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DIFILOBOTRÍASE E ANISAQUÍASE
Departamento de Morfologia e Patologia Básica
Disciplina de Parasitologia
Letícia C. de Campos Blaszkowski Sofia Moretti Carneiro
Ana Beatriz Pegoraro Cardozo Bianca Poggianella Fêde Wanessa Moya Serrão
Turma B – Grupo 3 – 23/05/2019
RA: 1801032
RA: 1801056
RA: 1801065
RA:1801070
RA:1801071
DIFILOBOTRÍASE Diphyllobothrium latum
EPIDEMIOLOGIA
Estado de São Paulo:
Locais de bom nível socioeconômico;
Faixa etária mais prevalente: jovens e
adultos (20 a 50 anos).
Casos esporádicas ou surtos: Europa, Ásia, América do Norte e América do
Sul (Argentina, Chile e Peru);
Prevalência alta em pessoas e animais que consomem salmonídeos cru;
Regiões com saneamento precário ou com presença de animais que se
alimentam de peixe são propícias para a instalação endêmica da doença.
Não havia registro de casos autóctones esporádicos nem de surtos até o
ano de 2003;
AGENTE(S) ETIOLÓGICOS Platelminto (sem sistema digestório: cestoide) Diphyllobothrium sp;
As espécies mais frequentes são: o D. latum (água doce) e o D. pacificum (água
salgada);
São conhecidas como "tênia do peixe";
Morfologia:
parasita adulto é extremamente grande, medindo de 8 a 10 metros e
apresentando até 4000 proglotes;
ovos possuem opérculo em uma
extremidade e uma pequena
protuberância (knob) na outra.
HOSPEDEIRO(S) E VETOR(ES) Heteroxeno, envolvendo no mínimo dois hospedeiros intermediários;
Hospedeiro definitivo: homem e outros mamíferos que consomem peixes crus (cães,
gatos, raposas, ursos e porcos);
habitat: intestino delgado;
Hospedeiros intermediário:
1° são os crustáceos gêneros Cyclops e Diaptomusum;
2° são os peixes de água doce ou anádromo (peixes que migram da água
salgada à água doce para procriar).
MODO DE TRANSMISSÃO A transmissão é feita por meio da ingestão de:
Peixes crus;
Peixes mal cozidos;
Peixes defumados por processos caseiros, em temperatura inadequada que
não mata a larva do peixe contaminado;
CICLO DE
VIDA
ASPECTOS CLÍNICOS Maioria das infecções são assintomáticas;
Quando sintomáticas:
Flatulência, distensão abdominal, anorexia, reações alérgicas, náuseas, vômitos, diarréia;
Infecções maciças: obstrução intestinal, colecistite e colangite (complicações menos comuns);
Infecções crônicas: anemia perniciosa;
Evolução: complicações para o SNC
Periféricas: astenia (fraqueza muscular);
Síndrome de degeneração combinada grave;
Os sintomas começam a se apresentar 10 dias após o consumo.
DIAGNÓSTICO Clínico baseado nos sintomas e análise do
histórico alimentar;
Laboratorial:
Parasitológico:
o EPF (Encontro de ovos operculados)
o Colonoscopia
Molecular: PCR.
TRATAMENTO
É feito com praziquantel (anti-helmíntico antiparasitário de amplo espectro) na dose
única de 5 a 10 mg/kg. Como forma alternativa, pode ser feito niclosamida na dose
única de 2g;
O praziquantel atua na homeostasia do cálcio nas células dos vermes. Afeta as
formas imaturas → Tem efeitos indesejáveis leves e transitórios como tontura,
erupção cutânea e febre;
Recomenda-se fazer um novo exame uma semana depois para verificar se o verme
foi eliminado do corpo;
A automedicação pode ser perigosa, pois alguns pacientes podem ser alérgicos a
esses remédios.
PROFILAXIA A prevenção é muito simples: comer peixe bem cozido ou bem frito ou bem assado;
Fazer o congelamento prévio do peixe → o congelamento por sete dias torna todos os tipos de peixes seguros, inativando o Diphyllobothrium;
Evitar o consumo de peixes defumados por processo caseiro pois o processo industrial de defumação de pescado, feito em altas temperaturas, mata a larva, e por isso não oferece risco ao consumidor;
Medidas sanitárias exercidas nos criadouros/fazendas → redobrar os cuidados com produtos de procedência desconhecida e não confiável, ou seja, que não foram fiscalizados pelos órgãos de vigilância.
OUTROS ASPÉCTOS RELEVANTES Como a doença chegou ao Brasil?
Não há salmão em suas águas;
2003: salmão começou a ser importado do Sul do Chile → parte era fresco
transportado por caminhão;
Notificação de casos na BA, MG, RJ, DF e SP;
Já houve a ocorrência de surtos?
Estado de SP: entre 2004 e 2005;
100% dos casos ingeriram salmão cru → mais da
metade ingeriu apenas salmão cru;
Algumas curiosidades...
Disseminação do parasita por rios, lagos e mares,
contaminando peixes locais;
Peixes contaminados: vivem em águas rasas, com
hábitos costeiros;
Menos casos em descendentes de japoneses;
ANISAQUÍASE Anisakis spp.
