartável (no
entanto pode ser reutilizável),
em seguida passa por uma série
de nano cristais onde raios UVB
são convertidos em UVC que
funcionam como germicidas
purifi cando a água que passar.
A qu e s t ã o a p o n t a d a , e
solucionada, pela designer é
bastante relevante, já que 1 em
cada 6 pessas não tem acesso a
água potável de maneira segura.
Visite o blog da designer
http://taliaradford.blogspot.com.
Inovação 15
Projeto Teori traz criações em bambú
A Teori lançou o projeto chamado
Laminated Bamboo Lumber, que
conta com os seis designers
Daisuke Izumi, Haruki Senda,
Hiroyuki Kato, Teppei Mihara,
Yousuke Shimizu, Yousuke Shimiz,
Yusuke Tsujita, desenvolvendo
peças em bambú provenientes
de Kurashiki.
Fazem parte da coleção móveis,
peças uti l i tár ias e peças
decorativas, como relógios,
cabides, fruteiras, lâmpadas,
vasos, etc.
O bambú está cada vez mais se
popularizando justamente por
se aliar ao conceito sustentável
e responsabilidade com o meio
ambiente, pois seu rápido
crescimento e fácil cultivo, traz
uma extração menos agressiva
ao meio ambiente, passando
longe pela crise causada por
madereiras em geral.
E além de agregar valor
sustentável às peças, o bambú
também alia grande valor
estético, trazendo traços únicos
e inúmeras possibilidades de
formas.
Xixi no banho!
A Tok&Stok também abraçou
seu lado sustentável e criou
a linha Zine, formada por
utensílios como descanso
de panela, bandeja e enfeite
de mesa, os quais têm como
diferencial a sua composição.
Todos foram confeccionados
artesanalmente, usando apenas
folhas de revistas recicladas,
enroladas e prensadas.
Os produtos foram desenvolvidos
no Vietnã e são vendidos por
preço de produto importado.
A idéia pode ser adaptável,
podendo usá-la para criar
outros utensílios artesanalmente
em casa. Dessa forma, com
a criatividade, muito papel
que seria jogado poderá ser
reaproveitável.
16 Inovação
Ecotelhado
Não é de hoje essa preocupação
com o meio ambiente. Uma
empresa desenvolveu um
sistema de construção de
telhados verdes feito a partir de
material reciclado, apresentando
grandes vantagens térmicas,
acústicas, economia de energia,
e é claro, qualidade de vida.
O sistema é formado por uma
telha modular, a Ecotelha®,
que é produzida a partir de um
substrato rígido composto de
concreto leve com agregado
de E.V.A. reciclado, fibras
e expansores, vegetação
específica da família das
crassuláceas e substrato
nutricional.
As plantas selecionadas para
o Ecotelhado® possuem o
mecanismo da fotossíntese
chamado, metabolismo ácido
das crassuláceas, que as faz
resistente à seca. Elas fecham
os estômatos durante o dia e
trocam gases durante a noite
de forma a não perder água,
fazendo assim um metabolismo
mais lento.
A peça é comercializada pronta,
sai do viveiro da empresa
(plantada e enraizada) direto
para ser fixada no telhado já
existente.
Segundo a empresa , a
Ecotelha agrega nutrientes
que proporcionam retenção de
água das chuvas e a drenagem
do excedente, evitando assim
a erosão e ajudando a coibir
enchentes em grandes centros
devido à retenção.
O Ecotelhado® pode ser
colocado sobre qualquer telhado
existente, seja de fi brocimento
de 6mm ou mais de espessura,
telhas cerâmicas, de concreto, ou
laje pré moldada com estrutura
para receber essa carga, pois
o m² pesa aproximadamente
50kg.
Entre as telhas atuais e o
Ecotelhado® é colocada a
geomembrana de PEAD de
0,5mm para aumentar a
estanqueidade do sistema e
uma manta de feltro para manter
a umidade, reserva ideal de
nutrientes.
Para os pregu içosos , a
manutenção da telha verde
é quase inexistente - podas e
regas - devido ao tipo de planta
utilizada no produto.
Inovação 17
Urso persa
O título pode ser engraçadinho, mas a criação de Lise Lefebvre foi feita para pensar! A
artista juntou um velho tapete persa reformado, madeira, olhos de vidro e um conjunto
de focinho, boca, dentes e língua feito em plástico. O resultado é algo totalmente
inusitado que ousa brincar com a ideia de misturar um clássico dos tapetes com
um clássico da estupidez (afi nal, transformar um ursão em algo para decorar
e pisar não parece muito sensato, né?!).
Eco-DesejosB e l o s o b j e t o sq u e n ã o t e d e i x a r a m c o m d o r n a
Consciência Mochila ADPAC
As bolsa unissex são desenvolvidas a
partir da utilização de tecido de fi bra
reciclada, borracha de câmara de
pneu reutilizada, forro de malha, fi bra
de bambu e enchimento de bucha
vegetal. O sistema produtivo inclui
o beneficiamento da borracha de
câmara de pneu e permite aproveitar
as sobras dos materiais empregados.
A câmara de pneu reutilizada, devido
ao corte empregado e à aplicação no
produto ,torna o objeto único e exclusivo.
As bolsa unissex são desenvolvidas a
partir da utilização de tecido de fi bra
reciclada, borracha de câmara de
pneu reutilizada, forro de malha, fi bra
de bambu e enchimento de bucha
vegetal. O sistema produtivo inclui
o beneficiamento da borracha de
câmara de pneu e permite aproveitar
as sobras dos materiais empregados.
A câmara de pneu reutilizada, devido
ao corte empregado e à aplicação no
produto ,torna o objeto único e exclusivo.
Jogos Americanos Sol e Lua
Os jogos americanos são feitos de papel certifi cado pelo FSC, com alta
gramatura e laminação que tornam muito mais durável o que seria
descartável. As laminações desse tipo normalmente são feitas em BOPP,
à base de petróleo, mas o designer usa um novo sistema que mantém as
propriedades de isolamento, permitindo a limpeza com pano úmido, sem
derivados de petróleo.
Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma
solução formal de qualidade para esse objeto do cotidiano.
gramatura e laminação que tornam muito mais durável o que seria
descartável. As laminações desse tipo normalmente são feitas em BOPP,
à base de petróleo, mas o designer usa um novo sistema que mantém as
propriedades de isolamento, permitindo a limpeza com pano úmido, sem
Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma Os grafi smos Sol e Lua fazem parte da série São Paulo, e trazem uma
18 Inovação
Canetas e estojos arco-íris
A área do projeto Jarí na Amazônia – correspondente à metade da Bélgica
– deixou de ser sinônimo de desmatamento. Dos 1,3 bilhão de hectares,
545 mil hectares hoje são certifi cados e autorizados pelo FSC para manejo
sustentável pela Orsa Florestal. A empresa produz madeira tropical serrada
e benefi ciada a partir de mais de 20 espécies nativas comerciais, entre elas
Angelim-pedra, Angelim-vermelho, cedrinho, cumaru, cupiúba, itaúba, jatobá,
louro-faia, , maçaranduba, mandioqueira escamosa, mandioqueira lisa, orelha
de macaco, pequiá, pegularana, quaruba cedro, quaruba fi ssurada, quaruba-
rosa, sucupira, tanibuca, tatajuba e taxi-preto. O trabalho de Pedro Petry
valoriza a diversidade de cores dessas espécies, em canetas de diferentes
formatos que trazem impresso o nome científi co da árvore de onde foram
retiradas. Pedro ministra ofi cinas em cooperativa de jovens marceneiros,
apoiada pela Fundação Orsa. A Orsa Florestal realizou um inventário
no qual constam 600 espécies de madeira.
