desvio postural e peso das mochilas de alunos do ensino fundamental
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO – “Lato – Sensu”
AÇÃO INTERDISCIPLINAR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM EM
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
DESVIO POSTURAL E PESO DAS MOCHILAS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
DAIANA PAULA DE ÁVILA
CONCORDIA-SC
2012
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DAIANA PAULA DE ÁVILA
DESVIO POSTURAL E PESO DAS MOCHILAS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia do Curso de Pós- Graduação apresentada as Faculdades Dom Bosco como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Especialista na Ação Interdisciplinar no Processo Ensino-Aprendizagem em Educação Física Escolar.
Orientador: Prof. Msc João Bet
CONCORDIA-SC
2012
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DAIANA PAULA DE ÁVILA
DESVIO POSTURAL E PESO DAS MOCHILAS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada as Faculdades Dom Bosco e julgada adequada como parte dos requisitos para obtenção do título de especialização na Ação Interdisciplinar no Processo Ensino-Aprendizagem em Educação Física Escolar.
Orientador: Prof. Msc João Bet.
CONCÓRDIA-SC _____/________2012. NOTA:___ ________________
Orientador
_______________________
Orientador do Curso
CONCORDIA-SC
2012
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Dedicatória
Dedico esta conquista aos meus pais Luiz e Rosani, a minha irmã Luana e
todos que contribuíram de uma forma ou de outra para que mais esta etapa da
minha formação pudesse ser concluída.
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Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar aos meus pais por terem me dado a oportunidade
de ser alguém de paz e bem no mundo, sempre dando carinho e educação, e em
nenhum momento deixaram de me incentivar aos estudos.
Agradeço ao professor João Bet pela dedicação e tolerância à orientação
deste trabalho, e também aos demais professores pelo conhecimento repassado e
adquirido ao longo deste tempo.
Agradeço aos amigos que me apoiaram e ajudaram sempre que possível, em
especial Luan, Jéssika, Lucas, Carla e Matheus.
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“Só lutamos por aquilo que amamos, só amamos aquilo que respeitamos, só respeitamos aquilo que conhecemos.”
(Adolf Hitler)
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DESVIO POSTURAL E PESO DAS MOCHILAS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Daiana Paula de Ávila1
RESUMO
A adolescência caracteriza-se por ser uma fase em que ocorre alterações
significativas, repentinas e desordenadas, favorecendo o aparecimento ou
acentuação dos desvios posturais, e hábitos corretos na infância são importantes
para evitar sobrecargas normais em ossos em crescimento. E as posturas
assumidas durante a fase escolar tornam-se permanentes durante a vida toda. A
função primária da coluna vertebral é dotar o corpo de rigidez longitudinal,
permitindo movimento entre suas partes. Secundariamente, constitui uma base firme
para sustentação de estruturas anatômicas contíguas, como costelas e músculos
abdominais, permitindo a manutenção de cavidades corporais com forma e tamanho
relativamente constantes. Entre 7 e 12 anos, a postura da criança sofre grande
transformação na busca do equilíbrio compatível com as novas proporções do seu
corpo. A escola e a família têm grande importância na construção e consolidação de
conhecimento, capazes de atuar na prevenção de doenças, bem como em
anormalidades músculo esqueléticas, preparando crianças e adolescentes para
cuidar da sua própria saúde e bem estar. Um dos agravantes a incidências de
desvio postural é o peso das mochilas. O peso carregado é por muitas vezes maior
do que o indicado. sentido é importante que se detecte problemas para uma possível
solução. Para tal existem profissionais e avaliações que podem ser realizadas
periodicamente nas escolas. Tendo este resultado, os profissionais de Educação
física atuantes em escolas terão condições de incluir em seu planejamento ações e
praticas para prevenir ou auxiliar no tratamento de tais doenças.
Palavras-Chave: desvio, postura, Educação Física, mochilas.
1Acadêmica das Faculdades Dom Bosco do Curso de Pós-Graduação, Especialização “Lato – Sensu” em Ação Interdisciplinar no Processo Ensino/Aprendizagem.
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POSTURAL BIAS AND WEIGHT OF BACKPACKS FOR ELEMENTARY SCHOOL STUDENTS
Daiana Paula de Ávila2
ABSTRACT
Adolescence is characterized by a phase in which significant changes occur, sudden
and disorderly, favoring the emergence or intensification of postural deviations, and
correct habits in childhood are important to prevent overloads in normal bone growth.
And the positions taken during the school become permanent throughout life. The
primary function of the spinal column is to provide longitudinal stiffness of the body
allowing movement between the parts. Secondly, is a firm basis to support adjacent
anatomical structures such as ribs and abdominal muscles, allowing the maintenance
of body cavities with relatively constant shape and size. Between 7 and 12 years, the
child's posture undergoes major transformation in search of equilibrium compatible
with the new proportions of your body. The school and the family are of great
importance in the construction and consolidation of knowledge, able to act in the
prevention of diseases and abnormalities in skeletal muscle, preparing children for
their own health care and wellness. One of aggravating the incidence of postural
deviation is the weight of the backpacks. The load weight is many times greater than
that indicated. sense it is important to detect a possible solution to problems. For this
there are professionals and assessments can be conducted periodically in schools.
Having this result, the physical education professionals working in schools will be
able to include in their planning actions and practices to prevent or help treat such
diseases.
Key-words: deviation, posture, Physical Education, backpacks
2Academic of Faculdade Dom Bosco in the Course of Masters Degree, Broad Specialization " –LatuSensu " in action Interdisciplinary in the Process Teach Learning.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................9
CAPÍTULO I..............................................................................................................12
CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR.................................................12
1 CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR............................................131.1 Retrospectiva Histórica....................................................................................131.2 A Educação Física No Brasil............................................................................171.3 A Atividade Física ou Prática Esportiva...........................................................17
CAPÍTULO II.............................................................................................................20
CONCEITOS E CONCEPÇÕES DO DESVIO POSTURAL......................................20
2 CONCEITOS E CONCEPÇÕES DO DESVIO POSTURAL................................212.1 A Coluna Vertebral...........................................................................................212.1.1 Regiões da Coluna Vertebral........................................................................222.1.2 Vértebras.......................................................................................................232.1.3 Inervação da Coluna Vertebral......................................................................262.1.4 Biomecênica da Coluna Vertebral.................................................................262.1.5 Movimentos da Coluna Vertebral..................................................................282.2 Postura.............................................................................................................282.2.1 Postura e ambiente escolar...........................................................................292.3 Desvios Posturais.............................................................................................312.3.1 Escoliose, Cifose e Lordose..........................................................................322.3.2 Prevenção para desvios................................................................................352.3.3 O professor de Educação Física na prevenção dos desvios posturais.........352.4 Dores Na Coluna..............................................................................................372.6 Ergonomia........................................................................................................372.7 Peso Da Mochila..............................................................................................38
CAPÍTULO III............................................................................................................41
3 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA................................................................423.1 Objetivos Gerais De Educação Física No Ensino Fundamental......................423.2 Competências e habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Médio em Educação Física de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais:..............433.3 Proposta Curricular de Santa Catarina............................................................453.4 Metodologia A Ser Adotada Para Avaliar Os Desvios Posturais......................473.4.1 Etapas da aplicação da metodologia............................................................47Primeira etapa – devem ser convidados os alunos que se dispuserem a avaliação para participarem da amostra;...............................................................................47Segunda etapa – deverá ser feita a coleta dos dados, avaliação postural e pesagem da mochila..............................................................................................473.4.2 Instrumentos de coleta..................................................................................473.4.3 Tratamento estatístico:..................................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................51
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INTRODUÇÃO
A posição ereta bípede do homem resultou da evolução da espécie em
milhões de anos de seleção natural, segundo a concepção darwiniana, pela qual as
espécies que apresentam variações favoráveis são preservadas e as que
apresentam mudanças desfavoráveis tendem a ser destruídas. (KNOPLICH, 1989).