EPIDEMIOLOGIA Primeiro relato de caso: na Holanda, em 1960, após o consumo de arenque cru;
Tradicionalmente, os casos localizavam-se em países que consumiam peixe ou
outros moluscos crus ou mal cozidos;
Países nórdicos, Peru, Japão e Espanha
Muito comum no Japão, Escandinávia e na costa do pacífico da
América Latina;
Brasil: aumento significativo de casos nas últimas décadas;
Exemplo: ocorrência de Anisakis simplex em bacalhau
comercializado no RJ
Muitas subnotificações --> sintomas inespecíficos, evolução
benigna e rápida;
AGENTE(S) ETIOLÓGICOS
São larvas de nematelminto da família Anisakidae com os gêneros Anisakis,
Pseudoterranova, Hysterothylacium, Contracaecum e Terranova;
Destaque para as espécies Anisakis simplex e Pseudoterranova decipiens que são
as de grande importância para saúde pública por causarem a anisaquíase ou
anisaquiose em humanos;
Parasita heteroxênico e eurixeno.
HOSPEDEIRO(S) E VETOR(ES)
Hospedeiros definitivos: são mamíferos marinhos como focas, lobos marinhos,
baleias, golfinhos e os homens;
O primeiro hospedeiro intermediário são os crustáceos (como camarão
(krill), poliquetos e outros invertebrados;
O segundo hospedeiro intermediário são as diversas espécies de peixes, como o
bacalhau, arenque e salmão.
MODO DE TRANSMISSÃO A transmissão é feita por meio da ingestão de peixes e frutos do mar:
Crus;
Mal cozidos;
Insuficientemente congelados;
Mal preparados.
CICLO DE
VIDA
ASPECTOS CLÍNICOS
■ Náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreias, fezes com sangue e muco;
■ Urticárias na minoria das vezes;
■ Larva prende na parede da mucosa do trato digestivo, causando:
Eosinofilia
Extensa inflamação
Dores abdominais
Úlceras
Ascites e/ou sinais peritoneais
■ Os primeiros sintomas começam de algumas horas após a ingestão da larva;
■ Diversos sintomas dependendo da progressão e locais de infecção do parasito.
DIAGNÓSTICO
Clínico: sintomas e análise alimentar;
Parasita no estômago: Endoscopia
gástrica;
Parasita no intestino: Cirurgia, raio-X,
ultrassom e imunodiagnósticos.
TRATAMENTO Quando o verme encontra-se no estômago, a sua remoção através da endoscopia
digestiva é suficiente para curar o paciente. Os sintomas desaparecem logo ao final do procedimento;
Quando o verme já não se encontra mais no estômago e penetrou a mucosa do intestino, provocando abscesso ou obstrução intestinal, a cirurgia é forma mais indicada de tratar a infecção;
Tratamento à base de albendazol 400 mg de 12/12 horas por 3 dias têm sido descritos;
Mecanismo de ação do albenzadol →
ação inibitória seletiva sobre
os microtubulos, interferindo na captação de
glicose.
PROFILAXIA Evitar a ingestão de peixes e frutos do mar crus ou mal cozidos;
Evisceração dos peixes logo em seguida à pesca para evitar a penetração das
larvas das vísceras para os músculos;
As larvas são destruídas por: Cozimento a > 63 °C / Congelamento a - 20 °C ou
menos durante 7 dias;
As larvas podem resistir à decapagem, salga e defumação;
Fiscalização sanitária de peixes importados.
OUTROS ASPECTOS RELEVANTES Incidência deve aumentar coma popularidade crescente de restaurantes de sushis
e sashimis;
Japão: maior número de casos relatados;
Anisaquíase pode ser facilmente confundida com apendicite aguda, Doença de
Crohn, úlcera gástrica e câncer gastrointestinal;
Brasil: tendência de aumento na incidência → popularidade crescente
de restaurantes japoneses;
Por que houve um aumento no número de casos diagnosticados?
Alteração ecológica do habitat dos hospedeiros;
Distribuição ecológica alargada;
Importação de hábitos de consumo alimentares;
Avanços na metodologia de diagnósticos.
RELATO DE CASO
QUESTÕES É possível confundir ambas as parasitoses se levarmos em consideração o histórico
alimentar, mas quais fatores nos permitem diferenciá-las?
O exame de fezes consegue dar diagnóstico que difilobotríase e o verme
da anisaquíase não sai nas fezes. Além disso, após a ingestão a difilobotríase demora
10 dias para o aparecimento dos primeiros sintomas, enquanto para a anisaquíase
podem decorrer apenas horas.
O que explica a prevalência dessas doenças em países orientais e a chegada
tardia da parasitose ao Brasil?
Isso ocorreu devido ao aumento, nos últimos anos, da cultura de consumo de peixe cru
no Brasil.
Em relação ao relato de caso e as diferenças apresentadas entre ambas
as doenças, o que justifica o diagnóstico dado pelo médico de difilobotríase?
As fezes apresentavam proglotes e o exame de fezes confirmou ovos com opérculo, o
que caracteriza a difilobotríase
BIBLIOGRAFIA/REFERÊNCIAS ■ http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-
de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009informacao_basica_diphy.pdf
■ http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/lcs.pdf
■ http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/pEF03qoHMcZ0Spm_2013-6-19-11-8-12.pdf
■ http://www.pubvet.com.br/uploads/9a79fbcae09f647ba46b4f2263848c4a.pdf
■ Relato de caso: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S0037-86822006000100017
■ https://www.cdc.gov/parasites/anisakiasis/faqs.html
■ http://www.eurannallergyimm.com/cont/journals-articles/287/volume-anisakis-simplex-current-knowledge-765allasp1.pdf
■ http://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/2005/17_maio_2005.pdf
■ www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009informacao_basica_diphy.pdf