Banco Ianomami
O banco Ianomami leva este nome por motivos óbvios. Inspirado na tribo
indígena, a idéia inicial veio justamente da principal característica deste
povo: a faixa vermelha pintada sobre os olhos feita com urucum. E
o banco é puro design, mas sem esquecer um fator fundamental: a
preservação do meio ambiente. Sendo assim, tirando cinco parafusos,
todo o resto é natural e eco-compatível.
Até nos mínimos detalhes, dá orgulho de ver o tecido do estofamento e a
embalagem por exemplo, são de algodão colorido. O que isto tem demais?!
É que o algodão não tem corantes, pigmentos, nada, apenas técnica; ele já
nasce colorido. Tudo graças a um material desenvolvido pela EMBRAPA da
Paraíba, que conta atualmente com 4 cores “cultivadas”: verde, rubi, bege e
azul. Outra coisa legal é a estrutura do banco! Ela usa um cipó encontrado em
árvores da região Amazônica. O detalhe é que trata-se de um parasita que com o
tempo se desenvolve e acaba matando a planta. A sua extração é super-benéfi ca para
a fl oresta. Já a madeira utilizada é o MDF certifi cado e revestido com embuia.
Para saber mais sobre o Sérgio e suas criações, envie um e-mail para [email protected].
Inovação 19
Mostrando o que é preciso para estar no mercado sustentável.
A Fibra é um estúdio de inovação que investiga na natureza soluções
para um design pleno, mas sustentável. Através da pesquisa,
produção e aplicação de novos materiais, a Fibra busca integrar
o meio ambiente e a sociedade, com projetos que promovam um
mercado justo – com prioridades sociais, econômicas e ecológicas.
A Fibra acredita que o design é uma ferramenta que pode contribuir
para a transição da sociedade rumo a uma existência mais
sustentável. Seu diferencial está em aplicar conceitos e estratégias
de desenvolvimento e inovação que visam promover o surgimento
de uma nova geração de materiais, processos, produtos e serviços
mais sustentáveis.
A missão da Fibra é oferecer soluções em design que contribuam
para uma disseminação de conceitos que transformam atitudes,
por meio da criação e gestão de projetos que prezam pelo equilíbrio
entre a atividade humana, a preservação da biodiversidade e o uso
racional dos recursos naturais.
A Fibra é uma empresa que pensa no design como ferramenta
que incorpora visões sitêmicas, sustentabilidade, acessibilidade,
exploração de novos materiais, e suporta economias locais. É
uma ferramenta de inovação que tem de ser usada na concepção
de produtos, materiais e serviços economicamente viáveis,
ecologicamente corretos e socialmente justos.
FORMAÇÃO E BREVE HISTÓRICO
A Fibra é formada por jovens empreendedores, recém formados na
faculdade, que compões uma equipe multidisciplinar, com visões
complementares da economia, engenharia e design. Com menos de 05 anos de atuação, já coleciona importantes prêmios nacionais
e internacionais – e o IDEA Brasil. Entre 2005 e 2009 a empresa participou do processo de incubação na Escola Superior de Desenho
Industrial da Universidade do faculdade para uma sede própria, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, apontada como uma área promissora
da cidade, que receberá grande aporte de fi nanciamento público-privado destinado a melhorias urbanas.
Em um sobrado de 03 andares do fi nal do século XIX, a Fibra conta com uma ofi cina de marcenaria própria, utilizada como ateliê de
pesquisas e desenvolvimento, e como local de produção de materiais, móveis e objetos exclusivos – como o skate Folha Seca, a Bicicleta
Chico e o Compensado de Pupunha.
Ecobrindes Banana Plac
Design: Fibra Design Sustentável
clientes: Coca-Cola, VALER, Fator 8, Rede Energia, entre outros
Linha de brindes desenvolvida para atender ao mercado corporativo.
Através desse projeto foi possível alavancar a produção do BananaPlac,
gerando emprego e renda para Itariri - região bananicultora, onde
se situa a unidade produtiva do material.
Mesa Bruno
Design: Fibra Design
Produzida em Compensado
de Pupunha, a mesa remete a
estética do mobiliário tradicional
japonês e valoriza a textura da
palmeira. Desenvolvida sem o uso
de pregos ou parafusos, através
de técnica de encaixe com
laminado de bambu orgânico.
Inovação 23
PORTIFÓLIO DE SOLUÇÕES
Design de Produtos: A Fibra busca o menor impacto ambiental
em seus produtos, considerando sempre os aspectos sociais e
econômicos de seu ciclo de vida. A comunicação é também parte
fundamental do processo de criação, e todo projeto é encarado como
um veículo de disseminação de conceitos de sustentabilidade. O
estúdio oferece soluções completas em seus projetos: da concepção
inicial ao produto fi nal
Design de Espaços: Projetos focados na relação do ser humano
com o ambiente, considerando-se o layout e distribuição do espaço,
mobiliário, sinalização, identidade visual, iluminação, sonorização,
entre outros. No Design de Espaços, o uso de produtos sustentáveis
proporciona ao usuário a experimentação sensorial dos conceitos do
projeto, o que torna sua disseminação mais abrangente. O estúdio
oferece soluções completas em seus projetos: da concepção inicial
ao espaço fi nal montado.
Ecobrindes: A fi bra oferece o serviço de desenvolvimento de produtos
promocionais personalizados, de acordo com as necessidades e
limite orçamentário informado pelo cliente. O estúdio atua em todo
processo em projetos desta naturaze: desde o briefi ng inicial a
produção e entrega fi nal dos ecobrindes, e procura sempre utilizar
materiais sustentáveis e envolver fornecedores solidários na produção.
Além disso, a Fibra oferece em seu portifólio brindes produzidos pelo
Grupo Eco e Rede Asta – duas das principais instituições nacionais
que atuam na comercialização de produtos de economia solidária.
Design de materiais: O design de materiais aproxima a engenharia
de materiais ao design de produtos. A Fibra pesquisa e desenvolve
novas matérias-primas, com objetivo fi nal de levá-las ao mercado,
seguindo uma metodologia própria e reconhecida, que segue as
fases descritas ao lado. O estúdio atua tanto por encomenda quanto
por demanda interna.
Consultoria em Sustentabilidade: A Fibra dispõe de uma base
de dados de produtos, materiais e tecnologias sustentáveis. Este
conteúdo é utilizado na orientação a outros profi ssionais criativos
(como arquitetos, designers, decoradores e artistas plásticos) que
desejam aplicar conceitos de sustentabilidade em seus projetos.
Palestras e Workshops: Adisseminação e troca de conhecimento é
uma das melhores maneiras de gerar novas idéias, novos valores e
mudanças de atitudes pessoais e coletivas. Com base nessa fi losofi a,
a Fibra realiza palestras e workshops pelo Brasil abordando o papel
do design na transformação da sociedade rumo a sustentabilidade.
O estúdio atende também a demandas específi cas, sejam elas
acadêmicas ou corporativas.
Skateboard Folha Seca
Design: Fibra Design
co-design: LETS EVO
Fruto de um projeto de desenvolvimento
aberto na web, realizado em parceria com Lets
Evo, o skateboard Folha Seca é um produto
não-madeireiro, produzido com BIOplac, um
material desenvolvido pela Fibra através da
observação de técnicas de comunidades
tradicionais e da exploração da variedade
de famílias botânicas no Brasil. O material
foi vencedor do iF Material Awards 2008 e
o produto nomeado para a fi nal do VOLVO
Sports Design 2008.
24 Inovação
PRINCIPAIS PROJETOS
Bicicleta Chico
Produto desenvolvido com base em conceitos de consumo consciente
e desenvolvimento sustentável. Fabricada em natural da criança,
contribuindo para a redução no uso de materiais e estimulando a
consciência ambiental nos pequenos. Projeto premiado com troféi
de prata na categoria Eco-design do prêmio IDEA Brasil, em 2009.
Compensado de Pupunha
Material produzido a partir de estipes desperdiçados na produção
do palmito sustentável de pupunha. Vencedor do IF MaterialAwards
Gold, considerago o Oscar do design mundial.
