determinação da água facilmente disponível para mudas de eucalipto em condições de viveiro
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
HERBERT TORRES
DETERMINAÇÃO DA ÁGUA FACILMENTE DISPONÍVEL
PARA MUDAS DE EUCALIPTO EM CONDIÇÕES DE
VIVEIRO
ALEGRE, ES
2012
HERBERT TORRES
DETERMINAÇÃO DA ÁGUA FACILMENTE DISPONÍVEL
PARA MUDAS DE EUCALIPTO EM CONDIÇÕES DE
VIVEIRO
ALEGRE, ES
2012
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
graduação em Produção Vegetal do Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal do
Espírito Santo, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Produção
Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. José Eduardo Macedo
Pezzopane
HERBERT TORRES
DETERMINAÇÃO DA ÁGUA FACILMENTE DISPONÍVEL
PARA MUDAS DE EUCALIPTO EM CONDIÇÕES DE VIVEIRO
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Espírito Santo, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Aprovada em 24 de janeiro de 2012. COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Dr. José Eduardo Macedo Pezzopane Centro de Ciências Agrárias – UFES
(Orientador) ______________________________________
Prof. Dr. Roberto Avelino Cecílio Centro de Ciências Agrárias – UFES
(Membro interno) ______________________________________
Prof. Dr. Sidney Sára Zanetti Centro de Ciências Agrárias – UFES
(Membro externo)
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação a Deus e a todos os que colaboraram com meus
aprendizados e que incentivaram minha formação acadêmica; seja reconhecendo
meu esforço e dedicação, seja criticando ou orientando, permitindo que eu chegasse
onde estou e acreditando que ainda posso ir além.
Em especial:
aos meus amados pais, Eliana e Rogério, que sempre incentivaram meus estudos e
me apoiaram incondicionalmente;
à minha amada irmã, Danniele, pelo carinho e apoio;
à minha tia Natalícia, pela constante motivação para continuidade dos meus
estudos;
à minha amada namorada, Marcela, pela compreensão e apoio nos momentos
difíceis;
aos meus amigos de infância Hudson e Rafael, pela amizade e conselhos nos
momentos que mais precisei.
“As grandes ideias surgem da observação de pequenos detalhes”
Augusto Curry
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, pelo dom da vida e pela constante presença na minha
vida, sempre auxiliando minhas escolhas e iluminando meu caminho e por ter me
permitido alcançar mais uma vitória na minha vida acadêmica.
Aos meus amados pais, exemplos de vida, pelo amor incondicional, educação
exemplar concedida, e por sempre acreditarem nos meus sonhos.
À minha amada irmã, Danniele, fonte de amor e felicidade constante na minha vida.
À minha amada namorada, pelo companheirismo, amor, paciência e apoio nos
momentos dedicados à elaboração desta dissertação.
Ao meu orientador Professor Dr. José Eduardo Macedo Pezzopane, pelos
importantes ensinamentos científicos, pelo apoio, paciência e compreensão, além da
amizade construída durante todo esse período.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (FAPES), pela
concessão da bolsa de estudos.
Ao viveiro Du Campo, pela doação das mudas de eucalipto.
Ao Professor Dr. Sidney Sára Zanetti, pelos ensinamentos de grande valia que
colaboraram de forma significativa para execução deste estudo, pela sua paciência e
disponibilidade.
Ao programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), pela oportunidade
concedida.
A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal que
contribuíram para meu crescimento profissional.
Ao amigo João Vitor Toledo pela constante ajuda e conselhos prestados durante
todos os momentos deste estudo.
À doutoranda Talita Miranda Teixeira Xavier, pelos conselhos e ajuda durante o
mestrado.
Aos bolsistas de iniciação cientifica Vanêssa e Yan, pela ajuda nos dias de
avaliações e momentos que precisei me ausentar.
E aos demais colegas de Pós-graduação, que de alguma forma contribuíram significativamente para elaboração deste estudo.
Muito obrigado!
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Vista externa da casa de vegetação localizada no distrito de Rive, município de Alegre – ES...........................................................................................26
Figura 2 - Vista geral do experimento e o sistema de irrigação utilizado no período de aclimatação das mudas..............................................................................................27
Figura 3 - Caracterização da temperatura do ar (T), da umidade relativa do ar (UR) e do déficit de pressão de vapor (DPV) no interior da casa de vegetação em Alegre-ES, no período de 11 de junho a 11 de agosto de 2011............................................34
Figura 4 - Caracterização da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), da radiação global (Rg) e da evapotranspiração de referência (ET0) no interior da casa de vegetação em Alegre-ES, no período de 11 de junho a 10 de agosto de 2011.........35
Figura 5 - Influência da umidade do substrato na matéria seca total (MST), da parte aérea (MSPA), da folha (MSF) e da raiz (MSR) em clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete aos 102 dias de idade, em Alegre ES......37
Figura 6 - Acúmulo quinzenal da matéria seca total (MST), da parte aérea (MSPA), da folha (MSF) e da raiz (MSR) em um clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete, em Alegre-ES no período de 11/06 a 10/09/2011......40
Figura 7 - Influência da umidade do substrato na área foliar (AF), diâmetro (D) e altura (H) de clones de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete aos 102 dias de idade, em Alegre - ES...........................................................41
Figura 8 - Influência da umidade do substrato na lâmina total consumida (LTC) em um clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete aos 102 dias de idade, em Alegre ES...............................................................................43
Figura 9 - Caracterização da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), temperatura do ar (T), déficit de pressão de vapor (DPV) e frequência de irrigação de um clone do híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete, (A) dia de céu claro, 01/08/2011, e (B) um dia nublado 05/08/2011................................44
Figura 10 - Evapotranspiração da cultura (ETc) da cultura do eucalipto na fase de produção de mudas de um clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete dentro de casa de vegetação, em Alegre ES..........................45
LISTA DE SIGLAS
ABRAF - Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
AFD - Água Facilmente Disponível (%)
AF - Área Foliar (cm2)
ATM - Atmosfera
CC - Capacidade de Campo (%)
CO2 - Dióxido de Carbono
D – Diâmetro (mm)
DPV - Déficit de Pressão de Vapor (kPa)
ea - Pressão Parcial de Vapor (kPa)
es - Pressão de Saturação de Vapor (kPa)
ET0 - Evapotranspiração de Referência (mm d-1)
ETc - Evapotranspiração da Cultura (mm d-1)
FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
H – Altura (cm)
ha - Hectare
HGEX - Radiação global do exterior da casa de vegetação (MJ m-2 d-1)
HGIN - Radiação global do interior da casa de vegetação (MJ m-2 d-1)
Kc - Coeficiente de Cultura
MCRA - Máxima Capacidade de Retenção de Água (%)
MSF - Matéria Seca da folha (g)
MSPA - Matéria Seca da Parte Aérea (g)
MSR - Matéria Seca da Raiz (g)
MST - Matéria Seca Total (g)
O2 - Oxigênio
PMP - Ponto de Murcha Permanente (%)
Rn - Saldo de Radiação (KJ m-2 s-1)
Rs - Radiação global (MJ m-2 d-1)
T – Temperatura (°C)
UR - Umidade Relativa do ar (%)
RESUMO
A escassez de informações referentes ao consumo hídrico de mudas de espécies
florestais dificulta o planejamento e o manejo da irrigação em viveiros comerciais
que, na maioria das vezes, leva a adoção de critérios subjetivos, acarretando
estresse hídrico, principalmente pelo excesso de água, que além de provocar o
desperdício de água, causa perdas de mudas por doenças, em virtude do excesso
de umidade do ambiente. O presente trabalho teve como objetivo estudar a
influência da umidade do substrato na produtividade de mudas de um clone do
híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis sob condições de viveiro e
determinar o Kc durante a etapa de produção de mudas, bem como estabelecer
critérios de fácil aplicação para o manejo de irrigação em viveiros destinados a
produção de mudas de eucalipto. O estudo foi realizado em casa de vegetação
instalada na área experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Espírito Santo, localizada no município de Alegre-ES. O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com cinco níveis de umidade
do substrato, sendo 90, 80, 70, 60 e 50% em relação à máxima capacidade de
retenção de água (MCRA) e três repetições. A unidade experimental foi composta
inicialmente por 36 plantas. Os tratamentos foram aplicados em função do
monitoramento da quantidade de água contida no substrato por meio de pesagem
das unidades experimentais, e na reposição da fração de água perdida por
evapotranspiração. Para acompanhar o desenvolvimento e crescimento das mudas
foram avaliados os seguintes parâmetros morfológicos: altura, diâmetro do coleto,
área foliar, matéria seca da folha, da parte aérea, da raiz e total. Os dados
experimentais obtidos foram submetidos à análise de variância, e quando
significativa, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de
significância de 5%. Os resultados encontrados neste estudo indicam que a água
está facilmente disponível para mudas de um clone do híbrido Eucalyptus urophylla
x Eucalyptus grandis até o nível de 70% da MCRA, o valor encontrado de Kc é 1,25
e o método de controle da irrigação por meio de pesagens revela ser aplicável em
casas de vegetação.
