diagnÓstico da gestÃo de resÍduos sÓlidos do municÍpio de delfim moreira (mg)
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7/24/2019 DIAGNSTICO DA GESTO DE RESDUOS SLIDOS DO MUNICPIO DE DELFIM MOREIRA (MG)
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Universidade Federal de ItajubInstituto de Recursos Naturais
DIAGNSTICO DA GESTO DE RESDUOS
SLIDOS DO MUNICPIO DE DELFIM MOREIRA
(MG)
Gustavo Carvalho Cunha
Itajub - MGNovembro / 2013
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DIAGNSTICO DA GESTO DE RESDUOS SLIDOSDE DELFIM MOREIRA (MG)
Gustavo Carvalho Cunha
Monografia submetida banca examinadora doTrabalho Final de Graduao apresentado Universidade Federal de Itajub, como parte dosrequisitos para a obteno do ttulo deEngenheiro Ambiental.
Orientador(a): Prof. Ana Paula Silva Figueiredo
Co-orientador(a): Prof. Regina Mambeli Barros
Itajub - MGNovembro / 2013
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Dedico este trabalho aos meus Pais, meu irmo e minha Gabi, queparticiparam dos momentos mais importantes da minha vida at agora eos enriqueceram tanto.
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Agradecimentos
Agradeo,
pela amizade e disponibilidade, aos funcionrios da prefeitura Adilson Felix Da Silva,Aureliano Pedro Assis Xavier, Carla Maria Coura Alkmin Maximo, Angela PaulaMarcondes Alves, Marcia Aparecida Coura Oliveira, Jose Carlos Fernandes eReginaldo Cendreto e Benedito (Ben!);
pela amizade, disponibilidade, ateno e dedicao ao trabalho, s funcionrias daprefeitura Juliane Aparecida Coura e Mnica Sene.
pela amizade, braos fortes e incansveis, aos meus heris do cotidiano, cujaimportncia to pouco reconhecida. Me refiro aos coletadores de resduos dacoleta domiciliar, Fabiano Dos Santos De Oliveira e Walter Ribeiro, alm do valentemotorista Juvenal Rodrigues Da Silva;
pela amizade e enorme disponibilidade, ao Microempreendedor Luiz Andr da Silvae seu irmo Roberto da Silva, pessoas que admiro e aonde encontrei sempreacolhimento nas empreitadas mais difceis deste trabalho. Sem esquecer de toda aturma bem humorada que partilhou conosco destas empreitadas: o Rafael, o Getlioe outros camaradas;
pela coragem e dedicao, aos alunos da Fundao ROGE, Luiz Felipe e Gabriel;
pela pacincia, carinho e compreenso, minha querida orientadora professora AnaPaula Figueiredo;
pela amizade, confiana nos meus ideais e trabalho e tambm pela parceria, professora Sylvia da Silveira Nunes;
pela ateno, disponibilidade e companheirismo, aos professores Marcos EduardoCarneiro Bernardes e Regina Mambeli Barros;
pela dedicao e profissionalismo, aos demais professores do Instituto de RecursosNaturais, em especial ao professor Marcelo Ribeiro Barison.
pelo companheirismo, compreenso, amor, carinho e tantas coisas mais, minhaamada Gabriela Ramos Moraes;
pelo carinho, amor incondicional e inabalvel, por seus investimentos incansveis nomeu crescimento, pela compreenso e outras tantas coisas, aos meu Pais, Maria deLourdes Furtado Carvalho Cunha e Eduardo Jos Lima Cunha e ao meu irmoGuilherme Carvalho Cunha.
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No escrevo mais a caneta: minhas ferramentas agora so outras:
A enxada e a p, a foice e a picareta, meus ouvidos, meus olhos, meu corpo.
Os outros que escrevem em mim.
Fernando Braga da Costa
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RESUMO
O presente trabalho consiste na elaborao do diagnstico da gestode resduos slidos do municpio de Delfim Moreira (MG). Osresultados deste diagnstico do origem a um instrumento para queos gestores responsveis pelo setor de limpeza urbana possamintervir nesta gesto, estabelecer metas e adapt-la conforme aspolticas pblicas em vigor. Para a execuo deste trabalhoprocedeu-se uma reviso bibliogrfica, pesquisa documental, almda anlise de relatrios de controle interno da prefeitura municipal deDelfim Moreira. Realizaram-se ainda entrevistas com os secretrios
municipais envolvidos com o setor de limpeza urbana com auxlio deformulrios, aos funcionrios e outros executores dos servios delimpeza urbana no municpio. Procedeu-se o acompanhamentopresencial de atividades de limpeza urbana, principalmente a coletade resduos e materiais reciclveis, a caracterizao dos resduosgerados no municpio e a organizao institucional do plano degesto integrada de resduos slidos envolvendo o poder pblico e asociedade civil. Muitos aspectos considerados neste trabalhoapontaram para deficincias na gesto de resduos slidos municipal.Entretanto, o perfil aqui traado aponta para as direes de uma
nova gesto a ser implementada com a elaborao de um Plano deGesto Integrada de Resduos Slidos atualizada com o contextoatual.
Palavras-chave: Diagnstico de Gesto de Resduos Slidos.Caracterizao de Resduos Slidos. Cenrios de Gesto deResduos Slidos. Organizao de Catadores de Material Reciclvel.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Hierarquia da gesto de resduos slidos.................................................................... 15Figura 2 - Divisas do municpio de Delfim Moreira....................................................................... 22
Figura 3 - Mapa limites da APA Serra da Mantiqueira (FONTE: Fundao Mantiqueira, 2013)............................................................................................................................................................... 23
Figura 4Qualidade do Saneamento Bsico no Municpio (IBGE, 2010)............................... 24Figura 5 - Uso do solo em Delfim Moreira (IBGE, 2006)............................................................. 25Figura 6 - PIB de Delfim Moreira (IBGE, 2010)............................................................................. 26Figura 7Composio de Resduos de Delfim Moreira em 2007 (DELFIM MOREIRA, 2007)............................................................................................................................................................... 28
Figura 8 - Mapa da coleta domiciliar de Delfim Moreira (elaborado com base do maparodovirio municipal de 1991).......................................................................................................... 55
Figura 9 - Coletadores em condio de risco durante a coleta domiciliar do setor 4. ............. 56
Figura 10 - Trator de coleta de bens inservveis ........................................................................... 58Figura 11 - Composio dos resduos urbanos............................................................................. 63
Figura 12 - Classificao quanto a reciclabilidade dos resduos urbanos ................................ 64Figura 13 - Composio dos resduos rurais................................................................................. 65Figura 14 - Classificao quanto a reciclabilidade dos resduos................................................ 66
Figura 15 - Comparativo de composio de resduos urbanos e rurais .................................... 67Figura 16 - Composio dos resduos do municpio de Delfim Moreira .................................... 67Figura 17 - Classificao quanto a reciclabilidade dos resduos do municpio........................ 68
Figura 18 Srie Histrica de Gerao de Resduos de Delfim Moreira ..................................... 68
Figura 19 - Descarte inadequado na margem de crrego Tabuo. ........................................... 70Figura 20 - Recuperao de materiais reciclveis em Delfim Moreira...................................... 71
Figura 21 - Comparativo entre Receitas e Despesas por Exerccio.......................................... 76
Figura 22 - Local inapropriado de armazenamento de reciclveis............................................. 81Figura 23 - Recicladores atendidos pela prefeitura municipal, em local cedido para aseparao dos reciclveis................................................................................................................. 82
Figura 24 - Reunio dos grupos diretor e de sustentao........................................................... 82
Figura 25- Srie Histrica da Populao de Delfim Moreira (IBGE).......................................... 83Figura 26 - Projeo da Populao em 20 anos........................................................................... 85Figura 27 - Estimativa de gerao de resduos e de reciclveis, em toneladas/ano.............. 86
Figura 28 - Dficit de coleta domiciliar, em toneladas/ano.......................................................... 87
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Contedo mnimo de um PGIRS.................................................................................. 20Tabela 1 - Contedo mnimo de um PGIRS.................................................................................. 21
Tabela 2 - Itens do PGIRS contemplados em 2007..................................................................... 27Tabela 2 - Itens do PGIRS contemplados em 2007..................................................................... 28Tabela 3 - Classes de Materiais de Interesse em RS.................................................................. 42Tabela 4 - Mtodos de Projeo e Respectivos Parmetros (QASIM, 2000).......................... 47
Tabela 5 - Rotas de Coleta Domiciliar............................................................................................ 53Tabela 5 - Rotas de Coleta Domiciliar............................................................................................ 54Tabela 6 - Estimativa de atendimento da coleta domiciliar em Delfim Moreira - DATASUS2013...................................................................................................................................................... 57Tabela 7 - Microreas de Atendimento Bsico Sade .............................................................. 59Tabela 8 - Rodovias de Delfim Moreira.......................................................................................... 60
Tabela 8 Rodovias de Delfim Moreira............................................................................................. 61Tabela 9 - Composio de Resduos do Setor 1........................................................................... 62Tabela 10 - Ficha de coleta dos resduos rurais........................................................................... 64Tabela 11 - Mdias anuais de RS destinados ao Aterro Sanitrio pelo municpio de DelfimMoreira................................................................................................................................................. 69
Tabela 12 - Gerao Per capitaUrbana de Resduos Slidos................................................... 69Tabela 13 Gerao de RSS na UBS de Delfim Moreira.............................................................. 73Tabela 14 - Demonstrativo das Receitas do Municpio em R$ ................................................... 75
Tabela 15 - Comparativo entre Receitas e Despesas por Exerccio.......................................... 76
Tabela 16 - Taxa de Limpeza Pblica............................................................................................. 76Tabela 17 - Despesas por unidade oramentria de Limpeza Urbana ..................................... 77
Tabela 18 - Despesas com a Limpeza Pblica............................................................................. 78Tabela 19 - Taxas do CIMASAS (Empenhos da Prefeitura dos anos de referncia) .............. 80Tabela 20 - Aplicao dos Mtodos de Projeo de Populao ................................................ 84
Tabela 21 - Projeo da Populao para 20 anos........................................................................ 84Tabela 22 - Projeo da gerao de resduos para 20 anos...................................................... 88Tabela 23 - Projeo de Custos de Aterramento em 20 anos.................................................... 89
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LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS
ABNTAssociao Brasileira de Normas Tcnicas