As mudanças nos hábitos de vida do homem moderno, facilitadas pelo
avanço tecnológico, e a informatização globalizada, acabaram por predispor os
indivíduos a problemas de coluna vertebral, já que a grande maioria passa muito
tempo em uma mesma postura e de forma inativa (POLITANO, 2006).
Estas mudanças de hábitos fazem parte também do cotidiano da criança e do
adolescente que permanecem sentados por muitas horas na escola e nas atividades
de lazer típicas dos dias atuais – tais como uso de vídeo-games ou computadores, e
com certeza em uma postura inadequada.
Gracioli e Gatti (2005), afirmam que no período escolar, as chances de se
desenvolverem alterações posturais são maiores, principalmente para os que e
estão ingressando na 5ª série / 5º ano do ensino fundamental, devido as mudanças
que estão acontecendo no desenvolvimento do corpo e a grande quantidade de
materiais escolares que devem transportar para a escola.
A forma como as crianças vivem, com excesso de tempo sentados (na escola,
em casa e em outros cursos) podem contribuir para ampliar os desvios posturais.
(GRACIOLI; GATTI, 2005).
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Os desvios de postura surgem cada vez mais cedo devido a má postura
adotada pelas crianças, quando na utilização de vídeo-games, TV, e inclusive do
inadequado mobiliário escolar.
As políticas públicas deveriam dar mais atenção a este fato, na maioria das
vezes os desvios tendem a piorar. É necessária uma avaliação ergonométrica para
um móvel adequado e juntamente com orientações sobre a postura adequada,
buscar a prevenção de desvios (SCHMIT et al, 2009).
Agravando estes fatores observa-se mochilas escolares excessivamente
pesadas, situações potenciais que podem desencadear alterações na postura
corporal, fazendo surgir inúmeras alterações na coluna vertebral, comprometendo as
condições de saúde das crianças e dos adolescentes na fase escolar (BIAVA; LIMA,
2009).
Neste sentido é importante que se detecte problemas para uma possível
solução. Para tal existem profissionais e avaliações que podem ser realizadas
periodicamente nas escolas. Tendo este resultado, os profissionais de Educação
física atuantes em escolas terão condições de incluir em seu planejamento ações e
praticas para prevenir ou auxiliar no tratamento de tais doenças.
Em relação ao desvio postural como problema de saúde, Santos (2007)
esclarece que é evidente que grande parte da população mundial sofre com dores
nas costas devido a problemas posturais, muitos deles adquiridos na escola, pois a
fase escolar é de grande importância na formação da criança, mas também pode vir
a comprometer sua saúde, por exemplo, ao passar muito tempo sentado em posição
inadequada, poderá vir a desenvolver distúrbios posturais futuros. A detecção
precoce e prevenção desses problemas, juntamente com a orientação quanto à
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postura correta e a melhor forma de se exercitar são indispensáveis, já que devido a
boa flexibilidade a criança geralmente não apresenta dores.
Em estudo feito por Mioranza (2007), em relação à quantidade de material
escolar conduzido, observaram que a grande maioria dos alunos (48%) conduzia
uma quantidade de material de 4,1 a 6 Kg e 33% dos alunos de 2,4 a 4,0 Kg e
apenas 19% conduziam a quantidade inferior a 2,3 Kg, passando aos 10% o peso
das mochilas o que poderá trazer grandes prejuízos à coluna vertebral.
Num estudo com escolares, Pinto e Lópes (2001), verificaram que dentre os
205 alunos avaliados, 58,6% de desvios no dorso lombar.
Em outro estudo realizado por Martelli e Traebert (2004), com uma amostra
de 344 alunos, constatou-se que a prevalência de alterações posturais de coluna
entre os escolares de Tangará, SC, foi de 28,2%. Os indivíduos mais baixos e com
menor peso corporal apresentaram mais alterações posturais em relação aos seus
colegas mais altos e com maior peso corporal.
Rego e Scartoni (2007) realizaram um estudo onde os resultados apontam a
prevalência de dorsalgia na região da coluna vertebral e média de permanência na
posição sentada de +/- 2h/dia, bem como o hábito de conduzir mochilas com peso
excessivo. As alterações posturais de maior evidência detectadas foram à escoliose
e o desnivelamento de espinha ilíaca anterior superior em 51% dos alunos.
Contriet al apud Barbosa (2010), em estudo realizado, com escolares do 2º ao
5º ano do Ensino Fundamental, destaca que eles são mantidos em sala de aula em
posições incômodas e inadequadas por longos períodos durante o dia, de semanas,
meses e anos, ficando suscetíveis a desenvolver padrões posturais não saudáveis.
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CAPÍTULO I
CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida (BETTI, 2002, p.75).
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1CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
1.1 Retrospectiva Histórica
Os povos primitivos tinham movimentos naturais para sua sobrevivência. A
exercitação intensa e os movimentos corporais diversos eram necessários para que
pudessem exercer atividades como pescar, fugir de animais ferozes, caçar. Esse
tipo de movimento é a principal característica de atividade física praticada por eles.
Por ser um povo nômade e ter habilidades essenciais à sua sobrevivência,
os movimentos que executavam davam a eles força e vigor físico. Quando
começaram a viver de maneira sedentária, se fez necessário que dominassem
técnicas elementares de agricultura e domesticação de animais, o que foi
imprescindível à nova forma de organização social.
Quando o povo se tornou sedentário, alguns grupos já estabelecidos
passaram a levar uma vida mais sedentária, começaram a perder os embates para
as hordas nômades possuidoras de maior resistência física.
Quando os grupos sedentários perderam diversos embates, perceberam que
precisavam fazer algum tipo de atividade física organizada e constante, onde o
objetivo era se preparar para possíveis ataques futuros, e desse modo os
treinamentos passaram a ter finalidades específicas. Pode-se entender então que
nesta época a Educação Física foi estabelecida como preparação para confrontos,
tendo caráter militar e guerreiro.
A efebia ateniense, que nasceu com a finalidade de preparar para a guerra,
torna-se escola também intelectual; o ginásio, destinado aos exercícios físicos a
serem praticados nus, torna-se também lugar de exercitações culturais, para os
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filósofos. Os dois tipos de competição, as do corpo e as da mente andam juntas. Em
seguida, paulatinamente, apesar de um período de euforia da ginástica entre os
séculos II e III d. C., as exercitações intelectuais terão a prevalência e a antiga
unidade entre físico e intelectual estará definitivamente perdida. (MANACORDA,
2001, p. 69).
A Educação Física sempre esteve presente na vida da grande maioria das
pessoas, de um modo geral o movimento corporal por elas realizado. Porém há
muita discordância sobre Educação Física e Esporte. Oliveira (2004, p. 51) nos
afirma que:
Afinal, o que é Educação Física? O que não se discute é o seu compromisso em estudar o homem em movimento. O que também se aceita é a ginástica, o jogo, o esporte e a dança como instrumentos para cumprir os seus objetivos. Talvez o que esteja faltando seja a elaboração consciente e adequada desses objetivos. E mais, como desenvolver essas atividades. Não se discute, também, - independente do ângulo do observador, que a Educação Física existe em função do homem, enquanto ser individual e social. Nessa medida, é cultura no seu sentido mais amplo, fertilizando o campo de manifestações individuais e coletivas. É transmissora de cultura, mas pode ser acima de tudo, transformadora de cultura. Incorpora conhecimentos da Medicina, mas ninguém será capaz de considerar o professor de Educação Física como aquele que cura.
