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Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos
Municípios Vinculados à Base Local Almeirim
Contrato n.º: 10/2015-NEPMV
Objeto da Contratação: Contratação de empresa
especializada na realização de serviço de
monitoramento ambiental e monitoramento de
projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão
Ambiental Municipal através do Projeto Municípios
Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais
firmados pelo Programa Municípios Verdes –
NEPMV e os municípios Paraenses.
Contratada: Floram Engenharia e Meio Ambiente –
Ltda.
Produto: 7 – Diagnóstico da Gestão Ambiental
Municipal nos Municípios vinculados à Base Local
Almeirim.
Dezembro/2016
FICHA TÉCNICA
IDENTIFICAÇÃO DO CONTRATO
Número do contrato: 010/2015 – NEPMV
Objeto da contratação: Contratação de empresa especializada na realização de serviço de monitoramento
ambiental e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal através do
Projeto Municípios Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios Verdes –
NEPMV e os municípios Paraenses.
Contratante: Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes
Contratado: Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.
Produto: 5 – Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento nos Municípios da Base local Almeirim.
IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO PRODUTO (CONTRATADA)
Razão social Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda
CNPJ: 02.479.401/0001-00
Inscrição Estadual: 010.775.497
Endereço: Rua 23 de Maio n° 140 – Centro – Eunápolis/BA
CEP: 45820-075
Telefone: (73) 3281-3190
Representante legal: Paulo Tarcísio Cassa Louzada
E-mail: [email protected]
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO E RESPONSABILIZA-SE
TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS
Paulo Tarcísio Cassa Louzada:
Eng. Agrônomo, MBA Internacional em Meio Ambiente e Mestre em Solos CREA/MG 34.536/D / Responsável
Legal / [email protected]
Augusto Luciani Carvalho Braga:
Biólogo, MBA em Gestão Empresarial, Especializando em Direito Ambiental e Mestre em Ecologia Aplicada
CRBio 44.253/04-D / Coordenação técnica e produção de relatórios / [email protected]
Samira Kuwar:
Eng. Florestal, Especialista em Auditoria e Perícia Ambiental CREA/RS 149889 / Coordenação setorial e
produção de relatórios / [email protected]
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO
Andréa de Oliveira Mesquita: Bióloga. Mestre em Ecologia Aplicada. CRBIO 62643/04D / Produção de relatórios / [email protected] Isabel Mascarenhas Oliveira: Geógrafa, Mestre em Ecologia Aplicada. Crea 89.145/D/ Produção de Relatórios / [email protected] Caroline Pinheiro: Engenheira Florestal. Mestre em Produção Vegetal. CREA/BA 53405 / Produção de relatório / [email protected] Hybsen Silva Pinheiro: Engenheiro Agrônomo CREA/BA 52.626/D / Geoprocessamento e análise espacial / [email protected] Ticiane Viana: Engenheira Florestal CREA/BA 77993 / Produção de relatório / [email protected] Eduarda Gabriela Santos Cunha: Engenheira Florestal, Mestre em Ciência Florestal / CREA/BA 84660/ Produção de relatório / [email protected] Ana Alen Souza: Engenheira Ambiental / Técnico de referência na base local / [email protected]
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 13
2 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 15
3 OBJETIVO .................................................................................................................................................... 21
4 METODOLOGIA ........................................................................................................................................... 23
4.1 Área de Estudo ..................................................................................................................................... 24
4.2 Métodos ................................................................................................................................................ 26
4.2.1 Elaboração do Questionário On-line ................................................................................................ 26
4.2.2 Aplicação e Preenchimento do Questionário ................................................................................... 27
4.2.3 Tabulação e Análise dos dados ....................................................................................................... 29
5 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL.............................................................................. 31
5.1 Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Almeirim .......................................... 31
5.1.1 Identificação do Município ................................................................................................................ 31
5.1.2 Sistema Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 31
5.1.3 Estrutura Órgão Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 39
5.1.4 Instrumentos para o controle do desmatamento .............................................................................. 42
5.1.5 Programa de Regularização Ambiental (PRA) ................................................................................. 44
5.1.6 Instrumentos de Cooperação ........................................................................................................... 45
5.1.7 Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ............................................................. 45
5.1.8 Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ......................... 46
5.2 Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Porto de Moz ................................... 47
5.2.1 Identificação do Município ................................................................................................................ 47
5.2.2 Sistema Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 47
5.2.3 Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ............................................................................. 55
5.2.4 Instrumentos para o controle do desmatamento .............................................................................. 58
5.2.5 Programa de Regularização Ambiental (PRA) ................................................................................. 59
5.2.6 Instrumentos de Cooperação ........................................................................................................... 60
5.2.7 Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ............................................................. 61
5.2.8 Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ......................... 62
5.3 Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Gurupá ............................................ 63
5.3.1. Identificação do Município ........................................................................................................... 63
5.3.2. Sistema Municipal de Meio Ambiente .......................................................................................... 63
5.3.3. Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................ 70
5.3.4. Instrumentos para o controle do desmatamento.......................................................................... 73
5.3.5. Programa de Regularização Ambiental (PRA)............................................................................. 74
5.3.6. Instrumentos de Cooperação....................................................................................................... 75
5.3.7. Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ........................................................ 75
5.3.8. Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ..................... 76
6. ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL ALMEIRIM .................................................................................. 77
6.1. Secretarias Municipais de Meio Ambiente ............................................................................................ 77
6.2. Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................................. 83
6.3. Recursos e Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................... 84
6.4. Legislação Ambiental Municipal............................................................................................................ 86
6.5. Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização .............................................................................. 88
6.6. Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental ........................................................ 94
6.7. Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão a Programas .............................. 97
7. DIFICULDADES E ENTRAVES .................................................................................................................. 105
8. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................................... 107
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 113
10. RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO ........................................................................................ 115
11. REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 117
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 119
Lista de Quadros
Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental ................................................................. 28
Quadro 5.1- Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Almeirim .............................. 33
Quadro 5.2 – Atividades impactantes no município de Almeirim ........................................................................... 38
Quadro 5.3 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Almeirim. ................................................. 40
Quadro 5.4 – Equipe Técnica do Órgão Municipal de Meio Ambiente. .................................................................. 41
Quadro 5.5 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de
propriedades rurais com CAR no município de Almeirim. ............................................................................ 45
Quadro 5.6 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Porto de Moz. .................... 48
Quadro 5.7 – Atividades impactantes no município de Porto de Moz. ................................................................... 54
Quadro 5.8 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto de Moz. .......................................... 56
Quadro 5.9 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de
propriedades rurais com CAR do município de Porto de Moz. ..................................................................... 60
Quadro 5.10 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental de Gurupá. ................................................. 65
Quadro 5.11 – Atividades impactantes no município de Gurupá. .......................................................................... 69
Quadro 5.12 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Gurupá. ................................................. 71
Quadro 5.12 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de
propriedades rurais com CAR do município de Gurupá. .............................................................................. 74
Quadro 6.1 – Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da
Base Local Almeirim. .................................................................................................................................... 78
Quadro 6.2 - Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio
ambiente da Base Local Almeirim. ............................................................................................................... 81
Quadro 6.3 - Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA 120/2015 dos municípios
licenciadores. ............................................................................................................................................... 93
Quadro 6.4 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de
propriedades rurais com CAR dos municípios da Base Local Almeirim. .................................................... 102
Quadro 6.5 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local
Almeirim. .................................................................................................................................................... 103
Lista de Figuras
Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Almeirim. ................................ 25
Figura 5.1 e Figura 5.2 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Almeirim. ........... 41
Figura 5.3 e Figura 5.4– Sede secretaria municipal de meio ambiente de Porto de Moz e sua sala principal. ...... 56
Figura 5.5 e Figura 5.6 – Sede secretaria municipal de meio ambiente de Gurupá e sua sala principal. .............. 72
Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias
municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim. ................................................................................ 78
Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local
Almeirim. ....................................................................................................................................................... 79
Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público
para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das
SEMMAs. ...................................................................................................................................................... 80
Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional. ...................................... 82
Figura 6.5 - Presença de profissionais com registro no conselho de classe. ......................................................... 82
Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim (A); Periodicidade
da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos
conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C). .................................................................. 84
Figura 6.7 - Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais ...................................................... 85
Figura 6.8 - Municípios da Base Local Almeirim com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera
ambiental ...................................................................................................................................................... 87
Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Almeirim ........................................................... 87
Figura 6.10 - Municípios da Base Local Almeirim que realizam o licenciamento ambiental municipal (A) e que
possuem delegação competência do estado para licenciamento (B). .......................................................... 90
Figura 6.11 - Atividades que os municípios da Base Local Almeirim realizam o licenciamento ambiental municipal.
..................................................................................................................................................................... 91
Figura 6.12 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local
Almeirim. ....................................................................................................................................................... 94
Figura 6.13 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Almeirim
nos últimos 12 meses. .................................................................................................................................. 96
Figura 6.14 - Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a
construção e a produção de saberes. .......................................................................................................... 96
Figura 6.15 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental.
..................................................................................................................................................................... 97
Figura 6.16 - Atuação associada aos órgãos estadual e federal de meio ambiente. ............................................. 98
Figura 6.17 - Participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Almeirim por município
(A) e por tipo de participação reconhecida (B). ............................................................................................ 98
Figura 6.18 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Almeirim quanto à existência de termos de
cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D). ........ 100
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADEPARÁ - Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará
BANPARÁ – Banco do Estado do Pará
CAR - Cadastro Ambiental Rural
CIDS - Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Transamazônica e Xingu
COEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente
COMDUMA - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Almeirim
CMMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará
FMMA – Fundo Municipal de Meio Ambiente
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos Recursos Naturais Renováveis
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Ideflor-bio – Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará
IN – Instrução Normativa
MPE – Ministério Público Estadual
MPF - Ministério Público Federal
NEPMV – Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes
OAM - Órgão Municipal de Meio Ambiente
PDDU - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PDRSX - Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu
PPCAD – Plano de Prevenção, Controle e Alternativas de Desmatamento
PMV – Programa Municípios Verdes
PMMA – Política Municipal de Meio Ambiente
PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental
PRA – Programa de Regularização Ambiental
PTP - Planejamento Territorial Participativo
SEMA – Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Almeirim
SEMAS - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SEMAT – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Porto de Moz
SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Gurupá
SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente
SISMUMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente
SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente
TC - Termo de Compromisso
TNC - The Nature Conservancy
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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APRESENTAÇÃO
Este relatório é apresentado em atendimento ao contrato n° 10/2015 –
NEPMV que tem como objeto a realização dos serviços de monitoramento ambiental
e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da gestão ambiental
municipal através do Programa Municípios Verdes/Fundo Amazônia, referente ao
Edital de Concorrência 005/2015.
O presente relatório tem como base a gestão ambiental municipal
realizada pelo órgão ambiental municipal enquanto ator e gestor do processo. Em
vista deste recorte o diagnóstico pode não abarcar ações de gestão ambiental
empreendidas por outros setores da sociedade civil e/ou governo que possam estar
sendo empreendidos nos municípios ou região, mas que não tem o envolvimento do
órgão ambiental municipal.
Esta etapa corresponde ao diagnóstico da gestão ambiental municipal nos
municípios vinculados à Base Local Almeirim, que corresponde ao produto 07 do
contrato 010/2015-NEPMV. O documento encontra-se estruturado em 11 (onze)
capítulos, incluindo esta apresentação que é o Capítulo 1 do relatório e anexos.
No Capítulo 2 de introdução são apresentados conceitos básicos e
históricos importantes para entendimento das atividades desenvolvidas pelo
Programa Municípios Verdes (PMV) e conceitos da gestão ambiental. No Capítulo 3
são apresentados os objetivos do diagnóstico da gestão ambiental municipal.
O Capítulo 4 é referente à metodologia utilizada para organização e
realização do diagnóstico, a qual se estrutura em elaboração de questionário que
embasa o diagnóstico, encaminhamento destes às secretarias e tratamento e
análise dos dados levantados. A etapa de desenvolvimento, contendo o diagnóstico
propriamente dito da gestão ambiental dos municípios integrantes da Base Local é
apresentado no Capítulo 5 e o Capítulo 6 traz a análise integrada global dos dados
destes municípios e provê recomendações.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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As dificuldades e entraves para elaboração do diagnóstico são
apresentadas no capítulo 7 e no capítulo 8 são apresentadas as recomendações
para melhoria da gestão ambiental municipal.
Por fim, as considerações finais são apresentadas no Capítulo 9 e no
Capítulo 10 é apresentada a declaração de responsabilidade sobre o Produto. O
Capítulo 11 traz as referências bibliográficas que subsidiaram a elaboração do
relatório. Integra ainda o relatório os anexos contendo os dados tabulados do
questionário de gestão ambiental.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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INTRODUÇÃO
O Programa Municípios Verdes foi inspirado na experiência bem-sucedida
do município paraense de Paragominas que, após ter sua história associada à
expansão de atividades econômicas que incentivavam desmatamento, lançou no
começo de 2008 o projeto “Paragominas - Município Verde”. O projeto tinha como
objetivo enfrentar os altos índices de desmatamento a partir da realização de um
pacto com a sociedade local e da execução de ações empreendidas por parceiros
atuantes no município (prefeitura, sindicatos dos produtores rurais, ONGs,
trabalhadores, Ministério Público Federal, dentre outros). Cinquenta e uma entidades
aderiram ao projeto e o status do desmatamento começou a ser discutido com a
sociedade civil (PMV, 2013).
No final do ano de 2008, o pacto estabelecido foi posto à prova quando,
após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA apreender vários caminhões de madeira em terras indígenas cometendo
crime ambiental, houve revolta por parte dos exploradores ilegais afetados. Os
caminhões apreendidos foram roubados e queimados, assim como a sede local do
IBAMA e veículos pertencentes a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Mais uma
vez, como resultado da desordem provocada pelas ações dos madeireiros ilegais, a
sociedade foi convocada para reafirmar o pacto em prol de desmatamento zero. A
partir daí, em um ato inédito de parceria, o Sindicato dos Produtores Rurais de
Paragominas cedeu uma sala para a ONG The Nature Conservancy (TNC) dar início
ao processo de cadastramento das propriedades, e fez o município alcançar mais de
90% de seu território privado com áreas cadastradas (PMV, 2013).
Os resultados desse trabalho pioneiro foram sentidos já em 2010, quando
postos de trabalho antes fechados, foram reabertos, dessa vez, voltados para a
produção sustentável, com melhor qualidade e em prol do desenvolvimento
sustentável. Foram anos difíceis para Paragominas, com perda de empregos e de
receita. Ainda em 2010, Paragominas foi o primeiro município da Amazônia a sair da
lista do desmatamento, ganhando status de Município Verde, após reduzir em mais
de 90% as taxas locais de desmatamento e degradação florestal, resultado de ampla
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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adesão ao Cadastro Ambiental Rural - CAR e ações da Operação Arco de Fogo do
Governo Federal, que inativou carvoarias e embargou propriedades listadas com
desmatamento ilegal (PMV, 2013).
Anos após a primeira experiência bem-sucedida em Paragominas, o
Programa Municípios Verdes (PMV), criado em 2011, é um consolidado programa
do Governo do Pará, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), o Ministério Público Estadual (MPE), o
Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os municípios envolvidos, a sociedade civil,
terceiro setor e a iniciativa privada.
O principal objetivo do PMV é combater o desmatamento e fortalecer a
produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento
ambiental e fundiário, com foco no estabelecimento de pactos locais contra o
desmatamento, na implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na
estruturação da gestão ambiental municipal (PMV, 2016). O primeiro passo para a
adesão ao PMV é a assinatura pelo município do Termo de Compromisso (TC) com
o Ministério Público Federal (MPF), visando dar estabilidade jurídica e política ao
programa (PMV, 2013). Dos cento e quarenta e quatro municípios do estado do
Pará, 107 já tiveram sua adesão consolidada ao programa, superando a meta do
PMV de atingir 100 municípios em 2015 (PMV, 2016).
Ao assinar o TC, o município se compromete a cumprir um conjunto de
metas, a serem monitoradas e validadas pelo PMV, e passa a estar habilitado a
receber benefícios como o desembargo ambiental, incentivos fiscais e passa a ter
prioridade na alocação dos recursos públicos estaduais, nos termos da Resolução
no 01/2012 do Comitê Gestor do PMV. São sete as metas a serem cumpridas, as
quais: (1) Celebrar o pacto local contra o desmatamento com a sociedade e
governos locais; (2) Criar o grupo de trabalho municipal de combate ao
desmatamento ilegal; (3) Realizar as verificações em campo dos focos de
desmatamento ilegal e reportar ao programa; (4) Manter a taxa anual de
desmatamento abaixo de 40 Km² (com base nos critérios do PRODES/INPE); (5)
Possuir mais de 80% da área municipal cadastrada no Cadastro Ambiental Rural
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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(CAR); (6) Não fazer parte da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia
e (7) Ter sua gestão ambiental minimamente estruturada (PMV, 2013).
Para auxiliar os municípios a cumprirem as metas acima citadas, o PMV
busca viabilizar ações que contribuam efetivamente para o fortalecimento e
estruturação dos sistemas municipais de meio ambiente. O PMV estimula o
município a garantir uma gestão ambiental adequada, através da qual se permita o
compartilhamento das decisões entre os vários segmentos da sociedade,
privilegiando os múltiplos olhares na proteção ambiental e a formação da cidadania
ambiental. Nesse sentido a gestão ambiental, deve embasar-se em processos
efetivos de formulação e implementação de uma política capaz de garantir diretrizes
e normas para ações eficientes e eficazes.