ABRELPE - Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e ResduosEspeciais
ANVISAAgncia Nacional de Vigilncia Sanitria
APArea de preservao ambiental
CETEC - Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais
CIMASAS - Consrcio Intermunicipal dos Municpios da Microrregio do Alto
Sapuca para Aterro SanitrioCONAMAConselho Nacional do Meio Ambiente
DATASUSDepartamento de Informtica do Sistema nico de Sade
EPIEquipamento Proteo Individual
FPMFundo de Participao dos Municpios
FUNASAFundao Nacional de Sade
IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IEFInstituto Estadual de Florestas
LULimpeza Urbana
LPLimpeza Pblica
MEIMicroempreendedor Individual
PGIRSPlano de gesto integrada de resduos slidos
PNRSPoltica Nacional de resduos slidos
PWc - PricewaterhouseCoopers
RSresduos slidos
SEMAD - Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel
SINIS - Sistema de informao de saneamento sobre saneamento
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente
WtEWaste-to-Energy Plants
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Sumrio
INTRODUO.................................................................................................................................... 12
1. REVISO BIBLIOGRFICA........................................................................................................ 14
1.1 POLTICAS NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS.......................................................... 14
1.2 PLANOS DE GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS.................................... 17
1.3 ELABORAES DO PGIRS NA ESFERA MUNICIPAL................................................... 20
DELFIM MOREIRA........................................................................................................................ 21
1.3.2 DELFIM MOREIRA E O PLANO DE GESTO INTEGRADA DE RESDUOSSLIDOS..................................................................................................................................... 27
1.4 SOBRE O SISTEMA DE IMPLANTAO DA LOGSTICA REVERSA.......................... 29
1.5 LEGISLAO E NORMAS COMPLEMENTARES............................................................ 30
1.5.1 Resduos de Embalagens de Agrotxicos.................................................................... 30
1.5.2 Resduos de Servios de Sade.................................................................................... 31
1.6 ORGANIZAESDE RECICLADORES.............................................................................. 33
1.5.1 Associao........................................................................................................................ 33
1.5.2 Cooperativa....................................................................................................................... 35
1.5.3 Microempreendedores Individuais (MEIs).................................................................... 37
2. METODOLOGIA............................................................................................................................. 39
2.1 DIAGNSTICO TCNICO OPERACIONAL....................................................................... 39
Caracterizao de Resduos Slidos...................................................................................... 40
Levantamento preliminar de dados......................................................................................... 40
Procedimento de Coleta de Amostras - Caractersticas qualitativas ................................. 41
Composio gravimtrica dos Resduos Slidos do municpio.......................................... 43
Caractersticas Quantitativas.................................................................................................... 432.2 DIAGNSTICO GERENCIAL................................................................................................ 46
O Diagnstico gerencial trata as questes jurdicas e financeiras da limpeza urbana... 46
Informaes Jurdicas................................................................................................................ 46
Informaes Financeiras........................................................................................................... 46
2.3 DIAGNSTICO SOCIAL........................................................................................................ 47
2.4 CENRIO DO PLANO DE GESTO INTEGRADO DE RESDUOS SLIDOS............ 47
2.4.1 Projeo populacional...................................................................................................... 47
2.4.2 Estimativa da Gerao de Resduos para um Cenrio de 20 Anos ......................... 49
2.4.3 Projeo dos Custos com Aterramento........................................................................ 50
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2.5 INTEGRAO ENTRE SOCIEDADE CIVIL E PODER PBLICO.................................. 51
3. RESULTADOS E DISCUSSO................................................................................................... 53
3.1 Diagnstico Tcnico Operacional...................................................................................... 53
3.1.1 Levantamento das rotas de coleta domiciliar............................................................... 53
3.1.2 Problemas detectados no atual plano de coletas........................................................ 56
3.1.3 Caracterizao dos Resduos destinados ao Aterro Sanitrio.................................. 61
Coleta de Amostras.................................................................................................................... 61
Agrupamento Urbano................................................................................................................. 62
Agrupamento Rural.................................................................................................................... 64
Aterro Sanitrio CIMASAS........................................................................................................ 68
Gerao Per capitaUrbana....................................................................................................... 69Resduos de Servios de Sade (RSS).................................................................................. 71
Resduos de Construo Civil e Bens Inservveis, restos de podas e carcaas deanimais......................................................................................................................................... 73
Resduos Sujeitos Logstica Reversa.................................................................................. 73
Estimativa da Gerao total de resduos domsticos no municpio................................... 74
Proporo de reciclveis total.................................................................................................. 74
3.2 DIAGNSTICO GERENCIAL................................................................................................ 75
Informaes Jurdicas................................................................................................................ 75
Informaes Financeiras........................................................................................................... 75
Custos de Operao do CIMASAS.......................................................................................... 79
3.3 DIAGNSTICO SOCIAL........................................................................................................ 80
3.4 INTEGRAO ENTRE SOCIEDADE CIVIL E PODER PBLICO.................................. 81
3.5 CENRIO DO PLANO DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS.................................... 83
Srie Histrica da Populao em Delfim Moreira.................................................................. 83
Estimativa da Gerao de Resduos para um Cenrio de 20 Anos................................... 85
Projeo dos Custos com Aterramento.................................................................................. 87
CONCLUSO..................................................................................................................................... 90
Sugesto para trabalhos Futuros..................................................................................................... 94
Referncias Bibliogrficas................................................................................................................. 95
Anexo A................................................................................................................................................ 99
Anexo B.............................................................................................................................................. 101
Anexo C............................................................................................................................................. 102Anexo D............................................................................................................................................. 104
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INTRODUO
O diagnstico de Gesto de Resduos de suma importncia para aadequao dos Municpios Lei 12.305 de 2010 que institui a Poltica Nacional de
Resduos Slidos (BRASIL, 2010a). O diagnstico reflete as condies atuais da
Gesto, onde so reconhecidas falhas ou avanos da operao de limpeza urbana e
sobretudo a qualidade deste servio no atendimento s premissas de proteo do
meio ambiente.
O resultado do diagnstico serve de subsdio e guia na elaborao do plano
de gesto de resduos a ser estabelecido no municpio, em que reside o principalobjetivo do presente trabalho: traar o Diagnstico da Gesto dos resduos slidos
na cidade de Delfim MoreiraMG.
Como objetivos especficos, procurou-se identificar a quantidade e
composio dos resduos slidos gerados no municpio, definir os grupos
representativos geradores de resduos slidos, discriminar a quantidade e
composio dos resduos slidos gerados por estes grupos e apontar a destinao
dos resduos slidos gerados. Alm disso, o trabalho denomina as pessoas fsicas e
jurdicas envolvidas com coleta seletiva no municpio e discrimina as informaes
jurdicas e financeiras referentes limpeza pblica. Neste trabalho estima-se a
gerao de resduosper capitaurbana e municipal, compara a gerao de resduos
slidosper capitaurbana e do municpio com a do Estado de Minas Gerais e a do
Brasil, contrasta a composio dos resduos slidos gerados por cada grupo
representativo e verifica a abrangncia do servio da prefeitura em relao
destinao ambientalmente adequada de resduos slidos. Como proposio, este
trabalho estima a gerao de resduos atual e a prev, para um perodo de vinte
anos, alm de analisar o custo de aterramento sanitrio para trs cenrios de
qualidade de servio de coleta diferentes, avalia possveis formas de organizao
(formalizada) das pessoas envolvidas com a coleta seletiva, prope um modelo de
organizao de trabalho para as pessoas envolvidas com a coleta seletiva e,
finalmente, prope programas de melhorias para o servio de limpeza pblica.
Um diagnstico de gesto de resduos slidos de um municpio consiste em
apresentar a condio, a qualidade e o planejamento dos servios de limpeza
prestados pelo poder pblico em um municpio, bem como a sua adequao s
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exigncias legais, sobretudo aquelas apontadas pela Poltica Nacional de Resduos
Slidos. Para a sistematizao deste diagnstico, a Fundao Centro Tecnolgica
de Minas Gerais (CETEC) sugere a diviso em trs frentes de trabalho: Tcnico
Operacional, Gerencial e Social. Estas frentes se referem respectivamente
operao e planejamento da limpeza urbana, s questes jurdicas e financeiras da
limpeza urbana, a identificao e situao das pessoas jurdicas ou fsicas
envolvidas com a recuperao de materiais reciclveis dos resduos municipais. O
nvel de detalhamento aplicado a cada etapa do diagnstico foi elaborado visando
ao atendimento s exigncias legais e demais aspectos prprios de gesto de
resduos slidos sugeridos pelas bibliografias consultadas.