BananaPlac
Painel laminado composto por fi bras de bananeira e resina de origem
vegetal(atóxica e biodegradável). Desenvolvido em parceria com
a artesã Genilda Morais, sua produção contribui para a geração
de emprego e renda em Itariri, SP, uma das regiões com os piores
índices de IDH do estado de São Paulo. O material é aplicado na
produção de objetos de papelaria, design e jóias e também no
mercado de decoração, como painel de revestimento.
Skateboard Folha Seca
Fruto de um projeto de desenvolvimento aberto na web, realizado
em parceria com Lets Evo, o skateboard Folha Sec é um produto
não-madeireiro, produzido por BIOplac, um material desenvolvido
pela Fibra através da observação de técnicas de comunidades
tradicionais e da exploração da variedade de famílias botânicas
no Brasil. O material dói vencedos do IF Material Awards 2008 e
o produto nomeado para o fi nal do VOLVO Sports Design 2008.
Inovação 25
Reutilizar as aparas do papel usado na criação de uma peça está se tornando um serviço viável para agências de publicidade.
Diferentemente do reciclado comum, o Reciclato, produzido por uma empresa de Papel e Celulose, é o primeiro papel offset 100%
reciclado e feito em escala industrial no Brasil a partir de aparas pré (75% da composição, correspondendo ao material reciclado dentro
da fábrica) e pós-consumo (25% de material vindo de coleta urbana).
Inclusive, o papel Reciclato possui o selo FSC (Forest Stewardship Council, em português Conselho de Manejo Florestal) que garante a
rastreabilidade do papel certificado e atesta o correto manejo nas florestas.
Aqui mostraremos pessoas que fazem arte de um modo diferente, pessoas que reaproveitam coisas orgânicas, criam novos mundos, aproveitam o que seria jogado no lixo, mostramos a arte literalmente de mãos dadas com o planeta, com a vida.
Aqui mostraremos pessoas que fazem arte de um modo diferente, pessoas que reaproveitam coisas orgânicas, criam novos mundos, aproveitam o que seria jogado no lixo, mostramos a arte literalmente de mãos dadas com o planeta, com a vida.
30 Inovação
VitchéUma criança no carro aponta uma árvore morta com um olho
pintado, no centro da avenida Brasil, em São Paulo. O olho chora
sangue e o pai não se interessa pelo assunto. O governo precisa
urgentemente arrancar aquele resto de árvore da avenida, antes
que incomode mais pessoas... Esse tipo de conseqüência é comum
nas expressões do grafite do Vitché. Pela não-banalização da arte
do grafite, o artista se agarra aos pormenores: “A quantidade não
aponta quem está necessariamente observando. Até uma vernissage,
as 200 pessoas que podem estar lá não estão vendo. Não é uma
preocupação de massa ver alguma coisa”
Além dos olhos sangrentos, os personagens de um circo imaginário
estão nos inúmeros tipos de superfície que Vitché utiliza para
demonstrar sua sensibilidade. Em uma tarde em sua casa, no
bairro do Cambuci (São Paulo), soubemos que novas preocupações
e pensamentos que passam pela cabeça de uns dos grandes
veteranos do grafite brasileiro. E 26 anos sua primeira pintura
de muro, Vitché nos convida VER seu trabalho, usando a Design
Sustentável como superfície.
DNA
Hoje esta tão dedicado este universo do grafite...Por várias coisas,
uma delas são as galerias. Ás veze, ate pela falta de opção quando
uma prota se abre, há maneiras de escapes. E todo mundo quer
ir por essa entrada como essa luz se acendesse e todos querem
desfrutar. Isso é claro, gerar atritos, fofocas, “Um acha que merecer
estar mais ali que o outro”... e é o que vai mais tirando o foco da arte.
Cada artista tem que encontrar seu foco, é como uma impressão
digital: nunca é igual. Você pode ter referencia, alguém que goste,
mais este foco de coração, só se conhece com o tempo. Depois de
se absorver tudo, deposi chega a hora em que temos que separar,
desmembrar, e lapidar para voltar ao caminho original. Isso é seu
DNA, uma coisa só sua. Hoje, meu foco está em artistas mais antigos
que tem a identidade que busco. Esses caras distanciaram-se dos
pensamentos coletivos e são mais individuais. Um cara que adoro é
o Franz Krajcberg, que tem 86 anos e está expondo em São Paulo.
Não que eu não goste dos artistas do griffiti mais é que eu me vejo
mais ou menosno mesmo momento deles, de busca.
Inovação 31
Circo
O circo vem de outra coisa. Quando pego uma madeira transformo
num sonho: no caso, um bonequinho é uma fantasia. Quando faço
um boneco com madeira reciclada, procuro mostrar que naquela
madeira ainda existe um sonho. É uma boa maneira de equilibrar
o próprio trabalho para não ficar muito pesado. Até para que eu
possa conviver com isso todo dia. Vejo parte do que faço com
otimismo mas na outra parte acho que as florestas vão acabar e
que o planeta esta caminhando para sua própria autodestruição.
O lado que acha que “ainda vale apena” transcende da realidade,
pois mostra que o sonho sempre vai permanecer. Existe um lugar
que jamais será tocado e é onde encontro equilíbrio: um sonho de
DEUS, Já fui duas vezes ao Circo de Solei, Já rolou algumas coisas
no circo que é interessante. Meus bonecos do circo são pintados
com naipe de baralho e uso sempre cores do jogo (vermelho, preto)
que tem a ver com as cores antigas dos índios. Recentemente fui a
um circo na Inglaterra que não era famoso, do meio do nada, todo
brando e os personagens tinha a mesma pintura que tinha feito em
meus bonecos. Então não é bem o circo, mais a situação. Algo que
faz ir alem do que ta fazendo, como acreditar que você pode voar.
Ou ao menos que o leve para o mundo onde o homem não pode ir
destruir. Todo mundo tem talento, aparentemente são especifico,
mas você passa perceber que não. Temos talento para tudo basta
apenas desenvolver. É que agente se impõe vários limites... Lá no
fundo, podemos qualquer coisa.
“Vejo parte do que faço
com otimismo, mas
na outra parte acho
que as florestas vão
acabar e que o planeta
está caminhando para
sua auto-destruição”.
32 Inovação
1983
O começo foi mais romântico. Uma brincadeira de pintar. A primeira
vez que peguei um spray foi em meados dos anos 80. Foi uma
brincadeira na rua, do resto de tinta que usávamos para pintar o
campinho de futebol. Não sabíamos nada de graffiti, mais gostávamos
de desenhar. Riscávamos com giz e pedra. A rua não dava muita
opação: ou jogar bola, ou brincar de esconde-esconde.E de repente
estávamos desenhando na parede. Não havia nem maquina digital.
Às vezes um só tinha a máquina e a foto nem saia com boa qualidade.
Não tinha registro, mais isso é interessante, fica na memória, é o
que você guarda no seu livro interior. Comecei dançando break em
1983, e lembro que repeti na escola naquele ano, foi uma bomba.
1983 foi um boom, pois este movimento começou a sair na mídia
em todo o mundo. É engraçado por que muitas pessoas que faziam
parte disso já morreram e não são citada. Como no caso do Zélão,
um grafiteiro bem antigo ou o Vaughan Bode, grafiteiro americano
que fazia gibis e influenciou muita gente lá fora. Na verdade os
grafiteiros antigos, especialmente em Nova York, não tinha uma
referencia em livros – só mais tarde foi feito o livro da Marthe
Cooper, que é um dos mais antigos, mas na época a referencia
era a própria rua. Logo, quando vemos uma foto antiga, não havia
nada pra se preparar para ela: você estava com aquela roupa suja
e fazia parte do contexto. Na época isso tudo era mais natural, a
gente não pensava que isso ia tomar.