Palavras – chave: Água facilmente disponível. Eucalipto. Coeficiente de cultura.
Viveiro.
ABSTRACT
The paucity of information consumption regarding the water seedlings of forest
species complicates the planning and management of irrigation in commercial
nurseries most often leads to adoption of subjective criteria, leading to water stress,
mainly due to excess water, which besides causing waste of water, causes loss of
seedling diseases, due to excess humidity. The present work aimed to study the
influence of substrate moisture on the productivity of seedlings of a hybrid clone of
Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla under nursery conditions and determine
the Kc during the stage of seedling production and establish criteria for the easy
management of irrigation in nurseries for the production of eucalyptus. The study was
conducted in a greenhouse installed in the area of the Centro de Ciências Agrárias of
the Universidade Federal of Espírito Santo, located in the city of Alegre-ES. The
experimental design was completely randomized, with five levels of moisture in the
substrate 90, 80, 70, 60 and 50% relative to the maximum water holding capacity of
the substrate (RCMW) and three replications. The experimental unit was initially
composed of 36 plants. The treatments were applied according to the monitoring of
the quantity of water contained in the substrate by means of weighing the
experimental units and the replenishment of the fraction of water lost by
evapotranspiration. To follow the development and growth of seedlings were
assessed following morphological parameters: height, collar diameter, leaf area, leaf
dry matter, aerial part, root and total. The experimental data obtained were subjected
to analysis of variance and when significant, means were compared by Tukey test at
a significance level of 5%. The results of this study indicate that water is easily
available for seedlings of a hybrid clone of Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla
until the level of 70% of RCMW, the value of Kc is 1.25 and the Irrigation control by
weighing method shows be applicable in greenhouses.
Words – key: Water easily available. Eucalyptus. Crop coefficient. Nursery.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 14
2.1 Eucalipto .................................................................................................................... 14
2.2 Sistema Solo - Planta - Atmosfera .............................................................................. 15
2.3 Evapotranspiração ..................................................................................................... 18
2.4 Irrigação em viveiros florestais ................................................................................... 21
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 23
3.1. Material vegetal e características do local de estudo ................................................. 23
3.2. Substrato ................................................................................................................... 25
3.3. Delineamento experimental ....................................................................................... 26
3.4. Procedimento experimental ....................................................................................... 26
3.5. Descrição das características avaliadas .................................................................... 27
3.5.1. Caracterização microclimática da casa de vegetação ......................................... 27
3.5.2. Características de crescimento ........................................................................... 29
3.5.3. Consumo hídrico ................................................................................................. 29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 30
4.1. Caracterização microclimática da casa de vegetação ............................................... 30
4.2. Características de desenvolvimento das mudas ........................................................ 34
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 45
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 46
11
1 INTRODUÇÃO
O setor florestal capixaba, em 2009, gerou recursos na ordem de cinco bilhões de
reais, representando 25% do PIB do agronegócio estadual, criou cerca de 80 mil
empregos diretos e indiretos (CEDAGRO, 2011). Dados de 2010 revelam que as
florestas plantadas de eucalipto e pinus ocupam 207.431 ha do Estado do Espírito
Santo, sendo 203.885 ha cultivados com eucalipto (ABRAF, 2011).
Os produtos e subprodutos do eucalipto são empregados principalmente na
produção de papel, tecidos sintéticos, cápsulas de remédios e madeira utilizada na
produção de móveis, postes, pisos e acabamentos refinados da construção civil
(GALZERANO; MORGADO, 2008). Além disso, as florestas plantadas de eucalipto
podem ser utilizadas como uma alternativa para o sequestro de CO2 da atmosfera
(PULROLNIK et al., 2009).
A produção de mudas, em quantidade e qualidade, é uma das etapas mais
importantes da cadeia produtiva da eucaliptocultura. A qualidade da muda pode
interferir no sucesso do plantio, assim como no menor índice de mortalidade e
posterior replantio (SILVA, 2003).
Estudos relatam que os custos associados às mudas de má qualidade representam
7,8% dos recursos financeiro investidos para produção de mudas de eucalipto em
viveiros de empresas tradicionais de grande porte do setor de celulose e papel
(LEITE et al., 2005). Esses custos podem ser relativamente altos em viveiros de
médio e pequeno porte, em virtude da falta de controle dos pontos críticos de
produção de mudas, de investimento em pesquisa e de qualificação técnica dos
funcionários.
A crescente demanda de mudas de eucalipto leva as empresas florestais à
necessidade de administrar os coeficientes técnicos de cada etapa de produção, no
sentido de estabelecer o valor ótimo da eficiência e do rendimento operacional,
fatores esses determinantes para o gerenciamento da produção e competitividade
no mercado de trabalho (SIMÕES; SILVA, 2010).
12
Entre os manejos realizados num viveiro de mudas de eucalipto, a irrigação é
considerada um dos pontos críticos para o sucesso do empreendimento. O manejo
inadequado da água prejudica a formação de mudas de boa qualidade.
O manejo da irrigação nos viveiros florestais é realizado pelo viveirista, através de
observações subjetivas do estado de turgidez das folhas das plantas. De maneira
geral, os viveiristas realizam irrigações com alta frequência a fim de evitar estresse
hídrico; porém, na maioria das vezes, a irrigação é realizada de forma excessiva,
trazendo à tona problemas de ordem fitossanitária e econômica.
Desse modo, o excesso de água acarreta lixiviação de nutrientes e deficiência de
arejamento no substrato, o que pode limitar o desenvolvimento do sistema radicular
prejudicando o crescimento das plantas ou até mesmo causar a morte das mesmas
(LOPES et al., 2005). Além disso, a falta de planejamento do uso de recursos
hídricos, em viveiros florestais causa desperdício de energia elétrica e fertilizantes,
onerando o custo de produção de mudas de eucalipto.
Água em abundância e condições favoráveis de temperatura e umidade do ar são os
principais fatores ambientais que geram um microclima propício à incidência de
doenças fúngicas nos viveiros florestais (GRIGOLETTI JÚNIOR et al., 2001).
Segundo Santos et al. (2001), as principais doenças fúngicas do eucalipto
favorecidas por excesso de umidade no substrato são: tombamento de mudas, mofo
cinzento e podridão de raízes.
Por outro lado, a falta de água limita o crescimento e desenvolvimento dos vegetais,
uma vez que ocorrem alterações das trocas gasosas das plantas em função da
redução da condutância estomática. O déficit hídrico na etapa de produção de
mudas compromete a qualidade das mudas e prejudica a capacidade das plantas de
resistirem a condições adversas no campo.
Para atender a demanda hídrica das plantas, a umidade do solo não precisa
necessariamente corresponder à capacidade de campo, visto que teores de água
retidos a baixas tensões pela matriz do solo podem suprir plenamente a demanda
atmosférica, sendo denominada de água facilmente disponível às plantas. O
conhecimento e a aplicação dessa informação em viveiros de produção de mudas
de eucalipto permitem melhorar o manejo da irrigação nos viveiros florestais.