No Brasil a história da Educação Física esteve ligada à política educacional,
sendo que ao longo de sua história, contou com a contribuição de setores
diferenciados da sociedade como os imigrantes e militares, em diferentes momentos
e partes do país, que com suas ações proporcionaram lazer, formação corporal e
disciplina, utilizando jogos, exercícios físicos, recreações e competições.
Compreendendo a historia da Educação Física, Souza Junior (2005)
assegura que ela configura-se historicamente em quatro grandes momentos: o
primeiro caracterizado, por uma História dos ideários Pedagógicos, tendo como
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grande proeminente Fernando de Azevedo (1960) e a obra “educação física: o que é
o que tem sido e o que deveria ser”.
O segundo momento configurado como História Oficial e episódica, tem em
Marinho (1943), seu grande representante, com duas importantes obras:
Contribuição para a história da Educação Física no Brasil (1943) e História Geral da
Educação Física (1980). Essa história da educação Física faz estudos de longos
períodos a partir de documentos oficiais e coletados principalmente em um único
local: os arquivos da Biblioteca Nacional.
No terceiro momento, a educação física se fundamenta na concepção de
História Marxista, tendo como autor e como obra de maior destaque,
respectivamente, Lino Castellani Filho, com o trabalho Educação Física no Brasil: A
história que não se conta (1988). Essa historiografia da Educação Física procura
reescrever a história, a partir, principalmente, da identificação das relações
socioeconômicas, objetivando opor-se a uma narrativa que apenas descreve e
agrupa os acontecimentos, procurando interpretar os fatos diante de um movimento
de resistência da valorização da disciplina Educação Física nos currículos escolares
da época.
Segundo Ferreira Neto (1995) “A história nessa perspectiva acontece e é
escrita como expressão das relações sociais que, por sua vez, são consideradas
reflexo do modo de produção da história da Educação e da Educação Física no
Brasil” (1995, p. 26).
Sousa Júnior (2005) destaca o quarto momento no qual os trabalhos se
voltam para uma perspectiva da Nova História, reconhecendo que toda atividade
humana tem história. Escrever sobre História, seja de um determinado tema, objeto,
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tempo ou mesmo a partir de determinadas fontes, implica sempre um recorte
intencional, principalmente em função da delimitação de um problema.
Para Marinho (1980, p.17), a História é “o conhecimento do passado” que
tem como objeto o “fato histórico” – compreendido como todo fato humano que
possa ser entendido numa relação de causa e efeito e repercuta na sociedade. Para
o referido autor, o “método” consiste na ordenação e seriação dos dados de acordo
com as leis estabelecidas a partir de uma cadeia causal. Considera ainda a História
como “ciência moral”. Quanto às suas relações com a Educação Física, afirma que
“a história da Educação Física traduziu o estudo dos principais sucessos
relacionados aos exercícios físicos, considerados no tempo e no espaço”. No que
diz respeito à sua utilidade, o autor afirma:
[...] uma consciência de si mesmo. De sua força, de sua originalidade, e, por isso é uma verdadeira memória coletiva, nos ensina o respeito pelo passado e nos fornece um poderoso estimulante para o futuro, trazendo com isso uma intenção ou contribuição de caráter nitidamente moral (MARINHO, 1980, p.17).
Segundo Pagni (1995), a história da Educação Física vem se consolidando
nos últimos anos como uma disciplina e como um dos possíveis campos de
pesquisa, assim como vem sendo objeto de debates. Diante do crescente interesse
que a História da Educação Física vem suscitando, faz-se oportuno uma reflexão
sobre a sua construção dentro do contexto social, como disciplina curricular e sobre
sua produção acadêmica.
Pagni (1995) afirma que mais do que relatar e mapear as publicações sobre a
História da Educação Física, é necessário problematizá-las diante de algumas
questões que afligem a atividade de pesquisa do historiador e a discussão
historiográfica em geral.
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1.2 A Educação Física No Brasil
A educação física no Brasil passou por diversos períodos que, por sua vez,
possuíam inúmeras concepções relacionadas à função da própria educação física,
da necessidade de evolução da formação do professor, bem como da maneira de
trabalhar e ver a disciplina no contexto escolar.
O desenvolvimento moral e ético, a inclusão social de crianças e jovens
marginalizados pelas barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas, deficiência ou
outras discriminações podem ser proporcionados quando estes têm o acesso e a
participação na Educação Física e no esporte. (JOSÉ LUIS DALLA COSTA, PORTO
ALEGRE 2008).
No Brasil segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), artigo 26,
§ 3º, a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa
ao aluno maior de 30 anos, que tenha prole, que trabalhe mais de seis horas diárias,
entre outras isenções. Assim sendo, em razão deste amparo legal, as atividades
necessitam ser prazerosas a fim de efetivarmos a participação nas mesmas pelo
nosso público.
1.3 A Atividade Física ou Prática Esportiva
De acordo com TUBINO (1992), a atividade física ou prática esportiva é um
direito de todos. Atualmente, as dimensões sociais do esporte abrangem três
formas de manifestação:
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Esporte-educação: vinculada a três áreas de atuação pedagógica:
integração social, desenvolvimento psicomotor e atividades físicas educativas e tem
como referência cinco princípios educativos: participação, cooperação, educação,
integração e a responsabilidade;
O Esporte-participação apoia-se no lazer, no prazer lúdico e propicia a
integração social. Conhecido também como esporte popular ocorre em espaços
com o comprometimento de favorecer apenas o prazer, a descontração e o
divertimento para aqueles que o praticam;
O Esporte-rendimento ou esporte-performance é pautado pelas regras
específicas de cada modalidade esportiva que dependem das confederações
nacionais e internacionais.
O Ministério da Educação e do Desporto, através da Secretaria de Ensino
Fundamental, inspirado no modelo educacional espanhol, mobilizou a partir de 1994
um grupo de pesquisadores e professores no sentido de elaborar os Parâmetros
Curriculares Nacionais (Picuns). Em 1997, foram lançados os documentos
referentes aos 1o e 2o ciclos (1ªa 4ª séries do Ensino Fundamental) e no ano de
1998 os relativos aos 3o e 4o ciclos (5ªa 8ª séries), incluindo um documento
específico para a área da Educação Física (Brasil, 1998a).
O CREF7 (2006, p.13), define Educação Física e alguns tópicos:
O conjunto das atividades físicas e desportivas;
A profissão constituída pelo conjunto dos graduados e demais
habilitados no Sistema CONFEF/CREF, que ministram atividades físicas e/ou
desportivas;
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O comportamento curricular obrigatório em todos os níveis e
modalidades do ensino básico;
Área de estudo e/ou disciplina no ensino superior;
O corpo de conhecimento, entendido como o conjunto de conceitos,
teorias e procedimentos empregados para elucidar problemas teóricos e práticos,
relacionados à esfera profissional e ao empreendimento científico, na área
específica das atividades físicas, desportivo.
20
CAPÍTULO II
CONCEITOS E CONCEPÇÕES DO DESVIO POSTURAL
[...] uma consciência de si mesmo. De sua força, de sua originalidade, e, por isso é uma verdadeira memória coletiva, nos ensina o respeito pelo passado e nos fornece um poderoso estimulante para o futuro, trazendo com isso uma intenção ou contribuição de caráter nitidamente moral (MARINHO, 1980, p.17).
21
2CONCEITOS E CONCEPÇÕES DO DESVIO POSTURAL
2.1 A Coluna Vertebral
A coluna vertebral é uma série de ossos individuais – as vértebras – que ao
serem articulados constituem o eixo central esquelético do corpo. A coluna vertebral
é flexível porque as vértebras são móveis, mas a sua estabilidade depende
principalmente dos músculos e ligamentos. Embora seja uma entidade puramente
esquelética, do ponto de vista prático, quando nos referimos à “coluna vertebral”, na
verdade estamos também nos referindo ao seu conteúdo e aos seus anexos, que
são os músculos, nervos e vasos com ela relacionados. Seu comprimento é de
aproximadamente dois quintos da altura total do corpo. É constituída de 24 vértebras
móveis pré-sacrais (7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares). As cinco vértebras
imediatamente abaixo das lombares estão fundidas no adulto para formar o sacro.
