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BORDO Diálogo de Numa época com tanta informação, uma revista como o Diálogo de Bordo é, em primeiro lugar, um guia. E para o cultivo do diálogo, este periódico passou por uma reforma gráfica. Essa mudança permitirá ao leitor um contato com algo novo, que o instigue a curiosidade e misture o prazer em ler com o aprendizado. Esse novo layout, ou “rostinho”, torna visualmente agradável o conteúdo que, além de propor discussões dentro e fora da sala de aula, toma proporções inimagináveis. Nesta segunda edição do Diálogo de Bordo, quero dar boas-vindas ao conhecimento, às trocas de experiência, e àqueles que estão conhecendo uma ‘nova’ Uberaba. Parabenizo e desejo sorte aos que estão se esforçando para transformar este periódico em um fórum vivo de discussões sobre a cultura do país. Mariana do Espirito Santo, jornalista. De posse do City Tour elaborado restava a parte de execução e viabilização do projeto, foi nessa etapa a minha contribuição para o projeto e para o curso. página 06 A idéia surgiu devido a um projeto que o Professor Dr. Marcel Mano já havia realizado em outra cidade, mostrando a importância de resgatar a valorização da memória local. página 08 Se todos os caminhos se fazem com passos, então em todos os caminhos já abertos encontramos pegadas. página 02 Ano 01 . Nº 02 . 2ª Quinzena . Outubro . 2007 Esta é uma publicação quinzenal do Curso de Turismo da Universidade de Uberaba. Coordenadora do curso - Cristine Maria Schlindwein . Textos e Edição - Professores Marcel Mano e Marili Peres Junqueira. Projeto Gráfico e diagramação - Mariana do Espirito Santo. Apoio - Alunos do Curso de Turismo.

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Revista digital do curso de Turismo da Uniube. Projeto gráfico e edição de textos.

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Page 1: Diálogo de bordo

BORDODiálogo de

Numa época com tanta informação, uma revista como o Diálogo de Bordo é, em primeiro lugar, um guia. E para o cultivo do diálogo, este periódico passou por uma reforma gráfica.

Essa mudança permitirá ao leitor um contato com algo novo, que o instigue a curiosidade e misture o prazer em ler com o aprendizado. Esse novo layout, ou “rostinho”, torna visualmente agradável o conteúdo que, além de propor discussões dentro e fora da sala de aula, toma proporções inimagináveis.

Nesta segunda edição do Diálogo de Bordo, quero dar boas-vindas ao conhecimento, às trocas de experiência, e àqueles que estão conhecendo uma ‘nova’ Uberaba.

Parabenizo e desejo sorte aos que estão se esforçando para transformar este periódico em um fórum vivo de discussões sobre a cultura do país.

Mariana do Espirito Santo, jornalista.

De posse do City Tour elaborado restava a parte de execução e viabilização do projeto, foi nessa etapa a minha contribuição para o projeto e para o curso. página 06

A idéia surgiu devido a um projeto que o Professor Dr. Marcel Mano já havia realizado em outra cidade, mostrando a importância de resgatar a valorização da memória local. página 08

Se todos os caminhos se fazem com passos, então em todos os caminhos já abertos encontramos pegadas. página 02

Ano 01 . Nº 02 . 2ª Quinzena . Outubro . 2007Esta é uma publicação quinzenal do Curso de Turismo da Universidade de Uberaba. Coordenadora do curso - Cristine Maria Schlindwein . Textos e Edição - Professores Marcel Mano e Marili Peres Junqueira. Projeto Gráfico e diagramação - Mariana do Espirito Santo. Apoio - Alunos do Curso de Turismo.

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BORDODiálogo de

São elas vestígios ou marcas do implacável e eterno tempo, o qual chamamos história, e que nossa imaginação insiste em descrever como sendo a sucessão de eventos simultâneos numa dimensão espaço-temporal. Produzida pelos homens no esforço combinado de suas atividades produtivas, sociais e simbólicas, a história e a cultura, ao mesmo tempo em que são produzidas, produzem e destroem homens, objetos e pensamentos. Num constante processo de construir – destruir – reconstruir, as ações humanas no tempo e na história transformam esses mesmos homens, objetos e pensamentos nas tais pegadas que encontramos pelos caminhos.