13
Assim, a escassez de informações referentes à necessidade hídrica de mudas de
espécies florestais e ao momento ideal para realizar as irrigações, dificulta o uso
sustentável da água em viveiros florestais. Nesse caso, o controle da umidade do
substrato pode ser uma alternativa adotada como critério para a adequação do
manejo da irrigação, visando proporcionar o uso racional de água, bem como
minimizar prejuízos ao crescimento e desenvolvimento das mudas de eucalipto,
causados pela falta ou excesso de água.
Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo principal determinar a água
facilmente disponível, ou seja, a umidade mínima do substrato a que mudas de
eucalipto podem ser submetidas sem afetar significativamente o crescimento e o seu
desenvolvimento. O trabalho teve ainda como objetivos determinar o coeficiente de
cultura (Kc) do eucalipto para condições de viveiro e propor um método de manejo
de irrigação baseado no monitoramento da massa das bandejas, por amostragem,
para identificação do momento mais adequado de irrigação.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Eucalipto
O eucalipto é uma planta de porte arbóreo pertencente ao gênero Eucalyptus,
família Myrtacea, nativa da Austrália e Indonésia, sendo considerada exótica no
restante do mundo. Foi introduzido no Brasil, em 1825, como planta ornamental e
somente em 1903 passou a ser utilizada para fins econômicos, sendo empregado na
produção de leito de trilhos ferroviários e lenha para servir como combustível para as
locomotivas da época (GALZERANO; MORGADO, 2008).
O plantio nacional de eucalipto em larga escala comercial foi impulsionado a partir
da década de 1970, com o início de programas governamentais de incentivos fiscais
e investimentos de empresas privadas no setor florestal (FONSECA, 2009).
O grande número de espécies de eucalipto, cerca de 600 espécies, possibilita ampla
distribuição geográfica, uma vez que são adaptados a diversas condições
edafoclimáticas (PINTO et al., 2011). Entretanto, poucas são destinadas ao plantio
em larga escala, por não apresentarem características comerciais desejáveis
(ARAÚJO et al., 2010). Nesse contexto, as florestas brasileiras plantadas de
eucalipto são constituídas principalmente pelas espécies Eucalyptus grandis,
Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus camaldulensis e híbridos
oriundos de cruzamento entre essas espécies (GRATTAPAGLIA et al., 2008).
As florestas plantadas de eucalipto podem desempenhar um papel importante na
questão ambiental, uma vez que constituem uma alternativa viável para reduzir o
desmatamento de florestas nativas. São amplamente cultivadas no Brasil em virtude
do crescimento rápido da espécie, madeira de qualidade que permite múltiplo uso e
rendimento próximo a 50 m3 ha-1 ano-1 quando bem manejadas (BÔAS et al., 2009).
Em geral, o ciclo de corte do eucalipto está ligado ao uso da madeira. As indústrias
de celulose e papel e siderúrgicas utilizam o ciclo entre cinco a sete anos, enquanto
as indústrias madeireiras adotam ciclo de 12 a 20 anos (SILVEIRA et al, 2001).
15
O desenvolvimento de tecnologias que visam melhorar a produtividade do setor
florestal associado às condições climáticas favoráveis ao estabelecimento de
florestas plantadas de eucalipto, tornam o Brasil uma das referências mundiais na
eucaliptocultura (GRATTAPAGLIA et al., 2008). Empresas do setor florestal e
instituições de pesquisas desenvolveram, através de técnicas inovadoras de
propagação vegetativa, clones de eucalipto para atender a necessidade do mercado
de celulose e papel, chapas de fibras e de carvão vegetal (WILCKEN et al., 2008).
O plantio de clones de eucalipto permite a preservação de genótipos de interesse
comercial e pode resultar em melhor qualidade e homogeneidade da madeira
produzida (CUNHA et al., 2009). A primeira plantação de eucalipto clonal no Brasil
foi estabelecida no Estado do Espírito Santo, em 1979, com o híbrido Eucalyptus
grandis vs Eucalyptus urophylla (Ruy, 1998, citado por LOPES, 2008). Esse híbrido,
conhecido popularmente como eucalipto urograndis, é um dos clones mais utilizados
pela eucaliptocultura brasileira, por apresentar características desejáveis às
indústrias madeireiras e de papel e celulose, tais como: madeira de maior
densidade, comparada com as espécies que o originou, e grande capacidade de
produção de celulose (COSTA, 2011).
2.2 Sistema Solo - Planta - Atmosfera
A água é o constituinte mais abundante dos vegetais representando cerca de 80 a
95% da massa das plantas em desenvolvimento, sendo o seu teor variável em
função do tipo de órgão ou tecido e com o balanço hídrico da planta (TAIZ; ZEIGER,
2004). O movimento da água na planta envolve fenômenos físicos de absorção de
água do solo através das raízes e transferência desta água, em forma de vapor,
para a atmosfera através dos estômatos (RAVEN et al., 1996).
Do total de água absorvida pelas plantas, apenas cerca de 5% é utilizado no
processo de crescimento e reações bioquímicas, sendo o restante perdido para a
atmosfera em forma de vapor (VIEIRA, 2010). Para produção de 1 g de matéria
orgânica é necessário que cerca de 500 g de água seja absorvida pelas raízes,
16
transportada pelo corpo da planta e transferido para a atmosfera (TAIZ; ZEIGER,
2004).
O fluxo contínuo da água do solo para a planta e a transferência desta para a
atmosfera em forma de vapor depende da disponibilidade hídrica de água do solo e
da condução da água ao longo dos órgãos da planta (CARLESSO; SANTOS, 1999).
Esse fluxo é determinado pela diferença de potencial hídrico entre a solução do solo
na superfície da raiz, os fluidos do xilema e a atmosfera (RAVEN et al., 1996)
A demanda evaporativa da atmosfera e a radiação solar determinam a magnitude da
perda de água da planta por transpiração (SOUZA; WILHELM, 2009). A
transferência de água das plantas para a atmosfera aumenta à medida que o
gradiente de pressão de vapor entre a folha e o ar se eleva, e tende a diminuir
conforme esse gradiente decresce, mesmo com o solo úmido (SILVA et al., 2003)
O solo constitui um reservatório dinâmico de água às plantas. Suas características
físicas como: textura, porosidade, estrutura e teor de matéria orgânica determinam a
capacidade de retenção de água ao longo do seu perfil (MARTORANO et al., 2009;
KLEIN et al., 2010). A compreensão e a avaliação da capacidade de
armazenamento de água do solo assumem grande importância nos estudos
referentes ao comportamento das plantas quanto à disponibilidade hídrica e no
manejo de irrigação de culturas de interesse econômico (PINHEIRO et al., 2009).
A maior parte dos estudos sobre manejo de água no solo considera que a água
retida entre a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente (PMP)
esteja disponível às plantas (SOUZA et al., 2002). Em termos de potencial matricial
do solo, a água disponível se encontra retida a tensões entre 10 - 30 (CC) e 1500
kPa (PMP). Tensões superiores a 1500 kPa acarretam a murcha permanente das
folhas na maioria das espécies de interesse agrícola, desencadeando a morte das
plantas (ANGELOCCI, 2002).
A CC representa o teor máximo de água que o solo retém contra a ação da
gravidade, sendo retida a tensões de 5, 10 e 30 kPa para solos arenosos, solos de
textura média e solos argilosos, respectivamente (BERNARDO et al, 2006). Já o
PMP representa o conteúdo de água no solo correspondente ao equilíbrio entre a
17
tensão que a água está retida na matriz do solo e a tensão de sucção exercida pelas
raízes das plantas (MELLO; SILVA, 2011).