As quatro vértebras mais inferiores também se fundem para formar o cóccix. As
vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior até o sacro,
tornando-se a partir daí sucessivamente menores. (VASCONCELOS, 2004).
A coluna vertebral possui funções de suporte, proteção e locomoção. A região
cervical é muito móvel, enquanto a lombar é apenas suficientemente móvel,
concentrando a maioria dos movimentos entre a quinta e vértebra lombar e a
primeira vértebra sacra. A região torácica, por outro lado, é menos móvel porque as
costelas estão conectadas ás suas vértebras correspondentes. As regiões mais
móveis da coluna geralmente dão origem a mais problemas. (PETERSON;
RENSTRÖM, 2002 p. 207).
22
O movimento da coluna vertebral tem lugar graças à ação coordenada do
sistema neuromuscular agonista que o produz e do agonista que o controla. O grau
de mobilidade é diferente segundo os distintos níveis de cada zona. Esta mobilidade
tem lugar graças à ação coordenada de vários segmentos que na região dorsal
estará limitada pela caixa torácica e em todo o tronco aumentada pela ação do
vascolejamento pélvico. (PERICÉ; RIAMBAU; PALOMA, 1989).
2.1.1 Regiões da Coluna Vertebral
A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas sagitais: cervical,
torácica, lombar e sacral. As curvaturas torácica e sacral, convexas posteriormente,
são denominadas primárias porque apresentam a mesma direção da coluna
vertebral fetal e decorrem da diferença de altura entre as partes anteriores e
posteriores dos corpos vertebrais. As curvaturas cervical e lombar, côncavas
posteriormente, formam-se após o nascimento e decorrem da diferença de
espessura entre as partes anteriores e posteriores dos discos intervertebrais.
(VASCONCELOS, 2004).
Sendo assim, Vasconcelos (2004), define:
I. Cervical: constitui o esqueleto axial do pescoço e suporte da cabeça.
2. Torácica: suporta a cavidade torácica.
3. Lombar: suporta a cavidade abdominal e permite mobilidade entre a parte
torácica do tronco e a pelve.
4. Sacral: une a coluna vertebral à cintura pélvica.
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5. Coccigea: é uma estrutura rudimentar em humanos, mas possui função no
suporte do assoalho pélvico.
2.1.2 Vértebras
De acordo com Verderi (2008), todas as vértebras apresentam uma estrutura
básica comum: um corpo e um arco, que limita o forame vertebral. Este, em virtude
da superposição das vértebras constitui o canal vertebral pelo qual passa a medula
espinhal.
Vasconcelos (2004), afirma que apesar de as características anatômicas
vertebrais poderem apresentar variações regionais na coluna vertebral, as vértebras
possuem morfologia básica monótona. Uma vértebra típica é constituída de um
corpo, um arco e processos vertebrais.
Vasconcelos (2004), falando das partes da vértebra, destaca a típica: o Corpo
e o Arco.
O Corpo é a parte anterior da vértebra. Consiste basicamente de uma massa
cilíndrica de osso esponjoso, mas as bordas das superfícies superior e inferior são
compostas de osso compacto. É o elemento vertebral que suporta carga.
O Arco fica em posição posterior ao corpo. É composto dos pedículos direito e
esquerdo e das lâminas direita e esquerda. Juntamente com a face posterior do
corpo vertebral, forma as paredes do forame vertebral que envolve e protege a
medula. O conjunto dos foramens vertebrais em toda a extensão da coluna forma o
canal vertebral.
Vértebras Cervicais
24
- O Atlas e o Áxis
Verderi (2008) expõe sobre as vértebras cervicais: o atlas, a primeira vértebra
cervical, não apresenta corpo vertebral nem processo espinhoso, e seu forame é
uma grande losango. A segunda vértebra cervical, o áxeis, é assim chamada por
servir de eixo para a rotação do atlas com o crânio. Apresenta processo espinhoso
bifurcado, bífido, assemelhando-se às outras vértebras cervicais, que chamamos
vértebras típicas. Não há orifício de conjugação entre o áxis e o atlas. Podemos
dizer então que a primeira e a segunda vértebra são atípicas.
-Terceira a sexta vértebras cervicais
A partir da terceira vértebra, encontramos um corpo vertebral uniforme e
pequeno em relação ao arco posterior e ao orifício vertebral, este com forma
triangular. Nas apófises transversais, podemos encontrar um orifício pelo qual passa
a artéria vertebral. Os processos espinhosos são curtos e também se apresentam
bifurcados (VERDERI, 2008).
- Sétima vértebra cervical
A sétima vértebra, embora seja considerada vértebra típica, merece atenção
especial, havendo certas características que a distinguem das outras. Seu processo
espinhoso não é mais bifurcado, porém, mais longo que o das outras vértebras
cervicais. Quando fletimos a cabeça, a sétima vértebra é facilmente palpável. A
partir da segunda vértebra cervical encontramos o disco intervertebral, que
possibilita ao pescoço os movimentos de flexão e extensão lateral. Esta, porém, é
limitada pelos processos uncinados. (Verderi, 2008).
Vértebras Torácicas
Em número de doze, o tamanho delas permite diferenciar entre as cervicais e
as lombares. Os corpos vertebrais são menores de T1 a T3 e vão aumentando até a
25
T12, onde adquirem características do corpo vertebral e do disco intervertebral das
vértebras lombares. Nessa região, temos forames vertebrais circulares, de certa
forma pequenos e, também, temos a medula espinhal mais vulnerável a quaisquer
lesões pelo estreitamento do canal vertebral, principalmente, de T4 a T9. Além
disso, as vértebras torácicas possuem processos transversos maiores em relação às
outras e duas semifacetas no corpo vertebral para a articulação das costelas. As
facetas inclinam-se e, à medida que se aproximam da região lombar, vão adquirindo
certas características. Nesse movimento, os processos espinhosos, muito longos,
são dirigidos para trás e para baixo. (VERDERI, 2008).
Em cada lado das vértebras torácicas, encontramos as costelas. De T1 a T7,
as costelas verdadeiras (conectadas ao esterno pelas cartilagens costais); T8 a T10,
as costelas falsas (unidas às cartilagens costais das costelas acima); T11 a T12,
costelas flutuantes (não se conectam anteriormente ao esterno). (VERDERI, 2008).
Vértebras lombares
Em número de cinco, são as maiores. A altura do corpo vertebral favorece o
orifício de conjugação entre um corpo e outro, possibilitando o contato da raiz
nervosa com o disco. Apresentam-se ligeiramente mais profundas na frente do que
atrás. O arco posterior forma o forame vertebral, que possui espaço maior em
relação à região cervical e menor na torácica. Com forma triangular, é formado por
pedículos, processos articulares e lâminas. As facetas articulares são
perpendiculares; as lâminas, muito amplas; e os processos espinhosos, mais curtos.
(VERDERI, 2008).
Sacro
- Constituição Geral
26
O sacro é constituído inicialmente por cinco vértebras, que se fundem no
adulto em um único osso em forma de cunha. Articula-se superiormente com a
quinta vértebra lombar e lateralmente com os ossos do quadril (VASCONCELOS,
2004).
Cóccix
Como o sacro, o cóccix possui forma de cunha e apresenta uma base, um
ápice, faces dorsal e pelvina e bordas laterais. Consiste de quatro vértebras,
algumas vezes cinco e, ocasionalmente, três. A primeira possui dois cornos que se
articulam com os cornos sacrais. (VASCONCELOS 2004).
