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PREFEITURA MUNICIPAL DE GOUVEIA
PLANO DIRETOR 2006
DIAGNÓSTICO E DIRETRIZES
GOUVEIA SETEMBRO DE 2006
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Formação Histórica do Espaço de Gouveia
Aldeia, arraial e cidade.
O Distrito de Gouveia, como é chamado nas primeiras cartas de Sesmaria do século
XVIII, tem o arraial como referência. É delimitado, a oeste pelos Sertões, ao norte pelo
Arraial do Tijuco, a leste pelos arraiais do Milho Verde, São Gonçalo e do Paraúna e a
sul pelo Arraial das Congonhas.
Para efeito deste Plano Diretor, importa fixar algumas formas de habitat cujos vestígios
se inscreveram no nosso território, bem como as que resistiram até os dias atuais.
Antes da ocupação pelos primeiros portugueses nessas paragens, o território que
compreenderá o Distrito da Gouveia era habitado por indígenas. Essa população foi
expulsa, dizimada ou assimilada, deixando de sua presença, apenas alguns sítios
arqueológicos identificados em inscrições rupestres, restos de instrumentos de trabalho,
como artefatos de pedra polida e vasos de cerâmica. Os traços dos ocupantes originais
do território ainda insistem em permanecer na miscigenação de “caboclos e cabras” e
em alguns costumes de nosso povo.
A lembrança da herança indígena foi celebrada por Joaquim Felício dos Santos no
romance Acaica. Embora dedicado ao Arraial do Tijuco, Felício dos Santos narra a
peripécia da descoberta do segredo da árvore sagrada pelos mamelucos que a ensinaram
aos invasores, destruindo de vez, toda possibilidade de o indígena definir sua alteridade
no interior da colonização.
Há de fixar da presença indígena a forma de morar: aldeias. Local de reunião da
comunidade que vive da caça, pesca, e de uma agricultura de subsistência. A marca
principal da aldeia é a vida em comunidade, onde o estranho é desconhecido,
dispensando a exploração do trabalho alheio, ou a sua exploração.
A forma de aldeia determina ou é determinada por uma opção de vida comunitária que
precisa ser lembrada no momento de definir diretrizes deste Plano Diretor. Expulsos
para o Sertão ou assimilados ao invasor, os indígenas não mais se constituirão em
aldeias, mas deixarão para outros povos a possibilidade dessa vivência.
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Aldeias surgirão em um novo contexto e se instalarão na forma híbrida dos quilombos
ou das povoações de crioulos forros. Alguns topônimos registram essa forma de habitar
afastada do mundo da exploração do trabalho, ao mesmo tempo em que livre para
estabelecer relações comerciais com ele. Caxambu, Cafundó, Espinho, são alguns
topônimos que indicam possibilidades dessa nova opção de aldeias permanentes até os
dias atuais. Se isto foi verdade, para os sítios dessas povoações ou topônimos, o Plano
Diretor deve apresentar diretrizes especiais com aprovação de seus moradores.
A terceira forma de habitar – e que é a mais lembrada – é a da constituição de arraiais. É
uma forma herdada diretamente do colonizador habituado a articular o espaço de
subsistência ao de encontro, trocas e festas. Entre nós, o arraial toma duas formas.
A primeira, como lugar de encontro demarcado pela presença do padroeiro, ao qual
comparece a vizinhança para celebrar a vida de uma comunidade virtual. Essa forma de
arraial esteve presente, quando da criação do Arraial Velho da Gouveia, espaço que
lembra a nossa formação no interior da colonização. Segundo registros históricos, o
Arraial Velho estaria constituído em 1715 em terrenos dominados pela viúva Maria
Gouveia. A localização desse arraial ainda é pouco precisa. Alguns o situam no topo de
uma elevação que sobreviveu com o topônimo de «Sítio», outros, o deslocam para uma
paragem mais a sudeste e no início de uma meia encosta. Essa primeira forma de arraial
seria semelhante à que acontece em nossos dias no lugar denominado «Cemitério do
Peixe». Despovoado ao longo do ano, a ele comparecem no mês de agosto milhares de
peregrinos para festejar em jubileu as almas de escravos torturados por um senhor
malvado.
A segundo forma de arraial é a que constitui um povoado estável que dá sustentação à
população dispersa e à rede inter-regional de trocas e comunicação. Tais arraiais são a
origem das cidades da região de mineração e se mostra presente no que é hoje a sede
urbana do município de Gouveia. Nessa forma de arraial residiam algumas poucas
pessoas para garantir a convergência à capela, as vendas e trocas mais freqüentes –
comércio – e o poder repressor do Estado para demarcar sua presença no território. Tal
foi Gouveia e essas marcas ainda se encontram presentes na forma da cidade merecendo
atenção e diretrizes especiais.
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Arraial Velho
Cruz das Almas
Fonte de Santo AntônioAntônio da Gouveia
Fonte dos Quarteis
Arraial de Santo
Figura 1. Referências históricas de identificação do Arraial da Gouveia
As formas subseqüentes caracterizadas como distrito, capela curada, paróquia, vila e
cidade, incorporam as formas do arraial ou se deparam com elas como constrangimento.
Importa fixar a importância do Arraial como Núcleo de polarização e o âmbito do
Distrito como área de povoamento e de expansão das atividades para acompanhar os
processos espaciais que determinam o presente e que devem orientar as nossas decisões
para o futuro.
Momentos do Século XVIII:
Primeira ocupação. O Arraial de Santo Antônio da Gouveia já se encontrava constituído
no início de 1730 merecendo atenção do ouvidor de Vila do Príncipe – atual cidade do
Serro - em 21 de agosto de 1732, Cipriano Martins Guerra solicita de Dom João V, sua
confirmação como capitão de Ordenança, cargo que já exercia por determinação da
Câmara. Nessa mesma oportunidade, como resultado da Demarcação das Terras
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Diamantinas, os moradores do Arraial da Gouveia são obrigados a se manifestarem
declarando suas ocupações.
Os primeiros proprietários de terra tiveram seus títulos reconhecidos a partir do ano de
1739. A primeira sesmaria foi concedida a João Baptista Coelho, no dia 9 de julho, na
Mandaçaia, “no caminho do Sertão da Bahia”. Outra, a Maria Lopes Coelha, no dia 21
de agosto, por sua roça no Córrego da Paciência.
Coincidentemente, a Capela de Santo Antônio da Gouveia teve como um dos seus
primeiros capelães o padre Rodrigo Lopes Coelho, o qual batizou uma das filhas de
Bernardo Fonseca Lobo, no dia 31 de janeiro de 1746.
Topônimos tais como Mandançaia. Morro da Pistola, Capão do Rego, Fazenda Cuiabá,
Córrego do Tigre, Ribeirão do Chiqueiro e da Areia, Morro do Calhambola, Caminho
do Sertão da Bahia pelo Galheiro, Sitio da Contenda junto à Serra da Bocayna, entre
outros, são nomeados nas cartas de Sesmarias.
A Capela de Santo Antonio nessa época já estava localizada onde se encontra a atual
matriz como se pode ver pela leitura do registro de sesmaria de Domingos Roza datado
de 13 de agosto de 1939:
Registro de hua carta de sesmaria passada a Domingos da Roza. Gomes Freyre de Andrade Faço saber aos que esta minha carta de sesmaria virem que tendo respeito arepresentarme Domingos da Roza, morador na Comarca do Serro Frio, dentro da Demarcação dos Diamantes, que elle possuía hum engenho na Gouvêa por compra feita a João Vaz de Oliveira que parte de Sima como o Morro da Pistola entrando o Capão do Rego d’ágoa , buscando direito pella parte que de leste o caminho vai da Cachoeira, e pella outra o Corgo q’ foi do Barreto, sahindo pela banda de cima da Capella da Gouveia , ou Corgo que vem do Chiqueiro o que tudo pertence ao dito Engenho, q’ será pouco mais ou menos meia légoa de terra em quadra ; e porque a queria possuir na forma das ordens de S. Magestade me pedia lhemandasse passar Carta de Sesmaria [etc códice 72 sc p. 46 v. e 47 ]
Outros registros do século XVIII que devem merecer destaque na memória local são:
recuperação do “Primeiro Livro de Assentos de Batizados” cujo termo de abertura data
de 27 de fevereiro de 1748, o estabelecimento de um quartel de milicianos no ano de
1758, a construção da capela de Nossa Senhora do Rosário de 1786 e a criação de uma
cadeira de Primeiras Letras a cargo do padre Manuel Ribeiro de Oliveira, no ano de
1795.
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Momentos do Século XIX:
Quando se fez o Censo Provincial em 1831, o território do Distrito de Gouveia limitava
com o Distrito do Arraial do Tijuco, os de Milho Verde e São Gonçalo, do “Indequicé”,
e os Sertões. Havia nessa época apenas as povoações do Arraial da Gouveia e da Aldeia
do Cachimbo. Os lugares que se constituirão posteriormente em povoados eram
fazendas, e alguns não se identificavam pelo topônimo atual.
O Território de Gouveia se restringiu um pouco mais na década seguinte com a
constituição do Arraial das Datas, logo elevado a paróquia. Datas passa a incluir a
aldeia do Cachimbo, até então a mais populosa.
Com a exclusão de Datas, o território de Gouveia passa a ter quase a mesma
configuração do município excetuando-se o povoado do Tombadouro.
A tabela abaixo exibe a formação do espaço de Go uveia em 1831. Como se vê o arraial
é formado pelas áreas de três quarteirões urbanos e por partes do que o recenseador
chama de “subúrbios”. O da Rua da Direita, atual Av. Juscelino Kubitschek e sua
continuação ao Norte; o da rua do Cruzeiro com as respectivas expansões; a área em
constituição entorno da Igreja do Rosário e o que é chamado de “subúrbios”
compreendendo a área que se expande pelas margens do Rio do Chiqueiro até o Arraial
Velho, do Córrego do Lava-pés até o Pé-do-morro e do rio da Cachoeira até o Pombal.
Merece especial atenção a distribuição espacial dos moradores segundo as atividades.
Existem lugares especializados na fabricação de panelas e artefatos de cerâmica; outros
dedicados à criação de gado e fabricação de queijos, outros, ainda onde a mineração ou
a extração de madeira se mostram mais presentes.
Há dois topônimos, entre outros, que merecem menção especial: o primeiro deles é o
quarteirão sétimo. O segundo domicílio enumerado pelo recenseador tem como morador
principal Lourenço Ferreira Gomes, preto forro Mina, de idade de 62 anos, casado, vive
de sua roça. Os demais componentes da casa são “Sua mulher Joana Gomes, crioula
forra, idade 53 anos. Filhos dos ditos: Antônia, crioula, idade de 33 anos; Bonifácio
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filho desta, idade 15 anos; Joaquina, da dita, idade 12 anos; genro do dito, Lino de idade
22 anos, casado que vive de mineiro; sua mulher Anna Ferreira Gomes crioula forra de
idade de 15 anos; Agregada Severina crioula forra de idade 62 anos, vive de esmolas;
Moradores no seu sítio chamado Espinho”. Tem-se aí a formação da região do Espinho,
já constituída no início do século XIX. O vizinho mais próximo era Joaquim Pinto
Ribeiro, 43 anos, casado com Delfina Ferreira Gomes, crioula forra, de idade de 27
anos. Esses tinham três escravos e um agregado e viviam no Espadeiro. Delfina, ao que
parece, seria filha de Lourenço, formador do povoado do Espinho.
No quarteirão 11, comparece a Fazenda Cuiabá. Na casa da sede moram 42 pessoas, D.
Germana Vieira Leite, branca, de idade de 62 anos, solteira; os enjeitados: Agostinho,
branco, de idade de 10 anos; Gabriel, branco, sete anos; Hypólito, pardo, 11 anos;
Herculano, pardo, de 12 anos; escravos da dita: Jacinta, crioula, de 32 anos; Manuel,
crioulo de 40 anos; Saturnino, crioulo de 30 anos; José, mina, de 52 anos; Maria crioula
de 36 anos; Perpétua, crioula de 22 anos; Luiz, pardo mudo, de 15 anos; Joaquina, de 12
anos; Albina, crioula de 11 anos; D. Antonia Lopes, irmã da dita senhora, branca,
solteira, de 72 anos; o enjeitado, João, branco, de 11 anos; escravos: Sebastiana, crioula
de 32 anos; Paulo; crioulo de 11 anos; Luciana, crioula de 7 anos; Policiana, crioula de
14 anos; Ana, parda de 22 anos, (como agregado) João Manuel, pardo, 26 anos, vive de
mineiro e curtidor, natural do Tejuco; Escravos: Antônio, crioulo, 42 anos; Joana,
crioula, 44 anos; Clara, crioula de 23; Mariana, crioula de 38 anos; Marcela, crioula de
30 anos; Ângela, parda de 8 anos; Basílio, pardo, de 11 anos; João, angola de 22 anos;
José, banguela de 18 anos; (mais agregados): D. Ana Maria, branca de 52 anos, solteira,
o enjeitado desta: Floriano Lopes, pardo de 20 anos, vive de mineiro; Maria da
Assumpção, parda, de 50 anos, vive de costuras; filhos da dita Assumpção: José, pardo
de 12 anos; Miguel, pardo, de 25 anos, solteiro, vive de mineração; Joaquim, pardo de
23 anos, solteiro, vive de mineração; Antônio, pardo de 10 anos; Felicidade Maria,
parda, solteira, de 30 anos, vive de costuras; filhos da dita: Manuel, pardo de 7 anos,
João, pardo de 3 anos. “As Donas Supra do F. 18 vivem na sua Fazenda do Cuyabá, de
cultura, de criar, de tecerem panos e fazerem doces, todas naturais de Gouveia, e na
mesma fazenda mora também o dito João M.el.”. na mesma fazenda ainda existem 4
fogos ocupados por forros e pardos.
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Descrição quarteirão Topônimos
Arraial da Gouveia
Quarteirão Central; moram neles os comerciantes e o
Alferes José Velho Cabral, e Francisco de Ávila
Cabral, fiscal do distrito e minerador
Arraial da Gouveia
Quarteirão Central parece que na rua do Cruzeiro,
moram os Lelis, Dona Mariana Perpétua Marcelina e o
padre Manuel Ribeiro de Oliveira
Arraial da Gouveia Parte mais rarefeita, entorno do Rosário
Pé Do Morro/estradas
para o Arrayal do
Tejuco
Pé do morro/sitio Horta ou Datas/ João
Vaz/Faz.Capão/Corgo Danta/ Chacra Xiqueiro/Faz.
Sta Bárbara/
Cachimbo Parte Central
Cachimbo, limite com
Indrequicé, Milho Verde
e São Gonçalo Faz. Cachoeira/Batieiro/Pombal Rio Cachoeira abaixo/
Cachoeira Abaixo pela
Parte Sul/ divisa com o
Indrequicé
Fazenda do Capão/Espinho/Espadeiro/Bom
Sucesso/Fazenda da Ponte de João
Pinto/Caffoco?/Abaixo do Arraial Velho/Sítio das
Almas
Limita com o Indrequicé
pelo Ribeirão Gopiara
de São Patrício
Mandassaia/Cazaca/Faz. Água
Limpa/Muquém/Tigre/Ribeirão da Areia/
Limita com o Paraúna,
divide com o
Contagem do Galheiro/Roça chamada
Quilombola/Barra do Rio
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Sertão/Contagem do
Galheiro
Paraúna/Mandassaia/Fazenda Cedro/Sepultura/Paiol
Partilha com o Sertão
Palmital/Faz. Os Gomes/
Tombador/Palmital/Tamanduá/Ribeirão da Areia
Serra com o Sertão e
Rio Pardo/Tijuco /Rio
Pardo
Quebra Cangalha/Barra do rio Grande/Picada/Rio
Pardo Pequeno/Bocaina/Faz do
Cuiabá/Lagoa//Chapadinha
Divisa com o 10º e o 4º
quarteirões
Beira do Rio Grande/Paciência/Beira do Rio do
Chiqueiro/Monjolos
Divisa com
10/12/07quarteirões
Subúrbio do Arraial de Gouveia/Beira do Rio do
Chiqueiro// Sítio dos Monjolos/Lapinha/Arraial
Velho/Paciência
Este momento de registro sistemático assume a maior importância para as diretrizes
espaciais neste Plano Diretor. O comentário síntese do recenseador merece registro e
reflexão:
O Districto do Arrayal da Gouveya divide com o Arrayal de Tejuco, S. Gonçalo,
Milho Verde, Indrequicé e Rio Paraúna, fazendo também diviza com a Serra
para a parte do Certam desde a Contagem do Galheiro, pouco mais ou menos,
até a Picada e o Rio Pardo Pequeno. O dito arrayal é edificado em hum espigão
que principia do Pé do Morro, e vai findar adiante do Arrayal Velho. É lugar
muito sadio de allegres Campinas, não é farto de águas posto que fica de uma
parte adornado do Rio Caxoeira, e da outra do Rio do Xiqueiro, e dali uma
légua o Ribeirão da Areya. Os habitantes deste país não são abundantes de
mantimentos, por que os Mattos que haviam se acham em campos, pouco milho
plantão e só se remedeam com as carregações que vem de fora e com algua
mandioca e pouco senteyo e então determinei aos Dellegados que rogassem a
plantarem mais mandioca, para aplacarem as faltas de mantimentos que
laboram tanto neste país, como em toda a Comarca. Os habitantes desde lugar
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só se remedeiam com alguns queijos que fazem e mandam vender em Tejuco, ou
na Villa do Príncipe; outros são mineiros e faiscadores e hum que trabalha em
gopiaras com 30 ou 40 escravos, e outros com menos e outros com três ou
coatro conforme as suas posses. Somente há duas fábricas de Olineiros que
usam de roda.
O dito districto tem sete léguas de comprido e seis de largura pouco mais ou
menos; e há muitos anos que sempre permaneceu no arrayal uma Guarda de
Soldados de Linha, Milicianos,e pedestres para patrulharem os córregos e rios
diamantinos, que eram também convenientes no Arrayal para ajudarem a
defender os distúrbios, porém agora mudaram para os serviços diamantinos nas
Dattas, por ordem de seus superiores. Havia também uma companhia de
soldados Milicianos tirados deste mappa junto com os quais agora estou
compondo a nova companhia, conforme manda o regulamento das Guardas
Nacionaes e conforme as determinações das Leis do Nosso Império Brasilence.
Não há neste Arrayal Escola das primeiras Letras, nem da Gramática Latina;
somente existe uma pequena Butica e hum cyrurgião.
E nem vejo couza de admiração, ou de concideração que possa participar a
vossa Excelência a quem Deus Guarde por muitos annos. Arrayal da Gouveya
20 de Dezembro de 1831. Vicente Fende. Da Cruz Juiz de Paz.
(Resumo: fogos 324; Habitantes 2.014; livres 1423. captivos 591)
Esse Vicente Ferreira da Cruz, Juiz de Paz do distrito de Gouveia, residia na casa
conhecida hoje como residência do falecido Raimundo de Carlota e chama a atenção,
em primeiro lugar para os limites do distrito, em seguida para o que seria a área de
ocupação urbana do arraial: “O dito arrayal é edificado em hum espigão que principia
do Pé do Morro, e vai findar adiante do Arrayal Velho”. Vicente põe em evidência um
terceiro ponto: “É lugar muito sadio de allegres Campinas, não é farto de águas”, ou
seja, a localização de Gouveia é destacada pela preocupação com a salubridade. Mas, o
autor mostra alguns inconvenientes da parte dos moradores: “Os habitantes deste país
não são abundantes de mantimentos, por que os Mattos que haviam se acham em
campos”, o que quer dizer que nossos antepassados, ao longo do primeiro século de
ocupação não se preocuparam com a preservação ambiental, destruíram as matas. Neste
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Censo se mostra a presença ainda de duas reservas naturais. Nelas muitas pessoas vivem
de “carrear madeira”. Uma das reservas se situa logo após o Pé do Morro, na Água Fria,
Lages, Capão, João Vaz; a outra mais ao sul se estende pela Mandassaia até
Tombadouro.
Não era só a preservação, os moradores se preocupavam pouco com o abastecimento,
dependendo de outros lugares: plantavam pouco milho, algum centeio, e criavam gado.
Havia um ponto forte na pecuária gouveiana: a fabricação de queijos que eram vendidos
no Tijuco e em Vila do Príncipe: “pouco milho plantão e só se remedeam com as
carregações que vem de fora e com algua mandioca e pouco senteyo e então determinei
aos Dellegados que rogassem a plantarem mais mandioca, para aplacarem as faltas de
mantimentos que laboram tanto neste país, como em toda a Comarca. Os habitantes
desde lugar só se remedeiam com alguns queijos que fazem e mandam vender em
Tejuco, ou na Villa do Príncipe; outros são mineiros e faiscadores e hum que trabalha
em gopiaras com 30 ou 40 escravos, e outros com menos e outros com três ou coatro
conforme as suas posses”, O garimpo nessa época ainda empolgava uma boa parte da
população, mostrando-se presente na região banhada pelo Rio do Chiqueiro, na área da
Bocaina, do Cuiabá, ao longo do Rio da Cachoeira. O fomento da agricultura de
subsistência é percebido como necessária. Quanto à indústria, o autor não se mostra
atento para as inúmeras fiandeiras, tecedeiras e costureiras presentes em muitas partes
do distrito, com destaque para o Cuiabá e Ribeirão e conseqüentemente à plantação de
algodão, entretanto, chama-lhe a atenção a presença de uns poucos “olineiros” já
mecanizando as atividades com rodas: “. Somente há duas fábricas de Olineiros que
usam de roda”. Havia uma região em Gouveia altamente especializada em artefatos de
Cerâmica, era a região do Rio Grande e do Cuiabá. Ali se fabricavam panelas, potes e
telhas. Entre os ofícios de sapateiro, fogueteiro, alfaiate, destacam-se os de músicos,
distribuídos em vários quarteirões, valendo insistir na proteção a essa atividade como
símbolo da identidade gouveiana.
O Juiz de Paz registra ainda a falta de Escola de Primeiras Letras, valendo lembrar que
embora tenha sido criada uma Aula em 1795, e nomeado o padre Manuel Ribeiro de
Oliveira. Este se manteve no ofício de ensinar crianças em sua casa, mas se encontrava
já bastante decadente, exercendo com muita displicência seus ofícios de capelão.
Dormia até altas horas e se levantava para celebrar a missa por volta das 15 horas.
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Finalmente, o autor mostra que Gouveia mudaria a partir de 1831, em razão do
surgimento do arraial de Datas: “há muitos anos que sempre permaneceu no arrayal
uma Guarda de Soldados de Linha, Milicianos,e pedestres para patrulharem os
córregos e rios diamantinos, que eram também convenientes no Arrayal para ajudarem
a defender os distúrbios, porém agora mudaram para os serviços diamantinos nas
Dattas, por ordem de seus superiores”. Datas que tinha em 1831 apenas quatro casas,
passou a crescer de um dia para outro, concorrendo com Gouveia e esvaziando a Aldeia
do Cachimbo.
Deteve-se nessas considerações para fixar dois aspectos: o primeiro, a importância de
cada um dos lugares cultivar a memória histórica de sua formação tanto para manter
suas características quanto para se comunicar com os visitantes; o segundo das
vantagens usufruídas pelos moradores a partir daí.
Quanto às vantagens: Gouveia, ao longo do século XIX explora novas vias de
comunicação com o “Sertão da Bahia” rumo a Curvelo, e Montes Claros e a Conceição
do Mato Dentro. A freqüência por esses caminhos consolida povoados como Tigre,
Camelinho, Tombadouro, Riacho dos Ventos, Cuiabá. Outra vantagem é retirada pelo
aproveitamento dos recursos hídricos aliados à declividade. Desde 1881, Gouveia se
aproveita das cachoeiras para promover a indústria de lapidação, a que se segue a
indústria têxtil em 1888.
Para efeito deste Plano Diretor, essas duas características: articulação inter-regional, de
um lado, e relevo movimentado de outro, devem fixar diretrizes importantes para o
desenvolvimento sustentável. Foi a resposta dos moradores à consciência dessas
vantagens que possibilitou a tentativa de emancipação do Distrito de Gouveia em 1873.
A tentativa de emancipação fixou o poder local de demarcar formas de desenvolvimento
regional a partir de um legado de articulação da região de mineração com o sertão.
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AntônioCruzeiro
Quarteirão 01
Arraial de Santo Arraial do
Arraial do Rosário
Arraial das
Dores
Cruz das A lmas
Gouveia Início Século XX
Cemitériode São Miguel
Capela Nossa Senhoradas Dores
São
Quarteirão 02
Francisco
Figura 1: Área Urbana de Gouveia no início do século XX
Quando Gouveia efetivamente se torna município em 12 de dezembro de 1953, a cidade
já conta com hospital, abastecimento de água potável, uma grande indústria têxtil,
inúmeras lapidações de diamante, usinas de produção de energia elétrica e produtores
agrícolas prontos para responder às necessidades de aumento da produtividade, lutando
contra todas as inconveniências das terras “pobres”.
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ARTICULAÇÃO REGIONAL.
Apesar de as informações estatísticas situarem Gouveia como município da micro-
região Mineradora de Diamantina, e da meso-região do Jequitinhonha, para efeito deste
Plano Diretor importa examinar as relações mais próximas, destacando as polarizações
imediatas e as trocas necessárias devido à localização.
Desse modo a análise se faz reunindo os municípios vizinhos ao território de Gouveia e
os que participam de algum modo da polarização. Diamantina, Serro, Curvelo e
Conceição do Mato Dentro reúnem o grupo pela importância na polarização regional
seja do ponto de vista histórico, seja do da economia regional. Datas e Presidente
Juscelino comparecem devido a estreitas trocas com Gouveia. Datas, pela proximidade
maior das duas sedes municipais e pela necessidade de gestão compartilhada do espaço.
Do mesmo modo, Presidente Juscelino, devido ao fato de a expansão urbana da sede
municipal ter se estendido pelo território do município de Gouveia, ensejando a Vila
Alexandre Mascarenhas – Paraúna de Cima designação original. O terceiro grupo reúne
os municípios de Congonhas do Norte – desmembrado de Conceição do Mato Dentro -,
Presidente Kubitschek, Monjolos, Santana de Pirapama, Santo Hipólito e Inimutaba. Os
quatro primeiros pelos limites comuns e os dois últimos pelo interesse regional.
Curvelo
litoHipo-
Monjolos
Pres.Jusce-lino
Inimu-taba
Gouveia
SantanadePirapama
Diamantina
PresKub.
Conceiçãodo MatoDentro
Datas
Monjolos
SantoHipólito
Pres.Kubits.
Serro
Figura 2: Municípios aos quais Gouveia se encontra historicamente ligada.
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Para efeito deste diagnóstico acompanha um CD contento todas as informações por
município produzidas pelo IBGE e pelo PNUD-IPEA-FJP referentes ao IDH. Como
síntese, destaca-se o Produto Interno Bruto dos municípios comparado aos índices de
crescimento.