A gestão administrativa está prevista na Constituição Federal de 1988 –
CF/88 que afirma em seu artigo 18, que a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil é constituída pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, todos detentores da capacidade de auto-organização e normatização
própria, autogoverno e autoadministração, o que lhes confere autonomia no sistema
de gestão e deliberação no âmbito de suas esferas legais de competências e
atuação.
Em sede constitucional o artigo 301 expressa claramente o dever dos
municípios para os atos legislativos, sendo de competência destes entes federativos
legislarem sobre assuntos de interesse local2, bem como, a título de competência
comum, suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. Neste
1Art. 30 - Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
2Apesar de difícil conceituação, interesse local refere-se àqueles interesses que disserem respeito
mais diretamente às necessidades imediatas dos municípios, mesmo que acabem gerando reflexos
no interesse regional (Estados) ou geral (União), pois, como afirmado por Fernanda Dias Menezes, ‘‘é
inegável que mesmo atividade e serviços tradicionalmente desempenhados pelos municípios, como
transporte coletivo, polícia das edificações, fiscalização das condições de higiene de restaurante e
similares, coleta de lixo, ordenação do uso do solo urbano, etc., dizem secundariamente com o
interesse estadual e nacional. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. p. 301).
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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patamar, cabe aos municípios, a fim de atender a seus interesses locais,
decorrentes de suas peculiaridades, suplementar a legislação da União e Estado
fornecendo uma proteção mais efetiva e restritiva ao meio ambiente, ao passo que,
nesta esfera, deve ser considerado o princípio da predominância dos interesses, de
forma que à União caberão as matérias de interesse geral, no âmbito e relevância
nacional, aos Estados as de relevância regional, enquanto aos municípios
repousarão as competências de âmbito local, na esfera de sua territorialidade3.
Complementarmente, nossa Carta Magna, em seu artigo 23, incisos III, VI
e VII define como competências comum4, da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, a proteção aos documentos, obras e outros bens de valor cultural,
histórico, artístico ou natural, proteção ao meio ambiente e combate à poluição, bem
como a preservação de florestas, fauna e flora, determinando ainda, em seu
parágrafo único, que as normas para cooperação entre os entes federativos serão
fixadas através de Lei Complementar.
Neste sentido, a Lei Complementar n°140, de 8 de dezembro de 2011 -
LC 140/20115, estabelece as atribuições dos entes federativos no âmbito de suas
competências, determinando as normas para a cooperação entre a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios nas ações administrativas relativas ao disposto nos
termos dos incisos III, VI e VII, em concordância ao parágrafo único do art. 23 da
CF/88, ficando implícito no diploma legal em testilha a necessidade de se
3"O interesse local se caracteriza pela predominância e não pela exclusividade do interesse para o
município, em relação ao do Estado e da União. Isso porque não há assunto municipal que não seja
reflexamente de interesse estadual e nacional. A diferença é apenas de grau, e não de substância."
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. p. 121).
4Constitucionalmente definida como cumulativa entre todos os entes federativos.
5 Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da
Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das
paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de
suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de
agosto de 1981.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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estabelecer instrumentos de gestão descentralizados e participativos, integrando a
cooperação das diferentes esferas da República Federativa do Brasil.
Assim sendo, em seu artigo 9º, a LC 140/2011, define as ações
administrativas de competência Municipal, dentre as quais se encontram previstas,
expressamente, a competência municipal para o exercício da gestão dos recursos
ambientais no âmbito de suas atribuições (inciso II), do controle e fiscalização das
atividades e empreendimentos cuja atribuição de licenciamento e autorização
ambiental lhe seja cometida (inciso XIII), a promoção do licenciamento ambiental
das atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar impacto
ambiental local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais de Meio
Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade, observada a competência dos demais entes federativos (inciso XIV, alínea
“a”) e a aprovação, no âmbito de suas competências, a supressão e manejo de
vegetação, florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e
unidades de conservação instituídas pelo Município, salvo em Áreas de Proteção
Ambiental - APA (inciso XV, alínea “a”).
Desta forma, os municípios devem organizar-se administrativa e
legislativamente para exercerem as suas atribuições, utilizando das prerrogativas e
do poder legal para proteger o meio ambiente.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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OBJETIVO
Este relatório tem como objetivo geral apresentar o diagnóstico da gestão
ambiental municipal dos municípios integrantes da base local Almeirim, os quais:
Almeirim, Porto de Moz e Gurupá.
O presente relatório é parte integrante do contrato 010/2015-NEPMV, o
qual tem como objetivo geral o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal
através do Projeto Municípios Verdes/Fundo Amazônia e dos Pactos Locais
firmados pelo Programa Municípios Verdes – NEPMV e os municípios paraenses.
Outras ações que integram este contrato referem à elaboração de planos de
trabalho e de diagnósticos temáticos (Situação dos Pactos, Dinâmica do
Desmatamento), à realização de seminário de nivelamento e de reuniões
específicas, produção e execução de Planos de Monitoramento e consolidação de
relatório final de execução do contrato.
Especificamente pretende-se com este diagnóstico:
Estabelecer um panorama geral da organização, infraestrutura, política e
gerenciamento do sistema de Gestão Ambiental Municipal de forma individual
para cada município e de forma integrada por Base Local;
Fornecer dados para a atualização de informações de Gestão Ambiental na base
de dados do PMV e divulgação em sitio de internet sobre esse tema
Propor recomendações para a melhoria do sistema de Gestão Ambiental
Municipal, bem como apontar problemas ou incongruências deste.
Embasar a reunião de divulgação dos resultados para que estes possam ser
validados junto aos municípios.
Subsidiar o Plano de Monitoramento, etapa seguinte à qual irá realizar o
acompanhamento junto aos municípios quanto ao atendimento dos
compromissos assumidos nos pactos.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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METODOLOGIA
O Projeto Fundo Amazônia/PMV, adotou como uma das estratégias para
atingir seus objetivos, o monitoramento de suas atividades e dos Pactos Locais nos
municípios beneficiários, que foram agrupados em Bases Locais considerando a sua
localização geográfica e a acessibilidade. Ao todo, o Projeto PMV/Fundo Amazônia
prevê a implantação de 20 Bases Locais no Estado do Pará contemplando os 107
municípios que atualmente fazem parte do Programa, sendo que nesta primeira
etapa foram instaladas 08 Bases Locais que atendem 44 municípios e o Distrito de
Castelo dos Sonhos em Altamira.
Fazem parte dos 44 municípios atendidos na primeira fase do Projeto, os
13 municípios presentes na lista de prioritários do MMA sob a categoria
embargados, os 06 municípios com desmatamento monitorado e considerados sob
controle devido à exclusão da lista de embargados do MMA e 21 municípios
localizados no entorno dos municípios considerados embargados ou “sob pressão”.
Destaca-se que no âmbito do PMV os municípios com desmatamento monitorado e
considerados sob controle também são considerados “Municípios Verdes”, pois
atingiram todas as sete metas do Programa.
O Diagnóstico da Gestão Ambiental dos 44 municípios integrantes do
PMV contemplados na primeira etapa do projeto será apresentado por Bases locais.
A fundamentação metodológica para elaboração do diagnóstico de
Gestão Ambiental Municipal foi estabelecida pelo PMV, sendo o formato de
questionário, o determinado para a coleta de dados da pesquisa. As etapas que
resultaram na estruturação do relatório foram a elaboração do questionário,
aplicação deste à distância (on-line) e tabulação e análise dos dados seguida de
escrita do relatório propriamente dito. Todas as etapas foram elaboradas em
escritório, não tendo havido pesquisa de campo presencial ou aplicação de
entrevistas.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Área de Estudo
O presente relatório tem como área de estudo os municípios integrantes
da Base Local Almeirim, os quais: Almeirim, Porto de Moz e Gurupá. Estes
municípios se localizam no extremo norte do estado do Pará e seus limites
geográficos e posicionamento se encontram ilustrados pela Figura 4.1 a seguir.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Almeirim.
Fonte: Floram (2016).
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Métodos
Elaboração do Questionário On-line
O levantamento dos dados referente ao contexto atual da Gestão
Ambiental Municipal no estado do Pará teve como base a aplicação de um
questionário on-line disponibilizado para ser respondido pelos municípios.
Um questionário padrão foi elaborado pela equipe do PMV, o qual foi
designado em contrato como responsável por tal tarefa, e disponibilizado para
aplicação pela equipe da Floram. O questionário reunia tanto perguntas abertas
quanto perguntas fechadas, sendo que algumas perguntas eram compostas.
Para melhor organização e entendimento, o questionário foi divido em
duas partes, sendo a primeira relativa às informações de ordem institucional e a
segunda quanto à atuação do órgão municipal de meio ambiente. Estas partes foram
subdivididas em seções de temática comum, as quais continham perguntas
específicas. Listam-se abaixo as seções das duas partes do questionário.
PARTE 1
Dados Gerais
Legislação Municipal e a Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente
Equipe Técnica do Órgão Municipal de Meio Ambiente
Equipamentos e infraestrutura à disposição do Órgão Municipal de Meio
Ambiente
Recursos financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente
PARTE 2
Licenciamento Ambiental realizado pelo Órgão Municipal de Meio Ambiente
Questão Ambiental e sua importância no âmbito municipal
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Ações Gestão Ambiental desenvolvidas pelo Órgão Municipal de Meio Ambiente
Medidas e ações propostas pelo Programa Município Verdes
Sistema Municipal de Meio Ambiente
Tributação Ambiental (ICMS Verde) e medidas de incentivo à preservação
Ambiental no âmbito Municipal
O questionário foi elaborado para ser respondido usando ferramenta
gratuita da plataforma do Google Forms6 a qual gera um questionário eletrônico (on-
line).
Aplicação e Preenchimento do Questionário
A Floram foi nomeada para ser a gerenciadora da aplicação dos
questionários e os Secretários de Meio Ambiente dos municípios foram designados
para responder os mesmos. Nos casos em que o Secretário não pudesse responder
o questionário este poderia designar alguém de sua confiança e com conhecimento
a respeito da gestão ambiental municipal para respondê-lo.
De modo a dar suporte e instrução às secretarias na execução desta
tarefa os técnicos da Floram da Base Local entraram em contato com todos os
Secretários por meio de e-mail e telefone. Neste contato foi ressaltada a importância
da participação dos municípios na elaboração do diagnóstico da gestão ambiental
municipal. Foi solicitado que as secretarias de meio ambiente designassem um
responsável pelo preenchimento do formulário que tivesse domínio da gestão
ambiental local e disponibilidade para o atendimento das demandas da pesquisa.
Em cada município foi aplicado um questionário completo.
O questionário eletrônico da plataforma do Google Forms foi enviado para
as SEMMA por meio de uma conta de e-mail do Google que foi criada
exclusivamente para responder ao questionário on-line.
6 Disponível em: https://apps.google.com.br/intx/pt-BR/products/forms/
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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O Quadro 4.1 apresenta os e-mails criados para que as Secretarias
tivessem acesso ao questionário de gestão ambiental.
Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental
Município E-MAIL
Almeirim [email protected]
Porto de Moz [email protected]
Gurupá [email protected]
O contato das bases com as secretarias municipais foi realizado pela
Floram de modo a explicar o procedimento para o preenchimento do questionário
on-line, tendo sido fornecido detalhes sobre a conta de e-mail que foi criada para
este fim, com entrega formalizada de usuário e senha dos e-mails para os
Secretários. Foi informado que o link com o questionário on-line seria enviado
exclusivamente para o e-mail criado e que o usuário deveria estar “logado”
(conectado a conta de e-mail) para preencher o questionário. Dificuldades em
contatar algumas secretarias foram contornadas com insistentes tentativas. A
disponibilização para as secretarias dos links para acesso às duas partes do
questionário de gestão ambiental foi realizada no dia 29 de abril de 2016 por meio
do e-mail específico criado. Os e-mails enviados podem ser consultados no Anexo I
deste relatório.
Após o envio do e-mail com o link, foi realizado novo contato por telefone
para confirmar o recebimento do mesmo.
O apoio ao pesquisado foi realizado por meio da internet e telefone. A
equipe responsável pela aplicação acompanhou sistematicamente o envio e
preenchimento dos questionários entre os dias 29/04/2016 e 16/05/2016.
A utilização da plataforma do Google Forms permite o acompanhamento
em tempo real, em modo on-line, o preenchimento do questionário. Esta ferramenta
permitiu que fosse realizado o acompanhamento do desenvolvimento da pesquisa e
da atuação das secretarias municipais de meio ambiente.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Tabulação e Análise dos dados
A tabulação dos dados brutos foi gerada de forma automática no formato
de planilha on-line pela plataforma Google Forms. A planilha on-line foi exportada
para o programa Microsoft Office Excel, versão 2007, onde foram processadas as
análises que integram o relatório. Os questionários tabulados podem ser
consultados no Anexo II.
A análise preliminar dos dados brutos foi realizada pela equipe da Floram
por meio de leitura minuciosa das respostas dos itens do questionário buscando
possíveis inconsistências nas respostas apresentadas. Caso constatada a
incoerência, a equipe da Floram buscou esclarecimentos pertinentes a partir do
contato com o responsável pelo preenchimento do questionário.
Os dados disponibilizados pelos municípios foram analisados de forma a
se desenhar um retrato da estrutura da gestão ambiental municipal, abrangendo seu
papel e forma de atuação. Para tal, análises quantitativas e qualitativas foram
empreendidas, tendo sido ainda realizadas avaliações tanto individuais para cada
município quanto avaliações integradas referentes ao conjunto dos municípios que
integram as bases locais. Análises comparativas também foram realizadas tendo
como base a amostra global do diagnóstico, ou seja, todos os questionários
aplicados nas secretarias dos municípios que integram o PMV.
Para elaboração do diagnóstico da gestão ambiental, levou-se em
consideração a interpretação dos dados coletados pela aplicação do questionário,
bem como referências bibliográficas e consultas à legislação pertinente. Foram
analisados os dados referentes à estrutura institucional e a estrutura operacional das
Secretarias de Meio Ambiente. De modo a se estabelecer um panorama da atuação
dos sistemas ambientais avaliados foi verificada a existência de órgão municipal de
meio ambiente, conselho municipal de meio ambiente, fundo de meio ambiente,
política municipal de meio ambiente e de instrumentos normativos ligados à temática
ambiental. Além disso, foi verificado se o município realiza o licenciamento, a
fiscalização e o monitoramento ambiental, e se há existência de corpo técnico
efetivo e habilitado para o exercício destas funções, bem como se há espaço físico e
equipamentos disponíveis para a operacionalização das secretarias.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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A implementação de medidas e ações de gestão ambiental associadas à
atuação das secretarias de meio ambiente municipais foram avaliadas, bem como a
atuação vinculada ao PMV. A gestão ambiental do município foi avaliada também
quanto ao seu caráter participativo e associativo sendo averiguada a existência de
cooperação, convênio, consórcios, articulações ou outras formas de integração com
outros municípios ou outras instituições atuantes no âmbito ambiental (órgãos
ambientais federais e estaduais, Ministério Público federal e estadual, etc.).
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Almeirim
Identificação do Município
Município: Almeirim
Prefeito: José Botelho dos Santos
Secretária de Meio Ambiente: Valéria Melo
Responsável pelas informações: Valéria Melo
Vínculo da responsável pelas informações: Comissionado (temporário)
Telefone: (93) 9811-76565
E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]
E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]
Endereço para correspondência: Rodovia Almeirim Panaicá, 1035, Matinha, Almeirim - PA, 68230-000
Sistema Municipal de Meio Ambiente
Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016 (Anexo III), atualizada
pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 (Anexo IV), a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Almeirim possui capacidade para exercer a gestão ambiental local e
realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental
local.
O Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMUMA) de Almeirim foi
instituído pela Lei Municipal nº 815/2005. Esta mesma lei criou a Secretaria
Executiva de Meio Ambiente do município. Entre as atribuições da Secretaria
Executiva de Meio Ambiente estão a fiscalização, educação ambiental, cadastro
ambiental, licenciamento ambiental e o monitoramento.
No que tange aos recursos organizacionais, a Secretaria possui
organograma da estrutura do órgão, cadastro de atividades a licenciar e/ou
impactantes, procedimentos administrativos internos, termo de notificação, termo de
apreensão, termo de inutilização e auto de infração.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é
individualizado, autônomo, com uma secretaria específica e estruturado junto com o
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (COMDUMA). O
COMDUMA e a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, integram, na qualidade de
órgãos locais, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos termos da Lei
Federal n° 6.938/1981.
Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é
complexo, abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação
específica e políticas públicas próprias.
Legislação Ambiental
O município possui Política Municipal de Meio Ambiente (PMMA)
instituída pela Lei Municipal n° 815/2005, alterada pelas Leis n° 10.075/2010 e n°
1.143/2011. Além disso, possui legislação própria disciplinando o licenciamento
ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento
por meio da Lei Municipal nº 1.124/2010.
O município já possui o Plano Ambiental de acordo com as características
locais e regionais aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Além das legislações já citadas anteriormente, o município possui Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei n° 905/2006.