2.1.3 Inervação da Coluna Vertebral
Os ramos meníngeos recorrentes (nervos sinuvertebrais ou de Lushka),
emitidos pelos nervos espinhais logo que emergem do forame intervertebral, suprem
as meninges e seus vasos, mas também dão filamentos para estruturas articulares e
ligamentares adjacentes. A camada externa do ânulo fibroso dos discos
intervertebrais parece receber filamentos desses nervos. A origem da chamada dor
discogênica ainda não é consensual na literatura. Os ramos mediais do ramo dorsal
dos nervos espinhais inervam o periósteo externo, facetas articulares, músculos e
ligamentos vertebrais. (VASCONCELOS 2004).
2.1.4 Biomecênica da Coluna Vertebral
Para Vasconcellos (2004), a função primária da coluna vertebral é dotar o
corpo de rigidez longitudinal, permitindo movimento entre suas partes.
27
Secundariamente, constitui uma base firme para sustentação de estruturas
anatômicas contíguas, como costelas e músculos abdominais, permitindo a
manutenção de cavidades corporais com forma e tamanho relativamente constantes.
Embora muitos textos assinalem que a proteção da medula espinal é uma função
primária da coluna vertebral, tal assertiva não é correta. Sua função primária é
musculoesquelética e mecânica, constituindo-se apenas como uma rota fortuita e
conveniente para a medula espinhal ganhar acesso a partes distantes do tronco e
dos membros. Biomecânica é a disciplina que descreve a operação do sistema
musculoesquelético e possui importante aplicação no estudo funcional da coluna
vertebral.
Analisando a biomecânica, Vasconcellos (2004) aponta que a cinemática,
descreve as amplitudes e os padrões de movimento da coluna vertebral e a cinética
estuda as forças que causam e resistem a esses movimentos. Somente movimentos
limitados são possíveis entre vértebras adjacentes, mas a soma desses movimentos
confere considerável amplitude de mobilidade na coluna vertebral como um todo.
Movimentos de flexão, extensão, lateralização, rotação e circundação são todos
possíveis, sendo essas ações de maior amplitude nos segmentos cervical e lombar
que no torácico. Isso ocorre porque os discos intervertebrais cervicais e lombares
apresentam maior espessura, não sofrem o efeito de contenção da caixa torácica,
seus processos espinhosos são mais curtos e seus processos articulares
apresentam forma e arranjo espacial diferente dos torácicos. A flexão é o mais
pronunciado movimento da coluna vertebral.
2.1.5 Movimentos da Coluna Vertebral
28
1. Plano sagital
– Flexão
– Extensão
2. Plano coronal
– Lateralização direita
– Lateralização esquerda
3. Plano longitudinal
– Rotação ou circundação. (VASCONCELLOS, 2004).
2.2 Postura
Para COURY apud Delgado (2004), define postura como a posição que o
indivíduo assume no espaço, em função de um equilíbrio estático ou dinâmico,
usando para isso seu arcabouço osteomusculoesquelético no desempenho de
funções.
Destaca-se a definição de Knoplich (1989, p. 36), para postura corporal- “A
postura dinâmica é a posição que o corpo assume na preparação do próximo
movimento. A posição de pé, estática, não seria uma verdadeira postura”.
Postura envolve o conceito de balanço (equilíbrio), coordenação
neuromuscular e adaptação e deve ser aplicado a um determinado momento
corporal e para uma determinada circunstância - postura para andar, postura para
jogar tênis ou dar a partida para uma disputa de natação. (KNOPLICH, 1989).
Como afirma Knoplich (1989), a posição do corpo no espaço é a que dá um
bom relacionamento entre as partes com o menor esforço, evitando a fadiga. É óbvio
que, com isso, pode-se admitir que existam posturas melhores, mas uma ideal. Mas
29
esses padrões variam muito até os 10 anos de idade, quando as crianças estão
constantemente testando novas maneiras de reagir à gravidade. Existem padrões
culturais e mentais que influem na postura.
Para Back e Lima (2006), postura é o estado de equilíbrio dos músculos e
ossos, para proteção das demais estruturas do corpo humano de traumatismos, seja
na posição em pé, sentada ou deitada. Um bom controle postural, com a solicitação
de poucos músculos e baixo gasto de energia leva à boa postura.
Neste sentido, o porte, a atitude e a pose, que são às vezes usados como
sinônimos de postura são eventos transitórios e podem ser diferenciados. O porte
significa o modo de andar, a pose é a postura forçada para uma foto, ou até de
exibicionismo, e a atitude postural está mais ligada com estados emocionais, tais
como medo, cólera, euforia. (KNOPLICH, 1989).
A postura no adulto é mais que estes itens. É um hábito permanente de
colocar o corpo no espaço, posição a que o indivíduo sempre volta depois do
exercício e do descanso. É característica do indivíduo e, provavelmente, depende da
"imagem" que a própria pessoa faz do seu corpo. (KNOPLICH, 1989).
De acordo com TribastoneapudMoura et al, (2009),“alguma posição incorreta
assumida pelo indivíduo pode causar a expressão de esquemas motores errados e
estes, por sua vez, a anunciação de movimentos incorretos.”.
2.2.1 Postura e ambiente escolar
Conforme aborda Moura, Fonseca e Paixão (2009), as crianças e os
adolescentes passam em média de 4 a 6 horas no ambiente escolar e sentados de
forma inadequada como aponta Moro (2000): as crianças sentam-se na maior parte
30
do tempo com o tronco flexionado e a maioria apresenta queixas na região do
pescoço e da cabeça e utilizam o uso da mão sobre o queixo durante as atividades
na carteira escolar na tentativa de aliviar o peso da cabeça.
Para Contriet al. apud Barbosa (2010), “é evidente que o meio escolar tem
grande influência nas alterações posturais das crianças”.
A postura sentada é a mais utilizada pelos alunos que ficam em média 4
horas nesta posição. Isto acarreta uma sobrecarga nos músculos e articulações que
formam a coluna vertebral, além de um aumento da pressão nos discos
intervertebrais.
Entre 7 e 12 anos, a postura da criança sofre grande transformação na busca
do equilíbrio compatível com as novas proporções do seu corpo. As crianças na fase
escolar podem apresentar problemas posturais, pois passam várias horas em uma
posição sentada e, muitas vezes, em carteiras e cadeiras inadequadas a sua
estatura. (PEREIRA; ÁVILA, 2004).
Deste modo a postura mantida e os maus hábitos posturais podem influenciar
e alterar a morfologia de algumas estruturas ósseas, durante a infância e a
adolescência. Estas alterações e esses hábitos posturais geram, na vida adulta,
diversas complicações em níveis funcionais, ortopédicos, respiratórios e outros,
além de dores musculares devido a compensações do organismo (MORO 2000).
Knoplich (1985) destaca que os hábitos posturais incorretos são adotados
desde o ensino fundamental, são motivos de grandes preocupações, pois são
crianças, e não adultos, o seu corpo está em fase de desenvolvimento e formação,
onde se tornam mais susceptíveis a deformações nas estruturas
musculoesqueléticas, apresentando menor suportabilidade à carga.
31
Para BACK (2006), “a escola apresenta-se como o local ideal para prevenir e
orientar os escolares com relação aos desequilíbrios posturais, informando e
conscientizando a comunidade escolar sobre a importância da prevenção.”.
2.3 Desvios Posturais
O defeito postural é uma deformidade que surge inicialmente em crianças,
cuja coluna está crescendo. O reconhecimento precoce desses defeitos resultará na
diminuição do número de cirurgias, da evolução para grandes deformidades e até
mesmo da incapacidade física acentuada. Os programas de avaliação escolar e em
comunidades foram frequentes nos últimos anos e colaboraram muito na detecção e
encaminhamento precoce para a confirmação dos defeitos posturais e tratamento
(FERREIRA, 2004).