No entanto, nem todo teor de água contido entre a CC e o PMP está facilmente
disponível às plantas; existe um nível de umidade crítico que cada cultura pode ser
submetida sem afetar significativamente a sua produtividade (BERNARDO et al.,
2006). A água facilmente disponível (AFD) é determinada experimentalmente em
função do tipo de cultura e do consumo máximo de água nos diferentes estádios de
desenvolvimento da cultura, o que proporciona valores distintos de AFD durante o
ciclo da cultura (PEREIRA et al., 2002).
O déficit hídrico é função da disponibilidade de água às plantas e das condições
climáticas, principalmente a precipitação e a evapotranspiração (SIQUEIRA; ROCIO,
2011). A escassez de água afeta o crescimento e o desenvolvimento das culturas
em todo o mundo (SANTOS; CARLESSO, 1998). Porém, os efeitos do déficit hídrico
dependem da intensidade, da duração do estresse e das características fenotípicas
e genotípicas das plantas, podendo provocar distúrbios morfofisiológicos nas
plantas, tais como: redução da turgescência e da área foliar, e desenvolvimento de
um sistema radicular mais profundo (SILVA et al., 2008).
A absorção de água pelas raízes pode ser afetada por fatores ambientais como:
déficit hídrico, baixa disponibilidade de oxigênio e elevadas concentrações de sais
solúveis (PIMENTEL, 2004). Em condições de baixa disponibilidade de água no
solo, as plantas tendem a fechar parcialmente os estômatos, o que proporciona
redução da concentração de CO2 intracelular e, consequentemente, ocorre declínio
da taxa fotossintética em função do decréscimo da assimilação de CO2 e do
rendimento quântico do fotossistema II (MACHADO et al., 2009; MARIANO et al.,
2009).
Já o excesso de água no solo limita a disponibilidade de oxigênio às raízes e leva as
plantas a manifestarem uma série de distúrbios fisiológicos, os quais incluem
sistema radicular superficial, menor teor de clorofila e redução da taxa fotossintética
(SILVEIRA, 2011). A baixa disponibilidade de oxigênio na zona radicular dificulta a
respiração e, consequentemente, reduz a produção de energia necessária à síntese
18
e à alocação de compostos orgânicos nos diferentes órgãos da planta, o que
compromete o seu crescimento (VIANA et al., 2008).
O conhecimento das relações entre estresse hídrico e desenvolvimento de espécies
de Eucalyptus sp. é de suma importância na fase de produção de mudas, uma vez
que, com o aumento da demanda por produtos do setor florestal, há necessidade de
produzir mudas em quantidade e qualidade satisfatória (MARTINS et al., 2008).
2.3 Evapotranspiração
A evapotranspiração é um termo utilizado para descrever o processo físico-biológico
que combina simultaneamente a transferência de água para a atmosfera, em forma
de vapor, através dos fenômenos de evaporação da água do solo e da transpiração
das plantas (PEREIRA et al, 2002). A quantidade de água evapotranspirada varia
em função de fatores relacionados à planta, ao solo e ao clima, sendo que o último
fator exerce maior influência (BERNARDO et al., 2006).
De acordo com Lemos Filho et al. (2010), os principais parâmetros climáticos que
afetam a taxa de evapotranspiração são: radiação solar, temperatura do ar, umidade
relativa do ar, vento e chuva. O processo de evapotranspiração é regido pela
quantidade de energia disponível para vaporizar a água, sendo a principal fonte
dessa energia a radiação solar (COUTO; SANS, 2002).
As propriedades físicas do solo afetam a evapotranspiração, uma vez que estão
relacionadas com a disponibilidade de água útil às plantas e à capacidade de
atender as necessidades hídricas das culturas por mais tempo (PEREIRA et al,
2009). Além disso, a prática de técnicas conservacionista do solo, como o plantio
direto, exerce influência sobre a taxa de evapotranspiração nas camadas superficiais
do solo (OLIVEIRA, et al., 2010).
Conforme Doorenbos e Kassam (1994), a necessidade hídrica das culturas é
normalmente expressa mediante a taxa de evapotranspiração, em milímetros (mm)
por unidade de tempo, que pode ser diária, semanal, mensal ou anual. Para os
19
mesmos autores, a evapotranspiração das culturas está relacionada com a demanda
evaporativa do ar, que pode ser expressa como evapotranspiração de referência
(ET0).
A ET0 representa a evapotranspiração de uma cultura hipotética com altura de 0,12
m, albedo de 0,23 e resistência da superfície de 70 s m-1, semelhante à
evapotranspiração de uma extensa superfície coberta por grama com altura
uniforme, em crescimento ativo e sem restrição hídrica (KASSAM; SMITH, 2001).
A literatura é vasta e rica em metodologias utilizadas para estimar a ET0, podendo
ser elencados os principais métodos: tanque evaporímetro classe A, método de
Blaney-Criddle, método de Hargreaves & Samani, método de Thornthwaite,
Penman, Penman-Monteith FAO 56, entre outros. A grande quantidade de métodos
existentes para estimar a ET0 ocorre em função da adequação dos métodos às
condições climáticas da região, simplicidade de uso e disponibilidade de dados
meteorológicos necessários a esses métodos (CARVALHO et al., 2011).
Diante da necessidade de um método adequado para ser aplicado em diferentes
climas e localidades, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO) aperfeiçoou o método de Penman e deu origem ao método de
Penman-Monteith FAO 56 (SILVA et al., 2010). Esse método é reconhecido pela
FAO como método padrão para estimar a ET0, uma vez que leva em consideração
fatores físicos e fisiológicos que regem a evapotranspiração (ALLEN et al., 1998).
A ETc representa a evapotranspiração da cultura cultivada em área extensa, isenta
da ocorrência de pragas, doenças e deficiência nutricional, com disponibilidade de
água suficiente para garantir que o seu potencial produtivo seja alcançado, para a
condição climática a que foi submetida (TEIXEIRA et al., 2003). A ETc pode ser
determinada de forma direta através do balanço hídrico da água do solo, ou indireta,
através do produto da evapotranspiração de referência pelo coeficiente de cultura
(Kc), sendo que este varia em função do tipo de cultura e da sua fase fenológica
(ALLEN et al., 1998; OLIVEIRA et al., 2007).
Segundo Oliveira et al. (2003), o Kc representa a interação dos efeitos das
características que diferenciam a ETc da ET0, tais como: a altura da cultura, a
resistência de superfície e o albedo da superfície cultura-solo. Esse coeficiente é
20
obtido através da razão entre ETc e ET0 e varia em função da espécie, da fase
fenológica, do índice de área foliar, da densidade radicular, das condições do solo e
da frequência de chuva ou irrigação (SANDANIELO; LUNARDI, 2002; BERNARDO
et al., 2006).
Vários estudos relatam que a demanda hídrica das culturas deve ser estabelecida
através de valores de Kc específicos para cada estádio de desenvolvimento da
cultura (LEAL; SEDIYAMA, 2004). Para facilitar a determinação do Kc, Allen et al.
(1998) dividiram o período de desenvolvimento das culturas em quatro estádios.
I - Estádio inicial: corresponde ao período compreendido desde o plantio até o
momento em que cerca de 10% da superfície do solo é coberta por vegetação.
II - Estádio de crescimento: corresponde ao período compreendido entre o final do
primeiro estágio até o momento que a vegetação cobre plenamente o solo.
III - Estádio intermediário: corresponde ao período compreendido entre a cobertura
plena do solo até o início da maturação.
IV - Estádio final: corresponde ao período compreendido entre o início da maturação
até a colheita ou senescência completa.
Durante o estádio inicial de desenvolvimento as culturas apresentam pequena área
foliar tornando a evapotranspiração dependente do fenômeno de evaporação da
água do solo (SOARES et al., 2001). À medida que a cultura se desenvolve, a
evaporação passa a ser restrita e a transpiração se torna gradualmente
predominante no processo de evapotranspiração, devido ao aumento da área foliar
(ALLEN et al., 1998).
O Kc apresenta comportamento distinto em função da duração do ciclo das culturas.