A Secretaria de Meio Ambiente informou que possui lei que regulamenta o
ICMS Verde no município, a Lei n° 7.638/2012. Contudo, provavelmente houve uma
falha de entendimento por parte da pessoa que respondeu ao questionário, tendo
em vista que a lei citada foi a Lei Estadual 7.628 de 12 de julho de 2012, que criou,
no Estado do Pará, o critério ecológico de passe do ICMS. Esta Lei foi
regulamentada pelo Decreto nº 775 de 26 de junho de 2013 e pela Portaria SEMA nº
1.562 de 7 de junho de 2013.
O Quadro 5.1 apresenta as legislações municipais de Almeirim
relacionadas à temática da gestão ambiental.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Quadro 5.1- Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Almeirim
Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano
Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei N. 815/2005
Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 815/2005
Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Lei Municipal nº
10.075/2010
Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 195/2014
Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 1.143/2011
Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento
Lei nº 1.124/2010
Lei de Diretrizes Urbanas Lei Municipal nº 905/2006
Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 905/2006
Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental Lei nº 1.124/2010
Lei que Regulamenta o ICMS Verde Usa a Lei Estadual n°
7.638/2012
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente
Conselho Municipal de Meio Ambiente
De acordo com a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, o Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (COMDUMA) de Almeirim
foi criado por meio da Lei Municipal n° 815/2005, parcialmente alterada pela Lei
Municipal n° 1.075/2010. O conselho é um órgão colegiado, autônomo, de
composição paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil
organizada. Tem caráter consultivo, normativo, deliberativo e fiscalizador nas
questões inerentes à preservação, defesa, recuperação e melhoria do meio
ambiente bem como dos demais planos e programas ambientais do Município. O
conselho é também um órgão de assessoramento ao Poder Executivo Municipal.
O COMDUMA de Almeirim é formado atualmente por 12 conselheiros,
sendo seis representantes do poder público e seis representantes da sociedade civil
organizada. Entre as instituições participantes do COMDUMA foram citadas o Banco
do Brasil, EMATER, ADEPARÁ, BANPARÁ, Colônia de Pescadores, Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e órgãos setoriais. As reuniões do
COMDUMA têm periodicidade trimestral.
Cabe ressaltar que os conselhos de meio ambiente municipais devem ser
compostos por membros titulares e suplentes de forma paritária entre o Poder
Público e a sociedade civil, considerando para tanto a realidade local. Essa divisão
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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pode ser observada do Conselho de Almeirim, ainda que a Lei Municipal n°
1.075/2010 defina o conselho com 16 membros e não somente 12 como se encontra
atualmente a paridade foi mantida.
No tocante as resoluções deliberadas, desde sua criação o COMDUMA
não deliberou nenhuma resolução.
Recursos Financeiros
Fundo Municipal de Meio Ambiente
A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)
está disposto no art. 4º da Lei Complementar n° 140/2011, sendo o seu objetivo
fazer com que o Município institua, legalmente, instrumento econômico que permita
dar suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de
instrumentos de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros
instrumentos econômicos.
O município de Almeirim possui FMMA instituído pela Lei Municipal n°
815/2005. Desde sua criação era previsto que o FMMA tivesse conta bancária
própria. O FMMA foi instituído com o objetivo de captar e destinar recursos de fontes
públicas ou privadas, para subsidiar ações voltadas à preservação ambiental e
melhoria da qualidade de vida da população. No entanto, de acordo com a
Secretaria de Meio Ambiente, os recursos do fundo não são utilizados
rotineiramente.
Por outro lado, ainda que seja de competência do Conselho de Almeirim
regulamentar as diretrizes de gestão do FMMA e deliberar sobre a aplicação dos
recursos do fundo, bem como monitorar e avaliar as atividades apoiadas pelo
referido fundo, foi constatada pela atual pesquisa que o conselho não acompanha os
gastos da gestão ambiental e dos recursos oriundos do FMMA. Ressalta-se que está
previsto na Lei Municipal n° 815/2005, em seu artigo 36°, que a Secretaria Executiva
de Meio Ambiente apresentará anualmente relatório financeiro do FMMA ao
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Segundo as informações fornecidas pela secretaria municipal de meio
ambiente, o FMMA não possui recursos a serem aplicados em quaisquer atividades.
Aqui cabe destacar que o município de Almeirim é beneficiário do repasse de
recursos do ICMS Verde e que, segundo a Lei Estadual 7.638/2012, o recurso deve
ser repassado para o FMMA. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente o
repasse do ICMS Verde para o FMMA não ocorre no município.
Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio
Ambiente
A Secretaria Executiva de Meio Ambiente recebe recursos advindos da
prefeitura e de projetos. A Secretaria não possui recursos de fontes próprias.
O valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura oriundos do
tesouro municipal para pagamento de despesas como salários e energia varia entre
R$ 20.000,00 a R$ 40.000,00 mensais. A Secretaria não possui recursos oriundos
de convênios.
De acordo com a Secretaria, o órgão ambiental recebe recursos acima de
R$ 80.000,00 provindos de projetos. Além disso, foi citada a existência de outras
fontes de recursos com contas específicas como o ICMS Verde, Floresta Nacional
do Paru, Recursos Hídricos.
Conforme exposto anteriormente, os recursos não são depositados na
conta do Fundo Municipal de Meio Ambiente.
O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de
acordo com a Secretaria, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o
Fundo Municipal de Meio Ambiente. Contudo, a secretaria afirmou ter ciência de que
quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização deverá ser
feita em acordo com a Prefeitura.
Em consulta ao site do Programa Municípios Verdes - PMV é possível
observar que o município de Almeirim recebeu repasse equivalente a R$
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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422.256,777 em 2014 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$
R$ 927.489,088.
Licenciamento Ambiental
O município realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e
atividades de impacto local. As atividades licenciadas pelo município são atividades
comerciais e de serviços, pesquisa e lavra mineral e posto de combustível. As
principais demandas para licenciamento ambiental no município, considerando área
urbana e rural, são atividades comerciais e posto de combustível.
Conforme determina o art. 6° da Resolução CONAMA nº 237/1997, por
meio da publicação da Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria
SEMAS nº 1.421/2016, o município de Almeirim possui capacidade para exercer a
gestão ambiental local. Esta capacidade é renovada continuamente. O anexo único
da Resolução COEMA nº 120/2015 define a Tipologia de impacto ambiental local /
Tipologia compartilhada entre Estado e Municípios determinando assim a
competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.
Em relação às delegações de competência recebidas do Estado, o
município de Almeirim possui delegação de competência para o licenciamento de
atividades industriais.
No que se refere ao monitoramento e fiscalização das atividades
licenciadas pelo município, o mesmo monitora as atividades de posto de combustível
e atividade mineral.
7 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf
8 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Atividades Impactantes
O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a
ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo
com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos
acontecem e são sentidos pelas comunidades.
Nesse sentido, o Quadro 5.2 apresenta as principais atividades
impactantes do município de Almeirim. É possível observar que o desmatamento
ilegal é atividade que mais causa impacto no município, sendo a única atividade
classificada como mais impactante. Ainda que o município tenha assinado o Termo
de Compromisso para Controle do Desmatamento com o Ministério Público Federal
e celebrado o Pacto pelo Controle do Desmatamento, verifica-se que somente estas
ações não têm sido suficientes para controlar a atividade ilegal. Por outro lado, tem-
se, no entanto, que o município classificou que a invasão e degradação florestal de
áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas) é atividade menos
impactante, classificação esta que leva a crer que o desmatamento ilegal ocorre em
áreas não protegidas por instrumentos legais. Ainda sobre a atividade de
desmatamento ilegal, aparece como incoerência a classificação por parte do
município de que o transporte ilegal de produtos florestais seja atividade menos
impactante. Esta constatação leva à interpretação de que o município não tem
identificado que esta atividade degradadora existe em seus limites já que a madeira
resultante do desmatamento ilegal é necessariamente alvo de comércio ilegal, o que
requer seu transporte.
No geral as atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente
foram classificadas quanto ao grau de impacto como “requer acompanhamento/
monitoramento”. Interessante destacar que se pode verificar que a atividade de
pesca predatória classificada nessa categoria teve de fato sido alvo de campanha
pretérita divulgada no site da prefeitura9 no que se refere à fiscalização do período
de defeso de espécies de peixe.
9Disponível em
:http://bloggpma.blogspot.com.br/search/label/Secretaria%20Executiva%20de%20Meio%20Ambiente
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Quadro 5.2 – Atividades impactantes no município de Almeirim
Atividade Grau de Impacto
Desmatamento ilegal Mais impactante
Queimada ilegal Requer acompanhamento/
monitoramento
[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas) ]
Menos impactante
Extração ilegal de produtos florestais Requer acompanhamento/
monitoramento
Transporte ilegal de produtos florestais Menos impactante
Contaminação do solo Requer acompanhamento/
monitoramento
Contaminação do ar (fumaça) Requer acompanhamento/
monitoramento
Contaminação da água Requer acompanhamento/
monitoramento
Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos Requer acompanhamento/
monitoramento
Descarte ilegal de resíduos líquidos Requer acompanhamento/
monitoramento
Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris Requer acompanhamento/
monitoramento
Barulho/ruído Menos impactante
Pesca predatória Requer acompanhamento/
monitoramento
Caça Requer acompanhamento/
monitoramento
Falta de saneamento básico Requer acompanhamento/
monitoramento
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Campanhas de Educação Ambiental
Nos últimos 12 meses o município promoveu uma campanha de
conscientização ambiental. A campanha tratou da importância do combate à Dengue
e foi promovida pelo governo municipal em parceria com ONGs do município. Além
disso, a Secretaria tem sido demandada pela população para promover campanhas
de educação ambiental no município voltada para a formação de agentes
ambientais.
Em pesquisa ao site da Secretaria Executiva de Meio Ambiente10 foi
possível constatar que o município já foi mais ativo na execução de ações que
10 Disponível em:
http://bloggpma.blogspot.com.br/search/label/Secretaria%20Executiva%20de%20Meio%20Ambiente
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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tangem a educação ambiental. Os informativos disponibilizados mostram a
realização de diversos eventos (Curso de licenciamento ambiental ministrado pela
empresa EDP, Seminário Almeirim Sustentável, Projeto de Feira de Arte e Cultura
de Almeirim, Conferência de Implementação da Politica Municipal de Resíduos
Sólidos, Ações para estruturar a agricultura alternativa familiar, Projeto Almeirim
Sustentável). Ao se comparar as ações já realizadas anteriormente pela Secretaria
com as que estão sendo realizadas atualmente, é possível identificar uma queda nas
campanhas de educação ambiental. Acredita-se, no entanto que os esforços não
têm sido suficientes, já que a secretaria apresenta corpo técnico capacitado e
algumas campanhas de educação ambiental tem baixo custo e pouca demanda por
infraestrutura.
Estrutura Órgão Municipal de Meio Ambiente
Infraestrutura e Equipamentos
O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e
operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de
qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a
implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada
a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,
equipamentos) e o quadro técnico.
A Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Almeirim possui sede
própria, o prédio onde está instalada a Secretaria conta com cinco salas. No que se
refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a
atividade técnica, estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.3.
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Quadro 5.3 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Almeirim.
Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição
Computador 2 Própria
Notebook/ laptop Não possui
Programas de georreferenciamento Não possui
Carro Não possui
Moto 1 Não informado
Embarcação Não possui
GPS 1 Doação
Decibelímetro 1 Não informado
Internet Não possui
Sistema de gerenciamento de atividades informatizado Não possui
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa
atual do município de Almeirim, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e
licenciamento revelou-se insatisfatória. O município que declara ter como atividade
mais impactante o desmatamento, mas sequer possui acesso à internet ou a
programas de georreferenciamento, ferramentas atualmente extremamente
importantes no auxílio na descoberta de focos de ilegalidades ou no monitoramento
da expansão de áreas devastadas. A inexistência de carro e de embarcação que
possa apoiar as ações da secretaria de meio ambiente também não é condizente
com sua competência de órgão fiscalizador e tão pouco com a classificação de que
a maioria das atividades com potencial para gerar impactos locais precisam de
ações acompanhamento/ monitoramento.
A Figura 5.1 e Figura 5.2 mostram a infraestrutura da SEMMA e alguns de
seus equipamentos.
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Figura 5.1 e Figura 5.2 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Almeirim.
Fonte: Floram (2016).
Equipe da Secretaria
A Secretaria Executiva de Meio Ambiente conta com um total de 11
funcionários, sendo dois na área administrativa, sete na área técnica e dois em
serviços gerais. Destes, apenas três funcionários são efetivos, sendo dois
profissionais efetivos na área técnica e um na área administrativa como exposto no
Quadro 5.4.
Quadro 5.4 – Equipe Técnica do Órgão Municipal de Meio Ambiente.
Equipe Técnica Nº de profissionais
Estagiários 0
Bolsistas 0
Profissionais na área administrativa 2
Profissionais na área técnica 7
Profissionais em serviços gerais 2
Número total de profissionais trabalhando no Órgão Municipal de Meio 11
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Em relação à escolaridade, a equipe da secretária é composta por um
profissional de nível fundamental, três de nível médio e sete de nível superior
completo, sendo: um advogado, um engenheiro agrônomo, um biólogo, um
arquiteto, um engenheiro florestal, um engenheiro ambiental e um geólogo.
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Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a
classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo
Município. Os profissionais devem ter formação específica para analisar e fiscalizar
os impactos causados pelos empreendimentos no meio ambiente. Considerando a
equipe declarada pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Almeirim, o corpo
técnico pode ser considerado satisfatório, contudo, faz-se necessário a inclusão de
um profissional da área socioeconômica, para fins de analisar impactos e propor
medidas no campo socioambiental.
É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando
analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade
ambiental das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é
recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do
município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para
exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.
Instrumentos para o controle do desmatamento
O Município de Almeirim assinou o Termo de Compromisso com o
Ministério Público Federal, em novembro de 2010 e o pacto para Redução do
Desmatamento e Regularização Ambiental em 25 de janeiro de 2013. O pacto
contém 18 entidades signatárias. Contudo, conforme apontado no Produto 03 -
Diagnóstico da situação dos pactos municipais locais do PMV, identificou-se que
alguns compromissos do pacto não avançaram satisfatoriamente e que outras
demandas poderiam ser acrescentadas ao pacto original, como forma de melhoria
do processo de gestão.
Por esses motivos, foi realizada uma apresentação do referido
Diagnóstico e sugerida a repactuação no município. Como na reunião houve uma
baixa adesão dos órgãos públicos e da sociedade civil diretamente envolvidos com a
atividade, visto que, das 23 instituições mobilizadas apenas 10 enviaram
representantes, as entidades que estiveram presentes, não se sentiram à vontade
para assinar a repactuação naquele momento.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 43
Além da apresentação do Diagnóstico da situação dos pactos municipais
locais do PMV, foi realizada a apresentação do Diagnóstico da Dinâmica do
Desmatamento do Município de Almeirim e realizado oficinas participativas para
elaboração do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas de Desmatamento
(PPCAD) do município. Durante a reunião, os participantes identificaram as
principais problemáticas para o combate ao desmatamento e propuseram ações
estratégicas para superar essas dificuldades. Tais contribuições culminaram na
elaboração da minuta do PPCAD municipal que será um documento norteador para
o combate ao desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do município de
Almeirim.
De acordo com a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, os
desmatamentos ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de
desenvolvimento sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas não
estão sendo identificados e informados ao órgão federal responsável.
Não foram destacados pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente de
Almeirim ações de fiscalização ou monitoramento que tenham sido realizadas
voltadas para a questão do desmatamento.
É grave a constatação de que o órgão ambiental local não tem agido
como fiscalizador e que o município não tem cumprido com os compromissos e
metas estabelecidas. No município de Almeirim, a área desmatada acumulada até
2015 foi de 1.813,2 km², o que correspondeu a 2,49 % da extensão territorial do
município. Em relação às taxas anuais de desmatamento, no ano de 2014 a taxa foi
de 23,8 km². Entre 2014 e 2015 houve uma redução nas taxas, que passou de 23,8
para 12,4 km², o que coincide com a adesão do município ao pacto contra o
desmatamento.
O questionário não abarcou o mérito quanto ao porquê de a fiscalização
não ser realizada, no entanto diante dos dados levantados é possível estabelecer
uma forte relação com a falta de infraestrutura necessária à fiscalização. Foi
constatado que o município tem equipe técnica composta por profissionais
multidisciplinares capacitados para executar os levantamentos e monitoramentos
pertinentes ao tema.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 44
O município de Almeirim é classificado na categoria do PMV como “Sob
Pressão” por apresentar alto risco de desmatamento. Para municípios nesta
categoria de ameaça o foco de atuação do programa é prevenir e reduzir o
desmatamento para evitar sua inserção na lista e também avançar o CAR. Neste
sentido, verifica-se que a campanha do PMV recentemente iniciada para realizar as
inscrições gratuitas de pequenos produtores no Cadastro Ambiental Rural (CAR)
está coerente com o proposto como estratégia de atuação no combate ao
desmatamento do município.
O Grupo de Trabalho Municipal de Monitoramento, Fiscalização e
Controle do desmatamento no município de Almeirim foi criado em agosto de 2012,
de acordo com o Decreto Municipal n° 245, no entanto, o grupo de trabalho
encontra-se inativo.
Programa de Regularização Ambiental (PRA)
O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº
1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e
propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de
passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou
reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.