Como diz Ferreira, (2004): as alterações posturais podem ser classificadas
em:
Vícios Posturais ou Atitudes Viciosas : O defeito está fora da coluna
vertebral, situando-se na musculatura, no quadril ou nos membros inferiores. Tem
como característica importante o fato de poder ser corrigido pela vontade do
paciente.
Defeitos Posturais : O defeito está na coluna. São alterações definitivas
da postura que independem da vontade do paciente, só podendo ser corrigidas
através de tratamento cirúrgico ou não cirúrgico (conservador). Estes defeitos
podem apresentar-se compensados ou descompensados, sendo classificados em
escoliose, cifose e lordose.
32
Barbosa (2010) discorre que a definição de “boa” postura é a que melhor
ajusta o sistema músculo esquelético, equilibrando e distribuindo todo o esforço das
nossas atividades diárias, sobrecarregando da menor maneira possível cada uma de
suas partes e a “má” postura aquela que gera compensações em diversos grupos
musculares, comprometendo as várias funções exercidas pelos mesmos.
Segundo Kendall, McCreary e Provance (1995), a postura é definida como a
posição que o corpo assume na preparação do próximo movimento. A boa postura é
o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte
do corpo contra lesão ou deformidade progressiva, independentemente da atitude
nas quais essas estruturas estejam trabalhando em repouso. A má postura é uma
relação defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão sobre
as estruturas de suporte, sobre as quais ocorre um equilíbrio menos eficiente do
corpo.
2.3.1 Escoliose, Cifose e Lordose.
Back; Lima (2006) compara os escolares de ambos os gêneros, e afirmam
que as alterações posturais se apresentam em todas as idades, e não há diferença
significativa entre meninos e meninas.
Sendo assim, pode-se desenvolver em qualquer idade alguma alteração
postural, dentre as quais mencionaremos:
Escoliose
Devido aos maus hábitos posturais as pessoas estão sujeitas a deformidades,
por vezes gerando alterações das curvas da coluna.
33
Como descreve Ferreira, 2004: “Há três tipos básicos de deformidade
vertebral: escoliose, cifose e lordose, cuja ocorrência pode ser simples ou
combinada.”.
A má postura geralmente é adquirida na infância e estende-se na
adolescência, se não corrigida perdura até o final da vida adulta. Sendo assim
Verderi 2008 pág. 33 define:
O aumento da curvatura cifótica promove certas alterações anatômicas, como
dorso curvo, gibosidade posterior, encurtamento vertebral, podendo haver déficit
respiratório, pela redução da capacidade de sustentação da coluna vertebral e,
também, pela diminuição da expansibilidade torácica.
A escoliose é um sintoma e não uma doença. Afirma (KNOPLICH, 2003)
Pericé (1989, p. 100), propõe: “Denomina-se escoliose toda curva ou desvio
lateral da coluna vertebral”. Se existem curvas fisiológicas no plano anteroposterior
da coluna vertebral (a cifose torácica de convexidade dorsal e as lordoses cervical e
lombar, de convexidade ventral), qualquer curva vertebral pode ser considerada
anormal.
A Escoliose Estrutural Idiopática É a mais frequente das escolioses,
responsável por aproximadamente 80% de todos os casos. (FERREIRA 2004).
Lordose
A lordose é a curva que se observa no perfil de uma coluna vertebral, na
convexidade da região cervical e da região lombar. Mas o uso fez com que se
associe a ideia da lordose ao aumento da curva na região lombar. KNOPLICH 2003.
Farfanapudknoplich demonstrou que a lordose lombar está diretamente
relacionada com a obliquidade pélvica, que deve estar em torno de 20 graus. Se ela
for superior a esse valor haverá um aumento de lordose e haverá um
34
consequentedeslocamento do centro de gravidade e realinhamento de todas as
curvas para uma compensação.
Harrison e colapud Knoplich 2003 correlacionaram com modelos
biomecânicos (matemáticos0 a lordose cervical e a lordose lombar). O centro de
gravidade da cabeça está localizado na sela túrcica e o centro de gravidade do
corpo está na coluna lombar. Realizaram simulações alterando a curva da coluna
cervical e constataram que, quando a curva da cervical fica cifótica, as forças de
tensão sobre a lombar que agem sobre a margem vertebral anterior mudam (cerca
de 6 a 10 vezes mais intensas) para forças de compressão, dando origem aos
osteófitos.
Cifose
De acordo com Knoplich 2003, uma das deformidades mais negligenciadas
no tratamento da coluna são as cifoses rotuladas de posturais da adolescência, mas
que podem ser sinal de alguma patologia mais complexa. Apresenta também o tipo
mais comum, que é a cifose postural, a qual é conhecida pela denominação de
dorso curvo postural.
Que e colapud Knoplich, 2003, evidenciam que as posições adotadas pelas
pessoas ou os ângulos que as articulações assumem no espaço são confortáveis
para o indivíduo, no período de tempo de um minuto, mas é inadequadas para a
própria estrutura da articulação em longo prazo, o que sempre ocasiona problemas
futuros.
2.3.2 Prevenção para desvios
35
É evidente que a escola e a família têm grande importância na construção e
consolidação de conhecimento, capazes de atuar na prevenção de doenças, bem
como em anormalidades músculoesqueléticas, preparando crianças e adolescentes
para cuidar da sua própria saúde e bem estar. Sendo assim, o profissional capaz de
atuar na prevenção (educador físico) e reabilitação (fisioterapeuta), têm o papel de
repassar de forma simples algumas das diversas condutas profiláticas aos meios
familiar e escolar. (MOURA; FONSECA; PAIXÃO; 2009).
De acordo com Knoplich (1986), os hábitos posturais incorretos, que são
adotados desde o ensino fundamental, são motivos de grandes preocupações, pois
são crianças, e não adultos, o seu corpo está em fase de desenvolvimento e
formação, e por isso tornam mais susceptíveis a deformações nas estruturas
musculoesqueléticas, apresentando menor suportabilidade à carga.
Assim o educador físico poderá orientar, e aplicar em suas aulas atividades
que ajudam na prevenção de possíveis desvios posturais.
De acordo com Delgado (2004), a maneira correta de se sentar é com a
cabeça ereta, sentado sobre a musculatura isquiática, costas apoiadas no encosto
da cadeira, estendendo delicadamente as partes posteriores das costas, levantando
o tórax, os ombros devem ser levados para trás e para baixo, de encontro ao
encosto da cadeira. Deve-se evitar o colapso-caracterizado por uma curvatura
torácica exagerada e queda da cabeça.
2.3.3 O professor de Educação Física na prevenção dos desvios posturais
A escola e a família têm grande importância na construção e consolidação de
conhecimento, capazes de atuar na prevenção de doenças, bem como em
36
anormalidades musculoesqueléticas, preparando crianças e adolescentes para
cuidar da sua própria saúde e bem estar. (MOURA FONSECA E PAIXÃO, 2009).
Nos currículos de formação de professores de Educação Física Escolar
(Cursos de Licenciatura) fazem parte disciplinas como anatomia, cinesiologia,
avaliação e medidas, fisiologia humana, fisiologia do exercício, aprendizagem
motora, antropologia, prática de ensino, metodologia de ensino, história, biologia,
socorros de urgência, ginástica, natação, entre outras, é possível perceber que o
professor de Educação Física Escolar é um profissional qualificado para lidar com os
conteúdos aqui defendidos para o Ensino Fundamental, especialmente com relação
ao conhecimento sobre o corpo, prevenção dos problemas posturais, aquisição de
novos hábitos e reeducação motora de padrões posturais. (BARBOSA, 2010).