De maneira geral, o valor de Kc de culturas anuais aumenta gradualmente à medida
que a cultura se desenvolve atingindo um valor máximo quando a cultura alcança
seu pleno desenvolvimento, e diminui com a maturação da planta (DOORENBOS;
KASSAN, 1994). Culturas perenes, como o eucalipto, apresentam valores baixos de
Kc no período de formação e estabelecimento da cultura no campo; quando atingem
seu desenvolvimento pleno, o valor de Kc tende a se estabilizar próximo a 1,
21
podendo ocorrer oscilações sazonais em função de processos fisiológicos
(OLIVEIRA et al., 2007).
A determinação do Kc para locais específicos proporciona um melhor ajuste na
determinação da evapotranspiração da cultura e permite aplicar o teor de água que
a cultura necessita com mais precisão (GONÇALVES, 2010). O conhecimento da
ETc e do Kc ao longo do ciclo da cultura possibilita um melhor manejo de projetos de
irrigação e planejamento, bem como racionalização dos recursos hídricos
(MIRANDA; BLEICHER, 2001).
2.4 Irrigação em viveiros florestais
A irrigação é uma técnica agrícola que combina uma série de informações referentes
à cultura de interesse econômico e condições edafoclimáticas de um dado local,
com o intuito de aplicar no solo a quantidade exata de água requerida pela cultura e
no momento adequado. Essa técnica assume grande importância na otimização da
produção de alimentos e fibras, e outros fins, como é o caso de viveiros florestais,
proporcionando maior produção por unidade de área plantada e rentabilidade ao
produtor rural (RODRIGUES, 2007).
O sucesso da irrigação depende tanto do enfoque dado à engenharia, onde é
necessário o correto dimensionamento do sistema de irrigação, quanto do manejo
adequado conforme a exigência hídrica durante o ciclo da cultura. O uso racional da
irrigação depende de um programa muito bem elaborado de pesquisa e
desenvolvimento (BERNARDO et al., 2006).
Estudos relatam que 8% dos viveiros florestais do Estado do Espírito Santo e da
Bahia realizam a irrigação através de regadores, 20% utilizam mangueiras para
realizar a irrigação das mudas, 58% são irrigados via sistema de aspersão com
controle mecânico e 14% possuem sistema de irrigação por aspersão de controle
eletrônico (ALMEIDA et al., 2007).
O sistema de irrigação por microaspersão é o mais utilizado em viveiros florestais.
Tal sistema gera grande desperdício de água devido à má distribuição dos
22
aspersores em relação às mudas e às irrigações serem realizadas em horários com
alta incidência de vento (AUGUSTO et al., 2007). Por esse motivo, há necessidade
de estabelecer estratégias que visem adequar o uso de sistemas de irrigação em
viveiros de produção de mudas florestais.
Em virtude do uso de recipientes pequenos na produção de mudas de eucalipto,
como os tubetes, a irrigação deve ser realizada com maior frequência, uma vez que
a disponibilidade de água às plantas é limitada pela pequena quantidade de
substrato armazenado nos mesmos (LOPES et al., 2005). Essa particularidade do
sistema de produção de mudas em viveiros florestais implica no risco de estresse
hídrico, o qual deve ser prevenido mediante a um controle da irrigação mais rigoroso
(SINDEAUX et al., 2009).
De acordo com Gruder (2006), devido à falta de critérios adotados na maioria dos
viveiros florestais, pressupõe-se que a lâmina de água utilizada na irrigação de
mudas na fase de crescimento seja excessiva a lâmina de água requerida para
atender às necessidades hídricas de mudas de eucalipto. A inadequada utilização
da irrigação em viveiros florestais acarreta problemas de ordem fitossanitária e alta
mortalidade das mudas, elevando os custos de produção e plantio no campo
(FREITAG, 2007).
A escassez de informação referente à necessidade hídrica de espécies florestais
aliadas à falta de investimentos em tecnologia leva ao manejo inadequado da água
em viveiros florestais. A maioria dos agricultores acredita que a adoção de
tecnologia é onerosa, complicada, trabalhosa e não traz retorno financeiro
(MAROUELLI et al., 2000).
Devido à aplicação excessiva de água, a irrigação implementada nos viveiros deve
ser avaliada e manejada adequadamente. Macedo (1993) afirma que um viveiro de
porte médio, que produz em média 100 mil mudas por ano, requer aproximadamente
10 m³ de água por dia.
Em busca de solucionar os impasses do manejo hídrico em viveiros de produção de
mudas de eucalipto, Lopes et al 2005 avaliaram o efeito de cinco lâminas de
irrigação diária (6, 8, 10, 12 e 14 mm) sobre o crescimento, o desenvolvimento e a
qualidade de mudas de Eucalyptus grandis, conduzidas em tubetes de 50 cm3 com
23
substrato de fibra de coco pasteurizada, no município de Ibaté – SP. Os resultados
obtidos indicam que é possível obter mudas com ótima qualidade sob lâmina de
irrigação de 12 mm d-1.
Rodrigues et al., (2011) realizaram um estudo visando determinar a necessidade
hídrica de dois clones de eucalipto, o clone CAF 907 (Eucalyptus urophylla) e o
clone 1117 (E. grandis x E. urophylla), na região centro-oeste de Minas Gerais.
Foram adotadas como tratamento cinco lâminas de irrigação, correspondendo a 150,
200, 250, 300 e 350% da ET0, respectivamente. Os resultados obtidos apontam que
o tratamento com aplicação de 257% da ET0 pode ser recomendado para o manejo
da irrigação em viveiros florestais, por apresentar melhor desenvolvimento das
mudas, em relação aos tratamentos de 150 e 200% da ET0, e maior economia de
água que os tratamentos de 300 e 350% da ET0. Embora os resultados obtidos
pelos autores supracitados tenham proporcionado crescimento e desenvolvimento
satisfatório às mudas de eucalipto, a generalização dessas informações pode
prejudicar o manejo da irrigação em viveiros florestais, uma vez que a demanda
evapotranspirativa das culturas varia em função das condições climáticas locais.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material vegetal e características do local de estudo
O experimento foi conduzido em uma casa de vegetação localizada na área
experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito
Santo, município de Alegre-ES, distrito de Rive, latitude 20º45’ Sul, longitude 41º30’
Oeste e altitude de 119 m, entre junho a agosto de 2011. O clima predominante da
região, segundo a classificação de Köppen é “Cwa”, isto é, tropical quente úmido,
com inverno frio e seco. Segundo Lima et al. 2008, a temperatura anual média é de
23 °C e a precipitação total anual média é de 1341 mm.
24
A casa de vegetação utilizada para a condução do experimento possui cobertura de
filme de polietileno transparente, sendo fechada nas laterais com tela tipo sombrite
(Figura 1).
Figura 1 - Vista externa da casa de vegetação localizada no distrito de Rive, município de Alegre – ES.
Foram utilizadas mudas do clone comercial 6021 do híbrido Eucalyptus urophylla x
Eucalyptus grandis produzidas em um viveiro comercial, localizado no município de
Bom Jesus de Itabapoana – RJ. As mudas foram produzidas através de miniestacas
apicais em tubetes plásticos de 54 cm3 com formato arredondado e cônico, sem
fendas laterais. As mudas foram selecionadas na fase de crescimento, aos 35 dias
de idade, mantendo-se a uniformidade de altura, diâmetro e condição fitossanitária.
Durante a condução do experimento, as mudas foram conduzidas em tubetes de 54
cm3 visando simular as condições de viveiro.
O período de aclimatação das mudas teve duração de sete dias. Durante esse
período foram realizadas seis irrigações diárias através de um sistema de irrigação
por microaspersão com controle eletrônico, programado por meio de um
temporizador (Figura 2).
25
Figura 2 - Vista geral do experimento e o sistema de irrigação utilizado no período de aclimatação das mudas.
Quanto à nutrição mineral das mudas, foram realizadas quatro adubações por
cobertura de nitrogênio e potássio, conforme Silva; Stein (2011). Para cada
adubação, foram diluídos em 6 L de água, 18 g de cloreto de potássio e 60 g de
sulfato de amônio, sendo aplicados 10 mL dessa solução por muda com auxílio de
uma seringa.