Tabela 01: Produto Interno Bruto – PIB – Dos municípios mais diretamente relacionados ao de Gouveia
Município Descrição Gouveia Conceição
do mato dentro
Congonhas do Norte Curvelo
Descrição Unidade Valor Valor Valor Valor Valor adicionado na agropecuária - 2001 Mil Reais R$ 1.668 R$ 10.205 R$ 1.266 R$ 24.341Valor adicionado na Indústria - 2001 Mil Reais R$ 9.543 R$ 11.917 R$ 1.559 R$ 49.230Valor adicionado no Serviço - 2001 Mil Reais R$ 18.772 R$ 28.557 R$ 6.294 R$ 152.561Dummy - 2001 Mil Reais R$ 276 R$ 1.467 R$ 50 R$ 6.316Impostos - 2001 Mil Reais R$ 482 R$ 151 R$ 4 R$ 5.186PIB a Preço de mercado corrente - 2001 Mil Reais R$ 30.189 R$ 49.363 R$ 9.072 R$ 225.002Valor adicionado na agropecuária - 2002 Mil Reais R$ 3.385 R$ 8.181 R$ 1.430 R$ 28.619Valor adicionado na Industria - 2002 Mil Reais R$ 10.279 R$ 14.586 R$ 1.624 R$ 55.646Valor adicionado no Serviço - 2002 Mil Reais R$ 20.616 R$ 31.393 R$ 7.055 R$ 165.148Dummy - 2002 Mil Reais R$ 471 R$ 2.133 R$ 67 R$ 7.804Impostos - 2002 Mil Reais R$ 517 R$ 286 R$ 6 R$ 5.045PIB a Preço de mercado corrente - 2002 Mil Reais R$ 34.326 R$ 52.313 R$ 10.049 R$ 246.655Taxa crescimento PIB 2001-2002 13,70 5,98 10,77 9,62 Índice PIB Gouveia 2001 = 1 1,00 1,64 0,30 7,45
Índice PIB Gouveia 2002 = 1 1,00 1,52 0,29 7,19
Continua
Continuação
Município Descrição Datas DIAMANTINA Inimutaba Monjolos
Descrição Unidade Valor Valor Valor Valor Valor adicionado na agropecuária - 2001 Mil Reais R$ 476 R$ 2.794 R$ 2.667 R$ 2.609Valor adicionado na Industria - 2001 Mil Reais R$ 1.221 R$ 25.855 R$ 3.931 R$ 974Valor adicionado no Serviço - 2001 Mil Reais R$ 7.101 R$ 84.334 R$ 10.258 R$ 4.228Dummy - 2001 Mil Reais R$ 59 R$ 5.237 R$ 28 R$ 26Impostos - 2001 Mil Reais R$ 28 R$ 2.008 R$ 156 R$ 9PIB a Preço de mercado corrente - 2001 Mil Reais R$ 8.766 R$ 109.754 R$ 16.984 R$ 7.794Valor adicionado na agropecuária - 2002 Mil Reais R$ 656 R$ 4.670 R$ 3.560 R$ 3.194Valor adicionado na Industria - 2002 Mil Reais R$ 1.290 R$ 27.495 R$ 4.612 R$ 993Valor adicionado no Serviço - 2002 Mil Reais R$ 7.774 R$ 89.714 R$ 10.892 R$ 4.790Dummy - 2002 Mil Reais R$ 81 R$ 5.842 R$ 48 R$ 38Impostos - 2002 Mil Reais R$ 24 R$ 1.965 R$ 294 R$ 10PIB a Preço de mercado corrente - 2002 Mil Reais R$ 9.662 R$ 118.002 R$ 19.310 R$ 8.950
17
Taxa crescimento PIB 2001-2002 10,22 7,51 13,70 14,83 Índice PIB Gouveia 2001 = 1 0,29 3,64 0,56 0,26 Índice PIB Gouveia 2002 = 1 0,28 3,44 0,56 0,26
Continua
Continuação
Município Descrição Presidente Juscelino
Presidente Kubitschek
Santana de
Pirapama
Santo Hipólito Serro
Descrição Valor Valor Valor Valor Valor Valor adicionado na agropecuária - 2001 R$ 4.085 R$ 488 R$ 6.184 R$ 3.872 R$ 6.460Valor adicionado na Industria - 2001 R$ 2.145 R$ 221 R$ 3.053 R$ 1.271 R$ 7.462Valor adicionado no Serviço - 2001 R$ 6.295 R$ 4.132 R$ 10.849 R$ 6.016 R$ 30.364Dummy - 2001 R$ 0 R$ 0 R$ 53 R$ 0 R$ 772Impostos - 2001 R$ 18 R$ 5 R$ 72 R$ 30 R$ 538PIB a Preço de mercado corrente - 2001 R$ 12.544 R$ 4.846 R$ 20.104 R$ 11.189R$ 44.052Valor adicionado na agropecuária - 2002 R$ 4.736 R$ 583 R$ 8.148 R$ 6.002 R$ 8.454Valor adicionado na Industria - 2002 R$ 2.425 R$ 228 R$ 3.271 R$ 1.312 R$ 7.746Valor adicionado no Serviço - 2002 R$ 6.776 R$ 4.602 R$ 12.351 R$ 6.647 R$ 33.158Dummy - 2002 R$ 0 R$ 0 R$ 71 R$ 0 R$ 1.105Impostos - 2002 R$ 24 R$ 7 R$ 64 R$ 22 R$ 481PIB a Preço de mercado corrente - 2002 R$ 13.962 R$ 5.420 R$ 23.763 R$ 13.983R$ 48.736Taxa crescimento PIB 2001-2002 11,30 11,84 18,20 24,97 10,63 Índice PIB Gouveia 2001 = 1 0,42 0,16 0,67 0,37 1,46 Índice PIB Gouveia 2002 = 1 0,41 0,16 0,69 0,41 1,42
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estatística e Informação
18
Gráfico 01: Taxa de crescimento de Gouveia e dos municípios mais vinculados – 2001-2002
Taxa crescimento PIB 2001-2002
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Gouve
ia
Congo
nhas
do Nort
eCurv
eloData
s
DIAMAN
TINA
Inimuta
ba
Monjolo
s
Presid
ente
Juce
lino
Presid
ente
Kubits
chek
Santa
na de
Pirap
ama Se
rro
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estatística e Informação
Note-se que Gouveia se mostra um município mais dinâmico em relação aos demais, se
se leva em consideração taxas de crescimento e a comparação indexada em que se toma
Gouveia como parâmetro. De todos os municípios, o de Santo Hipólito foi o que
acusou a maior taxa de crescimento entre 2000 e 2001, seguido por Santana de
Pirapama, Monjolos e Inimutaba. Municípios tidos como pólos regionais como Curvelo,
Serro, Diamantina e Conceição do Mato Dentro registraram taxas inferiores às de
Gouveia.
19
Gráfico 02 : Índice de variação do PIB dos municípios da região – Gouveia = 1.
Indice PIB 2001/2002 - Gouveia = 1,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Gouvei
a
Conceiç
ão do
mato de
ntro
Congo
nhas
do N
orte
Curvelo
Datas
DIAMAN
TINA
Inimuta
ba
Monjolo
s
Presid
ente
Juce
lino
Presid
ente K
ubitsc
hek
Santa
na de
Pirapam
a
Santo
Hipólito Se
rro
Índice PIB Gouveia 2001 = 1
Índice PIB Gouveia 2002 = 1
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estatística e Informação
A análise do PIB a nível dos fatores, mostra que a taxa elevada do PIB se deu em duas
categorias: Agropecuária e Dummy. No que se refere à agropecuária ela aponta para
perspectivas auspiciosas, desde que os agentes econômicos saibam valer-se da
vantagem. Quanto ao que se denomina Dummy, vale a pena decodificar o emprego
desse termo técnico no uso das contas públicas; de acordo com o IBGE “Dummy
financeiro Setor fictício que tem produção nula e consumo intermediário igual aos
serviços de intermediação financeira indiretamente medidos (SIFIM)”. Ou seja, em
Gouveia em 2001, houve crescimento da ordem de 70% desses recursos influenciando o
PIB, isto torna os prognósticos de crescimento da taxa global pouco confiáveis. Por
outro lado, o elevado crescimento do PIB agropecuário aponta para a necessidade de
atividades complementares a esse setor, especialmente no ramo de indústria e serviços.
20
Gráfico 03 : Taxa de crescimento do PIB dos municípios da região por fatores – Gouveia = 1.
Taxa PIB 2001-2002 por fatores
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
Gouveia
Congo
nhas d
o Norte Cu
rvelo
Datas
DIAMAN
TINA
Inimuta
ba
Monjolo
s
Presid
ente J
ucelino
Presid
ente
Kubits
chek
Santa
na de
Pirapam
a Serro
Agropecuária taxa 2001-2002
Indústria taxa 2001-2002
Serviços taxa 2001-2002
Impostos taxa 2001 - 2002
Dummy taxa 2001 - 2002
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estatística e Informação
As pesquisas domiciliares e das atividades econômicas realizadas para fundamentar as
propostas deste Plano Diretor e decolar o processo de planejamento municipal deverão
oferecer oportunidade para detalhamento das atividades econômicas em Gouveia.
Informações mais recentes comparam o PIB por município com a população aferida
pelo IBGE. O ano aferido do PIB é o de 2005 e o da população, 2007. Cuidou-se de
apresentar informações não apenas para os municípios vizinhos. Tomou-se ainda como
parâmetro o município de Matozinhos, incluído na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. Esse município foi tomado como exemplo tendo em vista que, no ano de
1970, tinha uma população quase igual à de Gouveia – 8.674 – e alcançado, no ano
2007, um total que corresponde a 2,88 vezes à verificada em Gouveia – 33.317 contra
11.569.
21
Tabela 04: População e PIB Per capita segundo municípios da região de Gouveia
Município População 2007 População 2007 Gouveia=1
PIB Per Capita
PIB Gouveia=1
Gouveia 11.569 1,0 4.460,28 1,0 Diamantina 44.746 3,9 4.113,75 0,9 Serro 20.862 1,8 3.533,46 0,8 Conceição do Mato Dentro 18.070 1,6 3.199,28 0,7 Congonhas do Norte 5.110 0,4 2.636,59 0,6 Curvelo 71.611 6,2 5.775,84 1,3 Datas 5.418 0,5 2.454,04 0,6 Presidente Juscelino 4.257 0,4 5.072,35 1,1 Presidente Kubitscheck 2.978 0,3 2.793,15 0,6 Santo Hipólito 3.541 0,3 6.521,89 1,5 Couto de Magalhães 4.332 0,4 4.155,59 0,9 Inimutaba 6.420 0,6 4.593,30 1,0 Monjolos 2.303 0,2 5.509,77 1,2 Santana de Pirapama 8.547 0,7 4.552,01 1,0 Matozinhos 33.317 2,9 10.956,90 2,5
Fonte: IBGE Informações dos municípios Brasileiros Gráfico 04: Distribuição do PIB per capita 2005 comparado com a população 2007 dos municípios da vizinha de Gouveia
Distribuição PIB Per Capita e População 2007 - Gouveia =1
0
1
2
3
4
5
6
7
Gouve
ia
Diaman
tina Serro
Concei
ção do
Mato
Dentro
Congo
nhas
do Norte Curv
eloDa
tas
Presid
ente J
uscelin
o
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ente K
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heck
Santo
Hipólito
Couto d
e Mag
alhãe
s
Inimuta
ba
Monjolo
s
Santa
na de
Pirapam
a
Matozin
hos
PIB Gouveia=1População 2007 Gouveia=1
Fonte: IBGE Informações dos municípios Brasileiros
22
O PIB per capita de 2005 sobre a população de 2007, mostra que dos pólos da região de
Gouveia, apenas Santo Hipólito, Curvelo e Monjolos, têm índice superior ao de
Gouveia. Comparando-se Gouveia com Matozinhos, nota-se que esse município
registrou índice muito superior aos de todos os da região – 2,5. Isso permite concluir
que o desenvolvimento humano da região, no que diz respeito à condição de prover a
própria subsistência, medido pelo IDH Renda, é bastante dificultado pela forma com se
estruturam e se articulam os ramos de atividades produtivas.
Atente-se agora para os índices de Desenvolvimento Humano – IDH – na década 1991
2000.
Gráfico 05: Comparação do IDHM dos municípios selecionados 1991-2000
IDH 1991- 2000
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Congo
nhas d
o Norte
(MG)
Curve
lo (MG)
Datas
(MG)
Diamant
ina (M
G)
Gouveia
(MG)
Inimuta
ba (M
G)
Monjolos
(MG)
Presid
ente
Juscel
ino (M
G)
Preside
nte Ku
bitsche
k (MG)
Santa
na de
Pirapam
a (MG)
Serro
(MG)
Índice de DesenvolvimentoHumano Municipal, 1991Índice de DesenvolvimentoHumano Municipal, 2000
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estudos Econômicos e Sociais
23
Gráfico 06: Comparação do IDHM dos municípios selecionados 1991-2000 - Educação
IDH Educação 91-00
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Congo
nhas d
o Norte
(MG)
Curve
lo (MG)
Datas
(MG)
Diaman
tina (M
G)
Gouveia
(MG)
Inimuta
ba (M
G)
Monjolo
s (MG)
Presid
ente J
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o (MG)
Presid
ente K
ubitsc
hek (M
G)
Santa
na de
Pirapam
a (MG)
Serro
(MG)
IDH -Educação, 1991
IDH-Educação, 2000
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estudos Econômicos e Sociais
Gráfico 07: Comparação do IDHM dos municípios selecionados 1991-2000 - Longevidade
IDH Longevidade 91 - 00
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Congo
nhas d
o Norte
(MG)
Curve
lo (MG)
Datas
(MG)
Diaman
tina (M
G)
Gouveia
(MG)
Inimuta
ba (M
G)
Monjolos
(MG)
Presid
ente J
uscelin
o (MG)
Preside
nte Ku
bitsche
k (MG)
Santa
na de
Pirapam
a (MG)
Serro
(MG)
IDH -Longevidade, 1991
IDH l-Longevidade, 2000
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estudos Econômicos e Sociais
24
Gráfico 08: Comparação do IDHM dos municípios selecionados 1991-2000 - Renda
IDH Renda 91 - 00
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
IDH -Renda, 1991
IDHRenda, 2000
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estudos Econômicos e Sociais
Sobressai do percurso pelos gráficos acima que em todos os municípios da região houve
melhora nos índices de desenvolvimento humano. Vale a pena, portanto, examinar os
principais componentes que favorecem esse aumento.
25
Gráfico 09: Gouveia contribuição para o Crescimento do IDH
Note-se que Educação é o principal fator de crescimento do IDH de Gouveia, seguido
de perto pelas condições de saúde, medidas pela Longevidade e finalmente pela Renda.
Note-se também que os três fatores se mostram bastante equilibrados. Gouveia oferece
ótimas condições para aumentar o IDH renda tendo em vista contar com uma força de
trabalho saudável e satisfatoriamente qualificada.
Deve-se fixar esse gráfico para comparar com os demais municípios apresentados em
seguida.
26
Gráfico 10: Datas: Contribuição para o Crescimento do IDH
Para o desenvolvimento de Datas, as
dificuldades são bem maiores, As
condições de saúde e de aumento da renda
contribuíram com apenas 10% ao passo
que apenas a Educação foi o fator mais
importante para o desenvolvimento
humano do município.
Gráfico 11: Serro: Contribuição para o Crescimento do IDH
O mesmo que se viu em Datas se repete no
Serro, com o agravante de e população
desse município ser muito maior do que a
de Datas.
27
Gráfico 12: Diamantina: Contribuição para o Crescimento do IDH
Diamantina acusou um equilíbrio maior do que o de
Datas e do Serro, mas inferior ao de Gouveia. Nesse
município, foi o aumento dos índices de Educação
que melhor valorizou o aumento do desenvolvimento
humano, seguido da renda e das condições de saúde.
Gráfico 13: Curvelo: Contribuição para o Crescimento do IDH
Quanto a Curvelo, o gráfico, embora se mostra
semelhante ao de Diamantina, nota-se que a ordem se
inverte no que se refere á importância da saúde e da
renda. As condições de saúde ocupam o segundo
lugar e as de renda o terceiro, diferentemente de
Diamantina, em que essa ordem aparece invertida.
Pelo que se viu, entre os municípios analisados, o de Gouveia foi o que exibiu maior
equilíbrio no que se refere ao aumento de desenvolvimento humano, acusando um
relativo equilíbrio entre os resultados de políticas públicas indicadas pelos índices de
educação e saúde e as iniciativas privadas determinadas pelo aumento da renda.
28
Evolução da População
Nota-se que seis municípios acusaram taxas negativas de crescimento demográfico ao
longo da década de 90, sendo que um deles foi o de Diamantina. O município que
apresentou maior dinamismo foi o de Curvelo, seguido do Serro. Os demais que
apresentaram taxas positivas cresceram muito abaixo da taxa de reprodução da
população, mostrando as deficiências da região. Gouveia foi o 4º município com
crescimento positivo ao longo da década, mesmo assim bem abaixo do crescimento
vegetativo, que o situaria em torno de 1,8% ao ano. Comparado com o IDH evidencia
uma melhora perversa das condições de desenvolvimento municipal: municípios tais
como Monjolos e Santana de Pirapama tiveram acréscimos no IDH expulsando a
população em piores condição de vida.
Tabela 05 : Comparação do IDH 1991 com o IDH 2000 segundo municípios selecionados.
Município IDH Municipal,
1991
IDH Municipal,
2000
% crescimento
IDH
Pop 91 Pop 2000
Taxa 91 - 00
Conceição do Mato Dentro (MG) 0,596 0,672 12,75 18.721 18.637 0,64 Congonhas do Norte (MG) 0,572 0,655 14,51 4.533 4.897 0,93 Curvelo (MG) 0,685 0,755 10,22 59.015 67.512 1,73 Datas (MG) 0,629 0,694 10,33 5.182 5.040 0,73 Diamantina (MG) 0,674 0,748 10,98 44.299 44.259 0,51 Gouveia (MG) 0,662 0,735 11,03 11.457 11.689 0,83 Inimutaba (MG) 0,628 0,691 10,03 6.032 6.116 0,64 Monjolos (MG) 0,577 0,676 17,16 2.941 2.579 0,92 Presidente Juscelino (MG) 0,578 0,654 13,15 4.292 4.319 0,44 Presidente Kubitschek (MG) 0,612 0,671 9,64 2.932 2.951 0,39 Santana de Pirapama (MG) 0,586 0,679 15,87 9.212 8.616 1,03 Santo Hipólito (MG) 0,596 0,671 12,58 3.705 3.488 0,82 Serro (MG) 0,602 0,658 9,30 18.861 21.012 1,35
Total 191.182 201.115 1,78
Fonte: Fundação João Pinheiro – Centro de Estudos Econômicos e Sociais
Examinadas as informações do ponto de vista regional, importa fixar que todas elas
interessam em primeiro lugar às instâncias supra-regionais. O Estado, a União e os
agentes econômicos superiores aos interesses locais. Essas informações balizam a
locação de recursos públicos nas áreas de saúde, assistência social, cultura, meio
29
ambiente, educação e saúde. Delas decorrem distribuição de renda e condições de
subsistência dos moradores, bem como aumento ou diminuição de fluxos migratórios. O
que se pode concluir dessa visão sintética do perfil regional?
Em primeiro lugar que o pólo regional com maior dinamismo é o de Curvelo; que
qualquer política de desenvolvimento local deve levar em consideração o dinamismo
regional; que compete a todos os municípios examinarem diagnosticarem e proporem
diretrizes de desenvolvimento sustentável que com proveito de toda a coletividade e,
finalmente, que, sem uma compreensão profunda das redes que sustentam o
desenvolvimento a tendência de curto, médio e longo prazos é a de a maioria dos
municípios perderem população em favor de centros com maior potencial de
desenvolvimento.
Como se viu o IDH renda é o principal componente para manter baixos índices de
desenvolvimento humano. O equilíbrio dos fatores de desenvolvimento é fundamental
para se promover o crescimento sustentável.
Gouveia, juntamente com os demais municípios deve cobrar do estado e da união
políticas mais conseqüentes de promoção do desenvolvimento regional.
30
DIAGNÓSTICO MUNICIPAL
Situado o município em seu contexto regional, passa-se agora para a análise interna.
O exame atento das taxas assume importância fundamental para todas as decisões a
serem tomadas no âmbito deste Plano Diretor.
TABELA 06: População e moradias de acordo com informações disponíveis nos Censos Demográficos.
População Moradias
Ano Urbana Rural Total Total 1920 - - 6381 - 1940 - - - - 1950 2311 5495 7806 1960 3055 5070 8125 1344 1970 3758 4798 8556 1515 1980 5057 4265 9322 1775 1991 7178 4279 11457 2389 2000 7740 3949 11689 2729 2006 9095 2660 11755 3190 Fonte: IBGE, Censos Demográficos; Prefeitura Municipal de Gouveia, Plano Diretor 2006.
Atenção em primeiro lugar para o comportamento das taxas da composição urbano X
rural e em seguida para a da população total e dos domicílios.
A população urbana apresenta taxas positivas quase estáveis entre 1950 e 1970,
ascendendo um pouco a partir de 1970 até o ano 2000 e toma um impulso diferente nos
últimos 6 anos. Quanto à população rural, as taxas são sempre negativas, excetuados os
anos 80. A alta taxa positiva do urbano nos últimos 6 anos se contrapõe à elevação da
taxa negativa no rural. Atente-se ainda que as taxas negativas do rural, não são
diretamente responsáveis pelas taxas positivas do crescimento urbano. Ou seja, não
existe uma migração rural/urbano tendo como destino a sede e os povoados do
município. Ao movimento migratório rural urbano, devem-se somar migrações de
outros municípios e regiões. Deve-se ainda explicar o comportamento das taxas tanto do
urbano quanto do rural nos últimos 6 anos. De imediato poder-se- ia acreditar numa
mudança maior do que a ocorrida. São critérios de definição do que é rural para o IBGE
31
e o que foi objeto da pesquisa domiciliar define a respectiva taxa. Quanto à taxa
ligeiramente positiva da zona rural na década de oitenta, a explicação mais plausível é
do surto de garimpo, nesse período, logo desativado na década seguinte.
Passando agora para o exame das taxas da população total, nota-se imediatamente a
fragilidade da economia municipal.
Tabela 07: Taxas de crescimento da população e dos domicílios de Gouveia, por década a partir de 1960.
Taxas de crescimento
Ano Urbana Rural Total População Total Domicílios 1920-1950 0,27 1950-60 0,94 0,83 0,78 1,061960-70 0,93 0,75 0,83 0,671970-80 1,05 0,87 0,94 0,741980-91 1,01 0,27 1,01 0,791991-2000 1,02 0,90 0,83 0,912000-06 2,71 2,68 1,01 2,05Fonte: IBGE, Censos Demográficos; Prefeitura Municipal de Gouveia, Plano Diretor 2006.
32
Gráfico 14: Gouveia – taxas de crescimento anual da população e dos domicílios a partir de 1920 até 2006
Taxa crescimento anual população e domicílios
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
1920-50 1950-60 1960-70 1970-80 1980-91 1991-2000 2000-2006
Pop.total
Domicílios
Gráfico 15: Gouveia – relação entre a população urbana e a rural a partir de 1950 até 2006
População Urbana e Rural 1950 - 2006
0100020003000400050006000700080009000
10000
Ano 1
950
Ano 1
960
Ano 1
970
Ano1
980
Ano 1
991
Ano 2
000
Ano 2
006
UrbanaRural
33
Estrutura espacial
Uma visão geral da distribuição líqüida do espaço do município segundo as atividades
deve se constituir em orientação importante para as diretrizes espaciais. Gouveia ocupa
uma área de 870,095 km2 aproximadamente. A área urbana total da sede ocupa
3.528.851,8 m2 e a da Vila Alexandre Mascarenhas, 20.0841,72 m2. Agregando a essas
as áreas dos povoados do Barão do Guaicuí, do Cuiabá, do Pedro Pereira e do Riacho
dos Ventos, chega-se a 4.039.696,37 m2. Isso representa 0,55% do total da área do
município e significa que 99,45% de todo o município é formado por áreas rurais ou de
terras não exploradas. Tomando-se em consideração o perímetro urbano atual da sede e
as áreas possíveis de ocupação em torno dos povoados existentes, chega-se a um
perímetro de expansão urbana que equivalha a 2,45% de toda a área do município, ainda
restarão 97,55% da área do município para atividades rurais, de mineração ou de
preservação ambiental.
Segundo essa hipótese Gouveia tem espaço para 35.969 lotes destinados a todas as
atividades. A destinação de uma parte desses lotes para unidades domiciliares
comportaria uma população de 89.922 habitantes. Isso é um absurdo. O resultado disso
colocaria uma imensa área disponível para loteamentos de caráter especulativo, com
ocupação rarefeita e dispersa onerando significativamente os moradores, implicando
aumento da dívida pública e má qualidade de prestação de serviços urbanos.
De outra parte, a área urbana líquida, ou seja, aquela que é ocupada por domicílios e
demais atividades, excluídas as públicas, soma 1.612.407 m2 e equivale a 39,91% do
total da área urbana. Estima-se que 25,09% do total das áreas urbanas já parceladas se
encontram desocupadas. Se essas forem distribuídas por todas as atividades, Gouveia
poderá crescer à taxa aritmética de 2,5% ao ano sem nenhum impacto sobre o perímetro
atual. Isso quer dizer, quanto ao crescimento demográfico, que a cidade poderá receber
anualmente cerca de 0,5 % de novos moradores além dos que resultarem do crescimento
vegetativo. Nessa hipótese, Gouveia teria uma população em maio de 2016 de 14.694,
sendo que 587 novos moradores teriam vindo de fora. Como se sabe, o município vem
perdendo população. Se tivesse crescido apenas mantendo a população local, neste ano
de 2006, a população total seria de 13.010 habitantes. No ritmo de crescimento atual,
daqui a dez anos a população total do município não alcançará 12.000 habitantes.
34
A tabela exibida em seguida mostra a tendência de emigração da população residente
em Gouveia a partir de 1991.
Tabela 1.1: Estimativas de crescimento da população do município de Gouveia, a partir de 1991 pela taxa de crescimento anual de 1,4%.
Ano População delta taxa vegetativa 1991 114571992 116171993 117801994 119451995 121121996 122821997 124541998 126281999 128052000 129842001 131662002 133502003 135372004 137272005 139192006 14114
Déficit 2359População aferida 2006 11.755Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia, Plano Diretor 2006.
De acordo com essa hipótese estariam deixando Gouveia 160 pessoas por ano em média
– 2359 pessoas deixaram Gouveia nos últimos 15 anos..
Isto, como se verá, apresenta algumas conseqüências para as atividades econômicas. As
taxas de crescimento demográfico, nos últimos 45 anos têm se mantido em torno de
0,83% ao ano. Há, portanto fatores locais e regionais que estimulam uma parte da
população a emigrar. Tais fatores devem ser procurados nas atividades econômicas. Um
exame atento da forma como se organizam as empresas por atividade pode contribuir
para uma explicação mais segura.
35
Tabela 1.2. Área urbana, urbana especial dos povoados e rural segundo localidades do município de Gouveia 2006.
Área Perímetro Hectares urbano
% Urbano Rural % Rural Total % Total
Sede 1.926,00 90,33 0,00 0,00 1.926,00 2,21 Vila 38,05 1,78 0,00 0,00 38,05 0,04 Rural Vila 0,00 0,00 5.640,00 6,64 5.640,00 6,48 Cuiabá 9,80 0,46 17.680,20 20,81 17.690,00 20,31 Barão 17,09 0,80 4.470,91 5,26 4.488,00 5,15 Pedro Pereira 13,45 0,63 5.821,55 6,85 5.835,00 6,70 Riacho dos Ventos 12,43 0,58 6.622,57 7,79 6.635,00 7,62 Engenho Raquel 59,48 2,79 3.220,52 3,79 3.280,00 3,77 Engenho Bilia 51,64 2,42 -51,64 -0,06 0,00 0,00 Camilinho 4,18 0,20 18.835,82 22,17 18.840,00 21,63 Entorno Sede Urbana 0,00 0,00 3.573,00 4,21 3.573,00 4,10 Ribeirão das Areia 0,00 0,00 11.410,00 13,43 11.410,00 13,10 Espinho 0,00 0,00 534,70 0,63 534,70 0,61 Água Parada 0,00 0,00 7.206,00 8,48 7.206,00 8,27 Total 2.132,12 100,00 84.963,63 100,00 87.095,75 100,00 Relativo 2,45 97,55 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia, Plano Diretor 2006.
Gráfico 16: Gouveia, áreas ocupadas do território segundo grandes usos
Área ocupada segundo usos
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
Agricultura Indústria Comercio Serviços Lotes domicílios Total usos Área total
36
O padrão residencial predominante em todo o município de Gouveia é o de um
domicílio por lote, mesmo quando se vê na tabela abaixo a existência de domicílios em
lote comum. A existência de prédios com mais de uma família residente é pouco
expressiva.. Sendo que a média da área construída de todas as habitações existentes
registra 113,5m².
A característica desses domicílios segundo a distribuição no espaço do município pode
ser mais bem visualizada na tabela seguinte.
Tabela 1.3 : Número de domicílios e moradores por tipo de residência no município de Gouveia - 2006
Tipo de Residência Domicílios ocupados % Domicílios Moradores % Moradores
Não Informado 10 0,32 40 0,34 Condomínio Horizontal 50 1,57 205 1,74
Domicilio em lote comum - cortiço 160 5,02 600 5,10 Domicilio isolado 2970 93,10 10910 92,81 Total 3190 100,00 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
O padrão residencial pode ser mais bem compreendido pelo exame de cada uma das
áreas; afinal uma política municipal conseqüente exige uma atenção constante para cada
área da cidade. Note-se que nos povoados e nos assentamentos da zona rural
predominam domicílios isolados ou em lote comum. O tamanho médio das glebas
nessas áreas é quase sempre superior a 10.000m², ou seja, um hectare. A média da área
construída, excetuados uns poucos domicílios localizados no povoado do Riacho dos
Ventos, obedece a um padrão de moradia satisfatório, sem considerar a qualidade da
construção.
A atenção maior deve-se voltar para as áreas localizadas na sede do município. Note-se
que o padrão de lotes com 360 m² é predominante. Isso traz sérios inconvenientes para
a cidade. Em primeiro lugar impõe a exigência de um percentual maior de áreas
públicas, diminui o índice de permeabilidade do solo e favorece conflitos de vizinhança
pela dificuldade de afastamento lateral ou frontal das construções.
37
Tabela 1.4: Número de domicílios por tipo de residência e média da área do lote e da construção, segundo localidades do município de Gouveia - 2006
Localidade Tipo Residência Domicílios Média área
total Média área construída
Água Parada Domicilio isolado 50 49533,80 107,60Barão do Guaicuí Domicilio isolado 10 425,00 47,00Camilinho / Contagem / Raiz Domicilio isolado 70 828500,00 91,71
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Domicilio em lote comum - cortiço 5 120,00 81,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Domicilio isolado 85 243181,65 79,12
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Domicilio em lote comum - cortiço 10 7550,00 70,00
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Domicilio isolado 95 34740,53 73,74Entorno da sede urbana de Gouveia Domicilio isolado 15 4983,33 64,33Espinho Domicilio isolado 50 9228,00 61,70
Gouveia Bairro do Sol Domicilio em lote comum - cortiço 10 320,00 190,00
Gouveia Bairro do Sol Domicilio isolado 235 234,91 136,57
Gouveia Bela Vista Domicilio em lote comum - cortiço 20 459,25 117,50
Gouveia Bela Vista Domicilio isolado 170 246,38 150,50
Gouveia Capelinha Domicilio em lote comum - cortiço 15 170,00 81,67
Gouveia Capelinha Domicilio isolado 355 240,51 134,14
Gouveia Centro Domicilio em lote comum - cortiço 40 622,38 164,50
Gouveia Centro Domicilio isolado 330 286,36 142,64
Gouveia Eldorado Domicilio em lote comum - cortiço 10 270,00 131,50
Gouveia Eldorado Domicilio isolado 185 340,00 130,57Gouveia Jardim da Serra Domicilio isolado 15 108,67 24,00Gouveia Progresso Domicilio isolado 85 236,24 128,59
Gouveia São Lucas Domicilio em lote comum - cortiço 20 317,50 77,00
Gouveia São Lucas Domicilio isolado 235 260,66 102,23Gouveia São Roberto Condomínio Horizontal 50 235,00 102,00Gouveia São Roberto Domicilio isolado 5 250,00 50,00Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não Informado 5 200,00 170,00
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Domicilio em lote comum - cortiço 20 156,00 109,50
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Domicilio isolado 470 204,66 96,65Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Domicilio isolado 120 99570,00 73,46
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Domicilio isolado 5 700,00 30,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Domicilio isolado 40 795,00 69,88
38
Localidade Tipo Residência Domicílios Média área
total Média área construída
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Domicilio em lote comum - cortiço 5 384000,00 56,00
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Domicilio isolado 70 1088150,00 99,00Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Domicilio em lote comum - cortiço 5 320,00 80,00
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Domicilio isolado 280 90678,48 110,45Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A política municipal de habitação deve estar sempre atenta para a existência de um
déficit ou um superávit habitacional. O déficit acusa a presença de demanda por
moradias, as quais, regra geral, são insuficientes para as famílias de baixa renda. O
déficit pode visto como bruto, o que significa a necessidade de construção de novas
moradias, ou líquido, implicando em remodelação dos assentamentos de acordo com
novas exigências para uma residência saudável e confortável.