Segundo Achourapud Moraes (2007), o educador físico pode propor
exercícios de alongamento no próprio banco escolar para poder ser compensada as
posturas inadequadas. Propõe ainda que a interrupção de determinada atividade ao
se experimentar já no ambiente escolar um estilo de vida mais ativo.
Verderi (2008), a prevenção deve ser feita o quanto antes seja através de
exercícios visando alongar e fortalecer a musculatura envolvida seja através da
eliminação dos maus hábitos, através de orientação postural, ou ambos.
Para Barbosa (2010), o professor de Educador Física Escolar, comprometido
com as questões posturais, deve ter uma participação mais ativa nos processos
decisórios da escola, participando da elaboração do Projeto Político Pedagógico,
com a finalidade de incluir o tema ao plano de ensino, buscando o envolvimento de
toda a comunidade escolar, sensibilizando-a para sua efetiva participação em
projetos e programas de conscientização sobre a importância da educação postural,
assim como ele próprio a possui.
37
Diante do que foi exposto até agora se pode entender que as aulas de
educação física se ministradas sem alguns cuidados podem contribuir para o
agravamento desses desvios e futuras dores nas costas, o trabalho proposto pelo
profissional de educação física deve vir de encontro às necessidades das crianças
com que trabalha, já que exercícios feitos de forma inadequada provocam efeitos
contrários. O trabalho do profissional de educação física deve englobar também a
informação aos pais da ocorrência de desvios posturais em seus filhos, palestras
educativas, e o trabalho interdisciplinar com os demais professores. (SANTOS E
AINHAGNE, 2007).
2.4 Dores Na Coluna
Por carregar peso demasiado em suas mochilas, os alunos por vezes sofrem
de dor na coluna. Isso pode prejudicar sua postura e futuramente agravando
problemas na mesma. Knoplich, 1989 descreve a respeito que, há uma alteração na
coluna que é um escorregamento de vértebra; ela surge a partir dos 15 anos e o
jovem apresenta dor semelhante à ciática. Um tumor benigno, muito raro, pode
causar escoliose com dor; é caso que deve ser acompanhado pelo médico.
2.6 Ergonomia
Etimologicamente a palavra vem do grego erg (trabalho) e nomos (leis); isto
é, ergonomia trata das leis que regem o trabalho. (KNOPLICH, 2003).
De acordo com Carvalho apud Siqueira et al, cadeiras inadequadas induzem
a posturas erradas, que podem desencadear problemas na coluna lombar e cervical,
38
e em membros superiores, além de causar deficiências circulatórias nos membros
inferiores. Para este autor, as cadeiras com melhores qualidades ergonômicas
permitem a adaptação da cadeira ao aluno e não o inverso. Além disso, promovem
alternância postural e ao mesmo tempo são capazes de evitar o desconforto da
posição sentada por períodos mais longos.
2.7 Peso Da Mochila
Um dos agravantes a incidências de desvio postural é o peso das mochilas. O
peso carregado é por muitas vezes maior do que o indicado.
De acordo com a lei 10.759 de 16 de junho, dispõe sobre o peso máximo
tolerável do material escolar transportado diariamente por alunos do Pré-Escolar e 1º
Grau da Rede Escolar Pública e Privada do Estado de Santa Catarina
Art. 1º O peso máximo total do material escolar transportado diariamente por
alunos do pré-escolar e 1º grau em mochilas, pastas e similares não poderá
ultrapassar:
I - 5% do peso da criança do pré-escolar;
II - 10% do peso do aluno do 1º grau.
Art. 2º Caberá à escola, através de seus coordenadores, a definição do
material
Escolar a ser transportado diariamente.
39
Art. 3º O material que exceder o peso máximo permitido deverá ficar
guardado em armários fechados individuais ou coletivos.
§ 1º No caso dos armários coletivos será designado pela escola um
responsável
Pela abertura do mesmo no início das aulas, e seu fechamento ao final das
mesmas.
§ 2º Não poderá ser feito nenhum tipo de cobrança pela guarda do material.
Art. 4º O desrespeito ao limites de peso previsto nesta Lei implicará na
atribuição das seguintes penalidades à escola transgressora:
I - advertência;
II - multa de 40 UFIRs por aluno com excesso de material escolar.
Parágrafo único. No caso dos estabelecimentos públicos de ensino, a multa
poderá ser substituída por punição ao coordenador responsável e à direção da
escola nos termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis.
Art. 5º É obrigatória à afixação das normas contidas nesta Lei em local visível
Aos alunos, pais e docentes.
Art. 6º A execução da presente Lei fica a cargo da Secretaria de Estado da
Educação e do Desporto.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
40
CAPÍTULO III
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E METODOLOGIA A SER ADOTADA PARA
AVALIAR OS DESVIOS POSTURAIS
[...] a liberdade para o desenvolvimento de atividades intelectuais, religiosas, políticas, econômicas; a igualdade perante a lei, isto é, a igualdade civil já que individual ou socialmente não é possível; o direito natural do indivíduo à propriedade; a convicção de que cada pessoa tem aptidões e talentos próprios (individualismo) que podem e deve ser desenvolvidos ao Máximo e finalmente, a democracia como forma de governo mais adequada e a participação coletiva através de representantes de livre escolha de cada um (PORTO, 1987, p. 37).
41
3OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
3.1 Objetivos Gerais De Educação Física No Ensino Fundamental
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) espera-se que
ao final do ensino fundamental os alunos sejam capazes de:
• participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de
desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características
pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
• adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações
lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência;
• conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de
cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a
integração entre pessoas e entre diferentes grupos sociais;
• reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos
saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os
efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e melhoria da saúde
coletiva;
• solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando
e dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando
que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais decorrem
de perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e equilibrado;
42
• reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de
crescimento e desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros,
reivindicando condições de vida dignas;
• conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal que
existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da
cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela
mídia e evitando o consumismo e o preconceito;
• conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como
reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,
reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do
cidadão.
3.2 Competências e habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Médio em
Educação Física de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais:
Representação e comunicação
- Demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como
capacidade para discutir e modificar regras, reunindo elementos de várias
manifestações de movimento e estabelecendo uma melhor utilização dos
conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal.
- Assumir uma postura ativa na prática das atividades físicas, e consciente da
importância delas na vida do cidadão.
- Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as
diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa atingir os
objetivos a que se propôs.
43
- Reconhecer na convivência e nas práticas, maneiras eficazes de
crescimento coletivo, dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática
sobre diferentes pontos de vista postos em debate.
- Interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física,
enquanto objeto de pesquisa e área de interesse social e de mercado de trabalho
promissor.
Investigação e compreensão
- Compreender o funcionamento do organismo humano de forma a
reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como melhoria de
suas aptidões físicas.
- Desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e frequência,
aplicando-as em suas práticas corporais.
- Refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz
de discerni-las e reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma postura
autônoma, na seleção de atividades procedimentos para a manutenção ou aquisição
de saúde.
Contextualização sociocultural
- Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal,
reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão.
44
Em relação no que se dizem respeito ao Ensino Médio, os Parâmetros
Curriculares Nacionais nos afirmam que:
O presente documento não tem a intenção de indicar um único caminho a ser seguido pelos profissionais, mas propor, de maneira objetiva, formas de atuação que proporcionarão o desenvolvimento da totalidade dos alunos e não só o dos mais habilidosos. Aproximar o aluno do Ensino Médio novamente à Educação Física, de forma lúdica, educativa e contributiva para o processo de aprofundamento dos conhecimentos, é o objetivo do que aqui será exposto.