3.2 Substrato
O substrato utilizado na produção das mudas no viveiro foi uma mistura composta
por 40% de fibra de coco, 40% de vermiculita, 20% de casca de pinus e um adubo
de liberação lenta (osmocote 19-06-10). Para melhor assentamento das partículas
do substrato dentro dos tubetes, o preenchimento dos mesmos foi realizado com
auxilio de uma mesa vibratória.
Com o objetivo de determinar a máxima capacidade de retenção de água (MCRA)
do substrato, primeiramente foi realizada aleatoriamente a amostragem de 36
tubetes. Cada tubete foi saturado lentamente com auxilio de uma seringa, deixado
em repouso e, imediatamente após constatar a interrupção da drenagem da água
livre, procedeu-se a pesagem do substrato saturado e o valor obtido foi registrado.
26
Em seguida, as amostras foram levadas a uma estufa com temperatura de 105 °C
durante 24 horas, após esse período procedeu-se a pesagem do substrato seco e o
valor obtido foi registrado. A MCRA do substrato foi determinada através da
diferença do peso do tubete com substrato saturado e substrato seco.
3.3 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com cinco
níveis de umidade do substrato, sendo 90, 80, 70, 60 e 50% em relação à máxima
capacidade de retenção de água e três repetições. A unidade experimental foi
composta por 36 plantas.
3.4 Procedimento experimental
A aplicação dos tratamentos foi realizada, durante 60 dias, baseada no controle da
irrigação por meio do monitoramento da quantidade de água contida no substrato.
Esse monitoramento foi realizado por meio de pesagens das unidades
experimentais, e da reposição da fração perdida por evapotranspiração. Após a
irrigação por microaspersão, a quantidade de água contida no substrato encontrava-
se próxima à quantidade máxima de água que este consegue reter contra a ação da
gravidade. A partir desse momento com auxílio de uma balança com precisão de
0,01 g, foi contabilizada a quantidade de água perdida.
Quando a variação do conteúdo de água do substrato atingia os níveis estabelecidos
nos tratamentos, era realizada uma nova irrigação para elevar à umidade do
substrato até a capacidade de campo.
Com o objetivo de uniformizar a distribuição de água entre as mudas, as irrigações
foram realizadas em uma câmara com sistema de microaspersão, localizada no
exterior da casa de vegetação, com capacidade de irrigar até três unidades
experimentais simultaneamente
27
3.5 Descrição das características avaliadas
3.5.1 Caracterização microclimática da casa de vegetação
Uma estação meteorológica foi montada dentro da casa de vegetação, com a
finalidade de obter dados necessários para a caracterização microclimática,
possuindo os seguintes equipamentos: sensores de temperatura e umidade relativa
do ar (modelo CS500, marca Vaisala), de radiação fotossinteticamente ativa (sensor
quantum, modelo LI-190, marca LI-COR) e de velocidade do vento (modelo 03101,
marca Young), acoplados a um sistema de aquisição e armazenamento de dados
(datalloger, modelo CR10-X, Campbell Scientific) programado para realizar leitura
dos dados a cada dez segundos e armazenar os valores médios a cada 15 minutos.
As estimativas da evapotranspiração de referência (ET0) foram realizadas pelo
método Pennam-Monteith (FAO 56), conforme Allen et al., (1998), apresentada na
equação seguinte.
DPV.U.
15,273T
900.
ra
rc1.
GRn
ra
rc1.
ETo 2
(1)
em que:
ET0 = evapotranspiração de referência (mm.dia-1);
= declividade da curva de pressão de vapor de saturação (kPaºC-1);
= calor latente de evaporação (kJ.kg-1);
rc = resistência do dossel da planta (s.m-1);
ra = resistência aerodinâmica (s.m-1);
Rn = saldo de radiação à superfície (kJ.m-2.s-1);
G = fluxo de calor no solo (kJ.m-2.s-1);
= constante psicrométrica (kPa ºC-1);
28
T = temperatura média do ar (ºC);
U2 = velocidade do vento a 2 m de altura (m.s-1);
DPV = déficit de pressão de vapor (kPa); e
900 = fator de transformação de unidades (kJ-1.kg.K).
O uso de sensores de radiação global do tipo placa de silício dentro de ambiente
protegido não é indicado (CAMPBELL, 1994), dessa forma, os dados de radiação
global necessários para o cálculo da evapotranspiração foram obtidos da estação
agrometeorológica do INMET instalada próxima ao local do experimento e os valores
corrigidos segundo a equação proposta por Escobedo et al., 2007:
HGIN = 0,739 HG
EX (2)
em que:
HGIN = Radiação global do interior da casa de vegetação;
HGEX = Radiação global do exterior da casa de vegetação.
O saldo de radiação foi estimado em função da radiação global, conforme proposto
por Bernardo et al., (2006), apresentado na equação abaixo:
Rn = 0,77 HGIN (3)
O déficit de pressão de vapor do ar (DPV) foi calculado a partir da estimativa da
pressão de saturação de vapor (es) e pressão parcial de vapor (ea) conforme
Pereira et al. (2002), apresentado nas equações abaixo:
es = 0,6108 10 (7,5 T / 237,3 + T) (4)
ea = es (UR/100) (5)
DPV = es – ea (6)
29
em que:
es e ea são expressas em kPa.
3.5.2 Características de crescimento
A fase inicial do experimento (aclimatação das mudas) e, aos 15, 30 e 45 dias de
experimento, foi realizada a análise de crescimento, sendo retiradas duas plantas
por repetição de cada tratamento, com objetivo de acompanhar o acúmulo de
matéria fresca e seca em função de cada tratamento. Dessa forma, a cada 15 dias
foi recalculado o peso referente a cada nível de tratamento, levando em conta o
acúmulo de matéria fresca e as plantas retiradas.
A avaliação final ocorreu aos 60 dias de experimento, período que as mudas
atingiram a faixa de idade ideal para plantio no campo (90 - 100 dias), sendo
avaliados os seguintes parâmetros morfológicos para 25 plantas: altura, diâmetro,
área foliar, matéria seca da folha, da parte aérea, da raiz e total.
A altura total das plantas foi medida com uma régua graduada em milímetros, o
diâmetro ao nível do coleto com auxílio de um paquímetro digital e a área foliar
determinada utilizando um medidor integrador de área foliar (modelo LI – 3100,
marca Li- Cor). Para obtenção da matéria seca, as plantas foram acondicionadas em
sacos de papel kraft, colocadas em estufa com circulação forçada de ar na
temperatura de 65 °C, por no mínimo 72 horas e, posteriormente, foi realizada a
pesagem do material vegetal.
Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e, quando
significativas, às médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de
probabilidade de 5%.
3.5.3 Consumo hídrico
As mudas acondicionadas em bandejas de polietileno com capacidade de 36
unidades foram pesadas com auxilio de uma balança com precisão de 0,01 g e o
consumo hídrico determinado em função da diferença de peso das bandejas, antes
30
e após a irrigação. Posteriormente, o consumo hídrico (mL) foi convertido em taxa
de evapotranspiração (mm.d-1) levando-se em consideração a área vegetada de 529
cm2 formada pela unidade experimental.
A partir dos dados de evapotranspiração da cultura (ETc) do tratamento de 90% da
MCRA e da evapotranspiração de referência (ET0) do interior da casa de vegetação
foi possível calcular o coeficiente de cultura (Kc), conforme Allen et al., 1998,
apresentado na equação abaixo:
Kc = ETc/ET0 (7)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização microclimática da casa de vegetação
A Figura 3 apresenta a variação da temperatura do ar, umidade relativa e déficit de
pressão de vapor, durante o período de condução do experimento. Conforme pode
ser observado, as médias das temperaturas máximas e mínimas são
respectivamente 28,7 °C e 15,6 °C, tendo alcançado valor máximo absoluto de 35,5
°C e mínimo absoluto de 11,2 °C. Conforme Ribeiro et al (2009), esses valores estão
dentro da faixa favorável ao desenvolvimento de espécies de eucalipto.