O déficit bruto pode ser obtido pela análise dos domicílios alugados, cedidos ou
ocupados sem o consentimento do proprietário. O fato, porém de a família residir num
domicílio alugado ou cedido não implica necessariamente em déficit. O componente
principal para o cálculo é o comprometimento da renda do inquilino com gastos com
aluguel ou a precariedade do vínculo com o proprietário, no caso de domicílios cedidos.
A análise da tabela mostra que em média as famílias comprometem R$171,42 mensais
com aluguel, importância equivalente a 57% do salário mínimo da data da pesquisa.
Tomando esse valor como parâmetro, tem-se que os moradores que comprometerem sua
renda mensal em pagamento de aluguel correspondendo a 30% ou mais de sua renda
vivem situação precária, posto que estão ameaçados em sua condição de prover a
própria subsistência.
Nessas condições foram encontradas 65 famílias residindo em domicílios alugados no
ano de 2006. Se honrassem o contrato, estariam comprometendo outras necessidades
vitais, limitando seu desenvolvimento humano.
No que diz respeito aos domicílios cedidos, deparou-se com 44 casos de moradores em
zona rural sem garantia de permanência em razão do tipo de contrato de trabalho.
Desse modo, o déficit habitacional bruto de Gouveia pode ser estimado em 114
moradias. Isso, porém, não implica a necessidade de construção de 114 novas
habitações, nem que se devam criar Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS -, há que
39
examinar também o número de lotes vagos e de domicílios desocupados, antes de se
tomar qualquer decisão.
Convém fixar como suporte de uma política conseqüente que existiam em 2006, 367
domicílios vazios, e 1.213 lotes vagos. Estoque mais do que suficiente para abrigar
5.688 novos moradores.
Tabela 1.5: Gouveia: Domicílios por regime de ocupação e valor de aluguel ou da prestação, segundo o regime de ocupação
Regime ocupação domicílios % Domicílios Média Valor do aluguel
Próprio pago 2540 79,62 0
Próprio em pagamento 20 0,63 80,5
Alugado 405 12,70 171,42Cedido 220 6,90 0,57Outros 5 0,16 0Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A tabela abaixo mostra a situação dos domicílios de acordo com o regime de ocupação
em cada uma das localidades que compõe o território municipal.
Tabela 1.6: Gouveia: Domicílios por valor de aluguel e o regime de ocupação segundo localidades – 2006.
Localidade Regime de Ocupação Domicílios Média Valor aluguel ou da
prestação Gouveia Centro Próprio pago 280 0Gouveia Centro Próprio em pagamento 5 100,00Gouveia Centro Alugado 65 225,77Gouveia Centro Cedido 20 0,00Gouveia Bairro do Sol Próprio pago 190 0,00Gouveia Bairro do Sol Alugado 45 202,22Gouveia Bairro do Sol Cedido 10 0,00Gouveia Capelinha Próprio pago 275 0,00Gouveia Capelinha Alugado 65 196,15Gouveia Capelinha Cedido 30 0,00Gouveia Eldorado Próprio pago 165 0,00Gouveia Eldorado Alugado 25 216,00Gouveia Eldorado Cedido 5 0,00
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Próprio pago 390 0,00Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Alugado 85 142,06
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Cedido 20 0,00Gouveia Bela Vista Próprio pago 150 0,00Gouveia Bela Vista Próprio em pagamento 10 111,00Gouveia Bela Vista Alugado 20 212,50Gouveia Bela Vista Cedido 10 0,00Gouveia Progresso Próprio pago 45 0,00
40
Localidade Regime de Ocupação Domicílios Média Valor aluguel ou da
prestação Gouveia Progresso Alugado 35 84,29Gouveia Progresso Outros 5 0,00Gouveia São Roberto Cedido 55 2,27Gouveia São Lucas Próprio pago 195 0,00Gouveia São Lucas Próprio em pagamento 5 0,00Gouveia São Lucas Alugado 50 144,50Gouveia São Lucas Cedido 5 0,00
Gouveia Jardim da Serra Próprio pago 15 0,00Barão do Guaicuí Próprio pago 10 0,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Próprio pago 85 0,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Cedido 5 0,00Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Próprio pago 95 0,00
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Cedido 10 0,00Espinho Próprio pago 45 0,00Espinho Cedido 5 0,00
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Próprio pago 110 0,00
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Cedido 10 0,00Camilinho / Contagem / Raiz Próprio pago 70 0,00Água Parada Próprio pago 45 0,00Água Parada Cedido 5 0,00Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Próprio pago 40 0,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Cedido 5 0,00
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Próprio pago 250 0,00
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Alugado 10 100,00
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Cedido 25 0,00
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Próprio pago 75 0,00Entorno da sede urbana de Gouveia Próprio pago 10 0,00
41
Localidade Regime de Ocupação Domicílios Média Valor aluguel ou da
prestação Entorno da sede urbana de Gouveia Alugado 5 0,00Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Outro indicador importante é a área construída, o número de cômodos de uma moradia e
os que são reservador para dormitório. Como se vê, em todas as localidades do
município, com exceção do loteamento Jardim da Serra, predominam moradias com
espaço suficiente para a sociabilidade e a intimidade. Regra geral, as casas têm mais de
dois dormitórios, salas e cozinha. Não há, portanto, que dedicar maior atenção para esse
aspecto a não ser quanto à área construída.
Tabela 1.7: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de cômodos segundo localidades – 2006.
Localidades Média área construída Média nº cômodos
Média nº dormitórios
Gouveia Centro 145,00 7,61 3,07Gouveia Bairro do Sol 138,76 7,00 2,78Gouveia Capelinha 132,01 6,26 3,12Gouveia Eldorado 130,62 5,95 2,28
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata 97,91 6,68 2,73Gouveia Bela Vista 147,03 7,76 2,84Gouveia Progresso 128,59 5,71 2,47Gouveia São Roberto 97,27 6,00 2,55Gouveia São Lucas 100,25 5,65 2,45Gouveia Jardim da Serra 24,00 4,00 2,00Barão do Guaicuí 47,00 6,50 2,00Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada 79,22 6,83 2,89Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 73,38 6,81 3,52Espinho 61,70 5,40 2,70Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro 73,46 6,17 2,71Camilinho / Contagem / Raiz 91,71 7,43 3,29Água Parada 107,60 7,00 3,20Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 65,44 5,33 2,11
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó 109,91 6,54 2,77
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal 96,13 7,93 3,53Entorno da sede urbana de Gouveia 64,33 6,00 3,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
42
O tipo de telhado determina a permeabilidade da cobertura, os riscos de gotejamento e a
formação de bolor que pode ser prejudicial à saúde. O telhado com cobertura de zinco
costuma ser o mais improvisado. A comparação entre a área construída e o tipo de
telhado favorece compreender a hierarquia da qualidade das moradias. A cobertura com
telha de cerâmica que tradicionalmente predominava em todas as casas deixou de ser
predominante, mas é característica das casas mais amplas. As moradias com menor área
construída usam cobertura de menor qualidade, como se pode ver comparando a média
da área e o número de dormitórios.
Tabela 1.8: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo localidades – 2006
Tipo telhado Domicílios % Domicílios Média área construída Média nº dormitórios
Não Informado 20 0,63 135,5 2,75Laje pré-fabricada 80 2,51 118,88 2,13
Laje maciça 50 1,57 101,8 2,5Telha de cerâmica 1220 38,24 124,88 3,04Telha de amianto 1785 55,96 105,97 2,73
Telha de zinco 35 1,10 91,43 2,29Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Do mesmo modo que o tipo de cobertura, o tipo de piso é indicador de conforto
doméstico. Como se percebe pelo exame da tabela, as casas com piso de chão batido
ainda representam 5,2% das residências. O padrão predominante de piso é de cimento,
seguido pelo de cerâmica. Pisos de madeira são indicadores de melhor condição
econômica e predominam em apenas 6% das casas.
Há que prestar atenção nas casas sem tratamento para o piso, por ser indicador do estado
de conservação do imóvel e dos riscos para a saúde, como se verá mais à frente.
43
Tabela 1.9: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo tipo de piso – 2006
Piso Domicílios % área construída dormitórios
Não Informado 10 0,3 215,0 2,5
Sem piso/ Chão batido 165 5,2 91,0 2,5
Cerâmica/ ladrilho 1065 33,4 138,9 2,8Cimento 1755 55,0 96,2 2,8
Taco/ Tábua corrida 190 6,0 143,7 3,6Carpete 5 0,2 150,0 1Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
As condições de saúde dos moradores estão também diretamente relacionadas a alguns
equipamentos domésticos, além dos serviços urbanos essenciais. A existência ou não de
cômodos com banheiros é um desses equipamentos essenciais. Pela tabela abaixo, nota-
se que das casas que têm “banheiro” , 1,7% ainda utilizam a fossa seca e 0,6% o vaso
sem descarga, expedientes nada recomendáveis.
Tabela 1.10: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo tipo de banheiro– 2006
Banheiros Domicílios % Média área construída Média nº dormitórios
Não Informado 155 4,9 68,23 2,68Completo 2845 89,2 116,21 2,84
Vaso com descarga 115 3,6 132,17 2,78
Vaso sem descarga 20 0,6 68,50 1,50
Vaso seco 55 1,7 77,36 2,91Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Note-se mais ainda: pelo menos 5,02% das residências não têm qualquer tipo de
equipamento doméstico e se valem ainda da “moita no quintal” em suas prática
higiênicas. Acrescente-se a tudo isso que 16,12% dos domicílios tem suas instalações
sanitárias localizadas fora da casa. Programas de atenção à saúde, certamente, deverão
levar em conta essa realidade.
44
Tabela 1.11: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo localização do banheiro – 2006
Localização do banheiroDomicílios % Média área construída Média nº dormitórios
Não Informado 5 0,16 180 2Ausente 160 5,02 68,84375 2,625
Próprio dentro de casa 2415 75,71 122,0373 2,884058
Próprio fora de casa 610 19,12 90,78689 2,639344Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Água encanada dentro de casa é também um indicador importante para políticas de
atenção à saúde. Com efeito, não é suficiente ter acesso aos serviços de água; sua
extensão ao espaço doméstico tem sido encarado pelos estudos de epidemiologia como
um importante fator de diminuição da mortalidade infantil tardia, por doenças que
infetam o aparelho digestivo – diarréia. A tabela abaixo exibe a atenção que de deve dar
a cada uma das localidades do município de Gouveia. Note-se que em quase todas as
localidades há sempre um pequeno número de residências ou que não têm ligação de
água, indicado pelo “não se aplica” ou que, embora tenham ligação de água, não se
cuidou de estendê-la ao banheiro e à cozinha.
Tabela 1.12: Domicílios por tipo de água encanada dentro de casa, segundo localidades do município de Gouveia – 2006
Localidade Água encanada dentro de casa. Domicílios
Média área construída
Média nº dormitórios
Gouveia Centro Sim 370 145,00 3,07
Gouveia Bairro do Sol Não se Aplica 10 65,50 4,00
Gouveia Bairro do Sol Sim 230 144,41 2,76
Gouveia Bairro do Sol Não 5 25,00 1,00
Gouveia Capelinha Sim 365 133,14 3,15
Gouveia Capelinha Não 5 50,00 1,00
Gouveia Eldorado Sim 190 133,50 2,32
Gouveia Eldorado Não 5 21,00 1,00
45
Localidade Água encanada dentro de casa. Domicílios
Média área construída
Média nº dormitórios
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não se Aplica 10 58,00 2,50
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Sim 480 99,39 2,74
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não 5 36,00 2,00
Gouveia Bela Vista Sim 190 147,03 2,84
Gouveia Progresso Sim 85 128,59 2,47
Gouveia São Roberto Não se Aplica 5 180,00 2,00
Gouveia São Roberto Sim 50 89,00 2,60
Gouveia São Lucas Sim 250 101,86 2,48
Gouveia São Lucas Não 5 20,00 1,00
Gouveia Jardim da Serra Sim 15 24,00 2,00
Barão do Guaicuí Não se Aplica 5 40,00 2,00
Barão do Guaicuí Sim 5 54,00 2,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Não se Aplica 5 30,00 2,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Sim 85 82,12 2,94
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Sim 75 72,67 3,13
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Não 30 75,17 4,50Espinho Sim 40 60,88 2,88Espinho Não 10 65,00 2,00Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Não se Aplica 10 40,00 2,50
46
Localidade Água encanada dentro de casa. Domicílios
Média área construída
Média nº dormitórios
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Sim 85 82,88 2,82Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Não 25 54,80 2,40
Camilinho / Contagem / Raiz Não se Aplica 5 49,00 2,00
Camilinho / Contagem / Raiz Sim 55 103,18 3,64
Camilinho / Contagem / Raiz Não 10 50,00 2,00
Água Parada Não se Aplica 5 74,00 3,00
Água Parada Sim 35 126,43 3,29
Água Parada Não 10 58,50 3,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Sim 20 78,75 2,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Não 25 54,80 2,20
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Sim 245 117,51 2,90
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Não 40 63,38 2,00
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Sim 60 103,58 3,58
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Não 15 66,33 3,33
Entorno da sede urbana de Gouveia Sim 10 69,50 3,50
Entorno da sede urbana de Gouveia Não 5 54,00 2,00Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A informação sobre a fonte de abastecimento da água é uma orientação para políticas de
saneamento básico. Há que esperar a universalização do acesso à Rede Pública. O uso
de “Poço ou Nascente” é contra- indicado pelo risco de exposição a contaminação e à
deficiência de controle de qualidade. Fixe-se que a rede pública atende a apenas ¾ dos
domicílios existentes.
47
Tabela 1.13: Domicílios por fonte de abastecimento de água no município de Gouveia – 2006.
Abastecimento de água Domicílios % Domicílios Não Informado 25 0,78 Rede pública 2405 75,39 Cisterna 45 1,41 Poço ou nascente 705 22,10 Chafariz comunitário 10 0,31
Total 3190 100,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
O percurso pelas localidades mostra que o atendimento pela rede pública se mostra
presente em todos os povoados, havendo que incluir o de Barão do Guaicuí que, à época
da pesquisa ainda não havia sido contemplado. Apesar disso, há que se fixar uma
política de atenção às famílias residentes em zona rural dirigida à proteção de
mananciais, e tratamento da água para uso doméstico. Programas desse tipo devem levar
em consideração riscos de contaminação das águas servidas seja por atividades de
mineração, agropecuárias e de despejos de dejetos em cursos em cursos d’água.
Tabela 1.14: Gouveia: Domicílios por fonte de abastecimento de água, média de área construída e número de dormitórios segundo localidades – 2006
Localidades Fonte abastecimento
d'água Domicílios Média área construída
Média nº dormitórios
Gouveia Centro Rede pública 370 145,0 3,1Gouveia Bairro do Sol Rede pública 245 138,8 2,8Gouveia Capelinha Rede pública 370 132,0 3,1Gouveia Eldorado Rede pública 185 136,1 2,3Gouveia Eldorado Poço ou nascente 10 29,5 2,0Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não Informado 5 120,0 3,0Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Rede pública 490 97,7 2,7Gouveia Bela Vista Rede pública 190 147,0 2,8Gouveia Progresso Não Informado 15 216,7 2,3Gouveia Progresso Rede pública 70 109,7 2,5Gouveia São Roberto Não Informado 5 180,0 2,0Gouveia São Roberto Rede pública 50 89,0 2,6Gouveia São Lucas Rede pública 255 100,3 2,5Gouveia Jardim da Serra Rede pública 15 24,0 2,0Barão do Guaicuí Poço ou nascente 10 47,0 2,0
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Rede pública 5 80,0 4,0
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Poço ou nascente 75 80,3 2,7
48
Localidades Fonte abastecimento
d'água Domicílios Média área construída
Média nº dormitórios
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Chafariz comunitário 10 70,5 3,5Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Poço ou nascente 105 73,4 3,5Espinho Poço ou nascente 50 61,7 2,7Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Cisterna 10 70,5 2,5Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Poço ou nascente 110 73,7 2,7Camilinho / Contagem / Raiz Poço ou nascente 70 91,7 3,3Água Parada Cisterna 5 95,0 4,0Água Parada Poço ou nascente 45 109,0 3,1Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Rede pública 15 38,0 2,0Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Poço ou nascente 30 79,2 2,2Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Rede pública 145 111,9 2,6Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Cisterna 20 66,3 2,0Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Poço ou nascente 120 114,8 3,1Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Cisterna 10 145,0 6,0Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Poço ou nascente 65 88,6 3,2Entorno da sede urbana de Gouveia Poço ou nascente 15 64,3 3,0Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A rede pública de esgoto reveste-se da maior importância tendo em vista as condições
de saúde da população. A universalização desse serviço é tanto mais importante tendo
em vista que o poder público foi extremamente permissivo na aprovação de loteamentos
com área média de lotes inferior ao padrão de 360 metros quadrados. Além disso, não é
suficiente dotar toda a cidade e os povoados de serviço de esgoto para águas servidas –
esgoto sanitário – a isso se deve acrescentar estações de tratamento para garantir o uso
dos cursos d’água para todos os fins a que se prestam.
Pela tabela abaixo nota-se que 65,83% dos domicílios se valem do serviço da rede de
esgoto, havendo que sublinhar que há o uso indevido de lançamento das águas servidas
na rede de água pluvial. Tendo em vista que nem sempre o morador conhece a diferença
49
em lançar águas servidas em rede pública de esgotamento sanitário ou em rede de água
pluvial, a primeira recomendação é que dentro da política de saneamento o poder
público realize um cadastramento completo da rede de esgotamento do município, ao
mesmo tempo em que cuide de sanear os cursos d’água com a construção de Estação de
Tratamento de Esgoto.
Tabela 1.15: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo destino dos esgotos– 2006
Destino dos Esgotos Domicílios % domicílios
Área construída
Nº de dormitórios
Não Informado 45 1,41 86,0 3,4 Rede pública 2100 65,83 126,6 2,8 Fossa séptica 265 8,31 114,0 2,8 Fossa Rudimentar 590 18,50 83,8 2,9 Rede de água pluvial 35 1,10 81,9 3,0 Rua ou quintal 155 4,86 63,2 2,4 Total 3190 100
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Gráfico 17 : Destino dos esgotos domiciliares
Destino dos Esgotos
0
500
1000
1500
2000
2500
Fossa
Rud
imen
tar
Rua ou
quinta
l
Domicílios
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
O detalhamento do acesso à rede pública de esgoto é mostrado na tabela abaixo. Há que
prestar atenção imediata para os domicílios cujo destino dos esgoto é a fossa rudimentar
ou a rua ou quintal. Veja-se que esse destino inadequado das águas servidas se mostra
presente até mesmo no Centro Histórico de Gouveia.
50
Tabela 1.16: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios e Destino dos esgotos segundo localidade – 2006
Localidades Destino do esgoto. domicílios Área construida Nº dornitorios Gouveia Centro Rede pública 360 146,94 3,07 Gouveia Centro Fossa Rudimentar 5 72,00 3,00
Gouveia Centro Rua ou quintal 5 78,00 3,00 Gouveia Bairro do Sol Rede pública 235 140,11 2,77 Gouveia Bairro do Sol Fossa Rudimentar 5 64,00 3,00
Gouveia Bairro do Sol Rede de água pluvial
5 150,00 3,00
Gouveia Capelinha Rede pública 325 135,17 3,26 Gouveia Capelinha Fossa séptica 20 156,75 2,25 Gouveia Capelinha Fossa Rudimentar 20 74,00 2,00
Gouveia Capelinha Rua ou quintal 5 60,00 2,00 Gouveia Eldorado Rede pública 170 136,62 2,32 Gouveia Eldorado Fossa séptica 5 200,00 2,00 Gouveia Eldorado Fossa Rudimentar 20 62,25 2,00
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Rede pública 480 98,81 2,74
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Fossa séptica 5 117,00 3,00
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Rua ou quintal 10 45,00 2,00
Gouveia Bela Vista Rede pública 165 156,42 2,88 Gouveia Bela Vista Fossa Rudimentar 15 95,00 2,67
Gouveia Bela Vista Rede de água pluvial
5 72,00 3,00
Gouveia Bela Vista Rua ou quintal 5 68,00 2,00 Gouveia Progresso Rede pública 75 125,73 2,47 Gouveia Progresso Fossa séptica 5 200,00 3,00 Gouveia Progresso Fossa Rudimentar 5 100,00 2,00
Gouveia São Roberto Não Informado 5 180,00 2,00 Gouveia São Roberto Rede pública 40 91,25 2,50 Gouveia São Roberto Rede de água
pluvial 10 80,00 3,00
Gouveia São Lucas Rede pública 215 92,81 2,53 Gouveia São Lucas Fossa séptica 25 150,00 2,00 Gouveia São Lucas Fossa Rudimentar 5 54,00 3,00
Gouveia São Lucas Rua ou quintal 10 159,00 1,50 Gouveia Jardim da Serra Rua ou quintal 15 24,00 2,00 Barão do Guaicuí Rede pública 10 47,00 2,00 Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Fossa Rudimentar 90 79,22 2,89
51
Localidades Destino do esgoto. domicílios Área construida Nº dornitorios Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Não Informado 15 90,00 5,00
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Fossa séptica 5 110,00 4,00
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Fossa Rudimentar 55 72,73 3,36
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Rua ou quintal 30 60,17 3,00
Espinho Fossa séptica 35 64,29 2,71 Espinho Fossa Rudimentar 15 55,67 2,67
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Não Informado 15 63,00 2,67
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Fossa séptica 35 97,29 3,00
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Fossa Rudimentar 60 64,00 2,58
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Rua ou quintal 10 62,50 2,50
Camilinho / Contagem / Raiz
Rede pública 5 70,00 2,00
Camilinho / Contagem / Raiz
Fossa séptica 20 83,75 4,00
Camilinho / Contagem / Raiz
Fossa Rudimentar 35 111,43 3,43
Camilinho / Contagem / Raiz
Rua ou quintal 10 49,50 2,00
Água Parada Fossa Rudimentar 35 126,43 3,29
Água Parada Rede de água pluvial
15 63,67 3,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Fossa séptica 5 110,00 2,00
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Fossa Rudimentar 30 68,50 2,17
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Rua ou quintal 10 34,00 2,00
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Rede pública 20 290,00 3,25
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Fossa séptica 95 116,84 2,74
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Fossa Rudimentar 135 89,63 2,85
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Rua ou quintal 35 66,43 2,29
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Não Informado 10 67,50 3,00
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Fossa séptica 5 190,00 6,00
52
Localidades Destino do esgoto. domicílios Área construida Nº dornitorios Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Fossa Rudimentar 55 92,45 3,18
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Rua ou quintal 5 100,00 6,00
Entorno da sede urbana de Gouveia
Fossa séptica 5 50,00 3,00
Entorno da sede urbana de Gouveia
Fossa Rudimentar 5 89,00 4,00
Entorno da sede urbana de Gouveia
Rua ou quintal 5 54,00 2,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A atenção para os resíduos sólidos – lixo doméstico, hospitalar, industrial e dos demais
serviços urbanos – tem aumentado com o crescimento das cidades. Gouveia, como já foi
mostrado, tem acusado crescimento do espaço urbano com a conseqüente diversificação
das atividades. Uma política de coleta e tratamento dos resíduos sólidos não se resume
apenas no seu recolhimento e escolha de local destinado ao seu armazenamento. Leis
ambientais, felizmente, são cada vez mais rigorosas no que diz respeito ao cuidado com
a coleta e tratamento do lixo.
Deve resultar deste Plano Diretor a fixação de medidas adequadas a tudo isso tendo em
vista a preservação do meio ambiente, em especial dos cursos d’água, e o riscos de
contaminação resultantes de deficiência de cuidados de classificação dos resíduos e de
sua destinação.
A tabela abaixo mostra o perfil geral do destino do lixo doméstico no município. Há que
esperar que a categoria “Recolhido pelo serviço municipal” se universalize. Em 2006,
apenas 73,2% das residências se valiam desse expediente. Mesmo considerando que os
domicílios dispersos na zona rural não venham a contar com a coleta municipal, há se
implantar um serviço de orientação ao destino do lixo por parte do poder público para
esses casos.
Tabela 1.17: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios segundo serviço de coleta de lixo – 2006 Destino do lixo Domicílios % Área construída Nº de cômodos Nº de dormitórios
Não Informado
10 0,3 118,0 6,5 3,0
Recolhido pelo serviço municipal
2335 73,2 123,5 6,7 2,8
53
Destino do lixo Domicílios % Área construída Nº de cômodos Nº de dormitórios
Enterrado, queimado
620 19,4 84,4 6,4 2,9
Jogado perto de casa
225 7,1 89,2 6,7 3,2
Total 3190 100
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Gráfico 18: Gouveia, Domicílios pro destino do lixo - 2006
Domicílios por destino do lixo
0
500
1000
1500
2000
2500
NãoInformado
Recolhidopelo serviçomunicipal
Enterrado,queimado
Jogado pertode casa
Domicílios
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
O exame do destino do lixo por localidades do município mostra que até mesmo nas
áreas urbanas existem deficiências no cuidado de recolhimento dos resíduos. A
categoria “Jogado perto de casa” denuncia a pior condição de destino do lixo em
diferentes localidades do município a começar pela do Centro Histórico.
Tabela 1.18: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios e destino do lixo segundo localidades – 2006
Localidades Destino do Lixo Domicílios
Média área
construída Nº
cômodos Nº
dormitórios
Gouveia Centro Recolhido pelo serviço municipal 360 146,8 7,6 3,1
Gouveia Centro Jogado perto de casa 10 82,0 8,0 3,0
54
Localidades Destino do Lixo Domicílios
Média área
construída Nº
cômodos Nº
dormitórios
Gouveia Bairro do Sol Recolhido pelo serviço municipal 235 138,7 7,0 2,7
Gouveia Bairro do Sol Enterrado, queimado 5 150,0 7,0 3,0Gouveia Bairro do Sol Jogado perto de casa 5 130,0 8,0 4,0
Gouveia Capelinha Recolhido pelo serviço municipal 360 133,9 6,3 3,2
Gouveia Capelinha Enterrado, queimado 10 65,0 4,5 1,5
Gouveia Eldorado Recolhido pelo serviço municipal 180 135,2 6,0 2,3
Gouveia Eldorado Enterrado, queimado 5 38,0 7,0 3,0Gouveia Eldorado Jogado perto de casa 10 95,0 5,0 2,0
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Recolhido pelo serviço municipal 470 99,2 6,7 2,7
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Enterrado, queimado 20 79,5 5,8 3,0
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Jogado perto de casa 5 54,0 4,0 1,0
Gouveia Bela Vista Recolhido pelo serviço municipal 185 146,9 7,6 2,8
Gouveia Bela Vista Enterrado, queimado 5 150,0 12,0 4,0
Gouveia Progresso Recolhido pelo serviço municipal 80 130,4 5,8 2,5
Gouveia Progresso Enterrado, queimado 5 100,0 5,0 2,0Gouveia São Roberto Não Informado 5 180,0 6,0 2,0
Gouveia São Roberto Recolhido pelo serviço municipal 50 89,0 6,0 2,6
Gouveia São Lucas Recolhido pelo serviço municipal 225 88,5 5,6 2,4
Gouveia São Lucas Enterrado, queimado 5 298,0 5,0 2,0Gouveia São Lucas Jogado perto de casa 25 166,8 6,2 3,0
Gouveia Jardim da Serra Recolhido pelo serviço municipal 5 20,0 5,0 2,0
Gouveia Jardim da Serra Jogado perto de casa 10 26,0 3,5 2,0Barão do Guaicuí Enterrado, queimado 5 54,0 7,0 2,0Barão do Guaicuí Jogado perto de casa 5 40,0 6,0 2,0
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Enterrado, queimado 90 79,2 6,8 2,9
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Enterrado, queimado 55 65,5 6,6 3,4
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Jogado perto de casa 50 82,0 7,0 3,7Espinho Enterrado, queimado 50 61,7 5,4 2,7
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Enterrado, queimado 105 61,0 6,0 2,6
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Jogado perto de casa 15 160,3 7,7 3,7Camilinho / Contagem / Raiz Enterrado, queimado 40 110,0 7,5 3,3Camilinho / Contagem / Raiz Jogado perto de casa 30 67,3 7,3 3,3Água Parada Enterrado, queimado 40 114,0 7,0 3,1
55
Localidades Destino do Lixo Domicílios
Média área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosÁgua Parada Jogado perto de casa 10 82,0 7,0 3,5
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Enterrado, queimado 45 65,4 5,3 2,1
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Recolhido pelo serviço municipal 185 117,7 6,8 2,7
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Enterrado, queimado 85 102,6 6,4 3,0
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Jogado perto de casa 15 55,0 4,7 2,3
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Não Informado 5 56,0 7,0 4,0Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Enterrado, queimado 40 114,8 7,8 3,3
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Jogado perto de casa 30 78,0 8,3 3,8
Entorno da sede urbana de Gouveia Enterrado, queimado 10 71,5 6,5 3,0Entorno da sede urbana de Gouveia Jogado perto de casa 5 50,0 5,0 3,0Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Pavimentação das ruas é considerada como recurso conveniente para contar erosão, bem
como para favorecer a circulação de veículos e pedestres. A pavimentação asfáltica é
valorizada muitas vezes por conferir importância ao logradouro. Entretanto, há que se
levar em conta, não apenas o custo de implantação e conservação, mas também os
efeitos da impermeabilização das áreas públicas. Há que lembrar que a pavimentação
aumenta a velocidade do escoamento de águas pluviais, constituindo-se em ponderável
fator de erosão. Pavimentação deve estar fortemente articulada a um programa de
esgotamento de águas pluviais, à coleta de resíduos sólidos para impedir o entupimento
das chamadas “bocas de lobo” e também à declividade dos logradouros.