Olhos Sangrando
Sempre morei na rua e nela tem muitas fábricas. A cidade, como
um todo, não tem muitas arvores e as pessoas não tem uma grande
preocupação quanto a isso. Só que isso esta na nossa essência,
a nossa conexão sobre a terra. A gente esta sempre usando tênis,
como proteção para não ter contato com o planeta terra, para não
ter esse contato com o planeta. Mas somos uma coisa só e fazemos
parte dele. As grandes cidades fazem a gente perder esta conexão
muitas vezes nem faz mais falta para você. Você sai põe sua roupa,
vai trabalhar e volta... E o que eu busco é fazer novamente esta
conexão com a mãe terra. Os primeiros olhos que fiz em uma árvore
foram em tocos que encontrava na rua e não sabia o que ia fazer
com eles. Você sai para escrever seu nome nos muros e começa
a questionar o pro que de fazer aquilo e onde quer chegar. Então
peguei uns troncos e fiz uns olhos sem motivos, meio escorrido de
sangue para que fosse um sentimento, um grito, uma raiva, do que
estão fazendo com esses descansos com a natureza. Ultimamente
tenho procurado estímulos para continuar fazendo, pois a cidade
é muito forte a abafa muito.
Inovação 33
Stonehenge e Tiwanaco
Não me preocupo hoje com o graffite, ou o que não é... hoje preocupo-
me muito com o planeta, de uma forma geral. O graffite não pode
ser muito definitivo,ele tem varias caras, é meio vivo, se deixar muito
preso dentro de uma caixinha ele não ficará tão livre. Ele pode ser
basicamente urbano, mas não necessariamente. Pode ir para outros
lugares, como uma floresta. A gente conhece o urbano, mais ele
vem de outras coisas, mais principalmente da necessidade de se
expressar. Ontem mesmo estava vendo um documentário sobre
a Polinésia, em que os caras escreviam nas pedras e havia uma
expressão vinda dos primórdios. Esse negocio de tocar tambor, fogo,
caça, de expressar o seu dia na caverna... Isso aconteceu também
no Hip Hop: expressar o que esta rolando, colocar o tênis que você
usa, a roupa que você comprou no personagem que esta pintando.
Era o registro cultural de um momento. Continuo pesquisando coisas
do antepassado. Desse conhecimento o mais legal foi perceber
que pro mais que Stonehenge (Inglaterra) esteja separado de
Tiwanaxo(Bolívia), eles tem uma conexão, É o inconsciente coletivo.
O sol quando passa no portal de Stonehenge, passa no mesmo dia
em Tiwanaco: dia 21 de julho. Eles estavam talvez mais conectados
eli do que pro internet. Na realidade temos uma falsa ilusão de
evolução, pois estávamos evoluindo talvez nos dar conta de que
já sabíamos das coisas.
34 Inovação
Coletivo NeozoonQuanto vale a vida de um animal silvestre? Para algumas pessoas ele gira em torno de U$5.000,00 e,
com sorte, pode ser dividida em mais de 10 vezes sem juros. Afinal, esse é o preço médio de um casaco
de pele, objeto desejado pro pessoas para as quais a existência é um bem que pode ser negociado.
Para o coletivo Neozoon, roupas desse tipo não são sinônimos de glamour, mais provocação, atitude e
reflexão. Formado em 2008, por quatro amigos de três paises - Alemanha, França, Suíça -, o grupo constrói
suas criações baseando-se nas complexas relações entre homem e animal no contexto urbano, intervindo
de modo bastante inusitado nas principais cidades européias.
Usando como matéria-prima antigos casacos de pele descartados por compradores, o quarteto explora o
jogo de vida e morte responsável por ditar a relação entre sociedade e natureza. “Silhuetas e materiais são
combinados para criar a imagem de um animal vivo e , ao mesmo tempo, para apontar a morte por trás
disso. Também existe aspectos da presença animal no espaço urbano,a questão de sobrevivência e da
ocupação do território em locais construídos pelo homem. Esta é a parte interessante de nosso trabalho.
Você pode vê-lo a partir de diferentes ângulos diferentes coisas a partir dele”, afirma seus componentes.
Através de um processo de construção simples, os animais são desenhados no próprio casaco e colados
no muros com argamassa. Mesmo o processo de criação leva em conta a preocupação ambiental do grupo.
“Nos usamos cada pedacinho do casaco e tentamos desperdiçar o mínimo possível. Ações e pensamentos
econômicos são fundamental para nosso trabalho”, comentam.
Após observar suas intervenções, é possível não se deparar com a seguinte pergunta, quem são os
verdadeiros animais selvagens desse tal planeta terra?
“Silhuetas e materiais são combinados para criar a imagem de um animal vivo e , ao mesmo tempo, para apontar a morte por trás disso”.
36 Inovação
Jason Decaires Taylor
Eles intervêm na natureza há séculos, destruindo o meio ambiente
e comprometendo ecossistema diversos. Eles são os seres humanos,
curioso animais que, apesar de estudarem biologia, parecem não
ter aprendido uma lição básica de sobrevivência: preservar o habitat
que os cercam.
Como toda a espécie, porem, o homo sapiens possui exemplares
superiores, mas também adaptados e inteligentes. Exemplares
como Jason Decaires Taylor, artista que através de sua curiosa arte
chama atenção sobre a importância de uma interação harmônica
entre o homem e a natureza.
Inovação 37
“Você pode usar as e s c u l t u r a s c o m o forma de transmitir esperança, inspirando as pessoas a considerar suas interações com o mundo natural e a construir um futuro sustentável”. Otimista, as obras de Jason não apostam em um futuro macabro
para a irresponsável humanidade. Pelo contrario; revela uma visão
positiva dessa relação. Basta ver como ao serem mergulhadas na
água, suas estatuas sofrem um curioso processo de transformação,
virando magníficos recifes artificiais. Ao atrair vida marinha para
sua superfície de cimento as esculturas mudam sua forma e cor,
substituindo os tons de cinza por colorações esverdeadas e cheias
de vida.
“VOCÊ pode usar as esculturas como forma de transmitir esperança,
inspirando as pessoas a considerar suas interações com o mundo
natural e a construir um futuro sustentável”, afirma o artista, que
é também mergulhador profissional e já trabalhou cinco anos com
o graffiti.
Ao fazer com que o ecossistema aja sobre o homem,e não o
contrario,Jason deixa claro quem é que manda no planeta: a mãe
natureza – que tem muito a ensinar a seus filhos rebeldes. Com
grande sensibilidade, esse criativo artista nos mostra que basta
ouvirmos com atenção seus ensinamentos, sem desafiá-la, para
aprendermos muito com ela.
38 Inovação
Sang Won SungFeitas a partir de pedaços de brinquedos, utensílios domésticos ,
instrumentos musicais e outros objetos do cotidiano, as esculturas
de Sang Won Sung são prova de que qualquer material, por mais
banal que seja, pode ser transformado em uma obra de arte
Como um quebra-cabeça psicodélico, figuras de bonecos são
construídas pelas mas do coreano e a partir do encaixe de peças
aparentemente desconexas. Portanto, não estranhe se encontrar
em seu portfólio uma libélula com cauda de flauta ou uma mosca
com olhos formados com olhos de fones de ouvido. “Na hora de
montar, tento não quebrar as características originais do objeto e
sim criar um algo novo e inusitado com ele” afirma o artista, que
atualmente mora em São Paulo.
Lojas de R$1,99, casa de construção e o intenso comércio da Rua
25 de março são onde o artista realiza sua peregrinação criativa. “Se
a peça chama minha atenção, compro na hora e deixo no ateliê. Eu
não penso na obra e depois vou atrás dos materiais. Ao contrario,
acumulo objetos que encontro e depois crio a partir deles”, conta.