Em Almeirim, a Secretaria de Meio Ambiente ainda não executa o PRA e
também não possui uma norma específica que discipline o programa. Além disso,
não foram criadas no município políticas de incentivos voltados a preservação e
recuperação ambiental.
Salienta-se que embora a SEMMA tenha afirmado que o município não
adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização
ambiental, sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos
instrumentos do PRA, segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 45
Almeirim já realizou o CAR em 78,82 % (Quadro 5.5) da área de CAR cadastrável
(SEMA-01/201611).
Quadro 5.5 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR no município de Almeirim.
Município
Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)
Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)
Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir
Meta de 80%)
km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante
Almeirim 14.385,86 19,72 11.339,63 78,82 169,06 1,18
Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).
Instrumentos de Cooperação
O município de Almeirim declara não possuir convênio ou consórcio. O
município reconhece a participação do Ministério Público Estadual em sua gestão
ambiental a partir de pedido de informações e afirma garantir e estimular a
participação social na gestão ambiental por meio da promoção de audiências
públicas, palestras, debates e eventos participativos como mutirões.
Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal
De acordo com a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, o PMV contribui
na gestão ambiental municipal por meio de atividades orientativas.
Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao
desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas
aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão
municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como
uma análise de seu cumprimento pelo município de Almeirim:
11 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1500503
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Almeirim assinou o Pacto
pelo Desenvolvimento Sustentável em 25 de janeiro de 2013.
Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O Grupo de Trabalho Municipal
de Monitoramento, Fiscalização e Controle do desmatamento no município de
Almeirim foi criado em agosto de 2012, de acordo com o Decreto Municipal n°
245/2012. No entanto, o grupo de trabalho encontra-se inativo.
Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Almeirim alcançou 78,82% da área
de CAR cadastrável no município.
Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Almeirim possui taxa
de desmatamento anual menor que 40 km2.
Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: Para o município de Almeirim
não houve alerta de desmatamento em 2016.
Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:
Almeirim não integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.
Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:
Almeirim possui Sistema Municipal de Meio Ambiente Estruturado.
Das 7 metas estabelecidas pelo PMV, o município de Almeirim atendeu 5.
Estão pendentes as metas 2 e 3.
Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais
implementadas
Nenhuma política de incentivos voltados à preservação e recuperação
ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra
política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.
O município informou que não adota nenhuma estratégia diferenciada e
própria, que venha a auxiliar no processo de gestão.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 47
Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Porto de
Moz
Identificação do Município
Município: Porto de Moz
Prefeito: Edilson Cardoso de Lima
Secretário de Meio Ambiente: Sandro Wendell Fuziel Calado
Responsável pelas informações: Sandro Wendell Fuziel Calado
Vínculo da responsável pelas informações: Comissionado (temporário)
Telefone: (93) 98402-2099
E-mail Secretário de Meio Ambiente: [email protected]
E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]
Endereço para correspondência: Rua da República, s/n-centro-hidroviária de Porto de Moz
Sistema Municipal de Meio Ambiente
Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016 (Anexo III), atualizada
pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 (Anexo IV), a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Turismo de Porto de Moz possui capacidade para exercer a gestão
ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de
impacto ambiental local.
O município de Porto de Moz possui Sistema Municipal de Meio Ambiente
(SISMUMA) instituído pela Lei Municipal n° 909 de 24 de setembro de 2015. Esta
mesma lei criou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo. O município
não possui uma secretaria exclusiva para tratar das questões ambientais.
Entre as atribuições da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo
(SEMAT) estão a fiscalização, educação ambiental, cadastro ambiental,
licenciamento ambiental e monitoramento.
Constata-se que o órgão ambiental municipal não é individualizado,
autônomo, com uma secretaria específica não sendo este o arranjo ideal.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 48
Legislação Ambiental
O município de Porto de Moz possui Política Municipal de Meio Ambiente
instituída pela Lei Municipal n° 909 de 24 de setembro de 2015. Esta lei faz
referência à criação do Sistema, Secretaria, Conselho e Fundo de Meio Ambiente. A
Secretaria de Meio Ambiente declarou que o município não tem Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano (PDDU) instituído, o qual é requisito legal para municípios
com população superior a 20.000 habitantes. Este município declarou não possuir
tão pouco a Lei de Diretrizes Urbanas, normativa mais simplificada para municípios
com população inferior a 20.000 habitantes. O município afirmou ter Plano
Ambiental, aprovado ou não pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acordo
com as características locais e regionais.
A Secretaria de Meio Ambiente informou que não possui lei que
regulamenta o ICMS Verde, e usa como parâmetro a Lei Estadual n° 7.638/2012,
regulamentada pelo Decreto nº 775/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de
Meio Ambiente nº 1.562/2013.
O Quadro 5.6 apresenta as legislações municipais de Porto de Moz
relacionadas à temática da gestão ambiental.
Quadro 5.6 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Porto de Moz.
Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano
Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 909/2015
Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 100/2009, e atualizada
pela Lei nº 910/2015
Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Lei Municipal nº 910/2015
Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 910/2015
Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 910/2015
Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento
não possui
Lei de Diretrizes Urbanas não possui
Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano não possui
Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental
não possui
Lei que Regulamenta o ICMS Verde não possui
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 49
Conselho Municipal de Meio Ambiente
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, o Conselho Municipal de
Meio Ambiente (CMMA) de Porto de Moz foi criado por meio da Lei Municipal n°
910/2015 e possui caráter consultivo, deliberativo, normativo e fiscalizador.
O Conselho Municipal de Meio Ambiente é um órgão colegiado consultivo
de assessoramento ao Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua
competência, sobre as questões ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário
e a lei que versa sobre este dispõe quanto à autonomia de cada segmento da
sociedade civil no processo de escolha de suas representações. Atualmente, o
CMMA de Porto de Moz é formado por 14 conselheiros, sendo sete representantes
do poder público e sete representantes da sociedade civil organizada. Entre as
instituições participantes do CMMA foram citados órgãos municipais setoriais, ONGs
locais e a câmara dos vereadores. As reuniões do CMMA ocorrem a cada dois
meses.
Cabe ressaltar que o CMMA deve ser composto por membros titulares e
suplentes de forma paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando
para tanto a realidade local. Essa divisão pode ser observada do CMMA de Porto de
Moz.
No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA
deliberou 4 (quatro) resoluções.
Recursos Financeiros
Fundo Municipal de Meio Ambiente
A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)
está disposto no art. 4º da LC 140/2011, sendo o seu objetivo fazer com que o
município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar suporte
financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos de
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 50
cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos
econômicos.
O município de Porto de Moz possui Fundo Municipal de Meio Ambiente
instituído pela Lei Municipal n° 910/2015. O fundo não possui conta bancária própria.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os recursos do fundo não são
utilizados rotineiramente.
A Secretaria de Meio Ambiente afirmou que fundo não apresenta
recursos, mas foi demonstrada ciência quanto à necessidade do conselho de meio
ambiente acompanhar os gastos da gestão ambiental e dos recursos oriundos do
FMMA.
Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio
Ambiente
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos da
prefeitura e não possui recursos de fontes próprias. O valor aproximado dos
recursos provindo da prefeitura oriundos do tesouro municipal para pagamento de
despesas como salários e energia varia entre R$ 20.000,00 a R$ 40.000,00
mensais. A Secretaria não possui recursos provindos de convênios, projetos ou
outras fontes.
O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de
acordo com a Secretaria, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o
Fundo Municipal de Meio Ambiente. Contudo, a secretaria afirmou ter ciência de que
quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização deverá ser
feita em acordo com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Em consulta ao site do Programa Municípios Verdes (PMV), é possível
observar que o município de Porto de Moz recebeu repasse equivalente a R$
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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315.447,8912 em 2014 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$
R$ 539.742,2113.
Licenciamento Ambiental
Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº237/1997,
compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental
de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe
forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Neste sentido, o
município de Porto de Moz possui capacidade para exercer a gestão ambiental local,
conforme estabelecido na Portaria SEMAS nº 179/2016 e atualizada pela Portaria
SEMAS nº 1.421/2016.
Esta capacidade é renovada continuamente. O anexo único da Resolução
COEMA nº 120/201514 define a Tipologia de impacto ambiental local / Tipologia
compartilhada entre Estado e Municípios determinando assim a competência de
cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.
Ainda que dada a habilitação para gestão, a Secretaria de Meio Ambiente
do município de Porto de Moz afirmou em questionário que não realiza
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local. Quando
indagada sobre a demanda pelo licenciamento municipal o município afirmou que
todas as atividades urbanas e rurais estão ilegais. Cabe aqui acrescentar que no
diagnóstico do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX)
de 2010 foi ressaltada a necessidade de se licenciar os matadouros da região de
Porto de Moz15.
12 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf.
13 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf.
14 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à
exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.
15 Disponível em http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=9cbd2d8c-9e8c-4db0-a362-
f7f4af1e9b96&groupId=24915
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 52
No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local pelo
município, o mesmo afirmou que não monitora as atividades, já que não as licencia.
Tal aspecto demonstra que há uma falta de controle por parte do órgão ambiental
local quanto às atividades e empreendimentos instalados e operando no município
que podem vir a causar impactos locais. A ausência de atuação pode vir a dar
espaço para a ilegalidade.
Ressalta-se que no caso de o município não apresentar condições de
exercer a gestão ambiental municipal o mesmo deve se declarar incapaz ao Estado
para que o mesmo possa suprir a demanda, no entanto esta declaração parece não
ter sido realizada pelo município, ou ao menos ainda não foi publicada pela SEMA
como nova atualização da Portaria SEMAS nº 179/2016.
Estando Porto de Moz na região afetada pela presença de grandes
projetos de infraestrutura, notadamente a implantação e operação da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte e estruturas associadas, a pressão exercida nos recursos
naturais e a demanda pela expansão de atividades aumenta o que faz com que seja
urgente regularizar a atuação do órgão ambiental local municipal como agente
licenciador e fiscalizador.
O município afirmou não ter delegação de competência do estado para a
atividade de licenciamento nos termos do artigo 5° da Lei Complementar n°
140/2011 e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013.
Ainda que esteja previsto em lei que os entes federados devem
compartilhar a gestão ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA), nos termos da Lei Federal n° 6.938/1981, e do Sistema Estadual de
Meio Ambiente (SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199516, de acordo com o
município, este não recebe nenhum tipo de apoio do governo estadual e/ou federal
no que se refere à gestão ambiental.
16 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 53
Atividades Impactantes
O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a
ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo
com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos
acontecem e são sentidos pelas comunidades.
Nesse sentido, o Quadro 5.7 apresenta as principais atividades
impactantes do município de Porto de Moz. É possível observar que o descarte
ilegal de resíduos agrossilvipastoris e a falta de saneamento básico são as
atividades que mais causam impacto no município. Foi ainda destacado o grande
impacto de outras atividades não descriminadas.
Em Porto de Moz, a taxa de desmatamento fica abaixo de 5% o que é em
muito, resultante de e 81% do território municipal estar dento de áreas protegidas
por lei (Unidades de Conservação e Terras Indignas). Estas áreas, conforme
exposto pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, apresentam pouco impacto
quanto à invasão e degradação florestal estando, portanto, bem protegidas de ações
predatórias contra seus recursos naturais.
A interpretação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente frente a alguns
pontos é contraposta com dados levantados pelo diagnóstico do Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu de 201017. Dados do
PDRS do Xingu apontam que em Porto de Moz verifica-se extrativismo florestal não
madeireiro de açaí e castanha-do-pará e que há no local grande colônia de
pescadores, pesca ornamental que movimenta grande número de peixes e valor
financeiro e ainda uma densa rede informal de recepção de pescado, as quais
contam com estruturas de desembarque. Para estes itens (extração ilegal de
produtos florestais e pesca predatória), a secretaria municipal de meio ambiente
declarou ser necessário o acompanhamento/ monitoramento, não tendo sido estes
declarados como mais impactantes.
17 Disponível em http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=9cbd2d8c-9e8c-4db0-a362-
f7f4af1e9b96&groupId=24915.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 54
No geral, as atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente
foram classificadas quanto ao grau de impacto como “requer acompanhamento/
monitoramento”.
Quadro 5.7 – Atividades impactantes no município de Porto de Moz.
Atividade Grau de Impacto
Desmatamento ilegal Requer acompanhamento/
monitoramento
Queimada ilegal Requer acompanhamento/
monitoramento
[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas) ]
Menos impactante
Extração ilegal de produtos florestais Requer acompanhamento/
monitoramento
Transporte ilegal de produtos florestais Requer acompanhamento/
monitoramento
Contaminação do solo Requer acompanhamento/
monitoramento
Contaminação do ar (fumaça) Menos impactante
Contaminação da água Menos impactante
Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos Menos impactante
Descarte ilegal de resíduos líquidos Requer acompanhamento/
monitoramento
Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris Mais impactante
Barulho/ruído Requer acompanhamento/
monitoramento
Pesca predatória Requer acompanhamento/
monitoramento
Caça Requer acompanhamento/
monitoramento
Falta de saneamento básico Mais impactante
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Campanhas de Educação Ambiental
Nos últimos 12 meses o município promoveu duas campanhas de
conscientização ambiental. Uma das campanhas tratou da importância do combate
ao caramujo africano e outra tratou do assunto de resíduos sólidos. As campanhas
foram promovidas pelo governo municipal.
A Secretaria de Meio Ambiente tem sido demandada pela população para
promover campanhas de educação ambiental no município, notadamente quanto
aos temas: combate ao mosquito Aedes, combate ao caramujo africano e sobre
questões relacionadas ao esgoto e uso de água.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 55
A temática ambiental é abordada nas disciplinas das escolas municipais
de forma interdisciplinar (transversal).
Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente
O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e
operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de
qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a
implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada
a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,
equipamentos) e o quadro técnico.
Infraestrutura e Equipamentos
A Secretaria de Meio Ambiente de Porto de Moz possui sede própria e
dispõe de quatro salas para seu funcionamento. No que se refere aos
equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a atividade técnica,
estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.8.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 56
Quadro 5.8 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto de Moz.
Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição
Computador 4 PDRSX18
Notebook/ laptop 2 PDRSX
Programas de georreferenciamento Sim
Carro 1 (Palio EX 2015) PDRSX
Moto 1 PDRSX
Embarcação 1 (Lancha de pequeno porte) PDRSX
GPS Não possui
Decibelímetro 2 PDRSX
Máquina fotográfica 3 PDRSX
Internet Não possui
Sistema de gerenciamento de atividades informatizado Não possui
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa
atual do município de Porto de Moz, em termos do apoio à gestão ambiental revelou-
se satisfatória, podendo, no entanto ser aprimorada. Sugere-se a aquisição de um
GPS e uma conexão de internet de forma a tornar melhorar o exercício das funções
da secretaria de meio ambiente municipal.
A Figura 5.3 e Figura 5.4 mostram a infraestrutura da SEMAT e alguns de
seus equipamentos.
Figura 5.3 e Figura 5.4– Sede secretaria municipal de meio ambiente de Porto de Moz e sua sala principal.
Fonte: Floram (2016).
18 PDRSX – Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu.
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Equipe da Secretaria
A Secretaria de Meio ambiente conta com um total de 18 funcionários,
distribuídos entre a área administrativa (07), técnica (08) e de serviços gerais (03).
Destes, apenas oito funcionários são efetivos, sendo cinco profissionais efetivos na
área técnica e três na área administrativa.
Em relação à escolaridade, a equipe da secretaria é composta por dois
profissionais de nível fundamental, cinco de nível médio, cinco de nível superior
completo e dois com pós-graduação, sendo: um advogado, um engenheiro
agrônomo, um engenheiro florestal e dois pedagogos. Todos os profissionais de
nível superior possuem habilitação no respectivo conselho de classe.
Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a
classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo
município. Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos
causados pelos empreendimentos no meio ambiente. Considerando a equipe
declarada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Porto de Moz, o
corpo técnico pode ser considerado satisfatório, contudo, faz-se necessário a
inclusão de um profissional da área socioeconômica, para fins de analisar impactos
e propor medidas no campo socioambiental. No caso do município de Porto de Moz
a presença de um profissional da área de socioeconomia é ainda mais necessária
dada à ocorrência no município de área indígena, de assentamentos rurais, de
comunidades tradicionais (colônia de pescadores, comunidades extrativistas do açaí
e castanha-do-pará), bem como em função da organização de comunidades
quilombolas (Buiuçu ou São Francisco, Marapi, Taperu ou São Raimundo, Tauera
ou São Brás, Turu ou Sagrado Coração de Maria) que buscam reconhecimento
oficial.
É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando
analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade
ambiental das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é
recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do
município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para
exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.
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No que tange as capacitações dos profissionais da Secretaria, nos últimos
12 meses, os técnicos participaram de capacitações de licenciamento ambiental,
poluição sonora, CAR, recuperação de áreas degradadas e educação ambiental.
Instrumentos para o controle do desmatamento
O Município de Porto de Moz assinou o Termo de Compromisso com o
Ministério Público Federal, em outubro de 2010 e o Pacto pelo Controle do
Desmatamento em 25 de abril de 2012, que contava com 13 entidades signatárias.
O município assinou o repacto pelo Controle do Desmatamento em 02 de junho de
2016, que teve 11 entidades signatárias.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os desmatamentos
ocorridos em áreas protegidas, assentamentos rurais, projetos de desenvolvimento
sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo
identificados e informados ao órgão federal responsável. Não foram destacados pela
SEMAT ações de fiscalização ou monitoramento que tenham sido realizadas
voltadas para a questão do desmatamento.