Desse modo, há que definir que uma política de pavimentação seja obediente ao plano
de classificação viária apresentado como anexo da Lei do Plano Diretor e compatível
com a declividade da via.
O gráfico mostra que 30% dos domicílios do município de Gouveia se localizam em
logradouros sem pavimentação. Tendo em vista os riscos de erosão há que avaliar essa
condição segundo os casos. Vê-se também que a pavimentação asfáltica tem sido a
preferida pelo poder municipal. Esse recurso deve também ser avaliado, tendo em vista
56
o que já se ponderou – asfalto aumenta o ritmo de escoamento de águas pluviais e
impermeabiliza mais o logradouro.
Gráfico 19: Domicílios por tipo de pavimentação – Gouveia 2006
Domicílios por tipo de pavimentação
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Não Informado Asfalto Calçamento Não Tem
%
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A análise das distribuição do tipo de pavimentação por localidade deve orientar a
fixação de programas de pavimentação adequada para essas localidades, tendo ainda em
vista a classificação viária.
Tabela 1.19: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios e tipo de pavimentação segundo localidades – 2006
Localidades Tipo de
Pavimentação. Domicílios Área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosGouveia Centro Asfalto 350 147,26 7,71 3,13Gouveia Centro Calçamento 15 116,67 5,00 1,67Gouveia Centro Não Tem 5 72,00 8,00 3,00Gouveia Bairro do Sol Asfalto 165 134,18 7,06 2,85Gouveia Bairro do Sol Calçamento 80 148,19 6,88 2,63Gouveia Capelinha Não Informado 5 200,00 6,00 3,00Gouveia Capelinha Asfalto 275 145,20 6,56 3,36Gouveia Capelinha Calçamento 65 95,77 5,54 2,38Gouveia Capelinha Não Tem 25 67,60 4,80 2,40Gouveia Eldorado Asfalto 90 168,50 6,33 2,44Gouveia Eldorado Calçamento 90 107,33 5,78 2,17Gouveia Eldorado Não Tem 15 43,00 4,67 2,00Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não Informado 5 50,00 4,00 1,00
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Asfalto 390 104,31 6,95 2,81
57
Localidades Tipo de
Pavimentação. Domicílios Área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosGouveia Serrinha / Recanto da Mata Calçamento 50 90,70 6,40 2,40
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Não Tem 50 60,00 5,10 2,60Gouveia Bela Vista Asfalto 185 149,05 7,81 2,84Gouveia Bela Vista Não Tem 5 72,00 6,00 3,00Gouveia Progresso Asfalto 10 173,00 6,00 3,00Gouveia Progresso Calçamento 75 122,67 5,67 2,40Gouveia São Roberto Não Informado 5 180,00 6,00 2,00Gouveia São Roberto Asfalto 20 82,50 5,25 2,25Gouveia São Roberto Calçamento 25 92,00 6,60 2,80Gouveia São Roberto Não Tem 5 100,00 6,00 3,00Gouveia São Lucas Asfalto 70 87,14 5,71 2,50Gouveia São Lucas Calçamento 130 89,65 5,85 2,50Gouveia São Lucas Não Tem 55 142,00 5,09 2,27Gouveia Jardim da Serra Não Tem 15 24,00 4,00 2,00Barão do Guaicuí Não Tem 10 47,00 6,50 2,00
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Não Tem 90 79,22 6,83 2,89
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Não Tem 105 73,38 6,81 3,52Espinho Não Tem 50 61,70 5,40 2,70
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Não Tem 120 73,46 6,17 2,71Camilinho / Contagem / Raiz Não Tem 70 91,71 7,43 3,29Água Parada Não Tem 50 107,60 7,00 3,20
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Não Tem 45 65,44 5,33 2,11
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Asfalto 150 117,13 6,83 2,87Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Não Tem 135 101,89 6,22 2,67
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Não Tem 75 96,13 7,93 3,53
Entorno da sede urbana de Gouveia Não Tem 15 64,33 6,00 3,00Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A síntese de avaliação dos domicílios ocupados permite qualificar o déficit habitacional
discutido no início desta seção. Para classificar os domicílios pelo estado de
conservação foram examinados tipo de telhado, tipo de piso, tipo de banheiro,
localização da cozinha, tipo de parede, material da parede, tipo de reservatório. Um
domicílio foi considerado em “estado ótimo” Se todos os itens observados: telhado sem
gotejamento, piso sem buracos ou carpete bem higienizado, banheiro bem situado e em
boas condições de uso e limpeza, cozinha bem arejada e revestida, tipo de parede sem
58
necessidade de reparos, material da parede definitivo e bem conservado, reservatório de
água sem vazamento e bem construído. “Bom” se até dois dos itens enumerados acima
merecessem reparos. “Regular”se até quatro itens merecessem reparo.
“Em reparo” Se a casa estiver recebendo modificações: retirada de goteiras no telhado,
novo engradamento do mesmo, revisões nos pisos, paredes, banheiro, ou qualquer obra
que corrija o estado de conservação do imóvel.
“Péssimo” Se todos os itens observados merecerem reparos, ou se houver itens que
necessitem de reforma urgente. Neste último caso, o telhado quase desabando, as
paredes prestes a desmoronar, a caixa d’água vazando no forro.
“Inacabado” Se a construção estiver interrompida, ou mesmo se em andamento, faltar
boa condição a qualquer um dos itens: telhado de laje não impermeabilizada, parede
sem reboco, banheiro sem descarga, uso improvisado de cômodos, etc.
“Precário” Se ficou evidente o uso de material reciclado sem o devido aproveitamento.
Isso é mais comum no caso de paredes, portas e telhado.. Precário só se aplicou para
domicílios improvisados. No caso de uma casa em mau estado de conservação,
necessitando de reforma urgente foi classificada como “Péssimo”.
Pelo que se vê pela tabela abaixo 150 domicílios mereciam atenção quanto ao estado de
conservação. Deve resultar dessa ponderação que uma política habitacional precisa
levar em consideração não apenas a necessidade de construção de novas moradias, mas
principalmente orientação para reparo das existentes.
Tabela 1.20: Estado de Conservação dos imóveis ocupados para uso residencial no município de Gouveia - 2006
Estado de Conservação do imóvel Domicílios % domicílios Não Informado 10 0,31 Ótimo 1050 32,92 Bom 1365 42,79 Regular 455 14,26 Em reparo 40 1,25 Péssimo 105 3,29 Inacabado 120 3,76 Precário 45 1,41 Total 3190 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
59
Gráfico 20: Gouveia percentual de domicílios por estado de conservação do imóvel - 2006
Estado de conservação do imóvel - % domicílios
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
Não Informado Ótimo Bom Regular Em reparo Péssimo Inacabado Precário
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
O acompanhamento do estado de conservação em cada uma das localidades é mostrado
na tabela abaixo. Note-se que há mais domicílios necessitando de reparo nas áreas
urbanas do que nas rurais.
Tabela 1.21: Gouveia: Domicílios por média de área construída e número de dormitórios e estado de conservação do imóvel segundo localidades – 2006
Localidades Conservação Imóvel Domicílios Área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosGouveia Centro Ótimo 180 163,8 8,3 3,1Gouveia Centro Bom 165 128,2 7,1 3,1Gouveia Centro Regular 15 131,3 5,7 2,3Gouveia Centro Inacabado 5 130,0 6,0 2,0Gouveia Centro Precário 5 78,0 6,0 3,0Gouveia Bairro do Sol Ótimo 110 175,8 7,2 2,7Gouveia Bairro do Sol Bom 110 121,5 7,0 2,9Gouveia Bairro do Sol Regular 5 61,0 6,0 2,0Gouveia Bairro do Sol Péssimo 10 44,5 4,0 2,0Gouveia Bairro do Sol Precário 10 54,0 7,5 3,0Gouveia Capelinha Ótimo 130 158,7 7,0 3,3Gouveia Capelinha Bom 180 124,3 5,9 3,2
60
Localidades Conservação Imóvel Domicílios Área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosGouveia Capelinha Regular 55 98,5 5,6 2,6Gouveia Capelinha Inacabado 5 85,0 5,0 3,0Gouveia Eldorado Não Informado 5 200,0 6,0 3,0Gouveia Eldorado Ótimo 55 170,9 6,5 2,4Gouveia Eldorado Bom 105 110,8 5,8 2,3Gouveia Eldorado Regular 10 71,0 4,5 1,5Gouveia Eldorado Em reparo 5 200,0 5,0 2,0Gouveia Eldorado Péssimo 5 21,0 2,0 1,0Gouveia Eldorado Inacabado 5 250,0 7,0 3,0Gouveia Eldorado Precário 5 75,0 11,0 2,0Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Ótimo 205 108,6 7,7 2,9Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Bom 140 95,4 6,2 2,7Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Regular 90 82,8 5,8 2,6Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Em reparo 15 73,3 5,3 2,3Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Péssimo 15 88,7 5,3 2,0Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Inacabado 20 118,0 6,3 2,5Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Precário 10 61,0 5,0 3,0Gouveia Bela Vista Ótimo 115 147,5 8,5 2,9Gouveia Bela Vista Bom 65 157,5 6,8 2,8Gouveia Bela Vista Regular 5 80,0 8,0 3,0Gouveia Bela Vista Em reparo 5 68,0 4,0 2,0Gouveia Progresso Ótimo 20 147,5 5,8 2,3Gouveia Progresso Bom 55 126,9 6,0 2,7Gouveia Progresso Regular 5 100,0 3,0 1,0Gouveia Progresso Em reparo 5 100,0 5,0 2,0Gouveia São Roberto Não Informado 5 180,0 6,0 2,0Gouveia São Roberto Ótimo 20 65,0 6,3 2,5Gouveia São Roberto Bom 30 105,0 5,8 2,7Gouveia São Lucas Ótimo 80 94,1 6,2 2,7Gouveia São Lucas Bom 125 98,2 5,4 2,4Gouveia São Lucas Regular 15 73,3 5,3 2,3Gouveia São Lucas Em reparo 5 20,0 2,0 1,0Gouveia São Lucas Inacabado 30 152,2 6,0 2,5Gouveia Jardim da Serra Regular 5 20,0 5,0 2,0Gouveia Jardim da Serra Inacabado 5 40,0 6,0 3,0Gouveia Jardim da Serra Precário 5 12,0 1,0 1,0Barão do Guaicuí Ótimo 10 47,0 6,5 2,0
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Ótimo 5 120,0 12,0 4,0Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Bom 60 81,9 7,2 3,1
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada Regular 25 64,6 5,0 2,2Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Bom 10 74,5 7,5 3,5Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Regular 65 82,2 6,7 3,5Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Péssimo 25 51,2 6,8 3,4Engenho da Bilia / Engenho da Raquel Inacabado 5 67,0 7,0 4,0Espinho Ótimo 10 50,0 5,0 2,5
61
Localidades Conservação Imóvel Domicílios Área
construída Nº
cômodos Nº
dormitóriosEspinho Bom 35 72,4 6,0 3,0Espinho Péssimo 5 10,0 2,0 1,0Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Ótimo 15 60,0 7,3 3,0
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Bom 40 98,0 7,0 2,8
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Regular 35 67,3 5,6 2,7Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Em reparo 5 100,0 8,0 4,0
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Péssimo 15 47,3 4,3 2,0
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro Inacabado 10 43,0 5,0 2,5Camilinho / Contagem / Raiz Ótimo 20 153,8 8,8 3,5Camilinho / Contagem / Raiz Bom 30 76,7 7,8 3,7Camilinho / Contagem / Raiz Regular 15 53,0 6,0 2,7Camilinho / Contagem / Raiz Inacabado 5 50,0 4,0 2,0Água Parada Bom 20 150,0 7,5 3,3Água Parada Regular 20 84,5 7,0 3,0Água Parada Péssimo 5 64,0 6,0 4,0Água Parada Precário 5 74,0 6,0 3,0Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Bom 10 77,5 5,0 1,5Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Regular 20 82,5 6,5 2,5Riacho dos Ventos / Usina / Capivara Inacabado 15 34,7 4,0 2,0Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Ótimo 75 144,7 8,0 3,1Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Bom 110 107,0 6,9 3,1Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Regular 65 97,8 5,2 2,2Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Péssimo 20 75,0 5,0 2,3Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Inacabado 10 70,0 5,5 2,5Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Precário 5 30,0 3,0 1,0
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Bom 70 98,4 8,1 3,5Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal Péssimo 5 64,0 6,0 4,0Entorno da sede urbana de Gouveia Bom 5 89,0 8,0 4,0Entorno da sede urbana de Gouveia Regular 5 54,0 5,0 2,0Entorno da sede urbana de Gouveia Inacabado 5 50,0 5,0 3,0Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Finalmente, a situação de regularidade do imóvel é um ponto de interesse da política
municipal. Note-se que t,74% dos domicílios ocupados no município acusam que o “o
imóvel não é cadastrado”.
62
Tabela 1.22: Gouveia: Domicílios por renda média em reais segundo situação de regularidade do imóvel– 2006
Recebe guia do IPTU Renda_media Renda Per
capita Domicílios %
domicílios Não Informado 654,86 195,89 565 17,71 Sim - É isento 700,00 127,08 20 0,63
Sim - Recebe para recolher 902,24 306,25 2010 63,01
Não - O imóvel não é cadastrado. 683,02 215,77 215 6,74 Não - É por conta do proprietário 785,20 257,13 380 11,91 Total 3190 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
A situação de irregularidade do imóvel pode ser mais bem analisada na tabela seguinte.
Vale fixar que de acordo com a política urbana do governo federal e estadual há
destaque para a questão da regularização fundiária, especialmente para os municípios
com Plano Diretor aprovado. A regularização plena vai além da simples titularidade do
imóvel, mas essa é um momento importante.
No caso de Gouveia há se prestar atenção também para a obediência ao Código de
Obras e de Posturas em especial para o tamanho dos passeios e recuo dos imóveis. A
tabela exibida mostra a dimensão dos aspectos que devem ser considerados quanto à
regularização de acordo com a condição dos moradores.
Tabela 1.23: Gouveia: Domicílios por renda média, número de moradores, regime de ocupação e situação de regularidade, segundo localidades – 2006 Local.Descrição Regime de
Ocupação. Recebe Guia
de IPTU. Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Gouveia Centro Próprio pago Sim - Recebe
para recolher 280 1372,6
25 880 469,66
24 Gouveia Centro Próprio em
pagamento Sim - Recebe para recolher
5 1005 30 167,5
Gouveia Centro Alugado Não Informado
5 750 25 150
Gouveia Centro Alugado Sim - Recebe para recolher
10 2150,5 15 1450,25
Gouveia Centro Alugado Não - É por conta do proprietário
50 985 185 383,0952
Gouveia Centro Cedido Sim - Recebe para recolher
15 613,3333
45 215,8333
Gouveia Centro Cedido Não - É por conta do proprietário
5 350 20 87,5
Gouveia Bairro do Sol
Próprio pago Sim - É isento
5 750 20 187,5
63
Local.Descrição Regime de Ocupação.
Recebe Guia de IPTU.
Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Gouveia Bairro do Sol
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
180 938,3333
715 263,8376
Gouveia Bairro do Sol
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
5 520 20 130
Gouveia Bairro do Sol
Alugado Sim - Recebe para recolher
25 816 95 280,6667
Gouveia Bairro do Sol
Alugado Não - O imóvel não é cadastrado.
5 385 20 96,25
Gouveia Bairro do Sol
Alugado Não - É por conta do proprietário
15 1066,667
45 341,6667
Gouveia Bairro do Sol
Cedido Sim - Recebe para recolher
10 460 40 267,1429
Gouveia Capelinha
Próprio pago Sim - É isento
5 150 20 37,5
Gouveia Capelinha
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
265 654,5849
1010 201,8097
Gouveia Capelinha
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
5 200 15 66,66667
Gouveia Capelinha
Alugado Sim - Recebe para recolher
15 556,6667
65 193,2381
Gouveia Capelinha
Alugado Não - É por conta do proprietário
50 829 170 277,8333
Gouveia Capelinha
Cedido Sim - Recebe para recolher
15 691,6667
45 247,2222
Gouveia Capelinha
Cedido Não - O imóvel não é cadastrado.
5 750 20 187,5
Gouveia Capelinha
Cedido Não - É por conta do proprietário
10 800 30 312,5
Gouveia Eldorado
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
150 685,1667
545 209,6571
Gouveia Eldorado
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
15 446,6667
50 168,2222
Gouveia Eldorado
Alugado Sim - Recebe para recolher
10 721,5 25 302,4167
Gouveia Eldorado
Alugado Não - É por conta do proprietário
15 566,6667
40 227,7778
Gouveia Eldorado
Cedido Sim - Recebe para recolher
5 350 5 350
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Próprio pago Não Informado
10 1082,5 40 270,625
Gouveia Serrinha / Recanto da
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
360 866,8889
1185 291,9516
64
Local.Descrição Regime de Ocupação.
Recebe Guia de IPTU.
Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Mata
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
20 692,5 80 194,1667
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Alugado Não Informado
5 0 25 0
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Alugado Sim - Recebe para recolher
15 530 70 189,2857
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Alugado Não - O imóvel não é cadastrado.
5 350 40 43,75
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Alugado Não - É por conta do proprietário
60 902,9167
210 292,2014
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Cedido Sim - Recebe para recolher
15 891,6667
75 220,8333
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Cedido Não - É por conta do proprietário
5 800 15 266,6667
Gouveia Bela Vista
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
150 1252,733
510 473,4951
Gouveia Bela Vista
Próprio em pagamento
Sim - Recebe para recolher
10 873,5 35 253,6667
Gouveia Bela Vista
Alugado Sim - Recebe para recolher
5 1367 25 273,4
Gouveia Bela Vista
Alugado Não - É por conta do proprietário
15 1150 40 414,6667
Gouveia Bela Vista
Cedido Sim - Recebe para recolher
5 500 5 500
Gouveia Bela Vista
Cedido Não - O imóvel não é cadastrado.
5 1080 15 360
Gouveia Progresso
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
40 740,625
155 209,5536
Gouveia Progresso
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
5 700 10 350
Gouveia Progresso
Alugado Não - O imóvel não é cadastrado.
5 650 35 92,85714
Gouveia Progresso
Alugado Não - É por conta do proprietário
30 541,6667
100 190,6667
65
Local.Descrição Regime de Ocupação.
Recebe Guia de IPTU.
Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Gouveia Progresso
Outros Não Informado
5 1400 20 350
Gouveia São Roberto
Cedido Não - É por conta do proprietário
55 633,1818
230 164,4242
Gouveia São Lucas
Próprio pago Sim - É isento
5 500 30 83,33333
Gouveia São Lucas
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
175 792 595 296,0697
Gouveia São Lucas
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
15 830 75 157,3016
Gouveia São Lucas
Próprio em pagamento
Sim - Recebe para recolher
5 1050 25 210
Gouveia São Lucas
Alugado Sim - Recebe para recolher
5 500 15 166,6667
Gouveia São Lucas
Alugado Não - É por conta do proprietário
45 865,5556
180 230,1852
Gouveia São Lucas
Cedido Não - É por conta do proprietário
5 500 15 166,6667
Gouveia Jardim da Serra
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
15 650 65 149,0476
Barão do Guaicuí
Próprio pago Não Informado
10 525 30 187,5
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Próprio pago Não Informado
75 624,9333
300 169,2967
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
5 430 5 430
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
5 450 10 225
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Cedido Não Informado
5 790 30 131,6667
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Próprio pago Não Informado
85 806,1765
405 249,3988
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
10 375 80 47,22222
66
Local.Descrição Regime de Ocupação.
Recebe Guia de IPTU.
Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Cedido Não Informado
5 350 5 350
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Cedido Não - O imóvel não é cadastrado.
5 700 15 233,3333
Espinho Próprio pago Não Informado
45 952,2222
145 294,037
Espinho Cedido Não Informado
5 265 30 44,16667
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Próprio pago Não Informado
85 491,1765
340 167,4608
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
25 1082 95 436,8214
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Cedido Não Informado
10 315 30 105
Camilinho / Contagem / Raiz
Próprio pago Não Informado
70 767,1429
280 225,1899
Água Parada Próprio pago Não Informado
40 470,625
235 87,41667
Água Parada Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
5 700 10 350
Água Parada Cedido Não Informado
5 350 20 87,5
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Próprio pago Não Informado
20 565 90 132,125
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
15 680 65 198,3333
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Próprio pago Não - É por conta do proprietário
5 95 40 11,875
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Cedido Não - É por conta do proprietário
5 350 15 116,6667
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Próprio pago Não Informado
50 703,5 170 231,0417
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
150 798,6 490 283,7792
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
50 725 175 239,0167
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Alugado Não - É por conta do proprietário
10 325 35 87,5
67
Local.Descrição Regime de Ocupação.
Recebe Guia de IPTU.
Domicílios ocupados
Renda media
Moradores
Renda Per
capita Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Cedido Não Informado
10 400 30 143,75
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Cedido Sim - Recebe para recolher
5 2000 15 666,6667
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Cedido Não - O imóvel não é cadastrado.
10 347,5 65 54,94048
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Próprio pago Não Informado
5 555 35 79,28571
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Próprio pago Sim - É isento
5 1400 35 200
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Próprio pago Sim - Recebe para recolher
50 567 205 159,4333
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
Próprio pago Não - O imóvel não é cadastrado.
15 726,6667
65 203,6667
Entorno da sede urbana de Gouveia
Próprio pago Não Informado
10 372,5 40 107,8333
Entorno da sede urbana de Gouveia
Alugado Não Informado
5 350 5 350
Total 3190 11755
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
Pelo que se viu e ainda pela ampla análise fornecida pelas informações coletadas, há
que recomendar:
Em primeiro lugar, o perímetro urbano da cidade de Gouveia e dos povoados deve ser
mantido de acordo com a delimitação contida nos anexos cartográficos deste relatório.
Não há qualquer necessidade de oferta de novos loteamentos no município de Gouveia.
Deve-se delinear um perímetro de expansão urbana para a sede do município e
diretrizes de ocupação dessas áreas considerando-se sempre a preservação de
mananciais, a preservação da cobertura vegetal e os riscos de erosão.
68
ETE
ETE
ETE
ETE
ETE
São Lucas
Centro
Serrinha
Cruz das
Almas
Figura 3: Gouveia sede urbana - proposta de agrupamento de parcelamentos para consolidação de bairros
É de fundamental importância definir uma política de habitação, considerando-se os
processos de morar, ou seja, tendo a casa apenas como um dos componentes da vida
urbana, Há, portanto que distinguir os parcelamentos autorizados pela prefeitura dos
bairros propriamente ditos. O Planejamento de Bairro que se propõe neste diagnóstico
leva em consideração a importância de se consolidarem unidades de vida urbana tão
necessária à promoção de uma vida saudável. Tanto a Lei 6766 /79, quanto a Lei 10.257
de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade prescrevem a existência de espaço público
para favorecer a sociabilidade, a vida comunitária e a prestação adequada de serviços de
suporte à moradia. O saber popular, consolidado pelos antepassados deixa claro a
importância desses espaços. Para isso basta percorrer quaisquer dos povoados para
averiguar a existência de uma ampla praça em frente às capelas e a formação do
comércio local. Em Gouveia, a formação da sede urbana se dá sucessivamente pelo
largo da matriz, em seguida, do Rosário, posteriormente do Cruzeiro – atual Praça
Indinha Ribas -, de Nossa Senhora das Dores, da Cruz de Cândido, onde se localiza
atualmente o Centro Poliesportivo. Essa preocupação com espaços de sociabilidade de
localização dos serviços comunitários – escolas, postos ou centros de saúde, centros
sociais -, deve se fixar na tradição de todos os moradores para garantir um cidade
saudável. Cumpre lembrar que muitas demandas por segurança se resolvem
69
simplesmente pelo cuidado em estabelecer um padrão espacial adequado à
sociabilidade. Nenhum poder policial é suficiente quando falta um padrão espacial
adequado á vida social. Os padrões espaciais ao ensejarem espaços de co-presença
favorecem a construção de identidade dos lugares e as regras de visa social necessárias à
paz urbana.
Finalmente, a atenção para as condições de habitação, mostraram que o cuidado em
promover uma vida saudável deve ter a moradia como uma referência para os serviços
públicos essenciais à saúde pública. Água, esgoto, estação de tratamento, coleta e
tratamento do lixo, classificação viária, sistema viário conseqüente com a declividade,
as sub-bacias hidrográficas, a velocidade de escoamento das águas pluviais, tudo isso é
essencial e deve fundamentar políticas adequadas para o atendimento de toda a
população e a garantia de uma cidade saudável.
70
MAPA GOUVEIAZONEAMENTO - CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA
DATA: 21-06-2008
Classificação Viária
Arterial (45)Coletora (64)Via de Integração Local (13)Via Municipal (6)
Zoneamento
ZA - Zona de Adensamento (114)ZAR - Zona de Adensamento Restrito (72)ZC - Zona de Central (35)AEIS - Áreas de Especial de Interesse Social (26)ZAI - Zona de Atividades Incômodas (7)ZOC - Zona de Ocupação Controlada (39)
Figura 4: Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia: Plano Diretor 2006.
71
DIAGNÓSTICO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
A primeira coisa a ser lembrada quando se examinam as atividades econômicas de uma
localidade é que tais atividades não têm que ser atraentes para a cidade. A cidade é que
tem que ser atraente para elas. Isto se aplica para todas, mas especialmente para a
atividade industrial. A indústria não tem que ser atraente para a cidade, a cidade é que
tem que ser atraente para a indústria.
Tome-se como exemplo, em primeiro lugar os serviços. Exemplifique-se com a rede
hoteleira. A cidade pode desejar construir um hotel de cinco estrelas, com amplos
espaços de lazer e eventos, restaurantes diversificados com cozinha de padrão
internacional, instalações adequadas para receber altos executivos, pessoal de serviços
com domínio das principais línguas, área de estacionamento, serviços de apoio ao
turismo etc. Pergunta-se: qual a demanda dos visitantes por esse tipo de serviço?
Do mesmo modo se deve perguntar pelo porte e diversificação dos serviços de saúde,
educação, ou atém mesmo para serviços pessoais como salões de beleza.
A pergunta se torna insistente quando se analisa o comércio por ramo, porte e tipo de
atendimento e do mesmo modo as atividades de produção: indústria e agricultura e
pecuária.
Há que fixar o que já se examinou na contextualização regional de Gouveia para se ter
presente a trajetória do crescimento do Produto Interno Bruto dos municípios
considerados, e as coações impostas ao desenvolvimento local no contexto regional. Há
principalmente que focar a atenção para o que se convencionou chamar de capital
humano. Sob esse aspecto, os limites do desenvolvimento local e regional dependem
estreitamente das condições desse capital, dos índices de desenvolvimento humano.
Quanto mais limitadas estejam as pessoas no que diz respeito a proverem a própria
subsistência, a terem acesso ao conhecimento disponível e a viverem uma vida longa e
saudável, tanto menores são as possibilidades de diversificação e crescimento das
atividades econômicas.
No estudo do comportamento das atividades econômicas, há que prestar atenção em
como se consolida localmente a cadeia produtiva. Isto quer dizer que um município tem
72
tanto maior poder de desenvolvimento, quanto mais se torna autônomo nos ramos de
atividades complementares que favoreçam a acumulação interna e a racionalidade dos
investimentos e endividamentos. Dito de outra modo, quanto menor for a dívida externa
ao circuito produtivo, tanto maior o poder de crescimento e desenvolvimento. A
resposta adequada a isso se obtém comparando, onde cada estabelecimento compra os
produtos necessários ao seu funcionamento e quanto custa a aquisição de máquinas,
equipamentos, matéria prima e pessoal qualificado e onde vende e qual o valor dos
produtos. Superávit ou déficit entre o que se obtém e o que se vende dão a medida da
sustentação de um dado empreendimento ou de sua dependência interna ou externa ou,
ainda de exposição a crises conforme a conjuntura.
Isto posto, examina-se em linhas gerais o quadro das atividades econômicas localizadas
no município de Gouveia e recomenda-se estudos aprofundados sobre a sustentabilidade
e razões de dependência dessas atividades com base nas informações coletadas. Tais
estudos exigem a condução por economistas especializados em análise regional e
principalmente o interesse local de promover o desenvolvimento com menores riscos e
ganhos para a coletividade.
Conforme apresentado na análise da Estrutura Espacial, Gouveia exibe um relevo
movimentado, exibindo amplas áreas definitivamente não adequadas às atividades
agropecuárias. A tabela 01 apresenta o total das áreas ocupadas segundo os usos
domiciliar, industrial, comercial, de serviços e de agricultura. Vê-se que 73,2% de toda
área tem ocupação. Note-se ainda que 45,83% do território do município é reservado às
atividades agrícolas, e 27,24% às residências dos moradores. Indústria, comércio e
serviços ocupam área mínima do município, mesmo incluindo a indústria extrativa
mineral.
Tabela 01: Área dos estabelecimentos localizados no município, segundo usos – Gouveia 2006 Área segundo usos Área dos Estabelecimentos em hectares % usos % área total Agricultura 33.728,52 62,573 45,83 Indústria 58,27 0,108 0,08 Comercio 2,38 0,004 0,003 Serviços 2,42 0,004 0,003 Lotes domicílios 20.110,98 37,310 27,325 Total usos 53.902,56 100,000 73,237 Área total 73.600,00 XX 100,000 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
73
A presença de indústrias e das demais atividades na sede urbana deve merecer atenção
especial quanto ao emprego e à qualificação da população moradora tendo em vista
perspectivas de desenvolvimento sustentável do município.
A Pesquisa de Atividades Econômicas realizada, nos meses de junho e julho de 2006,
acusou a existência de 54 estabelecimentos industriais em Gouveia. Merece explicitar as
intenções dos proprietários ou diretores dessas indústrias quanto a sua visão de futuro
dos estabelecimentos. A maioria dos estabelecimentos industriais – 39 deles - está
localizada na sede urbana do município, representando 72,2% do total. A Vila
Alexandre Mascarenhas comparece com 8 estabelecimentos, equivalendo a 14,8%, e a
zona rural, com 7, o que representa 13% das indústrias do município.