Em alguns casos Sang deixa a base de suas obras penduradas na
parede e chega a observá-las por um mês ate encontrar o objeto
ideal para complementá-las.
Verdadeiro estímulo à imaginação, os toys de Sang são muitos usados
na Coréia para educação artística infantil. Aliás, toy não “Não gosto
muito que meus trabalhos assim por que não faço minhas obras
pensando que são toys (a denominação hoje é valorizada como
inicialmente e se tornou industrializada), e sim obras de arte” afirma
o criativo, que constrói suas peças desde 2001 –época anterior à
popularização do termo. Obras de arte, então! E que obras!
“Na hora de montar, tento não quebrar as características originais do objeto e sim criar um algo novo e inusitado com ele”.
Surrealismo
Você pode viver e trabalhar em um
container!
Quando o norte-americano Malcom
McLean, dono de uma das maiores
transportadoras dos Estados
Unidos, criou, em 1937, o modelo
mais conhecido de contêiner
(caixa metálica para o transporte
de cargas), provavelmente não
imaginava que ele poderia algum
dia ser reaproveitado na construção
de casas.
Ecologicamente corretas, essas
moradias criativas são feitas a
partir da reutilização de estruturas
geralmente abandonadas em portos
e têm tempo de construção bastante
reduzido e custos menores.
A arquiteta catarinense Lívia Ferraro,
por exemplo, criou um modelo de
casa de 47 metros quadrados,
que transforma dois contêineres
em espaço com sala, cozinha,
banheiro, lavanderia, dormitório
e varanda, pelo custo aproximado
de R$ 39 mil.
A casa de lata possui ainda sistema
de armazenamento de água da chuva
e de tratamento de resíduos, painéis
de energia solar e paredes forradas
com lã de vidro para proporcionar
estabilidade térmica no inverno.
“Na Europa, Austrália e Estados
Unidos existem diversas residências
de alto padrão que utilizam estas
caixas metálicas.
Por isso temos o intuito de desmitificar
no Brasil essa ideia da impossibilidade
de utilizá-las como moradia”, diz
Lívia, que está prestes a entregar
uma casa-contêiner a um casal de
Florianópolis (SC).
A construção do arquiteto norte-
americano Adam Kalkin é ainda mais
luxuosa. Batizada “12 Container
House”, ela foi montada a partir
de 12 contêineres, como o próprio
nome indica, e tem dois andares
e até uma biblioteca com lareira.
A mansão inovadora está disponível
para aluguel nos Estados Unidos
a partir de US$ 6 mil (R$ 11 mil)
por semana.
Também luxuosas são as construções
da empresa norte-americana Numen
Development: casas térreas com
três quartos, três banheiros, sala
e a opção de utilizar um contêiner
como varanda.
Na cidade de Uxbridge, próxima a
Londres, na Inglaterra, funciona
desde 2008 o primeiro hotel da
Europa feito com esses retângulos
de metal: são 80 deles que dão
lugar a 120 quartos.
“Os clientes não notarão diferença
de um quarto de hotel tradicional,
mas se beneficiarão com os preços
mais baixos”, garante Paul Harvey,
diretor-executivo da empresa
idealizadora, a Travelodge, no
site oficial.
Há ainda projetos mais ousados que
incluem bairros inteiros modulados
pelos retângulos de metal.
A primeira fica em uma área de 4,5
mil metros quadrados em Cholula,
no México, onde os contêineres
empilhados criam becos, ruas e
pátios e são ocupados por galerias
de arte, cafés, lojas e restaurantes.
Já a empresa de arquitetura Urban
Space Management criou o projeto
Container City, na verdade um prédio
de quatro andares erguido na antiga
zona portuária de Docklands, em
Londres .
“Essas construções fashion são mais
voltadas para aparecer na mídia.
Não dá para utilizar os contêineres
sem qualquer cuidado térmico e
sanitário.
Não dá para enlatar as pessoas,
ainda mais em regiões muito
quentes, onde essas estruturas se
tornam verdadeiras estufas.
Agora a ideia de aproveitar os
contêineres é sensacional para
construções temporárias com a
finalidade de acolher pessoas em
situações emergenciais, como vítimas
de inundações e terremotos”, avalia
Flávia Ralston, arquiteta formada
pela Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São
Paulo (USP).
É o que fez a prefeitura de Santa
Maria, no Rio Grande do Sul.
Foram construídas cerca de 30
casas-contêiner (com quarto, sala
e banheiro, além de luz elétrica e
ligação com as redes de água e
esgoto, mas sem qualquer proteção
térmica nem acústica) para abrigar
famílias que vivem em áreas de risco
enquanto elas não são transferidas
definitivamente para casas em
construção em loteamentos populares.
“A chance de erosão em áreas
próximas a um rio tornou necessário
o deslocamento dessas famílias por
3 a 4 meses para os contêineres,
moradias transitórias, rápidas, seguras
e reutilizáveis”, afirma o secretário
Nabor Silva Ribeiro, da secretaria
Extraordinária de Supervisão de
Programas Intersetoriais da cidade.
Essas enormes estruturas metálicas
também estão sendo aproveitadas
em alojamentos estudantis.
Em Amsterdã, na Holanda, cerca de
mil estudantes pagam 320 euros
(R$ 715) de aluguel mensal para
morar em um dos 12 edifícios de
cinco andares que formam a maior
vila de contêineres do mundo.
Apesar do sucesso, deverá ser
desativada em 2016. Na mesma
linha, no ano passado, cerca de
150 estudantes do curso de Design
da Universidade de Sorocaba, no
interior de São Paulo, criaram casas
de 15 m² destinadas a estudantes
e à população de baixa renda.
“Como a estrutura denota algo
moderno e despojado, é ótima
alternativa para cidades universitárias,
que recebem um público volante
que precisa morar de forma barata”,
relata o coordenador do curso de
Design e orientador do projeto,
Marcelo Marcos Martinez Silvani.
Projeto Container Habitat, na mostra Casa Nova 2009, trabalho das
arquitetas Lívia Ferraro e Clarissa Debiazi Zomer.
Inovação 41
Consciência em cartaz
O papel da Comunicação vai muito além
de vender ou apenas informar deve também
conscientizar. Muitos designers estão
cientes disso, e passam a colocar
nas ruas e na internet imagens
não apenas lindas, mas
também com mensagens
importantes.
Miran
Escassez de água e excesso de poluição. Desigualdade sociais,
violência e mortalidade infantil. Há anos a sociedade vem caminhando
para que mazelas como estas continuem a afligir milhões de pessoas.
Mesmo com o ativismo de órgãos públicos e privados, a situação
ainda é grave em vários setores da vida em comunidade.
A esperança reside na informação. Todo estudante de comunicação
aprende que a mídia é o quarto poder porque é quem fornece as
informações que as pessoas consomem, processam e com as
quais formam suas opiniões. Durante muito tempo este poder
ficou concentrado nas mãos de poucos veículos de televisão, rádio
e jornais, mas com a internet e novas tecnologias, como o celular,
este cenário está mudando completamente.
A informação continua a ser o principal agente transformador da
sociedade, mas com a descentralização dos meios formadores
de opinião, há mais espaço para que pessoas que acreditam na
possibilidade de melhoras se manifestem.
Projetos e iniciativas podem iniciar e se difundir “ a banda larga”
ou podem iniciar regionalmente no mundo físico e ganhar força
no mundo virtual. Não há um movimento necessariamente mais
importante que o outro. Na era da abundância de informação,
propagandas e entretenimento, o importante é que assuntos
relevantes ganhem volume para que eventualmente ganhem força.
O design contribui muito para que estas informações ganhem a
força necessária por que é capaz de dar apelo visual e eficiência
de divulgação para uma sociedade que, cada vez, mais valoriza e
responde à imagem.