Por isso, e deste ponto de vista, embarcar em viagens, em roteiros turísticos é sempre embarcar na aventura de encontrar pegadas pelos caminhos, encontrar os homens, objetos e pensamentos que

são produtos e produtores da história particular de cada povo e em todo lugar.

Até aqui nada de novo, pois esta não é nenhuma descoberta inédita. Afinal, boa parte do turismo que dialoga com as ciências sociais e a história e vice-versa sabe muito bem disso. Não se quer aqui discutir o óbvio, mas tão somente disso tirar proveitos para o estudo, a pesquisa e a execução de projetos em turismo histórico – cultural passíveis de serem aplicados em quaisquer locais. O diálogo entre aqueles pressupostos teóricos e a realidade concreta sobre a qual se dirige o planejamento e a atividade turística pode nos dar lições cruciais para a formação de profissionais em turismo, e igualmente orientar a inserção dos mesmos na comunidade da qual, ao menos temporariamente, fazem parte. Por meio dessas lições é possível não apenas encontrar parte do acervo da história, da

Roteiros turisticos em áreas urbanas

Prof. Dr. Marcel Mano

Se todos os caminhos se fazem com passos, então em todos os caminhos já abertos encontramos pegadas.

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cultura e do povo nos monumentos, nos objetos, nos causos (ou casos) e nos pensamentos de uma comunidade; como também proporcionar a capacitação em pesquisa e extensão de alunos dos cursos superiores de formação em turismo.

Quando tais projetos são desenvolvidos e executados, não só saem ganhando os alunos e a universidade que assim se coloca a sustentar o tripé ensino, pesquisa e extensão; mas sai ganhando também a comunidade. Como tem mostrado a prática, os projetos deste tipo servem para uma tripla ação pedagógica. É educação para a formação de profissionais em turismo; como também é educação para o turismo e educação pelo turismo.

Nestes dois últimos casos, eles servem, por um lado, para sensibilizar também a comunidade que sua memória pode ser atrativo turístico e, por outro, para que a comunidade posta em face de sua memória possa se ver e se reconhecer como produto de uma história inscrita nas pegadas que existem nos diversos caminhos pelos quais os homens ainda trafegam, e neles então ver e reconhecer a sua identidade enquanto “povo de algum lugar”.

Embora cientes de que as experiências não são transferíveis, o relato sobre o desenvolvimento de uma desses projetos na Universidade de Uberaba pode incitar questões e temas para um diálogo.

Quando em junho de 2004 assumi a disciplina de Turismo e Cultura nessa Universidade, procurei relacionar teoria – prática com o desenvolvimento de um projeto piloto para elaboração de roteiros

de turismo urbano em Uberaba, então chamado de City Tour, e que foi mais tarde retomado por outros alunos nessa mesma disciplina. Assim, enquanto em sala de aula íamos construindo conceitos e referenciais teórico – metodológicos, fora da sala da aula –mas por ela orientada- os

alunos desenvolviam uma pesquisa na cidade de Uberaba para selecionar patrimônios históricos e culturais e depois proceder à elaboração de um roteiro turístico.

Para realizá-lo, partimos do pressuposto que o patrimônio deve ser entendido como aqueles sinais ou pegadas (prédios, objetos, festividades etc.) que são lembrados por fazer parte da memória social. Neste sentido, são os significados embutidos nesses sinais que devem ser objeto de investigação e por

Roteiros turisticos em áreas urbanas

É educação para a formação de profissionais em turismo; como também é educação para o turismo e educação pelo turismo.

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Marili e os alunos Erika, Gisele, Leandro e Stella

isso não é um grupo de especialistas em laboratório que pode listar ou levantar os patrimônios de uma comunidade. Cientes disso, o primeiro passo era obviamente o de entrar em contato com a comunidade por meio de uma pesquisa de campo. Dentre os diferentes instrumentos de pesquisa que podiam ser adotados, pela praticidade e rapidez nos resultados foi escolhido a aplicação de questionário de maneira aleatória à população. O referido questionário contemplava questões quantitativas e qualitativas, sendo o núcleo central a questão de qual monumento, lugar etc. o entrevistado elegia como patrimônio de Uberaba e por que?