Antes de analisar essas indústrias quanto ao valor investido, e ao volume de emprego,
importa contemplar o compromisso dos empreendedores com o município; melhor
dizendo a avaliação de cada um quanto à oportunidade de mercado oferecido pelo
estabelecimento.
Vê-se pelo gráfico 01 que a maioria das industriais situadas na área urbana de Gouveia
tem como meta imediata ampliar as atividades. Ao todo, são 21 estabelecimentos que
representam 53,8% do total dos situados nessa área. Eles são também os que têm a
maior média de capital e a maior média de valor de produção. Isto significa que todos
esses estabelecimentos avaliam positivamente sua localização no município do ponto de
vista da produtividade, do mercado e da mão de obra. Comparecem, em segundo lugar,
os estabelecimentos que pretendem “manter como está”, ou seja, não estão se
preparando para ampliar nem diversificar suas atividades, e não cogitam de transferir
para terceiros, mudar de local, ou encerrar as atividades. A média de capital desses
estabelecimentos é R$16.571,43,o que equivale a 47,3 salários mínimos. Esse tipo de
estabelecimento encontra-se no limiar da instabilidade e, tendo em vista diretrizes para
o desenvolvimento econômico, merecem especial atenção na elaboração de políticas
locais. Em terceiro lugar, 10,23% estabelecimento pretendem diversificar suas
atividades. O capital médio é de R$29.250,00, equivalendo a 83,6 salários mínimos de
poupança investida. A intenção de diversificar exige estudos especiais e orientação. Os
estabelecimentos que pretendem encerrar as atividades, transferir para terceiros ou
mudar para outra cidade, representam 13% do total. A média de valor do capital desses
estabelecimentos equivale a 62 salários mínimos. Note-se que 5,1% dos
74
estabelecimentos têm como objetivo “encerrar as atividades” e esses são os que têm o
mesmo porte de capital dos que pretendem “manter como está”, ou seja, não visualizam
uma forma de expansão. São esses dois conjuntos que merecem maior atenção.
Em síntese: 18% dos estabelecimentos industriais de Gouveia se encontram indecisos
quanto ao seu futuro na cidade, e 82% têm propósitos bem definidos de permanecer,
ampliando, diversificando ou permanecendo tais quais. Isso equivale a 97% do capital
da sede urbana. Entretanto, os outros 11 estabelecimentos merecem cuidados especiais
porque se trata de 20% dos empreendedores.
Gráfico 01: Indústrias da área Urbana de Gouveia por tipo de intenção do Empresário - 2006
Indústrias da área urbana de Gouveia
0
5
10
15
20
25
Ampliar Diversificar as
atividades
Mudar de local Transferir para outra
cidade
Vender Encerrar as
atividades
Manter como está
Indústrias
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Prosseguindo para a área rural e para a Vila Alexandre Mascarenhas, nota-se que os
empreendedores contemplam apenas duas alternativas: ampliar o estabelecimento, ou
mantê- los tais quais se encontram. No caso dos estabelecimentos da área rural, 28,6% se
mostram com a intenção de ampliar, contra 71,4% que deverão permanecer como estão.
Na Vila, a situação se inverte; 75% dos empreendedores querem ampliar seus
estabelecimentos, ao passo que 25% pensam em mantê-los. No cômputo geral, 87,4%
dos estabelecimentos do município serão mantidos, seja ampliando, diversificando ou
permanecendo como estão.
75
Figura 1: fábrica São Roberto. Foto aérea de Ismar Antunes
A tabela a seguir evidencia essas intenções e oferece oportunidade para um amplo
debate sobre os investimentos industriais no município.
TABELA 02: Estabelecimentos industriais por intenção dos proprietários segundo localização – Gouveia 2006
Localização Intenções Indústrias % Total % por área Média De Capital
Média valor produção
Área Urbana Ampliar 21 38,89 53,85 R$ 991.890,48 R$ 907.393,86 Área Urbana Diversificar as atividades 4 7,41 10,26 R$ 29.250,00 R$ 78.500,00 Área Urbana Mudar de local 2 3,70 5,13 R$ 8.500,00 R$ 223.334,00
Área Urbana Transferir para outra cidade 2 3,70 5,13 R$ 1.450,00 R$ 1.250,00
Área Urbana Vender 1 1,85 2,56 R$ 4.000,00 R$ 10.800,00 Área Urbana Encerrar as atividades 2 3,70 5,13 R$ 16.250,00 R$ 9.000,00 Área Urbana Manter como está 7 12,96 17,95 R$ 16.571,43 R$ 56.347,71
Área Urbana Total 39 72,22 100,00 21119100 20241673 Zona Rural Ampliar 2 3,70 28,57 R$ 13.300,00 R$ 63.000,00 Zona Rural Manter como está 5 9,26 71,43 R$ 5.860,00 R$ 9.380,00
Zona Rural Total 7 12,96 100,00 55900 172900 Vila Alexandre Ampliar 6 11,11 75,00 R$ 25.250,00 R$ 30.600,00 Vila Alexandre Manter como está 2 3,70 25,00 R$ 6.500,00 R$ 17.000,00
Vila Alexandre Vila Alexandre total 8 14,81 100,00 164500 217600 Município Gouveia Total 54 100,00 21339500 20632173 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
76
Compreendida a situação das indústrias quanto a permanecer, ampliar, mudar ou
encerrar suas atividades, exibe-se nas tabelas seguintes o porte e o ramo, segundo seu
potencial. Vê-se que as indústrias mais vulneráveis – tabela 03 – são as de material
elétrico e de comunicação, seguidas das indústrias de bebidas, vestuário e de mobiliário.
Esses ramos concentram pequenos estabelecimentos semelhantes a oficinas de trabalho
e pouco competitivos comparados com os ganhos de produtividade do ramo.
Compre lembrar que a competitividade de qualquer setor depende do mercado a que se
destina. Excetuados alguns ramos de comércio e serviços, tais como o comércio local e
os serviços pessoais, a produtividade é determinada por um mercado que ultrapassa a
ordem local. No caso das indústrias isso é mais evidente tendo em vista as cadeias
produtivas e os fatores relacionados à logística que determinam ganhos de distribuição.
Nota-se ainda que o ramo que concentra o maior capital é da indústria têxtil, ao qual
estão ligadas as indústria de facção, distintas das registradas como de vestuário e
calçados.
Há também um aspecto que merece atenção. O fato de existir ramos de indústria,
independentemente do porte e da condição de competitividade, revela a presença de
saberes técnicos, ou seja, competência local capaz de compreender o mínimo de
exigências de funcionamento do saber fazer nessa área. Isto indica que, com incentivo
ou estudo de viabilidade, os ramos de indústrias podem se desenvolver além dos limites
em que se encontram. Vale lembrar, por exemplo, a indústria de lapidação de diamantes
ou a de ourivesaria totalmente extintas, mas que podem ser recuperadas, desde que
ainda existam conhecimentos técnicos na localidade.
Tabela 03: Estabelecimentos industriais de Gouveia por tipo e ramo – 2006.
Ramo de atividade - Indústria Capital Valor da Produção
Média de Capital
Média Valor Produção
Nº Estabelecime
ntos Atividades extrativas de minerais (metálicos, não-metálicos, radioativos e combustíveis) - pedra, areia, cristais. 150.600 1.540.000 37.650 385.000 4 Indústria de produtos de minerais não metálicos. Cerâmica, tijolos, placas de cimento. 115.000 303.434 38.333 101.145 3 Indústria metalúrgica - fabricação de aço, ferro 219.700 856.385 18.308 71.365 12
77
Ramo de atividade - Indústria Capital Valor da Produção
Média de Capital
Média Valor Produção
Nº Estabelecime
ntos Indústria de materiais elétricos e de comunicações 2.900 5.000 1.450 2.500 2 Indústria de madeira 12.000 24.000 12.000 24.000 1 Indústria de mobiliário 41.500 49.400 10.375 12.350 4 Indústria têxtil 20.255.000 16.924.580 5.063.750 4.231.145 4 Indústria do vestuário, calçados e artefatos de tecido 15.000 9.000 15.000 9.000 1 Indústria de produtos alimentares - inclui panificação 374.800 795.874 22.047 46.816 17 Indústria de bebidas e álcool etílico 31.000 11.000 15.500 5.500 2 Indústrias diversas 122.000 113.500 30.500 28.375 4 Total 21.339.500 20.632.173 395.176 382.077 54 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
A tabela 04 completa a análise iniciada, ao mostrar a relação entre valor médio de
produção, com o número de estabelecimentos e o pessoal empregado. A pesquisa
realizada possibilita aprofundar essa análise considerando os mais variados aspectos do
capital humano. Nesta seção avalia-se apenas o aspecto anunciado.
Como já é sabido, o ramo têxtil que representa apenas 7,4% dos estabelecimentos é o
que mais ocupa pessoas, equivalendo a 69,84% do emprego no setor industrial. De outro
lado, os ramos de indústrias alimentícias e o da indústria metalúrgica,cujos
estabelecimentos representam 31,48% e 22,22% respectivamente, ocupam 5,32% e
3,96% dos estabelecimentos existentes. Atente-se ainda para as indústrias do ramo de
extração mineral que ocupam 11,50% das pessoas do setor. atenção para esse ramo
ainda merece destaque do ponto de vista do valor da produção – ele obtém o segundo
lugar nesse aspecto, superado apenas pelo ramo têxtil.
Tabela 04: Pessoal ocupado em estabelecimentos industriais segundo ramo de atividade – Gouveia 2006
Ramo de atividade - Indústria
Média Valor da Produção
Pessoal ocupado % PO
Nº estabelecimento
s
% estabelecimento
s Atividades extrativas de minerais 385.000 93 11,50 4 7,41 Indústria de produtos de minerais não metálicos. 101.145 32 3,96 3 5,56 Indústria metalúrgica 71.365 32 3,96 12 22,22 Indústria de materiais elétricos e de comunicações 2.500 3 0,37 2 3,70 Indústria de madeira 24.000 3 0,37 1 1,85 Indústria de mobiliário 12.350 8 0,99 4 7,41
78
Ramo de atividade - Indústria
Média Valor da Produção
Pessoal ocupado % PO
Nº estabelecimento
s
% estabelecimento
s Indústria têxtil 4.231.145 565 69,84 4 7,41 Indústria do vestuário 9.000 8 0,99 1 1,85 Indústria de produtos alimentares 46.816 43 5,32 17 31,48 Indústria de bebidas e álcool etílico 5.500 5 0,62 2 3,70 Indústrias diversas 28.375 17 2,10 4 7,41 Total 382.077 809 100,00 54 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Intenções dos empresários do comércio.
O comércio é uma das atividades que merece o maior cuidado se se pretende conduzir o
planejamento no rumo do desenvolvimento sustentável. Com efeito, o caminho
preferido pelas pessoas para investir uma pequena poupança é estabelecer-se por conta
própria, num estabelecimento comercial. O resultado é que os estabelecimentos têm um
pequeno capital e um grande risco. O que mais chama a atenção no empreendimento
comercial é que muitos empreendedores não se orientam pela lógica do investimento e
do retorno. Desse modo, o capital investido é maior que o valor da produção, ficando
evidente que o ramo do comércio é um expediente para as pessoas se estabelecerem por
conta própria, contemplando apenas o investimento no capital de giro, sem calcular o
capital fixo e sua amortização.
De acordo com a pesquisa realizada, Gouveia tinha nos mês de junho 180
estabelecimentos comerciais em funcionamento. Desses, 84,4% estão situados na sede
urbana do município, 8,3% nos povoados e na área rural e 7,2% na Vila Alexandre
Mascarenhas. Comparados com os empresários da indústria, a visão da necessidade de
ampliar ou diversificar as atividades nos ramos do comércio é muito mais tímida.
Predominam os que desejam manter seus estabelecimentos tais como se encontram, ou
que, então, têm em vista encerrar as atividades.
79
Tabela 05: Estabelecimentos Comerciais por média de capital e valor da produção, segundo localização e intenções dos proprietários – Gouveia 2006.
Macro áreas Intenções do empresário Estabelecimentos % Município % Área
Média do Capital
Média Valor Produção
Área Urbana Ampliar 62 34,44 40,79 41390,32 112159,63 Área Urbana Diversificar as atividades 7 3,89 4,61 153142,86 37200,00 Área Urbana Mudar de local 3 1,67 1,97 5333,33 8500,00
Área Urbana Transferir para outra cidade 1 0,56 0,66 4500,00 5000,00
Área Urbana Arrendar 1 0,56 0,66 24000,00 6000,00 Área Urbana Vender 3 1,67 1,97 4500,00 4766,67 Área Urbana Encerrar as atividades 14 7,78 9,21 4364,29 8857,14 Área Urbana Manter como está 61 33,89 40,13 12803,28 54694,15 Área Urbana 152 84,44 100,00 Zona Rural Ampliar 4 2,22 26,67 4500,00 11250,00 Zona Rural Encerrar as atividades 2 1,11 13,33 1000,00 850,00 Zona Rural Manter como está 9 5,00 60,00 2255,56 2977,78 Zona Rural 15 8,33 100,00 Vila Alexandre Ampliar 5 2,78 38,46 17165,00 8932,00 Vila Alexandre
Transferir para outra cidade 1 0,56 7,69 10000,00 6000,00
Vila Alexandre Manter como está 7 3,89 53,85 4828,57 12442,86 Vila Alexandre 13 7,22 100,00 Município de Gouveia 180 100,00 4708225 10936700 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 06: Estabelecimentos comerciais, área, capital e intenções
Serviços prestados Intenções Capital
% Capital
Média Capital
Soma Producao
Média valor vendas
Área Total
Média área total
Estabele-cimento
% estabele-cimentos
Não Informado Ampliar 15000 0,32 15000,00 10000 10000,00 490 490,0 1 0,56
Não Informado
Manter como está 100 0,00 100,00 1200 1200,00 10 10,0 1 0,56
Comércio Varejista
Não Informado 1000 0,02 1000,00 1000 1000,00 12 12,0 1 0,56
Comércio Varejista Ampliar 2628025 56,27 38087,32 5871099 85088,39 9621 139,4 69 38,55
Comércio Varejista
Diversificar as atividades 1072000 22,95 153142,86 260400 37200,00 496 70,9 7 3,91
Comércio Varejista
Mudar de local 16000 0,34 5333,33 25500 8500,00 70 23,3 3 1,68
Comércio Varejista
Transferir para outra cidade 14500 0,31 7250,00 11000 5500,00 16 8,0 2 1,12
80
Serviços prestados Intenções Capital
% Capital
Média Capital
Soma Producao
Média valor vendas
Área Total
Média área total
Estabele-cimento
% estabele-cimentos
Comércio Varejista Arrendar 24000 0,51 24000,00 6000 6000,00 80 80,0 1 0,56
Comércio Varejista Vender 13500 0,29 4500,00 14300 4766,67 164 54,7 3 1,68
Comércio Varejista
Encerrar as atividades 61100 1,31 4073,33 121200 8080,00 412 27,5 15 8,38
Comércio Varejista
Manter como está 825000 17,67 10855,26 3373544 44388,74 12178 160,2 76 42,46
Totais 4670225 100,00 26090,64 9695243 54163,37 23549 131,6 179 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
O comércio de Gouveia se caracteriza pela concentração de dois ramos de atividade:
lojas de artigos diversos e comércio de produtos alimentícios, equivalendo às antigas
vendas ou armazéns. A dispersão ou concentração do tipo de comércio por ramo
determina o índice de complexidade de cada localidade. Como se vê pela tabela 07, a
maior concentração e diversidade localiza-se no Centro Histórico, a concentração
populacional em determinados parcelamentos determina também a presença do
comércio local, tal como se vê nos bairros Capelinha e Serrinha. Comércio do tipo
venda de combustíveis e acessórios para veículos localizam-se em áreas apropriadas,
tais como proximidade de rodovias, como acontece no bairro São Lucas.
Desse modo, o Plano Diretor deve oferecer diretrizes de macro-zoneamento tendo em
vista o porte e o impacto de vizinhança dos ramos de atividade que ultrapassam os
condicionantes de atendimento local.
Tabela 07: Estabelecimentos comerciais por capital e valor da produção segundo localidades e ramo de atividade – Gouveia, 2006.
LOCAL.
Serviços prestados pelo estabelecimento. Ramo de atividade Capital
Valor da Produção
Estabelecimentos
Gouveia Centro Não Informado
Comércio varejista diverso: tecido, vestuário, calçados, utilidades domésticas, papelaria, livraria, perfumaria, bijuterias 15000 10000 1
Gouveia Centro Comércio Varejista
Comércio varejista de ferragens, produtos metalúrgicos e sanitários e depósitos de materiais de construção 11915,63 282390,9 8
81
LOCAL.
Serviços prestados pelo estabelecimento. Ramo de atividade Capital
Valor da Produção
Estabelecimentos
Gouveia Centro Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 13641,3 25816,52 46
Gouveia Centro Comércio Varejista
Comércio de veículos, acessórios, combustíveis 20300 70679,5 4
Gouveia Centro Comércio Varejista
Supermercados, lojas de departamento 24440 541878 5
Gouveia Centro Comérc io Varejista
Comércio varejista diverso: tecido, vestuário, calçados, utilidades domésticas, papelaria, livraria, perfumaria, bijuterias 30213,33 50368,89 45
Gouveia Centro Comércio Varejista
Comércio de móveis e eletrodomésticos 137500 299201,3 4
Gouveia Centro Comércio Varejista
Serviços de alimentação (restaurante, bar, lanchonete) 14600 7740 5
Gouveia Bairro do Sol
Comércio Varejista
Comércio varejista de ferragens, produtos metalúrgicos e sanitários e depósitos de materiais de construção 1000 4800 1
Gouveia Bairro do Sol
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 3500 4416,667 6
Gouveia Bairro do Sol
Comércio Varejista
Comércio de veículos, acessórios, combustíveis 15000 12000 1
Gouveia Bairro do Sol
Comércio Varejista
Comércio varejista diverso: tecido, vestuário, calçados, utilidades domésticas, papelaria, livraria, perfumaria, bijuterias 25000 48000 1
Gouveia Capelinha
Comércio Varejista
Comércio varejista de ferragens, produtos metalúrgicos e sanitários e depósitos de materiais de construção. 3250 5100 2
Gouveia Capelinha
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 7050 12041,18 17
Gouveia Capelinha
Comércio Varejista
Comércio varejista diverso: tecido, vestuário, calçados, utilidades domésticas, papelaria, livraria, perfumaria, bijuterias 150 900 1
Gouveia Eldorado Comércio Varejista
Serviços de alimentação (restaurante, bar, lanchonete) 4750 3000 2
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Não Informado
Serviços de alimentação (restaurante, bar, lanchonete) 100 1200 1
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 11000 36250 4
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Comércio Varejista
Comércio de móveis e eletrodomésticos 3000 2000 1
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata
Comércio Varejista
Serviços de alimentação (restaurante, bar, lanchonete) 122055,6 6066,667 9
Gouveia Bela Vista
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 26600 36620 5
82
LOCAL.
Serviços prestados pelo estabelecimento. Ramo de atividade Capital
Valor da Produção
Estabelecimentos
Gouveia Progresso
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 1600 2550 2
Gouveia São Roberto
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 13050 91300 2
Gouveia São Lucas
Comércio Varejista
Comércio varejista de ferragens, produtos metalúrgicos e sanitários e depósitos de materiais de construção 100000 27500 2
Gouveia São Lucas
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 21666,67 11500 3
Gouveia São Lucas
Comércio Varejista
Comércio de veículos, acessórios, combustíveis 5500 10000 2
Barão do Guaicuí Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 3600 12000 3
Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 8500 5762,5 8
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 5054,167 21576,67 6
Espinho Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 5600 5100 5
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 5916,667 19016,67 12
Água Parada Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 4000 6333,333 3
Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 19600 17000 3
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Comércio Varejista
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo 6034,091 14213,94 33
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
Comércio Varejista
Comércio de veículos, acessórios, combustíveis 11466,67 11833,33 6
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
A tabela 08 exibe a contribuição do setor comércio para distribuir renda. Nota-se a
existência de 451 pessoas ocupadas nesse setor, para um total de 177 estabelecimentos
cadastrados1. Confirma-se a concentração dos estabelecimentos no ramo comércio de
alimentos seguido pelo de “comércio varejista diverso” caracterizado pelas lojas que
vendem roupas, tecidos, calçados, artigos de papelaria, etc. Vê-se que os 1 Foram identificados 180 estabelecimentos comerciais no município, no entanto, três deles não ofereceram informações completas para esta análise.
83
estabelecimentos do ramo comércio varejista de alimentos e bebidas contam com o
máximo de duas pessoas, sendo característicos de firmas individuais. Sua marca é de ter
pequeno impacto na estrutura espacial correndo risco de sobrevivência. O ramo
comercial que mais oferece emprego é o dos supermercados com mais de 10 pessoas
por estabelecimentos. Serviços de alimentação, em que se compreendem restaurantes e
lanchonetes seguem a mesma tendência dos pequenos negócios pessoais. Esse último
ramo deve ser objeto de atenção no que diz respeito a um programa de acolhimentos de
visitantes e hospedes se se considera a localização de Gouveia no roteiro da Estrada
Real e no Circuito Turístico dos Diamantes.
Tabela 08: Estabelecimentos comercias por capital, valor da produção e pessoas ocupadas, segundo ramo de atividade – Gouveia 2006.
Comércio: Ramo de atividade Capital
Valor da Produção
Pessoas
ocupadas % PO
Estabelecimentos
% estabelecimento
s Comércio varejista de ferragens,materiais de construção 293.500 2.285.667 49 10,86 9 5,08 Comércio varejista de produtos alimentícios 1.057.575 2.031.420 181 40,13 94 53,11 Comércio de veículos, acessórios, combustíveis 158.200 354.318 24 5,32 9 5,08 Supermercados, 121.200 2.708.490 51 11,31 4 2,26 Comércio varejista diverso 1.329.150 2.244.400 108 23,95 39 22,03 Comércio de móveis e eletrodomésticos 553.000 1.198.805 17 3,77 5 2,82 Serviços de alimentação 1.181.100 100.500 21 4,66 17 9,60
Total 4.693.725 10.923.60
0 451 100,00 177 100,00
Intenções dos empresários dos Serviços.
O setor serviços aqui contemplados deixa de considerar os serviços industriais de
utilidade pública – água, energia elétrica, de comunicações – Correios – e crédito e
investimentos – agências bancárias -, estão excluídos também os serviços públicos de
educação e saúde. O diagnóstico do setor contempla, conseqüentemente, apenas os
serviços locais prestados por oficinas, estabelecimentos de lazer, serviços técnico-
profissionais, pensões, hotéis, restaurantes, serviços pessoais e assemelhados. Existem
no município 132 estabelecimentos do setor; quase totalidade concentrada na sede
urbana do município – 93,18%.
84
Englobando uma variedade tão grande de estabelecimentos, nota-se, de imediato, o risco
dos grandes investimentos, o capital investido e o valor dos serviços produzidos.
Quanto ao capital, percebe-se que o valor do investimento não obtém retorno de curto
prazo, valor dos serviços não amortiza o capital no prazo de um ano.
Desse conjunto, há que prestar atenção nos serviços de alojamento que podem ser
considerados cartões de recepção dos visitantes. Cumpre lembrar também que o
aumento e complexidade do setor serviços vem se impondo como marca dos principais
centros urbanos e que uma região considerada como destino turístico deverá ampliar e
diversificar os serviços tendo em vista a diferenciação da demanda.
Tabela 09: Estabelecimentos do setor serviços por capital, valor dos serviços, dispersão no município e na macro-área, segundo macro-área de intenções do proprietário – Gouveia 2006
Macro áreas Intenções do proprietário Estabelecimentos % Município % Área Média Capital
Valor Serviços -média
Área Urbana Ampliar 64 48,48 52,03 R$ 22.602,50 R$ 24.141,48
Área Urbana Diversificar as atividades 5 3,79 4,07 R$ 12.800,20 R$ 8.443,40 Área Urbana Mudar de local 4 3,03 3,25 R$ 3.575,00 R$ 7.000,00
Área Urbana Transferir para outra cidade 3 2,27 2,44 R$ 1.633,33 R$ 2.766,67
Área Urbana Vender 3 2,27 2,44 R$ 200.000,00
R$ 12.283,33
Área Urbana Encerrar as atividades 5 3,79 4,07 R$ 8.500,00 R$ 9.500,00
Área Urbana Manter como está 39 29,55 31,71 R$ 39.847,18 R$ 12.807,69
Área Urbana 123 93,18 100,00 Zona Rural Ampliar 1 0,76 100,00 R$ 42.000,00 R$ 4.200,00 Zona Rural 1 0,76 100,00 Vila Alexandre Ampliar 5 3,79 62,50 R$ 2.560,00 R$ 5.040,00 Vila Alexandre Manter como está 3 2,27 37,50 R$ 9.066,67
R$ 20.733,33
Vila Alexandre 8 6,06 100,00 Município 132 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 10: Estabelecimentos de serviços por capital e valor segundo ramo de atividades – Gouveia 2006
Tipo de Serviços Capital Média de capital Valor dos Serviços
Média Valor dos serviços Estabelecimentos
% Estabelecimentos
Alojamento 962000 137428,57 153850 21978,57 7 5,30 Alimentação 162000 10800,00 121017 8067,80 15 11,36
85
Tipo de Serviços Capital Média de capital Valor dos Serviços
Média Valor dos serviços Estabelecimentos
% Estabelecimentos
Comerciais 16000 4000,00 46000 11500,00 4 3,03 Transporte 1464800 244133,33 277200 46200,00 6 4,55
Reparação e conservação 163860 4312,11 262700 6913,16 38 28,79 Pessoais 153381 4947,77 209100 6745,16 31 23,48
Técnico profissionais 807790 32311,60 1184975 47399,00 25 18,94
Diversão e comunicações 78470 13078,33 44180 7363,33 6 4,55 Totais 3808301 28850,77 2299022 17416,83 132 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 11: Estabelecimentos do setor serviços por capital e valor dos serviços segundo ramo de atividade – Gouveia 2006 [Rentabilidade do Investimento] Tipo de Serviços % capital % valor dos serviçosEstabelecimentos % Estabelecimentos Alojamento 25,26 6,69 7 5,30 Alimentação 4,25 5,26 15 11,36 Comerciais 0,42 2,00 4 3,03 Transporte 38,46 12,06 6 4,55 Reparo e conservação 4,30 11,43 38 28,79 Pessoais 4,03 9,10 31 23,48 Técnico profissionais 21,21 51,54 25 18,94 Diversão e comunicações 2,06 1,92 6 4,55 Totais 100,00 100,00 132 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 12: Intenções dos proprietários de estabelecimentos por capital e valor dos serviços, segundo ramo de atividade – Gouveia 2006.
Ramo de atividade Intenções Capital
Média Capital
Valor Serviços
Média valor dos serviços
Estabelecimen-tos
% Estabelecimen-tos
Alojamento Ampliar 310000 155000,00 57000 28500,00 2 1,52
Alojamento Vender 600000 200000,00 36850 12283,33 3 2,27
Alojamento Manter como está 52000 26000,00 60000 30000,00 2 1,52
Alimentação Ampliar 70800 11800,00 41000 6833,33 6 4,55
Alimentação
Diversificar as atividades 40000 40000,00 10217 10217,00 1 0,76
86
Ramo de atividade Intenções Capital
Média Capital
Valor Serviços
Média valor dos serviços
Estabelecimen-tos
% Estabelecimen-tos
Alimentação Encerrar as atividades 30000 30000,00 40000 40000,00 1 0,76
Alimentação Manter como está 21200 3028,57 29800 4257,14 7 5,30
Comerciais Ampliar 10500 3500,00 31000 10333,33 3 2,27
Comerciais Mudar de local 5500 5500,00 15000 15000,00 1 0,76
Transporte Ampliar 92000 46000,00 34200 17100,00 2 1,52
Transporte Manter como está 1372800 343200,00 243000 60750,00 4 3,03
Reparação e conservação Ampliar 105000 5526,32 161100 8478,95 19 14,39
Reparação e conservação
Diversificar as atividades 24000 8000,00 32000 10666,67 3 2,27
Reparação e conservação
Mudar de local 2000 2000,00 1000 1000,00 1 0,76
Reparação e conservação
Transferir para outra cidade 4900 1633,33 8300 2766,67 3 2,27
Reparação e conservação
Encerrar as atividades 8500 4250,00 3400 1700,00 2 1,52
Reparação e conservação
Manter como está 19460 1946,00 56900 5690,00 10 7,58
Pessoais Ampliar 103000 6058,82 99100 5829,41 17 12,88
Pessoais
Diversificar as atividades 1 1,00 0 0,00 1 0,76
Pessoais Mudar de local 6800 3400,00 12000 6000,00 2 1,52
Pessoais Encerrar as atividades 4000 2000,00 4100 2050,00 2 1,52
Pessoais Manter como está 39580 4397,78 93900 10433,33 9 6,82
Técnico profissionais Ampliar 738590 46161,88 1116875 69804,69 16 12,12
87
Ramo de atividade Intenções Capital
Média Capital
Valor Serviços
Média valor dos serviços
Estabelecimen-tos
% Estabelecimen-tos
Técnico profissionais
Manter como está 69200 7688,89 68100 7566,67 9 6,82
Diversão e comunicações Ampliar 71470 14294,00 34180 6836,00 5 3,79
Diversão e comunicações
Manter como está 7000 7000,00 10000 10000,00 1 0,76
Totais 3808301 28850,77 2299022 17416,83 132 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 13: Estabelecimentos do Setor serviços por capital e valor dos serviços segundo localidades e ramo de atividade – Gouveia 2006
LOCAL Serviços prestados pelo estabelecimento.Descrição Capital
Valor dos Serviços Estabelecimentos
Gouveia Centro Alojamento 122625 19656,25 8 Gouveia Centro Alimentação 12500 9668,083 12 Gouveia Centro Comerciais 5000 24000 1 Gouveia Centro Comerciais 2750 7500 2 Gouveia Centro Transporte 1400 77000 2 Gouveia Centro Reparação e conservação 5553,333 9913,333 15 Gouveia Centro Pessoais 3500 18000 1 Gouveia Centro Pessoais 4505,714 9028,571 14 Gouveia Centro Técnico profissionais 47972,67 68065 15 Gouveia Centro Técnico profissionais 7000 16166,67 3 Gouveia Centro Diversão e comunicações 14617,5 7830 4 Gouveia Bairro do Sol Comerciais 5500 7000 1 Gouveia Bairro do Sol Transporte 1350000 0 1 Gouveia Bairro do Sol Reparação e conservação 1200 4100 1 Gouveia Bairro do Sol Pessoais 2500 3950 2 Gouveia Bairro do Sol Técnico profissionais 5000 10000 1 Gouveia Capelinha Alojamento 30000 15000 1 Gouveia Capelinha Alimentação 3000 0 1 Gouveia Capelinha Reparação e conservação 4776,667 2633,333 6 Gouveia Capelinha Pessoais 1333,667 1100 3
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Alimentação 4000 5000 1
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Transporte 35000 59500 2
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Reparação e conservação 3500 5250 6
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Pessoais 3600 4966,667 6
Gouveia Serrinha / Recanto da Mata Técnico profissionais 23600 3750 2 Gouveia Bela Vista Alojamento 0 0 1 Gouveia Bela Vista Reparação e conservação 4166,667 4600 3
88
LOCAL Serviços prestados pelo estabelecimento.Descrição Capital
Valor dos Serviços Estabelecimentos
Gouveia Bela Vista Pessoais 4066,667 3566,667 3 Gouveia Bela Vista Técnico profissionais 2000 6000 1 Gouveia Bela Vista Técnico profissionais 6500 46000 2 Gouveia Bela Vista Diversão e comunicações 18000 8000 1 Gouveia Bela Vista Diversão e comunicações 2000 4860 1 Gouveia São Lucas Alimentação 5000 0 1 Gouveia São Lucas Reparação e conservação 2040 6920 5 Gouveia São Lucas Pessoais 22000 6500 2
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Alojamento 121333,3 27016,67 3
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Alimentação 10800 10180 10
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Transporte 121333,3 27016,67 3
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó Reparação e conservação 79250 17800 4
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 14: Estabelecimentos do setor serviços por capital e pessoal ocupado segundo ramo de atividade – Gouveia 2006.