Pensando nisso, duas iniciativas de designers gráficos apostaram
nas possibilidades dos cartazes para reforçar mensagens de cunho
sócio-ambiental. Elas não são pioneiras, mas são atuais e queremos
acreditar que também são apenas a ponta de um iceberg muito
grande neste oceano de informações.
Rico Lins
A força da mensagem urbana.
“Resgatar a cultura dos cartazes no cenário urbano como importante
elemento da conscientização da população e da democratização
das idéias. A exposição crítica impactante e visualmente desafiadora
compõe aspectos fundamentais do design no cotidiano moderno”.
Este conceito motivou a criação da mostra “A força da mensagem
urbana” que reuniu 10 designers brasileiros para desenvolverem
cartazes com mensagens sócio-ambiental ou que simplesmente
refletissem sobre o valor da linguagem gráfica.
Silvio Silva Junior, Zé Henrique Rodrigues, Ericson Straub, Jair de
Souza, Ale Tauchmann e Alexandre Magno optaram por explorar
imagens que fizessem o espectador pensar sobre a ação do homem
sobre o planeta e a natureza.
A árvore caligráfica de Straub pede que respeitem a vida, a banana
fincada com um abridor de latas de Magno questiona a evolução do
homem. “Aplaudimos a ambição que nos empurra para frente, mas
ela está nos levando para a beira do abismo”, escreve o designer.
Jair de Souza encontrou muitos pêlos em um ovo, instigando-nos
a pensar: será que não estamos vendo os problemas que estão à
nossa frente?
Tauchmann clama por interdependência, por sustentabilidade.
Rodrigues prediz: a natureza sempre prevalece. Rico Lins pede
SOS, e com as dicas de Sílvio Silva, quem sabe o tempo não acabe.
Marcos Minini preferiu dizer mais uma vez de forma simples, direta
e necessária: “Contra a violência: educação”. Já Renan Molin pede
o fim da escravidão do futuro do país: nossas crianças.
“Com ou sem palavras, os cartazes calam a ignorância e abrem
uma infinidade de questionamentos e interpretações sobre o mesmo
tema”. Assim como a arte o design também pode criar imagens para
serem interpretadas de acordo com o sentimento do espectador.
Oswaldo Miranda, ou apenas, Miran, em seu cartaz aponta isso
com um dedo borrado de tinta.Nosso trabalho é olhar ao redor. A
mensagem está por toda parte.
Ale Tauchmann
44 Inovação
Marcos Minini
“Aplaudim
os a ambição que nos
empurra para frente, m
as ela está nos levando para a beira do abism
o”
Bom em 3,5 metros quadrado
Em 2007, o designer italiano
Pasquale Volpe com ajuda do
colega Tommaso Minneti lanõu na
internet o concurso “Good 50x70”,
incentivando criativos do mundo
inteiro a usar o espaço de um cartaz
para criar mensagens inspiradas na
causas de diferentes instituições
ativistas. Em sua segunda edição,
foram escolhidas sete instituições:
Anistia Internacional, Fundação
de Pesquisa e Medicina Africana,
Emergência, Greepeace, Liga
Italiana pela Luta contra Aids, Unicef
e WWF.
“Se você perguntar para a maioria
das pessoas, elas dirão que a
propaganda e a indústria da
comunicação como um todo vendem
coisas que elas não precisam, ou
que não podem pagar. O objetivo do
Good 50x70 é usar estas habilidades
para dar visibilidade a coisas mais
importantes do que cerveja e tênis.
É uma competição para aumentar
a consciência entre a comunidade
criativa do poder que temos para ser
uma força para o bem”. A descrição
do projeto já diz tudo.
Foram escolhidos 30 car taz
para cada uma das Instituições,
tota l izando 210 peças. OS
trabalhos escolhidos formaram um
catálogo que esta a venda no site
(good50x70.org).
Prova de que o design deve agir
como ativista foi o apoio do evento
de instituições internacionais de
peso ao projeto, como a Icograda
(Associação internacional de
Associações de Design Gráfico),
AGI (Aliança Gráfica Internacional)
BEDA (Bureau das Associações
Européias de Design Gráfico) e AIAP (
Associação Italiana de Projettazione
da Comunicação Visual).
Alexandre Magno
Jair de Souza
Renan Molin
Ericson Straub
Ela não vai precisar usar isso para se proteger vai?
Ela não vai precisar usar isso para se proteger vai?
“Os estilos de vida e de comportamento da sociedade estão mudando, e diante do contexto sócio-ambiental que se vive ainda há mudanças a serem feitas. O designer tem um papel crucial neste cenário, pois é ele quem pode pensar em novas formas de produção, consumo e descarte.”
Borracha feita em casa
A borracha amazônica faz parte da historia do desenvolvimento econômico
brasileiro. Embora os colonizadores já conhecessem este material desde
a metade do séc XV, somente em 1839 ela se tornou importante, quando
Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização.
Com a descoberta, o interesse pelo material látex brasileiro foi renovado,
e no fi nal do séc. XIX, o mundo chegou a depender da produção brasileira.
Contudo, por causa de fatores históricos, novas tecnologias e questões
ambientais, muita coisa mudou na extração e utilização do látex na seringueira.
Hoje, são varias as aplicações deste material, e com ajuda de designers
e universidades, a atividade de extração e manuseio do látex está sendo
melhorado. Esse é um trabalho do Laboratório de Tecnologia Química (LATEQ)
do Instituto Químico da universidade de Brasília, que desenvolveu o projeto
TECBOR, criado e coordenado pelo professor Pastor.
Látex feito em casa
A atividade tradicional dos seringueiros já e considerada ecologicamente
correta, pois as arvores não sofrem com a extração, ao contrario, passam
a fabricar ainda mais látex após a seringa.
A sustentabilidade na prática
48 Inovação
O respeito dos seringueiros pela fl oresta fez que a sociedade entendesse
que a atividade extrativa não é somente um meio de exploração da natureza
e sim conservação.
Depois de extraído, o látex passa por processos que o transforma em laminas.
O projeto TECBOR desenvolveu uma metodologia de trabalho que permite
ao seringueiro fazer uma borracha benefi ciada de boa qualidade, chamada
de FDL (folha de defumação líquida). A idéia é que o seringueiro constitua
com sua família ou comunidade, uma micro-usina de processamento,
dispensando intermediários.
A preparação das folhas não utiliza energia elétrica, o consumo de água
é mínimo, e os produtos envolvidos não são prejudiciais à saúde nem ao
meio ambiente.
Hoje, além do FDL, a suínas familiares produzem a folha Semi Artefato (FSA)
um tipo de borracha mais complexa. O processo de produção da FDA é
semelhante ao FDL, com a diferença ao invés do coagulamento pirolenhoso,
a borracha recebe enxofre para vulcanização. Depois de colorida, a FSA fi ca
pronta para fabricação de pequenas peças.
Esta nova tecnologia desenvolvida pelo LATEQ/UnB chamou a atenção
de designers e empresas. Alem de ser usado para materiais técnicos. O
material também pode ser usado em roupas, cintos, acessórios e objetos
decorativos. A folha de defumação liquida já foi testada com sucesso em
industrias de autopeças artefatos, recauchutagem, adesivos e solados para
calçados. Os resultados em todas as empresas se mostram favoráveis à FDL,
por que ela apresenta maior qualidade, menor tempo de processamento
em relação às outras formas de produção.
Inovação 49
Intervenção do Design
Atualmente, muitos grupos de pesquisa trabalham no desenvolvimento
de materiais e métodos de produção sustentável. Isso é uma
excelente noticia para a sociedade a para designers. Contudo,
é preciso testar na prática estes materiais, é necessário que os
designers experimentem efetivamente para então se saber das
possibilidades e limitações destas novidades.