Após a tabulação dos questionários, tínhamos em mãos uma lista daqueles locais que a comunidade considerava patrimônio, principalmente por fazer, segundo essa mesma comunidade, parte da história da cidade. O próximo passo foi então realizar uma pesquisa documental e bibliográfica para levantar informações sobre cada um dos patrimônios então elencados. Nessa etapa, a tarefa consistiu na garimpagem de dados de diferentes procedências: históricas, culturais, arquitetônicas, políticas, econômicas etc. que mais tarde sistematizadas e analisadas puderam se constituir num roteiro de informações para guias que procedessem ao monitoramento de grupos de turistas pela cidade de Uberaba.

O terceiro passo da pesquisa foi o planejamento da execução do projeto, tais como percurso, atividades de recreação, agenciamento, transporte entre outros e, chegados a esse momento, já havíamos transitado por diferentes disciplinas da grade curricular do curso, tendo sido, também esse, um projeto multidisciplinar.

Finalmente, o último passo dessa caminhada foi rever a elaboração de um trajeto a ser realizado de ônibus na qual os passageiros seriam levados a reconhecer as pegadas e marcas da história pelos caminhos urbanos de Uberaba.

Roteiros turisticos em áreas urbanas

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Demanda 2 Elabore uma proposta de atividade/atrativo/evento valendo-se do patrimônio cultural da cidade de Uberaba, com vistas ao desenvolvimento da oferta turística no município ou região.

Para a realização da segunda demanda do SIMATUR é necessário que cada grupo crie uma nova possibilidade cultural para a oferta turística local, além de evidenciar sua relação com o patrimônio cultural local e justificar sua criação.

A entrega da demanda será em uma apresentação oral no dia 06 de Novembro de 2007, em um formato de seminário, sendo este o evento de socialização da demanda. Itens avaliados: criatividade, acessibilidade, democracia, cidadania.

SIMATUR

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Foram pensadas e tentadas várias formas para a execução do projeto City Tour ao longo desses anos, mas somente com a proposta das atividades complementares é que ele ganhou vida própria.

As atividades complementares nascem como uma proposta de flexibilização da grade curricular proposta pela Lei de Diretrizes e Bases do MEC no ano de 1996, e foi implantada na UNIUBE no ano de 2003, depois disso ocorreu uma reformulação em seu formato no segundo semestre de 2005. Esse novo formato foi um programa institucional para o desenvolvimento das atividades complementares de forma equivalente para todos os cursos da Universidade, e foi denominado Programa Institucional de Atividades Complementares (PIAC).

Esse programa compartilha do tripé de objetivos a serem alcançados pela Universidade, que são

BORDODiálogo de

Atividade complementar: a saída viável e recomendada

Profa. Dra. Marili Peres Junqueira

De posse do City Tour elaborado resta-va a parte de execução e viabilização do projeto, foi nessa etapa a minha contri-buição para o projeto e para o curso.

pesquisa, ensino e extensão. Um dos projetos de extensão do curso de Turismo locados no PIAC é o projeto City Tour, o qual tem por objetivo maior divulgar e viabilizar o conhecimento e valorização da cidade de Uberaba pelos seus moradores e para os seus visitantes.

O primeiro roteiro executado foi no dia de Responsabilidade Social realizado junto a Unidade Básica de Saúde do bairro Alfredo Freire. Alguns alunos foram chamados e se disponibilizaram a participar desse evento no sábado. O relato dele encontra-se nesse diálogo elaborado pelos próprios integrantes da equipe que se deslocou para o evento.

Depois desse primeiro dia piloto do City Tour, uma outra equipe foi formada para executar esse projeto com estudantes da rede municipal de ensino. Essa parceria foi realizada com a Secretaria

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de Educação, mais especificamente com Roníria Santos, que viabilizou o contato com as escolas e o ônibus para a realização dos City Tours. A equipe foi formada por Aline Rodrigues Borges, Camila Rosa de Melo, Danielle Alvina de Morais Leal e Thiara Adriane Sinicatto, que fizeram cerca de dez visitas panorâmicas com as escolas municipais levando os alunos das sétimas e oitavas séries.

Para as alunas Camila Rosa de Melo e Thiara Adriane Sinicatto,A nossa participação no projeto City Tour foi uma experiência maravilhosa, pois todas nós podemos conhecer mais a nossa cidade. E ao mesmo tempo, conhecemos mais os atrativos de Uberaba, nós mostramos para os alunos de várias escolas. A nossa maior dificuldade em explicar sobre os atrativos para os alunos foi a má infra-estrutura do ônibus, que por ser velho tinha um barulho muito estridente, dificultando que eles escutassem, tendo que explicar em grupos. Mas apesar destes pequenos problemas todos aprenderam bastante.