Ramo atividade Capital Pessoal Ocupado % PO Estabelecimentos
% Estabelecimentos
Alojamento 962000 22 6,79 7 5,30 Alimentação 162000 42 12,96 15 11,36 Comerciais 16000 5 1,54 4 3,03 Transporte 1464800 24 7,41 6 4,55 Repararo e conservação 163860 68 20,99 38 28,79 Pessoais 153381 40 12,35 31 23,48 Técnico profissionais 807790 107 33,02 25 18,94 Diversão e comunicações 78470 16 4,94 6 4,55 Total 3808301 324 100,00 132 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
89
Diagnóstico Agricultura O primeiro diagnóstico das atividades agrícolas do Distrito de Gouveia de que se tem
notícia data do ano de 1831, quando se realizou nessa localidade o Censo Provincial. O
Juiz de Paz local informou:
É lugar muito sadio de allegres Campinas, não é farto de águas posto que fica de uma parte adornado do Rio Caxoeira, e da outra do Rio do Xiqueiro, e dali uma légua o Ribeirão da Areya. Os habitantes deste país não são abundantes de mantimentos, por que os Mattos que haviam se acham em campos, pouco milho plantão e só se remedeam com as carregações que vem de fora e com algua mandioca e pouco senteyo e então determinei aos Dellegados que rogassem a plantarem mais mandioca, para aplacarem as faltas de mantimentos que laboram tanto neste país, como em toda a Comarca. Os habitantes deste lugar só se remedeiam com alguns queijos que fazem e mandam vender em Tejuco, ou na Villa do Príncipe; outros são mineiros e faiscadores e hum que trabalha em gopiaras com 30 ou 40 escravos, e outros com menos e outros com três ou coatro conforme as suas posses. Somente há duas fábricas de Olineiros que usam de roda.
Vale fixar por parte: “É lugar muito sadio de allegres Campinas” O relator chama a
atenção para o principal aceno de morar em Gouveia. A zona rural era principalmente
atraente para os olhos e o sítio favorecia uma vida saudável.
Em seguida Vicente Ferreira da Cruz chama a atenção para um dos componente
principais favoráveis à vida sadia,“não é farto de águas posto que fica de uma parte
adornado do Rio Caxoeira, e da outra do Rio do Xiqueiro, e dali uma légua o Ribeirão
da Areya” Enumera três cursos d´água O Rio Cachoeira, o Rio do Chiqueiro e o
Ribeirão da Areia. Com efeito, ao sublinhar essas bacias hidrográficas, o autor chama a
atenção para a importância de sua preservação. Sem eles Gouveia não contaria com as
alegres campinas, nem seria um lugar sadio.
Entretanto, logo após, há uma afirmação que soa como alerta: “Os habitantes deste país
não são abundantes de mantimentos, por que os Mattos que haviam se acham em
campos”. Isto quer dizer que os primeiros moradores, ao longo de um século,
depredaram a natureza, cortando as árvores sem o cuidado de sua reposição.
O Juiz de Paz denuncia ainda a displicência com o abastecimento local. “pouco milho
plantão e só se remedeam com as carregações que vem de fora e com algua mandioca e
pouco senteyo” Isso quer dizer que os agricultores de Gouveia seguiam a tradição
regional, descuidavam da agricultura e dependiam de outras regiões para se
abastecerem. Cumpre lembrar que nessa época, a região foi assolada por um período de
seca prolongada, cujo ápice se deu no ano de 1833, com grande incômodo para muita
gente. Os preços chegaram às alturas.
90
Finalmente o relator destaca uma marca muito importante. A Pecuária em Gouveia tinha
alguma importância regional. “Os habitantes deste lugar só se remedeiam com alguns
queijos que fazem e mandam vender em Tejuco, ou na Villa do Príncipe;” A criação de
gado garantia a produção de queijos para as atuais cidades de Diamantina e Serro.
Finalizando, Vicente Ferreira da Cruz mostra que havia, portanto duas atividades
predominantes: a pecuária de gado vacum e a mineração: “são mineiros e faiscadores e
hum que trabalha em gopiaras com 30 ou 40 escravos, e outros com menos e outros
com três ou coatro conforme as suas posses. Somente há duas fábricas de Olineiros que
usam de roda”.
Em síntese, na zona rural, as atividades agro-pastoris teriam que competir com as da
mineração, com perda para a indústria agrícola marcada pela baixa produtividade. As
informações do Censo mostram que da população ocupada residente na sede, 21%
viviam da mineração e apenas 10% da agricultura, 31% de costuras, 14% de fiar
algodões , 4% eram músicos, 5% alfaiates e 14,5% se dedicavam ao comércio.
Isto posto, fica a pergunta: o que mudou nas atividades agro-pecuárias em Gouveia ao
longo de duzentos anos e o que mantemos dessa tradição?
Ainda no século XIX, com o início da industrialização, as atividades agropecuárias
passaram por transformações importantes. A mais expressiva foram os ensaios visando
a plantação intensiva da videira, estimulada pela Cia Indústria e Comércio do Norte de
Minas. No início do século XX, com os programas de incentivo à agricultura
promovidos por João Pinheiro, o anúncio e a medição para estender os trilhos da
Estrada de Ferro Vitória a Minas, Gouveia viveu momentos de animação incluindo as
atividades agrícolas. A criação na cidade do Serro do Patronato Casa dos Otonni
difundiu novas práticas agrícolas, entre as quais se destacou o plantio do “feijão do
patronato”.
Entretanto, as mudanças mais significativas irão acontecer no início dos anos, 50
quando a ACAR – Associação de Crédito e Assistência Rural - com escritório em
Curvelo e, posteriormente em Diamantina concentra as atividades de extensão rural no
então distrito de Gouveia. Em 1949, as prioridades da ACAR compreendiam a difusão
do uso de capineiras, do silo trincheira, disseminação do milho híbrido, adubação
química, melhoria da habitação e do saneamento, plantio do arroz, difusão do filtro
doméstico, difusão do uso de fossas secas, cuidado com a casa e limpeza. Em 1950 as
prioridades contemplam: sanidade animal, combate à saúva, controle da produtividade
91
pela contabilidade da fazenda, melhoria da nutrição humana; formação de hortas e
pomares domésticos, saneamento básico, crédito rural e combate à verminose de suínos.
A presença do trabalho da ACAR em Gouveia teve dois efeitos imediatos, em primeiro
lugar como apoio ao Clube Agrícola no grupo Escolar Aurélio Pires, em segundo,
tornando a Escola de Agricultura de Viçosa mais conhecida junto aos fazendeiros. O
grupo escolar que já estimulava a horta caseira desde 1935, passa a contar com essa
nova aliada, Outro efeito foi a disseminação do uso de fossas secas nas casas, prática
muito pouco conhecida até então.
No ano de 1966, Gouveia foi uma das quarenta comunidades escolhidas pela ACAR
para ter suas atividades avaliadas em uma pesquisa denominada “Difusão de Inovações
no Brasil Rural”. Essa Pesquisa, concebida pela Michigan State University, contava
ainda com a parceria da Universidade de Minas Gerais (atual UFMG), Universidade
Rural de Minas Gerais (atual Universidade Federal de Viçosa). Em Gouveia foram
avaliadas duas comunidades: a da sede do município e a do Cuiabá.
Dessa pesquisa resultaram alguns projetos entre os quais se destacam os “Programas de
Animação” de apoio às atividades rurais e que se consolidaram nas Festas do Alho.
Com o fim das festas do alho que eram o carro chefe de animação das atividades agro-
pecuárias em Gouveia, a prefeitura encomendou em 1983 um amplo estudo das
atividades agrícolas à Fundação João Pinheiro. Que recebeu o nome de “Programa de
Apoio ao Desenvolvimento Rural”. Trata-se de um trabalho da maior importância e o
mais completo já feito até o momento. A única ressalva que se pode fazer é de o
trabalho não contemplar a competição das atividades agrícolas com as da mineração.
Contudo, todas as propostas apresentadas, são ainda válidas, merecendo apenas
atualização.
Vale a pena comparar a parte introdutória do relatório técnico desse Programa de Apoio
com as informações de 1831.
No centro o relevo apresenta colinas de topos aplainados, que funcionam como divisores de águas entre várias pequenas bacias de drenagem. Em grande parte do território do Município ocorrem processos erosivos causados ou pelo escoamento difuso das águas durante o período chuvoso, ou pela desagregação mecânica do solo, principalmente nos afloramentos quartzíticos: Serras da Capivara, Fundão, Vargem do Loubeiro, Brejo Grande, Lagoinha, Perna de Ema, Boa Vista, Mata Virgem e Engenho. Relativamente ao escoamento difuso das águas, o tipo mais comum é a erosão que provoca a lavagem superficial do solo, principalmente da porção superficial do solo, e que ocorre de forma generalizada em todo o Município, atingindo
92
níveis críticos nas regiões de Bucaina, Cuiabá, rio Grande, Bananal, Sítio, Fagundes e Pedro Pereira. Outro processo que também ocorre é o voçocamento (incisão linear com deslizamentos das paredes laterais do sulco), que causa uma erosão acelerada tornando a área improdutiva para o cultivo e o manejo. Ainge níveis críticos nas regiões de Cuiabá, Riacho, Pequizeiro, Limoeiro, Bananal, Fagundes, Rio Grande, Pedro Pereira, Onça, Espinho, e ainda nas vertentes de alguns córregos, do Rio Paraúna, e Ribeirão das Areia. Ocorrem ainda processos como o rastejamento (movimento do solo pela vertente abaixo) nas regiões de maiores declives, e os deslizamentos ( onde parte do solo da vertente escorrega ao longo do plano de sisalhamento) nas régios do Córego do Limoeiro, do Rio Grande e do ribeirão do Chiqueiro, principalmente. Quanto aos solos, estes variam bastante em função da topografia e litologia. Nas áreas mais elevadas correspondentes ao Espinhaço, são solos rasos intercalados de afloramentos rochosos. Na porção Central do Município, nas áreas de relevo mais suave, estão os latossolos vermelho-amarelos que chegam a ser profundos em alguns locais, e delgados nas vertentes mais abruptas. (...) A vegetação predominante é o cerrado nas partes mais baixas, sendo que na parte central do Município, o cerrado está bastante degradado. No domínio do Espinhaço, o serrado cede lugar aos campos limpos com a predominância de gramíneas. (...) O período seco tem a duração de 2 a 3 meses, geralmente junho, julho e agosto, e a precipitação média anual varia de 1.500 a 2.000 mm. O Município caracteriza-se por uma rede de drenagem bastante densa, onde os principais curso d´água são os afluentes ao sul e a oeste do Rio Panúna. (...) O quadro natural do Município, acima descrito, definiu de forma marcante o uso do solo em todo seu território com a grande predominância de terras improdutivas e a existência de várzeas inundáveis não aproveitadas, principalmente na região do Ribeirão de Areia, cujo assoreamento e as constantes inundações impedem o aproveitamento dos terrenos para cultivo. Medidas para controle dos processos erosivos mais críticos, e dragagem e retificação principalmente do curso assoreado do Ribeirão de Areia, seriam necessárias dentro de uma política de recuperação e aproveitamento produtivo do solo rural do Município. (p5-7)
Como se vê, obtém-se explicação para o pequeno uso do solo para agricultura há 200
anos atrás, ao mesmo tempo em que incentivo para a depredação do serrado.
O mesmo documento oferece ainda um retrato da utilização das terras na zona rural de Gouveia e que merece transcrição.
Tabela 13: Utilização das terras no Município de Gouveia - 1984.
Descrição do Uso Área (há) Porcentagem Pastagens 28.445 32,70 Culturas 1.628 1,87 Matas 3.500 4,03
93
Descrição do Uso Área (há) Porcentagem Cerrado não explorado 2.000 2,31 Campo não explorado 4.000 4,61
Reflorestamento 292 0,34 Várzeas irrigáveis
subutilizadas e/ou não exploradas
500
0,58
Áreas improdutivas 46.035 53,22 Outros Usos 300 0,34
TOTAL GERAL 86.700 100,00 Fonte:Pesquisa EMATER, 1984 No ano de 2006 era a seguinte a situação das propriedades rurais em Gouveia, excluídos
os proprietários que tinham suas propriedades nos povoados. Atente-se para a
predominância de áreas de pastagem e a inexistência de áreas reservadas pelos
proprietários rurais para atividades de extração mineral. Vale focar ainda a atenção para
as áreas remanescentes ao uso agropecuário decorrentes do relevo movimentado ou das
posses do proprietário.
Tabela 14 : Propriedades, em hectares, existentes no município de Gouveia, segundo local de moradia do proprietário - 2006 Local Moradia do Proprietário
Propriedade
Área de cultura
Área de Pastagem
Área de Capineira
Extraçao vegetal
Área Reserva Floretal
Área Extração Mineral
Área Remanescente
Total
Gouveia Eldorado 11 22 329 5 0,0 11 0 33 399,7 Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada
88 92 11 11 0,0 13 0 123 250,1
Engenho da Bilia / Engenho da Raquel
33 57 34 5 0,0 2 0 0 98,7
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro
142 1327 342 22 0,5 69 0 29510
31270,2
Camilinho / Contagem / Raiz
44 24 263 131 0,0 0 0 198 616,7
Água Parada 11 11 0 0 0,0 0 0 0 11,0 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara
22 256 164 38 29,6 0 0 0 488,4
Vila Alexandre Mascarenhas / Cafundó
55 1763 3723 608 0,0 241 0 985 7320,1
Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal
77 136 1205 77 0,0 44 0 633 2093,7
Entorno da sede urbana de
11 0 22 0 0,0 0 0 0 21,9
94
Local Moradia do Proprietário
Propriedade
Área de cultura
Área de Pastagem
Área de Capineira
Extraçao vegetal
Área Reserva Floretal
Área Extração Mineral
Área Remanescente
Total
Gouveia Municípios Vizinhos
11 821 0 0 0,0 493 0 164 1478,3
Total 504 4509 6091 898 30,1 873 0 31647
44048,6
Percentual da área
X 10,24 13,83 2,04 0,07 1,98 0,00 71,85 100,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Por sua vez, o IBGE no Censo Agropecuário de 2006 acusa esta situação para os
estabelecimentos existentes no município de Gouveia que aqui se apresentam
desdobradas em duas tabelas. A primeira informa o número de estabelecimentos com a
respectiva área segundo os grandes usos e a segunda detalha as principais informações
produzidas com base do Censo.
Quanto à primeira, admite a existência de 323 estabelecimentos recenseados como
agropecuários. Nesse total apenas 19,5% têm áreas de matas e florestas; em 81,7% há
áreas para lavouras temporárias; 76,5% têm áreas reservadas para lavouras permanentes
e 61,92% contam com pastagens naturais. Fixando a atenção para a participação das
áreas de acordo com as atividades, vê-se que matas e florestas ocupam apenas 5,84% do
total das áreas dos estabelecimentos; do outro lado, as áreas de pastagem representam
54,58% do total das áreas registradas pelo Censo. Lembre-se ainda haver 12,02% de
áreas sem qualquer uso.
Há que se tomar esse conjunto de informações como decisivo para a fixação de uma
política municipal de desenvolvimento rural sustentável.
Tabela 15: Estabelecimentos com atividades agropecuárias localizados no município de Gouveia segundo usos do solo - 2006 Atividades agropecuárias Área em
hectare % área Estabelecime
ntos % estabelecimentos
Área dos estabelecimentos agropecuários
18.015 100,00 323 100,00
Área de lavouras permanentes 2.753 15,28 247 76,47 Área de lavouras temporárias 2.212 12,28 264 81,73 Área de pastagens naturais 9.833 54,58 200 61,92 Área de Matas e florestas 1.052 5,84 63 19,50 Fonte IBGE Censo Agropecuário 2006
95
O segundo conjunto de informações mostra as pessoas ocupadas nas atividades, os
equipamentos de produção e os produtos por tipo. As atividades rurais ocupam 869
pessoas, sendo que a maioria tem vinculo de parentesco com o produtor. Isso quer dizer
que 32,7% da população moradora na zona rural estão ocupados em atividades do setor
primário. Diz também que 88% da mão de obra pertencem ao grupo familiar e apenas
12% são de trabalhadores jornaleiros ou assalariados.
O IBGE encontrou 5% dos estabelecimentos com tratores, 57% com criação de bovinos,
sendo que 36,2% do total tinham gado leiteiro – o que equivale a 63,5% dos
estabelecimentos com criação de bovinos -, 14,9% criavam suínos, 69,7% criavam aves,
sendo que apenas 31% se dedicavam minimamente á produção de ovos.
O porte das atividades agropecuárias em Gouveia vistas pelo Censo mostra que esse
setor produz abaixo da demanda do mercado local. A produção de ovos se fosse
distribuída por toda a população permitira o consumo médio de 27,5 ovos por pessoa; se
o leite fosse adquirido por todos os moradores, o consumo seria de 48 litros por pessoa
por ano. Essa informação mostra que Gouveia não produz para o próprio consumo e que
os produtos da pecuária são insuficientes
Tabela 16: Estabelecimentos agropecuários existentes em Gouveia, segundo mão de obra, equipamentos e tipo de produtos – 2006. Tipo de Informação Quantidade Tipo de unidade Total de pessoal ocupado com laço de parentesco com o produtor
765 Pessoas
Total de pessoal ocupado sem laço de parentesco com o produtor
104 Pessoas
Número de estabelecimentos agropecuários com tratores
16 Estabelecimentos
Número de tratores existentes nos estabelecimentos agropecuários
19 Tratores
Número de estabelecimentos com bovinos
184 Estabelecimentos
Número de cabeças de bovinos 9.258 Cabeças Número de estabelecimentos com bubalinos
- Estabelecimentos
Número de cabeças de bubalinos
- Cabeças
Número de estabelecimentos com caprinos
- Estabelecimentos
Número de cabeças de caprinos
- Cabeças Número de estabelecimentos com ovinos
2 Estabelecimentos
Número de cabeças de ovinos
Não disponível Cabeças
Número de estabelecimentos com suínos
48 Estabelecimentos
Número de cabeças de suínos
207 Cabeças
96
Tipo de Informação Quantidade Tipo de unidade Número de estabelecimentos com aves
225 Estabelecimentos
Número de cabeças de aves
7.601 Cabeças
Número de estabelecimentos com produção de leite de vaca
117 Estabelecimentos
Produção de leite de vaca
572 Mil litros Número de estabelecimentos com produção de leite de búfala
- Estabelecimentos
Produção de leite de búfala - Mil litros Número de estabelecimentos com produção de leite de cabra
- Estabelecimentos
Produção de leite de cabra
- Mil litros
Número de estabelecimentos com produção de lã
- Estabelecimentos
Produção de lã
- Tonelada Número de estabelecimentos com produção de ovos de galinha
100 Estabelecimentos
Produção de ovos de galinha 27 Mil dúzias
Fonte: Censo Agropecuário 2006. NOTA: Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados, apresentando a expressão Não disponível, a fim de evitar a individualização da informação. Há discrepância entre as informações produzidas pelo Censo e a pesquisa desenvolvida
para o Plano Diretor no mesmo ano. As diferenças devem ser atribuídas aos critérios de
caracterização das propriedades. O número de propriedades encontradas pela pesquisa
do Plano Diretor registra um total de 504. Esta informação é congruente com as
fornecidas pela EMATER para os anos de 1970 e 1980. Em 1970, essa empresa
constatou a existência de 506 propriedades no município de Gouveia, totalizando uma
área ocupada de 31.560 hectares; para o ano de 1980, verificou-se a existência de 518
propriedades abrangendo 34.518 hectares.
A pesquisa para o Plano Diretor chegou às seguintes constatações sobre a distribuição
das propriedades rurais no município: nos povoados rurais procedeu-se à divisão por
quadras. As glebas rurais localizadas fora dos povoados são indicadas por quadra 00.
Tabela 17: Área dos assentamentos rurais segundo localidades e quadras – Gouveia 2006
Localidades Quadra
Área dos lotes
ocupados
Área construíd
a Tamanho médio do
lote Tamanho médio da construção Barão do Guaicuí 00 4.250 470 425 47,00 Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada 00 20.586.850 5410 316.721 83,23
97
Localidades Quadra
Área dos lotes
ocupados
Área construíd
a Tamanho médio do
lote Tamanho médio da construção Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada 01 2.500 400 500 80,00 Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada 03 31.090 600 3.109 60,00 Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada 04 50.600 720 5.060 72,00 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 00 3246.000 3.065 92.743 87,57 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 01 1100 635 110 63,50 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 02 16.250 1.395 812 69,75 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 03 32.200 750 3.220 75,00 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 04 79.800 1.460 3192 58,40 Engenho da Bilia / Engenho da Raquel 05 500 400 100 80,00 Espinho 00 461.400 3.085 9.228 61,70 Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro 00 10.752.400 5915 113.183 62,26 Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro 01 72.000 700 7.200 70,00 Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro 02 1.100.000 1800 110.000 180,00 Pedro Pereira / Ponte Izabel / 05 0 0 0 0
98
Localidades Quadra
Área dos lotes
ocupados
Área construíd
a Tamanho médio do
lote Tamanho médio da construção Paulista / Espadeiro Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro 06 24.000 400 4.800 80,00 Camilinho / Contagem / Raiz 00 57.995.000 6.420 828.500 91,71 Água Parada 00 2476.690 5.380 49.534 107,60 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 01 3.500 150 700 30,00 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 02 1.500 180 300 36,00 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 03 6.000 925 600 92,50 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 04 21.500 1.100 1.433 73,33 Riacho dos Ventos / Usina / Capivara 05 2.800 590 280 59,00 Vila Alexandre Mascarenhas 00 0 0 0 0 Ribeirão da Areia / Água Limpa / Bananal 00 78.090.500 7210 1041207 96,13 Entorno da sede urbana de Gouveia 00 74750 965 4983 64,33 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Tabela 18: Assentamentos rurais em Gouveia por tipo de usos e áreas, segundo localidades e quadras - 2006 Localidades Quadra Dom ocupados Moradores Estabelecimentos comerciais Área_comercio Estabelecimentos industriaisBarão do Guaicuí 00 10 30 1 50 Cuiabá - região 00 65 230 1 24 Cuiabá - região 01 5 25 0 0 Cuiabá - região 03 10 35 0 0 Cuiabá - região 04 10 55 2 58 Engenho Bilia / Raquel 00 35 150 0 0 Engenho Bilia / Raquel 01 10 55 0 0 Engenho Bilia / 02 20 75 2 96
99
Localidades Quadra Dom ocupados Moradores Estabelecimentos comerciais Área_comercio Estabelecimentos industriaisRaquel
Engenho Bilia / Raquel 03 10 35 0 0 Engenho Bilia / Raquel 04 25 170 0 0 Engenho Bilia / Raquel 05 5 20 0 0
Espinho 00 50 175 2 45 Pedro Pereira / Espadeiro 00 95 360 1 24 Pedro Pereira / Espadeiro 01 10 45 0 Pedro Pereira / Espadeiro 02 10 25 1 120 Pedro Pereira / Espadeiro 05 0 0 1 9 Pedro Pereira / Espadeiro 06 5 35 1 16 Camilinho / Contagem / Raiz 00 70 280 0 0
Água Parada 00 50 265 1 60 Riacho dos Ventos / Capivara 01 5 25 0 0 Riacho dos Ventos / Capivara 02 5 25 1 9 Riacho dos Ventos / Capivara 03 10 50 0 0 Riacho dos Ventos / Capivara 04 15 70 0 0 Riacho dos Ventos / Capivara 05 10 40 0 0 Vila Alexandre Mascarenhas 00 0 0 0 0 Ribeirão da Areia / Bananal 00 75 340 0 0 Entorno de Gouveia 00 15 45 0 0
Total 630 2660 14 511
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
100
Gráfico 01: Famílias moradoras em propriedades rurais, segundo localidades do município de Gouveia - 2006
Famílias moradoras em propriedades rurais
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Cuiabá
/ Boca
ina / R
io Gran
de
Engen
ho da
Bilia / E
ngenho
da Ra
quel
Pedro
Pereir
a / Es
pade
iro
Camilinh
o / Con
tagem
/ Raiz
Água
Parad
a
Riacho
dos V
entos
/ Usin
a / Cap
ivara
Vila Al
exandr
e Masc
arenha
s / Cafu
ndó
Ribeirão
da Ar
eia / Á
gua Lim
pa / Ba
nanal
Entorn
o de G
ouvei
a
Famílias_moradoras_expandidas
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Desse modo, o zoneamento rural do município de Gouveia passou a compreender as
seguintes macro regiões: Barão do Guaicuí de grande interesse histórico e paisagístico,
composta por ampla área imprópria às atividades agropecuárias, na qual se localiza a
Lavra do Capão de propriedade de Bernardo Fonseca Lobo, o descobridor oficial dos
Diamantes; Cuiabá / Bocaina / Chapadinha / Caxambu / Rio Grande / Picada, na qual se
pratica agricultura irrigada, é também uma área com relevo movimentado e altamente
atraente para turismo ecológico; Engenho da Bilia / Engenho da Raquel, região com
atividades extrativas e de elevado interesse paisagístico; Espinho, região de pequenos
agricultores e de alto interesse para programas de valorização étnica de seus moradores;
Pedro Pereira / Ponte Izabel / Paulista / Espadeiro, área que concentra o maior número
de propriedades rurais e que merece atenção quanto ao apoio ao desenvolvimento dessas
atividades; Camilinho / Contagem / Raiz, ampla área com relevo movimentado aliada a
terrenos favoráveis ao desenvolvimento agrícola; Água Parada, região de menor
declividade e de propriedades menos concentradas; Riacho dos Ventos / Usina /
Capivara, seu relevo movimentado e a mudança de clima e vegetação tornam a região
atraente para turismo ecológico; Vila Alexandre Mascarenhas - entorno – vem
desenvolvendo práticas agrícolas nos moldes do sertão; Ribeirão da Areia / Água Limpa
101
/ Bananal, região de culturas tradicionais no desenvolvimento histórico de Gouveia;
Entorno da sede urbana de Gouveia, área que se estende a leste do perímetro de
expansão urbana até o limite com o município de Datas.
O gráfico e a figura abaixo que exibem o zoneamento rural de Gouveia permitem
visualizar a presença de um relevo altamente movimentado. Isso explica que grande
parte do território não urbano de Gouveia deixe de ser atraente para uso das atividades
rurais.
Gráfico 02: Propriedades rurais por localidades
Total Propriedades rurais
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Cuiabá /Bocaina / Rio
Grande
Engenho daBilia / Engenho
da Raquel
Pedro Pereira/ Espadeiro
Camilinho /Contagem /
Raiz
Água Parada Riacho dosVentos / Usina
/ Capivara
Vila AlexandreMascarenhas /
Cafundó
Ribeirão daAreia / Água
Limpa /Bananal
Entorno deGouveia
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
102
Figura 1: Macro-zoneamento rural de Gouveia
BARÃO
ENTORNO
SEDE
GOUVEIA
ESPINHO
ENGENHORAQUEL
ENGENHO BILIAPEDRO PEREIRA
GOUVEIA
ÁGUA PARADA
RIBEIRÃO DA AREIA /ÁGUA LIMPA
CUIABÁ
BOCAINA
CHAPADINHA
CONTAGEM
CAMILINHO
RIACHIO DOS VENTOS
ALEXANDRE
MASCARENHAS
VILA
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
Gráfico 03: Propriedades rurais – participação segundo as localidades na área total.
Proriedades rurais: % área total
0
5
10
15
20
25
30
Cuiab
á / Bo
caina /
Rio G
rande
/ Picad
a
Engen
ho da
Bilia / E
ngenho
da Ra
quel
Pedro
Pereir
a / Pa
ulista /
Espad
eiro
Camilinh
o / Cont
agem / R
aiz
Água
Parad
a
Riacho
dos V
entos
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ivara
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s / Cafu
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Ribeirão
da Ar
eia / Á
gua Lim
pa / B
ananal
Entorn
o de G
ouveia
%área total
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
103
A produção e o valor da produção que se mostra na tabela abaixo deixa evidente que
embora as atividades agrícolas sejam responsáveis pela manutenção de 2.660 pessoas,
esse valor distribuído equivale a R$398,12, o que significa 1,33 salário mínimo de 2006.