A estrutura do trabalho foi estabelecida em quatro captulos. Inicialmente coma Reviso Bibliogrfica, que rene a abordagem do tema do trabalho por outros
autores, com especial interesse no contexto poltico ambiental. Este captulo
seguido pela Metodologia, em que descreve detalhadamente o material e os
mtodos para o desenvolvimento da pesquisa. O captulo de Resultados e
Discusso apresenta os resultados obtidos com o emprego da metodologia aplicada
de forma crtica. O captulo final rene concluses acerca dos resultados e possveis
intervenes na gesto de resduos slidos do municpio.
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1. REVISO BIBLIOGRFICA
1.1 POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS
A Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS) uma poltica pblica
instituda pela lei 12.305, de 2 de agosto de 2010 (BRASIL 2010a), e
regulamentada pelo decreto no. 7.404, de 23 dezembro de 2010. Esta tem como
foco a gesto de resduos slidos.
As regras previstas pela PNRS, segundo Bittar (2011), foram consideradas
uma revoluo na legislao ambiental brasileira e tramitaram na Cmara dos
Deputados por quase 20 anos. Teve incio com o projeto de lei PL 203/91, que
tratava da classificao de resduos de servios de sade. A partir da prosseguiu-se
a incorporao de mais de 100 projetos de lei (PL) ao PL 203/91, que versavam
sobre a criao de uma poltica nacional e discorriam sobre resduos especiais,
como pilhas, baterias e pneus, reciclagem, entre outros. Este texto constituiu o
esboo da PNRS.
Esta poltica nacional prev a elaborao de planos integrados nas esferas
federal, estadual e municipal, contando tambm com a participao de empresasprivadas cuja gerao de resduos se destaque pela quantidade ou qualidade, como
sugerem os termos da lei no artigo 20, alm de outras disposies, conforme
descrito em seu artigo primeiro:
A poltica nacional de resduos slidos (PNRS) estabeleceprincpios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gesto egerenciamento dos resduos slidos, as responsabilidades dosgeradores, do poder pblico, e dos consumidores, bem como osinstrumentos econmicos aplicveis. (MINISTRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2011).
Est estruturada entre disposies gerais, definio da poltica nacional de
resduos slidos, diretrizes aplicveis aos resduos slidos, responsabilidades dos
geradores e do poder pblico e, finalmente, disposies transitrias e finais.
Entre as definies estabelecidas na PNRS, faz-se a diferenciao entre
rejeitos e resduos. A PNRS no artigo 3, inciso XV, distingue rejeitos como resduos
slidos cujas possibilidades de recuperao, reutilizao ou reciclagem sejam
inviveis economicamente, restando apenas a disposio ambientalmente adequada(BRASIL, 2010).
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A definio de resduos slidos (RS), em contraposio de rejeitos,
abordada no inciso XVI do artigo 3 da PNRS que dispe:
resduos slidos: material, substncia, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinaofinal se procede, se prope proceder ou se est obrigado a proceder,nos estados slido ou semisslido, bem como gases contidos emrecipientes e lquidos cujas particularidades tornem invivel o seulanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos dgua, ouexijam para isso solues tcnica ou economicamente inviveis emface da melhor tecnologia disponvel.
A diferenciao, na PNRS, entre rejeitos e resduos slidos estimula o
reaproveitamento e a reciclagem de materiais. Adicionalmente, o manejo de RS
obrigatoriamente posicionado conforme uma hierarquia em sua gesto desde a no
gerao, a reduo a reutilizao, a reciclagem, o tratamento e finalmente a
disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos. Esta diretriz corrobora o
estmulo recuperao de materiais.
A Figura 1 mostra a hierarquia na gesto de resduos slidos, que deve ser
seguida quando de sua implementao. Pode-se observar que esta consiste nos
conceitos de no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento e, por fim, a
disposio final.
Figura 1 - Hierarquia da gesto de resduos slidos
Nogerao
evitar odesperdcio
Reduo reduzir o
consumo
Reutilizaoutilizao de retornveis,
ou utilizao do materialem novas funes
Reciclagemreincorporao de materiaisj processados na cadeia deproduo
Tratamentoestabilizao de materiais instveis,
ou reativos, aproveitamentoenergtico,entre outras tcnicas
Disposiofinal
aterramentosanitrio
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A disposio final ambientalmente adequada definida na PNRS como
aterramento ordenado de rejeitos. Entretanto, deve-se salientar que alguns materiais
no reciclveis destinados a aterramentos podem servir para a gerao de energia,
uma proposta internacionalmente conhecida como Waste-to-Energy (WtE) Plants
(BARROS, 2012). De acordo esta autora, em determinadas condies, unidades
como estas podem representar uma economia de custos 190 L de gasolina por
tonelada de resduos.
A PNRS articula-se ainda com outras polticas pblicas, alm da poltica
nacional sobre mudanas climticas, como a Lei Federal de Saneamento Bsico, Lei
11.445 de 2007 (BRASIL, 2007), a Lei Federal de Consrcios Pblicos, Lei 11.107
de 2005 (BRASIL, 2005), o Plano de Acelerao do Crescimento (PAC) e o PlanoBrasil sem Misria.
A Lei Federal de Saneamento Bsico, no tocante limpeza urbana e o
manejo de resduos slidos, estabelece estes servios como pblicos, includas
nestes as atividades de coleta, transbordo e transporte dos resduos; triagem para
fins de reuso ou reciclagem; tratamento, incluindo compostagem, e disposio final
dos resduos.
A Lei federal de Consrcios Pblicos regulamenta a prestao de serviospblicos de forma regionalizada por meio de consrcios pblicos. Este mecanismo
incentivado e priorizado pela PNRS com intuito de promover um salto de qualidade
na gesto de resduos slidos e convidar municpios de menor porte a dividirem
esforos para solues de gesto em escala mais adequada (Ministrio do Meio
Ambiente, 2011).
O Plano de Acelerao do Crescimento do governo federal disponibiliza quota
de recursos destinada a atender os servios de saneamento bsico, entre eles alimpeza urbana e o manejo de resduos slidos. Para municpios com menos de 50
mil habitantes, estes recursos so disponibilizados via Fundao Nacional de Sade
(FUNASA), sendo justificada a atuao desta fundao vinculada ao Ministrio da
Sade, em funo do controle de doenas e outros agravos relacionados gesto
de RS (FUNASA, 2013).
O plano Brasil Sem Misria comunga interesses com a PNRS, prevendo
apoio organizao produtiva de catadores e a programas de coleta seletiva que os
inclua, objetivando melhora nas condies de trabalho, viabilizao de infraestrutura
e redes de comrcio. Vale comentar que os recursos do PAC tambm incluem apoio
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aos catadores. Estes so importantes instrumentos econmicos que fomentam a
incluso produtiva de pessoas fsicas de baixa renda no manejo de resduos slidos
de que trata a PNRS nos artigos 18 (pargrafo primeiro, inciso II) e 19 (inciso XI). A
PNRS estabelece tambm acesso prioritrio de recurso da Unio s solues de
manejo que promovam tal incluso, conforme disposto no artigo 42 (inciso III).
A PNRS reconhece ainda o ciclo de vida dos produtos como sendo as etapas
de desenvolvimento, obteno de matrias-primas e insumos, o processo produtivo,
o consumo e a disposio final. Neste contexto, a responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida de produtos proposta na PNRS atribuda a produtores,
distribuidores e consumidores na forma de uma rede sobre a qual ficam aplicadas as
diretrizes da poltica hierarquia de gesto ilustrada na figura 1. Um dosinstrumentos criados para o controle da responsabilidade compartilhada a logstica
reversa, estabelecida de forma a garantir a restituio de resduos para o setor
empresarial para que este aja em favor da reutilizao, reciclagem ou disposio
final adequada deste.
Conquanto a PNRS apresente toda esta gama de articulaes e instrumentos
econmicos, o acesso a estes recursos est condicionado elaborao de um
Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos (PGIRS), como determinado nocaput do artigo 18 da PNRS. Outra motivao para adequao dos municpios
elaborao do PGIRS decorre de multas previstas no artigo 61 do decreto federal
6.514, de 2008 (BRASIL, 2008), por infraes citadas na PNRS referentes
disposies inadequadas de RS, ou pelo descumprimento de outras exigncias
colocadas pela PNRS, como a implantao da logstica reversa. As referidas multas
podem variar de cinco mil (5.000,00) cinquenta milhes (50.000.000,00) de reais,
sem prejuzo de outra legislao aplicvel.
1.2 PLANOS DE GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS
O Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos (PGIRS) um documento
exigido pela PNRS que versa sobre os detalhes da gesto de resduos slidos da
federao, dos estados e municpios,elaborados sob os princpios desta recentepoltica pblica. Desta forma, a elaborao do PGIRS segue uma srie de
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exigncias, previstas na PNRS, na busca pela adequao de cada uma das esferas
do poder pblico PNRS. Aos municpios foi dado um prazo de elaborao deste
documento de dois anos aps a sano da PNRS, expirado por conseguinte em 2
de agosto de 2012.