Além da apresentação da assinatura do repacto em junho de 2016, foi
realizada a apresentação do Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do
Município de Porto de Moz e realizada oficinas participativas para elaboração do
Plano de Prevenção, Controle e Alternativas de Desmatamento (PPCAD) do
município. Por meio das discussões realizadas nas oficinas participativas, associada
aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do
município de Porto de Moz, os participantes identificaram as principais problemáticas
para o combate ao desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar
essas dificuldades. Tais contribuições culminaram na elaboração da minuta do
PPCAD municipal que será um documento norteador para o combate ao
desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do município. A reunião teve como
resultado também a assinatura do termo de adesão para criação do Grupo de
Combate ao Desmatamento.
O município de Porto de Moz se encontra classificado pelo PMV na
categoria “Base Florestal” por apresentar baixo risco de desmatamento. Em Porto de
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 59
Moz, a taxa de desmatamento fica abaixo de 5% o que é em muito resultante de
estar 81% do território municipal dento de áreas protegidas por lei (Unidades de
Conservação e Terras Indignas). Neste município a estratégia é fortalecer a
economia florestal voltada especialmente para a gestão de áreas protegidas.
Ainda que a pressão sob a floresta no município esteja atualmente
controlada destaca-se que o município está em região afetada pela presença de
grandes projetos de infraestrutura, notadamente a implantação e operação da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte e estruturas associadas. Há previsão de grandes
melhorias e implementações na infraestrutura de transporte local. Destaca-se que a
pavimentação da estrada Transamazônica BR-230, deve aumentar o fluxo de
pessoas e mercadorias no município e em seu porto. Há ainda a revisão de
pavimentação da PA-167, que liga a sede municipal com a Transamazônica BR-230.
Sabe-se que o aumento das taxas de desmatamento no Pará ocorre em muito
associadas a eixos rodoviários importantes com destaque para a Transamazônica e
nesta medida espera-se que a pressão sob os recursos florestais aumente de forma
considerável com estas reestruturações de acesso.
Programa de Regularização Ambiental (PRA)
O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº
1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e
propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de
passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou
reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.
Em Porto de Moz, a SEMAT ainda não executa o PRA e também não
possui uma norma específica que discipline o programa. Além disso, não foram
criadas no município políticas de incentivos voltados a preservação e recuperação
ambiental.
Salienta-se que embora a SEMAT tenha afirmado que o município não
adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização
ambiental, sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos
instrumentos do PRA, segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Atualmente, o município possui 50,97% (Quadro 5.9) de CAR da área total
cadastrável (SEMA-01/201619).
Quadro 5.9 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Porto de Moz.
Município
Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)
Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)
Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir Meta de 80%)
km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante
Porto de Moz 3.122,65 17,92 1.591,76 50,97 906,36 29,03
Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).
Instrumentos de Cooperação
O município possui acordo de cooperação técnica com a EMATER e o
IDEFLOR-Bio. Os principais objetos do termo de cooperação são
compartilhamento/cessão de equipamentos e compartilhamento/cessão de pessoal.
Além dos termos de cooperação, o município de Porto de Moz participa
do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Transamazônica e
Xingu (CIDS). O CIDS foi criado em 2012 com o objetivo de promover ações
conjuntas pelo desenvolvimento urbano e rural sustentável, com redução do
desmatamento e das queimadas acidentais e a melhoria da qualidade de vida da
população da região. O CIDS integra o Plano de Desenvolvimento Regional
Sustentável (PDRS) do Xingu, parceria entre o Governo Federal e o Governo do
Estado do Pará, sendo um dos instrumentos para a descentralização das políticas
públicas. A região do Xingu é uma das doze regiões de planejamento do Pará que
tem sido objeto da implementação de planos de desenvolvimento com base nas
potencialidades locais, por meio do Planejamento Territorial Participativo (PTP). O
PDRS do Xingu tem como finalidade a promoção de políticas públicas que resultem
na melhoria da qualidade de vida da população que habita sua área de abrangência.
O plano tem se mostrado um apoiador da estruturação do órgão ambiental municipal
19 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1505908
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 61
sendo responsável pela aquisição da maior parte dos equipamentos e materiais da
secretaria de meio ambiente municipal.
De acordo com a SEMAT, o Ministério Público Estadual não participa da
gestão ambiental local.
Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal
O município de Porto de Moz assinou o Termo de Compromisso para
Controle do Desmatamento com o Ministério Público Federal e celebrou o Pacto
local.
De acordo com a SEMAT, o PMV não contribui na gestão ambiental
municipal de Porto de Moz. O município está guardando apoio para estruturação e
cumprimento das metas. A Secretaria de Meio Ambiente não reconhece ainda
contribuições do PMV para a gestão ambiental municipal.
Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao
desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas
aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão
municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como
uma análise de seu cumprimento pelo município de Porto de Moz:
Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Porto de Moz assinou o
Pacto pelo Controle do Desmatamento em 25 de abril de 2012 e o Repacto pelo
Controle do Desmatamento em 02 de junho de 2016.
Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O Grupo de Trabalho Municipal
de Monitoramento, Fiscalização e Controle do Desmatamento do município de
Porto de Moz foi criado em 17 de agosto de 2016, por meio do Decreto Municipal
n° 813/PMPM/GAB.
Meta 3 - Atingir 80% do CAR: O município de Porto de Moz alcançou 50,97% da
área de CAR cadastrável no município.
Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Porto de Moz possui
taxa de desmatamento anual menor que 40 km².
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento. O município realiza a
verificação em campo dos boletins de alerta de desmatamento.
Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:
Porto de Moz não integra a lista dos municípios que mais desmatam na
Amazônia.
Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:
Porto de Moz possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.
Das 7 metas estabelecidas pelo PMV o município de Porto de Moz
atendeu 6. Apenas a meta relacionada ao CAR não foi cumprida.
Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais
implementadas
Nenhuma política de incentivos voltados à preservação/recuperação
ambiental ou boa prática foi declarada como adotada pelo município.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Gurupá
Identificação do Município
Município: Gurupá
Prefeito: Raimundo Nogueira Monteiro dos Santos
Secretário de Meio Ambiente: Manoel Francisco Evangelista de Matos
Responsável pelas informações: Manoel Benedito Lobato Pessoa
Vínculo da responsável pelas informações: Concursado (efetivo)
Telefone: (91) 98099-8181
E-mail Secretário de Meio Ambiente: [email protected]
E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]
Endereço para correspondência: Avenida São Benedito, s/n, próximo à Praça Mariocay, Bairro Centro, Gurupá-Pará, Cep: 68.300-000
Sistema Municipal de Meio Ambiente
O município de Gurupá possui Sistema Municipal de Meio Ambiente
(SISMUMA) instituído pela Lei Municipal nº 909 de 18 de dezembro de 2003. Esta
mesma lei criou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016 (Anexo III), atualizada
pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 (Anexo IV), a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Gurupá (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão ambiental
local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental local.
No que tange aos recursos organizacionais, a Secretária possui
organograma da estrutura do órgão municipal de meio ambiente (OAM), cadastro de
atividades a licenciar e/ou impactantes, procedimentos administrativos internos,
cadastro técnico ambiental, fluxo de processo, controle de processos, termos de
referência ao processo de licenciamento ambiental, termo de notificação, termo de
apreensão, termo de inutilização e auto de infração.
Assim, constata-se que o setor responsável pelo Sistema Municipal de
Meio Ambiente individualizado, autônomo, com uma secretaria específica. Este
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo, abarcando
inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e políticas
públicas próprias.
Legislação Ambiental
O município possui Política Municipal de Meio Ambiente (PMMA)
instituída pela Lei Municipal n° 1.178 de 23 de dezembro de 2014. A PMMA
disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas
pelo seu descumprimento. O município ainda não possui Plano Ambiental.
Além das legislações já citadas anteriormente, o município possui Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano disciplinado pela Lei nº 950/2006, de 10 de
outubro de 2006.
Os recursos normativos estão previstos na Lei Municipal n° 1.178 de 23
de dezembro de 2014 são: a) ICMS Verde; b) Lei de taxas; c) Criação de Unidades
de Conservação e/ou áreas protegidas; d) Sanções, multa, penalidades; e) Lei de
incentivos; f) Instruções Normativas; h) Portarias.
A Secretaria de Meio Ambiente informou que não possui lei que
regulamenta o ICMS Verde no município. Contudo, a secretaria também informou
(ver item 5.3.2.3) que o ICMS Verde um dos recursos normativos disponíveis no
município. Dessa forma, fica clara a existência de um conflito de informações sobre
a gestão do ICMS Verde na Secretaria de Meio de Ambiente.
O Quadro 5.10 apresenta as legislações municipais de Gurupá
relacionadas à temática da gestão ambiental.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Quadro 5.10 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental de Gurupá.
Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano
Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 909/2003
Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 909/2003
Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Lei Municipal nº 1.178/2014
Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 1.178/2014
Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 1.178, de 23 de
dezembro de 2014.
Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento
Lei nº 1.178/2014.
Lei de Diretrizes Urbanas não possui
Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 950/2006
Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental
Lei nº 1.178/2014.
Lei que Regulamenta o ICMS Verde não possui
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Conselho Municipal de Meio Ambiente
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, o Conselho Municipal de
Meio Ambiente (CMMA) de Gurupá foi criado por meio da Lei Municipal nº 1.178 de
23 de dezembro de 2014 e possui caráter consultivo, deliberativo, normativo e
fiscalizador.
O Conselho Municipal de Meio Ambiente é um órgão colegiado consultivo
de assessoramento ao Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua
competência sobre as questões ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e
a lei que versa sobre este dispõe quanto à autonomia de cada segmento da
sociedade civil no processo de escolha de suas representações. Atualmente, o
CMMA de Gurupá é formado atualmente por seis conselheiros, sendo dois
representantes do poder público e quatro representantes da sociedade civil
organizada. Entre as instituições participantes do CMMA foram citados órgãos
municipais setoriais, ONGs locais, câmara dos vereadores, órgãos militares e órgãos
de polícia. Nos últimos 12 meses, o CMMA se reuniu a cada três meses.
Cabe ressaltar que o CMMA deve ser composto por membros titulares e
suplentes de forma paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando
para tanto a realidade local. Essa divisão pode ser observada no CMMA de Gurupá.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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No tocante as resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA não
deliberou nenhuma resolução.
Recursos Financeiros
Fundo Municipal de Meio Ambiente
A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)
está disposto no art. 4º da LC 140/2011, sendo o seu objetivo fazer com que o
Município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar suporte
financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos de
cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos
econômicos.
O município de Gurupá possui FMMA instituído pela Lei Municipal n°
1.178, de 23 de dezembro de 2014. O fundo não possui conta bancária própria. De
acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os recursos do fundo não são utilizados
rotineiramente.
Além disso, o CMMA não acompanha os gastos da gestão ambiental e
dos recursos oriundos do FMMA.
Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio
Ambiente
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos da
prefeitura. O valor aproximado dos recursos oriundos do tesouro municipal para
pagamento de despesas como salários e energia varia entre R$ 1.000,00 a
20.000,00 por mês.
O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de
acordo com a Secretaria os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o
Fundo Municipal de Meio Ambiente, mas a secretaria afirmou ter ciência de que
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 67
quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização deverá ser
feita em acordo com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Em consulta ao site do Programa Municípios Verdes (PMV) é possível
observar que o município de Gurupá recebeu repasse equivalente a R$ 212.859,3120
em 2014 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$
515.777,3521.
Licenciamento Ambiental
Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº237/1997,
compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental
de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe
forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Neste sentido, o
município de Gurupá possui capacidade para exercer a gestão ambiental local,
conforme estabelecido na Portaria SEMAS nº 179/2016 e atualizada pela Portaria
SEMAS nº 1.421/2016.
Esta capacidade é renovada continuamente. O anexo único da Resolução
COEMA nº 120/201522 define a Tipologia de impacto ambiental local / Tipologia
compartilhada entre Estado e Municípios determinando assim a competência de
cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.
Ainda que possua a capacidade para gestão ambiental, a SEMMA de
Gurupá afirmou em questionário que não realiza licenciamento ambiental de
empreendimentos e atividades de impacto local. As principais demandas para
licenciamento ambiental no município, considerando área urbana e rural são de
pequenas serrarias, olarias, marcenarias, oficinas mecânicas, extração de aterro,
extração de areia, extração de pedras e abertura de áreas para pastos.
20 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf
21 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf
22 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à
exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.
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No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local pelo
município, o mesmo afirmou que não monitora, pois ainda não licencia.
Ressalta-se que no caso de o município não apresentar condições de
exercer a gestão ambiental municipal, este deve se declarar incapaz ao Estado para
que o mesmo possa suprir a demanda, no entanto esta declaração parece não ter
sido realizada pelo município, ou ao menos ainda não foi publicada pela SEMA
como nova atualização da Portaria SEMAS nº 179/2016.
Atividades Impactantes
O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a
ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo
com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos
acontecem e são sentidos pelas comunidades.
Nesse sentido, o Quadro 5.11 apresenta as principais atividades
impactantes do município de Gurupá. Nota-se que a contaminação do solo, descarte
ilegal de resíduos sólidos urbanos e resíduos líquidos e a falta de saneamento
básico são as atividades que mais causam impacto no município. O município de
Gurupá não possui Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, e
também não possui aterro sanitário, o que torna o descarte irregular de resíduos
sólidos urbanos, uma atividade impactante ao município, visto que podem gerar
passivos relacionados à poluição do solo, visual, da água, do ar e de proliferação de
vetores. Tais passivos também são gerados com a falta de saneamento básico no
município.
O desmatamento ilegal, invasão e degradação florestal de áreas
protegidas, extração ilegal de produtos florestais, transporte ilegal de produtos
florestais, contaminação da água, pesca predatória e caça foram apontadas pela
SEMMA como atividades que requerem acompanhamento/monitoramento quanto ao
grau de impacto que causam no município.
Sobre o desmatamento ilegal, de fato, tal atividade requer monitoramento,
principalmente porque Gurupá desde 2011 tem apresentado uma tendência à
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
Página 69
redução das taxas anuais de desmatamento. Com isso, é importante que se
continue a adoção das medidas de controle e combate ao desmatamento. Assim, o
município ainda carece da atenção dos órgãos de fiscalização, sobretudo em áreas
de extração ilegal de madeira, visto que o município está localizado em uma região
com potencial para novos desmatamentos.
Quadro 5.11 – Atividades impactantes no município de Gurupá.
Atividade Grau de Impacto
Desmatamento ilegal Requer acompanhamento/
monitoramento
Queimada ilegal Menos impactante
Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)
Requer acompanhamento/ monitoramento
Extração ilegal de produtos florestais Requer acompanhamento/
monitoramento
Transporte ilegal de produtos florestais Requer acompanhamento/
monitoramento
Contaminação do solo Mais impactante
Contaminação do ar (fumaça) Menos impactante
Contaminação da água Requer acompanhamento/
monitoramento
Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos Mais impactante
Descarte ilegal de resíduos líquidos Mais impactante
Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris Menos impactante
Barulho/ruído Mais impactante
Pesca predatória Requer acompanhamento/
monitoramento
Caça Requer acompanhamento/
monitoramento
Falta de saneamento básico Mais impactante
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Campanhas de Educação Ambiental
A Secretaria de Meio Ambiente tem sido demandada pela população para
promover campanhas de educação ambiental no município.
Nos últimos 12 meses o município promoveu uma campanha de
conscientização ambiental abordando os temas relacionados à separação do lixo
caseiro, entulho, combate ao mosquito da dengue e controle da água. A campanha
foi promovida pelo governo municipal.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Foi verificado também que em Gurupá, a temática ambiental foi
devidamente abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma
interdisciplinar (transversal). Assim, em uma perspectiva educativa, a educação
ambiental aliada ao currículo escolar, como ocorre em Gurupá, permeia todas as
todas as relações e atividades escolares na busca de um conhecimento integrado e
reflexivo sobre a temática ambiental.
Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente
O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e
operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de
qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a
implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada
a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente de Gurupá relacionada à estrutura física
(salas, equipamentos) e o quadro técnico.
Infraestrutura e Equipamentos
A SEMMA está sediada no prédio da prefeitura municipal, ocupando uma
sala do prédio. No Quadro 5.12 são listados os equipamentos que a secretaria
possui, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a atividade técnica.
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Quadro 5.12 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Gurupá.
Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição
Computador Não possui
Notebook/ laptop 1 Cessão
Programas de georreferenciamento Não possui
Carro Não possui
Moto Não possui
Embarcação Não possui
GPS Não possui
Decibelímetro Não possui
Máquina fotográfica Não possui
Internet Não possui
Sistema de gerenciamento de atividades informatizado Não possui
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente
Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa
atual do município de Gurupá, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e
licenciamento revelou-se insatisfatória. A Secretaria sequer possui computador e
acesso à internet. A inexistência de carro e de embarcação que possa apoiar as
ações da secretaria de meio ambiente também não é condizente com sua
competência de órgão fiscalizador e tão pouco com a classificação de que a maioria
das atividades com potencial para gerar impactos local precisam de ações
acompanhamento/ monitoramento. A SEMMA também não dispõe de Sistema de
Gerenciamento de Atividades Informatizado.