3.3 Proposta Curricular de Santa Catarina
De acordo com a Proposta Curricular de Santa Catarina, a Educação Física
Escolar, por ser parte do conhecimento acumulado e transmitido às novas gerações,
deve reunir o que for mais significativo ligado ao movimento humano, para ser
vivida, compreendida e, via reelaboração, contribuir na formação do cidadão. Este
componente curricular, portanto, é um direito de todos que passarem pela escola.
Deste modo, alguns fatores devem ser mais bem considerados para
consubstanciar tal intenção de formação, através da ação pedagógica. Sendo eles:
A produção histórica do conhecimento – todos os temas da Educação Física
Escolar devem serentendidos na perspectiva histórica.
O desenvolvimento do aluno como ser social – independente de serem “mais ou
menos dotado” (visão Inatista), todos os alunos são capazes de aprender a partir
da mediação do professor e dos demais participantes do grupo.
O movimento humano – é o que nos diz respeito. Orienta a ação do professor de
Educação Física através das diferentes formas de manifestação.
A seleção dos conteúdos e metodologias como meio educacional – Os
conteúdos não devem ser trabalhados a partir de uma teorização abstrata ou de
45
um pratíssimo que nos remeta a velhas receitas ou regras imutáveis geradas
fora da escola.
3.3.1 Definições
Corporeidade
Se dá a definição de Corporeidade, pela Proposta Curricular de Santa Catarina
como:
A existência do homem no mundo e seu processo de humanização não é possível sem a presença corporal: o corpo ao se movimentar, expressa ideias, sentimentos, valores, emoções. Sendo assim, para compreendermos melhor a corporeidade também é necessário considerarmos o mundo do abstrato e das emoções, transcendendo, desta forma, a simples classificação e conceituação das ciência físicas e biológicas em relação ao corpo ou a mera mensuração, quantificação do movimento humano. Corporeidade é presença no mundo via corpo que sente, que pensa, que age, corpo que, ao expressar-se na história, traz suas marcas, desvelando-as.
Temas da Educação Física:
a) JOGO
O jogo corriqueiramente é considerado uma atividade em que a criança se
exercita e se distrai, de forma alegre e quase sempre prazerosa, proporcionando
liberação de energias acumuladas, além de contribuir para o desenvolvimento de
aspectos importantes na formação da personalidade.
O jogo nada mais é que a representação de fenômenos sociais e podemos
citar como exemplo o jogo de xadrez, que mostra claramente através de suas peças
e movimentação, as relações de poder que aí se estabelecem. É no seu grupo social
que a criança aprende os jogos e práticas de uma época ou a utilização de objetos
que perduram por muitas épocas. Por exemplo, a boneca pode trazer os significados
passados como também pode representar a projeção para o futuro, interpretando
diferentes papéis sociais.
46
b) ESPORTE
O esporte é um fenômeno social que exerce em homens e mulheres uma
forte atração, independentemente de raça, sexo ou ideologia. Desde a antiguidade,
sua prática está atrelada a “tempo livre” dos homens e mulheres, onde o lazer era
um privilégio de poucos abastados, e não dos trabalhadores, do campo ou da
cidade, estabelecendo sutilmente a distinção de classes. Pois que utilizar o “tempo
livre” para a prática de esportes significa ter, além de um tempo livre, condições
financeiras para tal.
O esporte escolar tem um fim educativo. Portanto, é necessário sermos
críticos ao trabalhar a produção de seus valores, tais como: enfatizar sempre que
não jogamos contra, jogamos com; vitória e derrota são fatores interdependentes.
Se quisermos uma sociedade igualitária, produzida no coletivo, deveremos trabalhar
a questão do vencer, e do perder, e não o princípio de apenas sobrepujar.
3.4 Metodologia A Ser Adotada Para Avaliar Os Desvios Posturais
3.4.1 Etapas da aplicação da metodologia
Primeira etapa – devem ser convidados os alunos que se dispuserem a avaliação
para participarem da amostra;
Segunda etapa – deverá ser feita a coleta dos dados, avaliação postural e pesagem
da mochila.
3.4.2 Instrumentos de coleta
47
Para a Pesagem das mochilas:
Pode ser utilizada uma balança comum, de preferência que esteja adequadamente
calibrada e com certificada com selo de qualidade do Inmetro
Avaliação postural: feita através de um posturógrafo caseiro que pode ser
confeccionado com os seguintes materiais: duas folhas de isopor, um pincel atômico
e uma régua. Onde devem ser feitas marcações de 5cm na extensão da largura e do
comprimento das folhas de isopor, onde as linhas serão traçadas de uma lado ao
outro (vertical e horizontal). O posturógrafo auxiliará na visualização dos desvios
posturais.
Figura 1- posturógrafo caseiroFonte: (Catablogandosaberes, Brasil)
Os alunos devem ser avaliados em pé, na posição normal. Visualizando em
três faces: vista posterior, vista lateral e vista frontal.
Podem ser capturadas imagens dos alunos nas três faces, de modo que não
será mostrado sua identidade (utilizando tarja preta nos olhos).
Com o auxílio de um acadêmico de fisioterapia será utilizado a ficha de
avaliação de Liposcki, Rosa Neto e Savall, 2007 (ANEXO E), para a observação dos
desvios.
48
3.4.3 Tratamento estatístico:
Após coletas dos dados, pode ser feita uma análise pela estatística
paramétrica, analisados individualmente e por media, e ser apresentados através de
tabelas e gráficos. Podendo ser assim encaminhado à um especialista, os alunos em
que for contastado o desvio postural, também através dos gráficos é possível fazer
um trabalho de conscientização com todos os alunos.
Conforme a resolução 196 de outubro de 1996 feita pelo Plenário do
Conselho Nacional de Saúde, as pesquisas envolvendo seres humanos devem
atender às exigências éticas e científicas fundamentais. Sendo assim, para realizar a
pesquisa/coleta de dados, o profissional de Educação Física deve estar dentro da
eticidade, e deve então:
Realizar as avaliações posturais utilizando-se de uma sala iluminada
localizada na própria escola, onde os alunos possam ser avaliados
individualmente por meio da observação do nível de assimetrias,
desvios e desníveis posturais.
Desse modo, para a realização do exame físico específico, será
solicitado aos alunos o uso de traje de banho – sunga para meninos e
biquíni ou maiô para as meninas. Nesta ocasião deve haver sempre
duas pessoas no local para a realização do exame. E não pode ser
divulgado nenhum dado pessoal do aluno.
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hábitos posturais incorretos adotados na infância podem ser no futuro
resultado de distúrbios da coluna vertebral, o diagnóstico precoce dos desvios da
coluna é fundamental, pois este período é o mais eficaz para qualquer intervenção
sendo possível corrigir e realinhar alterações posturais.
A Educação Física, por ser a disciplina que envolve corpo e mente, vem
auxiliar e muito esta questão de desvio postural, principalmente através do
profissional de Educação Física, o professor, que ao fazer análises comparativas de
desvio postural em seus alunos pode estar prevenindo deformidades na coluna dos
mesmos, sendo possível assim encaminhar os alunos que necessitarem à um
especialista e desta maneira, o desvio pode ser corrigido antes que se torne
irreversível a correção.
Entretanto, o papel do professor de Educação Física não deve ser apenas de
identificar os alunos com desvio postural, mas também o de alertar os alunos quanto
as posições inadequadas, ao excesso de materiais nas mochilas escolares, sendo
que mostrar os resultados da pesquisa para seus alunos também é uma maneira de
prevenir futuros desvios posturais nos alunos, conscientizando-os.
A coluna vertebral é um importante conjunto de ossos do corpo humano, e
que na velhice é praticamente impossível fazer algum tipo de correção na mesma.
Por isso é importante que o quanto antes os jovens e crianças entender a
importância de se cuidar da coluna, menor será o índice de problemas relacionados
à coluna irão ter.
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