Para o plano de gesto integrado de municpios, a PNRS aponta no artigo 19
o contedo mnimo de um plano de gesto integrada municipal de resduos slidos
na forma de 19 itens. De forma resumida so considerados: diagnstico da situao
dos resduos, rea de disposio final ambientalmente adequada, possibilidade de
solues consorciadas entre municpios, identificao dos resduos e geradores
sujeitos a plano de gesto especfico, procedimentos operacionais da limpeza
urbana, indicadores de desempenho do plano, regras para o transporte de resduos,definio de responsabilidades no gerenciamento dos resduos, programas de
capacitao tcnica, programas de educao ambiental, programas de incluso da
fora de trabalho de pessoas de baixa renda, mecanismos de valorizao dos RS,
metas de reduo, reutilizao e recuperao de materiais, limites da participao
do poder pblico, controle e fiscalizao da operao do plano, aes preventivas e
corretivas, identificao e saneamento de passivos ambientais, periodicidade de
reviso do plano.H tambm a possibilidade de uma configurao simplificada do PGIRS
agraciada a municpios que apresentem menos de vinte mil habitantes na apurao
mais recente do IBGE. O contedo mnimo desta verso apontado no artigo 51 do
decreto federal 7.404 (BRASIL, 2010b). No entanto, municpios deste porte
integrantes de reas de especial interesse turstico, ou inseridos na rea de
influncia de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
mbito regional ou nacional, ou ainda cujo territrio abranja, total ou parcialmente,unidades de conservao ficam condicionados elaborao do PGIRS conforme os
itens dispostos acima como contedo mnimo, de acordo com o disposto no
pargrafo segundo do referido artigo.
Em qualquer um dos formatos possveis de elaborao do PGIRS,
imprescindvel o planejamento de reas de disposio final de rejeitos
ambientalmente adequadas. Para o cumprimento deste requisito bsico, foi
determinado um prazo de quatro anos aps a vigncia da PNRS, ou seja, at 2 de
agosto de 2014.
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Os princpios deste plano so bem descritos por Mesquita Jnior (2007) que
reflete a respeito do longo caminho percorrido pelos resduos, desde sua gerao
at disposio final, com o envolvimento dos diversos atores envolvidos no
processo. Neste contexto, o autor aponta que o carter difuso do manejo de
resduos slidos deve ser conduzido por meio de uma gesto participativa,
envolvendo o poder pblico e sociedade civil, contendo a os atores anteriormente
mencionados, de forma a formular e implementar polticas pblicas, programas e
projetos em conjunto. Esta proposta resume bem o conceito de gesto integrada
proposta na PNRS.
O PGIRS extrapola ainda o carter meramente tcnico e operacional do
manejo de RS, mas prope que este seja realizado nas consideraes do conceitode desenvolvimento sustentvel: aquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraes satisfazerem suas prprias
necessidades(ONU, 1987).
Alm da variante ambiental, emerge na PNRS, o fator social, por meio da
incluso de pessoas de baixa renda e/ou baixa escolaridade, nos mecanismos de
gerao de renda proveniente do PGIRS,abordados no artigo 19 da PNRS, inciso XI,
bem como art.44 do decreto no. 7.404 (BRASIL, 2010b), inciso II, nos quaissubentende-se a participao destes em associaes ou cooperativas de materiais
reciclveis e possveis agentes atuantes na logstica reversa de produtos.
Um terceiro fator que transparece na aplicao do PGIRS o econmico. A
proposio de incorporao de material reciclvel na produo industrial, programas
de reduo de material em embalagens e produtos, so exemplos inspirados na
gesto integrada que promovem uma valorizao econmica dos resduos slidos e
subsidiam a ao das variantes sociais e ambientais mencionadas.Outro fator a atribuio de responsabilidade a outros atores externos ao
poder pblico na manuteno e execuo do manejo de RS, como os grandes
geradores que devem apresentar plano de gerenciamento de resduos slidos.
Limites de atuao no manejo de RS so delineados no PGIRS por meio da
atribuio de responsabilidades aos geradores de RS subdivididos em duas
categorias: consumidores e setor empresarial.
Aos consumidores, isto , pequenos geradores, obriga-se, de acordo com o
artigo 6 do decreto federal 7.404 (BRASIL, 2010b), o correto acondicionamento de
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RS no atendimento sistemas de coleta seletiva e logstica reversa devidamente
estabelecidos nos planos de gesto.
Ao setor empresarial cabe o planejamento e a execuo de planos de
gerenciamento de resduos slidos (PGRS) provenientes de suas atividades,
isentando o Poder Pblico Municipal (PPM) desta poro do manejo de RS.
Entretanto, nem todos os geradores do setor empresarial so obrigados
elaborao do PGRS, mas apenas aqueles que se enquadrem nas determinaes
do artigo 20 da PNRS. O que remete aos geradores que exeram as seguintes
atividades: de saneamento pblico (excetuando varrio de rua e resduos
domiciliares), industriais, de servios de sade, de minerao, geradoras de RS
perigosos, geradoras de RS com composio ou volume incomparveis a RSdomiciliares, de construo civil, terminais de transporte e agrossilvopastoris
(quando exigido por rgo competente).
Outro limite de atuao do PPM se refere s atividades comerciais oriundas
da recuperao de materiais sob pena de improbidade administrativa. Este
impedimento, por outro lado, abre espao para a j mencionada incluso produtiva
de pessoas de baixa renda no manejo de RS.
Salienta-se que, por determinao da PNRS, a ausncia do PGIRS em ummunicpio acarreta em corte de recursos federais a serem aplicados em resduos
slidos.
1.3 ELABORAES DO PGIRS NA ESFERA MUNICIPAL
A seguir, na tabela 1, apresentam-se todos os itens que compe o contedo
mnimo do PGIRS. A tabela foi elaborada com base na PNRS (BRASIL, 2010a).
Tabela 1 - Contedo mnimo de um PGIRS
Contedo Descrio
Diagnstico da situao dos resduos Origem, volume, caracterizao,destinao e disposio final
rea de disposio final ambientalmenteadequada
reas que obedeam o plano diretor domunicpio e o zoneamento ambiental
Possibilidade de solues consorciadas Objetivo de reduzir custos e melhorar agesto. Deve evitar riscos ambientais
Identificao de resduos e geradoressujeitos a PGRS
Resduos perigosos, indstrias,minerao, construo civil, terminais detransporte, agrossilvopastoris, etc. Ouaqueles sujeitos a implantao dalogstica reversa
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Tabela 2 - Contedo mnimo de um PGIRS
Procedimentos Operacionais Regras e especificaes mnimas para a
execuo dos servios de LU e manejode RSIndicadores de Desempenho Informao sistematizada que aponte a
qualidade dos servios de LU e manejode RS
Regras para o transporte Regras livres e aquelas determinadaspelo Sisnama e SNVS
Definio de responsabilidades Implementao e operacionalizao dosPGRS cargo do poder pblico(saneamento, terminais de transporte,etc.)
Programas e Aes de capacitao
tcnica
Adequao de pessoas envolvidas no
PGIRS as diretrizes e princpios desteplanoProgramas e Aes de Educaoambiental (EA)
Promoo da informao sobre ahierarquia da gesto de RS (no gerao,reduo, etc.)
Programas e aes para gruposinteressados
Incluso produtiva de pessoas de baixarenda no PGIRS
Mecanismos para criao de fontes denegcios
Valorizao dos RS, e consequentecriao de emprego e renda
Sistema de Clculo de custos Dimensionamento dos custos e sistemade cobrana
Metas Melhoria dos indicadores para reduo,
reutilizao, coleta seletiva, reciclagem,etc.
Limites do PPM Nvel de participao na coleta seletiva elogstica reversa
Fiscalizao Verificao da implementao eoperacionalizao dos PGRS e logsticareversa
Aes preventivas e corretivas Controle, manuteno e preveno doPGIRS
Identificao de passivos ambientais reas degradadas por atividadesirregulares no manejo de RS. Realizarmedidas saneadoras
Periodicidade de reviso Adequar ao perodo de vigncia do planoplurianual municipal
As informaes reunidas nestes itens devem ser remetidas no Sistema
Nacional de Informaes sobre a Gesto de Resduos Slidos (SINIR).
DELFIM MOREIRA
Delfim Moreira um municpio localizado na regio sul de Minas Gerais,referenciado pelo Instituto de Geografia Aplicada de Minas Gerais (IGA) com latitude
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-22,5089 m e longitude -45,2800 m. A figura2mostra a localizao do municpio.
Pode se verificar, atravs do mapa, que este faz divisas com os municpios de
Marmelpolis, Virgnia, Maria da F, Itajub e Wenceslau Braz, e, ainda, com
Piquete e Campos do Jordo, no Estado de So Paulo.
Figura 2 - Divisas do municpio de Delfim Moreira
As caractersticas topogrficas informadas pelo IBGE so: relevo 5.0% plano,
10.0% ondulado e 85% montanhoso. Altitude mxima: 2.013.0 m, localizada no
Morro do Chapu e a mnima de 1.156,0 m, localizada na foz do Ribeiro do Salto.
As caractersticas meteorolgicas so: temperatura mxima anual de 23,3 oC
e mnima 10,1 oC. O ndice mdio pluviomtrico anual de 1.738,6 mm
Os principais rios so o Rio de Bicas e o Rio Santo Antnio.
Localizada no bioma mata atlntica, a cidade apresenta uma extenso
territorial de 408,473 km2, integralmente inseridos na rea de preservao ambiental
(APA) da Serra da Mantiqueira.A APA Serra da Mantiqueira foi criada em 3 de junho de 1985 pelo Decreto
Federal no.91.304 (BRASIL, 1985), com rea total de 4228,73 km2. Foi criada para
...garantir a conservao do conjunto paisagstico e da culturaregional, tem por objetivo proteger e preservar:a) parte de uma das maiores cadeias montanhosas do sudestebrasileiro;b) a flora endmica e andina;c) os remanescentes dos bosques de araucria;d) a continuidade da cobertura vegetal do espigo central e das
manchas de vegetaoprimitiva;e) a vida selvagem, principalmente as espcies ameaadas deextino.