Com o TECBOR não foi diferente. Profissionais de diferentes áreas
de desenvolvimento de produtos colocaram em pratica o uso de
FDL com resultados muito positivo. Uma das apoiadoras do material
é o Celaine Refosco, diretora do orbitato ( instituto de Estudos
Multidisciplinares em designers). Para ela, descobrir o TECBOR
foi uma grata surpresa. “É um material versátil, que já pode ser
alterado pro vários meios. Com um aspecto entre transparente e
opaco, possui caimento e peso adequados para produtos que têm
na superfície a função”.
Refosco acredita que as lâminas podem ser usadas em produtos
como luminárias, por ser um excelente difusor e pela possibilidade
de ser coloridos, e também podem ser aplicados em um alinha
completa de produtos para o lar. “A combinação dos elementos
espessura, cor, textura, tamanho e formato, fazem lâminas produtos
prontos e valor agregados pelo design. Além disso, é um material
que pode ser cortado, costurado, grampeado e enrolado”, ou seja,
se desdobra com a criatividade do designer.
Por exemplo, quem pensaria m usar laminas de látex para fazer
jóias? Pois as designers Jeanine Torres Geammal e Ana Videla o
fizeram ao desenvolver o projeto UMA. Trata-se de um kit com o qual
a pessoa cria sua jóia a partir das peças de plásticos em formas
variadas e os elos e aros em prata. Para as designers, o objetivo
era unir material sustentável e socialmente responsável com as
jóias. “Usar isso na moda propicia a discussão em um contexto
diferenciado, que ajuda na divulgação e valorização deste tipo de
iniciativa”.
Tentativas são sempre validas, e mesmo com erros é possível aprender. Foi o caso da Nó Design, que desenvolveu o Homem Elástico com a tecnologia TECBOR. O produto ficou bastante conhecido pela originalidade e estética divertida. Não houve nenhum problema no desenvolvimento ou na produção do produto a dificuldade surgiu com os usuários. Após alguns meses do lançamento do Homem Elástico, a Nó Design recebeu diversas reclamações dos clientes por que o produto se rompeu.
A Nó Design acabou levando um prejuízo financeiro e de imagem, mas nem por isso deixou de acreditar nas possibilidades novas.
Conclusão
Com todas estas experiências em mãos, podemos concluir que
é necessário que exista iniciativas como a TECBOR pra serem
criadas alternativas aos materiais e meios de produção que
existem hoje. Contudo, a intervenção do design é estratégica, pois
é o instrumento que íra agregar valor e dará posicionamento de
mercado aos novos produtos.
Outros desafios é fazer com que pessoas mudem seus hábitos
e comportamentos, especialmente quando eles parecem ser
contraditórios e inconseqüentes. É fácil aceitar o fato que as
pessoas trocam de óculos, bolsas ou eletrodomésticos a cada
seis meses ou um ano, mesmo sabendo que foram fabricados
para durar mais tempo. Aceitamos que é um comportamento
baseado na moda e consumo.
Quando a natureza nos oferece um material que tem uma vida
menor porem condizente ao tempo que o produto fica na moda,
a aceitação é muito menor. A freqüência continua a ser por
plásticos que podem durar eternidades, mesmo que seja para
usá-los apenas durante seis meses.
Achamos muito mais difícil aceitar um material natural
desenvolvido e produzido no Brasil, somente por que ele se
degrada de forma natural. A sociedade é contraditória, e o sistema
de mercado, infelizmente, continua a abusar desta situação só
pra ter benefícios econômicos.
50 Inovação
DESIGN GRÁFICO Também pode ser sustentávelA t u a r n a f o r m a sustentável não se refere apenas a levar em consideração questões de produção e c o n s c i e n t e d e produtos. Significa t rabalhar para a melhoria da qualidade de vida da população d e m o d o g e r a l , inclusive do design de uma das ferramentas mais importantes da sociedade atual: a informação.Este é o trabalho da Área de Comunicação, Design e Multimídia
(ACDM) do projeto Piatam, desenvolvido na Floresta Amazônica.
Para entender o trabalho dos designers primeiro vamos falar
um pouco sobre o Piatam. O projeto foi criado para monitorar as
atividades de produção e transporte de petróleo e gás natural
oriundos de Urucu. Foi criado em 2000 pela Universidade Federal
do Amazonas (UFAM), um apoio do Fundo Setorial de Petróleo e
Gás Natural, e hoje é coordenado em conjunto com a Petrobras.
Concebido como um projeto sócio-ambiental, o Piatam promove
excursões para coleta de dados no trecho do Rio Solimões por onde
navegam os petroleiros. Nos 400 km percorridos pelo barco, nove
comunidades ribeirinhas são visitadas. No percurso, cientistas e
pesquisadores coletam informações que são integradas em um
banco de dados ligado a um sistema de informações geográficas,
que, por sua vez, são usados para criar mapas de sensibilidade
ambiental.
No decorrer das excursões, sempre acontecem descobertas.
Técnicas de sensoriamento remoto por satélites revelam novos
dados sobre a floresta e seu ciclo hidrológico. Os pesquisadores
já identificaram espécies de peixes até então desconhecidas na
região e, em 2007, 22 sítios arqueológicos foram encontrados.
Outro papel do Piatam é sistematizar as informações que podem
servir de subsídio para eventuais reservas da indústria petrolífera.
Mas sua importância está mesmo na imensa contribuição para
a ampliação do conhecimento científico sobre o ecossistema
amazônico. Nesta empreitada, trabalham mais de 200
pesquisadores, divididos em diversas áreas, entre elas, a área de
Comunicação, a ACDM.
O design em ação
A missão do ACDM é fortalecer a identidade do projeto Piatam e
integrá-lo junto a seus diversos públicos de interesse por meio
da divulgação do conhecimento elaborado pelos pesquisadores.
A equipe é multidisciplinar e formada por designers, jornalistas,
pedagogos, relações públicas e artistas plásticos. Somente o
setor de Design e Multimídia é composto por dois designers, sete
estagiários e uma pedagoga.
Por meio do design, o grupo colabora com a inclusão dos
moradores trabalhando com a divulgação das informações
relacionadas ao projeto sempre aliada ao cuidado com o projeto
gráfico. Há quatro anos, a equipe vem planejando, organizando e
executando projetos visuais, impressos e digitais para o Piatam.
Os designers interagem com todas as áreas de pesquisa do
Projeto desenvolvendo os trablhos com os mesmo princípios
para soluções visuais e ergonômicas adequadas à características
sócio-econômicos e culturais da região. O ACDM também executa
atividades de assessoria e apoio pedagógico com a comunidade,
apontando estratégias e trabalhos que ajudem na formação da
comunidade, e atendam a sua diversidade sociocultural.
52 Inovação
Um dos primeiros passos foi o desenvolvimento da identidade
visual para eventos gerais e de áreas do Piatam, assim como uma
programação visual para as publicações cientificas do projeto. No
entanto, é com a comunidade que o trablho de design tem um
verdadeiros papel social.
O objetivo dos designers era apresentarr à sociedade local as
atividades do projeto por meio de recursos lúdicos e didáticos.
Para isso foi desenvolvido um personagem, chamado Piatamzinho,
recurso que sempre ajuda a cativar o público infanto-juvenil.
Depois de pesquisas com as crianças, a equipe de criação optou
por usar a imagem do barquinho, tão utilizado nas pesquisas
do Piatam. Também foram lançados produtos, como cartilhas,
folhetos e os tradicionais brindes (bolsas, pins, canetas, adesivos
e camisetas)
Uma outra iniciativa dos designers foi transformar os conhecidos
jogos de tabuleiros em atividades com enfoque ecológico e com
dimensões desproporcionais, incentivando que as crianças
brincassem em grupos. Os jogos de memória, quebra-cabeça, e
dominó, todos traziam várias ilustrações que remetiam à flora e
fauna típicas de floresta.
A atividade de maior destaque foi a ilha Piatamzinho, que
desencadeou todas as atividades da I mostra Piatam de Recursos
Didáticos Interativos. No evento fopi apresentado o seu principal
produto, o site Piatamzinho.