Dentre as escolas, uma delas foi na área rural de Uberaba, conhecida como Capelinha do Barreiro. Nessa escola especificamente foi pedido um relatório na disciplina de Português sobre o City Tour realizado. A aluna Marciana declarou que apesar dos “vários imprevistos foi bom e deu para

guardar algumas coisas na memória”. Por essa declaração observa-se que a questão da memória e da preservação do patrimônio histórico deve passar sem dúvida pela educação de base, tendo assim as “pegadas” preservadas. Outra aluna, Daniela, declarou que “cheguei lá em casa, e contei para meus pais o que nós alunos conhecemos lá”. Esse relato mostra que a educação alcançada não é apenas de forma direta, nós multiplicamos o conhecimento por meio dos alunos que repassam em casa. Assim a extensão do conhecimento foi de fato conseguida, não ficando apenas no discurso e na retórica. Projetos como esses enfrentam muitos problemas de infra-estrutura e de viabilização, mas são de extrema necessidade para conseguirmos alcançar a tão almejada comunicação entre a comunidade e a academia.

Atividade Complementar: a saída viável e recomendada

A nossa participação no projeto City Tour foi uma experiência maravilhosa, pois todas nós podemos conhecer mais a nossa

cidade.

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BORDODiálogo de

City Tour em Uberaba no dia da Responsabilidade Social

Erika Sousa Ferreira, Cristiano Ricardo, Leandro Bessa, Gisele Faria e Stella Campos

A idéia surgiu devido a um projeto que o Professor Dr. Marcel Mano já havia realizado em outra cidade, mostrando a importância de resgatar a valorização da memória local.

A idéia surgiu devido a um projeto que o Professor Dr. Marcel Mano já havia realizado em outra cidade, mostrando a importância de resgatar a valorização da memória local. A partir desse projeto apresentado pelo professor, elaboramos um city tour para a cidade de Uberaba que foi desenvolvido na disciplina de Turismo e Cultura, ministrada pelo próprio professor. O city tour foi realizado no dia 21 de outubro de 2006, dia da Responsabilidade Social com a comunidade do Bairro Alfredo Freire.

O trabalho foi dividido em várias etapas, onde cada grupo ficou responsável em realizar uma pesquisa de campo para extrair da população local, elementos que caracterizassem a cidade de Uberaba. Foram então elaboradas pesquisas de nível quantitativo e qualitativo, onde na questão qualitativa os entrevistados deveriam citar o que eles achavam ser um patrimônio na cidade. Cada

grupo aplicou aproximadamente 20 questionários em locais distintos. Após a pesquisa elencamos os 25 locais que mais foram citados. Cada grupo se comprometeu em montar um roteiro e logo os roteiros foram apresentados e discutidos em sala para a escolha do que fosse mais viável para a realização do mesmo. Com os locais definidos para o roteiro, os grupos buscaram informações sucintas, como a história e o estilo arquitetônico para a elaboração do city tour na cidade.

Para a realização do city tour, tivemos o apoio da Professora Dra. Marili Peres Junqueira, juntamente com a aprovação do Programa Institucional de Atividades Complementares (PIAC). A Profa. Marili soube do nosso projeto em uma conversa com o Prof. Marcel, seis alunos foram convidados por ela para realizar efetivamente o city tour na cidade no dia 21 de Outubro de 2006. Os alunos convidados

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cursavam o 5º período do Curso de Turismo e os mesmos participaram da elaboração do projeto: Cristiano Ricardo, Érika Sousa, Gisele Faria, Leandro Bessa, Klara Nogueira e Stella Campos.

Os pontos visualizados no city tour foram: Museu do Chico Xavier; Parque Doutor Fernando Costa; Mata do Ypê; Praça Doutor Jorge Frange (Antiga Rodoviária); Cine Vera Cruz; Igreja Nossa Senhora da Abadia; UFTM (Universidade Federal do Triangulo Mineiro); Mercado Municipal; Igreja Santa Rita - Museu de Arte Sacra; Igreja São Domingos; Grupo Brasil; Pizza House (Cine Royal); Mogiana; Teatro Experimental de Uberaba (TEU); Igreja Santa Terezinha; Centro Pastoral; Colégio Marista Diocesano; Palácio do Bispo; Catedral; Cine São Luiz; Hotel Chaves Palace; Câmara Municipal; Praça Rui Barbosa; Igreja Medalha Milagrosa; Mosteiro Nossa Senhora da Glória.