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A APASerra da Mantiqueira localiza-se entre os municpios de Aiuruoca,
Alagoa, Baependi, Bocaiana de Minas, Delfim Moreira, Itanhandu, ltamonte,
Liberdade, Marmelpolis, Passa Quatro, Passa Vinte, Piranguu, Pouso Alto, Santa
Rita do Jacutinga, Virgnia e Wenceslau Brs, no Estado de Minas Gerais; Campos
do Jordo, Cruzeiro, Lavrinha, Pindamonhangaba, Piquete, Santo Antonio do Pinhal
e Queluz, no Estado de So Paulo e Resende no Estado do Rio de Janeiro
(BRASIL, 1985). A figura 3 ilustra a localizao da APA Serra da Mantiqueira.
Figura 3 - Mapa limites da APA Serra da Mantiqueira (FONTE: Fundao Mantiqueira, 2013)
O municpio contribui, portanto, com aproximadamente 9,6% da rea da APA
da Serra da Mantiqueira, ilustrada na figura 3.
As questes de saneamento bsico como o plano de PGIRS, alm de atender
a legislao e as polticas pblicas aplicveis, so essenciais para a proteo
ambiental na forma descrita pelo decreto de instituio da APA. Entretanto, no
Censo realizado em 2010 pelo IBGE (IBGE, 2010), o levantamento resultou em um
cenrio ainda precrio com relao ao saneamento bsico. Pode ser observada uma
grande ocorrncia de domiclios com sistema de saneamento inadequado ou semi-
adequado, como ilustrado na figura 4. A classificao feita pelo IBGE leva em
considerao o atendimento aos servios de saneamento bsico, isto ,
abastecimento de gua, limpeza urbana e manejo de RS, esgotamento sanitrio e
drenagem urbana. Desta forma, o sistema de saneamento bsico considerado
adequado quando todos os servios de saneamento so prestados ao domiclio;
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semi-adequados, quando pelo menos um servio prestado ao domiclio;
inadequado, quando h a inexistncia destes servios no domiclio.
29,80%
9,00%
4,16%42,84%
14,26%
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
adequado semi-adequado inadequado
NmerodeDomiclios
Domiclios por Tipo de Saneamento
Urbana Rural
Figura 4Qualidade do Saneamento Bsico no Municpio (IBGE, 2010)
A populao residente no municpio em 2010 totaliza 7.971 pessoas,
distribudas conforme a proporo de 37,95% na zona urbana e 62,05% na zona
rural (IBGE, 2010). Esta proporo indica possveis dificuldades logsticas na gesto
de RS.
Quanto ao uso do solo no municpio, em adaptao aos dados do
recenseamento de 2010 do IBGE, excetuando-se reas no informadas, apresenta-
se a seguinte situao ilustrada na figura 5.
O municpio no apresenta um setor industrial desenvolvido, como pode sernotado na distribuio do Produto Interno Bruto (PIB) de do municpio, revelado pela
figura 6.
As atividades industriais predominantes so laticnios, serrarias e
aquiculturas. No setor de servios destacam-se empreendimentos tursticos como
pousadas, bares e restaurantes.
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Figura 5 - Uso do solo em Delfim Moreira (IBGE, 2006)
0.02%
0.07%
0.20%
0.22% 0.27% 1.99%
2.75%
2.80% 3.42%
3.87%
8.16%
14.27%
27.09%
34.87%
Uso do Solo
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.)
Tanques - lagos, audes e/ou rea de guas pblicas para explorao da aquicultura
Lavouras - permanentes
Terras inaproveitveis para agricultura ou pecuria
Pastagens - plantadas degradadas
Construes - benfeitorias ou caminhos
Lavouras - rea plantada com forrageiras para corte
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive APP e as em sistemas agroflorestais)
Lavouras - temporrias
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essncias florestais
Pastagens - plantadas em boas condies
Sistemas agroflorestais - espcies florestais, lavouras e pastejo
Pastagens - naturais
Matas e/ou florestas - APP e RL
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Figura 6 - PIB de Delfim Moreira (IBGE, 2010)
A distribuio do PIB especialmente importante no atendimento ao artigo 20
da PNRS (BRASIL, 2010a), que discrimina que os seguintes geradores de resduos
slidos esto sujeitos elaborao de um plano de gerenciamento de resduos
slidos:
Servios pblicos de Saneamento Bsico;
Indstrias;
Servios de Sade;
Mineraes;
Comrcio ou Prestao de Servio que gere resduos perigosos;
Comrcio ou Prestao de Servio que gere resduos que por sua
natureza, composio ou volume no sejam equiparveis a resduosdomiciliares;
Empresas de Construo Civil;
Portos, aeroportos, terminais alfandegrios, rodovirios e ferrovirios e
passagens de fronteira;
Atividades agrossilvopastoris (se exigido por rgo competente do
Sisnama, do SNVS ou do Suasa);
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
Agropecuria Indstria Servios
PIB de Delfim Moreira (2010)
Valor adicionado em R$
-
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1.3.2 DELFIM MOREIRA E O PLANO DE GESTO INTEGRADA DE RESDUOSSLIDOS
O municpio elaborou um plano de PGIRS em 2007, por ocasio de sua
integrao ao Consrcio Intermunicipal dos Municpios da Microrregio do Alto
Sapuca para Aterro Sanitrio (CIMASAS), no ano de 2006. A elaborao deste
plano se deu com o apoio tcnico da Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais
(CETEC), mas escrito sob responsabilidade da prpria prefeitura municipal(DELFIM
MOREIRA, 2007).Portanto, este plano foi desenvolvido anteriormente
promulgao da PNRS e encontra-se inadequado e desatualizado para os
propsitos desta Lei. Apesar de que alguns critrios levantados na elaborao deste
documento j antecipassem alguns itens bsicos de um PGIRS, conforme ilustra a
tabela 2, elaborada com base em DELFIM MOREIRA (2007) e a PNRS (BRASIL,
2010a).
Tabela 3 - Itens do PGIRS contemplados em 2007.
Contedo Consta no PGIRS20071*
No constano PGIRS
20072Diagnstico da situao dos resduos Xrea de disposio finalambientalmente adequada
X
Possibilidade de soluesconsorciadas
X
Identificao de resduos e geradoressujeitos a PGRS
X
Procedimentos Operacionais XIndicadores de Desempenho XRegras para o transporte XDefinio de responsabilidades X
Programas e Aes de capacitaotcnica XProgramas e Aes de Educaoambiental (EA)
X
Programas e aes para gruposinteressados
X
Mecanismos para criao de fontes denegcios
X
Sistema de Clculo de custos XMetas XLimites do PPM X
1DELFIM MOREIRA (2007)2BRASIL (2010a)
-
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Tabela 4 - Itens do PGIRS contemplados em 2007.
Fiscalizao XAes preventivas e corretivas X
Identificao de passivos ambientais XPeriodicidade de reviso X
Em funo do porte populacional do municpio, este seria elegvel
elaborao de PGIRS com contedo simplificado conforme disposto no artigo 19,
pargrafo segundo. Entretanto, a restrio colocada no pargrafo terceiro, j
anteriormente mencionado, impede esta simplificao ao municpio de Delfim
Moreira, por localizar-se este integralmente em rea de preservao ambiental.
Desta forma, todos os itens listados na tabela acima so obrigatrios.Uma descrio destes itens realizada em 2007 apontada a seguir:
A caracterizao dos resduos do municpio foi realizada com o apoio tcnico
da CETEC. A metodologia utilizada foi o quarteamento. Detalhes como local do
ensaio no foram citados. A figura 7 ilustra a composio dos resduos amostrados
na ocasio.
As categorias acima podem ser resumidas em reciclveis, 40,3% e no
reciclveis 59,7%.
A rea de disposio final de resduos adequada foi contemplada com a
adeso do municpio ao consrcio CIMASAS. A construo do aterro sanitrio
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%Caraterizao de Resduos realizada em 2007
Figura 7Composio de Resduos de Delfim Moreira em 2007 (DELFIMMOREIRA, 2007)
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consorciado localizado na cidade de Itajub (MG), municpio integrante do consrcio,
se deu por meio de um convnio entre os consorciados3.
Consolidado para operao em 2010, o aterro apresenta uma rea de560.000 m protegido por canaletas para drenagem de guas pluviais e vida til de
18 anos, sem projeto de expanso. Conta em 2013 com trs funcionrios diretos do
consrcio, secretrio executivo, fiscal da balana operacional e engenheiro
encarregado oficial. Outros 11 funcionrios so contratados de terceiros: 3 ajudantes
gerais, um operador de mquinas pesadas, um operador de mquinas leves, um
motorista para veculos de at 9 toneladas, quatro vigias.O maquinrio utilizado no
aterro consiste de trator de esteira, caminho basco e retroescavadeira. O
recobrimento dos resduos dirio. O chorume drenado e destinado para estao
de tratamento composta por tanque anaerbio e lagoa de estabilizao. Resduos de
zoonoses so aterrados juntos ao macio.