A umidade relativa do ar dentro da casa de vegetação teve valor médio de 64%,
tendo atingido valor máximo de 87% e mínimo de 21%. Ambiente com umidade
relativa do ar média acima de 80% associada a temperaturas máximas inferiores a
27 °C favorece a incidência das principais doenças fúngicas do eucalipto na fase de
viveiro (MAFIA et al., 2006; BIZI, 2006), o que explica a baixa incidência de doenças
ocorrida neste estudo.
Durante a condução do experimento o valor médio do déficit de pressão de vapor
(DPV) foi de 0,84 kPa, atingindo valor máximo de 1,39 kPa e mínimo de 0,37 kPa.
As oscilações dos valores de DPV variam em função da temperatura do ar e da
31
umidade relativa do ambiente. Esta variável climática exerce grande influência no
controle da condutância estomática. Em condições de elevado DPV, a transpiração
de plantas sob déficit hídrico pode ser menor quando comparada a plantas sob
condições hídricas ideais, uma vez que o conteúdo de água retido no solo a tensões
mais elevadas pode não atender plenamente a demanda evaporativa do ar
(MARINHO, 2011).
32
Figura 3 - Caracterização da temperatura do ar (T), da umidade relativa do ar (UR) e do déficit de pressão de vapor (DPV) no interior da casa de vegetação em Alegre-ES, no período de 11 de junho a 10 de agosto de 2011.
33
Na Figura 4, verifica-se a variação da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), da
radiação global (Rg) e da evapotranspiração de referência (ETo), ao longo do
período de condução do experimento.
Figura 4 - Caracterização da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), da radiação global (Rg) e da
evapotranspiração de referência (ET0) no interior da casa de vegetação em Alegre-ES, no período de
11 de junho a 10 de agosto de 2011.
34
No decorrer do experimento, a RFA variou entre 9,86 e 1,47 mol. m-2.d-1,
apresentando um valor médio de 7,44 mol m-2 d-1. Os maiores valores foram
observados em dias com ausência de nebulosidade, enquanto os menores valores
foram observados em dias nublados.
O comportamento da variação da Rg ao longo do período de condução do
experimento foi similar a RFA, apresentando valor máximo, mínimo e médio de
15,68 , 3,40 e 11,48 MJ m-2 d-1, respectivamente. A incidência de radiação solar no
interior da casa de vegetação é menor quando comparada ao ambiente externo em
virtude da reflexão e absorção da cobertura plástica (GUISELINI et al., 2010).
Durante a condução do experimento a ET0 apresentou valor médio de 2,56 mm.d-1,
atingindo valor máximo de 3,73 e mínimo de 0,28 mm.d-1. A baixa demanda
atmosférica no interior da casa de vegetação está associada às características
intrínsecas do inverno, tais como: temperatura do ar amena, umidade relativa alta e
menor incidência da radiação solar, e as modificações no microclima causadas pela
cobertura de polietileno. Em geral, a ET0 estimada dentro da casa de vegetação
representa cerca de 45 a 77% daquela verificada no ambiente externo (FARIAS et
al., 1994).
4.2 Características de desenvolvimento das mudas
Na Figura 5 é apresentado o desenvolvimento das mudas de eucalipto, com relação
à matéria seca total, de hastes e ramos, da folha e da raiz, submetidas a diferentes
níveis de umidade do substrato em um período de 60 dias. Pode-se verificar que a
matéria seca total referente aos níveis de 90, 80, 70% da máxima capacidade de
retenção de água (MCRA) não difere estatisticamente entre si e é superior aos
níveis de 60% e 50%, sendo o nível de 60% superior ao nível de 50%. A aplicação
dos tratamentos 60 e 50% da MCRA proporcionam redução de 23,1 e 40,2 % na
matéria seca total, respectivamente.
35
Figura 5 - Influência da umidade do substrato na matéria seca total (MST), da parte aérea (MSPA), da folha (MSF) e da raiz (MSR) em clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em
tubete aos 102 dias de idade, em Alegre ES.
36
A matéria seca das folhas (Figura 5) apresenta o mesmo comportamento observado
para a variável matéria seca total. Houve redução de 23,8 e 46,7% na MSF com a
aplicação dos tratamentos 60 e 50% da MCRA, respectivamente. Para a produção
de matéria seca de hastes e ramos, os níveis de 90, 80 e 70% não diferem
estatisticamente entre si e são superiores ao nível de 50% da MCRA, o nível de 70%
não difere estatisticamente do nível de 60%, sendo este último superior ao nível de
50%
Já para a variável matéria seca da raiz (Figura 5), os níveis de 90, 80, 70 e 60% da
MCRA não diferem estatisticamente entre si, sendo que este último não difere
estatisticamente do nível de 50% da MCRA.
Os valores de matéria seca das mudas de eucalipto e de suas partes constituinte
submetidas à umidade do substrato até 70% MCRA são superiores aos encontrados
por Gruder 2006. O autor supracitado recomendou irrigações de 7,6 mm d-1 durante
o inverno para produção de mudas de eucalipto urograndis e obteve valores de 0,35;
0,20; 0,60; 1,15 g para matéria seca da raiz, do caule, da folha e total,
respectivamente.
Em geral, os resultados de matéria seca das mudas e de suas partes constituintes
indicam que o decréscimo da umidade do substrato até 70% não afeta
significativamente o desenvolvimento das mesmas. Abaixo deste nível, a água
contida no substrato provavelmente está retida a tensões mais elevadas,
impossibilitando a planta de manter plenamente o contínuo fluxo transpiratório em
dias ou horários com alta demanda atmosférica. Esse déficit hídrico pode induzir ao
fechamento estomático e prejudicar a assimilação de CO2 e a síntese de compostos
orgânicos.
A redução da matéria seca observada nos tratamentos de 60 e 50% também pode
ser atribuída aos danos causados em nível celular pelo déficit hídrico. Esses danos
proporcionados pela falta de água desencadeiam a inativação das reações
associadas à membrana celular, o que limita o transporte de elétrons e a
fotofosforilação do processo fotossintético, reduzindo assim, a síntese de compostos
orgânicos (PIMENTEL, 2004).
37
O crescimento dos vegetais pode ser avaliado ao longo do tempo em função de
variações de algumas características ou estruturas morfológicas das plantas
(CLEMENT; BOVI, 2000). O conhecimento do acúmulo de matéria seca das plantas
na etapa de viveiro é de suma importância para se estabelecer manejos adequados
para produção de mudas de boa qualidade.
Na Figura 6 é apresentado o acúmulo de matéria seca das mudas de eucalipto e das
suas partes constituintes durante a condução do experimento. Verifica-se que a
matéria seca total das plantas é particionada de maneira diferente entre os
tratamentos aplicados após 30 dias de experimento.
A análise do acúmulo de matéria seca da parte aérea (Figura 6) revela que o
comportamento dos tratamentos é muito semelhante até 45 dias de experimento,
diferenciando-se nos últimos 15 dias de experimento. Nota-se que a parte aérea é o
componente da planta que apresenta resposta mais tardia ao déficit hídrico.
À medida que a umidade do substrato decresce, há redução no acúmulo de matéria
seca das folhas e raízes. Esse comportamento pode ser observado de forma mais
notória após 30 dias à imposição dos tratamentos.
O monitoramento do desenvolvimento das culturas através da análise de
crescimento constitui uma ferramenta de grande importância no estudo do
comportamento vegetal, em diversas condições ambientais, podendo quantificar o
consumo de água ou até mesmo os níveis de nutrientes que maximiza a
produtividade vegetal (MELO et al., 2010).
38
Figura 6 - Acúmulo quinzenal da matéria seca total (MST), da parte aérea (MSPA), da folha (MSF) e
da raiz (MSR) em um clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete, em
Alegre-ES no período de 11/06 a 10/09/2011.