“O city tour feito em Uberaba com a comunidade do Alfredo Freire em alusão ao Dia da Responsabilidade Social foi pra mim de grande valia, pois pude perceber que as comunida-

des mais humildes carecem além de mais informação, conhecimento sobre a sua e cidade e principalmente de atenção.

Pude perceber que tinha pessoas que estavam indo ao centro da cidade pela primeira vez e não sabiam e nem tinham noção do tamanho da cidade.

Penso que esse projeto desenvolvido dentro da sala de aula, com professores e alunos do curso de Turismo deveria ser encarado com seriedade pela população para que desse conti-

nuidade, pois conhecer a história de sua própria cidade é muito importante para os cidadãos que nela habitam.” Leandro Bessa

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Chico Xavier

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“Embora este termo Responsabilidade Social em alguns casos esteja sendo usado principalmente por empresas como forma de promoção de tentar passar uma imagem mais positiva para a sociedade e com isso agregar valor a seus produtos e serviços, estou certo de que este projeto desenvolvido pela Universidade de Uberaba tenha sido extremamente positivo tanto para a comunidade quanto para nós acadêmicos, visto que foi gratificante perceber a comunidade descobrindo ou redescobrindo sua própria cidade, enxergando e valorizando seus bens culturais e com isso possibilitando encontrar suas raízes e sua participação enquanto formadores da memória local. Muitas vezes a cidade passa despercebida aos nossos olhares que estão tão ofuscados por tanta modernidade e a estressante correria diária não nos permite contemplá-la adequadamente. O tempo é o bem mais precioso atualmente, aquilo que não nos sobra e assim tudo passa a ser mais superficial e elegemos outras prioridades para nossa vida. Conhecer sobre a história para quê? Nem mais temos para quem contar, pois a cultura atual tem menosprezado as relações humanas, a família que era no passado a grande dissipadora de conhecimento perdeu seu valor e com isso a nossa memória vai se esvaziando dos significados daquilo que nos rodeia, do que nos identifica e nos tornamos cada vez mais cópias vagas de um mundo globalizado. É preciso urgentemente que mais projetos como estes sejam desenvolvidos, não apenas com bairros distantes, mas também com os moradores das regiões centrais onde a história está mais visível e ao mesmo tempo tão invisíveis devido aos fatos citados anteriormente. Nossas crianças, o que temos ensinado as nossas gerações futuras? Nunca é demais repetir que a educação é a base de tudo, portanto se motivarmos nossos jovens a pensar mais na questão cultural certamente teremos homens e mulheres capazes de refletir e encontrar soluções para que a memória não se esvaeça.” Cristiano Ricardo Silva

“Este projeto foi mais do que válido, pois conseguimos buscar pela comunidade o conhecimento que eles tenham sobre o que é e o que consideram com patrimônio.

Observamos a carência de informação que a cidade tem e passa para a comunidade, por falta disso e por esse motivo, há muita rejeição da população com relação à cidade. O bom deste projeto foi ver o interesse que essa comunidade tem em conhecer e saber sobre o Turismo e tivemos uma grande satisfação em poder relatar a história da nossa

cidade, aquela em que moramos.” Stella Campos

City Tour em Uberaba

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Museu de Peirópolis

Igreja Santa Rita

“Foi uma experiência muito construtiva, pesquisamos sobre a nossa memória local,

perguntamos à população o que seriam para eles patrimônio da cidade e também conhecemos um

pouco mais de nossa história, o que às vezes não teríamos essas informações. Durante a

realização do projeto com as pesquisas e no dia de Responsabilidade Social foi percebido que

nos tempos de hoje poucas pessoas conhecem a história da cidade de Uberaba, durante o passeio

panorâmico, podemos mostrar o que aprendemos com o trabalho levando mais conhecimento às

pessoas que talvez nunca ouvissem falar que um dia aquela história aconteceu.”

Érika de Sousa Ferreira

Câmara Municipal de Uberaba

City Tour em Uberaba