Os programas e aes para grupos interessados foi celebrado no PGIRS por
meio de oficinas que reuniram os catadores de material reciclvel atuantes na
poca, alm da elaborao de projetos de obras civis que atenderiam uma
associao de recicladores. Outros programas foram citados no documento comoprojetos pontuais de educao ambiental realizados em escolas municipais, sem
que fosse prevista a continuidade destes.
1.4 SOBRE O SISTEMA DE IMPLANTAO DA LOGSTICA REVERSA
Os sistemas de implantao da logstica reversa so organizados atendendo
a instrumentos implementados pelo artigo 15 do decreto 7.404 (BRASIL, 2010b):
acordos setoriais: atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Pblico
e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a
implantao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
3A saber os municpios de Itajub, Piranguinho, Piranguu, Delfim Moreira, Wenceslau Braz eSo Jos do Alegre, e o governo do estado, representado pela Secretaria de Estado deDesenvolvimento Regional e Poltica Urbana (SEDRU). A SEDRU foi responsvel por um repasse novalor de R$ 400.000,00 de origem do governo estadual, sobre o qual foi acordada restituio porparte dos consorciados com a finalizao das obras do aterro. A contrapartida dos consorciados ficou
estabelecida em um valor estimado de R$ 251.871,42 rateados entre os consorciados conforme aproporo populacional de cada municpio integrante.
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regulamentosexpedidos pelo Poder Pblico: regulamento, veiculado por
decreto editado pelo Poder Executivo, avaliadas previamente a viabilidade
tcnica e econmica da logstica reversa, alm de prvia consulta pblica.
termos de compromisso, na ausncia do item anterior, regulamento expedido
pelo Poder Pblico, este pode celebrar termos de compromisso com os
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando o
estabelecimento de sistema de logstica reversa.
No pargrafo primeiro deste artigo, fica estabelecida a possibilidade de
compra de produtos ou embalagens usadas e institudos postos de entrega de
resduos reutilizveis e reciclveis, devendo ser priorizada, especialmente no caso
de embalagens ps-consumo, com a participao prioritria de cooperativas ou
outras formas de associaes de catadores de materiais reciclveis ou reutilizveis.
1.5 LEGISLAO E NORMAS COMPLEMENTARES
1.5.1 Resduos de Embalagens de Agrotxicos
A PNRS faz meno lei 7.802 de 11 de julho de 1989 (BRASIL, 1989) e ao
decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002 (BRASIL, 2002), que regulamenta a lei
anterior com legislaes especficas para as determinaes referentes logstica
reversa de agrotxicos, seus resduos e embalagens. Esta coleo de leis dispe
sobre a pesquisa, a experimentao, a produo, a embalagem e rotulagem, o
transporte, o armazenamento, a comercializao, a propaganda comercial, a
utilizao, a importao, a exportao, o destino final dos resduos e embalagens, o
registro, a classificao, o controle, a inspeo e a fiscalizao de agrotxicos, seus
componentes e afins, e d outras providncias.
No que se refere logstica reversa e o destino final de resduos e
embalagens de agrotxicos, podem-se citar os seguintes artigos do decreto 4.074.
No artigo 42, o inciso II obriga os comerciantes de produtos agrotxicos e
afins a manterem uma relao disponvel fiscalizao do estoque existente, nome
comercial dos produtos e quantidades comercializadas acompanhados dos
respectivos receiturios. Esta relao pode ser um importante registro para o
controle da logstica reversa dos resduos aqui discutidos.
-
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No artigo 54 do referido decreto, ficam os estabelecimentos comerciais
obrigados a dispor de instalaes adequadas para recebimento e armazenamento
das embalagens vazias devolvidas pelos usurios, at que sejam recolhidas pelas
respectivas empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras,
responsveis pela destinao final dessas embalagens.
O artigo 55 imputa aos estabelecimentos comerciais, postos de recebimento e
centros de recolhimento de embalagens vazias a fornecer comprovante de
recebimento das embalagens onde devero constar, no mnimo: nome da pessoa
fsica ou jurdica que efetuou a devoluo; data do recebimento; alm de
quantidades e tipos de embalagens recebidas.
O artigo 6 da lei 7.802 pargrafo 1 decreta que o fracionamento e areembalagem de agrotxicos e afins com o objetivo de comercializao somente
podero ser realizados pela empresa produtora. No pargrafo 2 obriga aos usurios
de agrotxicos a efetuarem a devoluo das embalagens vazias dos produtos aos
estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, conforme as instrues
previstas nas bulas. O prazo da devoluo de um ano da data da compra. Se
estas embalagens forem rgidas e contiverem formulaes miscveis ou dispersveis
em gua, estas devero ser submetidas pelo usurio a uma lavagem trpliceconforme instrues da respectiva bula, assim como disposto no pargrafo 4. O
artigo 13 da lei 7.802 exige que a venda de agrotxicos seja feita atravs de
receiturio prprio. Ao que disposto nesta lei deve se atentar para as alteraes
desta propostas pela Lei 9974 de 6 de junho de 2000 (BARROS, 2012).
Em adio s legislaes mencionadas, as resolues CONAMA 334 de 2003
e 316 de 2002, dispem, respectivamente sobre os procedimentos de licenciamento
ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias deagrotxicos e sobre procedimentos e critrios para funcionamento de sistemas de
tratamento trmico de resduos (BARROS, 2012).
1.5.2 Resduos de Servios de Sade
Os resduos de servios de sade so regulamentados principalmente pela
Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) no. 306, de 7 de dezembro de 2004 da
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria(ANVISA). No escopo do presente
trabalho abordar Planos de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade
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(PGRSS). Entretanto, normas bsicas que atendero ao tpico caracterizao de
resduos de servios de sadesero citadas.
As normas aqui citadas abrangem todos os servios relacionados com
atendimento sade humana ou animal.
O item 1.2.1 da referida resoluo, exige que os resduos slidos sejam
acondicionados em saco de material resistentes a ruptura, vazamento, e aes de
punctura e respeitados os limites de peso. proibido o esvaziamento e o
reaproveitamento destes sacos. Estes devem atender norma NBR 9191/2000 da
ABNT.
O item 1.2.2 aponta que os sacos devem estar contidos em recipientes de
material lavvel, resistentes punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de
sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente
ao tombamento.
Item 1.3.1 exige que os sacos devem ser identificados nos recipientes de
coleta interna e externa, e nos recipientes de transporte interna e externa e nos
locais de armazenamento. As formas de identificao so estabelecidas pela NBR-
7500 da ABNT.
O item 1.4 determina que o transporte interno de resduos deve ser realizado
em horrios de baixo fluxo de pessoas e atividades.
O item 1.5 discorre sobre o armazenamento temporrio e recomenda que as
salas de armazenamento tenham paredes lisas e lavveis e o piso resistente ao
trfego dos recipientes coletores. Devem possuir tambm iluminao artificial e rea
suficiente para o armazenamento. No permitida a retirada de sacos e abertura de
recipientes ali armazenados.
O item 1.6 define o tratamento como a aplicao de mtodo, tcnica ou
processo que modifique as caractersticas dos riscos inerentes aos resduos,
reduzindo ou eliminando o risco de contaminao, de acidentes ocupacionais ou
dano ao meio ambiente.
O item 1.7 trata do armazenamento externo. Neste caso no permitida a
manuteno de sacos fora dos recipientes ali estacionados. Deve ser ambiente
exclusivo e com acesso facilitado para os veculos coletores.
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Normas para coleta e transporte externos so regidas pela NBR 12.810
(ABNT, 1993) e alguns itens desta norma so citados abaixo.
O item 4.3 discorre sobre a empresa e/ou municipalidade responsvel pelacoleta externa dos resduos de servios de sade e que devem possuir um servio
de apoio que proporcione aos seus funcionrios as seguintes condies:
a) higienizao e manuteno dos veculos;
b) lavagem e desinfeco dos EPI (equipamentos
de proteo individual);
c) higienizao corporal.
O item 5.1 trata dos equipamento de proteo individual (EPIs) de coleta
interna.
O item 5.2 trata dos equipamentos de coleta externa, enquanto o item
5.2.2discorre sobre os contineres da coleta externa, o item 5.2.3 trata do veculo
coletor e o item 5.2.3.2 sobre acidentes no transporte.
1.6 ORGANIZAESDE RECICLADORES
Em atendimento ao privilgio cedido pela PNRS s pessoas de baixa renda
na participao da coleta seletiva alguns tipos de organizao destes vem sendo
sugeridos (Ministrio do Meio Ambiente, 2011), principalmente associaes e
cooperativas. Uma descrio sucinta destes modelos colocada a seguir.
1.5.1 Associao
As associaes so definidas pela lei 10.406, de janeiro de 2002 (BRASIL,2002b) que institui o Cdigo Civil. As associaes so constitudas pela unio de
pessoas que se organizam para fins no econmicos. No h, entre associados,
direitos e obrigaes recprocos.
O carter de no possuir finalidade econmica traz empecilhos atividade de
venda de reciclveis, por serem impugnadas a emisso de notas fiscais. Isso
relegaria as associaes de recicladores a informalidade e restrio de mercado. A
operao de uma associao luz da constituio poderia implicar na presena dos
chamados atravessadores, pessoas jurdicas que efetuam a compra, por um baixo
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valor, do material processado na associao e funciona como intermedirio do
escoamento deste produto s empresas de reciclagem.