Percebe-se também que o maior rendimento dos agricultores advém dos produtos das
hortas. Vale sublinhar que aqui não estão compreendidos valores dos estabelecimentos
comerciais e industriais localizados em zona rurais.
Tabela 19: Produtos por categoria e valor da produção – Gouveia 2006 Produtos Quantidade Valor % valor
Pomar 26.313 228.680 21,6 Horta 102.142 367.197 34,7
Cereais 1.599 232.260 21,9 Produtos animais 61.889 230.881 21,8
Total - 1.059.018 100,0 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia - Pesquisa Plano Diretor – 2006
As informações produzidas pelo IBGE desagregada em lavoura permanente e
temporária por tipo mostram Gouveia como o maior produtor regional de alho,
ocupando 80 hectares e 240 toneladas. A produtividade por hectare, porém não ocupa o
primeiro lugar entre os municípios da região. A lavoura de arroz é modesta, abrangendo
25 hectares, mas ocupando o primeiro lugar em produtividade na região. No cultivo da
Cana de açúcar Gouveia ocupa o segundo lugar em produtividade, após o município de
Santo Hipólito, porém, com uma produção que é 22,5 vezes menor. O cultivo do feijão
merece atenção especial devido à perda próxima de 10% entre área plantada e área
colhida. A produtividade por hectare é 2,5 inferior à de Santo Hipólito. O cultivo da
mandioca alia elevada produtividade – Gouveia ocupa o 2º lugar após Santo Hipólito -,
e pequena área ocupada - apenas 25 hectares. A lavoura de milho é a primeira preferida
pelos agricultores de Gouveia, ocupando uma área de 350 hectares, com produtividade
de 1,7 vezes inferior à de Santo Hipólito. Pelo que foi mostrado, apenas o alho é uma
lavoura competitiva. A comparação com Santo Hipólito mostra a diferença de um
município focado no desenvolvimento agrícola com outro que produz para o mercado
local.
Tabela 20: Lavoura Temporária, produção, valor e produtividade comparada dos municípios de Gouveia e Santo Hipólito – 2006
Município Gouveia Santo
Hipólito Santo Hip / Gouveia
Lavoura Temporária Unidade Valor Valor Produtividade comparada
Alho - quantidade produzida tonelada 240 0 0,0 Alho - valor da produção mil reais 840 0 0,0
104
Município Gouveia Santo
Hipólito Santo Hip / Gouveia
Lavoura Temporária Unidade Valor Valor Produtividade comparada
Alho - área plantada hectare 80 0 0,0 Alho - área colhida hectare 80 0 0,0 Alho - rendimento médio kg/hectare 3.000 0 0,0 Arroz (em casca) - quantidade produzida tonelada 55 0 0,0 Arroz (em casca) - valor da produção mil reais 44 0 0,0 Arroz (em casca) - área plantada hectate 25 0 0,0 Arroz (em casca) - área colhida hectare 25 0 0,0 Arroz (em casca) - rendimento médio kg/hectare 2.200 0 0,0 Cana-de-açúcar - quantidade produzida tonelada 4.800 108.000 22,5 Cana-de-açúcar - valor da produção mil reais 384 3.996 10,4 Cana-de-açúcar - área plantada hectare 60 900 15,0 Cana-de-açúcar - área colhida hectare 60 900 15,0 Cana-de-açúcar - rendimento médio kg/hectare 80.000 120.000 1,5 Feijão (em grão) - quantidade produzida tonelada 132 291 2,2 Feijão (em grão) - valor da produção mil reais 238 291 1,2 Feijão (em grão) - área plantada hectare 180 160 0,9 Feijão (em grão) - área colhida hectare 165 145 0,9 Feijão (em grão) - rendimento médio kg/hectare 800 2.006 2,5 Mandioca - quantidade produzida tonelada 300 1.080 3,6 Mandioca - valor da produção mil reais 90 324 3,6 Mandioca - área plantada hectare 25 90 3,6 Mandioca - área colhida hectare 25 90 3,6 Mandioca - rendimento médio kg/hectare 12.000 12.000 1,0 Milho (em grão) - quantidade produzida tonelada 875 3.800 4,3 Milho (em grão) - valor da produção mil reais 306 1.216 4,0 Milho (em grão) - área plantada hectare 350 900 2,6 Milho (em grão) - área colhida hectare 350 900 2,6 Milho (em grão) - rendimento médio kg/hectare 2.500 4.222 1,7 Tomate - quantidade produzida tonelada 8 0 0,0 Tomate - valor da produção mil reais 1 0 0,0 Tomate - área plantada hectare 2 0 0,0 Tomate - área colhida hectare 2 0 0,0 Tomate - rendimento médio kg/hectare 4.000 0 0,0 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006
No que se refere à lavoura permanente, laranja, limão, banana, café, manga, mamão,
marmelo, maçã, uva, pêra, e frutos semelhantes, toda a região se mostra de baixa
produtividade e com produção eventual. A comparação com outros quatro municípios
vizinhos corrobora o que se afirmou.
105
Tabela 21: Lavoura Permanente, produção, valor e produtividade dos municípios de Gouveia e vizinhos – 2006
Município Descrição Gouv
eia
Conceição do mato
dentro
Congonhas do Norte
Curvelo Datas Diaman
tina
Lavoura Permanente Unidad
e Valor Valor Valor Valor Valor Valor Banana - quantidade produzida tonelada 216 2.340 105 0 25 80 Banana - valor da produção mil reais 65 889 47 0 8 24 Banana - área plantada hectare 27 130 30 0 5 20 Banana - área colhida hectare 27 130 30 0 5 20
Banana - rendimento médio kg/hectare 8.000 18.000 3.500 0 5.000 4.000
Café (em grão) - quantidade produzida tonelada 8 180 67 0 4 345 Café (em grão) - valor da produção mil reais 21 365 154 0 9 897 Café (em grão) - área plantada hectare 17 150 75 0 6 230 Café (em grão) - área colhida hectare 17 150 75 0 6 230 Café (em grão) - rendimento médio
kg/hectare 470 1.200 893 0 666 1.500
Laranja - quantidade produzida tonelada 120 700 55 525 50 140 Laranja - valor da produção mil reais 60 175 13 184 25 70 Laranja - área plantada hectare 10 35 10 35 5 28 Laranja - área colhida hectare 10 35 10 35 5 28
Laranja - rendimento médio kg/hectare 12.000 20.000 5.500 15.000 10.000 5.000
Limão - quantidade produzida tonelada 30 18 0 200 0 0 Limão - valor da produção mil reais 45 5 0 74 0 0 Limão - área plantada hectare 3 2 0 10 0 0 Limão - área colhida hectare 3 2 0 10 0 0
Limão - rendimento médio kg/hectare 10.000 9.000 0 20.000 0 0
Manga - quantidade produzida tonelada 0 47 0 240 0 0 Manga - valor da produção mil reais 0 9 0 46 0 0 Manga - área plantada hectare 0 8 0 20 0 0 Manga - área colhida hectare 0 8 0 20 0 0
Manga - rendimento médio kg/hectare 0 5.875 0 12.000 0 0
Maracujá - quantidade produzida tonelada 64 168 0 130 0 0 Maracujá - valor da produção mil reias 19 59 0 9 0 0 Maracujá - área plantada hectare 8 12 0 10 0 0 Maracujá - área colhida hectare 8 12 0 10 0 0
Maracujá - rendimento médio kg/hectare 8.000 14.000 0 13.000 0 0
Tangerina - quantidade produzida tonelada 0 0 0 900 0 0 Tangerina - valor da produção mil reais 0 0 0 252 0 0 Tangerina - área plantada hectare 0 0 0 30 0 0 Tangerina - área colhida hectare 0 0 0 30 0 0
Tangerina - rendimento médio kg/hectare 0 0 0 30.000 0 0
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006
106
Que se pode concluir de tudo isto?
Em primeiro lugar, a produtividade do solo para fins agropecuários em Gouveia exige
estudos aprofundados com o objetivo de mantê- la em nível de concorrência com o
mercado. Desse modo, os produtos agrícolas, de acordo com a produtividade aferida,
devem visar principalmente o mercado local e subsidiariamente o regional.
A alta produtividade de qualquer produto só se viabilizará após ser detectado nicho de
mercado adequado e deverá ocupar uma pequena área selecionada. Tome-se como
exemplo o cultivo da videira. Em toda a região, apenas uma pequena localidade do
Serro ocupa 2 hectares com esse tipo de lavoura. Outro exemplo pode ser dado com o
cultivo do marmelo. Em toda a região, apenas 10 hectares são ocupados com esse
cultivo.
A produção que visa ao mercado local pode ser competitiva com outros mercados,
mesmo com baixa produtividade, tendo em vista os custos de transporte. Isso se verifica
quando se compara a produtividade das lavouras de arroz, de feijão ou de milho
comparadas com regiões do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba. As diferenças
alcançam valores astronômicos mais não desestimulam a produção local.
A natureza do solo, do subsolo, do relevo e dos recursos hídricos exige que a política
agrícola de Gouveia esteja estreitamente associada às diretrizes de gestão ambiental.
Deve resultar deste plano diretor mapeamento completo do município do ponto de vista
das atividades agrícolas e de extração mineral com atenção para as diferentes categorias
de terras cultiváveis articuladas aos problemas de conservação. Há que determinar o que
são terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir apenas
como abrigo da fauna silvestre, ambiente para recreação ou para fins de armazenamento
de água.
O cuidado com a preservação dos recursos hídricos e a vegetação devem merecer
atenção constante e, neste Plano Diretor recomenda-se ampliação das áreas de
preservação próximas às nascentes e cursos d’água, tendo em vista as características da
região.
107
DIAGNÓSTICO EDUCAÇÃO E SAÚDE Nenhuma comunidade qualquer que seja se perpetua sem o cuidado com a educação.
Como dizia um autor “se você quiser começar de onde Adão partiu, você nunca
chegará a um ponto diferente de onde ele chegou”. Quer dizer, é a educação que
possibilita o desenvolvimento de alternativas e aprender com nossos erros, falhas,
fracassos, perdas.
Modernamente a educação se tornou uma instituição e uma obrigação do Estado. Isso
não quer dizer, porém, que as instituições educativas abarcam o universo da educação
humana ou todos os desafios a serem incorporados ao saber fazer – domínio de práticas
inerentes á sobrevivência imediata, saber representar – domínio de práticas vinculadas
ao que não se mostra presente - e saber interpretar – domínio de regras de explicação,
do por quê. A Escola como instituição, no entanto, se consolidou como uma grande
agência que confere credencial ao saber das pessoas. É por meio dessa credencial que as
pessoas têm validado o seu saber.
É claro que o puro credenciamento oferecido pela escola não é garantia do domínio do
saber, entretanto, é a escola que confere aos cidadãos a condição de domínio dos
códigos abstratos de interpretação do mundo. Isso quer dizer que o papel principal da
escola é possibilitar o desenvolvimento da habilidade de saber interpretar. Quer dizer
mais, a escola formal, aquela dividida em graus – fundamental, nível médio e terceiro
grau – não confere o domínio do saber fazer imediato ou seja, a prática técnica; essa
necessita de outras instâncias e instituições – a fábrica, a oficina, o campo de trabalho,o
lar, a vida comunitária.
Vale frisar que a crise de uma escola se instala quando se estabelece um hiato entre a
forma como impõe interpretações aos estudantes e as demais oportunidades e urgências
de saber que operam o seu cotid iano. Os motivos de abandono da escola devem ser
examinados com a maior atenção para que o ensino se torne eficaz e a escola realize a
sua missão educativa além da simples conferência de credencial de saber interpretar. A
escola moderna tem afirmado, em sua pragmática de saber interpretar, a distinção do
que útil e do que é inútil. Dessa forma, a escola tem se distanciado do antigo saber
acadêmico no qual o valor principal seria o saber representar, conferido pelo domínio do
saber dizer, discursar, atribuir significado. Essa orientação pelo útil confere importância
ao saber fazer mas de uma forma muito especial, trata-se principalmente de apontar o
valor de cada saber sem atenção para as necessidades imediatas de provimento da
108
subsistência. Uma das conseqüências disso é que a escola não prepara as pessoas para
valorizarem o trabalho que lhes garanta condição de viver uma vida longa e saudável,
principalmente aquelas que têm necessidades mais urgentes. Disso resulta o abandono
escolar das crianças pobres as quais vão se valer do saber fazer disponível no ambiente
externo à escola. O exame das oportunidades de trabalho que se fará na seção do
diagnóstico das atividades econômicas deverá mostrar esse hiato entre a credencial
conferida pela escola e as oportunidades reais dos moradores de Gouveia.
Isto posto, delineia-se nessa seção a análise do percurso da educação em Gouveia para
se fixarem algumas propostas entendidas como fundamentais ao desenvolvimento
humano dos moradores no município.
A situação atual
A situação de oportunidade de freqüência à escola é examinada pela exposição de
algumas tabelas selecionadas. O Plano Municipal de Educação exigido pela Lei do
Plano Diretor deverá se debruçar sobre as inúmeras informações coletadas para avaliar a
condição de cada morador segundo o local de residência, suas vantagens e carências.
A primeira tabela mostra que 32,03% dos moradores estudam, mas deixa claro que
quase 1% - exatamente 0,94% - abandonaram a escola nos últimos dois anos e 4,63% de
crianças, adolescentes e jovem com idade até 20 anos não estão na escola. Mesmo
considerando que o abandono da escola ocorra principalmente após completados 15
anos, como é o caso de todos os que pararam nos dois últimos anos, há que considerar
que 85 crianças até 10 anos e 10 com idade entre 10 e 15 anos não estavam estudando
no ano de 2006.
Tabela 01: População que não freqüenta escola – Gouveia 2006 Não estudam Pessoas % Pessoas
Fora da faixa de idade 645 8,07 Pararam há dois anos 75 0,94 Idade entre 5 e 20 anos 370 4,63 Acima de 20 anos 6900 86,36 Total 7990 67,97 Total estudam 3.765 32,03 Total moradores 11.755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
O motivo de não estudar merece análise. Deve-se dedicar atenção especial para os
motivos: falta de escola, preço da mensalidade, distância da escola, de um lado e,
109
trabalho, desânimo, recusa. Para o primeiro grupo, a escola é vista como uma barreira e
para o segundo com não mais necessária.
Tabela 02: População que não freqüenta escola segundo motivo – Gouveia 2006 Motivo de não estudar Pessoas % pessoas
Fora da idade escolar 115 1,44 Muito velho 930 11,64 Doente 245 3,07 Trabalho 2655 33,23 Não tem escola disponível 195 2,44 Muito caro 575 7,20 Não quer estudar 1105 13,83 Muito longe 165 2,07 Já estudou o suficiente 340 4,26 Desânimo 860 10,76 Invalidez/deficiência 50 0,63 Não declarou 755 9,45 Total 7990 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Outro ponto importante são os obstáculos deparados pelos alunos durante sua vida
escolar. Isso se mostra pela análise da repetência e dos esforços de recuperação.
Primeiro destaque: praticamente não ocorre reprovação por infrequência às aulas. No
ano de 2005, apenas 0,3% dos alunos matriculados foram reprovados por motivo de
falta às aulas. A recuperação também se mostra positiva, posto que entre os que se
submeteram à recuperação, 72,3% lograram aprovação. Contudo, uma política de
educação deve estar atenta para os casos de reprovação sem recuperação que atinge
3,2% dos alunos e promover uma escuta bem direcionada para os alunos que se
submetem à recuperação sem alcançar resultado.
Considerando o ambiente de Gouveia, este pode ser um esforço compensador: cuidar
para que a escola cumpra integralmente sua missão. Não é consolador que Gouveia
consiga índices elevados de aprovação comparada com outros municípios do Brasil.
Cuidar para que a escola responda às necessidades de aprendizagem de todos os alunos
pode ser um objetivo facilmente alcançável.
110
Tabela 03: População que estuda segundo avaliação na última série cursada – Gouveia 2006
Avaliação ultima série Alunos % alunos Aprovado 3070 89,37 Aprovado após recuperação 170 4,95 Reprovado após recuperação 65 1,89 Reprovado por motivo saúde 10 0,29 Reprovado por infrequência 10 0,29 Reprovado sem recuperação 110 3,20 Total alunos 3435 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Faltas dos alunos às aulas por motivo de saúde atinge 20,98% dos alunos, sendo que
90% dos que faltaram às aulas se obrigaram ao tratamento de saúde por, no máximo
uma semana. A articulação entre o serviços de educação e o de saúde pode favorecer a
compreensão da morbidade que acomete os alunos contribuindo para o aperfeiçoamento
da atenção à saúde dos moradores em geral, principalmente em casos nos quais uma
abordagem epidemiológica se revele relevante.
Tabela 04: População que estuda segundo o número de faltas às aulas por motivo de saúde – Gouveia 2006
Numero de Faltas por motivo saúde Alunos % alunos 0 2975 79,02 1 250 6,64 2 195 5,18 3 120 3,19 4 45 1,20 5 105 2,79 6 15 0,40 7 15 0,40 8 5 0,13
10 5 0,13 15 25 0,66 20 10 0,27
Total 3765 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Cuida-se agora de analisar a situação dos alunos residentes em Gouveia. O primeiro
grupo a ser mostrado é o dos alunos que merecem atenção especial
A pesquisa registrou a presença de 730 pessoas com necessidade que merecem atenção
especial matriculados em Escolas Especiais ou Escolas Inclusivas. Desse total, as
escolas especiais atendem a 15,07%, levando a acreditar que sejam casos que exigem
atenção maior. Os demais participam das escolas inclusivas, equivalendo a 84,93% do
total. A se acreditar nesse contingente, Gouveia acusa uma taxa de 6,2% de pessoas com
111
deficiência somente incluídas na categoria das que exigem atenção na escola. Ora, no
quesito em que se pergunta se a pessoa tem deficiência chegou-se a uma taxa de 3,83%
de pessoas com alguma deficiência no total da população. Isso quer dizer que os pais
consideraram como matrícula em escola especializada ou inclusiva crianças,
adolescentes e jovens com dificuldade de aprendizagem que não se enquadram na
categoria de pessoa com deficiência. Seja como for, trata-se, na visão dos pais, de
registrar o interesse que têm pela atenção da escola para os filhos. A mínima dificuldade
relativa à aprendizagem já se torna suficiente para que a escola se dedique melhor ao
aluno.
Uma reflexão sobre isso torna-se fundamental para o diagnóstico de uma política de
promoção social em Gouveia a partir dessa realidade.
Tabela 05: População de alunos especiais segundo tipo de escola que freqüenta – Gouveia 2006 Escolas freqüentadas por alunos especiais Alunos % alunos Especial escola Pública 95 13,01 Especial escola Privada 15 2,05 Total ensino especial 110 15,07 Inclusivo em escola pública 610 83,56 Inclusivo em escola privada 10 1,37 Total ensino inclusivo 620 84,93 Total alunos especiais 730 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
A tabela 06 abaixo mostra que o interesse pela educação formal em Gouveia atravessa
todas as faixas de idade, predominando, como é de se esperar, nas faixas a partir de 5
anos de idade atos 30 anos. Vê-se também o interesse de pessoas com idade acima de
sessenta anos de freqüentarem escola.
Tabela 06: População que cursa escola regular pública segundo faixa etária – Gouveia 2006
Faixa_de_Idade Pessoas % Pessoas De 1 a 5 anos 70 2,49 De 5 (Inclusive) a 10 anos 700 24,91 De 10 (Inclusive) a 15 anos 910 32,38 De 15 (Inclusive) a 20 anos 800 28,47 De 20 (Inclusive) a 30 anos 205 7,30 De 30 (Inclusive) a 40 anos 75 2,67 De 40 (Inclusive) a 50 anos 10 0,36 De 50 (Inclusive) a 60 anos 5 0,18 De 60 (Inclusive) a 65 anos 20 0,71 Acima de 65 (Inclusive) anos 15 0,53 Total 2810 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
112
No que diz respeito à freqüência a escola privada, as informações produzidas mostram
que, na faixa etária de 10 a 15 anos, todas as crianças e adolescentes freqüentam escola
pública. Pode-se mesmo afirmar que a partir de sete anos todas as crianças estão
matriculadas em escolas públicas. A educação privada tem como alvo as crianças em
idade pré-escolar, os jovens que cursam terceiro grau ou cursos profissionalizantes.
Parte desse contingente precisa se deslocar para municípios vizinhos para ter acesso aos
cursos ofertados.
Tabela 07: População que cursa escola regular privada segundo faixa etária – Gouveia 2006
Faixa_de_Idade. Pessoas % Pessoas De 1 a 5 anos 20 8,89 De 5 (Inclusive) a 10 anos 10 4,44 De 15 (Inclusive) a 20 anos 45 20,00 De 20 (Inclusive) a 30 anos 125 55,56 De 30 (Inclusive) a 40 anos 20 8,89 De 40 (Inclusive) a 50 anos 5 2,22 Total 225 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Educação e credenciamento para o trabalho
A educação formal se avalia principalmente como recurso de credenciamento para o
trabalho. Não há dúvida que essa não deve ser a meta única nem a principal das
instituições educacionais, contudo, o grau de instrução é um dos requisitos exigidos
pelas empresas no recrutamento de mão de obra. Sob esse aspecto, a educação formal
assume duas características importantes; a primeira tem a marca da expectativa de
domínio e decifração de códigos abstratos – saber ler, interpretar e discutir conteúdos de
textos - são habilidades básicas exigidas qualquer pessoa para aumento de suas
possibilidades de relacionamento; a segunda de, com base nisso, a pessoa poder ler,
interpretar e executar normas técnicas. Desses dois pontos de vista espera-se da escola o
que se convencionou chamar de “educação para a cidadania”,mas que pode ser mais
bem designada como “Educação para o Desenvolvimento Humano”, de um lado, e
educação para o trabalho, entendida como prontidão e agilidade para interpretar normas
vinculadas às rotinas de trabalho e a maneira de execução correta de uma tarefa ou
conjunto de tarefas. As escolas técnicas, e alguns ramos de cursos universitários
113
enfatizam esse segundo aspecto, ao passo que as escolas fundamentais e de nível médio
enfatizam principalmente o primeiro deles.
O credenciamento para o trabalho conferido pelas escolas do nível fundamental e médio
existentes em Gouveia precisa levar em consideração as características dos postos de
trabalho locais e regionais de um lado, e, de outro, o estádio de desenvolvimento dos
saberes humanos disponíveis no plano local, regionais, estadual, nacional, ou mundial,
de outro. A limitação do desenvolvimento do saber apenas a algum desses planos, faz
com que a educação formal seja principalmente fonte de frustrações quando o aluno já
formado se depara com suas limitações.
Isto posto, a tabela 08 mostra o quadro geral de credenciamento da população em idade
economicamente ativa residente em Gouveia no ano de 2006. Considere-se que 5% da
população em idade economicamente ativa cursou ou está cursando universidade,
22,4% se credenciam nas certificações de nível médio, 24,5% buscam ou têm
certificações conferidas pelo fundamental completo. A atenção principal deve ser
dirigida para os 9,1% dos que declararam ser analfabetos ou sem escolarização. Esse
grupo que se aproxima de 10% da população em idade economicamente ativa está mal
credenciado para o trabalho e também para o desenvolvimento humano. A limitação de
credenciamento para o trabalho traz como conseqüência obstáculos intransponíveis de
provimento da própria subsistência; quer dizer essas pessoas serão sempre mal
remuneradas pelo seu trabalho e não terão condição de encontrar postos de trabalho que
as remunere melhor. A limitação de desenvolvimento humano significa que essas
pessoas têm acesso limitado a informações, tornando-se dependentes de outras para
entender o mínimo das mudanças que acontecem a seu redor. No extremo oposto, as
pessoas credenciadas com curso superior podem se contentar com exercer ocupações
remuneradas oferecidas pelo mercado local ou regional ou ir buscar emprego e
ocupação mais bem remuneradas em outras regiões ou centros regionais. Essas pessoas
têm também acesso ágil e pronto a informações de outras localidades e do mundo.
Tabela 08. Distribuição da População em Idade Economicamente Ativa (maiores de 10 anos) por grau de instrução – Gouveia – maio de 2006
Maiores de 10 anos Pessoas % Não Informado ........................................... 115 1,2 Analfabeto ............................................... 665 6,9 Alfabetizado sem escolarização .............. 210 2,2 Até a quarta série incompleta .................. 1990 20,5 Até a quarta completa ............................. 1675 17,3 De quinta a oitava incompleta ................. 1990 20,5
114
Maiores de 10 anos Pessoas % De quinta a oitava completa .................... 390 4,0 Segundo grau incompleto ....................... 1000 10,3 Segundo grau completo .......................... 1170 12,1 Superior incompleto ................................ 190 2,0 Superior completo .................................... 250 2,6 Pós-graduação lato sensu ....................... 50 0,5 Total PIEIA .............................................. 9695 100,0 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Gráfico 01. Distribuição da População em Idade Economicamente Ativa (maiores de 10 anos) por grau de instrução – Gouveia – maio de 2006
PIEIA - Gouveia 2006
0
500
1000
1500
2000
2500
Não
dec
lara
Alfa
betiz
ado
sem
Até
a q
uart
aco
mpl
eta
De
quin
ta a
oita
va
Seg
undo
gra
uco
mpl
eto
Sup
erio
rco
mpl
eto
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
A tabela 09 confirma a importância do credenciamento para o trabalho no mercado de
Gouveia. Quanto menos credenciada é uma pessoa pela educação formal, tanto mais
exposta ela se encontra à situações de trabalho precário. Quanto mais credenciada, tanto
mais segura se encontra de poder prover a própria subsistência sem se preocupar com
ameaças futuras.
Tabela 09: Distribuição da população ocupada por grau de instrução e tipo de vínculo de trabalho – Gouveia – maio 2006
Grau de Instrução Tipo de vínculo População ocupada % ND .............................................................. com vínculo CLT ou estatutário 10 22,2
ND .............................................................. por conta própria 30 66,7
ND .............................................................. sem vínculo 5 11,1
Não Declarado .......................................... 45 1,1
Analfabeto .................................................. com vínculo CLT ou estatutário 30 25,0
Analfabeto .................................................. por conta própria 40 33,3
Analfabeto .................................................. sem vínculo 50 41,7
Analfabeto ................................................. 120 3,0
115
Grau de Instrução Tipo de vínculo População ocupada %
Alfabetizado sem escolarização ................. com vínculo CLT ou estatutário 20 44,4
Alfabetizado sem escolarização ................. por conta própria 5 11,1
Alfabetizado sem escolarização ................. sem vínculo 20 44,4
Alfabetizado sem escolarização ............. 45 1,1
Até a quarta série incompleta ..................... com vínculo CLT ou estatutário 255 37,5
Até a quarta série incompleta ..................... com vínculo Lei dos deficientes 5 0,7
Até a quarta série incompleta ..................... por conta própria 250 36,8
Até a quarta série incompleta ..................... sem vínculo 170 25,0
Até a quarta série incompleta ................. 680 17,0
Até a quarta completa ................................ com vínculo CLT ou estatutário 275 36,2
Até a quarta completa ................................ com vínculo Lei dos deficientes 5 0,7
Até a quarta completa ................................ por conta própria 295 38,8
Até a quarta completa ................................ sem vínculo 185 24,3
Até a quarta completa .............................. 760 19,0
De quinta a oitava incompleta .................... com vínculo CLT ou estatutário 310 53,4
De quinta a oitava incompleta .................... por conta própria 115 19,8
De quinta a oitava incompleta .................... sem vínculo 155 26,7
De quinta a oitava incompleta ................. 580 14,5
De quinta a oitava completa ....................... com vínculo CLT ou estatutário 105 45,7
De quinta a oitava completa ....................... com vínculo Lei dos deficientes 10 4,3
De quinta a oitava completa ....................... por conta própria 80 34,8
De quinta a oitava completa ....................... sem vínculo 35 15,2
De quinta a oitava completa .................... 230 5,8
Segundo grau incompleto .......................... com vínculo CLT ou estatutário 165 47,1
Segundo grau incompleto ................... com vínculo Lei dos deficientes 10 2,9
Segundo grau incompleto ................... por conta própria 70 20,0
Segundo grau incompleto ....................estágio 5 1,4
Segundo grau incompleto ................... sem vínculo 100 28,6Segundo grau incompleto ................ 350 8,8
Segundo grau completo ...................... com vínculo CLT ou estatutário 540 70,1
Segundo grau completo ...................... por conta própria 110 14,3Segundo grau completo ...................... sem vínculo 120 15,6
Segundo grau completo ................... 770 19,3
Superior incompleto ........................... com vínculo CLT ou estatutário 105 75,0 Superior incompleto ........................... por conta própria 15 10,7
Superior incompleto ........................... sem vínculo 20 14,3
Superior incompleto ......................... 140 3,5Superior completo ............................... com vínculo CLT ou estatutário 205 89,1
Superior completo ............................... por conta própria 25 10,9
Superior completo ............................ 230 5,8Pós-graduação lato sensu .................. com vínculo CLT ou estatutário 45 90,0
Pós-graduação lato sensu .................. com vínculo Lei dos deficientes 5 10,0
Pós-graduação lato sensu ............... 50 1,3
População ocupada .......................... 4000 100,0Trabalhadores voluntários ............... 15
116
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
(Observação) Há pessoas com 10 anos ou menos em ocupações remuneradas – 20 ao todo – totalizando uma PO de 4.020 trabalhadores.
A tabela 10 mostra uma outra realidade, a da população em busca de ocupação
remunerada. Note-se que quanto menos credenciada é uma pessoa tanto menos ela
pressiona o mercado para obter ocupação, por mais necessitada que seja. Dou outro
lado, as pessoas mais credenciadas saem em busca de trabalho.
Isto quer dizer que um política de educação tem que estar estreitamente relacionada com
o do desenvolvimento das atividades econômicas. No caso de Gouveia, seria muito bom
se houvesse um diálogo constante com a Associação Comercial Industrial Agropecuária
e de Serviços de Gouveia e também com os sindicatos de trabalhadores.