A Figura 5.5 e a Figura 5.6 mostram a infraestrutura da SEMMA de
Gurupá.
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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Figura 5.5 e Figura 5.6 – Sede secretaria municipal de meio ambiente de Gurupá e sua sala principal.
Fonte: Floram (2016).
Equipe da Secretaria
A Secretaria de Meio ambiente conta com um total de oito funcionários,
distribuídos entre as áreas administrativas (três), técnica (quatro) e de serviços
gerais (um).
Em relação à escolaridade, a equipe da secretaria é composta por dois
profissionais de nível fundamental, dois de nível médio e quatro de nível superior
completo sendo: um advogado, um tecnólogo ambientalista, um biólogo e um
engenheiro civil. A Secretaria conta na sua equipe com um técnico em silvicultura.
Apenas três profissionais possuem habilitação no respectivo conselho de classe.
Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a
classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo
Município. Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos
causados pelos empreendimentos no meio ambiente. Considerando a equipe
declarada pela SEMMA de Gurupá, o corpo técnico pode ser considerado
satisfatório, contudo, faz-se necessário a inclusão de um profissional da área
socioeconômica, para fins de analisar impactos e propor medidas no campo
socioambiental.
É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando
analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade
ambiental das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é
recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do
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município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para
exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.
No que tange as capacitações dos profissionais da Secretaria, nos últimos
12 meses, os técnicos não participaram de nenhuma capacitação.
Instrumentos para o controle do desmatamento
O Município de Gurupá assinou o Termo de Compromisso com o
Ministério Público Federal, em agosto de 2010 e o Pacto para o Fim dos
Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 24 de julho de 2015, que contava com 21
entidades signatárias. O município assinou o repacto para o fim do Desmatamento e
Regularização Ambiental em 06 de junho de 2016, tendo como signatárias seis
entidades.
No dia 23 de agosto de 2016, 11 instituições assinaram o termo de
adesão ao Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Gurupá, a saber:
Prefeitura Municipal de Gurupá, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Gurupá,
Associação dos Remanescentes do Quilombo de Gurupá (ARQMG), STTR, Colônia
dos Pescadores Z-49, Igreja Católica, Câmara Municipal, SEMAS, Secretaria
Municipal de Educação, Associação Comercial e Industrial Agropecuária e
Associação dos Agricultores e Trabalhadores Rurais de Gurupá.
Segundo a SEMMA, até o presente momento, as entidades que irão
compor o grupo ainda não informaram formalmente o nome dos representantes
titulares e suplentes e por isso o decreto ainda não foi expedido.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os desmatamentos
ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento
sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas não estão sendo
identificados e informados ao órgão federal responsável.
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Programa de Regularização Ambiental (PRA)
O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº
1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e
propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de
passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou
reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.
Em Gurupá, a SEMMA ainda não executa o PRA e também não possui
uma norma específica que discipline o programa. Além disso, não foram criadas no
município políticas de incentivos voltados a preservação e recuperação ambiental.
Salienta-se que embora a SEMMA tenha afirmado que o município não
adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização
ambiental, sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos
instrumentos do PRA, segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015.
Atualmente o município possui 74,71% (Quadro 5.13) de CAR da área
total cadastrável (SEMA-01/201623).
Quadro 5.13 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Gurupá.
Município
Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)
Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)
Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir Meta de 80%)
km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante
Gurupá 5.828,65 68,25 4.354,76 74,71 308,16 5,29
Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).
23 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503101
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Instrumentos de Cooperação
O município possui termo de cooperação de infraestrutura com o ICMBio.
O município não possui nenhum outro tipo de convênio ou acordo de cooperação
técnica.
De acordo com a SEMMA, o Ministério Público Estadual participa da
gestão ambiental local fazendo recomendações e propondo melhorias.
Para estimular a participação social na gestão ambiental, a SEMMA
realiza audiências públicas, promoção de palestras e debates e eventos
participativos como mutirões.
Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal
De acordo com a SEMMA, o PMV contribui na gestão ambiental municipal
promovendo capacitações para os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e por
meio de apoio para conseguir infraestrutura para o trabalho da mesma.
Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao
desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas
aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão
municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como
uma análise de seu cumprimento pelo município de Gurupá:
Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Gurupá assinou o Pacto
para o fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 24 de julho de 2015 e o
Repacto pelo fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 07 de junho de
2016.
Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: No dia 23 de agosto de 2016, 11
instituições assinaram o termo de adesão ao Grupo Municipal de Combate ao
Desmatamento de Gurupá. Segundo a SEMMA, até o presente momento, as
entidades que irão compor o grupo ainda não informaram formalmente o nome
Programa Municípios Verdes P7- Base Almeirim
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dos representantes titulares e suplentes e por isso o decreto ainda não foi
expedido.
Meta 3 - Atingir 80% do CAR: O município de Gurupá alcançou 74,71% da área
de CAR cadastrável no município.
Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Gurupá possui taxa
de desmatamento anual menor que 40 km2.
Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: Para o município de Gurupá
não houve alerta de desmatamento em 2016.
Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:
Gurupá não integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.
Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:
Gurupá possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.
Das 7 metas estabelecidas pelo PMV o município de Gurupá atendeu 5.
Estão pendentes as metas 2 e 3.
Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais
implementadas
Nenhuma política de incentivos voltados à preservação e recuperação
ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra
política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.
Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação
social na gestão ambiental, a SEMMA informou que trabalha a questão do remanejo
de recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e o não uso de agrotóxicos
nos rios e igarapés.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 77
ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL ALMEIRIM
Secretarias Municipais de Meio Ambiente
Os três municípios possuem secretarias de meio ambiente. Em Almeirim e
Gurupá as secretarias são exclusivas. Já em Porto de Moz a secretaria é conjunta.
As três secretarias dispõe de sedes próprias.
As secretarias de Porto de Moz, Almeirim e Gurupá tem estruturas físicas
bastante distintas (Quadro 6.1). Verifica-se que a distribuição destes equipamentos
entre as secretarias municipais de meio ambiente é assimétrica, com variabilidade
elevada e desvio padrão acima de 86,6% do valor da média. Para todos os
equipamentos a secretaria municipal de meio ambiente de Gurupá ficou abaixo da
média já que seus valores de equipamentos são nulos para todos os campos exceto
para notebook/laptop, sendo notável que este seja o município com menor
infraestrutura da Base Local Almeirim. A secretaria de Gurupá é a que apresenta
menor infraestrutura enquanto que a secretaria de Porto de Moz é a melhor
estruturada. Nota-se que apenas a secretaria de Porto de Moz apresenta um carro e
uma embarcação à sua disposição. A inexistência de veículos certamente tem
dificultado que a secretaria desempenhe completamente seu papel de agente
fiscalizador da qualidade ambiental.
Nas secretarias municipais de meio ambiente praticamente não há uso de
ferramentas e equipamentos de tecnologia que atualmente tem se mostrado
extremamente importantes no auxílio ao controle, descoberta e monitoramento de
aspectos ambientais relevantes, tais como: GPS, notebook/laptop, acesso à internet,
programas de georreferenciamento. Nenhuma secretaria municipal de meio
ambiente faz uso de sistemas de gerenciamento de informações ambientais. Estes
dados são demonstrados na Figura 6.1
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 78
Quadro 6.1 – Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim.
Municípios Computador Notebook/
laptop Carro Moto Embarcação GPS
Decibelímetro
Máquina fotográfica
Almeirim 2 0 0 1 0 1 1 0
Gurupá 0 1 0 0 0 0 0 0
Porto de Moz
4 2 1 1 1 0 2 3
Total 6 3 1 2 1 1 3 3
Máximo 4 2 1 1 1 1 2 3
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0
Média 2,0 1,0 0,5 0,7 0,3 0,5 1,0 1,5
Mediana 2,0 1,0 0,5 1,0 0,0 0,5 1,0 1,5
Desvio Padrão
2,0 1,0 0,7 0,6 0,6 0,7 1,0 2,1
Coeficiente de variação
(%) 100,0 100,0 141,4 86,6 173,2 141,4 100,0 141,4
Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim.
Quanto aos recursos organizacionais, a secretaria de meio ambiente de
Gurupá afirma possuir organograma da estrutura do OAM, cadastro de atividades a
licenciar e/ou impactantes, procedimentos administrativos internos, cadastro técnico
ambiental, fluxo de processo, controle de processos, termo de notificação, termo de
apreensão, termo de inutilização, auto de infração. A secretaria de meio ambiente de
Almeirim diz ter organograma da estrutura do OAM, cadastro de atividades a
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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licenciar e/ou impactantes, procedimentos administrativos internos, termo de
notificação, termo de apreensão, termo de inutilização, Auto de infração (Figura 6.2).
Já a secretaria de meio ambiente de Porto de Moz declara não possuir recurso.
Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim.
Nas secretarias de Porto de Moz, Almeirim e Gurupá pouco mais da
metade do pessoal é lotado na área técnica (51%). A área de serviços gerais possui
16% do quadro de funcionários e a área administrativa 33% conforme apontado pela
Figura 6.3A. A maioria do quadro de funcionários que compõe as áreas
administrativas e técnicas não tem estabilidade sendo que apenas 33% e 42%,
respectivamente são funcionários efetivos das secretarias (Figura 6.3C e Figura
6.3D). Não há nos municípios previsão de realizar concurso público (Figura 6.3B).
Não há estagiários ou bolsistas compondo o quadro das secretarias.
A análise estatística da amostra do quadro de funcionários disponíveis
nas secretarias de meio ambiente da Base Local Almeirim é apresentada pelo
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 80
Quadro 6.2 - Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim.
. Verifica-se que a existência e distribuição dos funcionários entre as
secretarias municipais de meio ambiente não possui equilíbrio. Os valores de média
e mediana são distintos se assemelhando apenas o referente aos serviços gerais. A
variabilidade é relativamente grande, com desvio padrão sempre acima de 32,9% do
valor da média. Gurupá apresenta valores abaixo da média em todos os campos de
análise (total e distribuição por áreas), enquanto que Porto de Moz apresenta
valores acima das médias.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 81
Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das SEMMAs.
Quadro 6.2 - Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim.
Municípios Total de profissionais Área administrativa Área técnica Serviços gerais
Almeirim 11 2 7 2
Gurupá 8 3 4 1
Porto de Moz 18 7 8 3
Total 37 12 19 6
Máximo 18 7 8 3
Mínimo 8 2 4 1
Média 12,3 4,0 6,3 2,0
Mediana 11,0 3,0 7,0 2,0
Desvio Padrão 5,1 2,6 2,1 1,0
Coeficiente de variação (%)
41,6 66,1 32,9 50,0
Quanto às capacitações realizadas nos últimos 12 meses, verificou-se
que Porto de Moz realizou cinco capacitações e Almeirim apenas uma. Gurupá não
realizou capacitações nos últimos 12 meses.
Os funcionários com curso superior são de diferentes áreas de formação,
com advogados, engenheiros e profissionais da área das geociências (Figura 6.4).
Destes, 58% possuem registros nos conselhos de classe (Figura 6.5). No entanto,
verifica-se que todas as secretarias carecem de profissionais da área de
socioeconomia os quais dispões de conhecimentos para realizar avaliação de
impactos ambientais, proposição de medidas, ações e programas em relação ao
meio antrópico, bem como atuar junto às comunidades tradicionais e indígenas.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional.
Figura 6.5 - Presença de profissionais com registro no conselho de classe.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Conselho Municipal de Meio Ambiente
Os três municípios da Base Local Almeirim possuem Conselho Municipal
de Meio Ambiente. Os conselhos são compostos por membros titulares e suplentes.
Como exposto na Figura 6.6A, observa-se que há mais representatividade de
entidades não governamentais (53%) em relação a entidades governamentais
(47%). O município de Almeirim apresenta menos membros compondo o conselho
atual do que o disposto em sua legislação. Todos os conselhos de meio ambiente
dos municípios da Base Local Almeirim se reuniram ao menos uma vez a cada
trimestre nos últimos 12 meses (Figura 6.6B).
A participação dos conselhos na política ambiental dos municípios é
garantida por lei que lhes confere o caráter deliberativo. No entanto desde sua
criação os conselhos de meio ambiente dos municípios de Gurupá e Almeirim não
deliberaram resoluções. Apenas o conselho de Porto de Moz deliberou quatro
normativas desde sua criação em 2015. No entanto, este mesmo órgão não
apresentou nenhuma deliberação nos últimos 12 meses, o que pode significar que
no início de sua implantação houve uma força política mais atuante que foi dispersa
ao longo do tempo. Esta situação é ilustrada pela Figura 6.6C.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Almeirim (A); Periodicidade da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C).
Recursos e Fundo Municipal de Meio Ambiente
Os três municípios declaram os repasses da prefeitura, como fonte de
recursos do órgão ambiental municipal, sendo que apenas a secretaria de meio
ambiente de Almeirim reconhece receber também recursos de projetos, os quais
ICMS Verde, Floresta Estadual do Paru (FLOTA Paru) e de projetos de Recursos
Hídricos. Nenhuma secretaria de meio ambiente municipal declarou ter recursos
provindos de fonte própria (ex.: multas, taxas etc.) ou recursos provindo de
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 85
convênios. As fontes dos recursos dos sistemas de gestão ambientais declaradas
pelos municípios da Base Local Almeirim são demonstradas pela Figura 6.7 a
seguir.
Figura 6.7 - Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais
Todos os municípios da Base Local Almeirim possuem Fundo Municipal
de Meio Ambiente. Os fundos deveriam estar sendo geridos pelas secretarias de
meio ambiente com consentimento e acompanhamento dos conselhos municipais de
meio ambiente. No entanto, nenhum dos municípios da base afirma ter/utilizar os
recursos do fundo. Apenas a secretaria de Gurupá declara que o conselho
acompanha os gastos do fundo, ainda que afirme que estes sejam inexistentes,
demonstrando ciência da obrigação da prestação de contas ao conselho.
Cabe aqui pontuar que os três municípios recebem repasses referentes
ao ICMS Verde instituído pela Lei Estadual 7.638/2012 (regulamentada pelo Decreto
/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de Meio Ambiente 1.562/2013), que
em seu artigo 8º define que: “A destinação dos recursos oriundos do ICMS Verde
será definida em legislação municipal, com ênfase na operacionalização do Fundo
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Municipal do Meio Ambiente, e sua gestão pelo Conselho Municipal do Meio
Ambiente”.
Em nenhum dos municípios houve a regulamentação municipal do ICMS
Verde e assim sendo não foi ainda regulamentado a destinação destes recursos e
seu repasse para os fundos municipais de meio ambiente. Salienta-se que os
repasses de ICMS Verde para os três municípios supera em muito os valores de
repasse da prefeitura declarados no questionário (Gurupá de 1.000,00 a 20.000,00,
Almeirim e Porto de Moz de 20.000,00 a 40.000,00).
Legislação Ambiental Municipal
Os três municípios da base apresentam leis ambientais básicas que
permitem a estruturação legal do sistema municipal de meio ambiente que
asseguram o estabelecimento formal da política, secretarias, conselhos e fundos
ambientais.
Os municípios de Gurupá e Almeirim afirmam ter legislação própria
disciplinando o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções
administrativas pelo seu descumprimento, sendo que no caso de Almeirim esta lei é
a mesma que institui a Política Ambiental no município. Porto de Moz afirma não ter
lei que dispõe sobre o licenciamento (Figura 6.8).
Todos os municípios da base apresentam população superior a 20.000
habitantes. Para municípios com esta característica populacional a Lei Federal
10.257/2001, mais conhecida como Estatuto das Cidades, prevê em seu artigo 41º a
obrigatoriedade de criar Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) por meio
de lei municipal. O município de Porto de Moz declarou não ter PDDU instituído.
Este município declarou não possuir sequer Lei de Diretrizes Urbanas, normativa
mais simplificada a qual é requisito legal para municípios com população inferior a
20.000 habitantes. Os municípios de Porto de Moz e Almeirim declararam possuir
Plano Ambiental, aprovado ou não pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de
acordo com as características locais e regionais, Gurupá declarou não possuir
(Figura 6.8).
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 87
Referente aos recursos normativos, os tipos mais comuns que são
encontrados em dois terços dos municípios da Base Local Almeirim são a lei de
taxas e o manual de fiscalização (Figura 6.9).
Figura 6.8 - Municípios da Base Local Almeirim com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera ambiental
Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Almeirim
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Nenhum dos municípios da Base Local Almeirim tem leis próprias para
regulamentar o uso dos recursos do ICMS Verde conforme legislação estadual
7.638/2012 (regulamentada pelo Decreto /2013 e pela Portaria da Secretaria
Executiva de Meio Ambiente 1.562/2013).
Conforme exposto no item específico do conselho de meio ambiente
desta análise integrada, nos últimos 12 meses não foram publicadas deliberações
normativas pelos conselhos da base de Almeirim, sendo que os conselhos de
Almeirim e Gurupá nunca publicaram qualquer deliberação desde sua criação.
Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização
O Estado do Pará, em conformidade com a Resolução COEMA n°
120/2015 (Anexo V), habilita municípios para exercer a gestão ambiental municipal.
Dentre os instrumentos para habilitações está o licenciamento de empreendimentos
e atividades de impacto ambiental local conforme determina o art. 6 da Resolução
CONAMA nº 237/1997. A definição do conceito de impacto ambiental local é dada
pela Resolução COEMA nº 120/2015, em seu artigo 1º, sendo:
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais, dentro dos limites do Município”.