39
Na Figura 7 é apresentado o desenvolvimento das mudas de eucalipto, com relação
à área foliar, diâmetro e altura. Pode-se observar que para a área foliar, os níveis de
90, 80, 70% da MCRA não diferem estatisticamente entre si e são superiores aos
níveis de 60% e 50%, e o nível de 60% não difere estatisticamente do nível de 50%.
A aplicação dos tratamentos de 60 e 50% proporciona redução média de 28,71% da
área foliar.
Figura 7- Influência da umidade do substrato na área foliar (AF), diâmetro (D) e altura (H) de
clones de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete aos 102 dias de idade,
em Alegre - ES.
40
Para a variável diâmetro (Figura 7), os níveis de 90, 80, 70% da MCRA não diferem
estatisticamente entre si, porém os níveis de 80 e 70% não diferem estatisticamente
do nível de 60% e este não difere estatisticamente do nível de 50% da MCRA. Já
para a variável altura, os níveis de 90, 80 e 70% da MCRA são iguais
estatisticamente e superiores aos níveis de 60 e 50%; o nível de 60% não difere
estatisticamente do nível de 50%. Os tratamentos de 60 e 50% proporcionam uma
redução média de 9,63% da altura das mudas de eucalipto.
Dentre os vários efeitos do déficit hídrico sobre o desenvolvimento das plantas, a
limitação da expansão foliar pode ser considerada uma das primeiras respostas
contra esse estresse hídrico (TAIZ; ZEIGER, 2004). A área foliar é um parâmetro
que pode indicar a produtividade das culturas, uma vez que, o processo
fotossintético é proporcional a área de interceptação da energia luminosa (FAVARIN
et al., 2002). Esse fato pode explicar os resultados obtidos neste trabalho, no qual os
tratamentos com maior área foliar (90, 80 e 70% da MCRA) foram responsáveis pela
maior produção de matéria seca, enquanto os tratamentos que provocaram maior
déficit hídrico (60 e 50% da MCRA) apresentaram área foliar reduzida e
consequentemente menor produção de matéria seca.
As variáveis altura e área foliar sofrem redução acentuada abaixo do nível de 70%
da MCRA, já a variável diâmetro não apresenta uma resposta evidente ao
decréscimo de umidade do substrato. Os processos de divisão, alongamento e
diferenciação celular podem ser afetados pela redução da turgescência celular
provocada pela falta de suprimento hídrico, o que leva a redução do crescimento ou
até mesmo à sua paralisação, dependendo da severidade do estresse (FANTI;
PEREZ, 2004).
Na Figura 8 é apresentada a lâmina total de água consumida em função dos níveis
de umidade do substrato. Pode-se observar que os tratamentos de 90, 80 e 70% da
MCRA têm consumo hídrico semelhante, indicando que até 70% da MCRA não há
restrição da taxa de evapotranspiração das plantas; sendo assim, o conteúdo de
água se encontra facilmente disponível às plantas até este nível de umidade do
substrato. À medida que a umidade do substrato decresce, o conteúdo de água é
retido a tensões mais elevadas nas partículas do mesmo, diminuindo gradualmente
a água disponível às plantas a ponto de restringir a evapotranspiração. Esse fato
41
explica a redução de 11 e 26,4% do consumo hídrico com a aplicação dos
tratamentos 60 e 50% da MCRA, respectivamente.
Figura 8 - Influência da umidade do substrato na lâmina total consumida (LTC) em um clone de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete aos 102 dias de idade, em Alegre
ES.
A Figura 9 apresenta a radiação fotossinteticamente ativa, temperatura do ar, déficit
de pressão de vapor e a frequência de irrigação para um dia com nebulosidade e
outro sem nebulosidade, durante o período de estudo. Observa-se que o dia de céu
claro apresenta temperatura média de 24,7°C, com valores oscilando entre 33,6 e
17,4°C, RFA atingindo valor máximo de 1,65 mol.m-2.h-1 e DPV tendo valor médio de
1,54 kPa, enquanto que o dia nublado é caracterizado por temperatura média de
17,4°C com valores oscilando entre 19,1 e 16,2°C, RFA atingindo valor máximo de
0,42 mol.m-2.h-1 e DPV com valor médio de 0,68 kPa.
42
A B
Figura 9 - Caracterização da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), temperatura do ar (T), déficit de pressão de vapor (DPV) e frequência de irrigação de um clone do híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis conduzido em tubete, (A) dia de céu claro, 01/08/2011, e (B) dia nublado, 05/08/2011.
43
A divergência das condições climáticas do dia com céu claro e nublado influencia na
necessidade de irrigação das mudas de eucalipto. Pode-se verificar, na Figura 9,
que há redução de cerca de 50% da frequência de irrigação em função da demanda
evaporativa do ar. Baseando-se em tais resultados, propõe-se que a irrigação em
viveiros florestais destinados a produção de mudas de eucalipto pode ser realizada
quando o conteúdo de água do substrato atingir 70% da MCRA.
A Figura 10 apresenta a variação da evapotranspiração da cultura (ETc) do eucalipto
na fase de produção de mudas no interior da casa de vegetação. Durante o período
experimental, a ETc apresentou valor médio de 3,21 mm.d-1, tendo valor máximo e
mínimo de 4,81 e 1,28 mm.d-1, respectivamente.
Figura 10 - Evapotranspiração da cultura (ETc) do eucalipto na fase produção de mudas de um clone do híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis, conduzido em tubete dentro de casa de vegetação, em Alegre ES.
No Boletim sobre irrigação e drenagem número 56 da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pode-se encontrar o valor de Kc para
a maioria das culturas agrícolas em seus diferentes estágios de desenvolvimento.
Entretanto, não há dados disponíveis para a cultura do eucalipto.
De posse dos dados médios de ETc medida e ET0 estimada para as condições da
casa de vegetação é possível determinar um valor médio para o Kc de 1,25 para
produção de mudas de eucalipto em ambiente protegido. Essa informação é de
44
grande valia para estimativa do consumo hídrico de mudas de eucalipto na fase de
viveiro.
O conhecimento do Kc de eucalipto para a fase de produção de mudas permite aos
viveiristas, que dispõem de infra-estrutura, adequar o manejo da irrigação em função
da necessidade hídrica da cultura, estimada através do coeficiente de cultivo obtido
neste estudo e da ET0 obtida através de estação agrometeorológica automática ou
por meio de métodos de estimativa da ET0 de menor custo, como é o caso do
tanque classe “A”. Os viveiristas que não possuem recursos para adquirir um desses
equipamentos podem realizar o manejo hídrico baseado no controle do peso das
bandejas e no critério de que as irrigações deverão ser realizadas quando a
umidade do substrato atingir o valor de 70% da MCRA.
O manejo de irrigação via monitoramento do peso das bandejas também possibilita
a automatização de sistemas de irrigação utilizados em viveiros florestais. O uso de
sistemas automatizados permite maior controle da lâmina de irrigação e gerenciar
com maior segurança a aplicação de fertilizantes, herbicidas e fungicidas via
irrigação.
A adequação do manejo de irrigação utilizando as informações obtidas neste
estudo, para viveiros de produção de mudas de eucalipto, proporciona uma série de
benefícios, entre eles pode-se destacar: menor desperdício de água, redução dos
custos com energia elétrica, menores custos com fertilizantes e defensivos agrícolas,
menor incidência de doenças fúngicas devido à redução da umidade do ambiente e
consequente produção de mudas de melhor qualidade.
45
5 CONCLUSÃO
Com base nas condições do experimento conclui-se que:
A umidade mínima do substrato para a produção de mudas de eucalipto do híbrido
Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis pode ser de 70% da MCRA, sem afetar
significativamente o desenvolvimento e a boa qualidade das mudas.
O valor de Kc encontrado é de 1,25.
O método de controle de irrigação baseado no monitoramento da massa das
bandejas apresenta-se como uma técnica viável que pode ser empregada no
manejo da irrigação em viveiro de produção de mudas de eucalipto.
46
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