Tabela 10. Distribuição dos desempregados que procuram trabalho segundo grau de instrução – Gouveia, julho de 2006
Grau de Instrução Pessoas % Não Informado................................................... 5 0,9Analfabeto ........................................................ 5 0,9Alfabetizado sem escolarização ....................... 15 2,6Até a quarta série incompleta ........................... 55 9,6Até a quarta completa ...................................... 110 19,3De quinta a oitava incompleta .......................... 150 26,3De quinta a oitava completa ............................. 25 4,4Segundo grau incompleto ................................ 60 10,5Segundo grau completo ................................... 125 21,9Superior incompleto ......................................... 15 2,6Superior completo ............................................ 5 0,9Desempregado e procura emprego .............. 570 5,9Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006.
Note-se agora, pelo exame da tabela 11 o desanimo de procura de trabalho de acordo
com o credenciamento das pessoas. Confirmando mais uma que quanto menos
habilitadas tanto mais desanimadas de encontrar trabalho.
Tabela 11 Distribuição dos desempregados que não procuram trabalho segundo grau de instrução – Gouveia, julho de 2006
117
Grau de instrução Pessoas % ND .................................................................... 5 3,7Analfabeto ........................................................ 5 3,7Alfabetizado sem escolarização ....................... 10 7,4Até a quarta série incompleta .......................... 70 51,9Até a quarta completa ...................................... 25 18,5De quinta a oitava incompleta .......................... 10 7,4De quinta a oitava completa ............................. 5 3,7Segundo grau completo ................................... 5 3,7Desempregado e não procura emprego ....... 135 1,4Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006 A necessidade de criação de novos postos de trabalho é indicada pela procura de
trabalho remunerado pelas pessoas que nunca trabalharam antes; regra geral, são os
jovens que cursaram ou estão cursando a segunda parte do fundamental ou do nível
médio. Veja-se que a maior pressão acontece com os que se credenciam ao nível médio.
Tabela 12. Distribuição das pessoas que nunca trabalharam e procuram trabalho segundo grau de instrução – Gouveia, julho de 2006
Grau de instrução Pessoas % Analfabeto ......................................................... 5 2,0Até a quarta série incompleta ........................... 35 13,7Até a quarta completa ...................................... 20 7,8De quinta a oitava incompleta........................... 65 25,5De quinta a oitava completa ............................ 5 2,0Segundo grau incompleto ................................ 45 17,6Segundo grau completo ................................... 80 31,4Nunca trabalhou e procura emprego ........... 255 2,6Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006 Pelo percurso realizado, vê-se que há 825 pessoas procurando emprego, indicando a
necessidade de criação de novos postos de trabalho no município. A taxa de desemprego
representa 8,5% da PIEIA. Uma política conseqüente de educação, sob esse ponto de
vista deverá colocar em sua agenda a promoção constante de estudos e debates sobre a
qualificação dos jovens e as alternativas de absorção pelo mercado local ou regional.
Tabela 13. Distribuição das pessoas que nunca trabalharam e não procuram emprego segundo grau de instrução – Gouveia, julho de 2006
Grau de instrução Pessoas % Analfabeto ......................................................... 5 4,5Alfabetizado sem escolarização ....................... 5 4,5Até a quarta série incompleta .......................... 10 9,1Até a quarta completa ...................................... 25 22,7
118
De quinta a oitava incompleta .......................... 25 22,7Segundo grau incompleto ................................ 25 22,7Segundo grau completo ................................... 15 13,6Nunca trabalhou e não procura emprego .... 110 1,1Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa Domiciliar – 2006
Uma política planejada de emprego buscaria investimentos de curto prazo visando à
criação de pelo menos 970 novos postos de trabalho e teria ainda cuidados especiais
para atender aos 860 trabalhadores que vivem de trabalho precário. Uma política
conseqüente de geração de emprego e renda teria como alvo cuidados especiais para
1785 pessoas, correspondendo a 18,4% da população em idade economicamente ativa.
Propostas
A análise mostra o sucesso da educação em Gouveia e suas implicações para as pessoas
credenciadas.
Há que levar em considerações o que se propõe em seguida.
Em todos os bairros deverá haver um Centro de Estudos como instrumento auxiliar de
apoio ao ensino escolar.
Deve-se reservar das áreas institucionais previstas na Lei de Parcelamentos e na Lei de
Uso do solo um espaço mínimo de 400m2 para construção do Centro de Estudos.
Tais centros terão salas reservados ao acompanhamento dos alunos do fundamental e do
ensino médio para práticas escolares, providos de laboratórios e equipamentos de
informática.
Em cada centro haverá um professor superivisor-coordenador-apoiador.
Alunos de nível médio e superior poderão estagiar nos referidos centros apoiando as
atividades dos que se encontram em grau inferior.
O Centro de estudo estará aberto a toda a comunidade disposta a contribuir para seu
funcionamento.
O espaço do centro estará sempre aberto a toda a comunidade podendo ser utilizado
para reuniões de associações comunitárias, preenchendo funções características do
Centros Sociais Urbanos.
Reservar espaço adequado para criação de um Centro de formação profissional visando
à qualificação de jovens para o mercado de trabalho atual e projetado para a Gouveia. A
característica principal do Centro é de atender a uma demanda local de formação
profissional com cursos de curta a média duração.
119
As informações produzidas pela secretaria municipal de Educação deverão estar
integradas ao Sistema de Informações e Monitoração do Planejamento municipal. Para
isso, o endereço de cada aluno será indexado ao código de moradia.
O relatório anual de informações sobre educação será feito considerando o local de
residência dos anos para detectar as áreas mais ou menos bem sucedidas no que se
refere aos objetivos escolares.
Saúde
Uma política conseqüente de apoio à saúde deve zelar para que todas as pessoas possam
viver uma vida saudável. Isto significa que as pessoas estejam prontas para enfrentar os
desafios impostos pelas conjunturas ambientais, intempéries, ciclos de exposição a
moléstias e sobreviverem fortalecidas. Um ambiente favorável à saúde é aquele no qual
as condições que alteram a possibilidade de vida saudável sejam previstas, combatidas e
modificadas. As condições de saneamento básico, - acesso a água tratada, rede de
esgoto sanitário, coleta adequada de lixo e seu respectivo tratamento – são fundamentais
mas não suficientes. Uma política ampla de saúde deve incorporar medidas que
garantam habitação adequada, espaços de sociabilidade favoráveis ao bem estar
psíquico, e principalmente Educação para a Saúde.
Gouveia conquistou ao longo de sua história recursos para a promoção da saúde coletiva
dos moradores. São indicadores recentes a instalação do Posto de Saúde Luiz Ponciano
no final dos anos 40 do século passado, a construção do Hospital Doutor Aureliano
Brandão, no início dos anos 50, a ampliação da rede de água nessa mesma época, e a
instalação de rede de esgoto nos primeiros anos da emancipação, a ampliação do quadro
de profissionais especializados e as campanhas de combate a endemias com ênfase para
a exposição à Doença de Chagas.
No exame da situação atual, há que distinguir as condições de moradia das pessoas
como já se apresentou e analisou na seção de Diangóstico da Estrutura Espacial, a o
aparato institucional responsável pela vigilância sanitária vinculado ao Sistema Único
de Saúde.
No que diz respeito a esse segundo aspecto salientado, os postos de saúde são a
referência principal dos moradores no que diz respeito à busca de atendimento. Três
quartos os moradores locais o têm como referência principal quando visualizam a
necessidade de obter alguma orientação. Entretanto, quase 20% se dirigem
120
imediatamente ao hospital, denunciando percepção de gravidade na ameaça à saúde. A
essas duas situações devem-se contrapor os que se dirigem imediatamente à farmácia ou
se valem de outros expedientes, procura de benzedeiras, vizinhos, membros da família,
etc.
Tabela 01: Pessoas residentes em Gouveia segundo busca de atendimento à saúde - 2006
Onde busca atendimento à saúde Pessoas % Pessoas NSA 105 0,89 Hospital 2235 19,01 Posto de Saúde 8830 75,12 Farmácia 425 3,62 Outro 160 1,36 Total 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Foi solicitado às pessoas entrevistadas informarem sobre o local preferido para
buscarem atendimento à saúde quando necessário. Nota-se que 90,1% dos moradores
buscam atendimento à saúde no próprio município, 4,6% se dirigem a Diamantina e
2,1% a Curvelo, restando 0,8% que ainda se dirigem a outras localidades. Disso se pode
concluir que para a população em geral, Gouveia está devidamente credenciada para
atender às demandas básicas, sendo os casos encaminhados para Diamantina e Curvelo
e um mínimo para outros locais, como Sete Lagoas ou Belo Horizonte.
Tabela 02: Pessoas residentes em Gouveia segundo local onde busca de atendimento à saúde - 2006 Local de atendimento à saúde Pessoas % Pessoas NSA 105 0,89 Na sede em Gouveia 6680 56,83 No posto de saúde do bairro 4015 34,16 Diamantina 540 4,59 Curvelo 245 2,08 Outro 90 0,77 NR 80 0,68 Total 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Para se ter uma idéia da demanda por atendimento aos casos em que a saúde se mostra
problemática, ou seja, em que as pessoas são acometidas por alguma doença, perguntou-
se sobre o tipo de doença eventual ou crônica que acometeu algum morador no ano de
2005.
121
A tabela abaixo registra a taxa de morbidade da população moradora. Vê-se que 15,2%
das pessoas se depararam com algum problema de saúde que as levou a buscar postos
de saúde, hospitais, farmácias ou outros expedientes. 90% dos casos foram
encaminhados dentro do próprio município como já se viu. As afecções mais freqüentes
e as mais raras são registradas e comentadas mais à frente.
Tabela 03: Pessoas residentes em Gouveia em 2006 e que adoeceram no ano anterior Adoeceram Pessoas Taxa morbidade
Sim 1785 15,19 Não 9970 84,81
Total 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Doenças circulatórias ocupam o primeiro lugar aproximando-se da maioria absoluta.
Quase 43% das pessoas que buscaram atendimento médico em 2005 foram mobilizadas
por problemas circulatórios. Isso quer dizer que a política de atenção à saúde deve
prestar atenção para as condições que provocam esse tipo de ocorrência. O segundo
lugar é ocupado por moléstias que afetam o aparelho respiratório – pulmão e vias – com
14,6% dos casos. O terceiro lugar é dos diabéticos, fato que exige além da atenção aos
casos já confirmados o estabelecimento de um amplo programa de educação alimentar e
de cuidados em geral de promoção de uma vida saudável. Em quarto lugar se
posicionam os reumatismos e as doenças mentais. Um e outro caso merecem atenção
desdobrada de políticas preventivas. Doenças das articulações podem se relacionar
estreitamente com questões psíquicas, algumas relacionadas ao trabalho, outras ao
ambiente social e familiar. O caso das doenças mentais exige a elaboração de um amplo
diagnóstico para fundamentar programas de atenção à saúde mental. Uma das possíveis
fontes causadoras de um índice tão elevado de sofrimento psíquico dos moradores de
Gouveia talvez possa repousar no baixo limiar de tolerância com a frustração. Isso quer
dizer que as pessoas exigem muito mais de si mesmas do que são capazes.
Ocupam o quinto lugar moléstias que afetam rins e bexiga e as que acometem o sistema
nervoso. Em sexto comparecem as neoplasias malignas e as moléstias que acometem o
aparelho digestivo. A sétima posição é ocupada pelas infecções, a oitava por anemias e
a nona por problemas com glândulas. Acidentes em geral ocupam a última posição, e
evidenciam o cuidado que as pessoas têm com quedas, colisões, uso de instrumentos de
122
trabalho e todas as situações imprevistas. Apesar disso, há um elevado número de
deficientes físicos no município como se verá mais à frente.
.
Tabela 04: Pessoas residente em Gouveia segundo doenças por grandes grupos - 2006 Classe doenças Pessoas % pessoas
Não declarado 10 0,56 Acidentes 5 0,28 Anemia 30 1,68 Aparelho digestivo 55 3,08 Cancer 55 3,08 Circulação: Artérias e Veias 760 42,58 Crescimento de glândulas 25 1,40 Diabetes 105 5,88 Espinha 15 0,84 Gordura 10 0,56 Infecção 45 2,52 Mentais 100 5,60 Músculos e articulações: Reumatismos 100 5,60 Olhos 5 0,28 Ossos 15 0,84 Ouvidos 10 0,56 Pele 10 0,56 Problemas com glândulas 20 1,12 Pulmão e vias respiratórias 260 14,57 Retardo de aprendizagem 10 0,56 Rins e bexiga 70 3,92 Sistema Nervoso 70 3,92 Total 1785 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
As informações expostas de forma agregada na tabela anterior são um pouco mais
detalhadas na tabela exibida em seguida.
Tabela 05: Pessoas residente em Gouveia segundo tipo de morbidade - 2006 Tipo de morbidade Pessoas % Pessoas
Doenças infecciosas intestinais 40 2,24
Sequelas de doenças infecciosas e parasitárias / Toxoplasmose 5 0,28 Neoplasias malignas em geral 25 1,40 Todos os tipos de neoplasias benígnas 55 3,08 Todo tipo de anemia 30 1,68 Diabetes Melitus em geral 105 5,88 Sequelas da hiperalimentação e da obesidade 10 0,56 Distúrbios metabólicos em geral 20 1,12
Transtornos mentais sem origem em uso de substâncias psicoativas 100 5,60 Retardos mentais em geral 5 0,28
Transtorno do desenvolvimento das habilidades escolares 10 0,56
123
Tipo de morbidade Pessoas % Pessoas Doença de Alzheimer 5 0,28 Doenças e transtornos degenerativos do sistema nervoso em geral 20 1,12 Epilepsia 10 0,56 Acidentes vasculares cerebrais isquêmicos 35 1,96 Doenças da medula espinal 15 0,84 Glaucoma 5 0,28 Obstruções, perfurações e outros transtornos do ouvido médio 5 0,28 Otosclerose e outros transtornos do ouvido interno 5 0,28 Aneurisma e transtorno das artérias em geral 10 0,56
Transtornos não infecciosos dos vasos linfáticos - flebites e varizes 35 1,96 Transtornos do aparelho circulatório em geral 715 40,06 Infecções agudas das vias aéreas 30 1,68
Asma, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas 140 7,84 Pneumocomiose, pneumonite e afecções respiratórias devidos a agentes externos 70 3,92 Demais transtornos repiratórios 20 1,12
Transtornos ou doenças do aparelho digestivo, fígado, vesículas e hérnias 55 3,08
Doenças da pele - vitiligo, dermatites, lupus, úlcerações e outras 10 0,56 Artrites e artroses em geral 35 1,96
Deformidades adquiridas dos dedos das mãos e dos pés e dos membros 5 0,28 Outros transtornos articulares 10 0,56 Dorsopatias deformantes - cifose, lordose, escoliose, osteocondrose etc. 25 1,40 Espondilopatias 15 0,84
Entensopatias -transtorno dos tecidos moles pelo uso excessivo e pressão,bursite 10 0,56
Osteoporose e transtornos da densidade e da estrutura óssea 10 0,56
Transtornos ósseos - osteomielite, Osteonecrose, osteíte deformante 5 0,28 Nefrite e outras uropatias 25 1,40 Insuficiência renal em geral 40 2,24 Disfunções neuromusculares e demais transtornos da bexiga 5 0,28 Traumatismo, ferimento, fratura, luxação ou amputação de qualquer parte do corpo 5 0,28 Não Declarada 5 0,28 Total 1785 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Na tabela anterior pode-se ver casos de doenças decorrentes de hiper-alimentação.
Casos de desnutrição, em geral, não comparecem como doenças, mas como situações
que pedem atenção de políticas de Assistência Social. Desnutrição é fonte geradora de
inúmeras moléstias além do risco ao desenvolvimento humano como um todo. A
pesquisa detectou a presença de 6,43% de famílias nas quais o problema de alimentação
ocupa a ponta inversa. Faltam alimentos. Isso aponta para a pobreza extrema exigindo
124
diretriz de uma política de saúde em sentido pleno e desenvolvimento humano em
sentido estrito.
Tabela 06: Domicílios que informaram casos de desnutrição - 2006 Casos desnutrição Domicílios % domicílios
Não Informado 115 3,61 Sim 205 6,43 Não 2870 89,97 Total 3190 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Outro foco de uma política pública de saúde tem a ver com o cuidado com as pessoas
com deficiência – PCDs. Note-se em primeiro lugar que a taxa de PCDs em Gouveia é
de 3,8%. Para efeito de comparação toma-se o caso do município de Betim em que essa
taxa é 2,3%. Em Gouveia, 43,3% dos casos caracterizam deficiência congênita, ou seja,
as pessoas nascem com ela. Isso resulta de falta de atenção à saúde da mulher no
período da gravidez e até mesmo de atenção preventiva aos riscos de engravidar. Em
Betim a taxa para esses casos é de 32,26%. As deficiências apontadas com sendo
hereditárias atingem em Gouveia 14,4% das PCDs, contra 4,6% em Betim. Esse tipo de
deficiência, embora inevitável aparentemente, pode ser reduzido pelo que se chama de
prevenção primária. Isso consiste em orientar os casais sobre os riscos seja de decidirem
coabitar, seja de conceber um filho.
O fato de essas serem as situações que apontam para falhas de programas de saúde da
mulher não tornam menos importantes programas de prevenção para os demais tipos de
deficiência como as que resultam de acidentes de trânsito, de trabalho, de quadros
mórbidos como diabetes ou hipertensão, ou as que se mostram mais acentuadas na
terceira idade.
Para ser coerentes seria importante fixar programas que tivessem como objetivo reduzir
ao índice 0 as PCDs. Trata-se, efetivamente de uma utopia que deve, contudo orientar
uma política saudável de promoção do desenvolvimento humano.
Tabela 07: Pessoas residentes em Gouveia segundo categoria de deficiência - 2006
Categorias de Deficiência Pessoas % Pessoas Não 11305 96,17 Sim, congênita 195 1,66
Sim, hereditária manifestação prec oce 45 0,38
Sim, hereditária manifestação tardia 20 0,17
125
Sim, adquirida por quadro mórbido 30 0,26
Sim, adq. sequela de acidenteTrab. 25 0,21
Sim, adq. sequela de acidente trânsito 25 0,21 Sim, adq. na terceira idade 45 0,38 Sim, outras causas 65 0,55 Total 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Note-se agora o tipo de atenção que uma política pública de atenção à PCD deve ter
como meta. O primeiro lugar é ocupado pelas deficiências que dificultam ou impedem a
locomoção – deficiências físicas - seguido pelas mentais e, depois, pelas visuais. Uma
das primeiras medidas diz respeito aos cuidados com o cumprimento do Código de
Posturas e de Obras os quais prescrevem como a cidade deve priorizar o cuidado com o
espaço público. Um deficiente visual ou uma pessoa com dificuldade de locomoção
encara inúmeros desafios para ir além da própria casa. Passeios estreitos, irregulares,
depressões nas ruas são obstáculos que praticamente tornam inviáveis o uso da cidade
pelas pessoas com deficiência.
Tabela 08: Pessoas residentes em Gouveia segundo tipo de deficiência - 2006 Descricao_tipo_deficiencia PCDs % PCDs
Físico congênito 45 10,00 Físico adquirido 125 27,78 Visual congênito 25 5,56 Visual adquirido 25 5,56 Auditivo congênito 5 1,11 Auditivo adquirido 10 2,22 Mental 160 35,56 Múltiplo 20 4,44 Outros 35 7,78 Total 450 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Finalmente este diagnóstico se encerra com a apresentação de tabelas que exibem a
composição da população residente em Gouveia por faixa etária.
Pelo exame das tabelas e gráficos pode-se ser que o número de pessoas com mais de 60
anos é expressivo, indicando que o ideal de viver uma vinda longa vem sendo
alcançado. Resta cuidar para que se cumpra a meta da Organização Mundial de Saúde
que preceitua que a vida longa seja também saudável.
126
Tabela 09: População residente em Gouveia por faixa etária - 2006 Faixa etária População % população
Menor que 1 ano 105 0,89 De 1 a 5 anos 630 5,36 De 5 (Inclusive) a 10 anos 1055 8,97 De 10 (Inclusive) a 15 anos 1295 11,02 De 15 (Inclusive) a 20 anos 1235 10,51 De 20 (Inclusive) a 30 anos 1830 15,57 De 30 (Inclusive) a 40 anos 1670 14,21 De 40 (Inclusive) a 50 anos 1480 12,59 De 50 (Inclusive) a 60 anos 990 8,42 De 60 (Inclusive) a 65 anos 465 3,96 Acima de 65 (Inclusive) anos 1000 8,51 Total 11755 100,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor – 2006
Gráfico 01: População moradora em Gouveia em 2006 por idade
0
20
40
60
80
100
120
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93
Idade
Po
pu
laão
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
Idade
% População
Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
127
Gráfico 02: População residente em Gouveia por faixa etária - 2006
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Menor que1 ano
De 5(Inclusive)a 10 anos
De 15(Inclusive)a 20 anos
De 30(Inclusive)a 40 anos
De 50(Inclusive)a 60 anos
Acima de65
(Inclusive)anos
Pirâmide Etária Gouveia 2006
Propostas
A Política Municipal de Saúde deverá se articular estreitamente com a de Planejamento,
Educação, Assistência Social, Lazer, Esporte e Cultura, bem como com o Sistema de
Informação Integrada.
O formulário padronizado de coleta de informações para o Sistema Único de Saúde
deverá ser utilizado para manter atualizado anualmente a caracterização das famílias e
domicílios do município e integrado ao Sistema de Informação Integrada. Para tal as
informações deverão ser compatíveis com as determinações do Cadastro Técnico
Municipal.
Em todos os bairros deverá haver uma Unidade de Atend imento Imediato à Saúde como
instrumento auxiliar de apoio aos Postos de Saúde da Família PSF.
Deve-se reservar das áreas institucionais previstas na Lei de Parcelamentos e na Lei de
Uso do solo um espaço mínimo de 360m2 para construção das Unidades de
Atendimento Imediato à Saúde - UAIS.
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Essas unidades terão espaço para apoiar as campanhas de saúde, favorecer reuniões de
educação para a saúde, atender emergências e encaminhar urgências.
A característica principal de funcionamento dessas unidades é de ser um local de
educação para a saúde, atendendo as pessoas também naquelas rotinas básicas: leitura
de temperatura, pressão, nível de glicose, coleta e encaminhamento de material para
exames clínicos de menor complexidade. Casos de desnutrição, dieta alimentar
inadequada, hiper-alimentação, constarão da pauta de atividades dessas unidades. Serão
também local apropriado para distribuição de medicamentos às pessoas cadastradas, nos
prazos estipulados.
Cultura.
No Relatório da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento que leva o título de
Nossa diversidade criadora2, logo no “Prefácio” o coordenador do projeto – Javier
Pérez de Cuéllar - sublinha o conceito de desenvolvimento humano elaborado pelo
PNUD – Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento – como “O processo
de ampliação de opções oferecidas a um povo”3. Este conceito é afirmado em oposição
ao que considera o desenvolvimento apenas no interior das matrizes econômicas e
conseqüentemente da pura acumulação de mercadorias.
Em seguida, Cuéllar enumera os critérios que irão compor os Índices de
Desenvolvimento Humano – IDH: “liberdade política, econômica e social às
oportunidades individuais de saúde, educação, criatividade, dignidade pessoal e respeito
aos direitos humanos”.
Os autores que calcularam o IDH no Brasil insistiram em três grandes grupos de
variáveis os quais supõem que, acima de todas as diversidades sócio-culturais, haveria
uma base de acordo que pudesse considerar como valores fundamentais: (1) levar uma
vida longa e saudável, (2) garantir a aquisição de conhecimento e (3) ter acesso aos
recursos necessários a um padrão de vida digno. A operacionalização desses objetivos
gera as estatísticas reduzidas ao seguinte conjunto de variáveis: “variação dos anos de
2 CUÉLLAR, Javier Pérez de (org). Nossa diversidade criadora .Campinas: Papirus; Brasília: UNESCO, 1997. 3 Ibid. p. 11.
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vida de uma população – longevidade -, anos de matrícula em escolas – educação -, e
recursos individuais que garantam a subsistência – renda distribuída4.
Tendo presente a importância dessa nova concepção de desenvolvimento, Cuéllar
enumera um conjunto de questões a serem enfrentadas no relatório:
- Quais são os fatores culturais e socioculturais que afetam o
desenvolvimento? Qual o impacto cultural do desenvolvimento econômico e
social? Como se relacionam, reciprocamente, as culturas e os modelos de
desenvolvimento? Como podem os valiosos elementos da cultura tradicional
combinar-se com a modernização? Quais as dimensões culturais do bem-
estar individual e coletivo?5
Ora, trata-se de uma agenda de questões desafiadores e o mais desejável é que todos nos
debrucemos sobre elas; coloquemo-nos nos “estado da questão”, como o propôs Martin
Heideger6. Os autores do Relatório entenderam que o ponto principal deste estado de
questão fundamenta-se na construção de uma “nova Ética Universal”. Entendo tratar-se
de uma ética além do que entendemos por Filosofia, um saber que se tece sobe os
saberes do senso comum.
A construção dessa nova ética supõe a idéia de direitos humanos como realidade última
com o objetivo de garantir a “emergência da cultura cívica global”7.
Para efeito deste Plano Diretor, importa que nos debrucemos sobre a questão:
Como podem os valiosos elementos da cultura tradicional combinar-se com
a modernização?
Foi tendo presente esta questão que, na Conferência Municipal de Cultura, em outubro
de 2005, na cidade de Gouveia –, levou-se para a reflexão dos presentes a seguinte
declaração de Mahatma Gandhi, transcrita no Relatório, página 98 do capítulo que
aborda o “Compromisso com o Pluralismo”:
4 Ver ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti. (org.) O Brasil Social: realidades, desafios, opções. Rio de Janeiro: IPEA, 1993, p.13. E também: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Condições de Vida nos municípios de Minas Gerais, 1970 – 1980 – 1991. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996, p.17. 5 CUÉLLAR, 1997. P.11. 6 Colocar-se no “estado da questão” como o quer Heideger é tomá-la como nossa. Ver HEIDEGGER, Martim. Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Brasília: Universidade de Brasília, 1978. 7 O primeiro capítulo do Relatório p.43-68 se intitula exatamente “Uma Nova Ética Universal”. O texto citado se encontra à página 49. Ver também: SINGER. Peter. Um só mundo: a ética da Globalização . São Paulo: Martins Fontes, 2004 .
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Eu não quero que minha casa seja fechada com paredes por todos os lados,
e que minhas janelas fiquem trancadas. Eu quero que as culturas de todos
os lugares soprem sobre a minha casa da forma mais livre possível. Mas eu
também me recuso a ser carregado por qualquer uma delas.
Há, portanto, que distinguir a tendência moderna de autonomização da esfera cultural
caracterizada pela indústria cultural daquela que surge e se mantém inerente às práticas
locais.
A autonomização da esfera cultural impacta a ordem local na medida em que torna
homogêneos os valores, os padrões estéticos e desconhece ou desqualifica os padrões e
preferências de avaliação da beleza na ordem local. Isso pode ser exemplificado com
padrões de música e ritmos, padrões de vestuário e adereços, padrões de representação –
teatro e novelas – saberes culinários e de alimentação etc. Não há que desprezar os
valores que vêm de fora, mas, é importante afirmar o que é local com espírito crítico
suficiente para não se jogar fora o que é importante.
Nos dias atuais, o passado de Gouveia é exibido em fotos que provocam saudades em
alguns e desprezo em outros. Uns dizem: por que destruímos tanta coisa; outros, como
Gouveia era antiquada e atrasada! Outros nem mesmo percebem o que demarcou tanta
diferença. Saber tomar posição quanto ao que deve permanecer como marco e o que
deve mudar para se adaptar aos novos tempos constitui o cerne de uma política cultural
conseqüente.
A tabela 01 mostra que a maioria dos domicílios de Gouveia tem acesso á televisão.
Mostra mais ainda – 52% acessam a televisão por antena parabólica. Isso significa que a
maioria dos lares está ligada aos programas dos grandes centros nacionais - Rio de
Janeiro e São Paulo – desconhecendo até mesmo o que é produzido em Minas Gerais.
Tabela 01: Domicílios com acesso à televisão – Gouveia 2006. Acesso a televisão Domicílios % domicílios
Sim - com antena normal 1140 35,7
Sim - com antena parabólica 1665 52,2 Sim - por assinatura 15 0,5 Não 370 11,6 Total 3190 100,0 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
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Pode-se considerar que a Cidade está razoavelmente aparelhada para acolher a indústria
cultural, mas pouco equipada para as próprias criações. Apesar disso, a tabela 02 mostra
que a televisão é o veículo preferido de apenas 20% dos moradores ocupando o segundo
lugar nas preferências de uso do tempo livre.
Tabela 02: População segundo a forma preferida de uso do tempo livre – Gouveia 2006. Uso do tempo livre Pessoas % Pessoas
Brincando 1715 14,6 Saindo com amigos 1550 13,2 Ajudando em casa 1770 15,1 Praticando esportes 315 2,7 Realizando serviços voluntários 80 0,7 Fazendo artesanatos / salgados diversos 195 1,7 Assistindo TV, filmes, internet, games 2345 19,9 Descansando 2615 22,2 Freqüentando bares 45 0,4 Rezando 365 3,1
Levando recados ou entregando encomendas 5 0,0 Aprendendo serviços 85 0,7 Subtotal 11085 94,3 NSA 670 5,7 Total 11755 100,0 Fonte: Prefeitura Municipal de Gouveia – Pesquisa do Plano Diretor - 2006
Proposta:
Criação de Centros Sociais em cada bairro e reserva de espaços de manifestações
públicas da criatividade local. As diretrizes para esse tipo de espaço devem ser dadas
quando da aprovação das áreas a serem parceladas.
Articulação da Política Cultural com a de Educação, Saúde, Assistência Social com o
objetivo de promover a valorização das criações locais e a interpretação adequada dos
valores regionais e universais.