O anexo único desta Resolução COEMA nº 120/2015 define a Tipologia
de impacto ambiental local e Tipologia compartilhada entre Estado e Municípios, ou
seja, determinando assim a competência de cada ente federado no que se refere ao
licenciamento ambiental. O Estado do Pará, através de normativas da SEMAS lista
municípios com esta capacidade delegada, sendo que a normativa mais recente
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 89
corresponde a Portaria SEMAS nº 179/2016, parcialmente atualizada pela Portaria
SEMAS nº 1.421/2016, que traz em Anexo Único a lista de municípios.
Neste contexto, o Estado do Pará capacitou os municípios da Base Local
Almeirim para exercer a gestão ambiental. Ainda que exista esta capacidade,
apenas a secretaria de meio ambiente de Almeirim declarou em questionário que
realiza licenciamento de atividades de impacto local, a saber: comercial/serviços,
pesquisa e lavra mineral e posto de combustível (Figura 6.10 e Figura 6.11). A
secretaria de meio ambiente de Gurupá afirmou ter legislação própria disciplinando o
licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu
descumprimento, mas declarou não realizar o licenciamento. Já a secretaria de meio
ambiente de Porto de Moz afirmou que não possui legislação disciplinando o
licenciamento, além de declarar que não exerce tal atividade.
Ressalta-se que no caso de o município não apresentar condições de
exercer a gestão ambiental municipal, o mesmo deve se declarar incapaz ao Estado
para que este possa suprir a demanda, no entanto esta declaração não foi realizada
pelos municípios de Gurupá ou Porto de Moz, ou ao menos ainda não foi publicada
pela SEMAS como nova atualização da Portaria SEMAS nº 179/2016. Ao não
assumirem a função de órgão licenciador a eles delegada e ao não declararem
incapacidade ao Estado, o município consente o estabelecimento de uma lacuna
negativa onde pode ocorrer a instalação e operação de empreendimentos e
atividades com impactos locais sem regulamentação.
De forma complementar a capacidade para gestão ambiental atestada
pelo Estado do Pará, há ainda o instrumento Convênio Delegação de Competência
definido pelo do artigo 5º da Lei Complementar n° 140/2011 e Instrução Normativa
005/2013, que estabelece os procedimentos para celebração de Convênio de
Delegação de Competência para o Licenciamento Ambiental entre a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Municípios do Estado do Pará. No Convênio de
Delegação de Competência um termo é firmado entre a SEMAS e o município.
Neste o município assume as atividades de licenciamento e de controle e
fiscalização ambiental de competência originária do Estado. Trata-se, portanto da
ampliação das competências do município para atividades de licenciamento e de
controle e fiscalização ambiental. O termo de Convênio de Delegação de
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 90
Competência é assinado com a descrição específica das atividades e/ou
empreendimentos que o município passará a ter competência para licenciar,
controlar e fiscalizar, sendo a Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013 o
instrumento jurídico que estabelece os procedimentos para celebração deste
convênio entre SEMAS e municípios do Estado do Pará.
A secretaria de meio ambiente de Almeirim foi a que declarou em
questionário ter esta delegação de competência do estado (Figura 6.10).
Figura 6.10 - Municípios da Base Local Almeirim que realizam o licenciamento ambiental municipal (A) e que possuem delegação competência do estado para licenciamento (B).
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 91
Figura 6.11 - Atividades que os municípios da Base Local Almeirim realizam o licenciamento ambiental municipal.
Os municípios de Almeirim, Gurupá e Porto de Moz devem exercer a
fiscalização ambiental, buscando sempre o monitoramento e controle das atividades
impactantes ao ambiente. Pôde-se constatar que os municípios de Almeirim e
Gurupá possuem ferramentas formais para executar a fiscalização (Termo de
notificação, Termo de apreensão, Termo de inutilização, Auto de infração), enquanto
que Porto de Moz não declarou ter estes recursos. Apenas com base no
questionário aplicado não foi possível identificar a atuação prática dos órgãos
ambientais municipais quanto à fiscalização de atividades potencialmente lesivas
para o meio ambiente. A declaração de ausência de recursos provindos de fonte
própria do órgão ambiental municipal, que inclui multas, taxas e etc., pode indicar
que a fiscalização não tem sido amplamente empreendida.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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A Resolução COEMA nº 120/201524 em seu o artigo 8° descreve que para
a adesão ao Programa Estadual de Gestão Ambiental Compartilhada, e assim o
exercício da competência do licenciamento ambiental os municípios deverão:
"I - Possuir quadro técnico próprio ou em consórcio, bem como outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas para o exercício da gestão ambiental, de competência do ente federativo;
II - Possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de polícia ambiental administrativa, disciplinando as normas e procedimentos do licenciamento e de fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local, bem como legislação que preveja as taxas aplicáveis;
III - Criar, instalar e colocar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente;
IV - Criar, implantar e gerir, por meio de comitê gestor, o Fundo Municipal de Meio Ambiente.
V - Possuir, em sua estrutura, órgão executivo com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o exercício da gestão ambiental municipal e para a implementação das políticas de planejamento territorial;
VI - Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes;
1º Deverá ser observado, para fins de constituição da equipe técnica mínima, de que trata o inciso I do art. 8º desta Resolução, a tipologia e a classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo Município.
2º Considera-se Conselho Municipal de Meio Ambiente, para fins do disposto nesta Resolução, àquele que, efetivamente, tenha suas atribuições e composição previstas em Lei, assegurada a participação social, no mínimo paritária, com caráter deliberativo, e que possua regimento interno aprovado.
O Quadro 6.3 a seguir confronta as exigências do artigo 8° da Resolução
COEMA nº120/2015 com as respostas fornecidas pelas secretarias municipais de
24 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/2015/11/05/resolucao-coema-no-120-de-28-de-
outubro-2015/.
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meio ambiente dos municípios. Estando Porto de Moz capacitado para exercer a
gestão ambiental conforme Portaria SEMAS nº 179/2016, faz-se necessário
legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e sanções administrativas
pelo seu descumprimento.
O município de Porto de Moz não apresenta Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano. Esta exigência, que se inclui no Parágrafo único do artigo
8° da Resolução COEMA nº 120/2015, pode ser fixada como condicionante a ser
cumprida pelo município no decorrer do processo de gestão compartilhada.
Quadro 6.3 - Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA 120/2015 dos municípios licenciadores.
Característica Municípios
Almeirim Porto de Moz Gurupá
Possuir quadro técnico próprio ou em consórcio, bem como outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas para o exercício da gestão ambiental, de competência do ente federativo
Sim Sim Sim
Possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de polícia ambiental administrativa, disciplinando as normas e procedimentos do licenciamento e de fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local, bem como legislação que preveja as taxas aplicáveis
Sim Não Sim
Criar, instalar e colocar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente
Sim Sim Sim
Criar, implantar e gerir, por meio de comitê gestor, o Fundo Municipal de Meio Ambiente
Sim Sim Sim
Possuir, em sua estrutura, órgão executivo com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o exercício da gestão ambiental municipal e para a implementação das políticas de planejamento territorial
Sim Sim Sim
Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes
Sim Não Sim
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
No questionário aplicado nas secretarias municipais de meio ambiente foi
solicitado que fossem informadas as principais demandas para licenciamento
ambiental no seu município, considerando área urbana e rural. A secretaria de meio
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 94
ambiente de Almeirim respondeu ser “atividade comercial e posto de combustível”.
Já a secretaria de meio ambiente de Gurupá mencionou “pequenas serrarias -
olarias - marcenarias - oficinas mecânicas - extração de aterro - extração de areia -
extração de pedras - abertura de áreas para pastos” e a secretaria de meio ambiente
de Porto de Moz declarou que todas as atividades urbanas e rurais estão ilegais.
Aqui se destaca que as secretarias de meio ambiente de Gurupá e Porto de Moz
vislumbram a necessidade de regularização de praticamente todas as atividades
com impactos locais. A Figura 6.12 a seguir consolida as respostas dos municípios
frente às atividades.
Figura 6.12 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local Almeirim.
Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental
Os municípios de Gurupá, Almeirim e Porto de Moz afirmaram terem
promovido cada um uma campanha de conscientização /educação ambiental em
seu município no último ano, respectivamente sobre os temas: “Lixo caseiro,
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
Página 95
entulho, Mosquito da Dengue, e controle da água”, “Questão da Dengue” e
“Combate ao caramujo africano e resíduos sólidos” (Figura 6.13).
Todos os municípios declaram que a sociedade local demanda ações ou
campanhas de educação ambiental sobre os respectivos temas: “lixo, água e
outros”, “agente ambiental” e “combate ao mosquito Aedes, combate ao caramujo
africano, sobre o uso de água e esgoto”.
Os três municípios da base afirmaram que nos últimos 12 meses, a
temática ambiental foi abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma
interdisciplinar (transversal) (Figura 6.13). Isto representa uma boa prática que deve
ser estimulada. A realização de campanhas em parceria com escolas municipais é
uma forma de garantir a formação de uma nova consciência ambiental na nova
geração, bem como formar multiplicadores e formadores de opinião.
Quanto aos espaços que o município utiliza para garantir e estimular a
participação social na gestão ambiental Gurupá e Almeirim afirmaram ter audiências
públicas, promoção de palestras e debates, eventos participativos como mutirões,
enquanto que Porto de Moz respondeu que possui eventos participativos como
mutirões e utiliza redes sociais (Figura 6.14). Quanto à participação de espaços de
discussão que possibilitam a troca de experiências, a construção e a produção de
saberes, apenas Gurupá afirmou participar de fóruns, conselhos gestores
municipais, associações entre entes federados e/ou instituições-tipo de municípios e
secretários (Figura 6.15).
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Figura 6.13 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Almeirim nos últimos 12 meses.
Figura 6.14 - Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a construção e a produção de saberes.
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Figura 6.15 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental.
Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão a
Programas
Ainda que esteja previsto em lei que os entes federados devem
compartilhar a gestão ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA) nos termos da Lei Federal n° 6.938/198125, e do Sistema Estadual de
Meio Ambiente (SISEMA) segundo Lei Estadual n° 5.887/199526, nenhum município
descreveu ter ações cooperadas com órgão ambiental estadual ou federal. Apenas o
município de Almeirim afirmou ter apoio do governo estadual e/ou federal com a
disponibilização de informações. Os outros dois municípios relataram não ter
qualquer apoio (Figura 6.16).
Quanto à participação do Ministério Público Estadual o município de
Almeirim considera que o apoio prestado vem em forma de recomendação de
25 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
26 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/
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melhorias. O município de Gurupá afirma que as promotorias estaduais atuam no
pedido de informação e Porto de Moz não reconheceu a atuação do MPE em sua
gestão ambiental (Figura 6.17).
Figura 6.16 - Atuação associada aos órgãos estadual e federal de meio ambiente.
Figura 6.17 - Participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Almeirim por município (A) e por tipo de participação reconhecida (B).
Dois dos três municípios da Base Local Almeirim declaram ter cooperação
(Figura 6.18A) sendo: de Gurupá cooperação de infraestrutura com o ICMBio, e de
Porto de Moz cooperação técnica com a EMATER e o IDEFLOR-Bio. Os municípios
declaram não terem convênios (Figura 6.18B).
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Apenas Porto de Moz declarou ter consórcio para a gestão ambiental em
referência ao Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu
criado pelo Decreto Federal nº 7.340/2010 (Figura 6.18C). Cabe ressaltar que o
município de Gurupá, ainda que não tenha declarado em questionário fazer parte do
PDRS do Xingu e não ter sido listado no Decreto Federal nº 7.340/201027 que cria o
plano, afirmou para a Floram que tem se associado com este, participado das
reuniões e que espera receber recursos deste plano para a implementação da
infraestrutura da secretaria municipal de meio ambiente em sua nova sede. De fato o
nome do município de Gurupá aparece no site oficial do PDRS do Xingu28 como
integrante do plano.
Nenhum dos órgãos ambientais municipais declara executar o Programa
de Regulamentação Ambiental (PRA) ou ter norma específica disciplinando este
programa no município (Figura 6.18D). Nenhuma política de incentivos voltados à
preservação/recuperação ambiental foi declarada como adotada pelos municípios.
27 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7340.htm#art10
28 Disponível em: http://pdrsxingu.org.br/site/quemSomos
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Figura 6.18 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Almeirim quanto à existência de termos de cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D).
Quanto ao Programa Municípios Verdes, os três municípios assinaram o
Termo de Compromisso para Controle do Desmatamento com o Ministério Público
Federal e celebraram o Pacto local. Os municípios de Porto de Moz e Gurupá
assinaram a repactuação em 2016, o município de Almeirim agendou a repactuação
para o dia 24 de outubro de 2016, mas em reunião ocorrida neste dia os presentes
decidiram pela não repactuação devido a pouca representatividade das entidades
que se fizeram presentes na reunião e a falta de apoio da Secretaria de Meio
Ambiente do município. Ainda que se tenha tido esta formalização para controle do
desmatamento em todos estes municípios apenas a secretaria de meio ambiente de
Porto de Moz afirmou identificar e informar ao órgão federal responsável os
desmatamentos ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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desenvolvimento sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas.
Por outro lado, somente Almeirim criou um grupo de trabalho para apoiar o combate
e o controle do desmatamento.
Nos municípios da Base Loca Almeirim as contribuições do PMV para a
gestão ambiental municipal foram descritas de forma muito distintas pelas
secretarias de meio ambiente municipais. A Secretaria de Meio Ambiente de Gurupá
afirmou ter apoio na capacitação para os técnicos e para conseguir infraestruturas
para o trabalho. Almeirim destacou o apoio com orientações, e Porto de Moz não
reconheceu nenhum tipo de apoio.
Os municípios de Almeirim e Gurupá são classificados na categoria do
PMV como “Sob Pressão” por apresentarem alto risco de desmatamento. Para
municípios nesta categoria de ameaça o foco de atuação do programa é prevenir e
reduzir o desmatamento e também avançar o cadastro de áreas rurais (CAR). Já o
município de Porto de Moz se encontra na categoria “Base Florestal” por apresentar
baixo risco de desmatamento. Neste, a estratégia é fortalecer a economia florestal
voltada especialmente para a gestão de áreas protegidas.
A seguir serão apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem
como uma análise de seu cumprimento pelos municípios envolvidos:
Meta 1: Pacto contra o desmatamento
Os três municípios que integram a Base Local Almeirim assinaram o pacto
contra o desmatamento.
Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento
O Grupo de Trabalho Municipal de Monitoramento, Fiscalização e
Controle do desmatamento no município de Almeirim foi criado em agosto de 2012,
de acordo com o Decreto Municipal n° 245/2012. No entanto, o grupo de trabalho
encontra-se inativo.
O Grupo de Trabalho Municipal de Monitoramento, Fiscalização e
Controle do Desmatamento do município de Porto de Moz foi criado em 17 de
agosto de 2016, por meio do Decreto Municipal n° 813/PMPM/GAB.
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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No município de Gurupá 11 instituições assinaram o termo de adesão ao
Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Gurupá. Até o presente
momento, as entidades que irão compor o grupo ainda não informaram formalmente
o nome dos representantes titulares e suplentes e por isso o decreto ainda não foi
expedido.
Meta 3: Atingir 80 % do CAR
De acordo com o Quadro 6.4, observa-se que até janeiro de 2014,
nenhum dos municípios da Base Local Almeirim havia atendido a meta de 80 % de
cadastramento dos imóveis rurais considerando as áreas das propriedades com
CAR, embora o município de Almeirim estivesse próximo de atingir a meta.
Quadro 6.4 - Comparação entre a área territorial, área passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR dos municípios da Base Local Almeirim.
Município
Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)
Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)
Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir
Meta de 80%)
km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante
Almeirim 14.385,86 19,72 11.339,63 78,82 169,06 1,18
Gurupá 5.828,65 68,25 4.354,76 74,71 308,16 5,29
Porto de Moz 3.122,65 17,92 1.591,76 50,97 906,36 29,03
Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).
Meta 4: Desmatamento menor que 40 km²
Todos os municípios da Base Local Almeirim possuem taxa de
desmatamento anual menor que 40 km2, entretanto.
Meta 5: Verificação em campo do desmatamento
Os municípios de Almeirim e Porto de Moz realizam a verificação em
campo dos boletins de alerta de desmatamento. O município de Gurupá não
recebeu boletim de alerta de desmatamento em 2016.
Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia
Nenhum dos municípios integra a lista dos municípios que mais
desmatam na Amazônia.
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Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados
Os municípios da Base Local Almeirim possuem Sistema Municipal de
Meio Ambiente implantado e estruturado.
O Quadro 6.5 apresenta um resumo do status de cumprimento das metas
do PMV pelos municípios da Base Local Almeirim.
Quadro 6.5 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Almeirim.
META ALMEIRIM GURUPÁ PORTO DE
MOZ
Meta 1: Pacto contra o desmatamento Sim Sim Sim
Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento Não Sim Sim
Meta 3: Atingir 80 % do CAR* Não Não Não
Meta 4: Desmatamento menor que 40 km² Sim Sim Sim
Meta 5: Verificação em campo do desmatamento Sim Sim Sim
Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia
Sim Sim Sim
Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados
Sim Sim Sim
Fonte: PMV (2016); FLORAM (2016).