O artigo 54 do Cdigo Civil exige que seja estabelecido um estatuto que deve
conter: a denominao, os fins e a sede da associao; os requisitos para a
admisso, demisso e excluso dos associados; os direitos e deveres dos
associados; as fontes de recursos para sua manuteno; o modo de constituio e
de funcionamento dos rgos deliberativos; as condies para a alterao das
disposies estatutrias e para a dissoluo; a forma de gesto administrativa e de
aprovao das respectivas contas.
O artigo 55 delibera que os associados devem ter iguais direitos, mas o
estatuto poder instituir categorias com vantagens especiais. Esta caracterstica bastante valorizada em organizao de recicladores.
O artigo 56 ressalta que a qualidade de associado intransmissvel, se o
estatuto no dispuser o contrrio. E que se o associado for titular de quota ou frao
ideal do patrimnio da associao, a transferncia daquela no importar, de per si,
na atribuio da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposio diversa do estatuto.
O artigo 57 trata da excluso de um associado, que deve ocorrer apenashavendo justa causa, reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa
e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Interessante item que atua na
proteo de trabalhadores em grupos muitas vezes diversos, compostos por
pessoas acostumadas ao trabalho individual e a costumes distintos.
O artigo 58 protege os associados de serem impedidos de exercerem direito
ou funo que lhes tenham sido legalmente conferidos, excetuando ressalvas
previstas por lei ou pelo estatuto. Outro item importante na organizao destescatadores evitando inferiorizao de membros ou assdios morais.
A destituio de administradores ou alteraes de estatuto somente so
permitidas atravs de assemblia geral, cujo qurum mnimo, estabelecido pelo
estatuto seja atingido, mesma condio atribuda eleio de administradores.
O artigo 61 discorre sobre a dissoluo da associao, caso em que o
remanescente do seu patrimnio lquido, depois de deduzidas, se for o caso, as
quotas ou fraes ideais referidas no pargrafo nico do art. 56, ser destinado
entidade de fins no econmicos designada no estatuto, ou, omisso este, por
deliberao dos associados, instituio municipal, estadual ou federal, de fins
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idnticos ou semelhantes. Este artigo estabelece uma restrio importante ao
modelo de associao. Caso a associao almeje a constituio posterior de uma
cooperativa, o patrimnio alcanado pela associao no poder ser transferido
para esta, uma vez que as cooperativas tm finalidades econmicas, como ficar
mais claro em tpico especfico que se seguir.
1.5.2 Cooperativa
As cooperativas so regidas pela Lei 5.764, 16 de dezembro de
2001(BRASIL, 2001), que institui a poltica nacional do cooperativismo. As
sociedades cooperativas renem as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir com bens ou servios para o exerccio de uma atividade econmica, deproveito comum, sem objetivo de lucro. Esta caracterstica torna a constituio de
uma cooperativa mais adequada para a operao das atividades de recicladores.
A adeso a uma cooperativa voluntria, podendo esta ter um nmero
ilimitado de associados, salvo impossibilidade tcnica de prestao de servios.
A variabilidade do capital representada por quotas-partes, cujo nmero
limitado para cada associado e exclusivo para associados. Entretanto o qurum para
funcionamento e deliberao da Assemblia Geral baseado apenas no nmero deassociados, independente do capital que estes possuam. Fica, portanto, garantida a
igualdade de direito de voto tanto prezada para organizaes de recicladores.
O retorno das sobras lquidas do exerccio, lembrando que este modelo no
tem por finalidade gerar lucro, proporcional s operaes realizadas pelo
associado, entretanto esta resoluo pode ser alterada em Assemblia Geral. Este
item da lei 5.764/2001 ao mesmo tempo em que pode evitar conflitos e justificar a
partilha de retornos financeiros instituio, representa tambm uma prtica de
trabalho um tanto arcaica que pode levar exausto do trabalhador, sobretudo
considerando o baixo valor dos materiais processados. Ainda assim, a remunerao
do trabalhador tem ganhos pela formalidade da sua operao, o que amplia o
mercado de atuao e elimina intermedirios, alm de agregar valor por possibilitar
a venda compartilhada de produtos.
Outra caracterstica interessante a neutralidade poltica e indiscriminao
religiosa, racial e social. Interessante por, via de regra, se tratar da organizao de
um grupo heterogneo.
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O inciso X do artigo 4 assegura a prestao de assistncia aos associados,
e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa. Um grande
ganho na operao destas pessoas, muitas delas experimentadas na informalidade
sem qualquer auxlio ou benefcio.
Outras regras, infelizmente, criam barreiras para a criao de cooperativas
para a atividade aqui proposta. Uma delas tratada pelo artigo 6, inciso 1,
instituindo o nmero mnimo de 20 associados para a constituio de uma
cooperativa singular, a unidade bsica de sociedade cooperativa.
A cooperativa deve, assim como associao, estabelecer um estatuto
contendo: a denominao, sede, prazo de durao, rea de ao, objeto da
sociedade, fixao do exerccio social e da data do levantamento do balano geral;os direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e as
condies de admisso, demisso, eliminao e excluso e as normas para sua
representao nas Assemblias Gerais; o capital mnimo, o valor da quota-parte, o
mnimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de integralizao
das quotas-partes, bem como as condies de sua retirada nos casos de demisso,
eliminao ou de excluso do associado; a forma de devoluo das sobras
registradas aos associados, ou do rateio das perdas apuradas por insuficincia decontribuio para cobertura das despesas da sociedade; o modo de administrao e
fiscalizao, estabelecendo os respectivos rgos, com definio de suas
atribuies, poderes e funcionamento, a representao ativa e passiva da sociedade
em juzo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de substituio
dos administradores e conselheiros fiscais; as formalidades de convocao das
Assemblias Gerais e a maioria requerida para a sua instalao e validade de suas
deliberaes, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particularsem priv-los da participao nos debates; os casos de dissoluo voluntria da
sociedade; o modo e o processo de alienao ou onerao de bens imveis da
sociedade; o modo de reformar o estatuto; o nmero mnimo de associados.
O artigo 28 traz outra interessante contribuio a este modelo aplicado aos
recicladores, a criao imperiosa de um fundo de Assistncia Tcnica, Educacional
e Social, destinado prestao de assistncia aos associados, seus familiares e,
quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constitudo de 5%
(cinco por cento), pelo menos, das sobras lquidas apuradas no exerccio. Alm
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disso, deve-se prever um fundo de reserva de 10% das sobras lquidas para
eventuais perdas ou prejuzos e a manuteno das atividades da sociedade.
O artigo 90 estabelece que no existe vnculo empregatcio entre ela e seus
associados. Item que refora a cooperativismo e evita a figura do patro entre
cooperados. Com relao aos empregados das cooperativas, incorrem as mesmas
leis trabalhistas e previdencirias aplicadas a empresas.
As organizaes Associao e Cooperativa atraem o interesse de
organizaes no governamentais, instituies de educao e religiosas. Alm disso
podem se candidatar editais de financiamento do FUNASA j anteriormente
citados e poderem prestar servios ao Governo. Podem tambm receber a bolsa
reciclagem, programa de incentivo financeiro do governo do Estado de Minas Geraispela lei 19.823, de novembro de 2011, exclusiva para catadores de materiais
reciclveis inscritos em associaes ou cooperativas.
1.5.3 Microempreendedores Individuais (MEIs)
Esta categoria representa uma outra forma de evitar a informalidade,
resultado do ajustamento da Lei complementar 123 de 2009, qual confere
categoria a optar pelo recolhimento dos impostos e contribuies abrangidos peloSimples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por
ele auferida no ms, desde que esta no seja superior R$ 60.000,00.
As contribuies mencionadas anteriormente so referentes contribuio
mensal para seguridade social (COFINS), com custo fixado em 5% do salrio
mnimo (R$ 33,90 em 2013); Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de
Mercadorias e Sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicao (ICMS), fixado em R$ 1,00/ms e Imposto sobre
Servios de Qualquer Natureza (ISS) fixados em R$ 5,00/ms. O total de
contribuio resulta em um encargo de R$ 39,90/ms.
Os benefcios provenientes deste cadastro so a formalidade, que permite a
venda de servios e mercadoria ao governo e iniciativa privada. Assim como a
cobertura previdenciria garantida pela contribuio da seguridade social, previsto
no artigo 201 da Constituio Federal, isto , cobertura dos eventos de doena,
invalidez, morte e idade avanada; proteo maternidade, especialmente
gestante; proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio; penso
por morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e
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dependentes; auxlio-doena, aposentadoria por idade, salrio-maternidade aps
carncia, penso e auxilio recluso, alm da reduzida carga tributria, fixada em R$
6,00 mensais.
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2. METODOLOGIA
Em 2006, com o objetivo de cumprir o objetivo de diagnstico da Gesto de
Resduos Slidos do municpio de Delfim Moreira, este foi dividido em 3 frentes detrabalho, de acordo com a metodologia proposta por Fundao Centro Tecnolgica
de Minas Gerais (CETEC) (2006): Diagnstico Tcnico Operacional, Diagnstico
Gerencial e Diagnstico Social.