O site é uma verdadeira ferramenta de educação ambiental. Para
seu desenvolvimento foi uma feita uma pesquisa que envolveu
200 alunos de duas escolas públicas, duas da rede particular e
de duas instituições de educação ambiental. O objetivo era saber
qual o interesse destes estudantes quando navegam pela internet,
onde fazem suas pesquisas escolares, quais sites mais visitados
e como se manifestava o interesse por assuntos relacionados à
região.
Hoje, estão disponíveis no site jogos educativos e informações
científicas com linguagem adequada às crianças.
Professores e crianças podem desfrutar de seu conteúdo
interativo sobre ecossistemas, definições e jogos tudo guiado pelo
simpático Piatamzinho.
visite o site: www.piatamzinho.ufam.edu.br
Ações com as comunidades
Não foram só as crianças as beneficiadas com as intervenções
do ACDM do Piatam. Uma das inciativas com a população adulta
foi o projeto Ateliê Comunitário Biobijuterias. Seu conceito é bem
simples e não é novidade – mas porque mexer em time que está
ganhando, certo? Trabalha com o desenvolvimento de artesanato
comunitário, visando o resgate cultural, geração de renda e novas
oportunidades de trabalho.
As comunidades escolhidas para a participar são aquelas na
área de influência do Piatam e o projeto pretende atender
principalmente mulheres e jovens entre 18 e 30 anos. A equipe
verificou que este grupo é o mais carente de oportunidades de
geração de renda. O ateliê-piloto dará espaço para os participantes
produzirem suas peças, bem como a oportunidade de receberem
cursos e oficinas que potencializem a atividade artesã.
Em cada comunidade será feito um estudo preliminar dos
materiais que já são usados no artesanato, e depois será feito
um levantamento das espécies com potencial uso no design.
Em virtude da rica diversidade natural da floresta, ao final das
pesquisas, espera-se que seja coletado material suficiente para
a implantação de coleções temáticas de botânica. A carpoteca
(biblioteca de frutos), xiloteca (arquivo de madeiras) e outras
formas de inventários servirão de referência e material didático.
Por fim, os membros da comunidade serão capacitados através
de cursos técnicos, ministrados por profissionais da área do
design, que irão propor atividades relativas à coleta, utilização
beneficiamento e tratamento das matérias-primas, além de
confecção e customização de produtos.
UMA OUTRA INICIATIVA DOS DESIGNERS FOI TRANSFORMAR OS CONHECIDOS JOGOS DE TABULEIROS EM AT I V I DA D E S C O M ENFOQUE ECOLÓGICO.
Inovação 53
Entrevista com Ale Tauchmann no CD.
Não é apenas mais uma agência de design, muito menos de publicidade, a propostas da Taste é ser uma empresa especializada em consultoria criativa.
A TASTE é formada pela união de 3 profissionais com experiências
distintas e complementares, que decidiram fazer um negócio
estruturado numa proposta de trabalho que une design, direção
criativa e planejamento num modelo de trabalho estratégico
e inovador. Com experiência de mais de 15 anos, tiveram a
oportunidade de trabalhar com empresas de segmentos e tamanhos
diferentes. Dentre elas o BOTICÁRIO, TIM, DOCOL, DANONE, MONT
BLANC, UNILEVER, LILICA E TIGOR, PEPSI, KRAFT FOODS, BANCO
COMERCIAL PORTUGUÊS, HSBC, COMPANHIA DE ENERGIA DE
PORTUGAL, CAIXA SEGUROS, BERGERSON, BR MALLS, PREFEITURA
DE CURITIBA, MINISTÉRIO DA SAÚDE, BANCO DO BRASIL, MTV,
COCA-COLA, PHILLIP MORRIS, MUSEU OSCAR NIEMEYER.
Depois de nove anos integrando a equipe criativa da OpusMúltipla
Comunicação Integrada, os três últimos como diretor de criação
em design, Alessandro Tauchmann parte para um projeto pessoal e
lança no mercado a Taste, agência de consultoria criativa voltada à
gestão de marcas. Tendo também como sócios os designers Sandro
Pimentel e Renan Molin, que também faziam parte da equipe da
OpusMúltipla, a nova empresa tem como propósito atuar além do
design, coordenando todo o processo de construção da marca.
“Criamos um modelo novo, que nos permite ir da análise e definição
de posicionamento, até a criação, seja de um logotipo, uma
embalagem, um ambiente interativo ou mesmo uma campanha
publicitária”, afirma Tauchmann. Ele explica que isso será possível
graças à rede de parceiros com a qual a empresa formalizou acordos
de operação conjunta. “O grupo de trabalho será montado de acordo
com a necessidade e a própria atividade do cliente. Teremos, então,
sempre uma equipe multidisciplinar e especialista, que nos permitirá
entender com mais profundidade o negócio do cliente para propor
as soluções mais adequadas”, completa.
“A ideia de formar a Taste surgiu da nossa insatisfação com os
modelos de estúdios e agências atuais. Tínhamos visões próprias
a respeito de processos e posicionamento e entendíamos que
podíamos desenvolver um novo negócio a partir disso”, explica
Sandro Pimentel. O objetivo a longo prazo, segundo os sócios da
nova agência, “é fortalecer a cultura do design na área de negócios,
que, em nossa opinião, ainda desempenha um papel superficial no
planejamento da maioria dos anunciantes”.
A empresa inicia atividades já elaborando projetos de incentivo e
geração de conteúdo para clientes como Desmobilia, Enox, IdeaFixa,
O Boticário e MTV Brasil. Para o canal de televisão, a Taste foi
responsável pela criação da identidade do evento de lançamento
da programação 2010, realizado em março, em São Paulo. No
momento, além do atendimento aos clientes, está desenvolvendo
alguns projetos especiais, entre eles um em parceria com a revista
IdeaFixa, que será lançado em breve.
Com curadoria da Ideafixa, a
exposição Imersão aconteceu
na UP durante o NDESIGN2010.
A TASTE foi uma dos vinte
convidados a criar para a expo.
A gravadora alemã Unpopular Disclose Records e a banda Aok
convidou a TASTE para criar o novo material em comemoração aos
12 anos da banda.
56 Inovação
Ale tauchmann tem em seu
portfolio projetos executados
para marcas nacionais
e internacionais que lhe
renderam por 3 vezes o título
de profissional de design mais
premiado do clube de criação
do paraná e de profissional de
design do ano nos últimos 2
Anos pelo prêmio colunistas.
Teve seus trabalhos divulgados
em anuários, sites, exposições
e publicações especializadas
de design. É diretor de
comunicação da prodesign
pr, associação de design do
paraná.
Sandro pimentel trabalhou
em escritórios de design e
agências de propaganda, entre
elas a agência lowe de lisboa,
portugal.
Ao longo dos últimos 15 anos,
participou dos processos de
criação e gestão de grandes
marcas, sendo responsável
pela implantação de projetos
de âmbito nacional.
Renan molin passou os últimos
anos trabalhando em agências
e estúdios de design. Entre
outros reconhecimentos foi
finalista no cannes lions Design
2008 e teve seus trabalhos
divulgados em publicações
e exposições nacionais e
internacionais, entre elas
a exposição Can & did em
new york, com o poster ALL
COLORS TOGETHER criado
para a campanha do presidente
barack obama, que contou com
trabalhos de grandes nomes do
design mundial.
“A idéia de criar uma agência surgiu da nossa insatisfação com os modelos de estúdios e agências atuais”.
Inovação 57
FIBRA DESIGNMostrando o que é precisopara estar no mercado
Edição 01 | R$ 25,00
TASTENão é escritório de design, não é publicidade,isso é consultoria criativa.Entrevista exclusiva com Ale Tauchmann
GALLERYArtistas mostrando o que fazempela arte e pelo planeta
INO
VAÇ
ÃO
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