Ao longo da realização das análises notou-se que o compartilhamento da
gestão ambiental municipal tem ainda como entrave a atuação das secretarias
municipais de meio ambiente dentro do próprio município, sendo verificado que há
certo isolamento na atuação de cada uma das secretarias municipais das distintas
temáticas de cada município. Foi identificada a execução de ações que poderiam
estar sendo integradas às ações das secretarias de meio ambiente municipais por
outras secretarias, notadamente por secretarias de cultura, saúde, educação e
infraestrutura. Meio ambiente é uma temática por concepção integrada e a atuação
plena das secretarias municipais de meio ambiente só poderá ser alcançada se o
compartilhamento da gestão permear diferentes esferas da gestão pública.
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Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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DIFICULDADES E ENTRAVES
Dificuldades e entraves foram identificados ao longo do processo de
desenvolvimento deste produto, sendo que o item ora apresentado busca expor de
forma geral os percalços.
Ressalta-se que muitos problemas puderam ser sanados com novas
consultas aos responsáveis pelo preenchimento dos questionários, bem como com
consultas aos técnicos da Secretária Extraordinária do PMV. Tal abordagem
integrou a metodologia deste diagnóstico da gestão ambiental, sendo que o exposto
no presente item remete não a estas dificuldades, mas sim àquelas que não foram
resolvidas.
O primeiro, mas não mais importante ponto de dificuldade e entrave foi
decorrente da resistência de algumas secretarias de meio ambiente em retificar as
respostas dadas no questionário. Com isso, algumas secretarias não entregaram ou
não enviaram em tempo hábil os questionários revisados, o que acaba por
comprometer a obtenção de um diagnóstico mais fidedigno da realidade local. De
toda forma, esse tipo de situação foi abordado como parte do resultado do estudo,
sendo um indicativo da dificuldade de parte das secretarias em organizar e
sistematizar suas informações de gestão.
Além dos municípios que não retificaram suas respostas, outra dificuldade
encontrada está na incoerência de parte das respostas apontadas pelas secretarias
municipais de meio ambiente. Em assim sendo, mesmo que questionários tenham
sido revisados há incoerências que demonstram certa imaturidade dos sistemas de
gestão ambiental em boa parcela dos municípios. Notadamente, percebe-se que
respostas inconsistentes e incoerentes são mais recorrentes nos itens referentes ao
Licenciamento Ambiental, Gestão Compartilhada e Legislação Ambiental. Abaixo,
buscou-se elencar pontos de atenção que representam limitações do presente
relatório:
- Legislação ambiental: há afirmações contrárias ao exposto nas leis
ambientais, principalmente estaduais e municipais, podendo indicar tanto que não
houve consulta prévia às mesmas como que pode estar havendo transgressões.
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- Conselhos de Meio Ambiente: conselhos foram declarados como
consultivos, mas tem claramente caráter deliberativos com inclusive resoluções
deliberadas. Há conselhos declarados como não paritários, em contrário à própria
normativa que o cria, sendo ainda observados conselhos com maior representação
de entidades governamentais
- Licenciamento Ambiental: há dificuldade de entendimento na maioria
das secretarias quanto à capacidade para exercer a gestão ambiental e a delegação
de competência do Estado. Há desconhecimento da competência para licenciar e
das atividades/empreendimentos que a competência abarca.
- Educação Ambiental: Desconhecimento das atividades de outras
secretarias que tem caráter de educação ambiental.
- Quadro de funcionários: Imprecisão quanto ao número de funcionários
das secretarias com diferentes informações prestadas a depender da pergunta feita.
- Gestão Compartilhada: Há desconhecimento de ações compartilhadas.
Há desconhecimento de convênios, consórcios e termos de cooperação ou
entendimento equivocado de conceitos.
Além do exposto foi ainda identificado que houve falta de respostas
objetivas e recorrência de respostas amplas, vagas ou que não respondiam a
pergunta o que dificultou a construção de uma análise mais coesa.
Por fim, pretende-se que a exposição destes pontos de fragilidade possa
servir tanto para relativizar o entendimento de algumas análises e apontamentos,
quanto para subsidiar encaminhamentos das próximas fases do programa,
notadamente o Plano de Monitoramento.
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RECOMENDAÇÕES
De forma geral foi identificada uma falta de estruturação dos órgãos
ambientais municipais o que certamente tem dificultado sua atuação, sendo
necessário, em um primeiro momento, que haja a provisão de devidas condições
para que o trabalho seja realizado de forma eficaz e contundente e, em um segundo
momento, que se estabeleçam formas de acompanhamento e apoio na execução da
gestão ambiental municipal.
Do ponto de vista da infraestrutura, para que os órgãos ambientais
municipais possam exercer suas competências de órgão licenciador e fiscalizador é
necessário que haja investimentos em veículos, ferramentas, equipamentos e na
capacitação de seus técnicos para que os mesmos tenham domínio no uso destes
instrumentos. A capacitação é essencial no que se refere ao uso de GPS,
programas de georreferenciamento e sistemas de gerenciamento de informações
ambientais.
Visto que a grande maioria dos técnicos atuais das secretarias é
contratada temporariamente, faz-se necessário que os municípios realizem concurso
público para contratação de servidores para atuarem nas secretarias municipais de
meio ambiente. Ressalta-se que a recomendação de que a equipe técnica seja
formada por servidores concursados do município é pautada na necessidade de
autonomia funcional dos mesmos e de segurança para exercer suas atividades, sem
submissão a interesses particulares e/ou políticos. Para constituição da equipe
técnica, deve-se considerar a tipologia e a classificação das atividades ou
empreendimentos a serem licenciados pelo município. Os profissionais devem ter
formação específica para analisar os impactos causados pelos empreendimentos no
meio ambiente. É de suma importância a equipe ser multidisciplinar contemplando
analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico, para haver uma correta
avaliação da análise de viabilidade ambiental das atividades ou empreendimentos.
Nenhuma das secretarias da base de Almeirim possui em seus quadros de
funcionários profissionais da área de socioeconomia sendo uma recomendação
prioritária a inclusão de um profissional com esta habilitação.
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Quanto à capacitação da equipe técnica recomenda-se que seja avaliado
se o corpo técnico tem amplo conhecimento da legislação ambiental de modo a
exercer atividades de fiscalização, oficinas de atualização dos técnicos quanto a
esta temática são indicadas.
No que se refere aos recursos organizacionais que permitem a atuação
da equipe técnica, recomenda-se rever e existência e utilização destes, devendo ser
verificado se os mesmos integram de fato a rotina de trabalho das secretarias
municipais de meio ambiente, se precisam ser aprimorados, simplificados ou
atualizados.
Quanto aos conselhos municipais de meio ambiente recomenda-se a
adequação destes ao disposto em suas leis e a obediência à paridade de seus
membros. Recomenda-se que dentre as indicações do poder público para os
conselhos estejam as secretarias municipais de meio ambiente e ainda as
secretarias municipais de educação de modo a fazer face ao que dispõe o inciso VI
do artigo 225 da Constituição Federal e a PNEA - Lei Federal nº 9.795/99. É
aconselhável também que faça parte da indicação do poder público outras
secretarias municipais que possam vir a ter interface com as ações voltadas para a
tutela do meio ambiente no município tais como secretarias municipais de cultura,
turismo, saúde e/ou infraestrutura.
Destaca-se que o conselho municipal de meio ambiente é um espaço
colegiado que objetiva integrar a população e o poder público na gestão ambiental
do município, de modo a promover políticas ambientais efetivas. Nesse sentido, é
recomendado que fossem realizadas ações para o fortalecimento dos conselhos,
com foco no caráter consultivo e deliberativo destes e manutenção de agenda de
reuniões periódicas. Somente desta forma os membros poderão acompanhar
ativamente os problemas ambientais do município e auxiliar na proposição de
soluções. Recomenda-se a capacitação dos conselheiros quanto ao entendimento
de suas competências no sistema municipal de meio ambiente, bem como das
possibilidades de atuação da esfera municipal de meio ambiente, de forma que seja
possível que estes exercerem de fato sua competência de órgão deliberativo.
O diagnóstico referente aos fundos municipais de meio ambiente
constatou que estes somente existem formalmente nos municípios da Base Local
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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Almeirim. Portanto, recomenda-se a implementação prática destes fundos
municipais de meio ambiente, com criação de CNPJ e conta bancária, quando
inexistentes, e com regulamentação do repasse do ICMS Verde e do repasse de
outros recursos (ex.: multas, taxas etc.). Sugere-se a capacitação das secretarias
municipais de meio ambiente para que estas possam administrar tais fundos e a
capacitação dos conselhos municipais de meio ambiente para que estes possam
realizar devido acompanhamento da aplicação dos recursos e da prestação de
contas.
Recomenda-se a regulamentação por meio de lei do uso dos recursos do
ICMS Verde conforme legislação estadual 7.638/2012 (regulamentada pelo Decreto
/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de Meio Ambiente 1.562/2013) com
previsão de destinação de recursos para os fundos municipais de meio ambiente.
Especificamente para o município de Porto de Moz recomenda-se a
criação de leis municipais que discipline o licenciamento ambiental e sanções
administrativas pelo seu descumprimento conforme requisitos do artigo 8° da
Resolução COEMA nº 120/2015. Recomenda-se ainda que o município de Porto de
Moz que crie o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Para o município
de Gurupá recomenda-se a elaboração de Plano Ambiental de acordo com as
características locais e regionais, e ainda a regularização da inserção deste
município no PDRS do Xingu na forma de lei.
No que se refere à de educação ambiental, recomenda-se atender às
demandas da sociedade local por ações ou campanhas sobre temáticas específicas
já identificadas e a elaboração de mecanismos que possam mapear continuamente
outras demandas por temas que sejam específicos ao município e à região onde
este se insere. Recomenda-se ainda a manutenção e implementação das ações de
educação ambiental já empreendidas nas escolas.
Faz-se necessário incentivar a promoção de gestões ambientais
municipais participativas e inclusivas com apoio à participação dos órgãos
municipais de meio ambiente em espaços de discussão e com maior utilização de
espaços que garantam e estimulem a participação social. Neste mesmo sentido
recomenda-se o estabelecimento de redes de cooperação e de espaços específicos
que possam ampliar o debate, cooperação técnica e a colaboração entre órgãos
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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municipais de meio ambiente e entes do governo estadual e/ou federal,
notadamente órgãos de meio ambiente e promotorias públicas, bem como com a
sociedade civil organizada.
Em sendo meio ambiente área que permeia o campo de atuação de
outras secretarias municipais notadamente as secretarias de educação, de saúde,
de cultura e de infraestrutura, recomenda-se a execução de fóruns municipais intra
secretarias para a definição de temáticas comuns, as quais devem ser abordadas
em conjunto e elaboração de estratégias de atuação integradas.
Diante do diagnóstico referente à atuação dos órgãos municipais de meio
ambiente no licenciamento ambiental local, recomenda-se que as secretarias
municipais de Gurupá e Porto de Moz se posicionem frente ao Estado quanto à
capacidade ou não de exercer esta competência nos termos da lei e para todas as
atividades e empreendimentos abarcados pelo anexo único da Resolução COEMA
nº 120/201529. Adicionalmente, é interessante que seja verificada com a secretaria e
conselho de meio ambiente de Almeirim, que se declarou licenciador de algumas
atividades, se há o pleno entendimento da competência definida na Resolução
COEMA nº 120/2015.
Cabe destacar que os municípios licenciadores devem não estar somente
capacitados para licenciar, mas também aptos a exercer as funções de controle
ambiental: monitoramento e fiscalização. Especialmente após a concessão das
licenças é importante que haja a verificação do atendimento no cumprimento das
condicionantes. Assim sendo é recomendado o estabelecimento de uma rotina de
controle com a criação de sistema de gerenciamento de atividades informatizado
que possa organizar o fluxo de trabalho.
As secretarias de meio ambiente de Gurupá e Porto de Moz vislumbram a
necessidade de regularização de praticamente todas as atividades com impactos
locais. A regulamentação destas atividades faz-se necessária, sendo recomendada
inicialmente a realização de um cadastro das atividades potencialmente
29 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à
exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.
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poluidoras/degradadoras do meio ambiente na esfera local para que se possa ter a
dimensão da demanda e então criar ações que visem à regulamentação destas
atividades na forma de licenciamentos corretivos.
Por fim, é de se notar que na região, especialmente a área do município
de Porto de Moz, há presença de grandes projetos de infraestrutura, notadamente a
implantação e operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e estruturas
associadas. Sabe-se que pressões sob os recursos ambientais são aumentadas de
forma considerável com melhorias em acessos que resulta em aumento o fluxo de
pessoas e mercadorias. Faz-se, portanto urgente a capacitação dos órgãos
ambientais municipais como agentes licenciadores e fiscalizadores, e mais que isto
se recomenda ações de fortalecimento do sistema de gestão ambiental local com
implementação também de políticas de prevenção e de prognóstico de impactos.
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Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os municípios da Base Local Almeirim possuem arranjos ideais à gestão
ambiental municipal com presença simultânea nos municípios de Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, Conselho Municipal de Meio Ambiente e Fundo
Municipal de Meio Ambiente. No entanto, com base no diagnóstico da gestão
ambiental municipal pode-se concluir há necessidade de efetivação dos Sistemas
Municipais de Meio Ambiente, tendo o presente diagnóstico apontado os pontos
críticos e proposto recomendações de melhorias.
No geral o que se observa é que os sistemas de gestão ambiental dos
municípios da Base Local Almeirim não possuem estrutura administrativa, técnica ou
organizacional adequada para exercerem suas competências. A atuação
propriamente dita dos órgãos ambientais e eficácia da gestão ambiental municipal
como um todo depende da estrutura e força política que lhe é concedida, bem como
do apoio cooperativo que lhe é prestado por outros órgãos governamentais ligados à
temática ambiental. Sem que haja uma reestruturação destes aspectos, de forma
que na prática eles tenham resultado, é de se esperar que a gestão ambiental dos
municípios siga configurada apenas formalmente. Tal constatação é grave uma vez
que na prática isto representa possibilidades para a atuação na ilegalidade e para a
degradação ambiental.
A efetivação da gestão ambiental demanda que os municípios de
Almeirim, Gurupá e Porto de Moz por meio de seus governos locais, se fortaleçam
enquanto instâncias de planejamento e decisão. Mais que isso é necessário amplo
apoio técnico, administrativo, financeiro e organizacional de outras instâncias para
que isto se concretize. Faz se necessário a observância a todos os aspectos
considerados no presente diagnóstico, de modo que o SISMUMA seja fortalecido e
que as políticas locais estabelecidas sejam alinhadas às boas práticas ambientais.
Dessa maneira, a reestruturação da gestão ambiental municipal poderá buscar
atingir seus objetivos de preservação, conservação, proteção, defesa, melhoria,
recuperação e controle do meio ambiente e uso adequado dos recursos ambientais.
Por fim, ressalta-se que este diagnóstico limitou-se à análise dentro da metodologia
proposta de aplicação de questionário, mas de forma alguma pretendeu esgotar o
Programa Municípios Verdes P7 - Base Almeirim
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tema. A realidade da gestão ambiental municipal se faz muito mais complexa que o
exposto devendo ser a avaliação das limitações e a proposição de melhorias
contínua.
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RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO
A Floram Engenharia e Meio Ambiente, representada por seu
Responsável Legal e Coordenador Geral do Contrato 010/2015, Eng. Agr. Paulo
Tarcísio Cassa Louzada, pelo Coordenador Técnico do Contrato 010/2015, Biol.
Augusto Luciani Carvalho Braga e pela Coordenadora Setorial, Eng. Ftal. Samira
Kuwar, se declaram responsáveis pela elaboração do presente relatório e atestam a
veracidade e qualidade das informações ora apresentadas.
Paulo Tarcísio Cassa Louzada CREA 34.536/D Coordenador Geral Engenheiro Agrônomo Augusto Luciani Carvalho Braga CRBIO 44.253/04-D Coordenador Técnico Samira Kuwar CREA/RS 149889 Coordenadora Setorial
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REFERÊNCIAS
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BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2ª ed.
Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.
_______ Lei Federal N°. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02/09/1981, p.16.519.
______ Lei Federal N°. 10.257 de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e
183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá
outras providências. Brasília, DOU de 11.7.2001 e retificado em 17.7.2001.
______. Lei Complementar n° 140 de 08 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos
termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da
Constituição Federal, para cooperação entre União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Brasília, DOU de 09/12/2011 e retificado em 12/12/2011.
______. CONAMA. Resolução n° 237 de 19 de dezembro de 1997. Regulamento os
aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos pela Política Nacional de Meio
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Brasília: IBAMA, 1994.
KHOURY, L; Ligeiro, I; Rocha, P; Santana, J; Lima, L. Ministério Público do Estado
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SCHULT, Sandra Irene Momm. Conselho Municipal de Meio Ambiente: um guia
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ANEXOS
Anexo I – Cópia dos e-mails enviados para as secretarias;
Anexo II - Questionários tabulados dos municípios de Almeirim, Porto de Moz e
Gurupá.
Anexo III – Portaria SEMAS nº 179, de 11 de fevereiro de 2016 e Portaria SEMAS nº
1.421, de 12 de agosto de 2016;
Anexo IV – Comunicado SEMAS com a relação de municípios que possuem
capacidade para exercer a gestão ambiental
Anexo V – Resolução COEMA nº 120 de 28 de outubro de 2015.