Um diagnstico de gesto de resduos slidos de um municpio consiste em
apresentar a condio, a qualidade e o planejamento dos servios de limpeza
prestados pelo poder pblico em um municpio, bem como a sua adequao s
exigncias legais, sobretudo aquelas apontadas pela PNRS. Para a sistematizaodeste diagnstico, a CETEC (2006) sugere as trs frentes de trabalho. Estas frentes
se referem respectivamente operao e planejamento da limpeza urbana, s
questes jurdicas e financeiras da limpeza urbana, a identificao e situao das
pessoas jurdica ou fsica envolvidas com a recuperao de materiais reciclveis dos
resduos municipais. O nvel de detalhamento aplicado a cada etapa do diagnstico
foi elaborado visando ao atendimento s exigncias legais e demais aspectos
prprios de gesto de resduos slidos sugeridos pelas bibliografias consultadas. Os
resultados destes diagnsticos do origem a um instrumento para os gestores
responsveis pelo setor de limpeza urbana intervirem nesta gesto, estabelecerem
metas e finalmente adapt-la conforme as polticas pblicas em vigor.
Foi criada uma projeo de 20 anos para a populao e gerao de resduos
para o municpio, para a qual foram criados 3 cenrios de gesto dos RS (Ministrio
do Meio Ambiente, 2011). Para a gesto dos RS municipais e a elaborao do
PGIRS foi sugerido o trabalho paritrio entre a sociedade civil e o poder pblico
municipal (Ministrio do Meio Ambiente, 2011).
2.1 DIAGNSTICO TCNICO OPERACIONAL
O diagnstico Tcnico Operacional pode ser interpretado como um relatrio
que descreve a operao da gesto de resduos slidos, ou seja, o planejamento e a
qualidade da limpeza pblica, que se trata das operaes de varrio, limpeza de
vias pblicas, limpeza de logradouros e terrenos baldios, limpeza de bocas de lobo,coleta domiciliar de resduos, coleta seletiva de resduos e destinao final de
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resduos. Para estas atividades procurou-se aplicar formulrios (em anexo)
elaborados com base na pesquisa documental de leis anteriormente citadas e
sugestes de CETEC (2006), DAlmeida e Vilhena (2010) e Barros (2012).
Caracterizao de Resduos Slidos
Outra responsabilidade do Diagnstico Tcnico Operacional recai sobre a
caracterizao dos resduos gerados no municpio. A caracterizao de RS tem por
objetivo traar a composio e quantificao dos RS gerados no municpio. Esta
informao est relacionada a fatores como nmero de habitantes do municpio,
poder aquisitivo da populao, condies climticas, hbitos e costumes da
populao, nvel educacional, entre outros. De posse das informaes levantadas nacaracterizao possvel realizar prognsticos de cenrios futuros concernentes
gesto de resduos slidos (DALMEIDA e VILHENA, 2010e BARROS 2012). Para a
realizao desta caracterizao necessrio um levantamento preliminar de dados
para conferir representatividade dos resultados. A etapa seguinte a caracterizao
propriamente com a coleta de amostras de resduos slidos.
Levantamento preliminar de dados
De acordo com DAlmeida e Vilhena (2010), a amostragem em todos os
setores de coleta pode se tornar onerosa e sugerem que sejam feitos agrupamentos
dos setores. CETEC (2006) afirma que, em cidades de pequeno porte, h a
possibilidade de analisar todos os resduos produzidos.
Reunindo informaes de ambas as bibliografias supracitadas, apontam-se as
seguintes formas de agrupamento de setores: caractersticas das edificaes,
densidade populacional, poder aquisitivo, costumes da populao, tipo de
acondicionamento e principais atividades desenvolvidas.
Leme e Jia (apudGonalves, 2007), propem amostragem por residncia,
no qual seleciona-se um nmero representativo de residncias distribudas em
diferentes setores. As coletas devem ser realizadas em um nico ms de inverno e
novamente em um nico ms de vero.
Segundo Ministrio do Meio Ambiente (2011), sugere-se o levantamento de
dados scio-econmicos de forma a agrupar a populao cujos resduos sero
amostrados.
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Procedimento de Coleta de Amostras - Caractersticas qualitativas
Segundo DAlmeida e Vilhena (2010), recomenda-se a caracterizao de
aspectos fsicos dos resduos slidos seguindo a metodologia descrita, na qual
entende-se por quarteamento o processo de reduo do volume e homogeneizao
de resduos para obteno da amostra final. Esta operao, assim como descrita
na norma ABNT NBR 10007 (ABNT, 2004), realizada dividindo-se o amontoado de
resduos em quatro montes de igual tamanho dispostos de maneira simtrica. Dois
montes opostos so descartados e os remanescentes so misturados e submetidos
um novo quarteamento at que se obtenha o volume final desejado.
As amostras foram coletadas ao final de cada itinerrio escolhido de coleta
nos dias 29 e 30 de julho. Descarregou-se o caminho sobre uma lona e seguiram-
se as operaes previstas de quarteamento segundo metodologia da descrita por
D`Almeida e Vilhena (2010):
Preparao prvia
1) Em rea reservada no local do ensaio fez-se o recobrimento do solo com
quatro lonas de dimenso de 6 m por 6 m.2) Dispe-se a balana, devidamente calibrada, em local nivelado.
3) Procede-se a pesagem e etiquetagem de tambores.
4) Disponibiliza-se para o preenchimento a ficha de coleta presente no anexo A
Ensaio
1) Descarregar caminho ao final da coleta em local previamente escolhido
(pavimentado ou coberto por lona)
2) Rompimento dos receptculos
3) Homogeneizao
4) Quarteamento
5) Coleta na pilha restante de quatro amostras de 100 litros com o auxlio de
tambores.
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As quatro amostras finais so retiradas da pilha de amostragem da seguinte
maneira: uma na parte superior e central da pilha e as trs restantes na base da
pilha de forma a manter certa equidistncia entre os pontos amostrados.
As amostras coletadas nos tambores de 100 l foram encaminhadas a triagem.
A triagem realizada conforme um plano de amostragem previamente
estabelecido (Anexo D). O plano de amostragem consiste em uma planilha
estabelecendo as classes de materiais a serem averiguadas conforme sua
proporo em massa. As classes de interesse so listadas na tabela 3.
Tabela 5 - Classes de Materiais de Interesse em RS
Matria Orgnica Pode ser reduzida com aplicao
de tcnicas de compostagem
Compostvel
Material proveniente deinstalaes sanitrias ebanheiros domsticos
Difcil reduo, possvelcampanha em favor de fraldas depano
No reciclvel
Trapos, roupas e calados Pode ser reduzido comcampanhas de doaes de roupas
No Reciclvel
Rejeitos Irredutveis No reciclvel
Papel Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletiva
Reciclvel
Plstico Filme Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletiva.Separado do plstico filme pordistino de preo e uso.
Reciclvel
Plstico Duro Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletiva
Reciclvel
Metais no ferrosos Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletivaSeparado dos metais ferrosos pordistino de preo e uso
Reciclvel
Metais Ferrosos Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletiva
Reciclvel
Tetrapak Pode ser reduzido atravs de
campanha de coleta seletiva.Muitas vezes vendido em conjuntocom papel misturado porapresentar preo semelhante
Reciclvel
Vidro Pode ser reduzido atravs decampanha de coleta seletiva.Dificuldades pela diferena decores e pelas caractersticasperfurocortantes
Reciclvel
Borracha Pode ser reduzido por programasde reutilizao ou incorporaoem outros produtos (asfalto)
Reciclvel
Isopor No usualmentecomercializado como produtoreciclvel
Reciclvel
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Composio gravimtrica dos Resduos Slidos do municpio
A composio gravimtrica de resduos calculada utilizando-se a massa das
diferentes classes de materiais, que podem ser representadas em porcentagens
relativas massa total da amostra (D`Almeida e Vilhena, 2010). A frmula (1)
apresenta o clculo da proporo de material presente na amostra avaliada de cada
classe e que seria destinada ao aterro sanitrio. J a frmula 2 apresenta o volume
de materiais das classes reciclveis.
(%) =
=
100(1)
=
=
(2)
Caractersticas Quantitativas
A quantidade de resduos geradas no municpio foi estimada principalmente
pelas caractersticas e volume dos resduos que so destinados ao aterro sanitrio,
pois esta forma de destinao apresenta-se consolidada no municpio e atende a
maior parte da populao, poro esta denominada aqui de estimativa de
atendimento da coleta domiciliar. Entretanto, existem outras formas de destinao
de resduos no municpio, como a reciclagem e disposies inadequadas, que foramtambm consideradas para a estimativa de gerao de resduos do municpio.
A quantidade de resduos aterradas pelo municpio quantificada atravs de
relatrios do CIMASAS responsvel pelo aterramento dos resduos do Municpio.
Estes relatrios so empenhados na prefeitura e constam das quantidades dirias
aterrados pelo consrcio. A compilao destes resultados permite a construo de
uma srie histrica que remonta as contribuies do municpio desde o incio da
operao deste aterro sanitrio.
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A estimativa de atendimento da coleta domiciliar prestada pela prefeitura foi
obtida por consulta direta ao Departamento de Informtica do Sistema nico de
Sade(DATASUS), que conta com o Sistema de Informao da Ateno Bsica
(SIAB) no qual so fornecidos pelos agentes de sade informaes, entre outras, da
situao de saneamento de todos os domiclios do municpio.
A recuperao de reciclveis concentrada em apenas um empreendimento
na cidade. Trata-se de uma microempresa de MEI, constituda em um galpo, que
realiza toda a atividade comercial de reciclveis do municpio. As estimativas de
recuperao de reciclveis foram obtidas de notas de vendas realizadas pelo galpo
distribuidores de reciclveis. A poro da populao que atendida pelo servio
no formalizado de recuperao de reciclveis, ainda incipiente, a mesma porodaquela que atendida pela coleta domiciliar, pois os executores deste servio
utilizam as mesmas rotas utilizadas por aquela.
De posse das es